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FACULDADE MERIDIONAL – IMED
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Isadora Pianezzola Campetti
Moradia Estudantil no centro de Passo Fundo
Passo Fundo
2017
2
Isadora Pianezzola Campetti
Moradia Estudantil no centro de Passo Fundo
Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação do Professor(a) Mestre Rafaela Simonatto Citron.
Passo Fundo
2017
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Isadora Pianezzola Campetti
Moradia Estudantil no Centro de Passo Fundo
Banca Examinadora
Prof. Me. Rafaela Simonato Citron
Orientador(a)
Me. Amanda Schuler Bertoni
Membro avaliador
NOME E TITULAÇÃO
Membro avaliador
Passo Fundo
2017
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AGRADECIMENTOS
Ao Pai do Céu, por me proporcionar essa vida maravilhosa.
Aos meus pais, Lisangel e Otavio, por todo o apoio, paciência, preocupação e amor
incondicional durante a minha caminhada. Por estarem sempre dispostos a ajudar a realizar
todos os meus sonhos e muitas vezes, colocar minhas necessidades antes das suas. Amo
vocês.
Ao meu namorado, Tales, por me tranquilizar e melhorar meu astral em todos os
momentos difíceis que passei nos últimos anos, por estar sempre disposto a ajudar, e por
torcer sempre por mim. Você é demais!
Aos meus familiares e amigos do coração, que sempre me aconselharam, acalmaram
e torceram pelo meu sucesso.
Aos colegas da faculdade e novos amigos, por compartilharem conhecimentos e
angústias.
À minha orientadora, Rafaela, a todos os professores e à instituição, por dividirem o
conhecimento, indicarem o caminho a seguir e despertarem a paixão pela arquitetura que
sempre morou em mim.
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RESUMO
O presente trabalho trata de uma Moradia Estudantil no Centro de Passo Fundo/RS. O projeto
surge da necessidade de fornecer habitação adequada para os estudantes de toda a região,
levando em conta que a presente cidade é polo educacional. O edifício visa atender esta
crescente demanda, ao mesmo tempo que proporcione as melhores condições de estudo,
conhecimento e crescimento, tanto pessoal como profissional, para os seus moradores. O
foco deste projeto é a adaptação dos estudantes nesta nova etapa da vida através da
integração entre os moradores, possibilitando a troca de experiências e partilha. Os estudos
realizados neste trabalho abordam desde fundamentação teórica para melhor entendimento
do assunto, levantamento da área de implantação do projeto e entorno, estudos iniciais e
elaboração de projeto até a fase de anteprojeto.
Palavras-chave: Moradia Estudantil. Habitação. Conhecimento. Crescimento.
Integração.
ABSTRACT
The present project treats about a Student House in the central region of Passo Fundo/RS.
The project emerges from the necessity of adequate housing for students of the whole region,
observing that this city is a educational center. The building aims to meet this growing demand,
while provides the best conditions of study, knowledge and personal and professional growth
to your users. The focus of this project is the student’s adaptation in this new stage through
integration between users, making possible the exchange experience and sharing. The studies
acomplished in this research include theoretical basis for a better understanding of the subject,
survey of the area, initial studies and development of the project.
Keywords: Student House. Housing. Knowledge. Growth. Integration.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Residencial Estudantil em Genebra ............................................................... 20
Figura 02 Área de Estudo ............................................................................................... 20
Figura 03 Malha Urbana de Genebra ............................................................................. 21
Figura 04 Jardim do Residencial .................................................................................... 21
Figura 05 Planta Baixa Primeiro Pavimento ................................................................... 22
Figura 06 Planta Baixa Tipo ........................................................................................... 22
Figura 07 Organograma e Legenda ............................................................................... 22
Figura 08 Organização Linear ........................................................................................ 22
Figura 09 Acesso com Rampa ....................................................................................... 22
Figura 10 Volume ........................................................................................................... 23
Figura 11 Dinamicidade através das lajes ..................................................................... 23
Figura 12 Ritmo .............................................................................................................. 23
Figura 13 Simetria .......................................................................................................... 23
Figura 14 Materiais Externos .......................................................................................... 24
Figura 15 Materiais Internos ........................................................................................... 24
Figura 16 Modulação Estrutural ..................................................................................... 24
Figura 17 Moradia Estudantil My Space ........................................................................ 25
Figura 18 Espaços de Convívio ..................................................................................... 25
Figura 19 Entorno My Space ......................................................................................... 25
Figura 20 Primeiro Pavimento ....................................................................................... 26
Figura 21 Segundo Pavimento ...................................................................................... 26
Figura 22 Terceiro ao Quinto Pavimento ....................................................................... 27
Figura 23 Sexto Pavimento ............................................................................................ 27
Figura 24 Organograma ................................................................................................. 27
Figura 25 Subtrações ..................................................................................................... 28
Figura 26 Ritmo e Dinamicidade .................................................................................... 28
Figura 27 Fachada Restaurada ...................................................................................... 29
Figura 28 Chaminé Preservada ...................................................................................... 29
Figura 29 Malha urbana Lisboa ...................................................................................... 29
Figura 30 Fachada Principal ........................................................................................... 29
Figura 31 Planta Baixa Subsolo ..................................................................................... 30
Figura 32 Planta Baixa Térrea ....................................................................................... 30
Figura 33 Planta Baixa Tipo 1 ........................................................................................ 31
Figura 34 Planta Baixa Tipo 2 ......................................................................................... 31
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Figura 35 Organograma Doorm ..................................................................................... 31
Figura 36 Organização Aglomerada ............................................................................... 32
Figura 37 Volumes Adicionados ..................................................................................... 32
Figura 38 Contato face a face ........................................................................................ 32
Figura 39 Simetria na fachada restaurada ..................................................................... 32
Figura 40 Simetria na fachada nova ............................................................................... 32
Figura 41 Fachada Restaurada ...................................................................................... 33
Figura 42 Sistema estrutural de aço ............................................................................... 33
Figura 43 Chapa metálica ondulada e vidro ................................................................... 34
Figura 44 Pintura Branca ................................................................................................ 34
Figura 45 País, Estado e Cidade de Implantação ........................................................... 35
Figura 46 Pontos Nodais ................................................................................................ 36
Figura 47 Instituições Relevantes .................................................................................. 36
Figura 48 Mapa Nolli ...................................................................................................... 37
Figura 49 Uso do Solo .................................................................................................... 37
Figura 50 Mapa de Alturas .............................................................................................. 38
Figura 51 Rede de Água ................................................................................................ 38
Figura 52 Rede de Esgoto .............................................................................................. 38
Figura 53 Rede Elétrica .................................................................................................. 39
Figura 54 Rede Verde .................................................................................................... 39
Figura 55 Intensidade de Tráfego ................................................................................... 39
Figura 56 Terreno ........................................................................................................... 40
Figura 57 Sombras 21 de dezembro, 9h ........................................................................ 40
Figura 58 Sombras 21 de dezembro, 15h ...................................................................... 40
Figura 59 Sombras 21 de junho, 9h ................................................................................ 41
Figura 60 Sombras 21 de junho, 15h .............................................................................. 41
Figura 61 Topografia do Terreno .................................................................................... 41
Figura 62 Boneco fotos e skylines .................................................................................. 42
Figura 63 Skyline 1 ......................................................................................................... 42
Figura 64 Skyline 2 ......................................................................................................... 42
Figura 65 Skyline 3 ......................................................................................................... 42
Figura 66 Skyline 4 ......................................................................................................... 42
Figura 67 Foto Terreno A ................................................................................................ 43
Figura 68 Foto Terreno B ............................................................................................... 43
Figura 69 Foto Terreno C ............................................................................................... 43
Figura 70 Foto Terreno D ............................................................................................... 43
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Figura 71 Módulo de referência ...................................................................................... 45
Figura 72 Giro Completo da Cadeira de Rodas .............................................................. 45
Figura 73 Conceito ......................................................................................................... 46
Figura 74 Conceito Gráfico ............................................................................................. 47
Figura 75 Estar Coletivo ................................................................................................. 48
Figura 76 Telhado Verde Habitável ................................................................................ 48
Figura 77 Espaço Pet ..................................................................................................... 48
Figura 78 Horta Coletiva ................................................................................................. 48
Figura 79 Paleta de Cores .............................................................................................. 49
Figura 80 Praça anexada a prédio ................................................................................. 49
