Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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ENTREVISTA CEO da PHV Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos Prêmio SME CT&I Valorizando o conhecimento INFRAESTRUTURA URBANA | ARTIGOS | ENGENHEIRO DO ANO E MUITO MAIS SME JOVEM, UM NOVO OLHAR PARA O FUTURO DA ENGENHARIA Ano 5 | Edição 22 | Janeiro - Fevereiro | 2014

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ENTREVISTA CEO da PHVPaulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos

Prêmio SME CT&IValorizando o conhecimento

INFRAESTRUTURA URBANA | ARTIGOS | ENGENHEIRO DO ANO E MUITO MAIS

SME JOVEM, UM NOVO OLHAR PARA O FUTURO DA ENGENHARIA

Ano 5 | Edição 22 | Janeiro - Fevereiro | 2014

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Copa do Mundo, eleições são alguns

dos principais eventos nacionais que

nos aguardam neste ano de 2014. Isso

com um ingrediente a mais, o protago-

nismo da juventude revelado na cha-

mada “primavera brasileira”, no ano

passado, quando centenas de milhares

de jovens foram às ruas protestar e rei-

vindicar por transporte público de qua-

lidade, melhoria na segurança, educação,

saúde, fim da corrupção, etc.

Se esse episódio resultará em qualidade

de vida para a população brasileira e

avanços para a sociedade isso ainda te-

remos que acompanhar. As mudanças dependerão em

boa parte daquilo que cada um se dispuser a fazer para

construir um país melhor, sem preterir os jovens.

É nesse sentido que iniciamos 2014, buscando mesclar

o que, ao longo dos anos, acumulamos de melhor de

nossas experiências com a força inovadora da juventude

por meio da criação da SME Jovem. São dois momentos

diferentes que se combinam: as experiências do passado

e as expectativas do futuro que, por sua vez, vai mate-

rializando-se no cotidiano por meio daquilo que fazemos

hoje. É um encontro de gerações e de saberes para que

possamos crescer e desenvolver.

O ano de 2013 nos deixou um legado de bons projetos

executados - realização do Prêmio SME CT&I, entrega

das Medalhas Lucas Lopes e Engenheiro do Ano -, deba-

tes profícuos nas Comissões Técnicas, entre outras ini-

ciativas, e a criação da SME Jovem. A abertura desse

espaço para atuação dos estudantes e futuros profissio-

nais, que nunca esteve fechado, mas que estava desocu-

pado, é revigorante e promissor para esse novo ano de

atividades da Sociedade Mineira de Engenheiros.

A entidade mantém-se sintonizada com seu tempo ao criar

condições para o convívio e interação entre os mais expe-

rientes e a juventude. Uma mescla de conhecimentos já

experimentados e aprovados com a

impetuosidade e a inovação tão

próprias dos jovens. Ou seja, é mais

uma possibilidade de criarmos um te-

cido social ainda mais enriquecido, com

novas texturas, novas propostas e de

ações conjuntas a serem desenvolvidas

pela SME.

Torna-se necessário destacar que, ao

ampliarmos a participação dos jovens,

estamos também criando maiores

possibilidade para que o debate de

ideais seja ampliado e os frutos desse

trabalho sejam colhidos no futuro. Para

que as bandeiras pelas quais nos dedicamos sejam nortea-

doras da ação das novas gerações de profissionais.

Os jovens não são apenas elementos centrais do desen-

volvimento como buscam respostas para esse desenvolvi-

mento. Nada melhor que nessa busca eles possam

aprender um pouco mais com as práticas e a história de

quem acumulou experiências e continua empenhando-se

para que a entidade prossiga no seu trabalho em favor

dos seus associados.

Apesar da persistente crise econômica e financeira mun-

dial, que tem efeitos preocupantes na economia brasileira

e mineira; apesar das perdas irreparáveis de amigos e co-

legas, no ano que passou – os engenheiros Tárcio Primo

Belém Barbosa, em dezembro, e de Délcio Antônio

Duarte, em agosto de 2013 – estamos confiantes de que

nossa atuação conjunta vai fazer a diferença no que con-

cerne à valorização e reconhecimento profissional.

Além, de continuarmos contribuindo para o desenvolvi-

mento da sociedade com nossas ideias, projetos e iniciativas.

Que nesse ano de 2014, possamos construir uma enti-

dade mais fortalecida, projetando um futuro sustentado

na soma da firmeza e sabedoria dos mais experientes e a

impetuosidade e espírito inovador da juventude para um

protagonismo transformador.

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

A soma da experiência e inovação

oi.com.br

a

or, ambém.

ais do começo de 2012 até o fim de 2013.

Ailton Ricaldoni Lobo

Presidente da SME

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PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo

VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão

José Luiz Nobre Ribeiro

Victório Duque Semionato

Alexandre Francisco Maia Bueno

Délcio Antônio Duarte (in memoriam)

DIRETORESLuiz Felipe de Farias

Diogo de Souza Coimbra

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Marcílio César de Andrade

Alessandro Fernandes Moreira

José Flávio Gomes

Fabiano Soares Panissi

Janaína Maria França dos Anjos

Normando Virgílio Borges Alves

Clemenceau Chiabi Saliba Júnior

SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna

Teodomiro Diniz Camargos

Jorge Pereira Raggi

Flavio Marques Lisbôa Campos

Rodrigo Octavio Coutinho Filho

Paulo Safady Simão

José Luiz Gattás Hallak

Alberto Enrique Dávila Bravo

Cláudia Teresa Pereira Pires

Márcio Tadeu Pedrosa

Sílvio Antônio Soares Nazaré

Felix Ricardo Gonçalves Moutinho

Levindo Eduardo Coelho Neto

Fernando Henrique Schüffner Neto

Ivan Ribeiro de Oliveira

CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva

Nilton Andrade Chaves

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim

Alexandre Rocha Resende

Wanderley Alvarenga Bastos Júnior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Janaína Maria França dos Anjos

Fabiano Soares Panissi

José Ciro Mota

Ronaldo José Lima Gusmão

Coordenador EditorialJosé Ciro Mota

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira

MG 05203 JP

Projeto Gráfico Blog Comunicação

Marcelo Távora

revista@@blogconsult.com.br

Av. Bento Simão, 518 | São Bento

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30350-750

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

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Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras

Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros

Av. Álvares Cabral, 1600 | 3º andar

Santo Agostinho

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30170-001

Tel. (31) 3292 3962

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40LEGADO SME

José Carlos Rodrigues

de Oliveira

42CENÁRIO

Desafios para 2014

50INFRAESTRUTURA

Lincoln Dias Oliveira

46NOVOS ENGENHEIROS

Thales Gonçalves Costa

48ARTIGO

Léu Soares de Oliveira

5

12SME JOVEM

Nova força na

gestão da Entidade

22ENTREVISTA

Paulo Henrique Pinheiro

de Vasconcelos

ENGENHEIRO DO ANO

Paulo Henrique Pinheiro

de Vasconcelos

ENGENHARIA

Obras de Engenharia

demandam profissionalismo

em todos os estágios

COMISSÕES TÉCNICAS

Novas demandas para 2014

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26

LEGADO SME ESPECIAL

Tárcio Primo Belém

Barbosa (in memoriam)

58

PRÊMIO DE SME CT&I

Cobertura do evento8

MERCADO DE TRABALHO

Demanda de engenheiros

depende da economia nacional

36ENERGIAS RENOVÁVEIS

Tendência no Brasil

e no mundo

www.sme.org.br

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Mais um dia de

"Deadloock Traffic" em BH

Belo Horizonte viveu mais um dia de “dea-

dlock traffic”, (colapso) no trânsito no dia

23/12, e as autoridades ficaram de novo com

a brocha nas mãos, sem saber o que fazer. O

problema do trânsito agrava-se a cada dia, fi-

cando evidente que está sem controle. Mi-

lhões de motoristas estão à deriva de sinais,

que já não dão conta do volume de carros,

isso quando não estão sem sincronia. Basta

uma pane, um acidente no Anel Rodoviário

ou nas rodovias que cortam a região metro-

politana, uma manifestação, e a cidade trava.

Na tarde de 21/12, domingo, um caminhão

levou mais de 8 horas para ser retirado do

Viaduto da Mutuca, paralisando a zona sul da

cidade e o Anel Rodoviário, com perda de

tempo, consumo de combustível e estresse.

Embora o transporte coletivo seja uma das

alternativas, o carro não sai de cena, pois não

é só um meio de transporte escolhido por

54% de quem desloca pela cidade, ele é um

sonho de consumo que tende a aumentar, na

mesma proporção que a renda do trabalha-

dor cresce e o crédito fica mais fácil. Quem

tem um carro de modelo econômico, quer

ter um de maior potencia e luxo, basta so-

brar alguma economia para o upgrade virar

meta. Há quem prefira morar de aluguel e

ter um carro, do que ter casa própria e andar

a pé ou de transporte coletivo. Entender isso

e preparar a cidade para esse novo cenário

é tarefa que os governantes deveriam ter

como prioridade, mas insistem em adiar. A

municipalidade não conseguirá fazer as ade-

quações que a cidade precisa sozinha, e pre-

cisa buscar parcerias com os governos

Estadual e Federal.

Não adianta mais tentativas em vão de

mudar comportamento ou movimentos ine-

ficazes para dificultar a vida de quem tem

carro. Estreitar ruas, alargar passeios penas

para enfeite onde não tem pedestre, afunilar

cruzamentos, instalar radares em cada es-

quina, pressionar a população para deixar o

carro na garagem ou troca-lo pela bicicleta,

ou mesmo pela caminhada é ingenuidade.

Quem tem carro quer ter o direito de usá-

lo e não vai abrir mão do conforto por que

a prefeitura sugere ou pressiona. Não enxer-

gar isso é prova de distanciamento da reali-

dade. A cidade precisa de obras em mais de

100 gargalos, mas até que seja possível, ges-

tão e presença humana nos cruzamentos é

urgente e inadiável.

José Aparecido RibeiroPresidente do Conselho Empresarial de

Política Urbana da ACMinas

Repúdio à declaração

de Moreira Franco

Venho me solidarizar com o ilustre pre-

sidente Ailton Ricaldoni Lobo, antigo

companheiro dos velhos tempos da

CEMIG que hoje dedica grande parte do

seu dinamismo e de sua competência a

essa Sociedade, pela publicação do

Editorial citado na Revista Mineira de

Engenharia de Out/Nov de 2013.

O presidente Ailton, bem ao seu feitio,

não deixou passar em branco o desres-

peito do Ministro Moreira Franco com a

Engenharia brasileira.

Parabéns, SME e parabéns presidente

Ailton pela lucidez do artigo em que de-

fende nossa Engenharia e, por conse-

guinte, todos os engenheiros brasileiros,

dos ataques de um ministro de estado

(logo quem!) que demonstra não conhe-

cer a força desse segmento expressivo

da nossa economia e, por isso, o menos-

preza.

É por ações desse quilate, que só pode-

mos aplaudir a mais do que justa ou-

torga da Comenda JK ao ilustre

engenheiro mineiro que preside essa

instituição!

Queiram receber nossa solidariedade.

Atenciosamente

Antonio M. Clarete Vilela Engenheiro Eletricista

Parabenizo-lhe pelo seu posicionamento de repú-

dio relativo à declaração do Sociólogo e Ministro

Wellington Moreira Franco, quando este emite

uma desfocada afirmação de que os engenheiros

são ruins e elaboram projetos mal feitos.

Seu posicionamento é objetivo e esclarece

o quanto o Sr. Ministro se afasta da visão do

real problema, que faz refletir na qualidade,

no cronograma e no custo das obras tão ne-

cessárias à infraestrutura brasileira e que,

com a desfocada visão, se distancia ainda

mais das soluções para tais questões.

Executar obras relevantes, cujas licitações se ba-

seiam em projetos básicos elaborados sobre

uma especificação nem sempre rigorosa , sele-

cionando o executor pelo menor preço, é

expor em demasia os objetivos nobres a serem

alcançados, que são obras com qualidade, aten-

dendo à sua razão de ser, dentro dos prazos e

dos custos.

O setor público é capaz de gerar boas especi-

ficações e produzir um projeto que sirva de

base sólida para a composição dos preços de

quem vai executá-los?

Resposta: claro que sim, já que temos bons enge-

nheiros no mercado aptos a fazer isto.

A questão é saber se o setor público tem plane-

jado suas ações para que isto de fato aconteça, de-

signando ou contratando profissionais preparados

para executar tais tarefas em todo o processo.

Um mal sinal é ver, com frequência, o fiscal ter re-

muneração maior que o executor, num país que

o ente público se esmera em arrecadar e a tão

pouco ou quase nada devolver em benefícios.

Se as indicações forem políticas, e não por mérito,

certamente as entidades estarão expondo os pro-

jetos e especificações à parâmetros não devida-

mente considerados. E aí, como consequência,

gerando demanda de projetos, contratações e

obras carentes de informação para sua mais ade-

quada execução, comprometendo certamente os

objetivos nobres a serem alcançados, que são

obras com qualidade, atendendo à sua razão de

ser, dentro dos prazos e dos custos.

Como engenheiro já tive oportunidade de

colaborar com uma série de grandes proje-

tos, no Brasil e exterior. Sei que o mais im-

portante documento que a equipe gerava era

o tal “ critérios de projeto”, onde o relevante,

o essencial e o importante era tratado, siste-

micamente. Assim, evitamos, monitoramos e

controlamos as possíveis falhas.

Fico pensando......

Será que as agencias de fomento tais como

CEF poderiam financiar contratação de Cri-

térios de Projetos para, por exemplo, o “

Minha Casa Minha Vida”, para a “Transposi-

ção do Rio São Francisco”, para a “Usina Hi-

drelétrica XYZ”, para o “Aeroporto 123”,

para as “Estrada Tal” para “etc”...?

Realmente um pesar a declaração do Sr. Minis-

tro Moreira Franco.

Acertada e em tempo a sua manifestação de re-

púdio, Engenheiro Ailton.

Adalberto Carvalho de RezendeEngenheiro e Professor na Escola

de Engenharia da UFMG

Cartas a Redação

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Os vencedores do 22º Prêmio SME de

Ciência, Tecnologia e Inovação foram pre-

miados no último dia 25 de novembro, em

solenidade no auditório da Escola de En-

genharia da UFMG, com a participação de amigos, fami-

liares, professores, dirigentes de Instituições de Ensino

Superior (IES) e diretores da SME. O professor da Es-

cola de Engenharia da UFMG, Marcos Pinotti Barbosa,

doutor em engenharia mecânica fez uma palestra sobre

o tema “Inovação rima com educação”.

A ciência, tecnologia e inovação associadas são consi-

deradas chaves mestras para o desenvolvimento eco-

nômico e social porque proporcionam o saber e a

evolução para o homem. É a partir desta concepção que

a SME realiza o prêmio, anualmente, mobilizando a co-

munidade acadêmica das faculdades de engenharia,

agronomia e arquitetura em Minas Gerais. A premiação

é dirigida a alunos de graduação dessas três áreas que

estejam regularmente matriculados em uma Instituição

de Educação Superior (IES), em Minas.

