Post on 24-Mar-2016
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Ano 5 | Edição 23| Março - Abril | 2014
MEDALHA LUCAS LOPES Ivan MüllerBotelho é o homenageado
ENTREVISTA Luiz Henrique de Castro Carvalho,Diretor de Geração eTransmissão da Cemig
CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEMDefensoria Públicavai prestar assistênciajurídica aos processos
ARTIGOS | NOTÍCIAS DO SETOR | ENERGIA EM MINAS E MUITO MAIS
O que a Capital de Minas ganha com a Copa do Mundo?
FAÇA A ESCOLHA CERTA
Na hora de preencher a ART no
campo (entidade de classe) escolha
a SME - Sociedade Mineira de
Engenheiros através do código 0086.
Assim, você apoia a SME para re-
presentar a engenharia mineira e
oferecer melhores serviços para você!
ART‑0086
www.sme.org.brSociedade Mineira de EngenheirosCompromisso com as soluções para um futuro
sustentável da engenharia e bem‑estar social.
A Copa de 2014 se aproxima aumen-
tando as expectativas e os debates,
principalmente quanto ao legado
desse megaevento esportivo. Mas,
não é tarefa simples medir os impac-
tos econômicos por se tratar de um
acontec imento que requer um
esforço enorme do país que sedia os
jogos com gastos elevados, a maior
parte deles financiada pelo estado.
Para os jogos no Brasil, a estimativa ini-
cial no plano de investimentos nas cida-
des-sede totalizava R$ 25,6 bilhões em:
mobilidade urbana, aeroportos, moder-
nização de estádios, segurança, teleco-
municações e turismo, entre outros.
Além de políticas públicas potencializa-
das pela Copa, de Energia, Qualificação
pelo Pronatec e Hotelaria, conforme
transcrição no site do governo federal
brasileiro sobre a Copa do Mundo de
2014 (http://www.copa2014.gov.br/).
A justificativa para tamanho volume de
recursos, em um país com desigualda-
des sociais profundas, é que esses inves-
timentos resultariam em benefícios
para a população. Não há, contudo, con-
senso em relação a esses resultados daí
nossa preocupação e de outros setores
da sociedade. A preocupação é que
haja mais custos do que benefícios.
Essa apreensão é acentuada a cada dia
pelas informações veiculadas, quase
que diariamente, pela imprensa de
problemas em obras, atrasos na exe-
cução de projetos; cenas diárias
de dificuldades extremas vividas pela
população no transporte urbano, as
péssimas condições das rodovias bra-
sileiras e dos serviços aeroportuários.
Além de problemas sociais estruturais
(saúde precária, déficit de moradia,
educação de baixa qualidade, falta de
segurança, etc.).
Na área econômica, a existência de pro-
blemas que emperram a vida do país, a
exemplo da falta de políticas estrutu-
rantes de longo prazo que permitam
que os investidores/empreendedores
atuem em atividades produtivas e não
especulativas, a corrupção endêmica, a
burocracia, entre outros fatores.
Os especialistas observam que a Copa
do Mundo de futebol é um evento
ímpar, que vai muito além dos grama-
dos, atingindo a economia, a política e a
vida da população. Nos gramados cru-
zaremos os dedos para que a seleção
canarinho demonstre sua superioridade
perante os adversários. Do lado de fora
deles, a torcida será maior ainda para
que os esforços engendrados (leia-se
investimentos custeados pelo estado
que certamente teriam maior resultado
em setores essenciais) não tragam mais
danos para uma economia que dá sinais
de desaceleração; para que o monstro
inflacionário não seja reanimado e que
as desigualdades fiscais, regionais e sociais
não sejam realimentadas e acentuadas.
Um dos grandes desafios que temos
hoje é pensar o desenvolvimento de
forma integrada, assegurando bons in-
dicadores econômicos e sociais. Para
isso o governo precisa cumprir seu
papel, criando condições para que haja
crescimento econômico e desenvolvi-
mento. O objetivo principal dos dirigen-
tes e gestores não pode ser apenas
preparar bem as cidades brasileiras para
a Copa de 2014 e para as Olimpíadas,
em 2016, o que ainda não temos cer-
teza se ocorrerá no Brasil. Mas, desen-
volver o país, em todos os aspectos,
para as próximas décadas, porque de-
pois de junho teremos que adminis-
trar em duas direções possíveis: das
perdas ou ganhos.
3
EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE
A Copa do Mundo e o futuro do País
Ailton Ricaldoni Lobo
Presidente da SME
4
Compromisso com Você!
A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua
equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para
atender cada vez mais e melhor a cada um dos associados.
Em seus 83 anos de existência, a
SME trabalha para integrar, desen-
volver e valorizar a Engenharia, a
Arquitetura, a Agronomia e seus
profissionais, contribuindo para o
aprimoramento tecnológico, cien-
tífico, sociocultural e econômico.
Produtos e Serviços
Em nosso site há uma série de pro-
dutos e serviços como cursos, palestras, seminários,
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motivas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultó-
rios, cursos de idiomas, empresas de turismo, faculdades,
floriculturas, gráficas, informática, laboratórios, óticas, pla-
nejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos, hotéis,
beleza e estética, dentre outros.
Compromisso com o Futuro
Aprimoramento profissional e inova-
ção tecnológica também têm sido
uma das grandes bandeiras da SME
para oferecer os melhores produtos
e serviços para você e sua família.
Por meio de nosso site, da revista,
dos eventos e da participação nas
redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um canal
aberto para ouvir suas sugestões e para representar seu
interesse.
Seja um associado da SME
Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou sme@sme.org.br
PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo
VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão
José Luiz Nobre Ribeiro
Victório Duque Semionato
Alexandre Francisco Maia Bueno
Délcio Antônio Duarte (in Memorian)
DIRETORESLuiz Felipe de Farias
Diogo de Souza Coimbra
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Marcílio César de Andrade
Alessandro Fernandes Moreira
José Flávio Gomes
Fabiano Soares Panissi
Janaína Maria França dos Anjos
Normando Virgílio Borges Alves
Clemenceau Chiabi Saliba Júnior
SUPERINTENDENTE José Ciro Mota
CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna
Teodomiro Diniz Camargos
Jorge Pereira Raggi
Flavio Marques Lisbôa Campos
Rodrigo Octavio Coutinho Filho
Paulo Safady Simão
José Luiz Gattás Hallak
Alberto Enrique Dávila Bravo
Cláudia Teresa Pereira Pires
Márcio Tadeu Pedrosa
Sílvio Antônio Soares Nazaré
Felix Ricardo Gonçalves Moutinho
Levindo Eduardo Coelho Neto
Fernando Henrique Schüffner Neto
Ivan Ribeiro de Oliveira
CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva
Nilton Andrade Chaves
Carlos Gutemberg Junqueira Alvim
Alexandre Rocha Resende
Wanderley Alvarenga Bastos Júnior
CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Janaína Maria França dos Anjos
Fabiano Soares Panissi
José Ciro Mota
Ronaldo José Lima Gusmão
Coordenador EditorialJosé Ciro Mota
Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira
MG 05203 JP
Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros
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Revisão EditorialJalmelice Luz
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ApoioPublicação
12ENTREVISTA
Luiz Henrique de
Castro Carvalho,
Diretor de Geração e
Transmissão da Cemig
16POLÍTICA
Alberto Pinto Coelho
assume o governo 42
SICEPOT-MG
Nova sede
26MEDALHA LUCAS LOPES
Ivan Müller Botelho
é o agraciado este ano
ARTIGO | ENERGIA
Arnaldo Jardim,
Deputado federal PPS-SP
32INFRAESTRUTURA
Legados da Copa
do Mundo para a
capital Mineira
38
44
ARTIGO CBMM
Parceria na capacitação
e desenvolvimento humano
24
46ENTREVISTA
José Carlos de Mattos,
Presidente da Gasmig20
MESTRES DA ENGENHARIA
Marcos Pinotti Barbosa18ENERGIA ALTERNATIVA
Seminário destaca
potencial da bioeletricidade
48CREA-MG
Câmara de Mediação e
Arbitragem (CMA)
56 ARTIGO
Vicente Soares Neto
SME ESPECIAL
Márcio Damazio Trindade
52NOVOS ENGENHEIROS
Paulo Cézar Pereira Corrêa
6
DIRETORIA 2014
Augusto Celso Franco DrummondPresidente
Alexandre Francisco Maia BuenoVice-Presidente
José Ciro MotaVice-Presidente
Luiz Henrique de Castro CarvalhoVice-Presidente
Marita Arêas de Souza Tavares Vice-Presidente
Virginia Campos de OliveiraVice-Presidente
Alexandre Rocha ResendeDiretor
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Diretora
Fabiano Soares PanissiDiretor
Humberto Rodrigues Falcão Diretor
Janaína Maria França dos AnjosDiretora
José Andrade NeivaDiretor
Krisdany Vinicius Santosde Magalhães Cavalcante Diretor
Marcelo Monachesi GaioDiretor
Túlio Marcus Machado AlvesDiretor
Túlio Tamietti Prado GalhanoDiretor
CONSELHO DELIBERATIVO 2014
Ailton Ricaldoni Lobo
Presidente
ConselheirosAlberto Enrique Dávila Bravo
Carlos Eustáquio Marteleto
Eduardo Paoliello
Fernando Henrique Schuffner Neto
Flávio Marques Lisbôa Campos
Francisco Maia Neto
Jorge Pereira Raggi
José Luiz Gattás Hallak
José Raimundo Dias Fonseca
Levindo Eduardo Coelho Neto
Luiz Celso Oliveira Andrade
Paulo Henrique Pinheiro
de Vasconcelos
Rodrigo Octávio Coutinho Filho
Wilson Chaves Júnior
CONSELHO
FISCAL
Carlos Gutemberg Junqueira Alvim
Presidente
ConselheirosAlexandre Heringer Lisboa
João José Figueiredo de Oliveira
José Eduardo Starling Soares
Marcelo Aguiar de Campos
MOMENTO ATITUDE
A SME elegeu nova Diretoria Executiva, Conselhos Deliberativo e Fiscal, para o triênio
2014/2017, no dia 7 de maio de 2014, com chapa única ‘Momento Atitude’ encabeçada pelo Engenheiro eletricista Augusto Celso Franco Drummond. Confira
A Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro)
realizará, entre os dias 20 a 22 de maio de 2014, em Aracaju.
O Encontro Nacional de Coordenadores de Cursos de
Engenharia de Produção (ENCEP). O tema deste ano será a
"Engenharia de Produção Sem Fronteiras: demandas internas
e externas por profissionais capacitados." É o principal
evento orientado à integração entre profissionais do ensino
na área de Engenharia de Produção no país. Reúne, habitual-
mente, a quase totalidade dos coordenadores de cursos de
graduação e de pós-graduação da área, constituindo-se no
principal evento de planejamento das atividades de ensino e
pesquisa realizadas no âmbito dos cursos de Engenharia de
Produção. Mais informações. www.abepro.org.br.
Encontro nacional
Resíduos sólidos
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizará, nos dias 19 e 20 de agosto, no
Rio de Janeiro, a terceira edição do CNI Sustentabilidade em comemoração aos quatro
anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que é um marco legal para as
empresas na área ambiental. Com a participação de especialistas nacionais e internacio-
nais, O objetivo é apontar tendências, desafios e oportunidades de negócios decorrentes da implantação da PNRS no
cenário de transição para o desenvolvimento sustentável. Na programação está previsto a realização de talk show com
Thomas Heller professor da Universidade de Stanford e Prêmio Nobel da Paz 2007 (em parceria com Al Gore). O evento
é aberto ao público, mediante prévia inscrição em junho. Mais informações: www.portaldaindustria.com.br .
CHAPA MOMENTO ATITUDE
7
Gestores, profissionais e pesquisado-
res do segmento de energias renová-
veis são o público alvo do Minas
Meeting 2014 – Renewable Energies -
Fórum de Energia Renovável, que será
realizado em Belo Horizonte nos dias
3 e 4 de junho, durante a programa-
ção da Semana do Meio Ambiente.
Na ordem do dia, o evento visa pro-
mover a interação de conhecimento
entre os atores institucionais do Es-
tado, envolvidos com o planejamento
e pesquisa sobre energia renovável,
construir a apresentar a Carta de
Belo Horizonte e, ainda, apresentar di-
versos estudos que incentivam a im-
plementação e/ou ampliação do uso
dessas fontes, bem como analisar os
ganhos socioeconômicos e ambientais
para Minas Gerais.
O coordenador do Fórum e ana-
lista ambienal da Gerência de
Energia e Mudanças Climáticas da
FEAM, Wilson Pereira Barbosa
Filho, afirma que a concepção do
evento deu-se durante um curso
de planejamento energético orga-
nizado pela Fundação. “Lá conver-
samos muito sobre a necessidade
de intensificar as discussões
sobre o tema a partir da união de
todos os segmentos envolvidos”,
destaca.
Além da apresentação de diversos
projetos de pesquisa sobre poten-
cial energético e uso de energias
renováveis no Estado, o Fórum
também vai apresentar a nova edição
da Carta de Belo Horizonte, que
está sendo construída pela SME,
com recomendações e previsões
sobre o futuro energético da capital
mineira.
Os pesquisadores da FEAM vão
apresentar uma versão parcial do
Plano de Energia e Mudança Cli-
mática, que deve ser concluído no
final de 2014. “Estamos adiantados
no capítulo sobre potencial das
energias renováveis”, adianta o
coordenador. Outro projeto de
grande interesse é a matriz de
energia territorial.
O evento é uma iniciativa da Fun-
dação Estadual do Meio Am-
biente (FEAM) em parceria com
autoridades, Banco de Desenvolvi-
mento de Minas Gerais (BDMG),
Organização das Nações Unidas
para o Desenvolvimento Indus-
trial (UNIDO/ONU), Instituto Terra,
Ministério das Relações Exteriores,
Empresa de Pesquisa Energética,
Agência Nacional de Energia Elé-
trica, Banco Nacional de Desenvol-
vimento Econômico e Social (BNDES),
Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica (ABINEE),
Enviroconsult, COPPE/UFRJ, Socie-
dade Mineira de Engenheiros (SME),
Environmental Protection Agency
(EPA), Associação Brasileira de Ener-
gia Eólica (ABEEólica), IBMEC,
Centro Federal de Educação Tecno-
lógica (CEFET), Engenho – Pesquisa,
Desenvolvimento e Consultoria,
Kyocera Solar e Companhia Energética
de Minas Gerais (CEMIG).
Com foco na necessidade de introduzir o uso do sistema
operacional Android em automóveis, pesquisadores do La-
boratório iMobilis, da Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP), desenvolveram uma metodologia para fazer com
que o sistema se inicie mais rapidamente, fornecendo, assim,
informações de forma mais ágil e dando mais segurança aos
motoristas. Em testes de laboratório, conseguiu-se reduzir
o tempo médio de inicialização do sistema operacional
Android (em um celular, por exemplo) de 40 segundos para
5 segundos. Os próximos passos estão relacionados à eco-
nomia de energia. O trabalho foi desenvolvido por meio do
projeto Nexus em parceria com a empresa Seva Eletrônica.
A companhia forneceu o hardware, enquanto os membros
do laboratório customizaram o software e propuseram a
metodologia. Os resultados foram publicados no III Simpó-
sio Brasileiro de Engenharia de Sistemas Computacionais,
realizado em novembro do ano passado pelos profes-
sores Vicente Amorim e Ricardo Rabelo.
