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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

Ficha para Catálogo Artigo Final

Professor PDE/2010

Título As representações publicitárias midiáticas e o consumo

entre jovens adolescentes na sociedade contemporânea

Autor João Pereira Campos

Escola de Atuação Colégio Estadual Marcelino Champagnat - Ensino

Fundamental e Médio.

Município da Escola Londrina - PR.

Núcleo Regional de Educação Londrina - PR

Orientador Gilmar Arruda

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina - UEL

Área do Conhecimento/Disciplina História

Público Alvo Alunos do 3ºMA - Ensino Médio - Matutino

Localização Colégio Estadual Marcelino Champagnat - Ensino

Fundamental e Médio. Rua São Salvador, 998. Londrina

- PR.

Resumo Este Artigo tem por objetivo relatar a Intervenção Pedagógica na Escola realizada com alunos do 3º ano matutino - Ensino Médio (3º MA) do Colégio Estadual Marcelino Champagnat. O objetivo da Intervenção Pedagógica, que teve como Tema a Imagem Publicitária, foi o de investigar se as marcas de produtos publicitários, veiculados pela mídia, podem estimular o consumo entre os jovens adolescentes na sociedade contemporânea influenciando na formação de suas identidades pessoais e coletivas. A metodologia utilizada foi a de apresentar uma alternativa ao ensino tradicional (positivista, factual, fragmentado, de heróis), possibilitando novas abordagens em diferentes perspectivas de análises dentro e fora de sala de aula. Os resultados superaram as expectativas, pois pudemos promover o debate sobre a influência que as imagens publicitárias veiculadas pela mídia exercem no nosso cotidiano. Além disso, houve a participação e contribuição de “toda a comunidade escolar” (funcionários, professores, Equipe Pedagógica, Direção, pais e dos alunos). Pudemos concluir que os jovens adolescentes são influenciados pelas campanhas publicitárias; consomem produtos de marcas e que as marcas de produtos publicitários podem influenciar na formação de sua identidade pessoal e coletiva.

Palavras-chave Publicidade; Mídia; Consumo; Adolescente; Identidade.

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AS REPRESENTAÇÕES PUBLICITÁRIAS MIDIÁTICAS E O CONSUMO ENTRE

JOVENS ADOLESCENTES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.

Autor: João Pereira Campos¹ Orientador: Gilmar Arruda²

Resumo

Este Artigo tem por objetivo relatar a Intervenção Pedagógica na Escola realizada com alunos do 3º ano matutino - Ensino Médio (3º MA) do Colégio Estadual Marcelino Champagnat, localizado na região central da cidade de Londrina-PR no segundo semestre de 2011. O objetivo da Intervenção Pedagógica, que teve como Tema a Imagem Publicitária, foi o de investigar se as marcas de produtos publicitários, veiculados pela mídia, podem estimular o consumo entre os jovens adolescentes na sociedade contemporânea influenciando na formação de suas identidades pessoais e coletivas. A metodologia utilizada foi a de apresentar uma alternativa ao ensino tradicional (positivista, factual, fragmentado, de heróis), possibilitando novas abordagens em diferentes perspectivas de análises dentro e fora de sala de aula. Assim, as propostas de atividades pedagógicas desenvolvidas foram divididas em seis ações (utilização do material didático produzido para o PDE; uso de imagem em sala de aula; caminhada pelo centro da cidade; campanha publicitária na escola, palestra e produção de caderno de texto dos alunos). Os resultados superaram as expectativas, pois pudemos promover o debate sobre a influência que as imagens publicitárias veiculadas pela mídia exercem no nosso cotidiano. Além disso, houve a participação e contribuição de “toda a comunidade escolar” (funcionários, professores, Equipe Pedagógica, Direção, pais e dos alunos). Pudemos concluir que os jovens adolescentes são influenciados pelas campanhas publicitárias; consomem produtos de marcas e que as marcas de produtos publicitários podem influenciar na formação de sua identidade pessoal e coletiva.

Palavras chaves: Publicidade; Mídia; Consumo; Adolescente; Identidade.

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¹ Especialização. História. Colégio Estadual Marcelino Champagnat - Ensino Fundamental e Médio. Londrina - PR. ² Mestre, Doutor, Pós Doutor. História. Universidade Estadual de Londrina - UEL. Docente.

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1 Introdução

Este Artigo tem por objetivo relatar o processo de implementação,

desenvolvimento e os resultados obtidos durante a Intervenção Pedagógica na

Escola realizada com alunos do 3º ano matutino - Ensino Médio (3º MA) do Colégio

Estadual Marcelino Champagnat-Ensino Fundamental e Médio, localizado na região

central da cidade de Londrina-PR no segundo semestre de 2011.

O Projeto surgiu diante da possibilidade de se construir uma proposta de

intervenção pedagógica para ser desenvolvido na escola, de acordo, com os

problemas detectados no Estabelecimento de Ensino.

Após observarmos vários problemas existentes no Colégio Estadual

Marcelino Champagnat, o que chamou a nossa atenção foi à influência que as

imagens publicitárias exercem sobre os jovens adolescentes na escola.

Segundo Arruda (2011, p.2), “um dos maiores desafios da educação

contemporânea é o de enfrentar a concorrência dos apelos da sociedade midiática e

de consumo”. Nesse sentido, as imagens publicitárias veiculadas pela mídia, muitas

vezes, incentivam o aluno a um consumo exagerado de diferentes tipos de marcas

de mercadorias (lápis, cadernos, vestuários, tênis, produtos de beleza, bolsas,

celulares, entre outras) e na sua própria postura na escola.

O Colégio Marcelino Champagnat está localizado na região central de

Londrina e isso favorece ao aluno estar em constante acesso a lojas,

supermercados, cyber, shopping, “camelódromo” e outras atividades comerciais.

Assim, tínhamos um problema a ser investigado, ou seja, será que as marcas

de produtos publicitários veiculados pela mídia podendo estimular o consumo

influenciavam na formação da identidade dos jovens adolescentes atuais?

Dessa forma, tendo como Tema as imagens publicitárias, os nossos objetivos

foram: Investigar se as marcas de produtos publicitários veiculados pela mídia e o

consumo entre jovens adolescentes do Colégio Estadual Marcelino Champagnat

influenciavam na formação de suas identidades pessoais e coletivas; Verificar se as

campanhas publicitárias tinham a capacidade de fixar marcas, produtos e serviços

na mente dos adolescentes influenciando suas atitudes de compra; Relacionar as

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marcas, produtos e serviços publicitários mais consumidos pelos adolescentes;

Estruturar os mecanismos de persuasão utilizados em anúncios publicitários

veiculados pela mídia; Analisar as relações entre as representações publicitárias

midiáticas e o consumo; Relacionar semelhanças e diferenças, mudanças e

permanências e rupturas entre as representações publicitárias midiáticas e o

consumo entre os jovens adolescentes na sociedade contemporânea.

Nesse sentido, a imagem publicitária assume grande ênfase no mercado, pois

ela pode ter a capacidade de fixar as marcas, produtos e serviços na mente do

consumidor ao associá-las com o sonho e promessas de sucesso por meio de

imagens coloridas de produtos, aventuras desafiadoras, pessoas “bem sucedidas”,

felicidade, desejo, prazer entre outras com o objetivo de instigar nas pessoas o seu

consumo.

A metodologia utilizada foi a de apresentar uma alternativa ao ensino

tradicional (positivista, factual, fragmentado, de heróis), possibilitando novas

abordagens em diferentes perspectivas de análises dentro e fora de sala de aula.

Assim, as propostas de atividades pedagógicas desenvolvidas foram divididas

em seis ações (utilização do material didático produzido para o PDE; uso de imagem

em sala de aula; caminhada pelo centro da cidade; campanha publicitária na escola,

palestra e produção de caderno de texto dos alunos).

Os resultados superaram as expectativas, pois pudemos promover o debate

sobre a influência que as imagens publicitárias veiculadas pela mídia exercem no

nosso cotidiano. Além disso, houve a participação e contribuição de “toda a

comunidade escolar” (funcionários, professores, Equipe Pedagógica, Direção, pais e

principalmente dos alunos). Pudemos concluir que os jovens adolescentes são

influenciados pelas campanhas publicitárias; consomem produtos de marcas e que

as marcas de produtos publicitários podem influenciar na formação de sua

identidade pessoal e coletiva (estar na moda, “status e poder” dentro dos grupos

sociais a que pertencem).

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1. 1 Fundamentação teórico- metodológica

Podemos perceber que atualmente é difícil, mas não impossível, concorrer

com os apelos sedutores e fascinantes que as imagens publicitárias veiculadas pela

mídia causam nos alunos e, muitas vezes, em nós mesmos. Isto acaba, de certa

maneira, estimulando o consumismo de produtos supérfluos e descartáveis em prol

de um “pseudo status e poder” dentro dos grupos sociais. Isto pode causar danos à

formação de nossas identidades pessoais e coletivas e a preservação de nossa

memória histórica devido ao imediatismo, muitas vezes, descartável do presente.

