Revista Outdoor 1

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ESCALADA… UM DESAFIO, UM PRAZER, UM MODO DE VIDA! Isabel Boavida ACTIVIDADES EM FAMÍLIA em Canoa pelo Tejo TRAVESSIA DA ILHA DE SKYE EM BICICLETA RESERVAS NATURAIS EM PORTUGAL CHEF CHAKALL FOTOGRAFIA COM SABOR A AVENTURA outdoor www.revistaoutdoor.pt Nº1 SETEMBRO/OUTUBRO 2011 APPS OUTDOOR GRATUITAS PARA O TEU IPHONE Torna-te fã REVISTA Disponível para iPad e iPhone OS 7 CUMES de Ângelo Felgueiras

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ESCALADA… Um DESAfio,Um prAzEr, Um moDo DE viDA!Isabel Boavida

ACtiviDADES Em fAmíLiA em Canoa pelo tejo

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Editorial Ficha técnica

Com o lançamento desta edição pretendemos agradecer a todos o excelente feedback recebi-do com novas ideias, criticas, sugestões e muito mais… A todos os que já se tornaram fãs, aos leitores, seguidores e colaboradores, o nosso

muito obrigado!

Nesta nova edição, agarrámos nas várias ideias que nos chegaram e trazemos boas supresas: temos novas persona-lidades que se destacam no Outdoor, mostrando um Mundo por descobrir, fornecendo sugestões e ideias para uma que-bra na rotina dentro e fora de portas.

Num país como o nosso, recheado de características naturais propícias à prática de desporto aventura, levamos-te a desco-brir alguns dos pontos mais belos do nosso Portugal, inaces-síveis de carro ou outro meio de transporte movido a motor.

Já imaginas-te escalar em Sagres? E no Cabo da Roca? Estes são alguns dos pontos de eleição da Isabel Boavida em Portu-gal, uma grande aventureira, que nos conta alguns dos seus truques para vingar na Modalidade. Esta é uma das nossas sugestões de leitura… mas, levamos-te a muitos outros locais como a Serra da Freita, a Região de Constância, o Douro, Ilha de Skye, entre outros.

D e s a f i á m o s também o Chef Chakall e ele... aceitou! Vais ter a oportunidade de descobrir uma das suas paixões e cla-ro, saborear uma receita divinal!

Boas Aventuras e até Novembro. Não se esque-çam de ir acom-panhando todas as novidades no Portal Aventuras.

equipa Portal aventuras

ChEGoU o Novo NúmEro! eDIção nº1

WPG – Web Portals lda

NPC: 509630472

CaPital soCial: 10.000,00

rua Melvin Jones Nº5 bc – 2610-297 alfragide

telefone: 214702971

Fax: 214702973

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reGisto erC N.º 126085

eDItor e DIrectorNuNo Neves | [email protected]

marketIng, comunIcação e eventoSisa HeleNa | [email protected]

soFia CarvalHo | [email protected]

revISão Cláudia CaetaNo

colaBoraram neSte número:aNa liMa, aNa barbosa, aNa isabel MiNeiro,

artur PeGas, aurélio Faria, CHakall,

isabel boavida, Joel saNtos,

JorGe José Portela, MaGali tarouCa,

Paulo NasCiMeNto, Paulo QuiNtaNs,

riCardo alves.

DeSIgn eDItorIaliNês rosado

FotograFIa De caPariCardo alves

DeSenvolvImentoÂNGelo saNtos

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ESCALADA… Um DESAfio,Um prAzEr, Um moDo DE viDA!Isabel Boavida

ACtiviDADES Em fAmíLiA em Canoa pelo tejo

trAvESSiA DA iLhA DE SkyE

Em biCiCLEtA

rESErvAS NAtUrAiS Em portUGAL

ChEf ChAkALL FotograFIa com

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Directrizesnº1 Setembro_Outubro

2011

EDitoriAl 04

GrANDE rEportAGEm

esCalada… um desafio, um prazer, um modo de vida! 06

Em fAmíLiA

em Canoa pelo tejo 16

b.t.t.: Passeio de domingo — torres vedras 18

viaJar — Croácia: Navegação e Caminhadas em kvarner 21

AvENtUrA

eveNto — Portugal dakar Challenge 24

travessia da ilha de skye (escócia) em bicicleta 30

pErfiL

os 7 Cumes de Ângelo Felgueiras 42

por tErrA

serra da Freita arouca 50

douro, viNdiMas e viNHo 56

eveNto — ainda a titan desert 58

Canyoning na Pérola do atlântico 64

por ÁGUA

iNdoor — Preparação para Canyoning indoor 68

eveNto — santa Cruz ocean spirit 2011 70

por Ar

eveNto —red bull X-alps 2011 — só dois sobreviveram... 72

fotoGrAfiA

eNtrevista — Chakall por Magali tarouca 76

FotoGraFia do Mês — Por Magali tarouca 81

PortFolio do Mês — riCardo silva alves — escalada 85

truQues e diCas de Joel saNtos — Fotografar cascatas 86

aPliCação Para iPHoNe e iPad — Filterstorm 88

SoS

sobrevivêNCia — bear Grylls 90

sos — detecção e alerta de emergência médica em outdoor 92

kiDS

Festas de aniversário 96

ACtiviDADES oUtDoor 100

DESCobrir

livro aveNtura 108

reCeitas outdoor espetadas de frango com cardamomo e coentros 110

GeoCaCHiNG | Passo a Passo... 112

uM dia Nos PiCos da euroPa — os nevoeiros de bulnes 116

reservas Naturais eM PortuGal 118

eveNto — observanatura - 2011 122

Pousada de Juventude da lousã 124

CoMboios reGioNais | liNHa do douro — Festa das vindimas 126

a MiNHa eXPeriêNCia 128

DESporto ADAptADo

boCCia uM JoGo de CaMPeões 129

ESpAÇo ApECAtE 132

A fEChAr 135

Ângelo Felgueiras é o português que nos deixa razões para terminar o ano com um sorriso. os 7 cumes do mundo serão alcan-çados pelo piloto-alpinista que mais uma vez orgulha o nosso país pela sua grande conquista.

Para quem não conhecia o mais mediá-tico chef de cozinha do nosso país, aqui apresentamos o chef chakall na primeira pessoa. Foi em conversa com o mesmo que descobrimos um dos prazeres que mais condimenta a sua vida: a fotografia.

Isabel encantam-nos com as suas pa-lavras ao descrever a sua recente aventura. classifica-o como “um livro que retrata a realidade tal como a vi “e convida-nos a enveredar pelos encantos de locais paradisíacos que foram embe-lezados após a sua passagem.

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Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.

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Grande Reportagem

ESCALADA… Um DESAfio, Um prAzEr, Um moDo DE viDA!

ilha de kalymnos Grecia

Parque Nacional torres del Paine, Chile

Foto

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vida

Por Isabel Boavida

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ão faço a mínima ideia que horas são. Nem sei bem porquê, hoje não trago o relógio no pulso… A única referência que tenho são os metros de escalada que tenho atrás de mim.

O sol fugiu há 50 metros atrás. Desde que escu-receu que tentamos encontrar uma saída neste caos de granito. Andamos para à esquerda e para a direita em busca de uma fissura na rocha, em busca de presas por onde possamos escalar. Está frio e infelizmente a lua está longe de estar cheia. A escuridão envolve-me. A luz do frontal não é mais do que uma pequena clareira de luz na imensidão de rocha que tenho literalmente à minha volta. Algumas aranhas admiradas com a minha presença e muitos líquenes disformes distraem-me dos meus pensamentos. Agora que o sol desapareceu, o vento sopra mais forte e faz aumentar a sensação de pânico causada pelos 300 metros de vazio que me separam das águas do Douro. Não podia estar mais suspensa na reu-nião construída nesta simpática fissura vertical que em boa hora encontrámos. Há mais de uma hora que não pro-gredimos em altura. Se-guimos uma oca fissura horizontal no granito rugoso que por sorte não se partiu com a nossa passagem. Sorte a nossa! Uma queda nesta situação e a visão de ficar suspensa no ar preso à corda a tantos me-tros do chão só aumenta o meu batimento cardíaco. Tento manter-me calma mas sinto um ner-vosismo irritante que não me deixa tranquila. Pronto estou nervosa, tenho medo. Provavel-mente vamos dormir aqui, um pouco desconfor-táveis mas aparentemente seguros. Queria estar agora no quentinho da minha casa a ouvir uma boa música enroscada no meu sofá e a ler um livro de aventuras. Mas não, estou aqui. Com o batimento cardíaco de um bebé não con-sigo parar de me questionar o que é que eu estou aqui a fazer? Não vejo nada para além de 1 metro, está frio, estou nervosa e desanimada, tenho fome e estou aqui sem garantias de que dentro de uma hora vou estar, pelo menos, no quentinho da minha tenda. Tanto desconforto para quê? Porque é que mais uma vez me meti nisto? Penso e tenho difi-culdade em arranjar uma boa justificação para ex-plicar a minha presença ali. Podia ser a primeira vez que me questionava e me debatia num mo-mento de introspecção, mas não, estes momentos

