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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO Bruna Sbardelotto Práticas de Gestão de Projetos e Inovação: Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Passo Fundo 2017

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

Bruna Sbardelotto

Práticas de Gestão de Projetos e Inovação:

Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável

Passo Fundo

2017

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Bruna Sbardelotto

Práticas de Gestão de Projetos e Inovação:

Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da Escola de

Administração da Faculdade Meridional –

IMED, como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Administração sob a

orientação da Profa. Dra. Eliana Andréa

Severo.

Passo Fundo

2017

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CIP – Catalogação na Publicação

S276p Sbardelotto, Bruna

Práticas de gestão de projetos e inovação : antecedentes da vantagem

competitiva sustentável / Bruna Sbardelotto. – 2017.

100 f.: il.; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade IMED, Passo Fundo,

2017.

Orientador: Profa. Dra. Eliana Andréa Severo.

1. Gestão de projetos. 2. Inovação – Administração. 3. Competitividade –

Sustentabilidade. I. Severo, Eliana Andréa, orientador. II. Título.

CDU: 658.012.25

Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857

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AGRADECIMENTOS

Escrever nunca será um esforço solitário. Existem pessoas a quem se deve agradecer,

pela energia, pela compreensão e pelo apoio dispensados para a conclusão desta etapa.

Meu primeiro agradecimento, obviamente vai para quem me deu a dádiva da vida,

meus pais. Mãe, obrigada pelo amor e tranquilidade que você me proporciona. Pai, mesmo

com essa distância imensurável que o destino nos impôs você sempre será o homem da minha

vida, habita em meus sonhos, me protege, me ama, me abriga mesmo a milhares de estrelas de

distância. Eu amo vocês de uma forma inexplicável.

À minha vó Orora Zanatha pelo amor, carinho e cuidados especiais. Ao tio Luis Carlos

Zanatha por estar ao meu lado nas grandes conquistas da minha vida e ao Alberi Paim por me

mostrar que é possível amar com a mesma intensidade mesmo um pai que não tem o mesmo

tipo sanguíneo do seu.

Quem tem amigos tem tudo. O meu agradecimento a todos os que entenderam que eu

precisava de tempo para concluir esse desafio. Sem citar nomes, vocês estão em meu coração,

grandes, amados e eternos amigos.

Ao grande profissional Dr. Júlio Cesar Ferro de Guimarães, meu primeiro orientador,

por aceitar minhas escolhas, ampliar meus conhecimentos e seguir nesse grande projeto que é

conclusão da Dissertação do mestrado em Administração. Jamais poderia deixar de agradecer

a sua sucessora, a grande profissional, exemplo de pessoa, humana, adorável e amiga

professora doutora Eliana Andréa Severo, palavras são pouco para expressar o meu muito

obrigada por me acompanhar, orientar e mostrar os caminhos do conhecimento sem esquecer

da ética, da seriedade em todos os momentos vividos. Você realmente é uma Super

Professora!

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EPÍGRAFE

“Colecione momentos e não coisas”.

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RESUMO

A gestão de projetos é uma abordagem que auxilia as empresas no alcance do sucesso em seus

projetos, de modo que, se trabalhada juntamente com a inovação de produto e/ou inovação de

processo, pode resultar em pontos positivos quanto à diferenciação no mercado competitivo e

alcançar a vantagem competitiva sustentável em longo prazo. Nesse contexto, o objetivo deste

estudo consiste em analisar as relações entre práticas de gestão de projetos, a inovação de

produto e processo e a vantagem competitiva sustentável, desenvolvidas pelas empresas do

Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A metodologia utilizada foi de natureza quantitativa, de

caráter descritivo, com a análise dos dados desenvolvida por meio da Modelagem de

Equações Estruturais. Com os resultados da pesquisa, as práticas de gestão de projetos é um

antecedente importante para a inovação de produto e para a inovação de processo, pois ambas

as inovações contribuem para a vantagem competitiva sustentável. A relação entre as práticas

de gestão de projetos e inovação de processo mostrou-se superior à relação das práticas de

gestão de projetos e inovação de produto. Também observou-se que a vantagem competitiva

sustentável é encontrada em maior significância pela inovação de produto. Sob os resultados

alcançados as empresas do RS utilizam práticas de gestão de projetos, assim como possuem

inovações de produto e processo, os quais são importantes para uma vantagem competitiva

sustentável. Essas empresas estão se deslocando na direção de comportamentos proativos,

pois uma parcela significativa, 56,9% das empresas são de médio e grande porte, estando há

muitos anos no mercado, as quais apresentam ações inovadoras para a sua permanência e

competitividade no mercado, pois as organizações enfrentam constantes imposições legais e

políticas, em virtude do mercado globalizado. Destaca-se que os resultados podem estimular

as empresas a inovarem, sejam voltados a produtos e/ou processos, em que ocasionam a

sustentabilidade do negócio.

Palavras-chave: Práticas Gestão de Projetos. Inovação de Produto. Inovação de Processo.

Vantagem Competitiva Sustentável.

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ABSTRACT

Project management is an approach that assists companies in achieving success in their

projects, so if worked together with product innovation and / or process innovation, it can

result in positive points in differentiating in the competitive marketplace and long-term

sustainable competitive advantage. In this context, the objective of this study is to analyze the

relationships between project management practices, product and process innovation and

sustainable competitive advantage, developed by companies in the State of Rio Grande do

Sul, Brazil. The methodology used was of a quantitative nature, of a descriptive nature, with

the analysis of the data developed through the Modeling of Structural Equations. With the

results of the research, project management practices are an important precedent for product

innovation and process innovation, as both innovations contribute to the sustainable

competitive Advantage. The relationship between project management practices and process

innovation was superior to the relationship between project management practices and

product innovation. It was also observed that the sustainable competitive advantage is found

in greater significance by product innovation. Under the results achieved, RS companies use

project management practices as well as process and product innovations, which are important

for a sustainable competitive advantage. These companies are moving in the direction of

proactive behavior, since a significant portion, 56.9% of the companies are medium and large,

being for many years in the market, which present innovative actions for their permanence

and competitiveness in the market, because organizations face constant legal and political

impositions, due to the globalized market. It should be emphasized that the results can

stimulate companies to innovate, be focused on products and / or processes, which cause

business sustainability.

Keywords: Practices Project Management. Product Innovation. Process Innovation.

Competitive Advantage Sustainable.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Sequência de pesquisa na base de dados Scopus e EBSCO HOST .......................... 22

Figura 2: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Project Management Practices ...... 23

Figura 3: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Project Management Practices .... 24

Figura 4: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Product Innovation ........................ 25

Figura 5: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Product Innovation ...................... 26

Figura 6: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Process Innovation......................... 27

Figura 7: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Process Innovation ....................... 28

Figura 8: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Sustainable Competitive Advantage

.................................................................................................................................................. 29

Figura 9: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Sustainable Competitive Advantage

.................................................................................................................................................. 30

Figura 10: Organização cronológica dos estudos analisados sobre a gestão de projetos ......... 33

Figura 11: Natureza da inovação .............................................................................................. 38

Figura 12: Organização cronológica dos estudos analisados sobre a inovação ....................... 39

Figura 13: Organização cronológica dos estudos analisados sobre a vantagem competitiva .. 48

Figura 14: Desenho conceitual da Dissertação de Mestrado .................................................... 49

Figura 15: Variáveis observáveis e construtos latentes ............................................................ 53

Figura 16: Tempo de atuação das empresas respondentes da pesquisa .................................... 59

Figura 17: Quantidade de funcionários das empresas respondentes da pesquisa ..................... 60

Figura 18: Setor de atuação das empresas ................................................................................ 60

Figura 19: Função dos respondentes nas empresas .................................................................. 61

Figura 20: Porte da empresa, quanto ao faturamento ............................................................... 62

Figura 21: Modelo integrado teórico ........................................................................................ 76

Figura 22: Hipóteses da pesquisa ............................................................................................. 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Metodologia de extração dos componentes principais da AFE ................................ 63

Tabela 2: Método de extração de análise de componentes principais, rotação Varimax com

normalização Kaiser ................................................................................................................. 63

Tabela 3: Resultado do KMO e do Teste de Barlett ................................................................. 64

Tabela 4: Estrutura fatorial ....................................................................................................... 65

Tabela 5: Comunalidade das variáveis observáveis ................................................................. 66

Tabela 6: Variância média extraída e variância compartilhada ................................................ 67

Tabela 7: Confiabilidade composta e variância média extraída ............................................... 67

Tabela 8: Correlação de Pearson .............................................................................................. 69

Tabela 9: Análise fatorial intrabloco, construto Práticas de Gestão de Projetos ...................... 71

Tabela 10: Análise fatorial intrabloco, construto Inovação de Produto ................................... 71

Tabela 11: Análise fatorial intrabloco, construto Inovação de Processo .................................. 72

Tabela 12: Análise fatorial intrabloco, construto Vantagem Competitiva Sustentável ............ 73

Tabela 13: ANOVA dos construtos em relação ao porte das empresas ................................... 74

Tabela 14: Média das respostas dos construtos, quanto ao porte das empresas ....................... 74

Tabela 15: ANOVA dos construtos em relação ao setor de atuação das empresas.................. 75

Tabela 16: Média das respostas dos construtos, quanto ao setor das empresas ....................... 75

Tabela 17: Índices de ajuste do modelo teórico ....................................................................... 77

Tabela 18: Teste de hipótese do modelo teórico ...................................................................... 78

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFC - Análise Fatorial Confirmatória

AFE - Análise Fatorial Exploratória

ISO - Organization for Standardization

KMO - Medida de Adequação de Kaiser, Meyer e Olkin

MEE - Modelagem de Equações Estruturais

NPD - New product development

PMI - Project Management Institute

PMBOK - Project Management Body of Knowledge

PMO - Project Management Office ou escritório de projetos

PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração

RH - Recursos Humanos

TI - Tecnologia da Informação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

1.1 Problematização ................................................................................................................ 15

1.2 Delimitação do Tema ........................................................................................................ 17

1.3 Objetivos ........................................................................................................................... 17

1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 18

1.3.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 18

1.4 Justificativa ........................................................................................................................ 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 21

2.1 Gestão de projetos ............................................................................................................. 31

2.1.1 Práticas da Gestão de Projetos ........................................................................................ 34

2.2 Inovação ............................................................................................................................ 35

2.2.1 Inovação de Produto ........................................................................................................ 39

2.2.2 Inovação de Processo ...................................................................................................... 40

2.3 Vantagem competitiva sustentável .................................................................................... 43

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................................... 50

3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................. 50

3.2 População e amostra ........................................................................................................... 51

3.3 Técnica de coleta de dados ................................................................................................. 52

3.3.1 Questionário .................................................................................................................... 52

3.4 Técnica de análise e interpretação dos dados ..................................................................... 54

3.4.1 Desenvolvimento do modelo teórico ............................................................................... 54

3.4.2 Construção de diagrama de caminhos de relações causais .............................................. 55

3.4.3 Conversão do diagrama de caminhos em um conjunto de modelos estrutural e de

mensuração ............................................................................................................................... 55

3.4.4 Escolha do tipo de matriz de entrada e estimação do modelo teórico ............................. 55

3.4.5 Avaliação da identificação do modelo estrutural ............................................................ 56

3.4.6 Avaliação de critérios de qualidade de ajuste .................................................................. 56

3.4.7 Interpretação e modificação do modelo........................................................................... 57

4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 58

4.1 Análise descritiva da amostra ............................................................................................. 58

4.2 Análise do modelo integrado .............................................................................................. 62

4.2.1 Análise fatorial entre blocos ............................................................................................ 62

4.2.2 Análise fatorial intrablocos .............................................................................................. 70

4.2.3 Variáveis de influência .................................................................................................... 73

4.2.4 Análise do modelo integrado teórico ............................................................................... 75

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5 DISCUSSÕES ....................................................................................................................... 79

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 85

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ......................................................................................... 98

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1 INTRODUÇÃO

Empresas de diferentes segmentos buscam mudanças organizacionais, devido ao

crescente aumento da tecnologia e o surgimento da concorrência globalizada, para atuar com

excelência e diferenciação em seus respectivos setores. O ambiente dos negócios está envolto

a incertezas econômicas, mostrando a necessidade do desenvolvimento de práticas de gestão

que o tornem competitivo, sustentável e inovador. A gestão de projetos está longe de ser nova

no mercado, e tem sido utilizada pelas organizações como uma ferramenta para estruturar,

organizar e aprimorar as práticas no desenvolvimento, condução e execução de projetos,

possui como objetivos estratégicos, alinhar os projetos, bem como obter a clareza, facilidade,

simplicidade e flexibilidade nas atividades cotidianas de um projeto.

No âmbito da competitividade globalizada, as organizações procuram formas de

inovar para permanecerem sustentáveis. Contudo, para efetivar os anseios de serem

competitivas e inovadoras, existe a necessidade de manter as estratégias e uma estrutura que

as possibilitem gerenciar as inovações de produto e de processo, o que pode possibilitar

melhoria da performance organizacional.

Ademais, diversas empresas estão adotando o gerenciamento de projetos (KERZNER,

2001; VARAJAO; COLOMO-PALACIOS; SILVA, 2017), com o propósito de assegurar que

os projetos sejam finalizados com sucesso (MILOSEVIC; PATANAKUL, 2005; JHA; IYER,

2006; BADEWI, 2016). A gestão eficaz é essencial para o êxito do desenvolvimento de

projetos (DUMRAKA; BAROUDIB; PROCEDIA, 2017).

Nesse sentido, coerentemente, Aubry e Hobbs (2010), destacam que as organizações

adotam o gerenciamento de projetos desde que se comprove a geração de valor. Para Oliveira

(2012), as práticas de gestão de projetos visam a rotinas e a processos organizacionais, bem

como a mecanismo para obter fonte de vantagem competitiva sustentável.

Embora investigar inovações em que elas passem a ser consideradas como propulsoras

do crescimento econômico e de sustentação das empresas, especificamente a inovação em

tecnologias tem sido necessária para a expansão e a industrialização do negócio (CHEN;

CHEN; LAN, 2016). Alinhado à inovação, o gerenciamento de projetos se torna relevante em

um sistema de gestão organizacional, pois está vinculado à gestão estratégica e à tática,

aplicado ao alcance dos objetivos organizacionais (GRAY; LARSON, 2006;

NEVERAUSKAS; RAILAITE, 2013; GUIMARAES; SEVERO; VIEIRA, 2017). A

capacidade de uma empresa inovar é um recurso intangível, inimitável e reconhecido como

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um fator chave para sua sobrevivência e sucesso (ROBERTS; AMIT, 2003; BRITO; BRITO;

MORGANTI, 2009; WEERAWARDENA; MAVONDO, 2011).

Considerando o desafio de alinhar o sucesso dos projetos, as inovações ocorrem por

meio de mudanças, a fim de promover melhorias sobre resultados econômicos. A inovação

origina-se de novos produtos, processos e práticas de gestão, ocasionando benefícios para a

sociedade (SEVERO et al., 2016), bem como, unidas a uma abordagem inovadora propõem a

construção da vantagem competitiva (BORSEKOVA; VANOVA; VITALISOVA, 2017).

Para Barney (1991a), a vantagem competitiva sustentável surge como um fator

importante na percepção do valor dos bens e serviços. É vista como um fator positivo que

afeta o retorno das ações (LIU; MANTECON, 2017), sua sustentabilidade depende dos

mecanismos de isolamento, definidos como fatores que impedem os concorrentes de

neutralizarem o desempenho da empresa, e que podem ser obtidos por meio da inovação

(BESANKO et al., 2007).

Face ao exposto, esta Dissertação de mestrado, visa analisar as relações entre práticas

de gestão de projetos, a inovação de produto e processo, e a vantagem competitiva

sustentável, desenvolvidas pelas empresas do Rio Grande do Sul (RS).

A estrutura do documento consiste em seis capítulos. Além dessa introdução, o

capítulo 1 apresenta a problematização, o tema, o objetivo geral, os objetivos específicos e a

justificativa. O capítulo 2 é composto pelo referencial teórico que consiste nos temas de

gestão de projetos e suas práticas, inovação de produto e processo e vantagem competitiva

sustentável, o terceiro capítulo aborda-se os procedimentos metodológicos da pesquisa, o

capítulo 4 destaca-se os resultados, o capítulo 5 as discussões e o capítulo 6 as considerações

finais.

1.1 Problematização

O gerenciamento de projetos nas organizações é uma ferramenta complexa, elenca

todos os passos necessários para o controle de qualquer projeto, bem como é responsável pelo

planejamento das atividades diárias, desvios de mudanças e aprendizagem dos processos

passados. Dessa maneira, se mal difundido ou mal gerenciado, pode se tornar um problema

gerencial, bem como consequentemente resultar em implicações financeiras e assim

prejudicar a competitividade organizacional.

A pesquisa PM Survey (2014), a qual reúne dados de projetos de vários países, com

diversos tipos de organizações, descreve a frequência de problemas mais comumente

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encontrados em projetos, tais como: i) problemas de comunicação (64,2%); ii) não

cumprimento dos prazos (59,4%); iii) escopo mal definido (58,5%); e, iv) mudanças de

escopo constantes (54,2%). Segundo Atkinson et al. (2006) e Winter et al. (2006), um dos

principais problemas da gestão de projetos é o fato de não se considerar a complexidade dos

projetos. Diferentes tipos de projetos são tratados e gerenciados da mesma forma,

independentemente do seu nível ou complexidade (ATKINSON et al., 2006; WINTER et al.,

2006).

Juntamente com a falta de integração entre os agentes, controle excessivo de partes do

projeto e não o todo, segmentação do processo em fases totalmente distintas e sem ligação,

culmina na ineficácia em termos do cumprimento dos propósitos dos projetos e atendimento

às suas restrições (HOWELL; MESA; ALARCON, 2013).

Para outras pesquisas (DINSMORE; MUTTI; ROCHA, 2011; DE GUIMARÃES;

SEVERO; SENNA, 2015), as organizações têm enfrentado dificuldades para implementar

projetos e inovações de produto e de processo, bem como melhorar a competitividade

organizacional. Kerzner (2001) destaca que as indústrias não orientadas por projetos, tem sua

aceitação da metodologia de forma lenta. A forma como esses projetos são concebidos e

geridos tem provocado uma série de divergências entre os diversos agentes dos projetos

(DINSMORE et al., 2011), contudo, ainda é relevante a confirmação das vantagens que

ocasiona para o sucesso das empresas.

A Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) possui referência conceitual e

metodológica com base na terceira edição do Manual de Oslo (MANUAL DE OSLO, 2005)

e, mais especificamente, no modelo proposto pela Oficina de Estatística da Comunidade

Europeia (Statistical Office of the European Communities - EUROSTAT), elenca indicadores

setoriais, nacionais e regionais de atividades de inovação das empresas brasileiras.

Em referência à inovação de produto e de processo, os dados resultantes da Pesquisa

PINTEC, no período 2012 a 2014, do universo de 132.529 empresas com 10 ou mais pessoas

ocupadas, 47.693 implementaram produtos ou processos novos ou significativamente

aprimorados, perfazendo uma taxa geral de inovação de 36,0%. Constata-se, assim, uma

situação de estabilidade, pois a diferença foi de 0,3 ponto percentual acima do verificado no

triênio 2009-2011, quando a taxa foi de 35,7%. Tomando como referência a Indústria, nota-se

que houve um incremento em relação à PINTEC 2011, a qual havia registrado 35,6% de

empresas inovadoras, frente a 36,4% na pesquisa atual (PINTEC, 2014).

Diante desse contexto, destaca-se que mesmo com o planejamento, controle e

incentivo, o índice de execução da inovação ainda é baixo, falta conhecimento prático e

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acadêmico para que as empresas desenvolvam inovações integradas nas atividades diárias,

podendo atrair novos clientes e assim ampliar a atuação no mercado competitivo.

Não basta o alcance da vantagem competitiva, é preciso utilizar formas para sustentá-

la, acrescentando novas estratégias aos cenários dos negócios. Para Bharadwaj, Varadarajan e

Fahy (1993), a busca da vantagem competitiva sustentável não é um fim, mas um meio para a

performance financeira superior de longo prazo. Nesse cenário, as organizações que criam a

vantagem competitiva sustentável não dependem de uma força única, mas sim de diversas

estratégias e abordagens (DESS; PICKEN, 1999).

Portanto, a gestão de projetos e a inovação de produto e processo podem gerar

vantagem competitiva sustentável. Conforme Dess e Picken (1999), muitas empresas não

desenvolvem estratégias para uma vantagem competitiva. Entretanto, a inovação de produto

e/ou processo prima pela performance organizacional (BRITO; BRITO; MORGANTI, 2009;

MITHAS; RAMASUBBU; SAMBAMURTHY, 2011).

Partindo dos pressupostos acima citados, a questão de pesquisa dessa Dissertação é:

Quais são as relações entre as práticas de gestão de projetos, as inovações de produto e

processo e a vantagem competitiva sustentável?