Figura 81 Exemplo de Parklet ........................................................................................ 49
Figura 82 Organograma Projeto ..................................................................................... 51
Figura 83 Fluxograma .................................................................................................... 51
Figura 84 Zoneamento 1 ................................................................................................ 52
Figura 85 Zoneamento 2 ................................................................................................ 53
Figura 86 Zoneamento 3 ................................................................................................ 53
Figura 87 Zoneamento 4 ................................................................................................ 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Programa de Necessidades Residencial do Universidade de Genebra ......... 22
Tabela 02 Programa de Necessidades Moradia Estudantil My Space ........................... 26
Tabela 03 Programa de Necessidades Doorm Residência de Estudantes .................... 29
Tabela 04 Programa de Necessidades ........................................................................... 50
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
1.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
1.2. TEMA DO PROJETO ................................................................................................. 11
1.3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO ...................................................... 12
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 15
2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15
2.2. MORADIA ESTUDANTIL: HISTÓRICO ..................................................................... 15
2.3. HABITAÇÃO E HABITAÇÃO COLETIVA .................................................................. 15
2.4. MORADIA ESTUDANTIL ........................................................................................... 17
2.5. O USUÁRIO: O ESTUDANTE .................................................................................... 19
2.6. ESTUDOS DE CASO ................................................................................................. 20
2.6.1. Residência Estudantil do Instituto Universitário de Genebra ................................ 20
2.6.1.1. Autor e localização do projeto ................................................................................... 20
2.6.1.2. Implantação .............................................................................................................. 21
2.6.1.3. Programa de Necessidades ...................................................................................... 21
2.6.1.4. Funcionalidade ......................................................................................................... 22
2.6.1.5. Forma ....................................................................................................................... 23
2.6.1.6. Técnicas construtivas e materiais ............................................................................. 23
2.6.2. Moradia Estudantil My Space (Teknobyen Studentboliger) ................................... 24
2.6.2.1. Autor e localização do projeto ................................................................................... 25
2.6.2.2. Implantação .............................................................................................................. 25
2.6.2.3. Programa de Necessidades ...................................................................................... 26
2.6.2.4. Funcionalidade ......................................................................................................... 26
2.6.2.5. Forma ....................................................................................................................... 27
2.6.2.6. Técnicas construtivas e materiais ............................................................................. 28
2.6.3. Doorm Residência de Estudantes ............................................................................ 28
2.6.3.1. Autor e localização do projeto ................................................................................... 29
2.6.3.2. Implantação .............................................................................................................. 29
2.6.3.3. Programa de Necessidades ...................................................................................... 29
2.6.3.4. Funcionalidade ......................................................................................................... 30
2.6.3.5. Forma ....................................................................................................................... 32
2.6.3.6. Técnicas construtivas e materiais ............................................................................. 33
2.7. CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ........................................................................................ 34
10
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ............................................ 35
3.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 35
3.2. CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL ............................................................................... 35
3.3. MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES ................................... 36
3.4. INFRAESTRUTURA URBANA ....................................................................................... 38
3.5. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO ..................................................... 39
3.6. SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS ............................................................ 43
3.6.1. Plano Diretor de Passo Fundo .................................................................................. 43
3.6.2. Código de Obra .......................................................................................................... 44
3.6.3. NBR 9050 e NBR 9077 ............................................................................................... 44
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS .................................................. 46
4.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 46
4.2. CONCEITO DO PROJETO ............................................................................................. 46
4.3. DIRETRIZES DE ARQUITETURA .................................................................................. 47
4.4. DIRETRIZES URBANÍSTICAS ....................................................................................... 49
CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL ......................................................................................... 50
5.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 50
5.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................................ 50
5.3. ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA ................................................................................ 51
5.4. PROPOSTAS DE ZONEAMENTO ................................................................................. 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 55
ANEXOS ............................................................................................................................... 58
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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para o
desenvolvimento de um projeto de Moradia Estudantil no Centro de Passo Fundo. Logo, seu
objetivo geral é criar um edifício que atenda às necessidades de moradia dos alunos de
graduação e cursinho pré-vestibular da região, enquanto realizam seus estudos na cidade.
Enquanto seus objetivos específicos são: criar ambientes que proporcionem as melhores
condições para o estudo, estimulando o aluno; promover o lazer e a interação social entre os
moradores e a cidade; elaborar espaços flexíveis, adaptando-se conforme necessidades e
perfil do residente; projetar espaços levando em conta o conforto, maximizando assim, o
desempenho dos alunos; implantar o edifício em um local estratégico, dando praticidade e
mobilidade aos usuários.
1.2 TEMA DO PROJETO
Os edifícios residenciais estudantis surgiram através da necessidade de abrigar
estudantes próximos ao seu local de estudo. Há referências de alojamentos desde a
antiguidade clássica, mas foi na idade média, na Europa ocidental, em que surgiram os
primeiros edifícios voltados somente para habitação estudantil. Estas edificações, com o
passar dos anos e aumento significativo no número de estudantes, difundiram-se por todo o
mundo, principalmente Europa e América do Norte. (GOMES et al., 2013; NAWATE, 2014;
FARIAS, 2015). No Brasil, ainda é tímida a expansão das casas universitárias e, segundo
Vilela Júnior (2002), há 115 unidades espalhadas pelo território, de pequenas casas do
período colonial até a grandes e modernizados edifícios.
Esta tipologia pode ser classificada em: República, Alojamento ou Casa do Estudante.
A República é uma edificação locada diretamente por um grupo de alunos e é administrada
por estes. O Alojamento é de propriedade da instituição de ensino e/ou do governo,
geralmente próximo ou dentro do campus, e muitas vezes possui valor de aluguel reduzido
devido a auxílios estudantis. Já a Casa do Estudante é de administração autônoma, sem ter
relação com nenhuma instituição de ensino, possui regulamentação conforme estatutos de
associação civil e possui Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Os termos habitação,
moradia e residencial podem se referir a qualquer uma das três classificações citadas
anteriormente (SENCE, 2011).
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A moradia estudantil tem como objetivo principal oferecer condições favoráveis à
formação do usuário e será a casa do aluno durante a sua vida acadêmica. O morador irá
dividir o espaço com jovens de toda a região de classes sociais distintas com hábitos e
personalidades diferentes. Por isso, é relevante pensar na moradia estudantil como um local
de partilha, integração, crescimento pessoal e profissional, de desenvolvimento e
principalmente de estudo. Para que o estudante tenha uma experiência satisfatória, a
habitação precisa se preocupar com questões como convivência coletiva, territorialidade e
privacidade (GOETTEMS, 2012).
O morador está passando por uma fase de transição em sua vida, onde a
personalidade não está totalmente definida e a separação da família e a nova cidade geram
insegurança (GOETTEMS, 2012). Por isso, a nova casa precisa cumprir papel acolhedor e
inclusivo. A habitação estudantil proporciona aos seus moradores a experiência de criar novos
valores através da vivência acadêmica, evoluindo nas formas de aprendizado, que vão muito
além da sala de aula e dos livros (GOMES et al., 2013). Segundo Kowaltowski (2011), a
educação não formal, a partir de relações sociais de convivência e partilha, contribuirá para a
formação humana do morador, proporcionando crescimento pessoal.
O edifício, como habitação coletiva, procura ofertar a melhor situação possível para
seus moradores, cuidando da relação de equilíbrio urbano entre edificação construída x
espaço aberto e também da unidade residencial (RAMOS, 2010).
Os estudantes costumam ser generalizados como um grupo bastante semelhante.
Apesar disso, deve-se buscar possibilidades para atender a todos os usuários, como alunos
de diferentes poderes econômicos e culturais ou portadores de necessidades especiais,
através de layouts flexíveis e diferentes opções de unidades habitacionais (PRIDE, 2011).
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO
A cidade de Passo Fundo é considerada destaque no campo de educação superior.
Nas últimas décadas, houve grande crescimento do número de alunos após a criação de
políticas públicas, como FIES e PROUNI, e o aumento na demanda por profissionais
qualificados e com formação impostas pelo mercado de trabalho.
Passo Fundo é uma cidade média, polo regional em educação superior, possuindo
uma universidade particular, um instituto federal e quinze faculdades e nove cursinhos pré-
vestibulares, segundo IBGE 2016. Esta cidade, consequentemente, recebe muitos jovens,
moradores das cidades da região, em busca de formação. Estes, tem de se deslocar até
Passo Fundo todos os dias para assistirem suas aulas ou precisam se mudar para próximo
ao seu local de estudo. Segundo a faculdade IMED, 1430 de seus 2950 alunos de graduação
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matrículas no primeiro semestre de 2017, são de outras cidades, correspondendo a 48,47%
dos estudantes.
Esta situação cria uma grande demanda por quitinetes ou apartamentos de pequena
metragem, próximos ou de fácil acesso aos possíveis cursos. Considerando a grande procura
por esta tipologia de residência, os valores dos imóveis e aluguéis aumentam
proporcionalmente, o que prejudica ainda mais a renda das famílias que terão de pagar
mensalidades ou fazer financiamentos estudantis.
