Revista Heavyrama #1
-
Upload
heavyrama-revista -
Category
Documents
-
view
225 -
download
4
description
Transcript of Revista Heavyrama #1
Editora-chefe
Bia Cardin
Editora-Assistente
Neli Sousa
Editor de resenhas
Hugo O.
Colaboradores nesta edição
Carlos Júnior, Hugo O.,
Paulo Henrique Faria, Artur
Dias,Calebe Alves
Revisão
Bia Cardin, Neli Sousa
Design e Webdesign
Neli Sousa
Fotográfas
Ellen L., Neli Sousa,
Bia Cardin
Edição de Fotos
Pan Yamaguti, Bia Cardin,
Neli sousa
Contatos:
Demorou,mas chegou!
E a HEAVYRAMA foi lançada! Uma ideia que começou somente por amor à
cena,expandiu os seus parâmetros ao longo deste trabalho realizado por poucas
pessoas. Poucas? A cada dia recebemos o apoio das bandas goianienses que cer-
tamente nos ajudaram a prosseguir com a HEAVYRAMA,mesmo com as inúmeras
limitações que encontramos ao longo dessa jornada,mas que certamente serão
superadas nas edições posteriores. Em momentos como este vemos que a nossa
cena tem força e iniciativa de união.
Nesta edição procuramos traçar as origens dos integrantes das bandas citadas e
divulgar o seu trabalho.Nossa revista abre espaço para todas as bandas que se-
jam voltadas ao nosso nobre Metal e àqueles que ajudam a promover essa galera
que se esforça para ter seu trabalho reconhecido.
Encerrando,apenas queremos agradecer a todos! Com o apoio de vocês nossa
tendência será apenas melhorar. HEAVYRAMA, orgulhosamente de Goiânia!
E d i t o r i a l
Alltorment 5
Klasiv 12
Vex Symphony 14
Viscerastika 16
Selvageria 18
Resenha: Esgaroth 20
Resenha: Klasiv 21
I Enconto das Artes Negras 22
Entrevista: Matheus Medeiros 28
Entrevista: Marlon Baco 31
Humor - Hevista Reavyrama 35
Opinião - Era uma vez ... 36
Making Off 38
Í n d i c e
A l l t o r m e n t
6 - H e a v y r a m a
A banda Alltorment, surgiu em 2008 fundada
por Ernando Rodrigues (guitarra/vocal) e
Weyner Henrique (baterista) que tocaram juntos
em outros projetos como a banda Half-tone, fa-
zendo covers de Trivium e Arch Enemy. Depois
de um tempo eles abandonaram o projeto para
montar uma banda que se dedicasse a fazer um
som autoral inspirados em bandas com a pegada
thrash metal oitentista como Metallica e Slayer.
No começo do novo projeto, David Henrique foi
convidado para ser o baterista após Weyner vê-lo
tocando. Com o Power-trio formado, eles inici-
aram os ensaios tocando alguns covers. Quando
começaram a in-vestir nas músicas próprias, a
banda sentiu falta de mais uma guitarra para al-
cançar a sonoridade que cobiçavam, o escolhido
para completar a banda foi Allison Paulineli após
fazer um teste como guitarra solo.
A banda prosseguiu com as composições,
nesta etapa as primeiras músicas foram : Jus-
tice Without Tears, Bring me Peace e This Crime
Doesn’t Need a Name. Então, a banda começou
a construir a sua identidade, agora só faltava um
nome que pudesse definir a proposta do quarteto,
foi então que Weyner propôs o nome Alltorment,
inspirado em uma imagem de sofrimento que viu
na internet e a identificou com as letras compos-
tas pela banda que espelhavam o caos, a injustiça
social e os conflitos internos que atormentam os
seres humanos.
Caracterizados com a proposta de formular um
som pesado que estivesse à altura das letras agres-
H e a v y r a m a - 7
sivas, a banda acrescentou novas influências na
sonoridade Children of Bodom , Lamb of God
e Bloodbath.
Entretanto, neste período a Alltorment sof-
reu alterações na sua formação, devido a di-
vergências musicais David Henrique deixaria
o grupo para seguir a sua carreira de vocalista,
este foi o momento crucial para a formação de-
finitiva do Alltorment. Weyner que até então
só havia tocado baixo nas bandas anteriores,
decide arriscar na bateria, que se tornou o seu
posto fixo. Com o cargo de baixista vago, eles
precisavam encontrar alguém que estivesse no
nível do resto dos integrantes, então Leonan
Costa que na época tinha um projeto country em
que era vocalista e tocava violão, foi chamado
pelo amigo Ernando para um teste no Alltor-
ment, ele se destacou e foi ativado no posto de
baixista, além de assumir os backing vocals.
Ao estabelecer a formação a banda pôde focar
nos trabalhos posteriores, o primeiro resultado foi
a música Vengeance . Desta maneira, finalmente
começaram a realizar uma sequência de shows
em eventos no Capim Pub, Remanescentes, DCE
da PUC e em Anápolis. No momento, eles estão
gravando seu primeiro EP intitulado “The End of
Peace Season” que será lançado no segundo se-
mestre deste ano e contará com as músicas da
antiga e da nova formação, são elas: redruM,
Covered Eyes ,Vengeance e Bring me Peace , que
condensam todo o ódio, dor e desprezo do metal
impactante desta banda goianiense .
A l l t o r m e n t
8 - H e a v y r a m a
bom show. O resultado foi muito bom, tivemos
uma ótima receptividade.
Ernando - Realmente foi uma ótima recepção da
galera, víamos muitas pessoas naquele dia que
não estavam botando muita fé na banda e que
depois do show vieram nos cumprimentar dizen-
do que tinha sido um bom show, foi ótimo ver
que depois de tanto tempo ensaiando e compon-
do tivemos um show de estreia que compensou
o esforço.
Heavyrama - Como está sendo a relação de vocês
com o público? Vocês têm recebido um retorno
positivo?
Allisson - Está sendo ótima a relação. A cada
show vemos pessoas novas, que interagem como
A Alltorment é uma das bandas da nova geração
do metal goianiense e vem surpreendendo
com o som inspirado no thrash metal misturado
com a peculiaridade de cada influência dos inte-
grantes.Diante a vivência no mundo musical,os in-
tegrantes Ernando Rodrigues, Weyner Henrique e
Allison Paulineli comentam sobre o cena do Heavy
Metal em Goiânia e os futuros planos da banda.
HEAVYRAMA - A Alltorment está no cenário un-
derground desde 2008. Como foi a experiência
do primeiro show em Goiânia?
Allisson - Confesso que foi melhor que o es-
perado. Foi um show no Remanescentes Under-
ground, e muita gente não tinha ouvido falar de
nós. Apesar do nervosismo, acho que fizemos um
Ernando Rodrigues Allison Paulineli
A l l t o r m e n t
H e a v y r a m a - 9
se já conhecessem a banda há tempos, e também
pessoas que já havíamos visto em shows de out-
ras bandas, comuns na cena, que nos assistem e
gostam do que veem, isso é muito bom.
Heavyrama - Ultimamente o underground goi-
aniense tem recebido muitas críticas sobre a
qualidade do equipamento de som e da organ-
ização dos shows em geral. Qual a opinião de
vocês sobre isso?
Ernando - Tivemos problemas com equipamen-
tos em alguns shows, e sabemos que pode ser
um problema para as bandas, principalmente
para bandas que estão começando, porque se
alguém que nunca viu a banda, vai no evento,
chega no local do show, o equipamento é ruim,
consequentemente o público não vai conhecer o
verdadeiro om da banda que está apresentando e
pode acabar criando uma má impressão da banda
ou uma má impressão do organizador do evento.
Acho que bons equipamentos dão retorno tanto
para a banda quanto para quem o está organizan-
do.Weyner - Tem o fato também de muito cara
organizando show por aí, gastando dinheiro pra
fazer um lance massa e na hora de jogar o valor
no ingresso ninguém anima de pagar, aí o públi-
co fala muito mal depois mete o cacete, isso é
chato porque muitos não reconhecem o trabalho
dos organizadores.
