FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura...

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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Maurício Kunz Arquitetura Inclusiva: Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertão - RS Passo Fundo 2015

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FACULDADE MERIDIONAL ndash IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Mauriacutecio Kunz

Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS

Passo Fundo 2015

Mauriacutecio Kunz

Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS

Relatoacuterio do Processo Metodoloacutegico de Concepccedilatildeo do Projeto Arquitetocircnico e Urbaniacutestico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ndash IMED como requisito parcial para aprovaccedilatildeo na disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso I sob orientaccedilatildeo da professora Dra Caliane Christie Oliveira de Almeida Silva

Passo Fundo 2015

Mauriacutecio Kunz

Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS

Banca Examinadora

Profordf Dra Caliane C O de Almeidandash Orientadora

Profordf Me Renata Postay - Integrante

Passo Fundo 2015

iii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da

faculdade

Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar

seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo

Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo

Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes

por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a

curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo

Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por

me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho

Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na

minha formaccedilatildeo meu muito obrigado

iii

iv

Resumo

A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre

Abstract

The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9

Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11

Figura 5 ndash Rampa para montaria 11

Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11

Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12

Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13

Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13

Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13

Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14

Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14

Figura 13 - Fachada Lateral 16

Figura 14 - Cortes transversais 16

Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17

Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17

Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18

Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19

Figura 19 - Fachadas 19

Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21

Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21

Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23

Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24

Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24

Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25

Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26

Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26

Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27

Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27

Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29

Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30

Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30

Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30

Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32

v

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

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Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 2: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

Mauriacutecio Kunz

Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS

Relatoacuterio do Processo Metodoloacutegico de Concepccedilatildeo do Projeto Arquitetocircnico e Urbaniacutestico e Estudo Preliminar do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ndash IMED como requisito parcial para aprovaccedilatildeo na disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso I sob orientaccedilatildeo da professora Dra Caliane Christie Oliveira de Almeida Silva

Passo Fundo 2015

Mauriacutecio Kunz

Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS

Banca Examinadora

Profordf Dra Caliane C O de Almeidandash Orientadora

Profordf Me Renata Postay - Integrante

Passo Fundo 2015

iii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da

faculdade

Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar

seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo

Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo

Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes

por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a

curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo

Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por

me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho

Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na

minha formaccedilatildeo meu muito obrigado

iii

iv

Resumo

A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre

Abstract

The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9

Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11

Figura 5 ndash Rampa para montaria 11

Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11

Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12

Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13

Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13

Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13

Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14

Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14

Figura 13 - Fachada Lateral 16

Figura 14 - Cortes transversais 16

Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17

Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17

Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18

Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19

Figura 19 - Fachadas 19

Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21

Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21

Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23

Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24

Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24

Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25

Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26

Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26

Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27

Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27

Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29

Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30

Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30

Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30

Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32

v

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

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eo

Pla

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Pa

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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o

Page 3: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

Mauriacutecio Kunz

Arquitetura Inclusiva Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo - RS

Banca Examinadora

Profordf Dra Caliane C O de Almeidandash Orientadora

Profordf Me Renata Postay - Integrante

Passo Fundo 2015

iii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da

faculdade

Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar

seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo

Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo

Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes

por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a

curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo

Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por

me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho

Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na

minha formaccedilatildeo meu muito obrigado

iii

iv

Resumo

A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre

Abstract

The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9

Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11

Figura 5 ndash Rampa para montaria 11

Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11

Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12

Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13

Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13

Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13

Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14

Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14

Figura 13 - Fachada Lateral 16

Figura 14 - Cortes transversais 16

Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17

Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17

Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18

Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19

Figura 19 - Fachadas 19

Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21

Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21

Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23

Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24

Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24

Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25

Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26

Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26

Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27

Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27

Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29

Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30

Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30

Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30

Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32

v

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

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o

Page 4: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

iii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agrave minha famiacutelia pelo apoio e incentivos prestados desde o iniacutecio da

faculdade

Ao professor Marcos Oliveira do IFRS-Sertatildeo pela atenccedilatildeo prestada e por compartilhar

seus conhecimentos referentes ao funcionamento do Centro de Equoterapia do Cavalo

Crioulo o qual eacute um dos meus objetos de estudo

Agrave todos os docentes que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo na IMED e na ENSA Nantes

por aleacutem de compartilhar seus conhecimentos terem despertado o gosto e principalmente a

curiosidade pelos diversos assuntos relacionados agrave arquitetura e ao urbanismo

Agrave minha professora orientadora Caliane pela empenho dedicaccedilatildeo e principalmente por

me motivar agrave me aprofundar em certos assuntos que vieram agrave enriquecer o presente trabalho

Agrave todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na realizaccedilatildeo desse trabalho e na

minha formaccedilatildeo meu muito obrigado

iii

iv

Resumo

A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre

Abstract

The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9

Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11

Figura 5 ndash Rampa para montaria 11

Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11

Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12

Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13

Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13

Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13

Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14

Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14

Figura 13 - Fachada Lateral 16

Figura 14 - Cortes transversais 16

Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17

Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17

Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18

Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19

Figura 19 - Fachadas 19

Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21

Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21

Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23

Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24

Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24

Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25

Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26

Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26

Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27

Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27

Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29

Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30

Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30

Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30

Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32

v

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 5: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

iv

Resumo

A busca por terapias alternativas para o tratamento de pessoas com necessidades especiais tem aumentado significativamente nos uacuteltimos anos Em muitas dessas terapias busca-se a aproximaccedilatildeo dos pacientes com a natureza por meio do contato com animais e plantas como eacute o caso da equoterapia e da hortoterapia respectivamente Tais tratamentos normalmente ocorrem em edifiacutecios originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e reformas posteriores Percebendo que a concepccedilatildeo de edifiacutecios destinados especificamente agraves terapias alternativas pode contribuir para o bom andamento desse tipo de tratamento o presente estudo busca demonstrar o potencial da arquitetura em conceber espaccedilos adequados ao bom andamento das terapias e com acessibilidade universal incorporando no conceito da edificaccedilatildeo os mesmos pressupostos dos tratamentos que seratildeo realizados como o contato com a natureza Para isso propotildee-se o projeto de um centro de terapias alternativas nas dependecircncias do IFRS ndash Sertatildeo para atender a demanda regional de atendimento aos alunos das APAEs substituindo o Centro de Equoterapia existente jaacute que este natildeo apresenta todos os espaccedilos necessaacuterios ao atendimento dos pacientes aleacutem de natildeo suprir a atual demanda regional pela terapia mencionada No projeto do novo centro de equoterapia foram incorporados conceitos do design biofiacutelico onde foram explorados os efeitos positivos da utilizaccedilatildeo do uso de madeira como material construtivo e seus efeitos fisioloacutegicos positivos sobre os ocupantes assim como o contato dos ocupantes com a natureza atraveacutes de vistas e dos materiais utilizados Palavras-chave Arquitetura inclusiva Equoterapia hortoterapia Construccedilotildees em madeira arquitetura equestre

Abstract

The search for alternative therapies for the treatment of people with special needs has increased significantly in recent years In many of these therapies seeks to approach patients with nature through contact with animals and plants as in the case of equine therapy and hortoterappy respectively Such treatments typically occur in buildings originally designed for other activities and underwent adaptations and subsequent reforms Realizing that designing buildings intended specifically for alternative therapies can contribute to the smooth running of such treatment this study seeks to demonstrate the potential of architecture to design spaces suited to the pursuit of therapies and universal accessibility incorporating the building concept the same assumptions of treatments to be performed such as contact with nature For this we propose the design of a center of alternative therapies on the premises of IFRS - Sertatildeo to meet regional demand service to students of APAEs replacing the existing Therapeutic Riding Center since this does not present all the spaces necessary to meet of patients and does not meet the current regional demand by that therapy In the new center of hippotherapyrsquos project were incorporated into concepts the biofilic design the where they were exploited positive effects of the use of the use of wood as a building material and their positive physiological effects on the occupants as well as the contact of the occupants with nature through views and the materials used Keywords Inclusive Architecture Hippotherapy Hortotherapy Wood Architecture

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9

Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11

Figura 5 ndash Rampa para montaria 11

Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11

Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12

Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13

Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13

Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13

Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14

Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14

Figura 13 - Fachada Lateral 16

Figura 14 - Cortes transversais 16

Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17

Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17

Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18

Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19

Figura 19 - Fachadas 19

Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21

Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21

Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23

Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24

Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24

Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25

Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26

Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26

Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27

Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27

Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29

Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30

Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30

Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30

Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32

v

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

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eo

Pla

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Ba

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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o

Page 6: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS 9

Figura 2 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 3 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 10

Figura 4 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo 11

Figura 5 ndash Rampa para montaria 11

Figura 6 ndash Vista do picadeiro interno 11

Figura 7 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 12

Figura 8 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 13

Figura 9 ndash Picadeiro Interno 13

Figura 10 ndash Interior do estaacutebulo 13

Figura 11 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal 14

Figura 12 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno 14

Figura 13 - Fachada Lateral 16

Figura 14 - Cortes transversais 16

Figura 15 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas 17

Figura 16 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program 17

Figura 17 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 18

Figura 18 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte 19

Figura 19 - Fachadas 19

Figura 20 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual 21

Figura 21 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional 21

Figura 22 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m 23

Figura 23 - Mapa Nolly do entorno 24

Figura 24 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos 24

Figura 25 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno 25

Figura 26 ndash Hierarquia Viaacuteria 26

Figura 27 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno 26

Figura 28 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno 27

Figura 29 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte 27

Figura 30 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo 29

Figura 31 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo 30

Figura 32 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio 30

Figura 33 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras 30

Figura 34 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva 32

v

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 7: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

vi

Figura 35 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR) 32

Figura 36 ndash Dimensionamento de Rampas 33

Figura 37 - Planta baixa de rampa em curva 33

Figura 38 - Planta baixa de rampa em curva 34

Figura 39 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo 37

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Figura 41 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

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Pa

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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o

Page 8: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre 15

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas 41

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 9: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

viii

SUMAacuteRIO

LISTA DE FIGURAS v

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

OBJETIVOS 3

121 Objetivo Geral 3 122 Objetivos Especiacuteficos 3

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 4

3 ESTUDOS DE CASO 9

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO 21

5 HISTOacuteRICO DO TEMA 35

6 CONCEITO 38

CARTA DE INTENCcedilOtildeES 38

Entorno 38

Heranccedila Cultural 38

Caracteriacutesticas do siacutetio 39

Clientes 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES40

PREacute-DIMENSIONAMENTO 40

FLUXOGRAMA 42

Figura 40 - Fluxograma da proposta 42

Zoneamento 46

7 CONCLUSOtildeES 47

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 478

10 APEcircNDICES51

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

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Page 10: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

Terapias alternativas podem ser definidas por procedimentos que visam agrave

assistecircncia agrave sauacutede do indiviacuteduo seja na prevenccedilatildeo tratamento ou cura

considerando-o como mentecorpoespiacuterito e natildeo um conjunto de partes isoladas

Sendo assim seu objetivo difere da assistecircncia alopaacutetica tambeacutem conhecida como

medicina ocidental na qual a cura das enfermidades se daacute por meio da intervenccedilatildeo

direta no oacutergatildeo ou parte do corpo doente (Hill [sd] Landmann 1989)

