Revista Mineira de Engenharia - 11ª Edição
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Ano 2 | Edição 11 | Dezembro 2011
BOLSA DE
ENERGIA
NO BRASIL.
Pág. 44
TRANSPORTE E MOBILIDADE
O projeto do monorail é uma das soluções
para a qualidade do trânsito na capital mineira.
Pág.10
COPA DO MUNDO 2014
Obras em Minas dentro
do cronograma
Pág. 36
PRÊMIO SME DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA | R$ 25 mil em prêmios
para projetos de pesquisa de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Pág. 26Leia Mais
IMPRESSO ESPECIAL991 22 55 307- DR/MG
SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS
DEVOLUÇÃO GARANTIDA
CORREIOS
CORREIOSIMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT
Otávio Marques de Azevedo
Engenheiro do Ano
IMAGINE CIDADES INTEIRAS ILUMINADAS PELO SOPRO DO VENTO.
RENOVÁVEL É MELHOR.
Todos os dias, usamos a nossa imaginação para encontrar soluções de energia para o futuro. Hoje, já geramos energia eólica em três parques no Ceará. Em parceria com o Governo de Minas, editamos o Atlas Eólico que identificou um potencial de geração três vezes maior que a hidrelétrica de Itaipu, com o aproveitamento dos ventos do Estado. No novo Mineirão, a Cemig e o Governo de Minas estão instalando uma usina solar, projeto pioneiro em toda a América Latina. A Cemig ainda participa do projeto de desenvolvimento de um carro elétrico em parceria com a Fiat e a Itaipu.
A energia dos mineiros pode fazer esse sonho acontecer.
4
PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo
VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão
José Luiz Nobre Ribeiro
Victório Duque Semionato
Alexandre Francisco Maia Bueno
Délcio Antônio Duarte
DIRETORES
Luiz Felipe de Farias
Diogo de Souza Coimbra
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Marcílio César de Andrade
Alessandro Fernandes Moreira
José Flávio Gomes
Fabiano Soares Panissi
Janaína Maria França dos Anjos
Normando Virgílio Borges Alves
Clemenceau Chiabi Saliba Júnior
CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela Sant'Anna
Teodomiro Diniz Camargos
Jorge Pereira Raggi
Flávio Marques Lisbôa Campos
Rodrigo Octavio Coutinho Filho
Paulo Safady Simão
José Luiz Gattás Hallak
Alberto Enrique Dávila Bravo
Cláudia Teresa Pereira Pires
Márcio Tadeu Pedrosa
Sílvio Antônio Soares Nazaré
Felix Ricardo Gonçalves Moutinho
Levindo Eduardo Coelho Neto
Fernando Henrique Schuffner Neto
Ivan Ribeiro de Oliveira
CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva
Nilton Andrade Chaves
Carlos Gutemberg Junqueira Alvim
Alexandre Rocha Resende
Wanderley Alvarenga Bastos Junior
Coordenador EditorialJosé Ciro Mota
Projeto GráficoBlog Comunicação e Consultoria
Bento Simão 518 | São bento | BH | MG
(31) 3309 1036 | 9133 8590
Direção de Arte | DiagramaçãoMarcelo Fernandes Távora
Jornalista Resposável
Luciana Maria Sampaio Moreira | MG 05203 JP
Tiragem 6 mil exemplares
Distribuição GratuitaVia Correios
PublicaçãoSME - Sociedade Mineira de Engenheiros
Av. Álvares Cabral, 1600 | 3ºandar
Santo Agostinho | BH | MG | CEP:30170-001
Tel. (31) 3292-3962
CREA/MG e SME
firmam com
promisso para
nova gestão
Monorail uma
Solução de
mobilidade
em BH
Potencial
hidroviário
brasileiro
22
Engenheiro do Ano,
Otávio Marques de
Azevedo
100 anos
Escola de
Engenharia
da UFMG
Intervenções
urbanas
Í N D I C E
Copa
2014
36
32
50
Bolsa de
energia no
Brasil
Curso de
especialização
em Energia
Eólica
Prêmio SME
de Ciência
e Tecnologia
26
10
52
40
44
16
6
11 de dezembro, Dia do Engenheiro.
Meus caros associados este é um momento de comemora-
ção, mas também de reflexão. A SME, tradicionalmente, na co-
memoração do dia do Engenheiro, confere ao profissional que
tenha se destacado no exercício da Engenharia, a Medalha So-
ciedade Mineira de Engenheiros. O engenheiro do Ano de
2011 é o engenheiro eletricista Otávio Marques de Azevedo,
que recebe da comunidade da engenharia Mineira o reconhe-
cimento do seu trabalho, “o engenheiro técnico, gerente, exe-
cutivo, empresário, um líder responsável por utilizar a
engenharia para o desenvolvimento da sociedade Brasileira”.
O Brasil é o terceiro maior exportador de alimen-
tos do planeta, atrás apenas dos EUA e da União
Europeia. Apenas para exemplificar, somos o pri-
meiro exportador de carne bovina, de carne de
frango, de café, suco de laranja e açúcar; o segundo
maior exportador de soja e milho e um grande
exportador de amêndoas de cacau e carne suína.
Em outra frente, somos o maior exportador de
minérios de ferro e de diversos outros produtos
não elaborados.
Infelizmente não somos grandes exportadores de produtos
finais e elaborados. O Brasil é o maior produtor e exporta-
dor do produto em grãos. Mas os maiores exportadores do
produto final, industrializado, são Itália e Alemanha. Os ale-
mães são os maiores compradores do café brasileiro e, após
agregar valor, vendem o produto na Europa, Ásia e EUA.
Quanto mais tecnologia agregada a um produto, maior é
o seu preço e mais empregos são gerados na sua fabrica-
ção. Os chineses, europeus, americanos e indianos sabem
disso, e por este motivo investem na formação de enge-
nheiros, na pesquisa científica e tecnológica. Eles nos ven-
dem uma placa de computador que pesa 100g por US$
250 e para importarmos esta mesma plaquinha eletrônica
precisamos exportar 20 toneladas de minério de ferro.
A Coréia do Sul é um exemplo emblemático. Nos últimos
50 anos o país se transformou num player da economia mun-
dial. Sua população, de 49 milhões de habitantes, é quatro
vezes menor que a do Brasil. Porém, o país forma duas vezes
e meia mais engenheiros do que nós. Enquanto formamos
um engenheiro para cada 6,3 mil habitantes, os coreanos for-
mam 1 para cada 612,5 habitantes. Os EUA formam o dobro
de engenheiros do Brasil. A China forma por ano 400 mil en-
genheiros, enquanto que a Índia forma 250 mil. Em termos
de investimentos em pesquisa e tecnologia, o Brasil investe
1,11% do PIB (2008). Já os Estados Unidos investem 2,68%.
As Escolas de Engenharia no Brasil, com
todas as suas possíveis deficiências, formam
engenheiros capazes de desenvolver tecno-
logias. Para avançarmos, precisamos de co-
nhecimento e tecnologia, já que temos
abundância de recursos naturais e energia. E
quem desenvolve tecnologia somos nós, os
engenheiros, nas suas diversas modalidades.
É importante compreendermos que os paí-
ses “donos” do conhecimento científico e
tecnológico são os detentores das decisões
econômicas, do dinheiro, do poderio militar e das riquezas
do mundo.
Engenheiro que sou, presidente de uma sociedade quase cen-
tenária, formada por uma comunidade de engenheiros alta-
mente capazes, com tudo isso, temos que utilizar a nossa
capacidade de engenhar, para transformar o Brasil em uma
potencia de conhecimento e tecnologia. É chegada hora de
a engenharia nacional apontar as grandes questões que im-
pedem o avanço da produção tecnológica do Brasil. Final-
mente, gostaria de parabenizar a todos os profissionais de
Engenharia pela contribuição que oferecem a nossa socie-
dade no desenvolvimento técnico, cientifico, social e econô-
mico, pois neste dia importante de reconhecimento da nossa
profissão é fundamental reafirmarmos o nosso compromisso
com a Engenharia e com o Brasil.
Editorial | Palavra do Presidente
Ailton Ricaldoni LoboPresidente da SME
A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL.
Em 22 de novembro, a Comis-
são Técnica de Transportes
(CTT) da SME se reuniu para
discutir uma proposta de im-
plantação, em Belo Horizonte,
de transporte sobre vias eleva-
das (monorail-monotrilho). A
alternativa é considerada inte-
ressante pelos técnicos da área,
já que tais obras têm execução
menos onerosa (sem desapro-
priações caras), mais rápida em
prazo de execução e com capa-
cidade para atender a um nú-
mero elevado de passageiros
após instalação.
Segundo o presidente da CTT,
Geraldo Dirceu de Oliveira,
em geral, tem-se uma compo-
sição com quatro vagões que
podem transportar conforta-
velmente 500 pessoas.
O monorail, é indicado para
central de corredores de trans-
porte como as avenidas, por
exemplo, conta com rampas de
6% a 7%, usa o espaço aéreo
com a estrutura de concreto
sobre pilares com altura de 6
metros dependendo do projeto
e assim aliviando o trafego pe-
sado de veículos em avenidas
ou mesmo ruas. Em uma situa-
ção de pico, o sistema pode
conduzir a seus destinos 40 mil
passageiros por turno de até 8
horas.
PLANEJAMENTO URBANO | Integração
10
O projeto do monorail é uma das soluções para
Presidente da CTT, Geraldo Dirceu de Oliveira
A CTT é uma das comissões cria-
das para assessorar a Presidência
da SME. O projeto do monorail
será uma das soluções que a en-
tidade vai apresentar ao poder
público para melhorar a qualidade
do trânsito na capital mineira.
“Trabalhamos sempre em equipe
estudamos e damos pareceres
técnicos sobre todos os modais
dos transportes”, explica o diri-
gente.
Atualmente, a CTT tem reali-
zado os seguintes trabalhos: Es-
tudos e analises sobre o PNLT
(Plano Nacional de Logística de
Transportes), no qual toda a
equipe colaborou durante cinco
meses para a confecção de um
relatório que foi entregue à Pre-
sidência para encaminhamento à
coordenadoria geral da PNLM,
aos cuidados do gestor respon-
sável, engenheiro Marcelo Perru-
pato. O trabalho também foi
enviado ao então vice-governa-
dor Antônio Augusto Anastasia.
Outra frente de projetos são os
estudos sobre a localização e
construção de estações metroviá-
rias, como a do Calafate, na região
Oeste da capital. Foi a CTT que
sugeriu, também, o aproveita-
mento da Estação São Gabriel, já
concluída. “Estudamos, ainda, o
programa ferroviário mineiro e
nacional, com ênfase ao cresci-
mento da malha ferroviária –
atualmente em torno de 30 mil
km . O PNTL incluiu uma rede de
20 mil km a ser construída até
2025, mas o PAC projeta cons-
truir 1,7 mil km ao custo de R$ 7
bilhões”, ressalta. Com esse acrés-
cimo, o modal ferroviário passaria
dos atuais 25% de cargas trans-
portadas para 35%.