O Prêmio SME, como é conhecido, é um dos mais im-

portantes do Estado e o único nessa categoria, com

mais de 1.600 trabalhos analisados. O presidente da

SME, Ailton Ricaldoni Lobo, afirmou que o objetivo do

prêmio é incentivar a criatividade, a inovação e o inte-

resse pela pesquisa acadêmica e científica nas áreas de

engenharia, arquitetura e agronomia.

Cada um dos trabalhos passou por uma criteriosa ava-

liação de enquadramento, conforme regulamento do

Prêmio divulgado e publicado pela SME, feita por uma

comissão julgadora, sem a revelação de autoria nem da

instituição a que pertenciam. Essa comissão é com-

posta de profissionais renomados e com reconhecida

experiência nas diversas áreas. A comissão foi coorde-

nada pelo engenheiro eletricista e professor Alexandre

Henriger Lisboa.

Nessa edição do Prêmio SME, entre os cinco vencedo-

res estão trabalhos técnicos e científicos nas áreas de

Engenharia Civil e Ambiental, Engenharia de Bioproces-

sos, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia da

Mobilidade e, ainda, Agronomia. A menção honrosa foi

para um trabalho em engenharia civil. A Universidade

Federal de Itajubá (UNIFEI) foi a instituição de ensino

com o maior número de trabalhos inscritos e classifi-

cados. O troféu foi recebido pelo coordenador do

curso de engenharia de bioprocessos da UNIFEI, Carlos

Roberto Rocha.

Os vencedores receberam do presidente da Paiva Pio-

vesan, Rodrigo Paiva, o software financeiro “Finance

Standard”. A empresa colocou à disposição dos ganha-

dores duas vagas de estágio remunerado. A Federação das

Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), o Sindicato da In-

dústria da Construção Civil (Sinduscon) e as empre-

sas Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração

(CBMM), Companhia Energética de Minas Gerais

(CEMIG), OI, Petrobras e Sicoob Engecred apoiaram

a realização do evento.

O trabalho vencedor do primeiro lugar propõe o reapro-

veitamento de resíduos industriais para a produção de

gesso para a construção civil, por meio da utilização de

Prêmio SME de Ciência,

Tecnologia e Inovação SME

Valorizando o conhecimento e a criatividade dos futuros engenheiros

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carbonato de cálcio e ácido sulfúrico. A ideia é transformar

o lixo em produto utilizável, de acordo os idealizadores

Marcone Luiz Rodrigues e Silva e Ana Luiza Costa Pereira

que são alunos dos cursos de engenharia civil e ambiental e

de agronomia da UNIFEI.

Para Ana Luiza o prêmio “agregou novas expectativas para

a minha vida. Ser premiada representou um ganho imensu-

rável no campo profissional, principalmente para a tentativa

de especialização”. Marcone Rodrigues afirma que “É muito

gratificante ver o seu trabalho sendo reconhecido, sair de

um ambiente fechado que é o laboratório, e conquistar um

prêmio de grande importância como o da SME”.

A segunda colocação ficou com o grupo de estudantes do

curso de engenharia civil do Centro Universitário de Belo

Horizonte (UNI-BH) constituído por Grazielle Aparecida

Araujo Diniz, Carina Francisca Ferreira Silva, Rafaella Maga-

lhães Rocha, Lorena Pires Vieira e Lucas Alves de Souza. A

proposta é a aplicação de um novo conceito para a cons-

trução de casas populares sustentáveis, através do estudo

da biomimética, inspirado nas nervuras da planta Vitória

Régia. O projeto visa a implantação de casas em áreas com

baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A porta voz do grupo Carina Silva diz que a premiação “é

muito importante para que vejamos que todo o nosso tra-

balho e esforço tem um reconhecimento muito grande e

que pode, sim, ser aplicado na prática”. O prêmio também

“nos dá uma motivação enorme para continuar pesquisando

de forma a contribuir para a sociedade e o desenvolvimento

de tecnologias mais sustentáveis”, completou.

O estudante do segundo ano de Engenharia de Bioprocessos

da UNIFEI, Pedro Santoni Mota, vencedor do terceiro prê-

mio, apresenta com seu trabalho a síntese de arcabouços

macromoleculares baseados em óleos vegetais para a utili-

zação na Engenharia de Tecidos Cardíacos. Para o estudante

O Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação é muito

importante porque é a primeira grande premiação do curso

de Engenharia de Bioprocessos da UNIFEI, um curso novo

com apenas dois anos de funcionamento. “Isso mostra todo

o potencial do curso para promover o avanço tecnológico

e dá força não só para mim, mas também para os outros

alunos”. No aspecto profissional, “a premiação tem um

grande destaque como experiência na área de inovação e

desenvolvimento de projetos de pesquisa. E será também

importante no meu currículo, sendo um diferencial”, analisa.

O quarto lugar ficou com as alunas do Centro Federal de

Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Ana

Flávia Souza Foureaux e Thuany Marra de Figueiredo Lou-

renço, do curso de engenharia ambiental e sanitária, que

apresentam um estudo comparativo da análise de ciclo de

vida de concretos geopoliméricos e de concretos à base de

cimento portland. O objetivo é contribuir para a sustenta-

bilidade na construção. Ana Flávia diz não ter dúvidas que

o Prêmio SME “é de grande importância para nosso cresci-

mento pessoal e profissional, sendo um incentivo para futu-

ros projetos na área de ciência e tecnologia”.

A quinta colocação ficou com Letícia Maria Costa Teixeira,

estudante de Engenharia da Mobilidade da UNIFEI. A ideia

central do projeto é avaliar a substituição parcial e total do

agregado graúdo de origem natural por agregado graúdo

obtido pelo beneficiamento dos resíduos da construção

civil, gerados no município de Itabira, para a produção de

concretos. A aluna acredita que a premiação vai contribuir

para seu futuro profissional. “Estou feliz e honrada. São ini-

ciativas como essas que nos motivam a continuar no cami-

nho da pesquisa científica. Tenho plena convicção que fui

recompensada por todo trabalho realizado e a certeza de

que um projeto iniciado na universidade pode ser tornar

um empreendimento de sucesso”, prevê.

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Marcos Pinnoti, Alessandro Fernandes, Ailton Ricaldoni Lobo,

José Ciro Mota e Alexandre Heringer

Prêmio SME de Ciência,

Tecnologia e Inovação SME

Os ganhadores do Prêmio SME de Ciência Tecnologia e Inovação receberam o troféu

e a medalha da premiação, além de uma contribuição pecuniária com variação de

R$ 5 mil a R$ 1 mil para os cinco primeiros colocados.

1º Lugar

2º Lugar

2º 4º Lugar

5º Lugar

Ailton Ricaldoni Lobo,

Ana Luiza Pereira e Marcone LuizAlexandre Heringer, Grazielle

Diniz e Lucas Alves

Maurício de Andrade Tibúrcio

e Pedro Santoni Mota

5º Lugar

Helder Guimarães

e Letícia Teixeira

Ana Flávia Foureaux

e Alan Wilckay

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Alexandre Bueno, Fábio Tito e

Ailton Ricaldoni Lobo

Renan Damazio no

lançamento da SME Jovem

Alexandre Heringer

e Antônia SôniaLéu Soares, José Ciro Mota e

Alessandro Fernandes

Marcelo Mota, José Ciro Mota

e Normando Alves

Fabíola Veríssimo, Rodrigo Paiva, Vanessa Paiva, Alessandro

Fernandes, Carlos Roberto Rocha e Marita Tavares

Alexandre Bueno e Professor Carlos

Roberto Rocha

Marcos Pinnoti, Alessandro Fernandes, Ailton Ricaldoni Lobo,

José Ciro Mota e Alexandre Heringer

Palestra do Prof. Marcos Pinnoti

na entrega do Prêmio SME

Letícia Teixeira e Darlan Coelho

Patrocínio Apoio Realização

A SME AGRADECE A TODOS OS PATROCINADORES E APOIADORES DO 22º PRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 2013

PRÊMIO SME DE CIÊNCIA,

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

5º Lugar

Marita Tavares, Geraldo Fonseca, Antônia Sonia,

Alexandre Heringer e Ailton Ricaldoni Lobo

Letícia Teixeira, Ana Luiza Pereira, Marcone Luiz, Rodrigo Paiva e filho,

Ana Flávia Foureaux, Grazielle Diniz e Lucas Alves

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SME Jovem D

urante a solenidade do

Prêmio SME de Ciência,

Tecnologia e Inovação, foi

oficializada a criação da

SME Jovem que está aberta à partici-

pação de estudantes dos cursos de En-

genharia, Arquitetura e Agronomia em

Minas. A organização dessa seção da

entidade tem o propósito de interagir

as gerações de profissionais que atuam

na SME com os futuros profissionais.

De acordo com o presidente da SME,

Ailton Ricaldoni, a ideia é contribuir

para que nessa troca a entidade se for-

taleça ainda mais e os jovens tenham

no novo espaço para refletir e debater

temas de interesse.

O presidente da SME Jovem, o estu-

dantede engenharia de Sistemas, Renan

Damazio, que é também presidente do

Diretório Acadêmico da Escola de

Engenharia da UFMG, diz que “precisa-

mos promover uma nova agenda para a

classe de engenheiros. O país foi às ruas,

ansioso por mudanças. Queremos um

Estado mais eficiente, com serviços de

melhor qualidade. Cada vez mais, deve-

mos ser o motor que propulsiona o de-

senvolvimento do país. Para isso, é

importante nos unirmos em torno de

um projeto político, capaz de defender

nossa classe sempre que possível”.

Nova força na gestão da Entidade

Lígia

Souza

Débora

Nunes

Roberto

Chaves

Hermano

Rausch

Fabrício

Falcão

Gualter

Moreira

Renan

Damazio

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Durante a solenidade de lançamento da entidade da juven-

tude, Renan Damazio fez um agradecimento especial ao supe-

rintendente da SME, José Ciro Mota, que acompanhou o

processo de formação da SME Jovem.

Renan Damazio diz que são grandes as expectativas dos in-

tegrantes da SME Jovem para 2014. "Nós esperamos exe-

cutar as tarefas previstas para 2014, que têm o objetivo de

ampliar a presença dos estudantes de engenharia dentro da

SME e expandir nossas atividades com os demais membros

do nosso segmento. É importante que experiência e juven-

tude se aliem nesse novo passo da nossa Sociedade, para

perpetuar e ampliar nossos trabalhos. Queremos parceiros

interessados em colaborar com nossas iniciativas, de modo

a viabilizar a consolidação do nosso projeto, que contempla

Minas Gerais como um todo".

Os jovens pretendem promover a união dos estudantes dos

cursos de engenharia com as mais diversas iniciativas –

entidades estudantis, empresas juniores, atléticas, equipes de

competição, entre outras. A responsabilidade social e a

consciência ambiental são eixos importantes na realização

das atividades.

Para isso, já definiram uma série de atribuições da SME

Jovem, a exemplo de uma participação contínua nas Comissões

Técnicas da SME para a discussão de temas importantes

para estudantes e profissionais e que, também sejam de

interesse da sociedade. De acordo com Renan Damazio,

neste ano, a SME Jovem vai escolher um mentor da SME para

acompanhar os trabalhos dos jovens.

Durante a solenidade do Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação, foi oficializada a criação da SME Jovem Marcelo

Mota, Hermano Rausch, Gualter Moreira, Ailton Ricaldoni Lobo, presidente da SME, Renan Damazio, Débora Nunes,

Fabrício Falcão e Arthur Viana.

Nosso objetivo é ampliar a

presença dos estudantes

de Engenharia dentro da SME

e expandir nossas atividades

com os demais membros

do nosso segmento.

É importante que experiência

e juventude se aliem nesse

novo passo da nossa

Sociedade, para perpetuar e

ampliar nossos trabalhos.

Renan Damazio

é presidente da

SME Jovem e

estudante de

Engenharia de

Sistemas

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Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

14

Senge

No dia 11 de dezembro, a nova diretoria do Sindicato de Engenheiros

tomou posse, em solenidade realizada no Crea-MG. Formada por 78 enge-

nheiros, a nova gestão vai comandar a entidade até 2016. A diretoria exe-

cutiva é formada por: Raul Otávio da Silva Pereira (Presidente), Augusto

César Santiago e Silva Pirassinunga (1º Vice-Presidente), José Flávio Gomes

(2º Vice-Presidente), Antônio Carlos de Souza (1º Tesoureiro), Abelardo

Ribeiro de Novaes Filho (2º Tesoureiro), Élder Gomes Dos Reis (Secretário

Geral), Anivaldo Matias De Sousa (1º Secretário).

Eventos para 2014

A SME inicia 2014 com inúmeros projetos, além daqueles que integram o calendário na anual da entidade. Na última

reunião de diretoria foi discutido a realização de seminários e workshops para debater temas emergentes e que darão

sequência aos trabalhos das Comissões Técnicas. Entre os temas estão: um segundo seminário sobre mobilidade

urbana e um workshop que abrirá o debate sobre energia renovável em Minas. A proposta é que haja participação da

Fundação Ambiental de Minas Gerais (FEAM).

8ª edição do CBMINA

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) realiza entre

os dias 6 e 8 de agosto de 2014, em Belo Horizonte, a oitava

edição do CBMINA, fórum que reúne o Congresso Brasileiro

de Mina a Céu Aberto e o Congresso Brasileiro de Mina Sub-

terrânea. O evento, que ocorre a cada dois, anos, é resultado

de parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG). O Congresso tem o objetivo de debater os avan-

ços tecnológicos, desafios e tendências nacionais e interna-

cionais para as áreas de lavras a céu aberto e subterrânea, discutir as práticas rotineiras de seus processos produtivos com

líderes do setor mineral, workshop técnico, palestras, trabalhos técnicos e a exposição de equipamentos e serviços.

A apresentação de trabalhos técnicos pode ser feita por estudantes e profissionais de empresas do ramo da mineração.

As inscrições estão abertas, podem ser efetuadas pelo site www.cbmina.org.br até 6 de junho de 2014.

Representações da SME

A SME fez indicações de sócios e direto-

res para representar a entidade no Con-

selho Consultivo da Agência Nacional de

Telecomunicações - Anatel e na Comis-

são Consultiva de Licenciamento da Se-

cretaria Municipal Adjunta de Regulação

Urbana (SMARU). Para o Conselho da Anatel foram indicados os engenhei-

ros Hélio Nonato de Oliveira, Vicente Soares Neto e Wagner de Almeida

Barbosa. Para o Conselho da SMARU foram: Luiz Antônio Gazzi Macedo e

Mário Lúcio Silveira de Queiroz. O engenheiro Marco Antônio das Graças

Antunes é o indicado para integrar o Conselho Consultivo de Segurança

Contra Incêndio e Pânico de Minas de Minas(CCSIP).

Raul Otávio da Silva Pereira tomou posse,

em solenidade realizada no Crea-MG.

Integrantes de Comissões Técnicas

trocam ideias com o Gestor das

Comissões, engenheiro

Normando Virgílio Borges Alves.

