Revista Mineira de Engenharia - 2011

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Bons ventos para a matriz energética brasileira Página 36 Ano 2 ‐ Edição 2 ‐ Março 2011 A ENGENHARIA MINEIRA E O PNLT Pág. 32 AS ENCHENTES URBANAS E O PLANEJAMENTO MUNICIPAL Pág.12 ENERGIA EM MINAS Um panorama da energia em Minas Pág. 22 Projeto inovador Cengefer’’ Pág. 41 Leia Mais IMPRESSO ESPECIAL 999 122 55 307- DR/MG SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS CORREIOS IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT

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Revista Mineira de Engenharia - 2011

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Bons ventos para a matrizenergética brasileira

Página 36

Ano 2 ‐ Edição 2 ‐ Março 2011

A ENGENHARIA

MINEIRA E

O PNLT

Pág. 32

AS ENCHENTES URBANAS

E O PLANEJAMENTO

MUNICIPAL

Pág.12

ENERGIA EM MINAS Um panorama da energia

em Minas

Pág. 22

Projeto inovador Cengefer’’ Pág. 41Leia Mais

IMPRESSO ESPECIAL999 122 55 307- DR/MGSOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS

DEVOLUÇÃO GARANTIDA

CORREIOS

CORREIOSIMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT

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Em inúmeras reuniões, vários encontros, contato

pessoal, surge sempre como tema e preocupação principal,

a importância da engenharia e seu ensino. O Brasil está acos-

tumado, na maioria das vezes, às soluções precipitadas,

cobra-se um planejamento adequado e a necessária colabo-

ração de quem é capaz de proporcionar o alinhamento das

ideias e ações prioritárias. Sente-se o dilema de como en-

frentar o desenvolvimento nacional sem a in-

dispensável qualificação dos profissionais

requisitados, face ao abandono cercando sua

formação.

Coloca-se em foco o ensino da en-

genharia, vítima de um processo de deterio-

ração por vários fatores conjugados, entre

eles, o desequilíbrio de uma formação inicial

das mentes infantis, no ensino primário, em

que os professores no mais das vezes, mal

pagos e mal preparados se debatem com a

falta de normas e orientações pedagógicas a

preparar uma base suficiente ao avanço no

terreno do conhecimento em crescente mul-

tidão de crianças. Desta forma, vinda dos cur-

sos secundários com as mesmas distorções, as

universidades recebem uma juventude desconectada, sem os

alicerces próprios à construção do saber aplicável ao pro-

cesso desenvolvimentista. Arriscam aí a sua estabilidade e

conceito, obrigando as empresas a se transformarem em cen-

tros de adequação e preparo dos neos-engenheiros que

preencherão o plantel de colaboradores. Infelizmente, no

Brasil, pela ineficiência do poder público, a educação brasi-

leira abandonou muitas vezes a missão pelo negócio e o

lucro suplantou o aluno como objetivo final.

Outrossim, profissionais altamente qualificados se

afastam dos seus postos de anos de luta, seja em órgãos pú-

blicos ou nas empresas privadas, onde não se proporcionam

oportunidades ou atrativos de transferir sua experiência aos

que estão chegando, muitas vezes inabilitados a uma sequên-

cia lógica de sucessão na linha de frente das expansões e in-

vestimentos a que o Brasil não pode se furtar. Ressalto ainda,

o perigo de nos sujeitarmos às tecnologias impostas por paí-

ses que seriamente cuidam de formar seus jovens e amparar

decisivamente a carreira daqueles que contribuíram para sua

liderança na comunidade das nações.

Na busca voraz de atender às oportunidades de trabalho, ca-

minha-se para uma formação profissional quase, diríamos, "a

toque de caixa", encurtando os cursos e matérias para mais

rapidamente abastecer o mercado. Desdobra-se a engenha-

ria em novas denominações buscando a figura do tecnólogo,

ignorando muitas vezes a necessidade de uma base sólida em

disciplinas aparentemente deslocadas destas titulações, mas

de importância crucial a uma visão holística que todo enge-

nheiro deve ter da amplidão que o seu saber proporciona à

mente inquiridora.

De qualquer forma, o avanço exponencial da tec-

nologia não nos permite ficarmos presos aos padrões do pas-

sado, exige inovação e criatividade para alcançarmos

métodos de aprendizado mais eficazes aos

tempos de hoje. A engenharia é movimento e

renovação permanente, lançados a partir de

conceitos e predicados fundamentais que não

se podem ignorar.

Inúmeros são os desafios que se apresen-

tam à sociedade brasileira, ou melhor, são sem-

pre os mesmos desafios, mas com novas

roupagens, e vez ou outra, açulados na execu-

ção por eventos a satisfazerem nossas vaidades

de nos equipararmos aos melhores do

mundo.

Eis que agora, o sediar uma Copa e uma

Olimpíada provoca um rebuliço financeiro e

especulativo em torno de obras que já deve-

riam existir, e se, necessário, alguns ajustes para receber este

tipo de evento. Hoje tudo gira em torno destes projetos que

não se sabe se ficarão prontos, se serão objetos de acaba-

mentos apressados, o importante é que somos o país da

Copa de 2014 para orgulho nacional e fama de um futebol

que anda perdendo o seu antigo fulgor.

Mas seja como for, se preparamos o Brasil para o

futuro ou para a Copa, uma verdade se impõe: a necessidade

de engenheiros e mão de obra auxiliar especializada para re-

solver os inúmeros problemas das obras e de uma carência

quase absoluta de infraestrutura. Somos um país que forma

cerca de 30 mil engenheiros por ano, enquanto necessitaría-

mos de 65 mil, mesmo assim permanecendo atrás de uma

Coréia com 80 mil formandos e que não tem nossa extensão

territorial, para não falar da China, que ultrapassa os 300 mil.

Necessitamos com urgência rever nossas escolas,

desde o primário, recebendo a prioridade nesta terra tão

necessitada de conhecimento aplicado, onde falar de ciên-

cia e tecnologia e de pesquisa e inovação, é como pregar

no deserto, tão tímidas são nossas reações à solução de-

sejada para ancorar o desenvolvimento industrial, a explo-

são de patentes, a exploração nativa de nossas riquezas e

sua transformação em solo pátrio, tudo aquilo que o bem

estar da sociedade pede e espera. A presença do enge-

nheiro em todas as áreas e atividades é ponto de partida

obrigatório. É hora de fortalecer e renovar o ensino da

engenharia brasileira.

Editorial | Palavra do Presidente

Márcio Damazio Trindade

Presidente da SME

HORA DA ENGENHARIA

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4

PRESIDENTE Márcio Damazio Trindade

VICE - PRESIDENTES

Ailton Ricaldoni Lobo

Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima

Décio Vaz de Mello Silveira

Délcio Antônio Duarte

José Ciro Mota

DIRETORES

Alexandre Rocha Resende

Enil Almeida Bréscia

Ildeu Olyntho de Freitas

José Henrique Diniz

José Nelson de Almeida Machado

Márcio Moreira

Nelson Fonseca Leite

Reynaldo Arthur Ramos Ferreira

Sérgio Menin Teixeira de Souza

Wilson Pereira de Almeida

CONSELHO DELIBERATIVO

Felix Ricardo Gonçalves Moutinho

Fernando Henrique Shüffner Neto

Guy Maria Villela Pascoal

Ivan Ribeiro de Oliveira

João Bosco Silva

João Ricardo Barusso Lafraia

José Luiz Gattás Hallak

Marcos Villela Sant'Anna

Marcus Rocha Duarte

Olavo Machado Júnior

Paulo Safady Simão

Ricardo Vinhas Corrêa da Silva

Shelley de Souza Carneiro

Tárcio Primo Belém Barbosa

Teodomiro Diniz Camargos

CONSELHO FISCAL

Ítalo Aurélio Gaetani

José Carlos Lisboa de Oliveira

Marcos de Vasconcelos Bastos

Werner Cançado Rohlfs

Coordenadora EditorialAlessandra Sardinha

[email protected]

Projeto GráficoDireção de ArteBlog Comunicação e Consultoria

Marcelo Fernandes Távora

Bento Simão 518 - Sao bento -BH/MG

(31) 3309 1036 - 9133 8590

[email protected]

Jornalista Resposnável Alessandra Sardinha

RJP/MG 9.268

Tiragem 6 mil exemplares

Distribuição GratuitaVia Correios

PublicaçãoSME - Sociedade Mineira de Engenheiros

Av. Álvares Cabral, 1600 3ºandar

Santo Agostinho BH/MG - CEP:30170-001

Tel. (31) 3292-3962

Page 5: Revista Mineira de Engenharia - 2011

5

Minas e

Energia

Educação e

inovação

para todos

Enchentes e

Planejamento

Urbano

8

12

Reportagem

da capa

52

Centro de

referência e excelência

em Engenharia

Ferroviária - Cengefer’’

A Engenharia

Mineira e o

PNLT

Í N D I C E

A inovação

vai inovar

no Brasil?

16

Revitalização

do Instituto

de Pesquisa

41

36

22

32

Chuveiro

o vilão da

energia

46

Engenheiro

do ano

50

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6

ART | A Responsabilidade Civil do Engenheiro

ART-0086Por Patrícia Fernandes

LEMBRE-SE!

Ao preencher o campo

“entidade de classe” na ART,

escolha a SME através do có-

digo 0086. Assim, você ajuda

a SME a representar a enge-

nharia e oferecer os melhores

cursos, serviços, convênios e

produtos para você.

De acordo com a Lei Federal 6496 de

07 de dezembro de 1977, todo contrato para

prestação de serviços por engenheiro, agrô-

nomo, geógrafo e meteorologista, seja ele pro-

fissional autônomo ou com vínculo

empregatício, está sujeito à Anotação de Res-

ponsabilidade Técnica - ART.

O documento deve ser preenchido e as-

sinado pelo profissional e pelo seu contratante,

para registro no Conselho Regional de Engenha-

ria, Agronomia - CREA da região onde os servi-

ços serão executados.

Além de ser uma necessidade legal, o

profissional, ao registrar os projetos de sua au-

toria no CREA ao longo da carreira, forma um

acervo técnico de propriedade legal, reconhecido

pelas empresas na análise de seu currículo.

Parte da taxa recolhida para o registro

da ART é destinada à entidade de classe escolhida

por opção do profissional, para aplicação em pro-

jetos de valorização da profissão e do profissio-

nal e de outras atividades associadas às suas

atividades. O formulário para preenchimento dos

dados está disponível no site do CREA-MG, mas

o registro pode ser feito pela internet.

Page 7: Revista Mineira de Engenharia - 2011
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O discurso da inovação está em todos os lugares: nos go-

vernos estaduais recém-empossados, em vários ministérios

do governo federal, na Confederação Nacional das Indús-

trias (CNI) e nas federações estaduais. Mas por que esse

discurso, ou melhor, as práticas inovadoras, não mobilizam

os profissionais da educação e suas instituições?

Países desenvolvidos que já deram um salto educacional, têm

incentivado a criatividade e incrementado a capacidade de

inovar de seus estudantes e professores. Isso acontece por-

que tais nações já perceberam que estamos em uma socie-

dade do conhecimento, na qual a informação é matéria-prima

abundante que precisa ser transformada pela criatividade e

pelo espírito inovador em serviços e produtos.

No último Programa Internacional de Avaliação de Aluno

(PISA) – que mede a capacidade de leitura e o aprendizado

de estudantes de 15 anos de idade, sobre matemática e

ciências de 65 países – o Brasil ocupou a vergonhosa 53º

posição.

Numa tentativa de melhorar a educação no país, o Governo

Federal encaminhou para aprovação do Congresso o Plano

Nacional de Educação para os próximos 10 anos. Este plano

pretende fixar o investimento na área em 7% do PIB, dois

pontos percentuais acima do praticado atualmente.

O aumento é necessário. Sem educação não há mão de

obra qualificada, sem qualificação não há melhores salários.

Ou seja, sem educação e qualificação continuaremos com

sérios problemas de distribuição de renda no país.

O problema vai além, e é cíclico. Sem educação e qualifica-

ção estamos, ainda, fadados a inovar cada vez menos, mo-

8

Educação e inovação para todosPor Ronaldo Gusmão

EDUCAÇÃO | Qualificação

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9

vimento que reduz a competitividade

nacional. Como consequência, os salá-

rios diminuem e cresce a má distribui-

ção da renda. Voltamos, portanto, ao

início da questão.

A pesquisa de Inovação Tecnológica

(Pintec), realizada pelo IBGE (Insti-

tuto Brasileiro de Geografia e Esta-

tística) e divulgada recentemente,

mostrou que das 106,8 mil empresas

pesquisadas, 41,3 mil implementaram

um produto e/ou processo novo

entre 2006 e 2008. O percentual de empresas que

investem vem caindo ao longo das quatro edições: de

1988 a 2000, 10,29%; de 2001 a 2003, 5,8%; de 2003

a 2005, 5,5%, e de 2005 a 2008, 4,2%.

A falta de mão de obra qualificada para inovação é, cer-

tamente, um dos motivos da queda. Dos 73,265 mil pro-

fissionais que integravam o quadro das empresas que

participaram da pesquisa, apenas 10,292 mil eram pós-

graduados e 35,051 mil graduados.

As empresas de TI que vangloriam altos investimentos no

desenvolvimento de tecnologia de ponta, seguem na mesma

linha. Das 2,514 mil corporações que participaram da pes-

quisa, apenas 328 destinaram recursos a P&D, área que em-

prega somente 3,367 mil profissionais de um universo de

201 mil pessoas. Quando o assunto é qualificação, o pro-

blema fica mais evidente: menos de 10% dos empregados

que implementaram inovação, possuem pós-graduação.

Em contrapartida, a produção científica nacional,

medida pelo número de publicações científicas e

elaborada pela SCImago Jorunal & Country Rank,

cresceu nos últimos anos. O Brasil já é o 14º no

ranking mundial.

A posição é bastante positiva quando analisada isolada-

mente.Porém, é insuficiente quando pensamos que atual-

mente somos a oitava economia do mundo.

O mesmo acontece com a quantidade de patentes regis-

tradas no país. De acordo com o Instituto Nacional de

Propriedade Intelectual (Inpi), o número de patentes bra-

sileiras cresceu 75% entre 2005 e 2009, saltando de 9,643

mil para 16,878 mil. Entretanto, quando confrontados com

outros países, os dados perdem o brilho. No mesmo pe-

ríodo, a China requereu 300 mil patentes, enquanto os Es-

tados Unidos chegaram próximos de 480 mil. Embora os

números sejam positivos, os asiáticos não estão satisfeitos.

Até 2015, a China tem como objetivo requerer 1 milhão

de patentes ao ano.

Se a indústria brasileira já sofre com a ameaça dos pro-

dutos chineses, imagine como será no futuro. Imaginou?

Ótimo, agora, aja. Faça hoje, o necessário para evitar os

males de amanhã.

É necessário investir hoje, em qualificação de mão de obra,

principalmente no que diz respeito à gestão da inovação.

O brasileiro é um povo criativo, possui garra. Falta, porém,

conhecimento para transformar as ideias em projetos que

tragam resultados concretos. Educação e inovação para

todos, dos estudantes aos professores, dos empresários aos

políticos.

Ronaldo Gusmão é

presidente do Ietec e

coordenador-geral da

Conferência

Latino-Americana

sobre Sustentabilidade

(Ecolatina)

Lean

dro

Bifan

o

Escola estadual Osório de Moraes, em Minas Gerais: exemplo de qualidade de

ensino para o Brasil, que ainda está longe dos melhores do mundo

site

revi

sta

exam

e

Page 10: Revista Mineira de Engenharia - 2011

Criado em abril de 2000, o

Instituto Horizontes é uma organiza-

ção da Sociedade Civil de Interesse

Público (Oscip), sem fins lucrativos,

formada por voluntários, entre profis-

sionais liberais, empresários, intelec-

tuais e pessoas de diversos segmentos

da sociedade, que têm procurado ofe-

recer sua contribuição ao desenvolvi-

mento planejado e sustentável da

metrópole.

Sempre que nos perguntam

o que o Instituto “faz de concreto”,

costumo responder que a principal

função do IH tem sido a de ‘articula-

dor da consciência coletiva’, bus-

cando motivar, provocar e induzir

pessoas, entidades, empresas e auto-

ridades a se movimentarem, a agirem

em favor da melhoria das condições

de vida em nossa cidade e nas que a

cercam.

Isto não significa que o Insti-

tuto tenha uma atitude passiva, de dis-

tanciamento dos problemas. Ao

contrário, a história de pouco mais de

dez anos da entidade mostra que ela

teve – e continua tendo – iniciativas

relevantes para a área metropolitana

de Belo Horizonte, sempre em parce-

rias produtivas.

Nosso trabalho começou,

por exemplo, com a elaboração de um

Diagnóstico da Grande BH, docu-

mento que é ainda hoje, possivel-

mente, o mais completo acervo de

dados sobre a região e que tem ser-

vido de base a outros estudos e pro-

jetos. Depois, o IH desenvolveu, por

demanda do governo estadual, um

alentado Plano de Ações Imediatas

(PAI) para o Vetor Norte, que orien-

tou decisões já implementadas ou em

implementação, relacionadas com o

crescimento daquela região, a partir

da construção da Cidade Administra-

tiva e da Linha Verde.

Mais recentemente, o Insti-

tuto fez estudo similar para o Vetor Sul,

o Plano de Ações Estratégicas, em par-

ceria com o empresariado daquela re-

gião, que deu origem a uma série de

iniciativas para ordenar o crescimento

sustentável da área, minimizando os

efeitos indesejáveis, envolvendo o pró-

prio empresariado, o Ministério Público,

autoridades estaduais e municipais.