Os jovens que não podem pagar por bons apartamentos, acabam por alugar um de
baixa qualidade, por preços relativamente altos, em locais sem atrativos e sem áreas de lazer,
deixando-o descontente. Outros são forçados a enfrentarem a rotina cansativa e arriscada de
estar na estrada todos os dias para chegar até o seu curso e, alguns até mesmo, a desistirem
da sua formação. O futuro profissional terá seu desempenho prejudicado por qualquer uma
dessas situações. Não é só o estudante que perde, mas também toda a região, que poderia
ter mais mão-de-obra qualificada disponível no mercado.
Tendo em vista a quantidade de universitários e vestibulandos, a cidade de Passo
Fundo não possui nenhuma edificação voltada somente à residência temporária de
estudantes. Outras cidades como grande público universitário, como Santa Maria, Canoas,
Florianópolis, Porto Alegre e Curitiba possuem edifícios desta tipologia. Após realização de
questionário informal com o público alvo, constatou-se que 44,26% dos estudantes moram
em cidades diferentes de onde são realizadas suas aulas e também, 86,89% declararam que
gostariam de morar em residenciais estudantis.
Fica evidente a carência e a importância de implantação desta tipologia de habitação,
voltada para o público jovem, estudantes universitários ou de cursos pré-vestibular de 17 a 26
anos, não residente em Passo Fundo, que, independente da classe social, procura por
moradia temporária durante a realização de seus estudos na presente cidade. Este edifício
busca solucionar parte da demanda por pequenos apartamentos e quitinetes de qualidade,
em local estratégico e com valores justos para os jovens da região de Passo Fundo que antes
tinham que se deslocar todos os dias para estudar.
O projeto será implantado no centro da cidade Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.
O terreno está localizado na esquina da Rua Bento Gonçalves com a Rua General Osório e
possui aproximadamente 1800m². Este terreno foi escolhido devido à sua localização central,
procurando ofertar ao morador curtas distâncias a pé a várias unidades de ensino e acesso
facilitado aos meios de transporte públicos que levam para as instituições mais distantes do
centro. O centro é o bairro com melhor infraestrutura da cidade, conta com escolas, cursinhos
pré-vestibulares, faculdades, hospitais, praças, bares e shopping, sendo esses, atrativos para
os moradores.
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As regiões mais movimentadas são preferidas pelo público, pois pessoas são atraídas
por pessoas, elas evitam o deserto devido a sensação de insegurança. Assim, pode-se
perceber como o local de implantação pode garantir a satisfação dos usuários e
consequentemente o sucesso do projeto (GEHL 1987, apud REIS; LAY 2006). A escolha por
um terreno central também se justifica devido a segurança dos usuários, pois a região em
volta do terreno é movimentada tanto durante o dia, quanto à noite, pois a vizinhança possui
intenso comércio e prestação de serviços, como bares e restaurantes, o que gera grande
interesse de jovens pela localização do empreendimento e também fornece maior segurança
aos usuários devido ao fluxo de transeuntes e proximidade com pontos nodais. Além disso,
analisando também o resultado do questionário informal realizado, observa-se que 60,66%
dos estudantes prefere morar no centro da cidade.
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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentada a revisão de literatura que apresenta os principais
assuntos pertinentes a compreensão do tema escolhido para projeto.
2.2 MORADIA ESTUDANTIL: HISTÓRICO
Na antiguidade clássica, na Akademia do filósofo Platão, considerada primeira
universidade do mundo, já havia vestígios de alojamentos, onde os alunos dormiam em
dormitórios no prédio da universidade (NAWATE, 2014). Os estudantes, no período medieval,
moravam em casas conhecidas como “nações”, as quais acomodavam estudantes vindos de
diferentes origens (SITE DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, 2007 apud GOMES et al., 2013).
Somente a partir do século XIII, começaram a surgir edificações construídas especificamente
para habitação de alunos. Destacam-se os College em Oxford, onde a primeira casa foi criada
em 1264 (NAWATE, 2014). No século seguinte, D. Dinis XII ordenou a construção de casas
estudantis para aluguel na Universidade de Coimbra, em Portugal. (SITE DA UNIVERSIDADE
DE COIMBRA, 2007 apud GOMES et al., 2013)
Cerca de 160 anos atrás, surgiu a primeira república no Brasil, em Ouro Preto, Minas
Gerais. A região estava em desenvolvimento devido ao princípio do Ciclo da Mineração e
então, cresceu a demanda por mão-de-obra qualificada para realização de serviços de
extração. Em consequência disso, foi implantada a Escola de Minas de Ouro Preto que se
consolidou rapidamente. Com a necessidade de abrigar professores e alunos, estes
ocuparam casarões e sobrados coloniais (SENCE, 2008; COSTA; OLIVEIRA, 2012).
Entre os anos de 1920 e 1930 surgiram mais algumas habitações estudantis, criadas,
principalmente pela igreja, para acolher estudantes e suprir a falta do ambiente familiar. A
partir da década de 30, foi criado a UNE (União Nacional dos Estudantes), e com o primeiro
mandato de Governo de Getúlio Vargas foi criada a assistência estudantil. A partir desse
momento, estas habitações surgiram timidamente em diversos outros pontos do país
(GOMES et al., 2013).
2.3 HABITAÇÃO E HABITAÇÃO COLETIVA
A habitação, sinônimo de morada e abrigo, deveria estar ao alcance de todos. Segundo
os autores Souza apud Ecker (2013; 2014), a constituição diz que o direito de propriedade é
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de todos cidadãos perante a Constituição, é irrevogável e inviolável, da mesma maneira que
o direito à liberdade (SOUZA, 2013 apud ECKER, 2014).
Segundo a Constituição Federal, artigo 5º e incisos XXII e XXIII: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXII - é garantido o direito de
propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social” (BRASIL, 1988).
O conceito de habitação vai além da atribuição de oferecer segurança, conforto e
salubridade ao usuário, também tem de estar integrado ao entorno de sua implantação, não
se limitando apenas à unidade habitacional, mas deve ter os seus arredores levados em conta
(ABIKO, 1995).
Assim como na pré-história, a arquitetura moderna preocupou-se com a morada. A
ideia de moradia permaneceu igual, porém o conceito progrediu conforme as mudanças,
necessidades e oportunidades disponíveis. A habitação se tornou um lugar para diversas
atividades com a morada como eixo principal, deixando de ser apenas uma unidade
(CABRAL, 1996).
Com o modernismo, a habitação torna-se experimento. Busca-se novas maneiras de
se pensar o ambiente urbano, através de propostas e críticas. Planos para configuração da
moradia, novas formas, implantação na cidade e concretização são estudadas. Novas
possibilidades arquitetônicas de tipologia para habitação são alvo de pesquisas, busca-se
formas mais inteligentes para habitação unifamiliar de forma que potencialize o uso do solo,
proporcionando uma relação mais justa entre edificações e espaços livres. Este assunto se
torna o foco da análise do período moderno (RAMOS, 2012).
Em 1928, foi fundado os CIAMs, Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna,
que se preocupavam em debater questões da época. O II CIAM, liderado pelos arquitetos
alemães, ocorrido na cidade de Frankfurt, em 1929, teve como tema a Existenzminimum, ou
habitação mínima, que buscava estabelecer um alojamento de tamanho e custos reduzidos
que poderiam ser implantados em edifícios coletivos. Neste período, a Europa estava em
crise, devido o momento pós Primeira Guerra Mundial, e era preciso encontrar maneiras de
reconstruir e construir com menos investimentos. Chegou-se à conclusão que era viável
diminuir a área da habitação, porém deveria ser maximizada a luz natural, incidência solar e
ventilação dessa. As discussões determinaram também que o ideal era que para cada adulto
seja destinado um cômodo da casa, mesmo que de tamanho pequeno (BENEVOLO, 2014).
A ocupação do solo de maneira racional é também um dos fundamentos da arquitetura
moderna. Com a industrialização, o êxodo rural e o crescimento populacional descontrolado
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em cidades levam a proposição de novos tecidos urbanos como alternativa ao cenário caótico
que estava se desenvolvendo (RAMOS, 2012).
O IV CIAM, em 1933, elaborou a Carta de Atenas, que criticava as cidades por não
possuírem espaços justos que suprissem as necessidades físicas e psicológicas de morar.
Na conclusão desse documento, destaca-se as quatro funções principais que devem ser
atendidas na cidade que são morar, trabalhar, divertir-se, circular. A célula habitacional como
alojamento e sua inserção são o ponto principal das preocupações do urbanismo, e a partir
disso, serão definidos os locais de trabalho e espaços para lazer para as horas livres de
maneira que minimize as distâncias (BENEVOLO, 2014).
A habitação coletiva, tanto horizontal como vertical, foi a resposta ao crescimento
desordenado, e progressivamente, os edifícios multifamiliares tomaram o lugar da residência
unifamiliar como peça fundamental do desenho urbano (CABRAL, 1996). A habitação coletiva
multifamiliar vertical constitui a maior expressão da cidade concentrada (RAMOS, 2012).