Apesar da existência de outros
modais, o transporte rodoviário
11
a qualidade do trânsito na capital mineira.
12
PLANEJAMENTO URBANO | Integração
ainda continua a ser um desafio
para o Brasil e para as grandes ci-
dades. O Bus Rapid Transport
(BRT), em construção na capital
mineira, é outro projeto que pas-
sou pela análise da CTT. De
acordo com o presidente, trata-
se de um importante sistema de
transporte que vai colaborar para
a melhoria do trânsito de Belo
Horizonte, nas regiões beneficia-
das. “Não é medida paliativa mas,
a meu ver, não supera o mono-
rail”, aponta.
O metrô, meio de transporte de
massa consagrado em diversas
capitais do mundo, ainda não teve
seu projeto concluído em Belo
Horizonte. Segundo Oliveira, o
sistema via subterrâneo resolve
muito o problema de circulação,
já que não interfere com ruas e
avenidas. “Subterrâneo, o metrô é
mais caro e a execução mais difí-
cil. Na análise da CTT, os sistemas
intermodais – metrô, BRT, mono-
rail e os VLT ( veículos leves sobre
trilhos ) , os quais usando os ca-
nais ferroviários desativados, com
bitola de 1 metro, só na grande
BH, permitem a ligação de deze-
nas de cidades onde passavam a
estrada de ferro, podendo chegar
, como um metro de superfície
ate Itaúna e Divinópolis”, analisa.
Por ser o sistema de menor
custo, sem considerar as hidro-
vias, o modal ferroviário atinge lo-
cais estratégicos do país, levando
o progresso e o desenvolvimento,
como já é amplamente compro-
vado pela história de outros paí-
ses como os Estados Unidos da
América, por exemplo, que tem
260 mil km de ferrovias. A Rússia,
148 mil km com o mais longo
eixo ferroviário do mundo – a
Transiberiana – de 9 mil km. No
Canadá são 70 mil km cortados
por linhas férreas e na França
53,45 mil km, com 1742 túneis,
27,2 mil pontes e viadutos. Entre
os países em desenvolvimento, a
Índia conta com malha de 56 mil
km.
A inclusão de novas alternativas
de transporte no país é um desa-
fio para o setor público e uma
reivindicação constante dos ór-
gãos técnicos. Segundo Oliveira,
as empresas de transporte sabem
que com a interligação de todos
os modais de transporte - rodo-
viário, ferroviário, hidroviário e
aéreo – possibilita maior fluidez
ao sistema.
14
Diretoria da SME reativa o Conselho Consultivo
da instituição, formado por ex-presidentes
SME | Conselho Consultivo
Em 2012, o Conselho será rea-
tivado para assessorar a atual
gestão na tomada de decisões e
discutir temas de relevância
para a sociedade
O presidente da Sociedade Mi-
neira de Engenheiros (SME), Ail-
ton Ricaldoni Lobo, vai reativar,
a partir de 2012, o Conselho
Consultivo da instituição, com-
posto pelos ex-presidentes. As
reuniões serão trimestrais e se-
mestrais ou convocadas de
forma extraordinária depen-
dendo do assunto em pauta.
A instituição fundada há 70
anos sempre foi referência para
empresas e governos no que se
refere a propostas de soluções
para problemas que, de alguma
forma, se relacionam com o
exercício da engenharia. “Não
vamos cansar os ex-presiden-
tes, mas queremos ouvi-los
sobre temas estratégicos já que
todos eles, em algum momento
de suas carreiras, ocuparam
cargos de gestão e tomaram
decisões que, ainda hoje, afe-
tam a sociedade mineira de al-
guma forma”, ressalta.
Ainda conforme o presidente, a
experiência desses profissionais
deve ser compatilhada, princi-
palmente em temas de maior
relevância para a Sociedade Mi-
neira de Engenharia. “É impor-
tante essa oportunidade de
ouvir os ex-presidentes para
construir o presente e o futuro
da SME”, enfatiza.
O convite aos ex-presidentes
será feito no início do próximo
ano para a reunião que vai rees-
tabelecer o Conselho Consul-
tivo. Temas como mobilidade
urbana, logística, infraestrutura e
transportes de pessoas e cargas
também estão entre os temas
que serão abordados durante os
encontros. “Vamos contar com
a experiência desses compa-
nheiros para propor soluções
para problemas contemporâ-
neos que continuam a afetar o
processo de desenvolvimento
do Estado”, explica.
Os convocados são:
Romeu Scarioli,
Heleni de Mello Fonseca,
José da Costa Carvalho Neto,
Rodrigo Octávio Coutinho Filho,
Flávio Marques Lisbôa Campos,
Otávio Marques de Azevedo
Antônio Geraldo Costa,
Adolpho Valladares Portella,
Paulo Newton de Paiva Ferreira,
Aloísio Marcos Vasconcelos Novais,
Tárcio Primo Belém Barbosa e
Antônio Augusto da Fonseca Júnior.
Eleita a Melhor Operadora de Duty Free
das Américas em Aeroportos - 2011
16
Foto: And
ré Ma
cieira
Neste ano, a Sociedade Mineira de Engenheiros
(SME) finaliza a sua programação anual de
eventos com a entrega do tradicional Prêmio
Engenheiro do Ano ao engenheiro Otávio Marques
de Azevedo, presidente da holding Andrade Gutierrez,
em cerimônia realizada no dia 13 de dezembro.
Apesar da experiência acumulada e do currículo
invejável, ele aprecia os desafios, bem como as
oportunidades de negócios. “Meu papel é gerir o
futuro”, projeta.
16
1717
ENGENHEIRO DO ANO
O senhor já foi presidente da SME. Qual
a importância de participar da entidade?
Cheguei a SME pelas mãos do meu amigo Ivan
Libanio Viana e do meu querido professor Aloisio
Vasconcelos, que veio em seguida ser eleito Presi-
dente da SME.
Dediquei vários anos à SME, em vários cargos –
diretor social, presidente do conselho e presidente
executivo. Como presidente, montei um plano
estratégico que colocou a entidade em sintonia com
a discussão de temas relacionados à infraestrutura
da cidade e do estado. A SME ganhou credibilidade
e se tornou referência, inclusive na questão ambien-
tal. Nas eleições de 1990, instigamos o debate com
os candidatos, quando produzimos um plano montado
pelas 15 comissões técnicas. A entidade era ouvida
pela imprensa e pelo governo.
Lembro também que devido a SME fui indicado ao
Conselho do CREA-MG e, posteriormente, fui eleito
vice-presidente do engenheiro Tarso Primo Belém
Barbosa. E por alguns meses exerci a Presidência.
E o prêmio de Engenheiro do Ano?
É uma honra receber uma homenagem de uma en-
tidade que ajudei a construir e na cidade onde co-
mecei minha vida profissional.
O senhor já vivenciou diversos estágios da carreira
de engenheiro. Houve momentos de grande cresci-
mento e outros em que os profissionais literalmente
mudaram de ramo. Como o senhor analisa essa re-
tomada da carreira que está diretamente ligada ao
projeto de desenvolvimento do Brasil?
A engenharia voltou a ser um dos cursos mais pro-
ENTREVISTA | Otávio Marques de Azevedo
Otávio Marques de Azevedo
18
curados pelos jovens. Hoje, precisamos muito desses
profissionais. Esta será a década da infraestrutura no
Brasil. Grandes eventos como a Copa do Mundo e
os Jogos Olímpicos, grandes projetos de hidroelétri-
cas, aeroportos, ferrovias e portos, além de impor-
tantes projetos industriais representam uma
oportunidade para transformações importantíssimas
nas cidades.
O senhor ocupa a presidência da AG em um
momento muito promissor para a indústria
da construção e, também, para os outros ne-
gócios da companhia. Qual é o seu maior de-
safio no cargo? Por quê?
Depois que consolidamos nossa atuação no setor
de telefonia, como líderes de mercado, nosso desafio
é a busca de novos negócios e oportunidades de
crescimento para o grupo. Hoje atuamos fortemente
no setor de energia. O grupo tem 14% da Cemig,
onde sou conselheiro, uma empresa onde tenho o
orgulho de ter trabalhado por mais de cinco anos e
que tem participação importante no nosso negócio.
Também estamos na área de defesa, em parceria
com uma empresa francesa. Atuamos na área de lo-
gística hospitalar, de concessões, e estamos voltados
para o setor de óleo e gás, na área de serviços. Hoje
realizamos, ainda, obras de infraestrutura em 32 paí-
ses. E sempre estamos em busca de novos mercados,
como a Índia, onde estive em novembro.
Há algum outro desafio que queira acrescen-
tar? Algum projeto importante além daque-
les que já estão em curso?
A busca por desafios é constante. Sou um fazedor
de negócios. Procuro e desenvolvo oportunidades.
O meu papel é gerir o futuro.
Além da indústria da construção civil, a em-
presa tem focado na expansão do setor de te-
lecom. Por quê?
ENTREVISTA | Otávio Marques de Azevedo
19
Esse é um movimento da empresa que começou
antes mesmo da abertura do mercado. Desde o iní-
cio da década de 90 o grupo desenvolve projetos no
setor de telecomunicações. Criamos a AG Telecom,
em 1993. Em 1998, a companhia liderou o consórcio
que arrematou a Telemar, hoje Oi, no leilão de pri-
vatização da telefonia. Outro momento importante
foi criação da Contax, a maior empresa de call cen-
ter da América Latina, contando com 125.000 em-
pregados. Em 2008, compramos a Brasil Telecom. No
início deste ano, o grande negócio do setor foi a en-
trada da Portugal Telecom no capital da Oi. O pró-
ximo ano será importante para a consolidação da
liderança da empresa.
Como é estar à frente de uma multinacio-
nal de origem familiar como executivo de
mercado?
O grupo Andrade Gutierrez tem 63 anos de atuação.
Os sócios, hoje, integram um Conselho de Adminis-
tração, que aprova negócios e investimentos. Tam-
bém existe o Comitê Executivo, do qual fazem parte
três membros do Conselho que acompanham pari
passu o desenvolvimento do Plano Anual do Grupo
AG, bem como asseguram a perenidade da cultura
e dos seus valores. É um grupo que está em cons-
tante processo de modernização e profissionaliza-
ção. O papel do executivo é a busca e
desenvolvimento de profissionais de alta perfor-
mance. Construir um time campeão é a melhor
forma de olhar o futuro.
Sua família é composta por engenheiros.
Como é pertencer a uma família de enge-
nheiros? A vocação para seguir no mesmo
ramo vem do DNA? Por quê?