Allisson - E realmente fica difícil para os organi-
zadores realizarem eventos cobrando bilheteria
acessível a todos. Alguns conseguem, como já
Leonan Costa Weyner Henrique
A l l t o r m e n t
1 0 - H e a v y r a m a
presenciamos, mas às vezes ganham prejuízo.
Heavyrama - Outro fato muito discutido é a falta
de remuneração pras bandas. Hoje existem organi-
zadores dispostos a pagar as bandas, outros sequer
cumprem o acordo proposto. Vocês já passaram por
uma situação semelhante?
Ernando - Recentemente fomos convidados para par-
ticipar de um evento onde haveria uma espécie de
remuneração, onde a mesma seria conseguida a par-
tir da venda de ingressos para o evento em que parte
seria para o organizador a outra parte seria destinada
as bandas. Achei interessante a ideia pelo fato de
que organizador e banda saem ganhando com isso.
Heavyrama - Vocês ,além de banda também partici-
pam do meio do metal como público. Que melhorias
acham que poderiam ser feitas para o nosso cenário?
Ernando - Acho para que nosso cenário melhore pre-
cisamos que cada vez mais as bandas e o público de
Goiânia deem força para a cena. Goiânia tem mui-
tas bandas com potencial e profissiona-lismo, que
tem um trampo massa, mas tem gente que ainda não
paga pra ver uma banda nova.
Weyner - Precisamos também cada vez mais da ded-
icação dos organizadores para produzirem eventos
de qualidade, aí entra novamente o apoio da galera.
Um evento com bons equipamentos de som e ilumi-
nação não sai barato, se as pessoas não apoiarem, os
organizadores acabarão por optar por uma produção
meia-boca mas com uma entrada mais em conta.
Ernando - Ultimamente já podemos ver que está
crescendo o número de pessoas que estão apoian-
do cada vez mais a cena e creio que tendência é só
crescer. Isso é gratificante tanto para as bandas como
para os organizadores de shows.
Fotos de shows cedidas pelo Alltorment
A l l t o r m e n t
H e a v y r a m a - 1 1
Heavyrama - Além do EP “The End of Peace Season”
que está saindo do forno no próximo semestre, quais
são os planos do Alltorment para o futuro?
Allisson - Queremos agora divulgar nosso som,
mostrar qual é a proposta do Alltorment através
dessas 4 faixas. Para o futuro, queremos lançar
nosso debut, pois muitas faixas que gostaríamos
de ter gravado acabaram ficando de fora.
Heavyrama - E pra encerrar, alguma consideração
final para os nossos leitores?
Allisson - Primeiramente, parabéns à equipe do
Heavyrama pela organização. Essa vai ser uma
ótima maneira de mostrar a força do nosso under-
ground. Aos leitores, espero que essa matéria te-
nha mostrado a vocês um pouco do que é o Alltor-
ment. “O fim da temporada de paz” está aí, bem
próximo (rs). Obrigado.
Alltorment indica:Ernando - Vocal/ GuitarraScania (DF) www.myspace.com/scaniametalHypnotica (GO) www.myspace.com/hypnoticabr
Weyner - BateriaRessonância M. GO) www.myspace.com/ressonanciamorficaVincario (ANP) www.myspace.com/vincarothrash
Allisson - GuitarraDeadly Curse (GO) www.myspace.com/deadlycurseOld Place (GO) www.myspace.com/oldplacebr
Leonan - BaixoBruto (DF) www.myspace.com/brutodfWarlikke (Ap. de Gyn) www.myspace.com/warlikke
Passa o Trono
Com a intenção de produzir um Heavy Metal de qualidade unindo peso e melodia, através do lema: inconformismo e atitude, ação e reflexão, os músicos e compositores Rafael Muniz
e Karliene Araújo, deram vida à banda KLASIV na virada de 2009 para 2010.
K l a s i v
1 2 - H e a v y r a m a
Texto : Carlos Júnior/ Foto cedida pelo Klasiv.
A banda é composta por uma mistura perfeita:
experiência e juventude. À frente da banda,
no vocal, está Karliene Araújo que aos 23 anos
é produtora executiva e mesmo com a pouca
idade,tem um currículo de fazer inveja a muitos
veteranos. A vocalista iniciou suas atividades mu-
sicais aos 10 anos com aulas de piano, flauta doce
e teoria musical, em 2001 integrou na Banda Mar-
cial Lígia Rebelo, ingressou no curso de Educação
Musical na UFG e começou a fazer aulas de violão
erudito, sua primeira experiência como vocalista
ocorreu na banda de hard rock Performance em
2002 foi vocalista também da banda de heavy
metal Hypnotic Morfine em 2008, atuou também
como tecladista na banda Kadrya e nas bandas de
Black metal Litost (2003) e Uraeus (2004), além de
ter passado pelo baixo da banda Satannica (2006).
Nas guitarras a banda conta com o talento de
Ingrid Lobo, aluna do curso de guitarra da Uni-
versidade Federal de Goiás, e com Rafael Muniz,
que além de compor, produzir e gravar canções
e trilhas sonoras atua como educador musical na
Escola Batista de Musica e Arte. Rafael já atuou
em diversas áreas da música, foi violinista da Or-
questra Jovem da Educação, cantor do grupo mu-
sical Intermezzo, tecladista das bandas Euphony
e Symphonic Tragedy, além de ter sido Assessor
de Direção técnica na Orquestra sinfônica de
Goiânia e engenheiro de som do estúdio escola
da UFG.
No baixo, Huglevison Pinheiro e na bateria Wash-
ington Micena, que é baterista há 20 anos e já teve
o prazer de tocar com grandes nomes da música
brasileira como Zeca Baleiro, Marciano Mendes
da dupla João Mineiro e Marciano, a banda P.O.
BOX e com o “quase famoso” Dhomini, ex-BBB.
Klasiv subiu ao palco pela primeira vez no dia 13
de Março de 2010, no festival Heavy Metal na
Veia, onde contou com a participação especial de
Marlon Baco e Allyson Voluptus (ambos da banda
Volúpia di Baco).
Com a influência das bandas Black Sabbath,
Kamelot, Kreator, Arch Enemy, After Forever e
Symphony X, a banda traz em suas composições
questões de cunho social, trazendo os contrastes
e paradoxos que vivemos em nossa sociedade e o
papel social de cada indivíduo.
Atualmente trabalha na divulgação de seu
primeiro lançamento o CD-Demo “Borning”, que
contêm quatro faixas:
1 - Sistema (uma crítica ao sistema monetário e ao pacto social no qual estamos inseridos, foi inspirada através do documentário Zeitgeist II – Addendum).
2 - Mudanças (que traz uma reflexão sobre um momento de crise da consciência).
3 - Fuga Irreal (uma analogia ao cotidiano, às dificul-dades, frustrações, desafios, ilusões).
4 - Mad Hunter (reflete a ambição sempre almejada por todos, mas quase nunca suprida levando-nos à inconformi-
dade).
Mesmo no momento de divulgação de Borning, a
banda promete para setembro seu EP “Growing”,
além de preparar uma homenagem especial aos
40 anos do Black Sabbath, show que ocorrerá no
dia 08 de julho de 2010 no Esconderijo, e trará
ainda uma homenagem (in memorian) a Ronnie
James Dio.
K l a s i v
H e a v y r a m a - 1 3
Ve x S y m p h o n y
1 1 - H e a v y r a m a
Ve x S y m p h o n y
1 4 - H e a v y r a m a
A Vex Symphony foi criada 2005, em Goiânia,
pelos irmãos Rafael Quirino (guitarra) e An-
dré Quirino (Teclados). Inicialmente o estilo era
metal melódico, mas com o passar dos anos o
Progressive Metal predominou no som banda por
explorar a complexidade e o virtuosismo.
A banda começou a ganhar destaque na sua seg-
unda formação em 2009, quando entraram os novos
integrantes: Bruno Vinícius (baixo) foi chamado pra
se juntar à banda por Rafel Quirino, Murilo Morais
(ex- Imperia Quendi) assumiu os vocais depois de ser
apresentado ao guitarrista por Bruno e Diogo Sertão
na bateria, completou a Vex Symphony.