Articulador daconsciência coletivaArticulador daconsciência coletiva

PLANEJAMENTO URBANO | Integração

10

Por Teodomiro Diniz Camargo - Instituto Horizontes

Page 11: Revista Mineira de Engenharia - 2011

Vale lembrar, também, que

partiu do Instituto, em parceria

com a Fiemg, a iniciativa de elabo-

rar o estudo de requalificação do

Anel Rodoviário de Belo Hori-

zonte, para transformá-lo em Ave-

nida Metropolitana, projeto que

está prestes a ser implantado.

Neste momento, o Insti-

tuto está mergulhado na realização

do Plano de Ações Estratégicas

para o Vetor Noroeste, em busca

de um diagnóstico atualizado e de

definição de soluções consensuais

para os problemas daquela região,

que é, possivelmente a mais sofrida

de toda a RMBH.

Em todos esses projetos,

o Instituto tem contado com a

parceria de entidades, empresas e

órgãos públicos, não apenas para o

financiamento dos trabalhos, mas

principalmente para garantir que

seus estudos e suas conclusões

não sejam resultado apenas da

competência técnica de especialis-

tas – sempre desejável – mas agre-

gue também a sensibilidade do

cidadão comum, que é, ao cabo e

ao fim, o destinatário final de toda

ação voltada para a melhoria das

condições de vida em nossa ci-

dade.

Vale registrar que tem

sido grande a participação de pro-

fissionais da Engenharia em nosso

Instituto, o que torna ainda mais

pertinente nossa aproximação

com a Sociedade Mineira de Enge-

nheiros, neste momento em que

comemora mais um aniversário e

inicia uma nova etapa de sua vida.

Afinal a SME e o IH têm responsa-

bilidades comuns nisso que tenho

chamado de “articulação da cons-

ciência coletiva”, em busca de

novos e melhores tempos.

Teodomiro Diniz Camargo é engenheiro

e presidente do Conselho Deliberativo

do IH - Instituto Horizontes e da SME

11

Page 12: Revista Mineira de Engenharia - 2011

12

As recentes inundações e

deslizamentos de encostas ocorridas

na região serrana do estado do Rio de

Janeiro e no sul de Minas retomam

uma velha discussão acerca de negli-

gências da administração pública no

sentido de sua prevenção, principal-

mente no que se refere a perdas de

vidas humanas.

A gestão da drenagem ur-

bana compõe com os serviços de

abastecimento de água, esgotamento

sanitário e lixo o conjunto definido

pela Lei 11.445/07 (Lei nacional de di-

retrizes do saneamento básico) desig-

nado por saneamento básico. O mu-

nicípio é o titular e, portanto o

responsável final pelo saneamento,

mesmo que alguns destes serviços

sejam concedidos a prestadores de

serviço especializados (caso típico

dos serviços de água e esgoto).

Na própria evolução histó-

rica da gestão desses serviços, o

abastecimento de água em nosso país

sempre foi prioridade absoluta, resul-

tando na situação de um serviço pra-

ticamente universalizado. Pode-se

questionar, em alguns casos, a quali-

dade do atendimento como intermi-

tências, qualidade da água distribuída

e perdas excessivas, mas o fato é que,

com raras exceções o indicador de

cobertura é de praticamente 100%.

Já não se pode dizer o

mesmo dos serviços de esgota-

mento sanitário, em que ocorrem ra-

zoáveis níveis de cobertura de redes

coletoras, mas um constrangedor

percentual de volumes tratados. Em

Minas Gerais o índice de tratamento

está por volta de 30%, concentrado

METRÓPOLES | Planejamento Urbano

AS ENCHENTES URBANAS E Opor José Nelson de Almeida Machado

Page 13: Revista Mineira de Engenharia - 2011

13

em grandes cidades, o que resulta

em uma infinidade de municípios

sem qualquer tratamento, gerando

graves danos aos recursos hídricos.

A prestação dos serviços de

resíduos sólidos urbanos apresenta

uma situação parecida com a de esgo-

tos. Os índices de população atendida

com a coleta atingem percentuais ele-

vados, mas a destinação final, entendida

como reciclagem ou encaminhar a um

aterro sanitário são insignificantes.

Estes três serviços de sa-

neamento impactam diretamente o

dia a dia das pessoas sendo, por isto,

mais exigidos das administrações

municipais. Além disto, dispõem de

cobertura financeira própria, ainda

que nem sempre em nível adequado

de sustentabilidade. Água e esgoto

são remunerados com base em me-

dições e tarifas e o lixo é taxado

junto com o pagamento do IPTU.

O quarto componente, a

drenagem apresenta uma maior com-

plexidade, constituindo uma das prin-

cipais fontes de vulnerabilidade urbana

e tem preocupado especialistas devido

à sua gestão inadequada, o que traz

como consequências o comprometi-

mento das fontes de abastecimento

pela contaminação dos mananciais su-

perficiais e subterrâneos; erosão e pro-

dução de sólidos; inundações urbanas,

contaminação, danos materiais e prin-

cipalmente vítimas. A drenagem ur-

bana não dispõe de fonte específica de

taxação o que inviabiliza a vários mu-

nicípios constituírem equipes técnicas

especializadas em sua gestão. Esta si-

tuação é agravada pelo fato de que as

enchentes não ocorrem todos os

PLANEJAMENTO MUNICIPAL

Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 2011

14

anos, o que leva ao esquecimento nos

intervalos de bonança e, convencer os

gestores públicos a priorizarem tais

serviços, torna-se frequentemente ta-

refa impossível.

A correta gestão das águas

urbanas está intrinsecamente ligada ao

uso correto do solo, que deveria se

pautar pelos planos diretores (estes

nem sempre estão disponíveis). Porém,

o que se constata na maioria das cida-

des é a proliferação de assentamentos

informais, desobedientes aos planos di-

retores; a alta densidade de ocupação

no espaço; a ocupação de áreas de

risco; e a urbanização sem infraestru-

tura sustentável, resultando em im-

pacto sobre a própria população. Essa

prática continuada leva, entre outras

consequências, ao desaparecimento

dos rios urbanos, pois a pressão e ex-

ploração do espaço fazem com que os

rios sejam cobertos ou desapareçam

(SILVÉRIO, 2008).

Inundações em Belo Horizonte

De forma geral, as inundações em

áreas urbanas podem ser resolvidas

por meio de soluções estruturais e

não estruturais. Ambas alternativas se

aplicam, isoladamente ou combinadas.

Uma solução não estrutural que pode

ser adotada para a bacia seria o con-

trole da ocupação urbana principal-

mente nas áreas próximas às

nascentes e planícies de inundações

dos cursos de água. Esse controle

pode ser feito através de mudanças

nas leis de uso e ocupação do solo

dos municípios integrantes da bacia,

por exemplo.

Devem ser providenciadas

revisões nas legislações municipais

(planos diretores, parcelamento do

solo, etc.) com o intuito de garantir a

manutenção de taxas mínimas de per-

meabilidade do solo e até mesmo a

implantação de dispositivos de com-

pensação, como por exemplo: micro-

reservatórios de detenção, trincheiras

de infiltração, pavimentos permeáveis,

entre outras técnicas alternativas.

Um outro ponto é a prepa-

ração da população para o convívio

com as enchentes com o objetivo de

prevenir mortes em decorrência das

inundações. É baseado num sistema de

detecção de chuvas, comunicação em

tempo hábil e a disponibilização de

núcleos capacitados para remover a

população das áreas afetadas.

Entre os fatores responsá-

veis pela crise neste componente é a

pouca disponibilidade financeira das

prefeituras para dar continuidade à

construção de um sistema de canali-

zações, em geral muito caro, além dos

custos inerentes à sua manutenção.

Somada a esta dificuldade tem sido

também a escassez de programas de

financiamento de obras públicas aos

METRÓPOLES | Planejamento Urbano

Page 15: Revista Mineira de Engenharia - 2011

15

municípios por parte da União - recai

sobre as administrações municipais o

fardo mais pesado do ônus financeiro

dos custos de implantação e manuten-

ção dos sistemas de prevenção e con-

trole de inundações. O que agrava

ainda mais esta situação é o fato de os

municípios não disporem de meios de

tributação pela prestação destes ser-

viços. Assim, as prefeituras acabam

executando obras improvisadas sem

seguir um planejamento consistente.

Com a aprovação da Lei de

nº 11.445/07 foi significativamente

mudado o paradigma da participação

do governo federal nas obras de sa-

neamento. Limitação de recursos

sempre existiu, mas a disponibilidade

de um planejamento favorece a obten-

ção de recursos. Esta lei determina em

seu artigo de nº 19 a obrigatoriedade

da elaboração do Plano Municipal de

Saneamento, sendo assegurada ampla

divulgação das propostas e dos estu-

dos que as fundamentam, inclusive

com a realização de audiências ou

consultas públicas. A própria condu-

ção das etapas do plano, com as ade-

quadas audiências e consultas públicas

ensejará uma participação motivada

da sociedade de forma a reverter o

atual quadro de desinformação e de-

sinteresse. O quadro a seguir mostra

a mudança de paradigma sobre a dre-

nagem urbana.

A Prefeitura de Belo Hori-

zonte constitui um bom exemplo de

equacionamento dos problemas de

drenagem urbana. Apesar de haver o

registro de várias ocorrências de inun-

dações, existe um planejamento con-

sistente de longo prazo e um sistema

de alerta com a participação das comu-

nidades localizadas em áreas de risco.

O desenvolvimento de um

plano de drenagem incluindo sistemas

de monitoramento e alerta, constitui

um importante fator de salubridade e

de segurança das cidades. Pode, em

muitos casos não conseguir impedir as

perdas materiais, mas com certeza pre-

vine a perda de vidas como o ocorrido

no Rio de Janeiro.

José Nelson de Almeida Machado é engenheiro sani-

tarista e ambiental – Diretor da SME e consultor de

saneamento e gestão de recursos hídricos. Associado

fundador e diretor geral da Agência Executiva de

apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo –

AGB Peixe Vivo. Membro do CBH Velhas. É consultor

na área de desenvolvimento de eficiência operacional

e sustentabilidade financeira e ambiental em siste-

mas de saneamento, gestão de recursos hídricos e

de resíduos industriais. Ex-presidente do Conselho Mu-

nicipal de Limpeza Urbana e membro do COMUSA-

Conselho Municipal de Saneamento de Belo Hori-

zonte e do CERH – Conselho Estadual de Recursos

Hídricos. Convidado pela UNESCO para participar

do Global City Water Futures Summit, em 2009 em

Delft – Holanda pelo “reconhecimento como lide-

rança no gerenciamento de águas urbanas em Belo

Horizonte. Contato: [email protected]

Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 2011

16

“Conhecer é fabricar,” reafirma Piaget. (1)

Engenharia é inovação. Podemos somar ao movimento

atual de persuasão de inovação interagindo na construção.

O processo evolutivo do saber humano e do conheci-

mento para a ação é construído por Konrad Lorenz (2)

com a seguinte fundação: o que pensamos é quase sem-

pre errado, porém o que aprendemos a fazer, é quase

sempre certo.

Primeiramente formamos uma ideia, depois a confronta-

mos com a experiência e com os dados que percebemos

na nossa visão da realidade, de outros que possam cola-

borar, e concluímos se podemos avançar para as ações.

Essas comparações sucessivas entre as percepções inter-

nas e as realidades do mundo exterior é um método de

conhecimento denominado de pattern matching (mode-

lagem que vai se fazendo) por Karl Popper e Donald

Campbell. Essa cognição é encontrada em uma forma

A INOVAÇÃO VAI INOVAR NO BRASIL?

ARTIGO | Inovação

Por Jorge Raggi

Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 2011

1717

bem mais simples nos níveis mais inferiores dos

processos vitais ao estudar a evolução da vida.

No pensamento consciente são suposições se-

guidas de confirmações ou não. O que pensamos

ser certo e se demonstra errado pode em ou-

tras provas exigir o abandono ou criar novos

pensamentos – é a formação de hipóteses e ve-

rificações – o teste da realidade.

A hipótese é um andaime na construção do co-

nhecimento que poderá ser demolida no avanço

das ações. Quem lança uma hipótese deve agra-

decer àqueles que lhe mostram a insuficiência,

pois toda verificação consiste em provar que ela

resiste às tentativas de refutação. Cada hipótese

permite incorporar dados que podem gerar ou-

tras mais adaptáveis à realidade. A maioria de

nós, no estado consciente, ama suas hipóteses.

Um exercício doloroso, mas que nos mantém jo-

vens e saudáveis, é dedicar-se todos os dias,

como se fosse uma ginástica matinal, a se desfa-

zer de uma hipótese querida, de hábitos de pen-

samentos.

Uma hipótese obtida empiricamente de obser-

vações, de intuições, de deduções, pode se tornar

uma inovação com as experimentações e mode-

lagens que vão se adaptando à realidade. Uma das

representações do processo de inovação é Ca-

pital + Trabalho + Riscos, que se traduz em um

sistema com auto-regulação e instala um círculo

virtuoso.

Não há aplicação de capital e trabalho sem ris-

cos. “A coragem é mais necessária do que a

sorte: aquela faz nascer esta,” disse Napoleão Bo-

naparte(3). Mas como inovar no Brasil com le-

gislação trabalhista paternal e ultrapassada; um

meio ambiente onde as partes da sociedade não

se entendem; uma infraestrutura desanimante;

tributos elevados; juros altos; baixos níveis de

compreensão na escolaridade; a cultura ibérica

de leis – normas – regulamentos – portarias –

sem decisões para não comprometer os funcio-

nários (que sentem desprotegidos em suas

ações) e os órgãos públicos que não interagem.

Como inovar no Brasil com uma “selva burocrá-

tica e jurídica formada por 183 mil normas le-

gais”. Este número citado pelo deputado federal

Cândido Vaccarezza(4) é ainda reforçado quando

ele diz que “a Câmara não pode ser obstáculo às

Page 18: Revista Mineira de Engenharia - 2011

18

reformas tributárias, previdenciárias, políticas e trabalhis-

tas”. Se ele usa a expressão “ a Câmara não pode ser obs-

táculo” posso traduzir que ainda é um obstáculo, ao invés

de ser a solução. E se, como é de nossa cultura ibérica,

as reformas que vierem piorarem aumentando a comple-

xidade e a interação de leis, normas, portarias, e as pro-

telações nas decisões?

Uma das respostas pode estar com Eliezer Batista:

“contribuir para a melhoria de nossa autoestima e mos-

trar que, unidos, temos condições de modernizar e tor-

nar o Brasil melhor e mais justo”(5). Estas palavras que

lembram as atribuídas a Tiradentes e outros notáveis,

pode, de modo inovador se transformar em realidades.

Uma proposta que possa impactar e fazer com que a

base da população sinta melhorias reais, desenvolvendo

a capacidade de confiar em si próprio, fazendo nascer,

crescer, e produzir cada vez mais.

Uma proposta aqui apresentada para alavancar a au-

toestima brasileira seria um conjunto de planos – pro-

jetos – PPP’s (Parcerias Públicas Privadas) visando,

efetivamente, mudar as condições de transportes –

urbanos, rodoviários, aeroviários e portuários. Poderia

transformar nossa BelÍndia em um país com mais res-

peito com grande parte da população, que com seu

trabalho faz o Brasil crescer. Grande parte da popula-

ção urbana viaja quatro horas por dia, toma quatro lo-

tações, trabalha mais de oito horas, vivendo em altos

níveis de estresses para construir, limpar nossas cida-

des, constituindo uma escravidão moderna que parece

não ter fim.

Seria uma inovação de grande impacto na qualidade de

vida e na autoestima de todos nós brasileiros tornar o

transporte ágil, confortável, para criar novas condições

de trabalho.

Criar um espírito de corpo inovador em grande parte da

população, acabando com estas senzalas distantes , mas

muito mais reais que as antigas na época da escravidão.

Acabando com vários brasis dentro de um Brasil, como

foi a tomada do alto do Complexo do Alemão, RJ, no dia

28 de novembro de 2010 e fincada a bandeira brasileira

como se lá não fosse território do país. Ao invés de uma

luta insana de tentar tornamos todos iguais – o que não

é humano – dar mais oportunidades a todos.

Um processo inovador visando melhoria de autoestima de

grande parte da população pode ter efeitos multiplicadores

desenvolvendo pessoas mais saudáveis, mais criativas, no am-

biente de trabalho de todos nós. A proposta da moderniza-

ção dos transportes pode ter o sucesso que obtivemos como

o que criamos para sair do círculo destrutivo da inflação, com

muita vontade política, vários erros, vindo a acertar com o

Plano Real. Pode balizar Planos Inovadores de Transportes.

Talvez nos transportes está um fio condutor de impactos em

inovações no Brasil. O atual sistema de transportes, enges-

sado, tem muitos beneficiários. Inová-lo vai significar muitas

lutas. Mas se atuarmos em uma frente que pode criar um es-

pírito de corpo no desenvolvimento e na qualidade de vida

geraria uma cultura capaz de alterar o que temos de ibérico

– ao invés da ação com riscos, fazemos leis, normas e porta-

rias, que vão depender de regulamentações, aceitações, e prá-

ticas que nunca serão transformadas em ações.