Não podia estar

mais suspensa na reunião construída

nesta simpática fissura vertical que em boa hora encontrámos. Há mais de uma hora que não

progredimos em altura.

acampamento junto ao Petit Clocher du Portalet, alpes suiços

envers des aiguilles, Chamonix, França

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sucedem-se a um ritmo vertiginoso na minha vida e sinto que o futuro será

um espelho do presente. Há 16 anos atrás, quando comecei a escalar estava longe de ima-ginar que um dia ia estar pen-durada nas falésias do Douro em busca de um caminho ver-tical. O que me fascinava nessa

época eram as montanhas. Desde pequena, ainda de fraldas, que o

mês de Agosto era passado entre as montanhas dos Pirenéus e dos Picos da

Europa. Com a pura ingenuidade de uma criança seguia os meus pais. De quando em vez via alpinistas ou escaladores a passarem com cordas penduradas ao pescoço e com imenso material a tilintar na cintura. Intrigava-me onde eles iriam tão apetrechados, nada mais que isso. A memória da beleza destes lugares, a sensação de tranquilidade e a curiosidade do desconhecido, ficou para sempre registado como parte de mim. Quando pela primeira vez coloquei o arnês, os pés de gato e esfreguei o magnésio nas mãos voltou--me à memória essa ideia de aventura, de subir mais alto por caminhos não explorados e zonas inacessíveis. O encanto pelo desconhecido e a curiosidade sobre a escalada não me dava espaço para ver o perigo e as dificuldades que ia encon-trar. Estava como que apaixonada, só conseguia ver o lado romântico e bonito de escalar monta-nhas. E como em qualquer outra paixão, comecei a sentir-me enganada quando vi o quanto eu teria de me esforçar para levar esta relação avante. O lado encantador e romântico foi-se camuflando aos poucos e as dificuldades foram aparecendo. Lentamente fui-me afastando da zona de conforto e os medos foram aparecendo como musgo em floresta húmida. Mas não será assim em qualquer desafio da nossa vida? Inspiramo-nos por algo, seguimos o desafio, acei-tamos os medos e perseguimos o sonho. E a esca-lada é isso, um desafio que docemente se trans-forma num caminho que sabe bem percorrer. São esses pedaços de rocha, os sorrisos, os lugares, as viagens, as pessoas, alegrias e tristezas, sortes e azares, o desconhecido, o medo de simplesmente estar ali. É uma miscelânea de ondas num oceano gigante que nos inspira e dá força. É estar rodeado de neve no cimo de uma agulha de granito a 3000 metros de altura e olhar à volta e ver a imensidão da paisagem, a natureza no seu todo e a pequenez da nossa presença. É viajar ao outro lado do mundo, conhecer pessoas que se inspiram pelos mesmos desafios, ver culturas tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. É sobretudo vencer o medo nas-cido da coragem de arriscar.

Des-de pequena,

ainda de fraldas, que o mês de Agosto era passado entre as montanhas dos Pire-

néus e dos Picos da Europa.

vignemale, Gavarnie, Pirinéus

abertura da via into the Wild Grass no douro internacional

Grande Reportagem

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Acho que ao longo destes anos sempre procurei encontrar uma harmonia entre a imensidão de sentimentos contraditórios que emergem em todos estes de-safios, um misto de felicidade, medo, angústia, coragem e ale-gria. Um misto de palavras me-taforicamente explicadas pelas experiências que nós próprios um dia quisemos viver. Sim, porque parte de nós essa von-tade de explorar o desconhecido, de nos vermos na imensidão da montanha, de ver a pequenez na dimensão do universo imenso onde nós podemos ser quem quisermos. E escolher o porquê de estar ali, de perseguir esse desafio e não outro, resume--se a esse misto de sentimentos que se transformam em energia, em adrenalina que nos dá força para perseguir os sonhos, para vivê-los e transformá-los em re-alidade. Seja numa montanha ou na escalada da vida. Mas trocando as introspecções pelo esforço, já só me faltam mais 20 metros de terreno fácil

Parque Nacional de Yosemite, Califórnia

vista do Cerro torre, Patagónia

para chegar ao cume da falésia do Douro. Estou cansada e tenho sono, tenho os músculos fati-gados mas estou feliz. A vontade de estar no quentinho da minha casa desapareceu e agora estou bem aqui. Agora quero abraçar este universo imenso à minha frente e sentir este momento.

Posso dar por terminado mais um desafio. Desta vez, o de es-crever este texto. Pôr no papel todos estes sentimentos que me fazem ser quem sou, que fazem da escalada o meu modo de vida.

Isabel Boavida http://www.isabelboavida.com/

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Serra da EstrelaLocal mítico para a escalada clássica, alpi-nismo e montanhismo. Também é uma das “mecas” para a prática de boulder. A Serra da Estrela dispensa apresentações. É es-plendorosa com as cores quentes do Verão e sob o manto branco de Inverno. A não perder a infinidade de blocos espalhados pela serra, muitas vezes só acessíveis a pé e após largas horas de caminhada, as vias de escalada desportiva no corredor dos merca-dores, as vias de escalada clássica em volta do Cântaro Magro e em Loriga e os corre-dores e cascatas de gelo que se formam com as temperaturas gélidas do Inverno rigoroso e que vão mudando de ano para ano.

Cabo da rocaO granito alaranjado sob a fúria do oceano faz deste local um dos mais bonitos e sin-gulares de Portugal. As vias são de escalada clássica em granito de excelente qualidade. A escalada aqui tende a ser uma experi-ência memorável. É sem dúvida um local de eleição para os dias solarengos de Inverno. Entre as diversas baías dispersam-se inú-meros sectores com vias para quase todos os gostos. A adrenalina é garantida! Um “must do” para quem quer iniciar-se na escalada clássica é a escalada do rochedo A Noiva na praia da Ursa, ainda que fácil, é uma as-censão muito gira.

SagresÉ das últimas pérolas descobertas em Por-tugal para a escalada. A possibilidade de surfar, andar de canoa ou de bicicleta, es-calar vias de clássica e de desportiva fazem deste local um dos mais procurados para quem gosta de multi-actividades. Os di-versos sectores de escalada oferecem uma grande variedade de emoções sendo a es-calada muito psicológica com as protecções longe e muitas vezes com o mar furioso como pano de fundo. É um lugar excelente para largar tensões e rejuvenescer. Acon-selho vivamente a experiência única de escalar na Parede Grande em dias de mar bravo. Não perder as vias de qualidade ex-cepcional do sector Corgas e o ambiente único da Parede das Riscas.

5 DEStiNoS DE ELEiÇão pArA ESCALAr Em portUGAL

Foto

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Serra de SintraDenominada também de Serra da Lua, Sintra alberga uma das maiores zonas do país para a prática de bloco. Os sectores dispersam-se pela serra e todos os anos aparecem mais e mais sectores. Não é de estranhar, quando cai a noite, encontrar pela serra um conjunto de lunáticos de frontal na cabeça em volta de um só bloco de granito. A qualidade dos blocos, o misticismo do local e o microclima que faz Sintra ser sempre mais fria do que os seus arredores, são os ingredientes que justificam a sua fama como zona de bloco. No Penedo da Amizade encontram-se as vias de escalada desportiva famosas pela sua peculiar escalada “nos pés”, onde a aderência é o factor chave para a progressão do escalador. As vistas do Penedo são soberbas, a floresta exuberante, a serra enigmática e o granito cinco estrelas.

meio mango, Cabo EspichelUma pérola para os praticantes de escalada desportiva. As vias são de qualidade inter-nacional. O acesso à zona de escalada não é fácil mas existem vias para todos os níveis, desde vias fáceis à via mais dura de Portugal. As condições da falésia são peculiares, en-contrando-se a rocha muitas vezes húmida e com sal. É preciso ter sorte para se desfrutar em pleno das vias de escalada. O local em si é um dos mais bonitos para a prática da modalidade, com as escarpas junto ao mar, onde só se avista rocha e o mar imenso. Em dias de mar calmo é comum ver golfinhos ao largo e é possível desfrutar de grandes e longos mergulhos entre escaladas. A melhor época para escalar é o Inverno e os dias ven-tosos de verão. Mesmo em dias muito frios, se está sol no Meio Mango temos a sensação de estarem 30º, salvo em dias de muito vento.

