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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Mariana Fracasso Jardim Delos- Residencial Geriátrico Passo Fundo 2017

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Mariana Fracasso

Jardim Delos- Residencial Geriátrico

Passo Fundo

2017

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Mariana Fracasso

Jardim Delos- Residencial Geriátrico

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Liliany Schramm da Silva Gattermann, Mestre em Arquitetura.

Passo Fundo

2017

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Mariana Fracasso

Jardim Delos- Residencial Geriátrico

Banca Examinadora

Profa. Me. Liliany Schramm da Silva Gattermann

Orientadora

Profa. Me. Amanda Schüler Bertoni

Membro avaliador

Profa. Me. Letiane Benincá

Membro avaliador

Passo Fundo

2017

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, dedico este trabalho a Deus, pois a fé deu-me forças para

seguir adiante, mesmo com diversos obstáculos, manteve-me com esperanças.

A minha família, em especial a minha mãe Clecir, na qual sempre pude me

refugiar nos momentos mais difíceis e a minha madrinha Marilza que, apesar da

distância, sempre me apoiou com palavras de incentivo.

A meu namorado Geison Franco Machado, que me transmitiu calma e me deu

forças para que pudesse seguir adiante; e que, assim como o curso, compartilhou

comigo os melhores e piores momentos.

Agradeço à instituição de ensino, que me proporcionou conhecimento e

experiências, para que eu pudesse alcançar meus objetivos. Bem como aos

professores que estiveram presentes em minha trajetória acadêmica, de forma a me

proporcionar a melhor qualidade de ensino, em especial a minha orientadora Liliany

Schramm da Silva Gattermann, pelo suporte acadêmico e emocional.

Agradeço aos amigos que estiveram presentes na minha formação, estes

estarão sempre presentes no meu coração. E, por fim, a todos que direta ou

indiretamente fizeram parte desta história.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta uma proposta de condomínio residencial geriátrico na

cidade de Passo Fundo, como resposta à carência de ambientes adaptados para

que os cidadãos idosos possam habitar de forma segura, sem que haja a

necessidade de uma clínica ou casa de repouso. Seus espaços visam atender às

necessidades específicas desta população, através de moradia, convivência, saúde

e bem-estar. Como diretrizes arquitetônicas, buscou-se expressar sentimentos

como: vitalidade, paz, saúde mental e física, proficuidade e o início de uma nova

jornada, onde o preconceito e as dificuldades vividas sejam minimizados com o

apoio de outras pessoas que, também, enfrentam ou enfrentaram esta mesma

dificuldade, a partir de suas formas, e do elemento central: o sol. O projeto propõe-

se a modificar o atual cenário social, em que o idoso se vê inoperante, diante da

falta de respeito e de oportunidades. Tem como principal objetivo contribuir com o

envelhecimento ativo, proporcionando uma melhor qualidade de vida. O processo

projetual está firmado a uma fundamentação teórica composta por artigos científicos,

teses, dissertações e livros pertinentes ao tema escolhido.

Palavras-chave: Envelhecimento. Moradia. Saúde.

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ABSTRACT

The present paper presents a proposal for a geriatric residential condominium, in

response to the lack of suitable environments so that elderly citizens can live safely

without the need for a clinic or nursing home. Its spaces aim to meet the specific

needs of this population, through housing, coexistence, health and well-being. As

architectural guidelines we sought to express feelings, such as: vitality, peace,

mental and physical health, and the beginning of a new journey, where prejudice and

difficulties experienced are minimized with the support of others who also face or

faced this same difficulty, from their forms, and from the central element: the sun.

The project proposes to modify the current social scene, in which the elderly is

inoperative, due to the lack of respect and opportunities. Its main objective is to

contribute to active aging, providing a better quality of life. The design process is

based on a theoretical foundation composed of scientific papers, theses,

dissertations and books pertinent to the chosen theme.

Keywords: Aging. Home. Helth.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gráfico de crescimento da população idosa dos últimos 21 anos

Figura 2 - Pátio central - Vila dos Idosos

Figura 3 - Localização da Vila dos Idosos

Figura 4 - Implantação da Vila dos Idosos

Figura 5 - Zoneamento pavimento térreo - Vila dos Idosos

Figura 6 - Zoneamento 2º, 3º e 4º pavimentos - Vila dos Idosos

Figura 7 - Fluxograma pavimento térreo - Vila dos Idosos

Figura 8 - Fluxograma 2º, 3º e 4º pavimentos - Vila dos Idosos

Figura 9 – Habitabilidade - Vila dos Idosos

Figura 10 – Circulação - Vila dos Idosos

Figura 11 - Pátio central - Jardins da Casa Relógio

Figura 12 - Localização Jardins da Casa Relógio

Figura 13 - Implantação Jardins da Casa Relógio

Figura 14 - Zoneamento e implantação - Jardins da Casa Relógio

Figura 15 - Organograma e fluxograma- Jardins da Casa Relógio

Figura 16 – Habitabilidade - Jardins da Casa Relógio

Figura 17 - Edificações nas faces sudeste e noroeste- Jardins da Casa Relógio

Figura 18 – Fachada - Residência para Idosos Jireysa

Figura 19 - Localização da Residência para Idosos Jereysa

Figura 20 - Implantação da Residência para Idosos Jireysa

Figura 21 - Zoneamento- Residência para Idosos Jireysa

Figura 22 - Organograma e fluxograma- Residência para Idosos Jireysa

Figura 23 – Habitabilidade - Residência para Idosos Jireysa

Figura 24 - Pátio central - Residência para Idosos Jireysa

Figura 25 - Localização do terreno, Passo Fundo - RS

Figura 26 - Hospitais e Unidades de Saúde- Passo Fundo

Figura 27 - Mapa Nolli - Bairro Boqueirão

Figura 28 - Uso e ocupação do solo

Figura 29 - Mapa de alturas

Figura 30 - Sentido das vias

Figura 31 - Fluxo das vias

Figura 32 - Tipo das vias

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Figura 33 - Vegetações urbanas

Figura 34 - Redes de infraestrutura

Figura 35 - Rede elétrica - Rua Morom e Rua Independência

Figura 36 - Dimensões do terreno

Figura 37 - Análise topográfica do terreno

Figura 38 - Estudo de sombras

Figura 39 - Análise climática e vegetação existente

Figura 40 - Indicação dos visuais do terreno

Figura 41 - Visuais do terreno

Figura 42 - Skyline

Figura 43 - NBR 9050

Figura 44 - Zoneamento Passo Fundo

Figura 45 - Conceito gráfico do projeto

Figura 46 - Exemplos de tipologias

Figura 47 - Sistema Construtivo Ecogrid

Figura 48 - Problemática urbana

Figura 49 - Propostas de diretrizes urbanísticas

Figura 50 - Organograma

Figura 51 - Fluxograma

Figura 52 - Zoneamento, proposta 1

Figura 53 - Zoneamento, proposta 2

Figura 54 - Zoneamento, proposta 3

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Programa de necessidades - Vila dos Idosos

Tabela 2 - Programa de necessidades - Jardins da Casa Relógio

Tabela 3 - Programa de necessidades - Residência para Idosos Jireysa

Tabela 4 - Análise comparativa

Tabela 5 - Programa de necessidades

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12

1.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................12

1.2 TEMA DO PROJETO...........................................................................................12

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO................................................14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................16

2.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................16

2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA.......................................................................16

2.3 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL...............................................................17

2.4 INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS............................18

2.5 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DAS ILPIS NO BRASIL.............................19

2.6 MORADIAS PARA IDOSOS................................................................................20

2.7 ENVELHECIMENTO E A SOCIEDADE...............................................................21

2.8 PSICOLÓGICO NA TERCEIRA IDADE...............................................................22

2.9 ESTUDOS DE CASO...........................................................................................23

2.9.1 Vila dos Idosos................................................................................................23

2.9.1.1 Autor e localização do projeto........................................................................24

2.9.1.2 Implantação....................................................................................................24

2.9.1.3 Programa de Necessidades...........................................................................25

2.9.1.4 Funcionalidade...............................................................................................26

2.9.1.5 Forma.............................................................................................................28

2.9.1.6 Técnicas Construtivas e Materiais.................................................................28

2.9.2 Jardins da Casa Relógio.................................................................................28

2.9.2.1 Autor e localização do projeto........................................................................29

2.9.2.2 Implantação....................................................................................................30

2.9.2.3 Programa de Necessidades...........................................................................30

2.9.2.4 Funcionalidade...............................................................................................31

2.9.2.5 Forma.............................................................................................................33

2.9.2.6 Técnicas Construtivas e Materiais.................................................................33

2.9.3 Residência para Idosos Jereysa....................................................................33

2.9.3.1 Autor e localização do projeto........................................................................34

2.9.3.2 Implantação....................................................................................................34

2.9.3.3 Programa de Necessidades...........................................................................35

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2.9.3.4 Funcionalidade...............................................................................................36

2.9.3.5 Forma.............................................................................................................37

2.9.3.6 Técnicas Construtivas e Materiais.................................................................37

2. 10 ANÁLISE COMPARATIVA................................................................................38

2. 11 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO..........................................................................39