ARTIGO | Inovação

Page 19: Revista Mineira de Engenharia - 2011

As bases históricas da inovação podem ensinar muito o

como fazer. Maquiavel, cap. VI, escreveu em “O Príncipe” :

“Deve-se ter em conta que não há nada mais difícil de

ser realizado, nem de sucesso mais duvidoso, nem de

maior perigo e manejo, do que o estabelecimento de

grandes inovações, pois o legislador tem por inimigos a

todos aqueles que viviam bem no regime anterior, e só

encontra tímidos defensores entre os favorecidos com o

novo. Timidez é produto, em parte, do medo dos adver-

sários favorecidos pelas antigas leis e, pela natural incre-

dulidade dos homens que não estão convencidos de que

uma coisa nova seja boa até que a experiência o prove.

Isto faz com que os adversários de inovações formem

um partido para combatê-las na ocasião propícia e, os

que as defendem o fazem francamente, de forma que uns

e outros representam um perigo para o novo regime.”

“Para se tratar a questão a fundo, é preciso ver se os

inovadores o são por iniciativa própria ou se tem que

os apóie, isto é, se, para realizar sua empresa precisam

apelar para a persuasão ou se podem empregar a

força, pois no primeiro dos casos, sempre fracassam

sem conseguir nada.” A força citada por Maquiavel era

militar. Hoje se traduz, além desta, por poder finan-

ceiro, político, da imprensa, da internet, e a mais im-

portante, grande mobilização da sociedade para inovar.

A inovação vai inovar no Brasil? – A resposta dependerá

se substituirmos a cultura ibérica – de leis, normas, re-

gulamentos, portarias, que significa também falta de co-

ragem – por ações. Uma inovação desta pode gerar

outras inovações de vulto.

Jorge Raggi, engenheiro geólogo, diretor da Geoconomica Minas

(www.geoconomica.com.br) com atuação na área mineral, industrial e

ambiental. Foi professor de engenharia de produção na Escola de

Minas de Ouro Preto, (UFOP), e na Universidade Federal de Minas Ge-

rais,(UFMG). Representou o Brasil no seminário de Proteção Ambiental,

na cidade de Yalta, Ucrânia, convidado pela ONU. Possui várias publica-

ções na área de engenharia de produção e ambiental. Autor do livro

“Perícias Ambientais: Solução de Controvérsias e Estudos de Casos”, da

Qualitymark, RJ, e do livro “Talento & Oportunidades”, da E-Papers, RJ.

REFERÊNCIAS

(1) – Jean Piaget em seu livro “Sabedoria e Ilusões da Filosofia”, Ed. Abril,

SP, 1975, pág. 308, citando o filósofo francês Jacques Maritan.

(2) – K. Lorenz em “Oito Pecados Mortais do Homem Civilizado”, Ed.

Brasiliense, SP, 1988, pág. 86-91.

(3) – Maquiavel em “O Príncipe” – Anotado por Napoleão Bonaparte,

Ed. Rio, 1979, pág. 35.

(4) – Revista Veja, 08/12/2010, “Entrevista”, Ed. Abril, SP, pág. 24.

(5) – Eliezer Batista em comunicação pessoal, 05/03/2009

Page 20: Revista Mineira de Engenharia - 2011

20

Novas ideias, ação e produtividade são palavras cha-

ves quando se trata de inovação. Em meio um cená-

rio competitivo, inovar é questão de sobrevivência.

É ter capacidade de promover avanços, competir e

se manter, de forma sustentável, no mercado.

Embora esse discurso pareça primário e monótono,

muitos confundem inovação com ideia, com o dis-

cursivo. Apenas ter ideias não é inovar, para isto se

faz necessário conhecimento (ação e produtivi-

dade).

“...A verdadeira sabedoria das nações é a experiência”

(Napoleão Bonaparte). Brilhante!! Experiência é ter

conhecimento, agir, analisar e ter resultado e isso é ser

sábio.

Inovar é nada mais nada menos que novidade e reno-

vação, ou seja, mudança. Sendo esta significando sair de

um estado de conforto, traduz um fator inibidor da ino-

vação. Apresenta custos, riscos, capacidade de absorção

de novas ideias e disponibilidade de recursos humanos.

É fator inibidor em um perfil de sociedade que vive

Inovação

ARTIGO | Inovação

Page 21: Revista Mineira de Engenharia - 2011

21

sobre normas e regras conflitantes, criadas e modifica-

das a uma velocidade que o medo de inovar aumenta

exponencialmente.

A (regra da) lei é que garante o funcionamento do sis-

tema de inovação em países com tal característica,

sendo que no Brasil há 18 mil normas legais e a cada

dia útil são editadas 46 normas tributárias (IBPT) o sis-

tema não funciona, ele é amedrontado pela vulnerabili-

dade da interpretação de tantas leis. E essa é a grande

armadilha que protege a incompetência na ação. Logo,

com esta “camisa de força” não há confiança, sem con-

fiança não há aposta, sem aposta não há inovação.

Somos ruins em inovação, ruins pois nos entregamos a

neurose da mudança e da condenação. Medo brasileiro de

assumir responsabilidades, responder por um ato, agir.

Mantemos em nossos discursos exemplares e primorosos

a ideia de inovar, mas como dito a ideia, apenas a ideia. Tra-

duzindo, agimos não como falamos, somente falamos.

E aquela grande dúvida: “Então como inovar? Como

inovar sem enforcar-se em meio tantas normas, regras

e tributações?”

Se conseguíssemos passar por reformas tributárias, pre-

videnciárias, trabalhistas, ambientais e lutar contras os

juros elevados, conseguiríamos alterar o que temos de

ibérico –“entraríamos em um modelo mais livre de tan-

tas leis e normas e com mais ações que daria início ao

processo que é inovar”. - Sendo assim, bem-vindo a era

da inovação!

Como exemplo, falar de inovação é falar do sistema de

transporte brasileiro ou melhor, falar de ausência e ne-

cessidade de inovação. Assunto que é de conhecimento,

porém faz parte apenas de um discernimento ilustre sendo

sua ação contraditória ou inexistente.

Um sistema falho e paralisado onde trabalhadores se

tornaram escravos do mesmo, permanecendo sob seu

domínio durante horas do dia e onde a economia sofre

perdas devidas sua infraestrutura. Alterações que ape-

nas mascaram as lacunas daqueles que são prejudicados

e esgotados pelo seu uso (direto ou indireto). Nada de

inovação! Inovar é modificar e ter resultado dentro de

um contexto onde os personagens do sistema sintam

os impactos positivos dessa renovação.

O potencial inovador está naqueles que enxergarem e

alcançarem além de seus passos, assim como observar

ao seu redor as coisas sem preconceitos, sem limita-

ções e sem formulários. Como disse Steven Jobs, cria-

tivo e inovador do século 21, “É maravilhoso ter uma

mente aprendiz ... Uma mente aprendiz vê as coisas

como são.”

Como motivação, revelo que agir não é ideia atual. “Ho-

mens de ação” já se mostraram eficientes a muitos. A

história nos conta que “Napoleão aceitou o desafio de

conquistar a Itália em condições desfavoráveis, embora

ninguém,somente ele, acreditasse em sua estratégia. No

entanto, ele conseguiu transformar homens corrompi-

dos e abomináveis em um exército com espírito de

corpo, que enfrentava qualquer revés.”

Este ar tigo foi elaborado por Vanessa Werneck Bartoli Pires

([email protected]), graduando em Engenharia de

Agronegócios da UFF – Universidade Federal Fluminense, a

partir do texto de Jorge Raggi.

Page 22: Revista Mineira de Engenharia - 2011

Alimento é indispensável à vida. Energia é indispensável

ao desenvolvimento. Trabalhamos para um desenvolvi-

mento viável, sustentável com avanço social. Energia é

insumo básico e sua falta teria efeitos catastróficos.

Qual a contribuição da energia em Minas Gerais?

Minas tem participação entre 9,5% e 10% no Produto

Interno Bruto (PIB) brasileiro, utilizando entre

14% e 15% da energia do país, em economia energia-

intensiva.

Os energéticos representam 7,5% do Pib brasileiro e 9,5%

do mineiro.

A Matriz mineira hoje é composta da seguinte forma:

petróleo e gás, 32%; lenha, 26%, cana, 13%, biodiesel, 1%,

carvão mineral, 14%; energia hidráulica, 14%, 54% são

energias renováveis.

A energia importada passou de 20% do total em 1985,

para 51% em 2009. Minas utiliza 14% do diesel do país em

sua extensa malha rodoviária, interligando diversos estados.

22

Minas | Cenário da energia

MINAS E ENERGIA Um Panorama da energia em Minas

Por João Camilo Penna e Paulo Sérgio Ribeiro

Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 2011

23

O governo federal

age através da Aneel,

agência reguladora do setor elé-

trico, e da EPE, empresa de planejamento

do setor, e de modo direto através da Eletrobrás

e de suas subsidiárias. A expansão do setor de ge-

ração e transmissão por concessionárias públicas e

privadas, se dá através de leilões pela menor tarifa,

e existe cuidados especiais com o meio ambiente.

O 23º BEEMG 2008 (Balanço Energético do Es-

tado de Minas Gerais), importante documento

editado pela Secretaria de Desenvolvimento, in-

forma sobre a evolução da quantidade de uso dos

diversos energéticos, notando- se que eles têm

uso específico, gasolina, etanol e diesel para

transporte, carvão para metalurgia, eletricidade

para iluminação e motores, entre outros.

O setor industrial consome 62,5% da energia no Es-

tado em siderúrgicas, cimenteiras, mineradoras, em

um conjunto eletro-intensivo.

Nos próximos anos, haverá diversificação da ma-

triz. Na oferta, haverá maior utilização de bagaço

de cana, carvão vegetal, resíduos sólidos urbanos,

gás natural, energia eólica, do que no consumo

com produção menos energia intensiva. A de-

manda de energia crescerá de 10% a 15% mais

que o PIB, caso a economia ainda permaneça com

o uso de energia intensiva.

A produção de energia em Minas atende a me-

tade do consumo. A busca de energia fora e in-

dústrias energia-intensivas têm sido viáveis. A

crescente produção de álcool, carvão vegetal e

biodiesel cria empregos no campo, um avanço so-

cial. Elevação de preços, onerados por transporte

ou transmissão, criam oportunidades sustentáveis

e competitivas para a produção local de energia

e recomendam indústrias menos energia-inten-

sivas ao fabricar produtos finais. Empresários

terão mais resultados ao diversificar e verticalizar

sua produção para produtos finais, estes são

anunciantes e Minas terá a simpatia da mídia.

Em Abril 2010, o Ciemg-Fiemg lançou o programa

Minas Sustentável, ousado e moderno, que abre ca-

minho para um trabalho nacional a ser liderado pela

nova CNI (Confederação Nacional da Indústria).

23

Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 2011

24

COMPETIÇÃO DERIVA DE

COMPETÊNCIA

Bons empresários conduzem a

produção para ser competitiva e

sustentável, o que resultará da pro-

dutividade da empresa, qualidade

do produto e custos até o compra-

dor, onerados pelo “Custo Brasil”,

que parte dos governos.

O Brasil compete com ricos e com

países grandes e pobres, como a China,

aqui e em terceiros mercados.

O nosso governo coleta impostos

altos, adota juros altos no combate à

inflação, que resulta em abusos fiscais,

atrai dólares, valoriza o real, empresas

perdem competitividade, a China faz o

contrário e ganha o jogo. É premente

que o governo brasileiro adote políti-

cas competitivas e mude a ênfase de

política monetária para fiscal, reduzindo

despesas e tributos. Para enfrentar as

estratégias da China, o melhor é adap-

tar-se a elas e mudar as regras do jogo,

cabendo inclusive forte esforço de

barreiras não-tarifárias. No grande co-

mércio Brasil-China, esta importa

matérias- primas e exporta manufa-

turados, não compra estes do Brasil,-

como os Estados Unidos o fazem. A

China investe aqui para produzir

matériasprimas e ou para comprar

empresas existentes. Cuidado com o

contrabando, que entra por várias for-

mas e portas e atenção ao problema

de empresas estatais chinesas compra-

rem terras no Brasil.

No governo, e em empresas mineiras,

há base forte, vontade, modernidade

e capacidade para competir. Há um

importante parque industrial, avanço

no agronegócio e em serviços e

grande presença exportadora. Em

Belo Horizonte estão ótimas escolas

de gestão, Fundação Dom Cabral,

(sexta no mundo, Financial Times,

2010) e INDG Falconi, com centenas

de clientes aqui e no exterior).

CONSERVAÇÃO

Conservar, o mesmo benefício para

menor uso de energia, custa menos

que a energia equivalente. Em exem-

plo, o Inmetro etiquetou consumos

específicos e eletroeletrônicos,

orientando o comprador. Vamos

conservar energia?

A Cemig criou a “eficiência”, para re-

duzir custos com energia. A revista

Economia e Energia e o Instituto Na-

cional de Eficiência Energética reali-

zam trabalhos correlatos e a Fiemg

(Federação das Indústrias de Minas

Gerais) publicou em 2009, um notá-

vel estudo sobre conservação.

De avaliações da EPE, há um poten-

cial de conservação de energia de

10% e espera-se financiamentos a

juros menores e incentivos tributá-

rios para que se alcance esta eficiên-

cia a curto prazo.

O governo mineiro em 2010, em

conjunto com a Cemig, iniciou pro-

grama de doação para entidades so-

ciais de geladeiras, chuveiros e

lâmpadas de maior eficiência.

ENERGÉTICOS

PETRÓLEO

Energia suja. Minas usa 9,5% do pe-

tróleo e gás e 13% do diesel no

país. É competitiva e necessária a

ampliação da Refinaria Gabriel Pas-

sos, com produção estabilizada em

24 mil m3/dia, desde 1990. 0 go-

verno mineiro trabalha para que a

Petrobrás aumente seus investi-

mentos no Estado. Estradas com

melhores traçados e pisos, e cida-

des com melhores malhas reduzi-

rão o consumo de combustíveis.

A Petrobrás com o “Economizar”,

reduziu o consumo em 14% no es-

tado do Rio. Estuda-se o mesmo

projeto entre o governo mineiro, a

Confederação Nacional de Trans-

portes e o Conpet.

Minas | Cenário da energia

Page 25: Revista Mineira de Engenharia - 2011

25

GÁS - Energia clara

O gás natural responde por 2,5% da

energia primária do Estado e por

9,6% no país. A Gasmig passa de 407

km de gasodutos para 1049 km, de 2

milhões m3/dia para 9 milhões

m3/dia, atende a Região Metropoli-

tana de BH, (terminou em 200 o

ramal Jacutinga - Poços de Caldas),

ao Sul de Minas e atenderá logo ao

Vale do Aço e a Governador Valadares.

É previsto que em 2025 o gás deverá

responder por mais de 10% da

oferta de eletricidade no Estado.

Hoje estão atendidos 270 clientes

industriais, além de fornecimento às

usinas de Ibirité e Juiz de Fora. A

Gasmig prepara-se para fornecer gás

a consumo residencial, elaborando

projeto piloto para o bairro Cidade

Nova, em Belo Horizonte.

O atendimento ao Triângulo será

construído pela Cemig, ligando o

Triângulo ao gasoduto Bolívia – Brasil.

Foi iniciado em 2010, o programa de

pesquisa de gás na bacia sedimentar

do rio São Francisco, em Minas, nas

proximidades do rio Indaiá, pelo

consórcio Codemig-Orteng-Delp.

A Cemig, Petrobras, Shell, e outras

também conduzem pesquisas ali.

BIO MASSA - Energia verde e limpa

LENHA

De lenha e derivados, em 2009,

Minas utilizou 36% do consumo

total do país, com 26% da demanda

energética, em queda do consumo

estadual.

Em 2008, Minas plantou 137mil hec-

tares e o Brasil, 152 mil. Com 1,160

milhão de hectares de plantações em

Minas, 23% do país em 2020, estará

consumindo carvão destas florestas.

Hoje, 38 milhões de MDC de car-

vão produzem gusa de valor. Uma

tonelada de gusa vegetal evita emis-

são de três de carbono. Além da co-

geração de energia elétrica usando

resíduos dos setores siderúrgico,

agrícola, moveleiro, celulose, entre

outros, há possibilidade de construir

pequenas centrais térmicas a partir

das florestas plantadas, evitando o

grande consumo de carvão de mata

nativa que ainda representa 42% do

carvão consumido no Estado. Minas

busca carvão em Tocantins, Goiás e

Bahia.

A Acesita vai usar carvão vegetal.

Usinas utiliza gases para produzir

energia.

ÁLCOOL ( ETANOL)

Notável a inovação, o carro a álcool

foi o primeiro veículo no mundo mo-

vido por combustível não derivado de

petróleo. Reduz em 75% a emissão de

CO2 ao substituir a gasolina.

O Programa partiu da antiga compe-

tência brasileira na cana e nas usinas

de açúcar, docemente descrita em

Cultura e Opulência do Brasil, Antonil

- (Itatiaia,BH).O presidente Figueiredo,

em 1979 decidiu: “ Metas audaciosas para

o Pró-Álcool!” Foram fixadas em 170 mil

barris/dia de álcool, equivalente a produ-

ção de petróleo na época. Passou-se da

mistura para a operação do carro a ál-

cool hidratado, novas bombas, novo sis-

tema de tancagem e distribuição, busca

de confiança no carro a álcool. A com-

petição com a gasolina acontece com

o petróleo em torno de US$ 50/barril.

Além de crescente produtividade nos

canaviais e nas usinas, o MIC lançou um

programa de eficiência dos combustí-

veis, o “Escolha Certo – Gaste Menos”.

Os carros rodam à gasolina com 20-

25% de álcool, e o flex com álcool ou

gasolina, com menor eficiência pois foi

projetado para combustíveis alternati-

vos. O carro a álcool hidratado, com

maior eficiência, voltará.

