Revista Heavyrama #1

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E a HEAVYRAMA foi lançada! Uma ideia que começou somente por amor à cena,expandiu os seus parâmetros ao longo deste trabalho realizado por poucas pessoas. Poucas? A cada dia recebemos o apoio das bandas goianienses que certamente nos ajudaram a prosseguir com a HEAVYRAMA,mesmo com as inúmeras limitações que encontramos ao longo dessa jornada,mas que certamente serão superadas nas edições posteriores. Em momentos como este vemos que a nossa cena tem força e iniciativa de união. Nesta edição procuramos traçar as origens dos integrantes das bandas citadas e divulgar o seu trabalho.Nossa revista abre espaço para todas as bandas que sejam voltadas ao nosso nobre Metal e àqueles que ajudam a promover essa galera que se esforça para ter seu trabalho reconhecido. Encerrando,apenas queremos agradecer a todos! Com o apoio de vocês nossa tendência será apenas melhorar. HEAVYRAMA, orgulhosamente de Goiânia!

Transcript of Revista Heavyrama #1

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Editora-chefe

Bia Cardin

Editora-Assistente

Neli Sousa

Editor de resenhas

Hugo O.

Colaboradores nesta edição

Carlos Júnior, Hugo O.,

Paulo Henrique Faria, Artur

Dias,Calebe Alves

Revisão

Bia Cardin, Neli Sousa

Design e Webdesign

Neli Sousa

Fotográfas

Ellen L., Neli Sousa,

Bia Cardin

Edição de Fotos

Pan Yamaguti, Bia Cardin,

Neli sousa

Contatos:

[email protected]

[email protected]

Demorou,mas chegou!

E a HEAVYRAMA foi lançada! Uma ideia que começou somente por amor à

cena,expandiu os seus parâmetros ao longo deste trabalho realizado por poucas

pessoas. Poucas? A cada dia recebemos o apoio das bandas goianienses que cer-

tamente nos ajudaram a prosseguir com a HEAVYRAMA,mesmo com as inúmeras

limitações que encontramos ao longo dessa jornada,mas que certamente serão

superadas nas edições posteriores. Em momentos como este vemos que a nossa

cena tem força e iniciativa de união.

Nesta edição procuramos traçar as origens dos integrantes das bandas citadas e

divulgar o seu trabalho.Nossa revista abre espaço para todas as bandas que se-

jam voltadas ao nosso nobre Metal e àqueles que ajudam a promover essa galera

que se esforça para ter seu trabalho reconhecido.

Encerrando,apenas queremos agradecer a todos! Com o apoio de vocês nossa

tendência será apenas melhorar. HEAVYRAMA, orgulhosamente de Goiânia!

E d i t o r i a l

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Alltorment 5

Klasiv 12

Vex Symphony 14

Viscerastika 16

Selvageria 18

Resenha: Esgaroth 20

Resenha: Klasiv 21

I Enconto das Artes Negras 22

Entrevista: Matheus Medeiros 28

Entrevista: Marlon Baco 31

Humor - Hevista Reavyrama 35

Opinião - Era uma vez ... 36

Making Off 38

Í n d i c e

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A l l t o r m e n t

6 - H e a v y r a m a

A banda Alltorment, surgiu em 2008 fundada

por Ernando Rodrigues (guitarra/vocal) e

Weyner Henrique (baterista) que tocaram juntos

em outros projetos como a banda Half-tone, fa-

zendo covers de Trivium e Arch Enemy. Depois

de um tempo eles abandonaram o projeto para

montar uma banda que se dedicasse a fazer um

som autoral inspirados em bandas com a pegada

thrash metal oitentista como Metallica e Slayer.

No começo do novo projeto, David Henrique foi

convidado para ser o baterista após Weyner vê-lo

tocando. Com o Power-trio formado, eles inici-

aram os ensaios tocando alguns covers. Quando

começaram a in-vestir nas músicas próprias, a

banda sentiu falta de mais uma guitarra para al-

cançar a sonoridade que cobiçavam, o escolhido

para completar a banda foi Allison Paulineli após

fazer um teste como guitarra solo.

A banda prosseguiu com as composições,

nesta etapa as primeiras músicas foram : Jus-

tice Without Tears, Bring me Peace e This Crime

Doesn’t Need a Name. Então, a banda começou

a construir a sua identidade, agora só faltava um

nome que pudesse definir a proposta do quarteto,

foi então que Weyner propôs o nome Alltorment,

inspirado em uma imagem de sofrimento que viu

na internet e a identificou com as letras compos-

tas pela banda que espelhavam o caos, a injustiça

social e os conflitos internos que atormentam os

seres humanos.

Caracterizados com a proposta de formular um

som pesado que estivesse à altura das letras agres-

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H e a v y r a m a - 7

sivas, a banda acrescentou novas influências na

sonoridade Children of Bodom , Lamb of God

e Bloodbath.

Entretanto, neste período a Alltorment sof-

reu alterações na sua formação, devido a di-

vergências musicais David Henrique deixaria

o grupo para seguir a sua carreira de vocalista,

este foi o momento crucial para a formação de-

finitiva do Alltorment. Weyner que até então

só havia tocado baixo nas bandas anteriores,

decide arriscar na bateria, que se tornou o seu

posto fixo. Com o cargo de baixista vago, eles

precisavam encontrar alguém que estivesse no

nível do resto dos integrantes, então Leonan

Costa que na época tinha um projeto country em

que era vocalista e tocava violão, foi chamado

pelo amigo Ernando para um teste no Alltor-

ment, ele se destacou e foi ativado no posto de

baixista, além de assumir os backing vocals.

Ao estabelecer a formação a banda pôde focar

nos trabalhos posteriores, o primeiro resultado foi

a música Vengeance . Desta maneira, finalmente

começaram a realizar uma sequência de shows

em eventos no Capim Pub, Remanescentes, DCE

da PUC e em Anápolis. No momento, eles estão

gravando seu primeiro EP intitulado “The End of

Peace Season” que será lançado no segundo se-

mestre deste ano e contará com as músicas da

antiga e da nova formação, são elas: redruM,

Covered Eyes ,Vengeance e Bring me Peace , que

condensam todo o ódio, dor e desprezo do metal

impactante desta banda goianiense .

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8 - H e a v y r a m a

bom show. O resultado foi muito bom, tivemos

uma ótima receptividade.

Ernando - Realmente foi uma ótima recepção da

galera, víamos muitas pessoas naquele dia que

não estavam botando muita fé na banda e que

depois do show vieram nos cumprimentar dizen-

do que tinha sido um bom show, foi ótimo ver

que depois de tanto tempo ensaiando e compon-

do tivemos um show de estreia que compensou

o esforço.

Heavyrama - Como está sendo a relação de vocês

com o público? Vocês têm recebido um retorno

positivo?

Allisson - Está sendo ótima a relação. A cada

show vemos pessoas novas, que interagem como

A Alltorment é uma das bandas da nova geração

do metal goianiense e vem surpreendendo

com o som inspirado no thrash metal misturado

com a peculiaridade de cada influência dos inte-

grantes.Diante a vivência no mundo musical,os in-

tegrantes Ernando Rodrigues, Weyner Henrique e

Allison Paulineli comentam sobre o cena do Heavy

Metal em Goiânia e os futuros planos da banda.

HEAVYRAMA - A Alltorment está no cenário un-

derground desde 2008. Como foi a experiência

do primeiro show em Goiânia?

Allisson - Confesso que foi melhor que o es-

perado. Foi um show no Remanescentes Under-

ground, e muita gente não tinha ouvido falar de

nós. Apesar do nervosismo, acho que fizemos um

Ernando Rodrigues Allison Paulineli

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se já conhecessem a banda há tempos, e também

pessoas que já havíamos visto em shows de out-

ras bandas, comuns na cena, que nos assistem e

gostam do que veem, isso é muito bom.

Heavyrama - Ultimamente o underground goi-

aniense tem recebido muitas críticas sobre a

qualidade do equipamento de som e da organ-

ização dos shows em geral. Qual a opinião de

vocês sobre isso?

