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a História da Igreja Cristã é o luminoso relato da instituição mais poderosa que tão abundantemente serviu de bênção para a humanidade. Este é um livro para ser lido com agrado pelo leitor, e, ao mesmo tempo, um livro-texto para os estudiosos. Por essa razão deverá ter grande aceitação entre os professores de Escolas Dominicais, e entre as Sociedades de Jovens. Centenas e centenas de estudantes encontrarão neste volume a matéria ideal para o estudo da Bíblia. Oferecerá aos pastores matéria ideal para grande número de temas para reuniões de estudos na igreja durante os dias da semana, e proporcionará inspiração para todas as reuniões da mocidade.

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IMWCurso Histria Da IgrejaHumaitA IGREJA DO PERODO PRIMITIVODesde a Ascenso de Cristo, 30 d.C. at Pregao de Estvo, 35 d.C.

At 2. 43-47 - 43E na alma de cada pessoa havia pleno temor, e muitos feitos extraordinrios e sinais maravilhosos eram realizados pelos apstolos. 44Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. 45Vendiam suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos, segundo a necessidade de cada um. 46Diariamente, continuavam a reunir-se no ptio do templo. Partiam o po em suas casas e juntos participavam das refeies, com alegria e sinceridade de corao, 47louvando a Deus por tudo e sendo estimados por todo o povo. E, assim, a cada dia o Senhor juntava comunidade as pessoas que iam sendo salvas.

A identidade de um povo construda pelo conjunto de caractersticas sociais, morais, ticas, pessoais, religiosas e culturais agrupadas num processo histrico que se perpetua pela transmisso de uma gerao a outra, atravs dos meios possveis ( Dt 6:6-9; Js 4:1-7; Pv 22:28 ).Investigar o desenvolvimento das ocorrncias na histria mundial/local da Igreja descortinar a sua trajetria evangelstica e missionria bem como suas lutas e vitrias atravs dos sculos.

1. DEFINO DE IGREJAA igreja crist em todas as pocas, quer na passada, presente ou futura, formada por todos aqueles que crem em Jesus de Nazar, o Filho de Deus. No ato de crer est implcita a aceitao de Cristo por seu Salvador pessoal, para obedecer-lhe como a Cristo, o Prncipe do reino de Deus sobre a terra.

2. O COMEO (Mt 16.20; At 1.6-8)A igreja de Cristo iniciou sua histria com um movimento de carter mundial, no Dia de Pentecoste, no fim da primavera do ano 30, cinquenta dias aps a ressurreio do Senhor Jesus, e dez dias depois de sua ascenso ao cu. Durante o tempo em que Jesus exerceu seu ministrio, os discpulos criam que Jesus era o almejado Messias de Israel, o Cristo. Ora, Messias e Cristo so palavras idnticas. Messias palavra hebraica e Cristo palavra grega. Ambas significam "O Ungido", o "Prncipe do Reino Celestial". Apesar de Jesus haver aceito esse ttulo de seus seguidores mais chegados, proibiu-lhes, contudo, proclamarem essa verdade entre o povo, antes que ele ressuscitasse de entre os mortos, e nos quarenta dias que precederam sua ascenso, isto , at quando lhes ordenou pregassem o Evangelho. Mas deviam esperar o batismo do Esprito Santo, para ento serem testemunhas em todo o mundo.

3. SEU REVESTIMENTO (At 1.15; 2.1-4)Na manh do Dia de Pentecoste, enquanto os seguidores de Jesus, cento e vinte ao todo, estavam reunidos, orando, o Esprito Santo veio sobre eles de forma maravilhosa. To real foi aquela manifestao, que foram vistas descer do alto, como que lnguas de fogo, as quais pousaram sobre a cabea de cada um. O efeito desse acontecimento foi trplice: a) Iluminou as mentes dos discpulos, dando-lhes um novo conceito do reino de Deus. b) Compreenderam que esse reino no era um imprio poltico mas um reino espiritual, na pessoa de Jesus ressuscitado, que governava de modo invisvel a todos aqueles que o aceitavam pela f. c) Aquela manifestao revigorou a todos, repartindo com eles o fervor do Esprito, e o poder de expresso que fazia de cada testemunho um motivo de convico naqueles que os ouviam. O Esprito Santo, desde ento, ficou morando permanentemente na igreja, no em sua organizao ou mecanismo, mas como possesso individual e pessoal do verdadeiro cristo. Desde o derramamento do Esprito Santo, naquele dia, a comunidade daqueles primeiros anos foi chamada com muita propriedade, "Igreja de Pentecoste".