Com a nova formação definida, partiram pra
fazer uma série de shows em Goiânia e Anápolis.
Eles participaram de alguns festivais importantes da
cena metálica,no Remanescentes Underground,
no DCE da PUC, Esconderijo bar e recentemente
abriram o show da banda brasiliense, Khallice no
Bolshoi Pub.
A Vex Symphony é uma das poucas bandas de
prog metal goianiense. E buscam executar com fi-
delidade os covers do Symphony X, Dream Theater
e Angra; todas destacando a virtuose instrumental
dos integrantes, além do vocal vigoroso e rasgado
de seu vocalista.
Atualmente a banda está em estúdio, gravando
seu primeiro CD ainda sem nome e com data pre-
vista pra sair no final do ano.
Texto : Paulo Henrique Faria / Fotos cedidas pela Vex Symphony
1 1 - H e a v y r a m a
V e x S y m p h o n y
H e a v y r a m a - 1 5
Os membros da Vex Symphony têm diversas influências : Murilo (vocal) – seu vocal é influenciado por
Nando Fernandes, Russel Allen, Dio, Ripper Ow-
ens, André Matos, Jørn Lande e Bruce Dickinson.
É ex-vocalista da banda de Power Metal Imperia
Quendi, e já fez participação no workshop de Edu
Falaschi em 2008.
Bruno (baixo) – tem como influência os baixis-
tas Victor Wooten, Zuzo, Felipe Andreoli, Bil-
ly Sheehan, John Myung, Thomas Miller, e os
clássicos Paganini e Beethoven. Já passou pe-
las bandas Fair War e Mentecaptos (Heavy
Metal) e a banda de White Metal Levitikus.
Rafael (guitarra) – Seus guitarristas preferidos são
Malmsteen, Kiko Loureiro, Michael Romeo e John
Petrucci; além disso ele têm forte influência de
música clássica, pois além da guitarra, toca violi-
no e piano desde os seis anos. Já tocou no início
da Hypnotica.
André (teclados) – Influenciado pelos tecladistas
Jordan Rudess e Janne Wirman, além de muita
música clássica (Chopin, Bach e Mozart) e piano
erudito. Assim como seu irmão, também tocou no
Hypnotica.
Diogo (bateria) – Seus bateras prediletos são Jason Rullo,
Mike Terrana, Mike Portnoy e Aquiles Priester. Tocou na
banda Symphonic Tragedy e com o grande guitarrista
goiano Abóbora, cover do Malmsteen.
V i s c e r a s t i k a
1 1 - H e a v y r a m a
V i s c e r a s t i k a
1 6 - H e a v y r a m a
cado com Neyl e Victor em um projeto anterior nomeado Sangria. A banda iniciou seus shows na DCE-PUC (evento Aparecida Metal Fest),Remanescentes Underground, Esconderijo Cervejaria (Junto com Megadeth Cover) e Anápolis(festival Trash ‘Till Death),tocando covers e músicas de sua autoria. Atualmente, eles têm planos para gravar a primei-ra Demo ainda neste ano mas sem data definida.
O nome “Viscerastiko”
Em uma conversa com um amigo,Stuart cogi-tou a possibilidade de dar o nome “Vicerática” à banda, baseado em um jogo de RPG, o nome não foi aceito a princípio. Ao desenhar o logotipo ao som de Carcass , Stuart teve a ideia de acrescentar a sonoridade do “S” em uma parte do nome que se tornaria “Vísceras”, e depois o “K” foi adicionado para desvincular definitivamente o nome da ban-da com o RPG. “Eu costumo dizer que significa algo bom, fodástico, ou melhor: VISCERASTIKO “ - Ronnie Stuart.
Tivemos um bate-papo rápido com os inte-grantes do Viscerastika sobre a o trabalho da
Unidos pela paixão ao thrash metal,a Visceras-tika emergiu inspirada em King Diamond
, Slayer, Judas Priest e outros grandes ícones do thrash/death. A banda nascida em dezembro de 2008 , surgiu da junção entre os amigos, Márcio (baixista) , Victor (guitarra) que teve passagem pela banda Hangar 18, Sylvio (vocal) que passou nas bandas goianienses Symphonic Tragedy e Indecent Flowers e na terra brasiliense participou das ban-das Never Die, Flight Of Iron (Iron Maiden Cover), Amonicide e Intoxicated (atual BlackSkull) . Para completar a banda, Victor chamou seu primo Neyl para assumir a outra guitarra e Gean, (integrante da Maldição), para o posto de bate-rista. Porém, devido à alguns contratempos, Gean sai da banda dando o cargo a Ronnie Stuart(ex-Dark Ages) em janeiro de 2010,que já havia to-
Texto e fotos : Bia Cardin
O baixista não pôde comparecer neste dia
H e a v y r a m a - 1 1
V i s c e r a s t i k a
H e a v y r a m a - 1 7
banda. Confiram:
Heavyrama - Quantas músicas a Viscerastika produziu até agora? Victor - Até o momento temos 4 composições prontas: Obscenity Sight, A Hundred Candles, Misantropic Thought e Every Drop of Blood, e temos várias outras que estamos já trabalhando para apresentações.
Heavyrama - A Viscerastika começou a compor somente nesta última formação?
Victor - Não. As composições musicais sempre foram por parte do Neyl, já tinhamos o esboço da Obscenity Sight e das outras depois que a banda ficou completa. Dizemos que o Neyl faz o esqueleto e os demais a encorpam (risos) mas os integrantes já tinham experiência em com-posição nas bandas antigas que tocavam.
Sylvio - As músicas atuais já haviam sido com-postas a algum tempo pelo Neyl, Exceto “A Hundred Candles” que foi composta após a for-mação da banda. Assim que a banda foi formada, já começamos a trabalhá-las em conjunto. Mas sempre demos prioridade a músicas próprias. Além disso,estamos juntos desde o primeiro mo-mento que todos se esbarraram,somente o Stuart entrou depois e assim que nos vimos foi química total,eu sabia que ele era o cara ideal e perfeito para se trabalhar.
Heavyrama - As letras abordam quais temas?
Sylvio - Violência, ocultismo, horror, psicopatia e caos.
Suart - Apesar de mostrar temas como as que o Sylvio citou,temos uma preocupação nas nos-sas letras de não defender opiniões nem levantar bandeira de nada, então você nunca irá encontrar nas nossas letras algo como “o capeta é nosso mes-tre” ou “vamos fazer a revolução”, achamos que as pessoas são livres pra pensar por si mesmas e decidir pra elas o que é bom ou não. Apenas fala-mos do que existe por aí. Ou não (risos).A letra que eu escrevi por exemplo, Every Drop of Blood, é baseada num filme do Clive Barker chamado Hell-raiser, que é cultuado por muita gente.
Heavyrama - Vocês pretendem lançar um mate-rial neste ano. Que músicas fariam parte deste material?
Neyl - Com certeza três musicas, Obscenity Sight, Misantropic Thougths, Every Drop of Blood. Mas ainda pode ser que entre alguma nova até lá.
Heavyrama - Algum show marcado ainda para este ano?
Stuart - Estamos vendo a possibilidade de tocar no Brutal Fest desse ano, vamo ver o que que vira.
Heavyrama - Gostariam de encerrar com algum recado?
Stuart - Gostaríamos de agradecer a vocês da HEAVYRAMA pelo apoio, não só a gente, mas à todas as bandas novas e veteranas e à cena un-derground goiana geral. Estava precisando mesmo de um meio de divulgação e incentivo massa, e no que precisarem, nós da ViscerastikA estaremos sempre a disposição. Muito obrigado mesmo.
A Selvageria está na ativa desde 2005 , iniciada
pelo ex-integrante da banda, Dannilo
Pitaluga (guitarra/vocal) , na época acompanhado
por Augusto Alves (guitarra), Johannan Souza
(baixo e backing vocal) e Lucas Ribeiro (bateria).