Pesquisa
Fórum de Energia Renovável
Os interessados podem se
inscrever pelo e-mail:
wilson.filho@meioambiente.mg.gov.br.
Fórum de Energia Renovável
3 e 4 de junho
8
Conselho Federal
SME Cultural
A Associação Brasileira de Pontes
e Estruturas (ABPE) e a Associa-
ção Brasileira de Engenharia e
Consultoria Estrutural (ABECE)
realizam, em maio deste ano, o VII
Congresso Brasileiro de Pontes e
Estruturas. O evento abordará em
especial os 40 anos da construção
da Ponte Presidente Costa e Silva,
a famosa Ponte Rio-Niterói, que liga os dois municípios desde
1974. Segundo as entidades organizadoras, elas não poderiam
deixar de comemorar o marco da en-
genharia nacional que a obra repre-
senta. Com 13 quilômetros de
extensão e 72 metros de altura no tre-
cho do vão central, desde a sua inau-
guração já passaram por ela mais de
um bilhão e meio de veículos, de
acordo com as estatísticas produzidas
pela concessionária da Ponte. O evento
acontecerá em Copacabana, entre os dias 21 a 23 de maio.
Mais informações: www.cbpe2014.com.br
O Crea-Minas realiza, no dia 14 de maio de
2014, eleição para conselheiro federal na mo-
dalidade de elétrica. O prazo para registro de
candidatura foi encerrado no dia 18 de feve-
reiro. A Chapa 1 “Trabalho, Respeito e
Valorização Profissional” é composta pelos
engenheiros eletricistas Krisdany Vinícius
Santos de Magalhães Cavalcante e Marita
Arêas de Souza Tavares, que é vice-presidente da SME.
Outra chapa confirmada é formada pelo engenheiro ele-
tricista Raul Otávio da Silva e o engenheiro
eletricista e de Segurança do Trabalho João
José Magalhães Soares.
A eleição será realizada na sede do Crea-
Minas em Belo Horizonte e em todas as
Inspetorias do estado, das 9h às 19h. O
Crea-Minas poderá instalar, se solicitado,
urnas em empresas e faculdades. Podem votar todos os
profissionais registrados e em dia com o Conselho Regional.
No mês de junho, durante os jogos da
Copa do Mundo as palestras progra-
madas para o Curso de Atualização
Cultural para a Mulher serão ministra-
das às terças-feiras e às quartas-feiras
com vagas limitadas. Coordenado por
Heloisa Paiva de Oliveira Costa, o
curso está no 33º ano de atividades ininter-
ruptas oferecendo palestras, bate-papos
sobre as diversas áreas do conhecimento e
está aberto à participação de mulheres
de todas as idades, formação e bagagem
cultural. Mais informações pelo e-mail:
heloisapaiva55@hotmail.com.
VII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas
O presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo, recebeu do diretor de SAS Certifica-
dora, Carlos Henrique Rocha Figueiredo, uma placa comemorativa dos 15 anos
de atuação da empresa, a única em Minas Gerais acreditada pelo Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) para certificação de Sistemas
de Gestão. A SAS é responsável pela certificação de mais de três mil empresas no
Brasil e no exterior, sendo a maioria das empresas do setor de construção civil.
A SME integra o Conselho de Certificação da empresa.
Homenagem
9
O presidente da Comissão de Telecomunicações e In-
formática, engenheiro Vicente Soares Neto, lança novo
livro sobre o tema Sistema de Comunicação de Dados,
pela editora Érika. No cenário atual de mudanças pro-
fundas das tecnologias analógicas para digitais, esta publi-
cação situa o leitor nesse contexto de forma sistêmica. O
autor destaca nessa edição conceitos do processo de in-
formação, considerando os pontos referentes à represen-
tação dos sinais e sistemas, bem como a teoria da
probabilidade e os processos aleatórios. Além disso, o livro
abrange a teoria da informação e a codificação de sinais. Tam-
bém trata dos sistemas de modulação (em
amplitude, frequência e fase) e das modula-
ções que envolvem os sistemas digitais. O
autor comenta, ainda, sobre ruído e técnicas
de transmissão que são muito importantes
no entendimento das comunicações.
Como desafio ao leitor são formuladas
questões para discussão em cada capí-
tulo, visando fomentar a pesquisa e o
processo de aprendizado para cada uma
das matérias apresentadas.
Encontro técnico
O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias
de Engenharia de Minas Gerais (IBAPE-MG)
realiza, no mês de maio, o I Encontro Técnico
de 2014, na sede do CREA-MG. Haverá pales-
tra do engenheiro e advogado Francisco Maia
Neto sobre o tema: A Atual Realidade
das Perícias Judiciais e Perspectivas com o
Novo Código de Processo Civil. Mais in-
formações: www.ibape-mg.com.br/.
O empresário Leonardo Fares Menhem é o novo presidente da Fumsoft – Sociedade
Mineira de Software. Ele foi eleito para o período de 2014/2017, sucedendo Thiago
Turchetti Maia, que estava à frente da Fumsoft desde 2011. Fares é graduado em
Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais e em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Atualmente é Presidente da Concert Technologies S/A.
Participe envie notícias e novidades para: jornalismo@sme.org.br
Sistemas inteligentes e transportes
Será realizado no período de 19 a 21 de maio o XII Simpósio Ítalo-Bra-
sileiro de engenharia Sanitária e Ambiental – Gestão Integrada, Avanços
Tecnológicos e Regulação, na cidade de Natal (RN). O Simpósio é uma
iniciativa da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
(ABES), juntamente com a Associazione Nazionale di Ingegneria Sanita-
ria Ambientale (ANDIS), da Itália. O evento ocorre alternadamente,
em ambos os países e, ao longo de 30 anos, consolidou-se com um
dos principais eventos para debates e atualização profissional
entre especialistas brasileiros e europeus. Mais informações pelo site:
http://www.abes-dn.org.br/.
Fumsoft
A Associação Brasileira de Engenharia e
Ciências Mecânica (ABCM) realizará, de
10 a 15 de agosto/14, o Congresso
Nacional de Engenharia Mecânica
(CONEM), em Uberlândia (MG).
O objetivo do evento é contribuir para
descentralizar e melhor distribuir os co-
nhecimentos em tecnologia e inovação da Engenharia e
Ciências Mecânicas no Brasil. A próxima edição do
CONEM está sendo organizada pela Faculdade de Enge-
nharia Mecânica da UFU, com o apoio do Departamento
de Engenharia Mecânica da UFTM. Mais informações
http://www.abcm.org.br/conem2014/.
Congresso Nacional de Engenharia Mecânica
Simpósio Ítalo-Brasileiro
Leonardo Fares Menhem, presidente da Fumsoft
Estamos conectados pela mesma energia. Para o Lucas,
crescimento é um marco na sua vida. Para o Grupo
Energisa, crescimento é passar a atuar em todas as regiões
do país com atividades de geração, distribuição, serviços
e comercialização. É ter cerca de 10 mil profissionais
focados em atender às necessidades de energia do Lucas
e de outras 15 milhões de pessoas em 788 municípios.
Acesse www.grupoenergisa.com.br e saiba mais.
Temos 109 anos de história e agora somos um dos seis maiores
grupos de distribuição de energia elétrica do Brasil, atendendo
6 milhões de clientes, por meio de 13 distribuidoras.
com você
12
ENTREVISTA | LUIZ HENRIQUE DE CASTRO CARVALHO
Qual a capacidade de geração e distribuição da
Cemig na atualidade? Há algum projeto de expansão
da empresa para 2014?
Em termos de geração de energia, considerando sua
participação em consórcios, a Cemig conta hoje com
um parque composto por 70 usinas, sendo 64 hidre-
létricas, 3 termelétricas e 3 eólicas. Juntas, estas usi-
nas somam atualmente uma capacidade instalada de
7.157 MW, sendo capazes de produzir 4.376 MW
médios de energia.
Pelo lado da distribuição, a empresa conta com uma
área de concessão superior ao território da França.
São 510.744km de linhas de distribuição, 11 milhões
de consumidores em 744 municípios.
Esses números somados às demais participações da
Cemig em grandes empresas como a Light, Renova,
Norte Energia (UHE Belo Monte), Santo Antônio
Energia e Taesa fazem da Cemig a maior empresa in-
tegrada de energia do Brasil.
Para 2014 a empresa continuará avaliando a viabili-
dade das diversas oportunidades de expansão. Seja
através de aquisições, fusões ou participações em lei-
lões do Governo Federal. O crescimento sustentável
é a principal meta do Plano Diretor da Companhia.
2013 foi um ano de revisão de custos para a Cemig
para se manter competitiva. A empresa alcançou esse
objetivo? Como?
Realmente a política de renovação de concessões do
Governo Federal obrigou a empresa a rever sua es-
tratégia. A Cemig renovou a concessão das linhas de
Transmissão. Quanto à geração de energia não ade-
rimos à renovação de 18 usinas hidrelétricas, devido
à proposta do Governo Federal não nos parecer viá-
vel do ponto de vista técnico-econômico.
Diante desse cenário foi necessário preparar a
Cemig para a devolução desses empreendimentos
ao Poder Concedente.
Com uma área de concessão superior ao terri-
tórioda França, a Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig) continuará avaliando novas oportunida-
desde expansão neste ano, seja por meio de aquisições,
fusões ou mesmo participações em leilões do governo federal.
É dessa forma que a organização pretende cumprir a principal meta
do seu Plano Diretor que é o crescimento sustentável.
Os investimentos em fontes alternativas de energia fazem parte do negócio Cemig para este
exercício. Sem perder o foco na energia hidrelétrica, a empresa continua a pesquisar e a fazer
aportes especialmente em energia eólica para expandir ainda mais o parque gerador e utilizar recursos
renováveis e tecnologias que acarretem o menor impacto no meio ambiente.
13
Visando adequar os custos a essa
nova realidade foi criado um plano
de incentivo para aposentadoria de
empregados elegíveis a desliga-
mento. Também foi feita a contra-
tação de consultoria externa de
modo a ajustar os processos inter-
nos, bem como reorganizar a es-
trutura de diversas áreas da
empresa, buscando a máxima efi-
ciência.
O fato é que essas mudanças afe-
tarão o mercado de energia no
Brasil em médio prazo. Todas as
empresas estão tendo que se rea-
dequar e será necessário um prazo
para que isso aconteça.
A Cemig vem pesquisando e
investindo em alternativas
energéticas, especialmente
energia eólica, como forma
de expandir o parque gerador,
utilizando recursos renováveis
e tecnologias que acarretem
o menor impacto no
meio ambiente.
Luiz Henrique
de Castro Carvalho,
Diretor de Geração
e Transmissão da Cemig
“
“
14
ENTREVISTA | LUIZ HENRIQUE DE CASTRO CARVALHO
Os investimentos da Cemig em
fontes alternativas de energia
estão aumentando? Qual a previ-
são para 2014? A Cemig está
pronta para incluir, no seu portfó-
lio de produtos e serviços, as
energias alternativas?
As principais áreas de negócio da
Cemig são geração, transmissão,
comercialização e distribuição de
energia elétrica e soluções ener-
géticas. Possui também investimen-
tos em exploração e distribuição
de gás natural e em transmissão
de dados. Sem perder o foco
na energia hidrelétrica, a Cemig
vem pesquisando e investindo em
alternativas energéticas, especial-
mente energia eólica, como forma
de expandir o parque gerador, uti-
lizando recursos renováveis e tec-
nologias que acarretem o menor
impacto no meio ambiente.
A Renova Energia, empresa em
que o Grupo Cemig possui parti-
cipação, é líder na geração de
energia eólica contratada do Brasil
e uma das maiores no segmento
de energias renováveis. A Compa-
nhia tem investido fortemente na
geração eólica e possui o maior
parque eólico da América Latina, o
Complexo Alto Sertão I, inaugu-
rado em 2012, no estado da Bahia.
O empreendimento é considerado
um case de sucesso internacional
devido ao modelo de execução
utilizado na implantação dos 14
parques eólicos com 184 aeroge-
radores e capacidade de geração
igual a 294 MW, suficientes para
abastecer aproximadamente 1 mi-
lhão de residências.
Atualmente, a Renova está em
processo de construção do Com-
plexo Alto Sertão II, também no
estado da Bahia, com investimen-
tos de R$ 1,4 bilhão, compreen-
dendo 15 parques eólicos com
230 aerogeradores e 386 MW de
capacidade de geração de energia.
Os 2 empreendimentos juntos
irão gerar mais de 700 MW de
energia – quantidade suficiente
para abastecer mais de 6 milhões
de pessoas.
Ainda em novas fontes de energia,
a Cemig aprovou o investimento
de 4 milhões de euros na constru-
ção de uma usina solar fotovol-
taica sobre a cobertura do Estádio
Mineirão, em Belo Horizonte. A
usina solar fotovoltaica deverá ter
uma potência de 1,2 MW pico, for-
necendo energia para o estádio e
para venda ao mercado. Em 2012,
iniciou a construção de uma usina
solar experimental de 3,3 MWp
em Sete Lagoas, uma parceria
entre a Cemig, a empresa espa-
nhola Solaria, a Universidade Fede-
ral de Minas Gerais – UFMG e a
Fundação de Amparo à Pesquisa
no Estado de Minas Gerais – Fape-
mig no âmbito do programa Aneel
de incentivo à pesquisa.
Paralelamente à construção, foi de-
senvolvido o Projeto de Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo, apro-
vado junto ao Governo Brasileiro
em 17/12/2012 e encaminhado para
United Nations Framework Con-
vention on Climate Change –
UFNCCC para registro, validação e
futura comercialização dos créditos
de carbono no mercado europeu.
Com o objetivo de mapear o po-
tencial energético e identificar os
melhores sítios para estimular a
atração e implantação de em-
preendimentos solares em Minas
Gerais, foi desenvolvido o Atlas
Solarimétrico. O material oferece
informações solarimétricas para
todos os municípios mineiros,
um ranking de regiões de maior
potencial, subsídios para pes-
quisa e desenvolvimento tecno-
lógico, assim como implantações
de empreendimentos solares.
Foram investidos R$ 2,85 milhões
e o trabalho resultou em 5 novas
estações climatológicas nos muni-
cípios de Diamantina, Jaíba, Para-
catu, Sete Lagoas e Uberlândia.
15
Como a Cemig pretende partici-
par do “Programa do Governo”
do Estado que oferece incentivos
para a cadeia produtiva do setor
de energias alternativas?
O Decreto 46296 de 14/08/2013
apresenta o Programa Mineiro
de Energia Renovável que tem
por objetivo promover e incen-
tivar a produção e consumo de
energia de fontes renováveis e
contribuir com o desenvolvi-
mento sustentável.
Entende-se por energia renovável
a energia produzida através de
fontes solar, eólica, biomassa, bio-
gás e hidráulica proveniente de
usinas com capacidade instalada
inferior a 30 MW.
Serão oferecidos incentivos fiscais
e tributários, bem como linhas de
créditos especiais para a implan-
tação desses empreendimentos.
Toda a cadeia de produção
desde as obras civis, produção
de peças e equipamentos, cone-
xão com a rede elétrica, geração
e consumo da energia renovável
será beneficiada.
Este tipo de incentivo é muito
bem vindo uma vez que estas
fontes ainda não são capazes de
competir, em viabilidade econô-
mica, com as grandes usinas hidre-
létricas e termelétricas movidas a
combustível fóssil.
