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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Felipe Büller Bertuzzi Arquitetura Inclusiva: Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual para o Município de Passo Fundo-RS Passo Fundo 2016

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Felipe Büller Bertuzzi

Arquitetura Inclusiva: Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual para o Município de

Passo Fundo-RS

Passo Fundo 2016

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Felipe Büller Bertuzzi

Arquitetura Inclusiva: Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual para o Município de

Passo Fundo-RS

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Me. Marcele Salles Martins.

Passo Fundo 2016

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Felipe Büller Bertuzzi

Arquitetura Inclusiva: Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual para o Município de

Passo Fundo-RS

Banca Examinadora:

Profª. Me. Marcele Salles Martins – Orientador(a)

Profª. Me. Renata Postay - Integrante

Passo Fundo 2016

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me dado saúde e força de vontade para encarar os desafios propostos

nesta graduação, em especial neste trabalho de conclusão de curso.

À Faculdade Meridional IMED, por dispor de um espaço de vivência qualificado tendo

como enfoque o aluno ao qualificar gradativamente o ensino.

A todos professores, por transmitiram seus conhecimentos adquiridos profissionalmente

ao longo de todo o curso.

À orientadora Arq. Me. Marcelle Salles Martins, por todo o apoio, disponibilidade e

incentivo ao longo das orientações deste trabalho.

Aos meus pais, por todo o auxílio e incentivo nos momentos de apuros e por terem

acreditado na realização de mais essa etapa na minha vida.

À minha namorada, pelo apoio e companheirismo nas etapas deste processo.

À todos que, de alguma forma, contribuíram direta ou indiretamente para o cumprimento

desta graduação.

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Resumo

Na Antiguidade, a arquitetura hospitalar representou o isolamento de pacientes com doenças incuráveis. A exclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais do convívio social e a má funcionalidade de ambientes de saúde eram bastante comuns. A partir de um lento processo evolutivo, o entendimento de incluir pessoas que possuíam algum tipo de limitação foi sendo inserido à sociedade, assim como avanços na concepção dos espaços nas áreas da saúde. Por outro lado, havia certa preocupação com as condições de ventilação e iluminação nas edificações, conceitos atualmente materializados em meio à utilização de práticas sustentáveis em uma Rede hospitalar no Brasil. Com base nessas considerações, o presente trabalho tem por objetivo desenvolver o anteprojeto de um Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual para atender o município de Passo Fundo/RS e as demais cidades pertencentes às 6ª e 11ª Coordenadorias Regionais da Saúde. A partir de estudos de caso pertinentes ao tema e do levantamento do entorno da área de implantação, foi possível idealizar propostas com base na legislação pertinente e que viesse ao encontro da contextualização regional. Desse modo, os espaços foram distribuídos de maneira humanizada, promovendo práticas sustentáveis e culminando no conforto do paciente.

Palavras-chave: Centro Especializado em Reabilitação, Centro de Reabilitação Física, Centro de Reabilitação Visual

Abstract

In ancient times, the hospital architecture represented the isolation of patients with incurable diseases. The exclusion of people with disabilities from society and poor functionality of healthcare environments were quite common. From a slow evolutionary process, the understanding to include people who had some type of limitation was being inserted into society, as well as advances in the design of spaces in health. On the other hand, there was some concern about the conditions of ventilation and lighting in buildings, concepts currently materialized through the use of sustainable practices in a hospital network in Brazil. Based on these considerations, this study aims to develop the draft of a Specialized Center for Physical Rehabilitation and Visual to meet the city of Passo Fundo / RS and other cities belonging to the 6th and 11th Coordination of Health Regional. From studies case related to the theme and surrounding the lifting of the deployment area, it was possible to devise proposals to the relevant legislation and to come to the meeting of the regional context. Thus, the spaces are distributed humanized way, and promoting sustainable practices culminating in patient comfort. Keywords: Expertise Centre Rehabilitation, Physical Rehabilitation Center, Visual Rehabilitation Center

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – População com deficiência física e visual pertencentes à 6ª e 11ª Coordenadoria Regional da Saúde no Rio Grande do Sul ........................................................................... 03

Figura 02 – Evolução formal de edifícios hospitalares. ........................................................ 06

Figura 03 – Técnicas sustentáveis aplicadas à edificação. .................................................. 08

Figura 04 – Hospital Sarah Kubitschek (Salvador, Bahia). ................................................... 09

Figura 05 – Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López (IMRVL)............................... 10

Figura 06 – Centro para Cegos e Deficientes Visuais (Cidade do México, Distrito Federal, México). ............................................................................................................................... 10

Figura 07 – Comparativo referente ao programa e ao caráter dos estudos de caso ............ 11

Figura 08 – Comparativo referente à implantação dos estudos de caso. ............................. 12

Figura 09 – Comparativo referente à função dos estudos de caso....................................... 13

Figura 10 – Comparativo referente à acessibilidade dos estudos de caso. .......................... 16

Figura 11 – Comparativo referente à forma dos estudos de caso. ....................................... 11

Figura 12 – Comparativo referente à Habitabilidade nos estudos de caso ........................... 18

Figura 13 – Comparativo referente à tecnologia nos estudos de caso. ................................ 18

Figura 14 – Localização da ACD.......................................................................................... 20

Figura 15 – Prédio principal da ACD. ................................................................................... 22

Figura 16 – Oficina Ortopédica ............................................................................................ 23

Figura 17 – Prédio novo da ACD ......................................................................................... 23

Figura 18 – 1º pavimento prédio principal da ACD ............................................................... 24

Figura 19 – 2º pavimento prédio principal da ACD ............................................................... 24

Figura 20 – Localização Regional. ....................................................................................... 25

Figura 21 – Pontos relevantes de abrangência .................................................................... 26

Figura 22 – Mapa das distâncias percorridas. ...................................................................... 27

Figura 23 – Mapa das distâncias percorridas. ...................................................................... 27

Figura 24 – Área de abrangência dos Cais em Passo Fundo/RS ........................................ 28

Figura 25 – Área de abrangência das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Passo Fundo/RS. ........................................................................................................................... 28

Figura 26 – Mapa Nolli ......................................................................................................... 29

Figura 27 – Mapa da Infraestrutura do Sistema Viário. ........................................................ 30

Figura 28 – Rua Coronel Miranda – Via Coletora Mão Única ............................................... 30

Figura 29 – Rua dos Andradas – Via Coletora Mão Dupla ................................................... 31

Figura 30 – Rua Paissandú – Via Coletora Mão Única ........................................................ 31

Figura 31 – Rua Uruguai – Via Coletora Mão Única ............................................................ 31

Figura 32 – Mapa dos pontos de ônibus .............................................................................. 32

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Figura 33 – Mapa de uso e ocupação do solo...................................................................... 33

Figura 34 – Tipos de usos e ocupações do solo .................................................................. 33

Figura 35 – Mapa de conservação das edificações. ............................................................ 34

Figura 36 – Tipos de conservação ....................................................................................... 34

Figura 37 – Mapa do padrão construtivo das edificações. ................................................... 35

Figura 38 – Tipos de padrão construtivo. ............................................................................. 35

Figura 39 – Mapa de altura dos pavimentos. ....................................................................... 36

Figura 40 – Altura dos pavimentos. ...................................................................................... 36

Figura 41 – Mapa de infraestrutura urbana. ......................................................................... 37

Figura 42 – Mapa de infraestrutura da área de implantação. ............................................... 38

Figura 43 – Mapa das sinalizações viárias da área de implantação. .................................... 38

Figura 44 – Levantamento topográfico da área de implantação. .......................................... 39

Figura 45 – Cortes transversal e longitudinal da área de implantação. ................................ 39

Figura 46 – Orientação solar do entorno em diferentes horários do dia ............................... 40

Figura 47 – Orientação solar do entorno em diferentes horários do dia. .............................. 40

Figura 48 – Vistas do terreno. .............................................................................................. 41

Figura 49 – Skyline das faces dod entorno do lote. .............................................................. 41

Figura 50 – Identidade visual do conceito proposto. ............................................................ 46

Figura 51 – Herança esportiva da área de implantação. ...................................................... 47

Figura 52 – Geometria dos quarteirões do bairro. ................................................................ 47

Figura 53 – Regiões da coluna vertebral. ............................................................................. 47

Figura 54 – Concepção formal. ............................................................................................ 48

Figura 55 – Concepção formal ............................................................................................. 49

Figura 56 – Croqui de acessos. ........................................................................................... 49

Figura 57 – Croqui das visuais ............................................................................................. 49

Figura 58 – Imagens referenciais de projeto ........................................................................ 50

Figura 59 – Diretrizes urbanas propostas ............................................................................ 51

Figura 60 – Diretrizes urbanas propostas ............................................................................ 51

Figura 61 – Distribuição do programa de necessidades ....................................................... 52

Figura 62 – Organograma da disposição dos blocos no terreno .......................................... 53

Figura 63 – Organograma dos setores ................................................................................ 54

Figura 64 – Fluxograma do bloco de Pesquisa .................................................................... 54

Figura 65 – Fluxograma do bloco de Reabilitação ............................................................... 55

Figura 66 – Fluxograma do bloco de Serviço e Hospedagem .............................................. 56

Figura 67 – Fluxograma do bloco da Oficina Ortopédica ..................................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Dimensão dos espaços do Hospital Sarah Kubitschek. .................................... 14

Tabela 02 – Dimensão dos espaços do Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López. 15

Tabela 03 – Dimensão dos espaços do Centro para Cegos e Deficientes Visuais. .............. 16

Tabela 04 – Comparativo geral entre os estudos ................................................................. 19

Tabela 05 – Diretrizes urbanas propostas. ........................................................................... 47

Tabela 06 – Diretrizes urbanas propostas. ........................................................................... 47

Tabela 07 – Pré-dimensionamento. ..................................................................................... 57

Tabela 08 – Proposta de zoneamento 01. ........................................................................... 60

Tabela 09 – Proposta de zoneamento 02. ........................................................................... 61

Tabela 10 – Proposta de zoneamento 03. ........................................................................... 62

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................. v

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... vii

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1

1.1. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 2

1.2. OBJETIVOS ............................................................................................................................... 3

1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................... 3 1.2.2. Objetivos Específicos .................................................................................................. 3

1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA ......................................................................................................... 4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................................... 5

2.1 HISTÓRICO DA ARQUITETURA HOSPITALAR ..................................................................... 5

2.2 O DESENVOLVIMENTO HOSPITALAR NO BRASIL .............................................................. 6

2.3 PROJETO INCLUSIVO E SUSTENTÁVEL .............................................................................. 7

3. ESTUDOS DE CASO ...................................................................................................................... 9

4. PROCESSOS METODOLÓGICOS ..............................................................................................20

4.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO ................................................................................................20

4.2 ANÁLISE DE DADOS .........................................................................................................21

4.3 RESULTADOS OBSERVADOS...........................................................................................24

5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ..........................................................................25

5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL ...................................................................................25

5.2 MAPA NOLLI .......................................................................................................................29

5.3 INFRAESTRUTURA URBANA ...........................................................................................29

5.3.1. Sistema Viário ..............................................................................................................29 5.3.2. Transporte....................................................................................................................32 5.3.3. Uso e Ocupação do Solo ..............................................................................................32

5.3.4. Infraestrutura Urbana .................................................................................................37 5.3.5. Área de Implantação ...................................................................................................38 5.3.6. Skyline ..........................................................................................................................41

6. SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO ........................................................................................................42