Quando era a época de decidir que profissão seguir,
fiquei entre a sociologia e a engenharia. Fiz os dois
vestibulares, passei em ambos e quase escolhi socio-
logia. Mas a engenharia era a opção mais natural, de-
vido ao meu ambiente. Quando minha avó Marieta
fez 100 anos, em 1982, a SME ofereceu uma bonita
homenagem a ela por ter entre seus descendentes
72 Engenheiros. Meu avô criou uma empresa de en-
genharia ainda no final do século 19.
Dentro de casa, a mulher e dois dos quatro filhos
também são engenheiros. Há, ainda, uma advogada e
uma profissional de marketing e propaganda.
Fale um pouco de sua experiência profis-
sional.
Comecei como corretor de seguros. Depois, já na
faculdade, trabalhei como fiscal do INSS por dois
anos. Escutei muitos impropérios nessa função! Na
engenharia comecei como estagiário numa fábrica
de esteira de trator, em Contagem. Antes mesmo da
formatura já era gerente de produção.
Decidi ir para outra empresa de engenharia. Em
1974, fiz concursos para a Vale, que era estatal, a
Cemig, a Acesita e a Petrobras. Passei em todos, mas
optei pela Cemig, onde fiquei seis anos. Fui para a
Telemig, onde comecei como assessor e cheguei à
20
ENTREVISTA | Otávio Marques de Azevedo
presidência. Fui o primeiro presidente da empresa
civil e saído do quadro de funcionários. O passo se-
guinte foi a Telebrás, onde fui vice-presidente. Em
1992, a convite de Sérgio Andrade, fui para a An-
drade Gutierrez. Costumo dizer que fui “privati-
zado”. No grupo, passei a presidente em 2007.
Como o senhor avalia as novas gerações de
engenheiros que estão chegando ao mercado
brasileiro?
Os jovens engenheiros encontram um Brasil em ace-
lerado desenvolvimento. Terão a oportunidades
crescentes em áreas diversas, como construção, te-
lecomunicações, energia, portos, aeroportos, hidre-
létricas, metrôs, ferrovias, obras de saneamento; os
negócios da camada pré sal e a infraestrutura para
os megaeventos que o Brasil vai sediar. São empreen-
dimentos que vão mudar o país. E tudo isso ocorre
num mundo em que a revolução da internet supri-
miu as distâncias e ampliou a oferta da informação
e do conhecimento de forma nunca imaginada. Hoje
o ferramental disponível para os novos engenheiros
é fantástico no campo da Tecnologia da Informação.
Qual o conselho que daria a esses jovens pro-
fissionais?
Os novos profissionais estão entrando num mer-
cado que reflete o momento promissor do país.
Devem encarar esses desafios com espírito em-
preendedor, curiosidade, determinação e ousadia.
No grupo Andrade Gutierrez, criamos uma cultura
fundada em 12 princípios que podem ser seguidos
por todos os profissionais que querem se desenvol-
ver: dedicar-se às pessoas; ser meritocrático; ter es-
pírito de dono; pensar grande; buscar o
autodesenvolvimento; fazer bem feito e exigir quali-
dade; trabalhar duro; entender o cliente e transfor-
mar isso em valor; cultivar relacionamentos de longo
prazo; cultivar e proteger a reputação da empresa;
lutar incansavelmente por rentabilidade; defender e
disseminar esses princípios.
“Não tem erro; é só praticar que dá certo”.
www.leme.com.br
Os frutos de um bom trabalho sempre chegam a quem é dotado de grande competência e habilidade para fazer acontecer. É por isso que, com grande entusiasmo, congratulamos Otávio Marques de Azevedo pela conquista do título de Engenheiro do ano da SME. Dono de uma trajetória impecável, Otávio, à frente do Grupo Andrade Gutierrez desde 2007, foi determinante para a consolidação de um dos maiores conglomerados de infraestrutura na América.
Através da AG Engenharia e Construção, trabalhamos juntos em diversos empreendimentos, como nos projetos da UHE Irapé, nas obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais e, mais recentemente, na UHE Belo Monte, maior empreendimento hidrelétrico em andamento no mundo.
É por sua brilhante carreira e por ter, como nós, paixão pela engenharia, que prestamos esta justa homenagem.
PARABÉNS A OTÁVIO MARQUES DE AZEVEDO
PELO TÍTULO DE ENGENHEIRO DO ANO DA SME
Presidente da LEME Engenharia e da Tractebel Engineering América latina
Flavio Marques Lisbôa Campos
A LEME Engenharia, parte integrante do Grupo Tractebel Enginering (GDF SUEZ),
é uma empresa com mais de 45 anos de experiência em engenharia consultiva
para projetos nos segmentos de energia e infraestrutura.
LEMEENGENHARIA
LE
EME
PELO TÍT
ARABÉPPA
TULO DE EN
VÁÁVÉNS A OTTÁ
NGENHEIRO
VIO MARQU
ENGE
O DO ANO D
UES DE AZE
ENHARIA
DA SME
EVEDO
ez Andrade Gutierriuma trajetóriade
conquista do título congratulamos Ot
. É por acontecerr.dotado de grande Os frutos de um bo
desde 2007, foi deterfimpecável, Otávio, à
o do anode Engenheirques de távio Mar
isso que, com grancompetência e habilid
e chom trabalho sempr
rminante para aGrupoente do fr
o da SME. DonoAzevedo pela
de entusiasmo,dade para fazerhegam a quem é
eendimmaior emprMinas Gerais e, ma
nasIrapé, UHEdajuntos em diversos Através da AG En
infraestrutura na Amconsolidação de u
elétrico em mento hidrecentemente, na Uais r
s obras da Cidade Adeendimentos, coempr
ngenharia e Construçã
mérica.es conum dos maior
,
andamento noUHE Belo Monte,dministrativa de
ojetosmo nos prão, trabalhamos
nglomerados dep
ques LisbFlavio Maresidente da LEME EngenPr
pela engenharia, quÉ por sua brilhante
mundo.
bôa Camposractebel Engineeringnharia e da T
estamos esta justue pr, coeira e por terr,e carr
g América latina
omenagem.ta homo nós, paixão
p
é uma empr
A LEME Engenharia, parte
.lemwww
ojetos nos segmentos de epara pr
ractebel Ee integrante do Grupo TTr
me.com.br
energia e infraestrutura.
Enginering (GDF SUEZ),
22
As nações que souberam aproveitar o uso das estradas lí-
quidas que a natureza lhes deu, tiveram um lucro prepon-
derante nos transportes de seus produtos pelo baixo custo
originado pelas condições técnicas dos transportes de seus
produtos pelo baixo custo originado pelas condições téc-
nicas dos transportes em barcaças onde a navegação se re-
tornou possível em seus rios. Houve também o fator
geográfico e topográfico que tem total influência em um
sistema hidroviário.
No Brasil, estamos atrasados no aproveitamento de nossa
malha hidroviária e é importante para nós engenheiros em-
presários de todos os matizes quando podemos assistir a
um seminário sobre o tema na Fiemg, representando o
então presidente da SME, engenheiro Márcio Damazio Trin-
dade, com a presença do deputado Jaime Martins, criador
dessa iniciativa.
No seminário, recebemos informações ultra valiosas que
permitem-nos analisar e dar sugestões sobre o que fazer
para melhorar nossa navegação fluvial. Sabemos ter atual-
mente no Brasil uma malha navegável em nossos rios de
apenas 10 mil km e não há previsão de crescimento quando
o país tem o potencial de incorporar mais 18 mil km de
rios, para transportes de cargas.
Sabemos não ser fácil o estudo hidrológico de um rio para
navegação. Sabemos que principalmente em nossa terra,
Minas, a geografia e a topografia são em regiões importan-
tes do Estado, fatores que dificultam a navegação.
A IMPORTÂNCIA DAS HIDROVIAS
ARTIGO | Hidrovias
Por Geraldo Dirceu de Oliveira
divulg
ação
: //w
ww.tran
sportes
.gov.b
r/imp
rensa/
galer
ia
23
Sabemos da necessidade de eclusas lâ-
minas d’água suficientes em rios repre-
sados pelas barragens de usinas
hidrelétricas. As eclusas tão importantes
para a navegação fluvial são, como tão bem
analisou o senador Eliseu Resende, fatores que prejudicam,
pela evasão necessária de água no sistema tipo elevador,
segundo o qual o que sobe e desce é água que baixa o ren-
dimento da geração elétrica de uma usina, um fator deses-
timulante, bem como o alto custo da construção de
eclusas.
O senador também sugeriu a cooperação do governo fe-
deral nas construções, manutenções e compensações da
perda energética de uma usina. Pensamos ser esta a solu-
ção primeira para a ampliação da navegação fluvial, princi-
palmente em Minas.
Sabemos termos problemas básicos para
serem resolvidos:
1) Ainda não temos uma lei específica para navegação
fluvial. Sabemos que os Ministérios dos Transportes, Meio
Ambiente, Justiça e In-
tegração Nacional de Assuntos Estraté-
gicos estão procurando regras para a administração de
hidrovias. Soubemos que houve um importante proce-
dimento técnico entre a Agência Nacional de Transpor-
tes – Aquaviários e a Agência Nacional das Águas, para
o uso múltiplo das águas, o que é elogiável, e bem como
o término da (eclusa de Tucuruí) que abrirá a navegação
importantíssima do Rio Tocantins, numa extensão de
350 km.
2) Como sempre em tudo na Engenharia Nacional
está havendo o entrave exagerado do IBAMA, provo-
cando batalhas judiciais entre Ministério Público, ONGs
e Administradores de Hidrovias.
Convenhamos: o que pode reduzir custo de nossos
transportes, melhorar nosso rendimento produtivo, au-
mentar o número de empregos, criar um sistema efi-
ciente, fácil de manter-se não é um problema
importante para nosso: Ambiente social?
O potencial hidroviário para esc
oar
as riquezas br
asileiras é imenso.
Dos 42 mil quilômetros d
e vias
navegáveis no país, ap
enas 8.500 km
são exploradas.
Apesar de apontadas como
alternativas de menor cust
o,
quando o assunto é tr
ansporte para
grandes volumes e gr
andes
distâncias, as hidrovias
são o sistema de menor particip
ação
no transporte d
e mercadorias -
somente 13%.
24
Sabemos que um sério empecilho para a ampliação das
hidrovias está nos difíceis licenciamentos ambientais.
3) Como SOE acontecer no Brasil, os impostos tam-
bém são altos o que onera o sistema.
4) No PNLT encontramos progra-
mas bem feitos que sugerem eclusas
nos rios Madeira, Paranaíba e na Hi-
droelétrica de Itaipu.
Sugere também a recuperação de na-
vegabilidade do SISTEMA Solimões –
Amazonas, da Bacia do Tietê – Para-
naíba e na Hidrelétrica de Itaipu.