Page 26: Revista Mineira de Engenharia - 2011

26

O carro elétrico usa baterias

muito caras para mais autonomia e

só será competitivo para pequenas

distâncias, como pátio de fábricas,

por exemplo.

A cana de açúcar gera 16,5% da ener-

gia no Brasil, supera a hidroelétrica ao

produzir com sinergia álcool e ba-

gaço para energia, competitiva, distri-

buída, produzida na seca, renovável,

rápida implantação, pouco vulnerável

a crises. A energia elétrica da queima

do bagaço superará Itaipu e crescerá,

na medida em que crescem a produ-

ção de açúcar e álcool para o mer-

cado interno e exportação. Logo

atingirá 15% desta energia no Brasil.

Destacam-se a Embrapa e laborató-

rios, como na Copersucar. A Única

reúne produtores e realiza estudos, li-

derada por Marcos Jank.

A produção do álcool, 30 bilhões

de litros em 2010, ocupa 8% da

área plantada no país, em terras de-

gradadas ou liberadas por confina-

mento e 2,2% do potencial para

lavouras. Sua fatia no PIB nacional

e sua produtividade crescerão.

Minas utiliza 10% da gasolina-álcool do

Brasil, produz 8% do álcool, crescentes,

alterna com o Paraná a segunda pro-

dução, e em 2002 com 8% da produ-

ção paulista, passou em 2009 a 14%.

Quarenta e três usinas em 2009 pro-

duziram 2,3 bilhões de litros. A previ-

são é de mais 20 usinas em Minas até

2013, o que representa mais 4 bilhões

de litros, investimentos de US$ 3,5

bilhões e 50 mil empregos, a maior

parte no Triângulo Mineiro. Até 2015

as 55 usinas de álcool em Minas pode-

rão gerar mais de 2 mil mw.

A Secretaria de Desenvolvimento es-

timula destilarias e identifica com a Se-

cretaria da Agricultura, áreas próprias

para cana. Na safra 2008, foram pro-

cessadas no Estado 44 milhões de to-

neladas de cana, produzindo 2,1 bilhões

de litros de etanol, para consumo mi-

neiro de 1,1 bilhão de litros. O BDMG

é importante financiador do programa,

junto com o BNDES.

O Álcool anidro será energético

brasileiro exportável, quase sem li-

mites para mistura antipoluição.

Protocolo para “Fim da Queima” até

2014 foi assinado entre o Governo

e o Sindicato de açúcar e álcool de

Minas, presidido Dr. Luis Custodio

Martins líder nacional atuante.

A exemplo do programa Minas -

PCHs, Pequenas Centrais Elétricas, do

governo estadual, é estratégica a cria-

ção de um programa Minas Co-gera-

ção, em acordos de acionistas entre a

Cemig e ou a Petrobras com os pro-

dutores de açúcar e álcool. A Cemig

mantém permanente contato com os

usineiros, inclusive para solução do

acesso das usinas ao sistema elétrico.

BIODIESEL

Com tecnologia em evolução, o bio-

diesel exige subsídios. Pode ser adi-

cionado ao diesel de petróleo em

qualquer proporção.

O consumo brasileiro de diesel é de

40 bilhões ao ano, sendo 10 bilhões im-

portados. O diesel gera 17% da energia

do Brasil. Minas usa 13% do diesel do

país. Seu custo em 2009 varia de

R$ 0,90/l no Norte a R$ 1,42/l, no Sul.

Produzido de soja, amendoim, ma-

mona, dendê, pinhão manso, e sebo

- é renovável, biodegradável, neutro

em emissões. Sua viabilidade cres-

cerá com resultados de pesquisas

para variedades agrícolas com maior

produtividade. Sua produção par-

tindo de óleo de fritura e de sebo

animal merece atenção.

Em mistura compulsória, hoje a 3%,

a meta é atingir 5% até 2012, cor-

respondendo a 0,85% da energia do

país. A Petrobras produz 290 mi-

lhões/ano, inclusive em Montes Cla-

ros. A BR e a mineira ALE são

distribuidores. A Malásia produz

120 vezes mais que o Brasil.

Minas | Cenário da energia

Page 27: Revista Mineira de Engenharia - 2011

27

ENERGIA SOLAR / TÉRMICA

Energia limpa

Cerca de 2,5 mil edifícios em BH pos-

suem aquecedores solares para água,

reduzindo a ponta de carga dos chu-

veiros elétricos, vilões da história. BH

é a capital brasileira neste campo.

Impõe-se um amplo programa para os

projetos públicos de casas populares.

ENERGIA HIDROELÉTRICA

Energia azul

A capacidade hidroelétrica do país

supera 80 mil mw. As térmicas che-

gam a 26 mil mw, inclusive a bagaço

perto de 7 mil mw, e eólicas 700 mw.

Por dificuldades ambientais, térmicas e

eólicas têm deslocado hidroelétricas

de menor custo.

A hidrelétrica gera energia firme e se-

cundária, as térmicas entram na seca.

O artigo 23 da Constituição fixa com-

petências comuns entre os federados,

entre elas o meio ambiente, e ordena

Lei para cooperação entre as partes.

Em 21 anos sem esta Lei houve re-

tardo de aprovações para hidrelétri-

cas levando às térmicas. Em 2009, a

Câmara aprovou projeto a respeito,

aguarda-se o Senado.

CARVÃO MINERAL

Energia suja

Minas participa com 35% do car-

vão metalúrgico no Brasil e 10%

do energético, totalizando 13,2%

da energia em Minas. Gases dos

alto-fornos têm potencial para

gerar 8% da demanda total de

energia no Estado, o setor con-

some 70% dele, 30% perdidos.

Impõe-se realizar acordos entre

os atores envolvidos para anular

este desperdício.

A competitividade das siderúrgicas

no Vale do Aço e na faixa Belo Ho-

rizonte – Rio, desmente que só

usinas litorâneas seriam competi-

tivas. É de 470 mw o potencial de

instalação de usinas geradoras no

topo dos fornos.

MINAS GERAIS

A capacidade total no Estado e em

suas fronteiras, enviando energia

para fora, é de 18.960 mw, dos quais

cerca de 200mw térmicos, auto-

produtores e Pchs. A capacidade da

Cemig é próxima a 7 mil mw, acres-

cida por energia comprada. cons-

troem-se PCHs, até 30mw,- que em

Minas totalizam 1 mil mw,- e após

leilões, projetos hidroelétricos,

térmicas e eólicas.

A EPE realizou leilão em junho do

ano passado de 13 usinas para 4,7

mil mw, no Norte e uma em Santa

Catarina, o Sudeste quase todo

utilizado.

A Secretaria de Desenvolvimento

avaliou o potencial de 4 mil mw em

usinas médias e 3,7 mil mw em

PCHs, que será reduzido por ra-

zões econômicas e ambientais.

PCHs subsidiadas e financiáveis

pelo BNDES, geram energia mais

cara do que centrais médias, mas

competem com térmicas e eólicas.

O governo lançou o programa

Minas PCHs, com potencial acu-

mulado em mil mw, para trabalho

conjunto com a Cemig, com R$ 2

bilhões em investimentos priva-

dos. Está em operação a usina Ca-

choeirão, no rio Manhuaçu, com

27 mw e Pipoca com 20 mw em

conclusão.

Page 28: Revista Mineira de Engenharia - 2011

28

Minas tem grande participação na in-

dústria eletroeletrônica do país. A

Abinee-MG, presidida por Ailton

Ricaldoni Lobo, reúne empresas de

eletroeletrônicos da Grande BH,

de Santa Rita do Sapucaí-Itajubá e

de outras regiões. Nansen Araújo,

Stefan Salej, Robson Andrade e

Olavo Machado, sucessivos presi-

dentes da Fiemg, são do setor.

EÓLICA

Energia limpa das ventanias

A Cemig-D operou a primeira

usina eólica no país, em Morro

do Camelinho, Diamantina, em

1994. Nos últimos 10 anos, a

energia eólica usada no mundo

cresceu a cerca de 30% ao ano. A

Cemig publicou em 2010 o

“Mapa Eólico de Minas Gerais,

Schubert,” - um potencial de 90

mil gwh/ano, a mil metros de al-

tura das hélices, de mais produ-

ção na seca. O programa será

objeto também de empresários

privados. A unidade eólica terá 3

mw, na atual tecnologia.

A Secretaria de Desenvolvimento

coordena a fabricação destes con-

juntos no Estado. Esta energia

ainda relativamente cara, recebe

subsídios do Proinfa, Programa de

Incentivo às Fontes Alternativas de

Energia Elétrica

CONCESSIONÁRIAS

EM MINAS

A Companhia Energética de

Minas Gerais, controlada pelo Es-

tado de Minas, têm ações nas Bol-

sas de São Paulo, Nova York e

Madri, 23% das ações são do

setor público, 35% do privado in-

terno e 42% do externo. Con-

quistou o índice “Dow Jones

sustentability.” A diretoria profis-

sional exerce gestão corporativa

e coordena equipe de alta quali-

dade e os interesses das partes.

A Cemig atende a 774 municípios,

com 10,8 milhões de consumido-

res. A capacidade é de 6,560

mw, valor equivalente a R$18

bilhões. Seu Plano Diretor visa

reduzir o problema de débito

do Estado de Minas, resultante

de conta de resultados a com-

pensar. Busca aumento do lucro

com participações e compras

de empresas do ramo, retendo

65% dos dividendos devidos ao

Estado.

Visa ser uma das duas maiores em-

presas de energia do Brasil. Com

12% na geração do país em 1980,

hoje 7%, e comprando 16% da

energia de Itaipu, a Cemig disputa

leilões e constrói usinas. Busca

mais produtividade e menores ta-

rifas, hoje agravadas por alta tribu-

tação, dispersão, consumidores

pequenos e tarifas sociais. O nú-

mero de empregados está há anos

em torno de 10,5 mil.

É a maior comerciante de energia

bruta do país, com 25% do mer-

cado. A Força e Luz Cataguazes-

Leopoldina atende 66 municípios

em Minas, e atua no Nordeste. Em

linha com Cataguases, a empresa

tem atividade cultural. Em linha

com a tradição técnica, desenvol-

veu capacidade em PCHs. Seus 105

anos são exemplo da concessioná-

ria privada que exerce bem os ser-

viços públicos.

O Departamento de energia de

Poços de Caldas é concessionário

municipal. A Bragantina atende a

10 municípios e a Luz e Força de

Mococa atende a três.

Na área privada, empresários

constroem PCHs e o Programa de

aquecimento de água por calor

solar é o mais avançado no Brasil.

Minas | Cenário da energia

Page 29: Revista Mineira de Engenharia - 2011

29

PREÇOS DA ENERGIA

Os custos do mw/h para hidrelétri-

cas, são da ordem de R$70 para

grandes centrais, R$ 130 para PCH

(Pequena Central Hidrelétrica);

R$140 corresponde ao bagaço;

R$150 são as eólicas; R$160 térmi-

cas a gás; R$ 450 a óleo, R$700 a

diesel, R$200 e a nuclear, R$180.

Resultam de investimentos, câmbio,

juros e impostos, e acrescente-se cus-

tos de longa transmissão, distribuição

em áreas de baixa densidade e encar-

gos. O governo, com o Proinfa, incen-

tiva PCHs e eólicas. As empresas da

União trabalham com remuneração

baixa, o BNDES não financia o setor

publico. Leilões atraem empresários

e concessionárias. O BNDES financia

80% a 30% ao ano, juros baixos. E

surge uma nova Eletrobrás na coor-

denação e busca de sinergia entre

subsidiarias.

Regulamentado o Art. 23 da Consti-

tuição, - projeto de lei aprovado na

Câmara em 2009, aguarda o Senado,

- que trará ordem e racionalidade ao

licenciamento ambiental ao definir

quem faz o que - com política econô-

mica sadia e juros menores, as hidre-

létricas serão mais presentes e fortes.

Fontes de menor custo unitário estão

sendo esgotadas. Há grande potencial

de usinas na Amazônia, longínquas, que

geram muito na chuva, pouco na seca.

Serão reguladas por térmicas ou eóli-

cas. As térmicas, de menor investi-

mento, têm custos operacionais altos.

A produção de energia elétrica com-

petitiva pela queima do bagaço,

cresce à medida que crescem o con-

sumo interno de açúcar, a produção

de álcool pelo aumento da frota e

o mercado externo para álcool ani-

dro e açúcar. Logo atingirá 15% da

energia elétrica no pais, crescente,

prevendo-se produção de 10 mil

mw sazonais, antes de 2020.

Para “importar” menos energia, o

governo de Minas estimulará no

Estado a conservação, construção de

usinas medias e Pchs, produção de

álcool, carvão vegetal, biodiesel,

eólica e aquecimento solar.

A tributação de energia atinge 36%

do total de ICMS em Minas. De fácil

operação, e blindada contra sonega-

ção, esta carga afasta investidores,

onera consumidores. Na residência

o tributo sobre energia elétrica pesa

40%, há subsídios para 2,4 milhões

de pequenos consumidores em 6,6

milhões. Em 2010, o governo mi-

neiro reduziu, a partir de 1 de ja-

neiro deste ano, o ICMS sobre

álcool, de 25 para 22%, e aumentou

o da gasolina para 27%.

O governo de Minas com o choque

de gestão obteve mais eficácia e efi-

ciência na máquina pública, apli-

cando medidas eficazes como a

redução do ICMS para o álcool.

Estudaremos para conhecer melhor

este fascinante mundo em que nas-

cemos e trabalharemos para tornar

melhor este estranho mundo em

que vivemos. Com alegria e energia,

vamos em frente!

Paulo Sérgio Ribeiro, Secretário

Adjunto de desenvolvimento de

Minas Gerais e do Conselho de

Administração da Cemig.

João Camilo Penna, do

Conselho de Administração

da Cemig e do Conselho

Consultivo da Eletrobrás.

Page 30: Revista Mineira de Engenharia - 2011

O livro “História da Evolução da

Engenharia” do mineiro Geraldo Dirceu

Oliveira, conta a história da construção

das grandes pirâmides egípcias ao le-

gado dos sumerianos, passando pelas

civilizações grega a romana, até che-

gar à Idade Média e à Contemporâ-

nea. Em relação à engenharia brasileira, o

escritor destaca a construção da Estrada Real e das cidades

do Ciclo do Ouro, especialmente em Minas Gerais. O autor tam-

bém fala do importante papel desempenhado pela Escola de

Minas de Ouro Preto. Dirceu Oliveira é engenheiro civil, inte-

grante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e

coordenador da Comissão Técnica de Transportes da SME.

Compromisso com Você!

A Sociedade Mineira de Engenhei-

ros, por meio da sua equipe, tem de-

senvolvido uma série de trabalhos

para atender cada vez mais e melhor

a cada um dos associados.

Em seus 80 anos de exis-

tência, a SME trabalha para integrar,

desenvolver e valorizar a Engenharia,

a Arquitetura, a Agronomia e seus

profissionais, contribuindo para o

aprimoramento tecnológico, cientí-

fico, sócio-cultural e econômico.

Produtos e Serviços

Em nosso site há uma série de pro-

dutos e serviços como cursos, pales-

tras, seminários, eventos e uma

extensa gama de convênios que você

poderá desfrutar.

São descontos de até 20% em acade-

mias, empresas automotivas, de artigos

de decoração, buffets, clubes, consultó-

rios, cursos de idiomas, empresas de

turismo, faculdades, floriculturas, gráfi-

cas, informática, laboratórios, óticas,

planejamento financeiro, seguros, ser-

viços fotográficos, hotéis, beleza e es-

tética, dentre outros.

Compromisso com o futuro

Aprimoramento profissional e ino-

vação tecnológica também têm

sido uma das grandes bandeiras da

SME na busca em oferecer os me-

lhores produtos e serviços para

você e sua família.

Por meio do nosso site:

newsletters, revistas, eventos e

participação nas redes sociais, a

SME tem se tornado, cada vez

mais, um canal aberto para ouvir

suas sugestões e para representar

seu interesse. Aproveitamos para

nos colocar à disposição para ou-

tras informações e demandas.

Acesse: www. sme.org.br.

LITERATURA Dica Técnica

SME Seja um associado

História da Evolução da Engenharia Curso para a mulher

completa 30 anos

Promovido pela Sociedade Mineira

de Engenheiros (SME), o curso de

“Atualização Cultural para a Mu-

lher” completa 30 anos de atividades culturais.

Coordenado por Heloisa Paiva, fundadora do pro-

jeto, o curso tem como objetivo propor as mulhe-

res mais conhecimento através de seminários sobre

temas como arte, cultura, corpo e mente.

Mais informações pelo telefone (31)3285-2848 ou

pelo e-mail: [email protected]

Page 31: Revista Mineira de Engenharia - 2011

31

SME VISITA ESCOLA DE ENGENHARIA

Frases

O mundo é um lugar peri-goso de se viver, não porcausa daqueles que fazem omal, mas sim por causa da-queles que observam e dei-xam o mal acontecer.

Albert Einstein

"Inventar é imaginar oque ninguém pensou; éacreditar no que ninguémjurou; é arriscar o queninguém ousou; é realizaro que ninguém tentou. In-ventar é transcender. "

Santos Dumont

Acompanhado de seus vice-

presidentes, Ailton Ricaldoni Lobo e

Délcio Antônio Duarte, o Presidente

da SME (Sociedade Mineira de Enge-

nheiros), Márcio Damazio Trindade, vi-

sitou as novas instalações da Escola de

Engenharia da UFMG, e foram recebi-

dos pelo diretor Benjamim R. de Me-

nezes e o vice-diretor, professor e

doutor Alessandro F. Moreira.