2.4 MORADIA ESTUDANTIL
Desde o surgimento das universidades, os jovens saem de suas cidades para estudar
e buscam por moradias localizadas próximas aos seus cursos e acabam por enfrentar grandes
problemas financeiros. Isso levou a criação de residenciais estudantis, que com o passar do
tempo, cumprem grande papel social na vida acadêmica (SOUSA, 2005).
De grande importância na assistência universitária, a residência estudantil substitui o
ambiente familiar e possui como propósito fornecer não só abrigo, mas também ofertar contato
social e desenvolvimento educacional e pessoal através da infraestrutura adequada e
viabilizando a estadia do usuário (GOMES et al., 2013).
Independentemente de ser temporária, a habitação, se vista como casa, tem caráter
permanente, pois é onde o estudante habitará durante seus estudos. Ali que serão realizadas
suas principais atividades e deve cumprir seu papel de suprir as necessidades físicas e
psicológicas, como descanso e dar sustentação ao sonhar, ao bem-estar, suprindo a carência
da essência de lar (GOETTEMS, 2012).
A moradia estudantil deve ser projetada para se adequar ao estilo de vida e
necessidades habitacionais de cada estudante, procurando ofertar um espaço de qualidade.
É importante analisar sempre o morador da habitação, pois esta influencia diretamente no
cotidiano de seu usuário, podendo impactar positivamente ou negativamente na qualidade de
vida e rendimento nos estudos. Considerando o caráter transitório dos usuários na habitação
e suas diferentes personalidades, deve-se elaborar projetos com layouts flexíveis, fornecendo
18
ambientes adaptáveis para cada perfil de morador. (ABREU; HEITOR, 2006 apud ZANCUL,
2007; ZANCUL, 2007).
O homem e o espaço são indissociáveis, não existem separadamente. O ser humano
transforma o espaço em que habita conforme suas vontades, preferências e necessidades e
o espaço permite a mudança para melhor adaptação do ser humano. (MALARD, 2006 apud
GOETTEMS, 2012). Com finalidade de que a adaptação seja absoluta, o novo ocupante vai
alterar o ambiente conforme sua personalidade, buscando melhorar o espaço. Para que isso
ocorra de melhor forma, a planta deve ser funcional e permitir diferentes layouts (GOETTEMS,
2012).
A unidade habitacional, ou seja, o dormitório, é o espaço mais importante dentro do
projeto de moradia estudantil, essa deve “facilitar funções diversas em um espaço reduzido –
dormir, estudar, relaxar, socializar” (PRIDE, 2011, p.152), assim como proporcionar ao aluno
“a sensação de privacidade e segurança, com iluminação e ventilação adequadas” (PRIDE,
2011, p.152). O dormitório, na residência universitária, é como um microcosmo, que deve ser
separado por zonas sem fazer uso de divisórias, exceto na área do banheiro, possibilitando
atender as necessidades do morador utilizando a menor área possível. É o espaço
provavelmente mais utilizado do jovem estudante (SCOARIS, 2012).
Conforme Pride (2011), precisa-se ter cuidado com as unidades individuais na hora de
projetar, por possuírem caráter repetitivo e escala reduzida, para não tornar o layout e fachada
da edificação monótonos e com aspecto institucional. Diferentes opções de dormitórios criam
diversidade e possibilitam a escolha do usuário conforme suas necessidades e poder
econômico, apesar de a tipologia mais usual ser a suíte individual.
A moradia estudantil, levando em conta o seu papel integrador, pode criar espaços
acidentais, entre a rota acesso e dormitórios, promovendo espaços para reuniões e
agrupamentos ocasionais, de maneira implícita. Espaços para circulação, principalmente nos
arredores dos dormitórios, podem ser propícios para criarem vínculos entre moradores.
(SCOARIS, 2012).
Para incentivar a sustentabilidade entre os jovens, a edificação deve incluir no projeto
maneiras de reduzir o gasto de energia, além de outras medidas como promover a reciclagem,
o uso de transportes sustentáveis. Para incentivar o uso de transportes politicamente corretos,
o edifício deve ter acesso facilitado aos meios de transporte públicos e possuir vagas fechadas
para bicicletas próximas ao acesso (PRIDE, 2011).
Ainda segundo Pride (2011), ao projetar uma habitação coletiva de estudantes,
precisa-se levar em conta a relação edificação x cidade, especialmente se está implantada no
centro urbano, fora do campus. “Os projetos de arquitetura e de paisagismo podem ajudar a
integrar a universidade à comunidade” (PRIDE, 2011, p.145). Conforme Kowaltowski (2011,
19
p.182), “O ser humano pertence ao ar livre por natureza (...), tem uma relação forte com o
ambiente externo”. Criar espaços externos de convivência pode aproximar o jovem com a
cidade (PRIDE, 2011).
2.5 O USUÁRIO: O ESTUDANTE
Pride (2011, p.145) define a maioria dos estudantes “como pessoas jovens, solteiras,
volúveis, adaptáveis e com pouco dinheiro para gastar”. Mas a personalidade do jovem vai
além disso. Precisa-se solucionar a demanda de grande grupo com diferentes origens sociais
e financeiras.
O morador é o jovem adulto que está em fase de transição entre a adolescência e a
vida adulta, buscando formar sua personalidade, descobrindo-se, iniciando uma vida nova
longe da família. Muitas vezes, passado por um período de inseguranças e incertezas. Refere-
se a um público em constante crescimento e mudança. Estes tinham um perfil diferente há
poucos anos atrás e com certeza, estarão diferentes em poucos anos. É por isso que as
habitações devem ser flexíveis (TRAMONTANO, 1993 apud ZANCUL, 2007).
Devido essa fase de transição que o usuário passa, a acomodação deve dar alicerce
psicofísico, ajudar no desenvolvimento do indivíduo como cidadão e futuro profissional. Ainda,
a habitação tem papel de promover a socialização entre alunos e estimular maior participação
dos alunos em atividades extracurriculares e na vivencia do curso (GOETTEMS, 2012).
Segundo a coordenadora do Núcleo de Relações Internacionais da FAE Centro Universitário
(2016), em entrevista para o jornal Gazeta do Povo, nos Estados Unidos, grande parte das
universidades obriga que seus alunos estrangeiros morem nos seus alojamentos por um ou
dois semestres com intenção de que o estudo, a convivência social e participação nos eventos
acadêmicos sejam amplificados. Nota-se aí, a importância da moradia ao agregar
conhecimento e desenvolvimento ao do estudante.
Ao morar em uma residência estudantil, os jovens dividem o mesmo espaço com
outros em situações semelhantes às deles, em consequência disso, unem-se e se apoiam,
integram-se com colegas e com a universidade e desfrutam melhor desta fase. A moradia vai
ajudar na cooperação e cidadania do aluno, assim como inspirá-lo e estimular seu intelectual
(HASSANAIN, 2008 apud GOETTEMS, 2012). Além disso, um dos pontos de maior destaque
na satisfação dos moradores é o contato com outros estudantes promovido a partir da
residência estudantil (LI et al., 2007 apud SCOARIS, 2012).
Ao conviver próximo aos colegas, o aluno tende a ampliar seus conhecimentos através
do compartilhamento de experiências. A vivência em uma casa de estudantes pode agregar
muito na formação acadêmica e pessoal (GOETTEMS, 2012). Segundo Pride (2011),
20
escolhas arquitetônicas podem ajudar nesse crescimento. A escolha de cozinhas coletivas
promove encontros casuais entre os moradores e geram amizades e promovem partilhas,
fazem os alunos se sentirem parte da residência, e isto propicia um comportamento mais
maduro e responsável do aluno.
2.6 ESTUDOS DE CASO
Nesta parte serão abordados três estudos de moradia estudantil com intuito de
contextualizar os requisitos necessários a este tipo de projeto.
2.6.1 Residência Estudantil do Instituto Universitário de Genebra
Com uma área útil de aproximadamente 13000 m² e dez andares, o residencial
estudantil foi construído para o Instituto Universitário de Genebra. A preocupação principal do
edifício é com o bem-estar do morador, levando em conta o conforto térmico e acústico.
Figura 01: Residencial Estudantil em Genebra
Fonte: Archdaily, 2014
Figura 02: Área de estudo
Fonte: Archdaily, 2014
2.6.1.1 Autor e localização do projeto
O edifício foi construído em Genebra, a segunda cidade mais populosa da Suíça e
importante centro de diplomacia mundial. Foi projetado pelo escritório Lacroix e Chessex e
construído entre os anos de 2008 e 2012.