3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ...................................................40

3.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................40

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL....................................................................40

3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES........................42

3.3.1 Mapa Nolli........................................................................................................42

3.3.2 Mapa de uso do solo.......................................................................................42

3.3.3 Mapa de alturas...............................................................................................43

3.4 INFRAESTRUTURA URBANA.............................................................................44

3.4.1 Sistema viário..................................................................................................44

3.4.2 Vegetação Urbana...........................................................................................46

3.4.3 Redes de Infraestrutura Urbana.....................................................................47

3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO..........................................48

3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS..................................................52

4 CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS............................................................54

4.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................54

4.2 CONCEITO DO PROJETO..................................................................................54

4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA.......................................................................55

4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS............................................................................57

5 PARTIDO GERAL...................................................................................................58

5.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................58

5.2 PROGRAMAS DE NECESSIDADES...................................................................58

5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA......................................................................60

5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO.......................................................................61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................64

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO

O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para o

desenvolvimento de um projeto arquitetônico de um condomínio residencial

geriátrico a ser implantado na cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Logo, seu

objetivo geral é a criação de edificações residenciais destinadas à terceira idade, de

modo a incentivar a inclusão e o bem-estar dos mesmos, preservando a

independência e a privacidade a qual desfrutaram durante toda a vida. Enquanto

que, seus objetivos específicos são: apresentar a esta população uma proposta de

residências adaptadas, visando o convívio dos idosos com pessoas da mesma faixa

etária, com interesses comuns, havendo assim uma motivação para que tenham

uma vida mais ativa; desenvolver espaços de uso comum para incentivar as práticas

de atividades; motivar a independência dos mesmos; trazer benefícios não só

físicos, mas psicológicos para os moradores, através de oficinas e recreação;

incentivar a reinserção desta faixa etária à sociedade atual.

1.2 TEMA DO PROJETO

A realidade da nossa sociedade vem sendo modificada devido ao fato de que

o número de nascimentos diminuiu consideravelmente, em contrapartida a

população idosa elevou seu índice. Segundo o Estatuto do Idoso (2003), o termo

terceira idade se atribui a todos aqueles com idade igual ou superior a 60 anos

(BRASIL, 2003). No Brasil, o número de idosos passou de 3 milhões, em 1960, para

7 milhões, em 1975, e 18 milhões nos dias atuais, um aumento de 600% em menos

de cinquenta anos (VERAS, 2008)

A expectativa de vida do brasileiro é muito maior atualmente, a população

vive com mais qualidade de vida e tem menos filhos. Diante deste cenário, surge a

preocupação de que nossas cidades ainda não estão preparadas para que a

população idosa possa residir de forma segura e viável, é necessário repensar na

forma como estamos tratando essa questão, pois muitas vezes os idosos não

querem ou não podem residir com os familiares, criando um isolamento e também

transtornos psicológicos, como depressão. A velhice deve ser compreendida em sua

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totalidade, por fazer parte de um processo biológico, o qual é comum a todos os

indivíduos, porém, não deixa de ser um fator sociocultural (BOBBIO, 1997).

Segundo Avelar, (apud Fortes et al. 2010), na preparação para o

envelhecimento populacional no Brasil é necessário que se pense em novas

concepções de moradia, que atenda não somente as necessidades de alimentação,

serviço médico ou um lugar de descanso para o idoso, mas também pensar numa

perspectiva que também se preocupe com a segurança do local, que assegure a

integridade física do morador. O autor ainda acrescenta que a moradia é um item

essencial para garantir o bem-estar amplo das pessoas idosas.

Através de uma verificação (feita pela autora) na cidade de Passo Fundo,

constatou-se que a mesma não possui locais adequados para que este público

possa residir de forma que se tenha uma moradia adaptada, sem que haja a

necessidade de uma casa de repouso, às quais possuem a característica de um

ambiente hospitalar se atendo aos cuidados médicos. A ideia de se ter moradias

adaptadas tem como princípio o conforto sem necessidade de clínicas, uma

realidade diferente a que possuímos hoje, onde as atividades não sejam

modificadas, mas sim incentivadas.

Os ambientes devem ser planejados para promover e encorajar a

independência e a autonomia, de forma que uma boa qualidade de vida possa ser

proporcionada a todos os indivíduos (PERRACINI, 2001). Devido à necessidade de

acolher a terceira idade com segurança em ambientes adaptados, a proposta do

Residencial Geriátrico, busca conciliar moradias às práticas de exercícios e de

convívio com outras pessoas. É necessário que esta população sinta o desejo de

preservar a independência e autonomia, mantendo a sua privacidade. É de extrema

importância a criação de locais próprios para este usuário, pois muitas vezes torna-

se angustiante a dependência para que se tenha um planejamento nesta fase da

vida.

Em um estudo internacional que associa a modificação ambiental e a

capacidade funcional dos idosos, foi verificado que a inacessibilidade representa um

potencial problema de saúde, ameaça à independência e ao bem-estar de idosos

(IARSSON; ISACSSON,1997). As quedas são a principal ameaça, pois os ossos

tornam-se mais fracos com passar dos anos, podendo agravar ou gerar fraturas.

Assim como as alterações sensoriais e os movimentos limitados são inevitáveis, a

necessidade de adaptação em planta e mobiliário torna-se inerente. A utilização de

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barras de apoio, revestimento antiderrapante para o piso, rampas para acesso e

botão do pânico são alternativas que tornam a moradia adaptável para a terceira

idade, prevenindo não somente quedas, mas dificuldades nas atividades diárias.

O ambiente domiciliar deve ser prático, valorizando a simplificação e

funcionalidade, respeitando os aspectos culturais e psicossociais, como a

identificação do idoso com esse ambiente e a manutenção de sua privacidade

(HALSSELKUS, 1998). Sendo assim, o idoso necessita de acessibilidade, conforto e

segurança, mas devemos sempre manter sua individualidade, para que o mesmo

sinta- se acolhido pelo ambiente.

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO

Para a escolha do tema, utilizou-se como principal referencia o IBGE (2011),

onde estudos apontam que a população idosa no Brasil dobrou nos últimos 20 anos,

passando de 10,7 milhões em 1991 para 23,5 milhões em 2011. Este cenário deixa

clara a nova realidade da população, onde envelhecer passa a ser um tema cada

vez mais presente na sociedade atual. A necessidade de espaços preparados para

receber esta população torna-se indispensável, viver com segurança, conforto e

tranquilidade são princípios a serem explorados pela proposta.

A cidade de Passo Fundo foi escolhida, através de uma análise do perfil dos

idosos residentes na cidade, e um levantamento realizado nos hospitais, que por sua

vez possuem um alto número de internações de idosos com fraturas. Cerca de 11%

da população passofundense possui idade superior a 60 anos, sendo que há uma

prevalência maior do indivíduo do sexo feminino, e na maioria com idades entre 60 e

69 anos (SCHIAVETTO, 2011).

A busca de uma melhor qualidade de vida, faz com que a população idosa

queira a prática de atividades, a fim de reestabelecer uma ligação com sua saúde

física e mental, que se faz necessária nesta fase da vida. Porém, a falta de

entendimento desta realidade não permite que os mesmos tenham locais próprios

para este fim, e muitas vezes acabam realizando suas atividades de forma insegura,

sem que haja a devida atenção e essa situação pode acabar ocasionando acidentes.

A carência de espaços próprios para atender a terceira idade, faz com que se

sintam inoperantes diante da sociedade; este sentimento de impotência pode

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acarretar transtornos psicológicos, desencadeando depressão e sentimento de

abandono. A reinserção desta população faz-se necessária; o conhecimento desta

realidade é inerente para se possa quebrar paradigmas e tornar este idoso membro

ativo da sociedade, através da valorização e respeito que lhes são assegurados. No

Estatuto do Idoso (2003), Art. 2º:

O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

O projeto do Residencial Geriátrico, destina-se à população com idade a partir

de 60 anos que possuam funções cognitivas e motoras reduzidas, porém que não

necessitam de cuidados médicos permanentes, a terceira idade ativa. A proposta

busca atender as necessidades de moradia, atividades e convívio social desta

população. Quanto as Instituições de Longa Permanência para Idosos, a ANVISA

(resolução nº283, 2005) que estabelece critérios para catalogar graus de

dependência do idoso, aos quais cita:

a) Grau de Dependência I – idosos independentes, mesmo que requeiram uso

de equipamentos de autoajuda;

b) Grau de Dependência II – idosos com dependência em até três atividades

de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem

comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada;

c) Grau de Dependência III – idosos com dependência que requeiram

assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com

comprometimento cognitivo.

A proposta irá atender aos usuários que possuam dependência compreendias

aos graus I e II.

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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte, será apresentada a revisão de literatura que apresenta os

principais assuntos pertinentes a compreensão do tema escolhido para o projeto.

Assim, são apresentados os seguintes assuntos: Contextualização do tema,

Envelhecimento populacional, Instituições de Longa Permanência para Idosos

(ILPI`s), Contextualização histórica das ILPI´s, Moradias para Idosos e

Envelhecimento e a sociedade.