1.2 Delimitação do Tema

Os temas abordados nesta Dissertação tratam das práticas da gestão de projetos, bem

como a inovação de produto e processo e a vantagem competitiva sustentável em empresas do

Estado do RS.

As práticas de gestão de projetos são caracterizadas por gerir os recursos visando

alcançar resultados previsíveis. Essa gestão para ser bem-sucedida exige planejamento e

coordenação extensiva. As inovações de produto e processo referem-se a melhorias,

modificações, alterações em produtos e processos, os quais permitem o desenvolvimento de

produtos ou serviços diferenciados para suprir a necessidade do mercado, com a capacidade

de melhorar seu desempenho e alavancar a rentabilidade. Já a vantagem competitiva

sustentável, tem como princípios a manutenção da empresa, a diferenciação frente aos seus

concorrentes e crescimento no mercado de atuação.

1.3 Objetivos

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18

Serão apresentados a seguir, o objetivo geral e os objetivos específicos adotados a

partir da questão de pesquisa proposta para o estudo.

1.3.1 Objetivo geral

Analisar as relações entre práticas de gestão de projetos, a inovação de produto e

processo, e a vantagem competitiva sustentável em empresas do Rio Grande do Sul.

1.3.2 Objetivos específicos

a) mensurar a influência das práticas de gestão de projetos na inovação de produto;

b) verificar a influência das práticas de gestão de projetos na inovação de processo;

c) analisar a influência da inovação de processo e produto, na geração de vantagem

competitiva sustentável.

1.4 Justificativa

A motivação desse estudo reside no fato de a gestão de projetos, inovação de produto e

processo e a vantagem competitiva estarem presentes nas empresas de diferentes portes e

segmentos. É relevante também por entender como as organizações se comportam com esses

temas no RS. Compreender as práticas de gestão de projetos, considerando que a inovação e a

vantagem competitiva sustentável ampliam a aproximação das práticas gerenciais.

O modelo do gerenciamento de projetos foi criado para suprir as necessidades das

empresas na busca da eficiência e eficácia nos processos gerencias e produtivos alinhado ao

atendimento dos requisitos legais, contratuais e sociais. O tema gestão de projetos consolida-

se não apenas no ambiente empresarial, mas se faz presente também no profissional e

acadêmico, para adicionar valor aos projetos, onde implantado adequadamente, trará

benefícios à organização em termos de resultados.

Diante disso, Kerzner (2009), cita alguns dos potenciais benefícios do gerenciamento

de projetos: i) identificação dos prazos para execução das tarefas; ii) identificação de uma

metodologia para tomadas de decisão; iii) comparação entre o planejado e o realizado; iv)

identificação antecipada de problemas de forma a permitir uma ação preventiva; e, v)

aumento da capacidade de previsão para planejamentos futuros.

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Para a realização de um projeto ocorre um processo sistêmico de planejamento e de

execução de atividades, que promovem inovações visando ao alcance dos objetivos propostos.

A gestão de projetos é denominada como sendo funções na administração e fazem parte de

um núcleo com abordagem, dinâmica e interativa (KERZNER, 2002; SHENHAR; DVIR,

2007; LIMA; ARAGAO; GUIMARAES, 2016).

Cabe ressaltar que as pesquisas sobre projetos se concentram em metodologias,

processos e ferramentas, ou se apresentam pelo Seis Sigma ou Six Sigma, em que é um

conjunto de práticas desenvolvidas para melhorar sistematicamente os processos ao eliminar

defeitos (KWAK; ANBARI, 2006; HE et al., 2017). Todavia é deixado de lado o

aprimoramento das atividades cotidianas (MOURA; DEMONER, 2016), oportunizando

estudos para a descoberta das práticas em gestão de projetos que podem estar alinhadas a

outros temas, bem como a inovação de produto e processo e a vantagem competitiva

sustentável.

A inovação é de suma importância para o desempenho da organização, e a manutenção

da sua vantagem competitiva (CHATTERJEE et al., 2015), sendo fundamental para as

empresas, as quais são desafiadas pela globalização, competição acirrada, novas tecnologias e

exigências dos consumidores. Esses fatores impõem a inovação, como uma prática, até que se

torne um componente permanente, concreto e essencial, presente na estratégia da organização.

A inovação tem como benefício a diferenciação de produtos ou serviços e processos, atrai

talentos, ganha reconhecimento e conquista novos mercados, otimizados pela entrega dos

melhores resultados, primando pela melhoria da qualidade. Reconhecido por ser um fator

chave para a sobrevivência e para o sucesso de uma empresa, sua capacidade em inovar torna-

se um recurso intangível e difícil de imitar (MCGRATH et al., 1996; ROBERTS; AMIT,

2003; WANG; CHEN, 2010; WEERAWARDENA; MAVONDO, 2011).

Para a obtenção da vantagem competitiva sustentável em relação aos seus

concorrentes é necessário adquirir características singulares para manter aberto o

estabelecimento empresarial com a superação aos demais concorrentes (SBARDELOTTO et

al., 2017). O tema vantagem competitiva sustentável tem sido evidenciado em estudos de

estratégia organizacional e sua definição está atrelada ao conjunto de características que

fazem com que as organizações consigam diferenciar-se de seus concorrentes por entregar-

lhes mais valor, de modo que isso perdure por um longo prazo (PORTER, 1989;

PRAHALAD; HAMEL, 1990; BARNEY, 1991b; HOFFMAN, 2000).

Contudo, as vantagens competitivas são transitórias e precisam ser sustentadas para a

perpetuação das empresas no mercado competitivo (KANURI; MCLEOD, 2016). Para

Page 20: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

20

McGrath (2013) as empresas devem ir além do conceito de desenvolvimento da vantagem

competitiva e concentrar-se na sua capacidade de identificar, capturar e explorar rapidamente

novas oportunidades, estando à frente de seus concorrentes.

Page 21: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste Capítulo apresenta-se o referencial teórico com as principais definições dos

temas escolhidos nesta pesquisa, sendo eles: práticas da gestão de projetos, inovação de

produto e processo e vantagem competitiva sustentável. Inicialmente, o termo gestão de

projetos e as práticas, será definido, os conceitos, tipologias e evolução, bem como as

dimensões da inovação no que tange à inovação de produto e processo. No final será

apresentado o tema vantagem competitiva sustentável com suas principais abordagens,

definições e evolução nas organizações.

Optou-se pela coleta de artigos, na base de dados Scopus. A razão da escolha dessa

base se deu pela visão mais abrangente sobre a produção de pesquisa mundial, tendo acesso a

referências bibliográficas e a resumos de diversas áreas científicas, por contar também com

ferramentas inteligentes para acompanhar, analisar e visualizar a pesquisa de maneira rápida e

ágil. As buscas na base de dados Scopus iniciaram no mês de novembro de 2016 e perdurou

até dezembro de 2016. Já na base de dados EBSCO HOST ocorreu entre o dia 16 a 30 de

março do ano de 2017, a análise dos dados ocorreu em quatro etapas:

a) a primeira etapa aconteceu pela classificação dos temas, com a utilização das

seguintes palavras-chave em inglês Project Management Practices, Product

Innovation, Sustainable Competitive Advantage. Nessa busca limitou-se à pesquisa

de artigos selecionando o primeiro filtro, aplicada a seleção da área denominada

Social Sciences & Humanities (Ciências Sociais e Humanas).

b) na segunda etapa foram elencados os 50 artigos com filtro nas mais recentes

publicações, assim como os 50 artigos mais citados sobre os temas escolhidos, os

quais foram exportados em um documento, apresentando as informações de

autores, título, ano, journal, resumo e palavras-chave, totalizando 300 resumos

científicos dos temas escolhidos.

c) para a última etapa dividiram-se os temas em grupos para melhor compreensão e

análise dos dados, com abordagem dos temas: práticas da gestão de projetos,

inovação de produto e vantagem competitiva sustentável. Nessa etapa, observou-se

que houveram artigos que não se enquadravam com as temáticas pesquisadas, os

quais foram excluídos, utilizando como critério de leitura os 10 artigos mais citados

e 10 artigos mais recentes (de cada tema) que se enquadravam diretamente à

temática pesquisada, ocasionando um total de 60 artigos classificados e

apresentados nesse estudo.

Page 22: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

22

d) entretanto, o tema Process Innovation teve suas buscas concentradas na base de

dados EBSCO HOST, com os mesmos critérios aplicados aos demais temas na base

de dados Scopus, sendo 50 resumos dos mais relevantes e 50 resumos dos mais

recentes, resultando no critério de 10 artigos mais citados e 10 artigos mais recentes

sobre a tema, culminando em 20 artigos para a revisão da literatura dessa temática

A Figura 1 ilustra a sequência de pesquisa na base de dados Scopus e EBSCO HOST.

Figura 1: Sequência de pesquisa na base de dados Scopus e EBSCO HOST

Fonte: Elaboração própria (2017).

No processo de pesquisa houve a seleção de um total de 80 artigos dos mais citados e

mais recentes em cada tema. Nesse contexto, as Figuras 2 a 9 apresentam os artigos

selecionados com o critério dos mais citados e mais recentes dos termos Project Management

Practices, Product Innovation, Process Innovation e Sustainable Competitive Advantage.

Page 23: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 2: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Project Management Practices

Título do artigo Assunto Periódico Autor(es) e

Ano

Número de

citações

Innovation in project-based, service-

enhanced firms: The construction of

complex products and systems

Dinâmica de empresas baseadas em projetos e como eles

podem melhorar o desempenho entre os portfólios de

projetos.

Research Policy Gann e Salter

(2000) 524

The "real" success factors on projects Identificação de doze fatores críticos para o sucesso de um

projeto.

International

Journal of Project

Management

Cooke-Davies

(2002) 482

Success factors for integrating suppliers

into new product development

Exploração das práticas de gestão e os fatores ambientais em

que se relacionam mais de perto a integração bem-sucedida

de fornecedores no processo de NPD.

Journal of Product

Innovation

Management

Ragatz,

Handfield e

Scannell (1997)

448

No project is an island: Linking projects

to history and context

Como as estruturas e procedimentos empregados em um

projeto devem ser entendidos em relação a cursos prévios e

simultâneos de atividade.

Research Policy Engwall

(2003) 359

Directions for future research in project

management: The main findings of a UK

government-funded research network

O público-alvo do trabalho é a comunidade de pesquisa de

gerenciamento de projetos e também pesquisadores em

outras áreas de gerenciamento para os quais as descobertas

da rede podem ser de interesse.

International

Journal of Project

Management

Winter

et al., (2006) 311

Significance of project management

structure on development success

O sucesso varia de acordo com a estrutura do projeto,

mesmo quando outros determinantes são contabilizados.

IEEE Transactions

on Engineering

Management

Larson e Gobeli

(1989) 281

Benefits, obstacles, and future of six sigma

approach Integração das lições aprendidas de projetos e o Seis Sigma. Technovation

Kwak e Anbari

(2006) 243

Risk analysis and management in

construction

Técnicas de gestão e análise de risco na adequação dessas

técnicas para as atividades da indústria da construção.

International

Journal of Project

Management

Akintoye e

MacLeod

(1997)

233

How software project risk affects project

performance: An investigation of the

dimensions of risk and an exploratory

model

O risco do subsistema social influencia o risco do

subsistema técnico, o que influencia o nível de risco de

gerenciamento do projeto e o desempenho do projeto.

Decision Sciences Wallace, Keil e

Rai (2004) 228

Green building project management:

obstacles and solutions for sustainable

development

Construção de edifícios verdes está ganhando um lugar na

indústria de construção de Cingapura e, relacionando à

gestão de projetos.

Sustainable

Development

Hwang e Tan

(2010) 196

Fonte: Elaboração própria (2017).

23

Page 24: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 3: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Project Management Practices

Título do artigo Periódico Autor(es) e Ano Temas predominantes

ISO 21500:2012 and PMBOK 5 processes in information systems

project management

Computer Standards and

Interfaces

Varajao, Colomo-Palacios e

Silva (2017)

Gestão de Projetos e tecnologia da

informação.

Errors, lies and misunderstandings: Systematic review on

behavioural decision making in projects

International Journal of

Project Management Stingl e Geraldi (2017) Tomada de decisão e projetos.

An analysis of web-based document management and

communication tools usage among project managers

International Journal of

Human Capital and

Information Technology

Professionals

Rozman, Stjepanovic e

Raspor (2017)

Comunicação e gestão de

projetos.

Critical success factors (CSFs) for integration of sustainability

into construction project management practices in developing

countries

International Journal of

Project Management

Banihashemi

et al. (2017)

Sustentabilidade nas práticas de

gerenciamento e projetos para

construção.

Information systems project failure – analysis of causal links

using interpretive structural modeling

Production Planning and

Control

Hughes et al.

(2016)

Fatores de falhas e gestão de

projetos.

The professionalization of risk management: What role can the

ISO 31000 risk management principles play?

International Journal of

Project Management

Olechowski et al.

(2016) Gestão de projetos e riscos.

The impact of project management (PM) and

benefits management (BM) practices on project success: Towards

developing a project benefits governance framework

International Journal of

Project Management

Badewi

(2016)

Gestão de benefícios e

gerenciamento de projetos.

Effect of project management practices on project success in

make-to-order manufacturing organizations

Indian Journal of Science

and Technology

Fraz et al.

(2016)

Sucesso do Projeto está

diretamente correlacionado com

as Práticas de Gerenciamento de

Projetos.

Keeping oil & gas EPC major projects under control: strategic &

innovative project management practices

Abu Dhabi International

Petroleum Exhibition &

Conference

Al-Hajji

e Shehzad (2016)

Petróleo e a gestão de projetos

com seus efeitos para o alcance

do sucesso.

Implementation of project management practices in the direct

purchasing system of a company

International Business

Information Management

Association

Sa e Tereso

(2016)

Práticas de gestão para os

projectos a partir da secção de

compras de uma empresa.

Fonte: Elaboração própria (2017).

24

Page 25: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 4: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Product Innovation

Título do artigo Assunto Periódico Autor(es) e Ano Número de

citações

Profiting from technological innovation:

Implications for integration,

collaboration, licensing and public policy

Empresas inovadoras sem a capacidade necessária de

fabricação e conexão podem morrer, embora sejam as

melhores na inovação.

Research Policy Teece

(1986) 3.651

Central problems in the management of

innovation

O processo de inovação se trata de fatores que facilitam

ou inibem o desenvolvimento de inovações.

Management

Science

Van de Vem

(1986) 3.245

The search-transfer problem: the role of

weak ties in sharing knowledge across

organization subunits

Discute as implicações dos resultados para a pesquisa em

redes sociais e inovação de produtos.

Administrative

Science Quarterly

Hansen

(1999) 2.508

Sectoral patterns of technical change:

Towards a taxonomy and a theory

Descreve e explica os padrões setoriais de mudanças

técnicas reveladas por dados sobre cerca de 2000

inovações significativas na Grã-Bretanha desde 1945.

Research Policy Pavitt

(1984) 2.213

Social capital and value creation: the role

of intrafirm networks

A interação social, manifestação da dimensão estrutural

do capital social e confiança, manifestação de sua

dimensão relacional, significativamente relacionada à

extensão da troca de recursos na inovação de produtos.

Academy of

Management

Journal

Tsai e Ghoshal

(1998) 2.163

The art of continuous change: Linking

complexity theory and time-paced

evolution in relentlessly shifting

organizations

Examina como as organizações se envolvem em

mudanças contínuas.

Administrative

Science Quarterly

Brown e

Eisenhardt

(1997)

1.678

A dynamic model of process and product

innovation

Existência de fortes e importantes relações entre a

capacidade de uma empresa para inovar, sua estratégia

competitiva e a postura de seus recursos de produção.

The International

Journal of

Management

Science

Utterback e

Abernathy

(1975)

1.353

A critical look at technological innovation

typology and innovativeness terminology:

A literature review

Medidas baseadas na literatura existente são fornecidas

para futuras pesquisas empíricas sobre inovações

tecnológicas.

Journal of Product

Innovation

Management

Garcia e

Calantone (2002) 1.075

Resource-based view of strategic alliance

formation: strategic and social effects in

entrepreneurial firms

Um estudo longitudinal concentra-se em empresas de

semicondutores empresariais. Em geral, as explicações

estratégicas e sociais dos fenômenos organizacionais.

Organization

Science

Eisenhardt e

Schoonhoven

(1996)

1.037

Entry, exit, growth, and innovation over

the product life cycle

O tempo em que as empresas dedicarão mais esforços

para processar a inovação, o número de empresas e a taxa

e diversidade de inovação de produtos eventualmente

desapareceram.

American

Economic Review Klepper (1996) 942

Fonte: Elaboração própria (2017).

25

Page 26: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 5: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Product Innovation

Título do artigo Periódico Autor(es) e Ano Temas predominantes

An empirical investigation of the relationship between

Six Sigma practices and organizational innovation

Total Quality

Management and

Business Excellence

He et al.,

(2017) Inovação organizacional e Seis Sigma.

Innovation in soccer clubs–the case of Sweden Soccer and Society Forslund

(2017) Inovação de produto ou serviço em clubes de futebol.

Innovation and the growth of service companies: the

variety of firm activities and industry effects

Industry and

Innovation

Szczygielski,

Grabowski e

Woodward (2017)

Crescimento organizacional e inovação.

The roles of perceived internal and external benefits

and costs in innovation co-creation: lessons from

Japan

Asia Pacific Journal

of Tourism Research

Lee, Lee e Tussyadiah

(2017) Inovação e turismo.

R&D and firm performance in the semiconductor

industry

Industry and

Innovation

Shin, Kraemer e Dedrick

(2017) Desempenho da empresa e inovação.

An examination of product innovation in low- and

medium-technology industries: Cases from the UK

packaged food sector

Research Policy Trott e Simms

(2017) Sistemas de inovação e inovação de produto.

A model for the analysis of data-driven innovation and

value generation in smart cities' ecosystems Cities

Abella,Ortiz-de-Urbina-

Criado e

De-Pablos-Heredero

(2017)

Modelo que demonstra como os dados divulgados

pelas cidades inteligentes criam valor para os cidadãos

e para a sociedade.

Eco-innovation with opportunity of licensing and

threat of imitation

Journal of Cleaner

Production

Chen e Dimitrov

(2017)

Imitação, inovação, desenvolvimento de produto e

sustentabilidade.

The impact of organizational context on hard and soft

quality management and innovation performance

International Journal

of Production

Economics

Zeng et al., (2017) Contexto organizacional e qualidade.

Does an extrinsic reward for R&D employees enhance

innovation outcomes? Evidence from a Japanese

innovation survey

R and D Management Kanama e Nishikawa

(2015) Recompensa, resultado e inovação.

Fonte: Elaboração própria (2017).

26

Page 27: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 6: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Process Innovation

Título do artigo Assunto Periódico Autor (es) e Ano

Central Problems in the Management of Innovation

O processo de inovação se trata de fatores que

facilitam ou inibem o desenvolvimento de

inovações.

Management

Science

Van de Vem

(1986)

A critical look at technological innovation typology

and innovativeness terminology: A literature review

Medidas baseadas na literatura existente são

fornecidas para futuras pesquisas empíricas

sobre inovações tecnológicas.

Journal of Product

Innovation

Management

Garcia e Calantone

(2002)

The dynamics of the adoption of product and process

innovations in organizations

Examina as dinâmicas que regem a adoção de

inovações de produtos e processos ao nível da

empresa ao longo do tempo.

Journal of

Management

Studies

Damanpour e Gopalakrishnan

(2001)

Organizational Integration and Process Innovation Mecanismos para a adoção bem sucedida da

inovação de processos.

Academy of

Management

Journal

Ettlie e Reza

(1992)

Demand heterogeneity and technology evolution:

implications for product and process innovation

A evolução da tecnologia na interação entre o

desenvolvimento e o ambiente.

Management

Science

Adner e Levinthal

(2001)

Process Innovation and Learning by Doing in

Semiconductor Manufacturing

Analisa a relação entre inovação de processo e

aprendizagem para reduções de custos

dinâmicas.

Management

Science

Hatch e Mowery

(1998)

Relação entre as dimensões das capacidades dinâmicas

e o processo de inovação: estudo de caso de uma

empresa do setor de serviços de valor agregado

Analisa a relação entre as dimensões das

capacidades dinâmicas das organizações e o

ciclo de inovação de uma empresa do setor de

serviços de valor agregado.

Revista de

Administração e

Inovação

Santos e Zilber

(2014)

A quantitative approach for measuring process

innovation: a case study in a manufacturing company

Apresenta um novo indicador de desempenho,

denominado grau de inovação de processo,

para monitorar e medir a inovação de

processos de fabricação.

International

Journal Of

Production

Research

Ayhan,

et al. (2013)

The antecedents and consequences of product and

process innovation strategy implementation in

Australian manufacturing firms

Investiga-se os papéis do dinamismo

ambiental e da intensidade competitiva como

antecedentes do produto e do processo de

implementação da estratégia de inovação.

International

Journal of

Production

Research.