6.1 PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS .................................................42

6.2 CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE PASSO FUND/RS ...............................................43

6.3 NBR 9050 E NBR 9077 ...........................................................................................................43

6.4 RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA (RDC Nº 50) ...................................................43

7. CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO .................................................................................46

7.1 CONCEITO GERAL DA PROPOSTA ..........................................................................................46

7.2 CONCEITO DA VOLUMETRIA ....................................................................................................47

7.3 CARTA DE INTENÇÕES ..............................................................................................................49

7.4 DIRETRIZES DE PROJETO ........................................................................................................50

7.5 DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS ......................................................................................51

8. PARTIDO GERAL ..............................................................................................................................52

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8.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES DO PROJETO .....................................................................52

8.2 ORGANOGRAMA .........................................................................................................................53

8.3 FLUXOGRAMA .............................................................................................................................54

8.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO .........................................................................................................57

8.5 PARTIDO GERAL - ZONEAMENTO ............................................................................................60

9. CONCLUSÕES ..................................................................................................................................63

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................64

11. ANEXOS ........................................................................................................................................68

11.1 ANEXO 1 ....................................................................................................................................68

11.2 ANEXO 2 ....................................................................................................................................69

11.3 ANEXO 3 ....................................................................................................................................70

12. APÊNDICES ..................................................................................................................................71

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1. INTRODUÇÃO

Segundo Guadagnin (2005), durante alguns séculos a má funcionalidade

consequente do não planejamento de estruturas hospitalares promoveu a falta de

integração dos espaços, dificultando a circulação dos usuários. Desse modo, nota-

se certa complexidade ao idealizar esses espaços nos dias de hoje, já que, para

Gama (2011), esta tipologia de projeto é responsável por abrigar espaços bastante

valorizados ao influenciarem diretamente na melhora dos pacientes.

Na era pré-cristã, eram bastante comuns perseguições, abandonos e a

constante mortalidade de deficientes. Com o passar do tempo, os indivíduos que

possuíam algum tipo de deficiência passaram a ser mais protegidos e, aos poucos,

inseridos em escolas públicas especiais. Somente em meados do século XX foram

iniciadas aplicações de métodos que promovessem a integração social.

(MIRANDA, 2004)

A conquista por espaços livres de barreiras arquitetônicas implica a

possibilidade e a condição de alcance para que portadores de necessidades

especiais utilizem com segurança e autonomia as edificações, mobiliários,

equipamentos urbanos, transportes e meios de comunicação. Todas as pessoas,

entre as quais se incluem as que possuem algum tipo de deficiência, têm direito ao

acesso à educação, à saúde, ao lazer e ao trabalho. Essas áreas contribuem para

a inserção social, desenvolvimento de uma vida saudável e de uma sociedade

inclusiva. (PAGLIUCA et al. 2006)

Através de uma pesquisa teórica e projetual, o presente trabalho consiste em

desenvolver o anteprojeto de um Centro Especializado em Reabilitação Física e

Visual para a cidade de Passo Fundo/RS. Com isso, torna-se necessário propor

uma relação direta entre portadores de necessidades especiais e profissionais

especializados, assim como estabelecer técnicas e espaços sustentáveis que

auxiliem na reabilitação dos pacientes objetivando sua reinserção na sociedade.

A partir de uma investigação acerca de espaços da área da saúde, nota-se uma

grande necessidade de oferecer à população de Passo Fundo e Região serviços

humanizados de reabilitação com o objetivo de contribuir positivamente para o

encadeamento de três fatores primordiais: o ambiente construído, o meio natural e

o paciente.

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1.1. JUSTIFICATIVA

A cidade de Passo Fundo é reconhecida nacionalmente por abrigar uma gama

considerável de hospitais, centros médicos, ambulatórios, clínicas, laboratórios,

consultórios e farmácias, componentes de um sistema que dispõe de serviços

como internações, transplantes, diagnósticos, banco de tecidos e demais

tratamentos.

Recentemente, a cidade de Passo Fundo conquistou o título de melhor cidade

média do Brasil na área da Saúde devido a sua tradição em ser classificada como

um polo regional de saúde. Segundo a Rádio Uirapuru (2015), a premiação contou

com a análise de mais de cinco mil cidades do Brasil, levando em consideração o

desenvolvimento socioeconômico de cada uma.

O município conta com uma estrutura adaptada, onde funciona o Centro de

Reabilitação Física e Visual, promovendo consultas intermediadas pelo Sistema

Único de Saúde a deficientes da Região. No entanto, o espaço encontra-se focado

único e exclusivamente nas regras exigidas pelo Programa CER II (Centro

Especializado em Reabilitação) do Governo Federal, não oferecendo outros

serviços que auxiliariam na reabilitação destes usuários, além de estar situado em

um bairro distante do centro da cidade. Para Cavalcanti (2009) “o desenvolvimento

de projetos arquitetônicos não deve centrar-se no binômio espaço/função, mas sim

no indivíduo e em suas aspirações, para além das questões mínimas

programáticas.”

Por outro lado, a população ainda sofre com a superlotação em ambientes da

saúde. Fato constatado por reportagem local, onde mais de 100 pessoas

aguardavam atendimento ortopédico nas instalações do IOT/SUS de Passo Fundo,

que recebe pacientes vindos de entidades da região para situações de emergência

e procedimentos fisioterapêuticos, aumentando gradativamente o fluxo de pessoas.

(RÁDIO UIRAPURU, 2013)

Segundo o Censo (IBGE, 2010), o número de deficientes físicos e visuais

pertencentes às 6ª e 11ª Coordenadoria Regional da Saúde na Região Norte do

Estado do Rio Grande do Sul totaliza 225.164 pessoas, desde indivíduos com o

mínimo de dificuldade até a deficiência por completo, como se observa na Figura

01. Desse modo, é necessário ampliar as instalações destes serviços, oferecendo

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possibilidades de reabilitação a todos os níveis de deficiências física e visual

existentes.

Figura 01: População com deficiência física e visual pertencentes à 6ª e 11ª Coordenadoria Regional da Saúde no Rio Grande do Sul.

Fonte: IBGE, 2010 (adaptado pelo autor)

A implantação do centro de reabilitação próximo aos demais serviços da área

da saúde, facilitará a mobilidade de veículos, reduzindo o tempo e os gastos, assim

como servirá de apoio a outros locais que ofertam serviços de natureza similar.

A partir destas informações prestadas, nota-se que é imprescindível destinar à

população deficiente um espaço especializado e humanizado, promovendo sua

interação com os ambientes propostos.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Propor a implantação de um Centro Especializado em Reabilitação Física e

Visual destinando-o a pacientes das 6ª e 11ª Coordenadorias Regionais da Saúde

do Norte do Estado do Rio Grande do Sul, promovendo sua adaptação e

reinserção na sociedade.

1.2.2. Objetivos Específicos

Intervir em um espaço subutilizado na área central da cidade de Passo

Fundo, de modo a facilitar o acesso aos usuários;

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Desenvolver espaços com práticas sustentáveis, auxiliando no processo

de reabilitação dos pacientes;

Propor a reabilitação das áreas verdes do local a fim de idealizar um

jardim sensorial;

Criar espaços de atendimentos com médicos especializados;

Proporcionar espaços internos e externos de integração entre os

pacientes;

1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA

O projeto arquitetônico comportará espaços voltados para a reabilitação de

pacientes de todas as faixas etárias, portadores de mobilidade reduzida esporádica

e permanente, de baixa visão e cegueira. Os atendimentos de reabilitação

acontecerão diretamente com os respectivos profissionais e pelo contato com

áreas que favorecem sua interação com a natureza junto aos demais pacientes. O

projeto se limitará ao atendimento e ao desenvolvimento contínuo dos deficientes

físicos e visuais, não incluindo o setor de internação, porém proporcionando áreas

de hospedagem às pessoas vindas de outras regiões.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A presente etapa deste trabalho tem a finalidade de abordar a fundamentação

teórica em prol do desenvolvimento projetual de um Centro Especializado em

Reabilitação Física e Visual. Desse modo, é necessário compreender a origem, a

evolução dos hospitais e métodos que os novos projetos da área da saúde devem

atender no que se refere à inclusão e à sustentabilidade, de modo a interferir

positivamente na vida do paciente através da idealização destes espaços.

2.1. HISTÓRICO DA ARQUITETURA HOSPITALAR

Ao longo da história, os hospitais foram sendo conhecidos por representar

espaços de isolamento de pacientes com doenças incuráveis e,

consequentemente, promovendo uma segregação social ao excluí-las da

sociedade. Desse modo, Miranda (2004) também refere essas exclusões a

pessoas que possuíam algum tipo de deficiência, as quais eram perseguidas e

mortas por apresentarem tais limitações. Com uma tradição assistencial dessa

tipologia, torna-se desafiador promover espaços que não hajam distinção entre

minorias excluídas, tradição essa já consolidada. (OLIVEIRA et al., 2006)

Para Lima (2010), os hospitais da Idade Média em regiões do Oriente e do

Ocidente possuíam diferentes formas de gestão: as instalações hospitalares do

Oriente eram mais desenvolvidas e, por isso, já exerciam a cura em seus

pacientes, enquanto nos hospitais do Ocidente a preocupação maior era em

abrigar os necessitados. A arquitetura dos hospitais consistia na utilização de

pavilhões horizontais procedentes da morfologia pavilhonar. A iluminação e a

ventilação natural eram consequentes da utilização deste método até a chegada de

novas tecnologias que permitiram a consolidação do sistema monobloco vertical,

permitindo a construção em vários pavimentos. A distribuição dos espaços na

antiguidade pode ser observada na Figura 02.

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Figura 02 – Evolução formal de edifícios hospitalares.

Fonte: Lima (2010).

Os hospitais dessa época eram constituídos por grandes vãos e havia certa

preocupação com as condições de ventilação e iluminação devido a composição

das janelas na extensão do hospital. Também possuíam uma relação direta com a

espiritualidade, já que para entrar no hospital era preciso passar por uma capela.

(MASCARELLO, 2005)

2.2. O DESENVOLVIMENTO HOSPITALAR NO BRASIL

Em âmbito nacional, a rede hospitalar passou a ser pensada de modo racional

através da implantação da Rede de Hospitais Sarah, inaugurada inicialmente em

Brasília, no ano de 1980 e, posteriormente, em mais seis cidades espalhadas pelo

país. Para Westphal (2007), a arquitetura idealizada por João Filgueiras Lima (Lelé)

é marcada pela serialização de elementos construtivos usufruindo da ventilação,

insolação e condicionantes do terreno, unindo funcionalidade e formalidade. Houve,

a partir disso, uma contribuição na proposta dos espaços, os quais visavam o bem

estar do paciente, com tratamento humanizado. Dessa forma, essas concepções

visam proporcionar uma relação direta entre o homem e o ambiente, adequando-a

à paisagem e ao contexto sociocultural do local. (RISÉRIO et al., 2011)

A Arquitetura Moderna é marcada pelo desenvolvimento construtivo do Hospital

de Clínicas de Porto Alegre no Estado do Rio Grande do Sul. Após a análise de

alguns projetos para a implantação do hospital, houve a aceitação da proposta do

Arquiteto Jorge Moreira que, após 10 anos de trabalho, concebeu um projeto com

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planta livre, fechamentos com painéis de vidro e pilotis aberto no térreo, propondo

um jardim monumental no hall. Com isso, a criação desses espaços representou o

início de influências de Arquitetura Moderna na capital do Estado. (SILVA, 2006)

Segundo Rosa (2007), as práticas hospitalares na cidade de Passo Fundo

tiveram início no ano de 1910 nos moldes da Região Ocidental, onde os hospitais

remetiam a locais de exclusão social. Aos poucos, a cidade passou a receber

médicos e demais profissionais da saúde para auxiliar nos atendimentos. Os

espaços hospitalares da cidade foram marcados pela implementação do Hospital

da Caridade (atual Hospital da Cidade) em 1914 e do Hospital São Vicente de

Paulo em 1918, proporcionando espaços para salas de espera e visita,

enfermarias, consultórios, quartos, salas de operações, área administrativa,

espaços de isolamento e necrotério. Mesmo passando por momentos de grandes

enfermidades e inexistência de saneamento, a implantação dos hospitais

contribuíram positivamente para o desenvolvimento da cidade.