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Participe, envie notícias e novidades para: [email protected]

Congresso da Água

Entre 5 a 8 de março de 2014, Lisboa será o palco do 12.º Congresso da Água,

do 16.º Encontro de Engenharia Sanitária e Ambiental e do XVI Simpósio Luso-

Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Espera-se que a integração de

três eventos permita a troca de experiências e promover um debate mais rico

e diversificado entre uma comunidade técnico-científico dos países de expres-

são portuguesa. A convenção "Que Futuro queremos?" terá lugar no Centro

de Congressos de Lisboa, na Junqueira, junto ao rio Tejo. Informações:

email: [email protected] e pelo site http://www.aprh.pt/.

Ismael Figueiredo Cunha

e Tárcio Primo

Silvio Piroli e

Ismael Figueiredo Jobson Andrade, Francisco Maia Neto e

Clemenceau Chiabi Saliba

O presidente do Crea Minas, Jobson

Andrade e o engenheiro civil e dire-

tor da SME e presidente da CMA

CREA-Minas, Clemenceau Chiabi Sa-

liba fizeram a entrega da comenda

“Engenheiro Onofre Braga de Faria”

ao engenheiro Francisco Maia Neto.

A Câmara Especializada de Engenharia Civil do CREA Minas homenageou

cinco ex-conselheiros pela atuação na Câmara. O presidente da Comissão

de Transportes da SME, engenheiro Silvio Piroli, o ex-presidente da entidade

Tárcio Belém Barbosa, que faleceu pouco tempo depois, além dos engenhei-

ros Adir José de Freitas, João Evangelista Alves de Paula e Salomão Jorge

Netto. A homenagem foi feita pelo coordenador da Câmara, Ismael Figuei-

redo Cunha.

Impressora 3D que poderá construir casa em 24 horas

A pesquisa, financiada pela NASA e pelo Cal-Earth Institute, pode revolucionar a indústria

da construção civil. A "Contour Crafting", a tecnologia, de acordo com o seu inventor, pode

produzir uma moradia em concreto tomando como base padrões e dimensões definidos

previamente em um computador. É basicamente aumentar a impressão 3D para a escala de

uma construção", explica Khoshnevi. Segundo o professor, utilizando este método, a tecno-

logia criou paredes de 2 metros de altura, com camadas de concreto que chegam a 15 cm

de altura e 10 cm de espessura. A invenção, que ainda está em fase de testes, está sendo

desenvolvida com o intuito de baratear e de tornar mais rápida as construções.

Fonte : techne.pini.com.br

Durante solenidade de encerramento de suas atividades em 2013, o CREA Minas

prestou homenagens a vários profissionais pelos relevantes serviços prestados à

engenharia e ao Conselho, bem como a entrega de duas comendas, criadas em

2013: Comenda Onofre Braga de Faria e a Comenda Lourenço Baeta Neves, esta

última entregue ao governador Antonio Augusto Junho Anastasia. Em reconheci-

mento ao trabalho e dedicação dos conselheiros que compõem o plenário foi

instituída a homenagem “Conselheiro Destaque” concedida ao engenheiro me-

cânico Ronaldo Emílio Simi, representante da SME, e aos engenheiros Alfredo

Marques Diniz e Cidélia Maria Barbosa Lima.

Homenagens no CREA Minas

Jobson Andrade e o governador

Antonio Anastasia

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Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

Obras de Engenharia demandam profissionalismoem todos os estágios

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O terremoto seguido de tsunami que aconteceu em 11

de março de 2011, tem deixado grandes contribuições

para a Engenharia mundial. Embora já se tenham passado

quase três anos da tragédia e o Japão continue árduo tra-

balho de reconstrução, muito já foi feito e – o que é me-

lhor – com prazos reduzidos. Entre os exemplos há a

estrada de 150 km que liga a cidade de Naka, ao norte

do país, à capital Tóquio, liberada para o uso da população

em apenas seis dias.

Também no continente asiático, a China tem mostrado

que projetos de Engenharia podem ser executados em

pouco tempo. Um prédio de 30 andares foi concluído em

15 dias. Outra experiência foi um edifício de 15 pavimen-

tos construído em dois dias. Para conferir, basta acessar

o You Tube.

Transformar um projeto de Engenharia em realidade é

algo que demanda recursos, prazo e, sobretudo, gestão.

De acordo com o presidente da Câmara da Indústria

da Construção da Federação das Indústrias do Estado

de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos,

o caso brasileiro demanda análise específica já que o

setor ficou parado por duas décadas sem formar mão

de obra qualificada de diferentes níveis. “Houve um gap

de engenheiros e projetistas. Hoje vemos que essas

áreas que demandam experiência estão sendo entre-

gues para os antigos”, reconhece.

ENGENHARIA | GESTÃO

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Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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Do ponto de vista da gestão, a Engenharia brasileira

evoluiu muito. “No período da crise, as companhias tive-

ram que se adaptar para sobreviver”, lembra o diri-

gente. No entanto, no momento posterior, de

incremento, faltaram profissionais qualificados também

para essa área.

No caso do poder público, que contrata obras a serem

executadas por construtoras da iniciativa privada, tam-

bém houve perda de profissionais qualificados para a ges-

tão de grandes projetos. De acordo com Camargos, a

mudança do DNER para DNIT é um bom exemplo de

como as equipes técnica e de engenheiros foram desmo-

bilizadas e desmontadas. “A gestão ficou perdida no

tempo, o que dificultou muito para a execução de obras

viárias”, alerta.

O gap tecnológico foi revertido com maior agilidade, se-

gundo o engenheiro. Novas metodologias construtivas

foram assimiladas pelas empresas do setor por meio da

importação de máquinas e equipamentos. Mesmo assim,

em 2010, quando a indústria da construção civil brasileira

registrou 11% de crescimento, houve atrasos nas entre-

gas de empreendimentos imobiliários e também de gran-

des obras de infraestrutura.

“O boom passou. O setor está em equilíbrio”, co-

menta Camargos. Ele afirma, ainda, que a indústria da

construção brasileira tem capacidade instalada para

atender a uma demanda superior à atual. O limite é,

inclusive, largo se comparado ao índice de cresci-

mento da economia nacional, projetado para 2014 em

2,5%, podendo chegar a 5%.

A arquiteta com mestrado em Engenharia Civil pela Uni-

versidade Federal de Minas Gerais e professora da Pon-

tifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas)

nas matérias de Tecnologia da Construção Civil, Tópicos

Especiais em Construção e Expressão Gráfica, Karina

Bonitese Venâncio afirma que “o céu é o limite” quando

se trata da execução de qualquer projeto de Engenharia.

“Não se trata de reinventar a roda. Há processos

construtivos que permitem agilizar a execução dos

projetos resguardando-se a qualidade do empreendi-

mento. Não temos dúvidas de que o tempo está a

nosso favor”, explica.

No entanto, a execução de um projeto, principalmente

quando se trata de obras de grande porte, depende mais

da gestão do projeto que do prazo propriamente dito.

O diferencial é ter todos os recursos necessários dispo-

níveis para garantir a agilidade dos processos. “Em obras

públicas, a gestão de recursos é diferente porque há, além

dos fatores técnicos e da adoção de métodos construti-

vos, outros fatores que interferem no andamento da

obra”, afirma a professora. Em suma, há questões que

fogem da técnica construtiva em si.

A tecnologia construtiva disponível resolve parte desse

problema. “Todos os sistemas construtivos a seco – que

não envolvem insumos a base de água como concreto,

por exemplo - são mais eficientes”, explica. Há que se

equacionar, ainda, diversos impactos de uma obra de

grande porte, o que depende da gestão da produção e

não do trabalho dos engenheiros, peças fundamentais,

mas não únicas de qualquer obra de Engenharia.

Segundo Karina Bonitese, dependendo do gestor, o trâ-

mite é absolutamente distinto. “Se o gestor público não

é engenheiro, que, pelo menos, possa contar com uma

assessoria técnica composta por esses profissionais para

o difícil trabalho de supervisão de uma obra de grande

porte”, recomenda.

Karina Bonitese Venâncio,

arquiteta com mestrado

em Engenharia Civil pela

UFMG e professora PUC

Minas

Teodomiro Diniz

Camargos, presidente

da Câmara da Indústria

da Construção da Fiemg

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Page 18: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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ATRASOS

Em 2007, o Brasil foi ratificado oficialmente como sede

para a Copa do Mundo Fifa 2014, a 20ª edição do torneio.

Lá se vão quase sete anos e muitos dos projetos elenca-

dos como prioritários não foram concluídos nos prazos

determinados. Um exemplo são os aeroportos que, em

muitas capitais, já trabalham “no limite”, como é o caso

do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins),

na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Dos 12 terminais, seis ainda não passaram pelas obras de

instalação necessárias não apenas para receber os milha-

res de turistas que chegarão ao país em 2014, mas para

garantir maior conforto e estrutura para os passageiros

domésticos, transporte de cargas e, também, para os tra-

balhadores dos aeroportos.

Para tentar se desculpar, o sociólogo e ministro-chefe da

Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República,

Wellington Moreira Franco, alegou que o atraso nas

obras eram culpa de “engenheiros ruins”. Embora tenha

tentado uma retratação, ele mobilizou ainda mais as en-

tidades que representam a categoria no País.

Em nota oficial, o presidente do Conselho Nacional de

Engenharia e Agronomia (Confea), José Tadeu da Silva,

lembrou que já em agosto de 2007, o gargalo da infraes-

trutura tanto existia como era apontado como um dos

fatores que poderiam impedir o Brasil de alcançar os

bons resultados almejados. Nesse “pacote”, a capacidade

instalada dos aeroportos era considerada insuficiente

para dar suporte ao plano de desenvolvimento nacional.

Mais que isso, para o dirigente, o atraso na execução das

obras de infraestrutura do país passa, evidentemente, pela

falta de gestão, planejamento e projetos de Engenharia.

“Bons projetos de Engenharia são aqueles que possuem

todos os elementos e informações técnicas, básicas e

executivas.

Com efeito, projeto básico somente não basta, são ne-

cessários projetos executivos e também os projetos

complementares, de elevada complexidade. Por isso, há

uma demanda de tempo necessário para que se possa

planejar e projetar”, ressalta.

Ainda conforme Silva, o planejamento de grandes obras

ficou esquecido durante décadas para ser retomado ao

final do prazo, quando foram iniciadas as obras “ao arre-

pio das comezinhas regras que regem os procedimentos

necessários para se realizar bons empreendimentos com

qualidade, segurança e economia, que justificam a palavra

Engenharia”.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Ar-

quitetura de Minas Gerais (CREA-MG), Jobson Andrade,

afirma que o profissional, independente da área em que

venha a atuar, só é necessário se houver oportunidade

de trabalho. “Só vamos conseguir formar mais engenhei-

ros se o país investir mais”, analisa.

O engenheiro que pretenda atuar na sua área de origem

demandará tempo para se qualificar. Afinal, ninguém sai

pronto da universidade. De acordo com Andrade, o

prazo mínimo é de 10 anos, após a formatura.

ENGENHARIA | GESTÃO

Jobson Andrade,

presidente do CREA-MG

José Tadeu da Silva,

presidente do CONFEA

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20

No entanto, o engenheiro não trabalha sozinho já que

depende de uma equipe que deve ser muito bem gerida

para que os projetos cumpram os três requisitos básicos

do que se espera de uma obra: preço competitivo, cum-

primento de prazos e qualidade do empreendimento.

Apesar dos elogios da presidente Dilma Roussef na

ONU, no que se refere às obras públicas, o governo não

valoriza a figura do engenheiro. “O setor público não pla-

neja e compra mal”, afirma. Prova disso é a lei nº

8666/1993, que permite a contratação de obras a partir

de projetos básicos, um erro já que o ideal seriam os

projetos executivos. Segundo a legislação, a carta convite

para participar de obras é de R$ 150 mil, valor infinita-

mente menor que o dos orçamentos atuais.

A qualidade dos profissionais, conforme o presidente do

CREA-MG, é inquestionável já que, além de tecnologia

e experiência, o Brasil também exporta engenheiros

para todas as partes do mundo e para os mais diferentes

segmentos econômicos. “O conteúdo aqui e em Milão

é praticamente o mesmo. A diferença é que o Brasil não

tem projetos que motivem os engenheiros a investir na

carreira. Os currículos dos cursos estão sendo aprimo-

rados porque o momento atual requer novos conheci-

mentos como ciências gerenciais e meio ambiente”,

aponta.

O Clube de Engenharia do Rio de Janeiro fez do seu

repúdio, uma Carta Aberta aos Brasileiros, endere-

çada ao ministro e também à presidente da Repú-

blica. O presidente da entidade, Francis Bogossian,

lamentou a declaração infeliz do ministro. “O enge-

nheiro brasileiro é muito qualificado, um dos mais

bem capacitados do mundo”, observou. Para ele, o

problema está na quantidade que é menor que o ne-

cessário justamente porque, durante 20 anos, o Brasil

não investiu em obras.

Pior que não investir em obras é não ter projetos “na

gaveta”. Embora todos os gargalos de infraestrutura

sejam bem conhecidos – a lista é bem maior que a dos

aeroportos – não havia nada pronto com antecedência.

“Os governos não investiram em projetos de Engenharia.

Mesmo engavetados os projetos são entre 2% e 10% do

valor do empreendimento. Então, se não há recursos

para fazer as obras, que sejam feitos projetos para adian-

tar o processo quando houver o recurso disponível”, re-

comenda Bogossian.

Não há como dissociar a figura do engenheiro do pro-

cesso de desenvolvimento nacional, mas o caminho que

o Brasil está trilhando é, no mínimo, controverso já que

a Engenharia tem sido relegada a segundo plano por ges-

tores públicos que – em sua maioria, têm cargos políticos

e não por conhecimento técnico.

O presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros

(SME), Ailton Ricaldoni Lobo, também repudiou a decla-

ração de Moreira Franco. “Acreditamos que as afirmati-

vas do ministro são resultado de uma visão míope

quanto à participação de uma categoria profissional nas

decisões de governo, muitas vezes, atreladas a interesses

políticos, sem qualquer relação com as necessidades da

população, quando não são frutos da ambição pessoal ou

de pequenos grupos”, destaca.

Ele enfatizou, ainda, que ao eximir-se de responsabilida-

des na gestão pública, o ministro tenta desmoralizar a

classe de engenheiros perante a opinião pública. “Todo

projeto de obra para obter aprovação e recursos do go-

verno federal, passa pela aceitação de projetos básicos

para a licitação e a realização da própria licitação regida

pela lei nº 8.666, uma legislação dura e minuciosa que fa-

vorece, em alguns casos, o menor preço em detrimento

da qualidade do serviço”, considera Ricaldoni.

ENGENHARIA | GESTÃO

Ailton Ricaldoni Lobo,

presidente da SME

Francis Bogossian,

presidente do Clube

de Engenharia do

Rio de Janeiro

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ENTREVISTA | PAULO HENRIQUE PINHEIRO DE VASCONCELOS

“Oengenheiro civil especialista em Ne-

gócios Imobiliários, Paulo Henrique

Pinheiro de Vasconcelos, 39 anos, é o

mais jovem profissional a receber a tra-

dicional comenda de Engenheiro do

Ano 2013 da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME).

Desde 1983, a entidade homenageia os melhores do

mercado em suas respectivas áreas de atuação.

A cerimônia realizada no dia 11 de dezembro, no Auto-

móvel Clube, em Belo Horizonte marcou, também, as

comemorações do Dia do Engenheiro. O evento reuniu

mais de 400 convidados entre empresários do setor, en-

genheiros de diversas gerações e áreas e, ainda, repre-

sentantes dos poderes púbicos estadual e municipal.