4. LOCALIZAOA igreja teve seu incio na cidade de Jerusalm. Evidentemente, nos primeiros anos de sua histria, as atividades da igreja limitaram-se quela cidade e arredores. Em todo o pas, especialmente na provncia setentrional da Galilia, havia grupos de pessoas que criam em Jesus como o Rei-Messias, porm no chegaram at ns dados ou informaes de nenhuma natureza que indiquem a organizao, nem o reconhecimento de tais grupos como igreja. As sedes gerais da igreja daquela poca eram o Cenculo, no Monte de Sio, e o Prtico de Salomo, no Templo.

5. SEUS MEMBROSTodos os membros da Igreja Pentecostal eram judeus. Tanto quanto podemos perceber, nenhum dos seus membros, bem como nenhum dos integrantes da companhia apostlica, a princpio, podia crer que os gentios fossem admitidos como membros da igreja. Quando muito admitiam que o mundo gentio se tornaria judeu, para depois aceitar a Cristo. Os judeus da poca dividiam-se em trs classes, e as trs estavam representadas na igreja de Jerusalm. Os hebreus eram aqueles cujos antepassados haviam habitado a Palestina durante vrias geraes; eram eles a verdadeira raa israelita. Seu idioma era chamado "lngua hebraica", a qual, no decorrer dos sculos, havia mudado de hebraico clssico do Antigo Testamento para o dialeto que se chamava aramaico ou siro-caldaico. As Escrituras eram lidas nas sinagogas em hebreu antigo, porm eram traduzidas por um intrprete, frase por frase, em linguagem popular. Os judeus gregos ou helenistas eram descendentes dos judeus da disperso, isto , judeus cujo lar ou cujos antepassados estavam em terras estrangeiras. Muitos desses judeus haviam-se estabelecido em Jerusalm ou na Judia e haviam formado sinagogas para atender a suas vrias nacionalidades. Depois da conquista do Oriente por Alexandre o Grande, o grego chegou a ser o idioma predominante em todos os pases a este do Mar Adritico e at mesmo em Roma e por toda a Itlia. Por essa razo os judeus de ascendncia estrangeira eram chamados "gregos" ou "helenistas" apesar de a palavra "heleno" referir-se a grego. Os judeus- helenistas, como povo, fora da Palestina, eram o ramo da raa judaica mais numerosa, mais rica, mais inteligente e mais liberal. Os proslitos (At 6.5) eram pessoas no descendentes de judeus, as quais renunciavam ao paganismo, aceitavam a lei judaica e passavam a pertencer igreja judaica, recebendo o rito da circunciso. Apesar de serem uma minoria entre os judeus, os proslitos eram encontrados em muitas sinagogas em todas as cidades do Imprio Romano e gozavam de todos os privilgios do povo judeu. Os proslitos no devem ser confundidos com "os devotos" ou "tementes a Deus"; estes eram gentios, que deixaram de adorar os dolos e frequentavam as sinagogas, porm no participavam da circunciso, nem se propunham observar as minuciosas exigncias das leis judaicas. Por essa razo no eram considerados judeus, apesar de se mostrarem amigos deles.

6. SEUS LDERESA leitura dos primeiros seis captulos do livro dos Atos dos Apstolos d a entender que durante esse perodo o apstolo Simo Pedro era o dirigente da igreja. Em todas as ocasies era Pedro quem tomava a iniciativa de pregar, de operar milagres e de defender a igreja que ento nascia. Isso no significa que Pedro fosse papa ou dirigente oficial nomeado por Deus. Tudo acontecia como resultado da prontido de Pedro em decidir, de sua facilidade de expresso e de seu esprito diretivo. Ao lado de Pedro, o homem prtico, encontramos Joo, o homem contemplativo e espiritual, que raramente falava, porm tido em grande estima pelos crentes.

7. SEU GOVERNOEm uma igreja comparativamente pequena em nmero, todos da mesma raa, todos obedientes vontade do Senhor, todos na comunho do Esprito de Deus, pouco governo humano era necessrio. Esse governo era administrado pelos doze, os quais atuavam como um s corpo, sendo Pedro apenas o porta-voz. Uma frase que se l em Atos 5:13 indica o alto conceito em que eram tidos os apstolos, tanto pelos crentes como pelo povo.

8. SUAS DOUTRINASNo incio, a teologia ou crenas da igreja eram simples. A doutrina sistemtica foi desenvolvida mais tarde por meio de Paulo. Entretanto, podemos encontrar nos sermes de Pedro trs pontos doutrinrios considerados essenciais. O primeiro ponto, o maior, era o carter messinico de Jesus, isto , que Jesus de Nazar era o Messias, o Cristo durante tanto tempo esperado por Israel, e que agora reinava no reino invisvel do cu, e ao qual todos os membros da igreja deviam demonstrar lealdade pessoal, reverncia e obedincia. Outra doutrina essencial era a ressurreio de Jesus. Em outras palavras, que Jesus fora crucificado, ressuscitado dos mortos e agora estava vivo, como cabea da igreja, para nunca mais morrer. A terceira das doutrinas cardiais, contidas nos discursos de Pedro, era a segunda vinda de Jesus. Isto , o mesmo Jesus que foi elevado ao cu, no tempo determinado voltaria terra, para reinar com sua igreja. Apesar de Jesus haver declarado aos discpulos que nenhum homem nem anjo algum sabia quando se daria a sua vinda, era geral a expectao de que a vinda de Cristo poderia ocorrer a qualquer momento, naquela gerao.