Dentre as diversas terapias tidas como alternativas e voltadas agrave pessoas com

necessidades educativasespeciais estaacute a Equoterapia O uso desta teacutecnica em

crianccedilas com necessidade especial foi realizado pela primeira vez pela fisioterapeuta

Eilset Bodtker na Noruega Em 1967 foi inaugurado o primeiro centro de equitaccedilatildeo

terapecircutica para crianccedilas com necessidades especiais nos Estados Unidos (HASKIN

et al 1974) Dentre os efeitos observados nos pacientes a praacutetica da equoterapia

desenvolve a comunicaccedilatildeo a orientaccedilatildeo espacial e o equiliacutebrio aleacutem das melhorias

fiacutesicas e diminuiccedilatildeo de fobias de modo geral (FREIRE 1999)

Mais precisamente a equoterapia eacute um meacutetodo terapecircutico educacional que utiliza

o cavalo como principal instrumento numa abordagem multidisciplinar nas aacutereas de

sauacutede educaccedilatildeo e esporte estimulando o desenvolvimento psicossocial de pessoas

com necessidades motoras eou educacionais Trata-se de um processo de

reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras de deficiecircncia eou com necessidades especiais

(sequela de paralisia cerebral deficiecircncia mental doente mental Siacutendrome de Down

autismo alteraccedilotildees sensoacuterio motoras comportamental distuacuterbio de aprendizagem

distuacuterbio psicomotor distuacuterbios de linguagem e fala etc) indicada principalmente agraves

crianccedilas que desenvolve ganhos fiacutesicos e psiacutequicos consideraacuteveis jaacute comprovados

e ainda permite uma maior participaccedilatildeo integraccedilatildeo ou acompanhamento mais

proacuteximo por parte dos pais durante a sessatildeo (ANDE 2014)

O tratamento eacute realizado em um Centro de Equoterapia que segundo Ande

(2015) eacute uma entidade juriacutedica que dispotildee de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos

adequados onde trabalha uma equipe teacutecnica habilitada aleacutem de contar com cavalos

treinados para assim prestar um atendimento de qualidade em Equoterapia agraves

pessoas que buscam este meacutetodo de tratamento

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

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Pa

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to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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Fach

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ate

ral

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ronta

l

Co

rte

Lo

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itu

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al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 11: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

2

A procura por esta terapia vem crescendo consideravelmente ao longo dos anos

Um exemplo proacuteximo se mostra o Centro de Equoterapia do IFRS que jaacute natildeo comporta

todas as crianccedilas das APAEs (Associaccedilatildeo de Pais e Amigos dos Excepcionais) das

cidades proacuteximas

Outra terapia alternativa que vem ganhando destaque nos uacuteltimos anos eacute a

hortoterapia O efeito positivo do trabalho em jardins e hortas foi documentado pela

primeira vez no seacuteculo XIX pelo Dr Benjamin Rush psiquiatra americano Atualmente

essa terapia eacute comumente encontrada em escolas para crianccedilas consideradas

especiais nos EUA Esta teacutecnica consiste nas atividades de cultivo e manejo de uma

horta ou jardim Suas caracteriacutesticas foram inicialmente desenvolvidas em 1993 pela

American Horticultural Therapy Association (AHTA 2015)

A hortoterapia aplicada como terapia ocupacional tambeacutem apresenta bons

resultados no tratamento de pessoas especiais A dedicaccedilatildeo agraves atividades numa horta

para o cultivo de hortaliccedilas com uso alimentar permite que a pessoa tenha um contato

direto com a terra e com as plantas onde podem auxiliar nos tratos culturais sentindo-

se uacuteteis agrave eles mesmos e agraves pessoas de seu conviacutevio (ARNAUD et al 2012)

A incorporaccedilatildeo de terapias alternativas em centros de tratamentoeducaccedilatildeo

especiais no Brasil ainda se mostra muito restrita sendo de grande valia estudos e

projetos desenvolvidos nesta aacuterea Nesse contexto o presente TCC concentra-se

num projeto de um Centro de Terapias Alternativas na cidade de Sertatildeo-RS

Atualmente a cidade de Sertatildeo distante 36 Km de Passo Fundo e 316 Km de

Porto Alegre localizada no norte do Estado do RS conta com um Centro de

Equoterapia instalado nas dependecircncias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Campus Sertatildeo Este eacute responsaacutevel pelo atendimento aos alunos das APAEs dos

municiacutepios de Sertatildeo Coxilha Getuacutelio Vargas Ipiranga do Sul Estaccedilatildeo Floriano

Peixoto Aacutegua Santa e Vila Lacircngaro realizando cerca de 100 atendimentos por

semana atualmente atingindo sua lotaccedilatildeo maacutexima

Construiacutedo no ano de 2012 o centro acima mencionado natildeo apresenta todos os

ambientes necessaacuterios para a realizaccedilatildeo das atividades aleacutem de ter sido

subdimensionado dificultando a acessibilidade dos alunos e o bom andamento dos

atendimentos Em relaccedilatildeo ao terreno o centro foi implantado em terreno com

topografia natildeo favoraacutevel

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

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Page 12: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

3

Diante dos problemas na instalaccedilatildeo atual e agrave crescente demanda de atendimentos

pelas APAEs jaacute citadas e outras instituiccedilotildees percebe-se uma necessidade latente de

construccedilatildeo de um novo centro com infraestrutura adequada e capaz de alargar os

atendimentos e serviccedilos prestados

OBJETIVOS

121 Objetivo Geral

Diante desse contexto o presente TCC objetiva projetar um Centro de Terapias

Alternativas nas dependecircncias do IFRS-Sertatildeo oferecendo as praacuteticas terapecircuticas

de equoterapia e hortoterapia para atendimento da demanda atual e ampliaccedilatildeo da

oferta de acompanhamento aos alunos das APAEs da regiatildeo do Alto Uruguai

122 Objetivos Especiacuteficos

Projetar uma edificaccedilatildeo utilizando-se da madeira como material construtivo

principal aproveitando sua capacidade de armazenamento de carbono e

assim demonstrar a capacidade da arquitetura colaborar para a diminuiccedilatildeo

da emissatildeo de carbono e consequente aquecimento global

Apresentar soluccedilotildees formais coerentes com a utilizaccedilatildeo da madeira

otimizando seu desempenho estrutural

Apresentar a relaccedilatildeo entre o uso da madeira em edificaccedilotildees destinadas agrave

sauacutedeeducaccedilatildeo e o bem-estar dos usuaacuterios

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

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Pa

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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Page 13: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

4

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 MADEIRA NO BEM-ESTAR

A afinidade do ser humano com a natureza pode ser percebida intuitivamente

quando se entra em contato com ela Estudos indicam que a sensaccedilatildeo de relaxamento

na presenccedila da natureza deve-se agrave reduccedilatildeo das atividades no sistema nervoso

simpaacutetico (SNS) sendo beneacutefico psicoloacutegica e fisiologicamente para quem se

encontra em contato com a mesma

Considerando os efeitos fisioloacutegicos beneacuteficos do ambiente natural nas pessoas

percebe-se a necessidade de adaptaacute-los ao ambiente construiacutedo (NW 2012) Para

isso busca-se explorar em ambientes internos os efeitos do design biofiacutelico definido

por Kellert (2005) e Joye (2007) como a ecircnfase na necessidade de transferir os

benefiacutecios da presenccedila da natureza para o ambiente construiacutedo Nesse caso busca-

se essencialmente a otimizaccedilatildeo da iluminaccedilatildeo natural vistas para a natureza e a

utilizaccedilatildeo de madeira ou outros materiais naturais

No caso da madeira o aspecto visualmente caloroso contribui para que os

ocupantesusuaacuterios tenham uma experiecircncia positiva no ambiente construiacutedo Aleacutem

disso em edificaccedilotildees voltadas ao atendimento de pessoas portadoras de deficiecircncia

pode ser priorizada a percepccedilatildeo taacutetil da madeira por deficientes visuais gerando

imagens mentais (PEIXE sd)

Estudos conduzidos por Tsunetsugu Miyazaki e Sato (2007) demonstram que a

porcentagem de madeira usada nas paredes de um espaccedilo interior resultam em

diferentes respostas fisioloacutegicas Nos testes realizados uma sala com 45 da

cobertura em madeira resultou num aumento na taxa de pulso (velocidade dos

batimentos cardiacuteacos) e diminuiccedilatildeo da pressatildeo arterial dos participantes Enquanto

no caso de uma sala com 90 da superfiacutecie interna coberta por madeira resultou na

diminuiccedilatildeo da atividade cerebral o que pode ser revigorante e desejaacutevel em spas e

consultoacuterios mas pode diminuir a produtividade e criatividade em locais onde alta

atividade cognitiva eacute demandada como salas de aula e ateliecircs Diante dos dados

acima apresentados no projeto que eacute desenvolvido nesse TCC seratildeo atribuiacutedas

diferentes proporccedilotildees de madeira no revestimento dos ambientes internos segundo

seu uso Cita-se como exemplo o caso da enfermaria e do consultoacuterio de fisioterapia

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

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B

AIA

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11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

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Pa

vim

en

to T

eacuterr

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Pla

nta

Ba

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eacuterr

eo

53

Fach

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ral

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Fach

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Lo

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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ece

pccedilatilde

o

Page 14: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

5

e psicologia poderatildeo contar com uma cobertura de ateacute 90 com o material

mencionado enquanto nos ateliecircs essa porcentagem natildeo deveraacute exceder os 50

Aleacutem dos benefiacutecios fiacutesicos para a sauacutede humana as propriedades higroscoacutepicas

da madeira permitem que ela libere ou absorva aacutegua em funccedilatildeo da umidade relativa

e temperatura do ambiente melhorando o conforto teacutermico do espaccedilo (DANIEL

2014)

22 MADEIRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO

As aacutervores e florestas em geral desempenham um importante papel na regulagem

do clima e na reduccedilatildeo do aquecimento global devido agrave sua capacidade de armazenar

carbono O dioacutexido de carbono da atmosfera eacute absorvido pelas aacutervores e durante seu

crescimento vatildeo armazenando carbono em seu lenho folhas e raiacutezes aleacutem de liberar

oxigecircnio para a atmosfera Mas quando essas plantas morrem na natureza e

apodrecem esse ciclo de armazenamento de carbono eacute interrompido pois o mesmo

volta a ser liberado na atmosfera (Green 2012)

No entanto se a madeira dessas plantas for utilizada como material construtivo

para edificaccedilotildees ou manufaturas o carbono continua estocado nos subprodutos ao

longo de toda sua vida uacutetil No caso de reflorestamento naturalmente ou via cultivo

da aacuterea onde a madeira foi extraiacuteda o ciclo de armazenamento de carbono recomeccedila

e novas aacutervores contribuiratildeo para a absorccedilatildeo do elemento citado contribuindo para a

reduccedilatildeo do efeito estufa (NW 2012)