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Dentro da escalada existem várias vertentes todas com o mesmo objectivo: “subir”. A escalada desportiva, a escalada clássica, a escalada em gelo, o boulder e o psicobloco. Podemos escalar em livre se nunca usarmos o material para ajudar na progressão, ou escalada artificial quando usamos o material para progredir em altura. Para começar falemos do material. Como em qualquer outro desporto para escalar é necessário material. Conforme a vertente de escalada, o material neces-sário varia. A vertente mais económica é o psicobloco onde só é preciso um par de pés de gato, alguns sacos de magnésio, um bikini ou calções de banho e uma grande dose de coragem! No caso da escalada clássica e do alpinismo, o investimento será inevitavelmente maior, além do material básico para a prática da escalada desportiva é necessário material de autoprotecção e no caso da escalada em gelo de piolets e crampons mais a roupa técnica.

AS DiCAS DE iSAbEL boAviDA pArA ESCALAr

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mAtEriAL DE ESCALADA

O ideal será começar pela escalada desportiva para ter uma ideia de como as coisas funcionam, embora se possa começar logo pelas montanhas e pelo alpinismo. Aqui ficam algumas dicas sobre o material de escalada mais comum:

Arnês - É o equipamento que sustenta em caso de queda e em rappel por isso deve ser o mais confortável possível. Existem vários modelos, uns com a cintura mais larga, outros ajustáveis nas pernas, uns com poucos porta materiais outros com muitos. Para iniciação o melhor é escolher um arnês confortável com dois a quatro porta--materiais.

pés de gato - É o calçado do escalador. Normal-mente usa-se cerca de 2 números abaixo do calçado normal. Para quem se inicia neste desporto deve pro-curar comprar um pé de gato justo mas não exagerada-mente apertado, caso contrário o sofrimento sobrepõe-se ao prazer de escalar.

Saco de magnésio - Permite-nos manter as mãos secas, livres de suor e dessa forma facilita a aderência à rocha.

Expresses – Usa-se as expresses para prender a corda à rocha. Para escalar uma via de desportiva nor-

malmente é necessário entre 5 a 15 expresses, tudo de-pende do tamanho da via. Em alguns casos poderão ser ainda mais.

Grigri, reverso ou oito – Essencial para a segu-rança do escalador. O mais usado é o grigri que funciona com bloqueio automático. O reverso e o oito além de serem usados para dar segurança também são usados para fazer rappel.

Corda - É aquilo que nos ajuda a progredir em segu-rança na escalada de vias de desportiva, clássica, no alpi-nismo e no montanhismo. Há uma enorme variedade de cordas, desde cordas simples, duplas e gémeas, de vários tamanhos e diâmetros. Na escalada desportiva aconselha--se o uso de uma corda de 60 m com 10 mm de diâmetro.

Crash-pad - Colchão usado para amortizar as quedas na escalada de blocos. Em alguns blocos o ideal é ter bastantes crash-pads.

friends e entaladores - Material de autoprotecção usado na escalada clássica.

Crampons - Material que se prende às botas e que permite a progressão em terreno gelado como glaciares ou pendentes de neve e permite a escalada de cascatas de gelo.

piolets - Usado para os mesmos fins que os cram-pons.

boulder em bishop, Califórnia

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Com duas amigas no cume do Petit clocher du Portalet, alpes suiços

Para quem se quer iniciar na escalada o melhor conselho é começar por tirar um curso, onde se aprende desde logo as regras de segurança, o material, as manobras de cordas, os locais para a prática e ainda dicas sobre como escalar e como treinar para evoluir. existem muitos clubes que disponi-bilizam cursos de escalada, de alpi-nismo, de montanhismo, entre outros. na região de lisboa destaque para a associação de Desportos de aventura Desnível (www.desnivel.pt) e para o clube de actividades de ar livre (http://clubearlivre.org/). Já na re-gião do Porto a referência é a espaços naturais (www.espacosnaturais.com). após o curso de escalada abre-se um mundo de aventuras neste desporto. mas atenção – não esquecer nunca que a escalada é um desporto de par-tilha de experiências e, salvo raras ex-cepções, não se escala sozinho!

Climbing Grade Converter é uma fer-ramenta simples utilizada para ajudar a compreensão dos escaladores nos di-ferentes sistemas de classificação uti-lizados em todo o mundo da escalada. Actualmente, a aplicação converte entre 14 diferentes sistemas de classificação de escalada, incluindo sistemas de boulder.

http://itunes.apple.com/us/app/climbing-grade-converter-lite/id317713055?mt=8

App iphoNE

clImBIng graDe converter

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Grande Reportagem

Crash-pad - Colchão que serve para proteger quedas quando se faz boulder.Decotador - Escalador que se sente muito forte e acha que todas as vias estão cotadas fácil, e normalmente volta a graduar as vias meio ou um grau abaixo.Descanso - Acto que um escalador procura com fre-quência a meio de uma via e que serve para este recu-perar do inchaço dos braços. Escaladores experientes, conseguem descansar entalando-se na rocha e lar-gando as mãos.Desportiva - Estilo de escalada, onde a rocha já foi preparada anteriormente e encontra-se repleta de pla-quetes e tiges.Encadear - Escalar uma via sem nunca cair, nem agarrar-se as expresses.Entalamento - Entalar os dedos nos buracos de tal forma que não é necessário fazer força.Escalar em top - Escalar com a corda por cima. Afrouxar. Usando esta técnica o escalador não “voa” e, supostamente, não passa medo.Escola de Escalada - Nome dado a uma falésia repleta de tiges ou plaquetes e tops, colocados normalmente de forma sensata.Expresse - Dois mosquetões ligados por uma fita que são essenciais para se progredir numa via com segu-rança. Estes objectos são colocados nas plaquetes ou tiges e é onde se coloca a corda que nos segura.fanático - Um escalador que passa a vida a escalar ou a pensar em escalar e que vai sempre escalar, quer faça chuva quer faça sol.fissura - Zona onde normalmente se coloca o equipa-mento de auto-protecção como os friends e entaladores usados na escalada clássica.flash - Encadear uma via após ter visto alguém a es-calá-la ou alguém lhe diz os passos da via.frouxo - Alguém que tem por hábito afrouxar numa via (não ir para cima). Fenómeno que acontece com fre-quência quando a protecção fica abaixo dos pés.Ganda baldo - Ocorre quando o escalador cai no mo-mento em que tinha a última protecção a uns 3 metros dos pés. Ou no caso do psicobloco quando o escalador cai dentro de água de uma altura de mais de 10 metros.inchado - Produção de ácido lácteo resultante do es-forço continuo. Verifica-se um claro aumento dos an-tebraços e bíceps e muitas vezes leva à impossibilidade de progressão do escalador por falta de força. inumano - Expressão muito interessante que é usada para designar tudo, desde “presa inumana”, a “via inu-mana”, passando por “estás inumano”, etc...invertida - Presa que se estivesse colocada ao contrário

Glossário com os termos vulgarmente usados na esca-lada. 6b+, 7a, ... - As vias são cotadas por grau de dificuldade. Em Portugal usa-se a escala francesa. Assim, do mais fácil para o mais difícil vem: V, V+, 6a, 6a+, 6b, 6b+, 6c, 6c+, 7a, 7a+, 7b, 7b+, 7c, 7c+, 8a, 8a+, 8b, 8b+, 8c, 8c+, 9a...À vista - Encadear uma via sem nunca a ter provado e sem nunca ter visto ninguém a escalá-la.Abrir a porta - Não aguentar o peso do corpo num mo-vimento dinâmico e soltar-se da parede, normalmente é acompanhado pelo comentário “Já foste!”.Ambiente - Via equipada por escaladores duros onde a imagem de marca é o grande distanciamento entre as protecções. Normalmente estas vias metem muito medo.Apertar - Quando um escalador, a meio de uma via ou bloco, morde o lábio ou mete a língua de fora e franze a testa, ou deixa fluir uns sons estranhos. Significa que a via está difícil e que o escalador tem de se esforçar.Aplat - Denominação dada a uma presa que não tem propriamente um sítio para se agarrar. Normalmente é plana e são necessárias condições de “grip” muito pró-prias (temperaturas baixas).bajolo - Grande presa, também designada presa “inu-mana”.bidedo - Buraco na rocha, onde supostamente só cabem 2 dedos.bife - Bocado de pele que sai de um dedo e que, em certos casos, pode impedir o escalador mais fanático de escalar durante vários dias.bloca - Usa-se esta expressão, das duas uma, quando se chega ao cimo de uma via, ou quando o escalador afrouxou e ao ver que não tem hipóteses de progredir na via, prefere dizer bloca em vez de voar.boulder - Escalar pequenos blocos de pedra sem corda. Quando não se encadeia cai-se no chão por cima de um crash-pad. Também se conta com a ajuda de outros es-caladores para controlarem a queda.Chorreira - Formação interessante no calcário, carac-terizada por parecer uma escorrência. Normalmente, é preciso uma técnica apurada para se escalar nestas vias.Clássica - Escalar uma parede com recurso a friends e entaladores que servem de autoprotecção e são co-locados em fissuras da rocha. Neste estilo de escalada as protecções não abundam e normalmente escala-se com ambiente.Corda - Bem precioso de um escalador que serve de segurança a este.