Sugere também a recuperação de navegabilidade do SIS-
TEMA Solimões – Amazonas, da Bacia do Tietê – Paraná
e a chegada a Minas pelo Rio Grande até Iturama, e a
ampliação da capacidade de transporte pela calha do Rio
São Francisco de real interesse para Minas.
5) Os números do Sistema Hidroviário atual são:
Extensão – 42 mil km
Em uso – 10 mil km, ou seja, 23,8% da malha
6) Quantidade de cargas transportadas em hidrovias
em 2007
Amazonas
14.668.277 toneladas
Solimões
2.714.975 toneladas
Madeira
2.062.909 toneladas
Tietê – Paraná
1.991.600 toneladas
Paraguai
1.632.521 toneladas
Jacuí | Lagoa dos Patos
638.796 toneladas
São Francisco
60.631 toneladas
divulg
ação
: //w
ww.tran
sportes
.gov.b
r/imp
rensa/
galer
iaARTIGO | Hidrovias
“Espera-se no São
Francisco significativo
aumento, com as me-
lhorias feitas pela FCA
inclusive no sistema fer-
roviário e portuário de
Pirapora”.
2525
A Navegação Fluvial em Minas
A temos nos rios São Francisco e
parte do Rio Grande. Desejo apre-
sentar, embora que modestamente
uma ideia. Sabemos das dificuldades
topográficos de nossos rios, ca-
choeiras etc. Penso que podería-
mos aproveitar os lagos formados
pelas represas das grandes hidrelé-
tricas para uma navegação interna
entre cidades limítrofes das mar-
gens dos grandes lagos, construídos
piers de madeira que flutuariam
obedecendo aos NA das represas
o que evidentemente determinaria
calado das embarcações.
Isto se daria nos grandes lagos das
Usinas Hidrelétricas de nossa por-
tentosa Cemig. Assim teríamos
muitos “Mares de Minas” para na-
vegação.
Fica sujeita a sugestão para análise.
Cidades do Oeste de Minas e no
entorno de Furnas, que seriam in-
terligadas pela navegação:
Formiga,
Ponte Vila,
Pimenta,
Santo Hilário,
Piumí, Capitólio,
Carmo do Rio Claro,
Conceição da Aparecida,
Divina Espírito Santo,
Alterosa, Areado,
Fama,
Campos Gerais,
Três Pontas,
Boa Esperança,
Campo do Meio (17 cidades).
Rios de Minas que podem ser
utilizados para navegação
São Francisco
Da integração nacional
Rio Grande
Atende ao Mercosul e beneficia
Minas com o Porto de Iturama
Rio Urucuia
Fica só dentro de Minas
Rio Doce
Integração com o Oceano
Atlântico
Paranaíba do Sul
Interessa ao Mercosul
Rio Paraopeba
Interessa à Minas
Rio das Velhas
já existem providências para torná-lo
navegável em certos trechos.
Total dos rios provavelmente nave-
gáveis em Minas, desde que haja eclu-
sas: mais ou menos 5 mil km de rios.
26
Prêmio | Ciência e Tecnologia
Os vencedores da 20ª edição do
Prêmio SME de Ciência e Tecnologia
foram conhecidos no último dois de
dezembro, em solenidade realizada
no Hotel Mercure Lourdes, em Belo
Horizonte. Foram inscritos 41 tra-
balhos. Desde o início do programa,
há 20 anos, foram inscritos 1,6 mil
trabalhos que obtiveram, além dos
prêmios, oportunidades de melho-
res trabalhos, estágios, bolsas nacio-
nais e internacionais, e também a
aplicação prática dos projetos.
O coordenador do projeto, enge-
nheiro eletricista e professor José
Henrique Diniz, destaca que o Prê-
mio SME de Ciência e Tecnologia é
uma iniciativa que visa incentivar a
pesquisa no ambiente acadêmico
dos cursos de Engenharia, com foco
na aplicabilidade das propostas, bem
como na sustentabilidade e no in-
centivo à criação.
Os trabalhos recebidos foram ava-
liados à luz do regulamento e cada
trabalho os pré-aprovado foi enca-
minhado a 3 juízes, com notório
saber e experiência, para avaliação e
nota. Posteriormente a Comissão
Julgadora do Prêmio, também com-
posta por juízes com conhecimento
e larga experiência nas áreas dos
trabalhos, de reuniu para o ranquea-
mento final, onde foram seleciona-
dos os 5 primeiros lugares, as
menções honrosas e identificada a
instituição de ensino com maior nú-
mero de trabalhos classificados para
a etapa final do concurso.
Além dos prêmios, houve uma
menção honrosa e a distribuição
de medalhas e diplomas para os
estudantes e universidades que
participaram do evento em 2011.
“Já inauguramos oficialmente o
início da 21ª edição do Prêmio.
Aproveitamos para convidar as
instituições de ensino superior
de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia de Minas Gerais e a
todos os graduandos, assim como
as empresas, para participar
desse programa que entra em
nova fase, incorporando a palavra
Inovação ao seu nome”, destaca
José Henrique Diniz
SME distribui R$ 25 mil em prêmios
para projetos de pesquisa de estudantes
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
José Henrique Diniz é coordenador do prêmio de ciência e
tecnologia da SME, engenheiro eletricista e professor
Universidade Vencedora | UNIFEIA UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá
foi a universidade premiada pela participação
com o maior número de trabalhos inscritos
e classificados.
Geovanni Rodrigues (Professor da UNIFEI)e Evaldo Ferreira Vilela (Secretário deEstado de Ciência , Tecnologia e EnsinoSuperior de Minas Gerais, em exercício).
27
1° LUGAR | Juliane Soares de Souza UNIFEI - Engenharia ElétricaProjeto: Nanotecnologia aplicada na medicina:
Nanoesferas para o diagnóstico e terapia do câncer
2° LUGAR | Vagner Vinícius Miyazato UNIFEI - Engenharia da ComputaçãoProjeto: Sistema de produção de hidrogênio e
sua utilização como combustível complementar
em veículos à combustão
3° LUGAR | Danillo Borges RodriguesUFU - Engenharia ElétricaProjeto: Retificador híbrido trifásico de alta
potência e elevado fator de potência com
controle digital utilizando DSP
4° LUGAR | Magno Augusto Motta Macieira Drumond, Leandro de Souza Amancio e Vinícius Avelar Ribeiro Loura NEWTON PAIVA - Engenharia CivilProjeto: Análise da eficiência de resfriamento do ar em
painéis evaporativos de argila expandida com granulometria
referente à brita 2 para utilização em sistemas de ventilação
negativa em instalações para produção animal
5° LUGAR | Soraya Marx Bamberg e Caio Moreira Miquelino Eleto TorresFUMEC - Engenharia AmbientalProjeto: Planejamento urbano e aspectos
ambientais em empreendimentos habitacionais
MENÇÃO HONROSA | Fernando de Almeida Freitas UNIFEI - Engenharia de Controle e AutomaçãoProjeto: Babá eletrônica adaptada para surdos
Danillo Borges Rodrigues ePedro Andrade de OliveiraMelo (Coordenador de Projetos da Usiminas)
Vagner Vinícius Miyazato eJose Henrique Diniz (Coordenador do Prêmio)
Juliane Soares de Souza e Ailton Ricaldoni Lobo(Presidente da SME)
Magno Augusto Motta Macieira Drumond, Leandrode Souza Amancio, MarcosAntônio Borges (Executivode Relações Institucionaisda Oi) e Vinícius AvelarRibeiro Loura
Caio Moreira MiquelinoEleto Torres, Soraya MarxBamberg e Marcílio Césarde Andrade (Presidente doCETEC)
Fernando de Almeida Freitas e Rodrigo Antônio de Paiva(Presidente da Paiva Piovesan)
CONHEÇA OS ESTUDANTES VENCEDORES DA 20ª EDIÇÃO DO PRÊMIO SME DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA.
PAT R O C Í N I O A P O I O
28
Neste ano, em novembro, a Sociedade
Mineira de Engenheiros (SME) promoveu
a Campanha de Natal da SME, para re-
ceber doações de cestas básicas, fraldas
geriátricas, produtos de higiene pessoal
e de limpeza que foram enviadas para
instituições que atendem a pessoas ca-
rentes da capital e Região Metropolitana.
Com essa iniciativa a SME pretende con-
tribuir para que os associados se unam
em torno de causas coletivas
e, também, incentivar a prática
da solidariedade e responsa-
bilidade social durante outros
períodos do ano.
As entidades beneficia-das pelas doações foram:Creche Virgílio Pedro deAlmeida (112 crianças) - Rua
45, nº 43 - Novo Aarão Reis; AsiloNAEPT (33 idosos) - Rua Amélia Afei-
tos, 806 - Novo Guarujá – Betim;
Projeto "Thalita Kum" que acolhe
idosos acamados do Morro do Papagaio
- Asilo "Lar da Vovó" que acolhe em
média 60 idosas no aglomerado Santa
Lúcia e Morro do Papagaio, a maioria com
fragilidades físicas e mentais - e, ainda, a
Creche São Francisco de Assis que
acolhe em média 60 crianças, de 2 a 9
anos, fica na Vila Fátima, no Aglomerado
da Serra - Todas entidades foram benefi-
ciadas através do SEMAN e da Pastoral
Social da Paróquia Nossa Senhora Rainha
(Belvedere) - mais informações pelo site
www.pastoralsocialnsr.blogspot.com.
A SME em nome de seus voluntá-rios e funcionários que se empe-nharam para esta campanhaacontecer, agradecem as inúmerasdoações recebidas e que muito aju-darão a melhorar à qualidade devida das comunidades atendidas.
Ana Elisa Freire Lobo, coordena-dora do projeto, lembra que“sempre que produzimos para obem, os recursos em nossas mãos,são promovidos à instrumentosvaliosos”.
Campanha de Natal | SME SOLIDÁRIA
29
“Nós somos o que fazemos repetidas vezes,
repetidamente. A excelência portanto
não é um feito, mas um hábito.”
Aristóteles - FilósofoGrego
Competição
“Uma empresa se rendeaos negócios do amanhãquando se aprimora sem
tornar-se diferente.”
C.K Prahalad - Autor deCompetindo pelo Futuro.
Sucesso
“O sucesso nunca édefinitivo e o fra-casso nunca é fatal.É a coragem que
conta.”
George F. Tiltonood
“Quando todospensam da mesmaforma, alguém não
está pensando.”
George Patton
“Como gerente você é pago para estar
desconfortável. Se você está confortável, é umsinal seguro de que vocêestá fazendo as coisas
erradas.”
Peter Drucker
Compromisso com Você!
A Sociedade Mineira de Engenheiros, por
meio da sua equipe, tem desenvolvido uma
série de trabalhos para atender cada vez
mais e melhor a cada um dos associados.