Em comparaccedilatildeo com outros materiais construtivos usuais a madeira apresenta-se

como o mais eficiente em relaccedilatildeo agrave diminuiccedilatildeo de gases causadores do efeito estufa

Nas duas uacuteltimas deacutecadas percebeu-se o impacto que a construccedilatildeo civil causou nas

mudanccedilas climaacuteticas O uso intensivo de concreto e accedilo materiais com alto gasto

energeacutetico em sua produccedilatildeo satildeo um dos principais fatores desse problema Estudos

apontam que a produccedilatildeo de concreto representa cerca de 5 das emissotildees de CO2

agrave niacutevel mundial (Green 2012) No caso da madeira ao inveacutes de emitir CO2 cada msup3

pode armazenar cerca de 08 toneladas de carbono Ao usarmos como exemplo uma

suposta casa que utilize 20 msup3 de madeira em sua construccedilatildeo armazena-se cerca de

16 toneladas de carbono o equivalente agrave emissatildeo produzida em 90000 Km de

viagens de carro (Daniel 2014)

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

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ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 15: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

6

Diante dos fatos apresentados percebe-se que a substituiccedilatildeo de materiais

construtivos usuais como o accedilo e concreto pela madeira respeitando as limitaccedilotildees de

uso desta mostra-se como uma alternativa para minimizar os impactos da construccedilatildeo

civil nas mudanccedilas climaacuteticas

23 TECNOLOGIA NA CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL EM MADEIRA A MADEIRA LAMINADA COLADA

A madeira laminada colada (MLC) constitui-se pela junccedilatildeo de duas teacutecnicas a

laminaccedilatildeo e a colagem As peccedilas de madeira satildeo divididas em lacircminas (taacutebuas) e

posteriormente satildeo unidas por colas de alta resistecircncia Sendo dispostas de maneira

que as fibras fiquem sempre paralelas Esta teacutecnica otimizou o uso da madeira devido

agrave possibilidade de uniatildeo de numerosas pequenas peccedilas de madeira para manufaturar

grandes membros de MLC possibilitando seu uso em grandes estruturas (Neto

2010)

Ainda de acordo com Neto (2010) a utilizaccedilatildeo da MLC em elementos estruturais

da construccedilatildeo civil soacute foi possiacutevel apoacutes o surgimento de colas de alta resistecircncia

ocorrido por volta de 1906 com a invenccedilatildeo da cola caseiacutena Desde entatildeo esta teacutecnica

tem evoluiacutedo de acordo com o aumento da eficiecircncia das colas atingindo seu maior

progresso na deacutecada de 40 com o surgimento das colas sinteacuteticas

Comparada com a madeira serrada a MLC apresenta diversas vantagens

estruturais e executivas Moody e Hernandez (1997) atribuem agrave MLC a versatilidade

na obtenccedilatildeo de formas a baixa relaccedilatildeo pesoresistecircncia a resistecircncia ao fogo e a

agentes corrosivos Aleacutem disso estudos de Tienne et al (2011) demonstram que a

MLC viabiliza o emprego de madeiras de reflorestamento normalmente com menor

resistecircncia que apoacutes manufaturadas apresentam resistecircncia suficiente para serem

usadas como elementos estruturais

24 Formas curvas em estruturas de madeira

O uso da madeira na construccedilatildeo civil normalmente eacute relacionado agrave edificaccedilotildees

com formas retas e moduladas pela sua facilidade executiva No entanto satildeo

numerosas as teacutecnicas de obtenccedilatildeo de formas curvas que permitem concebecirc-las

utilizando a madeira como material principal

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

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ate

ral

Fach

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ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 16: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

7

Na construccedilatildeo de estruturas curvas em madeira destacam-se as estruturas

lamelares Esta eacute composta por um conjunto de barras estreitas e compridas

denominadas lamelas para criaccedilatildeo de uma malha losangular tridimensional onde as

barras interceptam-se formando um conjunto de ldquoxrdquo (Ferreira Calil 2002)

Dentre as diversos tipos de estruturas lamelares o sistema gridshell eacute aquele que

apresenta a maior viabilidade na construccedilatildeo de formas complexas ou com dupla

curvatura O gridshell eacute constituiacutedo por uma malha plana de lamelas (Figura 1) que se

interceptam formando losangos e posteriormente eacute deformada por iccedilamento ou

flexatildeo ateacute que a forma desejada seja atingida Apoacutes a forma desejada ser obtida os

noacutes satildeo apertados enrijecendo a malha (TOUSSAINT 2012)

A figura 2 mostra como diferentes tipos de iccedilamento resultam em formas distintas

tendo a mesma malha plana como base

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 2 ndash Cupula e paraboloide hiperboacutelico formados agrave partir da mesma malha plana de barras

Fonte CHASSAGNOUX 2011

Figura 1 ndash Deformaccedilatildeo de malha plana de barras formando uma estrutura esfeacuterica pelo iccedilamento do centro

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

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Pa

vim

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eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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Fach

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Fach

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ronta

l

Co

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Lo

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din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 17: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

8

Este meacutetodo de construccedilatildeo cria um sistema estrutural bastante complexo de ripas

curvadas trabalhando em conjunto para resistir agrave cargas de modo que todas as cargas

sejam transferidas para as bordas externas transmitindo as forccedilas por compressatildeo

no mesmo sentido das fibras das lamelas otimizando seu desempenho estrutural

Figura 3 ndash Gridshell da cobertura do Savill Building Englefield Green UK

Fonte ARCHITECTS JOURNEY (2009)

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Pa

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Pla

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53

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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pccedilatilde

o

Page 18: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

9

3 ESTUDOS DE CASO

Devido agrave exiguidade de projetos e edificaccedilotildees voltadas especificamente para a

equoterapia e hortoterapia foram analisados dois centros de equoterapia e um centro

equestre O cavalo como principal instrumento da equoterapia e consequentemente

a arquitetura equestre bem como a arquitetura inclusiva satildeo os principais norteadores

do projeto

Dentre os centros da terapia mencionada escolhidos para o estudo estatildeo um

exemplo nacional e um internacional O Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

localizado em Sertatildeo ndash RS mostra-se como um exemplo regional aleacutem de apresentar

os problemas a serem resolvidos com a implantaccedilatildeo do novo Centro de Terapias

Alternativas Como exemplo internacional o projeto do Centro de Equitaccedilatildeo

Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte ndash EUA projetado por Blackburn Architects em 2013

Em relaccedilatildeo agrave arquitetura equestre o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira -

Portugal projetado por Carlos Castanheira e Clara Bastai foi escolhido pelo sistema

construtivo que utiliza a madeira como elemento principal principalmente nos

elementos estruturais que participam ativamente da forma da edificaccedilatildeo

31 CENTRO DE EQUOTERAPIA DO CAVALO CRIOULO ndash SERTAtildeO ndash RS

Construiacutedo no ano de 2013 o centro acima referido foi projetado pelo Engordm Civil

Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira e conta com 29489 msup2 de aacuterea construiacuteda O

programa compreende a construccedilatildeo de um pavilhatildeo com aacuterea para equitaccedilatildeo

terapecircutica assim como sala para enfermaria e fisioterapia administrativo

almoxarifado aleacutem das baias para os cavalos

Figura 4 ndash Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo ndash Sertatildeo RS

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

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eo

Pla

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Ba

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Pla

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53

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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pccedilatilde

o

Page 19: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

10

LEGENDA SETORES

MANEJO CAVALOS

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

SERVICcedilO

ACESSO ADMINISTRATIVO ACESSO EQUITACcedilAtildeO ACESSO BANHEIROS E ENFERMARIA

Fonte IFRS (2015)

Figura 5 - Setorizaccedilatildeo do pavilhatildeo do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 6 - Planta baixa do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Adaptado de Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

AC

ES

SO

B

AIA

S

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE EQUOTERAPIA (ANDE)-Brasil 2014 Disponiacutevel em

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

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53

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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pccedilatilde

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Page 20: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

11

Analisando a planta baixa do projeto (figura 6) fica claro o subdimensionamento

dos espaccedilos como enfermaria e recepccedilatildeo aleacutem da ausecircncia de conexotildees entre as

aacutereas administrativas e de serviccedilo jaacute que as mesmas ficam separadas pelo picadeiro

interno A falta de conexatildeo entre os setores (Figura 5) resulta na dificuldade de acesso

aos demais ambientes principalmente em dias chuvosos pois os usuaacuterios satildeo

obrigados a passar pelo exterior da edificaccedilatildeo para transitar entre os setores

administrativo e de serviccedilo

Em relaccedilatildeo agrave composiccedilatildeo da edificaccedilatildeo haacute uma simetria biaxial sendo a arena

de equitaccedilatildeo o ponto central a edificaccedilatildeo A estrutura da mesma eacute baseada em pilares

e vigas de concreto preacute-moldado com fechamentos em blocos ceracircmicos aparentes

Figura 7 - Corte transversal do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Para otimizar a iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno telhas transluacutecidas foram

utilizadas em alguns pontos da cobertura funcionando como zenitais (Figuras 8 e 9)

A edificaccedilatildeo natildeo possui desniacuteveis que deveriam ser vencidos com rampas para a

circulaccedilatildeo de cadeirantes A uacutenica instalada eacute a rampa para montaria (Figura 8) Para o ato

da montaria o cavalo deve ser posicionado ao lado dessa rampa facilitando a subida do aluno

ateacute seu lombo

Fonte Vanderli Marcelo Valenccedila Teixeira (2009)

Figura 9 ndash Vista do picadeiro interno Figura 8 ndash Rampa para montaria

12

32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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ate

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Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

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l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 21: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

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32 CENTRO EQUESTRE (LECcedilA DA PALMEIRA PORTUGAL)

O Centro Equestre construiacutedo em Leccedila da Palmeira Portugal foi projetado pelos

arquitetos Carlos Castanheira e Clara Bastai com a colaboraccedilatildeo de Orlando Sousa

Fernanda Saacute Joana Catarino Caacutetia Carvalho Pedro Afonso Adele Pinna Sofia

Conceiccedilatildeo Inecircs Bastos Diana Vasconcelos Nuno Campos O estuacutedio de arquitetura

Castanheira e Bastai foi fundado em 1993 desde entatildeo Castanheira participou em

vaacuterios projetos com Aacutelvaro Siza ceacutelebre arquiteto portuguecircs (Archdaily 2015)

Figura 10 - Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Fernando Guerra (2015)