É uma atitude pioneira do Go-
verno do Estado de Minas Gerais.
Precisamos aguardar a regulamen-
tação deste decreto, que trará
mais detalhes sobre como serão
operacionalizados esses incenti-
vos e, a partir de então, identificar
boas oportunidades tanto para a
Cemig quanto para o Estado de
Minas Gerais.
Na sua opinião, transformar as
energias alternativas em produto
competitivo é algo possível no
Brasil? O que falta? Qual o desafio
de Minas Gerais nesse contexto?
Sim.A exploração da geração por
fontes alternativas está em
grande crescimento e desenvol-
vimento no país e no mundo. Es-
pera-se que a geração por fontes
eólicas, por exemplo, aumente
sua representatividade na matriz
energética Brasileira dos atuais
2% para 7% nos próximos 4
anos. A redução do investi-
mento inicial e custo operacio-
nal associado ao crescimento
tecnológico estão fazendo com
que estes projetos se tornem
cada vez mais competitivos com
outras fontes de geração de
energia.
Minas Gerais já deu um grande
salto com a promulgação do
Decreto 46.296 estabelecendo o
Programa Mineiro de Energia
Renovável. Se conjugarmos
este instrumento de lei com os
recém-publicados Atlas Eólico
(2010) e Solarimétrico (2012) do
Estado de Minas Gerais podemos
perceber que existe um grande
potencial de crescimento para o
Estado, no médio prazo. Esse
crescimento está atrelado a gran-
des investimentos e oportunida-
des de desenvolvimento, o que
traz um diferencial competitivo
significativo para o Estado e para
a população mineira de um modo
geral.
A Renova Energia, empresa em que o Grupo Cemig possui
participação, é líder na geração de energia eólica contratada
do Brasil e uma das maiores no segmento de energias
renováveis e possui o maior parque eólico da América Latina.
16
Projetos como o metrô leve e o Ro-
doanel Norte, esse último com edi-
tal previsto para maio, estão entre
os planos do novo governador de
Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho
(PP) até 1º de janeiro de 2015.
Ele substituiu Antônio Augusto
Anastasia, possível candidato ao
Senado nas próximas eleições.
A cerimônia de transmissão do
cargo foi realizada no dia 4 de abril,
no Palácio da Liberdade, antiga sede
do governo do Estado, em Belo Ho-
rizonte. “Estamos prontos para se-
guir em frente. Este ano, Minas vai
oferecer ao país o que há de me-
lhor", disse o novo governador.
A mudança também afetou o secre-
tariado. Das 17 pastas, nove perma-
neceram com seus respectivos
titulares e oito já têm novos ocu-
pantes. Entre eles o engenheiro ita-
birano Fabrício Torres Sampaio, até
então adjunto da Secretaria de
Transportes e Obras Públicas
(Setop), considerada estratégica
pelo governo do Estado. Ele
substituiu Carlos Melles (DEM) e
garante que dará continuidade aos
projetos em execução pelo governo
do Estado. “Temos grandes proje-
tos”, ressalta. Foram nomeados,
ainda, seis dirigentes de órgãos e ins-
tituições estaduais.
O governador explicou como foi
feita a indicação dos novos secretá-
rios. "A formação de governo não é
uma escolha de ordem pessoal mas
a busca da competência e do espí-
rito público. Guiado por esses prin-
cípios e ouvindo os partidos que
compõem a aliança do governo, é
que buscamos a nova formação de
governo". Por ora, segundo Alberto
Pinto Coelho, não há previsão de
mudanças no comando de autar-
quias, fundações e empresas estatais.
Pinto Coelho garantiu que vai con-
tinuar as diretrizes do governo
Anastasia. "É um governo que da
continuidade, que tem o mesmo
norte, a mesma filosofia, os mesmos
princípios e naturalmente, o que nós
pretendemos é levar a cabo até de-
zembro deste ano o legado deixado
pelo governador Antônio Anastasia,
naturalmente, imprimindo nosso
ritmo às demandas da sociedade e
buscando dar a serenidade aos pro-
gramas e ações do governo",
declara.
BIOGRAFIA
Alberto Pinto Coelho nasceu no dia
3 de outubro de 1945, no município
de Rio Verde (GO). Graduado em
Administração de Empresas, Alberto
Pinto Coelho acumulou mais de 30
anos de experiência no setor de te-
lecomunicações, dos quais 27 anos
como gestor de empresa pública.
Em 1994, Alberto Pinto Coelho ele-
geu-se deputado estadual pelo Par-
tido Progressista (PP) e cumpriu
quatro mandatos consecutivos. Ele
foi também presidente da Assem-
bleia Legislativa de Minas Gerais,
eleito em 2007 e reeleito em 2009.
Em outubro de 2010, Alberto Pinto
Coelho foi eleito vice-governador
na chapa encabeçada por Antonio
Anastasia. Alberto Pinto Coelho é
casado com a pedagoga Célia Pinto
Coelho. Tem quatro filhos: Alberto,
Alexandre, Daniel e Paula. O go-
vernador tem também três netos:
Miguel, Alberto e Arthur.
Alberto Pinto Coelho assume governocom projetos de mobilidade urbana
REGISTRO | GOVERNO DE MINAS
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privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús
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privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús
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trabalho. no saúde e segurança
privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús
IELe CIEMG , FIEMGG,é AI,
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São cinco organizações. IEL
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MESTRES DA ENGENHARIA | MARCOS PINOTTI BARBOSA
Vocação. Essa é a palavra que de-
fine a escolha do engenheiro me-
cânico formado pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp),
em 1989, Marcos Pinotti Barbosa,
pela vida acadêmica. Para ele, que
é considerado um dos maiores in-
ventores do país, devido ao nú-
mero de projetos e patentes
registradas, a Engenharia é uma
área ao mesmo tempo facinante e
ao mesmo tempo difícil e que, por
isso, a formação dos profissionais
envolve o aprendizado de ferra-
mentas matemáticas complexas
para a resolução de problemas
práticos.
“O engenheiro é aquele profissio-
nal que, apesar da complexidade
dos problemas, ele tem que fazer
acontecer. E, por este motivo, al-
guém tem que ensiná-los a fazer
isso”, ressalta. A alma de pesquisa-
dor foi revelada antes mesmo da
graduação. No estágio que fez na
Bosch do Brasil, em Campinas, ele
estava envolvido em uma atividade
de pesquisa aplicada com a Uni-
camp, e descobriu que essa seria
realmente a sua área de atuação,
ao lado da Universidade.
Desde 1989, com a sua primeira
experiência como professor de in-
formática em uma pequena facul-
dade de Itú (SP), ele chegou a
coordenador do curso de Proces-
samento de Dados. Anos depois in-
terrompeu a carreira de professor
para se dedicar ao mestrado e
doutorado em Engenharia Mecâ-
nica, também pela Unicamp.
Em 1997, ingressou na UFMG-
como professor associado, ondele-
ciona as seguintes disciplinas:
Mecânicados Fluídos, Biomimética
e Princípios de Bioengenharia, na
Graduação; Fenômenos de Trans-
porte para Bioengenharia e
Técnicas de Medição em Calor e
Fluídos, na pós- graduação. Pinotti
também coordena o Laboratório
de Bioengenharia (Lab-Bio) com
atuação nas áreas de engenharia
cardiovascular, biofotônica, tecno-
logia assistida e biomecânica e o
Laboratório de Pesquisa Aplicada a
Neurovisão (Lapan), em parceria
com o Hospital dos Olhos – Clínica
Dr. Ricardo Guimarães, onde de-
senvolve trabalhos nas áreas de
neurociêncais, visão neural, proces-
sos de cognição e tecnologia da in-
formação aplicada a neurociências.
“O importante de ser professor é
ser lembrado pelos seus alunos
como a pessoa que o fez aprender
algo novo e, principalmente, o fez
aprender a pensar de forma mais
organizada, abrindo os horizontes
para novos conhecimentos. Faço o
melhor para transmitir isso aos
meus alunos”, destaca.
Mas o professor também se lem-
bra dos seus mestres. “Gosto sem-
pre de lembrar dos professores
que, ao longo da minha formação,
me ajudaram a descobrir novos
horizontes: Inês Joekes (Instituto de
Química da UNICAMP), Kamal
Ismail (Faculdade de Engenharia
Mecânica, UNICAMP), Enrico To-
masini (Dipartimento di Mecca-
nica, Università Politecnica delle
Marche, Ancona, Itália) e Domingo
Braile (Cirurgia Cardiovascular,
UNICAMP). O legado de ser pro-
fessor é fazer o melhor para ser
reconhecido um dia como impor-
tante para a formação de um pro-
fissional”, aponta.
Para Pinotti, merecer a atenção
dos alunos e constatar que eles
aprenderam a essência do que foi
ensinado são as melhores partes
de ser professor. Da mesma forma,
reencontros também são momen-
tos igualmente especiais.
“Formar engenheiros é dar uma
caixa de ferramentas a um menino
e dar as instruções de uso. Eles fi-
carão mais ou menos hábeis em
cada uma destas ferramentas
18
Pesquisa é a base do conhecimento
dependendo da competência com
que foi feito o processo de transmis-
são deste conhecimento. Formar
novos engenheiros é uma atividade
de imensa responsabilidade e, por
isso, deve ser tratada com grande
prioridade”, analisa o professor.
O engenheiro defende que, em
função da evolução tecnológica, o
conhecimento adquirido na univer-
sidade pode ficar obsoleto rapida-
mente. Isso justifica o esforço
constante dos cursos de Engenha-
ria para se manterem atualizados.
No entanto, é importante dar ao
estudante da área o conheci-
mento sólido dos fundamentos e
ensiná-lo a desenvolver a habili-
dade de questionar e adquirir
novos conhecimentos
“Existe sempre a pressão da indústria
para formar engenheiros cada vez
mais especializados para atender a
demandas específicas e urgentes, mas,
por outro lado, é sempre sábio dar
uma formação em que o futuro enge-
nheiro consiga se adaptar à evolução
da tecnologia. Existe espaço para as
duas linhas de pensamento. O que é
mais importante em um curso de En-
genharia é ensinar os futuros profis-
sionais a resolver problemas, com
ética, utilizando o melhor da técnica,
preocupado com o bem estar da so-
ciedade e com mínimo impacto na
natureza”, avalia.
Essa diretriz que parece ser bem
moderna, mas foi pela primeira vez
proferida pelo professor de enge-
nharia mecânica Osborne Reynolds,
em 1899, em Manchester, na Ingla-
terra, em um discurso sobre como
deveriam ser formados os novos
engenheiros.
Por isso, o mestre lembra que a Enge-
nharia requer grande responsabili-
dade, pois está diretamente ligada ao
processo de desenvolvimento do país.
“Se se utilizarem bem o que lhes foi
ensinado e agirem com ética e preo-
cupação com a sociedade e com o
meio ambiente vocês serão os prota-
gonistas de um país melhor. Parabéns
pela escolha de serem engenheiros,
vocês irão construir o futuro”, re-
sume. E finaliza com a definição do
fundador do Jet Propulsion Labora-
tory (JPL) na CalTech, um importante
laboratório da NASA, Theodore Von
Kármán: “O cientista descobre o
desconhecido, o engenheiro constrói
o que não existia”.
19
“
“Formar engenheiros é dar uma
caixa de ferramentas a um menino
e dar as instruções de uso. Eles
ficarão mais ou menos hábeis em
cada uma destas ferramentas
dependendo da competência
com que foi feito o processo de
transmissão deste conhecimento.
Marcos Pinotti Barbosa, professor, inventor e engenheiro mecânico formado pela Unicamp
Que investimentos a Gasmig fará
para ampliar a oferta do produto e
sua distribuição?
Nós temos investido na expansão
da rede ano após ano, o que explica
os recordes anuais de forneci-
mento de gás natural ao mercado
mineiro. Em quatro anos, a Compa-
nhia mais do que dobrou em exten-
são de rede, que hoje conta com
mais de 800 quilômetros espalha-
dos pela Região Metropolitana de
BH, Campo das Vertentes, Sul de
Minas e Vale do Aço. Nesse mo-
mento, por exemplo, estamos co-
memorando a chegada do gás
natural veicular aos postos de duas
novas praças no Estado: Poços de
Caldas e Ipatinga.
Que projetos o Senhor apontaria
como prioritários dentro das pro-
postas da empresa?
Sem dúvida, são os projetos cuja
oferta de gás natural traga indús-
trias, empregos e desenvolvi-
mento para Minas Gerais, que é o
caso do Gasoduto do Triângulo,
que terá como cliente âncora a
nova fábrica de fertilizantes da
Petrobras. Outro exemplo é a ci-
dade de Pouso Alegre, onde provi-
denciamos a chegada do gás natural
no estado liquefeito, transportado
por carretas, para que pudesse
atender a uma nova fábrica de má-
quinas pesadas. Já se tem notícia
que o novo negócio atraiu mais 25
empreendimentos para a cidade e,
certamente, dispor da oferta de gás
natural é um diferencial competi-
tivo em qualquer localidade.
Quais os planos para a expansão da
malha de gasodutos e o que o senhor
poderia detalhar como realizações?
O nosso maior projeto, no mo-
mento, é implantar o gasoduto
do Triângulo Mineiro. Vamos
construir cerca de 450 quilôme-
tros de gasoduto, inaugurando a
atuação da Gasmig em vários
municípios ao longo deste tra-
jeto. O outro é a capilarização
das redes de gás natural pela re-
gião Centro Sul da capital, assim
como já ocorre nas maiores ca-
pitais do país. É por essas redes
subterrâneas que o gás natural já
2020
ENERGIA | GASMIG
Gasmig expande rede de
fornecimento para atrair
indústrias para Minas
A utilização do gás natural representa 3% da ma-
triz energética de Minas. No Brasil corresponde
a 9% de toda a energia usada. Aumentar a
participação do gás na matriz energética do
Estado é mais que um desafio para a Gasmig,
uma oportunidade de negócios que tem como base
um grande potencial de crescimento. Para tanto,
os investimentos previstos são aqueles que au-
mentam a oferta do gás natural, sobretudo para
atrair novas indústrias para Minas Gerais, como
adianta o presidente da Companhia de Gás de
Minas Gerais (Gasmig), José Carlos de Mattos.
2121
começou a chegar a milhares
de residências e estabeleci-
mentos comerciais ao longo
da cidade, como fizemos em
Lourdes e no Santo Agosti-
nho e já tem expansão pre-
vista para Funcionários, Sion,
Belvedere , Vi la da Serra e
Buritis, dentre outros.
Quais as principais metas do pro-
grama Gestão Estratégica dos
Recursos e Ações do Estado?
A Gestão Estratégica de Recur-
sos e Ações (GERAES) refere-
se a um portfólio de projetos
prioritários definidos pela
Administração do Governo de
Minas para o desenvolvimento
social e econômico do Estado,
reunindo todo o aparato esta-
dual em torno deste objetivo
comum. Na prática, a Gasmig
está inserida no projeto estru-
turador ‘Energia para o Desen-
volvimento’,cuja finalidade é
diversificar a matriz energética
de Minas.
“Na prática, a Gasmig está inserida no projeto
estruturador ‘Energia para o Desenvolvimento’, cuja
finalidade é diversificar a matriz energética de Minas”.