2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

Segundo o Estatuto do Idoso (2003), é considerado idoso todo aquele que

possuir idade igual ou superior a sessenta anos. Em 1982, a Organização das

Nações unidas estipulou, através de dados populacionais, a expectativa de vida para

países em desenvolvimento e desenvolvidos, desta forma atribui a idade mínima

para que uma pessoa seja considerada idosa aos países em desenvolvimento 60

(sessenta) anos e aos desenvolvidos 65 (sessenta e cinco) tendo como base a

qualidade de vida de cada local.

Souza (2007) afirma que o processo de envelhecimento não está somente

relacionado a idade, mas sim a soma de patologias decorrentes do funcionamento

do organismo, que passa a ser modificado com o passar dos anos. Neste sentido,

Schneider e Irigaray (2008) garantem que aspectos cronológicos, biológicos,

psicológicos e culturais são fatores a serem analisados quanto ao envelhecimento

populacional. Em contrapartida, Lima et al. (2008), definem como envelhecimento a

trajetória da vida, levando em consideração contextos políticos, sociais e individuais.

Nos anos 90, a OMS adotou o termo “Envelhecimento ativo”. O mesmo

consiste no processo de consolidação das oportunidades para a saúde, a

participação e a segurança, com o intuito de melhorar a qualidade de vida, à medida

que as pessoas envelhecem (OMS, 2002). O conceito de envelhecimento ativo se

aplica aos grupos populacionais e aos indivíduos, deste modo fornecendo outra

percepção, pois o bem-estar permite que a população idosa possa ser ativa na

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sociedade. O Envelhecimento ativo trata não somente de oportunidades, mas sim de

uma melhoria no espaço em que estão inseridos, de forma que usufruam com

segurança e praticidade, fazendo com que se sintam motivados a levar uma vida

mais ativa.

2.3 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

Em todo o mundo, o número de pessoas com 60 anos ou mais está

crescendo mais rapidamente do que o de qualquer outra faixa etária. A população

de idosos, cresceu 7,3 milhões entre 1980 e 2000, totalizando mais de 14,5 milhões

em 2000. A redução da taxa de fertilidade fez com que este índice se elevasse

rapidamente, esta queda tem sido observada não só no Brasil, mas em outros

países do mundo (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).

O crescimento do envelhecimento populacional se confirmou na nova

pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os idosos somam

23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a

faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Na comparação entre 2009 e

2011, o grupo aumentou 7,6%, ou seja, mais 1,8 milhão de pessoas. Há dois anos,

eram 21,7 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o número de crianças de até

quatro anos no país caiu de 16,3 milhões, em 2000, para 13,3 milhões, em 2011

(SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS, 2011).

Figura 1: Gráfico de crescimento da população idosa dos últimos 21 anos

Fonte: IBGE (2011)

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Atualmente, 70 países já possuem taxa de fertilidade menor que o nível de

envelhecimento, sendo que em 1975 apenas 22 países possuíam esse índice (OMS,

2005). Ainda, de acordo com a OMS, o Brasil será o sexto país em número de

idosos até 2025 (OMS, 2005).

2.4 INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS - ILPI`s

Segundo a ANVISA (2004), denominasse ILPI (Instituição de Longa

Permanência para Idosos) instituições governamentais ou não governamentais, de

caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou

superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade,

dignidade e cidadania, Camarano e Kanso (2010) afirmam que as ILPI´s são

residências coletivas que visam atender tanto os idosos independentes quanto os

dependentes, não só de cuidados, mas também financeiramente.

São diferentes de hospitais e consistem em residências coletivas, com regras de convivência e lógica de operação que variam de acordo com seu público. Muitas delas oferecem atendimento a pessoas com fragilidades físicas e cognitivas em diversos graus de severidade. Outras oferecem apenas a residência e o abrigo (CAMARANO, 2004).

A ILPI pode oferecer apoio aos usuários com grau de dependência I, II E III:

a) Grau de Dependência I – idosos independentes, mesmo que requeiram uso

de equipamentos de autoajuda;

b) Grau de Dependência II – idosos com dependência em até três atividades

de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem

comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada;

c) Grau de Dependência III – idosos com dependência que requeiram

assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com

comprometimento cognitivo.

A proposta do projeto irá atender aos idosos que possuam dependência graus

I e II. É de extrema importância que a ILPI garanta a autonomia, convívio familiar e

comunitário e independência, desta forma a reinserção na família e na sociedade se

torna mais eficaz. O atendimento oferecido pelas ILPI’s possui uma tendência a

beneficiar indivíduos com idades mais avançadas, com consideráveis perdas

funcionais e síndromes demenciais (BORN; BOECHAT, 2002). O acesso dos idosos

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a saúde, cultura, lazer também se torna indispensável. De acordo com a ANVISA

(RDC 283/2005), as instituições de longa permanência para idosos devem:

• garantir o exercício dos direitos humanos (civis, políticos, econômicos,

sociais, culturais e individuais);

• garantir a identidade e a privacidade da pessoa idosa, assegurando um

ambiente de respeito e dignidade;

• promover a integração das pessoas idosas que residem na instituição, nas

atividades desenvolvidas pela comunidade local;

• garantir e incentivar as relações Inter geracionais;

• promover a participação da família na atenção com a pessoa idosa

residente;

• desenvolver ações que estimulem a pessoa idosa à manutenção de sua

autonomia;

• promover condições de cultura e lazer as pessoas idosas;

• desenvolver palestras e eventos que possam combater a violência contra a

pessoa idosa bem como a violação de seus direitos civis e contra a discriminação.

2.5 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DAS ILPI´s NO BRASIL

A modificação da tradicional família brasileira teve seu início na sociedade

moderna, quando a mulher deixou de dedicar-se exclusivamente ao lar e assumiu

sua posição no mercado de trabalho. Esta mudança também se deu ao

planejamento familiar, que reduziu o número de membros nas famílias. Essa

modernização trouxe a dificuldade de manter um idoso em casa, principalmente

quando se havia necessidade de cuidados médicos e atenção exclusiva. Há registro

de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa Pelágio II (520-590 d.C.), que

transformou a sua casa em um hospital para velhos (ALCANTARA, 2004).

Inicialmente com o nome de asilo, as casas que abrigam os idosos tiveram

outras denominações, como lar, abrigo, casa de repouso, ancionato e clínica

geriátrica. A Instituição de Longa Permanência para Idosos ou ILPI é a nomenclatura

utilizada a fim de padronizar estas instituições.

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No Brasil Colônia, o Conde de Resende defendeu que soldados velhos mereciam uma velhice digna e "descansada". Em 1794, no Rio de Janeiro, começou então a funcionar a Casa dos Inválidos, não como ação de caridade, mas como reconhecimento àqueles que prestaram serviço à pátria, para que tivessem uma velhice tranquila (ALCANTARA, 2004).

Enquanto não haviam instituições somente para idosos, os mesmos eram

abrigados em hospitais psiquiátricos e orfanatos. O modelo asilar brasileiro ainda

tem muitas semelhanças com as chamadas instituições totais, ultrapassadas no que

diz respeito à administração de serviços de saúde e/ou habitação para idosos

(MORENO; VERAS, 1999). Para Goffman (1974), uma Instituição Total trata-se de

um local onde um grande número de pessoas reside e trabalha, tendo uma situação

parecida e distante da sociedade por um período de tempo, de forma que suas

atividades sejam administradas. Nesse espaço, os indivíduos se tornam cidadãos

violados em sua individualidade, sem controle da própria vida, sem direito a seus

pertences sociais e à privacidade, com relação difícil ou inexistente com funcionários

e o mundo exterior (GOFFMAN, 2003).

A primeira normatização que definiu padrões de funcionamento para as ILPI´s

foi a portaria nº 810/1989. Ela garante a padronização e organização das áreas a

serem utilizadas. O número de ILPI´s vem crescendo consideravelmente, porém a

maioria delas com características hospitalares. As instituições devem ser analisadas,

para que a ideia de segregação seja abolida, e para que o idoso e seus familiares as

vejam como um apoio, uma alternativa com qualidade em que os usuários

encontrem dignidade e aceitação.

2.6 MORADIAS PARA IDOSOS

O envelhecimento acarreta uma série de perdas sensoriais e cognitivas, estas

limitações dificultam a autonomia da pessoa idosa. Jacob Filho (1999) afirma que a

maioria dos acidentes domésticos podem ser evitados. Com base no Desenho

Universal, a moradia deve prevenir acidentes, atendendo às necessidades do

morador.

Estudos apontam que, nos Estados unidos, uma a cada vinte pessoas com

mais de 85 anos é cega. Após os 65 anos, torna-se difícil para a pessoa idosa ver os

objetos com clareza, o cristalino torna-se amarelado e opaco, afetando a capacidade

de diferenciar cores próximas (BARROS, 2000). Os olhos demoram para trocar o

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foco de objetos, podendo causar alguns intervalos onde a visão torna-se turva,

dificultando que o idoso visualize degraus e móveis, podendo causar acidentes.