GLoSSÁrio

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seria uma boa presa.Já foste! - Expressão usada quando o escalador está a 0,5 segundos de cair.Lançamento - Movimento que se faz de uma presa para outra em grande velocidade, em que normalmente se fica com os pés no ar.Lavada - Designação dada a uma via que já foi escalada milhares de vezes, de tal forma, que em algumas presas é possível vermos reflectida a nossa imagem.Lesão - Uma cena muito má que, infelizmente, acon-tece com bastante frequência na vida de um escalador. Consoante a gravidade, o escalador deixa de apertar ou deixa mesmo de escalar.Levantar a asa - Fenómeno muito característico de um escalador em apuros e que está prestes a cair de uma via. Acontece quando o cotovelo levanta-se acima da cabeça, e o antebraço fica com o dobro do tamanho (inchaço). Esta técnica é também usada, regularmente, por alguns escaladores com resultados bastante efec-tivos.mõ - Palavra usada pelo escalador para pedir ao seu segurador um pouco de corda.Nº de ensaios - Número de vezes que o escalador tenta uma via.pés de gato - Calçado que o escalador usa para pro-gredir na via. Tem uma borracha na sola e, normal-mente, usa-se dois números abaixo do calçado habitual.pi - Palavra usada para designar bloca. O escalador pede ao seu segurador para lhe tensar a corda.pilha - Expressão usada para designar bloca. Se for pilha-forte é porque a coisa está mesmo dificil.presa - Qualquer coisa na rocha que nós agarramos e com isso progredimos na via.projecto - Uma via dura que teima em não deixar nin-guém encadeá-la.protecção - São as plaquetes ou tiges que estão colo-cadas na via e que serve para nossa segurança quando a escalamos.psicobloco - O mais radical da escalada. Escala-se em falésias que dão para a água. Quando não se encadeia dá-se um grande mergulho.regleta - Pequena presa onde só cabe uma falange dos dedos.Sacar - Significa que o escalador encadeou uma via dura.tigre - Designação dada a alguém muito, mas mesmo muito forte, ou que se sente muito forte.top - A melhor imagem de um escalador. É o final de uma via.trabalhado - Quando o escalador encadeia a via após

“n” número de ensaios.tridedo - Buraco na rocha, onde supostamente só cabem 3 dedos.venga - Expressão retirada do castelhano e que tradu-zindo para português quer dizer “vai lá”. Usa-se para incentivar o escalador quando este está a meio de uma via ou bloco e está em apuros. via - Pedaço de rocha preparado ou não para se escalar.voar - Quando se cai numa via equipada com am-biente. ø

agulhas do taghia, atlas, Marrocos

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Em família

Em CANoA pELo tEJoPropomos para uma aventura em família uma des-cida única em Portugal e provavelmente no mundo.

O que é que tem de especial? O Cas-telo de Amourol, empoleirado no maciço rochoso a meio do Tejo. Nesta descida o ponto fundamental é

mesmo o desembarque na ilha e visita ao Castelo e sua Torre de menagem.

A concentração dos partici-pantes acontece em Tancos, local onde termina a activi-dade. É nesta povoação de margens ajardinadas, que deixam os veículos e é a par-tir daqui que são transportados pelos veículos da AVENTUR até Constância, local de início da Cano-

PontoS ForteS1- Segurança – Possibilidade de participação de crianças a partir dos 3/4 anos2- aventura3- Beleza paisagística4- Integração cultural

agem. O local da concentração também poderá ser em Constância com o transporte dos partici-

pantes no final.

Após um briefing técnico e de segu-rança, depois de se equiparem, e

na companhia do monitor (es) entram para a água. A descida é tecnicamente muito fácil. Uma ligeira corrente trans-porta-nos pachorrentamente rio abaixo.

Logo após a largada, ainda feita nas águas do Zêzere, pas-

samos pela foz deste para o Rio Tejo. É uma passagem calma e

sem qualquer dificuldade. Avistamos

A descida é tecni-camente muito fácil. Uma ligeira corrente transporta-nos pa-chorrentamente rio

abaixo.

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de imediato a ponte rodo e ferroviária, que al-cançamos em poucos minutos, e que passamos pelo vão central. Aqui o rio ganha uma largu-ra apreciável, e circulando pelo meio podemos contemplar a força deste curso de água. Passa-mos ao largo da Praia do Ribatejo, local de fé-rias da elite lisboeta do século XIX. A espaços erguem-se os palacetes na margem do rio. Uma antiga indústria há muito abandonada, é guar-dada no alto da sua chaminé por um casal de cegonhas. Dependendo da época, podemos ob-servar e ouvir o bater sincronizado dos bicos e a dança de cabeças, que caracteriza o ritual de reforço dos laços de acasalamento. Ou mesmo os pintos sempre à espera de mais uma rã, pei-xe ou ratinho, trazido pelos progenitores. Muito frequente também são os saltos das fataças. De-pois de um primeiro salto devemos manter-nos alerta, pois quase sempre este peixe não termi-na a sua aparição sem concluir 3 a 5 saltos. No meio do rio, por vezes, fica à vista um aflora-mento rochoso. Uma grande pedra onde se vêm empoleirar os corvos marinhos.

Estamos a meio de uma grande curva à direita e avistamos ao longe o Castelo de Almourol. Pou-co a pouco vamos chegando junto a este pedaço da nossa História. Quase à sombra deste edifício milenar, apercebemo-nos da importância que deve ter tido nas conquistas e reconquistas do território que um dia se tornou Portugal. De-sembarcamos na ilha, e vamos visitar o Castelo. Subimos à torre de menagem e … É uma vis-ta de tirar o fôlego. O Tejo contorcendo-se pela lezíria a caminho do oceano, e as populações ribeirinhas caiadas de branco. Demoramo-nos um pouco mais a ouvir a explicação histórica do monitor, sobre a construção e ocupação da for-taleza. Estamos em terras de Templários.

Mais uma vez embarcamos nas canoas, agora para um percurso que rapidamente nos aproxi-ma do fim da descida. Na margem direita e junto a um grande e antigo cais, está a rampa de de-sembarque.

Na outra margem está a aldeia de Arrepiado. Para o visitante parece a povoação gémea de Tancos, apenas separada pelo rio. Não devemos abandonar o local sem verificar a régua de me-dida das cheias. Quase todos ficam surpreendi-dos com a altura das mais altas.Estamos prontos para almoçar, e podemos faze--lo no excelente restaurante que fica a 100 me-tros, o Restaurante Almourol. ø

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Em família Por Paulo Quintans

pASSEio DE DomiNGoa prática de desporto ao ar livre tem cada vez mais adeptos e a utilização de bicicleta todo o terreno tem tido um contributo enorme para este nú-

mero aumentar cada vez mais.

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torrES vEDrAS

Aos Domingos de manhã a romaria aos trilhos aumenta e podemos en-contrar todo o tipo de pessoas a pra-ticar este desporto, por isso mesmo resolvemos deixar-vos algumas di-

cas de locais propícios a prática de BTT seja em tom de passeio, ou mesmo treino.Neste primeiro artigo vamos levar-vos à bela re-gião Oeste, mais precisamente a Torres Vedras. Com partida do parque da Várzea (mesmo no centro de Torres Vedras) e onde podemos en-contrar o monumento de homenagem àquele que foi até agora o melhor ciclista Português de todos os tempos Joaquim Agostinho. Partimos pela ecovia rumo a praia de Santa Cruz. Por aqui e maioritariamente em estrada de terra batida com alguns obstáculos pelo caminho podemos apreciar uma vasta zona de cultivo ladeando ora margem direita ora a margem esquerda do rio Sizandro. Com apenas quatro ou cinco subidas ligeiras, pois todo o restante percurso é bastante

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rolante atingimos as arribas de Santa Cruz pela sua parte Sul. Aqui, vale pena efectuar uma pa-ragem e apreciar a maravilhosa paisagem sobre a foz do rio Sizandro e a praia azul. Subindo mais um pouco encontramos o miradouro da praia das Amoeiras. Deste ponto não só podemos ob-servar praia e mar como também grande parte de Santa Cruz e do Concelho de Torres Vedras.A partir daqui descemos por alcatrão até ao cen-tro de Santa Cruz para um cafezinho e um pastel de feijão (doce típico da região) no café Central.Depois de retemperadas as forças continuamos pela ecovia, desta vez por asfalto, até a praia de Porto Novo (cerca de 8 kms em terreno plano e com uma descida final que servirá para ganhar força para a ultima parte do passeio, esta mais técnica e com um grau de dificuldade maior).Assim chegados a praia de Porto Novo e à foz do Rio Alcabrichel invertemos a marcha e partimos à conquista das Arribas a Norte de Santa Cruz. Aqui vamos encontrar single tracks fantásticos

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Em família

Terminados cerca de 7 kms de arribas chega-mos à praia do Navio, onde poderemos tomar primeiro um banho de mar e depois um duche nos chuveiros públicos, apreciar o lindíssimo pôr-do-Sol de Santa Cruz e acompanhar com um fantástico lanche. Percorremos cerca de 40 kms em três horas e meia (com paragens incluídas) e passamos um final de tarde fantástico…Brevemente disponibilizaremos o track GPS no nosso site.Resta-nos agradecer a Hilzy Cadaval, Scott, Spiuk e Garmin que colaboraram fornecendo os equipa-mentos e vestuário para a realização do passeio.