Exemplo da chamada ldquoarquitetura equestrerdquo o projeto acima serve como

referecircncia para o Centro de Equoterapia por apresentar instalaccedilotildees voltadas agrave

equitaccedilatildeo e ao manejo de cavalo como os picadeiros interno e externo baias e

celeiros O conjunto conta com quatro blocos abrigando funccedilotildees distintas com

paredes inclinadas e estrutura em madeira aparente

A edificaccedilatildeo conta com dois picadeiros internos o principal medindo

aproximadamente 5300 x 26 metros e o menor com 3300x1950 metros Os

picadeiros internos satildeo imprescindiacuteveis para a praacutetica da equitaccedilatildeo indoor e devido

agraves suas dimensotildees satildeo importantes pontos agrave serem considerados na implantaccedilatildeo e

na forma do edifiacutecio A necessidade dos picadeiros internos adveacutem da proteccedilatildeo agraves

intempeacuteries porque nem sempre eacute possiacutevel praticar a equitaccedilatildeo soacute no exterior Aleacutem

dos picadeiros internos o Centro Equestre tambeacutem conta com picadeiro externo para

praacutetica em dias ensolarados baias para estadia dos cavalos celeiros para

armazenagem de raccedilatildeo e feno aleacutem de um pequeno edifiacutecio anexo com caraacuteter

administrativo

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

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322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

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Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

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Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

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Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

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333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

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4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

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A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

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integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

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Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

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Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

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45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

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rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 22: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

13

Figura 11 - Planta Baixa Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2015)

321 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto observa-se que o conjunto estaacute subdividido em blocos

em torno do picadeiro principal cada um com uma funccedilatildeo especiacutefica O setor

administrativo estaacute localizado proacuteximo do acesso principal enquanto o bloco onde

encontram-se as baias e outros espaccedilos voltadas ao manejo e trato dos cavalos estatildeo

localizados na parte posterior do conjunto provavelmente por questotildees higiecircnicas

eou olfativas

Picadeiro Interno

Picadeiro Interno

Baias

Administrativo

Figura 13 ndash Interior do estaacutebulo Figura 12 ndash Picadeiro Interno

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Ba

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53

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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pccedilatilde

o

Page 23: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

14

Para uma maior proteccedilatildeo contra as intempeacuteries os edifiacutecios satildeo

preferencialmente fechados ao exterior Para a iluminaccedilatildeo natural dos espaccedilos

interno como o picadeiro foram utilizadas aberturas zenitais (Figura 15) e janelas em

fita

Figura 14 - Setorizaccedilatildeo Centro Equestre em Leccedila da Palmeira Portugal

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

Fonte Carlos Castanheira (2014)

PICADEIROS MANEJO E TRATOS ADMINISTRATIVO SERVICcedilO

Figura 15 - Zenital usada para iluminaccedilatildeo natural do picadeiro interno

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

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eacuterr

eo

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53

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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pccedilatilde

o

Page 24: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

15

322 DIMENSAtildeO DOS ESPACcedilOS

Setor Nome do compartimento Dimensotildees Aacuterea uacutetil em msup2

Equitaccedilatildeo Picadeiro Interno 527x2600 31620

Picadeiro Interno 3330x1960 65268

Manejo Baias (x16) 365x430 1570

Depoacutesito Raccedilatildeo 320x300 960

Almoxarifado (x2) 320x300 960

Administrativo Cozinha 420x720 3024

Escritoacuterio (x2) 420x360 1512

Sala Reuniotildees 900x360 3240

Lounge 1100x420 4620

Sala de jogos 420x360 1512

Sanitaacuterios 420x360 1512

Aacuterea Total 158710 msup2

Tabela 1 - Dimensotildees dos espaccedilos do Centro Equestre

Fonte Elaboraccedilatildeo Proacutepria

323 FORMA

A disposiccedilatildeo dos blocos do conjunto cria uma composiccedilatildeo aglomerada entendida

por Ching (2013) como um agrupamento de espaccedilos por proximidade ou por

compartilharem uma caracteriacutestica ou relaccedilatildeo visual Sendo o bloco do picadeiro

central eacute o que possui maior nuacutemero de ligaccedilotildees com os blocos adjacentes

O fator determinante da forma do centro equestre eacute o sistema estrutural A

repeticcedilatildeo das treliccedilas em madeira laminada colada que sustentam os vatildeos ordena as

fachadas laterais enquanto sua forma fica evidente nas fachadas frontais resultado

do caimento dos telhados em duas aacuteguas (Figura 16) Na Figura 15 mencionada

anteriormente nota-se o vatildeo criado para abrigar o picadeiro interno principal

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 25: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

16

Figura 16 - Fachada Lateral

Fonte CASTANHEIRA (2014)

Figura 17 - Cortes transversais

Fonte ARCHDAILY (2015)

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pela simetria gerada pelos elementos

estruturais mas devido agrave textura da madeira e a complexidade dos elementos

estruturais bem como a repeticcedilatildeo dos mesmo a composiccedilatildeo eacute ritmada

324 TECNOLOGIA

A estrutura portante da cobertura eacute mista composta por pilares em ldquoVrdquo e ldquoYrdquo com

perfis retangulares e vigas de madeira laminada colada conectados por juntas

metaacutelicas aparafusadas Os elementos portantes foram distribuiacutedos ao longo do

edifiacutecio em intervalos 700 metros no picadeiro principal e de 420 metros nos demais

conferindo a modulaccedilatildeo aleacutem do ritmo das fachadas jaacute mencionado

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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53

Fach

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ronta

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 26: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

17

Figura 18 - Representaccedilatildeo esquemaacutetica do sistema estrutural Pilares em ldquovrdquo e ldquoyrdquo e vigas ambos de madeira laminada colada ligados por peccedilas metaacutelicas aparafusadas

Fonte Adaptado de Carlos Castanheira (2014)

33 CENTRO DE EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA DA VIRGIacuteNIA DO NORTE - EUA

A proposta para as novas instalaccedilotildees do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da

Virgiacutenia do Norte (NVTRP sigla em inglecircs) foi realizada pela equipe do escritoacuterio

americano Blackburn Architects gerenciado pelo arquiteto John A Blackburn no

ano de 2013 A aacuterea total do projeto eacute de aproximadamente 270000 msup2

Figura 19 - Northern Virginia Therapeutic Riding Program

Fonte Black Burn Architects

Da mesma forma que o centro de equitaccedilatildeo anteriormente analisado este projeto

apresenta como principal elemento estruturador o picadeiro sendo um interno e outro

externo Para aleacutem desses espaccedilos o NVTRP conta com salas para atendimento

psicoloacutegico e fisioteraacutepico aacuterea administrativa sala de reuniotildees recepccedilatildeo

almoxarifado baias depoacutesito de raccedilatildeo e forragem deque para observaccedilatildeo e sala

para os tratadores

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 27: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

18

Figura 20 - Planta baixa e setorizaccedilatildeo do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagem fornecida por Black Burn Architects (2014)

331 IMPLANTACcedilAtildeO

Na implantaccedilatildeo do projeto satildeo observados dois blocos perpendiculares e com

funccedilotildees bem definidas formando uma composiccedilatildeo linear com configuraccedilatildeo em L O

bloco principal abriga a recepccedilatildeo o setor social administrativo e terapecircutico seguido

pela arena interna de equitaccedilatildeo com 172000 msup2 O bloco perpendicular ao principal

interliga-se a este pelo picadeiro interno com acesso restrito aos funcionaacuterios do

centro e abriga as aacutereas de trato dos animais como baias sala de banho e escova

aleacutem dos depoacutesitos de feno e raccedilatildeo

O espaccedilo resultante da junccedilatildeo dos dois blocos foi usado para a implantaccedilatildeo de uma

arena externa para a praacutetica de equitaccedilatildeo ao ar livre quando o clima assim permitir

RECEPCcedilAtildeOOBSERVACcedilAtildeO

LEGENDA SETORES

TERAPIA

ADMINISTRATIVO

EQUITACcedilAtildeO TERAPEcircUTICA

ESTAacuteBULOS

SERVICcedilO

MANEJO DOS CAVALOS

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Ba

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53

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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pccedilatilde

o

Page 28: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

19

Figura 21 - Perspectiva do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do Norte

Fonte Black Burn Architects (2014)

332 FORMA

A forma remete agraves construccedilotildees rurais tiacutepicas das fazendas norte-americanas com

cobertura em duas-aacuteguas do tipo chaleacute e mansardas para otimizar a iluminaccedilatildeo e

ventilaccedilatildeo interna dos espaccedilos Nas fachadas satildeo percebidas as ripadas tiacutepicas dos

bungalows estadunidenses

Figura 22 - Fachadas

Fonte Black Burn Architects

O equiliacutebrio na composiccedilatildeo eacute dado pelo ritmo na disposiccedilatildeo das janelas mansardas

e portas A marcaccedilatildeo de acesso se daacute por uma marquise na fachada principal

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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a L

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Fach

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a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 29: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

20

333 HABITABILIDADE

Como soluccedilatildeo para melhorar a iluminaccedilatildeo natural no interior do edifiacutecio foram

utilizadas mansardas principalmente na arena interna que por causa da largura do

edifiacutecio ficaria com o centro mal iluminado devido agrave distacircncia das janelas Essas

mansardas tambeacutem auxiliam na ventilaccedilatildeo cruzada permitindo a saiacuteda do ar quente e

trocas mais raacutepidas de calor da edificaccedilatildeo com o exterior

Em relaccedilatildeo agrave acessibilidade nota-se a presenccedila de uma rampa coberta servindo

o acesso principal

34 COMPARACcedilAtildeO ENTRE OS ESTUDOS DE CASO

Comparando as obras anteriormente apresentadas os projetos do Centro

Equestre em Leccedila da Palmeira e do Centro de Equitaccedilatildeo Terapecircutica da Virgiacutenia do

Norte mostraram-se interessantes referecircncias em relaccedilatildeo ao programa de

necessidades agrave disposiccedilatildeo e conectividade dos espaccedilos e ao funcionamento dos

fluxos contrastando com o projeto realizado em Sertatildeo onde predomina a

desintegraccedilatildeo dos espaccedilos

Entre os dois projetos apontados positivamente percebe-se uma similaridade na

disposiccedilatildeo dos espaccedilos dos dois projetos analisados aleacutem das composiccedilotildees

aglomeradas os blocos criados abrigam funccedilotildees distintas Nesse aspecto vale

ressaltar o ldquoisolamentordquo das instalaccedilotildees de manejo e alimentaccedilatildeo dos cavalos assim

como as instalaccedilotildees relacionadas A dimensatildeo dos vatildeos para os picadeiros internos

em torno de 25 metros de largura nos dois projetos eacute um dos fatores determinantes

na implantaccedilatildeo e na volumetria Nos dois casos optou-se por telhados em duas aacuteguas