Jayaram,

Oke e Prajogo

(2014)

Network-based resources for the innovation process of

South African micro-entrepreneurs: A conceptual

framework

Explora as redes sociais dos micro-

empresários sul africanos, a fim de

compreender os recursos que os

microempresários aplicam ao seu processo de

inovação.

South African

Journal of Business

Management.

Griffin-El

(2015)

Fonte: Elaboração própria (2017).

27

Page 28: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 7: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Process Innovation

Título do artigo Periódico Autor es) e Ano Temas predominantes

External knowledge and information technology:

implications for process innovation performance Mis Quarterly

Trantopoulos

et al. (2017)

Tecnologia da informação para influenciar conjuntamente

no processo de inovação.

Gestão da inovação em uma empresa do setor de

borracha e termoplástico Exacta

Theis et al.

(2017)

Investigação com o objetivo de estudar como ocorre o

processo de gestão da inovação em uma empresa do setor

de borracha e termoplástico.

Alcançando a inovação em processos por meio da

abordagem analítica

Revista de Ciências

da Administração

Cavalcanti, Oliveira e

Bronzo (2016)

Intensidade em que a orientação analítica das empresas

pode impactar nas inovações de processos.

Strategic orientations and cooperation of external

agents in the innovation process of rural enterprises Ciência Rural Reis et al. (2016)

Estudo fornece evidências empíricas sobre as relações

entre: a orientação para o mercado; a orientação

empreendedora e a colaboração dos agentes externos nos

processos de inovações incrementais e radicais em

empresas rurais.

O impacto das praticas inovadoras de micro e

pequenos empreendedores na prosperidade de seus

negócios

Revista Capital

Científico Silva et al. (2016)

Identificação de práticas inovadoras utilizadas por

empreendedores donos de micro e pequenas empresas,

atendidos pelo programa estadual de micro crédito.

Innovation development process in small and medium

technology-based companies

Revista de

Administração e

Inovação

Matos, Querido e

Barbosa (2016)

Estuda como o processo de inovação tecnológica ocorre

em pequenas e médias empresas de base tecnológica

localizadas na região metropolitana

do Vale do Paraíba e Costa Norte - Brasil.

Family assets and liabilities in the innovation process

California

Management

Review

Bennedsen e Foss

(2015)

A inovação nas empresas familiares e os recursos valiosos

que são particularmente prevalecentes nestas empresas.

A estrutura de artefatos de controle gerencial no

processo de inovação: existe associação com o perfil

estratégico?

Brazilian Business

Review

Frezatti et al.

(2015)

Este estudo investiga o papel dos perfis estratégicos e

instrumentos do controle gerencial no processo de

inovação das organizações.

Inovação em processo de análise e seleção de acervos

digitais

Revista de

Administração e

Inovação

Sordi, Jenuino e Da

Costa (2015)

Análise da qualidade de acervos digitais, contempla

especificidades tanto de bancos de dados quanto de

repositórios de informações.

Assessment of the degree of innovation of the people

management process in a home appliance

manufacturer

Strategic Design

Research Journal

Filho, Campos

e Souza (2015)

Instrumento de análise para diagnosticar o grau de

inovação de uma empresa com foco na área de recursos

humanos.

Fonte: Elaboração própria (2017).

28

Page 29: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 8: Os 10 artigos mais citados referentes ao termo Sustainable Competitive Advantage

Título do artigo Assunto Periódico Autor(es) e Ano Número de

citações

Sustainable competitive advantage: combining

institutional and resource-based views

O capital de recursos como o capital

institucional sendo indispensável para a

vantagem competitiva sustentável.

Strategic

Management

Journal

Oliver (1997) 954

Motivation, Knowledge Transfer, and Organizational

Forms

A geração e a transferência de conhecimento

são essenciais para a vantagem competitiva

sustentável.

Organization

Science

Osterloh e Frey

(2000) 740

The synergistic effect of market orientation and

learning orientation on organizational performance

Os processos de aprendizagem de ordem

superior podem ser críticos na criação de uma

vantagem competitiva sustentável na empresa.

Journal of the

Academy of

Marketing

Science

Baker e Sinkula

(1999) 712

On becoming a strategic partner: the role of human

resources in gaining competitive advantage

O papel do executivo de RH como um

parceiro estratégico no desenvolvimento e

manutenção de vantagem competitiva.

Human

Resource

Management

Barney e Wright

(1998) 617

Sustaining IT advantage: The role of structural

differences

Identificação e análise de oportunidades na

implantação de TI para alavancar as

diferenças de recursos estruturais entre as

empresas.

MIS Quarterly:

Management

Information

Systems

Clemons e Row

(1991) 462

Assessing knowledge assets: A review of the models

used to measure intellectual capital

Ativos de conhecimento estão no cerne da

vantagem competitiva sustentável, um campo

emergente do capital intelectual.

International

Journal of

Management

Reviews

Bontis (2001) 452

Strategies for managing knowledge assets: the role of

firm structure and industrial context

A tecnologia da informação pode auxiliar na

gestão do conhecimento, visto que ela requer

o desenvolvimento de capacidades dinâmicas.

Long Range

Planning Teece (2000) 428

A firm as a knowledge-creating entity: a new

perspective on the theory of the firm

Conjunto de conhecimentos e habilidades uma

empresa é capaz de inovar em novos produtos

/ processos e serviços.

Industrial and

Corporate

Chang

Nonaka, Toyama

e Nagata

(2000)

413

Benchmarking marketing capabilities for sustainable

competitive advantage

O benchmarking com o potencial de se tornar

o marketing a fim de proporcionar vantagem

competitiva sustentável.

Journal of

Marketing

Vorhies e Morgan

(2005) 380

An examination into the causal logic of rent

generation: contrasting Porter's competitive strategy

framework and the resource-based perspective

Forças da indústria influenciam o desempenho

e a rentabilidade do mercado.

Strategic

Management

Journal

Spanos e Lioukas

(2001) 380

Fonte: Elaboração própria (2017).

29

Page 30: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Figura 9: Os 10 artigos mais recentes referentes ao termo Sustainable Competitive Advantage

Título do artigo Periódico Autor(es) e Ano Temas predominantes

Sustainable competitive advantage and stock

performance: the case for wide moat stocks Applied Economics

Kanuri e McLeod

(2016) Vantagem competitiva sustentável e riscos.

Disruptive innovation and economic value creation: A

service sector perspective

Prabandhan: Indian

Journal of

Management

Kar, Padhi e

Samantarai (2016)

Inovação disruptiva para a vantagem competitiva

sustentável.

Managing culturally diverse maritime human

resources as a shipping company’s core competency

Maritime Policy and

Management

Progoulaki e

Theotokas

(2016)

Gestão da tripulação

e vantagem competitiva sustentável.

Linking altruism and organizational learning

capability: a study from excellent human resources

management organizations in spain

Journal of Business

Ethics

Guinot, Chiva e

Mallen

(2016)

Capacidade de aprendizagem organizacional e confiança

organizacional.

Sources and factors in ensuring the competitive

advantage of the company

Quality - Access to

Success

Ceptureanu

(2016) Vantagem competitiva sustentável e estratégia.

Organisational culture and leadership as mediators of

service innovation and firm competitiveness: a study of

an emerging economy

International Journal

of Innovation

Management

Anning-Dorson

(2016)

Efeito direto da inovação sobre a competitividade

gerando a vantagem competitiva sustentável.

Understanding the relationship between frontline

employee boreout and customer orientation

Journal of Business

Research Stock (2016)

Comportamento orientado ao cliente para gerar

vantagens competitivas sustentáveis.

Structured uncertainty: a pilot study on innovation in

China’s mobile phone handset industry

Journal of Technology

Transfer

Tang, Murphree e

Breznitz (2016) Empresas chinesas e vantagem competitiva sustentável.

The role of cultural factors on intra-firm technology

transfer performance and corporate sustainability: A

conceptual study

Asian Social Science Fazal et al. (2016) Influência de dois fatores: ambientais culturais, e a

distância cultural organizacional.

How was competitive advantage sustained in

management consultancies during change: The role of

dynamic capabilities

Journal of

Organizational Change

Management

Seyed et al. (2016) Relação entre capacidades dinâmicas e vantagem

competitiva.

Fonte: Elaboração própria (2017).

30

Page 31: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE … · Antecedentes da Vantagem Competitiva Sustentável Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

31

2.1 Gestão de projetos

Kerzner, (2009), aponta características de projetos, considerando-os como um

conjunto de atividades em que: i) tenham um objetivo específico a ser cumprido; ii) tenham

datas de início e término definidas; iii) consumam recursos humanos e materiais limitados; e,

iv) sejam multifuncionais, ou, transpassando os limites dos setores (funções) de uma

organização.

A gestão de projetos é uma área diferente da prática gerencial e relativamente nova

pois seu início deu-se na década de 50, porém, somente nos anos 80 começou a se espalhar

internacionalmente (NICHOLAS, 1990) e suas práticas consolidaram-se na década de 1990,

transformando-se em disciplina obrigatória nas empresas que procuram desenvolver e manter

a vantagem competitiva (FRAME, 1999).

O desenvolvimento da gestão de projetos, conta com o planejamento, organização,

direção e controle de recursos de um empreendimento (KERZNER, 2001), contudo, essa

metodologia provê de ferramentas, adoção de instrumentos e procedimentos padronizados que

melhoram a habilidade da organização (MEREDITH; MANTEL, 1985; WINTER et al.,

2006). O gerenciamento de projetos oferece muitas vantagens, como: transparência do

trabalho, histórico de mudanças e comunicação eficaz com métodos de delegar tarefas

(ROZMAN; STJEPANOVIC; RASPOR, 2017).

Para isso, a definição de projetos segundo o PMI (2013) é entendida como um

empreendimento multidisciplinar, de forma temporária que é executado em um ciclo de vida

definido, possui como objetivo, criar algum produto, serviço, conhecimento ou resultado que

seja único. Martin (1976) considera uma atividade multidisciplinar, quando vários temas são

abrangidos além de possuir característica de multi recursos, devido ao seu envolvimento

(KERZNER, 2001; PMI, 2013).

O conhecimento em gerenciamento de projetos é composto por dez áreas (PMI, 2013):

a) Gerenciamento da Integração; b) Gerenciamento de Escopo; c) Gerenciamento de Custos;

d) Gerenciamento de Qualidade; e) Gerenciamento das Aquisições; f) Gerenciamento de

Recursos Humanos; g) Gerenciamento das Comunicações; h) Gerenciamento de Risco; i)

Gerenciamento de Tempo; e, j) Gerenciamento das Partes Interessadas.

Os autores Shenhar e Dvir (2007), apresentam uma teoria de projetos e destacam a

necessidade de uma abordagem contingencial para a gestão de projetos, que definem

diferentes estilos em gerenciamento de projetos e identificam variáveis gerenciais e de

liderança, ambas, críticas para o sucesso em projetos.

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Esse campo de estudo está se intensificando e, dada a relevância das decisões em

projetos e os sólidos fundamentos teóricos da tomada de decisões comportamentais, oferece a

contribuição das melhoras práticas e a teoria de projetos (STINGL; GERALDI, 2017). O PMI

(2013) estabelece um conjunto de boas práticas para a gestão eficiente do projeto, está

presente em mais de cem países com milhares de certificações de gerentes de projetos, a

metodologia está disponível em um conjunto de conhecimentos de gerenciamento de projetos

chamado de PMBOK (Project Management Body of Knowledge), considerado a bíblia do

gerenciamento de projetos.

O caminho para a criação da gestão de projetos pode ser difícil, abala a cultura

organizacional; contudo, é inquestionável que ela venha agregar valor ao negócio quando bem

implantada. Também o desenvolvimento de produto ocorre com maior eficiência quando

utilizados modelos específicos de gerenciamento de projetos (KERZNER, 2001; ENGWALL,

2003). É mais do que um simples conjunto de ferramentas, definido por ser um método de

gerenciamento que vem a orientar resultados aplicados em qualquer tipo de projeto,

segmento, economia, usado na implementação de estratégias e alcance dos objetivos da

organização (GRAY; LARSON, 2006; NEVERAUSKAS; RAILAITE, 2013).

O sucesso varia de acordo com a estrutura do projeto utilizado, mesmo quando outros

determinantes são contabilizados, projetos que confiam sobre a organização funcional ou a

uma matriz funcional foram menos bem sucedidos do que aqueles que utilizaram uma matriz

equilibrada, uma matriz de projeto ou uma equipe de projeto (LARSON; GOBELI, 1989).

Akintoye e MacLeod (1997) destacam que a percepção de risco é levada pela crença,

atitudes, julgamento e sentimentos das pessoas, visto que isso não pode ser reduzida a um

único correlato subjetivo de um modelo matemático específico, como o produto de

probabilidades e conseqüências, pois isso impõe indevidamente suposições restritivas sobre o

que é essencialmente um fenômeno social. Houve a identificação de fatores que influenciam a

formação de percepção de risco, incluindo a experiência prática, a capacidade cognitiva de um

indivíduo, suas características, a disponibilidade de informações, grupo de influência, e

outros.

Contando com o processo de avaliação a eficácia e a disseminação de metodologias de

gestão de projetos o PMI desenvolveu a gestão de projetos organizacionais pelo modelo de

maturidade, sendo vista como uma importante ferramenta que avalia o nível de maturidade

das organizações (KERZNER, 2001). Além dos procedimentos de construção convencionais,

a gestão de projetos de construção ecológica tem de implementar práticas sustentáveis, que

normalmente são listadas em sistemas de classificação de edifícios verdes. Além disso, o

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contratante principal passa a exigir do gerente do projeto e da sua equipe o dever de assegurar

que a poluição da construção seja reduzida ao mínimo pelo controle do solo, erosão,

sedimentação de vias navegáveis e geração de poeira no ar (HWANG; TAN, 2010).

As práticas da gestão de projetos não só foram encontradas para influenciar o sucesso

do gerenciamento de projetos, como também para afetar o sucesso do investimento do projeto.

A probabilidade de sucesso do projeto é aumentada significativamente quando as práticas do

gerenciamento de projetos e a gestão de benefícios são combinadas (BADEWI, 2016;

VARAJAO; COLOMO-PALACIOS; SILVA, 2017).

Na visão dos autores, a produção mais limpa visa reduzir sistematicamente o

desperdício, sua implementação bem-sucedida, é essencial garantir a eficácia dos fatores que

podem influenciar esse processo, como a identificação de critérios de decisão e uma

metodologia eficaz para a gestão de projetos e estratégias para alcançar os resultados

esperados, tornando positivamente correlacionada com a performance organizacional

(GUIMARAES; SEVERO; VIEIRA, 2017).

É mostrado na figura 10, a organização cronológica dos estudos analisados sobre o

tema Gestão de Projetos, com sua evolução ao logo dos anos e contando com os autores e

suas ideologias: i) GP visto como uma ferramenta de gestão por Martin (1976); ii) estrutura

do projeto e sua matriz funcional de Larson e Gobeli, (1989); iii) análise de riscos na gestão

de projetos de Akintoye e MacLeod (1997); iv) avaliação da maturidade na gestão de projetos

por Kerzner (2001); v) fatores de insucesso no desempenho do projeto de Wallace, Keil e Rai

(2004); vi) a Gestão de Projetos adotando práticas verde de Hwang e Tan (2010); vii) as

práticas de gestão de projetos para o sucesso do investimento do projeto de Badewi (2016); e,

viii) a significativa relação entre gestão de projetos e produção mais limpa, preconizado por

Guimaraes, Severo e Vieira (2017).

Figura 10: Organização cronológica dos estudos analisados sobre a gestão de projetos

Fonte: Elaboração própria (2017).

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2.1.1 Práticas da Gestão de Projetos

A gestão de projetos é vital tanto para o sucesso de um empreendimento, como para o

investimento no projeto (COOKE-DAVIES, 2002; AL-HAJJI; SHEHZAD, 2016). Trata-se de

um processo disciplinado que possui como propósito garantir que os objetivos definidos no

projeto sejam atingidos, respeitando os custos, o prazo e o desempenho (MARTIN,

1976; MEREDITH; MANTEL, 1985; KERZNER, 2002, SA; TERESO, 2016). Para tanto, são

empregados conhecimentos, habilidades, técnicas, ferramentas e práticas (PMI, 2013; AL-

HAJJI; SHEHZAD, 2016; BADEWI, 2016; SA; TERESO, 2016).

Por essa razão, para a garantia do sucesso dos relacionamentos a longo prazo, é

necessário o equilíbrio entre o formal, que engloba os fatores econômicos e legais, e o

informal, que considera os fatores sociais e psicológicos, resultando no sucesso do projeto do

qual está fortemente correlacionado com as práticas do gerenciamento de projetos (RAGATZ;

HANDFIELD; SCANNELL, 1997; FRAZ et al., 2016), denominando o campo com a ideia de

desenvolvimento e identificação das melhores práticas para atingir a máxima produção em um

empreendimento (FRAZ et al., 2016).

Segundo Gann e Salter (2000), as empresas baseadas em projetos dependem da

combinação de conhecimentos técnicos de outras organizações para fornecerem suas próprias

capacidades técnicas, geralmente em processos pontuais. Entretanto, a gestão de riscos é cada

vez mais vista na indústria como uma ferramenta e uma prática para melhorar o sucesso do

projeto de engenharia. Contudo, a abordagem única não é a melhor escolha, dada a

complexidade e a diversidade dos projetos modernos (OLECHOWSKI, et al., 2016).

Varajao, Colomo-Palacios e Silva (2017) ressaltam que os processos de áreas de

conhecimento como, a gestão do tempo, que é frequentemente implementada, mas ainda,

existem processos importantes como, a gestão da qualidade e a gestão dos riscos, que estão

em segundo plano, para a implantação, o que torna essa questão preocupante.

Na visão de Engwall (2003), as teorias sobre gerenciamento de projetos são

dominadas por uma perspectiva de projetos singulares, tratando a unidade de análise como um

fenômeno. Por essa razão, é preciso ampliar seu escopo temporal analisando como as práticas

de projeto evoluem através de história sobre projetos anteriores, presentes e futuros, bem

como seu escopo organizacional, analisando como práticas de projeto se relacionam com

instituições de longo prazo.

Relatórios recentes da indústria destacam a crescente adoção da gestão de projetos em

diferentes setores. A favor disso, práticas e padrões têm se tornado importantes, visto que

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cada vez mais o trabalho é organizado por projetos e programas (WINTER et al., 2006). Os

autores ainda ressaltam, que a falta de relevância para as práticas da gestão de projetos, a atual

base conceitual continua a atrair críticas e como consequência uma melhora do desempenho

em diferentes projetos.

Kwak e Anbari (2006) relacionam a implementação bem sucedida do método Seis

Sigma orientado pela tecnologia e pelas práticas da gestão de projetos, outros fatores como o

envolvimento da gerência e compromisso organizacional, habilidades de gerenciamento e

controle de projetos, mudanças culturais e formação contínua contribuem para o sucesso. O

Seis Sigma, junto com a inovação, desempenham um papel fundamental na melhoria da

competitividade das organizações (HE et al., 2017). Para Fraz et al. (2016), a gestão de

projetos é um processo que leva tempo e adaptabilidade para ser executado e implementado

nas organizações.

O estabelecimento de um processo e de práticas de gestão de projetos é diferente em

cada projeto (OLECHOWSKI, et al., 2016). Entretanto, Banihashemi et al. (2017)

apresentam a primeira quantificação para a integração da sustentabilidade nas práticas de

gerenciamento de projetos, em cada estágio sob a forma de um modelo. As revelações

apresentam insights relacionados à integração da sustentabilidade no projeto às práticas de

gestão para os países em desenvolvimento. Stingl e Geraldi (2017) analisam a tomada de

decisões comportamentais e sua aplicação em estudos de projetos, fornecem um mapeamento

estruturado das teorias subjacentes de modo a encontrar na tomada de decisão uma ferramenta

para identificar lacunas e links ausentes.

Na prática, isso significa que um projeto pode ser impactado por uma dessas variáveis:

tamanho e complexidade, gerenciamento de projetos e gestão de risco, comunicações com

partes interessadas, gerenciamento de mudanças e planejamento, ligações a cada um dos

seguintes níveis de variáveis, relação entre organização e contratante externo, desempenho do

pessoal, empregado, resistência e rotação de pessoal (HUGHES et al., 2016).

2.2 Inovação

A inovação se destaca porque possui como uma de suas características ser um

elemento fundamental para a competitividade e a sobrevivência das empresas

(SCHUMPETER, 1934; CASSIOLATO; LASTRES, 2005; RASERA; BALBINOT, 2010;

CALMANOVICI, 2011). Define-se como o desenvolvimento e a implantação de nova ideias,

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que obtêm um resultado pelas pessoas que estão envolvidas em processos realizados em

conjunto com outras pessoas (VAN DE VEM, 1986).