22
ENERGIA | GASMIG
Todas as questões abordadas aqui demonstram como
temos atuado pelo alcance do que nos foi proposto
– levar gás natural onde houver demanda por desen-
volvimento, expandir a utilização do energético,
substituindo fontes poluentes e criar novos merca-
dos que permitam que o gás ocupe uma posição de
maior destaque na matriz mineira.
A Gasmig atende a duas usinas termelétricas perten-
centes à Petrobras: a Termelétrica de Juiz de Fora e a
Usina Termelétrica Aureliano Chaves, em Ibirité.
Qual a importância dessa produção diante de possí-
veis riscos de racionamento de energia decorrente
da queda do nível de água das usinas hidrelétricas?
O sistema elétrico brasileiro é constituído de um
parque gerador predominantemente hídrico. De um
lado, este sistema tem o mérito de constituir uma
das matrizes energéticas mais limpas do mundo, mas,
por outro, expõe o país a uma dependência excessiva
quanto ao regime de chuvas e é aí que entram as usi-
nas térmicas a gás, atuando em complementação à
hidrelétrica para trazer segurança ao sistema. Porém,
por diversas circunstâncias, o desenvolvimento deste
parque termelétrico impôs um custo alto para a
energia gerada a partir do gás natural. No futuro, es-
peramos que as reservas terrestres já identificadas
em diversas partes do país e, inclusive, em Minas, pos-
sam fomentar a produção termelétrica a gás, a exem-
plo do que ocorre largamente nos Estados Unidos,
onde há um boom de usinas termelétricas construí-
das junto às reservas de gás de xisto.
Quais as tecnologias para a geração de energia
alternativa que a Gasmig oferece para atender a alta
na demanda de consumo de energia elétrica?
O sistema elétrico brasileiro é constituído de um parque ge-
rador predominantemente hídrico. De um lado, este sistema
tem o mérito de constituir uma das matrizes energéticas
mais limpas do mundo, mas, por outro, expõe o país a uma
dependência excessiva quanto ao regime de chuvas e é aí que
entram as usinas térmicas a gás, atuando em complementação
à hidrelétrica para trazer segurança ao sistema.
““
23
Estamos trabalhando para desen-
volver o mercado de cogeração a
gás no Estado. Além do baixo
custo de kWh de eletricidade
produzido, a técnica possibilita as
mais diversas aplicações. As in-
dústrias com alto consumo de
energia elétrica são as maiores
beneficiadas. Isso porque, com a
cogeração, as empresas produ-
zem a sua própria energia, redu-
zindo a dependência em relação
ao sistema elétrico nacional. A co-
geração é interessante para in-
dústrias que precisam de vapor
ou resfriamento no seu processo
produtivo, como os setores têxtil,
farmacêutico e de produção de
borracha e estabelecimentos
com unidades centrais de condi-
cionamento de ar e centrais de
aquecimento de água, como
shopping centers, hipermercados,
edifícios comerciais, hotéis, clu-
bes, hospitais, aeroportos, etc. O
primeiro projeto de cogeração a
gás no Estado vai ser inaugurado
na nova unidade de produção de
refrigerantes da Femsa, em Ita-
birito. Além da eletricidade, o
processo vai produzir vapor, re-
frigeração e CO2, que será usado
na composição dos refrigerantes,
o que torna a tecnologia ainda
mais eficiente.
A presença do profissional de En-
genharia na Gasmig é marcante.
Como o Senhor vê o papel des-
ses profissionais na perspectiva
do desenvolvimento do estado e
da engenharia?
A força de trabalho da Gasmig
é formada, predominantemente,
por profissionais das mais varia-
das Engenharias. Essa é, sem dú-
vida, uma das profissões mais ver-
sáteis do mercado de trabalho,
capaz de atuar com excelência
em quaisquer dos três setores da
economia.
Nós temos na Gasmig engenhei-
ros eletricistas, químicos, civis, de
segurança, etc, atuando na área
técnica, na área administrativa e,
principalmente, na área comercial,
onde seus conhecimentos espe-
cializados são de suma importân-
cia à captação de bons negócios
e ao atendimento personalizado
aos nossos clientes.
Acredito que, na medida em que
a economia do país vai se tor-
nando cada vez mais complexa e
madura, fica clara a imprescindi-
bilidade do engenheiro para o
progresso econômico, social e
ambiental.
José Carlos
de Mattos,
Presidente
da Gasmig
24
ARTIGO | ENERGIA
É grave a crise! A falta de chuvas
e a decisão intempestiva tomada
no início do ano passado pela
Presidente da República, de forçar
a redução nas contas de luz, cau-
saram sérios problemas de sus-
tentação econômica ao setor
elétrico e vão promover fortes
aumentos de tarifas no futuro.
Desde os meses finais de 2012 o
País está pagando uma conta bi-
lionária às usinas térmicas para
complementar a queda do forne-
cimento das hidrelétricas.
Os apagões frequentes, de graus
variados, evidenciam falhas no sis-
tema elétrico brasileiro que está
sendo mais exigido do que deve
e carece de investimentos e ma-
nutenção de que necessita. As
exigências sobre a rede elétrica
do País estão maiores por causa
do atraso crônico do setor. Dos
projetos de linhas de transmissão
com obras em andamento, 69%
não serão entregues nos prazos
contratuais. O atraso médio dos
empreendimentos de transmissão
é de um ano, o de geração é de
oito meses e o das subestações,
de seis meses, segundo o Instituto
Acende Brasil.
Infelizmente, a política energética
brasileira esta errática, pontual e
tem sido administrada de olho
nas eleições, com discursos que
se esfarelam na frente dos cida-
dãos quando as luzes se apagam
de repente. É quando fica evi-
dente a causa dos apagões. A
Medida Provisória (MP) 579,
transformada na Lei nº 12.783 em
11 de janeiro de 2013, que trata
da renovação das concessões da
geração e transmissão de energia,
desestimulou os investimentos
em manutenção e segurança, de-
sestabilizou o setor elétrico e
nem mesmo conseguiu garantir
de maneira adequada um cami-
nho correto para gerenciar valo-
res mais baixos de tarifas.
Durante os debates daquela MP
no Parlamento apresentei várias
emendas destinadas exatamente a
evitar o que estamos vivendo
hoje. Mas como em outros casos,
o governo federal com mão de
ferro impôs sua vontade e está in-
comodando os brasileiros e nos
causando prejuízos periódicos.
Tudo exatamente ao contrário do
que anunciou a presidente, em ja-
neiro de 2013, em rede nacional
de rádio e televisão: que o Brasil
tinha energia suficiente para o
presente e para o futuro, “sem ne-
nhum risco de racionamento ou
qualquer tipo de estrangulamento,
no curto, médio ou no longo
prazo”. E que a conta de luz teria
uma redução de 18% para as resi-
dências e de até 32% para as in-
dústrias, agricultura, comércio e
serviços.
As empresas de transmissão de
energia reduziram os investimen-
tos previstos para melhoria da efi-
ciência e segurança das redes do
sistema elétrico porque estão
quase à mingua depois das deci-
sões intervencionistas do governo.
A crise estrutural, entretanto é
ainda mais grave. Ninguém hoje
pode dizer que haverá raciona-
mento, mas a probabilidade está
aumentando, embora o sistema
devesse estar dimensionado para
suportar situações extremas
A nota fiscal da demagogiavirá com preço alto
Arnaldo Jardim,
Deputado federal PPS-SP,
presidente da Frente
Parlamentar em Defesa
da Infraestrutura
Nacional e membro da
Comissão de Minas e
Energia da Câmara
Federal
25
como a que estamos vivendo. Se-
gundo a Consultoria PSR, o risco
de racionamento que era de
0,6%, em cinco de janeiro pas-
sado, chegou a 42,7%, em 17 de
março último.
Os erros de planejamento invia-
bilizaram novos projetos de Pe-
quenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs) enquanto a energia
oriunda da biomassa foi despre-
zada. Assim, essas fontes muito
mais econômicas do que as tér-
micas definharam enquanto pode-
riam estar agora fazendo toda a
diferença. Sabemos todos, que
acompanhamos a área de perto,
que os programas de controle e
os estudos de apoio ao cumpri-
mento das tarefas do Operador
Nacional do Sistema (ONS), que
administra todo o setor elétrico,
estão desatualizados e defasados.
A sociedade padece com a falta
de transparência do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico
(CMSE).
Falta planejamento decente e
confiável – exatamente na área
em que a presidente ostenta onze
anos de experiência de gerência
pública – e as ações de médio
prazo são contraditórias com os
objetivos e metas desenhados
pela EPE. Aqui também, no setor
de energia, passamos a viver sob
o pesado tacape da insegurança
jurídica.
Falta transparência na política
energética. Há muito tempo soli-
cito informações sobre pautas,
análises e decisões do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico
(CMSE) e até hoje não chegaram.
Por qual razão o governo não
deixa divulgar esses conteúdos
aos cidadãos se até as decisões
do Comitê de Política Monetária
(Copom) se tornam públicas jus-
tamente pela responsabilidade de
manter o País informado?
Andamos de fasto. As mudanças
dos últimos anos estão sujando
nossa matriz energética pela ro-
tina intensiva do uso das ter-
moelétricas nas situações de
escassez de hidroeletricidade.
O governo federal está renegando
o enorme potencial da bioeletri-
cidade, da mesma forma como
está matando a participação da
cultura e da indústria canavieiras
no perfil de utilização de combus-
tíveis. O setor elétrico está de-
pendente de dinheiro do Estado:
um enorme recuo institucional,
político e econômico para o País.
O governo federal está jogando
para as urnas, mas de forma dis-
simulada com os cidadãos. Os
centavos de economia nas con-
tas de luz de hoje – que produ-
zem mais consumo e geram mais
estresse em todo o sistema –
podem render bons votos para
a presidente e seus aliados em
outubro. Mas a nota fiscal da
demagogia terá preço muito
alto para a Nação, de 2015 em
diante.
Arnaldo Jardim, Dep. Federal PPS-SP
arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
www.arnaldojardim.com.br
Facebook: Deputado Arnaldo Jardim
Twitter: @arnaldojardim
26
Ivan Müller Botelho é o agraciado com a Medalha Lucas Lopes em 2014
ineiro de Leopoldina, na Zona da Mata, o engenheiro eletricista graduado pela
University of Miami, Ivan Müller Botelho, é o profissional da área de Energia a
ser agraciado com a Medalha Lucas Lopes, neste ano.
A solenidade de entrega da medalha e do diploma será realizada no dia 12 de
maio, a partir das 20 horas, no Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte.
A honraria foi criada pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) para
reconhecer o mérito dos profissionais que atuam no segmento de Energia.
Presidente do Conselho de Administração do Grupo Energisa, uma das grandes
players do mercado nacional, o engenheiro é testemunha da evolução do setor
de energia no país.
27
Como foi sua trajetória profis-
sional no Grupo Energisa. Quais
foram suas experiências também
fora da companhia?
Entre 1954 e 1957 cursei Enge-
nharia Elétrica na University of
Miami. Antes de ingressar na
Companhia Força e Luz Catagua-
zes-Leopoldina, empresa que deu
origem ao Grupo Energisa, em
1957, fiz estágio na EBASCO (En-
terprise Bond and Share Co).
Quando iniciei na companhia há
57 anos, havia na empresa apenas
três engenheiros: meu pai,
Ormeo Junqueira Botelho, um
engenheiro já idoso chamado
Walter Werneck, e eu. A compa-
nhia atendia 30.000 consumido-
res e faturava 60 GWh/ano de
energia. Eu fazia de tudo, Distri-
buição, Geração, Operação, Ma-
nutenção e Construção de Redes
e Linhas, Combate a Perdas e
Comercial!
Assumi a direção operacional
na década de 60 e, em 1977,
recebi das mãos de meu pai o
cargo de presidente-executivo.
Em 1990 passei à presidência
do Conselho de Administra-
ção. Acompanho de perto os
planos, projetos e resultados
das empresas e gosto de visitar
cada uma delas, conhecer os
colaboradores e seus dirigentes.
Ao longo de sua carreira, quais
foram os momentos mais mar-
cantes de sua profissionalização?
Participei dos principais proces-
sos de modernização e consoli-
dação da companhia, que cresceu
e saiu de uma esfera municipal
para nacional. Tenho muito or-
gulho de ver a empresa crescer
e ter atingindo a relevância que
tem hoje. Fruto de muito traba-
lho e competência de milhares
de pessoas que se dedicaram a
companhia ao longo de todo
esse tempo. Para sobreviver e
crescer ao longo de 109 anos,
sempre procuramos nos diferen-
ciar pela eficiência e práticas mo-
dernas e inovadoras no setor,
sem descuidar do humano e do
cliente.
São muitas as passagens que
marcaram estes 57 anos de
Energisa, começando pela remo-
delação da usina Maurício em
1958. Também participei do pro-
jeto e construção de inúmeras
linhas de transmissão. Fomos
pioneiros no Brasil na nova era
de construção de PCHs, com a
inauguração da PCH Glória em
Muriaé, em 1983. A partir daí não
paramos mais e foram 17 PCHs
construídas e repotencializadas.
Ainda em geração, desenvolve-
mos e construímos a primeira
termelétrica a gás natural do es-
tado de Minas Gerais em Juiz de
Fora, concluída em 2001, em
pleno racionamento.
Automatizamos subestações no
inicio da década de 90 e implan-
tamos sistemas geo-referencia-
dos na mesma época, sendo uma
das primeiras distribuidoras do
Brasil a fazê-lo.
Outro ponto que me recordo foi
nossa primeira tentativa de ex-
pandir o nosso território de
concessão de distribuição: fiz
uma oferta para compra da Light
em 1977 e também pela Cia Mi-
neira de Eletricidade que atendia
Juiz de Fora; por duas vezes fra-
cassamos. Mas, ficou a vontade
de ampliar nossa atuação na dis-
tribuição, persistimos e alcança-
mos nosso objetivo.
Conseguimos as privatizações da
ENERGIPE, CELB, SAELPA entre
1997 e 2000, e recentemente,
adquirimos as empresas do
GRUPO REDE. Com isso, entre
1996 e 2014, crescemos a nossa
base de clientes 16 vezes!
28
Que conselhos ou sugestões o se-
nhor daria hoje, aos jovens enge-
nheiros e executivos do setor que
estão construindo suas carreiras?
Aprender SEMPRE, para poder
empreender! Sempre alguém sabe
mais que nós. Um Engenheiro tem
que ser curioso e criativo! O que
norteia a minha carreira como
Engenheiro é o apego às soluções
simples e com muita objetividade,
embora não necessariamente
precise ser simples demais.
Hoje fala-se muito em crise,
risco de racionamento e de apa-
gão. Como o senhor vê o futuro
do setor elétrico no país e que
contribuições a Energisa pode
fazer nesse cenário?
Somos um país com uma matriz
energética predominantemente
hidroelétrica, portanto limpa e re-
novável. Entretanto, é preocu-
pante que estejamos limitando a
construção de novas hidrelétricas
a apenas usinas a fio-d’agua.