21
2.6.1.2 Implantação
Implantado na entrada de Genebra, ao lado da estação ferroviária, o edifício busca
relação com a cidade seguindo a curva da via ferroviária, aproveitando ao máximo as
limitações do terreno e integrando-se com a malha urbana levemente irregular, como está
evidenciado na Figura 03. O projeto, em relação às áreas verdes, não possui boa
permeabilidade, sua curvatura no pavimento térreo acaba por criar apenas um pequeno jardim
(Figura 04).
Figura 03: Malha urbana de Genebra
Fonte: Archdaily, 2014
Figura 04: Jardim do Residencial
Fonte: Archdaily, 2014
2.6.1.3 Programa de Necessidades
Tabela 01: Programa de Necessidades Residencial do Instituto Universitário de Genebra
Fonte: da autora (2017).
22
2.6.1.4 Funcionalidade
Ao observar as plantas baixas quanto ao zoneamento, os setores social e lazer,
estudo, serviços, administrativo e área verde, localizados no primeiro pavimento (Figura 05),
são dispostos lado a lado, circundados pelo setor de circulação. O mesmo acontece nos
pavimentos tipo (Figura 06), onde a área íntima é rodeada por circulações. Essas informações
aparecem esquematizadas nos organogramas na Figura x.
Figura 05: Planta Baixa Primeiro Pavimento
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2017
Figura 06: Planta Baixa Tipo
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2017
Figura 07: Organograma e Legenda
Fonte: autora, 2017
Quanto a organização espacial, os compartimentos são dispostos de forma linear
(Figura 08), com um leve arqueamento. O projeto possui acessibilidade universal, pois possui
rampa de acesso e elevador, conforme a Figura 09.
Figura 08: Organização Linear
Fonte: Ching, 2008
Figura 09: Acesso com rampa
Fonte: Lacroix e Chessex, adaptado pela autora, 2017
23
2.6.1.5 Forma
O edifício possui formato linear com curvatura seguindo as condições do terreno e se
sobressaí no entorno devido ao seu tamanho e altura, bem como pode-se notar na Figura 10.
A diferença da espessura de laje de cada extremo da fachada, assim como sua superposição
em diferentes formas em cada nível, dá dinâmica à fachada, exemplificada na Figura 11.
Figura 10: Volume
Fonte: Archdaily, 2014
Figura 11: Dinamicidade através das lajes
Fonte: Archdaily, 2014
A dinamicidade da fachada também aparece através do seu ritmo ao intercalar porta,
janela e pilar, observe a Figura 12. Na figura 13, pode-se notar a simetria da fachada a partir
do eixo central.
Figura 12: Ritmo
Fonte: Lacroix e Chessex, adaptado pela autora, 2017
Figura 13: Simetria
Fonte: Lacroix e Chessex, adaptado pela autora, 2017
2.6.1.6 Técnicas construtivas e materiais
Tanto na fachada como no interior, o material que mais se destaca nesse projeto é o
concreto. Juntamente com gradis metálicos, o vidro e as esquadrias e brises de alumínio, o
24
concreto dá sutileza ao projeto, pode-se visualizar na Figuras 14. Na parte interna, o uso da
madeira quebra a dureza do concreto e traz aconchego, como na Figura 15.
Figura 14: Materiais Externos
Fonte: Lacroix e Chessex, adaptado pela autora, 2017
Figura 15: Materiais Internos
Fonte: Lacroix e Chessex, adaptado pela autora, 2017
O sistema estrutural é composto por lajes, pilares e vigas, sendo que a malha segue a
curvatura do projeto e dispõe os pilares nas pontas e no eixo de cada unidade habitacional,
como está claro na Figura 16.
Figura 16: Modulação Estrutural
Fonte: Archdaily, 2014
O edifício preocupa-se com a habitabilidade e faz uso de diferentes angulações e
dimensões das suas lajes para diminuir ou permitir a entrada do sol e dos ruídos, melhorando
o conforto termo acústico. As fachadas longitudinais estão voltadas a leste e a oeste, o que
permite que os dormitórios e sacadas privadas recebam insolação do sol da manhã, enquanto
a circulação e acesso para cada unidade habitacional tenha vista para o pôr-do-sol, lago e
Alpes.
2.6.2 Moradia Estudantil My Space (Teknobyen Studentboliger)
Este edifício, feito para abrigar 116 estudantes, foi projetado para a Norwegian
University of Science and Tecnology. Seu nome e seu conceito apresentam ideia de
25
integração e convívio social, e seu principal objetivo é explorar amplamente as áreas
compartilhadas. Observe as figuras 17 e 18.
Figura 17: Moradia Estudantil My Space
Fonte: Archdaily, 2013
Figura 18: Espaços de Convívio
Fonte: Archdaily, 2013
2.6.2.1 Autor e localização do projeto
Este edifício está implantado na cidade de Trondheim, a terceira maior cidade da
Noruega. Foi projetado pelo escritório espanhol MEK Architects, coordenado pela equipe de
projeto composta por Clara Murado, Juan Elvira e Enrique Krahe e construído em 2012.
2.6.2.2 Implantação
O edifício pertence a Norwegian University of Science and Tecnology, portanto está
localizado muito próximo ao seu campus, ao lado de seu jardim. Está implantado em um bairro
predominantemente residencial, com vários outros edifícios de moradia de estudantes. A
região ainda não está totalmente consolidada, possui possibilidade de expansão e também
contém várias áreas destinada a espaços verdes, como pode-se notar na Figura 19. O prédio
está situado ao lado de outros dois prédios habitacionais e possui relação com o entorno
através do gabarito de altura, como na Figura 20.
Figura 19: Entorno My Space
Fonte: Google Maps, adaptado pela autora, 2017
Figura 20: Edificações vizinhas
Fonte: Archdaily, 2013
26
2.6.2.3 Programa de Necessidades
Tabela 02: Programa de Necessidades Moradia Estudantil My Space
Fonte: da autora (2017).
2.6.2.4 Funcionalidade
Ao analisar a edificação a partir do seu zoneamento, pode-se observar uma separação
dos setores. O primeiro pavimento (Figura 20) possui as circulações e um grande espaço
social, com poucas divisórias. Já no segundo pavimento, encontra-se o setor íntimo, contendo
os dormitórios, o de serviços e o setor social com uma sala ampla e a cozinha que neste
projeto é visto como um espaço de partilha e integração (Figura 21). O pavimento tipo,
referente ao terceiro, quarto e quinto pavimento (Figura 22) é predominantemente íntimo, e
possui apenas uma pequena área de estudos na circulação, considerada como espaço social,
assim como na sexta e última planta (Figura 23).
Figura 20: Primeiro Pavimento
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2013
Figura 21: Segundo Pavimento
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2013
27
Figura 22: Terceiro ao Quinto Pavimento
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2013
Figura 23: Sexto Pavimento
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2013
Legenda:
Na Figura 24, nota-se mais claramente a questão de acessos e circulações de cada
andar e também é evidenciada a acessibilidade universal, através do elevador.
Figura 24: Organograma
Fonte: autora, 2017
2.6.2.5 Forma
A forma do edifício nasceu de um paralelepípedo puro que sofreu uma série de
subtrações, como pode-se observar na Figura 25. A fachada ganha dinamicidade a partir do
ritmo da disposição de janelas, cada módulo sempre contendo uma janela pequena e uma
grande em cada nível. Essa dinamicidade também é evidenciada a partir da linha limite do
28
desenho da cobertura, que faz uma referência aos ângulos dos telhados do entorno (Figura
26).
Figura 25: Subtrações
Fonte: Archdaily, 2013, adaptado pela autora
Figura 26: Ritmo e dinamicidade
Fonte: Archdaily, 2013, adaptado pela autora
2.6.2.6 Técnicas construtivas e materiais
Devido ao orçamento apertado do edifício, foi optado por técnicas mais
despretensiosas e materiais mais simples e tradicionais. A madeira foi o material escolhido
para revestir todo o exterior do edifício, devido a cidade de Trondheim usar bastante esse
material. Foram usadas pranchas de pinheiro em diferentes composições, tratamentos e
layouts usado as cores cinza e preto.
2.6.3 Doorm Residência de Estudantes
Após projeto de retrofit, a antiga fábrica de vidros que estava em grande parte
destruída, teve sua fachada recuperada e seu antigo chaminé mantido, enquanto o restante
foi modernizado para se tornar a Doorm Residência de Estudantes. O prédio, agora, conta
com 58 quartos e 8 apartamentos, com diferentes tipologias para satisfazer seus moradores.
Figura 27: Fachada Restaurada
Fonte: Archdaily, 2016
Figura 28: Chaminé Preservado
Fonte: Archdaily, 2016
29
2.6.3.1 Autor e localização do projeto
O edifício, projetado pelo arquiteto Luís Rebelo de Andrade, foi o primeiro implantado
no centro da cidade de Lisboa e não possui vínculo com nenhuma instituição estudantil.
Concluído em 2015, conta com 2841m² e sete pavimentos.