Recomenda-se que na moradia exista a marcação com fita adesiva reflexiva

em mudanças de níveis do piso, o afastamento do mobiliário o máximo possível das

áreas de circulação, o ajuste da iluminação evitando superfícies espelhadas e

brilhantes não somente nos dormitórios, mas, também nos corredores, a utilização

de cores quentes e contrastantes em portas e paredes.

A audição também torna-se limitada com o passar do tempo, pois pode haver

perda de sensibilidade do nervo auditivo ou da condutividade do ouvido interno

(BARROS, 2000). Pessoas com perdas auditivas não podem usar telefones, a

comunicação com os demais dificulta-se. Em caso de emergência, o idoso precisa

de sinais de alerta sonoros que acompanham sinalização luminosa.

A restrição à movimentação, flexibilidade e doenças como a artrose dificultam

a execução de diversas atividades; levando-se em consideração estas deficiências

comuns na velhice, o ambiente residencial deve prevenir acidentes. Quartos e

banheiros devem ser no mesmo nível, barras devem ser instaladas para evitar

quedas principalmente em banheiros, acessos não devem ser estreitos, a existência

de degraus deve ser minimizada o máximo possível e os móveis devem possuir

cantos arredondados.

2.7 ENVELHECIMENTO E A SOCIEDADE

Ao mesmo tempo que expectativa de vida do brasileiro aumentou as

desigualdades, a pobreza, o desemprego e a perda de direitos também esteve

presente. O envelhecimento no Brasil elevou seus índices em pouco tempo,

enquanto que, para países desenvolvidos o aumento expressivo levou séculos para

ocorrer. Segundo dados do IBGE (1999), a população com idade superior a 60

(sessenta) anos é a que mais apresenta problemas de saúde; este estudo

demostrou que 53,3% da população idosa possuía algum problema de saúde e

23,1% tinham doenças crônicas. Estes dados demostram que a população vem

envelhecendo sem qualidade de vida, que é a base para o envelhecimento ativo.

A sociedade faz com que a terceira idade seja considerada uma fase onde

pouco se contribui para o desenvolvimento econômico, sendo assim a pessoa que

deixa de dar sua contribuição funcional para sociedade perde seu valor, fazendo

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com que a velhice seja marginalizada. Para Neri (2006), teorias sociológicas e

políticas que atendem esta população, onde a base é inadequada, apenas eleva o

preconceito, afastando o idoso da sociedade. Neste sentido, Mendes et.al (2005)

afirmam que a aposentadoria gera desvalorização e preconceito, pois o idoso se

distancia da vida produtiva. Contudo, Schneider e Irigaray (2008) alegam que as

crenças distorcidas presentes na sociedade atual influenciam na imagem que o

idoso tem si mesmo, refletindo na sua aceitação.

A falta de informação contribui com práticas preconceituosas e discriminação

em relação a velhice, o ageismo. Tais fenômenos influenciam nas atitudes dos

idosos perante a velhice, visto que as atitudes da sociedade com relação ao idoso

interferem na sua percepção, e determinam as lentes pelas quais se vê a velhice

(NERI; RESENDE, 2009). Para Neri (2005), vitimar o idoso prejudica sua autonomia

e independência, da mesma forma que o preconceito o afasta da vida social ativa. A

autora ainda acrescenta que algumas políticas que atendem aos idosos são

extremistas e generalizadoras, transmitindo conceitos errados a toda a população

inclusive para o próprio idoso. A contribuição do Estatuto do Idoso para a população

é extremamente relevante, pois garante a dignidade a este grupo, citadas no art. 3º:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (LEI Nº 10.741, 2003).

O papel social dos idosos é um fator importante no significado do

envelhecimento, pois o mesmo depende tanto da forma de vida que as pessoas

tenham levado, como das condições atuais que se encontram (MENDES et.al,

2005).

2.8 PSCICOLÓGICO NA TERCEIRA IDADE

O conceito de bem-estar psicológico está ligado a forma como julgamos

nossas vidas, e engloba um conjunto de sensações, sejam elas boas ou ruins. É um

construto baseado na teoria psicológica, agregando conhecimentos de áreas como

psicologia do desenvolvimento humano, psicologia humanista-existencial e saúde

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mental, a respeito do funcionamento psicológico positivo ou ótimo (RYFF, 1989).

Ryff (2008) divide os domínios humanos da seguinte forma:

a autonomia (capacidade de autodeterminação e diferenciação);

a mestria (capacidade de gerir de forma efetiva a sua vida);

o relacionamento positivo (estabelecimento e manutenção de relações

interpessoais saudáveis);

o crescimento pessoal (desenvolvimento contínuo enquanto pessoa);

a auto aceitação (avaliação e aceitação de si mesmo) e o propósito de vida

(crença de que a vida tem um sentido ou significado).

O envelhecimento saudável acontecerá quando o indivíduo encontrar o

equilíbrio entre os domínios humanos, o indivíduo psicologicamente estável tende a

se adaptar mais facilmente às adversidades da vida. O ajustamento psicológico

facilita as interações sociais, o que reflete na qualidade de vida, pois a aceitação é o

primeiro passo para uma velhice saudável. Diante das perdas das capacidades que

acompanham esta fase, o idoso tem um sentimento de impotência, este muda a

forma como o idoso vê o próprio processo de envelhecimento, dificultando a auto

aceitação. O idoso necessita estar engajado em atividades que o façam sentir-se

útil. Mesmo quando possui boas condições financeiras, o idoso deve estar envolvido

em atividades ou ocupações que lhe proporcionem prazer e felicidade (MENDES

et.al, 2005).

2.9 ESTUDOS DE CASO

2.9.1 Vila dos Idosos

O projeto trata-se de uma iniciativa da Companhia Metropolitana de Habitação

de São Paulo (COHAB), com o objetivo abrigar a população idosa carente, com

idade superior a 65 anos. A construção teve início em 2003, após anos

reivindicando, o Grupo de Articulação para Conquista de Moradia dos Idosos da

Capital (GARMIC) obteve o terreno para este fim. Para moradia, há opção de

quitinetes e apartamentos de 1 dormitório. O empreendimento busca trazer a esta

população maior qualidade de vida.

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Figura 2: Pátio central- Vila dos Idosos

Fonte: Da autora, adaptado de Vigliecca (2017).

2.9.1.1 Autor e localização do projeto

O projeto foi desenvolvido pelo escritório Vigliecca e Associados, cuja cede

situa-se na cidade de São Paulo; o escritório é conhecido por possuir em seu

portfólio projetos premiados em âmbito internacional. Quanto a localização do

projeto, o mesmo encontra-se implantado no Bairro Pari, um distrito central da

cidade de São Paulo, conforme figura 2.

Figura 3: Localização da Vila dos Idosos, São Paulo- SP

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

2.9.1.2 Implantação

O projeto consiste em uma área de intervenção de 7.270m², sendo que possui

8.290 m² de área construída. Por se tratar de uma área central na cidade de São

Paulo, a implantação possui fácil acesso, e conta com linhas de transporte público

nas proximidades. O terreno possui três faces, e abriga também a Biblioteca

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Adelpha Figueiredo, o projeto de Vigliecca faz composição com a biblioteca

anteriormente construída, sendo que a mesma tornou- se o elemento central.

Figura 4: Implantação da Vila dos Idosos

Fonte: Da autora, adaptado de Vigliecca (2017).

2.9.1.3 Programa de Necessidades

O programa conta com 145 unidades, três salas para TV e jogos, quatro salas

de uso múltiplo, salão comunitário com cozinha e sanitários, quadra de bocha, área

verde, espelho d’água e horta comunitária, 25% das unidades já encontram- se

adaptadas para portadores de deficiência, porém se houver necessidade, as demais

podem ser facilmente adaptadas. Além das escadas, o edifício de 4 andares

também possui elevadores e circulações lineares, que em sua grande maioria

possuem vista para o pátio central. Cada unidade possui cozinha e lavanderia

integradas, 1 banheiro, 1 dormitório e 1 sala de estar e jantar.

Tabela 1: Programa de Necessidades

AREA DIMENSÕES (em m²) MOBILIARIO ESSENCIAL

Unidades de habitação Aprox. 30m² Kitinete e 45m² Apartamentos

Conforme morador

Salas multiuso Aprox. 80m², o conjunto das 4 Mesas e cadeiras

Salas de Tv e jogos Aprox. 80m² cada uma Poltronas, televisão, mesa de jogos

Salão comunitário Aprox. 120m², com cozinha e banheiros

Cadeiras empilháveis, bancada para cozinha, fogão, refrigerador,

vaso sanitário e lavabo

Fonte: Da autora (2017).

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2.9.1.4 Funcionalidade

Zoneamento

O macrozoneamento se dá através dos setores: unidades de habitação e

espaços de convivência. Ambos têm acesso a uma circulação que percorre toda a

edificação.

Figura 5: Zoneamento pavimento térreo

Fonte: Da autora, adaptado de Vigliecca (2017).

Figura 6: Zoneamento 2º, 3º e 4º pavimentos

Fonte: Da autora, adaptado de Vigliecca (2017).