Ernando - Tivemos problemas com equipamen-

tos em alguns shows, e sabemos que pode ser

um problema para as bandas, principalmente

para bandas que estão começando, porque se

alguém que nunca viu a banda, vai no evento,

chega no local do show, o equipamento é ruim,

consequentemente o público não vai conhecer o

verdadeiro om da banda que está apresentando e

pode acabar criando uma má impressão da banda

ou uma má impressão do organizador do evento.

Acho que bons equipamentos dão retorno tanto

para a banda quanto para quem o está organizan-

do.Weyner - Tem o fato também de muito cara

organizando show por aí, gastando dinheiro pra

fazer um lance massa e na hora de jogar o valor

no ingresso ninguém anima de pagar, aí o públi-

co fala muito mal depois mete o cacete, isso é

chato porque muitos não reconhecem o trabalho

dos organizadores.

Allisson - E realmente fica difícil para os organi-

zadores realizarem eventos cobrando bilheteria

acessível a todos. Alguns conseguem, como já

Leonan Costa Weyner Henrique

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1 0 - H e a v y r a m a

presenciamos, mas às vezes ganham prejuízo.

Heavyrama - Outro fato muito discutido é a falta

de remuneração pras bandas. Hoje existem organi-

zadores dispostos a pagar as bandas, outros sequer

cumprem o acordo proposto. Vocês já passaram por

uma situação semelhante?

Ernando - Recentemente fomos convidados para par-

ticipar de um evento onde haveria uma espécie de

remuneração, onde a mesma seria conseguida a par-

tir da venda de ingressos para o evento em que parte

seria para o organizador a outra parte seria destinada

as bandas. Achei interessante a ideia pelo fato de

que organizador e banda saem ganhando com isso.

Heavyrama - Vocês ,além de banda também partici-

pam do meio do metal como público. Que melhorias

acham que poderiam ser feitas para o nosso cenário?

Ernando - Acho para que nosso cenário melhore pre-

cisamos que cada vez mais as bandas e o público de

Goiânia deem força para a cena. Goiânia tem mui-

tas bandas com potencial e profissiona-lismo, que

tem um trampo massa, mas tem gente que ainda não

paga pra ver uma banda nova.

Weyner - Precisamos também cada vez mais da ded-

icação dos organizadores para produzirem eventos

de qualidade, aí entra novamente o apoio da galera.

Um evento com bons equipamentos de som e ilumi-

nação não sai barato, se as pessoas não apoiarem, os

organizadores acabarão por optar por uma produção

meia-boca mas com uma entrada mais em conta.

Ernando - Ultimamente já podemos ver que está

crescendo o número de pessoas que estão apoian-

do cada vez mais a cena e creio que tendência é só

crescer. Isso é gratificante tanto para as bandas como

para os organizadores de shows.

Fotos de shows cedidas pelo Alltorment

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A l l t o r m e n t

H e a v y r a m a - 1 1

Heavyrama - Além do EP “The End of Peace Season”

que está saindo do forno no próximo semestre, quais

são os planos do Alltorment para o futuro?

Allisson - Queremos agora divulgar nosso som,

mostrar qual é a proposta do Alltorment através

dessas 4 faixas. Para o futuro, queremos lançar

nosso debut, pois muitas faixas que gostaríamos

de ter gravado acabaram ficando de fora.

Heavyrama - E pra encerrar, alguma consideração

final para os nossos leitores?

Allisson - Primeiramente, parabéns à equipe do

Heavyrama pela organização. Essa vai ser uma

ótima maneira de mostrar a força do nosso under-

ground. Aos leitores, espero que essa matéria te-

nha mostrado a vocês um pouco do que é o Alltor-

ment. “O fim da temporada de paz” está aí, bem

próximo (rs). Obrigado.

Alltorment indica:Ernando - Vocal/ GuitarraScania (DF) www.myspace.com/scaniametalHypnotica (GO) www.myspace.com/hypnoticabr

Weyner - BateriaRessonância M. GO) www.myspace.com/ressonanciamorficaVincario (ANP) www.myspace.com/vincarothrash

Allisson - GuitarraDeadly Curse (GO) www.myspace.com/deadlycurseOld Place (GO) www.myspace.com/oldplacebr

Leonan - BaixoBruto (DF) www.myspace.com/brutodfWarlikke (Ap. de Gyn) www.myspace.com/warlikke

Passa o Trono

Page 12: Revista Heavyrama #1

Com a intenção de produzir um Heavy Metal de qualidade unindo peso e melodia, através do lema: inconformismo e atitude, ação e reflexão, os músicos e compositores Rafael Muniz

e Karliene Araújo, deram vida à banda KLASIV na virada de 2009 para 2010.

K l a s i v

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Texto : Carlos Júnior/ Foto cedida pelo Klasiv.

Page 13: Revista Heavyrama #1

A banda é composta por uma mistura perfeita:

experiência e juventude. À frente da banda,

no vocal, está Karliene Araújo que aos 23 anos

é produtora executiva e mesmo com a pouca

idade,tem um currículo de fazer inveja a muitos

veteranos. A vocalista iniciou suas atividades mu-

sicais aos 10 anos com aulas de piano, flauta doce

e teoria musical, em 2001 integrou na Banda Mar-

cial Lígia Rebelo, ingressou no curso de Educação

Musical na UFG e começou a fazer aulas de violão

erudito, sua primeira experiência como vocalista

ocorreu na banda de hard rock Performance em

2002 foi vocalista também da banda de heavy

metal Hypnotic Morfine em 2008, atuou também

como tecladista na banda Kadrya e nas bandas de

Black metal Litost (2003) e Uraeus (2004), além de

ter passado pelo baixo da banda Satannica (2006).

Nas guitarras a banda conta com o talento de

Ingrid Lobo, aluna do curso de guitarra da Uni-

versidade Federal de Goiás, e com Rafael Muniz,

que além de compor, produzir e gravar canções

e trilhas sonoras atua como educador musical na

Escola Batista de Musica e Arte. Rafael já atuou

em diversas áreas da música, foi violinista da Or-

questra Jovem da Educação, cantor do grupo mu-

sical Intermezzo, tecladista das bandas Euphony

e Symphonic Tragedy, além de ter sido Assessor

de Direção técnica na Orquestra sinfônica de

Goiânia e engenheiro de som do estúdio escola

da UFG.

No baixo, Huglevison Pinheiro e na bateria Wash-

ington Micena, que é baterista há 20 anos e já teve

o prazer de tocar com grandes nomes da música

brasileira como Zeca Baleiro, Marciano Mendes

da dupla João Mineiro e Marciano, a banda P.O.

BOX e com o “quase famoso” Dhomini, ex-BBB.

Klasiv subiu ao palco pela primeira vez no dia 13

de Março de 2010, no festival Heavy Metal na

Veia, onde contou com a participação especial de

Marlon Baco e Allyson Voluptus (ambos da banda

Volúpia di Baco).

Com a influência das bandas Black Sabbath,

Kamelot, Kreator, Arch Enemy, After Forever e

Symphony X, a banda traz em suas composições

questões de cunho social, trazendo os contrastes

e paradoxos que vivemos em nossa sociedade e o

papel social de cada indivíduo.

Atualmente trabalha na divulgação de seu

primeiro lançamento o CD-Demo “Borning”, que

contêm quatro faixas:

1 - Sistema (uma crítica ao sistema monetário e ao pacto social no qual estamos inseridos, foi inspirada através do documentário Zeitgeist II – Addendum).

2 - Mudanças (que traz uma reflexão sobre um momento de crise da consciência).

3 - Fuga Irreal (uma analogia ao cotidiano, às dificul-dades, frustrações, desafios, ilusões).

4 - Mad Hunter (reflete a ambição sempre almejada por todos, mas quase nunca suprida levando-nos à inconformi-

dade).

Mesmo no momento de divulgação de Borning, a

banda promete para setembro seu EP “Growing”,

além de preparar uma homenagem especial aos

40 anos do Black Sabbath, show que ocorrerá no

dia 08 de julho de 2010 no Esconderijo, e trará

ainda uma homenagem (in memorian) a Ronnie

James Dio.

K l a s i v

H e a v y r a m a - 1 3

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Ve x S y m p h o n y

1 1 - H e a v y r a m a

Ve x S y m p h o n y

1 4 - H e a v y r a m a

A Vex Symphony foi criada 2005, em Goiânia,

pelos irmãos Rafael Quirino (guitarra) e An-

dré Quirino (Teclados). Inicialmente o estilo era

metal melódico, mas com o passar dos anos o

Progressive Metal predominou no som banda por

explorar a complexidade e o virtuosismo.