Em seus 80 anos de existência, a SME tra-
balha para integrar, desenvolver e valorizar
a Engenharia, a Arquitetura, a Agronomia
e seus profissionais, contribuindo para o
aprimoramento tecnológico, científico,
sócio-cultural e econômico.
Produtos e Serviços
Em nosso site há uma série de produtos e serviços como
cursos, palestras, seminários, eventos e uma extensa gama
de convênios que você poderá desfrutar.
São descontos de até 20% em academias, empresas automoti-
vas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultórios, cursos
de idiomas, empresas de turismo, faculdades, flo-
riculturas, gráficas, informática, laboratórios, óti-
cas, planejamento financeiro, seguros, serviços
fotográficos, hotéis, beleza e estética, dentre ou-
tros.
Compromisso com o futuro
Aprimoramento profissional e inovação
tecnológica também têm sido uma das
grandes bandeiras da SME na busca em
oferecer os melhores produtos e serviços
para você e sua família.
Por meio do nosso site: newsletters, revistas,
eventos e participação nas redes sociais, a SME tem se
tornado, cada vez mais, um canal aberto para ouvir suas
sugestões e para representar seu interesse. Aproveita-
mos para nos colocar à disposição para outras informa-
ções e demandas. Acesse: www. sme.org.br.
SME | Seja um associado
Frases
32
CENTENÁRIO | Escola de Engenharia da UFMG
Diversos eventos
marcaram, em 2011, as comemora-
ções do Centenário da Escola de
Engenharia da Universidade Federal
de Minas Gerais (EEUFMGP), com
direito a homenagens, prêmios e
festas, como o baile promovido no
dia oito de dezembro que encerrou
o ano festivo.
Nenhuma delas, no entanto, se
compara à campanha “Sou Parte
Dessa História”, iniciativa que pre-
tende construir a memória coletiva
da instituição. Para tanto, foi criado
um blog na página comemorativa
dos 100 anos da Escola, na internet
- www.eng.ufmg.br/centenario -
que permite a ex-alunos, professo-
res e funcionários administrativos
registrar experiências e lembranças
da história da Escola a partir do
compartilhamento de textos, fotos
ou vídeos
A proposta, afirma o diretor da
EEUFMG, professor Benjamin Ro-
drigues de Menezes, é dar voz às
lembranças, “causos” e histórias
dos mais de 21 mil engenheiros já
formados pela instituição, aos cerca
de 1.000 alunos que ingressam nos
cursos de graduação a cada ano e,
ainda, aos atuais e antigos professo-
res e funcionários para registrar a
trajetória da instituição a partir das
pessoas que passaram por lá.
Além do passado, há planos para o
futuro da instituição. A Escola de
Engenharia é a escola pública que
mais forma engenheiros na América
Latina, cerca de 800 por ano. E a ex-
pectativa é que esse número che-
gue à casa dos mil engenheiros
Projeto pedagógico garante que os engenheiros tenham
Escola de Engenharia da
UFMG tem a proposta de
formar mil profissionais
até 2014
33
formados por ano até 2014, como
aponta o diretor.
É uma área que depende muito do
desenvolvimento do país. Hoje há
imensa procura por engenheiros
formados, cenário bem diferente da
década de 80, por exemplo. Mas o
Brasil alcançou hoje um padrão de
desenvolvimento em que não há
como voltar atrás. E agora esse
mercado demanda engenheiros de
alta capacitação, porque as empre-
sas brasileiras competem tanto
dentro do país como internacional-
mente”, ressalta.
Para tanto, a EEUFMG tem um mo-
delo pedagógico diferenciado na
área de Ciências Exatas, tanto que
a parte dos cursos tem cinco anos
de duração. Nos EUA, os cursos
dessa área costumam durar quatro
anos. “Também damos oportunida-
des a todos os alunos que queiram
participar de projetos de natureza
científica ou tecnológica. Os alunos
também podem optar pelos está-
gios para ter convívio com a reali-
dade das empresas. E contamos
com empresas juniores, bastante
sólidas, e que garantem um ensina-
mento qualificado na área da ges-
tão, um de nossos diferenciais”,
enumera o diretor.
A formação oferecida pela institui-
ção não é apenas profissional, mas
científica. Menezes ressalta que,
Fundação da
EEUFMG se
confunde com a
construção de
Belo Horizonte
“maior tempo de vida” no mercado e no setor científico
34
quando o aluno é preparado somente para o presente
não consegue acompanhar as transformações tecnoló-
gicas, o que garante “maior tempo de vida” no mercado
e na sociedade científica.
A produção científica da EEUFMG também comprova a
tradição da instituição. Hoje, são 105 pesquisadores se-
niores de nível nacional (105 bolsis-
tas de Produtividade em Pesquisa do
CNPq) e internacional. Há 10 pro-
gramas de pós-graduação stricto
sensu, oito com mestrado e douto-
rado; um deles recebeu nota 7 e ou-
tros dois nota 6 (de 1 a 7) na última
avaliação da Capes. “Temos, tam-
bém, um histórico de parceria com
o setor industrial, o que faz com que
todo conhecimento aqui gerado
seja rapidamente transferido para a
sociedade por meio de convênios
com as empresas de Minas Gerais e
do Brasil”, conclui.
A criação da Escola de Engenharia da UFMG
(EEUFMG) está diretamente relacionada ao nasci-
mento de Belo Horizonte. A nova capital de Minas Ge-
rais, inaugurada em 1897, trouxe da antiga, capital
Ouro Preto, a necessidade de estabelecer centros de
formação de profissionais. Por se tratar de uma cidade
em construção, investir em novos engenheiros era
uma das prioridades. Assim, no dia 21 de maio de
1911, o prédio da Sociedade Mineira de Agricultura foi
o palco de um encontro que definiria os rumos da for-
mação acadêmica dos engenheiros em Minas Gerais e
no Brasil.
Coube ao então Secretário de Agricultura do Estado,
o advogado José Gonçalves de Souza, presidir uma
reunião com 14 engenheiros, a maioria formada pela
Escola de Minas de Ouro Preto.
Este encontro marcou a criação
da Escola Livre de Engenharia de
Belo Horizonte, que elegeu José
Gonçalves de Souza seu primeiro
Diretor e, junto com os demais
fundadores, formou também a 1ª
Congregação da Escola de Enge-
nharia da UFMG.
Em 1927, a Universidade em
Minas Gerais (UMG) surge a par-
tir da união das quatro escolas
de nível superior existentes em
Belo Horizonte: a Faculdade de Direito, a Escola Livre
de Odontologia, a Faculdade de Medicina e a então Es-
cola Livre de Engenharia de Belo Horizonte, fundada
em 1911. Em 1949, a universidade é federalizada. No
entanto, só passa a se chamar Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) a partir de 1965.
Quando fundada, a Escola de Engenharia funcionava na
então Avenida do Comércio, agora Avenida Santos Du-
mont, no primeiro edifício do hipercentro de Belo Ho-
rizonte. O prédio hoje atende pelo nome de Edifício
CENTENÁRIO | Escola de Engenharia da UFMG
Diretor da EEUFMG, professor
Benjamin Rodrigues de Menezes
Alcindo da Silva Vieira – em menção a um antigo dire-
tor da Escola e reitor da então UMG – e abriga o Cen-
tro Cultural UFMG.
Em 1952, a Congregação da Escola de Engenharia
aprovou um projeto para a construção de uma nova
sede na Rua Espírito Santo, também na região central
de Belo Horizonte. Assim, é inaugurado em 1959, o
Edifício Arthur Guimarães.
Já em 1998, o Projeto Campus 2000 estabeleceu a cons-
trução, ampliação e reforma de sete unidades da UFMG.
Entre elas, a edificação do prédio da Escola de Engenha-
ria no campus Pampulha. Em 2004, a nova e atual sede
começou a ser erguida e, em 2010, o processo de trans-
ferência da EEUFMG para o campus foi concluído. Hoje,
a nova sede da EEUFMG a torna a maior instituição de
ensino em engenharia da América Latina, com uma área
aproximada de 65.000 m2.
A comunidade acadêmica da EEUFMG é formada
atualmente por cerca de 5 mil alunos somente nos
11 cursos de graduação (diurno e noturno), além de
300 professores, 160 funcionários, que se dividem em
uma estrutura composta por 13 Departamentos
Administrativos. Além dos onze cursos de graduação,
a EEUFMG também oferece 10 Programas de
Pós-Graduação stricto sensu e 11
Cursos de Especialização.
Com um patrimônio que acompanha sua história, a
Instituição possui uma Biblioteca com um acervo de
40 mil volumes, entre livros, teses, memórias e nor-
mas técnicas, e também cerca de 1.6 mil títulos de
periódicos. Mais de 21 mil alunos já passaram pelos
cursos de graduação ao longo destes 100 anos, e já
foram defendidas 3,258 mil dissertações de
Mestrado e 521 teses de Doutorado. A Escola de En-
genharia participa de mais de 400 projetos de exten-
são da universidade e desenvolve cerca de 90 grupos
de pesquisa, além de já ter depositado mais de 100
patentes e contar com 107 Bolsistas de Produtivi-
dade e Pesquisa (PQ).
COPA | 2014
Nem de longe, a decisão de que
Belo Horizonte não sediará o
jogo de abertura da Copa do
Mundo de 2014 afetou o cro-
nograma de obras na capital
mineira. Essa “perda” só agu-
çou ainda mais a vontade de
fazer do Estado a melhor sede
para a competição e, depois,
local apropriado para a realiza-
ção de eventos de grande
porte.
Embora participe de forma indi-
reta em todos os projetos, o go-
verno do Estado assumiu o
compromisso de entregar prontos
os dois estádios de futebol da ci-
dade até o final de 2012. O pri-
meiro a ficar pronto será o
Estádio Raimundo Sampaio, já em
dezembro, como garante o secre-
tário Extraordinário da Copa do
Mundo em Belo Horizonte, Sérgio
Barroso.
O projeto de modernização de-
mandou aporte de R$ 120 milhões
e as obras estão bastante adianta-
das. As coberturas já estão adian-
tadas, o gramado plantado e com
drenagem pronta, as arquibancadas
estão prontas e começam a rece-
ber as cadeiras. O estacionamento
para 422 vagas e os vestiários são
intervenções mais rápidas que
darão mais conforto a um público
de 25 mil pessoas.
Copa do Mundo 2014Obras em Minas dentro do cronograma
Sérgio Barroso é secretário
Extraordinário da Copa do
Mundo em Belo Horizonte
36
O estádio terá, ainda, duas torres
de serviços com 32 bares e lan-
chonetes, centro de comando,
Polícia Militar e Corpo de Bom-
beiros. A iluminação vai melhorar
a qualidade da transmissão dos
jogos noturnos. Há, ainda, duas
lojas e, para a imprensa, 18 cabi-
nes de rádio e TV e 72 postos de
trabalho para redação. Os 32 ca-
marotes e áreas VIP terão capa-
cidade para 2.225 pessoas. No
canteiro há 600 funcionários tra-
balhando.