2.3. PROJETO INCLUSIVO E SUSTENTÁVEL

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 9050), “Todos os

espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser

projetados, construídos, [...] devem atender ao disposto nesta Norma para serem

considerados acessíveis.” No entanto, a discriminação de pessoas com algum tipo

de deficiência é retratada diariamente devido ao desrespeito decorrente da falta de

acesso em vias públicas, prédios e meios de transportes, por exemplo. Segundo o

autor, este índice de desmoralização é mais afetado as pessoas vulneráveis à

miséria no país. (IBDD, 2008)

Filho e Carvalhêdo (2010) expressam em seu estudo que é imprescindível a

concepção de espaços acessíveis de modo a favorecer a utilização por portadores

de mobilidade reduzida e deficientes visuais. A extinção de barreiras sociais e

arquitetônicas garante a promoção da convivência com os demais cidadãos,

consequência de planejamentos urbanos qualificados e igualitários. Da mesma

forma, a inclusão também pode ocorrer através da informação que, segundo Silva

e Barbosa (2011), propõe mídias eletrônicas adaptadas ao acesso à educação do

deficiente. Por isso,

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8

“o princípio de normalização ou a compreensão de que as pessoas com deficiência devem se aproximar ao máximo das experiências cotidianas tidas como normais, foi disseminado no final da década de sessenta, sugerindo desde então o que posteriormente passou a ser entendido como integração e inclusão [...]”. (Silva, 2004, p.99)

A igualdade social também pode ser evidenciada em projetos de características

sustentáveis consequentes da utilização de inovações tecnológicas. Desse modo,

deve-se atentar para uma arquitetura saudável, confortável e flexível, que promova

a interação entre a tecnologia, o espaço e o ser humano, impactando o mínimo

possível o meio ambiente. Para o autor, a busca por essa eficiência energética

encontra-se diretamente relacionada à saúde humana, proporcionando melhor

qualidade de vida aos indivíduos por meio do conforto, de ambientes receptivos e

da isenção de poluição. Algumas das técnicas sustentáveis podem ser visualizadas

na Figura 03. (EDWARDS, 2005)

Figura 03 – Técnicas sustentáveis aplicadas à edificação.

Fonte: Edwards (2005).

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9

3. ESTUDOS DE CASOS

Para uma melhor compreensão do tema em desenvolvimento, foram

analisados três projetos, sendo dois internacionais e um nacional. Desse modo,

torna-se possível relacioná-los entre si analisando sua inserção na cidade origem e

as estratégias arquitetônicas formais e funcionais utilizadas.

O Hospital Sarah Kubitschek (Figura 04), localizado na cidade de Salvador

(Bahia), foi desenvolvido pelo Arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé) e inaugurado

no ano de 1994. Sua área construída é de 16.000m².

Figura 04 - Hospital Sarah Kubitschek (Salvador, Bahia).

Fonte: Archdaily (2012).

Já o Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López (IMRVL) (Figura 05),

está localizado na cidade de Vicente López, na Argentina, onde foi desenvolvido

pelos Arquitetos Claudio Vekstein e Marta Tello. O Instituto possui 4.000m² de área

construída em um terreno de 1.335m².

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10

Figura 05 - Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López (IMRVL)

(Vicente López, Argentina).

Fonte: Arcoweb (2006).

O Centro para Cegos e Deficientes Visuais (Figura 06), localizado na Cidade

do México, Distrito Federal, no México, foi idealizado pelos Arquitetos do Escritório

Taller de Arquitectura. O Centro possui 8.500m² de área construída em um terreno

de 14.000m².

Figura 06 - Centro para Cegos e Deficientes Visuais (Cidade do México, Distrito Federal, México).

Fonte: Plataforma Arquitetura (2011).

Como pode ser observado na Figura 07, os três estudos de casos

proporcionam uma relação direta com pátios abertos, imprimindo caráter

arquitetônico através da afinidade entre os meios. Áreas de espera, piscinas,

vestiários e auditórios estão dentre os espaços em comum entre os três estudos.

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11

No entanto, a maior compatibilidade de programa ocorre com o Hospital Sarah

Kubitschek e o Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López possuindo

laboratórios, refeitórios, salas para fisioterapia, hidroterapia e administração.

Programa e Caráter

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação

Vicente López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Fonte: Archdaily (2012)

Fonte: Arcoweb (2006)

Fonte: Plataforma Arquitetura (2011)

Caráter expresso pela relação direta com as áreas verdes do terreno.

Proposta de relação visual junto à área externa.

Composição arquitetônica de integração entre o ambiente construído e o meio externo.

Figura 07: Comparativo referente ao programa e ao caráter dos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

No que se refere à Implantação, os estudos encontram-se inseridos em

grandes áreas, como pode se observar na Figura 08. Enquanto o Hospital Sarah

Kubitschek localiza-se desconectado da malha urbana, o Instituto Municipal de

Reabilitação Vicente López e o Centro para Cegos e Deficientes Visuais, por sua

vez, localizam-se em quarteirões confrontados com áreas residenciais em seu

entorno.

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Implantação

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação Vicente

López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Fonte: Google Maps (2016)

Fonte: Arquitetos Claudio Vekstein e Marta Tello (2006)

Fonte: Google Maps (2016)

Relação da Implantação com a Malha Urbana

Desconexão com malha urbana devido à tipologia de terreno. Entorno caracterizado por áreas verdes.

Inserido na malha urbana devido a um terreno implantado no meio de um quarteirão, notando a simplicidade em suas funções básicas.

Terreno inserido no contexto urbano abrangendo uma área carente e mais densa da cidade, levando em consideração duas importantes avenidas e se adaptando a um antigo depósito de lixo.

Relação da Implantação com os espaços abertos

Relação direta com os espaços externos à edificação dispondo de áreas verdes que auxiliam no desenvolvimento dos pacientes.

Aberturas translúcidas promovendo interação com o pátio interno. Presença de rampas que promovem visuais das áreas internas e externas.

Elevação da praça central em relação aos demais blocos promovendo espaços pensados para impressões sensoriais.

Figura 08: Comparativo referente à implantação dos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

Os espaços inclusos no setor de serviço encontram-se nas extremidades dos

projetos, propiciando áreas nobres para áreas de atendimento à reabilitação,

educacional e administrativo. Mesmo que o Instituto Municipal de Reabilitação

Vicente López represente uma disposição aglomerada de planta, pode-se dizer que

ambos expressam uma linearidade funcional semelhante. Essas relações podem

ser conferidas na Figura 09.

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13

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Zoneamento de setores

Fonte: Google Earth (2016)

Fonte: Google Earth (2016)

Fonte: Google Earth, (2016)

Fluxograma

Figura 09: Comparativo referente à função dos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

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A seguir, apresentam-se nas Tabelas 01, 02 e 03 as áreas dos estudos

realizados, observando as dimensões subdivididas nos seus devidos setores:

público, serviço, tratamento/reabilitação, educacional e administrativo.

Tabela 01: Dimensão dos espaços do Hospital Sarah Kubitschek.

Hospital Sarah Kubitschek

Setor Compartimento Dimensões (m) Área útil (m²)

Público

Espera do Ambulatório 8,00x95,00 760,00

Serviço

Setor de Imagem 15,00x31,00 465,00

Arquivo Médico 10,00x35,00 350,00

Laboratório 14,00x35,00 490,00

Vestiários 21,00x35,00 735,00

Residência Médica 40,00x37,5 1.575,00

Farmácia 20,00x10,00 200,00

Manutenção 30,00x10,00 300,00

Lavanderia 25,00x10,00 250,00

Central de Material 20,00x10,00 200,00

Cozinha 20,00x3,00 60,00

Refeitório 27,00x8,00 216,00

Tratamento/ Reabilitação

Ambulatório 35,00x31,00 1.085,00

Oficina Ortopédica 27,00x31,00 837,00

Fisioterapia Interna 8,00x55,00 440,00

Hidroterapia 18,00x25,00 1.500,00

Internação - Enfermarias 52,00x21,00

2.184,00

Internação - Aptos 12,00x22,00 564,00

Centro Cirúrgico 26,00x36,00 936,00

Educacional

Centro de Estudos 15,00x25,00 375,00

Auditório 21,00x17,00 357,00

Administrativo

Administração 11,00x31,00 341,00

Área Total Construída

16.000,00

Fonte: Autor (2016).

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Tabela 02: Dimensão dos espaços do Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López.

Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López

Setor Compartimento Dimensões (m) Área útil (m²)

Público

Acesso Pedestres 28,00x5,92 71,49

Acesso Veículos 4,18x17,48 71,76

Jardim 6,30x9,50 55,74

Recepção 6,30x12,00 44,70

Auditório 20,40x8,00 125,45

Refeitório 12,00x5,70 43,25

Serviço Vestiário 9,60x3,70 83,03

Tratamento/ Reabilitação

Consultório 93,49x17,58 209,52

Fisioterapia Adultos 7,89x7,68 52,90

Enfermaria 5,68+5,62 27,05

Reabilitação Cardíaca 4,91x4,46 19,89

Terapia Ocupacional 3,94x8,30 71,82

Recreação e Esportes 5,25x4,47 26,02

Piscina e Hidroterapia 8,68x10,25 76,23

Psiquiatria Infantil 2,70x3,33 8,15

Psicologia 4,08x4,93 47,43

Terapia Ocupacional 9,22x4,52 90,24

Fisioterapia Infantil 9,50x8,76 127,34

Atividades ao Ar Livre 15,17x17,69 155,00

Fonoaudiologia 17,50x11,60 174,98

Administrativo

Diretoria 4,26x6,72 24,72

Administração 8,21x4,20 41,94

Arquivo 2,34x13 30,24

Educacional

Ateliê de Pintura 3,59x5,00 19,17

Salas de Aula 12,53x9,26 81,16

Biblioteca 6,42x2,54 49,35

Área Total Construída

4.000,00

Fonte: Autor (2016).

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Tabela 03: Dimensão dos espaços do Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Setor Compartimento Dimensões (m) Área útil (m²)

Público

Piscina 19,00x45,00 875,15

Auditório 16,30x21,40 347,00

Cafeteria 11,43x24,32 278,00

Vestiário 17,37x19,00 331,38

Cancha esportiva 16,46x33,45 550,67

Hall de entrada 12,00x18,00 401,93

Serviço Casa de máquinas 19,00x14,72 280,40

Serviço 20,00x8,00 178,67

Tratamento/ Reabilitação Oficinas 11,27x42,43 2.023,70

Educacional

Salas de aula 7,63x98,22 748,96

Biblioteca 16,30x12,24 199,49

Área Total Construída 8.500,00

Fonte: Autor (2016).