Em 1934, o tema inovação passou a ser discutido por Schumpeter, pioneiro nessa

abordagem, foi analisado como um valor econômico, no auge do período industrial onde foi

visto como algo novo com novas formas de pensar, aprender, agir e se comportar, inclusive

com as mudanças na estrutura organizacional (QUINELLO; NICOLETTI, 2009; NOBRE et

al., 2016; ROCHA; VIEIRA, 2016). Para Schumpeter (1934), sem inovação, haveria uma

constante posição de equilíbrio estático com o fechamento de um círculo econômico de bens e

serviços tornando o crescimento nulo. Por essa razão, o autor propôs três fases para o

processo de inovação, sendo:

a) invenção: resultado de uma descoberta, princípios técnicos novos, com

potencialidade para uma exploração comercial, porém, não necessariamente

realizada;

b) inovação: com a característica do desenvolvimento de uma invenção comercial;

c) difusão: abrange a expansão de uma inovação com utilização comercial de novos

produtos e processos.

A inovação é a implementação de um novo ou até mesmo o melhoramento de um

produto, processo ou método, tal como entregar objetivamente serviços novos ou melhorados

para o consumidor (MANUAL DE OSLO, 2005), que na última década tem se estabelecido

como um fator importante para a garantia do crescimento, competitividade e rentabilidade

para as organizações (GARCIA; CALANTONE, 2002).

No processo evolutivo do conceito de inovação, Freeman (1987) define quatro

categorias de inovação:

a) radical: são eventos descontínuos, ocasiona uma revolução no ambiente

socioeconômico, influenciando assim na economia;

b) incremental: ocorre com maior ou menor intensidade independentemente de

acontecer em uma indústria ou atividade de serviço, proporciona uma melhoria de

um produto já existente, tornando esse produto mais acessível ao mercado;

c) mudanças do sistema tecnológico; e,

d) mudança no paradigma tecno econômico que também é conhecida como revolução

tecnológica.

Conforme Schumpeter (1934), os períodos de prosperidade estão ligados à inovação

tecnológica gerada pelo empreendedor inovador, que por sua vez cria novos produtos

ativando a economia por meio dos investimentos aplicados à inovação. Os produtos passam a

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ser imitados por um conjunto de empreendedores não inovadores que investem recursos para

produzir e imitar os bens criados pelo empresário inovador gerando novos empregos.

Sob a abordagem da inovação empreendedora, ressalta-se a necessidade das

organizações apontarem práticas e diretrizes destinadas ao ambiente externo, que exige da

administração empreendedora a capacidade de formar uma sociedade que busque

constantemente a mudança (DRUCKER, 1985). Para o mesmo autor, uma organização que

deseja inovar oportunizando o crescimento, precisa incentivar o espírito de uma administração

empreendedora. Nesse contexto, é essencial a criação de políticas que possam desenvolver

hábitos de espírito empreendedor e da inovação para todos os processos da organização

(DRUCKER, 1985).

Em meados de 1995 a inovação foi voltada a produto, resultante de várias derivações,

que são as de novos produtos ou serviços ou a melhoria de produtos e serviços já existentes. A

inovação em processo ocorre na melhoria dos processos. A inovação de marketing é

resultante da melhoria dos elementos como produto, preço, distribuição e mercado, já a

inovação em gestão é resultados das melhorias na gestão da organização (HIGGINS, 1995).

As desestabilizações dos produtos já existentes geram uma nova estrutura de aspectos

econômicos de mercado dando origem a uma categoria de produtos chamada inovações

radicais ou revolucionárias, a evolução das discussões sobre inovação acompanha as

transformações do relacionamento entre consumidores e fornecedores (GARCIA;

CALANTONE, 2002; LEIFER; O’CONNOR; RICE, 2002).

Para Garcia e Calantone (2002), as naturezas das tipologias de inovação resultaram em

uma ambiguidade na maneira como os termos foram utilizados e operacionalizados na nova

literatura. A inovação como performance é compreendida por Wu, Chen e Jiao (2015) como a

maneira de reconhecer as capacidades e captar as oportunidades, tornando esses fatores

variáveis significativas de intermediação entre a diversificação internacional e a inovação de

performance. Ainda conforme os autores, a diversificação internacional pode gerar recursos e

oportunidades de aprendizado que por sua vez, geram capacidades organizacionais e

consequentemente melhoraram a performance.

Contudo, as inovações desenvolvidas nas organizações ocorrem por meio de

mudanças que têm o intuito de promover melhorias de resultados econômicos. Essas podem

incidir sobre os processos, produtos/serviços, marketing ou sobre a gestão organizacional,

bem como benefícios para a sociedade (SEVERO; DORION; GUIMARÃES, 2017).

Conforme os autores, nas relações entre inovação de produto e processo e sustentabilidade

ambiental, percebe-se uma forte relação causada por uma consciência dos princípios da

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sustentabilidade ambiental, assim como a busca sistemática do desenvolvimento de inovações

que atendam às novas mudanças exigidas pela demanda, pela legislação ambiental. Há, ao

mesmo tempo, um forte apoio ao avanço da ciência, uma vez que essas empresas exigem

novas formas e ferramentas para monitorar as práticas ambientais e relacioná-las com a

inovação (SEVERO; GUIMARAES, 2015).

As tipologias de inovação resultaram em uma ambiguidade na maneira em que os

termos foram utilizados e operacionalizados na literatura. Para Garcia e Calantone (2002), as

definições das tipologias de inovação apresentam características distintas conforme o Figura

11.

Figura 11: Natureza da inovação

TIPOS DE INOVAÇÃO CARACTERÍSTICAS

INOVAÇÃO RADICAL

Tem sua definição por incorporar uma nova tecnologia da qual sua resultante é

um novo mercado, com isso surgem novas indústrias, novo mercado de

concorrência e canais de distribuição.

INOVAÇÃO

REALMENTE NOVA

(REALLY NEW)

Estão presentes na maioria das inovações, está entre a inovação radical e

incremental, esse modelo não gera a criação de produtos novos para o mercado.

INOVAÇÃO

DESCONTÍNUA

É afetada pela introdução da invenção para o mercado, com frequência, essas

inovações estão diretamente ligadas às descontinuidades tecnológicas.

INOVAÇÃO

INCREMENTAL

É definida com itens já existentes no mercado, fornece novos recursos, benefícios

ou melhorias para tal, essa inovação é usada como uma arma para a

competividade. As inovações incrementais possuem baixo grau de novidade em

relação à versão anterior do produto ou processo.

INOVAÇÃO IMITATIVA

São designadas inovações rivais, ela ocorre somente na primeira empresa a

concluir o planejamento e desenvolvimento e diante disso é realizado o primeiro

lançamento no mercado.

Fonte: Adaptado de Garcia e Calantone (2002).

Os conceitos da inovação têm evoluído ao longo do tempo para o entendimento do que

seja inovar e dos autores que fazem parte desse círculo (GARCIA; CALANTONE, 2002).

Nesse sentido, a evolução da inovação está sendo apresentada sob sete abordagens: i) a

abordagem tecnológica de Schumpeter (1934); ii) a abordagem empreendedora de Drucker

(1985); iii) a inovação sob derivações de produtos, serviços e processos de Higgins (1995);

iv) a revisão e definição dos tipos da inovação por Garcia e Calantone (2002); v) pela

existência de etapas, sequenciais e simultâneas, na geração da inovação de Quinello e

Nascimento (2009); vi) a inovação como performance de Wu, Chen e Jiao (2015) e, vii) a

relação entre inovações de produtos e processos e a sustentabilidade ambiental de Severo,

Dorion e Guimaraes (2017) descrita, conforme se destaca na Figura 12.

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Figura 12: Organização cronológica dos estudos analisados sobre a inovação

Fonte: Elaboração própria (2017).

2.2.1 Inovação de Produto

Desde a década de 1930, em estudos iniciais, a inovação é estudada por diversos

autores (SCHUMPETER, 1934; UTTERBACK; ABERNATHY, 1975; PORTER, 1989),

sendo exposta como um agente impulsionador de desenvolvimento e progresso nas

organizações que buscam modelos de inovação de diferentes formas dos seus concorrentes e

do mercado (PORTER, 1989). Inovar envolve uma série de descontinuidades, impulsionadas

pelo desenvolvimento das tecnologias, que somadas a um grande nível de incertezas,

criatividade humana e sorte, originam novos produtos ou processos (UTTERBACK;

ABERNATHY, 1975).

Na inovação de produtos, as interações são estreitas e frequentes entre o departamento

de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), outras funções, equipes, que levam à efetividade do

projeto (HANSEN, 1999). Seu sucesso está relacionado com a capacidade de um novo

produto ganhar força no mercado (PALADINO, 2007). Nesse contexto, a inovação pode

assumir a forma de mudanças nos produtos e serviços a serem oferecidos, sendo definida

como desenvolvimento e implementação de novas ideias, se tornando um resultado coletivo

(VAN DE VEN, 1986; GARCIA e CALANTONE, 2002).

Na literatura são identificados diversos segmentos em que as inovações de produto se

fazem presentes, esses segmentos estão concentrados em melhorias na implementação do

modelo Seis Sigma (He et al., 2017), nas inovações em clubes de futebol (FORSLUND,

2017) no turismo inovador de produtos (LEE; LEE; TUSSYADIAH, 2017), bem como no

setor dos alimentos embalados da indústria alimentar (TROTT; SIMMS, 2017).

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Entretanto, essas inovações de produto apresentam as dimensões do capital social

relacionadas à criação do conhecimento, reflexões de compartilhamento de conhecimento

como mecanismo para as empresas inovarem (TSAI; GHOSHAL, 1998). As empresas

alcançam maior desempenho, concentrando-se nos processos de inovação (SHIN;

KRAEMER; DEDRICK, 2017).

Há argumentos conflitantes sobre a relação entre o gerenciamento da qualidade e a

inovação (ZENG et al., 2017), por isso, criar valor acrescentado e serviços inovadores é um

elemento chave (ABELLA; ORTIZ-DE-URBINA-CRIADO; DE-PABLOS-HEREDERO,

2017). As organizações se envolvem em mudanças contínuas, as comparações das empresas

bem-sucedidas e menos sucedidas mostram, em primeiro lugar, a inovação de produtos como

forma de sucesso (BROWN; EISENHARDT, 1997).

Já as inovações recentes, devem possuir suas análises voltadas para a capacidade de

aprendizado e absorção, para isso é preciso analisar as condições de apropriação dessas

inovações (TEECE, 1986) e o eco inovador pode perder sua vantagem competitiva através do

licenciamento de sua inovação de produto (CHEN; DIMITROV, 2017).

Destaca-se que as inovações de marketing são propícias do crescimento da empresa se

complementarem as inovações de produtos, mas são menos propensos a promover o

crescimento quando aplicados isoladamente (SZCZYGIELSKI; GRABOWSKI;

WOODWARD, 2017). Conforme os autores, as empresas que introduziram um sistema de

avaliação são mais propensas a desenvolver novos produtos e serviços. A introdução do

sistema de avaliação traz sucesso na inovação de produtos com maior superioridade e

tecnológica (KANAMA; NISHIKAWA, 2015).

2.2.2 Inovação de Processo

Conforme o Manual de Oslo (2005), a inovação de processo pode ocorrer em qualquer

setor da economia em virtude da sua abrangência setorial, ou uma implementação de um

método de produção ou distribuição, novo ou significativamente melhorado, e nela incluem-se

mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares. Como reforço, o conceito

de inovação trata-se da capacidade de uma empresa adotar novas ideias, produtos e processos

com sucesso (PALADINO, 2007). Para Damanpour e Gopalakrishnan (2001), inovar

proporciona a geração, o desenvolvimento e a implantação de novas ideias e comportamentos.

A inovação de processo pode ser compreendido pela maneira como a organização

demonstra que ela está pronta para operar no mercado e perpetuar a sua existência, por ser

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através dela que os empreendedores conseguem implantar diferenciais em seus negócios, os

tornando competitivos (SIMONS, 1995; SILVA et al., 2016).

O segmento da tecnologia da informação é um grande exemplo que influencia

conjuntamente na inovação de processo (TRANTOPOULOS et al., 2017) e também a

inovação em processo de análise e seleção de acervos digitais por direcionar as ações por

prioridades e por contemplar especificidades tanto de bancos de dados, quanto de repositórios

de informações (SORDI; JENUINO; COSTA, 2015), assim como para diagnosticar o grau de

inovação de uma empresa com foco na área de recursos humanos (FILHO; CAMPOS;

SOUZA, 2015).

A inovação é um elemento vital de desenvolvimento e manutenção das organizações,

ela é almejada de diferentes maneiras, como uma consequência da perspectiva estratégica que

discerne progresso. Sua ocorrência pode ser desenvolvida de formas distintas e com diferentes

níveis de intensidade, resultante do perfil estratégico escolhido (FREZATTI et al., 2015). Ela

é necessária, pois os empreendedores conseguem implantar diferenciais em seus negócios

(SILVA et al., 2016). A empresa assume um caráter inovador em diversos aspectos, pois

busca inovar em produtos e processos, sempre se atentando à especialização de sua equipe

para atender às demandas de mercado (THEIS et al., 2017).

A gestão de processos e a inovação continuam entre os conceitos que estão em foco

nas pesquisas recentes (AYHAN et al., 2013) visto que elas podem melhorar a qualidade e a

eficiência do trabalho (THEIS et al., 2017). As empresas precisam identificar estratégias para

criar uma vantagem competitiva baseada na inovação e devem principalmente analisar

produto (ou serviços) focado ou processo a fim de determinar o curso da inovação

(JAYARAM; OKE; PRAJOGO, 2014).

Ettlie e Reza (1992) sugerem que as organizações bem-sucedidas usem mecanismos

de integração de dois tipos para captar o valor das inovações de processo, i) tornando a

inovação de processo uma ocasião única para reestruturação significativa e ii) criando novos

padrões efetivos a partir de muitas maneiras alternativas de realizar essas mudanças. O capital

social incorporado na rede de um microempreendedor é ativado pelas demandas do processo

de inovação para gerar outras formas de recursos através das quais esse processo é facilitado

(GRIFFIN-EL, 2015).

Para a mensuração, indicadores quantitativos podem ser implementados para medir as

inovações nos mais diversos processos de fabricação (AYHAN et al., 2013). Contudo, as

práticas inovadoras auxiliam o êxito dos negócios reduzindo as dívidas, bem como, diferentes

graus de inovação, além de que auxiliam o êxito aumentando vendas, faturamento, número de

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clientes e qualidade dos produtos (SILVA et al., 2016). Coerentemente, ocorre que devido ao

foco de agentes, passa a oferecer mais atenção na transmissão da informação administrativa e

regulamentar, do que em lidar com a inovação empresarial e melhorar a competitividade das

empresas (REIS et al., 2016).

A maioria das inovações de processo vem de fornecedores, essas características e

variações podem ser classificadas em três partes: (1) dominada pelo fornecedor; (2) produção

intensiva; e, (3) baseada na ciência (PAVITT, 1984). Empresas que utilizam informação

inteligente podem inovar, gerar, comunicar e agir de acordo com as informações mais

relevantes e disponíveis sobre o seu ambiente; estas necessitam possuir a capacidade de

reconstruir rotinas e eliminar procedimentos ineficientes e obsoletos, confirmando a relação

entre a orientação analítica e a inovação em processos (CAVALCANTI; OLIVEIRA;

BRONZO, 2016).

Nas fases de desenvolvimento de um produto, a inovação tem impacto na concorrência

entre os fornecedores confrontados com consumidores tecnologicamente satisfeitos (ADNER;

LEVINTHAL, 2001). Em contrapartida, as pequenas e médias empresas de base tecnológica

não inovam de forma sistemática, mas intuitivamente focadas nas ideias de seus fundadores,

para atender as necessidades dos clientes e as necessidades observadas no mercado (MATOS;

QUERIDO; BARBOSA, 2016). Para as dimensões detecção, apreensão e reconfiguração da

capacidade dinâmica das organizações existe uma diferente relevância nas distintas fases do

processo de inovação, sendo fluida, transitória e específica (SANTOS; ZILBER, 2014).

Contudo, em empresas familiares, por possuírem redes particularmente fortes, os

ativos familiares podem ao longo do tempo atrofiar e sufocar, em vez de estimular o

desempenho da inovação. No entanto, essas empresas podem combater esse processo

institucionalizando a inovação dentro da família, assim como da empresa, por meio da

governança familiar e corporativa, incentivando os indivíduos-chave na inovação de processo

(BENNEDSEN; FOSS, 2015).

As práticas de gestão de projetos podem estar relacionadas com a inovação de produto

e processo, estando vinculadas à gestão estratégica e tática, aplicado ao alcance dos objetivos

organizacionais (GRAY; LARSON, 2006; NEVERAUSKAS; RAILAITE, 2013;

GUIMARAES; SEVERO; VIEIRA, 2017).

Em organizações inovadoras, o planejamento dos projetos prevê os recursos

necessários para sua implementação, onde são incluídos: pessoas, tempo e dinheiro

(AMABILE et al., 1996; AHMED, 1998; AMABILE, 1999; COTTAM; ENSOR; BAND,

2001; MUMFORD et al., 2002; MARTINS; TERBLANCHE, 2003; COOPER;

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KLEINSCHMIDT, 2007). Sáenz, Aramburu e Rivera (2009) demonstraram que a gestão

eficiente de projetos reforça claramente as dimensões custo e prazo, além da própria geração

de ideias. Coerentemente, elencam-se as Hipóteses 1 e 2.

Hipótese 1: As práticas de gestão de projetos estão positivamente relacionadas à

inovação de produto.

Hipótese 2: As práticas de gestão de projetos estão positivamente relacionadas à

inovação de processo.

2.3 Vantagem competitiva sustentável

A vantagem competitiva é referenciada como sendo uma das bases para o sucesso de

longo prazo de uma empresa (HOFFMANN, 2000) e ela pode ser entendida como uma

posição privilegiada à indústria (ANSOFF, 1965; PORTER, 1980; BARNEY, 1991a;

BESANKO et al., 2007) em que se procura identificar propriedades específicas e

combinações individuais de produtos e de mercados que dão uma forte posição concorrencial

(ANSOFF, 1965). Empresas buscam de forma constante a vantagem competitiva de modo

que, pode ser explicada através de características únicas de serviços e/ou produtos

(PENROSE, 1959; BARNEY, 1991a; 1991b; HOFFMANN, 2000; BESANKO et al., 2007)

ou pela criação de valores (BRITO; BRITO, 2012).

Segundo Hoffmann, (2000) a vantagem competitiva é sustentável a partir do momento

que passa a representar um benefício duradouro em decorrência dos fatores: i) implementação

de uma estratégia nova, que não está sendo executada por algum atual ou potencial

concorrente e ii) incapacidade do atual ou potencial concorrente replicar os benefícios da

estratégia. De fato, as inovações tecnológicas emergiram como fator crucial para sustentar a

concorrência no mercado e alcançar uma vantagem competitiva sustentável no século XXI

(FAZAL et al., 2016). Nesse cenário, antever movimentos do mercado e ajustar-se às novas

demandas, através de combinações de recursos, pode levar à vantagem competitiva

(PRAHALAD; HAMEL, 1990; BLYLER; COFF, 2003).

É de extrema importância resgatar as dimensões da sustentabilidade para explorar o

seu contexto. O conceito do Triple Bottom Line (TBL) que ganhou destaque nas mais diversas

discussões, por criar um modelo sobre o tema, deixando o assunto mais atrativo para as

organizações que ainda não haviam se sensibilizado. Desse modo, muitas delas passaram a

comunicar seu desempenho econômico, ambiental e social e suas inter-relações, baseadas

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nesse conceito (ELKINGTON, 1999; ISENMANN; BEY; WELTER, 2007). Coerentemente,

aproveitando as vantagens oferecidas pela fragmentação global da produção, também

restringidos por um institucional de incerteza estruturada, as empresas não estatais escolheram

um padrão de inovação incremental na busca da vantagem competitiva (TANG;

MURPHREE; BREZNITZ, 2016).

Elkington (1994) complementa que o conceito do Triple Bottom Line, compreende os

3P’s (People, Planet e Profit); se remetendo a pessoas, planeta e lucro, sobre suas dimensões

as definições tratam-se: i) fator econômico, criação de empreendimentos viáveis, atraentes

para os investidores; ii) fator ambiental, seu objetivo é analisar a interação de processos com o

meio ambiente sem lhe causar danos constantes; e iii) fator social, preocupando-se com o

estabelecimento de ações para trabalhadores, parceiros e sociedade.

Desse modo, o capital de recursos e o capital institucional são indispensáveis para o

alcance da vantagem competitiva sustentável e depende da sua capacidade de gerenciar o

contexto institucional de suas decisões de recursos (OLIVER, 1997). Drejer (2002), nessa

perspectiva, define a vantagem competitiva sustentável como sendo criada na interação entre

as chamadas considerações de competências e produto-mercado, da mesma forma a integrar

indústrias a operarem de forma coletiva com a cooperação, sinergia, o intercâmbio físico de

matéria-prima, água, energia e resíduos tenha como resultante a vantagem competitiva

(AYRES, 1989; CHERTOW, 2000; 2004; 2007).