Até ao próximo passeio, boas pedaladas…. ø

com uma vista sobre a praia e o mar. Se tiver-mos sorte com o tempo, a vista estende-se à Ilha das Berlengas e Peniche. Este tipo de passeios proporcionam-nos o acesso a locais com paisa-gens únicas e das quais só podemos desfrutar e apreciar de bicicleta ou a pé. Aliás para os mais inexperientes a sugestão é que em alguns pon-tos desmontem da bike, apreciem a paisagem, e não corram riscos pois o que se pretende é que o passeio seja agradável sem acidentes.

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CroÁCiA: Navegação e Caminhadas

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■ Contacto permanente com o mar, ■ As caminhadas em zonas selvagens e encantadoras das ilhas, ■ O ilhéu Kosljun com o seu mosteiro do séc XV, ■ Mergulhos nas belíssimas águas do mar Adriático, ■ Travessia da floresta de carvalho em Rab, ■ Visita das vielas empedradas nos bairros antigos das vilas insulares, ■ A bonita ilha Ilovik, a “ilha das flores”, ■ O pôr do sol sobre o mar azul turquesa, ■ Os golfinhos brincando nas ondas, ■ A isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice, ■ Opatija, a “Pérola do Adriático” antes frequentada pela aristocracia autro-

húngara, ■ O cosmopolitismo de Zagreb.

AtrACÇõES

Aliciante estilo de vida em contacto perma-nente com o mar, navegando todos os dias e fazendo ca-

minhadas em zonas selvagens e encantadoras de diversas ilhas do mar Adriático. Navegaremos todos os dias na baía Kvarner, visitando várias ilhas onde fare-mos caminhadas e onde pernoi-taremos nos pequenos portos das vilas piscatórias. Visitamos Punat, em Krk, cuja centro antigo visitaremos. De-pois faremos uma travessia atra-vés dos povoados de Kaljina e Spuhotina para o topo do monte Veli Hlam. Visitaremos a ilha Rab que pos-sui uma das últimas florestas de carvalho do Mediterrâneo num trilho onde vamos abrindo e fe-chando a porta dos velhos muros de pedra. Na ilha Lošinj seremos saudados por rebanhos de ovelhas na ca-minhada até à isolada e adorme-cida aldeia de pedra Lubenice si-tuada na beira de um precipício. Terminamos com um passeio em Opatija e mais adiante, Rijeka. Será uma semana activa e cheia de experiências interessantes, que inclui períodos de descon-tracção, passados no convés do barco admirando uma paisagem encantadora.

Em família

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D1: Voo Lisboa – Zagreb. Noite em Hotel.D2: Dia livre em Zagreb. Noite em hotel.D3: Autocarro para Rijeka e embarque até às 13h. Na-vegação para ilha de Krk. Pernoita em Punat. D4: Caminhada de Stara Baska até à vila Baska (4h30). Navegação até à ilha de Rab. D5: Caminhada na ilha de Rab (4h30). Navegação até à ilha de Ilovik.D6: Caminhada pela ilha de Ilovik (3h30) e depois na-vegamos até à baía de Èikat, situada na ilha de Lošinj. Caminhada até ao pico de São Ivan. 3h30. D7: Caminhada até ao cimo da Serra Osoršica (274m) e regresso a Osor (5h). Navegação até Martinšćica na Ilha de Cres. D8: Caminhada até à isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice, descida para a baía de Valun. 6h30. D9: Navegação até à vila de Lovran, caminhada até Opatija (3h). Navegação até Rijeka, caminhada até Tr-sat. 4h. D10: Após o pequeno-almoço, faremos o desembar-que até às 9h. Regresso a Zagreb, hotel.D11: Voo Zagreb – Lisboa.

preço: desde Eur 1180 por pessoa (voos incluídos). partidas: Set 1-11, Set 8-18, Set 15-25, Set 22-Out 2, Set 29-Out 9, Out 6-16.Um programa: Rotas do Vento ø

http://www.rotasdovento.com/

proGrAmA:

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O Portugal Dakar Challenge tem como assinatura a frase “ A Aventura Mítica Continua Viva”, pois trata-se de uma expedição que para muitos

é um sonho que agora se torna realidade, uma expedição que liga Portugal ao mítico Lac Rose onde se realizou durante muitos anos a ultima etapa do Rally Paris Dakar.

Para quem quiser participar basta inscre-ver-se no site oficial www.portugaldakar.com , aqui poderá encontrar todas as con-dições alusivas ao evento, designadamente o Regulamento Oficial de Prova e demais questões práticas que envolvem as equipas.

Com partida prevista para o dia 30 de Dezembro, a prova contará com duas eta-pas em território nacional e logo após a noi-te de fim de ano, planeada para a região do Algarve, as “máquinas e pilotos” rumam em direcção ao continente Africano.

50 equipas, 15 etapas e 5 países constituem o desafio, um percurso dedicado aos veícu-los 4x4 e motos que será acompanhado por uma tripulação onde se incluirão assistên-cia médica profissional, assistência mecâni-ca e viaturas de apoio que tudo farão para tornar esta expedição inesquecível.

Com mais de 30 equipas já inscritas, e a 3 meses ( 31 de Outubro de 2011 ) para o encerramento das inscrições, a Organiza-ção prevê uma participação maior do que o registado na edição passada.

Com parti-da prevista para

o dia 30 de Dezembro, a prova contará com duas

etapas em território nacional e logo após a noite de fim de ano, planeada para a região do Algarve, as “máquinas e

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em 2010 FoI aSSIm!É difícil descrever através das palavras os sentimentos e as experiências vividas na expedição Portugal Dakar challenge 2010, os momentos irrepetíveis, as emoções, par-tilhadas durante 15 dias com todos os que fi-zeram parte da história deste projecto, não se explicam!Durante os mais de 5000 km percorridos, fomos captando os fantásticos cenários que a cada instante nos surgiam, os encantos da natureza, os povos característicos e as to-nalidades únicas que nos iam invadindo de-ram origem a fotografias de rara beleza.

cenárIoS únIcoS !algumas das imagens, que partilhamos con-vosco traduzem os melhores momentos que os nossos olhares tiveram oportunida-de de imortalizar, através da objectiva da máquina fotográfica.o privilégio que a vida nos concedeu de po-dermos, através da imaginação, viajar no tempo e no espaço, tem nestas imagens, “janelas” de liberdade.”

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O projecto Portugal Dakar Challenge, nasceu de uma vontade colectiva de criar um conceito dife-renciado, capaz de agregar valor a todos os agen-tes e parceiros envolvidos. Uma expedição huma-na, única e memorável. Um projecto solidário que associa a vertente recreativa à promoção de dife-rentes destinos turísticos.

A assinatura do conceito, A Aventura Mítica Con-tinua Viva, traduz o posicionamento de uma “pro-va” que pretende cumprir com o Sonho chamado Dakar, para muitos um destino mítico e só possível através desta expedição.

A criação de uma imagem forte, e o desenvolvi-mento de um plano de comunicação de âmbito nacional, permitiram alcançar resultados acima das expectativas, facto potenciado pelo importante contributo e envolvimento de alguns dos maiores grupos de media nacionais.