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Organograma e Fluxograma

Figura 7: Fluxograma pavimento térreo

Fonte: Da autora (2017).

Figura 8: Fluxograma 2º, 3º e 4º pavimentos

Fonte: Da autora (2017).

Habitabilidade

A edificação possui brises nas circulações e, para facilitar a ventilação

cruzada, todas as unidades possuem janelas voltadas para a circulação e para a

face externa, a unidades foram locadas de forma a promover a boa insolação, e para

que os moradores possam ter melhor acesso.

Figura 9: Habitabilidade

Fonte: Da autora, adaptado de Vigliecca (2017).

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2.9.1.5 Forma

O estudo formal da edificação vem como uma forma de mostrar a sociedade a

interação e receptividade, o edifício possui uma formação linear, onde abraça

parcialmente a biblioteca. A edificação é composta por 4 pavimentos, dotados de

circulação que tem um papel fundamental para a convivência dos usuários. As

circulações, além de tornarem a acessibilidade facilitada, também possuem função

estética, pois são dotadas de brises, que permitem a circulação cruzada. O acesso

para o pátio central possui ritmo devido as colunas circulares que completam a

malha estrutural. Por se tratar de um edifício linear, onde as unidades de habitação

tomam grande parte do bloco, não é necessário suportar grandes vãos.

2.9.1.6 Técnicas construtivas e materiais

Por se tratar de uma iniciativa pública, onde o objetivo é abrigar idosos

carentes, a limitação orçamentária foi um desafio, para obter qualidade

arquitetônica, os arquitetos optaram por utilizar materiais que que não

necessitassem de grande manutenção e tivessem durabilidade. A simplificação de

acabamentos se fez necessária, as estruturas tornaram-se aparente, as paredes e

pisos não foram revestidos. Os blocos são pintados na cor branca, e formam uma

moldura para os rasgos na circulação, que foram pintados em preto para houvesse

um contraste visível.

Figura 10: Circulação

Fonte: Da autora, adaptado de Vigliecca (2017).

2.9.2 Jardins da Casa Relógio

O projeto trata-se de um condomínio que abriga 50 moradias, fruto da

reutilização de um terreno que abrigada um antigo hotel abandonado. O projeto foi

construído em 2016 de forma a obter uma integração maior com o bosque que limita

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o terreno. A locação das moradias houve de forma que o ruído fosse minimizado,

criando uma comunidade murada.

Figura 11: Pátio central- Jardins da Casa Relógio

Fonte: Da autora, adaptado de Stockwool (2017).

2.9.2.1 Autor e localização do projeto

O projeto foi desenvolvido pelo escritório Stockwool, cuja cede situa-se na

cidade de Londres, o escritório possui projetos renomados e tem como prioridade a

regeneração urbana. Quanto ao projeto, o mesmo situa-se as margens da rodovia

A1 na pequena cidade de Welwyn, que fica ao Norte de Londres, conforme figura

12.

Figura 12: Localização Jardins da Casa Relógio, Welwyn- UK

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

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2.9.2.2 Implantação

O projeto consiste em uma área construída de 4.281 m², possui em uma das

extremidades a rodovia A1, na outra um bosque denso que serve como barreira

acústica. O terreno possui três faces, não possui grande declividade, e através do

projeto buscou-se tirar partido da geometria do terreno, explorando sua forma.

Possui somente um acesso, assim pode-se controlar o fluxo de pessoas.

Figura 13: Implantação Jardins da Casa Relógio

Fonte: Da autora, adaptado de Stockwool (2017).

2.9.2.3 Programa de Necessidades

O programa do condomínio consiste em 50 moradias, estacionamento com 67

vagas, salão de festas e pátio central que serve tanto para contemplação quanto

para uso comum. Os blocos são compostos por moradias que possuem 50 e 87m².

O programa de necessidades é pré-definido, porém se houver necessidade, o

morador pode adaptar com facilidade a moradia. Os apartamentos de 50m²

possuem: 1 dormitório, hall de entrada, cozinha e sala de estar integradas e 1

banheiro. Enquanto que os de 87m² possuem: 2 dormitórios, hall de entrada,

cozinha e sala de estar integradas, 2 banheiros. O condomínio possui blocos de 2 e

3 pavimentos, os pavimentos superiores têm acesso através de escadas.

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Tabela 2: Programa de Necessidades

Apartamento

de 50m²

ÁREA DIMENSÕES (em m²) MOBILIÁRIO ESSENCIAL

Dormitório casal Aprox. 12m² Cama, roupeiro

Cozinha e sala de estar

Aprox. 21m² Bancada com cuba, fogão, geladeira, mesa, cadeiras, estofado

e TV

Banheiro Aprox. 6m² Lavatório, chuveiro e bacia sanitária

Hall Aprox. 4m² -

Apartamento de 80m²

Dormitório casal Aprox. 12m² Cama, roupeiro

Dormitório solteiro Aprox. 11m² Cama, roupeiro

Cozinha e sala de estar

Aprox. 23m² Bancada para cozinha, fogão, geladeira, mesa, cadeiras, estofado

e TV

Banheiros Aprox. 6m² Lavatório, chuveiro e bacia sanitária

Hall Aprox. 4m² -

Salão de

festas

- Aprox. 50m² Mesas, cadeiras, bancada para cozinha com cuba, geladeira e fogão

Fonte: Da autora (2017).

2.9.2.4 Funcionalidade

Zoneamento

O macrozoneamento se dá através dos setores: Apartamentos, salão de

festas e pátio central como área de convivência.

Figura 14: Zoneamento e Implantação

Fonte: Da autora, adaptado de Stockwool (2017).

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Organograma e fluxograma

Figura 15: Organograma e Fluxograma

Fonte: Da autora (2017).

Habitabilidade

As residências na face sudeste do terreno, foram projetadas de forma que

unidas tenham a função de anteparo para os ruídos externos, principalmente da

rodovia. Na face noroeste, a vegetação do bosque além de minimizar os ruídos, cria

um microclima, proporcionando aos moradores maior contato com a natureza. As

esquadrias foram projetadas de modo que facilitam a ventilação cruzada, assim

como o telhado verde e os materiais utilizados na construção proporcionam maior

conforto térmico.

Figura 16: Habitabilidade

Fonte: Da autora, adaptado de Stockwool (2017).

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2.9.2.5 Forma

O estudo formal do projeto trata-se da combinação de urbano e rural, com o

intuito de trazer qualidade estética aliada ao conforto. As 5 edificações possuem

formato prismático, com 2 e 3 pavimentos e a disposição das mesmas seguem a

geometria do terreno, explorando sua forma. As circulações foram fixadas de forma

que facilitam a fluxo, sem grande aglomeração. O ritmo das edificações se dá devido

ao uso dos materiais, cada bloco possui uma composição de madeira e alvenaria

aparente. As janelas em balanço criam um suave efeito de elevação que

contrapõem a rigidez dos revestimentos.

2.9.2.6 Técnicas construtivas e materiais

A escolha dos materiais foi uma forma de integrar o bosque com as moradias.

As edificações na face noroeste são revestidas em madeira de Larício Siberiano, e

possuem janelas maiores com perfil em alumínio na cor preta, contrastando com os

revestimentos, e proporcionando um visual do bosque. Na face sudeste, as

edificações são em alvenaria aparente, com janelas em balanço, as demais

moradias são compostas pelos dois materiais, no pavimento inferior alvenaria e no

superior madeira, estabeleço um equilíbrio entre os materiais.

Figura 17: Edificações nas faces sudeste e noroeste

Fonte: Da autora, adaptado de Stockwool (2017).

2.9.3 Residência para Idosos Jireysa

O projeto compreende alojamentos destinados aos idosos independentes,

funciona como centro dia e moradia permanente. Por tratar-se de uma instituição

privada, o projeto oferece instalações de primeira classe. Construído em 2016, o

projeto tem como objetivo maximizar a autonomia e privacidade dos moradores,

propiciando maior satisfação pessoal.

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Figura 18: Fachada

Fonte: Da autora, adaptado de Archdaily, 2017.

2.9.1.1 Autor e localização do projeto

O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Óscar Miguel Ares Alvarez, com

colaboração do Arquiteto Javier Palomero Alonso. Residente da cidade de Valladolid

Óscar possui projetos renomados em seu portfólio, sua característica projetual é

utilizar materiais que se camuflam com o ambiente em que foram inseridos. Quanto

a localização do projeto, o mesmo encontra-se implantado na comunidade de

Aldeamayor de San Martin, que fica a 15Km da cidade de Valladolid, Espanha,

conforme figura 19.

Figura 19: Localização da Residência para Idosos Jereysa, Valladolid- ES

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

2.9.1.2 Implantação

O projeto compreende uma área construída de 2.000m², divididos entres os

alojamentos e áreas comuns. O terreno fica localizado a 15Km da comunidade de

Aldeamayor de San Martin, não possui fechamento, sendo que a própria edificação

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o delimita. O terreno é árido, porém um pátio interno foi criado para que os

moradores pudessem ter maior integração uns com os outros, além de um local

adequado para banhos de sol, sem deslocar-se de seus aposentos.