Em outros nichos, Clemons e Row (1991) citam a área da tecnologia da informação

que pode levar a uma vantagem competitiva sustentável quando usada para alavancar as

diferenças nos recursos estratégicos. Já Kar, Padhi e Samantarai (2016) destacam a inovação

disruptiva e reversa no contexto de mercados emergentes e criação de valor econômico para

uma vantagem competitiva sustentável por parte das empresas do setor de serviços.

As novas características do ambiente de negócios expandiram o conceito de

capacidade de aprendizagem organizacional que tem sido reconhecida como um meio

essencial para obter uma vantagem competitiva sustentável (GUINOT; CHIVA; MALLÉN,

2016). A literatura diferencia a vantagem competitiva com relação às estratégias relacionadas

ao mercado (externa) (Porter, 1980), juntamente com as capacidades internas da empresa

(BARNEY, 1991a; 1991b). A vantagem competitiva emerge como um fator importante na

percepção de valor dos produtos e serviços, em que devem ser considerados elementos de

diferenciação competitivos (GUIMARAES et al., 2014).

Nesse contexto, as estratégias que se baseiam nos recursos internos devem considerar

apropriada a utilização destes em relação às demandas do mercado (PENROSE, 1959;

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BARNEY, 1991b). O posicionamento organização é obtido pelos serviços que ela executa e

pela combinação de recursos que utiliza. Esse posicionamento define as relações em que

estabelece as suas assimetrias de poder, posicionamento e informação (PENROSE, 1959).

A vantagem competitiva sustentada é aquela em que a organização cria, tem

durabilidade com a detenção dessa vantagem com relação à concorrência (PORTER, 1980).

Com isso, Barney (1991b) oferece uma perspectiva que faz apelo à criatividade e procura

responder desafios cada vez mais complexos. Defende que além de obter vantagem

competitiva é necessário torná-la sustentável. Isso implica um esforço constante na criação de

barreiras à imitação ou barreiras de posição. Somente as estratégias que se baseiam nas

especificidades internas de cada empresa, permitem sua criação, uma vez que certos recursos,

dificilmente imitáveis, não toleram igual desempenho no mesmo tipo de estratégia a toda e

qualquer empresa.

Para Oliver (1997), a vantagem competitiva sustentável de uma empresa depende de

sua capacidade de gerenciar o contexto institucional de suas decisões de recursos. Essa

situação, inclui desde a sua cultura interna, bem como influências mais amplas do estado, da

sociedade e das relações entre empresas que definem o comportamento econômico

socialmente aceitável. Para isso, tanto o capital de recursos como o capital institucional são

indispensáveis para a vantagem competitiva sustentável.

Ansoff (2002) afirma que a busca pela vantagem competitiva envolve a escolha de

fatores de diferenciação, ou seja, como uma empresa pode disputar com outra com os mesmos

recursos. O autor considera que:

a) o mercado é econômico e competitivo: o mercado delimita a atividade econômica e

é caracterizado pela competição, em última análise, as empresas lutam por maior

fatia de mercado;

b) o processo de formação de estratégia é a seleção analítica de posições genéricas: o

método se baseia na análise de dados contextuais para orientar a escolha de

opções estratégicas;

c) os analistas desempenham um papel fundamental no suporte a decisão: embora o

poder de decisão esteja nas mãos dos executivos.

Recentemente Anning-Dorson (2016) destacam que embora as inovações de serviço

possam ser facilmente copiadas e talvez não possam obter vantagens em longo prazo, o papel

do mediador que desempenha uma cultura inovadora sustentada e imitável, dirige

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interpretações de eventos no ambiente e na organização e informa a implantação do serviço

estratégia de inovação de uma forma que produza competitividade em longo prazo.

Devido a motivações estratégicas e pressões de várias partes interessadas, as empresas

que possuem uma gestão na cadeia de abastecimento para alargar os objetivos de

sustentabilidade podem alcançar a fonte de vantagem competitiva (LAARI; TÖYLI; OJALA,

2017).

Uma vez que os ativos de conhecimento e as habilidades de uma empresa estão no

cerne da vantagem competitiva sustentável, o campo emergente do capital intelectual é uma

área interessante para pesquisadores e profissionais. Porém, infelizmente, a mensuração de

tais ativos intangíveis é difícil (NONAKA; TOYAMA; NAGATA, 2000; TEECE, 2000;

BONTIS, 2001). Na economia, a vantagem competitiva sustentável das empresas emerge da

criação, propriedade, proteção e uso de ativos de conhecimento comercial e industrial difíceis

de imitar (TEECE, 2000).

Com o propósito da identificação de uma vantagem competitiva, é primordial levar em

consideração se ela é composta por aspectos que a diferenciem em relação aos seus

concorrentes, em qualquer dimensão aceitável, bem como se permite a uma organização criar

mais valor para o cliente do que a outra (ANSOFF, 1965). Outra maneira de desenvolvê-la

consiste na decisão de ser o primeiro a fazer parte do mercado, o que configura uma escolha

estratégica, guiada pela posição competitiva atual, pelas capacidades organizacionais, pela

volatilidade da indústria e propensão ao risco (HUNG et al., 2012).

A fim de crescerem e manterem-se no mercado, as empresas buscam vantagens

singulares ou superiores em relação aos seus competidores (BESANKO et. al., 2007;

HOFFMAN, 2000). Essa busca leva inevitavelmente ao uso de estratégias de mercado

(PORTER, 1980). As empresas que têm vantagens competitivas sustentáveis devem ser

capazes de criar uma barreira para impedir ou diminuir a concorrência de outras empresas,

tornando maior e mais segura a sua rentabilidade (KANURI; MCLEOD, 2016).

Para Guimaraes, Severo e Vieira (2017), em alguns ambientes, a essência da estratégia

não é a estrutura de produtos de uma empresa e os mercados, mas sim a dinâmica de seu

comportamento. O efeito direto da inovação sobre a competitividade, o papel do mediador das

condições internas traz complementaridade de ativos estratégicos que produzem vantagem

competitiva sustentável para a empresa de serviços (ANNING-DORSON, 2016).

Para Baker e Sinkula (1999) e Osterloh e Frey (2000) a geração e a transferência de

conhecimento são essenciais para a vantagem competitiva sustentável de uma empresa. Nessa

perspectiva, Seyed et al., (2016) destacam que por requerer o desenvolvimento de capacidades

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dinâmicas, a capacidade de sentir e, em seguida, aproveitar as oportunidades de forma rápida

e proficiente são primordias para as organizações.

Vorhies e Morgan (2005) mencionam o benchmarking como o potencial de se tornar

um mecanismo de aprendizagem chave para identificar, construir e melhorar as capacidades

de marketing para proporcionar vantagem competitiva sustentável.

O comportamento orientado para o cliente fornece um meio importante para alcançar clientes

satisfeitos e fiéis e, assim, vantagens competitivas (STOCK, 2016), como também a

tecnologia da informação pode levar a uma vantagem competitiva sustentável quando usada

para alavancar as diferenças nos recursos estratégicos (CLEMONS; ROW, 1991).

A vantagem competitiva pode resultar da inovação, traduzidas em patentes de novos

produtos, utilização de novos processos, ações inovadoras de marketing e/ou a implementação

de inovações organizacionais, levando a organização a uma posição vantajosa em relação à

concorrência (GUIMARAES; SEVERO; VIEIRA, 2017).

Devido ao reconhecimento do potencial do departamento de recursos humanos com

seus programas, políticas e práticas nas organizações, ressalta-se que essas características

podem fornecer à empresa uma fonte de vantagem competitiva (BARNEY; WRIGHT, 1998).

Seja qual for a indústria que opera e qualquer tipo de estratégia escolhida, no cerne das

decisões estratégicas de gestão, deve haver a criação e retenção de vantagens competitivas

sustentáveis, exigindo que qualquer vantagem seja constantemente mantida e fortalecida

(CEPTUREANU, 2016).

A evolução do tema vantagem competitiva é apresentado na Figura 13, abrangendo: i)

recursos estratégicos de Penrose (1959); ii) a estratégia aplicada na organização proposta por

Porter (1980); iii) tornar a vantagem competitiva sustentável de Barney (1991b); iv) o

gerenciamento do contexto institucional de Oliver (1997); v) fatores de diferenciação de

Ansoff (2002); vi) resultado da performance organizacional de Guimaraes et al., 2014; vii)

inovação de serviço em busca da vantagem competitiva segundo Anning-Dorson (2016) e,

viii) sustentabilidade como uma fonte de vantagem competitiva preconizado por Laari, Töyli

e Ojala (2017).

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Figura 13: Organização cronológica dos estudos analisados sobre a vantagem competitiva

Fonte: Elaboração própria (2017).

As inovações de produto e processo podem influenciar na competitividade das

organizações, tornando as empresas inovadoras mais competitivas em relação aos

concorrentes (UTTERBACK; ABERNATHY, 1975; PORTER, 1980; NELSON, 1995). A

vantagem competitiva pode resultar da inovação, traduzida em patentes de novos produtos e

da utilização de novos processos (FAZAL et al., 2016; GUIMARAES; SEVERO; VIEIRA,

2017). Diante do exposto, apresentam-se as Hipóteses 3 e 4:

Hipótese 3: A inovação de produto está positivamente relacionada à vantagem

competitiva sustentável.

Hipótese 4: A inovação de processo está positivamente relacionada à vantagem

competitiva sustentável.

Nesse contexto, a Figura 14 apresenta o desenho conceitual da Dissertação de

Mestrado, elencando as hipóteses de pesquisa.

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Figura 14: Desenho conceitual da Dissertação de Mestrado

Fonte: Elaboração própria (2017).

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste Capítulo, serão apresentados os procedimentos metodológicos a serem adotados

nessa Dissertação, com a finalidade de atingir os objetivos inicialmente propostos para a

pesquisa.

3.1 Tipo de pesquisa

A metodologia adotada nessa pesquisa foi de natureza quantitativa e de caráter

descritivo. De acordo com Richardson (1999), a pesquisa quantitativa é aplicada para a

quantificação em modalidades da coleta de informações e também no tratamento delas por

técnicas estatísticas simples (percentual, média, desvio padrão) e até as mais complexas

(coeficiente de correlação e análises de regressão e multivariadas). Os dados necessários para

este estudo foram coletados através de uma survey, técnica de coleta de dados que utiliza a

resposta de um grande número de indivíduos às perguntas de pesquisa (HAIR Jr. et al., 2005;

GIL, 2008; MALHOTRA, 2012).

Para um estudo que utiliza a abordagem quantitativa o pesquisador consegue conduzir

seu trabalho a partir de um planejamento prévio, contendo hipóteses especificadas e variáveis

definidas (GODOY, 1995). A pesquisa quantitativa também pode ser descritiva, em função de

se tratar de uma pesquisa conclusiva. Baseia-se em uma definição clara do problema,

pressupõe conhecimentos prévios a respeito de tal problema, os dados devem ser coletados de

maneira estruturada em grandes e representativas amostras (MALHOTRA et al., 2005).

A pesquisa descritiva é utilizada com frequência, quando há um sólido conhecimento

do assunto e é confirmatória (HAIR Jr. et al., 2005; MALHOTRA, 2012). Ademais, conforme

os autores, pode ser orientada por hipóteses, que serão testadas, utilizando um questionário

com número determinado de opções e validada por especialistas.

A análise dos dados foi desenvolvida por meio do método de Modelagem de Equações

Estruturais (MEE), conforme as etapas propostas por Hair Jr. et al. (2008) onde ele propõe:

a) desenvolver modelo teórico, a partir da literatura;

b) construir o diagrama de caminhos sobre as relações causais entre os construtos;

c) desenvolver a conversação do diagrama de caminhos em um conjunto de modelos

estrutural e de mensuração;

d) escolher o tipo de matriz de entrada e estimação do modelo proposto;

e) avaliar a identificação do modelo estrutural;

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f) avaliar os critérios de qualidade de ajuste do modelo;

g) interpretar e modificar o modelo proposto.

O software SPSS® (Statistical Package for Social Scienses) foi utilizado para o

tratamento estatístico e análise dos dados, na versão 21 para Windows® e para os cálculos da

MEE utilizou-se o software AMOS®, versão 21, acoplado ao SPSS®, seguindo as

recomendações de Byrne (2010).

A seguir apresentam-se a população e amostra do estudo, bem como o desdobramento

dos passos propostos por Hair Jr. et al. (1998), para a análise por meio da MEE.

3.2 População e amostra

A população para a verificação das práticas de gestão de projetos e inovação como

antecedente da vantagem competitiva sustentável consiste em empresas do estado do RS.

Conforme Malhotra (2012), a população incide no universo, conjunto, ou soma, de todos os

elementos passíveis de serem mensurados com respeito às variáveis que se busca levantar

para o problema de pesquisa. Já a amostra consistiu numa porção ou parcela de uma

população selecionada para a participação do estudo.

A população desta pesquisa, de acordo com os dados do IBGE (2015) consiste no

número total de empresas do RS em 2015 foi de 471.192 empresas. A população deste estudo

é caracterizada pelas empresas de comércio, serviço e transformação (indústria), a mostra

resultou em sendo não probabilística (MALHOTRA, 2012), por conveniência, abrangendo

um número pré-determinado de empresas dos mais variados ramos de atuação, ofertando

produtos e serviços. Contudo, essas, não necessariamente adotam a metodologia PMI.

De acordo com Hair Jr. et al. (1998), a determinação do tamanho mínimo para a

amostra restringe-se à regra de no mínimo 10 respondentes para cada variável observável, ou

de no mínimo de 200 respondentes para uma análise de MEE (KLINE, 2005). Com esses

parâmetros a amostra evidenciou-se superior a 200 empresas, considerando o mínimo para

MEE (KLINE, 2005), ou que ultrapassa as 200 resultantes do cálculo sugerido por Hair Jr. et

al. (1998) (20 perguntas multiplicadas por 10 respondentes).

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3.3 Técnica de coleta de dados

Os dados coletados originaram-se de um questionário (Figura 15), com aplicação

através da Internet (e-mail).

3.3.1 Questionário

O instrumento para a coleta de dados (APÊNDICE A) foi composto por 04 blocos

(Quadro 2) com o propósito de medir as variáveis latentes, classificados por: i) Práticas de

Gestão de Projetos; ii) Inovação de Produto; iii) Inovação de Processo; e, iv) Vantagem

Competitiva Sustentável. Destaca-se que o questionário foi previamente validado por 2

experts1 da área das temáticas de estudo.

O questionário contém questões afirmativas em escala Likert de 5 pontos, relativas ao

grau de concordância ou discordância, sendo: i) 1 - Discordo totalmente; ii) 2 - Discordo

parcialmente; iii) 3 - Nem discordo, nem concordo; iv) 4 - Concordo parcialmente; e v) 5 -

Concordo totalmente. Na etapa inicial do questionário apresenta-se perguntas relativas ao

perfil da empresa, tais como tempo de existência, quantidade de funcionários, setor da

atividade, função dos respondentes e porte da empresa, as quais serão complementares para a

caracterização das organizações pesquisadas.

1 Prof. Dr. Julio Cesar Ferro de Guimaraes (Universidade Federal de Pelotas - UFPel); Prof. Dr. Deivis Cassiano

Philereno (Faculdade de Osório – FACOS).

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Figura 15: Variáveis observáveis e construtos latentes

Variáveis observáveis Variáveis

latentes Autores

GP1) Na minha empresa os gestores reconhecem a necessidade da gestão de

projetos, em virtude das vantagens da implementação desta metodologia.

Práticas gestão

de projetos

(Kerzner, 2001;

Guimaraes;

Severo; Vieira,

2017)

GP2) Nossos gestores têm bom conhecimento dos princípios de gestão de

projetos, apoiam por meio de palestras, cursos, artigos e inclusive pela

presença em reuniões e relatórios da equipe de projetos.

GP3) Nossos gerentes foram treinados e instruídos em gestão de projetos.

Estão comprometidos com essa gestão e com o cumprimento dos prazos

estabelecidos para a conclusão dos objetivos, bem como liberam seus

funcionários para o treinamento em gestão de projetos.

GP4) Minha empresa tem uma metodologia facilmente identificável de

gerenciamento de projetos que utiliza o conceito de fases ou ciclo de vida de

um projeto. Utiliza softwares de apoio e mantém o compromisso com o

planejamento antecipado visando à qualidade e faz o possível para

minimizar os desvios de escopo nos projetos.

GP5) Minha empresa tem um sistema para gerenciar o custo, cronograma

dos projetos, com controle das variações em relação aos objetivos

planejados e relatórios de acompanhamento. Nela desenvolve-se um

currículo de gestão de projetos para o aperfeiçoamento das qualificações de

nossos colaboradores, assim a considera como uma função profissional.

IPS1) A qualidade de nossos produtos/serviços é superior à dos nossos

concorrentes.

Inovação de

produto

(Gatignon e

Xuereb 1997;

Oecd 2005;

Paladino 2007;

Guimaraes

2013)

IPS2) Nosso produto/serviço, em termos de funcionalidades e recursos, é

superior em comparação com nossos concorrentes.

IPS3) Nossos novos produtos/serviços incorporam um grande corpo de

novos conhecimentos tecnológicos.

INP1) As inovações de processo aumentaram a capacidade da produção ou

da prestação de serviços.

Inovação de

processo

(Manual de

Oslo, 2005) INP2) As inovações de processo aumentaram a flexibilidade da produção

ou da prestação de serviços.

INP3) As inovações de processo reduziram os custos de produção ou dos

serviços prestados.

INP4) As inovações de processo melhoraram a qualidade do produto.

VCS1) Nossa taxa de sucesso de novos produtos/serviços é muito melhor

em relação aos concorrentes.

Vantagem

competitiva

sustentável

Paladino (2007),

De Guimarães et

al. (2016), Karia

e Asaari (2016),

Severo et al.,

(2017) e

Adaptado de

Guimarães,

Severo e

Vasconcelos

(2017)

VCS2) Nossa receita com novos produtos/serviços é muito melhor em

relação aos concorrentes.

VCS3) A rentabilidade com novos produtos/serviços é muito melhor em

relação a seus concorrentes.

VCS4) O desempenho global da nossa empresa no ano anterior foi superior

aos principais concorrentes.

VCS5) O total dos custos operacionais da nossa empresa é menor aos custos

totais de nossos concorrentes.

* Escala Likert de 5 pontos e opção de sem condições de opinar:

1 – Discordo totalmente; 2 – Discordo parcialmente; 3 – Nem discordo, nem concordo; 4 – Concordo

parcialmente; 5 – Concordo totalmente;

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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3.4 Técnica de análise e interpretação dos dados

Para esta pesquisa, optou-se por utilizar a MEE, visto que para Hair Jr. et al. (2005)

trata-se de um método abrangente, possui técnicas e procedimentos utilizados em conjunto e

não restrito a uma única técnica estatística específica.

A MEE possui um conjunto de procedimentos metodológicos de análise estatística e

oportuniza a análise de uma série de relações de dependência de forma simultânea (HAIR Jr.

et al. 2005; KLINE, 2005). Para Hoyle (1995), a MEE possibilita a análise de uma série de

variáveis dependentes e independentes e essa é uma das diferenças em relação a outras

técnicas multivariadas.

A MEE permite uma medição direta por meio das variáveis observáveis (HAIR Jr. et

al., 2005), o que por meio de um diagrama de caminhos o modelo proporciona uma

representação gráfica dos relacionamentos a serem analisados.

3.4.1 Desenvolvimento do modelo teórico

Para Hair Jr. et al. (1998) a MEE parte como base de que existem relações causais,

onde a alteração de uma variável pode ter impacto em outra variável, estabelecendo a relação

de dependência.

Na escolha das variáveis utilizadas nessa pesquisa, consideraram-se os critérios de

Hair Jr. et al., (1998) e Kline (2005). Da mesma forma, se identifica que a base teórica está

fundamentada em livros e artigos de periódicos. A relação das variáveis observáveis com as

latentes (Quadro 2) se deu por meio de um estudo bibliográfico, que iniciou nas bases de

dados Scopus e EBSCO HOST e outras publicações relevantes para o estudo da área da

Administração.

Para a confirmação do modelo e as relações entre as variáveis de cada construto,

utilizaram-se a análise fatorial exploratória (AFE) e a análise fatorial confirmatória (AFC)

para verificar a combinação das variáveis observáveis e as latentes, através do alfa de

Cronbach (HAIR Jr. et al., 1998), e o índice de Curtose, no qual cada variável observável é

avaliada através do Coeficiente de Mardia (MARDIA, 1971).