O sucesso até aqui alcançado, permite projectar o futuro da “prova” com a certeza de que existe um público específico que se revê no conceito. O Portugal Dakar Challenge não é uma competição muito menos o passeio turístico, para quem já par-ticipou fica o testemunho de uma das equipas e que traduz bem o que se pode esperar:

“sem exageros, acho que vale…por uma vida!” ( citação de Augusto Carrega, Equipa nº 6 – edição 2010 ) ø

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São 05h00 e já estou em Schiphol, Ames-terdão. A esta hora o aeroporto não tem grande movimento e fiz com facilidade o meu check in e o da bicicleta. Como viajo com a KLM isto implica um pagamento

adicional de 40 Euros.Enquanto esperava pela minha vez, conversei com um viajante Siciliano e aprendi mais um “truque”, muito útil a quem viaja com a bicicleta numa caixa. Para se poupar uns euros e não correr o risco de ultrapassar os 20 kg definidos, deve fazer-se pri-meiro o check in da bike sem caixa, pedindo no balcão os autocolantes de identificação de baga-gem respectivos. Antes de a entregar na porta das bagagens fora do formato, coloca-la na caixa devi-damente acondicionada. Para termos uma noção, cada caixa pesa aproximadamente 4,5 kg.

As previsões meteorológicas para a ilha de Skye nos dois primeiros dias não são nada animadoras. Aguaceiros fortes e vento de sul com intensidade de 40 km/h, é o cenário que me espera neste inicio de aventura. Ainda assim motivação não falta para cumprir o objectivo.Ao contrário do que inicialmente previa, desta vez viajo sozinho, pois um contra tempo de última hora deixou em terra um companheiro de viagem.O voo foi de duração curta (1h20) e não teve atra-sos, o que permitiu chegar a Glasgow às 08h25.Desembarquei, passei o controlo policial e troquei euros para libras. Não passaram mais de 10 minu-tos para que a caixa da bike e os alforges já andas-sem a rodar na passadeira de recolha de bagagens.A montagem da bike tomou-me algum tempo pois tive inevitavelmente que validar todos os apertos, montar guarda-lamas, encher os pneus, efectuar ajustes na fixação dos alforges, lubrificar a trans-missão, etc.

Enquanto es-perava pela minha vez, conversei com

um viajante Siciliano e aprendi mais um “tru-

que”, muito útil a quem viaja com a bicicleta

numa caixa.

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AventuraGLASGow – mALLAiG Com tudo pronto, chegava na hora de partir. Pedalei cerca de 2km para apanhar o comboio em Paisley Gilmour Street, para Glasgow Cen-tral. Na porta de saída do aeroporto encontram--se com facilidade as indicações da ciclovia para o centro da cidade, apenas há que redobrar a atenção, pois aqui circula-se pela esquerda.Para chegar a Mallaig nas Highlands a opção mais “rápida” e económica é mesmo o comboio, no entanto é obrigatório efectuar 2 transbordos, um em Glagow Central e outro em Dalmuir com todos os inconvenientes que isso acarreta para quem vai carregado. Ao comprar o bilhete onli-ne em www.firstgroup.com/scotrail, reservei um espaço na carruagem para a bike, sem ter que efectuar qualquer pagamento adicional.Até Dalmuir, viajei em comboios sub-urbanos em que não existem lugares marcados. Ao longo de 5 horas de viagem, o comboio vai serpentean-do entre as montanhas, vales profundos, quedas de água, grandes lagos, …, cenários de grande beleza natural! Por sorte consegui lugar à janela o que me proporcionou excelentes imagens.Até Fort William tudo rolava às mil maravilhas até que, a velhinha automotora a diesel resol-veu parar no meio da linha e não queria traba-lhar. Depois de mais de uma hora sem qualquer tipo de informação, lá arrancou muito devaga-rinho chegando a Mallaig com bastante atraso. Muitos passageiros iam hoje para a ilha no fer-ry, mas como perderam a ligação por motivo do atraso tiveram que ficar em terra e procurar alojamento.O vento sopra fortíssimo em Mallaig e já come-çou a chover. Encontrado o local de pernoita, o resto do dia resume-se a um duche quente, jan-tar e cama que amanhã o dia promete.

mALLAiG – ArmADALE – GLENbrittLE O acolhimento que tive por parte da família Giles foi fantástico e logo pela manhã Sue e Tony prepa-ram-me um pequeno-almoço tipicamente Scottish, carregado de calorias. Na Escócia a melhor opção de alojamento é definitivamente os B&B, onde o ambiente familiar é partilhado com os hóspedes.Esta manhã percebi perfeitamente o porquê de outros companheiros de viagem muitas vezes me comentarem que demoram cerca de 1 hora para arrumar tudo nos alforges para sair. Foi mais ou menos o que demorei, pode até parecer muito, mas é necessário acondicionar bem as coisas e colocar mais à mão o material que se vai precisar durante o percurso.Após as despedidas, dirigi-me para o porto de pes-ca, comprei o bilhete (3,5 + 1,15 libras para a bici-

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cleta) e embarquei no primeiro ferry do dia para a ilha (09h00).Conforme a previsão meteorológica, o vento sopra com grande intensidade do quadrante sul.Trinta minutos são quanto basta para atracarmos em Armadale. Apesar do vento, o tempo está ame-no e não perdi muito tempo até começar a pedalar. Curta paragem no castelo de Armadale para uma foto e continuei a bom ritmo bordeando a costa, passando por Kilbed, Teangue, e Islearnsay.Para primeira paragem escolhi Boardford, por ser uma vila com condições para me abastecer de víveres.Em Skye não existem muitos locais para abasteci-mento, as distâncias entre as povoações são signifi-cativas e pode correr-se o risco de não se encontrar comida. As grandes vilas têm sempre supermerca-dos onde podemos comprar de tudo. Estranhamente a água nos locais mais recônditos da ilha tem de ser fervida, pois é captada directa-mente das nascentes das montanhas.Sigo até Sligacham onde almocei, mas a meio caminho começaram os primeiros problemas: chu-va e vento forte que vinha na minha direcção e me impedia de avançar a bom ritmo. Especialmente a descer tive que redobrar a atenção, pois a bicicleta com alforges torna-se demasiado instável.Parava ocasionalmente para fazer umas fotos e aproveitava para hidratar. A paisagem é sober-ba, de cortar a respiração, com o verde a ser a cor dominante. Montanhas abruptas, vales profundos, quedas de água, enseadas abertas ao mar, locais onde o silêncio é absoluto e a natureza nos revela todo o seu esplendor. Tudo magnífico, pesa embora o esforço quase desumano necessário para desfru-tar de tanta beleza…A meio da tarde e exausto por ter pedalado os últi-mos 40 km contra o vento, cheguei à pousada rural de Glen Brittle, no sopé das Cuillin Mountains.A maioria dos usuários do albergue, são adeptos do montanhismo, especialmente do trekking de mon-tanha, que fazem aqui base para as suas ascensões na montanha. Sgurr Alasdair (996 metros) é o pico mais alto da cordilheira das Cuillin Mountains.Glen Brittle tem pouco mais que 4 casas e 1 par-que de campismo de apoio aos montanheiros. Para terem uma ideia deste recôndito local, não existem lojas, nem cafés e tão pouco rede de telemóvel. Um “isolamento” do mundo quase total. Há muito que não vivia uma experiência destas!São maioritariamente ingleses e alemães que resi-dem actualmente no albergue, mas hoje chegaram 5 espanhóis e um “tuga” para compor o panora-ma… Nunca um banho quente me tinha sabido tão bem, como o desta tarde…Para o jantar confeccionei uma sopa com feijão, legumes e carne. Para sobremesa, fruta da época

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Aventuraem calda. É muito interessante presenciar o espíri-to de partilha e de entreajuda que reina entre o pes-soal na refeição. Tal como na montanha, o pessoal associa-se em grupos para a confecção da refeição, bem como para as tarefas de limpeza inerentes.Estou realmente cansado e são 20h15. Ainda preci-so ferver água suficiente para a etapa de amanhã. Após esta tarefa, recolhi à camarata e adormeci…FIcha Da etaPaEtapa: Mallaig – Armadale – Glen Brittle – 82,1 kmTempo de deslocação: 5h12Avarias: NILVelocidade Max.: 53,2 Km/hLocais de abastecimento: Broadford, parque de campismo de Glen Brittle e no bar do hotel em Sli-gachan

GLEN brittLE – tALiSkEr – fiSkAvAiG – CArboSt – GLEN brittLE Tal como o previsto, fiz base na pousada de Glen Brittle, para poder percorrer esta parte da ilha, que maioritariamente são trilhos fora de estrada.O dia acordou chuvoso mas as previsões faziam crer que a meio da manhã tudo se alteraria para melhor.Após o pequeno-almoço, preparei a bike, efectuei a afinação no desviador traseiro e lubrificação da transmissão e parti.Para hoje tinha preparado uma jornada de BTT, pelos épicos trilhos das Cuillin Hills e foi com agra-do que reparei que para poder aceder às monta-nhas teria que atravessar a Glen Brittle Forest.Demorei algum tempo a subir, pois a paisagem que se observa é de tal modo magnífica que não hesita-va em parar para fazer umas fotos. É impressionan-te…sinto-me pequeno diante de tamanha imensi-dão de verde.Duro a subir e perigoso a descer. Todos os cuidados são poucos, pois brota água de todos os lados e o trilho está completamente inundado.A vista para o Loch Eynort, deteve-me alguns minu-tos, apenas para o contemplar.Durante os primeiros 30 km do percurso não vi ninguém. Subi ao colo da Beimn Bhuidhe e desci rápido para a baía de Talisker.O vento que soprava “rijo” de Sudoeste e durante a descida quase congelei. Já em Talisker tive que me abrigar pois caiu uma chuvada de granizo. Durou pouco tempo, mas caiu muita pedra mesmo!Este pequeno lugar é idêntico a Glen Brittle com 4 casas apenas. São casas de pescadores e só são usadas nas épocas da pesca.Foi completamente impossível pedalar no single track de ligação a Fiskavaig. O trilho era a subir e estava completamente inundado ao estilo diluviano.