Primeiramente, precisamos entender que o consumo faz parte de nossas

vidas, mas, os apelos sedutores das campanhas publicitárias acabam incentivando a

atitudes consumistas, como pudemos observar durante o desenvolvimento dos

trabalhos, e isso pode ser prejudicial para os grupos sociais. Uns dos alvos

preferenciais das campanhas publicitárias são os jovens adolescentes, por serem

mais vulneráveis às novidades publicitárias e por estarem em maior contato com a

mídia, assim, a relação entre publicidade, mídia e consumo pode afetar na vida

pessoal do aluno, nas suas relações com a escola e a sociedade.

Segundo Baumam (2008, p.41), “consumo é basicamente uma característica

e uma ocupação dos seres humanos como indivíduos. Consumismo é um atributo

da sociedade”. Ou seja, consumo está ligado às necessidades humanas, todos nós

precisamos consumir para sobreviver, água, comida, vestuário, moradia, nem que

for o básico para sobrevivência.

Agora, aquilo que nos proporciona desejos, vontades e anseios humanos é

consumismo. Por exemplo, uma pessoa comprou um tênis hoje, está novinho, mas

apareceu outro que a publicidade mostrou, então, essa pessoa vai e compra esse

tênis, isto é consumismo (desejo, vontade, prazer). Assim, essa relação entre a

publicidade, mídia e consumo pode afetar na vida pessoal do aluno, na sua relação

com a escola e a sociedade.

Segundo Ramos (2005), muitas linguagens já foram utilizadas em sala de

aula como fontes históricas: músicas, filmes, charges, fotografias, revistas entre

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outras. Mas a publicidade foi pouco explorada. Então, a publicidade seria uma fonte

histórica?

Segundo Ramos:

Se considerarmos que o trabalho com a publicidade como documento histórico em sala de aula significa entender que esta faz parte da realidade do aluno e (também) permite desenvolver o raciocínio histórico, algumas indagações nos assaltam: Como se configura essa realidade? Como superar o tempo pontual e super-fracionado da publicidade dando-lhe significação histórica? (RAMOS, 2005, p.99).

Segundo Kellner (1995, p.111), “em um certo sentido, a publicidade tornou-se

o discurso publico dominante do século XX, com suas imagens de mercadorias,

consumo, estilos de vida, valores e papeis de gênero deslocando outras formas de

discurso publico”.

Segundo Kellner:

[...] A importância da publicidade para a educação tem muitos aspectos. A publicidade constitui uma das esferas mais avançadas da produção de imagem, com mais dinheiro, talento, e energia investidos nessa forma de cultura do que em qualquer outra em nossa sociedade hiper-capitalista. A própria publicidade é uma pedagogia que ensina os indivíduos o que eles precisam e devem desejar, pensar e fazer para serem felizes, bem-sucedidos [...] A publicidade ensina uma visão de mundo, valores e quais comportamentos são socialmente aceitáveis e quais são inaceitáveis (KELLNER, 1995 p.112).

De acordo com Ramos (2005), a linguagem utilizada pela publicidade, ou o

que ela quer que nós acreditemos, é fascinante, sedutora e cheia de persuasão

(sonhos de liberdade, prazer, sucesso, felicidade, entre outros) para atrair um

número maior de consumidores. Principalmente os jovens adolescentes que estão

em contato direto com a mídia, na qual, geralmente são veiculados os anúncios

publicitários.

Por exemplo: Quem não gostaria de possuir uma moto e ter asas da

liberdade? Ou fumar um determinado tipo de cigarro e ser o sucesso? Ou tomar uma

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cerveja e ser o número um? Ou ter uma roupa de marca? Ou ter um tênis da moda?

Paralelamente a estes “sonhos”, são geralmente atribuídas as imagens dos

comerciais: carrões em alta velocidade, asa delta sobrevoando lindas paisagens, jet

ski e lanchas cortando os mares, alpinismo em inúmeras montanhas desafiadoras,

entre outras. Sempre com muita emoção, aventura, prazer e felicidade.

No entanto, os comerciais não enfatizam os danos causados principalmente

pelo consumo de cigarros e bebidas alcoólicas, como câncer, enfisema pulmonares,

cirroses hepáticas, limitam-se a dizer que fumar é prejudicial à saúde ou se beber

não dirija. Além disso, não faz nenhuma reparação aos danos morais e frustrações

de não conseguir realizar aquele sonho anunciado pelos comerciais.

Segundo Ramos (2005), a publicidade acaba determinando grupos, “tribos”,

perfis, padrões sociais e atinge a todas as camadas da sociedade. Assim, as marcas

dos produtos podem representar um símbolo de “status”, destaque, aceitação e

poder dentro dos grupos. Isso vai depender de qual integrante desse grupo está na

“moda do momento”, a qual, geralmente é ditada pela mídia.

No entanto, só as campanhas e as estratégias publicitárias de venda são

insuficientes, por isso, as empresas buscam compreender o mundo do consumidor

adolescente procurando descobrir o “que” e “como” eles pensam, agem e quais são

suas necessidades e desejos.

Há campanhas publicitárias para todos os poderes aquisitivos da sociedade,

desde um condomínio de luxo a programas populares de moradia. Segundo

Hobsbawm (2007, p.496), as empresas destinam “suas campanhas a vender “não o

bife, mas o chiado”, não o sabonete, mas o sonho de beleza, não as latas de sopa,

mas a felicidade familiar”.

Segundo Ramos (2005), os apelos publicitários são geralmente veiculados

pela mídia. Podemos entender por mídia todos os meios de comunicação: jornais,

rádio, televisão, cinema, música e atualmente a internet.

Segundo Zamboni:

Presenciamos no século XX uma grande revolução tecnológica. Singularmente cito as formas de comunicação que reduziram de forma significativa o tempo para realizá-la e permitiram uma intensidade e uma qualidade no seu processamento jamais imaginados. Basta para isso

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lembrar os meios digitais, a informática e particularmente a Internet. O resultado mais visível de tudo isso é aquilo que passou a se denominar de Globalização (ZAMBONI, 2005, p.7 - 8).

Atualmente, quase tudo se resolve em um “click”. Basta apertar um botão e

você está conectado na rede, com uma localidade ou com o mundo. Assim, todos

têm acesso à mídia, desde um radinho de pilha a um supercomputador. E os que

não têm ouvem ou assistem por meio de outras pessoas. Desse modo, a mídia é um

instrumento de comunicação poderoso.

Segundo Ramonet (2003), durante muito tempo a imprensa e os meios de

comunicação representaram, na perspectiva democrática, um recurso que os

cidadãos tinham contra os abusos dos poderes tradicionais (legislativo, executivo e

judiciário).

A imprensa e os meios de comunicação representavam uma espécie de

“quarto poder” com a função cívica de denunciar as violações de direitos, criticando

e resistindo democraticamente as decisões ilegais, injustas e criminosas contra as

pessoas, sendo considerada a “voz dos sem-voz” (Ramonet, 2003, p.1).

No entanto, de acordo com Ramonet (2003), nos últimos quinze anos com o

avanço da globalização liberal, este “quarto poder” foi perdendo sua função de

contra poder. Foi sendo substituído por “grupos” econômicos planetários e por

empresas globais que passaram a assumir um papel mais importante do que os

próprios governos e os Estados como, por exemplo: a Viacom, a AOL Time Warner,

General Eletric, Microsoft, a Disney, entre outras.

De acordo com Ramonet (2003), essas empresas representam as políticas

adotadas pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização

Mundial do Comércio nas suas reuniões em Davos, no âmbito do Fórum Econômico

Mundial. Essa política se reflete nos demais países do globo por aceitação,

conveniência ou imposição dessas empresas.

Isso ficou mais fácil, principalmente, segundo Ramonet (2003), após a

chamada “revolução digital” que rompeu as fronteiras tradicionais de se comunicar

(som, escrita, imagem) e representa um quarto modo de comunicação, onde as

pessoas podem se expressar, se distrair ou se informar. Embora essas informações

não sejam totalmente confiáveis, pois qualquer pessoa pode postar na rede o que

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lhe for conveniente. Aliás, atualmente, toda informação deve ser analisada com certo

cuidado, pois representam os interesses dos grandes “grupos” de comunicação.

Segundo Ramonet (2003), muitos jornalistas deram suas vidas no dever

cívico de informar e denunciar os abusos cometidos por governos ou empresas que

querem monopolizar um determinado setor da economia ou da política. No entanto,

atualmente, os jornalistas não têm independência para realizarem seu trabalho com

ética, pois são empregados por estes grandes “grupos” de comunicação que estão

preocupados em defender seus interesses. A informação estaria contaminada pela

distorção e manipulação dos fatos. Uma alternativa para combater essa

“desinformação” seria a criação de um “quinto poder”.