Graduado pela Faculdade Kennedy e pós-graduado pela

Faculdade Fumec, Paulo Henrique de Vasconcelos é o pre-

sidente e CEO da PHV Engenharia Ltda., há 15 anos no

mercado da construção civil de Minas Gerais, com diver-

sos projetos em Belo Horizonte. Juventude, forte perfil

empreendedor e, ainda, participação ativa em todas as

etapas dos projetos que levam a assinatura da construtora

são algumas das características do Engenheiro do Ano

2013.

“Eu me sinto muito honrado com esta homenagem, que

considero ser uma das mais importantes condecorações

que existem na área de Engenharia em Minas Gerais”,

ressalta. Nesta entrevista, Paulo Henrique de Vasconce-

los, filho de médico cirurgião, fala sobre a sua preferência

pelas Ciências Exatas, do hábito que desenvolveu, desde

a infância, de observar obras e projetos até se tornar

referência na execução de empreendimentos e, ainda, da

flexibilidade da Engenharia, a profissão do futuro.

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Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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1) Para o Sr. o que é ser engenheiro no Brasil?

Qual a importância da Engenharia?

Ser engenheiro no Brasil é estar diante da

oportunidade de poder participar do processo

de construção de uma nação, onde tudo ainda

está por fazer. A Engenharia tem um papel fun-

damental para o desenvolvimento ordenado e

organizado do país, de maneira a trazer pro-

gresso e bem-estar às pessoas, em harmonia

com o meio ambiente.

2) Como empresário, o Sr. detecta falta de en-

genheiros no mercado? Em quais áreas?

Sim, faltam profissionais no mercado, principal-

mente especialistas, seja em Estrutura, Instala-

ções, Esquadrias e principalmente nas áreas de

Planejamento, Orçamento e Gerenciamento de

Projetos.

Paulo Henrique Pinheiro

de Vasconcelos, empresário

do ramo da construção

civil há 15 anos, fundador,

presidente e CEO da PHV

Engenharia.

Acho que a Engenharia é uma

profissão do futuro e temos

o privilégio de estarmos no

Brasil, que é um país de

enorme extensão territorial,

clima privilegiado, população

jovem, com boa vontade e

com grande potencial

de crescimento.

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Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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ENTREVISTA | PAULO HENRIQUE PINHEIRO DE VASCONCELOS

3) O que o Sr. falaria para enge-

nheiros que estão ingressando no

mercado de trabalho?

Que eles se liguem nas áreas de in-

teresse, porque é muito importante

que façamos algo que realmente

gostemos, considerando que passa-

mos a maior parte de nossas vidas

trabalhando. Diria também para ten-

tarem fazer sempre um pouco mais

que os outros, pois é justamente

esse “um pouco mais” que pode nos

diferenciar dos outros.

Acho que a Engenharia é uma pro-

fissão do futuro e temos o privilégio

de estarmos no Brasil, que é um país

de enorme extensão territorial,

clima privilegiado, população jovem,

com boa vontade e com grande po-

tencial de crescimento.

4) O que representa para o Sr. re-

ceber a comenda de Engenheiro do

Ano 2013 pela SME?

Eu fiquei muito feliz e honrado com

esta tão importante comenda que

representa para mim o reconheci-

mento do meu trabalho e de todos

os meus colegas das empresas e ins-

tituições que participo, servindo de

grande estímulo para buscarmos

aperfeiçoar cada vez mais nossa

atuação.

5) Há algum momento da sua car-

reira como engenheiro que te mar-

cou? Qual?

Sim, houve vários momentos na

minha carreira que me marcaram.

Um deles foi quando eu ainda era

recém-formado e tive que assumir

a execução de diversos projetos

personalizados de acabamento em

um edifício residencial, com valores

e prazos definidos, ocasião em que

tive que por em prática técnicas de

planejamento como Rede Pert, etc.

Tudo funcionou muito bem e isso

me ajudou a aumentar a minha au-

toconfiança e entusiasmo com a En-

genharia.

6) É sabido que o Sr. participa de

todos os estágios dos projetos da

PHV. Como é possível ser empresá-

rio e engenheiro ao mesmo tempo?

Esse é o seu diferencial?

O fato de ser engenheiro me ajuda

muito a ser empresário, pela flexibi-

lidade da profissão. Mas o que me

ajuda muito é o fato de adorar meu

trabalho e ter tido a sorte de ter

uma família maravilhosa além de ter

encontrado excelentes pessoas para

me ajudarem.

7) Quais os planos do Sr. para a sua

carreira e para o Grupo PHV?

Pretendo trabalhar até quando tiver

forças, mas acho importante reco-

nhecer minhas limitações. Por isso

sei que, com o tempo, devo ceder

espaço para os mais novos e assu-

mir posições mais voltadas para a

estratégia dos negócios.

Não tenho a pretensão de ser o

maior, mas busco sempre estar

entre os melhores do nosso seg-

mento de maneira a gerar ganhos

equilibrados para todos os envolvi-

dos em nossos empreendimentos,

incluindo-se aí os colaboradores in-

ternos, externos e a comunidade

onde nossos empreendimentos

estão inseridos.

1983 - Aureliano Chaves de Mendonça

1984 - Gil César Moreira de Abreu

1985 - Amaro Lanari Júnior

1986 - Renato Gomes Moretzohn

1987 - Maurício Hasenclever Borges

1988 - Celso Mello de Azevedo

1989 - Lúcio Souza Assumpção

1990 - Carlos Carneiro Costa

1991 - Eduardo Brandão de Azeredo

1992 - Marcos Villela de Sant’Anna

1993 - Rinaldo Campos Soares

1994 - Itamar Augusto Cautiero Franco

1995 - Francisco José Schettino

1996 - Joel Mendes Rennó

1997 - Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto

1998 - José Luciano Duarte Penido

1999 - Gabriel Donato de Andrade

2000 - Eliseu Resende

2001 - João Camilo Penna

2002 - Luiz Alberto Garcia

2003 - Eliezer Batista

2004 - Ricardo Vinhas Corrêa da Silva

2005 - Paulo Safady Simão

2006 - Alysson Paolineli

2007 - Teodomiro Diniz Camargos

2008 - Manoel Vitor de Mendonça

2009 - Jésus Murillo Valle Mendes

2010 - Rubens Menin Teixeira de Souza

2011 - Otávio Marques de Azevedo

2012 - Maria das Graças Foster

Engenheiros do Ano homengeados pela SME

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Engenheiro

do Ano SME

26

Paulo Henrique Vasconcelosrecebe homenagem da SME

OAutomóvel Clube de Minas Gerais, marco his-

tórico e arquitetônico da capital mineira, foi

palco da solenidade de entrega da Medalha So-

ciedade Mineira de Engenheiros e do título “En-

genheiro do Ano de 2013” ao engenheiro civil e presidente

da PHV Engenharia, Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos,

no dia 11 de dezembro de 2013. O evento anual integra as

comemorações do Dia do Engenheiro atraindo um grande

público.

Aos 39 anos de idade, Paulo Henrique Pinheiro de Vascon-

celos é o mais novo agraciado com a Medalha Engenheiro

do Ano, desde 1983, quando a comenda foi criada. A lista

de homenageados reúne personalidades a exemplo do ex-

presidente Itamar Franco, o ex vice presidente Aureliano

Chaves, o ex-ministro Camilo Penna, entre outros nomes.

No ano anterior, a agraciada foi a presidente da Petrobras,

Maria das Graças Foster.

Cercado por amigos, familiares e funcionários, o empre-

sário recebeu o título das mãos do chanceler da Meda-

lha, professor José Rietra de quem foi aluno. Rietra disse

que o homenageado, nascido dentro de uma família de

engenheiros e arquitetos, tem na Engenharia no gene,

tendo manifestado ainda na infância o gosto pela cons-

trução.

O presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo saudou o agra-

ciado falando de sua trajetória profissional de sucesso. “Este

é o perfil do engenheiro moderno, integrado ao mundo ace-

lerado e dinâmico da atualidade, que requer, além do conhe-

cimento técnico, um espírito empreendedor e inovador.

Arrisco a dizer que a formação acadêmica e técnica de exce-

lência, o empreendedorismo e a inovação são tripé do pro-

gresso e do bem-estar de uma sociedade, de um país”,

qualidades essas identificadas no homenageado.

Segundo Ricaldoni, “os desafios presentes no mundo atual

requerem cada vez mais profissionais qualificados com

uma visão diferenciada. Com maior capacidade de racio-

cínio, autonomia intelectual, pensamento crítico e iniciativa

própria, além de um caráter ético e humanístico, cabendo

ao engenheiro responsabilidades que antes eram impen-

sáveis na gestão de processos econômicos e produtivos”.

Nesse contexto, “a Engenharia é uma das profissões chave,

pois são os engenheiros os profissionais que possuem um

papel transformador na sociedade”, afirmou.

Sem disfarçar a emoção, Paulo Henrique Pinheiro de Vas-

concelos disse que a Medalha Sociedade Mineira de

Engenheiros é a mais importante honraria que recebeu em

sua carreira. Ele também creditou essa conquista ao apoio

da família, amigos e funcionários e da SME.

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:20 Page 26

Page 27: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

José Luiz Nobre Ribeiro,

Ailton Ricaldoni Lobo e Ronaldo Gusmão

Marcílio Andrade

e Miriam AndradePaulo Henrique Carvalho de Vasconcelos, Marcelo

Melo e Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos

Estudantes de engenharia e integrantes

do novo projeto, SME Jovem

Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos, Marianna Vasconcelos,

Ailton Ricaldoni Lobo e Ana Elisa Freire Lobo

Roberto Luciano Fagundes, Paulo Henrique

Pinheiro. de Vasconcelos e Alexandre ResendePaulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos,

José Dimas Rietra e Ailton Ricaldoni Lobo

Carlos Orsini, Marcos Sant'Anna

e Hudson Navarro

Fabiano Panissi, Ronaldo Gusmão, Alexandre Resende, José Luiz Nobre Ribeiro, Ailton Ricaldoni Lobo,

Dilvar Oliva Salles, Carlos Gutemberg e José Andrade Neiva

Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos,

José Dimas Rietra e Ailton Ricaldoni Lobo

Paulo Henrique Carvalho de Vasconcelos, Maria Elvira,

Paulo Henrique de Vasconcelos e Marianna Vasconcelos

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:20 Page 27

Page 28: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

28

Patrocinadores

Ildeu de Freitas, Arthur Lopes Filho, Gilberto Otoni,

Ozânio da Silveira e Geraldo Fonseca

José Ciro Mota, Ailton Ricaldoni Lobo

e Marcelo Mota

José de Carvalho Jorge, Paulo Henrique Pinheiro

de Vasconcelos, Marianna Vasconcelos e

Paulo Henrique Carvalho de Vasconcelos

Jader Kalid, Múcio Mussy, Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos

e Rogério Martins Pinto

Paulo Henrique Carvalho de Vasconcelos, Betânia Pinheiro

de Vasconcelos, Paulo Henrique e Marianna Vasconcellos e filhos

Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos Marianna

Vasconcelos, Luciana Schüffner e Fernando SchüffnerPaulo Henrique Pinheiro de

Vasconcelos e Fabiano Panissi

Luciano Cabral, Alexandre Resende, Ronaldo Gusmão,

Flávio Carvalho e Paulo Emílio Vaz

Isabela Drumond, Marina Teixeira

e Marianna Vasconcelos

Ailton Ricaldoni Lobo e Ana Elisa Freire Lobo

Ildeu de Freitas, Marianna Vasconcelos, Paulo

Henrique Pinheiro de Vasconcelos e Ozânio da Silveira

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 28

Page 29: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 29

Page 30: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

Fotografe o QR Code e saiba mais sobre a Eletrobras. eletrobras.com

r

d

Gerar e transmitir a maior parte da energia q

tarefa fácil, mas enche de orgulho a Eletrobr

muita pesquisa e estudos, que f izemos uma op

Além de ser uma fonte renovável e estar en

hidrelétrica é adequada para produzir eletricidad

e se desenvolver, e é d

É por isso que o trabalho da Eletrobras tem u

A Eletrobras investe em geração hidrelétrica porque é uma energia segura e conf iável. E, acredite, ela está entre as fontes mais limpas e renováveis que existem.

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 30

Page 31: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

Estudos recentes demonstram que reservatórios de hidrelétricas podem

absorver gases de efeito estufa.

Hidrelétricas são investimentos de longo prazo, capazes de benef iciar

várias gerações. Energia limpa e renovável para hoje e amanhã.

Uma usina hidrelétrica produz 6kg de CO2, o gás do efeito estufa,

por megawatt-hora, o melhor custo-benefício do

ponto de vista ambiental.

Gerar e transmitir a maior parte da energia que o país precisa diariamente não é uma

tarefa fácil, mas enche de orgulho a Eletrobras. Foi graças a esse desaf io, e depois de

muita pesquisa e estudos, que f izemos uma opção estratégica pela energia hidrelétrica.

Além de ser uma fonte renovável e estar entre as mais limpas que existem, a energia

hidrelétrica é adequada para produzir eletricidade em grandes escalas, de forma segura e

e se desenvolver, e é dono da maior reserva hídrica do mundo.

É por isso que o trabalho da Eletrobras tem uma importância do tamanho do Brasil.

*fonte WWF

m geração hidrelétrica segura e conf iável. tre as fontes eis que existem.

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 31

Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

32

SME | COMISSÕES TÉCNICAS

Além de grupos de

trabalho altamente

qualificados, as

Comissões Técni-

cas da Sociedade

Mineira de Engenheiros (SME) são

os canais de diálogo da instituição

com a sociedade. Ao mesmo tempo

em que debatem sobre temas de in-

teresse da comunidade, engenheiros

de diversas gerações e áreas tam-

bém propõem soluções para proble-

mas e impasses que comprometem

a qualidade de vida das pessoas e o

projeto de desenvolvimento susten-

tável das cidades.

Em 2013, a diretoria da SME desen-

volveu importante trabalho de res-

gate das Comissões Técnicas que,

por algum motivo, estavam desativa-

das. “Foi um ano de resgate e de

convencimento dos engenheiros a

retomarem sua participação nas Co-

missões”, ressalta o engenheiro Civil

e de Segurança do Trabalho, diretor

responsável pela coordenação da

área, Normando Virgílio Borges

Alves.

Para o próximo ano, o projeto deve

avançar ainda mais, com a realização

de um evento destinado a divulgação

pública dos trabalhos desenvolvidos

pelas Comissões Técnicas da SME.

“Será o momento de “colocar o

bloco na rua”, com Comissões mais

participativas e provocativas”,

destaca.

Palestras em universidades, para es-

tudantes de Engenharia também

serão retomadas, a exemplo do que

aconteceu na Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG) nesse ano.

As Comissões também estão no

site da SME (www.sme.org.br) e no

Facebook.