Devido às instalações do Hospital Sarah Kubitschek e do Centro para Cegos e

Deficientes Visuais serem térreas, possuem o acesso mais facilitado. Por outro

lado, o Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López, constituído de três

pavimentos, necessita de rampas e elevadores, como pode ser visualizado na

Figura 10.

Acessibilidade

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Fonte: Archdaily (2012)

Fonte: Arcoweb (2011)

Fonte: Plataforma Arquitetura (2011)

Favorece a acessibilidade de veículos, a prática de esportes, terapias, a locomoção dos usuários.

Composto por rampas de inclinação leve, expressando a ideia de movimentação.

Espaços acessíveis dispostos em somente um pavimento, sem a necessidade de rampas e elevadores.

Figura 10: Comparativo referente à acessibilidade dos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

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17

Como pode ser analisada na Figura 11, a forma é distinta entre os estudos.

Enquanto o Hospital Sarah Kubitschek e o Centro para Cegos e Deficientes Visuais

propõem aspectos formais ritmados em sua composição, as fachadas do Instituto

Municipal de Reabilitação Vicente López transmitem desordem e complexidade

formal.

Forma

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Fonte: Archdaily (2012)

Fonte: Arcoweb (2011)

Fonte: Plataforma Arquitetura (2011)

Formato linear com compatibilidade formal de origem complexa. Transmissão de leveza por meio de fachadas translúcidas e cores claras. Composição arquitetônica resultante da repetição de sheds metálicos curvos ao longo do hospital.

Peso na composição consequente de máscaras assimétricas nas fachadas, possibilitando uma relação visual de complexidade e aglomeração.

Sequência linear de espaços transmitindo simplicidade. Simetria local, sequência de elementos ritmados e contraste com o exterior resultante das diferentes alturas dos blocos.

Forma Linear

Fonte: Ching (2005)

Forma Aglomerada Fonte: Ching (2005)

Forma Linear

Fonte: Ching (2005)

Figura 11: Comparativo referente à forma dos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

A partir do conceito de habitabilidade, nota-se na Figura 12 que ambos os

estudos propõem uma relação direta entre o ambiente construído e o espaço

natural por meio de técnicas sustentáveis.

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Habitabilidade

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação Vicente

López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Fonte: Archdaily (2012)

Fonte: Arcoweb (2011)

Fonte: Plataforma Arquitetura (2011)

Iluminação natural por sheds. tratamento do ar por meio de galerias subterrâneas, ventilação natural controlada, interação do meio construído com jardins externos.

Funcionalidade e esteticidade por meio de brises, iluminação natural através de peles de vidro e pouca permeabilidade.

Iluminação natural por meio de fachadas em pele de vidro, diferentes alturas de volumes transmitindo espacialidade e conforto. Vegetação aliada ao espaço construído.

Figura 12: Comparativo referente à Habitabilidade nos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

São observados, na Figura 13, os diferentes materiais utilizados pelas

edificações. Enquanto duas delas apostam no sistema convencional em concreto

armado, o outro busca uma flexibilidade consequente da utilização do aço.

Tecnologia

Hospital Sarah Kubitschek Instituto Municipal de Reabilitação Vicente

López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Fonte: Archdaily (2012)

Fonte: Arcoweb (2011)

Fonte: Centro de invidentes Y debiles visuales (2013)

Sistema construtivo em argamassa armada e superestrutura em aço córten e SAC-50.

Construção em concreto armado aliando a simplicidade do sistema construtivo com a complexidade formal.

Uso do concreto, vidro, tijolo rústico, pedra, madeira metal. Canal de água, texturas e sinais táteis servem de guia para os deficientes visuais.

Figura 13: Comparativo referente à tecnologia nos estudos de caso.

Fonte: Autor (2016).

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19

A partir da tabela comparativa entre os estudos (Tabela 04), percebem-se os

pontos positivos, negativos e as potencialidades expressas no programa

arquitetônico de cada estudo de caso.

Tabela 04: Comparativo geral entre os estudos

Hospital Sarah Kubitschek

Instituto Municipal de Reabilitação Vicente López

Centro para Cegos e Deficientes Visuais

Pontos Positivos

Relação entre os espaços externos

e internos

Espaços acessíveis

Acessibilidade universal

Possibilita iluminação e

ventilação natural

Reapropriação de um local subutilizado

Espaços internos e externos amplos

Pontos Negativos

Problemas de ventilação e

iluminação em alguns pontos da

edificação

Falta de áreas

verdes

Falta de segurança ao

longo do canal de água

Potencialidades

Práticas sustentáveis que

favorecem o desenvolvimento

do paciente

Contraste com o entorno, oferecendo

uma nova arquitetura à cidade

Preocupação com os deficientes por meio de sinais táteis ao

longo de sua implantação

Fonte: Autor (2016).

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20

4. PROCESSOS METODOLÓGICOS

Este estudo teve por objetivo aplicar o Método Walkthrough em um Centro

Especializado em Reabilitação Física e Visual (CER II) na cidade de Passo Fundo.

A pesquisa é de caráter exploratório, para elucidar as futuras escolhas projetuais,

incluindo as percepções dos usuários de um espaço que possui programa de

necessidades similar ao implantado pelo projeto a ser desenvolvido. Para

Rheingantz et al. (2009), este método se resume na união de uma entrevista a uma

observação, coletando informações pertinentes para servir de análise do ambiente

construído. Com isso, torna-se possível identificar tanto aspectos positivos quanto

negativos facilitando o entendimento do observador em relação à edificação em

estudo, percebendo a visão dos indivíduos que usufruem do espaço.

4.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO

Os questionários (ANEXOS I, II e III) foram aplicados ao longo do primeiro

semestre de 2016 na Associação Cristã de Deficientes Físicos (ACD) (Figura 14),

que recentemente vem seguindo o programa de necessidades de um CER II.

Foram entrevistadas a supervisora administrativa da instituição, uma fisioterapeuta,

uma estudante de fisioterapia, um portador de necessidades especiais e um

acompanhante. Devido a reformas físicas e administrativas, o CER II ainda não

dispõe dos serviços de reabilitação visual propriamente dito, restringindo a

aplicação deste método de pesquisa nos profissionais e pacientes desses serviços.

Inicialmente, a entrevista foi agendada com os responsáveis pela instituição e,

durante o percurso, houve a transcrição das falas dos usuários.

Figura 14 – Localização da ACD.

Fonte: Google Maps, 2016 (adaptado pelo autor).

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4.2 ANÁLISE DE DADOS

Os entrevistados foram questionados sobre os problemas e as limitações do

espaço e o que eles avaliam em relação aos serviços que estão sendo prestados.

Da mesma forma, foram questionados sobre o que eles consideram importante

neste centro e se a localização deste serviço favorece ou não a locomoção dos

pacientes para aquele local.

O percurso realizado juntamente com a supervisora administrativa resultou na

discussão organizacional da instituição, onde mencionou o recebimento de cerca

de 400 pacientes por mês para os devidos tratamentos. O Centro conta com 30

funcionários que auxiliam nos trabalhos, garantindo a oferta de cursos aos

profissionais da saúde. Segundo ela, o trajeto do paciente para atendimento ocorre

da seguinte forma: o paciente é encaminhado pelo médico do SUS e,

posteriormente, direcionado para a avaliação do médico para só após seguir para o

serviço de reabilitação necessário. Ao ser questionada sobre a localização da

instituição, a supervisora considerou ser indiferente.

Após a entrevista com uma das Fisioterapeutas da ACD, foi evidenciado o

excelente atendimento prestado e a oferta de cursos pela instituição. Por outro

lado, a profissional ressalta a inexistência de todos os equipamentos necessários

para a reabilitação dos pacientes. Para ela, o ambiente auxilia na melhora da

qualidade de vida do paciente, renovando sua autoestima a ponto delas viverem de

modo independente. Em relação à localização do Centro de Reabilitação, a

fisioterapeuta admite que há reclamações da parte de alguns pacientes devido o

Centro estar implantado em um bairro afastado da área central da cidade.

A aplicação do método para a estudante de fisioterapia retratou as melhorias

por meio das reformas que estão em andamento e a ampliação da cinesioterapia.

Por outro lado, a estudante considera alto o fluxo de pacientes ao longo de alguns

dias da semana e grande quantidade de fisioterapeutas trabalhando na mesma

sala, sendo necessária a divisão de materiais para serem utilizados em todos os

pacientes. Segundo ela, o corredor de circulação é estreito, dificultando a

passagem de cadeirantes. Foi observado, também, que a sala de fisioterapia

deveria ser mais próxima da recepção, já que os pacientes sentem-se cansados ao

fazer trajetos muito longos. Em relação à localização do Centro, há uma queixa dos

funcionários pela distância, enquanto pacientes muitas vezes chegam atrasados

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devido ao baixo fluxo de ônibus no local e, consequentemente, perdem o

atendimento. A estudante também ressalta a importância da existir um centro de

pesquisa como meio de aprimorar os conhecimentos sobre as patologias

envolvidas a fim de ajudar na melhora dos pacientes em tratamento.

Já para o Portador de necessidades especiais (PNE), que frequenta a ACD há

quatro meses por conta de sua tetraplegia, considera o atendimento prestado como

de boa qualidade, sentindo-se bem no espaço de tratamento. Em relação à

localização da instituição, retrata que se conforma com a longa distância a

percorrer com o meio de transporte, pois entende que é necessário.

A entrevista realizada com a acompanhante de um dos PNE’S também

confirmou o bom atendimento prestado e acredita que uma das melhorias para o

espaço seria dispor de maior acessibilidade por meio de um elevador possibilitando

a transição para o pavimento superior.

Atualmente, a ACD está instalada em somente um prédio onde ocorre os

serviços de reabilitação, administração e refeitório. Como pode ser visto na Figura

15, não há proteções contra insolação nas fachadas Leste e Oeste, que recebem a

incidência solar no período da manhã e da tarde respectivamente.

Figura 15 – Prédio principal da ACD.

Fonte: ACD, 2016 (adaptado pelo autor).

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O mesmo ocorre com o prédio destinado para a Oficina Ortopédica, hoje

utilizada como lavanderia (Figura 16).

Figura 16 – Oficina Ortopédica.

Fonte: ACD, 2016 (adaptado pelo autor).

No decorrer do ano de 2016, o espaço veio sofrendo modificações com o

intuito de destinar o prédio exclusivamente para os serviços de reabilitação física e

visual, e outro prédio para o administrativo, restaurante e oficina ortopédica,

ilustrados nas Figuras 17, 18 e 19. Os atendimentos ocorrem de segunda-feira a

sexta-feira, divididos de acordo com os serviços prestados.

Figura 17 – Prédio novo da ACD.

Fonte: ACD, 2016 (adaptado pelo autor).

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Figura 18 – 1º pavimento prédio principal da ACD.

Fonte: ACD, 2016 (adaptado pelo autor).

Figura 19 – 2º pavimento prédio principal da ACD.

Fonte: ACD, 2016 (adaptado pelo autor).

4.3 RESULTADOS OBSERVADOS

A partir do método aplicado, foi notória a prestação de um serviço bem

qualificado em que os pacientes sentem-se bem nesse local por servir de auxílio na

sua reabilitação e independência. No entanto, o espaço físico carece de

ampliações para o melhor atendimento aos pacientes. Outro ponto destacado pelos

entrevistados se diz respeito à localização do Centro de Reabilitação, dificultando o

acesso devido sua distância.