Segundo Ramonet:

Basta, simplesmente, criar um “quinto poder”. Um “quinto poder” que nos permita opor uma força cidadã à nova coalizão dos senhores dominantes. Um “quinto poder” cuja a função seria a de denunciar o superpoder dos grandes meios de comunicação, dos grandes grupos da mídia, cúmplices e difusores da globalização liberal. Meios de comunicação que, em determinadas circunstâncias, não só deixaram de defender os cidadãos, mas, às vezes, agem explicitamente contra o povo (RAMONET, 2003, p.3).

Assim, para combater e purificar essa contaminação da informação, Ramonet

(2003), propõe a elaboração de uma “ecologia da informação”, uma espécie de

informação “orgânica”, portanto, mais saudável e capaz de cumprir seu dever cívico

de informação com maior liberdade de expressão, a qual se constitui um dos

fundamentos da democracia.

Para Ramonet (2003, p.5), “a mídia é, atualmente, o único poder sem um

contra poder, criando-se dessa forma um desequilíbrio prejudicial para a

democracia”. Assim, Ramonet (2003), defende o Observatório Internacional da Mídia

como uma forma de exercer esse contra poder.

Segundo Ramonet:

O Observatório Internacional da Mídia considera que a liberdade absoluta dos meios de comunicação, reivindicada em couro pelos patrões dos

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grandes grupos da mídia mundial, somente poderia ser exercida às custas da liberdade de todos os cidadãos. Esses grandes grupos irão reconhecer que, de agora em diante, acaba de nascer um contrapoder e que este tem vocação para unir todos aqueles que se identificam no movimento social planetário e que lutam contra o confisco do direito de expressão. Jornalistas, professores, ativistas sociais, leitores de jornais, ouvintes de rádio, telespectadores ou usuários da internet, todos se unirão para forjar uma arma coletiva de debate e de ação democrática. Os senhores da globalização declararão que o século 21 seria o século das empresas globais; o Observatório Internacional da Mídia (Media Watch Global) afirma que será o século em que a comunicação e a informação finalmente pertencerão a todos os cidadãos (RAMONET, 2003, p.5).

Dessa forma, enquanto a sociedade não se organizar para exercer esse

“quinto poder” proposto por Ramonet (2003), ela continuará refém e dominada pelos

grandes “grupos” de comunicação. Os jovens adolescentes são os mais vulneráveis

a essa contaminação e manipulação, pois, estão em maior contato com a mídia.

Concomitantemente a esta situação de vulnerabilidade e manipulação dos

grandes grupos de comunicação, são apresentados os apelos publicitários

veiculados pela mídia e temos a combinação perfeita para manutenção dessas

empresas no poder e no controle da sociedade. A publicidade produz os sonhos de

liberdade, prazer e felicidade por meio de suas campanhas, a mídia manipula as

informações e vende os anúncios publicitários e todos consomem seus produtos.

Dessa forma, devemos questionar com os alunos os benefícios prometidos

pela publicidade para que possam fazer suas escolhas de vida propiciando um

consumo mais consciente (moral, social, político, econômico e cultural).

1.2 Metodologia

Segundo Hobsbawm (2007, p.13), “quase todos os jovens de hoje crescem

numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado

público da época em que vivem”. Essa despreocupação com o passado e o

“presentismo” dos jovens adolescentes dificulta o trabalho com o ensino de história,

que procura articular o presente com as vozes do passado.

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Segundo Arruda (2002, p.44), “o mundo está se tornando cada vez mais

descartável e sem memória”, assim, o que era consumido ontem, não é consumido

hoje e provavelmente não será consumido amanhã (ideias, valores, mercadorias,

entre outros), além de corrermos o risco de termos uma sociedade sem passado,

sem memória. A grande quantidade de informações (heróis, grandes homens, datas

e fatos), além de omitir a memória daqueles que efetivamente construíram a história,

não é significativo para o aluno.

Assim, segundo Schimidt e Cainelli (2005, p.24), “as transformações da

sociedade contemporânea, bem como as novas perspectivas historiográficas, como

as relações entre história e memória, têm estimulado o debate sobre a necessidade

de novos conteúdos e novos métodos de ensino de história”. Dessa forma, as

propostas de atividades pedagógicas desenvolvidas foram divididas em seis ações

(utilização do material didático produzido para o PDE; uso de imagem em sala de

aula; caminhada pelo centro da cidade; campanha publicitária na escola, palestra e

produção de caderno de texto dos alunos). Os objetivos foram o de apresentar uma

alternativa ao ensino tradicional (positivista, factual, fragmentado, de heróis),

possibilitando novas abordagens em diferentes perspectivas de análises dentro e

fora de sala de aula.

2 A Implementação - Intervenção Didático Pedagógica - Resultados³

O objetivo da Intervenção Pedagógica que teve como foco a Imagem

Publicitária desenvolvido no Colégio Estadual Marcelino Champagnat no segundo

semestre de 2011, foi o de investigar se as marcas de produtos publicitários,

veiculados pela mídia, podem estimular o consumo entre os jovens adolescentes

influenciando na formação de suas identidades pessoais e coletivas.

___

³ Os registros, documentos e fotos das atividades ou ações podem ser encontrados no seguinte endereço: site:

www.marcelinochampagnat.com.br - clicar em professor - clicar em João - História.

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Para iniciar o desenvolvimento das atividades, primeiramente foi apresentado

o Projeto para a Direção e Equipe Pedagógica da escola explicando os seus

objetivos e como seria o desenvolvimento das Ações com os alunos4. Então, foi feita

a apresentação do Projeto para os alunos do 3ª MA Ensino Médio-matutino, ou seja,

O quê era o Projeto; Como seria desenvolvido o Projeto; O porquê do projeto; Quais

seriam os objetivos do Projeto; Como seria a organização e o desenvolvimento do

Projeto; Foi combinado com os alunos que o Material (Produção Didático

Pedagógico) seria enviado por e-mail para eles e uma cópia ficaria na biblioteca.

Após anotar o e-mail de cada um dos alunos, foi enviado o Material. Alguns alunos

imprimiram e outros xerocaram, mas todos tiveram acesso ao Material. A aluna

Roberta Santos5 se prontificou a ajudar na organização das atividades e ações,

sendo o “elo de ligação” entre o professor PDE e os alunos durante o

desenvolvimento do Projeto.

2.1 AÇÃO OU ATIVIDADE 1 - Utilização do material didático produzido para o

PDE (Pesquisa sobre o perfil do aluno)

Na primeira atividade, trinta e dois alunos do 3º MA Matutino, responderam a

um questionário “fechado” de perguntas com o objetivo de analisar o Perfil do aluno

e verificar se as marcas de produtos publicitários influenciavam na atitude de compra

e na formação de suas identidades6.

A primeira pergunta revelou que a idade dos alunos pesquisados foi a

seguinte: 3% dos alunos tinham dezenove anos; 9% dos alunos tinham dezoito

anos; 25% dos alunos tinham dezesseis anos e 63% dos alunos tinham dezessete

anos.

___

4 A reunião com a Direção e Equipe Pedagógica da escola foi registrada em ata oficial respaldando os propósitos da

intervenção pedagógica de acordo com as orientações do Programa PDE/SEED - PR. 5

A aluna do 3ºMA Ensino Médio Matutino teve um papel importantíssimo devido a sua atuação durante o Projeto. Desempenhou o papel de relatora das atividades, fez os registros por meio de fotografias, propôs e ministrou uma palestra sobre a influencia publicitária midiática e o consumo entre jovens adolescentes na sociedade contemporânea, elaborou relatórios e depoimentos para o Projeto, cedeu o direito de imagem e toda a sua produção para publicação de acordo com a Lei dos Direitos Autorais, Termo de Cessão Pessoa Física para Pessoa Física Lei Nº 9610. No ano de 2012 entrou no curso de Filosofia na Universidade Estadual de Londrina/UEL. 6 O questionário realizado com os alunos do 3º MA continha dez questões de múltipla escola.

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A segunda pergunta revelou que 41% dos alunos eram do sexo masculino e

59% dos alunos eram do sexo feminino.

A terceira pergunta revelou que 16% dos alunos já haviam estudado em

escolas particulares e 84% dos alunos sempre estudaram em escolas públicas.

25%

63%

9% 3%

Gráfico 1: Idade. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

16

17

18

19

59%

41%

Gráfico 2: Sexo. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Feminino

Masculino

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A quarta pergunta revelou que 22% dos alunos tinham renda familiar acima

de seis salários mínimos; 31% tinham renda familiar de até três salários mínimos e

47% dos alunos tinham renda familiar de quatro a seis salários mínimos.

A quinta pergunta revelou que as campanhas publicitárias influenciam na

atitude de compra de 69% dos alunos (22% dos alunos e 47% das alunas). Já 31%

dos alunos (12% das alunas e 19% dos alunos) disseram que as campanhas

publicitárias não influenciam nas suas atitudes de compra. Isto nos permite concluir

16%

84%

Gráfico 3: Escola. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Particulares

Públicas

22%

31%

47%

Gráfico 4: Renda familiar. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Acima de 6 salários míninos Acima de 3 salários míninos Acima de 4 a 6 salários mínimos

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que as campanhas publicitárias influenciam a maioria dos alunos (69%) e que as

alunas são mais influenciadas (47%) do que os alunos (22%).