A edição do projeto pela SME,

Ponto X Contraponto sobre o caso

específico do incêndio da Boate

SME dá continuidade aoprocesso de fortalecimentodos seus grupos de trabalho

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 32

Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

33

Kiss, na cidade de Santa Maria, no

Rio Grande do Sul, é uma prova

do excelente trabalho executado

pela Comissão de Engenharia de

Segurança. Da mesma forma, a dis-

cussão sobre o metrô leve, pelos

meios de comunicação é reflexo

das discussões que começaram na

Comissão de Transportes da SME.

Há outras comissões como a de

Educação em Engenharia, Cons-

trução Civil e Urbanismo, Energia,

Acessibilidade Ambiental e Mobi-

lidade Urbana e, ainda, Telecomu-

nicações e Informática.

Paralelamente, o coordenador

também tem trabalhado para au-

mentar o número de participantes

das Comissões Técnicas. “As Co-

missões dependem mais de obje-

tivos que de currículos. Todos os

participantes são altamente quali-

ficados mas há interesse, também,

em atrair novos engenheiros que

terão muito a aprender e oportu-

nidades de relacionamento inte-

ressantes”, destaca.

O engenheiro eletricista pela

UFMG com especialização em

Engenharia Econômica pela Fun-

dação Dom Cabral (FDC), Ale-

xandre Francisco Maia Bueno,

também é coordenador das Co-

missões Técnicas da SME. “As

Comissões Técnicas são de

grande importância para a SME e

para a sociedade mineira, pois

são discutidas questões de Enge-

nharia que envolvem toda a so-

ciedade”, define. Entre elas,

Mobilidade Urbana, Sistema Viá-

rio, Infraestrutura Urbana, Teleco-

municações, Cidades Inteligentes

entre outras.

Estas comissões discutem alterna-

tivas e soluções de engenharia

para as diversas questões, e reali-

zam encontros, seminários, mesas

redondas e publicação de artigos

sobre estes assuntos. Em 2013, vá-

rias Comissões marcaram pre-

sença na Revista Mineira de

Engenharia, além de realizarem

debates de alto nível e eventos li-

gados aos respectivos temas.

Para 2014, os debates em curso

devem ser aprofundados, com a

mobilização de mais engenhei-

ros. Segundo Alexandre Bueno,

os profissionais participantes das

comissões têm a oportunidade

de contribuir para o desenvolvi-

mento da Engenharia e para a

proposição de alternativas e

soluções para questões que

afetam à sociedade, gerando

oportunidades de cresci-

mento pessoal e profissional,

além de estabelecer um forte

“networking”.

A SME tem grande interesse em

aumentar o grupo de engenheiros

que participam das comissões téc-

nicas. Através da Secretaria da en-

tidade, os profissionais podem

obter informações sobre dias e

horários das reuniões e, ainda, os

contatos dos responsáveis pela

coordenação de cada grupo de

trabalho, que respondem, tam-

bém, pela inscrição de novos

membros.

“As Comissões dependem mais de objetivos que de

currículos. Todos os participantes são altamente qualificados

mas há interesse, também, em atrair novos engenheiros

que terão muito a aprender e oportunidades de

relacionamento interessantes”

Alexandre Bueno, coordenador das Comissões Técnicas

da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME)

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 33

Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

34

ENGENHARIA | MERCADO DE TRABALHO

OBrasil hoje forma em

média 40 mil enge-

nheiros por ano. Nos

últimos 12 anos, as

matrículas nos cursos de Engenharia,

Produção e Construção aumentaram

381%, ante 120% dos programas de

graduação das demais áreas. O índice

de conclusões também registrou in-

cremento de 200% para novos enge-

nheiros, ante os 149% gerais.

Bastante atrativos, os salários dos en-

genheiros estão entre os 10 maiores de

todos os cursos superiores. A demanda

crescente por esses profissionais conti-

nua aquecida, o que justifica os investi-

mentos feitos por diversas instituições

de ensino para manter os cursos da área

em evidência ou aumentar a oferta de

vagas ainda mais.

No vestibular da Pontifícia Universi-

dade Católica de Minas Gerais (PUC

Minas), o curso de Engenharia Química

foi o segundo mais cotado do con-

curso com 10,98 candidatos/vaga. A

ampliação das vagas será no campus

Coração Eucarístico com mais duas

turmas de Engenharia de Produção

(manhã e noite) e também na unidade

São Gabriel, com Engenharia Civil no

turno da noite comprovam a necessi-

dade de oferecer mais vagas.

Na mesma linha, o Centro Universi-

tário UNA está investindo em três

novos cursos que são Engenharia de

Minas, Engenharia Metalúrgica e En-

genharia Eletrônica para aumentar a

oferta de vagas para a área.

A necessidade de mão de obra qualifi-

cada em estoque também está movi-

mentando o setor produtivo. O

consórcio minero metalúrgico que atua

em Minas Gerais, composto pelas 15

maiores empresas desses segmentos, já

anunciou que abrirá 16,9 mil vagas entre

2014 e 2016 para que os R$ 36 bilhões

em investimentos destinados para o Es-

tado nos próximos cinco anos não

sejam comprometidos negativamente.

Além de profissionais de nível técnico,

que serão capacitados em parceria com

o Serviço Nacional de Aprendizagem In-

dustrial (Senai-MG), a entidade está em

permanente contato com a Universi-

dade Federal de Minas Gerais (UFMG),

Universidade Federal de São João Del

Rei (UFSJ) e a Universidade Federal de

Ouro Preto (UFOP), o que demonstra

a preocupação com a atração de enge-

nheiros para esses segmentos.

Dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) mostram

que o fator determinante para a aber-

tura de novos cursos de Engenharia é a

situação econômica do país. Em suma, a

região Sudeste, que detém cerca de 56%

do Produto Interno Bruto (PIB) nacio-

nal, responde pela oferta de 65% das

vagas abertas, um percentual que tem

aumentado acima do crescimento da

população e do próprio Brasil para

atender a uma demanda reprimida.

Divulgada em novembro, a pesquisa

do Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA), em parceria com a

Universidade de São Paulo (USP) e a

Associação Brasileira de Desenvolvi-

mento Industrial (ABDI) sobre a mão

de obra de Engenharia no Brasil

aponta que não há risco de apagão ge-

neralizado, ainda que existam sinais de

pressões de curto prazo no mercado

de trabalho.

Demanda por engenheiros depende da econômica nacional

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 34

Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

35

A expectativa é de que, até 2020, o

número de engenheiros demandados

pelo mercado de trabalho brasileiro

varie entre 600 mil e 1,15 milhão, de-

pendendo do cenário econômico.

Esse é o principal motivo para inves-

tir na formação desses profissionais.

Foram analisados os mercados nas

oito maiores regiões metropolitanas

do país. A situação é mais crítica em

Recife, Fortaleza e Distrito Federal

apresentam uma demanda acima da

oferta de mão obra especializada.

Confirmando os dados do IBGE, nas

duas maiores cidades - São Paulo e

Rio de Janeiro – ainda não faltam

profissionais, mas a quantidade de en-

genheiros merece atenção.

O texto, de autoria dos pesquisado-

res da USP, Mario Sérgio Salerno,

Leonardo Melo Lins, Bruno Cesar

Pino Oliveira de Araujo, Leonardo

Augusto Vasconcelos Gomes, Demé-

trio Toledo e Paulo Meyer Nasci-

mento, do IPEA, indica que, em

termos quantitativos, as pressões

tendem a ser resolvidas com a am-

pliação da oferta de novos profissio-

nais. Um facilitador é que a atração

dos estudantes que ingressam na uni-

versidade pelos cursos tem se man-

tido aquecida nos últimos cinco anos.

A pesquisa aponta quatro dimensões

que podem explicar a percepção de

alguns agentes econômicos sobre es-

cassez de mão-de-obra em Engenha-

ria: a qualidade dos engenheiros

formados, uma vez que a evolução na

quantidade não foi acompanhada pela

mesma evolução na qualidade. Há,

ainda, o hiato geracional, o que difi-

culta a contratação de profissionais

experientes para liderar projetos e

obras.

Nesse aspecto, é preciso lembrar

que, após décadas de retração, pou-

cos foram os estudantes que busca-

ram a Engenharia como profissão. O

déficits em competências específicas

e em regiões localizadas como as ci-

dades do interior do país e as regiões

Norte e Nordeste, por exemplo,

também devem ser considerados

como fator de peso.

Por outro lado, os autores alertam

para o fato de que a inexistência de

gargalos não torna desnecessária a

ampliação dos investimentos no en-

sino de Engenharia, particularmente

nas universidades públicas. Como

área de conhecimento estreitamente

ligada ao desenvolvimento econômico

dos países e à inovação, a atividade

deve ser continuamente valorizada.

Basta lembrar que, mesmo com o in-

cremento já registrado, o número de

engenheiros por habitante ou por for-

mandos no ensino superior ainda é

baixo.

O texto trouxe, ainda, a evolução do

salário médio dos engenheiros em

relação aos dos demais profissionais

com educação de nível superior,

com valores sistematicamente acima

dos demais empregados com esco-

laridade superior. Entre 2000 e 2009,

os setores que mais apresentaram

elevação do salário pago a esses

profissionais foram os de cimento,

álcool, artefatos de couro e calçados,

serviços imobiliários e aluguel e

Construção.

Sudeste responde por56% do PIB nacional, e 65% das vagas deengenharias

381% de aumentodas matrículaspara cursos deEngenharia, em 12 anos

40 mil

engenheiros

formam todo

ano no Brasil

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:21 Page 35

Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

36

Cada país encontra uma razão para

incentivar o uso de energias reno-

váveis. Para o Ph.D. em Engenharia

Elétrica pela Universidade de

Notre Dame (EUA) , membro da

Academia Nacional de Engenharia

dos Estados Unidos, diretor emé-

rito do Laboratório Nacional de

Energia Renovável e professor con-

vidado da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais (PUC

Minas), Lawrence Kazmerski, o in-

tercâmbio de experiências é funda-

mental para que outras economias

também enfrentem os desafios na-

turais da implantação de sistemas

inovadores como esses.

Ele esteve em Belo Horizonte entre

novembro e dezembro para uma

série de atividades do Grupo de Es-

tudos em Energia (Green) do Insti-

tuto Politécnico da universidade e

falou sobre os desafios dos países

para o uso de energias renováveis.

A Europa, por exemplo, tem sido

líder na oferta de incentivos finan-

ceiros para que os consumidores

instalem e usem as energias solar

e eólica. Especificamente na Alema-

nha, o governo não se envolve na

questão e é a população que paga

pela oferta do serviço, por meio de

um modesto aumento na fatura de

energia elétrica.

O acidente Fukishima é o que tem

motivado o Japão a investir cada

vez mais em energia solar. Em con-

trapartida, o governo não está for-

necendo incentivos ou fazendo

investimentos para compensar as

perdas de energia decorrentes do

encerramento das atividades das

outras instalações nucleares.

Já nos Estados Unidos, os incenti-

vos vêm principalmente dos gover-

nos estaduais, com crescimento de

82% em 2012 ante o exercício an-

terior e previsão de 100% para

este ano. O líder é a Califórnia,

com os maiores aportes em ener-

gia solar fotovoltaica, Wind-e e veí-

culos elétricos, térmico-solares e

biocombustíveis. “Todo esse cres-

cimento mundial em energia solar

fotovoltaica é principalmente de-

vido à queda incrível no preço do

módulo de que placas, que caiu de

US$ 2,50 watt para US $ 0.70/watt

em apenas dois anos”, relata.

E tudo isso foi possível graças à

China, que tem se firmado como o

maior responsável pela fabricação

das placas. Note-se que cerca de

90% do PV instalado é no mundo

desenvolvido e ligado em rede.

Além de abastecer o mercado in-

ternacional, esse país também tem

programas próprios para o uso da

energia eólica e solar, de forma a

reduzir a dependência do carvão,

que é muito poluente. “Deve-se

notar, também, que todos os

municípios envolvidos iniciaram

programas de educação bastante

substancial em pesquisa e de-

senvolvimento (P&D) e projetos

de qualificação da mão de obra.

Segundo o professor, o Oriente

Médio está investido muito em

energia solar. Embora tenha reser-

vas substanciais de petróleo, a Ará-

bia Saudita tem um programa para

ter 41GW de energia solar até

2025. Por quê? Para preservar o

seu petróleo e não ter que gerar

sua própria eletricidade usando os

combustíveis fósseis enquanto re-

cursos limitados e, também por

isso, valiosos.

ENGENHARIA | ENERGIA

Uso de energias renováveisaumenta em todo o mundo

Lawrence Kazmerski, Ph.D. em

Engenharia Elétrica pela Universidade

de Notre Dame (EUA) e professor

convidado da PUC Minas

Colocar sempre a qualidade de vida dos seus cliente

diferenciados em tudo: na localização, nos projetos

e nas condições de pagamento. Atuar na preservaç

educação. É por pensar e agir assim que, hoje, a MR

de Minas e do Brasil. Um orgulho que a gente faz qu

30 mil colaboradores. De coração.

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4004-9000mrv.com.br

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:22 Page 36

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

Colocar sempre a qualidade de vida dos seus clientes em primeiro lugar, oferecendo empreendimentos

diferenciados em tudo: na localização, nos projetos, nas fachadas, nas opções de lazer, no paisagismo

e nas condições de pagamento. Atuar na preservação do meio ambiente e no incentivo ao esporte e à

educação. É por pensar e agir assim que, hoje, a MRV é uma das marcas mais lembradas e prestigiadas

de Minas e do Brasil. Um orgulho que a gente faz questão de dividir com cada um dos nossos mais de

30 mil colaboradores. De coração.

o coração dos brasileiros.

A MRV construiu sua trajetória num lugar com

localização privilegiada:

Foto

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4004-9000mrv.com.br

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:22 Page 37

Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

PARCERIAS IN

UNIDBELO HORIZONTE | BRASÍLIA

www.biinternational.co

UNIDADE BELO HORIZONTEAv. Bernardo Monteiro, 1199, Funcionários

Turmas abertas 2014 Executive MBA eGestão Estratégica em Minera

O Epride em O Bins

Bernardo Monteiro,.vAAvUNIDADE BELO HORIZONTE

Funcionários 1199, Bernardo Monteiro,UNIDADE BELO HORIZONTE

insO B

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Bernardo Monteiro,.vAAv

Funcionários 1199, Bernardo Monteiro,

.biinternawwwBELO HORIZONTE | BRASÍLIA

ARCERIAS INP

ins

tional.co.biinterna| BRASÍLIA

UNID

ins

ins

38

A estratégia visa, ainda, reduzir as

emissões de carbono. A Índia tam-

bém está apostando em um futuro

solar com a Missão Nehru Solar,

com meta de gerar 20 GW em

2022 e 2 GW adicionais de remota,

a energia de rede.

O Brasil tem alguns dos melhores

recursos solares do mundo, como

afirma Kazmerski. Há, também, in-

vestimentos significativos em hi-

droeletricidade, bioenergia e energia

eólica. Já a energia solar está posi-

cionada na quarta posição. “Agora é

o momento perfeito para esse in-

vestimento com queda de preços da

energia fotovoltaica e outros produ-

tos de energia solar, pesquisas na

área, crescente interesse da comu-

nidade internacional em investimen-

tos no país e, ainda, o aumento da

demanda por eletricidade, tanto

pela população quanto pelo setor

produtivo”, listou.