Além disso, temos que nos preca-
vermos contra os ciclos de anos
hidrologicamente desfavoráveis e
incentivar outras fontes renováveis
como a eólica, solar e biomassa. O
Brasil tem uma abundância de fon-
tes renováveis que se complemen-
tam com as hidrelétricas, o que é
uma grande dádiva que deve ser
aproveitada. Mas é importante que
haja um modelo em que a expan-
são destas fontes seja possível
com sinais adequados de preço
para elas deslancharem. Também é
necessário que o processo de li-
cenciamento e autorizações para
construção de geradoras seja mais
ágil, com menos custos, levando
em conta que estas fontes são ne-
cessárias. A preocupação com
meio ambiente deve ser sempre
contemplada, mas sem inviabilizar
a construção de usinas de fontes
renováveis. A alternativa atual de
dependência de usinas térmicas
com alto custo e altamente po-
luentes é um contrassenso e
deveria ser melhor planejada.
Na Energisa focamos nos segmen-
tos de geração renovável, de pe-
quenas centrais (PCHs), térmica
cogeração a biomassa de cana, usi-
nas eólicas e também uma usina
solar, assim que for possível.
“Aprender sempre, para poder em-
preender! Sempre alguém sabe mais
que nós. Um Engenheiro tem que ser
curioso e criativo! O que norteia a
minha carreira como Engenheiro é o
apego às soluções simples e com
muita objetividade, embora não neces-
sariamente precise ser simples demais.
“
29
O senhor acredita que o Brasil
está avançando no campo da ino-
vação tecnológica e pesquisa no
setor elétrico?
Precisamos investir mais no longo
prazo. Investir em novas tecnolo-
gias de geração renováveis é mais
barato que construir usinas a die-
sel ou óleo combustível, quase
todo importado.
Vivemos no mundo atual onde há
escassez de água, de energia e de
outros recursos naturais. E isso
deveria ser o estímulo para
transformarmos a nossa econo-
mia em uma economia baseada
em tecnologias que permitem
economizar água e gerar energia
mais eficientemente de diversas
fontes. O Brasil poderia liderar
o mundo nesta área, mas falta
visão e uma política para tal.
Algo que penso poderia ser es-
timulado pelo governo e pelos
empresários.
Na sua opinião, quais seriam os
grandes desafios e as alternativas
para o setor elétrico brasileiro?
Encontrar fontes de energias sus-
tentáveis e voltar a construir usinas
hidroelétricas com reservatórios
capazes de armazenar água para
sustentar geração nos períodos
secos. Perdemos esta capacidade
de armazenagem. Isso está nos cus-
tando muito caro agora e nos cus-
tará ainda mais no futuro.
Temos que pensar em como re-
solver os problemas técnicos ad-
vindos da inserção das fontes
intermitentes como as eólicas
no sistema interligado, pensar
como armazenar energia de
forma mais barata. Nossas di-
mensões continentais envolvem
grandes desafios para a trans-
missão, que tem que ser robusta
e ampliada.
Precisamos também rever o atual
modelo do setor. Ao mesmo
tempo, buscar a modicidade para
os consumidores e promover o
realismo tarifário e sinais de pre-
ços adequados para que seja per-
mitida a expansão e a segurança
energética do país com capitais
majoritariamente privados.
Em um mercado globalizado, com
acirramento de concorrências,
surgem novas questões, a exem-
plo da preocupação ambiental.
Qual seria a abordagem metodo-
lógica ou quais seriam as aborda-
gens para a execução de projetos
de investimento no setor que o
senhor atua?
Preocupação ambiental que
evite as atividades predatórias
todos devemos ter, mas o radi-
calismo tem que ser abando-
nado. Países ditos de primeiro
mundo exauriram suas fontes
hidro há muitos anos. Nós
contamos com muitos recursos
naturais que podem ainda ser
desenvolvidos sem destruir o
meio ambiente. Por exemplo,
nós penamos 10 anos para
obter permissão ambiental por
uma simples PCH. Há muitas
PCHs que têm impacto mínimo
ambiental e que podem ser
construídas.
Temos um potencial de biomassa
que é impressionante, somos um
país tropical aonde o combustí-
vel verde é abundante. No en-
tanto, vemos o sucateamento de
toda uma indústria de etanol
com políticas equivocadas de
subsídio à gasolina e outros
combustíveis poluentes. Com
isso, o Brasil perde competitivi-
dade no cenário globalizado.
O processo de licenciamento am-
biental deveria ser mais simplifi-
cado na proporção do impacto.
Hoje há uma multitude de órgãos
que competem no licenciamento,
há conflitos de esferas estaduais e
federais. O processo é difícil e pou-
cos se aventuram ou têm condição
de seguir e, com isso, encarecem e
postergam a entrada de fontes lim-
pas e mais eficientes. Em seu lugar,
entram as térmicas a óleo, algo que
não consigo entender.
Não tenho uma solução para o
assunto, mas imagino que nós,
brasileiros, devemos acordar um
processo menos complexo e
custoso. Espero que ainda nesta
geração.
Gerar energia limpa e renovável é um compromisso da Eletrobras. A maior parte da energia elétrica produzida pela empresa vem de fontes assim.
Fotografe o QR Code e saiba mais sobre a Eletrobras. eletrobras.com
A Eletrobras é uma das maiores geradoras de energia elétrica do país. Bom saber que boa parte dessa
energia provém de fontes limpas e renováveis. Para tanto, além de usar a hidreletricidade, uma das
fontes mais limpas que existem, a Eletrobras está envolvida em projetos de geração eólica, solar
que f izeram da matriz elétrica brasileira uma das mais renováveis do mundo industrializado.
É por isso que o trabalho da Eletrobras tem uma importância do tamanho do Brasil.
Por meio do Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas – ,
41 projetos de energia eólica saíram do papel e fomentaram
que era incipiente no país até então.
Também graças ao programa,
ao todo, 19 térmicas de biomassa, movidas a partir do bagaço da cana,
da casca de arroz e de resíduos da
com o apoio da Eletrobras.
tecnologia de painéis fotovoltaicos.
COPA | INFRAESTRUTURA
32
Além dos estádios
cheios e das festas,
ainda há grande ex-
pectativa do Brasil
em relação ao legado da Copa do
Mundo Fifa 2014 para as cidades-
sede.Muitas das obras incluídas no
programa apresentado à entidade,
em 2007, não foram nem iniciadas,
como a expansão do metrô de
Belo Horizonte. A reforma do
Aeroporto Internacional Tancredo
Neves, em curso, não será finalizada
até junho, quando o Brasil começa
a receber uma população estimada
em 2,5 milhões de turistas de todo
o mundo.
As áreas consideradas estratégicas,
Transporte, Telecomunicações e Tu-
rismo são os segmentos que, teo-
ricamente, deveriam receber mais
aportes em função do evento.
De acordo com o coordenador
do Núcleo de Infraestrutura e
Logística da FDC, professor Paulo
Renato, as coisas não estão fun-
cionando dessa forma. Mesmo
assim, Belo Horizonte, junta-
mente com Rio de Janeiro e For-
taleza, é uma das cidades-sede
que mais vai lucrar com o evento
nos próximos 20 anos, se souber
aproveitar a oportunidade que
terá início em junho.
“Sem dúvida, os primeiros legados
são os estádios que foram reforma-
dos e/ou construídos. O Mineirão vai
atrair para Belo Horizonte grandes
eventos culturais e artísticos e, ainda,
jogos internacionais. Sem dúvida, o
Complexo Mineirão está mais apa-
relhado que antes”, observa.
A área de serviços será bastante
beneficiada com esse tipo de mo-
vimento, como ressalta o enge-
nheiro e presidente da Associação
Comercial e Empresarial de Minas
(ACMinas ), Roberto Luciano Fa-
gundes. “Há muita expectativa de
que as iniciativas empreendidas
em função dos jogos da Copa do
Legados da Copa do Mundo paraBelo Horizonte
Melhorias, mesmo que pontuais,
são positivas para a cidade e
a imagem do estado.
33
Mundo, em Belo Horizonte, resul-
tem num legado positivo. Incluem-se,
entre essas iniciativas, as interven-
ções viárias, como o BRT, a consoli-
dação da capital como polo turístico,
especialmente de eventos e de ne-
gócios, a revitalização do Aeroporto
Internacional e os próprios esforços
dispendidos pelo governo de Minas
em favor da diversificação da eco-
nomia estadual, por exemplo”,
destaca o dirigente.
Todas as obras já feitas são extre-
mamente importantes para assegu-
rar a permanência dos efeitos da
Copa, que apesar de ter duração de
um mês, pode ter papel catalisador
para empreendimentos futuros.
Por essa perspectiva, completa Fa-
gundes, espera-se que o comércio
realmente perceba a oportunidade
e aproveite da melhor forma, inves-
tindo na capacitação de mão de
obra e na qualidade dos serviços
para perenizar os avanços no aten-
dimento e, consequentemente, no
desenvolvimento do setor.
Roberto Fagundes,
engenheiro e
presidente
da ACMinas
Considerando que a vocação
econômica de Belo Horizonte é
o setor de serviços, a Copa do
Mundo da Fifa 2014 representa
grande oportunidade para que a
capital mineira conquiste espaço
na preferência turística nacional,
como confirma o professor Paulo
Renato.
O caos do trânsito é um pro-
blema que a população de Belo
Horizonte gostaria de ver resol-
vido com as obras propostas para
a Copa do Mundo. Mas, segundo
o professor, o país perdeu a opor-
tunidade de fazer – e também de
concluir – as obras propostas du-
rante a candidatura do país. “A
falta de projetos e de recursos
públicos foram determinantes”,
afirma.
Na área de mobilidade, da pro-
messa do metrô o que ficou para
Belo Horizonte é o BRT, que, em
alguns trechos da cidade, não fi-
cará pronto em junho. “Mas
existe a vantagem de criar o con-
ceito de corredores para o trans-
porte coletivo. Esse legado é
importante porque, a partir de
agora, a cidade e a Região Me-
tropolitana não poderão mais
escapar do tema transporte co-
letivo”, prevê.
Ainda na área de transportes, até
que enfim as rodovias ocupam o
lugar de destaque que sempre
mereceram. “Não é apenas por
causa da Copa do Mundo mas
pelo que virá depois em segmen-
tos como turismo, indústria e
agronegócios”, aponta o profes-
sor. A concessão para a iniciativa
privada representa a garantia da
melhoria dos serviços prestados.
Na mesma linha, o Aeroporto In-
ternacional Tancredo Neves, cuja
administração foi concedida à ini-
ciativa privada, também deve pas-
sar pelas adequações que, há
anos, têm sido alardeadas.
“Não há dúvida de que o Brasil
prometeu muito mais que pode-
ria entregar e substituiu no prin-
cípio, o planejamento de longo
prazo pela euforia. Colocamos na
COPA | INFRAESTRUTURA
34
Colocamos na matriz de responsabilidade o que nunca foi feito historicamente e
achávamos que faríamos em seis anos, um país de primeiro mundo. Desse projeto
todo, o que vamos entregar de primeiro mundo mesmo são os estádios, constata o
professor. Em custos, essas obras ultrapassaram em 50% o orçamento inicial.
““Paulo Renato,
professor e coordenador
do Núcleo de Infraestrutura
e Logística da FDC
matriz de responsabilidade o que
nunca foi feito historicamente e
achávamos que faríamos em seis
anos, um país de primeiro mundo.
Desse projeto todo, o que vamos
entregar de primeiro mundo
mesmo são os estádios, constata
o professor. Em custos, essas
obras ultrapassaram em 50% o
orçamento inicial.
Em relação à área de Telecomuni-
cações, a ampliação da oferta de
serviços não deve se perpetuar
após a Copa do Mundo da Fifa. E
tudo isso, novamente, pela falta de
planejamento. “Perdemos oportu-
nidades”, aponta o professor. A
primeira fase – infraestrutura – é
a compra de capacidade, ou seja,
de equipamentos e sistemas que
demandam prazos alargados em
função do prazo de entrega, con-
siderando que os grandes forne-
cedores são mundiais.
A segunda etapa, explica o Paulo
Renato, é o software e a oferta
do serviço propriamente dito.
“Isso envolve inteligência, siste-
mas e recursos humanos (RH).
Preparar tudo isso demanda mais
tempo que o necessário para a
área de infraestrutura”, alega. Por
isso, a estrutura será montada
para atender apenas as necessida-
des de transmissão de dados e voz
do evento, como instalações tem-
porárias. O risco é o país entregar
a pior imagem em termos de Tele-
com, nos estádios e na cidade.
Especificamente em Belo Hori-
zonte, a rede de fibra óptica teve
aumento de 31%, passando de
219 km para 287 km de exten-
são, para beneficiar 106 órgãos
da administração municipal. O
número de pontos de acesso
gratuitos à internet (wifi) au-
mentou nas praças e parques da
cidade. O Mineirão está pas-
sando por obras complementa-
res, no valor de R$ 50 milhões,
para adequação da área de TI,
entre outras. Afinal, a competi-
ção deve ser transmitida para
todo o mundo. Em suma, os pro-
jetos em curso confirmam que
as intervenções são localizadas.
O setor turístico pode ser be-
neficiado desde que exista pla-
nejamento. “É preciso pensar a
Copa do Mundo Fifa 2014 a
longo prazo. Esse será, inclusive,
o diferencial de Belo Horizonte
em relação a outras cidades-
sede. O evento é apenas o início
de um processo ou uma opor-
tunidade para abrir novos negó-
cios”, afirma.
Ainda no segmento de Turismo,
Belo Horizonte está se equi-
pando com novas unidades ho-
teleiras. No entanto, dos 73 es-
tabelecimentos combinado em
2010 entre a Prefeitura Munici-
pal da capital mineira e a indús-
tria de hotéis, representada pela
seção mineira da Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis
(ABIH-MG), apenas 27 devem
estar em atividade para a Copa
do Mundo. Há, ainda, 42 em
obras.
“A cidade pode fazer um movi-
mento que não seja pautado
pela especulação de preços. Se
conseguir oferecer aos turistas
domésticos e ao público inter-
nopreços razoáveis, a imagem da
cidade será preservada e valori-
zada no futuro. Acho que muitas
cidades-sede terão imagem com-
pletamente arranhada por querer
ganhar dinheiro rápido e a qual-
quer custo, apenas durante o
evento. Belo Horizonte e Minas
Gerais têm que pensar a longo
prazo”, recomenda.
Pesquisas de mercado compro-
vam que a guerra de preços já
começou. Pesquisa realizada
pelo site Mercado Mineiro cons-
tatou que a variação na tabela
das diárias, durante a competi-
ção, é de 466,67% na compara-
ção com os preços praticados
atualmente.
35
O secretário municipal Extraor-
dinário para a Copa do Mundo
da Prefeitura de Belo Horizonte,
Camillo Fraga, é otimista em re-
lação aos legados do evento
para a capital mineira. “Além das
melhorias que serão percebidas
pela população, como as obras
de mobilidade, a instalação da
nova sinalização viária, a revita-
lização dos centros de atendi-
mento ao turista e a ampliação
da rede de fibra óptica e dos
pontos wi-fi, há também ganhos
intangíveis como a oportuni-
dade de ampliar a visibilidade da
cidade no cenário mundial”,
enumera.
Setores como saúde, segurança,
mobilidade, turismo, limpeza ur-
bana, hotelaria, serviços de ali-
mentação e voluntariado serão
testados durante o evento e
terão que trabalhar de forma
integrada. “Há alguns anos, a
Prefeitura de Belo Horizonte
promove a cidade como um des-
tino de negócios em todas as
ações de internacionalização e
em todas as oportunidades de
divulgação dentro e fora do
país”, ressalta o secretário.