A abertura oficial será em 2012,
com um jogo da Seleção Brasi-
leira. Mas o que realmente inte-
ressa ao governo do Estado,
nessa história toda, é que o
“novo Independência”, cedido
pelo América Esporte Clube à
gestão pública pelos próximos 28
anos, passará a integrar o calen-
dário de jogos de competições
importantes como o Campeo-
nato Mineiro, o Brasileiro e a Sul-
Americana.
“O que pretendemos é atrair fa-
mílias com crianças, mulheres e
pessoas de todas as idades para ir
ao estádio com conforto e segu-
rança. Jogo de futebol não é só
para homens, mas para todos”,
frisa o secretário.
37
As obras do Estádio Independência (Estádio Raimundo Sampaio) devem terminar neste mês
O Mineirão
deve ficar
pronto em 21
de dezembro
de 2012.
38
Depois do projeto de modernização,
o Estádio Governador Magalhães
Pinto, mais conhecido como Minei-
rão, vai “tremer” apenas 5% quando
as torcidas vibrarem com seus ídolos
dentro do campo de futebol ou du-
rante shows artísticos internacionais
de grande porte. Tudo isso graças à
instalação de 166 amortecedores.
“Sempre havia essa preocupação
porque qualquer obra, por melhor
que seja, sempre sofre desgaste na-
tural”, reconhece o secretário.
Com custo de R$ 228,1 milhões, o
empreendimento que é realizado
por meio de Parceria Púbico-Privada
(PPP) deve ficar pronto em 21 de de-
zembro de 2012. “Estamos 100%
com o cronograma das obras em dia.
São 1,5 mil pessoas trabalhando no
local para reconstruir o estádio mais
moderno e, tecnologicamente, o
mais perfeito do Brasil, com capaci-
dade para 64,5 mil pessoas”, enfatiza.
O objetivo do projeto de moderni-
zação do Mineirão não se restringe
à Copa do Mundo de 2014. O
espaço que será explorado pelo
consórcio responsável pela obra du-
rante 27 anos, vai receber grandes
shows internacionais, clássicos dos
campeonatos mineiro e brasileiro,
amistosos nacionais e internacionais
e, ainda, cultos ecumênicos.
Para Barroso, com essa obra, Belo
Horizonte se insere, de forma defi-
nitiva, no grande circuito internacio-
nal de eventos. “Para 2012 e 2013, há
diversas bandas internacionais que
querem vi ao Brasil e se apresentar
na capital mineira”, aponta. Para a
Copa das Confederações, o Mineiri-
nho será modernizado para receber
o Centro de Mídia. O restante das
intervenções do projeto inicial não
estão confirmadas.
A Copa do Mundo de 2014 será
uma grande oportunidade de negó-
cios que Minas Gerais não vai dei-
xar passar em branco. O Estado
que tem nas commodities a grande
força econômica está apostando na
diversificação do portfólio de pro-
COPA | 2014
Minas Gerais aproveita as intervenções propostas para a competição para investir em competitividade
Luiz Antônio Athaíde é subsecretário de
Investimentos Estratégicos do Governo Estadual
39
dutos e serviços de maior valor agregado para ganhar
competitividade frente aos mercados nacional e mundial
e, “dentro de casa”, gerar empregos de alta qualificação.
O subsecretário de Investimentos Estratégicos, Luiz An-
tônio Athaíde, representa a participação do governo do
Estado nas obras do Aeroporto Indústria, um dos pro-
jetos que está sendo conduzido “no vácuo” da Copa do
Mundo de 2014.
“Essa é uma iniciativa que vem de alguns anos. Para ga-
nhar tempo, o Estado se prontificou a fazer as obras de
infraestrutura da primeira fase do terreno de jurisdição
federal, no caso da Infraero”, explica. A intervenção no
valor de R$ 19 milhões inclui o prédio da alfândega,
oferta de gás, energia e água para atrair empresas inte-
ressadas em se instalarem no Aeroporto Indústria, onde
funciona um regime aduaneiro diferenciado.
Inicialmente foram abertos nove lotes. As empresas
podem se candidatar a um ou mais, dependendo da sua
necessidade e respondem pela construção de suas
plantas. Em contrapartida, não pagam qualquer tributo
enquanto a produção estiver sendo processada, indus-
trializada ou embalada.
No momento, a Infraero iniciou processo de licitação para
identificar o operador logístico do Aeroporto Indústria na
primeira fase. “Para Minas Gerais, essa é uma oportuni-
dade de diversificar a economia. Precisamos de setores
que têm produtos de maior valor agregado e que depen-
dem de logística avançada mais eficiente”, destaca.
O custo orçado do
empreendimento
realizado por meio
de Parceria
Púbico-Privada (PPP),
foi de R$ 228,1 milhões
A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) já está
finalizando a grade curricular e pedagógica do curso
de especialização em Energia Eólica, que será ofe-
recido em 2012 pela Sociedade Mineira de Enge-
nheiros (SME) para engenheiros associados e
funcionários de empresas que atuam especifica-
mente nesse segmento e fabricantes de equipa-
mento do setor, considerado um dos mais
promissores da área de energias renováveis.
De acordo com o professor titular do Instituto de
Recursos Naturais da Unifei e secretário executivo
do Centro Nacional de Referências em Pequenas
Centrais Hidrelétricas, Geraldo Lúcio Tiago Filho,
além do corpo docente da instituição, que é refe-
rência na área de energia eólica, o programa pro-
posto vai demandar a participação de técnicos da
Associação Brasileira de Energia Eólica e também
da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
ENERGIA | Qualificação profissional
40
SME faz parceria com a Unifei para oferecerEmpresa s da c ade i a p rodu t i v a do se tor de energ i a s renováve i s
“É uma tecnologia muito nova no Brasil, por isso
há a necessidade de formar mão de obra espe-
cializada para atuar nessa área que tem grande
potencial de crescimento”, explica.
O processo de construção do curso ainda
está sendo analisado entre a Unifei e a SME,
como ressalta o professor. A proposta inicial
é de que o programa tenha nove módulos
mais um curso específico de construção de sí-
tios eólicos, com duração de 10 meses. Cada
título terá 45 horas/aula, das quais 32 presen-
ciais e 13 de atividades à distância.
O vice-presidente da SME e superintendente de
tecnologia e alternativas energéticas da Cemig,
Alexandre Francisco Maia Bueno, explica que
esse formato vai permitir que os engenheiros
inscritos possam se dedicar ao curso sem ter
que abandonar, por longos períodos, o ambiente
de trabalho. A primeira turma deve abrir 30 vagas
para participantes.
41
Geraldo Lúcio Tiago Filho é professor titular do Instituto de
Recursos Naturais da Unifei e secretário executivo do Centro
Nacional de Referências em Pequenas Centrais Hidrelétricas,
curso de especialização em Energia Eólica poderão inscrever seus funcionários para participar do programa
ENERGIA | Qualificação profissional
O vice-presidente da SME e superintendente
de tecnologia e alternativas energéticas da
Cemig, Alexandre Francisco Maia Bueno
A importância
do curso, para
o dirigente,
está na possibi-
lidade de quali-
ficar mão de obra para construir e gerenciar
pequenas centrais hidrelétricas. “O programa vai
cobrir o tema energia eólica desde a escolha do
sítio eólico até a comercialização da energia ge-
rada”, define. Com esses conteúdos, o profissional
terá plena capacidade para construir um sítio eólico
sustentável.
Embora o país tenha várias empresas especializadas
na exploração de energias renováveis, a tecnologia
dos parques eólicos ainda é semi-utilizada. Segundo
Bueno, o crescimento dessa área ainda é tímido se
comparado com o potencial já identificado de
40GW, o que equivale à produção de três Usinas
de Itaipu.
Embora a exploração da energia eólica esteja loca-
lizada basicamente no litoral do Nordeste e no Sul
do país – a Cemig tem participação em dois par-
ques eólicos no Ceará – Minas Gerais também tem
potencial energético de 100 MW/h a ser aprovei-
tado, como ressalta o dirigente. Para tanto, basta
desenvolver tecnologia específica para o Estado.
“A necessidade de aumentar o fornecimento de
energia tem esbarrado na construção de hidrelétri-
cas porque a sociedade tem dificuldade em aceitar
usinas como as que estão projetadas para a Ama-
zônia, por exemplo”, aponta.
Além dos custos dos projetos, os impactos ambien-
tais para se fazer um grande lago para garantir bom
potencial hidrelétrico são considerados muito gran-
des, principalmente devido às inundações de gran-
des áreas.
Por isso, uma alternativa são as usinas com lagos
pequenos, como as do Rio Madeira. “A própria Belo
Monte, que tem recebido tantas críticas, terá um
lago de menor porte, com 600 quilômetros de
áreas inundadas”, exemplifica.
Mas nada se compara à tecnologia dos sítios eólios
que interferem muito pouco com o meio ambiente.
As torres instaladas em locais pré-determinados
têm entre 80 e 100 metros de altura e o terreno
pode ser usado para a agricultura sem qualquer
prejuízo para a atividade. O valor dos projetos tam-
bém é mais competitivo que o das usinas hidrelé-
tricas e exploração do gás natural.
42
43
44
BRIX | Energia no Brasil
A evolução do Ambiente de Con-
tratação Livre brasileiro é uma
oportunidade de negócios que a
BRIX, primeira plataforma eletrô-
nica de negociação multilateral de
eletricidade – www.brix.com.br -
não pretende perder.
Resultado da sociedade entre a
americana Intercontinental Ex-
change (ICE) e os brasileiros Ro-
berto Teixeira da Costa
(economista), Eike Batista (CEO
da EBX Holding), Josué Gomes da
Silva (CEO da Coteminas), Mar-
celo Parodi (CEO da Compass
Energia) e a própria ICE, líder
global de negociação eletrônica
em diversos mercados como
energia elétrica, petróleo e
commodities agrícolas, a empresa
entrou em operação a partir de
julho este ano, em horário comer-
cial, para atender aos mais de 1,4
mil agentes que atuam no
Ambiente de Contratação Livre
(ACL), também chamado mercado
livre, que representa cerca de 25%
da energia consumida no País.
A plataforma proporciona uma
série de inovações e representa a
primeira etapa para implementa-
ção de uma bolsa de energia no
Brasil. A perspectiva é triplicar o
volume de negócios nos próximos
três a cinco anos, um salto dos R$
25 bilhões investidos em 2011
para R$ 75 bilhões. Entre as novi-
dades, o mercado terá à disposi-
ção o índice BRIX Spot para
medir a evolução de preços a par-
tir das negociações efetivadas.