A sexta pergunta revelou que 3% dos alunos não consomem produtos de

marcas (3% das alunas); 28% consomem produtos de marcas quando possível (9%

dos alunos e 19% das alunas) e 69% dos alunos consomem produtos de marcas

(31% dos alunos e 38% das alunas).

69%

31%

Gráfico 5: Influencia das campanhas publicitárias. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Sim

Não

3%

28%

69%

Gráfico 6: Consumo de produtos de marca. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Não consomem

Consomem quando possível

Consomem produtos de marca

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A sétima pergunta revelou que 41% dos alunos buscam informações antes de

comprar algum produto por meio de propagandas na mídia (16% dos alunos e 25%

das alunas); 25% buscam informações com os amigos (9% dos alunos e 16% das

alunas); 9% dos alunos buscam informações na rua (6% dos alunos e 3% das

alunas); 3% buscam informações com os familiares (3% dos alunos); 3% buscam

informações com vendedores de lojas (3% das alunas) e 19% dos alunos

assinalaram mais de uma resposta.

A oitava pergunta revelou que 41% dos alunos sentem mais vontade de

comprar o produto quando a propaganda é boa (16% dos alunos e 25% das alunas)

e 3% dos alunos (3% das alunas) disseram que não sente mais vontade de comprar

o produto se a propaganda é boa e 56% dos alunos responderam que às vezes

sentem mais vontade de comprar este produto (25% dos alunos e 31% das alunas).

41%

25%

9%

3% 3%

19%

Gráfico 7: Busca de informações antes de comprar algum produto. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Por meio de propagandas na mídia Com os amigos

Na rua

Com os familiares

Com os vendedores de lojas Assinalaram mais de uma pergunta

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A nona pergunta revelou o que mais chama a atenção nas propagandas: 45%

dos alunos responderam que é o design do produto (24% dos alunos e 21% das

alunas); 41% responderam que é o preço/promoção (14% dos alunos e 27% das

alunas); 4% responderam que é a trilha sonora (2% dos alunos e 2% das alunas);

4% responderam que é a situação vivida pelos personagens (4% das alunas); 3%

responderam que são as imagens (3% das alunas); 3% respondeu que é a

qualidade do produto (3% das alunas).

41%

3%

56%

Gráfico 8: Quando a propaganda de algum produto é boa, você sente mais vontade de comprar este produto.

Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Sim

Não

Às vezes

45%

41%

4% 4%

3% 3%

Gráfico 9: O que mais chama atenção nas propagandas. Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Design do produto

Preço/promoção

A trilha sonora

A situação vivida pelos personagens As imagens

A qualidade do produto

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A décima pergunta revelou que as marcas de produtos publicitários podem

influenciar na formação identidade pessoal e coletiva (estar na moda, “status”, poder

dentro dos grupos, outros) para 66% dos alunos (28% dos alunos e 38% das alunas)

e que 34% dos alunos as marcas de produtos não influencia na formação de suas

identidades pessoais e coletivas (12% dos alunos e 22% das alunas). Podemos

concluir que as marcas de produtos publicitários podem influenciar na formação

identidade pessoal e coletiva (estar na moda, “status e poder” dentro dos grupos)

para 66% dos alunos (28% dos alunos e 38% das alunas), sendo que as alunas são

mais influenciadas (38%) do que os alunos (28%).

2.2 AÇÃO OU ATIVIDADE 2 - Uso de imagem em sala de aula

O que a publicidade procura explorar por meio da mídia são as imagens

coloridas de produtos, aventuras desafiadoras, pessoas “bem sucedidas”, felicidade,

desejo, prazer entre outras com o objetivo de instigar nas pessoas o seu consumo.

66%

34%

Gráfico 10: As marcas podem influenciar na formação da identidade pessoal e coletiva.

Fonte: Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011.

Sim

Não

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Figura 1: Sonho de Felicidade e confiança. Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

Então, foi feita uma pesquisa de coletânea de imagens e vídeos na Internet e

algumas fotos nos Livros Didáticos do Estado e trabalhado com os alunos para eles

visualizarem de uma maneira mais crítica do que eles vêm todos os dias na mídia.

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6

Influência das promessas midiáticas de sucesso e estimulo ao consumo desordenado. Figuras

7: 1, 2, 3, 4, 5, 6.

Foram trabalhados também textos teóricos da Produção Didática, são

“fragmentos” de autores que estudaram a Temática8 para os alunos terem um

suporte na realização das atividades. Mas sempre no final das atividades era

colocado um “link” para pesquisa, além da bibliografia completa utilizada na

Produção Didática no caso de alguns deles se interessassem em aprofundar o

conteúdo e para quem fosse utilizar o Material posteriormente.

___

7 Ilustração 1 - Livro didático público - História. Vários autores - Curitiba: SEED-PR 2007. p.147.

Ilustração 2 - Livro didático público - História. Vários autores - Curitiba: SEED-PR 2007. p. 53. Ilustração 3 - Livro didático público - História. Vários autores - Curitiba: SEED-PR 2007. p. 147. Ilustração 4 - Livro didático público - Educação Física. Vários autores - Curitiba: SEED-PR 2007. p. 41. Ilustração 5 - Livro didático público - Educação Física. Vários autores - Curitiba: SEED-PR 2007. p. 122. Ilustração 6 - Livro didático público - Educação Física. Vários autores - Curitiba: SEED-PR 2007. p. 114. 8 Quando o Material é para publicação os textos não podem ser reproduzidos na integra devido à lei dos Direitos Autorais.

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Os textos e links utilizados foram:

Texto 1: Enunciados de propaganda e publicidade. (Adaptado de MALANGA,

1987, p.10-11 e 12).

Texto 2: As representações publicitárias midiáticas e o consumo entre jovens

adolescentes na sociedade contemporânea. (Adaptado de CAMPOS, 2011, p.3-4-

5 e 7).

Texto 3: Poema “Eu etiqueta”. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo. Rio de

Janeiro: Record, 1984).

Raul Seixas - É fim de mês (remixado) de Vinícius Freneda postado em 23/06/2010

http://www.youtube.com/watch?v=CJX_JLX7mDM

Raul Seixas - É fim de mês de Lídia Macedo postado em 08/07/2007,

http://www.youtube.com/watch?v=mBBupTBKaHU

Raul Seixas - “fim de mês” http://letras.terra.com.br/raul-seixas/77250/

Alguns alunos demonstraram interesse em aprofundar o estudo e vinham

perguntar onde eles poderiam encontrar alguns autores, imagens e vídeos, a qual foi

dada a devida orientação. Foi pedido para os alunos fizessem pesquisas na Internet,

lessem os textos indicados ou que eles acharam interessantes e depois fazíamos o

debate, analisávamos as semelhanças e diferenças, mudanças e permanências dos

diferentes materiais utilizados (textos, vídeos, imagens, poesias, letra de musicas, o

cotidiano dos alunos e os materiais trazidos e usados por eles no seu dia a dia

como: vestuário, tênis, mochilas entre outras).

Símbolo Marketing do movimento hippie. Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

É fim de mês: endividamento. Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

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2.3 AÇÃO OU ATIVIDADE 3 - Caminhada pelo centro da cidade

Para realizar a Caminhada pela cidade e a visita ao Museu Pe. Carlos Weiss

foi necessário pedir a autorização dos pais ou responsáveis para os alunos poderem

participar dessa atividade. Primeiro em conjunto com a Equipe Pedagógica,

marcamos o dia, depois a professora pedagoga Caroline Prestes Fernandes,

responsável pelo acompanhamento do Projeto entrou em contato com os

professores da turma para verificar se haveria provas, trabalhos naquele dia e se

todos poderiam “ceder” as aulas para realização da atividade, todos concordaram.

Aproximadamente uns quinze dias antes, a Equipe Pedagógica entrou em

contato com o Museu e fez o agendamento da visita afixando o comunicado na sala

dos professores. No dia marcado nos encontramos nas dependências do Colégio,

com as máquinas de fotografar para registrarmos o evento e fomos realizar essa

atividade. Foi muito legal e ao mesmo tempo “preocupante”, ou seja, imaginem sair

com aproximadamente trinta adolescentes andando pelo centro da cidade, Londrina

hoje está super movimentada. Antes, porém, de sairmos da escola, foram dadas as

orientações necessárias, explicado os objetivos da atividade e dito a eles que cada

um tinha que cuidar do outro, tomar cuidado ao atravessar as ruas, olhar os

semáforos, enfim, procuramos tomar todas as precauções possíveis. Foi dito a eles

se não tomassem cuidados, iríamos “amarrar uma cordinha” em cada um deles, eles

caíram na risada.