Com isso, o perfil do município
tem mudado. Diversos festivais
internacionais são realizados na
cidade e os mega shows interna-
cionais também consideram
Belo Horizonte como parte da
turnê de apresentações. “Tudo
isso contribui para estimular a
vinda de novos eventos para a
capital mineira e manter a média
de ocupação nos hotéis após a
Copa”, aposta.
Na avaliação do presidente do
Conselho de Política Econômica
da Federação das Indústrias do
Estado de Minas Gerais (Fiemg),
engenheiro civil Lincoln Gonçal-
ves Fernandes, Belo Horizonte
precisava fazer as obras que estão
em curso. “A crise das metrópo-
les é mundial e Belo Horizonte
não tem como fugir”, ressalta.
A solução para o transporte – o
sistema BRT, batizado de MOVE
– não é a única disponível. O pro-
jeto de ampliação do metrô e a
implantação do metrô leve são
obras aguardadas pela população.
“São carências que, independente
da Copa do Mundo, a cidade já
apresenta”, lembra.
Diversos festivais internacionais são realizados na cidade de Belo Horizonte como
parte da turnê de apresentações isso contribui para estimular a vinda de novos even-
tos para a capital mineira e manter a média de ocupação nos hotéis após a Copa.
““Camillo Fraga, secretário
municipal Extraordinário
para a Copa do Mundo
COPA | INFRAESTRUTURA
36
Para o engenheiro, o país tentou, sem sucesso, usar a
Copa do Mundo como mote para incluir os proble-
mas de infraestrutura na agenda das cidades-sede.
Tudo, no entanto, está se resolvendo por meio da
concessão dos serviços públicos à iniciativa privada.
Assim, com mais dois anos de obras e doses extras
de paciência, por parte dos usuários, o Aeroporto In-
ternacional Trancredo Neves deverá se adequar para
atender às atuais demandas. “Órgãos como Infraero,
DNIT e CBTU estão falidos no Brasil”, avalia.
Na área hoteleira, a carência absoluta de leitos, foi
revertida pela iniciativa privada. O que não se pode
fazer é “parar no tempo”. O trabalho de captação
de eventos e turistas deve ser intensificado após a
Copa. “Se fizermos um bom trabalho na Copa,
vamos mostrar o Brasil para o mundo e promover
o crescimento da indústria do turismo que ainda é
muito fraca. O turista que vier e for bem tratado
será o nosso multiplicador”, afirma Fernandes.
Vereador de Belo Horizonte, Pedro Luiz Neves
Victer Ananias (PT), ou Pedro Patrus como é mais
conhecido, afirma que o grande legado deixado
pela Copa do Mundo para a capital mineira é a
possibilidade de consolidar a sua imagem no ce-
nário internacional. “Belo Horizonte não será a
mesma após a competição pois teremos nossa
cultura, história e tradição projetadas para o
mundo e fortalecer, entre outros segmentos, o tu-
rismo de negócios”, aponta.
Em termos econômicos, segmentos como hote-
laria, construção civil, mobilidade urbana e tele-
comunicações serão os grandes beneficiados.
“É preciso ressaltar que o governo federal e a
administração municipal priorizaram no plane-
jamento da Copa de 2014 o interesse das
grandes empresas. Prova disso é que o Minei-
rão ainda está em obras e o BRT ainda não
terminaram”, conclui.
Lincoln Fernandes,
presidente do
Conselho de
Política Econômica
da FIEMG
Pedro Patrus,
Vereador (PT) de
Belo Horizonte
37
38
CBMM | CAPACITAÇÃO
Depois de quase dois anos desde
seu lançamento, uma iniciativa de
promoção da pesquisa avançada
na área de Engenharia de Mate-
riais começa a gerar os primeiros
frutos em Minas Gerais. Criado
pela Companhia Brasileira de
Metalurgia e Mineração – CBMM
em parceria com o Centro de
Tecnologia SENAI/CETEC, do
Serviço Nacional de Aprendizado
Industrial, o programa está
apoiando o desenvolvimento de
projetos em nível de mestrado e
doutorado, principalmente junto
à Escola de Minas da Universidade
Federal de Ouro Preto ( UFOP).
O programa, ligado à Rede Temá-
tica em Engenharia de Materiais -
REDEMAT, também conta com a
participação da Universidade do
Estado de Minas Gerais (UEMG) e
já teve seu primeiro caso de su-
cesso. Apresentada no segundo
semestre de 2013, a dissertação
sobre os efeitos do Nióbio na duc-
tilidade a quente do aço inoxidável
marcou a conclusão do mestrado
do estudante Adir Garcia Reis.
O trabalho teve a orientação da
professora Margareth Spangler
Andrade, diretora do Instituto de
Inovação em Metalurgia e Ligas
Especiais do SENAI/CETEC. Es-
tabelecida em 2011, a instituição
resultou de um convênio entre o
governo de Minas Gerais e a Fe-
deração das Indústrias do Estado
(FIEMG), através do qual o SENAI
assumiu as atividades de pesquisa
e serviços tecnológicos então con-
trolados pela Fundação Centro
Tecnológico Estadual (CETEC).
Para o pesquisador Adir, Reis, agora
Mestre em Engenharia de Materiais,
o programa na REDEDMAT-UFOP
possibilitou grande contribuição à
sua formação acadêmica. Em sua
dissertação, ele também agradece
à CBMM “pela bolsa de estudos e
pelo suporte financeiro”. Além de
Adir, três outros estudantes de-
senvolvem seus projetos com
apoio da CBMM, com trabalhos
também ligados a aplicações do
Nióbio a materiais como os aços
inoxidáveis.
CBMM estimula parceria indústria-academia
39
Todos os projetos contam com a
orientação da professora Marga-
reth Spangler, especialista na área
de Engenharia de Materiais e
Metalúrgica com atuação desta-
cada, entre outros, na microsco-
pia eletrônica. A ferramenta é
fundamental na análise de experi-
mentos dos trabalhos desenvolvi-
dos pelos participantes do pro-
grama, como o estudante Nilo
Nogueira da Silva. Já em fase de
conclusão de seu mestrado, ele
deve fazer a defesa de sua disser-
tação agora em março, também
concentrando sua pesquisa em
aplicações estruturais de aços
microligados ao Nióbio.
O programa foi estabelecido em
março de 2012, fruto de um
Convênio de Cooperação entre
a CBMM e o SENAI/CETEC.
O objetivo da parceria é a reali-
zação de projetos de pesquisa em
áreas de tecnologia de produção
e aplicação de aços, sobretudo
com a utilização de ferro nióbio.
Os dois outros projetos devem
ser concluídos em breve, ambos li-
gados a estudos de doutorado.
Os trabalhos estão igualmente
sob a coordenação da professora
Margareth Spangler e um deles é
fruto de pesquisa da estudante
Flávia Vieira Braga, que investiga a
influência do Nióbio na qualidade
superficial dos aços inoxidáveis
ferríticos.
Preparando-se para a obtenção
do título de Doutora em Enge-
nharia de Materiais Flávia deverá
fazer sua defesa de tese em março
de 2015. A conclusão do douto-
rado é mais uma meta cumprida
no Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Materiais da
REDEMAT, que também prepara
mais um futuro doutor na área,
o estudante Tiago Evangelista
Gomes. Atualmente em fase de
conclusão de sua pesquisa e reda-
ção de tese, Tiago concentra seus
estudos na influência do Nióbio
na ductilidade a quente em aço
inoxidável duplex.
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42
Pede-me dinâmica jorna-
lista que responda a algu-
mas perguntas a orientar
o que seria um breve re-
lato de minha história,
meu relacionamento com a SME,
meu exercício da Presidência da
entidade e opiniões sobre o asso-
ciativismo.
Ora, dado meu jeito de ser, não me
preocupa muito minha história ou o
que se realizou em meu mandato,
antes sim o a quanto estamos e o
muito que os engenheiros podem
construir pelo desenvolvimento pá-
trio, mormente através de uma so-
ciedade como a nossa.
A Engenharia me veio como decor-
rência normal de uma carreira que
poderia dizer familiar, dado minhas
origens. Meu bisavô foi um dos cinco
professores que iniciaram com Gor-
ceix a famosa Escola de Minas de
Ouro Preto, na qual posteriormente
se graduaram meu avô, meu pai, vá-
rios tios e parentes próximos.
Naquela Escola, fui um dos doze
aprovados no vestibular, que,
àquele tempo, aprovava conheci-
mento e não, como hoje, no mais
das vezes a incompetência dos go-
vernos em prestigiar a educação
tenta se ocultar através da distin-
ção de raça, cor e sexo. Fato é que,
após cursar os três primeiros anos
em Ouro Preto, já desejando iniciar
minha carreira, transferi-me para a
Escola de Engenharia da UFMG,
onde me graduei em engenharia
civil, em 1962.
A SME me chegou desde os tempos
escolares, guardando com carinho
até hoje minha carteira de sócio as-
pirante, tempos em que nos marca-
ram as horas dançantes e as
aspirações a um dia ostentarmos seu
escudo no testemunho de já sermos
engenheiros e sócios efetivos.
Daí ter estado sempre em contacto
com a SME, desde o espaço anexo ao
Automóvel Clube até o prédio novo
devido principalmente ao esforço do
engenheiro Tárcio Primo Belém Bar-
bosa, lutador recentemente falecido.
E talvez , por estar sempre presente
aos eventos e solenidades, ocupando
finalmente mandato no Conselho
Fiscal, recebi o convite de um grupo
de amigos para ocupar o cargo de
Presidente.
Recebi o cargo em período bastante di-
fícil, o nosso prédio estava alugado a
uma entidade escolar e com dívidas
que reputo normais, pelo aprendizado
no mandato, face à necessidade de en-
frentar os eventos esperados pela
classe, infelizmente bastante ausente na
hora de ajudar a mantê-la. Mas nos aco-
lhemos em área disponível pelo CREA,
entidade nascida dentro da SME, como
nos bons tempos outras iniciativas em
Minas nela se engendraram.
Assim, graças à inestimável ajuda de
empresas diversas, pudemos aos
poucos livrar-nos do deficit e conse-
guir um programa de trabalho para
manter nossas características de so-
ciedade na vanguarda da engenharia
mineira e caminhar pari passu com o
desenvolvimento do Estado.
Saliento ainda que, via processo judi-
cial, conseguimos a retomada da
nossa sede que , vazia e silenciosa,
aguarda ainda um movimento de só-
cios e empresas a retorná-la à dese-
jada ocupação real e volta aos anos
de intensa movimentação. Este um
dos planos que, iniciado com a reto-
mada, não pude concretizar, mas
tenho certeza haverá de acontecer
pela união dos que amamos a SME.
SME ESPECIAL | MÁRCIO DAMAZIO TRINDADE
Defesa da Engenharia e associativismo levado a sério
43
Fato é que, a despeito dos empeci-
lhos, conseguimos com a inestimá-
vel colaboração de alguns diretores,
sócios e membros de Comissões
Técnicas, levar à frente nossos al-
moços 12h30 , criando também o
jantar 19h30 , pela maior facilidade
de horário, onde pontificaram per-
sonalidades e temas diversos, que
não importa enumerar, realizar o
frequentado Ponto e Contraponto.
Valeria aqui sobressair nossas cola-
borações ao Plano Nacional de Lo-
gística e Transporte e à questão das
Balanças Rodoviárias, merecedoras
de elogios pelo Ministério de Trans-
portes, nossos estudos sobre Cen-
tro de Tecnologia, a mais antiga Usina
de Ferro no Brasil e o Modelo para
Minas Gerais acerca de Telecomuni-
cações, além de muitos outros, no
decorrer das reuniões de comissões
técnicas.
De nossa época ainda, o ressurgi-
mento de iniciativas que haviam
sido deixadas por motivos que não
vêm ao caso, como o Congresso In-
ternacional de Metalurgia, levado
para São Paulo e por nós retomado,
mas que infelizmente também não
teve sequência, após o que levamos
com grande sucesso em Ouro
Preto. Mesmo esta revista, que en-
contramos com publicação sus-
pensa, a fizemos retornar com o
aspecto e apresentação que hoje re-
cebemos e esperamos continue
com a fortaleza de seus artigos
sempre esperados e se torne ban-
deira de nossas ideias e valores.
Muitos outros planos foram divulga-
dos e registramos à espera que o
avançar dos anos e a sequência de
mandatos os realizem pelo con-
teúdo que encerram , discutidos e
aprovados nas comissões. Assim, por
exemplo, o Programa de Treina-
mento em Serviço, o Programa de
Interiorização da SME, o da SME
como Alavancadora de Inovação
Tecnológica, que hoje ganhou
corpo em várias entidades e até
mesmo a criação de um Instituto
do Conhecimento da Engenharia.
Assim, lutando pela manutenção do
nosso dia a dia, acreditando ser mais
que tempo de reunirmo-nos ao
invés de desassociara-nos, como
vem ocorrendo, pela abertura fre-
quente de novas entidades, no final
de nosso mandato, por uma série
de cafés da manhã, outra iniciativa
que promovemos, buscamos diri-
gentes de representações de ramos
diversos da Engenharia, apregoando
nossa união na defesa de ideais co-
muns e engrandecedores da Pátria,
porquanto é de nossa profissão a
base para todo e qualquer desen-
volvimento brasileiro que se pre-
tenda.
Os novos engenheiros devem se
chegar às entidades que verdadei-
ramente os representem, buscar
dos mais antigos a experiência que
possam transmitir, emprestar-lhes
a energia criadora que trazem con-
sigo para , juntos, buscar a realiza-
ção dos sonhos que ficaram para
trás perdidos pelas dificuldades da
vida e dos sonhos que se estendem
à frente pelo entusiasmo dos que
iniciam sua carreira.
Portanto, a presença do enge-
nheiro em todas as eras e ativida-
des, sobretudo em associações
como a SME, é ponto de partida
obrigatório. É hora de fortalecer e
renovar a engenharia brasileira!
Márcio Damazio Trindade
Márcio Damazio
Trindade, engenheiro e
ex-presidente da SME
Mais de 25 anos após o início da ge-
ração de eletricidade pelas usinas
sucroenergéticas brasileiras para a
grade de distribuição, a bioeletrici-
dade continua a ser uma energia re-
novável, sustentável, abundante e
pouco valorizada. Para discutir for-
mas de mudar essa realidade, o pro-
grama de comunicação do setor
sucroenergético que envolve sindi-
catos e fornecedores, agora em par-
ceria com a Frente Parlamentar pela
Valorização do Setor Sucroenergé-
tico e a Comissão de Minas e Ener-
gia da Câmara dos Deputados,
promoveu o seminário “1º de abril:
O dia da verdade sobre a bioeletri-
cidade,” no dia 4 de abril.
Especialistas, empresários do setor,
autoridades e representantes de or-
ganizações não-governamentais
(ONGs) e do legislativo participa-
ram do evento que, em três painéis,
apresentou diversas propostas para
ampliar a participação da bioeletri-
cidade na matriz energética brasi-
leira. O presidente do Sindicato da
Indústria de Fabricação do Álcool
no Estado de Minas Gerais (Siamig-
MG), Mário Campos, participou do
seminário.