2.6.3.2 Implantação
Ele está situado entre o Bairro Alto e o Bairro Santos, no coração da capital
portuguesa, região de vários atrativos, contando com restaurantes, bares e lojas e vida
noturna, o que atrai muitos estudantes. A região já possui malha urbana consolidada e busca
integração ao bairro mantendo a fachada restaurada, como se vê na Figura 29 e 30.
Figura 29: Malha urbana Lisboa
Fonte: Google maps, adaptado pela autora 2017
Figura 30: Fachada Principal
Fonte: Archdaily, 2016
2.6.3.3 Programa de Necessidades
Tabela 03: Programa de Necessidades Doorm Residência de Estudantes
Setor Compartimento Dimensões Área Mobiliário Essencial
Íntimo Dormitório com Banheiro
Compartilhado*
2,9x5 14,5m² Cama, escrivaninha, cadeira, roupeiro, sanitário, pia,
chuveiro, fogão, pia, geladeira
Apartamento com 3 Dormitórios*
6,8x7 47,6m² Cama, escrivaninha, cadeira, roupeiro, sanitário, pia,
chuveiro, fogão, pia, geladeira
Social Sala de Convivência 16,7x7,4 123,58m² Sofás, poltronas, mesas, cadeiras
Banheiro Público 2x9,8 19,5m² Vaso Sanitário, cuba
Academia 6,1x6,4 39,04m² Esteira, bicicleta, aparelhos musculação
30
Cozinha 5x10 50 m² Fogões, geladeiras, mesas, cadeiras, freezer, micro-
ondas, armários
Estudo Sala de Estudos* 3,6x9,8 35,28m² Mesas, cadeiras, computadores, luminárias,
mesa de desenho
Serviço Lavanderia 4,5x4,1 18,45 m² Máquina de Lavar, máquina de secar, prancha de passar
roupa
DML 1,6x2,5 4m² Depósito
Depósito 4,8x2,2 10,56m² Armários, prateleiras
Administrativo
Recepção + ADM 9,45x6,7 63,31m² Balcão atendimento
Almoxarifado + Depósito 4,8x2,2 10,56 m² Mesa, cadeiras
Terraço 3,7x21,35 80m² - Fonte: da autora (2017).
2.6.3.4 Funcionalidade
Analisando primeiramente o zoneamento, observa-se uma concentração das áreas
sociais e de estudo no subsolo (Figura 31), já no pavimento térreo (Figura 32), está presente
o setor administrativo, serviços e alguns quartos. Esses dois pavimentos possuem uma
extensão da área social, que são os terraços. Já nos pavimentos tipo 1 (Figura 33) e 2 (Figura
34), que se referem às plantas do segundo à sexto andar, há concentração do setor íntimo.
Figura 31: Planta Baixa Subsolo
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2017
Figura 32: Planta Baixa Térreo
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2017
31
Figura 33: Planta Baixa Tipo 1
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2017
Figura 34: Planta Baixa Tipo 2
Fonte: Archdaily, adaptado pela autora, 2017
Em relação a conexão de cada compartimento, deve-se observar os organogramas da
Figura 35. A partir dessas imagens, pode-se concluir que o projeto foi organizado de maneira
aglomerada, como na Figura 36.
Figura 35: Organograma Doorm
Fonte: autora, 2017
32
Figura 36: Organização aglomerada
Fonte: Ching, 2008
2.6.3.5 Forma
O edifício após o processo de retrofit, ganhou sua forma a partir de processos adições
de volumes, sendo que suas superfícies fazem contato face a face, como está explícito no
croqui da Figura 37 e na Figura 38.
Figura 37: Volumes adicionados
Fonte: autora, 2017
Figura 38: Contato face a face
Fonte: Ching, 2008
Algumas das fachadas possuem simetria, pois o arquiteto se preocupou em criar
esquadrias com o mesmo tamanho e mesmo intervalo entre elas, assim como na fachada
preexistente. Isso pode ser evidenciado nas Figuras 39 e 40 abaixo.
Figura 39: Simetria na fachada restaurada
Fonte: Archdaily, adaptada pela autora, 2017
Figura 40: Simetria na nova fachada
Fonte: Archdaily, adaptada pela autora, 2017
33
2.6.3.6 Técnicas construtivas e materiais
Na fachada principal, que foi restaurada, foram usados azulejos para revesti-la e
integrá-la com o restante do bairro (Figura 41). Esta fachada suspensa está mantida por
sistema estrutural metálico, como se pode observar na Figura 42.
Figura 41: Fachada restaurada
Fonte: Archdaily, 2016
Figura 42: Sistema estrutural de aço
Fonte: Archdaily, 2016
Nas fachadas do interior do quarteirão e dos pátios internos, foi usado chapa metálica
ondulada que faz relação ao passado industrial do prédio e juntamente com o vidro, moderniza
o prédio (Figura 43). Nas circulações, usa-se gradis de ferro e azulejos que são tradicionais
em Portugal, no piso. O uso da cor branca também é destaque no projeto, aparecendo em
paredes internas e externas, e até mesmo na cor das lâmpadas, como na Figura 44.
Figura 43: Chapa metálica ondulada e vidro
Fonte: Archdaily, 2016
Figura 44: Pintura Branca
Fonte: Archdaily, 2016
34
2.7 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO
Após análise dos três estudos de caso, leituras e desenvolvimento da fundamentação
teórica, nota-se alguns pontos que se destacam e é importante ressaltá-los. Os diferentes
perfis de alunos exigem que o edifício apresente uma diferenciação nos modelos de unidades
habitacionais como pequenos apartamentos compartilhados, suítes, quartos com banho
compartilhado, suítes para portadores de necessidades especiais, assim como o layout deve
ser flexível para permitir maior adaptação e satisfação de cada perfil.
Apesar de o morador viver temporariamente no edifício, este será seu primeiro lar,
longe da família, provavelmente. Então precisa ter forte caráter acolhedor e promover a
integração e a partilha entre os moradores, ajudando-os a crescer como cidadão. Tratando-
se desses pontos, percebe-se, através dos estudos de casos, que é dada grande importância
aos espaços sociais, sendo que são destinadas áreas significativas a esse setor. Essas áreas
costumam ser sem divisórias, amplas e descontraídas, próximas a um espaço aberto como
um jardim ou terraço, com cobertura verde e vegetação, buscando proporcionar relaxamento
e bem-estar ao usuário.
Os edifícios buscam romper a monotonia da sua fachada através de um ritmo, ou de
uma variação de elementos iguais ou cores para criar dinâmica. Apesar disso, as edificações
procuram manter a simetria em suas fachadas.
Os projetos do estudo de caso procuram de alguma forma se relacionar com a cidade, seja
fazendo referência a malha urbana, respeitando o gabarito de altura, na escolha dos materiais
ou em localização estratégica para integrar os moradores com a cidade.
35
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentada as análises e levantamentos da área de implantação e
entorno do terreno em que será elaborado o projeto.
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL
Figura 45: País, Estado e Cidade de Implantação
Fonte: Wikipédia, adaptada pela autora, 2017
Passo Fundo é a maior cidade situada no norte do estado do Rio Grande do Sul,
conhecida como centro regional, ela é considerada uma cidade média não só devido ao seu
tamanho, mas por possuir funções importantes no comércio, serviços e agronegócio, além de
estar localizada em posição estratégica, rodeada de cidade menores. Segundo o IBGE 2010,
o município possui 184,82 mil habitantes, com estimativa de 197,79 mil habitantes em 2016 e
possui 783 km² de área territorial.
O terreno para implantação do projeto em estudo está localizado no centro do
município de Passo Fundo. O bairro conta com a melhor infraestrutura da cidade e o entorno
do terreno possui muitos pontos de interesse para os moradores, atendendo assim as
necessidades destes. Na Figura 46, pode-se observar estes pontos nodais. Já na Figura 47,
os locais com instituições de ensino superior e cursinhos pré-vestibular estão demarcados.
36
Figura 46: Pontos Nodais
Fonte: Google Maps, adaptada pela autora, 2017
Figura 47: Instituições Relevantes
Fonte: Google Maps, adaptada pela autora, 2017
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES
Ao analisar estes três mapas juntos, pode-se fazer uma leitura mais clara das
características da região em que o terreno de estudo está situado e se tem melhor
conhecimento sobre como podem ocorrer futuras expansões, densidade demográfica,
37
distribuição do uso do solo e quem são seus habitantes. Foi utilizado um raio de 450 metros
para estudo.
O Mapa Nolli representa a relação de cheios e vazios no espaço urbano através de
edificações e áreas não edificadas. Na Figura 48, nota-se como a região possui alta densidade
e já está consolidada.