E fomos “desbravar Londrina”. No Museu, eles puderam observar como as

pessoas se apropriavam do Museu no sentido da construção de suas identidades

pessoais e coletivas; puderam identificar semelhanças e diferenças ocorridas na

sociedade ao longo do tempo, entre outras coisas como a exposição que estava

havendo em comemoração aos 40 anos da Universidade Estadual de Londrina -

UEL e muitos diziam que estariam estudando na UEL.

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Ida ao museu - Terminal central. Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

Mídia e instrumentos antigos. Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

Ontem Hoje

Mídias antigas e modernas. Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

Exposição 40 anos da UEL Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

Depois, saímos do Museu e fomos para o centro da cidade. Subimos pela

Rua Rio de Janeiro até a Rua Sergipe, entramos na Rua Sergipe (tradicional por seu

comércio) e fomos até a rua professor João Candido onde subimos até as Lojas

Americanas. Chegando lá descemos o “calçadão” que estava em reformas até a

Rua Minas Gerais, descemos até a Rua Sergipe novamente e fomos até o

“camelódromo”, depois de observar esse importante centro comercial popular,

paramos em uma lanchonete para lancharmos, as pernas já estavam “bambas” de

tanto andarmos e estávamos todos com fome. Após lancharmos fomos até o

shopping Royal, entramos e fomos até o 3º andar. O objetivo dessa atividade era

observar como se articula a relação comercial com a publicidade, mídia e o consumo

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no centro da cidade. Pelo caminho os alunos foram observando o funcionamento

das lojas, o “entra e sai” e o “corre corre” das pessoas, os anúncios utilizados no

comércio para atrair os clientes, carros de som fazendo propaganda e o que as

pessoas são capazes de fazer para vender seus produtos e serviços como: vender

lanches na Rua, vender passe mais barato na porta do terminal, pedir esmola,

“flanelinhas”, entre tantas outras. Foi muito interessante e positivo, pois os alunos

puderam perceber o “funcionamento” da cidade criticamente, ou seja, analisar

situações que eles vivenciavam todos os dias e “não haviam percebido”, depois

voltamos para o Colégio. Quando chegamos, observamos se estavam todos

presentes e “inteiros”, “ufa...”, que alívio, demorou uns três dias para nos

recuperarmos, mais valeu a pena. A Caminhada durou o período inteiro da manhã e

contou com o apoio de todos os professores da turma que tinham aulas com eles

naquele dia.

Rua Sergipe - Em frente ao museu de arte moderna. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Observando o comércio na Rua Sergipe. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Subindo a Rua João Candido em direção ao calçadão. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Comércio no calçadão em reformas. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Calçadão em reformas. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Observando o comércio no calçadão. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

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Observando comércio no camelódromo. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Hora do lanche. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Em frente ao Royal Plaza. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Observando comércio no Royal Plaza. Foto: João P. Campos, Projeto PDE,

2011.

Descanso em frente ao Cine teatro Ouro Verde. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Volta para o Colégio Champagnat.

Foto: João P. Campos, Projeto PDE,

2011.

2.4 AÇÃO OU ATIVIDADE 4 - Campanha publicitária na escola

Após as reflexões em sala de aula sobre a caminhada pelo centro da cidade e

visita ao Museu, foram montados grupos de alunos para realizar essa atividade. Os

alunos usaram de sua criatividade, produziram cartazes, histórias em quadrinhos

retratando a influência da publicidade e os seus “danos”, se não forem utilizadas

com sabedoria, em nossas vidas. Cada cartaz mais interessante do que o outro,

teve até um grupo que confeccionou um “banner” extraordinário sobre as marcas

publicitárias e embaixo escreveram “você esta livre”, ficou sensacional. Depois foi

feita uma exposição dos trabalhos para que toda a comunidade escolar pudesse

observar e refletir, uma Campanha publicitária um pouco “diferente” onde o objetivo

não era simplesmente vender para fins lucrativos. Os alunos também utilizaram o

site da escola para divulgar a campanha com mensagens onde o objetivo era alertar

e minimizar os “danos” causados pelo consumo excessivo.

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Campanha Publicitária - A mídia influenciando as pessoas e o consumo desordenado.

Foto: Roberta Santos, 3º MA Projeto PDE, 2011.

2.5 AÇÃO OU ATIVIDADE 5 - Palestra

A partir da ideia da aluna Roberta Santos em realizar uma Palestra sobre a

influencia publicitária midiática e o consumo entre os jovens adolescentes na

sociedade contemporânea, a Equipe Pedagógica entrou em contato com os

professores que dariam aula no dia previsto para realização da Palestra

antecipadamente (uns vinte dias aproximadamente) e afixou na sala dos professores

o comunicado oficial e no dia marcado a palestra foi realizada.

A abertura da Palestra foi feita pelo professor PDE João Pereira Campos, o

qual convidou todos os presentes para essa reflexão. Após a abertura da Palestra a

aluna Roberta Santos fez a sua fala (ela pesquisou e preparou um material dentro

da Temática com imagens, autores que falavam sobre o assunto, ou seja, as

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representações publicitárias midiáticas e o consumo entre os jovens adolescentes

na sociedade contemporânea).

Depois foi convidado o professor Ronivaldo (Fumaça) de Educação Física, o

qual fez uma fala associando as marcas publicitárias com a influencia de esportistas

famosos como o cabelo de jogadores, a adoração ao corpo, o excesso de

musculação nas academias e outros ao esporte, enfatizando os perigos que os

“excessos” podem causar no corpo ao invés de saúde. A seguir foi convidado o

Diretor Geral Claudecir Almeida da Silva também para fazer uma fala e o

encerramento da Palestra.

O desenvolvimento da Palestra foi fotografado e filmado. Os recursos

utilizados na Palestra foram o equipamento de som da escola (dois microfones,

caixas e mesas de som, computador (“notebook”), Data show, máquina de

fotografar, filmadora, ar condicionado instalado no Salão. O público foram os alunos

de 3ª anos do Ensino Médio matutino (cinco turmas com aproximadamente duzentos

alunos), a Direção da escola, a Equipe Pedagógica, alguns funcionários e pais de

alunos, os professores que tinham aulas com as turmas presentes e os professores

que tinham hora atividade naquele momento, mas toda a comunidade escolar queria

estar presente (alguns professores e funcionários relataram depois que também

queriam estar presentes). Também contamos com o apoio e envolvimento dos

colegas da mesma área e outras áreas do conhecimento, a professora Sarita de

História que contribuiu nas intervenções com os alunos; o professor Rafael de

sociologia que estava trabalhando a Temática sobre a Indústria Cultural e os

Movimentos de contra Cultura ajudou muito, inclusive nas orientações a aluna

Roberta nas suas pesquisas para a realização da Palestra; a professora Leila de

química que se inspirou em trabalhar os “enlatados” e sanduiches (conservantes

químicos) que consumimos e vários outros colegas que deram e continuam dando

sugestões. A professora Edna de História que faz parte da Equipe Multidisciplinar

da escola sugeriu uma proposta interessante, que fizéssemos uma abordagem

sobre essa temática com relação à cultura afro, ou seja, como a publicidade e a

mídia apresentam seus produtos para os afros descendentes, pois para a

publicidade não existe cor, religião, ideologias políticas, camadas sociais. Ela esta

presente em todos os setores da sociedade e vai se adaptando de acordo com suas

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necessidades e seus interesses sociais, político, econômicos, ideológicos e

culturais.

A aluna Roberta Santos relatou dessa maneira os resultados da palestra:

A realização da Palestra como conclusão do Projeto foi muito interessante. 1ª porque reforçou os conteúdos vistos durante o trabalho; depois porque os alunos de todos os 3ª anos matutino do Colégio Marcelino Champagnat compareceram. Quem não teve acesso ao trabalho durante sua implementação, pode aos menos assistir a Palestra. A presença do Diretor do Colégio, assim como a das orientadoras teve um papel desafiador, porém, de apoio, o que foi muito importante. A palestrante, a aluna Roberta Santos do 3ª A matutino contou também com o apoio do professor João Campos e do professor Ronivaldo, o “Fumaça” de Ed. Física. Os alunos puderam compreender de fato, através de vídeos e imagens, o que é consumismo, qual o papel da publicidade e como somos levados a Alienação. Antes de tudo foi explicada a diferença de propaganda e publicidade dando exemplos claros de cada um. A seguir, o consumo e o consumismo entraram em discussão, novamente se utilizando de alguns exemplos. Após essa explicação foi abordado o papel da mídia e como ela pode influenciar no processo de formação de identidades pessoais e ou coletivas. Para concluir, a Alienação foi problematizada e explicada de uma maneira excelente. Após a Palestra foi mostrado o vídeo “É fim de mês” de Raul Seixas para complementar o que a aluna Roberta e o professor João disseram. Decorrido o vídeo, o prof. Fumaça falou dobre a questão da publicidade no esporte. O Diretor Claudecir reforçou os agradecimentos dando fim a Palestra que foi um sucesso. Agora todos já sabem como ocorre a formação de seus comportamentos. (Aluna Roberta Santos, 3ªMA, ministrante da Palestra, Marcelino Champagnat, 2011).