Desse modo, foi possível compreender o espaço por meio das sensações

obtidas pelos entrevistados, auxiliando o observador em suas conclusões e no

aperfeiçoamento do processo de projeto.

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5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

Devido à diversidade de centros médicos, cínicas, consultórios e diferentes

serviços da área da saúde, o município de Passo Fundo é considerado um Polo

Regional de Saúde. Da mesma forma, a cidade também possui um reconhecimento

regional no que se refere à educação do ensino superior, possuindo, em especial, a

Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Faculdade Meridional (IMED) que

dispõem de cursos especializados na área da saúde.

5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL

O Município de Passo Fundo está situado na Mesorregião Noroeste Rio-

Grandense e Microrregião de Passo Fundo, como pode ser observado na Figura

20. Seu território abrange uma área de 780,355 km² e está distanciado 227,65 Km

da capital Porto Alegre.

Figura 20 – Localização Regional.

Fonte: Autor (2016).

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Segundo o Censo 2010 do IGBE, Passo Fundo possui uma população de

184.826 habitantes, estimando uma população de 196.739 para o ano de 2015. A

economia do município se concentra na agropecuária e no comércio, além de

possuir forte setor na saúde e na educação universitária.

Os Bairros Centro e Boqueirão, pertencentes à área de abrangência do estudo,

são reconhecidos por dispor de uma infraestrutura completa para seus moradores.

São, respectivamente, 25.314 e 19.500 habitantes que usufruem de serviços

importantes instalados em suas proximidades (Figura 21).

Figura 21 – Pontos relevantes da área de abrangência.

Fonte: Autor (2016).

Visto que o estudo compreende uma área regional do Estado, foram mapeadas

as distâncias dos principais trevos que dão acesso às cidades pertencentes à área

de abrangência regional. Como pode ser observado na Figura 22, foi possível

observar uma oscilação de tempo entre 5min20s e 17min26s, enfrentando algumas

sinaleiras ao longo do percurso. O estudo ocorreu entre as 9:30hs e 11:00hs da

manhã de quinta-feira, notando uma fluidez positiva de veículos nesse horário e

prevendo um deslocamento facilitado dos pacientes até a área de implantação do

Centro de Reabilitação.

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O percurso abrangeu as rodovias correspondentes aos trevos da cidade e

culminou na Avenida Brasil, importante via Arterial da cidade.

Figura 22 – Mapa das distâncias percorridas.

Fonte: Autor (2016).

Também foi analisada a distância entre a área de estudo e os principais

estabelecimentos de saúde, como pode ser visualizado na Figura 23. Todos os

percursos foram realizados de carro em virtude do entendimento de acesso ao

centro de reabilitação ser realizada por usuários com redução de mobilidade.

Figura 23 – Mapa das distâncias percorridas.

Fonte: Autor (2016).

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28

A presença de Cais (Centro de Assistência Integral a Saúde) e UBS (Unidade

Básica de Saúde) são fundamentais para oferecer à população de um bairro

serviços de profissionais da área da saúde de modo gratuito e com foco na

prevenção. Esses estabelecimentos abrangem um raio de 2.000 metros a partir de

sua inserção no bairro. A partir da Figura 24, é possível observar que os Cais

envolvem praticamente toda a cidade. Por outro lado, a Figura 25 expressa a

abrangência das UBS’s que, mesmo inexistindo em alguns pontos, possuem um

número considerável de unidades.

Figura 24 – Área de abrangência dos Cais em Passo Fundo/RS.

Fonte: Autor (2016).

Figura 25 – Área de abrangência das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Passo Fundo/RS.

Fonte: Autor (2016).

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29

5.2 MAPA NOLLI

A área de abrangência do levantamento considerou um raio de 500 metros a

partir do centro do terreno. Ao observar a Figura 26, nota-se a ocupação de 60%

de edificações nos quarteirões, enquanto 40% da área é composta, em grande

parte, por áreas verdes.

Figura 26 – Mapa Nolli.

Fonte: Autor (2016).

5.3 INFRAESTRUTURA URBANA

5.3.1 Sistema Viário

O Município de Passo Fundo constitui em sua malha viária básica o conjunto

de vias arteriais, coletoras e locais. Trata-se de um bom desempenho de

mobilidade urbana no entorno estudado, possibilitando facilidades de acesso aos

bairros a partir da Avenida Brasil. Por outro lado, existem vários pontos conflitantes,

principalmente no cruzamento de vias coletoras com as vias locais do entorno,

conforme a Figura 27.

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30

Figura 27 – Mapa da Infraestrutura do Sistema Viário.

Fonte: Autor (2016).

A pavimentação das vias na área de abrangência estudada possui

predominância asfáltica tanto nas principais vias da cidade quanto no interior dos

bairros Centro e Boqueirão. Nas Figuras 28, 29, 30 e 31 podem ser observadas

calçadas degradadas devido à falta de manutenção da vegetação local no entorno

imediato do terreno, assim como suas devidas dimensões.

Figura 28 – Rua Coronel Miranda – Via Coletora Mão Única.

Fonte: Autor (2016).

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31

Figura 29 – Rua dos Andradas – Via Coletora Mão Dupla.

Fonte: Autor (2016).

Figura 30 – Rua Paissandú – Via Coletora Mão Única.

Fonte: Autor (2016).

Figura 31 – Rua Uruguai – Via Coletora Mão Única.

Fonte: Autor (2016).

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32

5.3.2 Transporte

A área é servida pelo transporte público, como se observa na Figura 32,

possuindo ligações com todos os bairros da cidade.

Figura 32 – Mapa dos pontos de ônibus.

Fonte: Autor (2016).

5.3.3 Uso e Ocupação do Solo

A área de implantação encontra-se em uma zona de transição onde se observa,

a partir das Figuras 33 e 34 a predominância de residências unifamiliares voltadas

para o interior do Bairro, enquanto os usos diversificados situam-se próximos à

Avenida Brasil.

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33

Figura 33 – Mapa de uso e ocupação do solo.

Fonte: Autor (2016).

0 200 400 600 800 1000 1200

Residência Unifamiliar

Residência Unifamiliar Vertical

Misto (residência e comércio/serviço)

Comércio

Serviço

Educacional

Institucional

Templo

Terreno Baldio

Em construção

Figura 34 – Tipos de usos e ocupações do Solo.

Fonte: Autor (2016).

77,65%

4,32%

3,42%

4,88%

3,56%

0,97%

0,62%

0,41%

3,35%

0,76%

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34

A partir do levantamento do uso e ocupação do solo, observou-se que 166

edificações se encontravam em ótima conservação, 618 em boa conservação, 432

de características regulares/ruins e 216 em péssimo estado de conservação. Desse

modo, compreende-se que a maioria das edificações dessa parcela de solo urbano

se encontra em boa conservação, como consta nas Figuras 35 e 36.

Figura 35 – Mapa de conservação das edificações.

Fonte: Autor (2016).

0 200 400 600 800

Ótimo

Bom

Regular/Ruim

Péssimo

Figura 36 – Tipos de conservação.

Fonte: Autor (2016).

11,59%

43,15%

30,16%

15,08%

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35

Por outro lado, os mesmos imóveis foram sujeitados à avaliação de seu padrão

construtivo, sendo 84 deles com padrão alto, 873 com padrão médio e 475 com

padrão baixo, predominando o padrão construtivo de nível médio, como se observa

nas Figuras 37 e 38.

Figura 37 – Mapa do padrão construtivo das edificações.

Fonte: Autor (2016).

0 200 400 600 800 1000

Alto

Médio

Baixo

Figura 38 – Tipos de padrão construtivo.

Fonte: Autor (2016).

33,18%

60,96%

5,86%

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36

Nota-se, a partir das Figuras 39 e 40, a variedade da altura das edificações no

raio de abrangência estudado. Nas edificações próximas à Avenida Brasil, as

edificações são mais altas, enquanto no lado oposto, são em grande parte térreas.

Figura 39 – Mapa de altura dos pavimentos.

Fonte: Autor (2016).

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

1 a 2 pavimentos

3 a 5 pavimentos

6 a 10 pavimentos

Mais de 11 pavimentos

Figura 40 – Altura dos pavimentos.

Fonte: Autor (2016).

91,06%

5,30%

2,16%

1,46%

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37

5.3.4 Infraestrutura Urbana

A partir do mapa de infraestrutura urbana (Figura 41), pode ser observada a

presença de redes de água e energia, suportes que garantem o funcionamento das

cidades e permitem o uso do solo urbano. No entanto, a região é desprovida de rede

de esgoto, planejamento idealizado pelo município que será implementado dentro de

5 e 10 anos.

Por outro lado, o entorno da edificação compreende uma massa vegetativa

bastante densa na área central dos quarteirões que compreendem o raio de 500

metros no entorno da área em estudo.

Figura 41 – Mapa de infraestrutura urbana.

Fonte: Autor (2016).

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38

5.3.5 Área de implantação

As Figuras 42 e 43 apresentam a infraestrutura viária e as devidas sinalizações

do entorno imediato da área de implantação.

Figura 42 – Mapa da Infraestrutura da área de implantação.

Fonte: Autor (2016).

Figura 43 – Mapa das sinalizações viárias da área de implantação.

Fonte: Autor (2016).

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39

A topografia da área estudada possui um desnível de cinco metros em relação

às ruas Paissandú e Uruguai, distribuídos em duas curvas de níveis que configuram

essa declividade, como demonstrado nas Figuras 44 e 45.

Figura 44 – Levantamento topográfico da área de implantação.

Fonte: Autor (2016).

Figura 45 – Cortes transversal e longitudinal da área de implantação.

Fonte: Autor (2016).

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40

A projeção de sombras consequente da orientação solar em vários horários do

dia (Figura 46), configura num sombreamento considerável nos diferentes períodos

do dia no verão.

Figura 46 - Orientação solar do entorno em diferentes horários do dia.

Fonte: Autor (2016).

No entanto, há uma diminuição na projeção de sombras na estação do inverno,

como se observa na Figura 47.

Figura 47 - Orientação solar do entorno em diferentes horários do dia.

Fonte: Autor (2016).

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41

O quarteirão que abriga a área de implantação é circundada por muros em toda

a sua extensão (Figura 48), promovendo insegurança aos moradores lindeiros.

Figura 48 – Vistas do terreno.

Fonte: Autor (2016).

5.3.6 Skyline

O entorno imediato do terreno é composto por edificações de uso misto e

residências unifamiliares, possibilitando um skyline diferenciado porém com alturas

uniformes, como pode ser visto na Figura 49.

Figura 49 – Skyline das faces do entorno do lote.

Fonte: Autor (2016).

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42

6. SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO GERAL E ESPECÍFICA DO TEMA

6.1 PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS

O Plano Diretor do Município de Passo Fundo propõe a mobilidade por meio dos

transportes coletivos, individuais, de veículos não motorizados e dos pedestres. Tal

instrumento valoriza o patrimônio ambiental, visando a sustentabilidade e a

promoção dos valores históricos e culturais de Passo Fundo, compreendendo a

necessidade de uma relação equilibrada entre ambiente construído e natural ao

requalificar a arborização urbana.

A infraestrutura municipal tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da

população, aumentar os níveis de salubridade e manter o equilíbrio com o meio

ambiente, assegurando o direito às políticas sociais básicas e aos serviços públicos

essenciais à toda população, observando os princípios, diretrizes, objetivos e linhas

de ação das políticas municipais de promoção e defesa dos direitos da criança e do

adolescente, das pessoas idosas e de inclusão das pessoas portadoras de

necessidades especiais de modo a descentralizar os equipamentos urbanos no

sentido de obter a adequada distribuição dos serviços públicos municipais.