Figura 48: Mapa Nolli
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora 2017
Por ser uma região central, pode ser considerada multifuncional, porém o uso que mais
se destaca é comércio e serviço que aparece em edificações com este uso exclusivamente,
assim como em edificações mistas, juntamente com moradias. O entorno possui muitos
prédios com lojas e restaurantes nos primeiros pavimentos e habitações nos pavimentos
superiores. Observe a figura 49.
Figura 49: Uso do Solo
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
38
Nesta região, a maioria das edificações é de um a dois pavimentos. A relação de
alturas das edificações da região aparece evidenciada na Figura 50. As alturas aumentam
conforme a tonalidade da cor.
Figura 50: Mapa de Alturas
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA
A região, por ser central e de grande importância econômica e alto fluxo e densidade
de transeuntes, possui infraestrutura urbana completa, como rede de água, energia e esgoto
cloacal e pluvial. Possui ruas asfaltadas e na maior parte alto tráfego de veículos, é bem
atendida por transporte público e possui áreas verdes, como praças e parque. As Figuras 51,
52, 53, 54 e 55 abaixo esquematizam esses tópicos.
Figura 51: Rede de Água
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
Figura 52: Rede de Esgoto
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
39
Figura 53: Rede Elétrica
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
Figura 54: Rede verde
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
Figura 55: Intensidade de Tráfego
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO
Para melhor entendimento do local de implantação, os mapas deste item abordam
uma área menor, considerando apenas a planta de situação e localização do terreno. O
terreno está localizado na esquina da Rua Bento Gonçalves com a Rua General Osório, onde
antes havia um edifício incendiado e um estacionamento de carros. Suas fachadas principais
40
são sudoeste e sudeste. Na Figura 56 pode se observar a insolação, vegetação, ventos e
dimensões do terreno.
Figura 56: Terreno
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
O terreno fica sombreado em alguns momentos do dia, devido à proximidade com
edifícios confrontantes. Foram realizados estudos de sombra no terreno usando os dias do
solstício de verão, dia 21 de dezembro e do solstício de inverno, dia 21 de junho, às 9 e 15
horas.
Como se pode observar nas Figuras 57 e 58, o sombreamento no terreno acontece
em menor escala no solstício de verão, onde o sol está com maior altura durante o dia.
Figura 57: Sombras 21 de dezembro, 9h
Fonte: autora, 2017
Figura 58: Sombras 21 de dezembro, 15h
Fonte: autora, 2017
41
Já nas Figuras 59 e 60, que relatam a situação do terreno no solstício de inverno, o
sombreamento ocorre em maior escala no terreno. As fachadas principais do projeto são
localizadas a sudeste e sudoeste, onde ocorre pouca insolação, que se somado ao
sombreamento, torna-se um ponto negativo. A implantação do edifício acontecera de
maneira a melhorar as questões de habitabilidade.
Figura 59: Sombras 21 de junho, 9h
Fonte: autora, 2017
Figura 60: Sombras 21 de junho, 15h
Fonte: autora, 2017
O terreno não possui desníveis significativos na Rua Bento Gonçalves, enquanto na
Rua General Osório, possui um desnível de x metros. O terreno já está escavado e dividido
em dois níveis, como se pode analisar na Figura 61.
Figura 61: Topografia do Terreno
Fonte: autora, 2017
42
Para melhor entendimento do quarteirão e entorno imediato, pode-se observar as
figuras 63 e 64 que representam as duas faces do terreno e suas edificações vizinhas, e suas
duas principais visuais estão nas Figuras 65 e 66 (faces das quadras da frente do terreno). A
Figura 62 demostra a localização de cada skyline e a posição em que foi feita a captura das
Figuras 67, 68, 69 e 70.
Figura 62: Boneco fotos e skylines
Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo, adaptada pela autora, 2017
Figura 63: Skyline 1
Fonte: autora, 2017
Figura 64: Skyline 2
Fonte: autora, 2017
Figura 65: Skyline 3
Fonte: autora, 2017
Figura 66: Skyline 4
Fonte: autora, 2017
43
Figura 67: Foto Terreno A
Fonte: autora, 2017
Figura 68: Foto Terreno C
Fonte: autora, 2017
Figura 69: Foto Terreno B
Fonte: autora, 2017
Figura 70: Foto Terreno D
Fonte: autora, 2017
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS
Para realização do projeto, serão levadas em conta as seguintes legislações e
normativas: Plano Diretor da cidade de Passo Fundo, Código de Obras e as normas brasileiras
NBR 9050 e NBR 9077 referentes a acessibilidade e saídas de emergência respectivamente.
3.6.1 Plano Diretor de Passo Fundo
Segundo a Lei Complementar n°170 de 09 de outubro de 2006 do Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado do município de Passo Fundo, o terreno está localizado na ZOI1,
ou seja, a zona de ocupação intensiva 1, sendo caracterizada como uma região com
realização de diferentes usos. Para realização do projeto, serão levados em conta os valores
de taxa de ocupação de 80% para pavimentos subsolos, térreo e outros acima do térreo até
a laje de forro do último pavimento dentro de 10 metros de altura a partir do acesso. Ainda
referente a estes pavimentos, o recuo frontal, lateral e de fundos será dispensado, segundo a
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Lei Complementar n°287/2011 e Lei Complementar n°367/2014. Para pavimentos acima
destes, será utilizado taxa de ocupação de até 60%, enquanto o recuo frontal deve ser de 8
metros. O Coeficiente de aproveitamento do terreno é 4 enquanto a Cota Ideal por dormitório
é 10m². No pavimento térreo o maior pé direito permitido é de 4,5 metros de altura para usos
comerciais e de serviços. Sobre a garagem, será considerado uma vaga para cada duas
unidades habitacionais.
3.6.2 Código de Obra
A Lei Complementar n°51, de 31 de dezembro de 1996 sobre Código de Obras e
Edificações da cidade de Passo Fundo/RS também será utilizada para desenvolver o projeto.
Conforme esta, os corredores internos devem ter largura mínima de 1 metro, enquanto os de
uso comum devem possuir 1,20 metro ou 1,50 metro no caso da existência de elevador. O
peitoril das sacadas deve ter altura mínima de 1,05 metro.
Segundo o artigo n°119 desta lei, as habitações coletivas em geral deverão ter um
conjunto de lavatório e vaso para cada 5 pessoas e um chuveiro para cada 10 pessoas,
calculadas à razão de uma pessoa para cada 4m² de área de dormitório.
3.6.3 NBR 9050 e NBR 9077
A NBR 9050/2015 sobre Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos, assim como a NBR 9077/2001 de Saídas de Emergências em
edifícios servirão de embasamento para elaboração do projeto.
A NBR 9077/2001 determinará como deve ser as escadas de emergências e rotas de
saídas. Estas precisam ter caminho continuo através de escadas e corredores protegidos por
portas corta fogo e devem levar o usuário de qualquer ponto da edificação até a saída para
via pública. Serão utilizadas informações da norma sobre dimensões e especificações
referentes a escada enclausurada, antecâmara e dutos de ar.
A NBR 9050/2015 dimensionará principalmente circulações, banheiros, rampas e
quartos com acessibilidade, tornando-as acessíveis para portadores de necessidades
especiais. A norma baseia seus dimensionamentos a partir da projeção da cadeira de rodas
no chão e no espaço que precisa para se rotacionar, como nas Figuras 71 e 72.
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Figura 71: Módulo de referência
Fonte: NBR 9050/2015
Figura 72: Giro completo da cadeira de rodas
Fonte: NBR 9050/2015
46
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS
4.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes
arquitetônicas e urbanísticas.
4.2 CONCEITO DO PROJETO
A moradia estudantil, levando em conta seu público alvo, será, provavelmente, a
primeira casa em que o jovem mora sozinho. Este espera ansioso e cheio de expectativas e
incertezas por essa fase. Sendo assim, seu novo lar deve cumprir o papel de facilitar a
adaptação e integração do estudante além de atender suas necessidades físicas e
psicológicas durante sua estadia.
O projeto tem como conceito a integração pois, a partir dela se busca proporcionar
crescimento, aprendizado e bem-estar do morador. Esta integração acontece entre
moradores, o edifício e a cidade. Observe a Figura 73.
Figura 73: Conceito Fonte: da autora, 2017
A partir da integração, o aluno pode aprender a dividir o espaço e a respeitar as
diferenças, assim como compartilhar dúvidas, incertezas e também descobertas. Ao conviver
juntos, os moradores fazem novas amizades e se adaptam com mais facilidade ao novo
47
ambiente, aprendem a viver com harmonia e se tornam mais flexíveis. A convivência coletiva
proporciona melhor aproveitamento nessa fase da vida, gerando diversão e lembranças de
bons momentos ao aluno para a vida toda. Esta proximidade com outros na mesma situação
também colabora para o crescimento profissional e pessoal do aluno, pois pode aprender com
erros e acertos dos colegas, a assumir compromissos e responsabilidades, a obedecer às
regras de convivência do edifício, assim como ajudar uns aos outros, estudando juntos,
tirando dúvidas, trocando ideias e compartilhando sentimentos e até mesmo bens materiais.