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Durante cerca de 4 km, não tive outro remédio senão carregar a bicicleta às costa até ficar a salvo em Ard an T-Sabhail.Já em asfalto, desci para a baia de Fiskavaig onde almocei junto à praia.No alto de Fernilea parei para fazer umas fotos e um casal de portugueses saudou-me. Estavam a percor-rer a ilha de carro. Como tenho sempre a bandeira nacional na bicicleta é fácil identificarem-me.Carbost é local de paragem obrigatória para se visi-tar a destilaria Taliskay. Aqui é produzido um dos melhores whiskies da Escócia. Por 5 libras, faz-se a visita guiada que dura 45 minutos e que termina com a tradicional prova do produto.Em Skye, o tempo muda a todo o instante. Esteve uma tarde de sol típica de verão escocês e no per-curso de regresso à pousada detive-me em prati-camente todos os locais que proporcionavam boas fotografias.Cheguei muito antes do horário de abertura da pousada e resolvi aproveitar o tempo indo até à praia desfrutar da paisagem.Esta tarde chegou mais gente, 4 eslovenas e um polaco o que torna o local ainda mais internacional.Confeccionei o jantar juntamente com os espa-nhóis. Após a refeição, seguiu-se o chá e a conversa sobre aventuras na montanha e claro em bicicleta.FIcha Da etaPaEtapa: Glen Brittle - Talisker – Fiskavaig – Carbost – Glen Brittle 47,6 KmTempo deslocação: 3h58Velocidade Max.: 54,9 Km/hAvarias: NILLocais de abastecimento: Carbost e no restaurante do hotel à entrada de Portnalong

GLEN brittLE – portrEE – StAffiN – UiG Levantei-me bastante cedo, pois tinha a noção que a etapa de hoje seria a mais longa e a mais dura. Aquela hora da manhã já estava muita gente a tomar o pequeno-almoço. O pessoal da montanha ainda é mais madrugador que eu. Partem para as ascensões bem cedo, pois têm a indicação que esta tarde o vento vai aumentar de intensidade e a chu-va também fará a sua aparição. Após acondicionar as minhas coisas na bike, inicio a etapa, cheio de ânimo e a bom ritmo. Os primei-ros 14 km são a subir, mas sinto-me bem e avanço a bom ritmo.Glen Brittle fica situado na parte sudoeste da ilha e eu vou para norte da ilha, para Uig, com paragem em Portree, cidade “capital” da ilha.À medida que avanço para Norte a paisagem muda ligeiramente. As altas montanhas de rocha dão lugar a grandes manchas de floresta de cedros e pinheiros.

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AventuraPlaneei as etapas para pedalar maioritariamente por estradas secundárias, e para chegar a Portree segui pela B885 que cruza o vale do rio Snizort. Embora seja uma zona mais no interior da ilha, exibe uma beleza natural apreciável.Já em Portree, efectuei um pequeno abastecimento e visitei o porto de pesca, com um colorido visível à distância, pelas suas pitorescas casas.São 11h15, mas a chuva que estava prevista mais para o final da tarde, já começou a cair.Penso cá para comigo: …”Ui isto vai ser duro…”! Faltam-me cerca de 40 km, 15 dos quais de mon-tanha.Esperei que abrandasse no posto de turismo, mas rapidamente de decidi em fazer-me à estrada. Optei por percorrer a estrada mais a Este da ilha, que passa por Staffin.Esta parte da ilha também é bastante montanhosa, com a costa a ter recortes de rochas abruptas para o mar.Parei em Staffin num supermercado, daqueles pequenos mas que vendem de tudo e pedi um chocolate quente. Estava gelado e não parava de chover…Um casal de suíços que também iam para Uig, per-guntaram-me a melhor opção para lá chegar.Existem duas possibilidades, ou pela montanha que são 15 km e mais de metade a subir, mas com vistas soberbas, ou dando a volta pela ponta norte da ilha que são 36 km.Ficaram apreensivos… pareceu-me que não tinham grande experiência, a avaliar também pelo material que possuíam.Disse-lhes que ia pela montanha e que podíamos ir juntos. Eles concordaram!A subida era longa e começamos lentamente para não termos “surpresas” a meio. Fomos conversan-do e conhecendo-nos. Tony é suíço, Olinda equato-riana, mas vive na Suíça à uns anos. Esta era a sua primeira viagem em bicicleta.Com um ritmo lento, fomos assumindo as passa-gens mais difíceis, ajudando-nos mutuamente.Eu, possivelmente mais preparado fisicamente vim para a frente, trazendo-os na minha roda. Pelo meio fizemos paragens para umas fotos e para hidratar.Uma vez atingido o planalto, paramos para contem-plar… ao longe o mar, de um lado a cordilheira de montanhas (The Table, The Needle, The Prision), do outro, os lagos Cleat e Leum… simplesmente fantástico!Fizemos umas fotos para assinalar o momento e resolvi descer para Uig, pois estava muito vento e não queria arrefecer.Despedimo-nos e desci rapidamente para Uig.Parei para visitar esta pequena vila, pois tinha que fazer tempo, até à abertura da pousada às 17h00. Estava prestes a sair um ferry para Lewis, outra ilha mais a norte da Escócia. As travessias em fer-

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ry para as ilhas são asseguradas pela Caledonian MacBrayne.Como já tinha a reserva feita pela internet em www.syha.org.uk, não perdi muito tempo no check in. Se não tivesse reserva, esta noite não poderia pernoi-tar aqui, pois a pousada esta lotada.Fiz o jantar e dediquei o serão a escrever as cró-nicas em atraso para assim que possível as postar no blog.FIcha Da etaPaEtapa: Glen Brittle – Portree – Staffin – Uig – 88 km Tempo deslocamento: 5h36Velocidade Max.: 56,8 Km/hAvarias: NILAbastecimentos: Portree, Staffin, Uig

UiG – broADforD Como hoje tinha uma etapa sem grandes dificul-dades, resolvi dormir até mais tarde. As regras das pousadas escocesas são claras. Às 10h30 toda a gente tem que deixar as instalações. Sai pelas 09h30 e já estava a chover. Nada que não se suportasse…A primeira parte da etapa até Portree foi monóto-na e sem grande interesse. Basicamente pedalar km’s e com bastante atenção, pois circulava por uma das principais estradas da ilha e bastante movimentada.A norte de Skye não existem alternativas para fugir às estradas principais.Já em Portree, abasteci-me mais uma vez na pada-ria Mackenzie’s Bakery, pois fiquei deliciado com as panquecas e com os scones.O tempo começou a melhorar e o sol impôs-se por detrás das montanhas.Retomei a pedalada e após Sligachan, derivei para uma estrada cénica paralela ao mar, que passava por Moll e que permite uma vista fenomenal sobre a ilha de Raasay e sobre o lago Ainort.São apenas 3 milhas, é um facto, mas os pontos de interesse são tantos que me detive a fotografar e demorei mais de uma hora para a percorrer.Uma das imagens do lago que me despertou curiosidade, foi a da azáfama nos viveiros de pei-xe. Nestas águas pouco profundas mas bastante frias o salmão domina o negócio.Retomo a estrada principal e rapidamente atinjo Broadford, destino final desta etapa. Farei base aqui duas noites, para poder conhecer melhor toda a parte sul da ilha.Com facilidade descobri a localização da pousada e instalei-me.Num breve passeio pela cidade, fiz umas compras e fiquei surpreendido por constatar que muitos dos produtos em venda que são produzidos na ilha, nomeadamente lacticínios, ovos, carne e pei-xe fumado.