Como as duas obras estatildeo situadas em aacutereas rurais o tamanho do terreno se

conformou fator limitante da implantaccedilatildeo esse aspecto somado agrave necessidade de

acessibilidade universal resultou em edifiacutecios desenvolvidos em apenas um

pavimento evitando o uso de rampas elevadores ou plataformas Uma forma eficiente

de democratizar o espaccedilo permitindo o acesso de todos os ocupantes agrave todos os

espaccedilos com a mesma facilidade

Em relaccedilatildeo agrave estrutura o Centro Equestre em Leccedila da Palmeira apresenta um

interessante uso da madeira como material estrutural evidenciando este em

ambientes internos e nas fachadas

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

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Pa

vim

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eacuterr

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Pla

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eacuterr

eo

53

Fach

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ral

Fach

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Fach

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Fach

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ronta

l

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Lo

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al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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ece

pccedilatilde

o

Page 30: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

21

4 DIAGNOacuteSTICO DA AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

41 Contextualizaccedilatildeo regional

O municiacutepio de Sertatildeo estaacute localizado no noroeste rio-grandense geograficamente

na regiatildeo do planalto meacutedio do Rio Grande do Sul e possui uma aacuterea de 444 km2 a

uma altitude de 731m acima do niacutevel do mar clima temperado uacutemido Estaacute localizado

entre as cidades de Erechim e Passo Fundo 320 km distante da Capital Porto Alegre

(Sertatildeo 2015)

Figura 23 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea no mapa nacional e estadual

Figura 24 - Localizaccedilatildeo do Municiacutepio de Sertatildeo e do IFRS Sertatildeo no contexto regional

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base em imagens do Google Earth (2015)

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 31: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

22

A histoacuteria do municiacutepio remonta ao final da deacutecada de 20 Sertatildeo foi fundado por

um grupo de italianos e seus descendentes e se desenvolveu inicialmente pela

agricultura principalmente por meio da plantaccedilatildeo de milho e trigo agrave partir de 1918

Nessa eacutepoca Sertatildeo pertencia ao Distrito de Coxilha do Municiacutepio de Passo Fundo

Com a produccedilatildeo da agricultura surgiu o comeacutercio e por volta de 1933 foi criado o

Distrito de Sertatildeo Somente em novembro de 1963 que o distrito foi emancipado se

tornando o municiacutepio de Sertatildeo por meio da lei nordm 4597 (Sertatildeo 2015) Segundo

Censo Demograacutefico do IBGE (2014) a populaccedilatildeo total de Sertatildeo eacute de 6225

habitantes

411 Instituto Federal do Rio Grande do Sul Campus Sertatildeo

O Campus Sertatildeo do Instituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia do Rio

Grande do Sul estaacute localizado no Distrito de Engordm Luiz Englert no municiacutepio de

Sertatildeo a 25 quilocircmetros de Passo Fundo

Antes de tornar-se o que hoje eacute o IFRS-Campus Sertatildeo a instituiccedilatildeo mencionada

passou por diversas transformaccedilotildees O Campus iniciou suas atividades no ano de

1963 com a denominaccedilatildeo de Escola Agriacutecola de Passo Fundo conferindo a

certificaccedilatildeo de Mestre Agriacutecola conforme o Decreto-Lei nordm 9613 de 20 de agosto de

1946 da Lei Orgacircnica do Ensino Agriacutecola No iniacutecio da deacutecada de 70 o curso oferecido

era denominado Teacutecnico Agriacutecola atribuindo o diploma de Teacutecnico em Agricultura A

denominaccedilatildeo foi mudada novamente no ano de 1973 quando passou a ser Teacutecnico

em Agropecuaacuteria (IFRS-Sertatildeo 2015)

Em relaccedilatildeo agrave sua infraestrutura o campus mencionado estende-se por uma aacuterea

de 237 hectares Aleacutem das salas de aulas e laboratoacuterios especiacuteficos para cada curso

existem setores de produccedilatildeo nas aacutereas de Agricultura Zootecnia Agroinduacutestria e

Unidade de Beneficiamento de Sementes que auxiliam no desenvolvimento de

praacuteticas profissionais e atividades de ensino aleacutem de produzirem mateacuteria-prima para

o processo agroindustrial (DIEFENBACH 2013)

Dentre os cursos oferecidos atualmente haacute cursos teacutecnicos de niacutevel superior e de

poacutes-graduaccedilatildeo Entre os cursos teacutecnicos oferecidos estatildeo Teacutecnico em Agropecuaacuteria

(concomitante e subsequente ao Ensino Meacutedio) Teacutecnico em Manutenccedilatildeo e Suporte

em Informaacutetica Teacutecnico em Agroinduacutestria Programa de Ensino Jovem e Adulto

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 32: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

23

integrado agrave formaccedilatildeo Teacutecnica em Comeacutercio Enquanto as formaccedilotildees de niacutevel superior

satildeo de Tecnologia em Agronegoacutecio Engenharia Agronocircmica Licenciatura em

Ciecircncias Agriacutecolas Tecnologia em Gestatildeo Ambiental e Zootecnia Aleacutem disso duas

poacutes graduaccedilotildees satildeo oferecidas a Formaccedilatildeo Pedagoacutegica para Graduados e a Poacutes-

Graduaccedilatildeo Lato Sensu em Teorias e Metodologias da Educaccedilatildeo (IFRS-Sertatildeo 2015)

Quanto aos periacuteodos de funcionamento o IFRS-Sertatildeo funciona em periacuteodo

integral com aulas teoacutericas e praacuteticas aleacutem de proporcionar outras atividades para

atender a comunidade externa como cursos de curta duraccedilatildeo em diversas aacutereas

42 Entorno Diagnoacutestico e Mapeamentos do Entorno do Local de Implantaccedilatildeo

O siacutetio de estudo compreende a aacuterea de um antigo pomar instalado nas

dependecircncias do IFRS Sertatildeo O entorno do terreno do projeto eacute constituiacutedo

basicamente por edificaccedilotildees que compotildeem o IFRS Sertatildeo desde preacutedios

administrativos educacionais alojamentos estudantis e residecircncias para funcionaacuterios

ateacute instalaccedilotildees de manejo de animais e produccedilatildeo de vegetais A diversidade de usos

das edificaccedilotildees podem ser conferidas no mapa abaixo (Figura 25)

Figura 25 - Uso e Ocupaccedilatildeo do solo do IFRS Sertatildeo e entorno proacuteximo ao terreno Raio examinado 500 m

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

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eacuterr

eo

Pla

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Ba

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Pa

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eacuterr

eo

53

Fach

ad

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ral

Fach

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ronta

l

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Lo

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al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 33: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

24

Atraveacutes do Mapa Nolly abaixo percebe-se a predominacircncia de vazios nas aacutereas circunvizinhas ao terreno estudado

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Dentro das dependecircncias do Campus percebe-se a predominacircncia de edificaccedilotildees

teacuterreas com telhados aparentes como o Preacutedio Central refeitoacuterio alojamentos

coletivos garagem salas de aula e casas dos servidores A opccedilatildeo por edificaccedilotildees

teacuterreas pode ser atribuiacuteda agrave vasta aacuterea pertencente agrave instituiccedilatildeo resultando na

possibilidade de estender as construccedilotildees sem preocupar-se com a falta de espaccedilo

Figura 27 - Acesso do Preacutedio Central que abriga salas de aula e setores administrativos

Fonte Acervo proacuteprio

Figura 26 - Mapa Nolly do entorno

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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Fach

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ate

ral

Fach

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ronta

l

Co

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Lo

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itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 34: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

25

Fonte E laboraccedilatildeo proacutepria

43 Hierarquia Viaacuteria

A principal via de acesso ao IFRS eacute a chamada Estrada do Asfalto ligada agrave RS-

135 na direccedilatildeo leste seguida da Estrada de Sertatildeo que liga o referido instituto ao

municiacutepio de Sertatildeo ao norte (Figura 4) Ambas considerando suas funccedilotildees satildeo

caracterizadas como coletoras Nas dependecircncias da instituiccedilatildeo existem somente

vias locais todas com matildeo dupla devido ao baixo fluxo de veiacuteculos A via com ligaccedilatildeo

direta ao terreno eacute pavimentado com paralelepiacutepedo basaacuteltico e natildeo possui passeio

TERRENO PROJETO

1 2 3

4 54

64

1 2 3 44

54

64

Figura 28 ndash Perfil das edificaccedilotildees do entorno

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

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ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 35: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

26

Figura 29 ndash Hierarquia Viaacuteria

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

Figura 30 ndash Descriccedilatildeo das ruas do entorno

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria (2015)

N

SERTAtildeO 8 Km

RS 135 2 Km

Acesso Principal Do IFRS

Cruzamento Conflitante

Acesso Secundaacuterio do IFRS

COXILHA 10 Km

Estrada do Asfalto

Estrada Teacuterrea p Coxilha

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

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a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 36: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

27

Figura 31 - Rua do Acesso Secundaacuterio e indicaccedilatildeo do terreno

Fonte Acervo proacuteprio (2015)

Figura 32 ndash Indicaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo de grande porte

Fonte Adaptado de Google Earth (2015)

TERRENO

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 37: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

28

44 AacuteREA DE IMPLANTACcedilAtildeO

O terreno escolhido para o projeto estaacute situado dentro das dependecircncias do IFRS

Sertatildeo na Rua do Acesso Secundaacuterio nas proximidades dos Setores de Fruticultura

Olericultura e de Culturas Anuais Situado a 40 metros do acesso secundaacuterio que

deve ser reativado o terreno apresenta facilidade de acesso pela Estrada do Asfalto

originaacuteria da RS 135 fazendo com que o acesso dos eventuais ocircnibus transportando

os alunos do Centro de Equoterapia natildeo necessitem atravessar o campus

De acordo com o levantamento planialtimeacutetrico terreno escolhido para

implantaccedilatildeo do projeto tem aacuterea de 572000 msup2 formato retangular tendo 16140

metros de comprimento no sentido NordesteSudoeste e 4680 metros no sentido

perpendicular A configuraccedilatildeo longiliacutenea do terreno permite um alinhamento dos

diversos setores agrave serem criados no projeto possibilitando o distanciamento das

instalaccedilotildees de manejo animal dos ambientes educacionais e terapecircuticos como

percebido nos estudos de caso anteriormente apresentados

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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a L

ate

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Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 38: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

29

Figura 33 - Planta Baixa da Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

ACESSO SECUNDAacuteRIO

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 39: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

30

Fonte Acervo proacuteprio

Fonte O autor (2015)

Figura 36 - Condicionantes Naturais do Terreno e Projeccedilatildeo de Sombras

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

Figura 34 - Panorama 1 Aacuterea de Implantaccedilatildeo

Figura 35 - Vista do terreno para a rua do Acesso Secundaacuterio

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 40: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

31

45 SIacuteNTESE DA LEGISLACcedilAtildeO GERAL E ESPECIacuteFICA DO TEMA

451 NBR 9077

A NBR 9077 redigida pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas trata

das Saiacutedas de Emergecircncia em Edifiacutecios e regra as condiccedilotildees que as edificaccedilotildees

devem apresentar para que em caso de incecircndio sua populaccedilatildeo possa abandonaacute-la

de forma segura e sem prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica e tambeacutem o acesso de auxiacutelio

externo (bombeiros) para combater o incecircndio seja facilitado Para efetivaccedilatildeo da