Os demais testes foram aplicados sobre os dados para AFE, como: o teste de

esfericidade de Bartlett e a medida de adequação de Kaiser, Meyer e Olkin (KMO), que a eles

confere a viabilidade à AFE. Após a depuração dos dados foi realizada a análise fatorial

exploratória (AFE) seguindo os parâmetros indicados por Kline (2005), Hair Jr. et al. (2007) e

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Marôco (2010): i) verificar a combinação das variáveis observáveis entre si, na formação de

construtos; ii) verificar a carga fatorial de cada variável (= ou > 0,5) e registrar o percentual

de explicação do conjunto de construtos; iii) verificar a Comunalidade (= ou > 0,5); iv)

registrar o percentual de explicação de todas as variáveis observáveis; v) averiguar a

confiabilidade simples por meio do alfa de Cronbach (>0,7); (vi) realizar o teste de

esfericidade de Bartlett (significativo p<0,001); (vii) desenvolver a medida de adequação de

Kaiser, Meyer e Olkin (KMO) (>0,7); (viii) analisar a confiabilidade composta por meio da

análise da Variância Média Extraída (VME) que explica a variância total de cada variável

observável, a qual é utilizada para avaliar o construto segundo Fornell e Larcker (1982); (ix)

verificar a Validade Convergente (VC) pois deve ser maior que 0,7 e Validade Discriminante

(VD) que deve ser menor que a VC segundo Hair et al., (2007) .

3.4.2 Construção de diagrama de caminhos de relações causais

A Figura 14 apresenta o diagrama construído com os caminhos de relações causais

indicando as relações entre as práticas da gestão de projetos, inovação de produto, inovação

de processo e vantagem competitiva sustentável, porquanto setas demonstram a relação direta

entre os constructos.

As hipóteses apresentadas foram desenvolvidas por meio de equações e demonstradas

no formato de diagrama com os caminhos e relações causais de dependência entre variáveis

observáveis e os constructos (HAIR Jr. et al., 2007; KLINE, 2005).

3.4.3 Conversão do diagrama de caminhos em um conjunto de modelos estrutural e de

mensuração

Posteriormente à definição do tipo do modelo teórico e representação por meio do

diagrama, foi necessária a conversão deste em um conjunto do modelo estrutural com a

mensuração no intuito de conectar as definições operacionais dos constructos com a teoria

definida e assim permitir o teste empírico (HAIR Jr. et al., 2007).

3.4.4 Escolha do tipo de matriz de entrada e estimação do modelo teórico

Segundo Hair Jr. et al. (2007) a escolha do tipo da matriz de entrada é importante

assim como a estimação do modelo teórico pois esses interferem diretamente sobre os

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56

resultados. A interpretação dos resultados por meio da MEE foi verificada mediante a

Correlação de Pearson entre as variáveis observáveis (HAIR Jr. et al., 2007). Ela é uma matriz

de variância e covariância padronizada, na qual a escala de mensuração de cada variável é

removida pela divisão das variâncias, ou as covariâncias, pelo produto dos desvios-padrões.

Destaca-se que o uso da matriz de correlação é adequado quando o objetivo é apenas

compreender o padrão de relações entre os construtos, sem explicar a variância total de um

construto (HAIR Jr. et al., 1998; KLINE, 2005).

Para garantir um tamanho de amostra que permita a análise satisfatória dos dados

através do MEE, Hair Jr. et al., (2007) sugerem um número: de 5 a 10 casos por parâmetro

estimado, por essa razão, essa pesquisa utiliza 10 casos para cada indicador, o que contribui

para a estimativa de máxima verossimilhança (MLE – Maximum Likelihood Estimation).

Outro fator a ser considerado é o tamanho da amostra, com a previsão de que 10% poderá

conter dados perdidos (missings) e observações atípicas (outliers) (HAIR Jr. et al., 1998;

KLINE, 2005).

3.4.5 Avaliação da identificação do modelo estrutural

A avaliação da identificação do modelo estrutural ocorrerá para a definição do modelo

proposto e com isso, gerará estimativas favoráveis para a análise proposta nos objetivos da

pesquisa. Deve ser considerada a verificação da ocorrência de erros significativos nos

coeficientes, falta de capacidade do programa para inverter a matriz de informação,

estimativas altas ou impossíveis e também elevadas correlações entre os coeficientes (HAIR

Jr. et al., 2007).

No processo de avaliação do modelo estrutural foram utilizados os testes de hipóteses

(variância e covariância), analisando-se os parâmetros de Coeficiente Não-Padronizado

(Unstandardized Estimates - UE) e o Coeficiente Padronizado (Standardized Estimates - SE).

3.4.6 Avaliação de critérios de qualidade de ajuste

É necessário avaliar os resultados obtidos e averiguar a aceitação das estimativas do

modelo. Essa prática ocorreu separadamente quanto ao modelo de mensuração e o modelo

estrutural. Os resultados serão examinados tais como:

a) variâncias negativas ou não significantes de erros para os constructos;

b) coeficientes padronizados excedentes ou muito próximos de 1,0;

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57

c) erros padrão muito altos associados aos coeficientes estimados.

A partir do ajuste geral do modelo, a mensuração de cada constructo foi avaliada

quanto à unidimensionalidade e à confiabilidade das variáveis (HATCHER, 1994; HAIR et

al., 1998).

3.4.7 Interpretação e modificação do modelo

Foram avaliadas as relações entre os construtos por meio dos testes de hipóteses com a

utilização do coeficiente padronizado e coeficiente não padronizado. Os índices de avaliação

utilizados e o ajuste do modelo que se seguem, servirão para verificar se o modelo estrutural

está ajustado ao conjunto de dados mensurados conforme Hair et al. (2007) e Kline (2005).

Índices e valores:

a) valor do Qui-quadrado (X2) do modelo estimado dividido pelos Graus de Liberdade

(GL) igual ou inferior a 5;

b) índice de qualidade de ajuste igual ou superior a 0,90;

c) índice ajustado de qualidade de ajuste igual ou superior a 0,90;

d) índice de adequação da normalidade igual ou superior a 0,90;

e) raiz quadrada da média do erro de aproximação entre 0,05 e 0,08, e zero;

f) raiz média quadrada residual quanto menor o valor encontrado melhor é o

ajustamento do modelo;

g) índice de validação cruzado esperado quanto menor o valor encontrado melhor é

o ajustamento do modelo.

A partir da análise do modelo e dos índices de ajuste pode ser desenvolvido um

modelo alternativo.

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4 RESULTADOS

Com base nas questões de pesquisa e objetivos propostos, apresentados na Figura 14,

em que é representado o modelo conceitual da dissertação, com relação aos temas: práticas de

gestão de projetos, inovação de produto, inovação de processo e vantagem competitiva

sustentável, realizou-se a coleta e o tratamento estatístico dos dados, resultando na

mensuração e análise de empresas do Rio Grande do Sul. Por conseguinte, este capítulo

apresenta: i) análise descritiva da amostra; ii) análise do modelo proposto; iii) análise do

modelo final. A análise dos dados seguiu as recomendações de Hair Jr. et al. (1998) para a

MEE.

4.1 Análise descritiva da amostra

Para a análise dos dados da pesquisa com a utilização da MEE, seguindo as

recomendações de Hair Jr. et al. (1998) na verificação da relação dos temas propostos, foram

aplicados 230 questionários a funcionários, proprietários e gestores de empresas, coletados

pelo formulário eletrônico do Google Docs, o qual foi enviado por e-mail para as empresas

listadas no Cadastro da FIERGS (2015).

O questionário foi aplicado no período entre 28 de junho a 10 de setembro de 2017,

totalizando 75 dias. Após a organização e tabulação dos dados no software Excel, iniciou-se a

limpeza desses dados, sob o propósito de eliminar todos aqueles que se caracterizaram como

outliers, aqueles que mostraram dados faltantes (missings), orientados por Hair Jr. et al.

(2010), ou aqueles que apresentaram mais de 10% de não resposta e que responderam em uma

única alternativa. Foram obtidos 230 questionários em que 6 foram excluídos da amostra em

razão de concentrarem suas respostas em apenas uma única questão (4 questionários –

outliers) e 2 em que apresentaram mais de 10% de não resposta.

Após a purificação dos dados, restaram 226 questionários sobre os quais se consistiu a

amostra desse estudo, número que atende às determinações de Hair Jr. et al. (2010) que sugere

de 200 a 400 respondentes para que seja realizada uma análise MEE, bem como excedendo os

preceitos de Kline (2011) que sugere o uso de 200 respondentes. Os 226 questionários

excedem no que se refere às determinações para o número mínimo de respostas por variável,

uma vez que Hair Jr. et al. (1998) e Kline (2011) sugerem o uso de 10 e 15 respostas por

variável. Observada essa indicação, esse estudo utiliza 13,3 respostas por variável.

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59

Quanto aos anos de existência das empresas, as respostas da amostra indicam que

35,2% representam empresas de 1 a 10 anos de existência no mercado, ao passo que, 19% das

organizações possuem mais de 51 anos de existência. Por conseguinte, nessa pesquisa,

predominam organizações mais jovens, conforme Figura 16.

Figura 16: Tempo de atuação das empresas respondentes da pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A definição, segundo o número de empregados das empresas participantes da coleta de

dados, indica a sua maioria, ou seja, 34,9%, pois possuem 500 ou mais funcionários, seguidos

de 31,6%, constituídos de empresas que têm de 1 a 19 funcionários. Nesse quesito, percebe-se

que a maioria dos respondentes trabalha em organizações que contêm um grande número de

funcionários (Figura 17).

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

1 a 10 anos 11 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Mais de 51

anos

Per

cen

tua

l d

e re

spo

nd

ente

s

Tempo de atuação

Tempo de atuação dos respondentes

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60

Figura 17: Quantidade de funcionários das empresas respondentes da pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

No que se refere ao setor de atuação das empresas, com 50,5% a maioria delas está

direcionada ao setor de serviços, enquanto no setor da indústria concentra-se um percentual de

30%, seguidos de 19,5% direcionados ao comércio (Figura 18).

Figura 18: Setor de atuação das empresas

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A descrição e análise de funções consistem no processo de identificar os respondentes

através das várias funções exercidas na organização. Desse modo, 40,5% referem-se a

profissionais com cargos de gestão, seguidos pela função de analista/técnico com 34,8% e

auxiliar com 16,7% (Figura 19).

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

De 1 a 19 funcionários De 20 a 99

funcionários

De 100 a 499

funcionários

500 ou mais

funcionários

Per

cen

tua

l d

e re

spo

nd

ente

s

Tamanho das empresas em número de funcionários

Quantidade de funcionários

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Indústria Comércio Serviços

Per

cen

tua

l d

e re

spo

nd

ente

s

Setores de atuação

Setores de atuação das empresas

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61

Figura 19: Função dos respondentes nas empresas

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para a faixa de faturamento, as empresas são classificadas em: microempresas,

empresas de pequeno, médio ou grande porte. Essa classificação ocorre de acordo com a Lei

Complementar nº 139/2011 (BRASIL, 2012), em que uma microempresa é a firma que

anualmente possui uma receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. Para a empresa de

pequeno porte seu faturamento anual se enquadra em R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00. Já a

média empresa resulta em um faturamento anual superior a de R$3.600.000,00 e igual ou

inferior a R$ 300.000.000,00. Nesse mesmo sentido, finaliza o quadro da classificação com

empresas de grande porte, em que seu faturamento anual seja superior a R$ 300.000.000,00.

A Figura 20 evidencia que nesse estudo ocorre a predominância de empresas de

grande porte com 45,5% destas, ao passo que médias empresas totalizam 30,6% da

classificação do porte em relação ao faturamento, somando 23,9% de micro e pequenas

empresas.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

Auxiliar Analista/Técnico Gestor Professor Outro

Per

cen

tua

l d

e re

spo

nd

ente

s

Funções dos respondentes

Função dos respondentes

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62

Figura 20: Porte da empresa, quanto ao faturamento

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

4.2 Análise do modelo integrado

Com a realização da análise descritiva dos dados, foi utilizado o modelo teórico

definido por Hair Jr. et al. (1998) para o desenvolvimento da Análise Fatorial Exploratória

(AFE) e a Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Essas técnicas, por sua vez, possuem como

seu principal objetivo, verificar se os dados obtidos na amostra confirmam o que está descrito

na teoria, com mais especificidade, suas relações e construtos.

4.2.1 Análise fatorial entre blocos

Para essa etapa, após a depuração dos dados para observar e analisar as variáveis

definidas em cada construto, iniciou-se o processo metodológico o qual demandou a

utilização do SPSS, Versão 21 que foi gerada a AFE e a AFC. O resultado da AFE,

apresentado na Tabela 1 mostra que 4 fatores explicam a variabilidade dos dados de 71,94%

do contexto.

Com a rotação Varimax, a qual pode ser observada na Tabela 2, a composição de

fatores, em 4 combinações de variáveis observáveis, em que as cargas fatoriais menores que

0,4, podem ser eliminadas da análise (HAIR Jr. et al., 1998). Nesse estudo, não foram

identificadas cargas fatoriais inferiores a 0,4, uma vez que a menor carga fatorial foi a

IPS3=0,688 no constructo de Inovação de processo.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Micro Pequena Média Grande

Per

cen

tua

l d

e re

spo

nd

ente

s

Porte das empresas

Porte da empresa quanto ao faturamento

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63

Tabela 1: Metodologia de extração dos componentes principais da AFE

Com-

ponente

Autovalores iniciais Somas de extração de

carregamentos ao quadrado

Somas de rotação de

carregamentos ao quadrado

Total % de

variância

%

cumulativa Total

% de

variância

%

cumulativa Total

% de

variância

%

cumulativa

1 7,335 43,145 43,145 7,335 43,145 43,145 3,687 21,688 21,688

2 2,170 12,766 55,910 2,170 12,766 55,910 3,136 18,450 40,138

3 1,627 9,571 65,482 1,627 9,571 65,482 2,967 17,450 57,588

4 1,098 6,460 71,941 1,098 6,460 71,941 2,440 14,353 71,941

5 0,732 4,304 76,245

6 0,606 3,563 79,808

7 0,512 3,011 82,820

8 0,456 2,681 85,501

9 0,400 2,355 87,856

10 0,374 2,202 90,058

11 0,345 2,028 92,086

12 0,306 1,798 93,884

13 0,256 1,508 95,393

14 0,233 1,368 96,761

15 0,204 1,201 97,961

16 0,186 1,093 99,054

17 0,161 0,946 100,000

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Tabela 2: Método de extração de análise de componentes principais, rotação Varimax com

normalização Kaiser

Variáveis

observáveis

Componente

Práticas de Gestão

de Projetos

Inovação de

Produto

Inovação de

Processo

Vantagem

Competitiva

Sustentável

GP1 0,757 0,136 0,274 0,193

GP2 0,751 0,273 0,201 0,123

GP3 0,764 0,287 0,196 0,101

GP4 0,861 0,197

GP5 0,837 0,134

IPS1 0,218 0,147 0,882

IPS2 0,116 0,308 0,200 0,810

IPS3 0,308 0,274 0,237 0,688

INP1 0,271 0,184 0,794 0,213

INP2 0,237 0,811 0,285

INP3 0,202 0,215 0,762

INP4 0,180 0,108 0,827 0,159

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64

VCS1 0,319 0,603 0,126 0,380

VCS2 0,202 0,778 0,301

VCS3 0,168 0,809 0,177

VCS4 0,196 0,692 0,161 0,195

VCS5 0,733 0,176

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

O resultado encontrado para o Alfa de Cronbach foi de 0,914 em todas as variáveis

observáveis, uma vez que o valor mínimo recomendado por Hair Jr. et al. (1998) seja de 0,7.

Em relação ao teste de Esfericidade de Barlett os dados são significativos em razão de que a

medida de adequações de Kaiser, Meyer e Olkin (KMO) resultou no índice de 0,890

conforme Tabela 3, afirmando a viabilidade de AFE para a análise dos dados (Hair Jr. et al.,

1998).

Tabela 3: Resultado do KMO e do Teste de Barlett

Teste Valor Encontrado

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem 0,890

Teste de esfericidade de

Bartlett

Aprox. Qui-quadrado 2368,055

Graus de Liberdade 136

Nível de Significância 0,000**

** <0,001

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

No que se refere às variáveis observáveis, agrupadas em fatores, a Tabela 4

corresponde às variáveis latentes (construtos) com as respectivas médias, desvio padrão e o

índice de Alfa de Cronbach. As variáveis observáveis apresentam uma baixa variabilidade,

com desvio padrão abaixo de 1,0 nos três construtos (inovação de produto, inovação de

processo e vantagem competitiva sustentável). As médias ficaram acima de 3,4 demonstrando

que os respondentes concordam com as afirmativas propostas.

Essa condição implica que as práticas de gestão de projetos, inovação de produto,

inovação de processo e a vantagem competitiva sustentável são percebidos pelos respondentes

de modo importante. Os valores de Alfa de Cronbach quando indicam valores acima de 0,7

são significativos e o conjunto de dados apresenta confiabilidade simples, e por conseguinte

corrobora com a viabilidade para a análise de dados (HAIR Jr. et al., 1998).

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65

Tabela 4: Estrutura fatorial

Fator /

variável

latente

Média Desvio

Padrão

Alfa de

Cronbach Variáveis Observáveis

Carga

Fatorial

Práticas de

Gestão de

Ptojetos

3,454 1,215 0,899

GP1) Na minha empresa os gestores

reconhecem a necessidade da gestão de

projetos, em virtude das vantagens da

implementação desta metodologia.

0,757

GP2) Nossos gestores têm bom

conhecimento dos princípios de gestão de

projetos, apoiam por meio de palestras,

cursos, artigos e inclusive pela presença em

reuniões e relatórios da equipe de projetos.

0,751

GP3) Nossos gerentes foram treinados e

instruídos em gestão de projetos. Estão

comprometidos com essa gestão e com o

cumprimento dos prazos estabelecidos para

a conclusão dos objetivos, bem como

liberam seus funcionários para o treinamento

em gestão de projetos.

0,764

GP4) Minha empresa tem uma metodologia

facilmente identificável de gerenciamento de

projetos que utiliza o conceito de fases ou

ciclo de vida de um projeto. Utiliza

softwares de apoio e mantém o compromisso

com o planejamento antecipado visando à

qualidade e faz o possível para minimizar os

desvios de escopo nos projetos.

0,861

GP5) Minha empresa tem um sistema para

gerenciar o custo, cronograma dos projetos,

com controle das variações em relação aos

objetivos planejados e relatórios de

acompanhamento. Nela desenvolve-se um

currículo de gestão de projetos para o

aperfeiçoamento das qualificações de nossos

colaboradores, assim a considera como uma

função profissional.

0,837

Inovação de

Produto 3,901 0,883 0,857

IPS1) A qualidade de nossos

produtos/serviços é superior à dos nossos

concorrentes.

0,882

IPS2) Nosso produto/serviço, em termos de

funcionalidades e recursos, é superior em

comparação com nossos concorrentes. 0,810

IPS3) Nossos novos produtos/serviços

incorporam um grande corpo de novos

conhecimentos tecnológicos. 0,688

Inovação de

Processo

3,868 0,991 0,879

INP1) As inovações de processo

aumentaram a capacidade da produção ou da

prestação de serviços.

0,794

INP2) As inovações de processo

aumentaram a flexibilidade da produção ou

da prestação de serviços.

0,811

INP3) As inovações de processo reduziram

os custos de produção ou dos serviços

prestados.

0,762

INP4) As inovações de processo

melhoraram a qualidade do produto. 0,827

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66

Vantagem

Competitiva

Sustentável

3,422 0,978 0,846

VCS1) Nossa taxa de sucesso de novos

produtos/serviços é muito melhor em relação

aos concorrentes.

0,603

VCS2) Nossa receita com novos

produtos/serviços é muito melhor em relação

aos concorrentes.

0,778

VCS3) A rentabilidade com novos

produtos/serviços é muito melhor em relação

a seus concorrentes.

0,809

VCS4) O desempenho global da nossa

empresa no ano anterior foi superior aos

principais concorrentes.

0,692

VCS5) O total dos custos operacionais

da nossa empresa é menor aos custos

totais de nossos concorrentes.

0,733

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Quanto ao processo de purificação de escala analisou-se a Comunalidade (Tabela 5)

referindo-se à quantia total de variância que uma variável original compartilha com todas as

outras variáveis observáveis da pesquisa. De acordo com Hair Jr. et al. (1998) pode-se

eliminar os valores encontrados abaixo de 0,5. Nessa pesquisa não foi identificada nenhuma

Comunalidade abaixo de 0,5, portanto todas as variáveis foram mantidas.

Tabela 5: Comunalidade das variáveis observáveis

Variáveis observáveis Extração

GP1 0,704

GP2 0,693

GP3 0,715

GP4 0,790

GP5 0,728

IPS1 0,848

IPS2 0,805

IPS3 0,700

INP1 0,784

INP2 0,800

INP3 0,667

INP4 0,753

VCS1 0,625

VCS2 0,744

VCS3 0,721

VCS4 0,582

VCS5 0,571

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

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67

No estudo da Variância Média Extraída (VME) conforme a Tabela 6, foi explicada a

variância total de cada variável observável. Assim, a VME é utilizada para a avaliação do

construto, no intuito de identificar a validade convergente e discriminante. Os valores

encontrados da VME, para a validade convergente, com exceção do construto vantagem

competitiva sustentável (0,67), ficaram na medida do recomendado (>0,7). Realizou-se

também a análise da Variância Compartilhada (VC), para a validade discriminante (Tabela 6)

e observou-se que todos os construtos ficaram com valores inferiores aos de VME.