A BRIX possibilita acesso ime-
diato a centenas de agentes como
um leilão permanente. Conta com
a tecnologia de ponta e com a ex-
pertise em ambientes de negocia-
Minas Gerais é mercado de interesse
para a BRIX, plataforma eletrônica de
negociação multilateral de eletricidade
Bolsa de energia no Brasil
ção, compensação e liquidação da
norte-americana Intercontinenta-
lExchange (ICE), líder global de
negociação eletrônica em diversos
mercados como energia elétrica,
petróleo e commodities agrícolas.
De acordo com o CEO da compa-
nhia, Marcelo Melo, na prática, a
BRIX vai atender à demanda da
maioria das indústrias de médio e
grande porte compra energia elé-
trica por meio do mercado livre,
no ACL. Shoppings, grandes edifí-
cios, supermercados e bancos vêm
sendo incorporados a este mer-
cado. “O Brasil é uma referência
mundial em termos de energia e,
atendendo a demanda do setor, a
BRIX pretende oferecer um am-
biente e mecanismos modernos
que facilitem a negociação de
energia elétrica no mercado livre,
com aumento da liquidez, transpa-
rência, segurança operacional, efi-
ciência na formação de preço e
redução de custo”, ressalta.
Com a evolução para o modelo
de bolsa de energia elétrica, ha-
verá, ainda, o desenvolvimento
de contratos financeiros que fa-
cilitam o gerenciamento de
risco de preço e servem como
ativo para investimento em
energia elétrica. “A indústria mi-
neira é pujante em segmentos
eletros-intensivos e, por tanto,
com grande potencial para se
beneficiar do uso da BRIX. Já
estamos presentes em Minas
Gerais junto a geradores, consu-
midores e comercializadores”,
ressalta.
Representantes mineiros dos três
segmentos já negociam na BRIX, e
vários estão em processo de ade-
45
Na fase seguinte, a empresa deve se tornar uma bolsa de energia nacional, podendo atender também ao setor financeiro
46
são. A indústria mineira está dando
sua contribuição, e se beneficiará
dela, na evolução do Ambiente de
Contratação Livre brasileiro. Futu-
ramente, o acesso à plataforma será
ampliado às instituições financeiras
através do lançamento de contra-
tos com liquidação financeira.
A operação é toda feita por meio
de ambiente em plataforma web
no site www.brix.com.br e não
requer hardware ou software es-
pecíficos. Os agentes assinam um
acordo de participação na BRIX,
comprometendo-se a respeitar
regras e procedimentos da nego-
ciação online. Em seguida, cada
participante estabelece limites de
crédito bilateral, em megawatt
(MW), para negociação com cada
um dos demais.
Essa medida define limite máximo
de risco aceitável com as outras
contrapartes. Feito isso, por meio
de login e senha, os agentes en-
tram na plataforma de negociação
e têm acesso imediato a ofertas
de compra e/ou venda dos parti-
cipantes que hoje já representam
mais de uma centena de agentes.
A BRIX é o único ambiente multi-
lateral de negociação existente no
Brasil. De acordo com o empre-
sário, a plataforma é fruto de 11
anos de investimentos já tendo fa-
cilitado bilhões de dólares em ne-
gociações de energia e diversas
commodities. Todo o investimento
em desenvolvimento tornou o
processo de negociação extrema-
mente simples, deixando a comple-
xidade para os 600 desenvolvedores
que trabalham continuamente na
plataforma.
Outro aspecto que merece des-
taque é a capacidade de investi-
mento e alinhamento entre os
sócios BRIX. A visão do grupo é
ampla no sentido de propiciar o
desenvolvimento de um mercado
financeiro associado ao setor ofe-
recendo ferramentas de gerencia-
mento de riscos de preço
(contratos financeiros) e de cré-
dito (câmara de compensação).
A plataforma entrou em operação
com cerca de 30 participantes de
vários setores e perfis como:
CESP, Eletronorte, Quanta,
Bunge, White Martins, Rexam, Eu-
catex, Ibrame Laminação, Cote-
minas, MPX, Seal Energy, Agroe-
nergia Comercializadora e Com-
pass. Juntas, as geradoras que já
aderiram à plataforma têm uma
capacidade instalada de 18 mil
MW médios, ou seja, o suficiente
para atender quase duas vezes a
carga do Mercado Livre.
Além disso, mais de 100 outras em-
presas estão em processo de análise
da documentação de adesão à BRIX
(Acordo de Participação e Contrato
de Compra e Venda de Energia Elé-
trica – CCVEE). “Tivemos adesões
importantes e estamos confiantes
de que outras empresas também
serão atraídas pelas vantagens de
negociar energia por meio da
BRIX”, afirma Mello.
Desde o início, serão comercializa-
dos na BRIX diversos produtos:
“Energia Convencional” (a preço
fixo e a PLD + Prêmio) e “Energia
Incentivada” (a preço fixo), por
meio de contratos com vencimen-
tos mensais, trimestrais, semestrais
e anuais, até 2013, e com entrega
nos 4 submercados brasileiros (Su-
deste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste
e Norte).
BRIX | Energia no Brasil
47
A BRIX já planeja, contudo, agre-
gar novos produtos à plataforma,
tais como: contratos de energia
incentivada sem desconto e com
100% de desconto na TUSD (Ta-
rifa de Uso do Sistema de Distri-
buição), bem como contratos de
energia incentivada com entrega
durante o período de safra su-
croalcooleira. “Eventualmente, se
identificarmos outras demandas,
teremos todo o interesse em
agregar novos produtos e venci-
mentos à plataforma”, confirma.
Numa segunda etapa, com o lan-
çamento de contratos bilaterais
de derivativos de energia com li-
quidação financeira, o acesso à
plataforma será ampliado permi-
tindo a participação de institui-
ções financeiras.
Em uma terceira fase, a BRIX lan-
çará contratos de derivativos
com liquidação financeira e risco
multilateral suportados pela cria-
ção de uma “clearing house”, e
que eliminarão os riscos de cré-
dito entre as contrapartes. “Cada
uma das fases será implementada
conforme a evolução do mer-
cado, mas, já nessa primeira etapa
os agentes poderão usufruir dos
benefícios da plataforma: au-
mento da liquidez, mais transpa-
rência e segurança nas
operações, eficiência na formação
de preço e redução de custo
transacional”, destaca o CEO da
BRIX.
Os agentes participantes da BRIX
terão acesso a preços de todos
os contratos negociados, sem in-
correr em custo algum. Os emo-
lumentos (fees) só são devidos
quando uma operação é fechada.
“A plataforma vai beneficiar o
setor elétrico brasileiro e a eco-
nomia como um todo”, afirma.
Marcelo Melo é o
presidente da BRIX
48
CREA-MG | Gestão 2012 -2014
Após recebermos o voto de confiança de 3.673 pro-
fissionais, que nos elegeram para presidir o Crea-
Minas durante o triênio 2012/2014, reafirmamos aqui
o nosso compromisso de ressaltar ainda mais a im-
portância das nossas profissões num cenário em que
nos consolidamos como grande economia mundial
que investe na construção de um novo país. Daí a im-
portância de ampliarmos a representatividade e au-
mentarmos a participação qualificada dos profissionais
da área tecnológica e do nosso Conselho na discussão
e definição das ações das áreas de nossa competência
que impulsionam o desenvolvimento de Minas e do
Brasil.
Além de investirmos em ações que favoreçam a dis-
cussão de todas essas questões com a sociedade, pre-
cisamos garantir a eficiência do Conselho, que deve
estar sempre atento às inovações tecnológicas e à sim-
plificação dos processos internos para uma prestação
de serviços cada vez melhor aos profissionais, às em-
presas e à sociedade. Faremos uma gestão compro-
metida com a qualidade e a agilidade dos serviços,
primando pela diminuição de custos através de inves-
timentos em tecnologia, planejamento e controle.
Com isso, pretendemos melhorar o acesso dos pro-
fissionais aos serviços do Crea-Minas, tais como os
procedimentos de registros de A.R.T, Acervo Técnico,
fiscalização e tramitação de processos.
No que diz respeito às ações de fiscalização, vamos mo-
dernizar a atuação do Conselho, aproximando o objeto
da fiscalização dos anseios sociais, fazendo com que o
modelo atual avance para além das atribuições legais,
como espera a sociedade. Trabalharemos para especia-
lizar a fiscalização para que ela possa atuar por modali-
dade de empreendimentos como nas cadeias produtivas
de alimento, mineração, energia, eletromecânica e side-
rurgia, construção civil e informática dentre outras.
Por um CREA-Minas eficiente,democrático e participativo
49
Vamos investir na aproximação do Crea-Minas com as
instituições de ensino, priorizando a formação e a qua-
lificação, para ampliarmos o número de profissionais pre-
parados para enfrentar os desafios do futuro. Para isso,
promoveremos alianças com escolas técnicas e univer-
sidades, para desenvolvermos conjuntamente programas
de qualidade específicos para o setor, com o apoio da
iniciativa privada para o intercâmbio de conhecimentos
mútuos. Apoiaremos iniciativas como a do Crea-Minas
Júnior, estimulando a participação dos estudantes nos
debates de interesse da categoria. Promoveremos a in-
tegração e a articulação dos profissionais em todo es-
tado, ampliando o papel das entidades de classe, dando
a elas total apoio nas ações afins da categoria profissional
em defesa dos interesses da sociedade.
As eleições municipais de 2012 serão uma boa opor-
tunidade para retomarmos o debate da necessidade de
um poder público forte, dotado de uma engenharia
qualificada, treinada pela máquina pública e em
constante evolução. Nesse sentido, o
Crea-Minas vai investir em tecnologia e
na qualificação dos profissionais que
fazem a gestão dos proces-
sos que interferem dire-
tamente na nossa vida.
Principalmente nas
nossas cidades que de-
mandam ações voltadas
para a mobilidade urbana,
a acessibilidade, o sanea-
mento urbano e ambiental, a criação e revitalização de
parques e jardins, dentre outras, contribuindo para que
as elas cumpram a sua função social.
A implementação de todas essas ações, no entanto, só
será possível com a participação das entidades de
classe. Por isso estamos comprometidos com a pauta
apresentada pela Sociedade Mineira dos Engenheiros
e com a consolidação das entidades de nossa classe
profissional junto à sociedade.
Mais uma vez, agradeço o apoio de todos os profis-
sionais que nos deram o seu voto de confiança no
dia 8 de novembro, e convido a todos para que jun-
tos possamos fazer um Conselho cada vez mais efi-
ciente, aberto e participativo. Cada vez mais atuante
na valorização das nossas profissões, dos nossos
profissionais e na defesa da sociedade. Desejo a
todos um próspero 2012.