9. SEU TESTEMUNHO EVANGLICO (At 2.4,11,17,18)A arma usada pela igreja, atravs da qual havia de levar o mundo aos ps de Cristo, era o testemunho de seus membros. Dado que temos registrados vrios discursos ou pregaes de Pedro, e nenhum dos outros discpulos, nesse perodo, pode-se pensar que Pedro era o nico pregador. Contudo, a leitura cuidadosa da Histria demonstra que todos os apstolos e toda a igreja davam testemunho do Evangelho. Quando a igreja possua cento e vinte membros, o Esprito desceu sobre eles e todos se transformaram em pregadores da Palavra. Enquanto o nmero de membros aumentava, aumentavam as testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo, sem que houvesse distino entre clrigos e leigos. No fim desse perodo, encontramos Estvo elevando-se a tal eminncia como pregador, que os prprios apstolos ficam ofuscados. Esse testemunho universal foi uma influncia poderosa no crescimento rpido da igreja.

10. SEUS MILAGRES (At 3.1-8; 5.1-16; 6.8)Inicialmente, o grandioso esforo desse punhado de homens de viso necessitava de auxlio sobrenatural, uma vez que se propunha, sem armas materiais nem prestgio social, transformar uma nao, tendo de enfrentar tambm os poderes da igreja nacional e do Estado. Esse auxlio sobrenatural manifestou-se na forma de operao de maravilhas. Os milagres apostlicos foram considerados como "os sinos que chamam o povo adorao". Lemos no livro dos Atos dos Apstolos sobre a cura do coxo que estava porta Formosa. Esse milagre atraiu a multido para ouvir a Pedro e aceitar a Cristo. Logo depois est descrita a morte de Ananias e Safira, ao serem repreendidos por Pedro por causa do egosmo e da falsidade. Esse julgamento da parte de Deus foi uma advertncia a quantos tiveram conhecimento dos fatos. A esses milagres seguiram-se outros que incluam cura de enfermidades. Contudo, esse poder no estava limitado a Pedro nem aos apstolos. Est escrito que "prodgios e milagres" eram realizados por Estvo. Essas obras poderosas atraam a ateno "do povo, motivavam investigao e abriam os coraes das multides, para receberam a f em Cristo.

11. SEU ESPRITO DE FRATERNIDADE (At 2.44,45; 4.32-37)O amor de Cristo ardia no corao daqueles homens e os constrangia a mostrarem esse amor para com seus condiscpulos, a viver em unidade de esprito, em gozo e comunho, e, especialmente, a demonstrar interesse e abnegao pelos membros da igreja que necessitavam de socorros materiais. Lemos no livro dos Atos dos Apstolos que os mais ricos davam suas propriedades, de forma to liberal, que leva a sugerir o socialismo radical na comunho de bens. No entanto, bom notar, que quanto a esse aspecto da Igreja Pentecostal, tudo era feito voluntariamente, ningum era compelido pela lei ou pela exigncia dos pobres em tomar as propriedades dos ricos. Os ricos davam voluntariamente. Deve considerar-se ainda que: foi uma experincia em uma pequena comunidade onde todos estavam juntos; naquela comunidade selecionada todos estavam cheios do Esprito Santo, aspirando, todos eles, em seu carter, a executar os princpios do Sermo do Monte; a experincia surgiu com a expectativa da iminente volta de Jesus, quando ento os bens terrenos no mais seriam necessrios; como experincia financeira foi um fracasso, e logo abandonada, pois a igreja em Jerusalm ficou to pobre, que durante uma gerao se recolhiam ofertas nas outras igrejas para ajud-la; o sistema provocou seus prprios males morais, pois despertou o egosmo de Ananias e Safira. Na verdade, enquanto estamos sobre a terra somos influenciados pelo interesse prprio e pela necessidade. O esprito dessa ddiva liberal digno de elogios, porm o plano, ao que tudo indica, no foi muito acertado.

12. O NICO DEFEITO DO PRIODO PRIMITIVODe modo geral, a Igreja no tinha faltas. Era poderosa na f e no testemunho, pura em seu carter, e abundante no amor. Entretanto, o seu singular defeito era a falta de zelo missionrio. Permaneceu em seu territrio, quando devia ter sado para outras terras e outros povos. Foi necessrio o surgimento da severa perseguio, para que se decidisse a ir a outras naes a desempenhar sua misso mundial. E assim aconteceu mais tarde.

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