Apesar do interesse do governo em
ampliar o escopo de fontes de ener-
gias renováveis, o setor sucroener-
gético ainda não dispõe de uma
política de longo prazo para a bio-
eletricidade, que inclua esse produto
em leilões. “Hoje a bioeletricidade
tem que concorrer nos leilões mis-
tos, que desconsideram suas exter-
nalidades como energia limpa (sem
emissões ou transtornos ambien-
tais), produzida entre abril e dezem-
bro, no período mais seco do ano,
quando acontece a moagem da cana
de açúcar, nas regiões Sudeste e
Centro-Oeste, onde ficam os maio-
res centros de consumo, o que pos-
sibilita, ainda, reduzir custos e as per-
das de transmissão”, enfatiza. Há
que se considerar, ainda, a descen-
tralização da produção, no interior
do país.
Apesar de tantos diferenciais com-
petitivos, o que existe hoje é um ce-
nário de desestímulo da produção
em função dos baixos preços con-
seguidos nos leilões, com efeito ne-
gativo sobre os investimentos em
novas usinas e também na expansão
e modernização dos processos pro-
dutivos, para gastar menos energia
no processo produtivo apara ter
uma sobra para comercialização.
“Caso houvesse incentivos, o
setor teria a capacidade para res-
ponder de forma rápida ao au-
mento de geração de energia para
o sistema”, garante o dirigente.
Basta dizer que o setor entrega ao
sistema nacional de energia (SIN)
1.700 MW médios, porém, existe
44
ENERGIA ALTERNATIVA
Seminário destaca potencial da bioeletricidade
um potencial de aumento a curto
e médio prazo para 5.000 MW,
caso fossem atendidas as necessi-
dades do setor, principalmente,
quanto aos preços nos leilões.
Uma usina não vive somente da
produção de bioeletricidade. Se-
gundo Campos, a implantação de
políticas que interfiram na produ-
ção e comercialização do etanol,
por exemplo, impactam significati-
vamente a saúde financeira das em-
presas e diretamente os projetos
de cogeração de energia elétrica.
“Enquanto o governo segura o
preço da gasolina e impede a com-
petitividade do etanol no mercado
nacional, empresas do setor fecham
em todo o país”, avalia.
No plano decenal de energia do go-
verno federal a biomassa cresceria
na matriz energética para 8000
MW em 2022. “Infelizmente pela
falta de incentivo e aumento da ca-
pacidade de investimento isso não
será concretizado pois a estimativa
de capacidade de geração para este
ano é de 22 mil MW, usando o ba-
gaço e a palha da cana”, garante
Campos.
O setor quer despertar a so-
c iedade para a importância da
bioeletricidade para o país, ao de-
monstrar o potencial dessa fonte
energética em um cenário de re-
servatórios baixos e risco de racio-
namento de energia elétrica. Mais
que isso, movimentar a atividade
também abre oportunidades de
empregos para diversos profissio-
nais, incluindo-se aí os engenheiros
que podem trabalhar na operação
e também na área de consultoria
nessa cadeia produtiva.
Projetos como o metrô leve e o
Rodoanel Norte, esse último com
edital previsto para maio, estão
entre os planos do novo governa-
dor de Minas Gerais, Alberto
Pinto Coelho (PP) até 1º de
janeiro de 2015. Ele substituiu An-
tônio Augusto Anastasia, possível
candidato ao Senado nas próxi-
mas eleições.
45
Mário Campos,
presidente do
Siamig-MG
Caso houvesse
incentivos, o
setor teria a
capacidade para
responder de
forma rápida
ao aumento de
geração de
energia para
o sistema.
“
“
Mário Campos
A nova sede do Sindicato da Indústria da Construção
Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), pre-
sidido por Alberto Salum, foi inaugurada em de março
último, em um evento bastante prestigiado. Cerca de
900 convidados participaram da solenidade. Entre os
presentes, o governador Antonio Anastasia, o vice-go-
vernador Alberto Pinto Coelho à época, o presidente
da Assembléia Dinis Pinheiro, o prefeito Márcio La-
cerda, além de outras autoridades.
O prédio, que já é uma das mais bem estruturadas
sedes de entidades de classe do País, atenderá os as-
sociados da entidade e, em breve, a população. Um
dos destaques da nova casa é o seu auditório com ca-
pacidade para 300 pessoas que poderá se tornar mais
um espaço cultural para os belorizontinos. Localizado
na avenida Barão Homem de Melo, 3090, Estoril, com
aproximadamente 15.500m² de área construída , o
prédio segue os conceitos da sustentabilidade e tem
uma estrutura administrativa moderna, com três au-
ditórios, salas multiusos, espaço para exposições do
setor, área gourmet e estacionamento com 300 vagas.
O presidente do Sicepot-MG, Alberto Salum, disse
que a entidade cresceu muitos nesses 46 anos de his-
tória e, cada vez mais, sua estrutura física foi se tor-
nando pequena para as necessidades dos associados
e para a própria prestação de serviços. “A nova sede
será um salto qualitativo no atendimento aos empre-
sários e um upgrade nas suas instalações, com o objetivo
de propiciar maior comodidade, conforto e aporte
tecnológico de ponta para os associados e demais
players do mercado, que poderão inclusive realizar
seus treinamentos no local”, pontua.
46
SICEPOT-MG
DA
NIE
L M
AN
SU
R
Nova sede do Sicepot-MG revela força do setor construtor
Segundo Alberto Salum, a nova sede
do Sicepot-MG é um prédio que
marca arquitetonicamente a avenida
em que está inserido pela sua pujança
dimensional e multiplicidade de fun-
ções a que se propõe: atendimento
diversificado, atividades sociocultu-
rais e de responsabilidade cultural
para toda a sociedade. O presidente
ressalta ainda a preocupação do Sin-
dicato com a sustentabilidade e qua-
lidade da edificação. “Estes dois itens
foram prerrogativas fundamentais
para a execução do projeto, uma vez
que somos uma entidade do setor da
Construção”, ratifica.
A arquiteta Ana Machado responsável
pelo projeto explica que usou o forte
lado institucional do Sicepot-MG para a
concepção da obra e projetou um es-
paço voltado para a sociedade, com
transparência em sua fachada. Através
de um hall de vidro, o ambiente recebe
iluminação e ventilação natural além de
criar “um caráter de visibilidade, que
gera um aspecto convidativo para a edi-
ficação”, explica.
Segundo a arquiteta, a construção foi di-
vidida por usos privados, semiprivados,
públicos e de serviços. O térreo abriga
foyer, recepção, auditório, uma grande
galeria, espaços de convenções e expo-
sições. Esses espaços permitirão maior
circulação do público sem interferência
nas atividades diárias do sindicato. Já as
áreas de trabalho foram projetadas em
vãos livres, com pisos flutuantes. No en-
trepiso estão todas as instalações, dutos
e cabeamentos, gerando espaços flexí-
veis e de fácil adaptação a novos usos. A
área de serviços se encontra isolada e
conectada ao estacionamento. Este
setor foi desenvolvido para atender a
demandas corriqueiras e a todas as ati-
vidades sociais, comerciais e culturais
desenvolvidas pelo Sindicato.
A nova sede contempla também a arte
mineira, representada por peças dos ar-
tistas plásticos Jorge dos Anjos, que de-
senvolveu para o foyer e que pode ser
vista da rua um painel em aço cortenho,
material que remete à Construção
Pesada, e Fernando Velloso, que instalou
painéis variados em cada pavimento e
na antessala da presidência.
47
A SEDE NO ESTORIL
5.500M² DE ÁREA
MODERNA E SUSTENTÁVEL
3 AUDITÓRIOS,
SALAS MULTIUSOS,
ESPAÇO PARA EXPOSIÇÕES
ÁREA GOURMET
ESTACIONAMENTO P/ 300 VAGAS.
Alberto Salum,
presidente do
Sicepot-MG
Processos de conciliação instaura-
dos junto à Câmara de Mediação e
Arbitragem (CMA) do Conselho Re-
gional de Engenharia e Agronomia
(Crea-Minas) contam, a partir deste
ano, com os serviços da Defensoria
Pública do Estado de Minas Gerais.
O órgão público prestará assistên-
cia jurídica aos procedimentos de
conciliação da CMA/Crea-Minas
nos litígios que envolvam, direta ou
indiretamente, as áreas tecnológi-
cas, garantindo, assim, a assistên-
cia de um defensor público para a
defesa da parte que não possuir
advogado.
“Vimos a necessidade de selar esse
convênio ao perceber um desequi-
líbrio jurídico entre os envolvidos.
Alguns dos nossos casos são entre
empresas e pessoas humildes, que
não possuem condições de arcar
com as despesas de um advogado”,
afirma a diretora executiva da
CMA, Camila Linhares. Ela enfatiza
que a atuação da Defensoria Pública
na justiça privada, conforme pre-
visto no convênio, é iniciativa iné-
dita no Brasil.
O convênio entre as instituições irá
contribuir, também, para desafogar o
Judiciário. Processos relacionados às
profissões de base tecnológica, regu-
lamentadas pelo Crea-Minas, que
cheguem à Defensoria Pública, serão
encaminhados, se for do interesse
das partes, à CMA para uma tenta-
tiva prévia de conciliação. “Processos
que poderiam se arrastar por anos
até serem julgados na justiça
comum, ganham rapidez e apoio
técnico ao serem apreciados pela
conciliação, mediação ou arbitragem,
alternativas mais viáveis ao judiciário
estatal”, conta o presidente da
Câmara de Mediação e Arbitragem
(CMA) do Crea-Minas, engenheiro
civil Clémenceau Chiabi Saliba Jr.
Segundo ele, existe a possibilidade
de direcionar para a Câmara proces-
sos da área tecnológica em trâmite
no judiciário e que estejam parados
há muitos anos, à espera de julga-
mento. “São cerca de 200 mil casos
aguardando realização de perícia.
Através do convênio, a Defensoria
Pública de Minas Gerais poderá en-
caminhar à CMA alguns desses pro-
cessos, oferecendo às partes, além
do suporte jurídico, uma tentativa de
conciliação intermediada por técni-
cos na tentativa de solução desses
conflitos, com segurança e rapidez
para as partes envolvidas”, explica o
engenheiro.
48
CREA | CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM (CMA)
Crea-Minas assina convênio
com a Defensoria Pública
Clémenceau Chiabi
Saliba Júnior,
Engenheiro Civil
O termo prevê assistência jurídica aos procedimentos
de conciliação que envolvam a área tecnológica.
49
Para o presidente do Crea-Minas,
engenheiro civil Jobson Andrade
“essa parceria é de extrema impor-
tância para a resolução dos conflitos
que envolvem a área tecnológica, re-
forçando, mais uma vez, o compro-
metimento do Conselho com os
temas de interesse social”. A defen-
sora pública geral do Estado, Andréa
Abritta, não esconde o entusiasmo
em relação ao convênio. “Não pode-
mos falar da modernidade do di-
reito sem passar pelos processos de
mediação, conciliação e arbitragem.
Estamos orgulhosos dessa parceria”,
afirma.
Atuação
Inaugurada em 2012, a Câmara de
Mediação e Arbitragem do Crea-
Minas atua na resolução de conflitos
das áreas que envolvam profissões de
base tecnológica, regulamentadas pelo
Crea. Em 2013, dos 1.052 processos
administrados pela CMA/Crea-Minas,
75 foram conciliatórios de interesse
social, com sucesso de aproximada-
mente 90%. O tempo médio para a
solução dos processos é de 80 dias,
sendo que o fator maior de morosi-
dade é o contato com as partes en-
volvidas.
A CMA/Crea-Minas funciona de
segunda a sexta-feira, das 8 às 17
horas, na sede do Conselho, à Avenida
Alvares Cabral, 1600.
Jobson Andrade,
presidente do Crea-Minas
50
Negociação:
É um processo em que duas ou mais partes, com
interesses comuns e antagônicos, se reúnem para
confrontar e discutir propostas explícitas com o ob-
jetivo de alcançar um acordo." (Berlew, 2011)
O processo de negociação será sempre a via pri-
mária de entendimento entre as partes, podendo
ocorrer sob o patrocínio da CMA.
A CMA utiliza dos procedimentos de negociação
para auxiliar ao leigo, profissional ou empresa na
regularização junto ao Crea-Minas.
Conciliação
Outra modalidade de procedimento amigável de
resolução de conflitos, em que o Conciliador terá
por funções, conduzir as partes a um acordo, me-
diante sugestão de propostas e soluções para a
controvérsia em questão.
A CMA oferece aos seus usuários uma conciliação
especializada em que o conciliador têm conheci-
mento técnico no objeto da controvérsia, e, se
necessário for, também realizada visita in loco
para auxiliar às partes na melhor solução da
controvérsia.
Antes das sessões de conciliação às partes são
convidadas à manifestarem por escrito, com an-
tecedência, sobre as alegações uma das outras,
visando facilitar o entendimento pessoalmente.
Mediação
É um procedimento amigável de resolução de
conflitos, que tem como protagonistas às pró-
prias partes na busca de uma solução consensual
para a controvérsia. Nesse caso, o mediador
tem a função de aproximar, auxiliar e facilitar a
comunicação das partes, para que solucionem
suas divergências e construam, por si próprias,
seus acordos com base nos seus interesses.
Arbitragem
Procedimento adequado de resolução de contro-
vérsias, regulado pela Lei Federal nº. 9.307/96, que
permite às partes, quando do surgimento de um
litígio oriundo de uma relação contratual, a esco-
lha de uma terceira pessoa, capaz, independente e
imparcial, especialista no conflito em questão, de-
nominada Árbitro, para resolver o impasse.
Qualquer questão que verse sobre direitos patri-
moniais disponíveis, ou seja, direitos nos quais as
partes podem transacionar, podem ser objeto de
arbitragem.
As sentenças arbitrais são títulos executivos ju-
diciais equiparadas para fins de direito às senten-
ças judiciais.
São vantagens do instituto da arbitragem a celeri-
dade, a especialidade dos árbitros, a autonomia da
vontade das partes e a confidenciabilidade.
CREA | CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM (CMA)
Entenda os processos que a CMA conduz:
UMA HISTÓRIA DE SONHOS E REALIZAÇÕES.
O Grupo Orguel é uma holding composta por7 empresas que atuam na construção, indústria, mineração, infraestrutura e óleo e gás. São mais de 2 mil funcionários, 80
Com a grande contribuição dos colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros, alcançou o reconhecimento do mercado brasileiro, e o que era um sonho se tornou uma história de sucesso, com respeito e dedicação às pessoas, muito trabalho e fé em Deus.
locação de equipamentos para construção.
responsabilidade para continuar na busca constante por soluções que facilitem o trabalho dos nossos clientes.
Grupo Orguel 50 anos.A gente ainda tem muita história pela frente.
52
Nnascido em Brasí-
lia, o engenheiro
mecânico Paulo
Cézar Pereira
Corrêa passou
parte da sua infância e adolescência
em Minas Gerais. Por isso, quando
retornou para a capital federal,
levou consigo muitos legados, entre
os quais ele mesmo destaca a pai-
xão pelo Clube Atlético Mineiro.
Formado pela Universidade de Brasí-
lia (UnB), atuando na área e feliz
pela sua escolha, conta que a Enge-
nharia não foi sempre a primeira
opção. Embora fosse excelente
aluno das matérias de Exatas, Paulo
Cézar sonhou em ser advogado.
Isso até um professor de Física e
também engenheiro mecânico, dar
o ultimato.“Meu amigo, sai dessa!
O seu caminho de sucesso é outro”,
disse. Só assim ele se convenceu.