Nesse contexto, o Brasil tem visão

de futuro e prova disso são as ins-

talações nos estádios que vão re-

ceber a Copa do Mundo de 2014,

como ressalta o professor. No en-

tanto, é preciso fazer mais para de-

mocratizar o acesso às energias

renováveis. “Se você considerar os

perigos para as próximas gerações

com a devastação potencial da mu-

dança climática global que já está

acontecendo e que os recursos

energéticos tradicionais estão dimi-

nuindo, o futuro energético susten-

tável será baseado em energia

limpa”, aponta.

O avanço e a aceitação das tecno-

logias de geração de energia reno-

váveis, o que aumenta a expectativa

pela aceitação desse produto não

como algo alternativo, mas como

um produto real e perfeitamente in-

tegrado à infraestrutura. Seja solar,

eólica ou bioenergia, a aplicação

dessas formas de energia estão

crescendo para segmentos como

transporte, eletricidade e combustí-

veis etc. “Temos um caminho a per-

correr, mas os nossos melhores

recursos - nossos jovens cientistas

e engenheiros - vão fazer essa ver-

dadeira energia renovável porque

eles sabem o que o nosso futuro

deve ser semelhante e que a melhor

maneira de trazer esse futuro é

criá-lo “, conclui.

ENGENHARIA | ENERGIA

“Temos um caminho a

percorrer, mas os nossos

melhores recursos - nossos

jovens cientistas e engenheiros

- vão fazer essa verdadeira

energia renovável porque eles

sabem o que o nosso futuro

deve ser semelhante e que a

melhor maneira de trazer esse

futuro é criá-lo”

Lawrence Kazmerski

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:23 Page 38

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

PARCERIAS INTERNACIONAIS

UNIDADES BELO HORIZONTE | BRASÍLIA | SÃO PAULO | RIBEIRÃO PRETO

www.biinternational.com.br - (31) 3517-5400

UNIDADE BELO HORIZONTEAv. Bernardo Monteiro, 1199, Funcionários

Turmas abertas 2014 Executive MBA em Gestão Estratégica em Mineração

O Executive MBA em Gestão Estratégica em Mineração tem por objetivo principal formar profissionais de alta performance para análise e gestão de empreendimentos na área mineral, com base nos mercados atuais e em suas perspectivas futuras. O B.I. International já tem 4 turmas do curso em andamento e está com inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.

Bernardo Monteiro,.vAAvUNIDADE BELO HORIZONTE

Funcionários 1199, Bernardo Monteiro,UNIDADE BELO HORIZONTE

inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.O B.I. International já tem 4 turmas do curso em andamento e está com

em suas perspectivas futuras.de empreendimentos na área mineral, com base nos mercados atuais e principal formar profissionais de alta performance para análise e gestão O Executive MBA em Gestão Estratégica em Mineração tem por objetivo

inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.O B.I. International já tem 4 turmas do curso em andamento e está com

em suas perspectivas futuras.de empreendimentos na área mineral, com base nos mercados atuais e principal formar profissionais de alta performance para análise e gestão O Executive MBA em Gestão Estratégica em Mineração tem por objetivo

inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.O B.I. International já tem 4 turmas do curso em andamento e está com

de empreendimentos na área mineral, com base nos mercados atuais e principal formar profissionais de alta performance para análise e gestão O Executive MBA em Gestão Estratégica em Mineração tem por objetivo

Bernardo Monteiro,.vAAv

Funcionários 1199, Bernardo Monteiro,

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ARCERIAS INTERNACIONAISP

inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.

(31) 3517-5400 tional.com.br - .biinternaULO | RIBEIRÃO PRETOA| BRASÍLIA | SÃO PPA

UNIDADES

inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.

(31) 3517-5400 ULO | RIBEIRÃO PRETO

inscrições abertas para a turma de 2014. Garanta sua participação.

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:23 Page 39

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

40

Engenheiro eletricista gra-

duado pela Universidade

Federal de Minas Gerais em

1974, o professor José Car-

los Rodrigues de Oliveira, 62 anos, ini-

ciou suas atividades como professor

dois anos após a formatura. Ele rece-

beu um convite para lecionar no De-

partamento de Engenharia Eletrônica,

como professor assistente e, parale-

lamente, cursar o mestrado. Como

tinha interesse em estudar e apren-

der mais aceitou prontamente o de-

safio que o envolveu por 37 anos até

a aposentadoria, neste ano.

Assim como acontece com outros

profissionais, a formação de um pro-

fessor só se efetiva no dia a dia da sala

de aula. E foi assim. No curso de En-

genharia Elétrica, ele deu aula nas dis-

ciplinas de Eletrônica, Sistemas de

Controle e História da Engenharia

Elétrica (participação). Para os alunos

do curso de Engenharia de Controle

e Automação, dedicou-se ao Labora-

tório de Controle, Máquinas Elétricas

e Eletrônica de Potência. José Carlos

de Oliveira também foi orientador de

projetos de conclusão do curso.

Para os estudantes da pós-graduação

em Engenharia Elétrica, ele conduziu

os conteúdos de Sistemas de Con-

trole, Seminários, Acionamentos de

Máquinas Elétricas, Observadores

para Máquinas de Indução e Progra-

mação em Ambiente Matlab. No Ins-

tituto Católico de Minas Gerais

(ICMG – Coronel Fabriciano), ele deu

aulas de Sistemas de Controle.

Com experiência acumulada, ele tam-

bém proferiu cursos de aperfeiçoa-

mento e seminários para empresas,

em controle de processos, eletrônica,

acionamento de máquinas elétricas e

montagem automática de placas de

circuito impresso. “Procurei exercer

o magistério com dedicação e ética,

sempre tentando dar o máximo da

minha capacidade de forma coope-

rativa, na contramão do espírito

competitivo e individualista que, in-

felizmente, tem sido o padrão da so-

ciedade”, comenta.

Oliveira tem clareza do poder multi-

plicador da profissão de professor e

da sua responsabilidade como educa-

dor. Para tanto, basta lembrar que ele

contribuiu para a formação de 3,5 mil

engenheiros em sua carreira no ma-

gistério. Como um profissional é o re-

sultado do concurso de muitos, ele

fez a parte que lhe cabia.

Depois de tantos anos de trabalho,

ele andava estressado com correção

de provas e trabalhos. “A pressão

sobre os docentes é muito grande, in-

cluindo orientações, bancas, adminis-

tração acadêmica e de projetos de

pesquisa, relatórios e publicações”,

relata. Apesar do receio em ficar em

casa e deixar a vida passar, ele recor-

reu a textos, conversas, anotou as ati-

vidades que gostaria de fazer e até

buscou ajuda psicológica para conse-

guir se aposentar.

Dessa forma, poderia guardar os bons

momentos vividos como professor.

Entre eles, as vezes em que foi home-

nageado e escolhido paraninfo.

LEGADO SME | JOSÉ CARLOS RODRIGUES DE OLIVEIRA

Convite para estudar e aprender cada vez mais

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Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

41

“Fiz mestrado e doutorado dando

aulas e com muita luta”, relembra.

Também foram marcantes os mo-

mentos em que ele atendeu alunos

que queriam deixar o curso. “Em um

episódio oposto, uma aluna de Enge-

nharia Elétrica descobriu a sua voca-

ção para Comunicação Social, mas

tinha receio de abandonar todo o es-

forço já feito. Pedi a minha irmã jor-

nalista que a orientasse e, hoje, ela

certamente já se formou em Comu-

nicação”, ressalta.

Outra situação muito cara foi ter al-

guns de seus ex-alunos como profes-

sores do seu casal de filhos, hoje

engenheiros. Oliveira também foi

mestre de filhos de colegas de turma

e/ou de trabalho.

A aposentadoria não o afastou da sala

de aula. “Continuo na UFMG, agora

como Professor Voluntário. Participo

de um Projeto de Ensino, desenvol-

vendo textos e protótipos em escala

reduzida para ensino de Controle e

Instrumentação”, relata. Ele também

pretende trabalhar com consultoria,

por meio de cursos para engenheiros

e professores, em modelagem, simu-

lação, instrumentação e controle de

processos industriais.

Com mais tempo livre, ele tem se de-

dicado à família, aos negócios particu-

lares e, também, a alguns hobbies.

“Pretendo aprofundar minha espiri-

tualidade. Penso em ser voluntário

em sustentabilidade e na inclusão so-

cial de jovens. Quero estudar mais Fi-

losofia da Ciência, História Geral e da

Ciência, bem como manter as habili-

dades em português, inglês e francês.

Planejo viagens internacionais. Gosto

de ler, principalmente literatura e His-

tória. Criarei brevemente um site na

Internet, para divulgar meu trabalho”,

promete. Desde já, afirma que se rea-

lizar a metade dos planos que tem, fi-

caria muito satisfeito.

A experiência que o professor acu-

mulou como professor também foi

usada no mercado. Oliveira foi auxi-

liar de Engenharia na primeira equipe

a aplicar CLPs, nos anos 1970. Oli-

veira também atuou como enge-

nheiro de projetos. “Sempre aliei, na

atividade acadêmica, a base teórica às

atividades de cunho prático. Fiz tra-

balhos de consultoria para empresas

e para a UFMG”, relata.

Aos jovens professores, o mestre dá

uma mensagem clara. “O mundo

mudou para melhor em muitas coi-

sas, e piorou em outras. Mas perma-

necem certos princípios, como os

valores éticos de seriedade, compro-

misso e cooperação, sem os quais

não se poderá seguir adiante. É im-

portante fazer as coisas com paixão,

ir a fundo e procurar nisso a felici-

dade. Gostaria muito que, no Brasil,

os professores fossem mais valoriza-

dos, mas não adianta reclamar desse

ou daquele governo, porque isso vem

é do seio da sociedade, é a família que

molda o caráter dos cidadãos”,

aponta.

José Carlos Rodrigues de Oliveira

professor, engenheiro eletricista

graduado pela UFMG

estudar ada vez mais

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Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

Apesar de todo o otimismo que cerca o

ano de 2014, as previsões econômicas

para o Brasil não seguem na mesma di-

reção. Prova disso é que a meta de cres-

cimento para o período sofreu redução

de 2% para 1,95% logo nos primeiros dias de janeiro

pelo Boletim Focus do Banco Central do Brasil (Bacen).

A estimativa da inflação teve leve queda de 5,98% para

5,97% e a previsão para a taxa de juros Selic foi mantida

em 10,5%, assim como o dólar, em R$ 2,45.

Repetir o cenário econômico de 2013 é a previsão mais

confiável, segundo o coordenador do curso de Econo-

mia do Ibmec Minas, Marcio Antônio Salvato. A falta de

investimentos, a inflação, a elevação da Selic e, ainda, o

endividamento crescente da população são fatores que

combinados, não geram crescimento. “Os setores de Tu-

rismo e Serviços devem puxar o PIB em 2014”, aposta.

Para o professor, a falta de investimentos em 2013 deve

ter reflexos sobre o desempenho do setor produtivo

neste ano. “Investimentos acontecem antes da realização

e da produção. A realidade é que o Brasil não investiu e

perdeu um precioso tempo”, ressalta. A falha foi a falta

de planejamento e implementação pelo governo, sobre-

tudo em relação às obras de infraestrutura e mobilidade

urbana. O resultado foi a declaração do presidente da

Fifa, Joseph Blater, de que o Brasil começou a preparar

o torneio muito tarde.

42

TENDÊNCIAS E MERCADO

Desafios em 2014para a economia brasileira

Márcio Antônio Salvato,

coordenador do curso

de Economia do IBMEC-MG

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Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

43

No entanto, as mesmas obras têm sido apontadas como

essenciais para o projeto de crescimento do país, como

enfatiza o presidente do Sindicato da Indústria da Cons-

trução Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG),

Alberto Salum. “Sem planejamento não se fazem obras e

o nosso setor avisou ao governo”, destaca.

O desempenho da atividade é consequência das opor-

tunidades do governo que projeta e contrata a iniciativa

privada para executar as obras. Segundo o dirigente,

2014 requer cautela já que os governos estaduais e fe-

deral serão afetados diretamente pela legislação eleito-

ral. A expectativa para 2015 também não é das mais

positivas, com tendência a mais retração, independente

de quem ganhar as eleições.

A indústria da construção civil até que começou 2013

com expectativa de crescimento entre 3% e 4%, mas não

atingiu essa meta. Acabou empatando com o PIB nacio-

nal nos 2%. A meta para este ano é de 2,8%. “Não atin-

gimos devido ao cenário macroeconômico. A quantidade

de investimentos previstos não se efetivou, nas áreas de

infraestrutura e mobilidade” explica o vice-presidente

do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado

de Minas Gerais (Sinduscon-MG), André de Souza Lima

Campos.

A burocracia e o modelo de gestão das famílias adotado

pelas prefeituras comprometeram o andamento do pro-

grama “Minha Casa, Minha Vida” que, mesmo assim, con-

tinua a ser uma ótima oportunidade de negócios.

Por outro lado, depois do boom de 2010, quando o

setor registrou incremento de 11%,era natural um pe-

ríodo de acomodação do mercado, para que a atividade

não perca a sua viabilidade. Mesmo assim, as expectativas

são positivas para 2014, principalmente em decorrência

do ano eleitoral, quando os governos aceleram a execu-

ção de obras. “Otimismo com pé no chão”, adianta.

A regra vale para mais de 8,2 mil empresas mineiras,

sendo mais de 300 associadas ao Sindicato.

Depois de um ano fraco, a indústria mineira também

quer reencontrar o “lugar ao sol”, já que Minas Gerais

cresceu menos que o país. O economista da Federação

das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Paulo

Casaca, afirma que, no geral, o setor produziu menos em

2013 que no exercício anterior. Até outubro, a queda foi

de 0,8%, depois de 12 meses com taxa de crescimento.

“Entre os setores que registraram queda de produção está

a indústria extrativa, que teve desempenho ruim no país e,

principalmente, em Minas Gerais, onde tem representativi-

dade maior para a balança comercial”, avalia. A retração do

mercado chinês em relação às comodities é um dos fatores

que explica esse resultado. A indústria metalúrgica também

foi impactada pelo mesmo problema.

No entanto, as mineradoras vão manter os investimen-

tos previstos para voltar a crescer. Em sua sexta edição,

o estudo “As tendências da mineração - As dez principais

questões que as empresas enfrentarão em 2014”, reali-

zado pela Deloitte, aponta que as empresas do setor

André de Souza Lima

Campos, vice-presidente

do Sinduscon-MG

Paulo Casaca,

economista da Fiemg

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devem alterar suas abordagens à redução de custos por

meio da adoção de práticas mais sustentáveis de gestão

de custos.

Uma das consequências desse cenário é que a indústria

mineira contratou 30% menos em 2013 que no ano an-

terior. No total foram 66 mil trabalhadores que ingres-

saram no mercado formal de trabalho.

Na contramão, a indústria de transformação foi a que

mais cresceu em 2013, com índice de 19% no compara-

tivo com o exercício anterior, o que revela que as em-

presas investiram em máquinas e equipamentos para

ganhar competitividade. Para 2014, a indústria de alimen-

tos e bebidas deve ter desempenho positivo, principal-

mente por causa da Copa do Mundo.