Outra importante análise é a Variância Média Extraída de todas as variáveis

observáveis em conjunto, que apresentou o índice no valor de 0,743 (Tabela 7) acima do valor

recomendado, cujo indicativo se espera que fique acima 0,7 (HAIR Jr. et al., 1998).

Tabela 6: Variância média extraída e variância compartilhada

Práticas de Gestão

de Projetos

Inovação de

Produto

Inovação de

Processo

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Práticas de Gestão de

Projetos *0,76

Inovação de Produto **0,225 *0,70

Inovação de Processo **0,579 **0,523 *0,74

Vantagem Competitiva

Sustentável **0,501 **0,653 **0,441 *0,67

*Variância Média Extraída (validade convergente)

**Variância Compartilhada (validade convergente)

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Tabela 7: Confiabilidade composta e variância média extraída

Variáve

l Variável Latente

Carga

fatoria

l

Erro do

fator (1-

carga)

Carga ao

quadrado

Confiabilidad

e Composta

Variânci

a Média

Extraída

GP1 <--- Práticas de Gestão de

Projetos 0,782 0,218

0,61152

4

0,942 0,76

GP2 <--- Práticas de Gestão de

Projetos 0,845 0,155

0,71402

5

GP3 <--- Práticas de Gestão de

Projetos 0,803 0,197

0,64480

9

GP4 <--- Práticas de Gestão de

Projetos 0,784 0,216

0,61465

6

GP5 <--- Práticas de Gestão de

Projetos 0,795 0,205

0,63202

5

IPS1 <--- Inovação de Produto 0,717 0,283 0,51408

9

0,824 0,70

IPS2 <--- Inovação de Produto 0,881 0,119 0,77616

1

IPS3 <--- Inovação de Produto 0,861 0,139 0,74132

1

INP1 <--- Inovação de Processo 0,868 0,132 0,75342 0,896 0,74

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68

4

INP2 <--- Inovação de Processo 0,88 0,12 0,7744

INP3 <--- Inovação de Processo 0,677 0,323 0,45832

9

INP4 <--- Inovação de Processo 0,797 0,203 0,63520

9

VCS1 <--- Vantagem Competitiva

Sustentável 0,735 0,265

0,54022

5

0,907

0,67

VCS2 <--- Vantagem Competitiva

Sustentável 0,897

0,103

0,804609

VCS3 <--- Vantagem Competitiva

Sustentável 0,807 0,193 0,651249

VCS4 <--- Vantagem Competitiva

Sustentável 0,651 0,349 0,423801

VCS5 <--- Vantagem Competitiva

Sustentável 0,548 0,452 0,300304

Confiabilidade Composta de todas as

variáveis 0,980

Variância Extraída de todas as variáveis 0,743

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

A análise da correlação de Pearson (Tabela 8) não identificou nenhuma das

correlações acima de 0,8. Isso significa que não foi identificado Multicolinearidade, portanto,

as variáveis não medem dados inter-relacionados (KLINE, 1998; HAIR Jr. et al., 1998).

Acerca desse resultado, foram mantidas todas as variáveis observáveis, uma vez que são

importantes para a compreensão da variável latente pesquisada (construto).

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Tabela 8: Correlação de Pearson Variáveis

observáveis GP1 GP2 GP3 GP4 GP5 IPS1 IPS2 IPS3 INP1 INP2 INP3 INP4 VCS1 VCS2 VCS3 VCS4 VCS5

GP1 1

GP2 0,698**

1

GP3 0,656**

0,702**

1

GP4 0,628**

0,606**

0,660**

1

GP5 0,591**

0,535**

0,565**

0,786**

1

IPS1 0,265**

0,253**

0,205**

0,156* 0,160

* 1

IPS2 0,346**

0,308**

0,337**

0,226**

0,210**

0,759**

1

IPS3 0,450**

0,410**

0,469**

0,356**

0,323**

0,617**

0,632**

1

INP1 0,478**

0,434**

0,428**

0,394**

0,385**

0,349**

0,403**

0,450**

1

INP2 0,470**

0,414**

0,380**

0,377**

0,305**

0,374**

0,388**

0,472**

0,775**

1

INP3 0,372**

0,344**

0,362**

0,366**

0,299**

0,213**

0,276**

0,344**

0,601**

0,549**

1

INP4 0,377**

0,344**

0,326**

0,357**

0,313**

0,281**

0,363**

0,350**

0,662**

0,708**

0,599**

1

VCS1 0,393**

0,447**

0,413**

0,372**

0,357**

0,450**

0,506**

0,513**

0,384**

0,338**

0,270**

0,335**

1

VCS2 0,324**

0,391**

0,333**

0,285**

0,296**

0,442**

0,488**

0,461**

0,341**

0,270**

0,259**

0,292**

0,684**

1

VCS3 0,244**

0,368**

0,351**

0,267**

0,231**

0,366**

0,406**

0,434**

0,289**

0,230**

0,303**

0,208**

0,538**

0,733**

1

VCS4 0,350**

0,398**

0,408**

0,225**

0,221**

0,366**

0,409**

0,411**

0,352**

0,319**

0,249**

0,271**

0,488**

0,550**

0,560**

1

VCS5 0,220**

0,217**

0,309**

0,120 0,036 0,260**

0,379**

0,305**

0,280**

0,170* 0,270

** 0,197

** 0,407

** 0,464

** 0,453

** 0,437

** 1

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (bilateral).

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

69

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70

4.2.2 Análise fatorial intrablocos

Para a realização da análise intrablocos consideram-se os 4 fatores identificados na

AFE: i) Práticas de Gestão de Projetos; ii) Inovação de Produto; iii) Inovação de Processos; e,

iv) Vantagem Competitiva Sustentável. Desenvolveu-se a ratificação dos construtos por meio

da análise intrablocos, sob a utilização de parâmetros de unidimensionalidade do conjunto de

variáveis dentro de cada fator. Então, foram analisados: Comunalidade, Cargas Fatoriais,

KMO, Teste de Esfericidade Bartlett e a Variância Explicada.

Utilizou-se o Alfa de Cronbach para analisar o quanto cada variável observável é

capaz de medir o mesmo construto e ser altamente inter-relacionadas (HAIR Jr. et al., 1998).

Conforme os autores, acima do indicativo de 0,7 o valor é considerado aceitável.

A Tabela 9 apresenta a análise intrablocos para o construto Práticas de Gestão de

Projetos, em que expressa valores favoráveis para validação, visto que a Comunalidade

encontra-se satisfatória, quando apresenta índices superiores ao recomendado (0,5). As cargas

fatoriais ficaram superiores a 0,5, assim como o KMO e a Esfericidade de Bartlett estão

dentro dos níveis aceitáveis, com variância explicada de 71,44%. Esse construto e as suas

variáveis apresentam um Alfa de Cronbach de 0,899, ao evidenciar dessa forma a

confiabilidade interna dos dados (HAIR Jr. et al., 1998).

O construto Inovação de Produto (Tabela 10), em que é detalhada a análise intrabloco

nos valores passíveis da validação da escala, com a Comunalidade satisfatória, próximas e

acima de 0,8, carga fatorial em todas as variáveis está acima de 0,8 e KMO de 0,715, o que é

considerado acima do recomendado pelos níveis aceitáveis, com variância explicada de

78,03% e o Alpha de Cronbach de 0,857. Esses resultados suportam a aplicação das análises

multivariadas de dados.

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71

Tabela 9: Análise fatorial intrabloco, construto Práticas de Gestão de Projetos

Fator Variáveis observáveis Comunalidade Cargas

fatoriais

Práticas

de Gestão

de

Projetos

GP1) Na minha empresa os gestores reconhecem a

necessidade da gestão de projetos, em virtude das vantagens

da implementação desta metodologia.

0,715 0,846

GP2) Nossos gestores têm bom conhecimento dos princípios

de gestão de projetos, apoiam por meio de palestras, cursos,

artigos e inclusive pela presença em reuniões e relatórios da

equipe de projetos.

0,701 0,837

GP3) Nossos gerentes foram treinados e instruídos em

gestão de projetos. Estão comprometidos com essa gestão e

com o cumprimento dos prazos estabelecidos para a

conclusão dos objetivos, bem como liberam seus

funcionários para o treinamento em gestão de projetos.

0,720 0,848

GP4) Minha empresa tem uma metodologia facilmente

identificável de gerenciamento de projetos que utiliza o

conceito de fases ou ciclo de vida de um projeto. Utiliza

softwares de apoio e mantém o compromisso com o

planejamento antecipado visando à qualidade e faz o

possível para minimizar os desvios de escopo nos projetos.

0,761 0,872

GP5) Minha empresa tem um sistema para gerenciar o

custo, cronograma dos projetos, com controle das variações

em relação aos objetivos planejados e relatórios de

acompanhamento. Nela desenvolve-se um currículo de

gestão de projetos para o aperfeiçoamento das qualificações

de nossos colaboradores, assim a considera como uma

função profissional.

0,675 0,822

KMO 0,836

Teste de Esfericidade Bartlett (*nível de significância p<0,001) *701,033

Variância explicada 71,44%

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Tabela 10: Análise fatorial intrabloco, construto Inovação de Produto

Fator Variáveis observáveis Comunalidade Cargas

fatoriais

Inovação

de

Produto

IPS1) A qualidade de nossos produtos/serviços é superior à

dos nossos concorrentes. 0,811 0,900

IPS2) Nosso produto/serviço, em termos de funcionalidades

e recursos, é superior em comparação com nossos

concorrentes.

0,822 0,906

IPS3) Nossos novos produtos/serviços incorporam um

grande corpo de novos conhecimentos tecnológicos. 0,709 0,842

KMO 0,715

Teste de Esfericidade Bartlett (*nível de significância p<0,001) *318,190

Variância explicada 78,03%

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Os indicadores do construto Inovação de Processo revelaram que a Comunalidade é

aceitável, para todas as variáveis (Tabela 11). Os valores das cargas fatoriais apresentam

índices superiores a 0,5 (HAIR Jr. et al., 1998), o KMO (0,801), e a esfericidade de Bartlett

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são estatisticamente significativos. A variância explicada do construto é de 73,83%. Esses

resultados conferem a viabilidade e confiabilidade dos dados.

Tabela 11: Análise fatorial intrabloco, construto Inovação de Processo

Fator Variáveis observáveis Comunalidade Cargas

fatoriais

Inovação

de

Processo

INP1) As inovações de processo aumentaram a capacidade

da produção ou da prestação de serviços. 0,791 0,889

INP2) As inovações de processo aumentaram a flexibilidade

da produção ou da prestação de serviços. 0,790 0,889

INP3) As inovações de processo reduziram os custos de

produção ou dos serviços prestados. 0,623 0,789

INP4) As inovações de processo melhoraram a qualidade do

produto. 0,750 0,866

KMO 0,801

Teste de Esfericidade Bartlett (*nível de significância p<0,001) *497,176

Variância explicada 73,83%

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Conforme Tabela 12, a análise fatorial intrabloco, apresenta dados do construto

Vantagem Competitiva Sustentável. A análise revelou que a variável VCS5 apresentou uma

baixa Comunalidade (0,454), em relação ao recomendado (0,5). No entanto, as demais

variáveis ficaram com valores satisfatórios. Destaca-se que a VCS5 será mantida na pesquisa,

pois contribui para o entendimento do construto, embora a baixa Comunalidade revele que há

uma baixa inter-relação entre essa variável e as outras variáveis do construto. As cargas

fatoriais apresentam valores superiores ao recomendado. O KMO e o teste de esfericidade de

Bartlett mostraram-se adequados. No que se refere à variância explicada, têm-se 62,91%. Em

virtude dos resultados o construto é aceitável para a análise dos dados.

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73

Tabela 12: Análise fatorial intrabloco, construto Vantagem Competitiva Sustentável

Fator Variáveis observáveis Comunalidade Cargas fatoriais

Vantagem

Competitiva

Sustentável

VCS1) Nossa taxa de sucesso de novos produtos/serviços

é muito melhor em relação aos concorrentes. 0,629 0,793

VCS2) Nossa receita com novos produtos/serviços é

muito melhor em relação aos concorrentes. 0,776 0,881

VCS3) A rentabilidade com novos produtos/serviços é

muito melhor em relação a seus concorrentes. 0,707 0,841

VCS4) O desempenho global da nossa empresa no ano

anterior foi superior aos principais concorrentes. 0,581 0,762

VCS5) O total dos custos operacionais da nossa empresa

é menor aos custos totais de nossos concorrentes. 0,454 0,674

KMO 0,823

Teste de Esfericidade Bartlett (*nível de significância p<0,001) *486,398

Variância explicada 62,91%

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

4.2.3 Variáveis de influência

Para Malhotra (2012), as variáveis podem causar algum tipo de interferência na

análise dos dados, e, por conseguinte, comprometendo os resultados do estudo. Nessa

pesquisa, as variáveis de porte da empresa e setor de atuação foram consideradas

moderadoras, e podem causar influência sobre as relações entre os construtos Práticas de

Gestão de Projetos, Inovação de Produto, Inovação de Processo e Vantagem Competitiva

Sustentável.

No intuito de identificar possíveis divergências sobre os respondentes, foi realizado

análise da variância através do cálculo da ANOVA. Nessa verificação a classificação das

empresas quanto ao seu porte foram considerados dois grupos: i) Micro e Pequena empresa; e,

ii) Média e Grande Empresa. Essa classificação ocorre de acordo com a Lei Complementar nº

139/2011 em função do faturamento anual previsto na legislação (BRASIL, 2012).

Nesse contexto, a Tabela 13 apresenta a ANOVA para identificar se o porte da

empresa exerce influência sobre os construtos. Os resultados mostram que para os construtos

Práticas de Gestão de Projetos, Inovação de Produto e Vantagem Competitiva Sustentável não

há diferença significativa entre os respondentes. Já para o construto de Inovação de Processo

ocorre uma diferença significativa em relação ao porte da empresa, em que na Tabela 14, as

Micro e Pequenas empresas apresentam 3,574 como média das respostas, enquanto que as

Médias e Grandes empresas, 3,991.

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74

Esses resultados evidenciam que as Médias e Grandes empresas reconhecem que

ocorrem mais inovações de processo, o que pode ser em parte explicado pela estrutura

especializada em departamentos que as empresas maiores possuem.

Tabela 13: ANOVA dos construtos em relação ao porte das empresas

Construtos

Soma dos

Quadrados df

Quadrados

Médios F Significância

Práticas de Gestão

de Projetos

Entre Grupos 1,046 1 1,046 0,988 0,321*

Dentro do Grupo 233,927 221 1,058

Total 234,973 222

Inovação de

Produto

Entre Grupos 0,001 1 0,001 0,002 0,963*

Dentro do Grupo 135,926 221 0,615

Total 135,928 222

Inovação de

Processo

Entre Grupos 7,046 1 7,046 10,163 0,002**

Dentro do Grupo 153,220 221 0,693

Total 160,265 222

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Entre Grupos 0,049 1 0,049 0,082 0,774*

Dentro do Grupo 132,439 221 0,599

Total 132,488 222

*Não significativo (p<0,05) ** Significativo (p<0,001)

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Tabela 14: Média das respostas dos construtos, quanto ao porte das empresas

Construtos

Práticas de

Gestão

de Projetos

Inovação de

Produto Inovação de Processo

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Média DP Média DP Média DP Média DP

Micro/Pequena 3,332 1,0691 3,908 0,9277 3,574 0,9843 3,449 0,8448

Média/Grande 3,493 1,0161 3,902 0,7345 3,991 0,7801 3,414 0,7510

Total 3,455 1,0288 3,903 0,7825 3,892 0,8497 3,422 0,7725

DP desvio padrão

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Utilizando a variável setor de atuação das empresas (Tabela 15) para os quatro

construtos, verificou-se que apenas as Práticas de Gestão de Projetos apresentaram uma

diferença significativa. Essa assertiva evidencia que quanto aos setores de atuação existe um

comportamento diferenciado nesse construto. Destaca-se (Tabela 16) que o setor de comércio

resultou na menor média (3,142), e o maior desvio padrão (1,1604), portanto as empresas do

comércio expressaram uma baixa percepção da utilização das Práticas de Gestão de Projeto.

Nesse sentido, as Práticas de Gestão de Projetos estão mais difundidas nas empresas do setor

industrial e de serviços.

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75

Tabela 15: ANOVA dos construtos em relação ao setor de atuação das empresas

Construtos

Soma dos

Quadrados df

Quadrados

Médios F Significância

Práticas de Gestão

de Projetos

Entre Grupos 6,878 2 3,439 3,331 0,038**

Dentro do Grupo 228,159 221 1,032

Total 235,037 223

Inovação de

Produto

Entre Grupos 0,572 2 0,286 0,467 0,628*

Dentro do Grupo 135,397 221 0,613

Total 135,969 223

Inovação de

Processo

Entre Grupos 3,021 2 1,510 2,118 0,123*

Dentro do Grupo 157,594 221 0,713

Total 160,614 223

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Entre Grupos 2,641 2 1,320 2,247 0,108*

Dentro do Grupo 129,848 221 0,588

Total 132,488 223

*Não significativo (p<0,05) ** Significativo (p<0,001)

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

Tabela 16: Média das respostas dos construtos, quanto ao setor das empresas

Construtos Práticas de Gestão

de Projetos

Inovação de

Produto

Inovação de

Processo

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Média DP Média DP Média DP Média DP

Indústria 3,413 0,8218 3,953 0,6884 4,056 0,7333 3,266 0,8493

Comércio 3,142 1,1604 3,956 0,7662 3,731 1,0348 3,569 0,6045

Serviço 3,598 1,0528 3,853 0,8362 3,858 0,8197 3,452 0,7742

Total 3,454 1,0266 3,902 0,7808 3,889 0,8487 3,422 0,7708

DP desvio padrão

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do SPSS (2017).

A Tabela 16 indica que as empresas do setor industrial tiveram a maior média

(4,056) no construto de Inovação de Processo, seguidas pelo setor do comércio que obteve

uma média de 3,956 sobre o construto Inovação de Produto. Por conseguinte, o setor menos

impactante é o comércio (3,142) sob as Práticas de Gestão de Projetos.

4.2.4 Análise do modelo integrado teórico

Nesse processo, após a validação das escalas, avaliação dos construtos, verificação

das variáveis observáveis que compõem os construtos, por meio da análise intrablocos,

realizou-se então a análise do modelo integrado teórico. O modelo integrado teórico está

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76

apresentado na Figura 21, em que é evidenciado o modelo de mensuração e estruturação, para

avaliar as relações existentes entre os construtos: Práticas de Gestão de Projetos, Inovação de

Produto, Inovação de Processo e Vantagem Competitiva Sustentável.

A Figura 21 contém os elementos do modelo de medida e do modelo estrutural. O

modelo de medida é composto por: i) GP1, GP2, GP3, GP4 e GP5 uma vez que as variáveis

para o construto Práticas de Gestão de Projetos; ii) IPS1, IPS2 e IPS3 pertencentes ao

construto Inovação de Produto; iii) INP1, INP2, INP3 e INP4 se referem ao construto

Inovação de Processo e, as variáveis observáveis VCS1, VCS2, VCS3, VCS4 e VCS5,

compõem o construto Vantagem Competitiva Sustentável, apresentando também os erros

associados a cada variável bem como os erros de cada construto (e1, e2, e3, e4, e5, e6, e7, e8,

e9, e10, e11, e12, e13, e14, e15, e16, e17, e18, e19 e e20).

Figura 21: Modelo integrado teórico

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A Figura 21 é constituída por setas que explicam a relação de dependência entre os

construtos ligando os construtos exógenos aos endógenos (Práticas de Gestão de Projetos,

Inovação de Produto, Inovação de Processo e Vantagem Competitiva Sustentável). Para a

avaliação do modelo integrado teórico utilizou-se o software AMOS na versão 21 como

suporte de processamento de dados, os índices de ajuste do modelo e de significância

estatística dos coeficientes estimados foram sugeridos conforme Kline (1998). Na Tabela 17

estão as análises das medidas de ajuste absoluto, que determinam o grau de mensuração,

como base tem-se os índices sugeridos por Hair Jr. et al. (1998).

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77

A partir dessa realidade, o valor do Chi-quadrado é de 917,701, já os Graus de

Liberdade têm valor de 460, com um nível de probabilidade de p<0,001. Dividindo-se o Chi-

quadrado pelo índice Grau de Liberdade, o valor obtido foi de 2,0, por essa razão está dentro

do índice sugerido por Tanaka (1993) quer seja, menor ou igual a 5.