As histórias relatadas pelo irmão
mais velho, na época estudante da
UnB também fizeram com que ele
decidisse mudar de rumo aos 45
minutos do segundo tempo.
Quando ingressou na UnB, apai-
xonou-se pela Engenharia. “Eu
acreditava que a gente poderia
revolucionar o mundo”, declara.
Apaixonado pela Fórmula 1, ele
queria trabalhar com aerodinâ-
mica. Como a instituição tem di-
versos projetos de extensão na
área, ele optou pela Draco Volans,
uma equipe de aerodesign que
projeta uma aeronave para parti-
cipar de competições anuais no
país. Dessa temporada ele tem di-
versas histórias para contar.
Uma delas foi quando ele se tornou
líder da equipe de aerodinâmica.
“Fomos convidados para entrar em
um projeto da UnB para fazer um
Veículo Aéreo Não Tripulado
(VANT) para o Ibama. A aeronave
deveria ser simples, leve, com alta au-
tonomia, e deveria carregar um peso
X para poder acoplar uma câmera e
monitorar possíveis queimadas, entre
outras coisas. “Naquela época –
2011 - eu fiquei bem dividido, porque
eu era apaixonado pelo que eu fazia,
pela equipe, e pra ingressar eu teria
que abrir mão da Draco. Acabei
decidindo pelo que poderia ser
melhor pra mim e fui”, lembra.
O projeto foi bom e rendeu as
primeiras publicações de artigos.
Um deles em um congresso interna-
cional no Rio de Janeiro. No
ano seguinte, a “ficha caiu” e Paulo
constatou que não existe mercado
de trabalho para um engenheiro que
não queira mexer com manutenção
de ar condicionado ou manutenção
predial. Foi aí que surgiu a Orion. Ele
se candidatou para a vaga e foi aceito
para trabalhar como estagiário de
manutenção em um dos contratos
da empresa até início de 2013. “Nos
primeiros meses daquele ano eu re-
cebi um convite pra trabalhar em
outro departamento da empresa, o
de Data Centers. Achei o máximo
por causa da tecnologia”, comenta.
Jovem profissional aposta no potencial transformador da Engenharia
NOVOS ENGENHEIROS | PAULO CÉZAR PEREIRA CORRÊA
53
Mas a melhor parte é que a em-
presa vislumbrava usar a metodolo-
gia de CFD em Data Centers. Dessa
forma poderia-se entender todo o
escoamento de ar interno à sala e
otimizar o sistema de climatização.
Dependendo das proporções da
sala, o gasto energético pode chegar
na casa de milhões por ano. Como
o engenheiro já conhecia a ferra-
menta, foi convidado para auxiliar
no desenvolvimento dessa nova
frente de negócio. Essa é a área em
que atua no momento.
“Minha carreira está só começando,
mas está crescendo muito rápido.
Os projetos que fiz na UnB me leva-
ram para programas de iniciação
científica que, além de estudos e ar-
tigos, me renderam boas oportuni-
dades de trabalho, como a atual”,
afirma. Mas ele quer ser o melhor
engenheiro que puder, para garantir
o futuro da carreira.
Membro da Society of Automotive
Engineers (SAE) por dois anos, ele
é associado à Américan Society of
Heating, Refrigerating and Air-Con-
ditioning Enginers (ASHRAE) para
ter acesso a artigos e materiais de
estudo. “Já tenho alguns planos futu-
ros, como cursos de PMI, MBA, ou
outra coisa do gênero, a ideia seria
complementar a minha formação
acadêmica. As escolas de Engenha-
ria no Brasil formam excelentes
profissionais em âmbito de projeto.
Mas, uma coisa que eu percebi ao
ingressar no mercado de trabalho
foi a carência que essa metodologia
tem quanto à gestão empresarial,
e trabalho de liderança de equipe”,
adianta.
Nas horas de lazer ele não dispensa
uma saída com os amigos, uma par-
tida de vôlei de areia e a tradicional
corrida. “Sou viciado em filmes e sé-
ries de TV e música. Estou sempre
lendo blogs e sites de notícias de
tecnologia”, enumera.
Paulo Cézar é membro da Society of Automotive Engineers
(SAE) e associado à Américan Society of Heating, Refrigerating and
Air-Conditioning Enginers (ASHRAE) o que facilita o relaciona-
mento e integração nesses grupos e o acesso a artigos e materiais
de estudo. Tem planos futuros como cursos de PMI e MBA no
segmento de atuação.
As escolas de Engenharia
no Brasil formam excelen-
tes profissionais em âmbito
de projeto. Mas, uma coisa
que percebi ao ingressar
no mercado de trabalho foi
a carência que essa meto-
dologia tem quanto à ges-
tão empresarial, e trabalho
de liderança de equipe
““
54
Elemento essencial em todos os
processos de evolução da socie-
dade, a Engenharia é uma ciência e
uma prática em constante aprimo-
ramento. Os seus diversos ramos
são propulsores do desenvolvimento
tecnológico e socioeconômico. Por
isso, a figura do engenheiro é indis-
pensável aos países que pretendem
exercer papel de destaque no
mapa geopolítico.
A capacidade de inovação de uma nação
depende de vários fatores, entre eles a
quantidade dos profissionais de Engenha-
ria. Estimativas da Financiadora de Estu-
dos e Projetos (Finep) apontam que o
Brasil tem cerca de 600 mil engenheiros,
o equivalente a seis para cada grupo de
mil trabalhadores. Nos Estados Unidos e
no Japão essa proporção é de 25 para
cada mil pessoas economicamente ativas.
E essa conjuntura não é por falta de de-
manda. Segundo estudos do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até
2020, o País deve criar mais de 660 mil
postos de trabalho para engenheiros. En-
tretanto, não basta apenas quantidade, é
preciso qualidade.
Hoje, o engenheiro deve ser versátil, pos-
suir uma visão sistêmica e saber identifi-
car oportunidades. Por isso, torna-se
estratégico ter engenheiros múltiplos,
principalmente na construção civil, um
dos motores da economia brasileira.
Projetar edificações inteligentes e sus-
tentáveis, bem como participar da estru-
turação do espaço urbano das cidades
demanda ao setor um novo profissional
da Engenharia, que deve antever deman-
das, criar tendências e formular produtos
e soluções para necessidades que ainda
são insipientes, mas que estarão consoli-
das daqui a cinco, dez, 20 ou 30 anos.
Isso implica, também, na necessidade de
profissionais que se destacam pela ca-
pacidade de gestão e liderar processos
de pesquisa e desenvolvimento na área
energética.
Assim, a Medalha Lucas Lopes, conce-
dida pela Sociedade Mineira de Enge-
nheiros, é mais uma iniciativa que lança
luz sobre nomes que, com seu trabalho,
promoveram o desenvolvimento do
País. Enfim, a Medalha Lucas Lopes é uma
justa homenagem a quem se propõe a
reinventar a Engenharia e o futuro do
Brasil todos os dias.
ARTIGO
O futuro vem por meio da
criação e desenvolvimento
da Engenharia
Por Luiz Fernando Pires*
*Luiz Fernando Pires é Engenheiro Civil pela Universi-dade Federal Fluminense – UFF/RJ (1972), Pós-gra-duado em Marketing pela Escola Superior dePropaganda e Marketing ESPM/RJ. Trabalhou como Ge-rente Técnico da Superintendência da COSIPA-Cuba-tão/SP (1973/1977). Foi Diretor da IESA – InternacionalEngenharia SA (1977/1994). Atualmente é Presidentee Controlador da MBR - Mascarenhas Barbosa RoscoeS.A – Construções, presidente do Sindicato da Indústriada Construção Civil no Estado de Minas Gerais – SIN-DUSCON-MG em sua segunda gestão, vice-presidenteda Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais– FIEMG e membro do Conselho de Administração daCâmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC.
Luiz Fernando
Pires, presidente do
SINDUSCON-MG
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ARTIGO
Durante estes últimos 41 anos, desde
que me graduei em 1972 pelo Insti-
tuto Nacional de Telecomunicações
– INATEL, tenho presenciado vários
fatos, que de alguma forma, tiveram
a minha atenção e sem sombra de
dúvidas estão marcadas em minha
mente, durante todo este período.
Um deles ocorreu na pequena e agradável
cidade de Pimenta, no Oeste do Estado de
Minas Gerais, quando estávamos implan-
tando a telefonia fixa em 1976. Deparamos
com um fato inusitado: o aparelho telefô-
nico instalado em uma das residências, de
família da classe média alta, não apresen-
tava defeito, entretanto mesmo após a
identificação característica que o usuário
havia atendido a ligação, este ainda perma-
necia mudo. Fomos até o local e, para
nossa surpresa, o aparelho estava embru-
lhado em um pano de prato e carinhosa-
mente depositado dentro de um guarda
comida. Para o nosso espanto, além deste
acontecimento, os moradores daquela
casa tinham vergonha em falar ao telefone.
Um outro episódio que pôde ser cons-
tatado, dentre os vários momentos vivi-
dos, ocorreu quando visitava uma família
importante em Campo Belo e o telefone
tocou. Estávamos todos na sala de jantar,
pois naquele tempo não havia sala de
estar. O anfitrião levantou-se da cadeira,
dirigiu até o telefone, com a vós impos-
tada falou: quem fala? Todos na sala fi-
caram quietos esperando até que a
conversa terminasse.
Estes dois exemplos refletem o como
tem sido a importância das telecomuni-
cações para o cená-
rio das pessoas que
vivem no Brasil.
Após 16 anos passa-
dos do processo de
privatização ocor-
rido no Brasil em
1997, a importância
das telecomunica-
ções não tem sido diferente. A massifi-
cação do uso de celulares no Brasil é
impressionante, chegamos a marca de
245 milhões, a banda larga (mesmo não
sendo tão banda larga assim) chega ao
número de 94 milhões de acessos, nú-
meros que atendem a uma população
de 199 milhões de habitantes, somente
para ressaltar estes 3 indicadores.
Sem dúvida, para o brasileiro as teleco-
municações jogam um papel fundamental
para o cotidiano de nossas vidas, pas-
sando até mesmo a ocupar um lugar com
tamanho destaque, onde é muito raro,
encontrarmos pessoas “desconectadas”
hoje em dia.
O objetivo deste artigo não é o de
fazer um estudo sobre a Antropologia
das Telecomunicações no Meio da So-
ciedade, que possibilitaria até mesmo
uma tese de mestrado, mas enfocar o
momento desafiador para as empresas
que utilizam as telecomunicações como
meio de desenvolvimento para os seus
negócios.
Neste cenário, já vivido pelos EUA e
países da Europa, não é novo, e hoje es-
tamos revivendo a história já vivida por
outras nações.
Precisamos nos colocar dentro das
mentes da alta direção e entender a fi-
losofia pragmática desenvolvida pelas
operadoras de telecomunicações, bem
do povo brasileiro, cedido através de
concessão governamental a estas em-
presas.
Mesmo que o índice de qualidade des-
tas operadoras não atenda a demanda
das expectativas da sociedade, alcan-
çando recordes cada vez maiores de in-
satisfação, nos órgãos de defesa do
consumidor o fato não é de se estra-
nhar. Qual é a premissa utilizada para a
gerência destas empresas? Simples-
mente o lucro.
Na época da privatização o cenário foi
composto de área geográfica destinada
a cada tipo de concessão, isto é, cada
serviço concedido a exploração pelas
empresas de telecomunicações, deti-
nham uma determinada área de atua-
ção. Por exemplo, o Estado de São
Paulo seria um território, cuja conces-
são foi para a Telefônica, para operar a
telefonia fixa. Assim ocorreu para os
demais serviços.
Após cumprirem as metas de universa-
lização as empresas concessionárias,
O Momento Desafiador
para as Empresas
Vicente Soares Neto
Vicente Soares Neto,
engenheiro Eletricista
e Diretor da Lynce
Consultoria
bem como as espelhos, poderiam
atuar em outras regiões, provocando
uma maior competição no setor. Até
este ponto, o modelo, apesar de algumas
ressalvas estava muito bom.
Um novo passo foi dado, propiciando
que todas as empresas pudessem ven-
der serviços denominados de “triple
play”, isto é, a venda de comunicações de
voz, dados e imagem. O processo não
parou, e uma nova modalidade de venda
denominada de “quadruple play” foi co-
locada em prática. Agora, estas empre-
sas poderiam vender serviços de voz,
dados e imagem, com mobilidade.
Somadas a ampliação da área geográfica
e ao aumento do número de serviços a
serem prestados pelas mesma opera-
dora, um fato novo tem ocorrido: a
“fusão” de empresas.
A conseqüência de todas estas ações
tem minimizado a concorrência e pro-
porcionado um aumento acirrado do
“market share” nos serviços ofertados,
causando, evidentemente, a sua baixa
qualidade. E, para concluir, o atendi-
mento, ainda está longe de cobrir todo
o território nacional, tendo sido inves-
tido recursos financeiro nas regiões
onde massivamente a demanda é mais
pronunciada.
Para o segmento de serviço de acesso a
internet, o Ministério das Comunica-
ções, tem modelado um plano que po-
derá alcançar resultados significativos,
proporcionando permissão às pequenas
empresas e disponibilizando acessos a
baixo custo através da Telebrás, empresa
recém reativada.
Por outro lado, como isto tem afetado
as empresas, que necessitam de serviços
de telecomunicações para suportarem
as suas atividades?
Citando como exemplo alguns seg-
mentos econômicos de fundamental
importância para a macroeconomia
brasileira, como por exemplo, a mine-
ração, energia, ferrovias, agricultura e
onde outros segmentos poderiam
também estar incluídos: nos locais de
operação das empresas que atuam
com esta característica, faltam sinais
de celular, telefonia fixa, rede de dados
e até mesmo internet ou deixam
muito a desejar. Estamos falando de
serviços fixos, e o que dizer dos com
mobilidade?
Uma saída somente pode ser praticada
por estas empresas responsáveis pela
macroeconomia. Construção de rede de
telecomunicações própria. E..., isto é
uma verdade. Investimentos vultosos
têm sido disponibilizados, desviando re-
cursos da atividade fim para uma ativi-
dade suporte.
Causa impacto mais forte ainda, o fato
de que na gama de serviços privados
ofertados pela Agência Nacional de Te-
lecomunicações – ANATEL, os quais
possibilitam a construção de rede pró-
pria, não há frequências disponíveis para
licenciamento de serviços “quadrupleplay”.
Agrava-se ainda mais a situação para a
construção de rede própria a premissa
de venda de bandas de freqüência regu-
lamentadas por área, para exploração
comercial e não para uso privado.
O momento é desafiador para as em-
presas que necessitam de serviços e
redes de telecomunicações que possi-
bilitem a convergência, pois não há esta
facilidade disponível nas normas e reso-
luções brasileiras. Todo o plano foi e esta
sendo desenvolvido para atender as
empresas concessionárias de telecomu-
nicações e, pouca importância se tem
dados às empresas geradoras de perfor-
mance macroeconômica.
Há somente um caminho a percorrer
dentro das premissas apresentadas.
Como resultado da união das empresas,
sejam elas pequenas médias ou grandes,
a apresentação de um pleito junto aos
órgãos competentes no Brasil, como o
Ministério das Comunicações e Agência
Nacional de Telecomunicações, no sen-
tido de tecnicamente buscarem em
conjunto, uma solução eficaz, que per-
mita suportar as necessidades de comu-
nicação destas empresas. Este é um
processo desafiador.
ARTIGO
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