O Terreno a ser estudado, encontra-se na Macrozona Urbana da cidade tendo

uso classificado como Área Adensável ao possibilitar ocupações diferenciadas.

Desse modo, a área de implantação do Centro de Reabilitação Física e Visual situa-

se em uma Zona de Transição (ZT), de uso Permissível, possibilitando a inserção de

serviços Médicos em estabelecimentos de prestação de serviços de saúde,

caracterizados pela permanência apenas eventual de pacientes, por meio de clínicas

especializadas.

Por se tratar de uma Zona de Transição (ZT), o projeto deverá obedecer aos

índices urbanísticos máximos: Taxa de Ocupação (TO) de 60%, Coeficiente de

Aproveitamento (CA) de 2,8, a Cota Ideal por Dormitório (CID) de 15m² e o Lote

Mínimo (LM) de 300m².

Em relação aos recuos, tal edificação obrigatoriamente deverá obedecer recuos

frontais de quatro metros em ambos os lados, sendo dois metros destinados ao

alargamento viário já efetuado na Rua Cel. Miranda. Já para os estacionamentos,

deverá ser prevista uma vaga a cada 50m² de área construída.

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43

6.2 CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS

Para este caso, o Código de Obras da cidade de Passo Fundo estabelece

disposições específicas para edificações não residenciais com o intuito de garantir

espaços habitáveis e com a devida infraestrutura. Este instrumento fornece diretrizes

para o desenvolvimento de consultórios e hotéis, rampas, instalações sanitárias para

deficientes físicos, sinalização e disposição dos espaços externos.

6.3 NBR 9050 E NBR 9077

O projeto atenderá na íntegra a NBR 9050 referente à acessibilidade das

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos tanto no meio urbano como no

meio rural. Por outro lado, a NBR 9077 dispõe sobre as saídas de emergência em

edifícios, a fim de proteger a integridade física das pessoas em uma situação de

sinistro.

6.4 RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA (RDC Nº 50)

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) é observada em todo o Território

Nacional na área pública e na privada incluindo, em especial a este caso,

construções novas de estabelecimentos assistenciais de saúde de todo o país. Tal

diretriz é aplicada e executada pelas secretarias estaduais e municipais de saúde

visando seu cumprimento. Desse modo, todos os projetos de estabelecimentos

assistenciais de saúde – EAS deverão obrigatoriamente ser elaborados em

conformidade com as disposições desta norma.

Para o desenvolvimento dessa tipologia de estabelecimento é necessário

elaborar um estudo preliminar, um projeto básico e, finalmente, um projeto

executivo, sendo que o programa de necessidades (físico-funcional) será a

consequência das características idealizadas para os ambientes previstos na

edificação. Além disso, é necessário desenvolver projetos pontuais que apresentem

um maior detalhamento do projeto em questão, como por exemplo, projeto das

instalações elétricas e especiais dos estabelecimentos de saúde. Os desenhos e

documentos a serem elaborados deverão respeitar a NBR-6492 que têm por

finalidade padronizar e unificar a sua apresentação.

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44

Para edificações novas, sejam estabelecimentos completos ou partes a serem

ampliadas, é obrigatória a aplicação total desta norma. No entanto, quando se tratar

da adoção de uma nova tecnologia não abordada pela norma, é necessário

privilegiar os fluxos de trabalho/material/paciente.

A programação físico-funcional dos estabelecimentos assistenciais de saúde

baseia-se em um Plano de Atenção à Saúde já elaborado, onde estão definidas as

distintas tecnologias de operação e a conformação das redes físicas de atenção à

saúde, delimitando no seu conjunto a listagem de atribuições de cada

estabelecimento de saúde.

Devem-se selecionar as atribuições que participarão do programa de atividades

do estabelecimento, de acordo com as necessidades da instituição, do município, da

região e do estado, baseadas na proposta assistencial a ser adotada. Desta forma a

decisão do tipo de estabelecimento a ser implantado será dos gestores, dos técnicos

e da comunidade envolvida, e não mais de acordo com padrões preestabelecidos

nacionalmente.

Voltando a atenção a este estudo, a RDC nº 50 determina:

ATRIBUIÇÃO 4: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO

DIAGNÓSTICO E TERAPIA - atendimento a pacientes internos e externos em ações

de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado da saúde (contato

direto): proceder à consulta e exame clínico de pacientes, preparar o paciente

realizando exames diagnósticos e intervenções terapêuticas. Promover estudos

fluoroscópicos ou radiográficos, elaborar relatórios médico e de enfermagem e

registro dos procedimentos realizados e proporcionar cuidados pós procedimentos.

Por meio da fisioterapia é necessário promover a Termoterapia (tratamento através

de calor), a Eletroterapia (tratamento através de corrente elétrica), a Cinesioterapia

(tratamento através de movimento), Mecanoterapia (tratamento através de

aparelhos), a Hidroterapia (tratamento por meio de água), a terapia ocupacional e a

fonoaudiologia.

Há, também, a seguinte atribuição: “PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO

ELETIVO DE PROMOÇÃO E ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM REGIME

AMBULATORIAL E DE HOSPITAL-DIA”, que procede à consulta médica,

psicológica, de assistência social, de farmácia, de fisioterapia, de terapia

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45

ocupacional, de fonoaudiologia e de enfermagem, realiza treinamento especializado

para aplicação de procedimento terapêutico e/ou manutenção ou uso de

equipamentos especiais.

No que se refere aos ambientes da área da saúde, estes espaços identificam a

quantidade mínima destes. Em geral, muitos desses espaços são obrigatórios,

enquanto os demais são optativos, dependendo do tipo do estabelecimento. Os

ambientes de apoio podem ou não estar dentro da área da unidade, desde que de

fácil acesso, salvo exceções explicitadas entre parênteses ao lado do nome do

ambiente, assim como podem ser compartilhados entre duas ou mais unidades. Os

ambientes de apoio relacionados ao conforto e higiene dos pacientes e funcionários,

guarda de resíduos de serviço de saúde e limpeza do EAS devem estar localizados

na própria edificação.

As unidades funcionais que competem o Centro Especializado de Reabilitação

Física e Visual resumem-se em atendimento ambulatorial, apoio ao diagnóstico

terapia, ao apoio técnico, ao ensino e à pesquisa, ao apoio administrativo e ao

logístico.

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46

7. CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO

7.1 CONCEITO GERAL DA PROPOSTA

Propor o conceito 4R’s (Reapropriar, Reutilizar, Reabilitar e Reinserir) para a

implantação do Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual (CER II), como

pode ser visto na Figura 50. A partir desse conceito, torna-se evidente a

necessidade de REAPROPRIAR um espaço subutilizado inserido próximo ao centro

da cidade, retomando a história e o espaço físico do local de implantação. Para isso,

é necessário disponibilizar serviços de interesse da população com base em

princípios sustentáveis que promovam a REUTILIZAÇÃO e humanização do

ambiente construído, visando a REABILITAÇÃO dos pacientes a ponto de

RESINSERÍ-LOS na sociedade.

Figura 50– Identidade visual do conceito proposto.

Fonte: Autor (2016).

Visto que o projeto está situado em uma área que já desenvolveu atividades

físicas para os estudantes do Instituto Educacional IE, o conceito 4 R’s propõe

retomar a herança deixada por esse espaço que propiciou a busca pelo exercício,

pelo movimento (Figura 51).

Por outro lado, o conceito segue as características da malha urbana em que se

localiza. O entorno é caracterizado por uma considerável parcela de massas verdes

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47

no eixo central dos quarteirões, possibilitando benefícios que um ambiente natural

propicia aos moradores (Figura 52). Da mesma forma, tal projeto seguirá a mesma

diretriz: dispor áreas verdes na área central do local de implantação, disponibilizando

um jardim sensorial e possibilitando o contato dos pacientes diretamente com a

natureza.

Figura 51 – Herança esportiva da área de Figura 52 – Geometria dos quarteirões.

implantação do bairro. Fonte: Autor (2016).

Fonte: Autor (2016).

7.2 CONCEITO DA VOLUMETRIA

A coluna vertebral (Figura 53) é responsável por dar sustentação aos

diferentes membros do nosso corpo e possuir cartilagens que promovem sua

movimentação, garantindo a mobilidade do indivíduo. Já a visão, dependente da

coluna vertebral, é responsável por detectar a luz e transformar a percepção em

impulsos elétricos, fornecendo informações sobre a posição do corpo e segmentos

em relação ao ambiente. A visão também é considerada uma via de informação

sensorial de maior importância para a postura.

Figura 53– Regiões da coluna vertebral.

Fonte: Novafisio, 2015 (adaptado pelo Autor)

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Com base nestas considerações, o conceito do Centro Especializado em

Reabilitação Física e Visual traz uma relação acerca do desempenho destas funções

vitais: as quatro regiões da coluna vertebral representadas por quatro blocos

inseridos na malha urbana, possibilitam espaços para pesquisa, reabilitação,

administração, serviço, hospedagem e oficina ortopédica que, unidos, promoverão a

sustentação de todo o CER II (Figura 54). As vértebras do corpo humano são

ligadas umas às outras por meio de cartilagens que permitem o movimento (Figura

55). Com isso, o centro de reabilitação proporcionará o movimento através de

circulações que permitirão o acesso dos usuários pelos diferentes ângulos do

terreno, promovendo, assim, a inserção da sociedade naquele espaço.

Por outro lado, o centro de reabilitação será envolto por materiais que

representem, assim como o sentido da visão, a proteção ao centro de reabilitação

fazendo com que os ambientes se utilizem da luz natural para transmitir conforto

ambiental e, consequentemente, uma melhora na reabilitação dos pacientes.

Figura 54– Concepção formal.

Fonte: Autor (2016).

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49

Figura 55– Concepção formal.

Fonte: Autor (2016).

7.3 CARTA DE INTENÇÕES

O projeto estará diretamente relacionado à herança do local, norteada

pelos exercícios físicos de uma instituição de ensino. Também levará em

consideração o caráter e à geometria do bairro, tanto no que se refere às

alturas predominantes das edificações como a disposição das massas verdes

nas áreas centrais dos quarteirões, característica predominante do sítio. Com

isso, a disposição dos volumes visa propor acessos por todos as

extremidades do quarteirão assim como possibilitar visuais para todos os

ângulos do entorno do local de implantação, como pode ser observado nas

Figuras 56 e 57.

Figura 56– Croqui dos acessos.

Fonte: Autor (2016).

Figura 57– Croqui das visuais.

Fonte: Autor (2016).

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7.4 DIRETRIZES DE PROJETO

Promover alturas diferenciadas nas disposições indicadas;

Utilizar estrutura metálica como técnica construtiva;

Aplicar o revestimento Trespa Meteón devido a sua resistência e

durabilidade;

Propor um sistema que vise a reutilização da água da chuva;

Possibilitar princípios bioclimáticos eficientes por meio da disposição

estratégica de aberturas;

Empregar acessos que facilitem a imersão das pessoas de diferentes

pontos do bairro/cidade/região;

Unir o ambiente construído a um jardim sensorial despertando os sentidos

dos pacientes.

A Figura 58 apresenta imagens referenciais de projeto, servindo de auxílio para

sua concepção formal.

Figura 58– Imagens referenciais de projeto

Fonte: Autor (2016).