Aluna Roberta Santos, 3ºMA, ministrando a palestra sobre a influência publicitária, mídia e o consumo no nosso cotidiano. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Cinco turmas de terceiros anos aproximadamente 200 alunos no salão nobre durante a palestra. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

Aluna Roberta Santos e sua mãe Cláudia que prestigiou a palestra (presença da comunidade escolar). Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

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Professor Ronivaldo Marques de Oliveira (Fumaça) associando as práticas esportivas com a influencia da publicidade midiática durante a palestra sobre a influência publicitária, mídia e o consumo no nosso cotidiano. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

O diretor geral Claudecir Almeida da Silva falando sobre a importância do Tema (Publicidade, Mídia e Consumo) e “encerrando” o Projeto durante a palestra sobre a influência publicitária, mídia e o consumo no nosso cotidiano. Foto: João P. Campos, Projeto PDE, 2011.

2.6 AÇÃO OU ATIVIDADE 6 - (Produção de caderno de texto dos alunos)

Nesta Ação ou Atividade, os alunos produziram textos com suas opiniões a

respeito do desenvolvimento do Projeto e da Temática estudada. Após o

desenvolvimento das atividades previstas pelo Projeto de Intervenção na Escola no

Colégio Estadual Marcelino Champagnat, os alunos opinaram sobre a relação

existente sobre as imagens publicitárias, mídia e o consumo entre jovens

adolescentes na sociedade contemporânea. Os alunos relataram9:

Aluno A:

“A mídia influência nos jeitos de vestir, até na forma de agir. Com propagandas de produtos onde mostram as qualidades, contratam belas modelos para que divulguem. Criam padrões estéticos onde para ser bonito e bem cuidado, deverá ser magra, cabelos lisos e usar saltos altos. Mas é somente criando e vendendo produtos novos que o capitalismo se mantém”. (A. G. A. R. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

___ 9 Os erros de grafia dos alunos foram mantidos devido à fidedignidade dos originas que se encontra em posse do professor

PDE João Pereira Campos e nos nomes dos alunos, constam somente as suas inicias e idades para preservação de suas

identidades.

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Aluno B:

“A mídia vem nos influenciando a nossa vida, desde a hora que acordamos, pois tudo que está ao nosso redor tem a intenção de nós influenciar, pois eles querem fazer uma sociedade consumista onde o único interesse é estar na moda que nos faz estar sempre comprando a marca”. (A. C. S. - Idade 16 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno C:

“Os programas televisivos influenciam diretamente na personalidade, nas televisões as propagandas, os filmes, as novelas, inventam modas que incentivam à compras. Muitas vezes os próprios pais são obrigados a censurar seus filhos sobre alguns canais de TV, programas que contém propagandas de brinquedo esxessivo que geram a vontade de comprar esses brinquedos. Por isso, eu acho que a mídia é totalmente influente na personalidade de das pessoas”. (A. D. D. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno D:

“Nos dias de hoje, precisamos abrir nossos olhos pois, a mídia vem nos influenciando muito no nosso cotidiano, vêm tentado nos alienar, e está conseguindo, todos querem um tênis de marca, ou uma camisa de marca, algo que faça ele parecer melhor do que ele é, ou melhor que do que alguém. Isso vêm nos fazendo não sermos consumidores, más sermos consumistas, maquinas de gastar dinheiro. Muito cuidado com o que nós abstraímos da mídia, prestarmos atenção em como tudo vem influenciando em nossas vidas”. (G. H. L. O. - Idade 16 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

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Aluno E:

“A influência da mídia não é de todo positivo. Alguns aspectos são negativos, porque influenciam as pessoas a parar de pensar. A mídia só prende você. Ela influencia você a comprar coisas”. (G. G. B. - Idade 16 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno F:

“Nós somos influênciados o tempo todo pela mídia. Nas novelas nós espelhamos para o nosso “jeito de ser”, as propagandas e programas de televisão nos influênciam a comprar produtos que muitas vezes não servirão para nada. Os jornais e telejornais nos passam medo com as noticias aterrorizantes e nos fazem querer ficar trancados em casa. A consequencia disso tudo é que não temos personalidade própria, nós somos o que a mídia nos manda ser”. (I. P. C. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno G:

“Tudo o que fazemos no nosso dia a dia é totalmente influenciados pela mídia. O que eles mostram, mesmo sendo alguma coisa que nós não precisamos, passa a ser algo importante para a vida, assim eles fazem com que nós sintamos a vontade de comprar tudo o que oferecen-nos. Mas não podemos culpar apenas a mídia por esta alienação, pois nós que permitimos que isto acontemos. Devemos então, tomar está conciência e deixar de ser tão monitorados e guiados por estes meios de comunicação. A vida do ser humano esta baseada apenas na compra”. (J. M. P. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

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Aluno H:

“A mídia influencia demais o modo de pensar, agir, e ser das pessoas. E isso pode trazer conseqüências muito ruins pras pessoas, primeiro porque a mídia manipula o modo de ser das pessoas. Pegam os fragmentos mais interessantes do que querem mostrar e publicar, fazendo com que as pessoas passem a ver as coisas do modo como querem. Todos os dias somos bombardeados de comerciais e propagandas de vários tipos e meios tecnológicos nos influenciando a comprar e consumir o tempo todo desde a hora em que deitamos ou acordamos. Se ligarmos a TV, lermos jornais e revistas, ouvimos rádios, lermos artigos cientificos enfim, tudo... Tudo sempre estará manipulado para que a gente veja o mundo a partir da visão de outra pessoa. Cabe a nós, esperarmos, e tentarmos a sorte de sermos informados por meio de formadores de opiniões que consigam mostrar as coisas de modo a não pender só para um lado”. (J. S. O. - idade 16 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno I:

“As pessoas se transformam por causa da mídia, publicidade e consumo, a propaganda manipula as pessoas cada vez mais e as pessoas não se encomodam e nem tomam nenhuma atitude, pode mudar é só cada um fazer sua parte”. (L. M. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno J:

“No mundo de hoje a propaganda muda muito a vida de todo todos querem o que tem nas propagandas nos filmes so querem coisas de marca pois o que aparece na mídia sempre é bem melhor por isso a sociedade as vezes se ilude com essas mídias”. (M. A. O. - Idade 19).

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Aluno K:

“A mídia influência muito ao consumidos, as propagandas, a publicidade, nos faz com que gostamos sem necessidade, as vezes consumimos apenas por prazer, por ter visto a propaganda. As novelas também nos influenciam, a fazer corte de cabelo igual ao artista, a usar roupas iguais, e depois que acaba a novela, acaba a “moda”. (P. T. V. T. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno L:

“A influência da mídia não é algo bom, pelo fato de “tirar” o pensamento crítico das pessoas. Influencia demais, as pessoas acabam por não terem identidade própria, tanto individual quanto coletivamente. A mídia transmite pensamentos das classes burguesas e todos tem que pensar daquele jeito”. (R. E. A. S. - Idade 16 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

Aluno M:

“No mundo de hoje quem praticamente comanda a vida de todos nós é a mídia. Somos alienados e forçados a comprar aquilo que na maioria dos casos não precisamos, compramos para estarmos inseridos em um grupo social, para os sentirmos parte da sociedade Todo dia somos “atacados” com publicidade e devemos aprender a filtrar aquilo que realmente importa”. (V. O. S. - Idade 17 anos, Marcelino Champagnat, 3º MA, Projeto PDE, 2011).

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A aluna Roberta Santos relatou:

O Projeto de Intervenção Pedagógica aplicado pelo professor João Campos para os alunos do 3ªA do Colégio Marcelino Champagnat, teve como objetivo analisar e compreender de que maneira as campanhas publicitárias influenciam no consumo excessivo e na formação das identidades das pessoas, em especial dos jovens adolescentes. No começo do trabalho, era fato que os alunos não sabiam ao certo quão influenciados são por propagandas da mídia. Fomos percebendo isso gradualmente durante os dias do Projeto que realmente cumpriu com seu objetivo. Embora meio relutantes, os participantes ser deixaram levar pela ideia original proposto pelo professor: perceber sua condição e entendê-la. “Sim, sou influenciado, mas como e porquê?” A partir do momento em que questionaram isso, o Projeto começou a dar certo. A ida ao museu foi interessantíssima, afinal, para entender o presente é preciso dar uma espiada no passado, certo? E foi isso o que fizemos. Desde a formação da cidade já havia influencia da mídia na formação das identidades, tanto pessoais, quanto coletivas, e observar isso, com a instrução de um brilhante professor, foi um privilégio! Andar pelas ruas de comércio da cidade, nos deu uma noção mais forte de como a publicidade nos acompanha. A todo momento víamos cartazes de promoção de alguma marca “famosa” ou vendedores fazendo de tudo para que entrássemos e provássemos marca “x” ou “y”. Não reparar isso seria algo estranho. A parte da elaboração de cartazes foi o ponto mais alto de todo o projeto, pois todos participaram, e fizeram um trabalho incrível: De fato capturaram muito bem a ideia, e vale dizer que saíram da condição de passivos para se tornarem bem ativos frente à alienação provocada pela mídia. Enfim, todo o projeto foi um sucesso, e nos ajudou a pensar a construir nossa própria identidade. (Aluna Roberta Santos, 3ª MA, Marcelino Champagnat, Projeto PDE, 2011).