Que tipo de profissional que

o mercado busca? A resposta vem do

diretor da Escola de Engenharia, Ben-

jamim R. de Menezes. “Temos que su-

prir este mercado com profissionais

bem formados, preparados e com um

viés empreendedorista”.

Um dos temas abordados na

reunião foi a mudança do ensino da

engenharia, já dentro das novas orien-

tações do MEC, sugerindo uma base

igual para todos os cursos, seguindo-

se o aprendizado mais específico nas

áreas escolhidas pelos alunos. Este

tema informou o Presidente, é objeto

das considerações possíveis dentro da

Comissão de Ensino da SME, com a

colaboração dos professores, interes-

sados e especialistas no assunto.

Trindade informou ainda, ter

lançado um programa de aproximação

mais intensa com a comunidade aca-

dêmica e estudantil, visando levar às

universidades a palavra experiente de

engenheiros de sucesso, além de pales-

tras técnicas que introduzam o avanço

tecnológico.

Outra questão abordada foi a

educação básica da população brasi-

leira. “Recebemos uma juventude des-

preparada, sem os alicerces

necessários à construção de um saber

aplicável ao processo de desenvolvi-

mento acadêmico. Deparamo-nos com

alunos que saem do ensino médio com

uma formação muito precária e,

quando alcançam a Universidade, têm

séries dificuldades prejudicando o seu

rendimento acadêmico. E muitas das

vezes somos obrigados a nos transfor-

mar em centros de adequação e pre-

paro dos neos-engenheiros”, explica o

diretor Menezes.

Ainda segundo o diretor da

Escola de Engenharia, a solução para

este problema é nivelar a educação no

ensino fundamental e médio.

Ao término da visita, formali-

zou-se, dentre as comemorações dos

100 anos que completa a Escola de En-

genharia, a SME agregará às mesmas

seu 20º Prêmio Ciência, Tecnologia e

Inovação, ao qual podem concorrer

universitários de todas as áreas de En-

genharia e Arquitetura de Universida-

des Mineiras.

Por Alessandra Sardinha

Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 2011

32

A Sociedade Mineira de Engenheiros

(SME), como programação prioritária de

trabalhos da sua comissão técnica de trans-

portes, vem desenvolvendo e atualizando

estudos sobre logística e transportes desde

setembro de 2007, quando elaborou e en-

tregou ao Ministério dos Transportes, o

documento "A Engenharia Mineira e o

Plano Nacional de Logística e Transportes

(PNLT)." O documento é uma contri-

buição da SME à implementação do

PNLT, um plano federativo e de estado,

associado ao processo de desenvolvi-

mento socioeconômico do país, que traz

abordagem multimodal, constituindo-se,

portanto em processo de planejamento

permanente, participativo, integrado e

institucional, ferramenta eficiente e eficaz

para a programação e implementação

das obras do Programa de Aceleração

do Crescimento (PAC1 e PAC2).

Mais recentemente, em abril e julho

de 2010, a Sociedade Mineira de En-

genheiros - SME, por convocação da

Secretaria de Política Nacional de

Transportes/SPNT do Ministério dos

Transportes, e por delegação e cre-

denciamento das instituições partici-

pantes, representando o setor

público (Secretaria de Estado de

Transportes e Obras Públicas –

Setop) e setor privado (Federação

das Industrias do Estado de Minas

Gerais – Fiemg, representada pelo

sindicato da indústria da construção

pesada do Estado de Minas Gerais –

Sicepot – MG) recebeu a incumbên-

cia de elaborar “proposta integrada

do Estado de Minas Gerais, contendo

as demandas prioritárias de logística

e transportes para o período de 2010

a 2014, por modo de transporte”.

Estas demandas são consideradas como

de relevância para o aprimoramento de

nossa infraestrutura em logística e trans-

porte de forma a atender o crescente de-

senvolvimento sócio-econômico do

Estado de Minas Gerais, e na proposta

estão identificadas em 9 blocos de pro-

jetos, sendo 30 referentes ao modo ro-

doviário, 14 ao modo ferroviário, 24 ao

modo hidroviário, lacustre e portuário, 02

ao modo aeroportuário e 01 referente

ao desenvolvimento da intermodalidade,

todos considerados como contribuição

para o êxito de um processo de planeja-

mento permanente, participativo, inte-

grado e interinstitucional, cuja perenidade

demandará uma forte reorganização e

uma gestão eficiente e eficaz, que seja

capaz de envolver todas as esferas de go-

verno, bem como as várias instituições,

órgãos públicos e privados afins e corre-

A Engenharia Mineira e Por José Antônio Silva Coutinho

Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 2011

33

latos ao setor dos transportes.

Estas demandas prioritárias de proje-

tos para os diferentes modos de

transportes e igualmente, ações insti-

tucionais em políticas públicas, que

tem pertinência com os objetivos e

natureza do PNLT e nele devem ser

incluídos, pois, como o PNLT “buscam

assegurar a plena trafegabilidade e ca-

pacidade do sistema de transportes,

propondo estabelecer melhores con-

dições para as rodovias e para os aces-

sos terrestres e marítimos aos portos

nacionais, agregando a priorizando os

sistemas hidroviários e ferroviários

nos principais eixos de desenvolvi-

mento e terminais de integração do

país, para dotá-lo de uma cadeia logís-

tica de transporte eficiente. Neste

contexto se inserem ações institucio-

nais relevantes, de caráter regulamen-

tar e normativo, que irão garantir uma

melhor adequação e produtividade da

infraestrutura dos sistemas.” (Marcelo

Perrupato – Secretário de Política Na-

cional de Transportes/MT – Revista

Ferroviária/PNLT/out 2006).

Considerações e destaques

O interesse comum no processo de

desenvolvimento estratégico susten-

tado, contribuindo para a melhoria e

o desenvolvimento constante das con-

dições sócio-econômicas do Estado

de Minas Gerais, justifica a apresenta-

ção de proposta única, integrando as

prioridades definidas nas demandas

apresentadas pelo setor público e pelo

setor privado, para os diferentes

modos de transporte.

A unicidade destes propósitos e prin-

cípios, leva em consideração a atuali-

zação de pressupostos e paradigmas

apresentados nos documentos “Plano

Estratégico de Logística e Transportes

– PELT/MG” (Governo/Setop/Seplag)

e a “A Engenharia Mineira e o PNLT”

(Setor Privado – SME), resultando na

proposta de destaques de estudos,

projetos, obras e ações estratégicas e

institucionais para os superiores inte-

resses do Estado de Minas Gerais.

A proposta ressalta a importância do

conceito de logística integrada preco-

nizado no Plano Nacional de Logística

e Transportes – PNLT, assim como a

ênfase do plano às conexões multi-

modais e ao uso dos modos de trans-

portes de melhor desempenho

energético, caso especial do incentivo

às ferrovias e hidrovias.

A proposta igualmente sustenta a

importância fundamental das ações

de caráter institucional, nos casos

da perenização do processo de pla-

nejamento estratégico, do estabele-

cimento criterioso dos marcos

regulatórios e, ainda, da consolida-

ção da plena atuação das agências

reguladoras.

A proposta leva em consideração, tam-

bém, que o Plano Nacional de Logística

e Transportes – PNLT, ao considerar os

corredores de transportes como parte

das cadeias logísticas que, por sua vez,

refletem as cadeias produtivas – poderá

o PNLT

Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 2011

34

dar o necessário suporte à indução da

localização, em território mineiro, de ele-

mentos chaves associados à esta concep-

ção: centros, instalações de ensilagem, de

transbordo, de comercialização e, sobre-

tudo, de beneficiamento de grãos.

A perspectiva das cadeias logísticas

transcenderá, portanto, a própria pers-

pectiva da multimodalidade. Dos 70

projetos, destacaríamos como mais im-

portantes para serem priorizados em

sua execução no PAC:

AEROPORTUÁRIOS

O aumento da capacidade do Aero-

porto Internacional Tancredo Neves, na

região metropolitana de Belo Horizonte

(Confins) e a conclusão do aeroporto

regional da zona da mata (Goianá).

RODOVIÁRIOS

• Projeto e construção do arco viá-

rio de contorno norte (rodoanel) da

região metropolitana de Belo Hori-

zonte (ligação da BR 381 Sul / Fernão

Dias, e a BR 381 Norte para Gover-

nador Valadares);

• Conclusão da construção do por-

tal sul de Belo Horizonte (BR

356/BR040/Nova Lima/ MG30);

• Projeto e construção do arco viá-

rio sul (via das indústrias) da região

metropolitana de Belo Horizonte;

• Conclusão da obra de duplicação

da BR 050 entre as divisas GO/MG/SP;

• Conclusão da obra de melhoria da

capacidade de tráfego e duplicação da

BR 040 do trevo para Ouro Preto/BR

356 até Juiz de Fora/MG 452;

• Projeto e construção da obra de

adequação e duplicação da BR 381 –

norte de Belo Horizonte a Governa-

dor Valadares;

• Conclusão da obra de adequa-

ção e duplicação da BR 040 entre Belo

Horizonte/Sete Lagoas/Curvelo.

HIDROVIÁRIOS / LACUSTRES

e PORTUÁRIOS:

• Construção de eclusas nas barra-

gens de Água Vermelha, Marimbondo e

Porto Colombia, no Rio Grande para

aumento de sua navegabilidade;

• Implantação de transporte lacustre

na Bacia da Barragem de Furnas;

• Construção de 03 (três) portos e

reformas de 06 (seis) portos no Rio

São Francisco para ampliar seu poten-

cial de transporte hidroviário;

• Melhorias no transporte hidroviá-

rio do Rio São Francisco entre Pira-

pora, Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

FERROVIÁRIOS

• Implementação do Prosefer – pro-

grama de segurança ferroviária, com a

eliminação de passagens de nível e de

invasões nas faixas de domínio da malha

ferroviária do Estado de Minas Gerais;

• Construção da obra de retificação

e duplicação do trecho ferroviário

entre a estação do Horto Florestal e

de General Carneiro, antigo projeto da

travessia ferroviária da região metro-

politana de Belo Horizonte;

• Construção da ligação ferroviá ria

entre Governador Valadares / Teófilo

Otoni / Itaobim / Turmalina / Grão

Mogol/Salinas/Rio Pardo de Minas/Pai

Pedro, pólos de celulose e mineração,

para o desenvolvimento das regiões

norte e nordeste de Minas Gerais;

• Construção da ligação ferroviária

entre Pirapora/Unai/Planalto Central,

promovendo a integração da malha

ferroviária de Minas Gerais com a

ferrovia norte/sul e importantes

regiões produtoras do centro-oeste

e norte/nordeste do Brasil;

• Conclusão da ferrovia do aço na

região metropolitana de Belo Hori-

zonte do km 0, em BH/Caetano Fur-

quim, até o pátio de andaime no km

29, no município de Itabirito, trecho

ferroviário, em que toda a infraestru-

tura está pronta;

• Conclusão de viaduto ferroviá-

rio eliminando a passagem de nível

no cruzamento com a MG 040 na ci-

dade de Sarzedo;

Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 2011

35

• Construção de viadutos, trinchei-

ras e passarelas em ramal ferroviário

no centro da cidade de juiz de fora

para eliminar-se conflitos de mobili-

dade urbana;

• Construção do contorno ferroviá-

rio de Santos Dumont;

• Conclusão das obras do metrô de

Belo Horizonte com a modernização

da linha 01 existente e ampliação da

frota atual; conclusão linha Barreiro-

Calafate e dos projetos e construções

das linhas 02 (Calafate/Hospitais) e 03

(Pampulha/Savassi);

• Implantação do transporte ferro-

viário de passageiros com o emprego

de veículos leves sobre trilhos – VLTS,

como alternativa viável técnica e eco-

nomicamente, para os projetos de mo-

bilidade em transporte de massa, na

região metropolitana “expandida’’ de

Belo Horizonte, aproveitando-se 835

km de malha ferroviária existente, com

o adequado compartilhamento dos

trens de carga, influenciando social e

economicamente 129 municípios, 81 a

mais do que os 48 da RMBH e seu

colar;

• Implantação em Minas Gerais de

um “Centro de Referência e Excelência

em Engenharia Ferroviária – Cengefer”

constituindo-se em rede inovadora de

instituições, especializado em projetos

de pesquisa e de desenvolvimento tec-

nológico para a indústria ferroviária em

sua cadeia produtiva e na formação de

novas gerações de técnicos e enge-

nheiros para o setor;

Por questões de política orçamentária

e de prioridades estratégicas, o go-

verno federal redefiniu a programação

de obras de infraestrutura de trans-

portes em PAC_1 e PAC_2 imple-

mentando e concluindo aquelas que se

iniciaram com recursos do PAC_1,

como, por exemplo, dentre outras, a

conclusão da duplicação da BR 262

entre Betim e Nova Serrana, da BR 040

entre Belo Horizonte e Sete Lagoas, e

o novo viaduto sobre a BR 040, em

Congonhas, antigo Viaduto Vila Rica.

As demais obras consideradas como

demandas prioritárias para o Estado de

Minas Gerais, conforme proposta inte-

grada enviada pela SME ao MT/PNLT,

deverão ser objeto de ações estratégi-

cas para a conquista de sua completa

inclusão no PAC_2, sem o que dificil-

mente serão executadas, com exceção

da “Travessia Ferroviária de Belo Hori-

zonte”, que será executada por conta

da ferrovia centro atlântica - FCA/Vale

conforme acertos viabilizados com o

Governo Federal e Rede Ferroviária

Federal S.A., devendo ser iniciada nos

próximos dias.

José Antônio Silva Coutinho é engenheiro

CoordenadorAdjunto daComissão

Técnica deTransportes

da SME

Blog

desi

gn |

(31)

330

9 10

36

Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 2011

36

Com a crise econô-

mica que assola a Europa e tam-

bém os Estados Unidos desde

2008, assistimos a consolidação de

uma reviravolta na estrutura mun-

dial com a escalada do poderio

econômico do Brasil e da China.

A economia do Brasil está se in-

ternacionalizando, fato decor-

rente de o País ocupar o primeiro

lugar na produção de vários insu-

mos agrícolas. O Brasil se conso-

lidará como celeiro do mundo

expandindo 40% a sua produção

agrícola nos próximos dez anos.

Com o objetivo de tornar reali-

dade essas perspectivas econômi-

cas, o Brasil como todas as outras

nações com alto índice de desen-

volvimento, vai precisar de muita

energia.

Quando comecei os meus traba-

lhos na Gerência de Desenvolvi-

mento Tecnológicos da Cemig,

utilizando outras fontes renováveis,

a saber: eólica, solar, biomassa, e

outras, para compor a matriz elé-

trica brasileira, esse esforço era

visto como pesquisa científica. No

Brasil não se permitia falar em

outra fonte renovável, como solu-

ção energética para o País, que não

fossem as grandes usinas hidrelétri-

cas, que transformaram o Brasil

entre os países industrializados, em

um dos mais dependentes da hi-

droeletricidade, com 96,8% da

energia produzida por cerca de

600 barragens. O Brasil se colocou

como o maior produtor de hidroe-

letricidade da América Latina, se-

guido pela Argentina com 101

Bons ventos para a matriz

Por Ailton Ricaldoni Lobo

EÓLICA | Energia limpa

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 2011

37

barragens, Venezuela com 72 e

Chile com 87. Brasil e Paraguai jun-

tos tem a maior usina hidroelétrica

do mundo, com uma capacidade

total de 12.600 megawatts. O con-

sumo de energia per capta no Bra-

sil quadruplicou desde 1970, de

491 kilowatt para 2.242 kwa atual-

mente.

O grande desenvolvimento da hi-

droeletricidade no Brasil foi entre

1975, quando a capacidade insta-

lada era apenas de 18.500 mega-

watts, e 1985, quando passou para

54.000 megawatts. A partir de

então a construção de barragens

tornou-se mais difícil devido à crise

econômica e ao endividamento,

assim como ao crescimento das

críticas às barragens devido aos im-

pactos sociais e ambientais.

Hoje, estamos assistindo o resul-

tado do esforço concentrado de

algumas pessoas que acreditaram

que os ventos iriam ocupar o seu

lugar na matriz elétrica mundial.

A energia do vento (eólica) pode

garantir 10% das necessidades

mundiais de eletricidade até o

ano 2020, criar 1,7 milhão de

novos empregos e reduzir a emis-

são global de dióxido de carbono

na atmosfera em mais de 10 bi-

lhões de toneladas. Estes são os

principais dados de um novo re-

latório internacional elaborado

pelo Greenpeace, pela Associação

Européia de Energia Eólica

(EWEA) e pelo Fórum pela Ener-

gia e Desenvolvimento e lançado

em Bruxelas (Bélgica) durante um

seminário sobre fontes de ener-

gias renováveis.

energética brasileira

Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 2011

38

O relatório "Wind Force 10: A

Blueprint to Achieve 10% of the

World’s Electricity from Wind

Power by 2020" mostra que um

total de 1,2 milhão de megawatts

(mw) de energia eólica pode ser

instalado ao redor do mundo até

2020, produzindo, mas que o total

de energia necessária para alimen-

tar toda a Europa hoje.

Nos últimos dez anos, a força do

vento foi a fonte de energia de

maior crescimento no mundo, com

uma média de 30% de crescimento

ao ano. Apesar de suprir cerca de

10% das necessidades de eletrici-

dade da Dinamarca, por exemplo, a

contribuição da energia eólica em

todo o mundo permanece abaixo

de seu potencial, com uma média

de 0,15%.