Figura 20: Implantação da Residência para Idosos Jireysa

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

2.9.1.3 Programa de Necessidades

O programa possui infraestrutura para comportar 45 moradores permanentes,

e 20 usuários do centro dia ou moradias provisórias. Possui refeitório com cozinha, 2

vestiários para funcionários, diretoria, 3 consultórios médicos, academia, sala

multiuso, salão de baile, central de limpeza e 29 alojamentos. O edifico é térreo,

possui somente circulação horizontal em todo o perímetro dos alojamentos.

Tabela 3: Programa de Necessidades

ÁREA DIMENSÕES (em m²) MOBILIARIO ESSENCIAL

Alojamentos Aprox. 20m² com banheiro Cama, roupeiro, bacia sanitária, chuveiro, bancada com cuba

Refeitório Aprox. 120m² com cozinha Mesas, cadeiras, bancada para cozinha, fogão, refrigerador

Vestiários Aprox. 18m² cada um Bacia sanitária, lavatório, chuveiro, armários

Diretoria Aprox. 18m² Bancada, armários, cadeira

Consultórios médicos Aprox. 18m² Bancada, armários, cadeira, maca

Academia Aprox. 80m² Colchonetes, aparelhos, tapete em EVA

Salas Multiuso Aprox. 50m² Cadeiras empilháveis

Salão de baile Aprox. 100m² -

Central de limpeza Aprox. 15m² Bancada, armário, tanque

Fonte: Da autora (2017).

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2.9.1.4 Funcionalidade

Zoneamento

O zoneamento se dá através dos setores: Alojamentos, serviço, administrativo

e áreas comuns. A circulação linear percorre toda a edificação, permitindo acesso a

todos os setores.

Figura 21: Zoneamento

Fonte: Da autora, adaptado de Archdaily (2017).

Organograma e Fluxograma

Figura 22: Organograma e Fluxograma

Fonte: Da autora, 2017.

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Habitabilidade

A edificação possui aberturas voltadas para o pátio central, que proporciona

iluminação natural em todos os alojamentos, brises na fachada leste que trazem

permeabilidade à rigidez da edificação. O terreno possui vegetação rasteira, que

permite maior aproveitamento da insolação, apenas no pátio central algumas

arvores de médio porte foram locadas a fim de promover sombra. A edificação foi

projetada de forma a amenizar os ruídos externos vindos da rodovia, trazendo

assim, maior conforto aos moradores.

Figura 23: Habitabilidade

Fonte: Da autora, adaptado de Archdaily (2017).

2.9.1.5 Forma

A edificação abraça o pátio central, criando uma área de convívio e

otimização da iluminação natural. A edificação é térrea, seu ritmo se dá através do

uso de brises na vertical; a marcação de acesso expressa permeabilidade, trata-se

de um recorte angular, com esquadria em vidro. Os alojamentos são distribuídos em

volta do pátio de forma irregular, criando um escalonamento com telhados

inclinados, que traz individualidade aos alojamentos.

2.9.1.6 Técnicas construtivas e materiais

O projeto busca acompanhar a aridez da planície espanhola, através do uso

do concreto branco, aberturas em vidro, piso em madeira e tiras de madeira nas

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paredes em meio à cor branca. No interior, o uso dos brises cria efeitos de luz e

sombra, e as aberturas voltadas para o pátio central tornam as circulações menos

monótonas. Para escolha dos materiais, o arquiteto analisou o clima do local onde a

edificação foi inserida, de modo que os mesmos tivessem pouca manutenção e

fossem de alta durabilidade.

Figura 24: Pátio central

Fonte: Da autora, adaptado de Archdaily (2017).

2.10 ANÁLISE COMPARATIVA

Tabela 4: Análise comparativa

RESIDENCIAL VILA DOS IDOSOS

JARDINS DA CASA RELÓGIO

RESIDENCIAL JEREYSA

Organização das plantas Linear Linear Centralizada

Habitabilidade Ventilação cruzada Conforto acústico Iluminação natural

Áreas comuns Sala de TV e jogos, salas multiuso, salão

comunitário

Salão de festas Salão de baile, refeitório, academia,

salas multiuso

Marcação de acesso Através das circulações horizontais

Único acesso no pátio central

Recorte angular

Composição da fachada Brises, concreto aparente, contraste

Alvenaria aparente, madeira, vidro

Concreto branco, brises

Fonte: Da autora (2017).

A análise dos estudos de caso foi de extrema relevância para identificar a

funcionalidade que se faz necessária em um residencial geriátrico. No Residencial

Vila dos Idosos, pode- se observar que as circulações podem ter um papel

fundamental para a composição da edificação, além de compor a fachada e trazer

um local de convívio aos moradores, possui a função de facilitar a ventilação

cruzada. O programa de necessidades é simples, mas possui todas as áreas

necessárias para que os idosos possam habitar a edificação com conforto.

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39

No condomínio Jardins da Casa Relógio, a utilização dos materiais para as

funções que a edificação expressa, o uso do pátio central como área de convívio e a

integração que o condomínio tem com o bosque são fatores importantes a serem

levados em consideração na elaboração de um projeto. Em contrapartida, a falta de

elevadores dificulta o acesso às moradias. Quanto à Residência para Idosos

Jereysa, pode-se afirmar que a edificação possui um programa que atende às

necessidades dos usuários a que se destina.

Os alojamentos escalonados tornam a edificação única; o pátio como área de

convívio e as aberturas que permitem iluminação natural são pontos positivos do

projeto, porém o fato de ser localizada em uma área rural dificulta o acesso dos

usuários à infraestrutura urbana.

2.11 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

O estudo realizado identificou que a população idosa vem crescendo

rapidamente e nossas cidades não estão preparadas para atender essa demanda. A

necessidade de se ter espaços adaptados a essa população torna-se eminente, para

que possam ter uma melhor qualidade de vida. Os espaços devem ser adaptados de

forma que se possa trazer maior praticidade ao morador, evitando quedas, que é o

principal fator de internação dos idosos. O processo de envelhecimento compreende

não somente a idade, mas também as patologias que o avanço cronológico pode

acarretar. A busca pelo envelhecimento ativo tem se tornado tema de discussões,

pois a qualidade de vida da população idosa também depende da aceitação da

sociedade perante este tema; desta forma, podemos afirmar que os fatores sociais e

econômicos também são relevantes quando falamos em “melhor idade”.

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40

CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO

Nesta parte, será apresentado o diagnóstico da área de implantação.

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL

A cidade escolhida para desenvolvimento da proposta projetual foi Passo

Fundo que, segundo o IBGE (2017), possui cerca de 198.799 habitantes, dentre eles

21.684 possuem idade superior a 60 anos. Situado na região norte do Rio Grande

do Sul, conforme figura 25, o município está em constante expansão, abrange

783.421 Km² (IBGE, 2016) sendo considerado capital do planalto médio. “A cidade é

de relevante poder em relação ao agronegócio e reconhecida por sua gama de

serviços de saúde e educação superior, sendo uma das mais importantes do estado”

(FERRETTO, 2012).

Figura 25: Localização do terreno, Passo Fundo- RS

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

N

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Considerado um dos maiores de Passo Fundo, o Bairro Boqueirão

caracteriza-se por ser uma zona predominantemente residencial, com edificações de

uso misto, e moradias de alto padrão, possuindo cerca de 19.500 habitantes. Possui

ampla infraestrutura: linhas de transporte público, escolas, comércio em geral,

templos e praças. Por possuir instituições de ensino e por se tratar de uma região

densa, possui fluxo intenso de veículos e pessoas. O local também fica próximo a

hospitais e unidades de saúde, conforme observado na figura 26.

Figura 26: Hospitais e Unidades de saúde- Passo Fundo

Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo, adaptado pela autora (2017).

Circundado pelas ruas Morom ao norte, General Osório ao sul, Mascarenhas

a leste e Diogo de Oliveira a oeste, o terreno que anteriormente abrigava a sede do

Esporte Clube Gaúcho, hoje é propriedade do Hospital São Vicente de Paulo. O

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mesmo encontra-se desocupado e possuí uma área de 22.349,41 m², em seu

entorno encontram-se edificações de até 12 pavimentos e vegetação de pequeno e

médio porte.

3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES

3.3.1 Mapa Nolli

Através da análise realizada, constatou-se que a o entorno do terreno trata-se

de uma área com grande densidade de edificações, sendo possível perceber, a

partir do Mapa Nolli (figura 27), a presença de alguns vazios urbanos e a

permeabilidade dos lotes. O terreno destaca-se por possuir grande área ociosa,

levando-se em consideração seu entorno.

Figura 27: Mapa Nolli

Fonte: Da autora (2017).

3.3.2 Uso e ocupação do solo

Conforme observado na figura 28, o entorno do terreno apresenta grande

número de edificações de uso residencial e misto, comércio e serviços, encontram-

se, em sua maioria, na Avenida Brasil. O bairro é conhecido por possuir instituições

de ensino renomadas que, por sua vez, representam uma parcela significativa do

uso e ocupação do solo.

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Figura 28: Uso e ocupação do solo

Fonte: Da autora, 2017.