Desde o surgimento a Selvageria, passou por duas
formações. Devido ao desfalque com a saída de
Dannilo Pitaluga e Lucas Ribeiro, a banda ficou
inativa por dois anos até encontrar integrantes que
pudessem prosseguir com o seu som de nascença:
o puro thrash metal.
O primeiro a se juntar à banda foi o baterista
João Vitor (ex- Anti-Dopping) indicado pelo irmão
que era amigo de Augusto Alves. Apenas em 2009
entraria o guitarrista e backing vocal Guilherme
Pitaluga. Com a saída de Johannan Souza ,quem
assumiu o baixo foi Wesley Rodrigues, indicado
pelo integrante do Viscerastika, Neyl .
A Selvageria tem fortes influências de Metallica,
Pantera, Trivium e bandas brazucas como Sarcóf-
ago e Dark Ages , essas sonoridades combinadas
certamente fariam jus ao nome da banda que
refere-se à bestialidade dos ícones do thrash metal.
Desde a primeira formação a banda toca covers de
Metallica e Megadeth, além das músicas próprias.
No momento há quatro músicas prontas: The
Cross of the Sword, DC prisoners , Thrash Revo-
lution e Muthantes e mais quatro sendo compos-
S e l v a g e r i a
1 8 - H e a v y r a m a
Texto : Bia Cardin / Fotos: Neli Sousa
tas. As letras são focadas em temas de discussões
sócio-políticas e outros assuntos mais subjetivos.
Diferente do artifício usado por muitas bandas
atuais, o vocal Augusto Alves segue a linha lim-
pa e acompanha o ritmo feroz dos integrantes
restantes.
A banda já carimbou diversos locais com a
sua presença desde o ano passado em festivais
no DCE da Católica, Capim Pub, Remanescentes
Underground , Quintal do Bibi (Birita Rock & Ati-
tude) e em julho eles se apresentarão no grande
evento Under Metal Fest, no Circo Laheto .
Além dos shows frequentes , a banda está pre-
parando a gravação da Demo ainda sem título,
que terá as músicas que já são conhecidas do
público. O lançamento da Demo e do Myspace
da banda serão simultâneos, agora resta esperar
o material na qualidade equivalente do som ao
vivo.
Origem da “Selvageria”
Augusto Alves – Aficionado pela guitarra desde os 15 anos, estudou guitarra seriamente para alcançar o nível de seus ídolos. Atualmente aos 23 , é professor de guitarra na Allegro espaço musical.
Guilherme Pitaluga - Teve contato com o rock aos 12 anos ao ganhar um CD do Creedence de seu pai, aos 16 apren-deu a tocar violão sozinho e depois iniciou as aulas de guitarra com o ex-Selvageria, Dannilo Pitaluga.
João Vitor - Toca bateria desde os 14 anos , atualmente com 21 , ele teve passagem na banda Anti-dopping antes de se tornar o atual baterista do Selvageria.
Wesley Rodrigues - Inspirado por Cliff Burton a tocar baixo,iniciou a carreira com 20 anos, atualmente com 31 , já teve passagem nas bandas Hangar 18, Sangria e Cavalo de Tróia.
S e l v a g e r i a
H e a v y r a m a - 1 9
Augusto Alves
Guilherme Pitaluga
João Vitor
Wesley Rodrigues
Texto : Hugo O.
¹ Isso não foi um erro de digitação, vengeance (e não ven-gence) é a grafia correta para vingança.
faixas, se melhor gravada teria um grande poten-
cial. Ela se inicia com uma fusão de vocais, um ras-
gado outro grave, que entremeia os riffs opacos de
guitarra. A melodicidade de Ferisulfr só aumenta
a confusão entre os sons dos instrumentos. A ba-
teria de Berion parece disputar espaço por alguns
instantes e seus blast beats se comparam a batidas
de dedo em uma lata de tinta. Quanto ao baixo
de Doom, imagino que siga a mesma linha que a
guitarra, numa tentativa de imprimir peso, porém
este nem é notável.
Ao ouvir a demo, são quatro as impressões pos-
síveis: 1) eles fazem esse som de propósito como
forma de não ceder ao Mainstreaming, 2) os músi-
cos não têm entrosamento e ensaiaram pouco an-
tes de gravar as músicas, 3) não tinham condições
financeiras de arcar com as despesas de uma boa
gravação num estúdio razoável ou 4) eles são mui-
to ruins e devem desistir de tocar. Prefiro imaginar
que é uma mistura da primeira e segunda opção,
movida por um impulso punk de que qualquer
pessoa pode montar uma banda. Gostaria muito
que eles se organizassem e, de fato, calassem min-
ha boca com ótimas músicas.
Leitores, caso queiram apreciar a música Higher
Spiritually (For God Vengence), ela está disponível
no myspace de Esgaroth.
Line-up:
Kerak Troyll - (voz)
Belial Asmodeus - (Guitarra)
Fenrir Bhrams - (Keyboards)
Berion Yriskele - (Bateria)
Agares Nosferatu (Baixo)http://www.myspace.com/thetrueesgaroth
Balbúrdia melódica
Como Gorgoroth e diversas bandas de todo o
mundo, Esgaroth extraiu seu nome das histórias
de J.R.R. Tolkien, inspirador de magia e batalhas
medievais. A horda, em sua demo entitulada The
Return to the Infernal Fields, é composta por High-
er Spiritually (For God Vengence¹), Legions Fight
For The Conquer e Eternal War, respectivamente,
além de uma introdução feita em teclado anexada
a primeira faixa. Kerak Troyll (vocal), Belial As-
modeus (guitarra), Doom Agares (baixo), Ferisulfr
(teclado) e Berion Yriskele (bateria), compunham a
banda na época do lançamento, cuja data não foi
informada.
A parte da introdução é a única que tem o mín-
imo de organização, pois nas outras canções os
sons se confundem e formam um zumbido nada
agradável. Higher Spiritually, a melhor das três
R e s e n h a - E s g a r o t h - S P
2 0 - H e a v y r a m a
Texto : Artur Dias
os headbangers quando o assunto é a mistura de
música pesada e o bom e velho português. Dentro
dessa perspectiva,a Klasiv realiza uma audaciosa
proposta de HM cantado em português. Entretanto,
em algumas partes da produção parecia não haver
letra suficiente para linha vocal. Em outros momen-
tos percebe-se justamente o contrário. A relação
entre os versos e a melodia criada pela vocalista
Karliene Araújo não agrada, mesmo que ela se mos-
tre bastante competente, e o ponto em questão se
repete nas três primeiras faixas, justamente as que
estão em português. Talvez falte ainda alguma fa-
miliaridade para que se consiga realizar um bom
casamento entre ambos.
O destaque vai para a última música, “ Mad
Hunter”. Com uma introdução que lembra mui-
to o Iron Maiden dos bons tempos e um refrão
cativante,a canção ressalta o potencial de Karliene.
Sem se prender ao clichê “mulher-no-metal-tem-
que-cantar-lírico”, ela mostra muita personalidade
e técnica.
Concluindo,“Borning” mostra uma banda com
bastante potencial, músicos competentes e com
um diferencial entre os conjuntos da cena under-
ground goianiense, mais focadas em outros estilos.
Contudo ainda há um bom caminho a se trilhar e
é necessário amadurecer nas letras e nas linhas vo-
cais em português para que elas acompanhem o efi-
ciente instrumental.
Line-up:
Karliene Araújo (voz)
Rafael Muniz (Guitarra)
Huglevison Pinheiro (Baixo)
Ivan Vieira (Bateria)
http://www.myspace.com/klasiv
HM em português
Em 2010 a banda Klasiv lança sua primeira
demo entitulada Borning, gravada no estúdio RM
Produção Musical e produzida pelo guitarrista da
mesma,Rafael Muniz. Nesse contexto,Klasiv apre-
senta ao público goianiense um Heavy Metal (HM)
tradicional, que se utiliza de influências diversas
que vão do progressivo ao gótico. As estruturas
das músicas são bem elaboradas, de forma que a
transição entre as partes mais rápidas e os trechos
mais cadenciados soe natural e necessária, “sem
gorduras”. Outro ponto que chama atenção é a pre-
sença de nuances árabes nas faixas “Mudanças” e
”Fuga Irreal”. Os solos de guitarra são simples, mas
harmoniosos, dispensando as firulas desnecessárias
e indo direto ao ponto.