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AventuraAh, consegui finalmente descobrir um local de aces-so à internet, com banda larga, mas extremamente caro, 1.25 libras por 15 minutos. Tinha encontrado outro, mas era apenas um ponto de acesso com um terminal ligado com modem de 54Kb/s. Parece irreal, mas dada a sua orografia, parte da ilha não tem sequer cobertura de telemóvel. FIcha Da etaPaEtapa: Uig – Portree – Broadford – 69,3 kmTempo Deslocação: 03h55Velocidade Max.: 50,1 km/hAvarias: NILLocais de Abastecimento: Uig, Portree, Broadford

broADforD - ELGoL - broADforD Elgol é um pequeno lugar costeiro, mas com gran-des referências em qualquer prospecto turístico de Skye. É o ponto de partida para um dos mais famo-sos trekkings da ilha, em redor do lago de Coruisk, que se situa no interior das Black Cuillin Moun-tains. A partir de Elgol pode-se ir a pé ou então apanhar um barco que nos leva ao interior do lago e daí, dar início ao trekking em seu redor. É um local fantás-tico, de uma calma singular, onde se pode observar em determinadas alturas do ano, espécies como leões-marinhos, baleias, várias aves marinhas e de rapina.Esta manhã, sai da pousada de Broadford com des-tino a Elgol. A estrada estreita, percorre o vale da cordilheira montanhosa num serpentear constante, mas com uma envolvente natural de grande bele-za. Ao descer para Torrin deparei-me com a bonita imagem do lago de Slapin, enquadrado pelas cores do arco-íris.Já em Elgol, fiquei um pouco decepcionado pois não pude embarcar para o lago. O barco não podia transportar a bicicleta e em terra, ninguém se res-ponsabilizava em guardá-la em segurança. Fiquei na esplanada do Cuillinview, e segui a esteira do barco em afastamento até se perder no horizonte… um dia terei que cá voltar!Não posso deixar de destacar a simpatia dos donos do Cuillinview, que me prepararam uns scones caseiros de frutos silvestres e um chocolate quente, enquanto digeria a minha frustração.No caminho de regresso a Broadford, fiz um des-vio ao percurso original e percorri uns single tracks junto à costa. O percurso tinha muita pedra e estava extremamente escorregadio, ainda assim deu para divertir um pouco.Como cheguei cedo, foi desta que consegui ir ace-der à internet e colocar as primeiras fotos desta aventura.Esta é a minha última noite em Broadford, manhã será a etapa de regresso a Mallaig, onde irei apa-

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nhar o comboio para Glasgow.FIcha Da etaPaEtapa: Broadford – Elgol - Broadford 69,3 kmTempo Deslocação: 03h55Velocidade Max.: 50,1 km/hAvarias: NILLocais de Abastecimento: Broadford, Torrin, Elgol

broADforD – ArmADALE – mALLAiGTinha noção que hoje seria um dia bastante preen-chido. É infelizmente o meu último dia na ilha de Skye, mas no percurso de regresso a Armadale, não podia deixar de fazer o desvio para poder conhecer Ord, Tokavaig e Tarskavaig, três comunidades cos-teiras situadas na parte Sudoeste da ilha.Acordei cedo, para poder arrumar tudo nos alfor-ges e sair antes das 08h00. Assim aconteceu, mas ao começar a pedalar deparei-me com o vento a soprar na minha direcção e que não me deixou avançar ao ritmo que desejava. Depois de passar Isleornsay, as condições pioraram com a aparição da chuva.A estrada para Ord é bastante sinuosa e de apenas uma faixa. Após passar o primeiro colo de monta-nha, quase tive um encontro imediato com uma manada. Com receio do pior, pois teimavam em não arredar “patas” da estrada, mantive-me quie-to à espera que passasse um carro, para poder ter protecção o que veio a suceder minutos depois. Já a “salvo”, continuei num sobe e desce constante até atingir a costa em Ord. Chovia bastante e por esse motivo, não me detive muito tempo naquele castiço lugar costeiro.Continuei a pedalar para Sul, paralelo à praia até atingir Tokavaig e o seu lendário castelo (Dunscai-th Castel). Esta pequena fortaleza, agora em ruí-nas, deu guarida à deusa celta Scathach e segundo a lenda, foi construído no decurso de uma única noite. Pela beleza envolvente de que este local se reveste, foi de paragem obrigatória, na etapa. Mais uma grande subida para atingir Tarskavaig, mas a partir aqui até ao cais de embarque até Armadale,

foi sempre a descer a bom ritmo. Estava feita mais uma viagem! Foram 6 dias mui-to intensos de facto, mas parto muito satisfeito, com os alforges carregados de histórias para con-tar e de muita energia para as próximas aventu-ras. Embarquei no ferry para Mallaig e sentado num dos bancos da coberta do navio, fixei-me na silhueta da ilha que se esbatia no horizonte… Goodbye green Skye!A azáfama das gentes na lota do porto de pesca de Mallaig, permitiu bons enquadramentos e boas fotos. O tempo entre os transportes não dava para estadias prolongadas em Mallaig, limitei-me ape-nas a umas compras e de seguida dirigi-me para a estação do comboio. Cinco horas e meia depois, a velha automotora a diesel chegava à estação de Glasgow Queen Street. Já no aeroporto, despendi de algum tempo para proteger a bicicleta para a viagem, dado que a KLM não dispunha de caixas de transporte de bicicletas no balcão de Glasgow, ao contrário do que eu tinha solicitado em confir-mado 1 mês antes de embarcar. Felizmente que a bike foi bem tratada, não sendo necessária recla-mação à chegada a Amesterdão.FIcha Da etaPaEtapa: Broadford – Armadale – Mallaig 44,1 kmTempo Deslocação: 03h01Velocidade Max.: 47,8 km/hAvarias: NILLocais de Abastecimento: Broadford, Tarskavaig, Armadale, Mallaig

Paulo nascimento

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Aventura

Para esta viagem ter tido a “cereja no topo do bolo”, apenas lhe faltou mais tempo. Com mais 2 dias no pro-grama, teria tido a oportunidade de visitar o ponto mais ocidental da ilha e ter feito um dos melhores trekkings nas Cuillin Mountains.

A praga de mosquitos que invade a ilha, especialmente no verão e o excesso de tráfego das estradas principais.

o qUE fALtoU NEStA viAGEm?

oS pEriGoS?

1ª mallaig – Glen Brittle (82,1Km)2ª Glen brittle – Glen Brittle (47,6 Km)3ª Glen brittle – Uig (88 Km)4ª Uig – Broadford (69,3 Km)5ª broadford – Elgol – Broadford (69,3 Km)6ª broadford – Armadale – Mallaig (44,1 Km)

EtApAS

De avião, através dos aeroportos de Glasgow e Edimburgo. Segui-damente de comboio até Mal-laig, com ligação ao ferry para Armadale.Caso pretenda alugar bicicleta na ilha pode fazê-lo, e neste caso, pode chegar à ilha de autocarro, com ligações às cidades mais im-portantes da Escócia.Caso opte por viajar pelas ilhas escocesas, pode chegar a Skye em ferry por Uig no norte da ilha.

Como ChEGAr

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Esta viagem é passível de ser realizada em qualquer al-tura do ano, no entanto as estações mais aconselháveis são a Primavera e o Outono. No Inverno para além do clima agreste, devido à neve, algumas estradas podem estar encerradas. No verão há imenso turismo, os preços sobem, existe muito tráfego nas principais estradas e ne-cessitas de reservar a estadia com alguma antecedência.

A mELhor époCA

Das quatro opções possíveis (youth Hostel, parques de campismo, bed and breakfast e hotéis) eu destaco a primeira. Existem 3 pousadas em toda a ilha (Broad-ford, Glen Brittle e Uig) e todas elas oferecem excelen-tes condições de habitabilidade e diversas facilidades como: cozinha, salas de convívio, em Broadford inter-net. Os preços dependem da época do ano, mas são bas-tante aceitáveis +/- 15 £ no verão.

EStADiAS

Um bom impermeável (casaco e calças) são peças funda-mentais, para viajar por Skye. O tempo muda com muita rapidez, mesmo no verão. Capas de protecção imperme-áveis para os sapatos de ciclismo, vulgo plainitos. Caso optes pela estadia em pousadas de juventude é importan-te levar o cartão nacional de alberguista, pois permite ter descontos nas estadias. Activar o roaming do telemóvel.

Não ESqUECEr

SítIoS relacIonaDoS:http://www.syha.org.uk - rede pousadas da juventude inglesashttp://www.firstgroup.com/scotrail - companhia de comboios http://www.calmac.co.uk – barcos mallaig/armadalehttp://www.klm.com – companhia aéreahttp://www.skye.co.uk – sítio oficial da ilhahttp://www.isleofskyeweather.org.uk – meteorologiahttp://www.cycling.visitscotland.com – percursos de bike na escócia http://www.ukmountainbiker.com - promoção Btt Inglaterra http://www.mwis.org.uk - mountain weather information service Scotlandhttp://www.pocketmountains.com – livros de bolso com percursos em Btt e montanha ø

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