“Depois de um ano sem crescimento, é mais fácil crescer

no ano seguinte. A base de 2013 é mais fraca e a expec-

tativa torna-se mais positiva”, aponta o economista. Fe-

nômeno semelhante aconteceu em 2010, no

comparativo com o exercício anterior, quando a crise fi-

nanceira mundial estava no ápice.

O vice-presidente da Fumsoft, Leonardo Fares Menhem,

ressalta que o segmento de Tecnologia da Informação (TI)

tem características específicas já que trata-se de uma ati-

vidade transversal que perpassa todos os outros setores

econômicos. “Se esses setores crescem, a TI cresce

junto”, pontua.

Nesse sentido, as empresas de TI que atendem as em-

presas não alcançaram os resultados pretendidos para

2013. Já aquelas que têm como foco os serviços de

acesso à rede, comércio e varejo podem esperar “bons

ventos” em 2014. Na mesma linha, negócios na web,

mobilidade, desenvolvimento de games e soluções

para o agrobusiness também devem crescer nos pró-

ximos 12 meses.

O otimismo está na ampliação do quadro de trabalha-

dores do setor, como garante o dirigente. Vagas para

engenheiros, analistas de sistemas, técnicos e progra-

madores devem movimentar o mercado em 2014.

Com US$ 60,2 bilhões/ano de faturamento, o Brasil

ocupa o 7º lugar no ranking mundial de TI, atrás de po-

tências como os EUA, China, Japão, UK, Alemanha e

França. Essa cifra projeta o país como responsável por

49,1% do mercado latino americano com destaque para

as atividades ligadas ao hardware (US$ 35,30 bi/ano),

serviços (US$ 15,449 bi/ano) e software (US$ 9,485

bi/ano), segundo o último relatório “Mercado Brasileiro

de Software e Serviços – Panorama e Tendências”,

44

“Depois de um ano sem crescimento, é mais fácil crescer no ano seguinte.

A base de 2013 é mais fraca e a expectativa torna-se mais positiva”

Leonardo Fares Menhem,

vice-presidente da

Fumsoft

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Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

45

da Associação Brasileira das Em-

presas de Software (ABES), que

aponta o cenário dos investimen-

tos de TI no Brasil e no mundo.

O setor de TI de Minas Gerais, o

terceiro estado na economia na-

cional, reúne mais de 5 mil em-

presas, ou seja, 9% do total

nacional, que contratam 33 mil

profissionais. A receita líquida

é de R$ 2,3 bilhões/ano, o que

corresponde a 5% do total nacio-

nal e 1,6% do Produto Interno

Bruto do estado.

Em uma ação pioneira no país, o

setor de TI em Minas tem um de-

safio para os próximos anos: con-

quistar uma posição de destaque

no contexto mundial e colocar

Belo Horizonte em primeiro

lugar no Brasil, ambas as metas a

serem cumpridas até 2022. Em

números isso significa a geração

de 52 mil novos postos de traba-

lho e a multiplicação do fatura-

mento do setor por mais de 4

vezes.

Para alcançar esta meta, o setor

produtivo de TI em Minas Gerais,

representado pela Assespro-MG,

Fumsoft , SINDINFOR e Sucesu

Minas, em parceria com os gover-

nos federal, estadual e da prefei-

tura municipal de Belo

Horizonte se uniram em prol

do programa MGTI.

NO PAÍS

O setor de petróleo e gás também oferece oportunidades interessantes

para 2014. O anúncio de investimentos em infraestrutura entre 2014-

2016 pelo governo e a aceleração dos editais de concessão e leilões

para a iniciativa privada devem acelerar os setores de logística, energia,

telecomunicações e saneamento.

A Petrobras, responsável por 91% do volume extraído no Brasil, in-

cluindo os campos onde tem parceria com empresas privadas vai iniciar

operações em sete plataformas ao longo de 2014. A previsão para o

primeiro semestre é incrementar em 500 mil barris diários a produção

por meio de três novas unidades.

No apagar das luzes de 2013, a companhia iniciou as atividades da P-55,

no campo de Roncador, que também contribuirá com o incremento da

produção ao longo de 2014. Para analistas, o Brasil deve fechar o ano

com alta no volume de petróleo produzido pela primeira vez desde

2011.

De acordo com as projeções da estatal, a produção de petróleo co-

meçará a crescer em ritmo mais acelerado a partir de 2016, quando

está prevista a entrada de sete plataformas do pré-sal da Bacia de Santos.

A companhia espera chegar a 2020 com um volume de 4,2 milhões de

barris por dia, dobrando a produção no período.

Depois de fechar 2013 com R$ 11 bilhões em investimentos, a Eletro-

bras deve chegar à marca dos R$ 13 bilhões neste ano. No período, 160

mil novos consumidores estarão contectados ao sistema de energia.

Até 2017 a estatal deve investir R$ 52,5 bilhões entre aportes já con-

tratados de R$ 32,1 bilhões e novos, de R$ 20,3 bilhões em geração,

transmissão e distribuição.

A empresa enfrenta o desafio de reduzir custos em 30% até 2015. Dos

funcionários, 4,4 mil já aderiram ao programa de desligamento. Esse nú-

mero pode chegar a 5 mil, o que corresponde a 20% do total de em-

pregados.

Há, ainda, estudos sobre a possibilidade de ter um endereço único no

Rio de Janeiro para abrigar Eletrobras, Furnas e Eletropar, como parte

da estratégia. O mesmo deve ser feito em Brasília.

A Eletrobras apresentou em 2013 uma carteira de usinas em construção,

entre empreendimento próprios ou em parcerias que totalizaram 23 mil

megawatts, 12 mil deles pertencentes à empresa.

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46

NOVOS ENGENHEIROS | THALES GONÇALVES COSTA

Como outras decisões da vida, a es-

colha da carreira não pode ser mo-

vida apenas a paixão. Com os

cursos de Engenharia em alta, pro-

fissionais que, anteriormente, opta-

ram por outras áreas estão retornando à sala de

aula para realizar sonhos deixados para trás em

função do mercado de trabalho ou mesmo investir

na segunda carreira para complementar a primeira.

Esse é o caso do administrador de empresas e se-

cretário de Desenvolvimento Sustentável da Pre-

feitura de Congonhas, Thales Gonçalves Costa.

Aos 37 anos, ele decidiu retornar à faculdade pela

Uniube – Polo BH – para estudar Engenharia

Civil. Ele deve se formar em 2017, conforme pre-

visão inicial do curso que é oferecido na modali-

dade de Educação a Distância (EAD), com cinco

anos de duração e, ainda, 4.660 horas/aula.

“A decisão surgiu a partir de vários motivos que

acredito serem essenciais para o meu planejamento

pessoal e profissional. Entre eles gostaria de desta-

car os desafios que surgiram durante minha traje-

tória profissional, como por exemplo, a necessidade

de conhecimentos técnicos necessários para gerir

projetos civis, ambientais e urbanos”, afirma o se-

cretário que responde pela importante tarefa de

assegurar que o desenvolvimento da cidade histó-

rica de Congonhas seja sustentável do ponto de

vista econômico, social e ambiental.

Com isso, a exigência de qualificação técnica do

gestor público tem aumentado consideravel-

mente, como explica Thales Costa. O município

de Congonhas passa um momento de cresci-

mento ímpar em sua história, sendo apontada

como uma dos mais importantes regiões mine-

radoras do país. “Os conhecimentos adquiridos

no curso de Engenharia são exigidos o tempo

todo e nas mais diversas formas. Como exem-

plo: o atendimento a empresas, relações mine-

rais, políticas públicas, industriais e ambientais”,

enumera.

Além de compreender as demandas e dialo-

gar com o público externo, a Engenharia tem

permitido que o secretário também entenda

melhor as decisões técnicas adotadas pela

equipe de engenheiros do órgão que geren-

cia. Assim, é possível encaminhar soluções

tecnicamente apropriadas para atender as ne-

cessidades da cidade e da sua população.

Por isso, a escolha pelo curso foi positiva. “A En-

genharia foi uma das primeiras ramificações da

ciência mãe “Filosofia”, mas no Brasil, a nobreza

de sua concepção surgiu durante o período da

revolução industrial. Uma definição bem genera-

lizada desta profissão poderia ser que a Enge-

nharia é a ciência que constrói o mundo”,

reconhece o futuro engenheiro.

Administrador de empresas se rende aoestudo da Engenharia

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Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

47

Uma carreira não exclui a outra. Ao

contrário, abre possibilidades. O

secretário admite que tenha proje-

tos para os dois segmentos. “Acre-

dito que os conhecimentos que

adquiro como gestor público e

agora como engenheiro se comple-

tam. Da mesma forma que para um

gestor público o curso de enge-

nheira é muito importante, para

um engenheiro a experiência em

gestão pública também poderá aju-

dar muito”, avalia.

Costa acredita que a profissionali-

zação dos gestores públicos serve

como estímulo para a migração de

engenheiros para Congonhas. A ci-

dade também tem feito o “para

casa”, ao investir em frentes para-

lelas de negócios além da minera-

ção, o que, por si só, aumenta o

mercado de trabalho para esses

profissionais.

Atualmente, como acontece nas

cidades de médio porte do inte-

rior do país, faltam engenheiros de

diversas áreas para atender as de-

mandas de Congonhas, nas áreas

industrial, mineral, metalúrgica, sa-

nitária, florestal, construção civil,

elétrica e mecânica. Tudo, no en-

tanto, depende de oportunidades.

Com pouco mais de 51 mil habi-

tantes, o município guarda, além da

riqueza do minério de ferro do seu

subsolo, um patrimônio cultural da

humanidade que é o Santuário do

Bom Jesus de Matozinhos, obra de

Aleijadinho e Manuel da Costa At-

haíde, entre outros. O projeto foi

executado entre os séculos XVIII

e XIX.

““A Engenharia foi uma das primeiras ramificações da ciência mãe “Filosofia”,

mas no Brasil, a nobreza de sua concepção surgiu durante o período da

revolução industrial. Uma definição bem generalizada desta profissão

poderia ser que a Engenharia é a ciência que constrói o mundo.

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48

ARTIGO

Carro movido a fermento

A descoberta do fogo, da roda e da ala-

vanca ainda na pré-história é consis-

tente com a moderna definição da

Engenharia. Utilizando os princípios bá-

sicos da Mecânica para o desenvolvi-

mento de ferramentas e utensílios.

A palavra “engenho” tem origem

muito antiga, vinda do latim “ingenium”

que também significa “gênio”, uma qua-

lidade natural e mental. Podemos assim

concluir que a Engenharia, como arte

de criar, engenhar, pensar sonhar existe

desde os primeiros registro da exis-

tência de seres humanos na terra.

Engenharia, por tanto, é uma ciência e

como tal é produção de conheci-

mento, capacidade criativa e talento.

O profissional dotado destes atribu-

tos e munido dos conhecimentos

científicos e matemáticos é o que

podemos denominar de Engenheiro.

A capacidade de criar, engenhar é

pré-requisito importantíssimo para o

desenvolvimento da profissão.

Foi pensando neste princípio, que o

Instituto de Ciências Exatas do Centro

Universitário Newton Paiva através

de seu colegiado, instituiu o trabalho

prático como avaliação de final de se-

mestre para todos os alunos do pri-

meiro período dos cursos de

engenharias. A ideia surgiu em 2009,

quando da implantação dos cursos. Vá-

rios temas já foram desenvolvidos nas

diversas áreas do conhecimento e para

o primeiro semestre de 2013, o tema

escolhido foi a construção de um

“Carro Anfíbio”.

Após aprender os conteúdos teóricos

em sala de aula como: criatividade, pro-

jeto, modelagem, simulação e final-

mente a otimização, o aluno recebe

com aproximadamente um mês que

antecede a avaliação final o tema

com regulamento e um pré-projeto.

O objetivo principal desta atividade é

despertar no aluno a capacidade cria-

tiva, crítica, trabalho em grupo, em-

preendedora além de atender as

Diretrizes Curriculares Nacionais dos

cursos de Engenharia.

O Carro Anfíbio que tem como obje-

tivo percorrer uma pista de 5,0 metros

de comprimento por 0,45 metros de

largura. A pista foi construída de alu-

mínio, chapa nº 24, sendo que nos pri-

meiros 2,50 metros é uma aclive com

inclinação de aproximadamente 20

graus e o restante da pista é plana

contendo água com 15,0 cm de lâmina.

Para obter pontuação, o carro de-

verá percorrer no mínimo 4,30 me-

tros sem sair da pista. A partir do

KM 4,30, a nota será dada em função

do desempenho do carro. A nota

máxima é 40 pontos para o carro

que chegar ao KM 5,0.

O material básico utilizado e permi-

tido pelo regulamento: Garrafa pete,

isopor, cola, barbante, fita adesiva, fer-

mento da marca Royal, aditivo para ra-

diador, gominha, tubo látex de

borracha nº 200 (garrote ou man-

guito), rolinho de cabelo, grampo de

cabelo, palito picolé retangular, espeto

para churrasco.

Cada grupo foi formado por cinco

alunos que após discutirem entre

eles, desenvolveram o modelo, si-

mularam e otimizaram a engenhoca.

Foi concedido a cada grupo a opor-

tunidade de conhecer a pista e fazer

tres Teste Driver para posterior

apresentar o equipamento para a

avaliação final valendo 40 pontos

Para fazer o carro movimentar, subir a

rampa e navegar na água os alunos po-

deria usar a gominha ou o tubo látex

para fazer a tração nos eixos. Porém,

o modelo mais utilizado pelos grupos,

foi com o uso do fermento da marca

Royal combinado com o aditivo para

radiador. Neste modelo, os alunos cria-

ram um tanque na parte trazeira do

veiculo, faziam a mistura na proporção

exata, balançava o carro, provocando

gases que impulsionava-o para frente.

No resultado final, constou que apro-

ximadamente 50% dos alunos não

conseguiram a pontuação necessária

para a aprovação na disciplina e tive-

ram que aprimorar o carro no período

de recuperação para apresentá-lo pos-

teriormente. Ao final, aproximada-

mente 5% foram reprovados.

Léu Soares de Oliveira

Léu Soares de Oliveira é Membro da Co-

missão Técnica de Educação da SME e Pro-

fessor dos cursos de Engenharia do Centro

Universitário Newton Paiva.

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50

A zona central de Belo Horizonte encontra-se densa-

mente urbanizada e tem o maior valor de metro qua-

drado do mercado imobiliário atraindo investidores e

construtoras, principalmente por causa de seu alto

coeficiente de aproveitamento, que é o maior da capi-

tal, entre outros parâmetros urbanísticos que favore-

cem o melhor aproveitamento do terreno.

Ocorre que na busca por terrenos nestas áreas, casas

e sobrados antigos são demolidos, para darem lugar a

edifícios. Estes terrenos, resultado de demolições, são

rodeados por edificações, muitas delas antigas.

A Lei 7166/96 de Uso e Ocupação do Solo de Belo

Horizonte, privilegia a ocupação do subsolo quando

diz em seu artigo 46 que não são computadas como

áreas construídas as áreas destinadas a estacionamento

de veículos e as destinadas a lazer e recreação, tor-

nando atrativa a construção de garagens nos subsolos

para que não se perca potencial construtivo devido a

outros parâmetros urbanísticos como afastamento la-

teral e altura na divisa.