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51

7.5 DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS

O entorno do local de implantação de um projeto é fundamental por guiar o

público-alvo até o local desejado. Desse modo, torna-se indispensável promover

melhorias e adaptações que visem a reestruturação formal e funcional dos pontos

em questão, como pode ser visto nas Figuras 59 e 60.

Problemas

Problema Diretriz Estratégia Cenário Atual Proposta

Trânsito intenso Facilitar o acesso

do pedestre

Criar faixa elevada nos

pontos conflitantes

Acessibilidade

Promover acesso universal

Gerar passeios públicos

acessíveis de acordo com a

NBR 9050

Figura 59 – Diretrizes urbanas propostas.

Fonte: Autor (2016).

Potencialidades

Problema Diretriz Estratégia Cenário Atual Proposta

Área bem localizada

Integrar o entorno com o

restante da

cidade e da região

Facilitar os percursos da

cidade através da

reestruturação de fluxos viários

Canteiros

Centrais da

Avenida Brasil

Permitir o seu uso

por todas as faixas etárias

Promover sua reestruturação

por meio da acessibilidade e de inclusão

com a natureza

Mobiliário

Urbano

Promover

infraestrutura nas proximidades do terreno

Requalificar seu uso

destinando-o ao público no

geral

Figura 60– Diretrizes urbanas propostas.

Fonte: Autor (2016).

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8. PARTIDO GERAL

8.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES DO PROJETO

O projeto envolve um programa que inclui áreas de pesquisa, reabilitação,

hospedagem e oficina ortopédica, como se observa na Figura 61.

BLOCO PARA REABILITAÇÃO

o Consultório Diferenciado (Fisiatria, Ortopedia ou Neurologia); o Sala de Preparo de paciente; o Salão para cinesioterapia e mecanoterapia; o Box de terapias (eletroterapia); o Consultório Oftalmológico; o Sala de atendimento individualizado (Laboratório de Prótese Ocular); o Sala de Orientação de Mobilidade; o Sala de orientação para uso funcional de recursos para baixa visão; o Sala de espera/recepção; o Sala de Triagem médica; o Consultório Interdisciplinar para avaliação clínico - funcional; o Área de prescrição médica; o Sala de atendimento terapêutico - grupo infantil; o Sala de atendimento terapêutico - grupo adulto; o Sala de atendimento terapêutico infantil; o Sala de atendimento terapêutico adulto; o Sala de Estimulação Precoce; o Sala de Atividade de Vida Prática (AVP); o Áreas de Convivência Interna; o Hidroterapia; o Sanitários Públicos; o Copa/Refeitório para funcionários; o Almoxarifado; o Depósito de Material de Limpeza (DML); o Área externa para embarque e desembarque de ambulância; o Sala para equipamento de geração de energia elétrica alternativa; o Abrigo externo de resíduos sólidos; o Garagem;

BLOCO PARA PESQUISA

o Hall de entrada; o Coordenação; o Sala de reunião; o Sala dos professores; o Sala de aula; o Lanchonete;

o Área de convivência interna; o Sanitários públicos; o Dep. de material de limpeza (DML); o Almoxarifado; o Auditório; o Biblioteca;

BLOCO PARA HOSPEDAGEM

o Sala de espera/recepção; o Sala de reunião; o Sala administrativa; o Sala de suporte; o Sala de TI; o Sanitários administrativos; o Sanitários públicos; o Fraldário; o Depósito de alimentos; o Antecâmara; o

o Cozinha; o Refeitório; o Almoxarifado; o Copa/refeitório; o Sanitários/vestiários para funcionários; o Sala de armazenamento temporário de

resíduos; o Depósito de material de limpeza (DML); o Sala de jogos; o Hospedagem;

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53

Continuação...

Figura 61 – Distribuição do programa de necessidades

Fonte: Autor (2016).

8.2 ORGANOGRAMA

A organização dos espaços e suas hierarquias de acesso são representadas

nos organogramas abaixo (Figuras 62 e 63). Como pode ser observada, a

distribuição dos espaços em quatro blocos facilitam o acesso ao centro de

reabilitação ao possibilitar diferentes acessos.

Figura 62– Organograma da disposição dos blocos no terreno.

Fonte: Autor (2016).

BLOCO PARA OFICINA ORTOPÉDICA

o Sala de espera/recepção; o Sanitários públicos; o Sala de atendimento Individualizado (Sala de Provas); o Sessão de Tomada de Moldes; o Sessão de Gesso; o Sessão de Termomoldagem; o Sessão Montagem de Prótese; o Sessão de Montagem de Órtese; o Sessão de adaptação e manutenção; o Sessão de selaria, tapeçaria, costura e acabamento; o Sessão de sapataria; o Sessão de Adaptações; o Sala de Máquinas; o Sala administrativa; o Copa/refeitório; o Sanitário/Vestiário para funcionários; o Depósito de Material de Limpeza (DML);

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54

Figura 63 – Organograma dos setores.

Fonte: Autor (2016).

8.3 FLUXOGRAMA

A representação esquemática da distribuição dos ambientes possibilita um

melhor entendimento em relação à transição de um espaço a outro. O bloco para a

Pesquisa, representado na Figura 64, propõe dois pavimentos voltados para

estudantes da área da saúde, enquanto o bloco para a Reabilitação (Figura 65)

concentra espaços para consultas médicas. Tais espaços possibilitam uma

experiência de extensão universitária e profissional a partir da prestação de serviços

aos pacientes.

Figura 64– Fluxograma do bloco de Pesquisa. Fonte: Autor (2016).

1º Pavimento 2º Pavimento

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Figura 65– Fluxograma do bloco de Reabilitação.

Fonte: Autor (2016).

1º Pavimento

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56

Ao se tratar de um serviço na área da saúde a nível regional, é necessário propor

espaços para a acomodação de pacientes e acompanhantes vindos de outros

municípios. Desse modo, propõe-se a otimização de um bloco que garanta a

hospedagem e os serviços necessários para sua manutenção (Figura 66).

Figura 66– Fluxograma do bloco de Serviço e Hospedagem.

Fonte: Autor (2016).

A Oficina Ortopédica é distribuída em espaços que servem de auxílio para a

manutenção do CER II em diferentes situações (Figura 67).

Figura 67– Fluxograma do bloco da Oficina Ortopédica.

Fonte: Autor (2016).

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8.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

A partir do programa de necessidades, vê-se a necessidade de desenvolver um pré-

dimensionamento (Tabela 07) dos espaços para, com isso, analisar as dimensões

necessárias para cada tipologia de ambiente, necessárias para o desenvolvimento

setorizado das próximas etapas projetuais.

Tabela 07 – Pré-dimensionamento

Setor Compartimento Mobiliário necessário Área útil (m²)

BLOCO PARA PESQUISA

PÚBLICO

Hall de entrada Balcão e poltronas 150,00

Coordenação Mesa, cadeiras, estante, armários aéreos

40,00

Área de convivência interna Bancos 170,00

Sanitários públicos Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio

40,00

Auditório Assentos reclináveis 287,00

Biblioteca Balcão de atendimento, estantes, mesas, cadeiras

243,00

Sala de estudos Mesa, armário, cadeiras 35,00

Sala de aula Mesa, cadeiras 50,00

ADM

Sala dos professores Mesa, cadeiras, estante, armários aéreos

40,00

Sala de reunião Mesa, cadeiras, estante, armários aéreos

40,00

SERVIÇO

Depósito de material de limpeza (DML)

Balcão e armários, tanque 2,25

Almoxarifado Balcão e armários 15,40

Lanchonete Balcão e armários 29,00

BLOCO PARA REABILITAÇÃO

PÚBLICO

Consultório Diferenciado (Fisiatria, Ortopedia ou Neurologia)

Mesa, cadeiras, armário 12,50

Sala de Preparo de paciente Mesa, cadeiras, armário 12,50

Salão para cinesioterapia e mecanoterapia

Esteira e bicicleta ergométricas

150,00

Box de terapias (eletroterapia) Mesa de massagem 8,00

Consultório Oftalmológico Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sala de atendimento individualizado (Laboratório de Prótese Ocular)

Mesa, cadeiras, armário 5,00

Sala de Orientação de Mobilidade; Mesa, cadeiras, armário 20,00

Sala de orientação para uso funcional de recursos para baixa visão

Mesa, cadeiras, armário 12,00

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58

Continuação...

Sala de espera/recepção Mesa de atendimento, cadeiras

150,00

Sala de Triagem médica Mesa, cadeiras, armário 8,00

Consultório Interdisciplinar para avaliação clínico - funcional

Mesa, cadeiras, armário 12,50

Área de prescrição médica Mesa, cadeiras, armário 80,00

Sala de atendimento terapêutico - grupo infantil

Mesa, cadeiras, armário 20,00

Sala de atendimento terapêutico - grupo adulto

Mesa, cadeiras, armário 20,00

Sala de atendimento terapêutico infantil

Mesa, cadeiras, armário 12,00

Sala de Estimulação Precoce; Mesa e cadeiras 20,00

Sala de Atividade de Vida Prática (AVP)

- 20,00

Áreas de Convivência Interna Bancos 70,00

Hidroterapia Piscina 208,00

Sanitários Públicos Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio

30,00

Área externa para embarque e desembarque de ambulância

- 21,00

Garagem 200 vagas -

SERVIÇO

Copa/Refeitório para funcionários Mesa, cadeiras, armários 60,00

Almoxarifado Balcão e armários 20,00

Sanitários/vestiários funcionários Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio

40,00

Depósito de Material de Limpeza (DML)

Balcão e armários, tanque 2,25

Sala para equipamento de geração de energia elétrica alternativa

- 20,00

Abrigo externo de resíduos sólidos - 4,00

BLOCO PARA SERVIÇO E HOSPEDAGEM

PÚBLICO

Sala de espera/recepção Mesa de atendimento, cadeiras

80,00

Sanitários públicos Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio

16,00

Fraldário Mesa maca, armário, trocador

4,00

Sala de jogos Mesa de sinuca, mesa para pingue-pongue, jogos eletrônicos

190,00

Hospedagem Cama, criado-mudo, armário 980,00

ADM

Sala de reunião Mesa, cadeiras, estante 52,00

Sala administrativa Mesa, cadeiras, estante 60,00

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59

Continuação...

Sala de suporte Mesa, cadeiras, estante 15,50

Sala de TI Mesa, cadeiras, estante 15,50

Sanitários administrativos Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio

7,00

SERVIÇO

Depósito de alimentos Balcão, armários aéreos 20,00

Antecâmara Câmara-fria 20,00

Cozinha Balcão, armários aéreos 80,00

Refeitório Mesas, cadeiras 290,00

Almoxarifado Balcão e armários 20,00

Copa/refeitório Mesa, cadeiras, armários 25,00

Sanitários/vestiários funcionários Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio, armários

40,00

Sala de armazenamento temporário de resíduos

Balcão e estante 3,00

Depósito de material de limpeza (DML)

Balcão e armários, tanque 2,25

BLOCO PARA OFICINA ORTOPÉDICA

PÚBLICO

Sala de espera/recepção Mesa de atendimento, cadeiras

150,00

Sanitários públicos Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio

10,00

Sala de atendimento Individualizado

Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de Tomada de Moldes Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de Gesso Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de Termomoldagem Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão Montagem de Prótese Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de Montagem de Órtese Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de adaptação e manutenção

Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de selaria, tapeçaria, costura e acabamento

Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de sapataria Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sessão de Adaptações Mesa, cadeiras, armário 15,00

Sala de Máquinas Mesa, cadeiras, armário 18,00

ADM Sala administrativa Mesa, cadeiras, armário 40,00

SERVIÇO

Copa/refeitório Mesa, cadeiras, armários 29,25

Sanitário/Vestiário para funcionários

Vaso sanitário, mictório, cuba de apoio, armários

35,00

Depósito de Material de Limpeza (DML)

Balcão e armários, tanque 2,25

Área Total 7.573,71

Fonte: Autor (2016).