Jobson Andrade – Candidato eleito
para a presidência do Crea-Minas
50
ARTIGO | URBANISMO
As intervenções em curso em
várias capitais brasileiras sob o
pretexto da Copa do Mundo de
2014 reacendem a questão do
planejamento urbano. Mais uma
vez percebemos que a maioria
de nossas cidades se organiza ou
reorganiza menos a partir de um
plano estratégico e mais em fun-
ção de demandas políticas e inte-
resses econômicos específicos.
As reformas e propostas costu-
mam ser menos sistêmicas e
mais paliativas e até emocionais,
como no reparo dos efeitos de
desastres naturais ou de proble-
mas decorrentes exatamente da
falta de planejamento da urbe. O
que dizer então, dos “orçamen-
tos participativos”, que têm
menos a ver com a democracia e
muito mais com uma espécie de
transferência de responsabili-
dade? Na prática, expõe-se o ci-
dadão à difícil tarefa de ter ele
mesmo que planejar sua cidade -
ou pelo menos tentar – esco-
lhendo, por exemplo, entre segu-
rança ou esgoto. Ou entre uma
área verde ou um posto de
saúde. Para este cidadão, é muita
responsabilidade. Para nós todos,
enquanto comunidade, é falta de
planejamento estratégico.
Belo Horizonte não foge à regra.
Percebemos que diversas reformas
empreendidas na cidade têm sido
realizadas fora de um contexto
mais amplo. Vemos grandes obras
sendo realizadas em um ano, com
forte impacto (negativo) na quali-
dade de vida dos cidadãos para, no
ano seguinte, serem total ou par-
cialmente desfeitas e refeitas. À
parte do doloroso desperdício de
recursos que de outra maneira po-
deriam ser aplicados em tantas
áreas onde somos carentes, a falta
de planejamento contínuo, mais
científico e menos ideológico, re-
vela tanto um desleixo para com a
Por Alberto Dávila
A estratégia das intervenções urbanas
Urba
n Cit
y |
by call
mesora
51
Alberto Dávila é engenheiro e
arquiteto da Dávila Arquitetura
coisa pública quanto falta de garra
em brigar por soluções estratégi-
cas, planejadas, com caráter mais
definitivo.
No final, parece que todos nos
contentamos com adaptações,
com simplificações, com o faz e
refaz, com a gestão ineficiente,
com as escolhas erradas em mo-
mentos errados. É possível que
tal conformismo seja apenas o
reflexo de situações semelhan-
tes que vivenciamos na iniciativa
privada ou em nossas vidas pri-
vadas. Será que também em nos-
sas empresas e lares agimos im-
pulsivamente, com semelhante
falta de carinho em relação a
nossas verdadeiras e essenciais
necessidades? Será sacrificamos
nossos recursos privilegiando
benefícios momentâneos em de-
trimento das soluções mais du-
radouras e consistentes? Será
que em nosso dia a dia nos con-
tentamos somente com as so-
bras, com o “que dá pra fazer”?
O momento, de fato, é de refle-
xão. Não devemos nos deixar
enganar por supostos benefícios
temporários que só arremessa-
rão o problema para um pouco
mais adiante. Devemos estar
conscientes de que se não virar-
mos a mesa, o planejamento es-
tratégico jamais acontecerá e
continuaremos sendo um rico
país pobre. A esperança é que a
inteligência acumulada em nosso
setor construtivo possa contri-
buir de maneira decisiva: após
uma autoanálise sobre nossas
próprias práticas, estaremos
aptos a colaborar na definição de
uma sociedade mais eficiente e
eficaz na administração de seu
talento e de seus recursos.
Antes mesmo de assumir a presidência do Con-
selho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro-
nomia de Minas Gerais (CREA-MG) para a gestão
2012/2014, o engenheiro civil e gerente de proje-
tos Jobson Nogueira de Andrade, assinou uma
carta compromisso para a gestão CREA-
MG/CONFEA com a Sociedade Mineira de Enge-
nheiros (SME), que propôs a iniciativa.
Na última gestão ele foi, por dois anos, vice-presi-
dente do segundo mandato de Gilson Queiroz
que apostou na aproximação efetiva com as enti-
dades que representam os profissionais, entre elas
a SME. E esse compromisso terá continuidade nos
próximos três anos. “O CREA-MG nasceu na dé-
cada de 30, a partir da SME, que tem abrangência
estadual. Nós estamos comprometidos, por esse
processo eleitoral, com a retomada da autoridade
técnica do engenheiro e ampliação do espaço de
interlocução do profissional com a sociedade. O
meio é através das associações, então, a minha ges-
tão será fortemente embasada na parceira com a
SME”, ressalta.
Em outra frente, analisa Andrade, o CREA-MG
também assumiu o compromisso de auxiliar o
projeto de expansão da SME “pela história, repre-
sentatividade e abrangência. Precisamos ajudar a
Sociedade a cumprir seus objetivos e, assim, colo-
car o profissional novamente em posição de des-
taque na sociedade”, pontua.
No documento, a SME fez diversas propostas,
entre as quais destacam-se o compromisso e ação
efetiva do CREA/CONFEA para contribuir para a
melhoria da qualificação técnica dos engenheiros,
bem como a representação ativa nos Conselhos
Nacional e Estadual de Educação.
ASSOCIATIVISMO | SME
CREA/MG E SME ASSINAM CARTA
COMPROMISSO PARA A PRÓXIMA
GESTÃO, ENTRE 2012 E 2014
52
53
54
Outra preocupação da SME é quanto ao con-
trole do mercado de trabalho, através do aper-
feiçoamento da fiscalização, sobretudo em
relação a pessoas não-habilitadas e quanto ao
uso da mão de obra estrangeira. Temas como
gestão e desenvolvimento sustentável também
devem nortear o trabalho da nova diretoria do
CREA/MG.
No mesmo documento, a SME defende a amplia-
ção do apoio institucional e financeiro às enti-
dades de classe, bem como o desenvolvimento
de ações voltadas para a valorização profissio-
nal, o que inclui a fiscalização do cumprimento
do salário mínimo da categoria.
A SME acredita, ainda, que é imprescindível fazer
o resgate da participação das instituições de en-
sino que perderam sua representação no Con-
selho e que é preciso buscar a integração entre
as categorias profissionais abrangidas pelo Con-
selho, para evitar conflitos.
Jobson Andrade
Eleito a presidência
do Crea-MG
56
CARTA COMPROMISSO
PARA GESTÃO SISTEMA CREA/CONFEA
Atenta aos movimentos que afetam a Engenharia Mineira e Nacional, a Sociedade Mineira de En-
genheiros vê com atenção a proximidade das eleições para renovação da Presidência do CREA/MG
e do CONFEA. Tal renovação fruto de instrumentos democráticos já consolidados no Sistema
Confea/Creas, é sempre uma oportunidade para a discussão de idéias e amadurecimento de pro-
postas, por parte dos profissionais, das entidades de classe e instituições de ensino, visando o ob-
jetivo maior de valorização profissional em benefício do bem estar social da população brasileira.
No atual contexto, o país apresenta um desenvolvimento econômico rico e dinâmico, que exige
dos profissionais e empresas crescente qualificação técnica e operacional, somando-se a isso a ne-
cessidade de as profissões abrigadas pelo referido Sistema serem capazes de estar oferecendo, no
dia a dia, às populações submetidas historicamente às condições mais adversas, respostas para as
suas necessidades de moradia, saneamento básico, acesso a serviços e à tecnologia.
Tendo como referência os aspectos supramencionados, a SME
propõe para as novas gestões à frente do CONFEA/CREAS:
• Compromisso e ação efetiva de forma a
contribuir para a crescente qualificação
técnica dos profissionais abrigados pelos
Conselhos, criando condições para que as
entidades de classe ligadas ao Sistema pos-
sam exercer este papel.
• Propugnar-se por ocupar vaga de repre-
sentação nos Conselhos Nacional e Esta-
dual de Educação;
• Empenho no controle do mercado de
trabalho, através do aperfeiçoamento da fis-
calização, sobretudo com relação a pessoas
não-habilitadas e o uso de mão de obra es-
trangeira;
• Ação junto aos governos federal, esta-
duais e municipais, visando ampliar e conso-
lidar a oferta de apoio e orientação técnica
às populações de baixa renda;
• Desenvolvimento de ações orientadas
para a integração dos sistemas profissional
e de formação;
• Desenvolvimento de ações de educação
corporativa no âmbito do Sistema, com a
implantação do Modelo de Excelência em
Gestão;
• Promover a discussão nacional, estaduais
e municipais das questões referentes ao de-
senvolvimento sustentável;
• Introdução de mecanismos modernos,
como a internet, para garantir a maior par-
ticipação dos profissionais nas eleições do
Sistema Confea/Creas;
57
NO PLANO INTERNO DO
CREA-MG, A SME DEFENDE:
• Ampliação substancial do apoio institucional e financeiro às entidades de classe, para
que estas possam cumprir competentemente as finalidades para as quais foram criadas
e contemplar os anseios dos seus associados;
• Desenvolvimento de ações voltadas à valorização profissional, que inclui a efetiva
fiscalização do cumprimento do salário mínimo profissional;
• Garantia de uma gestão democrática, de forma a serem tratadas com equilíbrio as
entidades de classe conveniadas com o Conselho;
• Resgate da participação das instituições de ensino que perderam sua representação
no Conselho, pelo importante papel que representam na cadeia profissional do Sis-
tema;
• Busca da integração efetiva entre as diversas categorias / modalidades profissionais
abrangidas pelo Conselho, de forma a evitar conflitos ao estabelecer com clareza os li-
mites de atuação de cada uma delas de forma ética e em estrita obediência à legisla-
ção;
• Propugnar-se junto ao Confea, na defesa das alterações de Resoluções que melhor
atendam os anseios da classe, face às mudanças no sistema de ensino, do mercado de
trabalho e desenvolvimento científico e tecnológico, com respeito à fatia de mercado
de cada categoria profissional;
• Maior interação do Conselheiro Federal de Minas Gerais com o Conselho, de forma
que nossa representação no Confea se torne mais efetiva;
• desenvolvimento de esforços redobrados visando reduzir drasticamente os prazos
para a prestação de serviços, a tramitação e julgamento de processos.
Belo Horizonte, 26 de outubro de 2011
58
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Prado - BH/MG
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Linha Gratuita: 0800 704 00 22
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Savassi – BH/MG
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Fax: (31) 3222-5601
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Tel.: (31)3415.6174
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8384
Ipatinga - Tel.: (31) 3826-2483
Montes Claros - Tel.: (38) 3216-1214
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Tel.: (31) 3424.3108/ (31) 9901-6862
Rua: Aroeira, 925 B
Santa Cruz – BH/MG
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Tel.: (31) 3415-8643
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Tel.: (31) 3317-4049
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Tel.: (31) 3421-5020
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