Talvez por um louvor exacerbado à língua in-
glesa e/ou por uma supervalorização das bandas
estrangeiras, tenha-se estabelecido um tabu entre
R e s e n h a - K l a s i v - G O
H e a v y r a m a - 2 1
I Encontro das Artes Negras
Sábado, 22 de maio, dezessete horas, salão do
DCE da Pontifícia Universidade Católica de
Goiás. Um paradoxo, já que o que estava para ac-
ontecer nessa data, hora e local era o I Encontro
das Artes Negras, promovido por Alysson Drakkar,
vocalista, baterista e compositor da banda Luxúria
de Lillith.
O evento contava, inicialmente, com a par-
ticipação de sete bandas, Black Angel (PERU),
Radamathys (DF), Esgaroth (SP), Opus Inferii (MS),
Warlikke (GO), Imperius Profanus (GO) e Lúxuria
de Lillith (GO), porém foi contemplado por apenas
cinco delas, pois Opus Inferii e Imperius Profanus
não compareceram.
Devido aos atrasos inerentes a quaisquer organi-
zações e apresentações, nossa equipe chegou uma
hora e meia mais tarde em relação ao horário mar-
cado, com o objetivo de pular a etapa de espera.
Não foi o que aconteceu. Ao virarmos a esquina
do DCE esperávamos ouvir já algum barulho e
movimentação, entretanto, às exatas 18h30, havia
no local, apenas cinco almas embebedadas, além
de ambulante vendendo comida e bebida.
Nossa primeira impressão é que o espetáculo tin-
ha sido mal divulgado, mas ao falar com Megaira,
baixista da Luxúria de Lillith, soubemos que “ape-
sar dos esforços para fazer uma boa divulgação,
o boca-a-boca ‘queima o filme’ dos eventos de
Black Metal na cidade”, disse. Segundo ela, a
maioria das pessoas não aprecia o estilo e, igno-
rantes, desestimulam seus amigos e conhecidos a
comparecerem nos eventos de arte negra.
2 2 - H e a v y r a m a
I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s
Texto e fotos : Hugo O.
DCEO local, conhecido por ser quente e apertado
estava – desta vez – arejado. As portas que dão
acesso à Área II da PUC-Goiás estavam abertas, no
entanto, bloqueadas por seguranças, o que, cer-
tamente, garantiu certo conforto aos presentes. O
teto de isopor e a falta de abafadores sonoros eram
fatores de risco para a continuidade do evento,
caso o Corpo de Bombeiros e/ou a Agência Mu-
nicipal do Meio Ambiente (AMMA) tivessem sido
informados.
O palco é pequeno, mas comportou bem os instru-
mentos, equipamentos e os integrantes, além da
mesa de controle do som. O camarim, do taman-
ho de uma despensa abrigava apetrechos, como
coturnos, tubos de tinta corporal, instrumentos,
malas, camisetas e CDs.
A parte de fora do prédio, um corredor ladeado
por um jardim de plantas pequenas, servia de sala
de espera para os espectadores, que durante o lon-
go período de atraso consumiam bebidas, cigarros
e galinhada. Há comentários de que esse atraso
foi estratégico para compensar com vendas o des-
falque dos apreciadores.
WarlikkeCom quatro horas e trinta minutos de atraso e com
uma platéia de cerca de 60 pessoas, as apresen-
tações tem início. A primeira banda a subir no pal-
co foi Warlikke, de Aparecida de Goiânia. Com
um som inspirado pela banda Norte-Americana
Cannibal Corpse, fez muito barulho com riffs rápi-
dos e contagiantes de guitarra e os pedais duplos
de Roberto. Os integrantes mostravam boa-vonta-
de, pois tocavam com muita energia, fazendo com
que a platéia reagisse, à seu modo, com sossega-
das batidas de cabeça e mãos chifradas. A quie-
tude dos espectadores era de se esperar já que esse
público tende a ser mais sério e misantropo.
Os vocais, Hugo e Roberto, que também é bateris-
ta, deixaram a desejar. Como em outras bandas de
Brutal Death Metal a combinação de dois vocais
consegue passar muito melhor a agressividade e
maldade das letras. Porém, nesse caso, sem des-
merecer ninguém, os vocalistas deveriam se dedi-
car a aulas de canto e ao aquecimento das cordas
vocais, com o intuito de completar a parte instru-
mental da banda, que é muito boa.
RadamathysApós um intervalo de 15 minutos, às 22h20 começa
a apresentação da banda brasiliense Radamathys.
O nome pode ter origem na mitologia Grega, em
que Radamanthys ou Radamatos, filho de Zeus e
Europa, era um dos juízes de Hades.
H e a v y r a m a - 2 3
I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s
Warlikke fica responsável por esquentar o público
Deixando a história de lado, a banda foi a primei-
ra da noite a aparecer vestida à caráter. Coturnos,
spikes, corpse paint, artigos em couro, crucifixos
e pentagramas invertidos compunham o traje dos
músicos, que tocaram sete músicas, das quais cin-
co são extremamente boas, apesar de repetitivas.
Eis a lista das músicas tocadas no encontro:
1. A Semente do Mal
2. Radamathys
3. Profanos Tormentos
4. A mando de Satã
5. Culto Negro
6. Ritual Blasfêmico
7.Cemitério Maldito
Com um vocal que lembra um pouco Abbath, da
Immortal, Lord Vultures dá início à apresentação
grunhindo “Nós viemos a mando de Satã!”. Essa
afirmação fez o público quieto se manifestar com
gritos de cunho religioso e saudações.
As músicas tinham uma melodia alegre, ao con-
trário de muitas bandas do estilo, que pregam
suicídio e depressão em suas letras. Seus riffs de
guitarra eram acompanhados pelo baixo, que im-
primia peso ao som. Esses, contagiantes, fizeram
com que os espectadores agitassem seus corpos
segundo suas batidas, enquanto Maleficus, bater-
ista, abusava de blast beats e pedais duplos. Os gu-
turais de Lord Vultures, em português, são ótimos,
porém vez ou outra, ele se arriscava a fazer canto
lírico, que não deu certo. Cantar em nossa língua
surtiu um efeito esperado, parte dos espectadores
cantou suas músicas.
Melodias encorpadas pelo uso de treble picking,
recurso musical que consiste em acertar com a
palheta duas cordas ao mesmo tempo, caracterís-
tica do estilo, aludiam canções dos tempos de an-
cestrais pagãos.
Na sexta música, Ritual Blasfêmico, como nas
outras, muita quebradeira tanto da parte da pla-
téia, quanto dos integrantes que balançavam seus
instrumentos no ar, porém, uma quebra de com-
passo fez a diferença. Num momento que todos já
estavam acostumados com canções de melodias
parecidas, todos os instrumentos, exceto o baixo,
pararam. Nessa hora, apenas os seguranças não
bateram suas cabeças.
Luxúria de LillithA horda do organizador do evento, Alysson, mais
conhecido como Drakkar (vocal), sobe ao palco às
23h16 com a formação: Megaira (baixo), Larakna,
Osculum (bateria), além do líder da banda. A apre-
sentação se inicia com um prelúdio bem elabo-
rado que não consta na playlist do novo trabalho
2 4 - H e a v y r a m a
I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s
Radamathys : a melodia das trevas
entitulado Sucumbidos pela Carne, lançado em 2009.
O repertório da banda consistia numa mistura de
canções tanto do novo álbum quanto do penúl-
timo, A Volúpia Infernal. Das 11 músicas toca-
das, cinco se destacam, são elas: Dia da Heresia,
Profanos Beijos de Sangue, Remorsos, Delírios de
Uma Orgia Noturna e Naciturus.