A banda começou a ganhar destaque na sua seg-

unda formação em 2009, quando entraram os novos

integrantes: Bruno Vinícius (baixo) foi chamado pra

se juntar à banda por Rafel Quirino, Murilo Morais

(ex- Imperia Quendi) assumiu os vocais depois de ser

apresentado ao guitarrista por Bruno e Diogo Sertão

na bateria, completou a Vex Symphony.

Com a nova formação definida, partiram pra

fazer uma série de shows em Goiânia e Anápolis.

Eles participaram de alguns festivais importantes da

cena metálica,no Remanescentes Underground,

no DCE da PUC, Esconderijo bar e recentemente

abriram o show da banda brasiliense, Khallice no

Bolshoi Pub.

A Vex Symphony é uma das poucas bandas de

prog metal goianiense. E buscam executar com fi-

delidade os covers do Symphony X, Dream Theater

e Angra; todas destacando a virtuose instrumental

dos integrantes, além do vocal vigoroso e rasgado

de seu vocalista.

Atualmente a banda está em estúdio, gravando

seu primeiro CD ainda sem nome e com data pre-

vista pra sair no final do ano.

Texto : Paulo Henrique Faria / Fotos cedidas pela Vex Symphony

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V e x S y m p h o n y

H e a v y r a m a - 1 5

Os membros da Vex Symphony têm diversas influências : Murilo (vocal) – seu vocal é influenciado por

Nando Fernandes, Russel Allen, Dio, Ripper Ow-

ens, André Matos, Jørn Lande e Bruce Dickinson.

É ex-vocalista da banda de Power Metal Imperia

Quendi, e já fez participação no workshop de Edu

Falaschi em 2008.

Bruno (baixo) – tem como influência os baixis-

tas Victor Wooten, Zuzo, Felipe Andreoli, Bil-

ly Sheehan, John Myung, Thomas Miller, e os

clássicos Paganini e Beethoven. Já passou pe-

las bandas Fair War e Mentecaptos (Heavy

Metal) e a banda de White Metal Levitikus.

Rafael (guitarra) – Seus guitarristas preferidos são

Malmsteen, Kiko Loureiro, Michael Romeo e John

Petrucci; além disso ele têm forte influência de

música clássica, pois além da guitarra, toca violi-

no e piano desde os seis anos. Já tocou no início

da Hypnotica.

André (teclados) – Influenciado pelos tecladistas

Jordan Rudess e Janne Wirman, além de muita

música clássica (Chopin, Bach e Mozart) e piano

erudito. Assim como seu irmão, também tocou no

Hypnotica.

Diogo (bateria) – Seus bateras prediletos são Jason Rullo,

Mike Terrana, Mike Portnoy e Aquiles Priester. Tocou na

banda Symphonic Tragedy e com o grande guitarrista

goiano Abóbora, cover do Malmsteen.

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V i s c e r a s t i k a

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V i s c e r a s t i k a

1 6 - H e a v y r a m a

cado com Neyl e Victor em um projeto anterior nomeado Sangria. A banda iniciou seus shows na DCE-PUC (evento Aparecida Metal Fest),Remanescentes Underground, Esconderijo Cervejaria (Junto com Megadeth Cover) e Anápolis(festival Trash ‘Till Death),tocando covers e músicas de sua autoria. Atualmente, eles têm planos para gravar a primei-ra Demo ainda neste ano mas sem data definida.

O nome “Viscerastiko”

Em uma conversa com um amigo,Stuart cogi-tou a possibilidade de dar o nome “Vicerática” à banda, baseado em um jogo de RPG, o nome não foi aceito a princípio. Ao desenhar o logotipo ao som de Carcass , Stuart teve a ideia de acrescentar a sonoridade do “S” em uma parte do nome que se tornaria “Vísceras”, e depois o “K” foi adicionado para desvincular definitivamente o nome da ban-da com o RPG. “Eu costumo dizer que significa algo bom, fodástico, ou melhor: VISCERASTIKO “ - Ronnie Stuart.

Tivemos um bate-papo rápido com os inte-grantes do Viscerastika sobre a o trabalho da

Unidos pela paixão ao thrash metal,a Visceras-tika emergiu inspirada em King Diamond

, Slayer, Judas Priest e outros grandes ícones do thrash/death. A banda nascida em dezembro de 2008 , surgiu da junção entre os amigos, Márcio (baixista) , Victor (guitarra) que teve passagem pela banda Hangar 18, Sylvio (vocal) que passou nas bandas goianienses Symphonic Tragedy e Indecent Flowers e na terra brasiliense participou das ban-das Never Die, Flight Of Iron (Iron Maiden Cover), Amonicide e Intoxicated (atual BlackSkull) . Para completar a banda, Victor chamou seu primo Neyl para assumir a outra guitarra e Gean, (integrante da Maldição), para o posto de bate-rista. Porém, devido à alguns contratempos, Gean sai da banda dando o cargo a Ronnie Stuart(ex-Dark Ages) em janeiro de 2010,que já havia to-

Texto e fotos : Bia Cardin

O baixista não pôde comparecer neste dia

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V i s c e r a s t i k a

H e a v y r a m a - 1 7

banda. Confiram:

Heavyrama - Quantas músicas a Viscerastika produziu até agora? Victor - Até o momento temos 4 composições prontas: Obscenity Sight, A Hundred Candles, Misantropic Thought e Every Drop of Blood, e temos várias outras que estamos já trabalhando para apresentações.

Heavyrama - A Viscerastika começou a compor somente nesta última formação?

Victor - Não. As composições musicais sempre foram por parte do Neyl, já tinhamos o esboço da Obscenity Sight e das outras depois que a banda ficou completa. Dizemos que o Neyl faz o esqueleto e os demais a encorpam (risos) mas os integrantes já tinham experiência em com-posição nas bandas antigas que tocavam.

Sylvio - As músicas atuais já haviam sido com-postas a algum tempo pelo Neyl, Exceto “A Hundred Candles” que foi composta após a for-mação da banda. Assim que a banda foi formada, já começamos a trabalhá-las em conjunto. Mas sempre demos prioridade a músicas próprias. Além disso,estamos juntos desde o primeiro mo-mento que todos se esbarraram,somente o Stuart entrou depois e assim que nos vimos foi química total,eu sabia que ele era o cara ideal e perfeito para se trabalhar.

Heavyrama - As letras abordam quais temas?

Sylvio - Violência, ocultismo, horror, psicopatia e caos.

Suart - Apesar de mostrar temas como as que o Sylvio citou,temos uma preocupação nas nos-sas letras de não defender opiniões nem levantar bandeira de nada, então você nunca irá encontrar nas nossas letras algo como “o capeta é nosso mes-tre” ou “vamos fazer a revolução”, achamos que as pessoas são livres pra pensar por si mesmas e decidir pra elas o que é bom ou não. Apenas fala-mos do que existe por aí. Ou não (risos).A letra que eu escrevi por exemplo, Every Drop of Blood, é baseada num filme do Clive Barker chamado Hell-raiser, que é cultuado por muita gente.

Heavyrama - Vocês pretendem lançar um mate-rial neste ano. Que músicas fariam parte deste material?

Neyl - Com certeza três musicas, Obscenity Sight, Misantropic Thougths, Every Drop of Blood. Mas ainda pode ser que entre alguma nova até lá.

Heavyrama - Algum show marcado ainda para este ano?

Stuart - Estamos vendo a possibilidade de tocar no Brutal Fest desse ano, vamo ver o que que vira.

Heavyrama - Gostariam de encerrar com algum recado?

Stuart - Gostaríamos de agradecer a vocês da HEAVYRAMA pelo apoio, não só a gente, mas à todas as bandas novas e veteranas e à cena un-derground goiana geral. Estava precisando mesmo de um meio de divulgação e incentivo massa, e no que precisarem, nós da ViscerastikA estaremos sempre a disposição. Muito obrigado mesmo.