Norma as edificaccedilotildees satildeo classificadas em relaccedilatildeo ao seu uso ocupaccedilatildeo altura

dimensotildees em planta e as caracteriacutesticas construtivas

De acordo com a Norma citada a edificaccedilatildeo em estudo enquadra=se como

Ocupaccedilatildeo categoria H-2 ndash Locais onde pessoas requrem cuidados especiais

por limitaccedilotildees fiacutesicas ou mentais

Altura L ndash Edificaccedilatildeo Baixa (600 m lt H lt 1200 m)

Dimensotildees em planta Q de grande pavimento (gt 75000 msup2)

Caracteriacutesticas construtivas X (propagaccedilatildeo de fogo faacutecil)

Comparando as categorias em que a edificaccedilatildeo se enquadra obteacutem se as

seguintes exigecircncias

Distacircncia maacutexima a ser percorrida ateacute uma saiacuteda de emergecircncia 2000 metros

Caacutelculo da populaccedilatildeo Uma pessoa por 150 msup2

452 NBR 9050

A NBR 9050 estabelece criteacuterios e paracircmetros teacutecnicos que visam atender agraves

condiccedilotildees de acessibilidade que devem ser seguidos em edificaccedilotildees na fase de

projeto e de execuccedilatildeo e na instalaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo da infraestrutura urbana e rural

Segundo a ABNT (2015) acessibilidade eacute definida por

ldquopossibilidade e condiccedilatildeo de alcance percepccedilatildeo e entendimento

para utilizaccedilatildeo com seguranccedila e autonomia de espaccedilos mobiliaacuterios equipamentos urbanos edificaccedilotildees transportes informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo inclusive seus sistemas e tecnologias bem como outros serviccedilos e instalaccedilotildees abertos ao puacuteblico de uso puacuteblico ou privado de uso coletivo tanto na zona urbana como na

32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

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32

rural por pessoa com deficiecircncia ou mobilidade reduzidardquo (ABNT 2015 pg 2)

Mais precisamente a norma pretende permitir a utilizaccedilatildeo das edificaccedilotildees do

mobiliaacuterio e dos equipamentos urbanos por uma maior parcela possiacutevel da populaccedilatildeo

independente das limitaccedilotildees fiacutesicas eou psiacutequicas Para isso ela apresenta

dimensotildees referenciais a serem adotadas nas edificaccedilotildees que possibilitem a livre

circulaccedilatildeo em diferentes casos (ABNT 2015)

Para o dimensionamento dos ambientes e circulaccedilotildees a norma apresenta as

medidas dos equipamentos utilizados e sua aacuterea de projeccedilatildeo quando em uso para

posteriormente apresentar as medidas miacutenimas de passagem a serem adotadas

Figura 37 - Cadeira de rodas manual motorizada e esportiva

Fonte ABNT (2015)

Figura 38 - Dimensotildees do Moacutedulo de Referecircncia (MR)

Fonte ABNT (2015)

Em relaccedilatildeo agraves circulaccedilotildees verticais estas podem ser realizadas por escadas

ou rampas Segundo definiccedilatildeo da ABNT (2015) rampa eacute uma superfiacutecie de piso com

declividade superior a 5 Essa inclinaccedilatildeo pode ser calculada com a equaccedilatildeo

abaixo onde i eacute inclinaccedilatildeo h eacute a altura do desniacutevel e c eacute o comprimento da projeccedilatildeo

horizontal

i = (h x 100) 100

33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Ba

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Pa

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en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

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Fach

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a L

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Fach

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ate

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Fach

ad

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l

Co

rte

Lo

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itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

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33

A inclinaccedilatildeo das rampas pode atingir a porcentagem maacutexima de 833 Para

seu dimensionamento considera-se o desniacutevel maacuteximo de cada segmento de rampa

Com um desniacutevel de 150 m por segmento a inclinaccedilatildeo maacutexima eacute de 5 enquanto

num segmento com desniacutevel de 100 m pode-se chegar a 625 e nos casos em que

haacute somente 080 m de desniacutevel por segmento a inclinaccedilatildeo pode atingir 833 (ABNT

2015)

Figura 39 ndash Dimensionamento de Rampas

Fonte ABNT (2015)

No caso de rampas em curva (Figura 36) deve-se observar o raio miacutenimo de

300 m medidos pelo lato interno da curva e a inclinaccedilatildeo maacutexima de 833 como

mencionado anteriormente

Figura 40 - Planta baixa de rampa em curva

Fonte ABNT (2015)

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Ba

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Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

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a L

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ral

Fach

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ate

ral

Fach

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ronta

l

Co

rte

Lo

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din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 43: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

34

Aleacutem da inclinaccedilatildeo outro aspecto a ser observado no projeto das rampas eacute a

largura que deve ser dimensionada de acordo com o fluxo de pessoas Mas de modo

geral recomenda-se a largura miacutenima de 150m para rampas acessiacuteveis podendo

atingir o miacutenimo admissiacutevel de 120 m

Nas escadas e rampas devem ser instalados corrimatildeos laterais a 092 e 070

m do piso (Figura 37) sendo contiacutenuos nos patamares e prolongar-se no miacutenimo 030

m nas extremidades onde teratildeo acabamento recurvado

Figura 41 ndash Dimensotildees de corrimatildeos

Fonte ABNT (2015)

O projeto do Centro de Terapias Alternativas objeto de estudo desse trabalho

deveraacute apresentar acessibilidade universal de acordo com as norma apresentada

anteriormente Para atingir esse objetivo as diferenccedilas de niacuteveis seratildeo conectadas

exclusivamente por rampas facilitando a circulaccedilatildeo de pessoas com mobilidade

reduzida e assim evitando a possiacutevel segregaccedilatildeo caso escadas tambeacutem fossem

utilizadas

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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50

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

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ral

Fach

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ate

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Fach

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a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 44: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

35

5 HISTOacuteRICO DO TEMA

Documentos histoacuterico colocam que a inserccedilatildeo do cavalo em processos

terapecircuticos data de 458-370 AC quando o grego Hipoacutecrates tido como pai da

medicina fez referecircncia agrave equitaccedilatildeo como fator regenerador da sauacutede (Freire 1999)

Em 124-40 AC Asclepiacuteades meacutedico grego da Pruacutessia utilizava a equitaccedilatildeo como

tratamento de certos tipos de paralisia De acordo com Campos (2007) Francisco Fuller

em 1704 descrevia a praacutetica equestre como um meacutetodo para o tratamento da hipocondria

A equitaccedilatildeo terapecircutica para crianccedilas com necessidade especial foi realizada

pela primeira vez segundo a bibliografia especializada pela fisioterapeuta Eilset

Bodtker na Noruega Em 1967 foi fundado o primeiro centro de equitaccedilatildeo para

pessoas com deficiecircncias nos Estados Unidos (HASKIN et al 1974) Estima-se que

atualmente mais de 30 paiacuteses adotem esta terapia para tratamentos infantis e

diversos (CIRILLO 2001 LIPORONI e OLIVEIRA 2005 BARRETO et al 2007)

No Brasil a equoterapia teve origem no ano de 1971 com a fisioterapeuta

brasileira Gabriele B Walter comeccedilou a atuar na aacuterea (ANDE 2014) A profissional

trouxe as primeiras experiecircncias da terapia mencionada praticando-as no estado de

Satildeo Paulo sob as condiccedilotildees de implantaccedilatildeo dessa nova praacutetica terapecircutica aliando

a sua formaccedilatildeo com a extensa experiecircncia com equinos Mas a maior praacutetica dessa

terapia no paiacutes ganhou vulto sobretudo agrave partir de 1989 quando Leacutelio de Castro Cirillo

Coronoel da Cavalaria do Exeacutercito apoacutes uma viagem agrave Europa juntamente com sua

equipe para aprofundamento nos estudos na referida terapia fundaram a ANDE-

BRASIL (Associaccedilatildeo Nacional de Equoterapia) na Granja do Torto em Brasiacutelia

Atualmente a entidade eacute a mais importante dessa terapia no paiacutes (CIRILLO 2001)

Quase uma deacutecada depois em 1997 o Conselho Federal de Medicina

reconheceu a equoterapia como um meacutetodo cientiacutefico de terapia (LERMONTOV

2004)

Segundo definiccedilatildeo da ANDE-BRASIL (2015) um centro de Equoterapia eacute uma

entidade juriacutedica que deve dispor de instalaccedilotildees fiacutesicas e equipamentos adequados

e ter uma equipe miacutenima de profissionais habilitado tais como psicoacutelogo

fisioterapeuta e profissional de Equitaccedilatildeo Aleacutem desses deve contar com um meacutedico

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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49

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LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15

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50

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 45: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

36

responsaacutevel pela avaliaccedilatildeo inicial dos pacientes e guias e tratadores habilitados para

os tratos dos cavalos devidamente treinados para tal funccedilatildeo

Atualmente no Brasil existem cerca de 280 centros de equoterapia espalhados

seu territoacuterio (SOARES ET AL 2013) No estado do Rio Grande do Sul mais

precisamente estatildeo vinculados agrave ANDE- Brasil 34 centros de equoterapia um deles

estaacute localizado no IFRS- Campus Sertatildeo apresentado anteriormente nos estudos de

caso (OLIVEIRA 2015)

Nas instalaccedilotildees dos centros existentes no Brasil de uma maneira geral

percebe-se a falta de atenccedilatildeo funccedilatildeo a ser desenvolvida e consequentemente com a

arquitetura destes espaccedilos Normalmente os edifiacutecios onde ocorrem as praacuteticas foram

originalmente concebidos para outras atividades e passaram por adaptaccedilotildees e

reformas posteriores O centro instalado no IFRS-Sertatildeo eacute um dos poucos que foi

construiacutedo para esse fim mas apesar disso natildeo apresenta os ambientes necessaacuterios

ao ciclo completo de atendimento aos alunos Tambeacutem carece de abertura ao exterior

jaacute que um dos pressupostos da equoterapia eacute o contato fiacutesico e visual com a natureza

No cenaacuterio brasileiro atual um projeto elaborado pela agecircncia norte-americana

LCE Architects para um Centro de Equoterapia na cidade de Barretos-SP apresenta

uma nova forma de pensar estas instalaccedilotildees (Figura 42) Constituiacutedo de um bloco

coberto contendo as salas de atendimento e recepccedilatildeo e um picadeiro interno coberto

por uma estrutura metaacutelica sustentada por esbeltos pilares metaacutelicos em ldquoVrdquo o projeto

propotildee uma espaccedilo para a praacutetica da terapia em local protegido das intempeacuteries mas

sem perder a relaccedilatildeo fiacutesica e visual com a natureza e o entorno da edificaccedilatildeo

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

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MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 46: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

37

Figura 42 - Centro de Equoterapia Independentes Barretos Satildeo Paulo

Fonte LCE Architects (2015)

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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httpwwwequoterapiaorgbrsiteequoterapiaphp Acessado em 10 de outubro de 2015

CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015

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49

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HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015

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KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature

Connection Washington DC Island Press 2005

LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

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MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

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SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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53

Fach

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ronta

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 47: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