O resultado disto são as escavações e contenções ad-

jacentes a terrenos edificados para se atingir o nível do

terreno para a execução de subsolos, já que em alguns

casos pode-se ter múltiplos andares abaixo do nível da

rua por causa dos fatores já elencados.

Embora exista tecnologia para a execução de escavações e

contenções será que atualmente ela atende as necessidades

de construtoras e dos vizinhos no entorno destas obras?

Diversos equipamentos têm grandes dimensões,

falta de mobilidade e de precisão que estas conten-

ções requerem, pois são realizadas na divisa incen-

tivadas pelo nível de referência da altura na divisa

previsto na Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo

Horizonte.

O resultado é que são realizadas contenções de forma

empírica utilizando-se métodos que não foram nem

mesmo adaptados para as atuais condições de adensa-

mento no entorno da obra. Para não deixar de citar

um método, a cravação de estacas na divisa, através de

bate-estacas, tem se mostrado ineficiente dentre ou-

tros motivos por causa da dificuldade de verticalidade

da estaca, da distância entre a estaca e o terreno vizi-

nho que provoca o reassentamento do terreno e re-

calques em fundações das edificações adjacentes

provocadas pelas vibrações excessivas, principalmente

das fundações rasas.

Diante desta nova realidade vivida pelos engenheiros,

ou seja, a execução de obras com níveis de subsolo na

divisa de terrenos edificados, faz-se necessário repen-

sarmos sobre as técnicas a utilizar e não menos im-

portante que isto, sobre as etapas para sua execução.

O estudo do solo, a influência da profundidade do len-

çol freático, a época do ano mais adequada para exe-

cução, a vistoria dos imóveis adjacentes com

levantamento do tipo de fundação, se tem subsolo ou

não e qual o tipo de estrutura destes imóveis.

INFRAESTRUTURA URBANA

Lincoln Dias Oliveira

Preocupações com escavações e contenções em áreas densamente urbanizadas

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Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

51

As consequências para os imóveis vizi-

nhos vão desde fissuras até desabamen-

tos, inclusive de prédios. Verifica-se que

muitas vezes existe uma postura de acei-

tação destes fatos como normais, pelas

construtoras e pelos engenheiros que só

se dão conta de sua importância diante

de um prejuízo financeiro ou da perda de

vidas.

Deve-se realizar vistoria nos imóveis vi-

zinhos à obra, para se determinar o tipo

de fundação destes imóveis, sua profun-

didade em relação à escavação preten-

dida, se existe subsolo e em que nível

estaria ele em relação à obra e para se

mensurar a sobrecarga sobre o terreno

da obra e eventuais riscos como centrais

de gás, por exemplo.

Com relação à sondagem do terreno,

seria o melhor método o SPT? O SPT

identifica a real profundidade do lençol

freático? A quantidade de furos prescrita

em norma seria o suficiente para este

tipo de obra? Existem métodos e equi-

pamentos adequados para a realização

deste tipo de contenção em áreas den-

samente urbanizadas? Qual a causa das

patologias ocorridas como fissuras, re-

calques e inclusive desabamentos? Se-

riam fruto da intervenção no lençol

freático, do método executivo, dos

equipamentos utilizados ou uma soma

destes fatores?

Verifica-se que neste tipo de obra exige-

se um acompanhamento mais rigoroso

do responsável técnico pela obra sendo

necessário criar métodos de acompa-

nhamento mais planejados com registros

próprios onde se possam definir ações

corretivas para os problemas que pos-

sam surgir na execução.

Identificar as patologias por ventura

advindas deste tipo de obra, suas causas,

os efeitos, as ações de intervenção pode

significar o sucesso ou fracasso do pró-

prio empreendimento.

Lincoln Dias Oliveira

Engenheiro civil e

Vice-presidente da Comissão

Técnica de Construção

Civil e Urbanismo

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Page 52: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

52

INFORME | OI

Presente em 796 municípios mi-

neiros (total de sua área de con-

cessão – 93% do Estado), a Oi

está investindo R$ 675 milhões

em Minas Gerais este ano. O

valor está sendo utilizado na ex-

pansão e melhoria da infraestru-

tura, na adoção de novas

tecnologias e na melhoria de pro-

cessos, para assegurar a qualidade

no atendimento e na prestação

dos serviços oferecidos aos clien-

tes. Os recursos também estão

sendo aplicados na instalação de

novas portas Oi Velox, de acesso

à internet banda larga, instalação

de antenas 3G, além de reforço

de antenas 2G e implantação de

4G. Desde 2008, a companhia já

investiu em Minas cerca de R$ 2,9

bilhões. Na telefonia fixa, a Oi

possui 2,5 milhões de terminais

em serviço em Minas, sendo 77

mil telefones de uso público.

A empresa é um dos quatro

maiores recolhedores de ICMS

no estado, contribuindo com R$

1,09 bilhão por ano, em média.

Oi Velox

Na banda larga, a estimativa da Oi

é chegar ao final do ano com 1

milhão e 525 mil portas instala-

das no estado (portas são os

equipamentos de acesso à inter-

net banda larga). Alem disso, a

companhia já disponibiliza ofertas

Oi Velox nos moldes do Plano

Nacional de Banda Larga (PNBL)

em 491 municípios mineiros.

Ainda como parte das iniciativas

da Oi para ampliar o acesso à

banda larga em Minas, a compa-

nhia também disponibilizou o

acesso à internet a 6.314 unida-

des de ensino público de locali-

dades urbanas do estado por

meio do programa Banda Larga

nas Escolas.

Oi WiFi

Em outubro, a Oi alcançou 62.096

pontos de acesso à sua rede wi-fi

em Minas Gerais. A companhia

vem investindo neste segmento

com objetivo de reforçar o seu

posicionamento de operadora

convergente, que oferece a expe-

riência de internet mais completa

para o cliente, com banda larga

fixa e móvel. O presidente da Oi,

Zeinal Bava, anunciou que a rede

Oi WiFi alcançará a marca de 500

mil pontos de acesso em todo o

Brasil até o fim deste ano. Zeinal

destacou que o serviço da Oi de

acesso à internet por meio da

rede Oi WiFi já conta com 319

mil hotspots, o que consolida a

companhia na posição de líder em

wi-fi no Brasil.

Lojas próprias

A Oi já possui 14 lojas próprias

em Minas Gerais. No estado, a

primeira loja da Oi foi inaugurada

em maio de 2012, no Shopping

Estação BH. A Oi possui lojas

próprias funcionando em Belo

Horizonte, Uberlândia, Uberaba,

Ipatinga e Sete Lagoas, Até o final

do ano, será inaugurada a 15ª loja,

em Contagem.

Oi investe R$ 670 milhõesem Minas Gerais em 2013

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54

Cultura e Educação

O Oi Futuro, instituto de responsa-

bilidade social da Oi, mantém em

Belo Horizonte um espaço cultural

completo, abrangendo o Museu das

Telecomunicações, o Teatro Oi Fu-

turo Klauss Vianna, com capacidade

para 330 lugares, e duas galerias de

arte (Galeria de Artes Visuais e Ga-

leria de Artes Gráficas e Fotojorna-

lismo), além de um Multiespaço,

utilizado para pequenos eventos e

para exibição de filmes pelo Cine-

clube Oi Futuro.

Completamente reformulado, o

Museu das Telecomunicações apre-

senta desde fevereiro novas atrações

interativas e recursos tecnológicos

de última geração. O espaço passou

por uma grande reforma, substi-

tuindo placas iconográficas por ta-

blets e ganhando equipamentos

ativados por gestos e sensíveis ao

toque. O resultado é uma

nova experiência para os

visitantes.

O Oi Futuro também

mantém em Minas Gerais

a Oi Kabum! Escola de

Artes e Tecnologia, com o objetivo

de permitir que jovens de 14 a 24

anos, estudantes egressos das escolas

públicas da Região Metropolitana, de-

senvolvam competências para lidar

com variados aspectos da tecnologia

e das artes, por meio do acesso ir-

restrito às redes e da autonomia

para produzir informação, arte e cul-

tura em cursos e oficinas.

A Oi Kabum! BH, que funciona no

Plug Minas, núcleo de cultura criado

pelo governo do estado, acaba de re-

ceber a certificação do Ministério da

Educação e da Secretaria de Estado

da Educação que a qualifica como es-

cola técnica. O reconhecimento ao

programa de educação do instituto

de responsabilidade social da Oi que

já formou cerca de 900 jovens de co-

munidades populares em dez anos

de atuação, em quatro grandes capi-

tais do país – além de Belo Hori-

zonte, Rio de Janeiro, Recife e

Salvador – representa um grande

passo para a instituição.

A Oi Kabum! em Belo Horizonte

oferece os cursos de Design Gráfico,

Web Design, Computação Gráfica,

Vídeo e Fotografia a jovens morado-

res de comunidades populares urba-

nas, de 16 a 22 anos. A formação tem

duração de 18 meses e é voltada a

estudantes ou jovens formados na

rede pública de ensino.

O Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi, mantém em Belo Horizonte

um espaço cultural completo, abrangendo o Museu das Telecomunicações, o Teatro

Oi Futuro Klauss Vianna e duas galerias de arte (Galeria de Artes Visuais e Galeria de

Artes Gráficas e Fotojornalismo)

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Page 56: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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Uma publicação da Sociedade

56

Projeto Click

O Projeto Click, considerado a espinha dorsal do

plano de transformação das operações da Oi, teve

início em setembro de 2013, em Belo Horizonte,

Minas Gerais, e em outubro foi lançado em Pernam-

buco. Também já está sendo implantado em Maceió

e Natal e em dezembro deverá chegar a Fortaleza.

A expectativa é de que esteja concluído em 2014. A

ClickSoftware’s – multinacional especializada no for-

necimento de soluções para gestão e otimização de

força de trabalho de campo na indústria de serviços

– foi a empresa escolhida para implementar o pro-

jeto. Nas cidades onde o projeto já foi implantado, já

se verifica melhora nos indicadores de produtividade.

Em Belo Horizonte, a primeira região a receber o

projeto foi a Leste, que abrange 52 bairros, entre eles

alguns bastante tradicionais e populosos, como Ci-

dade Nova, Santa Tereza, Floresta, Santa Efigênia e

São Gabriel. Hoje, toda a área de atuação da em-

presa no estado já está atendida pelo projeto. No

total, 2.800 técnicos foram treinados em Minas para

usar a nova ferramenta de gestão das equipes de

campo, que possibilita mais agilidade no atendimento

ao cliente. O projeto Click terá 30 mil técnicos en-

volvidos em todo o Brasil. O WFM cobrirá o atendi-

mento dos serviços de banda larga, telefonia fixa, TV

(DTH) e telefonia pública. Com a nova ferramenta,

será possível otimizar a rota de atendimento, dando

mais autonomia aos técnicos, com a redução no

tempo de viagem, melhor controle dos compromis-

sos e diminuição das falhas dos agendamentos.

Novos produtos

Um dos principais lançamentos realizados pela com-

panhia este ano é o Oi Galera, produto voltado prio-

ritariamente para o público jovem. A iniciativa está

focada em um produto fundamentado no uso de ser-

viços de internet móvel, aplicativos e SMS. A Oi de-

senvolveu o produto a partir de interações com os

colaboradores mais jovens da companhia, valorizando

o capital intelectual interno da empresa, de estudos

com o público jovem externo e de pesquisas de mer-

cado, para entender suas necessidades, identificando

uma galera com valores, percepções e hábitos de

consumo próprios vinculados à conectividade e ao

compartilhamento de experiências. O Oi Galera é o

único plano que oferece serviços de voz, dados, SMS,

música e acesso à maior rede wi-fi do Brasil, pagando

apenas R$ 0,99 pelo dia que usar. O relacionamento

com o publico jovem fortalece o posicionamento da

Oi nesse segmento, já que a companhia é a primeira

marca que vem à cabeça (Top of Mind) de jovens

entre 18 e 25 anos.

O Oi Galera foi desenhado como plano pré-pago,

com foco no acesso à Internet e envio de SMS, ser-

viços identificados como preferências desse público,

além de ligações.

INFORME | OI

RME EDIÇÃO 22_2014_Layout 1 07/02/2014 09:24 Page 56

Page 57: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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Page 58: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

58

LEGADO SME | ESPECIAL

No dia 29 de dezembro de 2013, o

engenheiro civil e ex-presidente da

Sociedade Mineira de Engenhei-

ros (SME), Tárcio Primo Belém

Barbosa, faleceu após sofrer

um infarto do miocárdio.

Ele estava de férias com a

família no Praia Clube de

Araruama, um projeto

particular que, desde o

início, era programa favorito.

Formado pela Escola de Enge-

nharia da Universidade Federal

de Minas Gerais em 1959, ele foi

um dos profissionais mais ativos e

atuantes de sua geração, com extenso

currículo de obras e vasta experiência acumu-

lada nos diversos cargos de gestão na iniciativa privada e

também no serviço público.

O engenheiro que construiu pontes, fóruns, escolas, es-

tradas e edifícios também incluiu, no seu currículo, a obra

da casa em que morou durante décadas, no bairro Serra.

Quanto à experiência como gestor, Tárcio Barbosa foi se-

cretário de Estado de Obras Públicas entre 1981 e 1982,

no governo de Francelino Pereira.

No entanto, sua maior característica foi a admiração in-

condicional pela Engenharia e a defesa veemente dos in-

teresses de seus pares. Por dois mandatos, entre 1975 e

1979, Tárcio Barbosa presidiu a Sociedade Mineira de En-

genharia (SME) e, entre 1982 e 1984, o Conselho Regional

de Engenharia de Minas Gerais (CREA-MG). Ele foi o en-

genheiro responsável pela construção da sede das duas

entidades, a forma que encontrou para valorizar a sua

classe profissional.

Não havia limites para o engenheiro.

Membro do Conselho do CREA-

MG e frequentador assíduo da

programação da SME, ele

tornou-se um profissional

conhecido e admirado

por todos, pela atenção

e interesse que sempre

dispensou aos seus cole-

gas de profissão. Com

isso, manteve-se perma-

nentemente qualificado.

Em 2013, o engenheiro ocu-

pava a cadeira de presidente

da Associação dos Ex-Alunos da

Escola de Engenharia da UFMG, uma

experiência que o manteve ainda mais ativo.

O projeto do Centro de Memória da Engenharia deman-

dou tempo e energia que ele nunca economizou. Seguro

de si e de sua causa, não poupou esforços e pedidos de

ajuda a amigos e empresários.

Sua oratória e capacidade de comunicação também for-

taleceram a imagem de liderança para os engenheiros

mineiros. A rede de relacionamento de Tárcio Barbosa

era muito grande, o que abria oportunidades para fazer

bem e construir um legado de humanidade por todos

os lugares por onde passou.

Colecionador de roupas e de medalhas, o engenheiro que

nasceu em Ouro Preto, recebeu Diploma e Medalha de

Honra da Inconfidência, do Mérito Legislativo e, também,

do Jubileu de Ouro do Sistema Confea – CREA. Entre os

títulos, o de Cidadão Honorário de Belo Horizonte, sem-

pre esteve entre os favoritos.

O engenheiro deixou esposa e quatro filhos.

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Page 59: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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Page 60: Revista Mineira de Engenharia - 22ª Edição

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