Page 18: Revista Heavyrama #1

A Selvageria está na ativa desde 2005 , iniciada

pelo ex-integrante da banda, Dannilo

Pitaluga (guitarra/vocal) , na época acompanhado

por Augusto Alves (guitarra), Johannan Souza

(baixo e backing vocal) e Lucas Ribeiro (bateria).

Desde o surgimento a Selvageria, passou por duas

formações. Devido ao desfalque com a saída de

Dannilo Pitaluga e Lucas Ribeiro, a banda ficou

inativa por dois anos até encontrar integrantes que

pudessem prosseguir com o seu som de nascença:

o puro thrash metal.

O primeiro a se juntar à banda foi o baterista

João Vitor (ex- Anti-Dopping) indicado pelo irmão

que era amigo de Augusto Alves. Apenas em 2009

entraria o guitarrista e backing vocal Guilherme

Pitaluga. Com a saída de Johannan Souza ,quem

assumiu o baixo foi Wesley Rodrigues, indicado

pelo integrante do Viscerastika, Neyl .

A Selvageria tem fortes influências de Metallica,

Pantera, Trivium e bandas brazucas como Sarcóf-

ago e Dark Ages , essas sonoridades combinadas

certamente fariam jus ao nome da banda que

refere-se à bestialidade dos ícones do thrash metal.

Desde a primeira formação a banda toca covers de

Metallica e Megadeth, além das músicas próprias.

No momento há quatro músicas prontas: The

Cross of the Sword, DC prisoners , Thrash Revo-

lution e Muthantes e mais quatro sendo compos-

S e l v a g e r i a

1 8 - H e a v y r a m a

Texto : Bia Cardin / Fotos: Neli Sousa

Page 19: Revista Heavyrama #1

tas. As letras são focadas em temas de discussões

sócio-políticas e outros assuntos mais subjetivos.

Diferente do artifício usado por muitas bandas

atuais, o vocal Augusto Alves segue a linha lim-

pa e acompanha o ritmo feroz dos integrantes

restantes.

A banda já carimbou diversos locais com a

sua presença desde o ano passado em festivais

no DCE da Católica, Capim Pub, Remanescentes

Underground , Quintal do Bibi (Birita Rock & Ati-

tude) e em julho eles se apresentarão no grande

evento Under Metal Fest, no Circo Laheto .

Além dos shows frequentes , a banda está pre-

parando a gravação da Demo ainda sem título,

que terá as músicas que já são conhecidas do

público. O lançamento da Demo e do Myspace

da banda serão simultâneos, agora resta esperar

o material na qualidade equivalente do som ao

vivo.

Origem da “Selvageria”

Augusto Alves – Aficionado pela guitarra desde os 15 anos, estudou guitarra seriamente para alcançar o nível de seus ídolos. Atualmente aos 23 , é professor de guitarra na Allegro espaço musical.

Guilherme Pitaluga - Teve contato com o rock aos 12 anos ao ganhar um CD do Creedence de seu pai, aos 16 apren-deu a tocar violão sozinho e depois iniciou as aulas de guitarra com o ex-Selvageria, Dannilo Pitaluga.

João Vitor - Toca bateria desde os 14 anos , atualmente com 21 , ele teve passagem na banda Anti-dopping antes de se tornar o atual baterista do Selvageria.

Wesley Rodrigues - Inspirado por Cliff Burton a tocar baixo,iniciou a carreira com 20 anos, atualmente com 31 , já teve passagem nas bandas Hangar 18, Sangria e Cavalo de Tróia.

S e l v a g e r i a

H e a v y r a m a - 1 9

Augusto Alves

Guilherme Pitaluga

João Vitor

Wesley Rodrigues

Page 20: Revista Heavyrama #1

Texto : Hugo O.

¹ Isso não foi um erro de digitação, vengeance (e não ven-gence) é a grafia correta para vingança.

faixas, se melhor gravada teria um grande poten-

cial. Ela se inicia com uma fusão de vocais, um ras-

gado outro grave, que entremeia os riffs opacos de

guitarra. A melodicidade de Ferisulfr só aumenta

a confusão entre os sons dos instrumentos. A ba-

teria de Berion parece disputar espaço por alguns

instantes e seus blast beats se comparam a batidas

de dedo em uma lata de tinta. Quanto ao baixo

de Doom, imagino que siga a mesma linha que a

guitarra, numa tentativa de imprimir peso, porém

este nem é notável.

Ao ouvir a demo, são quatro as impressões pos-

síveis: 1) eles fazem esse som de propósito como

forma de não ceder ao Mainstreaming, 2) os músi-

cos não têm entrosamento e ensaiaram pouco an-

tes de gravar as músicas, 3) não tinham condições

financeiras de arcar com as despesas de uma boa

gravação num estúdio razoável ou 4) eles são mui-

to ruins e devem desistir de tocar. Prefiro imaginar

que é uma mistura da primeira e segunda opção,

movida por um impulso punk de que qualquer

pessoa pode montar uma banda. Gostaria muito

que eles se organizassem e, de fato, calassem min-

ha boca com ótimas músicas.

Leitores, caso queiram apreciar a música Higher

Spiritually (For God Vengence), ela está disponível

no myspace de Esgaroth.

Line-up:

Kerak Troyll - (voz)

Belial Asmodeus - (Guitarra)

Fenrir Bhrams - (Keyboards)

Berion Yriskele - (Bateria)

Agares Nosferatu (Baixo)http://www.myspace.com/thetrueesgaroth

Balbúrdia melódica

Como Gorgoroth e diversas bandas de todo o

mundo, Esgaroth extraiu seu nome das histórias

de J.R.R. Tolkien, inspirador de magia e batalhas

medievais. A horda, em sua demo entitulada The

Return to the Infernal Fields, é composta por High-

er Spiritually (For God Vengence¹), Legions Fight

For The Conquer e Eternal War, respectivamente,

além de uma introdução feita em teclado anexada

a primeira faixa. Kerak Troyll (vocal), Belial As-

modeus (guitarra), Doom Agares (baixo), Ferisulfr

(teclado) e Berion Yriskele (bateria), compunham a

banda na época do lançamento, cuja data não foi

informada.

A parte da introdução é a única que tem o mín-

imo de organização, pois nas outras canções os

sons se confundem e formam um zumbido nada

agradável. Higher Spiritually, a melhor das três

R e s e n h a - E s g a r o t h - S P

2 0 - H e a v y r a m a

Page 21: Revista Heavyrama #1

Texto : Artur Dias

os headbangers quando o assunto é a mistura de

música pesada e o bom e velho português. Dentro

dessa perspectiva,a Klasiv realiza uma audaciosa

proposta de HM cantado em português. Entretanto,

em algumas partes da produção parecia não haver

letra suficiente para linha vocal. Em outros momen-

tos percebe-se justamente o contrário. A relação

entre os versos e a melodia criada pela vocalista

Karliene Araújo não agrada, mesmo que ela se mos-

tre bastante competente, e o ponto em questão se

repete nas três primeiras faixas, justamente as que

estão em português. Talvez falte ainda alguma fa-

miliaridade para que se consiga realizar um bom

casamento entre ambos.

O destaque vai para a última música, “ Mad

Hunter”. Com uma introdução que lembra mui-

to o Iron Maiden dos bons tempos e um refrão

cativante,a canção ressalta o potencial de Karliene.

Sem se prender ao clichê “mulher-no-metal-tem-

que-cantar-lírico”, ela mostra muita personalidade

e técnica.

Concluindo,“Borning” mostra uma banda com

bastante potencial, músicos competentes e com

um diferencial entre os conjuntos da cena under-

ground goianiense, mais focadas em outros estilos.

Contudo ainda há um bom caminho a se trilhar e

é necessário amadurecer nas letras e nas linhas vo-

cais em português para que elas acompanhem o efi-

ciente instrumental.

Line-up:

Karliene Araújo (voz)

Rafael Muniz (Guitarra)

Huglevison Pinheiro (Baixo)

Ivan Vieira (Bateria)

http://www.myspace.com/klasiv

HM em português

Em 2010 a banda Klasiv lança sua primeira

demo entitulada Borning, gravada no estúdio RM

Produção Musical e produzida pelo guitarrista da

mesma,Rafael Muniz. Nesse contexto,Klasiv apre-

senta ao público goianiense um Heavy Metal (HM)

tradicional, que se utiliza de influências diversas

que vão do progressivo ao gótico. As estruturas

das músicas são bem elaboradas, de forma que a

transição entre as partes mais rápidas e os trechos

mais cadenciados soe natural e necessária, “sem

gorduras”. Outro ponto que chama atenção é a pre-

sença de nuances árabes nas faixas “Mudanças” e

”Fuga Irreal”. Os solos de guitarra são simples, mas

harmoniosos, dispensando as firulas desnecessárias

e indo direto ao ponto.