A velocidade das músicas é algo que chama a aten-
ção e Osculum, muito rápido e técnico, sem dúvi-
das é o maior responsável por isso. Porém, os riffs
de Larakna, acompanhados pelo peso do baixo de
Megaira, não fizeram a platéia, antes de zumbis,
se mexer e balançar suas cabeças violentamente
em direção ao chão. Drakkar, um dos melhores
vocalistas da noite, também tem uma presença
de palco contagiante, fator que contou para que
Luxúria de Lillith tivesse um dos melhores desem-
penhos da noite.
EsgarothA banda paulistana de Black Metal Melódica foi
H e a v y r a m a - 2 5
recebida com muito respeito pelos espectadores,
principalmente pela tradição que tem o estado
de concentrar bandas conhecidas internacional-
mente, como Korzus, por exemplo.
A horda se apresenta com spikes à vontade, corpse
paint preta, branca e vermelha (para dar impressão
de que é sangue), portando além de uma garrafa
de uísque, uma caveira de bode, o que é bem cli-
chê.
Aos toques da primeira música o som do teclado
se misturava com o som dos diversos instrumen-
tos, produzindo um ruído nada harmônico e que
inspira desorganização. Por isso, apesar de os in-
tegrantes serem amigáveis e receptivos, cerca de
metade dos ouvintes deixaram a sala em direção
ao jardim, para esperar que as cinco músicas pas-
sassem.
A falha pode não ser somente da Esgaroth, mas
também do equipamento de som e da acústica do
local que não são adequadas para apresentações
melódicas, que devem ser claras e harmônicas.
Mas com o complô formado pelos responsáveis
pelo Martim Cererê (por incrível que pareça, um
I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s
Drakkar : um dos ícones do Black Metal goianiense
Kerak Troyll faz performance mas o show não surpreende
*Alusão a Galder, guitarrista da banda norueguesa de Black Metal, Dimmu Borgir
Quando os artistas retiraram seus equipamentos e rumaram para o camarim apertado, todos se dis-persaram para fazer comentários sobre o que tin-ham visto e ouvido, pensando que o I Encontro das Artes Negras chegava ao fim. Mas, para grande surpresa de todos, eles voltaram para tocar uma úl-tima música. O baterista pediu de volta as baque-tas que havia jogado ao público para que pudesse tocar novamente. Ao fim da música, os artistas se reuniram no palco e receberam pela segunda vez
os aplausos dos espectadores.Com pouca gente, equipamento sonoro ruim, lo-cal pequeno e sem recursos acústicos, o I Encon-tro das Artes Negras surpreendeu os espectadores com apresentações cheias de feeling, agressivi-dade, técnica, interação com o público e partici-pação de grandes nomes de fora do estado e atédo País, a organização está de parabéns. Espera-mos que em breve possamos assistir a eventos
como esse novamente.
I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s
2 6 - H e a v y r a m a
dos melhores lugares de Goiânia para apresen-
tação de shows) para dificultar o acesso de bandas
de Metal ao centro cultural, quem quiser organizar
eventos de música extrema deverá se dirigir aos
DCEs da UFG e da PUC Goiás.
Black AngelÀs 00h55 os convidados de honra, vindos de Lima
no Peru, Black Angel toma o estrado como banda
principal do evento. Com corpse paint que lem-
bra a do Adam, the first sinner, vocalista da banda
polonesa de Black/Death Hate e um corte de ca-
belo que alude ao de Shagrath do Dimmu Borgir,
o vocalista Antonio espanta os espectadores di-
zendo “o inferno retorna ao Brasil” com um ótimo
gutural. Ao seu lado, o baixista Héctor Corpus,
com um corte de cabelo galderiano*, o baterista
Wilbert e o guitarrista Giomar, sem maquiagem.
Com riffs bem dosados, abusando do treble pick-
ing, bateria veloz que acompanha muito bem a
música, os integrantes da Black Angel mostram
muita experiência e sintonia uns com os outros,
fazendo com que o resultado fosse um som encor-
pado, técnico, harmonioso que teve uma resposta
positiva do público.Inicialmente, a banda estava programada para tocar cinco músicas, porém, ao ver os rostos da platéia cheios de aprovação, decidiram de última hora, tocar uma saideira, que não teve seu título divulgado. As músicas que constavam no set list da Black Angel eram Return to Hell, The Last Proph-ecy, Occult Eternal Mystery, Temple of Wisdom e Rites. Após o cumprimento do itinerário, Wilbert faz um solo de bateria violento e em seguida pre-
senteia a platéia com suas baquetas, enquanto a banda recebe as primeiras palmas da noite.
I E n c o n t o d a s A r t e s N e g r a s
Black Angel consegue cativar o público
Entrevista exclusiva com Matheus Medeiros
E n t r e v i s t a
2 8 - H e a v y r a m a
Desde 2008, Matheus Medeiros, 17 anos, organiza alguns dos eventos que tiveram melhor recepção
do público headbanger como o GO-DF Metal Union, Arena Cover, GO metal attack entre outros, re-
unindo grandes bandas de Goiás e do Distrito Federal, são elas: Heaven’s Guardian, Deadly Curse, Scania,
Dynahead ,Volúpia di Baco etc. Conversamos com ele sobre a cena, o público e a sua vida de organizador.
Dê uma conferida.
Texto : Bia Cardin / Foto cedida por Matheus Medeiros
H e a v y r a m a - 2 9
Heavyrama - Matheus,você é um dos organiza-dores mais novos de Goiânia, geralmente os jo-vens querem se envolver com o meio do rock/metal através de bandas. De onde surgiu o seu interesse por organizar eventos?
Matheus - Tudo começou quando me envolvi no cenário “rock de Goiânia”, fazendo parte do público de alguns shows, e gostei do que vi no primeiro em que estive. No mesmo ano tive a oportunidade de sugerir projetos para uma agên-cia de eventos da cidade, com a simples ideia de organizar shows,na mesma oportunidade tive apoio do meu pai que estaria comigo em todas organizações . Em primeiro momento, sem mui-to conhecimento e sem este ciclo de convivên-cia com os protagonistas do rock goiano fomos de cara para a produção do primeiro festival. Resultou em um público razoável, mas sem a existência de problemas que não poderíamos re-solver com a bagagem adquirida até o momento.
Heavyrama - Em particular ,desde o “GO-DF Metal Union” você conseguiu reunir grandes no-mes do cenário underground. Como conseguiu a participação dessas bandas nos seus festivais?
Matheus - Quando iniciei o ano de 2009 produz-indo a primeira edição do Arena Cover, recebi a admiração de algumas bandas e do público até de outras cidades do estado por levar um grande publico à um evento em que a qualidade musi-cal estava bem integrada à proposta desse tipo de show. A partir daí ganhei mais motivação, e então, em duas semanas já tinha o projeto de um próximo festival pronto, e em mais duas semanas este seria colocado em prática, ocor-rendo o Go metal attack exatamente um mês de-pois do “show cover”. Já neste evento contamos
com maiores nomes do rock goiano. Inclusive ao convidar o Scania conheci vários represent-antes. Claro que através desse relacionamento conheci vários representantes de bandas brasil-ienses, surgindo a idéia da união do metal goi-ano e brasiliense. E então, mais um ônibus cheio sairia de lá para assistirem esse evento aqui. A iniciativa e o relacionamento foram vistos por mim como algo sensacional.
Heavyrama - Alguns dos seus eventos foram um dos mais elogiados, tanto pelas bandas quanto pelo público. Você encontrou dificuldades nas primeiras organizações de eventos, que foram vencidas posteriormente ou sempre é um desafio organizar um bom evento?
Matheus - Acredito que, quanto mais experiên-cia se adquire, mais dificuldades encontrará pelo nível de perfeição que deseja alcançar. As dificuldades de um projeto talvez sejam as mesmas encontradas no próximo, ou seja, esses leves incômodos sempre irão existir, porém, já podemos ver que nem sempre é tarde demais pra dar a volta por cima.E algumas dificuldades de início realmente nem aparecem na produção de posteriores festivais, a facilidade de rela-cionamento faz com que possamos ir longe em qualquer aspecto sugerido.
Heavyrama - Para quem tem costume de ir aos shows, geralmente costuma-se ouvir que em ter-mos de som, os eventos melhoraram em relação há anos atrás,mas o público em si já não tem mais a mesma energia de antes.Como você per-cebe a reação do público diante aos atuais even-tos organizados em Goiânia?