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60

8.5 PARTIDO GERAL - ZONEAMENTO

Após analisar o diagnóstico do entorno e a área de implantação, foram

desenvolvidas três propostas de zoneamento graficadas e conceituadas nas Tabelas 08,

09 e 10, levando em consideração a funcionalidade, a forma e o sistema construtivo

adotados para cada uma delas.

Tabela 08 – Proposta de zoneamento 01

Fonte: Autor (2016).

Critérios Avaliação

Funcionalidade

Delimita o acesso principal pela rua paralela aos demais

serviços hospitalares, como o HSVP e o HSVP Unidade 2.

Devido a interligação dos espaços, torna-se possível a

tramitação em um único bloco.

Forma

Faz referência aos quarteirões do entorno do terreno,

característicos de massa vegetativa nos átrios centrais

envoltos por edificações.

Sistema

Construtivo

Estrutura metálica.

Conclusões

Projeto funcional que permite a fluidez nos diferentes espaços

da edificação. No entanto, devido a restrição de acesso em um

único lugar, torna-se mais difícil a interação dos indivíduos

para com a área paisagística proposta para o centro da

implantação.

Fonte: Autor (2016).

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61

Tabela 09 – Proposta de zoneamento 02

Fonte: Autor (2016).

Critérios Avaliação

Funcionalidade

Permite dois acessos principais por meio das vias mais

movimentadas em seu entorno imediato. Ao mesmo tempo que

possui uma necessidade de fluxo que permita a relação direta

com o ambiente natural do átrio central, a edificação garante

uma boa funcionalidade ao definir a união dos serviços em dois

blocos.

Forma

Devido às alturas distintas dos blocos, são possibilitadas boas

visuais para o bairro em que está inserido.

Sistema

Construtivo

Estrutura em madeira.

Conclusões

Linearidade obtida pela organização espacial do projeto

diretamente relacionada ao eixo que liga de ponta a ponta na

área de implantação.

Fonte: Autor (2016).

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62

Tabela 10 – Proposta de zoneamento 03

Fonte: Autor (2016).

Critérios Avaliação

Funcionalidade

Propõe possibilidades diferentes de acesso à edificação.

Permite uma área central que facilite a interação do paciente

junto à natureza consequente dos fluxos necessários para o

acesso aos diferentes blocos.

Forma

Releitura das quatro regiões da coluna vertebral caracterizada

pelos quatro blocos que se complementam.

Sistema

Construtivo

Estrutura metálica.

Conclusões

Volumes implantados estrategicamente em diferentes alturas,

permitindo aproveitamento da iluminação e da ventilação

natural.

Fonte: Autor (2016).

A partir da análise das três propostas realizadas, foi escolhida a proposta 03

devido a ramificação das edificações possibilitando variedade de acessos e sua

funcionalidade. Com isso, torna-se possível realizar um estudo bioclimático

consequente da utilização de formas diferenciadas nos quatro blocos distintos,

permitindo maior insolação nos períodos mais frios assim como premeditar que os

espaços sejam mais agradáveis principalmente no verão.

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63

9. CONCLUSÕES

Com base na revisão bibliográfica pertinente ao tema em questão, foi possível

compreender a relação entre o hospital e o paciente, acompanhando a evolução

deste espaço e o processo de inclusão do indivíduo ao longo dos anos. Da mesma

forma, os estudos de caso de projetos referenciais serviram como base para

perceber as melhores soluções para o anteprojeto a partir da disposição

arquitetônica dos ambientes, analisando suas condições bioclimáticas e,

consequentemente, adaptando-as às necessidades da proposta.

Devido ao fato do terreno estar implantado próximo à área central da cidade, o

levantamento do entorno da área de implantação foi fundamental para que o projeto

usufruísse dos benefícios deste entorno e, da mesma forma, proporcionasse

melhorias na malha urbana inserida.

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64

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 3 ed. Rio de Janeiro:

ABNT, 2015. 162 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077: Saída de

emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. 35 p.

BRASIL. Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Resolução da Diretoria

Colegiada nº 50. [S.l].

CAVALCANTI, Patrícia Biasi; AZEVEDO, Giselle Arteiro Nielsen; ELY, Vera Helena

Moro Bins. Indicadores de qualidade ambiental para hospitais-dia. Ambiente

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Martins Fontes, 2005. 400 f.

EDWARDS, Brian. O guia básico para a sustentabilidade. 2ª Edição. Barcelona:

Editorial Gustavo Gili, 2008. Série.

FILHO, Vitor Ribeiro; CARVALHÊDO, Wlisses dos Santos. ACESSIBILIDADE EM

PALMAS: UMA ANÁLISE DA MOBILIDADE URBANA. In: XVI ENCONTRO

NACIONAL DOS GEÓGRAFOS, 16., 2010, Porto Alegre. Anais XVI Encontro

Nacional dos Geógrafos. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros,

2010. p. 1 - 10.

GAMA, Renato; COSTA, Rosa. Apontamentos para a arquitetura hospitalar no

Brasil: entre o tradicional e o moderno. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, v.

18, p.53-66, dez. 2011.

GUADAGNIN, Simone Vieira Toledo et al. Centro de material e esterilização:

padrões arquitetônicos e o processamento de artigos. Revista Eletrônica de

Enfermagem, Goiânia, v. 7, n. 3, p.285-293, 10 dez. 2005.

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IBDD – INSTITUTO BRASILEIRO DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

(Rio de Janeiro) (Org.). Inclusão social da pessoa com deficiência: medidas que

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<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2016.

JORNALISMO UIRAPURU (Passo Fundo). Superlotação e longa espera no

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LIMA, Lucimara Ferreira de. ARQUITETURA HOSPITALAR: SUSTENTABILIDADE

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AVALIAÇÃO. 2010. 100 f. Monografia (Especialização) - Curso de Curso de

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MASCARELLO, Vera Lucia Dutra. PRINCÍPIOS BIOCLIMÁTICOS E PRINCÍPIOS

DE ARQUITETURA MODERNA - EVIDÊNCIAS NO EDIFÍCIO HOSPITALAR. 2005.

147 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Faculdade de Arquitetura, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

MIRANDA, Arlete A. B. História, deficiência e educação especial. In: Revista

HISTEDBR On-line, p. 1-7, 2004. Disponível em

www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/revis/revis15/art1_15.pdf. Acesso em

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OLIVEIRA, Beatriz Rosana Gonçalves de; COLLET, Neusa; VIERA, Cláudia Silveira.

A HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE. Latino-am, Paraná, p.277-283,

2006.

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PAGLIUCA, Lorita Marlena Freitag; ARAGÃO, Antônia Eliana de Araújo; ALMEIDA,

Paulo César. Acessibilidade e deficiência física: identificação de barreiras

arquitetônicas em áreas internas de hospitais de Sobral, Ceará. Revista da Escola

de Enfermagem da Usp, São Paulo, v. 41, n. 4, p.581-588, 14 nov. 2006. Bimestral.

PASSO FUNDO (Município). Lei Complementar nº 170, de 09 de outubro de

2006. Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado - Pddi do MunicÍpio de

Passo Fundo.

PASSO FUNDO (Município). Lei Complementar nº 5, de 31 de dezembro de

1996. Código de Obras do Município de Passo Fundo. Passo Fundo, RS.

RHEINGANTZ, Paulo Afonso et al. Observando a qualidade do

lugar: Procedimentos para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: Proarq, 2009.

119 p.

RISÉRIO, Antonio; SEGAWA, Hugo; CAMPOS, Márcio Correira; RISSELADA, Max;

PINHO, Roberto. A arquitetura de Lelé: fábrica e invenção. Local de publicação:

Imprensa, 2011.

ROSA, Luísa Grigoletti Dalla. História saúde e poder em Passo Fundo. Passo

Fundo: Méritos Editora Ltda, 2007.

SILVA, Marcos Miethicki da. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre: a presença

de Jorge Moreira na arquitetura da capital gaúcha. 2006. 222 f. Dissertação

(Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Arquitetura, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

SILVA, Hugo Oliveira Pinto e; BARBOSA, Josué Sales. A relação deficiente visual e

biblioteca universitária: a experiência do Centro de Atendimento ao Deficiente Visual

– CADV da Universidade Federal de Minas Gerais. Múltiplos Olhares em Ciência

da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p.1-17, mar. 2011.

SILVA, Luciene Maria da. A NEGAÇÃO DA DIFERENÇA: UM ESTUDO SOBRE AS

INTERAÇÕES DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA ESCOLA

PÚBLICA. 2004. 352 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Educação:

História, Política e Sociedade, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São

Paulo, 2004.

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WESTPHAL, Eduardo. A Linguagem da Arquitetura Hospitalar de João

Filgueiras Lima. 2007. 130 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

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11. ANEXOS

11.1 ANEXO 1

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

MÉTODO WALKTHROUGH

(Questionário destinado ao setor administrativo)

A entrevista será feita por meio de questionamentos, anotações, gravações, levantamento fotográfico. Se possível, ter em mãos: Planta de situação, planta dos pavimentos, Planta de Cobertura, Cortes, Fachada.

1. Para quantos pacientes o centro de reabilitação se destina? O espaço físico existente comporta a quantidade de pacientes?

___________________________________________________________________

2. Quantos funcionários trabalham na instituição?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Quais os problemas/limitações existentes na unidade que poderiam ser melhorados? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Em relação à localização: este serviço favorece ou não a locomoção dos pacientes para chegarem até este local?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. DEMAIS CONSIDERAÇÕES:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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11.2 ANEXO 2

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

MÉTODO WALKTHROUGH

(Questionário destinado a um estudante profissional da área da saúde)

A entrevista será feita por meio de questionamentos, anotações, gravações, levantamento fotográfico. Se possível, ter em mãos: Planta de situação, planta dos pavimentos, Planta de Cobertura, Cortes, Fachada.

1. O que parece estar funcionando neste local?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Quais os problemas/limitações existentes na unidade que poderiam ser melhorados?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que você considera importante neste ambiente? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Em relação à localização: este serviço favorece ou não a locomoção dos pacientes para chegarem até este local?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. DEMAIS CONSIDERAÇÕES:

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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11.3 ANEXO 3

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

MÉTODO WALKTHROUGH

(Questionário destinado ao paciente e acompanhante)

A entrevista será feita por meio de questionamentos, anotações, gravações, levantamento fotográfico. Se possível, ter em mãos: Planta de situação, planta dos pavimentos, Planta de Cobertura, Cortes, Fachada.

1. O que parece estar funcionando neste local?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Quais os problemas/limitações existentes na unidade que poderiam ser melhorados?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Em relação à localização: este serviço favorece ou não a locomoção dos pacientes

para chegarem até este local?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. DEMAIS CONSIDERAÇÕES:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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12. APÊNDICES

Partido Geral do Projeto da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade

Meridional – IMED.

PRANCHA 01

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PRANCHA 02

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PRANCHA 03

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PRANCHA 04

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PRANCHA 05

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PRANCHA 06

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PRANCHA 07

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PRANCHA 08

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PRANCHA 09

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PRANCHA 10

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PRANCHA 11