Talvez por um louvor exacerbado à língua in-

glesa e/ou por uma supervalorização das bandas

estrangeiras, tenha-se estabelecido um tabu entre

R e s e n h a - K l a s i v - G O

H e a v y r a m a - 2 1

Page 22: Revista Heavyrama #1

I Encontro das Artes Negras

Sábado, 22 de maio, dezessete horas, salão do

DCE da Pontifícia Universidade Católica de

Goiás. Um paradoxo, já que o que estava para ac-

ontecer nessa data, hora e local era o I Encontro

das Artes Negras, promovido por Alysson Drakkar,

vocalista, baterista e compositor da banda Luxúria

de Lillith.

O evento contava, inicialmente, com a par-

ticipação de sete bandas, Black Angel (PERU),

Radamathys (DF), Esgaroth (SP), Opus Inferii (MS),

Warlikke (GO), Imperius Profanus (GO) e Lúxuria

de Lillith (GO), porém foi contemplado por apenas

cinco delas, pois Opus Inferii e Imperius Profanus

não compareceram.

Devido aos atrasos inerentes a quaisquer organi-

zações e apresentações, nossa equipe chegou uma

hora e meia mais tarde em relação ao horário mar-

cado, com o objetivo de pular a etapa de espera.

Não foi o que aconteceu. Ao virarmos a esquina

do DCE esperávamos ouvir já algum barulho e

movimentação, entretanto, às exatas 18h30, havia

no local, apenas cinco almas embebedadas, além

de ambulante vendendo comida e bebida.

Nossa primeira impressão é que o espetáculo tin-

ha sido mal divulgado, mas ao falar com Megaira,

baixista da Luxúria de Lillith, soubemos que “ape-

sar dos esforços para fazer uma boa divulgação,

o boca-a-boca ‘queima o filme’ dos eventos de

Black Metal na cidade”, disse. Segundo ela, a

maioria das pessoas não aprecia o estilo e, igno-

rantes, desestimulam seus amigos e conhecidos a

comparecerem nos eventos de arte negra.

2 2 - H e a v y r a m a

I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s

Texto e fotos : Hugo O.

Page 23: Revista Heavyrama #1

DCEO local, conhecido por ser quente e apertado

estava – desta vez – arejado. As portas que dão

acesso à Área II da PUC-Goiás estavam abertas, no

entanto, bloqueadas por seguranças, o que, cer-

tamente, garantiu certo conforto aos presentes. O

teto de isopor e a falta de abafadores sonoros eram

fatores de risco para a continuidade do evento,

caso o Corpo de Bombeiros e/ou a Agência Mu-

nicipal do Meio Ambiente (AMMA) tivessem sido

informados.

O palco é pequeno, mas comportou bem os instru-

mentos, equipamentos e os integrantes, além da

mesa de controle do som. O camarim, do taman-

ho de uma despensa abrigava apetrechos, como

coturnos, tubos de tinta corporal, instrumentos,

malas, camisetas e CDs.

A parte de fora do prédio, um corredor ladeado

por um jardim de plantas pequenas, servia de sala

de espera para os espectadores, que durante o lon-

go período de atraso consumiam bebidas, cigarros

e galinhada. Há comentários de que esse atraso

foi estratégico para compensar com vendas o des-

falque dos apreciadores.

WarlikkeCom quatro horas e trinta minutos de atraso e com

uma platéia de cerca de 60 pessoas, as apresen-

tações tem início. A primeira banda a subir no pal-

co foi Warlikke, de Aparecida de Goiânia. Com

um som inspirado pela banda Norte-Americana

Cannibal Corpse, fez muito barulho com riffs rápi-

dos e contagiantes de guitarra e os pedais duplos

de Roberto. Os integrantes mostravam boa-vonta-

de, pois tocavam com muita energia, fazendo com

que a platéia reagisse, à seu modo, com sossega-

das batidas de cabeça e mãos chifradas. A quie-

tude dos espectadores era de se esperar já que esse

público tende a ser mais sério e misantropo.

Os vocais, Hugo e Roberto, que também é bateris-

ta, deixaram a desejar. Como em outras bandas de

Brutal Death Metal a combinação de dois vocais

consegue passar muito melhor a agressividade e

maldade das letras. Porém, nesse caso, sem des-

merecer ninguém, os vocalistas deveriam se dedi-

car a aulas de canto e ao aquecimento das cordas

vocais, com o intuito de completar a parte instru-

mental da banda, que é muito boa.

RadamathysApós um intervalo de 15 minutos, às 22h20 começa

a apresentação da banda brasiliense Radamathys.

O nome pode ter origem na mitologia Grega, em

que Radamanthys ou Radamatos, filho de Zeus e

Europa, era um dos juízes de Hades.

H e a v y r a m a - 2 3

I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s

Warlikke fica responsável por esquentar o público

Page 24: Revista Heavyrama #1

Deixando a história de lado, a banda foi a primei-

ra da noite a aparecer vestida à caráter. Coturnos,

spikes, corpse paint, artigos em couro, crucifixos

e pentagramas invertidos compunham o traje dos

músicos, que tocaram sete músicas, das quais cin-

co são extremamente boas, apesar de repetitivas.

Eis a lista das músicas tocadas no encontro:

1. A Semente do Mal

2. Radamathys

3. Profanos Tormentos

4. A mando de Satã

5. Culto Negro

6. Ritual Blasfêmico

7.Cemitério Maldito

Com um vocal que lembra um pouco Abbath, da

Immortal, Lord Vultures dá início à apresentação

grunhindo “Nós viemos a mando de Satã!”. Essa

afirmação fez o público quieto se manifestar com

gritos de cunho religioso e saudações.

As músicas tinham uma melodia alegre, ao con-

trário de muitas bandas do estilo, que pregam

suicídio e depressão em suas letras. Seus riffs de

guitarra eram acompanhados pelo baixo, que im-

primia peso ao som. Esses, contagiantes, fizeram

com que os espectadores agitassem seus corpos

segundo suas batidas, enquanto Maleficus, bater-

ista, abusava de blast beats e pedais duplos. Os gu-

turais de Lord Vultures, em português, são ótimos,

porém vez ou outra, ele se arriscava a fazer canto

lírico, que não deu certo. Cantar em nossa língua

surtiu um efeito esperado, parte dos espectadores

cantou suas músicas.

Melodias encorpadas pelo uso de treble picking,

recurso musical que consiste em acertar com a

palheta duas cordas ao mesmo tempo, caracterís-

tica do estilo, aludiam canções dos tempos de an-

cestrais pagãos.

Na sexta música, Ritual Blasfêmico, como nas

outras, muita quebradeira tanto da parte da pla-

téia, quanto dos integrantes que balançavam seus

instrumentos no ar, porém, uma quebra de com-

passo fez a diferença. Num momento que todos já

estavam acostumados com canções de melodias

parecidas, todos os instrumentos, exceto o baixo,

pararam. Nessa hora, apenas os seguranças não

bateram suas cabeças.

Luxúria de LillithA horda do organizador do evento, Alysson, mais

conhecido como Drakkar (vocal), sobe ao palco às

23h16 com a formação: Megaira (baixo), Larakna,

Osculum (bateria), além do líder da banda. A apre-

sentação se inicia com um prelúdio bem elabo-

rado que não consta na playlist do novo trabalho

2 4 - H e a v y r a m a

I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s

Radamathys : a melodia das trevas

Page 25: Revista Heavyrama #1

entitulado Sucumbidos pela Carne, lançado em 2009.

O repertório da banda consistia numa mistura de

canções tanto do novo álbum quanto do penúl-

timo, A Volúpia Infernal. Das 11 músicas toca-

das, cinco se destacam, são elas: Dia da Heresia,

Profanos Beijos de Sangue, Remorsos, Delírios de

Uma Orgia Noturna e Naciturus.