Com custo cada vez menor, e

bem mais barato que a hidráulica,

desempenho cada vez maior,

comparável a hidráulica, prazos

de instalação menores, modulari-

dade e menos impacto ambiental,

esse tipo de energia se tornou a

bola da vez.

Temos que considerar esta opção

com muita ênfase, haja vista, que

o Brasil hoje possui conheci-

mento tecnológico para produzir

todos os componentes dos gera-

dores, possui também um parque

industrial capaz de produzir tais

componentes e uma demanda in-

terna enorme, pois, o mapea-

mento dos potenciais de vento

indica que em Minas Gerais, por

exemplo, só existem 40 giwatts

de potencial instalável.

A contribuição para a autonomia

energética e para o balanço comer-

cial internacional é significante. Ao

invés de o governo pensar em en-

terrar bilhões de dólares na finali-

zação da usina nuclear de Angra II

e na construção de Angra III, deve-

ria tomar uma atitude mais estra-

tégica, e investir até dez vezes

menos em fontes de energias re-

nováveis e de baixo impacto sobre

o meio ambiente, como a eólica,

obtendo melhores resultados para

a matriz energética brasileira.

Num mundo em que estamos as-

sistindo o crescimento vertiginoso

das fontes renováveis, em especial

a eólica, o Brasil terá de se livrar

de seus principais nós e aproveitar

que os ventos estão favoráveis.

Disso dependem da nossa política

energética, a formação de mão de

obra qualificada, investimentos em

pesquisa e desenvolvimento com

forte participação da indústria, fi-

nanciamentos de longo prazo e a

manutenção do crescimento eco-

nômico.

Ailton Ricaldoni Lobo , Presidente eleito da SME

para o mandato Abril / 2011 - 2014

EÓLICA | Energia limpa

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 2011

A sólida formação em enge-

nharia de telecomunicações e mate-

mática de Djalma Bastos de Morais

obtida em instituições do Sul e Su-

deste naturalmente encaminharam o

jovem militar, natural de Maceió (AL),

para a chefia do serviço de rádio do

Exército na Zona da Mata mineira. Daí

para cargos de superintendência na

Telemig, uma das maiores empresas

estaduais de telefonia do País na dé-

cada de 80, e para a Telebrás, então

controlada pelo governo federal,

foram superadas etapas em um pro-

cesso constante até o Ministério das

Telecomunicações em 1994.

Em 1995, no entanto, sua car-

reira viria a sofrer uma guinada radical

com a nomeação para vice-presidente

da Petrobrás Distribuidora. Desde

então, passou a desempenhar um papel

de protagonista no setor energético

brasileiro, função que mantém há 11

anos como diretor-presidente da

Companhia Energética de Minas Ge-

rais. Com isso, o engenheiro Djalma

Bastos de Morais não é apenas o pre-

sidente da maior companhia integrada

de energia elétrica do País como tam-

bém é a personalidade a ocupar por

mais tempo, o cargo mais alto da dire-

toria da Cemig desde sua fundação, há

quase seis décadas, em 1952.

Com Djalma Morais na presidência da

Empresa, a Cemig tem conhecido um

crescimento como nunca havia acon-

tecido antes. Nos seus primeiros qua-

tro anos de gestão (1998/2001), a

Cemig empreendeu o seu maior vo-

lume de obras para implantação de hi-

drelétricas no País. Em quatro anos

foram iniciadas ou concluídas as obras

das hidrelétricas de Porto Estrela, Funil,

Aimorés, Irapé, Queimado, Pai Joaquim,

Capim Branco I e II e a térmica do Bar-

reiro. A Companhia iniciou ainda um

processo que lhe permitiu, em pouco

tempo, entrar para o exclusivo grupo

das empresas que são líderes mundiais

em sustentabilidade econômica, am-

biental e social.

A partir de 2002, a Cemig

avançou ainda mais e, em quatro anos,

o seu valor de mercado praticamente

triplicou. Estrategicamente, com muita

segurança e habilidade a Cemig partiu

para o desafio de ser uma empresa glo-

bal, passando a ter negócios em 19 es-

tados brasileiros e no Distrito Federal,

mas sem nunca deixar as raízes de

Minas. Dessa forma, a Cemig expandiu

os seus negócios com participação na

Light, do Rio de Janeiro, aquisição do

controle da Terna e de parte da TBE,

que atuam na operação de linhas trans-

missão no Norte, Nordeste, Sul e Su-

deste do Brasil, de parques de geração

eólica no Ceará e da implantação e

operação de uma linha de transmissão

no Chile. Ao mesmo tempo, a Compa-

nhia atingiu o índice de 100% de con-

sumidores urbanos ligados e está

terminando as obras para a universali-

zação da eletrificação rural. Tudo isso

só foi possível graças à habilidade e

visão do presidente Djalma Bastos de

Morais à frente da Cemig.

39

Djalma Bastos de Morais,

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 2011

Blog

desi

gn |

(31)

330

9 10

36

Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 2011

4141

Projeto inédito e pioneiro no Brasil,

de criação de um Centro de Referên-

cia e Excelência em Engenharia Fer-

roviária (Cengefer), centrado em

pesquisas e no resgate dos avanços

tecnológicos voltados para o sistema

de transportes ferroviários de cargas

e passageiros, agregado ao polo in-

dustrial ferroviário em sua cadeia

produtiva, incluindo-se a inserção das

escolas técnicas e de engenharia na

formação de novas gerações de téc-

nicos e engenheiros ferroviários, faz

parte das políticas públicas de

transporte e logística. Essas políticas

públicas contribuem para reordenar

a matriz de transporte do país,

ainda predominantemente apoiada

no modo rodoviário e consta como

destaque na “proposta integrada de

Minas Gerais”, elaborada pela comis-

são técnica de transportes da Socie-

dade Mineira de Engenheiros (SME),

para o Plano Nacional de Logística e

Transportes (PNLT).

O Centro de Referência e Excelência

em Engenharia Ferroviária (Cengefer)

é fator fundamental para o sucesso

do plano de revitalização das ferro-

vias e sua criação e implantação em

Minas Gerais se justifica pelas seguin-

tes premissas: O Governo Federal

implementa o plano de revitalização

das ferrovias, desenvolvendo projetos

que objetivam a integração e adequa-

ção operacional das ferrovias e a am-

pliação de sua capacidade nos corre-

dores de transporte. O Estado de

Minas Gerais tem localização estra-

tégica em relação a outros grandes

centros de produção e de consumo,

e por dispor dos maiores segmentos

da malha ferroviária do país em ope-

ração, ocupa posição privilegiada nas

cadeias logísticas visando à integra-

ção modal e operacional nos corre-

dores de transporte destinados aos

mercados internos e às exportações.

Também as ferrovias em Minas Ge-

rais têm especial significado no novo

paradigma da logística em infraestru-

tura de transportes, constituindo-se

Projeto inovador‘’Centro de Referência e Excelência em Engenharia Ferroviária – Cengefer’’

FERROVIA | Cengefer

Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 2011

FERROVIA | Cengefer

42

na alternativa viável e necessária para

a eficácia do processo de desenvolvi-

mento econômico e social sustentado,

com competitividade e consequente

redução do chamado “custo Brasil.’’.

O Estado de Minas vem atuando como

indutor e articulador de ações de im-

plementação, visando reordenar e dar

nova dinâmica ao “desenvolvimento

do transporte ferroviário no Estado’’,

tendo criado para isto, o programa

Trens de Minas.”

É importante lembrar que o êxito na

realização dos projetos de revitaliza-

ção do transporte ferroviário, estará

assegurado na medida que seja desen-

volvida a cadeia produtiva ferroviária,

fundada em pesquisa, conhecimento

tecnológico e formação adequada de

técnicos para o setor ferroviário.

Há que se considerar também que a

grande maioria dos países do mundo

que possuem uma razoável infraestru-

tura de transportes tem como su-

porte de seu desenvolvimento um

instituto ou centro de pesquisas fer-

roviárias, pois o desenvolvimento do

transporte ferroviário compreende o

conhecimento da engenharia ferroviá-

ria, bem como o domínio e atualização

permanente da tecnologia do setor

que depende, dentre outros fatores,

da realização de pesquisas específicas

e da sua interação prática com a revi-

talização organizada do parque indus-

trial ferroviário.

O incompatível estágio de desenvolvi-

mento do setor ferroviário brasileiro,

que vem afetando a sua já menor par-

ticipação na matriz de transportes, de-

corre da inexistência no Brasil, de um

Centro desta natureza.

A modelagem para a estruturação

deste Centro de Referência e Exce-

lência em Engenharia Ferroviária

será o resultado de proposta de par-

cerias alternativas de financiamento

e modelo de gestão autosustentável.

Silogismos estruturantes

A busca da riqueza nacional e da jus-

tiça social se alicerça em várias

ações. Impõe-se que todas elas pri-

vilegiem a componente evolução do

conhecimento e da tecnologia.

Uma maneira eficaz para mudar o

quadro de subdesenvolvimento con-

siste no investimento contínuo, or-

denado e crescente de recursos e de

esforços em Ciência e tecnologia,

sempre buscando a integração, a for-

mação de redes e ampla mobilização

para gerar conhecimentos e tecno-

logias nacionais de vanguarda. Nesse

contexto é que se insere o projeto

Cegenfer.

A ideia de implantar este projeto

vem ao encontro do anseio de se

criar um novo paradigma, contextua-

lizando suas ações dentro de um en-

foque de ciência e tecnologia

aplicada aos produtos, processos e

serviços. Os institutos de pesquisa

do país elaboram seus trabalhos téc-

nicos que nem sempre chegam ao

conhecimento geral, pela falta da

praticidade de suas teorias e, na

maioria dos casos, tem maior ênfase

o ‘Paper’ elaborado sobre o assunto

do que a aplicação prática em bene-

fício da sociedade como um todo.

Os fabricantes de novos equipamen-

tos não têm, na maioria das vezes,

campos de provas reais para o teste

de seus novos produtos, senão ape-

nas esporádicos espaços abertos em

algumas empresas que usufruem os

eventuais benefícios para a melhoria

apenas de sua instituição, não se

preocupando com o restante do sis-

tema nacional.

Cengefer = inovação

“ Brasil carece de umacultura que privilegie ainovação como fator

determinante da com-petitividade de suaeconomia e de suas

empresas – carta deminas pela inovação –

hora de inovar.”

Olavo Machado Presidente da FIEMG

Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 2011

43

Pela falta de sinergia entre estas enti-

dades, deixa-se de obter respostas

mais elaboradas que possam agregar

renovadas inteligências na solução de

problemas na área do conhecimento

da engenharia nacional. Isto se deve a

forma de trabalho quase totalmente

estanque dessas instituições, que nor-

malmente cumprem com suas missões

e atribuições através de uma sistemá-

tica de trabalho que não potencializa

nem integra seus diversos componen-

tes, gerando assim, um resultado efi-

ciente, porém, não eficaz.

A busca da referência pela exce-

lência em Engenharia Ferroviária

A busca da excelência ou da van-

guarda em algum campo de atuação,

seja na administração pública, seja no

mundo empresarial ou em qualquer

outro setor da atividade humana, de-

pende de muito esforço e de muita

determinação, sobretudo, de desafios

inteligentes ou de situações por si só

instigantes, do desejo de estrutura-

ção de parcerias estratégicas, da for-

matação de rede onde cada

componente procure alcançar a ex-

celência na sua restrita área de ação.

Manter-se na vanguarda é desafio tão

empolgante quanto o de atingí-la.

Sabe-se que o desenvolvimento da

ciência e da tecnologia, para o qual a

criatividade e a inovação têm de

estar necessariamente presentes, se

apóia em três premissas básicas. A

primeira delas deve-se à existência

do cérebro humano e ao incentivo a

sua utilização, perseguindo os limites

de sua potencialidade. A segunda é lo-

calizada na mobilização das pessoas e

instituições em torno de bandeiras,

de metas geradoras de algum benefí-

cio estratégico ou social; e a terceira

refere-se ao esforço nacional, canali-

zando recursos adequados para a

área científica e tecnológica.

O projeto de um Centro de Refe-

rência e Excelência em Engenharia

Ferroviária se preocupa com os

procedimentos para introduzir a in-

teligência nacional no processo pro-

dutivo. Isso representa agregar um

insumo que reverterá em divisas

para o país e em sustentação para a

entidade.

Mobilização nacional, incentivos ou

grandes empenhos de lideranças

são essenciais para o alcance de re-

sultados de alto significado, tais

como: assumir a liderança nacional

na área de engenharia ferroviária.

Pensar em desenvolvimento tecnoló-

gico não implica somente as grandes

realizações dos países já desenvolvidos.

O Brasil pode pensar tanto em pro-

jetos estruturais, de grande alcance,

como em inúmeros temas do dia a

dia que precisam, constantemente

de evolução tecnológica. Nesse ca-

minho, o país encontrará fácil ma-

neira de agregar a inteligência na-

cional aos seus produtos, processos

e serviços.

Deve-se sempre considerar que as

tecnologias do presente caminham

para a obsolescência e que muitas

daquelas que serão as preferidas

nos próximos 20 anos não se en-

contram no mercado, por isso so-

bram chances para quem se lança na

luta da conquista tecnológica.

O Brasil tem condições objetivas

de alcançar um patamar mais alto

de desenvolvimento se estimular os

seus especialistas, técnicos, cientis-

tas e empresários, enfim, mobilizar

suas inteligências para promover a

superação dos modernos desafios

da tecnologia e o uso criativo de

conhecimentos.

O uso do nome Centro de Exce-

lência constitui uma decisão de

marketing, visando conferir sta-

tus a uma ampla rede estruturada

a partir de competências, de em-

presas, de órgãos e de universida-

des que se complementam na

realização de objetivos comuns.

Essa concepção de rede de excelência

funciona em harmonia e sinergica-

mente e, por isso, produz riqueza e

oportunidades como se fora uma

Page 44: Revista Mineira de Engenharia - 2011

44

única estrutura – daí o conceito de

Centro.

Este é sempre virtual, pois se as-

senta numa rede de competências

e recursos. A rede tem suas regras

e seus objetivos como um todo,

mas também tem os objetivos de

seus componentes. As interligações

do sistema são sólidas, sustentadas

e imprescindíveis.

O Centro de Referência

e Excelência em Engenha-

ria Ferroviária resulta de

uma bem articulada rede

de parcerias estratégicas.

São ligações permanentes

e sustentadas.

Busca-se, como condição

para o sucesso, a otimiza-

ção dos recursos existen-

tes.

A utilização de técnicas

inovadoras e métodos

científicos avançados, por profis-

sionais de elevada capacitação,

gera resultados situados no limiar

ou além da fronteira do conheci-

mento em determinada área indus-

trial ou tecnológica.

Por meio de trabalho interativo de

recursos humanos e tecnológicos,

com o envolvimento de entidades

governamentais, de instituições de

pesquisa, de empresas e de univer-

sidades nacionais e internacionais,

busca-se a valorização, o desenvol-

vimento e a disseminação de com-

petências, ingredientes

imprescindíveis para a superação

do subdesenvolvimento.

Há para os projetos do Centro, a

definição de uma ou de várias uni-

versidades-âncoras. Essas institui-

ções completam ou suprem as

pesquisas necessárias, promovem

cursos de graduação e pós-gradua-

ção de interesse da rede ou gera-

dores de renda para o conjunto,

estabelecem a disseminação dos

conhecimentos gerados (que não

sejam objeto de acordo de sigilo)

e coordenam outras instituições

acadêmicas que possam se integrar

ao projeto. Vale considerar que a

ampliação das atividades tecnoló-

gicas de um núcleo requer a agre-

gação de recursos humanos e

físicos, possível campo de atuação

das universidades-âncora, as quais

podem propiciar que a desejada

expansão de recursos se processe

nos seus domínios.

Com a participação de

empresas privadas ou

estatais há ligação

para o desenvolvi-

mento de produtos,

processos, equipa-

mentos e softwares.

Qualquer entidade ou

empresa nacional

compõe um perfeito

laboratório capaz de

viabilizar a utilização

de tecnologias aplicá-

veis ao seu negócio,

valorizando rapida-

mente seus produtos,

processos e serviços,

validando-os para o trânsito inter-

nacional.

Por vezes, muitas são as entida-

des, organizações e empresas cui-

dando de um assunto importante.

Mas, poucas vezes, ocorre a siner-

gia nas ações, a otimização dos re-

cursos e a inovação na gestão. Por

isso, poucos são os grandes resul-

tados.

FERROVIA | Cengefer

Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 2011

45

Estruturação de um projeto de

busca da referência pela excelência

em Engenharia Ferroviária

De maneira geral, os projetos de for-

matação de centros de excelência se-

guem o roteiro da realização de um

diagnóstico do objeto de estudo, da de-

finição de uma visão de trabalho a ser

adotada e dos projetos para atingir os

objetivos propostos. Cada projeto tem

estruturação própria, em função das di-

ferentes configurações possíveis, a par-

tir de realidades distintas.

Por outro lado, é fundamental que haja

um grupo líder para conduzir o pro-

jeto, com acesso à alta administração

da entidade ou do órgão da adminis-

tração pública responsável. O projeto

busca elevar parte da entidade ou or-

ganização ao nível da excelência, colo-

cando sua tecnologia específica na

vanguarda mundial, ou elevá-las, como

um todo, à excelência.

É importante buscar a aplicação dos

conceitos de gestão pela qualidade

total ao segmento em questão, e que

se procure trabalhar segundo critérios

da administração estratégica. A criação

de um centro de excelência resulta de

um esforço de estabelecimento paula-

tino de parcerias, as quais, pouco a

pouco, enriquecem o projeto:

Conceito - Conjunto de recursos fí-

sicos, humanos, tecnológicos, integra-

dos numa rede por área temática, que

objetiva a manutenção da supremacia

no campo escolhido, a valorização con-

tínua e sustentada do desenvolvimento

dos elos da rede e a transformação da

tecnologia e do conhecimento em pro-

dutos, processos ou serviços.