O conceito aparece expresso também na Figura 74.
Figura 74: Conceito Gráfico Fonte: da autora, 2017
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA
O edifício será projetado em altura, com uma base maior para aproveitar os índices
urbanísticos. Nesta base, serão concentradas a maior parte das áreas de uso comum. Estas
áreas destinadas à integração entre moradores serão amplas e abertas, como uma extensão
da unidade habitacional, porém proporcionando a vivência em grupo. O projeto contará com
sala de estudos, academia, estares e cozinha coletiva, como na Figura 75.
O edifício possuirá terraços em posições estratégicas para aproveitar os índices
urbanísticos e criar espaços de lazer e convívio, valorizando o prédio. Será criado um telhado
verde habitável, gerando maior conforto térmico para o edifício, e também um solário orientado
à norte (Figura 76).
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Figura 75: Estar Coletivo Fonte: Pinterest, 2017
Figura 76: Telhado Verde Habitável Fonte: Pinterest, 2017
No térreo, haverá salas comerciais para ofertas de serviço tanto para o público do
edifício como externo, como uma cafeteria ou um bar, satisfazendo necessidades do morador
e aproximando a relação edifício X cidade.
Uma parcela do terreno desocupada será destinada para um pequeno pátio restrito
aos moradores e servirá como espaço pet. O ambiente busca oferecer um local de convivência
agradável e de descontração, onde o usuário pode soltar seu animal de estimação para
brincar com outros animais de vizinhos (Figura 77). Outra parte do terreno a ser aproveitada,
contará com uma horta coletiva que deve ser mantida e usufruída pelos moradores, como
exemplificado na Figura 78.
Figura 77: Espaço Pet Fonte: Pinterest, 2017
Figura 78: Horta Coletiva Fonte: Pinterest, 2017
Os materiais a serem utilizados serão concreto, vidro para dar transparência, leveza e
integração, uso das cores como verde azul e marrom para criar um espaço mais vivo,
inspirado na juventude e na natureza. Observe a paleta de cores na Figura 79.
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Figura 79: Paleta de cores Fonte: autora, 2017
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS
Como ponto central das diretrizes urbanas, o projeto busca a integração da cidade
com o edifício e seus moradores. Para que isso ocorra, o edifício terá em uma de suas
fachadas, no acesso de pedestres, uma pequena praça arborizada para uso público,
buscando a vivência entre os usuários do prédio e outros moradores da vizinhança e possíveis
visitantes, proporcionando um espaço de lazer e relaxamento ao criar uma extensão do
edifício, comportando-se como um pátio de uso comum (Figura 80).
Busca-se incentivar o uso de transporte público e da bicicleta, para diminuir os
impactos ao meio ambiente e também diminuir o trânsito na região do entorno, através da
expansão da ciclovia na Av. Brasil e aumento do número de bicicletários, sendo que haverá
uma unidade junto à praça do edifício.
Para ampliar a ideia de integração e de não incentivo ao uso do automóvel, será criado
um parklet no meio do percurso da praça Marechal Floriano até o terreno, buscando aproximá-
los e assim, substituindo uma vaga de automóvel na rua por um espaço mais justo, destinado
ao pedestre, como na Figura 81.
Figura 80: Praça anexada a prédio Fonte: Pinterest, 2017
Figura 81: Exemplo de Parklet Fonte: Pinterest, 2017
A colocação de faixas elevadas em pontos conflitantes ou sem rampas para
cadeirantes, assim como instalação de pisos podo tátil em locais estratégicos, priorizará o
pedestre e fornecerá acessibilidade universal para portadores de necessidade especial.
50
CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL
5.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo será apresentado o partido geral do projeto, citando seus
compartimentos, suas ligações e fluxos, áreas, mobiliários e estudos iniciais relevantes para
iniciar o projeto.
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Tabela 04: Programa de Necessidades
Setor Compartimento Área Mobiliário Essencial
Íntimo Suíte 15m² Cama, escrivaninha, cadeira, roupeiro, sanitário, pia, chuveiro
Suíte Acessível 30m² Cama, escrivaninha, cadeira, roupeiro, sanitário, pia, chuveiro,
barra de apoio
Quarto Duplo 35m² 2 camas, 2 escrivaninhas, 2 cadeiras, 2 roupeiros, sanitário, pia, chuveiro
Social Sala de Convivência 85 m² Sofás, poltronas, mesas, cadeiras
Sala de Estudos 60 m² Mesas, cadeiras, computadores, luminárias, mesa de desenho
Sala de Televisão 45 m² Sofá, pufes, televisão
Cozinha 80 m² Fogões, geladeiras, mesas, cadeiras, freezer, micro-ondas, armários
Terraço 50 m² Cadeiras, mesa, vegetação
Praça 200 m² Bancos, vegetação, bicicletário
Pet Place 80 m² -
Horta 50 m² -
Academia 80 m² Aparelhos de musculação, esteira, bicicleta ergométrica
Hall 20 m² Sofá
WC 15 m² Vasos sanitários, pias
Serviço Bicicletário Interno -
Lavanderia 70 m² Máquina de Lavar, máquina de secar, prancha de passar roupa
Estacionamento -
Zelador 30 m² Cama, armário, sanitário, pia chuveiro
Depósito 5 m² Armários, prateleiras
DML 5 m² Tanque, armário
Vestiário 15 m² Sanitário, pia, armário
Administrativo Recepção 10 m² Balcão atendimento
Administrativo 15 m² Mesa, cadeiras
Comercial Sala 1 40 m² -
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Sala 2 60 m² -
Sala 3 60 m² - Fonte: do autor (2017).
5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA
Na Figura 82, estão listados hierarquicamente no organograma os compartimentos
segundo sua importância e separados por setor.
Figura 82: Organograma Projeto Fonte: autora, 2017
O fluxograma demonstra em forma de esquema os fluxos e que compartimentos estão
interligados em cada pavimento, conforme a Figura 83.
Figura 83: Fluxograma Fonte: autora, 2017
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5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Foram realizados quatro estudos de zoneamento e a proposta selecionada foi feita a
partir de uma junção dos pontos positivos das três primeiras propostas.
A primeira proposta, feita a partir de subtrações e organização aglomerada, priorizou
a insolação das duas fachadas de maior extensão. Para evitar a fachada sudeste, a maior do
edifício, esta foi rotacionada para receber insolação leste. A fachada nordeste foi afastada dos
limites do terreno para evitar sombreamento dos edifícios vizinhos. A praça foi posicionada na
Rua Bento Gonçalves para haver maior integração com a cidade, sendo que o acesso para
pedestres se dá por esta. Já o acesso de veículos acontece pelo subsolo e está localizado na
Rua General Osório. A horta coletiva e o pet place foram posicionados no Norte em todas as
propostas, por diversas questões como acessos, insolação, posição do edifício. Observe a
Figura 84.
Figura 84: Zoneamento 1 Fonte: autora, 2017
Na segunda proposta, a planta retangular foi organizada de maneira linear. Foi
experimentado a praça entre a edificação vizinha existente e o futuro prédio para unifica-la
com o pet place e horta coletiva e o acesso dessa se dá pela Rua General Osório. A posição
do prédio no terreno evita o maior sombreamento, realizado pelo edifício da Rua General
Osório, porém isso colocou a praça ficou em posição desfavorecida. Nesta opção, o acesso
de veículos acontece pela Rua Bento Gonçalves, como se pode observar na Figura 85.
53
Figura 85: Zoneamento 2 Fonte: autora, 2017
Na terceira opção (Figura 86), situou-se o estacionamento aberto na área de maior
sombreamento do terreno, enquanto a praça voltou para a fachada sudoeste para maximizar
a integração do terreno com a cidade. O edifício foi organizado linearmente.
Figura 86: Zoneamento 3 Fonte: autora, 2017
A quarta opção foi elaborada a partir da junção dos pontos positivos das três opções
anteriores. A praça foi mantida na frente do terreno e melhorou a circulação dos pedestres e
integração após subtração diagonal da fachada sudoeste. O estacionamento ficará entre o
54
edifício existente e o do projeto, por ser uma área de maior sombreamento. A horta e o pet
place seguem a noroeste e ficaram com acesso restrito à edificação. Foi aproveitado o
alinhamento das edificações vizinhas com a calçada e a praça para criar uma zona de
transição a partir de um deck que atende uma das salas comerciais. A posição do edifício no
terreno procura evitar o sombreamento e maximizar a insolação e sua organização
aglomerada busca priorizar a insolação nas áreas nobres do edifício. Esta opção está
representada na Figura 87.
Figura 87: Zoneamento 4 Fonte: autora, 2017
55
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ANEXOS