E n t r e v i s t a
Matheus - Por um lado eu vejo que boa parte do “público fiel” surgiu há um tempo, prestigiando o máximo de festivais possíveis e ajudando as bandas a “incendiar”o local, porém, este públi-co amadurece, e apesar de ainda aparecerem nos shows,os mesmos começam a se preocupar com uma melhor “qualidade musical”.Isso não quer dizer de forma alguma que o “público novo” não seja fiel, acredito que um público que não esteja cansado(como no fim de um show),e que esteja em um bom número dis-põe toda energia numa boa apresentação.E além disso, seria revolucionário se todos nós que com-parecemos aos shows voltássemos a apoiar as bandas da cidade.Um fácil exemplo desse apoio é através da compra de discos desses grupos.
Heavyrama - Ouvimos mais o lado das bandas que teem problemas com os organizadores (a or-ganização geral de um evento) mas você,como organizador, já lidou com bandas que fossem problemáticas ou não cumprem o “contrato ver-bal” ?
Matheus - Sim, já encontramos dificuldades com algumas bandas, mas nada sério demais ao pon-to de sobressair ressentimentos, apenas bandas que dificultam a confiança desse “contrato ver-bal”. Pelo menos da minha parte, muitos amigos no meio sabem de algumas dificuldades desse tipo de relacionamento, porém, sabem que não fico com raiva de ninguém (risos). No fim de tudo não intitulo algum grupo como “banda problemática”.
Heavyrama - Como organizador você acha que o cenário musical de Goiânia está em um bom momento?
Matheus - Em alguns aspectos acredito que nos-so cenário se encontra em evolução, um bom
exemplo é a qualidade e desempenho de ótimas bandas, aliadas ao altíssimo nível de gravação em estúdio que encontramos aqui. Mas por outro lados acredito que poderia estar melhor como já foi antigamente, um exemplo é o próprio públi-co, não digo que são culpados, mas não vejo grande apoio a certa parte dos trabalhos daqui.
Heavyrama - Você parou de organizar eventos desde o último Arena Cover em 2009. Qual o motivo?
Matheus - Quando fechamos o ano passado com o Arena Cover, não havia nada planejado para 2010, muito menos uma parada nos projetos.Mas houve uma certa falta de motivação a partir do momento em que teríamos de procurar um novo local para os shows e tentar construir uma nova estrutura no festival,sendo fatores aliados com todas ocupações que passei nesse início de ano, e até então, sem nenhum tempo e disponi-bilidade para dedicar à esse prazer novamente.
Heavyrama - Você organizará algum evento neste ano? Conte-nos a respeito.
Matheus - Existem alguns projetos em mente, mas se tudo der certo acredito voltar com um festival no mês de setembro. Como comentei, é difícil pensar na possibilidade de arrumar outro local para shows além do nosso famoso Martim Cererê, que por si só já tem uma própria identi-dade para o público goianiense.
Heavyrama - Matheus, alguma consideração fi-nal?
Matheus - Quem possui algum objetivo para con-tribuir com o cenário goiano, apenas não pense que as coisas são tão difíceis quanto parecem, vá atrás do que acredita!
E n t r e v i s t a
3 0 - H e a v y r a m a
Entrevista exclusiva com Marlon do Volupia di Baco
A Volúpia di Baco, banda goiana, vem durante alguns anos mostrando o melhor da músi-ca gótica e Doom Metal para os fãs da cena. Recentemente a banda teve alguns proble-
mas com sua antiga vocalista, problemas esses que culminaram na saída da mesma. Porém a banda vive uma nova fase, e é exatamente sobre isso e também sobre os planos para o futuro da banda, que conversamos com o guitarrista e vocalista Marlon. Veja abaixo o que rolou.
H e a v y r a m a - 3 1
E n t r e v i s t a
Texto : Paulo Henrique faria / Foto : Márcio Adriano
Heavyrama - De início, gostaria de saber qual a
situação da Volúpia atualmente e quais são os pla-
nos na atual formação?
Marlon - Olá moçada da Heavyrama! Antes de
tudo, quero parabenizar todos da equipe pela ini-
ciativa e pela ideia, tenho certeza que esse pro-
jeto vai colher muitos frutos e vai ser o início de
algo que vai mover e fortalecer toda a cena. Agora
focando na pergunta; A nossa situação é a mais
louca e prazerosa que vocês possam imaginar, tem
muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo com
a banda e que está exigindo muito de nosso tempo
e de nosso sangue. As nossas cabeças estão a mil,
é uma mistura de pressão e empolgação. É a mel-
hor situação possível que uma banda pode esperar
quando se faz um trabalho sério e profissional. Os
planos da atual formação são os mesmos de quan-
do fizemos nosso 1º show, somos uma banda fo-
cada e determinada, e vamos subindo um degrau
de cada vez com humildade e trabalho. Nossos
planos se resumem em tentar construir e manter
nosso nome nacionalmente e fazer uma carreira
sólida e auto-suficiente.
Heavyrama - ‘Agora a pergunta que não quer ca-
lar’: Vocês já encontraram uma nova vocalista?
Marlon - Depois de várias audições escutando di-
versas candidatas de até mesmo de outros esta-
dos, conseguimos o que sempre almejamos. Fica-
mos felizes por tantas meninas quererem ocupar o
cargo e surpresos com o tanto de vocalistas exce-
lentes que estão escondidas no anonimato; o nível
de qualidade foi altíssimo.
Mas não procurávamos apenas uma vocalista tal-
entosa para cantar nossas canções, isso era o de
menos pra nos e vimos também ser o mais fácil.
Precisávamos muito mais do que alguém para
subir no palco e se apresentar ao nosso lado, pro-
curávamos além dos dotes vocais, qualidades que
não se modela e não se aprende, como: caráter,
princípios e valores. O que eu posso dizer é que
sem dúvidas a encontramos e ela já é da família,
em breve os leitores da Heavyrama poderão es-
cutar em primeira mão o novo single da Banda,
com ela cantando, e que será lançado 1º aqui com
exclusividade.
Heavyrama - Ficamos lisonjeados pela preferên-
cia; mas e aí? Quem é a nova vocalista?
Marlon - Daqui uns dias você vai saber com
certeza...(risos)
Heavyrama - Vocês pretendem gravar algum mate-
rial em breve?
Marlon - Estamos gravando e devemos estar lan-
çando duas músicas novas nesse mês no nosso
myspace, e o projeto do novo clipe para divulgar
pela internet e se tudo dar certo em breve em um
canal fechado de televisão. Estamos trabalhando
muito e terminando nosso CD, acredito que nos
próximos meses o álbum fica pronto. Estamos
gostando muito dos resultados, estamos muito
otimistas com as gravações.
Heavyrama - Agora falando sobre os shows, é verdade
que a Volúpia vai abrir o show do Theatre of Tragedy?
E n t r e v i s t a
3 2 - H e a v y r a m a
Marlon - Ohhh! Com certeza!!! O contrato está
assinado há mais de 3 meses e realizaremos esse
show dia 27 de junho em São Paulo.
Até hoje não estou acreditando, somos mui-
to fãs da banda, tenho todos os CDs originais e
juntamente com o Type O’ Negative, o ‘T.O.T’ é
as nossas maiores influências musicais. Será um
show histórico! E dividir o palco com o Theatre
of Tragedy é algo que arrepia e emociona ; eles
simplesmente criaram essa linha e é a maior lenda
do estilo. Já tem um tempo que temos esse contato
com eles, vai ser ótimo conhecer a banda pessoal-
mente e se divertir um pouco.
Heavyrama - E a respeito das composições da ban-
da, como andam?
Marlon - Composições é um problema para ban-
da! (risos) Não porque falta, mas porque sempre
tenho ideias novas e as musicas surgem do nada,
foi difícil pra gente ter que escolher quais entrari-
am no álbum, tanto que chegou um dia que a ban-
da falou: “Que inspirações que não acabam, hein?