A velocidade das músicas é algo que chama a aten-

ção e Osculum, muito rápido e técnico, sem dúvi-

das é o maior responsável por isso. Porém, os riffs

de Larakna, acompanhados pelo peso do baixo de

Megaira, não fizeram a platéia, antes de zumbis,

se mexer e balançar suas cabeças violentamente

em direção ao chão. Drakkar, um dos melhores

vocalistas da noite, também tem uma presença

de palco contagiante, fator que contou para que

Luxúria de Lillith tivesse um dos melhores desem-

penhos da noite.

EsgarothA banda paulistana de Black Metal Melódica foi

H e a v y r a m a - 2 5

recebida com muito respeito pelos espectadores,

principalmente pela tradição que tem o estado

de concentrar bandas conhecidas internacional-

mente, como Korzus, por exemplo.

A horda se apresenta com spikes à vontade, corpse

paint preta, branca e vermelha (para dar impressão

de que é sangue), portando além de uma garrafa

de uísque, uma caveira de bode, o que é bem cli-

chê.

Aos toques da primeira música o som do teclado

se misturava com o som dos diversos instrumen-

tos, produzindo um ruído nada harmônico e que

inspira desorganização. Por isso, apesar de os in-

tegrantes serem amigáveis e receptivos, cerca de

metade dos ouvintes deixaram a sala em direção

ao jardim, para esperar que as cinco músicas pas-

sassem.

A falha pode não ser somente da Esgaroth, mas

também do equipamento de som e da acústica do

local que não são adequadas para apresentações

melódicas, que devem ser claras e harmônicas.

Mas com o complô formado pelos responsáveis

pelo Martim Cererê (por incrível que pareça, um

I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s

Drakkar : um dos ícones do Black Metal goianiense

Kerak Troyll faz performance mas o show não surpreende

Page 26: Revista Heavyrama #1

*Alusão a Galder, guitarrista da banda norueguesa de Black Metal, Dimmu Borgir

Quando os artistas retiraram seus equipamentos e rumaram para o camarim apertado, todos se dis-persaram para fazer comentários sobre o que tin-ham visto e ouvido, pensando que o I Encontro das Artes Negras chegava ao fim. Mas, para grande surpresa de todos, eles voltaram para tocar uma úl-tima música. O baterista pediu de volta as baque-tas que havia jogado ao público para que pudesse tocar novamente. Ao fim da música, os artistas se reuniram no palco e receberam pela segunda vez

os aplausos dos espectadores.Com pouca gente, equipamento sonoro ruim, lo-cal pequeno e sem recursos acústicos, o I Encon-tro das Artes Negras surpreendeu os espectadores com apresentações cheias de feeling, agressivi-dade, técnica, interação com o público e partici-pação de grandes nomes de fora do estado e atédo País, a organização está de parabéns. Espera-mos que em breve possamos assistir a eventos

como esse novamente.

I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s

2 6 - H e a v y r a m a

dos melhores lugares de Goiânia para apresen-

tação de shows) para dificultar o acesso de bandas

de Metal ao centro cultural, quem quiser organizar

eventos de música extrema deverá se dirigir aos

DCEs da UFG e da PUC Goiás.

Black AngelÀs 00h55 os convidados de honra, vindos de Lima

no Peru, Black Angel toma o estrado como banda

principal do evento. Com corpse paint que lem-

bra a do Adam, the first sinner, vocalista da banda

polonesa de Black/Death Hate e um corte de ca-

belo que alude ao de Shagrath do Dimmu Borgir,

o vocalista Antonio espanta os espectadores di-

zendo “o inferno retorna ao Brasil” com um ótimo

gutural. Ao seu lado, o baixista Héctor Corpus,

com um corte de cabelo galderiano*, o baterista

Wilbert e o guitarrista Giomar, sem maquiagem.

Com riffs bem dosados, abusando do treble pick-

ing, bateria veloz que acompanha muito bem a

música, os integrantes da Black Angel mostram

muita experiência e sintonia uns com os outros,

fazendo com que o resultado fosse um som encor-

pado, técnico, harmonioso que teve uma resposta

positiva do público.Inicialmente, a banda estava programada para tocar cinco músicas, porém, ao ver os rostos da platéia cheios de aprovação, decidiram de última hora, tocar uma saideira, que não teve seu título divulgado. As músicas que constavam no set list da Black Angel eram Return to Hell, The Last Proph-ecy, Occult Eternal Mystery, Temple of Wisdom e Rites. Após o cumprimento do itinerário, Wilbert faz um solo de bateria violento e em seguida pre-

senteia a platéia com suas baquetas, enquanto a banda recebe as primeiras palmas da noite.

I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s

Black Angel consegue cativar o público

Page 27: Revista Heavyrama #1
Page 28: Revista Heavyrama #1

Entrevista exclusiva com Matheus Medeiros

E n t r e v i s t a

2 8 - H e a v y r a m a

Desde 2008, Matheus Medeiros, 17 anos, organiza alguns dos eventos que tiveram melhor recepção

do público headbanger como o GO-DF Metal Union, Arena Cover, GO metal attack entre outros, re-

unindo grandes bandas de Goiás e do Distrito Federal, são elas: Heaven’s Guardian, Deadly Curse, Scania,

Dynahead ,Volúpia di Baco etc. Conversamos com ele sobre a cena, o público e a sua vida de organizador.

Dê uma conferida.

Texto : Bia Cardin / Foto cedida por Matheus Medeiros

Page 29: Revista Heavyrama #1

H e a v y r a m a - 2 9

Heavyrama - Matheus,você é um dos organiza-dores mais novos de Goiânia, geralmente os jo-vens querem se envolver com o meio do rock/metal através de bandas. De onde surgiu o seu interesse por organizar eventos?

Matheus - Tudo começou quando me envolvi no cenário “rock de Goiânia”, fazendo parte do público de alguns shows, e gostei do que vi no primeiro em que estive. No mesmo ano tive a oportunidade de sugerir projetos para uma agên-cia de eventos da cidade, com a simples ideia de organizar shows,na mesma oportunidade tive apoio do meu pai que estaria comigo em todas organizações . Em primeiro momento, sem mui-to conhecimento e sem este ciclo de convivên-cia com os protagonistas do rock goiano fomos de cara para a produção do primeiro festival. Resultou em um público razoável, mas sem a existência de problemas que não poderíamos re-solver com a bagagem adquirida até o momento.

Heavyrama - Em particular ,desde o “GO-DF Metal Union” você conseguiu reunir grandes no-mes do cenário underground. Como conseguiu a participação dessas bandas nos seus festivais?

Matheus - Quando iniciei o ano de 2009 produz-indo a primeira edição do Arena Cover, recebi a admiração de algumas bandas e do público até de outras cidades do estado por levar um grande publico à um evento em que a qualidade musi-cal estava bem integrada à proposta desse tipo de show. A partir daí ganhei mais motivação, e então, em duas semanas já tinha o projeto de um próximo festival pronto, e em mais duas semanas este seria colocado em prática, ocor-rendo o Go metal attack exatamente um mês de-pois do “show cover”. Já neste evento contamos

com maiores nomes do rock goiano. Inclusive ao convidar o Scania conheci vários represent-antes. Claro que através desse relacionamento conheci vários representantes de bandas brasil-ienses, surgindo a idéia da união do metal goi-ano e brasiliense. E então, mais um ônibus cheio sairia de lá para assistirem esse evento aqui. A iniciativa e o relacionamento foram vistos por mim como algo sensacional.

Heavyrama - Alguns dos seus eventos foram um dos mais elogiados, tanto pelas bandas quanto pelo público. Você encontrou dificuldades nas primeiras organizações de eventos, que foram vencidas posteriormente ou sempre é um desafio organizar um bom evento?

Matheus - Acredito que, quanto mais experiên-cia se adquire, mais dificuldades encontrará pelo nível de perfeição que deseja alcançar. As dificuldades de um projeto talvez sejam as mesmas encontradas no próximo, ou seja, esses leves incômodos sempre irão existir, porém, já podemos ver que nem sempre é tarde demais pra dar a volta por cima.E algumas dificuldades de início realmente nem aparecem na produção de posteriores festivais, a facilidade de rela-cionamento faz com que possamos ir longe em qualquer aspecto sugerido.