Pudemos observar, de acordo com o depoimento dos alunos, que eles se

apropriaram de “novos conceitos” durante o desenvolvimento do Projeto como:

publicidade, mídia, consumo. Os alunos tiveram também um entendimento de como

funcionam e se estruturam as campanhas publicitárias midiáticas influenciando o

consumo de diversos tipos de mercadorias. Esta influencia excessiva propiciada

pelas campanhas publicitárias midiáticas acaba, muitas vezes, ofuscando a nossa

identidade e o nosso comportamento pessoal e coletivo.

Dessa forma, acreditamos que o projeto cumpriu seu propósito, ou seja,

instigar a reflexão sobre a influencia publicitária midiática e o consumo entre os

adolescentes. A professora pedagoga Caroline relatou que o tema trabalhado pelo

professor João Pereira Campos, “além de atender a realidade dos alunos, atingiu os

objetivos e foi significativo na aprendizagem desses”. O Diretor Claudecir “entendeu

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que o Projeto de Intervenção Pedagógica do professor João é relevante com

alcance social e formação pedagógica para o exercício da cidadania atendendo

nossos alunos e comunidade escolar informando como funciona o mercado

publicitário na nossa sociedade”.

2.7 Grupo de Trabalho em Rede - GTR10

Paralelamente ao desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica na

escola, tivemos uma experiência fantástica, ou seja, foi à participação e as

discussões no Grupo de Trabalho em Rede - GTR. As interações realizadas pelos

participantes durante o GTR foram excelentes, houve uma intensa participação onde

os cursistas puderam expor seus pensamentos, sua ideias, suas críticas, suas

angústias, propor atividades, relatar suas experiências, seus trabalhos

desenvolvidos em suas escolas com os alunos relacionados à Temática em estudo,

ou seja, a mídia, a publicidade e o consumo na sociedade contemporânea.

Houve um comportamento ético e respeitoso admirável por parte de todos em

suas posições e debates realizados, digno de educadores que estão comprometidos

por uma Educação de qualidade. As ideias dos cursistas estavam bem articuladas e

demonstraram ter conhecimento do nosso cotidiano e da nossa realidade em sala de

aula.

As contribuições dos cursistas foram significativas e relevantes para o Projeto

e para compreensão da nossa realidade atual com relação aos materiais utilizados

nas escolas e em sala de aula. A professora Darice de Filosofia contribuiu indicando

o seguinte link, onde associa a releitura da Alegoria da Caverna de Platão aos dias

atuais - http://www.youtube.com/watch?v=WkWQ6jB3jm0).

_ 10

O Grupo de Trabalho em Rede - GTR é uma das etapas do Programa PDE, onde participam professores de todas as áreas

do conhecimento da Rede Pública de Educação do Estado do Paraná. O GTR é composto de diversas atividades: Fórum de

discussões; Leitura de textos; Resolução de atividades; Sugestões e contribuições dos professores para melhoria na qualidade

de ensino da Educação no Paraná.

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Pudemos fazer uma reflexão do uso da Tecnologia em sala de aula tendo

como foco as imagens publicitárias, a mídia e o consumo. Enfim, pudemos

compartilhar as nossas expectativas com relação a nossa realidade e as

transformações vivenciadas na Educação e nas nossas vidas.

A professora Marcia relatou:

Sou professora de história e filosofia em dois colégios de Cascavel. Atendo alunos do ensino fundamental e médio. Seguramente as publicidades afetam a vida pessoal do aluno, que não vê sentido em ficar ouvindo o professor falar, até porque para ele, as idéias de seus professores são ultrapassadas e não são necessárias para o seu cotidiano. Os mesmos estão mais preocupados com sua vida prática, em discutir quais novas marcas estão no mercado, especialmente quando se trata de aparelhos eletrônicos. Portanto, tem sempre um vídeo novo para compartilhar, um jogo interessante, do qual não consegue ficar sem, enfim, marcas que vão usando o tempo todo. Na escola, aqueles que se recusam a andar na moda, podem ser vítimas dos demais, seja pela violência física ou psicológica. Na sociedade, ele só consegue enxergar e valorizar, aqueles que se adéquam aos valores impostos pela classe dominante. Os que não seguem padrões, são alvos de preconceito, de exclusão, de marginalização. Triste essa sociedade, cujas relações estão cada vez mais vazias. Tristes pessoas com todo acesso a comunicações, mas que se sentem solitárias, a mercê de relações virtuais nas diferentes redes sociais disponíveis hoje.Não se trata de negar tecnologias e todos os seus benefícios. A questão é: as tecnologias estão a serviço de quem? Quem ganha com a “coisificação” do ser humano? Será que estamos cada vez mais na "caverna de Platão"? Os poucos que conseguem sair, estão sempre tentados a entrar novamente, porque la é mais "confortável", é menos dolorido... Portanto, as funções de educadores hoje, vao muito alem do repasse de conteúdo em sala e não estamos, na maioria das vezes, conseguindo isso. A maior parte do tempo, "acalmamos" a turma, tentamos encaminhar alguma atividade. Quando procuramos alguma coisa diferente, nem sempre é chamativo, pois é necessário que se faça a reflexão crítica, o que dá trabalho. O pensar é trabalhoso. (M.F. professorara de História e filosofia, GTR, 2011).

Dessa forma, por meio dessas experiências, pudemos perceber que vivemos

em uma sociedade onde a mídia tenta passar uma ideia em que vivemos em uma

sociedade “tecnológica espetacular”, onde é fantástico o “show” da vida e a imagem

assume um papel decisivo nas relações sociais.

Durante o GTR foram sugeridos alguns links de textos e imagens pelos

cursistas para aprofundamento dos debates relacionados à temática em estudo:

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1 Sugestões de textos

A) Publicidade e Consumo

Texto interessante que contém várias sugestões de atividades a partir dos módulos

didáticos

bvirtual.indecopi.gob.pe/colec/publicidade.pdf

B) A cellulite da Britney Spears

O texto discute a questão do corpo e sugere uma atividade com os alunos

www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-celulite-de-britney-spears

C) Mídia e Consumo

A publicidade criativa nos tempos do “politicamente correto”

www.midiaeconsumo.com.br/

2 Sugestões de imagens

A) Publicidade e Consumo

Várias imagens de publicidade

www.google.com.br/search?hl=pt-

BR&biw=1280&bih=831&q=publicidade+e+consumo&gs_sm=&gs_upl=&bav=on.2,or

.r_gc.r_pw.,cf.osb&pdl=500&um=1&ie=UTF-8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi

3 Sugestões de vídeos

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A) Mídia e Consumo

A publicidade diária www.youtube.com/watch?v=1CoXRwIIL_A

B) Além de cidadão kaine

Discute o papel da rede Globo

video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038

C) Baticum

Letra e música em vídeo de Chico Buarque e Gilberto Gil

letras.terra.com.br/chico-buarque/85934/

D) Alegoria da Caverna de Platão aos dias atuais -

http://www.youtube.com/watch?v=WkWQ6jB3jm0

4 Sugestões na Web

A) www.webartigos.com/artigos/a-midia/76345/

B) carocodejaca.wordpress.com/2011/05/20/coca-cola-mais-de-50-slogans-de-

sucesso/

C) oscarsk.wordpress.com/2010/07/29/pepsi-muda-estrategia-de-publicidade-e-

aposta-em-projetos-sociais/

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D) www.notorietyinc.com/blog/nike-chosen-%E2%80%93-just-do-it-campaign-

behind-the-scenes-video

E) personaconsultoriademoda.blogspot.com/2009/04/era-do-vazio.html

F) ourdramas.blogspot.com/2009/04/os-10-habitos-que-todos-sabem-mas_137.html

G) noticiasdosdivosteen.blogspot.com/2011_01_01_archive.html

5 Sugestões na Web da Professora Camila Torres

A) Brastemp início anos 90: www.youtube.com/watch?v=-1rqG83vYfM (é possível

fazer uma releitura dessa propaganda, veiculada ano passado em revistas como

Exame e Veja, relançando o slogan da marca, mas em outro contexto; os

refrigeradores duplex, com a freezer embaixo...)

B) Roupas Us top: www.youtube.com/watch?v=rKYjC621jhw (para que se veja como

certos "jargãos" que ficam por anos... notamos a "força" desses comerciais... claro

que os alunos acham graça é muito distinto...)

C) O comercial do Novo Uno é emblemático, pois, apesar da roupagem moderna,

ele é um revival dos anos 80, basta ver a música e as cores:

www.youtube.com/watch?v=vsJTOId7cTQ (um amigo professor da área de

marketing explicou certa vez que essa peça publicitária foi pensada exatamente na

geração anos 80, que hoje está chegando aos 30, adquirindo sua independência, e

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é o foco dessa propaganda e podemos observar como a publicidade nos vende para

além de produtos, mas também as ideias).