(risos) Pare um pouco de compor já temos músicas
para três CDs!“; então focamos nos clássicos e em
algumas novas e trabalhamos nelas, mas olhando
pelo lado positivo como eles comentaram, acred-
ito que estamos garantindo boas músicas para os
próximos três álbuns.
Heavyrama - Quando será o próximo show da
Volúpia di Baco em Goiânia?
Marlon - Iríamos fazer o lançamento do CD no
Tattoo Rock Festival, mas como vimos que não
daria tempo, e por outros contra tempos nossa
produção achou melhor adiar nossa apresentação
em Goiânia e fazer uma grande festa de lançamen-
to com nossa volta pra casa. Nesse meio tempo já
está confirmado e vamos fazer shows em Minas
Gerais, Brasília e em São Paulo novamente, em
homenagem ao Peter Steele.
Heavyrama - Marlon, Muito obrigado pela entre-
vista! Nós da Heavyrama agradecemos a sua par-
ticipação, tudo de bom pra você e a Volúpia di
Baco. Este espaço é seu pra deixar uma mensagem
final aos leitores.
Marlon - Obrigado pelas energias positivas, desejo
sucesso para Heavyrama e claro muita volúpia na
vida de vocês. ( risos)
Podem sempre contar com todos da família Volú-
pia di Baco. Abraço a todos os leitores!
Volúpia Eterna!!!
H e a v y r a m a - 3 3
E n t r e v i s t a
Anúncio: Mande seus desenhos
Era uma vez um estilo chamado Heavy Metal
E não estamos falando somente do estilo de
música, mas sim de um estilo de vida. E dos
mais legais, por sinal. Tratava-se de amizade, com-
panheirismo, união e principalmente de respeito.
Estamos falando de pessoas simples, bem humo-
radas, de mente aberta, livre de preconceitos e de
preocupações fúteis com assuntos superficiais.
Porém, infelizmente, hoje os tempos são outros e
algo está muito errado: aquela fraternidade não
existe mais. Aquele companheirismo que junta-
mente com o som, cativou a mim e a tantos outros,
sumiu!
O Metal além de fronteiras musicais, concebido
por muitos como uma verdadeira irmandade, é
um tremendo de um movimento cultural que foi
consolidado através de gerações por pessoas dedi-
cadas e verdadeiramente apaixonadas que muito
lutaram contra preconceitos e discriminação.
Hoje o Metal é melhor aceito e está muito mais
acessível a qualquer um do que jamais esteve an-
tes. E sua rebeldia, outrora fruto de questionamen-
tos e do não enquadramento dentro de critérios e
padrões, hoje só existe pra fazer pose.
O Metal dessa geração se tornou um metal de
aparência e o perfil do headbanger (pra não usar
aqui o pejorativo “metaleiro”) atual é de uma pes-
soa completamente egocêntrica, sem o menor res-
peito ou consideração pelos seus Brothers of Metal
ou mesmo pelas bandas que ouve.
É aquela pessoa que faz downloads ilegais indis-
criminadamente sem nenhum peso na consciência
alegando que “cds originais são caros”, mas para-
doxalmente, são capazes de gastar uma fortuna
em determinadas roupas e acessórios cujo o único
propósito é fazer a imagem de “eu sou metal, sou
do mal e tenho estilo”. Pessoas que ao invés de es-
tudarem música ou praticarem algum instrumento,
gastam seu tempo em fóruns virtuais desditosos
relacionados a cena local, com o único objetivo
de carimbar sua presença falando mal de algo/
alguém ou qualquer outra coisa que dê a ela a
oportunidade de expressar o quão foda-inteligente
ela acha que é. E não para por aí. Depois de terem
aparecido bastante nos fóruns e mostrado o quan-
to são “cool”, resolvem dar as caras nos shows e
bares da cena onde se sentem como uma espécie
de celebridade local por serem “conhecidas” no
meio underground de tal cidade. Patético (pra não
dizer deprimente).
Isso sem contar aquelas (muitas) pessoas encren-
queiras que, aparentemente, veem a cena como um
tipo de novelinha de vários personagens e adoram
um bom barraco digno desta. Ou qualquer outra
oportunidade de colecionar em seus currículos o
maior número possível de inimizades e intrigu-
inhas. E o que dizer daquelas que vão à lugares
públicos pra se embebedarem, causam confusão,
tumultos, depredam o lugar e vão embora deix-
ando para trás uma rica miscelânea de lixo pra ser
recolhida? E por último têm aquelas que poderão
ler tudo isso e jamais se tocarem ou admitirem que
se refere a elas.
Por Calebe Alves
O p i n i ã o
3 6 - H e a v y r a m a
Pergunto: Isso é Metal? Essas são as maduras ati-
tudes de alguém que se diz evoluído, culto e inteli-
gente o suficiente pra escutar algo tão rico, com-
plexo e prolífico como o Heavy Metal? Ou isso
não seria resultado de gente interessada única e
exclusivamente em chamar a atenção se aproveit-
ando de um movimento apenas por ele já ter sido
polêmico?
Quero deixar bem claro que não estou generali-
zando ninguém. Eu sei muito bem que não são
todos assim e tenho a plena consciência de que
pessoas estúpidas existem e sempre existiram aos
montes em todo lugar. Porém pelo menos no met-
al anos atrás, elas compunham a minoria. Infeliz-
mente, por pior que seja admitir, hoje elas são a
regra e a minoria são aqueles que realmente levam
a musica a sério e batalham por ela. E pelo que eu
vejo, essa imensa maioria está fazendo um ótimo
trabalho em tornar cada vez mais merecida a tão
divulgada má fama do Metal.
Mas por que isso acontece?
Por que num meio como o nosso tão amado Met-
al, outrora composto por gente interessante que se
unia pra curti-lo juntos, hoje encontramos quase
que somente pessoas interessadas em curtir o
próprio nariz usando o Metal apenas como meio
pra se promover?
Bom, eu tenho lá minhas teorias. Primeiro sejamos
conscientes de que a inclusão digital já faz parte
da vida de todos. Ninguém encontra barreira al-
guma pra conseguir a discografia ou até mesmo
as tais “raridades” de qualquer banda na grande
rede. Somemos a isso a calamidade dos sites de
relacionamentos e seus efeitos na personalidade
de jovens e adolescentes carentes, inseguros e de-
sesperados por atenção e auto-afirmação.
Redes sociais são territórios férteis praqueles toma-
dos de baixa autoestima assumirem personalidades
idealizadas e viver em um mundo imaginário vir-
tual. E se o indivíduo em questão quer ser comen-
tado e ganhar atenção, assumir uma identidade
headbanger pode trazer vantagens nesse quesito.
Então, o próximo passo é ir moldando suas ati-
tudes (ou editando seu perfil.. huahua) tomando
por base o que ele acredita ser o metal e não o que
realmente é. Querem desesperadamente alimentar
o ego e ter o seu lugar no tão enfadonho rótulo de
“tribo urbana”.
Mas o problema passa a existir quando essa per-
sonalidade resolve dar as caras no mundo real. E o
resultado que temos são pessoas antipáticas, faze-
doras de lixo, encrenqueiras, superficiais, egocên-
tricas e que, por mais mórbido que seja, parecem
se orgulhar bastante disso acreditando estarem no
lugar perfeito para tal. E o que antes nada mais era
do que má fama se torna uma verdade.
“Como são trouxas os metaleiros!” diz quem não
conhece a cena ou o movimento. Muita gente
(incluindo eu) chia ao ouvir tais afirmações, mas
paremos um pouco e pensemos: Será que eles
realmente estão errados?
Estamos falando de um grupo como um todo, não
de uma minoria. São pessoas que querem se or-
gulhar de fazer parte de uma contracultura, mas
são tão (ou mais) alienados quanto qualquer um
daqueles que tanto acusam e protestam. Não me
levem a mal. Eu amo o Metal, mas certas atitudes e
comportamentos desta nova geração às vezes me
deixam com vergonha simplesmente de sair de
casa com alguma camisa de banda.
H e a v y r a m a - 3 7
O p i n i ã o
3 8 - H e a v y r a m a
H e a v y r a m a - 3 9