Heavyrama - Para quem tem costume de ir aos shows, geralmente costuma-se ouvir que em ter-mos de som, os eventos melhoraram em relação há anos atrás,mas o público em si já não tem mais a mesma energia de antes.Como você per-cebe a reação do público diante aos atuais even-tos organizados em Goiânia?

E n t r e v i s t a

Page 30: Revista Heavyrama #1

Matheus - Por um lado eu vejo que boa parte do “público fiel” surgiu há um tempo, prestigiando o máximo de festivais possíveis e ajudando as bandas a “incendiar”o local, porém, este públi-co amadurece, e apesar de ainda aparecerem nos shows,os mesmos começam a se preocupar com uma melhor “qualidade musical”.Isso não quer dizer de forma alguma que o “público novo” não seja fiel, acredito que um público que não esteja cansado(como no fim de um show),e que esteja em um bom número dis-põe toda energia numa boa apresentação.E além disso, seria revolucionário se todos nós que com-parecemos aos shows voltássemos a apoiar as bandas da cidade.Um fácil exemplo desse apoio é através da compra de discos desses grupos.

Heavyrama - Ouvimos mais o lado das bandas que teem problemas com os organizadores (a or-ganização geral de um evento) mas você,como organizador, já lidou com bandas que fossem problemáticas ou não cumprem o “contrato ver-bal” ?

Matheus - Sim, já encontramos dificuldades com algumas bandas, mas nada sério demais ao pon-to de sobressair ressentimentos, apenas bandas que dificultam a confiança desse “contrato ver-bal”. Pelo menos da minha parte, muitos amigos no meio sabem de algumas dificuldades desse tipo de relacionamento, porém, sabem que não fico com raiva de ninguém (risos). No fim de tudo não intitulo algum grupo como “banda problemática”.

Heavyrama - Como organizador você acha que o cenário musical de Goiânia está em um bom momento?

Matheus - Em alguns aspectos acredito que nos-so cenário se encontra em evolução, um bom

exemplo é a qualidade e desempenho de ótimas bandas, aliadas ao altíssimo nível de gravação em estúdio que encontramos aqui. Mas por outro lados acredito que poderia estar melhor como já foi antigamente, um exemplo é o próprio públi-co, não digo que são culpados, mas não vejo grande apoio a certa parte dos trabalhos daqui.

Heavyrama - Você parou de organizar eventos desde o último Arena Cover em 2009. Qual o motivo?

Matheus - Quando fechamos o ano passado com o Arena Cover, não havia nada planejado para 2010, muito menos uma parada nos projetos.Mas houve uma certa falta de motivação a partir do momento em que teríamos de procurar um novo local para os shows e tentar construir uma nova estrutura no festival,sendo fatores aliados com todas ocupações que passei nesse início de ano, e até então, sem nenhum tempo e disponi-bilidade para dedicar à esse prazer novamente.

Heavyrama - Você organizará algum evento neste ano? Conte-nos a respeito.

Matheus - Existem alguns projetos em mente, mas se tudo der certo acredito voltar com um festival no mês de setembro. Como comentei, é difícil pensar na possibilidade de arrumar outro local para shows além do nosso famoso Martim Cererê, que por si só já tem uma própria identi-dade para o público goianiense.

Heavyrama - Matheus, alguma consideração fi-nal?

Matheus - Quem possui algum objetivo para con-tribuir com o cenário goiano, apenas não pense que as coisas são tão difíceis quanto parecem, vá atrás do que acredita!

E n t r e v i s t a

3 0 - H e a v y r a m a

Page 31: Revista Heavyrama #1

Entrevista exclusiva com Marlon do Volupia di Baco

A Volúpia di Baco, banda goiana, vem durante alguns anos mostrando o melhor da músi-ca gótica e Doom Metal para os fãs da cena. Recentemente a banda teve alguns proble-

mas com sua antiga vocalista, problemas esses que culminaram na saída da mesma. Porém a banda vive uma nova fase, e é exatamente sobre isso e também sobre os planos para o futuro da banda, que conversamos com o guitarrista e vocalista Marlon. Veja abaixo o que rolou.

H e a v y r a m a - 3 1

E n t r e v i s t a

Texto : Paulo Henrique faria / Foto : Márcio Adriano

Page 32: Revista Heavyrama #1

Heavyrama - De início, gostaria de saber qual a

situação da Volúpia atualmente e quais são os pla-

nos na atual formação?

Marlon - Olá moçada da Heavyrama! Antes de

tudo, quero parabenizar todos da equipe pela ini-

ciativa e pela ideia, tenho certeza que esse pro-

jeto vai colher muitos frutos e vai ser o início de

algo que vai mover e fortalecer toda a cena. Agora

focando na pergunta; A nossa situação é a mais

louca e prazerosa que vocês possam imaginar, tem

muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo com

a banda e que está exigindo muito de nosso tempo

e de nosso sangue. As nossas cabeças estão a mil,

é uma mistura de pressão e empolgação. É a mel-

hor situação possível que uma banda pode esperar

quando se faz um trabalho sério e profissional. Os

planos da atual formação são os mesmos de quan-

do fizemos nosso 1º show, somos uma banda fo-

cada e determinada, e vamos subindo um degrau

de cada vez com humildade e trabalho. Nossos

planos se resumem em tentar construir e manter

nosso nome nacionalmente e fazer uma carreira

sólida e auto-suficiente.

Heavyrama - ‘Agora a pergunta que não quer ca-

lar’: Vocês já encontraram uma nova vocalista?

Marlon - Depois de várias audições escutando di-

versas candidatas de até mesmo de outros esta-

dos, conseguimos o que sempre almejamos. Fica-

mos felizes por tantas meninas quererem ocupar o

cargo e surpresos com o tanto de vocalistas exce-

lentes que estão escondidas no anonimato; o nível

de qualidade foi altíssimo.

Mas não procurávamos apenas uma vocalista tal-

entosa para cantar nossas canções, isso era o de

menos pra nos e vimos também ser o mais fácil.

Precisávamos muito mais do que alguém para

subir no palco e se apresentar ao nosso lado, pro-

curávamos além dos dotes vocais, qualidades que

não se modela e não se aprende, como: caráter,

princípios e valores. O que eu posso dizer é que

sem dúvidas a encontramos e ela já é da família,

em breve os leitores da Heavyrama poderão es-

cutar em primeira mão o novo single da Banda,

com ela cantando, e que será lançado 1º aqui com

exclusividade.

Heavyrama - Ficamos lisonjeados pela preferên-

cia; mas e aí? Quem é a nova vocalista?

Marlon - Daqui uns dias você vai saber com

certeza...(risos)

Heavyrama - Vocês pretendem gravar algum mate-

rial em breve?

Marlon - Estamos gravando e devemos estar lan-

çando duas músicas novas nesse mês no nosso

myspace, e o projeto do novo clipe para divulgar

pela internet e se tudo dar certo em breve em um

canal fechado de televisão. Estamos trabalhando

muito e terminando nosso CD, acredito que nos

próximos meses o álbum fica pronto. Estamos

gostando muito dos resultados, estamos muito

otimistas com as gravações.

Heavyrama - Agora falando sobre os shows, é verdade

que a Volúpia vai abrir o show do Theatre of Tragedy?

E n t r e v i s t a

3 2 - H e a v y r a m a

Page 33: Revista Heavyrama #1

Marlon - Ohhh! Com certeza!!! O contrato está

assinado há mais de 3 meses e realizaremos esse

show dia 27 de junho em São Paulo.

Até hoje não estou acreditando, somos mui-

to fãs da banda, tenho todos os CDs originais e

juntamente com o Type O’ Negative, o ‘T.O.T’ é

as nossas maiores influências musicais. Será um

show histórico! E dividir o palco com o Theatre

of Tragedy é algo que arrepia e emociona ; eles

simplesmente criaram essa linha e é a maior lenda

do estilo. Já tem um tempo que temos esse contato

com eles, vai ser ótimo conhecer a banda pessoal-

mente e se divertir um pouco.

Heavyrama - E a respeito das composições da ban-

da, como andam?

Marlon - Composições é um problema para ban-

da! (risos) Não porque falta, mas porque sempre

tenho ideias novas e as musicas surgem do nada,

foi difícil pra gente ter que escolher quais entrari-

am no álbum, tanto que chegou um dia que a ban-

da falou: “Que inspirações que não acabam, hein?