O RMSEA (0,047) é resultado no valor da raiz quadrada da média do erro de

aproximação, o qual é inferior ao índice do limite sugerido por Hair Jr. et al (2007), que é

entre 0,05 e 0,08. Quanto ao NFI (0,824) e CFI (0,900) estes apresentam índices de adequação

de normalidade, o qual deveria estar acima de 0,9, conforme Hair Jr. et al. (2007). Nesse

estudo os valores de NFI e CFI mostram-se abaixo do esperado, porém encontram-se

próximos aos valores determinados.

O KMO (0,890), Confiabilidade Composta (0,980) e o Alpha de Cronbach (0,914)

estão acima dos valores recomendados para Hair Jr. et al., 2007, por outro lado, a Variância

Média Extraída (0,743) se encontra dentro do esperado, conforme Hair Jr. et al. (1998) sob o

valor de referência que é de 0,7.

Tabela 17: Índices de ajuste do modelo teórico

Índice de ajuste Modelo integrado teórico

Chi-quadrado

Graus de liberdade

Chi-quadrado dividido pelos graus de liberdade

Nível de probabilidade

CFI – Comparative Fit Index

NFI – Normed Fit Index

RMSEA – Root Mean Squared Error of Approximation

ECVI – Expected Cross – Validation Index

KMO – Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy

Variância Média Extraída

Confiabilidade Composta

Alpha de Cronbach

917,701

460

2,0

0,000

0,900

0,824

0,047

3,058

0,890

0,743

0,980

0,914

* Significância p<0,001

No que concerne aos testes de hipóteses, foram verificadas as relações diretas entre os

construtos (Tabela 18). Os resultados indicam que existem relações de significância para o

desvio padrão e teste Z. Com isso é evidenciada a relação positiva entre: i) Práticas de Gestão

de Projetos e Inovação de Produto (Hipótese 1); ii) Práticas de Gestão de Projetos e Inovação

de Processo (Hipótese 2); iii) Inovação de Produto e Vantagem competitiva Sustentável

(Hipótese 3); e, iv) Inovação de Processo e Vantagem competitiva Sustentável (Hipótese 4).

Evidencia-se que a relação entre Práticas de Gestão de Projetos e Inovação de Produto

apresenta uma moderada intensidade (SE=0,468). A relação entre Práticas de Gestão de

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Projetos e Inovação de Processo pode ser considerada como uma alta intensidade (SE=0,601).

Para a Inovação de Produto e Vantagem competitiva Sustentável a relação é mensurada como

de alta intensidade (SE=0,598). Entretanto, para a relação de Inovação de Processo e

Vantagem competitiva Sustentável identificou-se uma baixa intensidade (SE=0,174),

indicando que para as empresas pesquisadas a inovação de processo apresenta um impacto nas

ações internas, no entanto não configura uma vantagem competitiva em relação aos

concorrentes.

Tabela 18: Teste de hipótese do modelo teórico

Hipóteses Construtos Standardized

Estimates (SE)

Unstandardized

Estimates (UE)

Desvio

Padrão Z p

H1 Inovação de

Produto

Práticas

de Gestão

de Projetos

0,468 0,329 0,055

5,938 ***

H2 Inovação de

Processo

Práticas

de Gestão

de Projetos

0,601 0,553 0,069

8,058 ***

H3

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Inovação

de Produto 0,598 0,600 0,082

7,29 ***

H4

Vantagem

Competitiva

Sustentável

Inovação

de Processo 0,174 0,133 0,05

2,674 0,007

***Significância p<0,001

Fonte: Dados da pesquisa do relatório do AMOS (2017).

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5 DISCUSSÕES

Como resultado dessa pesquisa as relações entre Práticas de Gestão de Projetos,

Inovação de Produto e Processo e a Vantagem Competitiva Sustentável mostraram-se

positivas (Tabela 18). Ressalta-se, que o construto Práticas de Gestão de Projetos é um

antecedente importante para a Inovação de Produto e para a Inovação de Processo, pois ambas

as inovações contribuem para a Vantagem Competitiva Sustentável das empresas.

Os resultados da pesquisa apresentam a relação das Práticas de Gestão de Projetos e a

Inovação de Processo (SE=0,601; UE=0,553), das Práticas de Gestão de Projetos e a Inovação

de Produto (SE=0,468; UE=0,329), o que indica que as Práticas de Gestão de Projetos

contribuem mais para a Inovação de Processo, do que para a Inovação de Produto. Nota-se

que a Inovação de Processo contribui, porém de maneira menos significativa para a obtenção

da Vantagem Competitiva Sustentável (SE=0,174; UE=0,133). Já a Inovação de Produto

mostra um índice mais elevado à Vantagem Competitiva Sustentável (SE=0,598; UE=0,600).

Com base nos valores encontrados na H1 é possível confirmar as considerações de

Kerzner (2001) e Engwall (2003), os quais relatam que o caminho para a criação da gestão de

projetos é inquestionável, pois vem agregar valor ao negócio quando bem implantada.

Igualmente o desenvolvimento de produto ocorre com maior eficiência quando utilizados

modelos específicos de gerenciamento de projetos. Para isso, Milosevic e Patanakul (2005),

Jha e Iyer (2006) e Badewi (2016), descrevem que os projetos ocorrem em praticamente todas

as organizações, contudo, a intensificação das atividades inovadoras tem estimulado à busca

por fatores que influenciam o sucesso de um projeto, corroborando com os achados da

pesquisa.

Os resultados encontrados na H1 apontam e confirmam que apesar das práticas de

gestão de projetos serem ágeis e terem surgido para aplicações de desenvolvimento

empresarial, Drucker (1985), argumenta, no entanto, que a abordagem da inovação

empreendedora, apresenta a necessidade das organizações apontarem práticas e diretrizes

destinadas ao ambiente externo, que exige da administração empreendedora a capacidade de

formar uma sociedade que busque constantemente a mudança. Contudo, as inovações

desenvolvidas nas organizações ocorrem por meio de mudanças que têm o intuito de

promover melhorias de resultados (SEVERO; DORION; GUIMARÃES, 2017).

A Hipótese H2 apresenta a relação de maior intensidade das Práticas de Gestão de

Projetos e a Inovação de Processo, o que corrobora com os estudos de Fraz et al. (2016), no

sentido que a gestão de projetos é um processo que contribui para o desenvolvimento da

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inovação de processo. Vem ao encontro da gestão estratégica e tática, estando vinculado à

aplicação do alcance dos objetivos organizacionais (GRAY; LARSON, 2006;

NEVERAUSKAS; RAILAITE, 2013; GUIMARÃES; SEVERO; VIEIRA, 2017).

A confirmação da H2 e seus achados vêm ao encontro com a afirmação de Sáenz,

Aramburu e Rivera (2009) demonstrando que no momento em que existe a gestão eficiente de

projetos são reforçadas claramente as dimensões custo e prazo, além da própria geração de

ideias, em razão de que a inovação está estreitamente associada à moderna gestão de projetos.

No entanto, as empresas que utilizam de informações inteligentes podem inovar de acordo

com as informações mais relevantes e disponíveis sobre o seu ambiente confirmando a relação

entre a orientação analítica e a inovação em processos (CAVALCANTI; OLIVEIRA;

BRONZO, 2016).

A partir de análise da H3, é verificado que para a obtenção da vantagem competitiva

sustentável como seu ascendente está ligado à inovação de produto. Isso vem ao encontro de

Kanuri e Mcleod (2016), os quais destacam que as empresas que têm vantagens competitivas

sustentáveis devem ser capazes de criar uma barreira para impedir ou diminuir a concorrência

de outras empresas, tornando maior e mais segura a sua rentabilidade. Essas barreiras para

impedir ou diminuir a concorrência podem ser aplicadas na inovação de produtos.

Diante do exposto, a vantagem competitiva é conquistada quando a organização

efetivamente implementa uma estratégia ou uma inovação capaz de criar valor para o mercado

(BHARADWA; VARADARAJAN; FAHY, 1993). A inovação pode também ser o principal

mecanismo para a empresa conquistar vantagem competitiva sustentável. Ao mesmo tempo

está exposta como um agente impulsionador de desenvolvimento e progresso em as

organizações que buscam modelos de inovação de diferentes formas dos seus concorrentes e

do mercado (PORTER, 1989).

A H4 mesmo sendo confirmada, traduz em outras palavras que a inovação de processo

é primordial para a obtenção da vantagem competitiva, porém, é menos considerada do que a

inovação de produto, visto que os clientes percebem mais a inovação diretamente ligada ao

produto, do que a inovação que foi imposta no processo para a fabricação ou execução do

produto. Consoante isso, as inovações de produto e processo influenciam na competitividade

das organizações, fazendo com que as empresas inovadoras sejam mais competitivas em

relação aos seus concorrentes (UTTERBACK; ABERNATHY, 1975; PORTER, 1980;

NELSON, 1995). Os resultados permitiram analisar que a introdução de inovações de produto

e/ou processo, permite a conquista de vantagens competitivas sustentáveis.

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A análise conjunta e os resultados obtidos pela H3 e H4 confirmam as inovações de

produto e de processo que influenciam na competitividade das organizações, tornando as

empresas inovadoras mais competitivas em relação aos concorrentes, visto que a inovação de

produto e processo contribui para a geração de vantagem competitiva sustentável. Isso vem ao

encontro da citação dos autores que a vantagem competitiva pode resultar da inovação,

traduzida em patentes de novos produtos, utilização de novos processos, e/ou a

implementação de inovações (FAZAL et al., 2016; ANNING-DORSON, 2016; KAR;

PADHI; SAMANTARAI, 2016; GUIMARAES; SEVERO; VIEIRA, 2017).

A Tabela 19 apresenta um resumo da avaliação das hipóteses testadas na pesquisa.

Nota-se que dentre as hipóteses testadas todas foram confirmadas, ou seja, indiferentemente

de porte da empresa, ramo de atuação e demais variáveis, todas mostraram-se positivas com

relação às afirmações pré-estabelecidas.

Figura 22: Hipóteses da pesquisa

Hipóteses Descrição Confirmação

H1 As práticas de gestão de projetos estão positivamente

relacionadas à inovação de produto. Confirmada

H2 As práticas de gestão de projetos estão positivamente

relacionadas à inovação de processo. Confirmada

H3 A inovação de produto está positivamente relacionada à

vantagem competitiva sustentável. Confirmada

H4 A inovação de processo está positivamente relacionada à

vantagem competitiva sustentável. Confirmada

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi analisar as relações entre as práticas de gestão de projetos,

a inovação de produto e processo, e a vantagem competitiva sustentável, desenvolvidas pelas

empresas do RS. Para tanto, agora registram-se as considerações a respeito da pesquisa, com

base nos objetivos específicos do estudo, e por fim, apresentam-se os limites da pesquisa e as

sugestões de temas para estudos futuros.

O primeiro objetivo específico, proposto para o estudo, foi mensurar a influência das

práticas de gestão de projetos na inovação de produto. Os resultados mostram que 46,8% dos

respondentes indicam a existência da presença de inovação do produto nas práticas de gestão

de projetos. Esses achados confirmam os pressupostos de Olechowski et al. (2016), nos quais

as práticas de gestão de projetos são vistas na indústria como uma ferramenta e uma prática

para melhorar o sucesso do projeto, assim como o Manual de Oslo (2005), em que relata que a

inovação é a implementação de um novo ou melhor produto, tal como entregar objetivamente

serviços novos ou melhorados para o consumidor final.

O segundo objetivo específico tratou de verificar a influência das práticas de gestão de

projetos na inovação de processo. Nesse contexto, os resultados destacam que a inovação de

processo é percebida com maior relevância (60,1%) com relação às práticas de gestão de

projetos. Corrobora então com Ayhan et al. (2013) e Theis et al. (2017), em que elas buscam a

maior eficiência na condução dos seus empreendimentos para garantir o sucesso do resultado

final. A inovação de processo configura-se pela sequência de atividades que tem por objetivo

gerar resultados através dos processos do dia a dia das empresas, podendo melhorar a

qualidade e a eficiência do trabalho. Tornando-se verdade, Drucker (1985) sintetiza que os

custos da inovação, não são nada mais que o custo de manter-se em um negócio, inovar,

evoluir é crucial para a sobrevivência das empresas.

O terceiro e o quarto objetivos específicos analisaram as influências da inovação de

processo e de produto, na geração de vantagem competitiva sustentável. Como resultados

ressalta-se que para a obtenção da vantagem competitiva sustentável, um percentual de 60%

dos respondentes afirmam que é imprescindível focar na inovação de produto, e um

percentual menor de 17% mostra que para ter a vantagem competitiva sustentável é preciso

focar esforços na inovação de processo, o que está de acordo com Utterback e Abernathy

(1975), Nelson (1995) em que inovações de produto e processo influenciam na

competitividade das organizações, tornando as empresas inovadoras e mais competitivas em

relação aos concorrentes.

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83

A relação entre inovação e projetos está clara, pois sustentam um meio das empresas

mudarem, ou até mesmo implementam estratégias para obterem vantagem competitiva

(SHENHAR; DVIR, 2007). Coerentemente, a inovação é um dos elementos que tornará

produtos, processos ou serviços mais competitivos, seja ela realizada para dentro ou para fora

da empresa.

Em função do que foi discutido, percebe-se que as empresas do RS utilizam práticas

de gestão de projetos, assim como possuem inovações de processo e produto, os quais são

importantes para uma vantagem competitiva sustentável. Contudo, as empresas estão se

deslocando na direção de comportamentos proativos, pois uma parcela significativa, 56,9%

das empresas, são de médio e grande porte, e estão há muitos anos no mercado (29,5% com

mais de 40 anos). Elas apresentam ações inovadoras para a sua permanência e

competitividade no mercado, pois as organizações enfrentam constantes imposições legais e

políticas, em virtude do mercado globalizado.

Com base nas informações coletadas nesse estudo, dentro da área da Administração,

buscou-se sintetizar nos construtos algumas evidências para mostrar os caminhos mais

assertivos que levam à vantagem competitiva sustentável de uma empresa. As práticas da

inovação de produto contribuem para a vantagem competitiva sustentável empresarial.

Contudo, a implementação de melhoria no produto final é mais perceptível aos clientes,

diferentemente da inovação de processo em que as melhorias podem ser relevantes, porém o

cliente não as considera tanto quanto a inovação de produto.

As contribuições acadêmicas auxiliam o entendimento sobre as temáticas, visto pela

importância das inovações para as organizações, bem como traz informações para os demais

pesquisadores sobre a gestão de projetos, a inovação de produto e processo e a vantagem

competitiva sustentável. Como contribuição apresenta-se a validação estatística das escalas

que compuseram o estudo, bem como a construção de um framework para analisar as práticas

de gestão de projetos, a inovação de produto e processo, e a vantagem competitiva

sustentável, possibilitando que os demais acadêmicos possam replicar os construtos e escalas

para outras pesquisas.

Como contribuições gerenciais, a pesquisa apresenta evidências que podem auxiliar os

gestores e/ou tomadores de decisão das empresas a melhorarem ou influenciarem o

desempenho competitivo e sustentável de suas empresas. Os resultados estimulam as

empresas a inovarem, sejam voltados a produtos e/ou processos, pois ocasionam a

sustentabilidade do negócio, bem como estabelecem práticas voltadas à metodologia da

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84

gestão de projetos, visando a um equilíbrio entre as ações voltadas para o atendimento das

necessidades do cliente, e melhorias da gestão nas organizações.

No quesito de limitações, os resultados obtidos não podem ser generalizados, apenas

para a população investigada no espaço de tempo no qual a pesquisa foi realizada. Ressalta-se

que uma das limitações é de ordem operacional, pois houve dificuldade na coleta de dados e

acesso aos respondentes. Outra limitação está associada ao risco do uso de escala em níveis

(Likert de cinco pontos), o qual pode estar associado à possibilidade de formação de vieses de

resposta, provenientes de efeito de generalização equivocada (Halo), pois as respostas foram

emitidas a partir de um único respondente, bem como a influência do desejo social, o que

pode aumentar ou reduzir as relações entre os construtos (BAGOZZI; YI, 1991;

PADSAKOFF; MACKENZIE; PADSAKOFF, 2003).

A positividade entre a relação dos construtos práticas de gestão de projetos, inovação

de produto, inovação de processo e vantagem competitiva sustentável apresentam relevantes

contribuições acadêmicas, pois muitas vezes a literatura trata separadamente os temas, e não

suas relações especificamente. A partir disso, estudos futuros podem aprofundar mais esse

estudo, em que sejam abertas as dez áreas de conhecimento da metodologia da gestão de

projetos e essas possam ser estudadas. Pode-se verificar em quais delas a inovação de produto

e/ou processo estão mais presentes tendo como objetivo o esclarecimento da pergunta: Qual é

a relação mais próxima da inovação de produto e/ou processo existente entre as dez áreas do

conhecimento da metodologia de gestão de projetos? Ou em se tratando de inovação, de qual

maneira esse tema pode tornar uma empresa competitiva e sustentável no mercado atual?

Sugere-se também a aplicação desse framework para comparar empresas de outras

regiões, cadeias produtivas, bem como a percepção dos diferentes agentes inseridos nesse

contexto. Além disso, sugere-se pesquisas qualitativas que possam analisar a questões

estudadas de forma mais subjetiva, assim como pesquisas longitudinais para avaliar maiores

períodos de tempo.

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

Prezado (a):

Esta pesquisa tem como objetivo analisar as relações entre práticas de gestão de projetos, a

inovação de produto e processo, e a vantagem competitiva sustentável, desenvolvidas pelas

empresas do Rio Grande do Sul.

Muito obrigado pela participação.

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

1) Quantidade de anos de existência da empresa:_______

2) Setor de atuação:

3) Origem do capital social da empresa:

4) A Empresa onde você trabalha pode ser considerada como uma:

5) Quantidade de funcionários da Unidade:______________________

Observações do Questionário

Marque na escala entre (1) discordo totalmente e (5) concordo totalmente o número que

melhor represente sua opinião sobre a afirmação. Todas as questões devem ser respondidas,

marcando apenas uma alternativa.

GP1) Na minha empresa os gestores reconhecem a necessidade da gestão de projetos, em

virtude das vantagens da implementação desta metodologia.

GP2) Nossos gestores têm bom conhecimento dos princípios de gestão de projetos, apoiam

por meio de palestras, cursos, artigos e inclusive pela presença em reuniões e relatórios da

equipe de projetos.

Indústria de Transformação

Comércio

Serviços

1

2

3

Nacional 1 2 3Multinacional Misto: Nacional e Multinacional

Micro Empresa – Receita anual inferior a R$360.000,00

Pequena Empresa – Receita anual de R$360.000,01 a 3.600.000,00

Empresa de Médio Porte – Receita anual de R$3.600.000,01 a 300.000.000,00

Empresa de Grande Porte – Receita anual superior a R$300.000.000,00

1

2

3

4

Discordo Totalmente

Discordo Parcialmente

Nem Concordo Nem Discordo

Concordo Parcialmente

Concordo Totalmente

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GP3) Nossos gerentes foram treinados e instruídos em gestão de projetos. Estão

comprometidos com essa gestão e com o cumprimento dos prazos estabelecidos para a

conclusão dos objetivos, bem como liberam seus funcionários para o treinamento em gestão

de projetos.

GP4) Minha empresa tem uma metodologia facilmente identificável de gerenciamento de

projetos que utiliza o conceito de fases ou ciclo de vida de um projeto. Utiliza softwares de

apoio e mantém o compromisso com o planejamento antecipado visando à qualidade e faz o

possível para minimizar os desvios de escopo nos projetos.

GP5) Minha empresa tem um sistema para gerenciar o custo, cronograma dos projetos, com

controle das variações em relação aos objetivos planejados e relatórios de acompanhamento.

Nela desenvolve-se um currículo de gestão de projetos para o aperfeiçoamento das

qualificações de nossos colaboradores, assim a considera como uma função profissional.

IPS1) A qualidade de nossos produtos/serviços é superior à dos nossos

concorrentes.

IPS2) Nosso produto/serviço, em termos de funcionalidades e recursos, é superior em

comparação com nossos concorrentes.

IPS3) Nossos novos produtos/serviços incorporam um grande corpo de novos conhecimentos

tecnológicos.

INP1) As inovações de processo aumentaram a capacidade da produção ou da prestação de

serviços.

INP2) As inovações de processo aumentaram a flexibilidade da produção ou da prestação de

serviços.

Discordo Totalmente

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Nem Concordo Nem Discordo

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1 2 3 4 5

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1 2 3 4 5

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INP3) As inovações de processo reduziram os custos de produção ou dos serviços prestados.

INP4) As inovações de processo melhoraram a qualidade do produto.

VCS1) Nossa taxa de sucesso de novos produtos/serviços é muito melhor em relação aos

concorrentes.

VCS2) Nossa receita com novos produtos/serviços é muito melhor em relação aos

concorrentes.

VCS3) A rentabilidade com novos produtos/serviços é muito melhor em relação a seus

concorrentes.

VCS4) O desempenho global da nossa empresa no ano anterior foi superior aos principais

concorrentes.

VCS5) O total dos custos operacionais da nossa empresa é menor aos custos totais de nossos

concorrentes.

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