Forma - Sólida união através de uma

rede de alto desempenho, percebida

como um conjunto uno, caracterizando

assim, para efeito de marketing, um

centro de excelência. Assenta-se sobre

parcerias estratégicas entre indústrias,

instituições, universidades, governos Fe-

deral, Estadual e Municipal.

Missão - Busca de resultados situados

no limiar ou além da fronteira do co-

nhecimento existente em determinada

área industrial, tecnológica, de gestão

ou do conhecimento, pela utilização de

técnicas inovadoras e métodos cientí-

ficos avançados, reunindo para tanto

profissionais de elevada qualificação.

Visão - Ser reconhecido como um

conjunto unificado de recursos com

desempenho no patamar da excelên-

cia, situando-se sempre na vanguarda

tecnológica ou do conhecimento.

Não se constrói um centro de exce-

lência de um dia para o outro. Durante

anos constrói-se degrau a degrau, a es-

cala do sucesso. A entidade (ou o con-

junto delas) é o laboratório principal

de teste das inovações.

Em resumo, a busca da referência pela

excelência em Engenharia Ferroviária

se sustenta na ideia:

• Empresas, organismos e associa-

ções constituem laboratórios que pos-

sam viabilizar o desenvolvimento de

conhecimentos, tecnologias e inova-

ções aplicáveis ao seu campo de atua-

ção, valorizando seus produtos,

processos e serviços. Cada entidade

pode se unir a universidades, de forma

a compartilhar tecnologias e processos

inovadores.

• É preciso criar, no país, núcleos de

desenvolvimento de tecnologias e de

conhecimentos avançados, formando-

se massa crítica, trabalhando em várias

frentes, fazendo surgir outras inova-

ções e novos produtos, processos e

serviços.

• Tecnologias, conhecimentos e mo-

delos de gestão evoluem a cada ins-

tante.

• A aplicação constante em inovação

e tecnologia, tanto nas entidades

quanto nas universidades, gera um ex-

cepcional mercado de trabalho.

José Antônio Silva Coutinho é

engenheiro e Coordenador

Adjunto da ComissãoTécnica de Transportes da SME

Page 46: Revista Mineira de Engenharia - 2011

O estudante do curso de Engenharia Mecânica

da UFMG, João Bosco Barbosa Filho, vencedor do 19º

prêmio SME de Ciência e Tecnologia, apresentou o pro-

jeto “Chuveiro otimizado: Uma nova concepção de banho

acerca do uso racional da energia elétrica”. A solenidade

foi realizada no Usiminas em dezembro de 2010.

O Brasil tem experimentado nos últimos anos

um considerável crescimento que o tem qualificado como

um País emergente. A consequência disso é o elevado

consumo de energia e, por conseguinte, o aumento do

risco do “apagão” que tem se tornado um grande desafio

para as autoridades brasileiras. Nas palavras do estudante,

“o apagão ocorre porque existe um horário de maior

consumo de energia, no qual vários aparelhos são ligados

ao mesmo tempo”. Estima-se que o uso do chuveiro, o

vilão da energia, corresponda a 26% desse consumo de

energia elétrica. De acordo o vencedor do prêmio, João

Bosco Barbosa Filho, nos últimos anos, poucas medidas

têm sido feitas em relação ao problema, sendo a mais co-

nhecida o horário de verão, com uma economia de 5%.

“Este aumento no consumo de energia elétrica faz com

que aumente a necessidade de termoelétricas, hidrelétri-

cas e usinas nucleares, e isto muitas vezes significa poluir

e desmatar de forma irracional”, explica Filho. Diante

disso, ele pensou em criar uma solução para amenizar o

consumo de energia elétrica e apresentou um sistema

que, instalado no chuveiro, acarreta um menor consumo

de energia elétrica (supondo que se mantenha o mesmo

tempo de banho). O uso da vazão intermitente, quase que

imperceptível ao usuário permitiu aumentar a tempera-

tura da água na saída do chuveiro com uma menor po-

tência. “Esse é o chuveiro ideal para o nosso País”, afirma

o estudante do curso de Engenharia.

Chuveiro o vilão da energia

46

Por Alessandra Sardinha

CIÊNCIA E TECNOLOGIA | Prêmio

Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 2011

47

Vencedores do prêmio

O grupo de estudantes Lucas Machado Viana, Igor José

Moreira Marques e Augusto Matheus dos Santos

Alonso do curso de Engenharia de Controle e Auto-

mação da Universidade Federal de Ouro Preto

(UFOP), autores do projeto “Desenvolvimento de sen-

sor orgânico para monitoramento e análise de dose

de radiação em soluções de MEH-PPV/Alq3, para fu-

turas aplicações médico-hospitalar” ficou com o 2º

lugar. Foi desenvolvido um

dispositivo que provou ser

uma alternativa viável para

aumentar a segurança dos

tratamentos envolvendo ra-

diação, além do baixo custo

de produção e manutenção.

A leitura dos dados forne-

cidos pelo protótipo é rá-

pida e intuitiva devido à

escala de cor no display.

Evidenciando assim um mé-

todo inovador e revolucio-

nário para ser utilizado em ambientes médicos

hospitalares.

já o 3º colocado, Fernando Venâncio Amaral, estudante

do curso de Engenharia Elétrica do CEFET-MG, apre-

sentou o projeto “Estimulador elétrico digital para ex-

tração de veneno em aranhas e escorpiões na

Fundação Ezequiel Dias (FUNED)”. O soro anti-peço-

nhento é produzido a partir do próprio veneno do

animal. A extração do veneno é realizada através da

aplicação de estímulo elétrico aplicado na glândula

produtora de veneno do animal. Esse procedimento é

empregado na FUNED, mas sem a capacidade de se

controlar os níveis e tempos de exposição do animal

ao choque. Isso provoca, muitas vezes, a morte pre-

matura ou perda da capacidade de produção de ve-

neno. Diante disso Amaral cria um sistema capaz con-

trolar de forma adequada os níveis de tensão,

corrente, frequência e duração da aplicação do estí-

mulo elétrico, prolongando-se a vida útil dos animais

em cativeiro. E ainda, este estímulo elétrico poderá

ser ajustado de acordo com cada espécie, evitando sua

fadiga ou morte prematura e intensificando a disponi-

bilidade de veneno para a produção de soros anti-pe-

çonhentos na FUNED.

O projeto

“Monitoramento do

desgaste dos refra-

tários dos cadinhos

dos altos-fornos”,

4º lugar, elaborado

por Leandro Dijon

de Oliveira Cam-

pos, estudante do

curso de Engenha-

ria Metalúrgica da

Universidade Fede-

ral de Minas Gerais (UFMG), cita as empresas side-

rúrgicas que trabalham com Altos-Fornos,

termopares instalados ao longo do corpo desses rea-

tores com a finalidade de se medirem as temperatu-

ras em regiões diferentes, para se avaliar a

distribuição interna da carga, o fluxo gasoso, o des-

gaste da parede refratária que reveste o interior des-

tes equipamentos, dentre outras utilidades. O

problema identificado foi a utilização inadequada dos

dados coletados pelos termopares na região do ca-

dinho, e a solução encontrada foi a criação de um

software capaz de ler as temperaturas medidas pelos

termopares e traduzi-las em espessura da parede e

desgaste do refratário.

Vencedores do Prêmio 1º ao 5º lugar

Page 48: Revista Mineira de Engenharia - 2011

48

A P O I A D O R E S D O E V E N TO

Em 5º lugar, Bruna Monteiro Ferreira, aluna do

curso de Engenharia Civil da UFOP, com o projeto “Estudo

de caracterização da escória de ferro silício manganês para

a aplicação em lastro ferroviário”. De acordo com a estu-

dante o Brasil é o um dos maiores produtores de ferroligas

de manganês do mundo. A escória de ferro silício manganês

é um resíduo da produção industrial siderúrgica. Em síntese

o material, escória de ferro silício manganês em estudo se

enquadrou nos seguintes requisitos de: análise granulomé-

trica, abrasão Los Angeles, índice de tenacidade TRETON,

massa específica aparente, absorção de água, porosidade

aparente, teor de materiais macios e friáveis, forma do ma-

terial e teor de material pulverulento, teor de argila em

torrões, resistência a intempéries, carga pontual e com-

pressão axial. Todos estes índices têm como referência os

padrões estabelecidos pela ABNT e AREMA. No que diz

respeito aos estudos de classificação ambiental, mineraló-

gico e elétrico, o material, escória de ferro, silício, manganês

também se enquadrou em todos os requisitos estabeleci-

dos por norma. Dessa forma, pode-se afirmar que o mate-

rial está apto, ou seja, pode ser usado como lastro

ferroviário, dando uma alternativa técnica.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA | Prêmio

O estudante do curso de Engenharia Mecânica/UFMG, João Bosco Barbosa Filho, vencedor do 19º prêmio SME de Ciência e

Tecnologia, apresentou o projeto “Chuveiro Otimizado: Uma nova concepção de banho acerca do uso racional da energia elétrica”

Abertura doevento como presidente

da SME, Márcio Trindade

A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) criou

há 19 anos o Prêmio de Ciência e Tecnologia para incen-

tivar e valorizar a produção de trabalhos técnico-científi-

cos desenvolvidos por estudantes de graduação nas áreas

de engenharia, arquitetura e agronomia de Minas Gerais.

De acordo com o presidente da SME, Márcio Da-

mazio Trindade, os trabalhos inscritos são analisados por

um comitê de profissionais especializados e os autores

dos cinco melhores trabalhos recebem uma premiação

em dinheiro, no total de R$20 mil. Além disso, os traba-

lhos bem classificados recebem menções honrosas e a ins-

tituição de ensino com maior número de proposições,

uma premiação especial.

Anualmente, os universitários de Minas Gerais

têm a oportunidade de se inscreverem no Prêmio de

Ciência e Tecnologia, além de concorrer, o universitário

poderá ter o seu trabalho conhecido dentro da área aca-

dêmica e de grandes empresas.

Page 49: Revista Mineira de Engenharia - 2011

49

O desequilíbrio tem sido a marca comum do cresci-

mento das metrópoles brasileiras nas últimas décadas,

sendo o principal responsável pelos grandes problemas

por elas enfrentados hoje, como os bolsões de pobreza,

a baixa mobilidade e ainda, a crescente violência, resul-

tado muitas vezes dos desníveis regionais internos.

Esses problemas gerados pelo modo de crescimento cria-

ram verdadeiras armadilhas, que estão aí a desafiar a cria-

tividade dos gestores e a enfrentar a geralmente crônica

escassez de recursos dos cofres municipais, submetidos à

vontade e aos caprichos do poder federal, que arrecada a

maior (bem maior) fatia do bolo tributário.

Rio de Janeiro e São Paulo são os dois principais exem-

plos, mas a capital mineira também não foge à regra, em

muitos casos, as situações não tenham ainda atingido a

magnitude e a gravidade que ostentam nas duas maiores

metrópoles brasileiras. Episódios recentes como a vio-

lência no Aglomerado da Serra ou o caos provocado

por uma simples ameaça de greve dos rodoviários, por

exemplo, não podem ser vistos isoladamente, mas ana-

lisados nesse contexto mais amplo, pois podem ser en-

quadrados na cesta que acumula as conseqüências

indesejáveis do crescimento desordenado.

Se, em muitos casos, os gestores públicos se sentem de

mãos atadas diante da escassez de recursos, a conclu-

são que se deve chegar é de que não há nada a ser

feito? Naturalmente que não. Se a responsabilidade do

gestor público é, indubitavelmente, maior do que a de

outros atores, os segmentos organizados da sociedade

devem participar ativamente desse processo, sob pena

de serem punidos pela passividade.

É essa a linha de raciocínio que tem levado o Instituto Ho-

rizontes a tomar a iniciativa de debater e oferecer suges-

tões para alguns dos principais entraves ao bem estar da

nossa metrópole, quase todos fruto do desequilíbrio do

crescimento. Foi assim com o Vetor Norte, objeto de um

Plano de Ações Imediatas que gerou e tem gerado subsí-

dios a diversas decisões para ordenamento do desenvol-

vimento daquela região, possivelmente, no momento

atual, a mais dinâmica da RMBH(Região Metropolitana de

Belo Horizonte); e foi assim com o Vetor Sul, para o qual

o instituto produziu um Plano de Ações Estratégicas que

tem balizado entendimentos e deliberações envolvendo

o empresariado, a comunidade, o Ministério Público e au-

toridades estaduais e municipais.

É este o princípio que move também o Instituto Hori-

zontes (IH) a promover os estudos para elaboração do

Plano de Ações Estratégicas para o Vetor Noroeste,

tendo como foco principalmente os municípios de Ribei-

rão das Neves, Esmeraldas, Pedro Leopoldo e, parcial-

mente, Contagem. Essa região é um bom exemplo de

desequilíbrio, pois é cercada por dois corredores de eco-

nomia altamente dinâmica – o eixo da BR 040, em dire-

ção a Sete Lagoas, e o do Vetor Norte – mas não tem se

beneficiado dessa dinâmica e continua a ostentar os pio-

res índices sociais e econômicos da RMBH.

O estudo coordenado pelo IH irá articular a visão técnica

dos especialistas - nas áreas ambiental, socioeconômica, de

mobilidade e de ocupação e uso do solo – com o sentimento

do próprio cidadão, seja por meio de suas organizações, seja

por sua própria iniciativa. Dessa conjunção, nossa expectativa

é de que surjam diretrizes consensuais, capazes de serem

assimiladas pelos gestores e transformadas em soluções.

O desequilíbrio das MetrópolesPor Hudson Navarro - Diretor geral do Instituto Horizontes

Page 50: Revista Mineira de Engenharia - 2011

50

A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) homena-

geia o sócio fundador e presidente da MRV Engenha-

ria, Rubens Menin, com o título “Engenheiro do Ano

2010.” Menin dedicou toda sua vida profissional à

construção civil, mais especificamente à MRV, conse-

guiu fazer da empresa, líder no segmento econômico

no Brasil. “Receber este prêmio da mais importante

entidade do setor no Estado é muito gratificante,

pois representa o reconhecimento dos meus colegas

de profissão ao meu trabalho e ao meu amor pela

engenharia”, diz.

A homenagem é concedida pela SME desde 1985, para

aqueles que se destacam em sua área de atuação e que con-

tribuem para a sociedade com suas ideias e atividades, apon-

tando novos rumos para o desenvolvimento do país.

A paixão pela engenharia sempre esteve presente na vida

de Menin, seu avô e pais foram engenheiros, assim como os

irmãos. Ele foi criado respirando engenharia e sempre

soube qual caminho trilharia. “Desde muito jovem sempre

soube que queria ser engenheiro”, diz. Já na faculdade de

engenharia da UFMG, Rubens começou a fazer estágio na

Rubens Menin recebe título de Engenheiro do Ano

ENGENHEIRO DO ANO | Homenagem

Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 2011

51

Vega Engenharia e foi ali que se en-

cantou pela construção popular e

passou a cultivar a ideia da criação de

uma empresa que construísse para o

público de baixa renda.

Em 1977, junto com os primos Mário

e Homero, construiu a primeira casa,

na Rua dos Maçaricos, na Vila Clóris, e

o negócio deu tão certo que não pa-

raram mais. Com a venda desta casa

construíram mais três e depois outras

dez, foi aí em outubro de 1979, que

nasceu a MRV Engenharia.

Logo depois da criação da empresa, veio

a crise de 1982 e o primeiro grande de-

safio. Quinze das dezesseis empresas

que construíam para a baixa renda na

capital mineira desistiram de construir

para este público. Contrariando a ten-

dência, a MRV tomou uma decisão co-

rajosa e que se mostrou acertada.

Segundo Menin, a crise

foi determinante para o

desencadeamento de

dois dos fatores que

hoje são o DNA da

empresa, o controle de

custos e o planeja-

mento financeiro.

No início da estabilização econômica

em 1994, a empresa decidiu que era

chegada a hora de começar a sua ex-

pansão geográfica. Foi quando inicia-

ram os negócios da MRV no Triângulo

Mineiro e, logo depois, em Ribeirão

Preto, Americana e Campinas, no inte-

rior de São Paulo. Daí para frente, a

MRV não parou mais e hoje está pre-

sente em 90 cidades, de 15 Estados e

também no Distrito Federal.

Um dos passos determinantes para o

forte crescimento da MRV foi a deci-

são de seu presidente de abrir o ca-

pital da empresa. Em julho de 2007, a

companhia passou a fazer parte do

Novo Mercado - mais elevado nível

de Governança Corporativa da Bo-

vespa - ofertando 45,9 milhões de

ações ordinárias ao mercado, equiva-

lentes a R$ 1,2 bilhão, passando a ser

uma empresa com ações cotadas em

bolsa.

Em 2009, Rubens foi convidado

pessoalmente pela então Ministra

Dilma Rousseff para participar da

elaboração do programa habitacio-

nal do governo “Minha Casa, Minha

Vida.”Os impactos provocados pelo

“Minha Casa, Minha Vida” foram de-

terminantes para os bons resulta-

dos financeiros da MRV, já que a

empresa era a mais preparada para

atender a forte demanda por pro-

dutos que se enquadram ao perfil

eleito pelo governo.