(risos) Pare um pouco de compor já temos músicas

para três CDs!“; então focamos nos clássicos e em

algumas novas e trabalhamos nelas, mas olhando

pelo lado positivo como eles comentaram, acred-

ito que estamos garantindo boas músicas para os

próximos três álbuns.

Heavyrama - Quando será o próximo show da

Volúpia di Baco em Goiânia?

Marlon - Iríamos fazer o lançamento do CD no

Tattoo Rock Festival, mas como vimos que não

daria tempo, e por outros contra tempos nossa

produção achou melhor adiar nossa apresentação

em Goiânia e fazer uma grande festa de lançamen-

to com nossa volta pra casa. Nesse meio tempo já

está confirmado e vamos fazer shows em Minas

Gerais, Brasília e em São Paulo novamente, em

homenagem ao Peter Steele.

Heavyrama - Marlon, Muito obrigado pela entre-

vista! Nós da Heavyrama agradecemos a sua par-

ticipação, tudo de bom pra você e a Volúpia di

Baco. Este espaço é seu pra deixar uma mensagem

final aos leitores.

Marlon - Obrigado pelas energias positivas, desejo

sucesso para Heavyrama e claro muita volúpia na

vida de vocês. ( risos)

Podem sempre contar com todos da família Volú-

pia di Baco. Abraço a todos os leitores!

Volúpia Eterna!!!

H e a v y r a m a - 3 3

E n t r e v i s t a

Page 34: Revista Heavyrama #1

Anúncio: Mande seus desenhos

Page 35: Revista Heavyrama #1
Page 36: Revista Heavyrama #1

Era uma vez um estilo chamado Heavy Metal

E não estamos falando somente do estilo de

música, mas sim de um estilo de vida. E dos

mais legais, por sinal. Tratava-se de amizade, com-

panheirismo, união e principalmente de respeito.

Estamos falando de pessoas simples, bem humo-

radas, de mente aberta, livre de preconceitos e de

preocupações fúteis com assuntos superficiais.

Porém, infelizmente, hoje os tempos são outros e

algo está muito errado: aquela fraternidade não

existe mais. Aquele companheirismo que junta-

mente com o som, cativou a mim e a tantos outros,

sumiu!

O Metal além de fronteiras musicais, concebido

por muitos como uma verdadeira irmandade, é

um tremendo de um movimento cultural que foi

consolidado através de gerações por pessoas dedi-

cadas e verdadeiramente apaixonadas que muito

lutaram contra preconceitos e discriminação.

Hoje o Metal é melhor aceito e está muito mais

acessível a qualquer um do que jamais esteve an-

tes. E sua rebeldia, outrora fruto de questionamen-

tos e do não enquadramento dentro de critérios e

padrões, hoje só existe pra fazer pose.

O Metal dessa geração se tornou um metal de

aparência e o perfil do headbanger (pra não usar

aqui o pejorativo “metaleiro”) atual é de uma pes-

soa completamente egocêntrica, sem o menor res-

peito ou consideração pelos seus Brothers of Metal

ou mesmo pelas bandas que ouve.

É aquela pessoa que faz downloads ilegais indis-

criminadamente sem nenhum peso na consciência

alegando que “cds originais são caros”, mas para-

doxalmente, são capazes de gastar uma fortuna

em determinadas roupas e acessórios cujo o único

propósito é fazer a imagem de “eu sou metal, sou

do mal e tenho estilo”. Pessoas que ao invés de es-

tudarem música ou praticarem algum instrumento,

gastam seu tempo em fóruns virtuais desditosos

relacionados a cena local, com o único objetivo

de carimbar sua presença falando mal de algo/

alguém ou qualquer outra coisa que dê a ela a

oportunidade de expressar o quão foda-inteligente

ela acha que é. E não para por aí. Depois de terem

aparecido bastante nos fóruns e mostrado o quan-

to são “cool”, resolvem dar as caras nos shows e

bares da cena onde se sentem como uma espécie

de celebridade local por serem “conhecidas” no

meio underground de tal cidade. Patético (pra não

dizer deprimente).

Isso sem contar aquelas (muitas) pessoas encren-

queiras que, aparentemente, veem a cena como um

tipo de novelinha de vários personagens e adoram

um bom barraco digno desta. Ou qualquer outra

oportunidade de colecionar em seus currículos o

maior número possível de inimizades e intrigu-

inhas. E o que dizer daquelas que vão à lugares

públicos pra se embebedarem, causam confusão,

tumultos, depredam o lugar e vão embora deix-

ando para trás uma rica miscelânea de lixo pra ser

recolhida? E por último têm aquelas que poderão

ler tudo isso e jamais se tocarem ou admitirem que

se refere a elas.

Por Calebe Alves

O p i n i ã o

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Pergunto: Isso é Metal? Essas são as maduras ati-

tudes de alguém que se diz evoluído, culto e inteli-

gente o suficiente pra escutar algo tão rico, com-

plexo e prolífico como o Heavy Metal? Ou isso

não seria resultado de gente interessada única e

exclusivamente em chamar a atenção se aproveit-

ando de um movimento apenas por ele já ter sido

polêmico?

Quero deixar bem claro que não estou generali-

zando ninguém. Eu sei muito bem que não são

todos assim e tenho a plena consciência de que

pessoas estúpidas existem e sempre existiram aos

montes em todo lugar. Porém pelo menos no met-

al anos atrás, elas compunham a minoria. Infeliz-

mente, por pior que seja admitir, hoje elas são a

regra e a minoria são aqueles que realmente levam

a musica a sério e batalham por ela. E pelo que eu

vejo, essa imensa maioria está fazendo um ótimo

trabalho em tornar cada vez mais merecida a tão

divulgada má fama do Metal.

Mas por que isso acontece?

Por que num meio como o nosso tão amado Met-

al, outrora composto por gente interessante que se

unia pra curti-lo juntos, hoje encontramos quase

que somente pessoas interessadas em curtir o

próprio nariz usando o Metal apenas como meio

pra se promover?

Bom, eu tenho lá minhas teorias. Primeiro sejamos

conscientes de que a inclusão digital já faz parte

da vida de todos. Ninguém encontra barreira al-

guma pra conseguir a discografia ou até mesmo

as tais “raridades” de qualquer banda na grande

rede. Somemos a isso a calamidade dos sites de

relacionamentos e seus efeitos na personalidade

de jovens e adolescentes carentes, inseguros e de-

sesperados por atenção e auto-afirmação.

Redes sociais são territórios férteis praqueles toma-

dos de baixa autoestima assumirem personalidades

idealizadas e viver em um mundo imaginário vir-

tual. E se o indivíduo em questão quer ser comen-

tado e ganhar atenção, assumir uma identidade

headbanger pode trazer vantagens nesse quesito.

Então, o próximo passo é ir moldando suas ati-

tudes (ou editando seu perfil.. huahua) tomando

por base o que ele acredita ser o metal e não o que

realmente é. Querem desesperadamente alimentar

o ego e ter o seu lugar no tão enfadonho rótulo de

“tribo urbana”.

Mas o problema passa a existir quando essa per-

sonalidade resolve dar as caras no mundo real. E o

resultado que temos são pessoas antipáticas, faze-

doras de lixo, encrenqueiras, superficiais, egocên-

tricas e que, por mais mórbido que seja, parecem

se orgulhar bastante disso acreditando estarem no

lugar perfeito para tal. E o que antes nada mais era

do que má fama se torna uma verdade.

“Como são trouxas os metaleiros!” diz quem não

conhece a cena ou o movimento. Muita gente

(incluindo eu) chia ao ouvir tais afirmações, mas

paremos um pouco e pensemos: Será que eles

realmente estão errados?

Estamos falando de um grupo como um todo, não

de uma minoria. São pessoas que querem se or-

gulhar de fazer parte de uma contracultura, mas

são tão (ou mais) alienados quanto qualquer um

daqueles que tanto acusam e protestam. Não me

levem a mal. Eu amo o Metal, mas certas atitudes e

comportamentos desta nova geração às vezes me

deixam com vergonha simplesmente de sair de

casa com alguma camisa de banda.

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O p i n i ã o

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