3.3.3 Mapa de alturas

O entorno caracteriza-se por possuir edificações, na grande maioria de 1

pavimento, tornando- se, assim, horizontalizado. A figura 29 demonstra que a área

de maior concentração de residências com mais de 10 pavimentos encontra-se na

zona de maior fluxo.

Figura 29: Mapa de alturas

Fonte: Da autora (2017).

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3.4 INFRAESTRUTURA URBANA

3.4.1 Sistema Viário

O bairro Boqueirão possui ampla infraestrutura urbana, comércio e serviços e,

por ser próximo à área central, é um dos bairros mais populosos de Passo Fundo. O

terreno localiza-se próximo à Avenida Brasil, uma via arterial que cruza a cidade e é

a com maior fluxo de pessoas e veículos. A norte, a Rua Morom possui mão única,

sentido centro-bairro, considerada uma via de fluxo intenso, é uma via coletora. Os

veículos que necessitam retornar à Avenida Brasil devem seguir a rua Diogo de

Oliveira; em contrapartida, os veículos que seguem pela Avenida e desejam retornar

à Rua Morom devem acessar as ruas Alferes Rodrigues e Mascarenhas. O terreno

também pode ser acessado pela rua Independência que, por sua vez, possui mão

dupla e é considerada uma via coletora.

Figura 30: Sentido das vias

Fonte: Da autora (2017).

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O bairro conta com uma rede de transporte público na Avenida Brasil e na rua

Diogo de Oliveira, e ponto de táxi somente na Avenida Brasil. As linhas de transporte

público são fornecidas pelas empresas Coleurb e Codepas, sendo elas: Ed. Trein-

São José, Jerônimo Coelho-Universidade, Lot. Umbu-Bom Recreio, Ricci-Garden,

Nossa Senhora Aparecida-São Cristóvão II, São José-Seminário, que possuem

trajeto pela Avenida Brasil, Santa Marta-Entre Rios, Menino Deus-Prefeitura, na rua

Diogo de Oliveira. As linhas existentes suprem a demanda da região, porém a

distância entre os pontos de ônibus é extensa, fazendo com que os moradores

caminhem grandes distâncias para utilizar o transporte.

Figura 31: Fluxo das vias

Fonte: Da autora (2017).

Ainda, sobre o sistema viário, a norte as vias estão em boas condições, todas

possuem passeio, porém, entrevistas informais demonstram a preocupação com o

excesso de velocidade nas vias de maior fluxo, pois há poucas faixas de pedestres

e, em horários de pico, os moradores sentem dificuldade em atravessar a rua,

principalmente na Avenida Brasil e na Rua Morom. A sul, as condições das vias são

diferentes, pois muitas não possuem pavimentação, ou ainda são de paralelepípedo.

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Figura 32: Tipo das vias

Fonte: Da autora (2017).

3.4.2 Vegetação Urbana

Figura 33: Vegetações urbanas

Fonte: Da autora (2017).

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O bairro possui considerável área verde, principalmente na Avenida Brasil,

onde canteiros centrais tornaram-se praças que atraem pessoas de todas as áreas

da cidade. Foram demarcadas árvores de médio e grande porte (figura 33) que, por

sua vez, podem influenciar direta ou indiretamente o projeto proposto. Observou-se

a existência de zonas com vegetação nativa, como araucária.

3.4.3 Redes de Infraestrutura Urbana

O bairro possui rede elétrica, abastecida pela companhia RGE, e rede de

água potável, a qual é fornecida pela Corsan; todos os lotes possuem abastecimento

de ambos os serviços. A região não possui rede de tratamento de efluentes, através

de entrevistas informais, constatou-se que as residências utilizam sistema de esgoto

individual, do tipo fossa séptica. A norte, quase não há zonas de escoamento pluvial;

em dias de chuva as ruas ficam alagadas, trazendo riscos à população local.

Figura 34: Redes de infraestrutura

Fonte: Da autora (2017).

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Figura 35: Rede elétrica- Rua Morom e Rua Independência

Fonte: Da autora (2017).

3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO

Dimensões do terreno

Figura 36: Dimensões do terreno

Fonte: Da autora (2017).

Análise topográfica

O terreno possui pouca inclinação, somente 4 curvas de nível, sendo que na Rua

Morom a inclinação é mais perceptível. Através da figura 37, pode-se perceber as

áreas com maior declividade, sendo ao norte a área mais alta do terreno. Ao Sul

possui um leve caimento. As diferenças de nível encontram-se principalmente no

perímetro do terreno, sendo que no centro ele é consideravelmente plano.

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Figura 37: Análise topográfica do terreno

Fonte: Da autora (2017).

Projeção de sombras

Figura 38: Estudo de sombras

Fonte: Da autora (2017).

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Por possuir em seu entorno edificações, em sua maioria, de até 3 pavimentos,

as áreas de sombreamento são quase inexistentes. Conforme observado na figura

38, é perceptível que o terreno possui boa insolação. Para uma melhor eficiência

projetual, foram analisadas as áreas de sombreamento nos meses de junho e

dezembro.

Análise climática e vegetação existente

Figura 39: Análise climática e vegetação existente

Fonte: Da autora (2017).

A orientação solar e os ventos dominantes são de extrema importante na

concepção do projeto. Em Passo Fundo os ventos dominantes são Nordeste,

Noroeste e Sudeste, a análise foi realizada a nos meses de junho e dezembro,

conforme figura 39. Quanto a vegetação existente, o terreno possui uma árvore de

grande porte (araucária), e uma de médio porte (laranjeira).

Skyline e visuais do terreno

Figura 40: Indicação dos visuais do terreno

Fonte: Da autora (2017).

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Figura 41: Visuais do terreno

Fonte: Da autora (2017).

Figura 42: Skyline

Fonte: Da autora, 2017.

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Podemos observar, a partir da figura 42, a existência de um gabarito de

altura, sendo na maioria de 2 pavimentos. Destaca-se também a existência de uma

grande área verde na Rua Diogo de Oliveira.

3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS

Visando atender as necessidades específicas do usuário, o projeto atenderá

as normativas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo elas a

NBR 9050 (2015) que trata da acessibilidade universal a edificações (figura 43),

mobiliário, equipamentos urbanos e espaços, e a NBR 9077 (2001) que corresponde

às normas específicas às saídas de emergência em edificações.

Figura 43: NBR 9050

Fonte: ABNT- NBR 9050 (2015).

No Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Passo Fundo (PDDI,

2006), serão observados os índices urbanísticos, zoneamento urbano, recuos e

áreas de preservação. Conforme demonstrado na figura 44, o terreno proposto situa-

se em uma Zona de Uso Especial (ZUE). Na zona em que o terreno está inserido

pode haver supressão de recuo, o uso ao qual o terreno se destina é conforme e nas

ruas de acesso não há previsão de alargamento viário.

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Figura 44: Zoneamento Passo Fundo

Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017.

As exigências construtivas seguirão o Código de Obras de Passo Fundo

(1996), ao qual define padrões para aprovação do projeto. Serão analisados:

CAPITULO V, Dos Corredores. Art. 60

CAPITULO VI, Hall dos Elevadores. Art. 62

CAPITULO VIII, Espaços Externos. Art. 110

TÍTULO VIII, Habitações coletivas em geral. Art. 119

CAPITULO X. Das Fachadas. Art. 72

CAPITULO V. Rampas

A normatização específica ao tema será atendida segundo a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (2004), que delimita o regulamento técnico as

Instituições Residências de Longa Permanência para Idosos - Consulta Pública nº

41, de 18 de janeiro de 2004. D.O.U de 21/06/2004. Quanto as necessidades

específicas do usuário a que o tema se destina, o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741,

2003) será de extrema relevância, pois nele foram atribuídos direitos a população

idosa; o projeto deve assegurar que os mesmos usufruam destes direitos.

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CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes, de

forma a demonstrar elementos norteadores para a realização do mesmo, além de

exemplificar as estratégias e escolhas projetuais.

4.2 CONCEITO DO PROJETO

Conforme abordado anteriormente na revisão bibliográfica, a população idosa

segue em busca do envelhecimento ativo, tendo em vista uma melhor qualidade de

vida e um papel funcional da sociedade. Sentimentos como impotência e abandono

são comuns nesta fase da vida; em função disso, problemas psicológicos estão cada

vez mais presentes no dia a dia dessa população.

O fator social está presente na elaboração deste projeto, pois através dele

busca-se uma mudança não só na forma como os demais cidadãos vem o idoso,

mas sim na visão que ele tem si mesmo. Mudanças necessárias no atual cenário

mundial, que anteriormente excluía esta população por serem considerados

incapazes. A reinserção destes membros na sociedade é o principal objetivo deste

projeto que, através de suas diretrizes, busca enfatizar o papel do idoso na

sociedade, não mais como um cidadão inoperante e impotente, mas sim

demostrando que este usuário pode ter sua autonomia, saúde e vivacidade desde

que possua um ambiente apropriado para executar suas atividades diárias, da

melhor forma possível.