Em 2010, Rubens Menin condu-

ziu a MRV para mais um ano de re-

cordes. As vendas contratadas

totalizaram R$ 3,75 bilhões com

crescimento de 33% ante o resul-

tado de 2009. Os lançamentos che-

garam a R$ 4,6 bilhões, número

histórico de 46.975 unidades resi-

denciais. Em 2011, Rubens espera

conduzir a MRV para voos ainda

mais altos. A empresa já apresentou

seu guidance de vendas contratadas

que deverá fechar o ano entre

R$ 4,3 e R$ 4,7 bilhões.

Presidente da SME, Márcio Trindade e

Rubens Rubens Menin “Engenheiro do Ano”

A P O I A D O R E S D O E V E N T O

Page 52: Revista Mineira de Engenharia - 2011

52

GESTÃO EMPRESARIAL | IP

Objetivo

A proposição apresentada neste

documento visa criar meios para

que a interação entre os sistemas

geradores, difusores e absorvedo-

res de tecnologia e serviços téc-

nico-científicos se torne mais

efetiva e produtiva.

Justificativa

As dificuldades de interação entre

os sistemas geradores e absorve-

dores de tecnologia e de serviços

técnicos são históricas e muito

pouco tem sido feito, de forma

efetiva, par sanar os problemas

existentes.

Os modelos de financiamento à

pesquisa no Brasil, apesar de es-

forços louváveis, nem sempre

têm sido traduzidos em termos

de melhoria do sistema produtivo

do País. Os principais pontos de

entrave decorrem do fato de que

as necessidades e oportunidades

de inovação estão no mercado,

enquanto as potencialidades de

invenções estão mais concentra-

das nas instituições de ensino e

pesquisa. A falta de conexão

entre os centros geradores de

tecnologia e o mercado decorre,

sobretudo, porque as pessoas en-

volvidas nos dois ambientes não

têm oportunidades de atuarem

conjuntamente.

Enfoques da sugestão

Organização :

Em diversos países da Europa,

foram criados os chamados Cen-

tros de Tecnologia. Na França, por

exemplo, os Centres Techniques

Industriels apóiam 19 setores in-

dustriais. Na Bélgica, os Centres

dÉxpertises em Wallonie e na Ale-

manha (Federação de Associações

de Pesquisa Industrial) atuam de

forma semelhante. As principais

características são: entidades de

utilidade pública, envolvidas con-

tratualmente com o conjunto de

empresas de setores pré-selecio-

nados.

REVITALIZAÇÃODO INSTITUTODE PESQUISA

Por Márcio Damázio Trindade

Page 53: Revista Mineira de Engenharia - 2011

Contrariamente às entidades de

pesquisa que selecionam seus

clientes e suas tecnologias, têm,

para com os empresários, uma

responsabilidade permanente.

Na França, há uma cotização ob-

rigatória das empresas, definida

por decreto ou regulamento, que

garante um compromisso mútuo

entre a instituição de pesquisa e

a empresa. O Estatuto do Cen-

tro o obriga a trabalhar em

temas que respondam às neces-

sidades comuns das empresas e

de seus ramos profissionais. As

modalidades globais de financia-

mento variam conforme os Cen-

tros; todos, entretanto, dispõem

de um financiamento mutuali-

zado, proveniente do(s)

setor(es) do(s) qual(ais) de-

pemde(m).

Os recursos provêm, em

proporções variadas, de :

• Cotizações obrigatórias, pagas

anualmente;

• Recursos próprios, provenien-

tes de trabalhos realizados;

• Subvenções e contribuições

provenientes de órgãos públicos

regionais, nacionais e CEE.

Para sugerir um modelo organiza-

cional para o Instituto de Pes-

quisa, foram consideradas as ex-

periências internacionais de su-

cesso, buscando-se aliar as

vantagens da participação do Es-

tado, como definidor de políticas

públicas e agente de fomento,

com as da participação privada,

como comprador de serviços/de-

senvolvedor de produtos e inves-

tidor. Foi agregado também um

novo vetor - a universidade. É um

importante parceiro por ser for-

madora de profissionais de nível

superior e de pesquisadores,

além de executoras de pesquisa.

• Modelo: fundamenta-se, basica-

mente, em três modalidades de

interação.

53

Page 54: Revista Mineira de Engenharia - 2011

54

a) Instituto de Pesquisa / Empresa :

a interação entre o IP e a Empresa

tem por objetivo melhorar as po-

tencialidades de criação de inven-

tos e de novos serviços

técnico-científicos que estejam in-

timamente relacionados com a ne-

cessidade da indústria ou do

empresário empreendedor. As ob-

rigações das partes serão fixadas

em contratos. As equipes, monta-

das por projeto, poderão contar

com profissionais das próprias em-

presas interessadas nos resultados.

b) Instituto de Pesquisa / Universi-

dade: o pesquisador universitário

passará a integrar temporaria-

mente a equipe de um dado pro-

jeto de pesquisa, na modalidade de

Pesquisador Associado.

c) Instituto de Pesquisa / Empresa

Agência de Fomento: projetos

conjuntos poderão ser apresenta-

dos às agências de fomento para

buscar o financiamento das ações

previstas. Nesses casos, o IP

apresentará contrapartidas não-fi-

nanceiras (equipe técnica, equipa-

mentos, laboratórios, etc.) e a

empresa apresentará contrapartida

financeira, podendo também incluir

profissionais de seu próprio qua-

dro de funcionários.

• Regime jurídico: Nos países já

citados, são utilizadas formas jurí-

dicas variadas. No entanto, todos

são dirigidos por um Conselho de

Administração, que delega poder a

uma Diretoria.

O Conselho de Administração ga-

rante aos empresários e profissio-

nais o controle da gestão e das

atividades de seu centro.

Considerando que o Instituto de

Pesquisa como instituição pública,

regime atual, não possui autonomia

de gestão, eficiência administrativa

e condições para manutenção ou

recomposição do quadro de pes-

soal e para contratação de tercei-

ros, devem ser criadas condições

para resolver essas questões e

também para que o setor produ-

tivo, seu principal cliente, participe

diretamente na definição de suas li-

nhas prioritárias de atuação. É tam-

bém preciso que haja um

verdadeiro comprometimento do

IP na excussão dos programas de

desenvolvimento tecnológico defi-

nidos. Sob esses aspectos, o mo-

delo europeu é adequado, podendo

servir como base.

Considerando ainda que o Instituto

de Pesquisa possua uma grande in-

fraestrutura, composta por bens

públicos, que deverá continuar in-

tegrando os ativos da instituição, a

forma jurídica adequada para con-

ciliar os dois aspectos seria a

OSCIP – Organização da Sociedade

Civil de Interesse Público.

• Seleção das áreas de atuação:

adotado o modelo proposta, a

seleção as áreas de atuação prio-

ritárias será feita pela Instituição,

considerando os interesses dos

parceiros privados, mas com base

nos programas de políticas públi-

cas adotados no Estado e que

são refletidos no PMDI. Com pe-

riodicidade a ser definida, as li-

nhas de ação serão revistas e

alteradas, se necessário, segundo

critérios a serem acordados

entre as partes. A partir dessa

definição, poderá ser elaborado o

Plano Diretor e composta a car-

teira de projetos e serviços.

GESTÃO EMPRESARIAL | IP

Page 55: Revista Mineira de Engenharia - 2011

55

• Constituição da(s) equipe(s) /

formação e treinamento de pes-

soal; plano de carreira: por possuir

um conjunto de pesquisadores e

técnicos que são servidores públi-

cos e portanto sujeitos à legisla-

ção própria, a flexibilização

necessária para permitir ascensão

profissional, tanto técnica como

financeira, poderá ser obtida atra-

vés do patrocínio das empresas

parceiras aos membros das equi-

pes dos projetos de desenvolvi-

mento. Como dito anteriormente,

essas equipes poderão ser com-

plementadas com pessoal proce-

dente das universidades ou das

próprias empresas.

• Inserção no mercado / intera-

ção com clientes públicos e pri-

vados: o elevado grau de

interação pretendido com o

setor privado será assegurado

pela participação do setor pri-

vado na manutenção da institui-

ção e na definição as linhas de

trabalho.

Page 56: Revista Mineira de Engenharia - 2011

56

Na verdade, um currículo de engenharia nada

mais é do que aquilo que denominávamos de “grade

curricular”, na qual são estruturadas as disciplinas que

o aluno de engenharia deve estudar durante seus

cinco anos de graduação. É fundamen-

tal entender que o currículo

deve apresentar conota-

ção diferente, daquela

de ser somente uma

série de disciplinas

com pré-requisi-

tos. É preciso que

o conceito de cur-

rículo vá muito além

desse, que pratica-

mente todo profissional

tem em mente. Assim mais do

que o espaço nas instituições de en-

sino, é ele que traz à tona as questões para a forma-

ção do aluno, para a integração com o mercado de

trabalho, como também da própria escola com o mer-

cado de trabalho. Desse modo, defendo que um cur-

rículo estruturado sem a participação e colaboração

dos agentes externos aos muros escolares, como as

empresas, portanto gerido somente na escola, não vai

de maneira alguma atender aos anseios da sociedade

atual, que grita por engenheiros que, além das técni-

cas, apresentem competências generalistas,

humanistas e gerenciais. É isso que o

mundo pede e principalmente o

Brasil, no século XXI.

Considero pertinente o

entendimento de Pi-

nheiro (1998, p.81) , ao

afirmar que a elaboração

do currículo define aspec-

tos voltados diretamente

para a prática pedagógica, mar-

cando o espaço e o papel exercido

pelos diferentes elementos envolvidos no

processo educativo, levando em conta o aproveita-

mento do tempo escolar, a articulação entre as diver-

sas áreas do conhecimento, os conteúdos e

programas, a definição de normas e padrões de com-

portamento, a escolha de técnicas, de procedimentos

PROFISSÃO | Mercado

Afinal, o que é

um currículo de Engenharia?

Por Adriana Maria Tonini

Page 57: Revista Mineira de Engenharia - 2011

57

didáticos e de avaliação, assim como as intenções re-

lativas aos aspectos valorativos e morais projetados

pela escola. É exatamente este o currículo para o

qual as escolas de engenharia devem se voltar, para

(re) elaborar, (re) pensar e (re) estruturar seus

objetivos.

Neste contexto, para mudar as metodologias de ensino

e formas de implementação de currículos, é preciso

que, na formação do engenheiro, se considere que seus

formadores são sujeitos capazes de transpor a condi-

ção que permeia a grande maioria dos mestres – prin-

cipalmente aqueles das áreas tecnológicas –, que é a de

“formador daltônico”, ou seja, aquele que considera,

“idênticos” seus alunos, com saberes e necessidades

semelhantes. Assim, para esse “formador daltônico”, di-

ferenciar o currículo e a relação pedagógica que se es-

tabelece em sala de aula é quase impossível, na medida

em que ele está enraizado no currículo formal, na preo-

cupação com cumprimento dos tempos e conteúdos

pré-estabelecidos no compartilhamento e na seleção

das disciplinas. É função do professor, entender que seu

papel como educador, se caracteriza na construção do

currículo em sala de aula e não somente na reprodução

de modelos prontos.

Entendendo, pois, que o currículo fornece a direção a

seguir para o pleno exercício profissional no âmbito da

engenharia, unindo, num contexto único, a ciência e a

tecnologia.

Para atender à tão falada modernização da Engenharia

e ao mercado de trabalho, que a cada dia solicita mais

e mais engenheiros, acredito que o currículo seja a

peça-chave. A sociedade atual requer que os cursos de

Engenharia considerem, na formação profissional, o

acesso permanente ao saber científico-tecnológico.

Para dar conta do alto grau de complexidade que en-

volve todo o processo formativo, é necessário que o

currículo incorpore, de forma crítica e consequente, as

propostas de flexibilização apontadas pelas novas Di-

retrizes Curriculares Nacionais (CNE/CES/MEC

11/2002). Pela flexibilização, o currículo formal deixa

de ter preponderância sobre um currículo estruturado

por meio de um projeto pedagógico do curso (PPC)

bem delineado e constantemente reavaliado, cujo ob-

jetivo principal é orientar a vida acadêmica do futuro

engenheiro, levando em conta a diversidade do público

a que se destina, seja na academia, seja no mundo do

trabalho.

Adriana Maria Tonini é engenheira civil pela UFMG; mestre em Tecno-

logia Modelos Matemáticos e Computacionais pelo CEFET/MG e dou-

tora em Educação – Ensino de Engenharia pela UFMG. Professora da

UFOP. E-mail: [email protected]

Page 58: Revista Mineira de Engenharia - 2011

58

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Tel.: (31) 3349-4100

Av.: Do Contorno, 9.661

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Royal Savassi Hotel

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Tel.: (31) 3247-6999

Linha Gratuita: 0800 704 00 22

Rua: Alagoas, 701

Savassi – BH/MG

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Praça da Liberdade Hotel

Tarifa especial

Tel.: (31) 3261-1711

(31) 3261-4696

Av.: Brasil, 1.912

Funcionários – BH/MG

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Tel.: (31) 3218-2800

Fax: (31) 3222-5601

Rua: Timbiras, 1.492

Lourdes – BH/MG

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Tarifa especial

Tel.: (31) 3429-4001

Central de Reservas:

0800 031 4000 ou (31) 3429-4000

Av.: Cristiano Machado, 4.001

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Page 59: Revista Mineira de Engenharia - 2011

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Tel.: (31) 3290-8900

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Praça João Pessoa, 200

Funcionários - BH/MG

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Tel.: (31) 3225-9504 / (31) 3327-7779

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Lourdes (Savassi) – BH/MG

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Infochoice

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Tel.: (31) 9305-4525

Rua: Mato Grosso, 219 – Sl.102

Barro Preto - BH/MG

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Belo Horizonte – Escritório Opera-

cional

Tel.: (31) 9405-1104

Bom Despacho

Tel.: (37) 9958-6521

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dependentes

Tel.: (31) 8848-3004 (31) 3287-3150

Rua: Antônio de Albuquerque,

1.288/700

Lourdes – BH/MG

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Tel.: (31) 2555-0855

Av.: Amazonas, 2464

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Tel.: (31) 3889-6313

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Sl. 302

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Via Ápia

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Unidade Extra – Minas Shopping

Tel.: (31)3426.1221

Unidade Shopping Del Rey

Tel.: (31)3415.6174

www.viaapiarevistas.com.br

Dia de Ler – Livraria e Revistaria

Desconto de 10%

Unidade Prudente de Morais

Tel.: (31) 3296-7900

Unidade Savassi

Tel.: (31) 2514-2520

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Tel.: (31) 3224-3488

Rua: dos Goitacazes, 165

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Tel.: (31) 3424-6999

Rua: Manoel Passos, 324

Santa Cruz – BH/MG

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MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

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Minas Shopping - Tel.: (31) 3014-4963

Shopping Norte - Tel.: (31) 3116-2600

Makro Contagem - Tel.: (31) 3396-

8384

Ipatinga - Tel.: (31) 3826-2483

Montes Claros - Tel.: (38) 3216-1214

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Tel.: (31) 3424.3108/ (31) 9901-6862

Rua: Aroeira, 925 B

Santa Cruz – BH/MG

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Tel.: (31) 3311-4000

Rua: Av. Portugal, 3.899

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Tel.: (31) 3664.1071 (31) 9773-9301

Via Local G, 77

Quinta das Palmeiras - Pedro Leo-

poldo/MG

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MATERIAL ESPORTIVO E LOCAÇÃO

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Tel.: (31) 3225-0384

Av.: Contorno, 6.236

Savassi – BH/MG

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Tel.: (31) 3355-1570

Rua: Buganvile, 1.774

Eldorado - Contagem/MG

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Tel.: (31) 2535-6312 / (31) 2535-6886

Rua: Ubá, 694

Floresta – BH/MG

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Tel.: (31) 3377-9071

Rua: Rubi, 515

Prado – BH/MG

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MOTEIS

Snob Motel

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Tel.: (31) 3388-0300

Rod. BR 040, Km 2,5, s/n - sentido Bra-

sília

Jardim Filadélfia – BH/MG

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Tel.: (31) 3273-2428 / (31) 3272-0899

Av.: Afonso Pena, 942

Centro - BH/MG

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Tel.: (31) 3377-1870

Av.: Professor Mário Werneck, 1.762

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BH Shopping

3º Piso – Loja OP81

Tel.: (31) 3286-6194

(31) 3286-1533

Diamond Mall - 1º Piso – Loja BG53

Tel.: (31) 3291-3092

(31) 3292-9203

Shopping Del Rey – 3º Piso

Tel.: (31) 3415-8643

(31) 3415-8847

Shopping Paragem Buritis

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Tel.: (31) 3378 3427

(31) 3378-3475

Shopping Cidade – Loja T14 P. Tupis

Tel.: (31) 3274 8339

(31) 3274-8341

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terial Óptico ltda

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Tel.: (31) 3261-5676

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Tel.: (31) 3317-4049

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Unidade Savassi

Unidade Prudente

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Tel.: (31) 3227-0801

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Anchieta – BH/MG

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Tel.: (31) 3296.7188

Av.: Raja Gabaglia, 3.200

Estoril - BH/MG

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Fogo de Chão Churrascaria

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Tel.: (31) 3227.2730

Rua: Sergipe, 1.208

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rante

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Tel.: (31) 2526-0524

Rua: Nelson Soares de Faria, 455

Cidade Nova - BH/MG

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Telefone: (31) 3247-7956

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Tel.: (31) 3426-1880

Agência Centro Pampulha

Tel.: (31) 3492-8307

Agência Centro Raja Gabaglia

Tel.: (31) 3291 1100

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Page 60: Revista Mineira de Engenharia - 2011

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