D) Retomamos uns 3 vídeos do Banco Bradesco, quando lançou esse slogan que

usam, para os alunos, já aparenta ser antigo, mas ainda se identificam:

http://www.youtube.com/watch?v=VEcMxPX_PKk

E) Esse da VALE, já com novo nome e logotipo, é genial, ainda mais pela

mensagem da música do Lenine: http://www.youtube.com/watch?v=G2mPJdeSypM

F) O slogan da TIM, "viver sem fronteiras", é genial nesse que elenca coisas do

tempo em que eles vivem, e mais, não fala necessariamente em venda de celulares

e/ou serviços, mas incute nas pessoas como isso é necessário:

http://www.youtube.com/watch?v=GWqraKzS4mc&feature=related [tem uma nova

versão legal também] http://www.youtube.com/watch?v=n1elzi4ns4E

G) Por fim, o da Coca Cola, com bela música, cantado em coro por crianças na

íntegra, tem o dobro de um comercial usual da mídia; e, trata de coisas que mexem

com o imaginário, para somente no final, dizer "como as pessoas são felizes (e têm

esperança no mundo) ao abrir/compartilhar uma Coca”:

http://www.youtube.com/watch?v=uBHtphAo6hI

H) Algumas propagandas governamentais, muito bem elaboradas, para chamar a

atenção de um publico específico, é o caso das chamadas da OBMEP, graciosas,

ilustradas, com o slogan: "a matemática está em tudo, até no que você não vê...":

http://www.youtube.com/watch?v=go87D006uhY

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3 Conclusão

Por meio das pesquisas realizadas e os resultados obtidos após a sua

tabulação, os depoimentos dos alunos, da Equipe Pedagógica e da Direção da

escola, acreditamos que atingimos nossos objetivos, ou seja, constatamos que os

jovens adolescentes são influenciados pelas campanhas publicitárias; consomem

produtos de marcas e que as marcas de produtos publicitários podem influenciar na

formação de sua identidade pessoal e coletiva (estar na moda, “status e poder”

dentro dos grupos sociais que se relacionam).

Também pudemos constatar que os alunos estruturaram os mecanismos de

persuasão utilizados em anúncios publicitários veiculados pela mídia pelos grupos

de comunicação e empresas multinacionais analisando as relações entre as

representações publicitárias midiáticas e o consumo.

Foi possível constatar que os alunos, por meio do Projeto e seus

depoimentos, ampliaram os seus conhecimentos, incorporaram novos conceitos de

interpretação social por meio da análise de semelhanças e diferenças, mudanças e

permanências e rupturas entre as representações publicitárias midiáticas e o

consumo entre os jovens adolescentes na sociedade contemporânea.

Durante o projeto, percebemos que a imagem publicitária assume grande

ênfase no mercado, pois ela pode ter a capacidade de fixar as marcas, produtos e

serviços na mente do consumidor ao associá-las com o sonho e promessas de

sucesso por meio de imagens coloridas de produtos, aventuras desafiadoras,

pessoas “bem sucedidas”, felicidade, desejo, prazer entre outras com o objetivo de

instigar nas pessoas o seu consumo. Isto acaba influenciando os adolescentes nas

suas atitudes de compra, onde as marcas mais consumidas são as que estão na

moda, geralmente ditadas pela mídia.

Pudemos observar que muitos alunos mudaram de atitude tornando-se mais

reflexivos contribuindo, como relatou a aluna Roberta Santos, a saírem de uma

“condição de passivos para se tornarem bem ativos frente à alienação provocada

pela mídia” e “ajudou a pensar a construir nossa identidade” (dos alunos).

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Os alunos entenderam que o problema esta quando começamos a nos

influenciar por modismo, deixando de viver nossas vidas em função do que

aparentemente nos dê “status ou poder”, ou começamos a viver a vida do outro,

ofuscando ou até perdendo nossas identidades.

Outro fator importante para boa aceitação da proposta foi o tema trabalhado,

ou seja, o Projeto falava deles (alunos), diretamente para eles, sua maneira de

serem, as suas atitudes, as coisas que eles fazem que eles usam e consomem,

enfim, o seu dia a dia. Houve uma identificação muito grande com suas práticas e

costumes diários. Aprendemos muito com os alunos, a compreender melhor o seu

“modo de serem”, as suas “gírias”, as suas “tribos”, as suas carências e isto é

importante e significativo, quando podemos compartilhar, ou seja, procurar ensinar,

mas também, procurar aprender.

Acreditamos que não foi nada inédito, pois muitos colegas desenvolvem

algumas dessas atividades de trabalho, mas foi “diferente” para os alunos, pois

ainda não haviam analisado os conteúdos de História com as imagens publicitárias,

a qual foi colocada em prática por meio do Projeto. As músicas, os vídeos, as

imagens, os textos, a poesia motivaram os alunos. Também o fato dos alunos

poderem “sair da sala de aula e da escola”, ir ao shopping, ao “camelódromo”, ao

museu histórico, a Campanha Publicitária, a qual foi muito crítica e criativa, analisar

o funcionamento do comércio em Londrina contribuiu para “novas” perspectivas e

abordagens de fontes de pesquisa e interpretação social da nossa realidade.

Às vezes vemos nossos alunos e muitas pessoas mais parecendo um

“outdoor ambulante” desfilando suas marcas e etiquetas com orgulho do que seres

humanos “pensantes” e capazes de transformar a realidade. A escola mais parece

um “shopping Center” onde se consome de tudo, menos o saber. Os alunos ou

pessoas que não possuem os equipamentos tecnológicos ou não estão na moda

acabam sendo discriminados ou excluídos de seus grupos sociais.

A sociedade contemporânea atual enfatiza a tecnologia, os instrumentos,

técnicas e ferramentas tecnológicas como o rádio, o “headphone”, o celular, a

televisão digital, o computador, o “tablet” entre outras. São esses instrumentos que

nossos alunos estão em contato direto atualmente e os programadores da mídia

sabem disso e por meio de sua programação, desenhos, músicas, filmes, novelas,

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programas de auditórios, imagens publicitárias exploram e constroem seu poder e

seus impérios, tentando transmitir a sua ideologia dominante, tanto de “direita como

de esquerda”, depende de quem esta no poder.

O objetivo é manipular as pessoas levando a um “convencimento” do que seja

melhor para cada um de nós, onde na “verdade” estão defendendo seus interesses

corporativos e pessoais. E nós professores e a população de um modo geral temos

que estar atentos e procurarmos reagir contra tudo isso, cada um a sua maneira, no

nosso caso é por meio da educação.

Então, temos que procurar mediar, conciliar essas e outras dificuldades e

utilizarmos o que temos (blog, redes sociais, jogos lúdicos, materiais alternativos,

livros didáticos, instrumentos tecnológicos, textos, documentos, pinturas,

documentários, filmes, gravuras, jornais, panfletos, revistas, música, o nosso

cotidiano, dos alunos, da sociedade, o que a televisão nos apresenta, propagandas,

imagens publicitárias, entre outras), sem preconceitos, com responsabilidade e da

melhor maneira possível, com sabedoria e a crítica necessária para não

legitimarmos uma determinada situação de passividade e conformismo para nós,

nossos alunos e a sociedade.

Assim, esperamos que os trabalhos sobre as Imagens Publicitárias,

continuem e que as pesquisas avancem para que possamos refletir na possibilidade

de vivermos em uma sociedade melhor, mais crítica em relação ao que fazemos e

consumimos, sem tantos apelos e interesses puramente comerciais e lucrativos.

Por fim, agradecemos a toda comunidade Champagnat (funcionários,

professores, Equipe Pedagógica, Direção, pais e principalmente os alunos), a

Krishna Campos pelo apoio tecnológico e a todos os envolvidos no Projeto. Ao

professor e orientador Pós Doutor Gilmar Arruda, o qual com sua sabedoria,

preocupação com a educação, extremamente profissional, prestativo nas suas

observações, indicações de leitura, correções, acompanhamento presencial e por e-

mail sempre procurou saber como estávamos e o que precisávamos fornecendo

suporte e segurança para o desenvolvimento e conclusão do Projeto. Aos alunos do

Colégio e em especial aos alunos do 3ª MA Ensino Médio matutino do Colégio

Estadual Marcelino Champagnat - Ensino Fundamental e Médio, nosso muitíssimo

obrigado.

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4 Referências bibliográficas

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HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: O breve século XX (1914-1991). 2° ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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RAMOS, Márcia Tetê. Por uma leitura crítica da linguagem publicitária em sala de aula. In: História & Ensino: Revista do laboratório de ensino de história | UEL, Londrina, v. 11, 2005.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora, CAINELLI, Marlene. Ensinar História 1° ed. 2° impressão, São Paulo: Scipione, 2005.

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