O conceito adotado para elaboração deste projeto encontra-se nos

sentimentos a que o mesmo se propõe a transmitir: vitalidade, paz, saúde mental e

física, proficuidade e, principalmente, o início de uma nova jornada, onde o

preconceito e as dificuldades vividas sejam minimizados com o apoio de outras

pessoas que também enfrentam ou enfrentaram esta mesma dificuldade, tendo

como elemento principal: O SOL. Em sua trajetória, a posição mais radiante é ao

meio dia; onde a manhã termina e a tarde começa, simbolizando o final de uma

jornada e o início de uma nova. Muito presente na cultura grega, o sol possui

diversos significados, esteve presente em rituais e costumes, sendo o deus Apolo a

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personificação deste elemento, e o Templo de Delos a edificação dedicada ao

mesmo.

Figura 45: Conceito gráfico do projeto

Fonte: Da autora (2017).

4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA

A partir do elemento principal, o sol, uma malha será construída para ser

empregada na implantação do projeto. O mesmo elemento servirá como diretriz

construtiva, através da utilização de energia solar. A fim de facilitar a utilização da

edificação, o mesmo será desenvolvido em apenas 1 pavimento, tornando-se

horizontal, que por sua vez manterá o gabarito de altura das edificações vizinhas.

Almeja-se transmitir a vivacidade do sol pelo uso das cores, cada item do

programa de necessidades terá uma cor predominante, que além de facilitar a

visualização do usuário também servirá como elemento de destaque aliado ao

conceito. O projeto deverá suprir as necessidades dos moradores, através do lazer,

moradia, convívio social, auxílio médico, levando-se em consideração a eficiência

energética.

O uso da edificação como terapia terá papel fundamental na saúde física e

mental do idoso, tendo elementos como jardim sensorial para instigar os sentidos.

Os jardins sensoriais devem ser de diferentes alturas, para que todas as pessoas

possam ter acesso a ele; neles, podem ser explorados todos os tipos de vegetação,

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tudo que possa despertar algum sentido: tato, audição, visão, paladar, olfato.

(CHIMENTTI; CRUZ, 2008). As imagens a seguir (Figura 46) demonstram alguns

aspectos formais tidos como referência na elaboração do projeto.

Figura 46: Exemplos de tipologias

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

A plantas serão elaboradas conforme programa de necessidades, seguindo a

normatização vigente, com toda a sinalização necessária. Visando a diminuição de

resíduos e melhor custo benefício, o sistema construtivo utilizado será o Ecogrid,

que, por sua vez, possui maior eficiência, sendo um material de alto desempenho

térmico e acústico (Figura 47).

Figura 47: Sistema Construtivo Ecogrid

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

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4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS

A deficiência de uma infraestrutura acessível está presente não somente no

bairro em que o terreno está inserido, mas sim em toda a cidade de Passo Fundo.

No seu entorno, os passeios não possuem acessibilidade e/ou estão em más

condições, algumas ruas não possuem pavimentação ou estão em mau estado, há

falta de iluminação pública, falta de lixeiras para coleta seletiva, e a falta de bocas de

lobo causa transtornos nas imediações (Figura 48).

Figura 48: Problemática urbana

Fonte: Da autora (2017).

A existência de pontos de ônibus e táxi na Avenida Brasil, e apenas um ponto

de ônibus na Rua Diogo de Oliveira, faz com que os usuários tenham que se

deslocar consideráveis distâncias para utilizar os meios de transporte, o que muitas

vezes para as pessoas idosas torna-se um obstáculo. Sendo assim, as diretrizes

urbanísticas são: faixas elevadas em pontos estratégicos, os quais facilitarão o

acesso de pedestres e deficientes físicos; melhoria no passeio público, com a

utilização de rampas de acesso e piso tátil; iluminação e sinalização adequada para

pedestres e para automóveis; coleta seletiva de lixo e a implantação de mais um

ponto de ônibus e táxi na rua Morom para facilitar as atividades dos usuários.

Figura 49: Propostas de diretrizes urbanísticas

Fonte: Google imagens, adaptado pela autora (2017).

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CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL

5.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto.

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

Tabela 5: Programa de Necessidades

SOCIAL

Salão comunitário 500m² Cadeiras empilháveis

Salão de convivência 60m² Poltronas, mesas, cadeiras

Auditório 300m² Cadeiras, projetor

Refeitório 70m² Mesas, cadeiras

Sala multiuso 40m² Mesas, cadeiras, bancada, armários

Capela ecumênica 60m² Altar, bancos

Horta comunitária - -

Salão de festas com cozinha gourmet e lavabos

100m² Bancada com 1 cuba, mesas, cadeiras, geladeira, fogão, TV,

4 bacias sanitárias, 4 lavatórios

Academia 70m² Equipamentos de ginástica, colchonetes

Academia ao ar livre 30m² Equipamentos de ginástica

Sala de dança 30m² Bancada, espelho

Jardim sensorial - -

Pista de caminhada - -

Quiosques com churrasqueira 10m² Churrasqueira, bancada com 1 cuba, mesa, bancos

Cancha de bocha - -

Sala de música 30m² Instrumentos, cadeiras

Solário 55m² Cadeiras, mesas com guarda sol

Banheiro feminino 28m² 5 bacias sanitárias, bancada com 5 lavatórios

Banheiro masculino 28m² 5 bacias sanitárias, bancada com 5 lavatórios

SERVIÇO

Vestiário feminino 18m² 3 bacias sanitárias, 2 chuveiros, armários, banco, bancada com 3 lavatórios

Vestiário masculino 18m² 3 bacias sanitárias, 2 chuveiros, armários, banco, bancada com 3 lavatórios

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Sala para funcionários 15m² Sofá, TV, mesa com 4 cadeiras

Copa 3m² Bancada com 1 cuba, geladeira, fogão

Hospedagem para funcionários

15m² Bancada, 2 camas

Triagem 10m² Bancada

Depósito 14m² Prateleiras

Almoxarifado 15m² Prateleiras, armários, bancada, 1 cadeira

Recepção de alimentos 6m² Bancada, balança, tanque

Cozinha 70m² Bancada, fogão industrial, bancada com 3 cubas,

geladeira, armários

Câmara fria 6m² Prateleiras

Despensa 6m² Prateleiras

Lavanderia 34m² Armários, bancada, lavadoras, secadoras, 2 tanques

Governança 18m² Bancada, prateleiras

Central de limpeza 30m² Armários, 3 tanques, bancada, carrinho

DML 8m² Armários, tanque, bancada

Depósito jardinagem 10m² Prateleiras

Guarita 9m² Bancada, 2 cadeiras, armário

Vigilância 20m² Bancada, 3 cadeiras, armários

Manutenção

TRATAMENTO

Nutricionista 13m² Bancada, 1 cadeira, armário, 2 poltronas, maca

Psicólogo 13m² Bancada, 1 cadeira, armário, 2 poltronas

Consultório médico 15m² Bancada, 1 cadeira, armário, 2 poltronas, maca

Enfermaria 16m² Bancada, 1 cadeira, armário

Observação/ Recuperação 19m² 2 Macas

Fisioterapia 44m² Bolas, colchonetes, maca, armário

ADMINISTRATIVO

Recepção 11m² Bancada, 1 cadeira, poltronas,

Direção 11m² Bancada, 1 cadeira, armários

Secretaria 13m² Bancada, 2 cadeiras, armários

Sala de reuniões 14m² Mesa de reuniões, 6 cadeiras

Almoxarifado administrativo 7m² Prateleiras

Lavabo masculino 2m² Bacia sanitária, lavatório

Lavabo feminino 2m² Bacia sanitária, lavatório

Moradias

Apartamentos: Sala, cozinha, banheiro, 2 dormitórios

50m² Sofá, TV, mesa, cadeiras, bancada com 1 cuba, fogão,

geladeira, lavadora de roupas,

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bacia sanitária, chuveiro, lavatório, 2 camas, roupeiro

Hospedagens especiais: Banheiro, dormitório

25m² Sofá-cama, TV, frigobar, bacia sanitária, chuveiro, lavatório,

cama, armário

Fonte: da autora (2017).

5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA

Figura 50: Organograma

Fonte: Da autora (2017).

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Figura 51: Fluxograma

Fonte: Da autora (2017).

5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Para a elaboração do partido arquitetônico, foram analisadas três propostas

de zoneamento (Figuras 52,53 e 54), de acordo com os setores anteriormente

definidos. Optou-se pela pelo segundo estudo, representado na figura 53, por obter

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melhor insolação para as moradias e hospedagens e trazer uma melhor relação

entre os setores, de maneira a facilitar o fluxo entre os mesmos. Desta forma, o

Jardim Sensorial e a Horta Elevada, tornam-se elementos de destaque na

implantação.

Figura 52: Zoneamento, proposta 1

Fonte: Da autora (2017).

Figura 53: Zoneamento, proposta 2

Fonte: Da autora (2017).

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Figura 54: Zoneamento, proposta 3

Fonte: Da autora (2017).

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APÊNDICES

APENDICE A

(PROJETO)

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ANEXOS

ANEXO A

(PRANCHAS DE APRESENTAÇÃODA DEFESA DO TRABALHO DE

CONCLUSÃO DE CURSO I)

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