38

6 CONCEITO

Na praacutetica da equoterapia o contato com os cavalos desperta nos alunos uma

melhora da auto-estima autoconfianccedila e novas formas de socializaccedilatildeo Aleacutem disso o

contato com a natureza e a praacutetica da equitaccedilatildeo ao ar livre promovem o bem-estar

dos mesmos Partindo desse pressuposto o conceito proposto eacute a relaccedilatildeo direta da

edificaccedilatildeo com a natureza por meio das vistas para a parte externa paacutetios internos e

materiais naturais

61 CARTA DE INTENCcedilOtildeES

Pretende-se projetar uma edificaccedilatildeo constituiacuteda de materiais locais como

madeira e argila buscando oferecer aos ocupantes a sensaccedilatildeo de estar em meio agrave

natureza mesmo no interior edifiacutecio O edifiacutecio apresentaraacute uma composiccedilatildeo dinacircmica

para convidar os ocupantes agrave exploraccedilatildeo promovendo sua independecircncia

62 ENTORNO

Considerando a horizontalidade das edificaccedilotildees no entorno do terreno onde

seraacute implantado o projeto entendida pela extensa aacuterea do campus a edificaccedilatildeo se

relacionaraacute com as volumetrias do entorno por ser horizontalizada no intuito de

diminuir a necessidade de circulaccedilotildees verticais favorecendo assim a acessibilidade

do puacuteblico alvo mesmo sabendo que pessoas com deficiecircncia intelectual e muacuteltiplas

nem sempre apresentam alguma deficiecircncia fiacutesica

63 HERANCcedilA CULTURAL

Com o uso de materiais locais pretende-se criar uma relaccedilatildeo com a natureza

Dentre estes a madeira seraacute o principal componente da estrutura e dos fechamentos

aproveitando o aspecto caloroso da madeira para criar ambientes acolhedores e

convidativos agrave permanecircncia Segundo Peixe apud Schmid (2005) existem dois tipos

percepccedilatildeo da textura da madeira a taacutetil e a visual transformando-se numa importante

ferramenta de projeto ao gerar imagens mentais emoccedilotildees e sentimentos gerados

pelos estiacutemulos captados pelo tato ou pela visatildeo

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015

CAMPOS Camila S et al Equoterapia ndash O Enfoque Psicoterapecircutico com Crianccedilas Down Monografia Goiacircnia 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwequoterapiaorgbrtrabalhos24102031pdfgt Acesso em 28 ago 2015

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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015

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LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15

MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

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50

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SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 48: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

39

64 CARACTERIacuteSTICAS DO SIacuteTIO

A presenccedila de vegetaccedilatildeo em duas das quatro laterais do terreno reforccedila a ideia

de contato com a natureza expressa no conceito A leve declividade no sentido

longitudinal (cerca de 10) natildeo apresenta problemas para a acessibilidade e seraacute

aproveitada para permitir a contemplaccedilatildeo dos espaccedilos abertos do terreno ao

espectador que se encontrar na parte mais alta

65 Clientes

O puacuteblico alvo do centro mencionado anteriormente eacute atender a demanda de

atendimento em terapias alternativas na Regiatildeo do Alto Uruguai mais

especificamente os municiacutepios de Sertatildeo Estaccedilatildeo Erebango Ipiranga do Sul Getuacutelio

Vargas Floriano Peixoto Charrua Vila Lacircngaro Aacutegua Santa e Coxilha Os municiacutepios

mencionados contam cerca de 500 alunos com algum grau de

deficiecircncianecessidade especial que precisam de atendimento individualizado que

proporcione sua inserccedilatildeo social educacional

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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49

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50

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 49: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

40

66 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades compreende os espaccedilos destinados agrave recepccedilatildeo

e acompanhamento dos alunos infraestrutura administrativa instalaccedilotildees para

equitaccedilatildeo estaacutebulos para manejo e trato dos cavalos instalaccedilotildees de hortoterapia e

espaccedilos destinados agrave manutenccedilatildeo e funcionamento do Centro de Terapias

alternativas em geral Na tabela 2 situada abaixo encontra-se o preacute-

dimensionamento dos espaccedilos necessaacuterios para o bom funcionamento da edificaccedilatildeo

em questatildeo

67 PREacute-DIMENSIONAMENTO

Setor Nome do compartimento Mobiliaacuterio necessaacuterio Aacuterea uacutetil

em msup2

ADM Hall

Balcatildeo atendimento Sofaacutes

Pufs Mesa 20 Cadeiras 3500

Copa Pia Mesa Balcatildeo e Frigobar 550

Direccedilatildeo Escrivaninha cadeiras

armaacuterio 920

Secretaria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 920

Tesouraria Escrivaninha cadeiras

armaacuterio arquivo 900

Banheiro 475

Almoxarifado Armaacuterios Balcatildeo prateleira 600

DML Armaacuterio Balcatildeo 300

Sala Reuniotildees Mesa tela de projeccedilatildeo 1800

TERAPIA

Interior Cons Fisioterapia

Mesa armaacuterio arquivo

cadeiras 1250

Sala Psicomotricidade Escada 20

Picadeiro interno Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 80000

Arquibancada Bancos Rampas 50

Ateliecircs 10 mesas 30 cadeiras armaacuterio 80

Exterior Picadeiro Externo

Toneacuteis Cerca Cavaletes

Rampas para montaria 800

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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49

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MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Pla

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53

Fach

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54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 50: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

41

Horta Canteiro com salada legumes 300

Piquete Cochos drsquoaacutegua e raccedilatildeo 1600

Jardim Sensorial Canteiros com flores

arbustos aacutervores frutiacuteferas 200

Playground Gangorra balanccedilos 120

Estufa Canteiros 40

SERVICcedilO

Refeitoacuterio Buffet mesas para 30 pessoas 4500

Cozinha

Fogatildeo Forno a gaacutes Pia com

duas cubas balcatildeo de

trabalho armaacuterio

2100

Vestiaacuterio Armaacuterios cabides bancos 900

Banheiros PMR (alunos) Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios

Banheiro Funcionaacuterios Bacias sanitaacuterias lavatoacuterios 1100

Aacuterea de Serviccedilo Maacutequina de lavar tanque

armaacuterio 75

MANEJO

Sala Tratadores

3 Cadeiras Escrivaninha

Armaacuterio Frigobar Cama 1300

Vestiaacuterio Banco Armaacuterio Cabideiro 500

Banheiro Bacia Sanitaacuteria pia Chuveiro 375

Depoacutesito Feno e Raccedilatildeo Estrados de madeira Caixas

para raccedilatildeo 1000

Almoxarifado Freezer Armaacuterios Cadeira

Mesa 600

Sala Ferragem Armaacuterio Brete 1200

Banho e escova Armaacuterios tanque 1200

Baias (x8) Cocho drsquoaacutegua cocho raccedilatildeo 1200 (x8)

Sub Total do Setor 15525

Aacuterea Total interna 130515

Tabela 2 ndash Preacute-dimensionamento dos espaccedilos do Centro de Terapias Alternativas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE EQUOTERAPIA (ANDE)-Brasil 2014 Disponiacutevel em

httpwwwequoterapiaorgbrsiteequoterapiaphp Acessado em 10 de outubro de 2015

CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015

CAMPOS Camila S et al Equoterapia ndash O Enfoque Psicoterapecircutico com Crianccedilas Down Monografia Goiacircnia 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwequoterapiaorgbrtrabalhos24102031pdfgt Acesso em 28 ago 2015

BLACK BURN ARCHITECTS Northern Virginia Therapeutic Riding Program Virginia 2012 Disponiacutevel em lthttpblackburnarchcomcategoryproject-portfolio Acesso em 12082015

DANIEL David Timber Architecture 10 Benefits of Wood Based Designs Disponiacutevel em httpfreshomecom20140127timber-architecture-9-benefits-wood-based-designsixzz3pbN6IFUR Acesso em 22 de outubro de 2015 DIEFENBACH C V V Instituto Federal Do Rio Grande Do Sul Cacircmpus Sertatildeo memoacuterias da cultura escolar atraveacutes das narrativas de egressos do curso teacutecnico em agropecuaacuteria (1972-2010) Unisinos Satildeo Leopoldo 2013 GREEN Michael C The case for tall wood buildings How Mass Timber Offers a Safe Economical and Environmentally Friendly Alternative for Tall Building Structures Vancouver Canadian Wood Council 2012 240 p

FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015

IFRS-SERTAtildeO O Campus Disponiacutevel em httpwwwsertaoifrsedubrsiteconteudophpcat=4 Acesso em 29 de agosto 2015

JOYE Y Architectural Lessons From Environmental Psychology The Case of Biophilic Architecturerdquo Review of General Psychology 11 305ndash328 2007 SANTOS S L M Fisioterapia na equoterapia anaacutelise de seus efeitos sobre o portador de necessidades especiais Aparecida Ideacuteias e Letras 2005

KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature

Connection Washington DC Island Press 2005

LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15

MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

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Fach

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a L

ate

ral

Fach

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a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 51: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

42

68 FLUXOGRAMA

Figura 43 - Fluxograma da proposta

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

ASSOCIACcedilAtildeO NACIONAL DE EQUOTERAPIA (ANDE)-Brasil 2014 Disponiacutevel em

httpwwwequoterapiaorgbrsiteequoterapiaphp Acessado em 10 de outubro de 2015

CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015

CAMPOS Camila S et al Equoterapia ndash O Enfoque Psicoterapecircutico com Crianccedilas Down Monografia Goiacircnia 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwequoterapiaorgbrtrabalhos24102031pdfgt Acesso em 28 ago 2015

BLACK BURN ARCHITECTS Northern Virginia Therapeutic Riding Program Virginia 2012 Disponiacutevel em lthttpblackburnarchcomcategoryproject-portfolio Acesso em 12082015

DANIEL David Timber Architecture 10 Benefits of Wood Based Designs Disponiacutevel em httpfreshomecom20140127timber-architecture-9-benefits-wood-based-designsixzz3pbN6IFUR Acesso em 22 de outubro de 2015 DIEFENBACH C V V Instituto Federal Do Rio Grande Do Sul Cacircmpus Sertatildeo memoacuterias da cultura escolar atraveacutes das narrativas de egressos do curso teacutecnico em agropecuaacuteria (1972-2010) Unisinos Satildeo Leopoldo 2013 GREEN Michael C The case for tall wood buildings How Mass Timber Offers a Safe Economical and Environmentally Friendly Alternative for Tall Building Structures Vancouver Canadian Wood Council 2012 240 p

FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015

IFRS-SERTAtildeO O Campus Disponiacutevel em httpwwwsertaoifrsedubrsiteconteudophpcat=4 Acesso em 29 de agosto 2015

JOYE Y Architectural Lessons From Environmental Psychology The Case of Biophilic Architecturerdquo Review of General Psychology 11 305ndash328 2007 SANTOS S L M Fisioterapia na equoterapia anaacutelise de seus efeitos sobre o portador de necessidades especiais Aparecida Ideacuteias e Letras 2005

KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature

Connection Washington DC Island Press 2005

LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15

MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

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to T

eacuterr

eo

Pla

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Fach

ad

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Fach

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ronta

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Co

rte

Lo

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Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

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ece

pccedilatilde

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Page 52: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

43

69 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

Proposta 01 ndash Composiccedilatildeo Linear

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade O alinhamento dos setores proposto no zoneamento

acima corresponde agrave sequecircncia de atividades que seratildeo

desenvolvidas pelo puacuteblico alvo no uso da edificaccedilatildeo

poreacutem o acesso principal nas extremidades resulta em

problemas de fluxo interno

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees Apesar de apresentar pontos negativos quanto aos

aspectos construtivos a localizaccedilatildeo do acesso numa das

extremidades dificulta a separaccedilatildeo dos fluxos internos

EQUOTERAPIA (EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

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Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

47

7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

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MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

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Ba

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Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

53

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a L

ate

ral

Fach

ad

a F

ronta

l

Co

rte

Lo

ng

itu

din

al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 53: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

44

Proposta 02 ndash Distribuiccedilatildeo aglomerada

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade A composiccedilatildeo aglomerada dos setores tendo como ponto

central a arena interna de equitaccedilatildeo permite uma boa

separaccedilatildeo entre os setores Poreacutem a aacuterea de equitaccedilatildeo

interna pode ficar parcialmente enclausurada o que natildeo eacute

coerente com o conceito do projeto que visa a relaccedilatildeo

interiorexterior Aleacutem disso considerando os ventos

dominantes a localizaccedilatildeo do estaacutebulo pode acarretar a

deriva de odores indesejaacuteves ateacute a edificaccedilatildeo principal

Forma A forma obtida por meio dessa disposiccedilatildeo dos setores natildeo

se adequa ao formato do terreno que eacute estreito Nesse

caso a edificaccedilatildeo poderaacute dividir o terreno ao meio o que

natildeo eacute desejaacutevel

Sistema construtivo Natildeo apresenta limitaccedilotildees para o sistema construtivo

Conclusotildees A incoerecircncia da disposiccedilatildeo dos setores em relaccedilatildeo ao

formato do terreno mostra que o zoneamento proposto

natildeo otimiza o uso do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

HORTOTERAPIA

(EXTERIOR)

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ES

TAacute

BU

LO

PICADEIRO EXTERNO SETOR

TERAPEcircUTICO E DE EQUITACcedilAtildeO

N

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

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7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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httpwwwequoterapiaorgbrsiteequoterapiaphp Acessado em 10 de outubro de 2015

CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015

CAMPOS Camila S et al Equoterapia ndash O Enfoque Psicoterapecircutico com Crianccedilas Down Monografia Goiacircnia 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwequoterapiaorgbrtrabalhos24102031pdfgt Acesso em 28 ago 2015

BLACK BURN ARCHITECTS Northern Virginia Therapeutic Riding Program Virginia 2012 Disponiacutevel em lthttpblackburnarchcomcategoryproject-portfolio Acesso em 12082015

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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015

IFRS-SERTAtildeO O Campus Disponiacutevel em httpwwwsertaoifrsedubrsiteconteudophpcat=4 Acesso em 29 de agosto 2015

JOYE Y Architectural Lessons From Environmental Psychology The Case of Biophilic Architecturerdquo Review of General Psychology 11 305ndash328 2007 SANTOS S L M Fisioterapia na equoterapia anaacutelise de seus efeitos sobre o portador de necessidades especiais Aparecida Ideacuteias e Letras 2005

KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature

Connection Washington DC Island Press 2005

LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15

MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

51

APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

52

Pla

nta

Ba

ixa

Pa

vim

en

to T

eacuterr

eo

Pla

nta

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ixa

Pa

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Pla

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ronta

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al

54

Fachada Lateral

Volumetria

Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

55

Ha

llR

ece

pccedilatilde

o

Page 54: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

45

Proposta 03 ndash Configuraccedilatildeo Linear com acesso pelo meio da edificaccedilatildeo

LEGENDA

Criteacuterios Avaliaccedilatildeo

Funcionalidade Com o acesso principal da edificaccedilatildeo localizado no centro

do terreno em seu sentido longitudinal melhora a

conexatildeo dos espaccedilos facilitando a criaccedilatildeo de vaacuterios eixos

de circulaccedilatildeo internos

Forma A disposiccedilatildeo linear dos espaccedilos corresponde ao formato

do terreno permitindo uma faacutecil leitura da edificaccedilatildeo pelo

transeunte

Sistema construtivo A concentraccedilatildeo dos espaccedilos em uma uacutenica edificaccedilatildeo

(exceto o estaacutebulo) facilita a criaccedilatildeo de uma modulaccedilatildeo

estrutural importante quesito na construccedilatildeo de

edificaccedilotildees em madeira

Conclusotildees A proposta acima eacute a que melhor atende a funcionalidade

do projeto aleacutem de acarretar um melhor aproveitamento

da aacuterea do terreno

EQUOTERAPIA

(EXTERIOR)

SOCIAL

SETOR TERAPEcircUTICO

SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR DE SERVICcedilO

ESTACIONAMENTO

ACESSO PUacuteBLICO EM GERAL

ACESSO SERVICcedilO

ESTAacuteBULO

PICADEIRO EXTERNO

SETOR TERAPEcircUTICO E

DE EQUITACcedilAtildeO

JARDIM SENSORIAL

HORTOTERAPIA

N

46

610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

N

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7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

48

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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CASTANHEIRA Carlos BASTAI Maria Clara Centro Equestre - Empreendimento Agro-pecuaacuterio Disponiacutevel em lt httpwwwcarloscastanheiraptptarquitecturaprojectoscentro-hipico-empreendimento-agro-pecuariogt Acesso em 3 de setembro de 2015

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DANIEL David Timber Architecture 10 Benefits of Wood Based Designs Disponiacutevel em httpfreshomecom20140127timber-architecture-9-benefits-wood-based-designsixzz3pbN6IFUR Acesso em 22 de outubro de 2015 DIEFENBACH C V V Instituto Federal Do Rio Grande Do Sul Cacircmpus Sertatildeo memoacuterias da cultura escolar atraveacutes das narrativas de egressos do curso teacutecnico em agropecuaacuteria (1972-2010) Unisinos Satildeo Leopoldo 2013 GREEN Michael C The case for tall wood buildings How Mass Timber Offers a Safe Economical and Environmentally Friendly Alternative for Tall Building Structures Vancouver Canadian Wood Council 2012 240 p

FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Sertatildeo dados gerais do municiacutepio Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphplang=ampcodmun=432050ampsearch=|sertaogt Acesso em 05 e outubro de 2015

IFRS-SERTAtildeO O Campus Disponiacutevel em httpwwwsertaoifrsedubrsiteconteudophpcat=4 Acesso em 29 de agosto 2015

JOYE Y Architectural Lessons From Environmental Psychology The Case of Biophilic Architecturerdquo Review of General Psychology 11 305ndash328 2007 SANTOS S L M Fisioterapia na equoterapia anaacutelise de seus efeitos sobre o portador de necessidades especiais Aparecida Ideacuteias e Letras 2005

KELLERT S R Building for Life Designing and Understanding the Human-Nature

Connection Washington DC Island Press 2005

LANDMANN J As medicinas alternativas mito embuste ou ciecircncia ndash homeopatia medicina herbal acupuntura meditaccedilatildeo ioga biofeedback e cura pela feacute Rio de Janeiro (RJ) Guanabara 1989

LIPORONI Gabriela F OLIVEIRA Ana P R Equoterapia Como Tratamento Alternativo Para Pacientes Com Sequelas Neuroloacutegicas Investigaccedilatildeo -Revista Cientiacutefica da Universidade de Franca Franca (SP) v 5 n 16 jan 2003 dez 2005 MARUYAMA W I Principais Produtos Hortiacutecolas In Produccedilatildeo de Hortaliccedilas Irrigadas em Pequenas Propriedades Rurais Uni-Graf ndash Cassilacircndia MS 2005 p 7-15

MEDEIROS Milena DIAS E Equoterapia bases e fundamentos Rio de Janeiro Revinter 2002

NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

50

OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

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TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

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APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

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610 ZONEAMENTO ESCOLHIDO

Dentre as trecircs propostas de zoneamento a que melhor se enquadra na

configuraccedilatildeo do terreno e disposiccedilatildeo dos espaccedilos eacute a proposta 3 (Figura 41) O

acesso principal pelo meio da edificaccedilatildeo ao lado da Rua do Acesso principal permite

a separaccedilatildeo dos setores de Terapia e Serviccedilo permitindo consequentemente uma

separaccedilatildeo da circulaccedilatildeo dos alunos e dos funcionaacuterios Aleacutem disso o acesso principal

torna-se um encontro de dois eixos perpendiculares de circulaccedilatildeo assim esse espaccedilo

que se apresenta como um ponto nodal no projeto apresentaraacute um tratamento

arquitetocircnico diferenciado

Figura 44 ndash Estudo exploratoacuterio de manchas

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

A localizaccedilatildeo do estacionamento tambeacutem contribui para um maior aproveitamento do

terreno Na localizaccedilatildeo indicada acima natildeo haacute tracircnsito de veiacuteculos no interior do terreno o

estacionamento eacute acessado diretamente pela rua do Acesso Secundaacuterio

A disposiccedilatildeo dos setores de serviccedilo e de manejo proacuteximos agrave rua lateral permitem

que essa seja usada para o tracircnsito de veiacuteculos de serviccedilo distanciando-os da fachada

principal na rua do Acesso Secundaacuterio

Rua do Acesso Secundaacuterio

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7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

Os estudos de zoneamento programa de necessidades concepccedilatildeo de formas

curvas em madeira e conceitos de design biofiacutelico realizados ao longo desse trabalho

seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

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8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9050 ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 9077 AMERICAN HORTICULTURAL THERAPY ASSOCIATION (AHTA) Horticultural Therapy ndash History and practice Disponiacutevel em lt httpahtaorghorticultural-therapygt Acesso em 22 setembro 2015 ARCHDAILY BRASIL Centro Equestre Carlos Castanheira amp Clara Bastai Disponiacutevel em lt httpwwwarchdailycombrbr762752centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastaigt Acesso em 28 setembro de 2015 ARNAUD D K L et al Produccedilatildeo de hortas orgacircnicas como instrumento de terapia ocupacional para os usuaacuterios do CAPS IFPB Joatildeo Pessoa 2012

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APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

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7 CONCLUSOtildeES

Como colocados nos objetivos iniciais do presente trabalho percebe-se a

necessidade e a viabilidade da construccedilatildeo de um Centro de Terapias Alternativas nas

dependecircncias do IFRS-Sertatildeo justificado pela alta demanda regional por esse tipo de

tratamento natildeo atendida pelo atual Centro de Equoterapia o qual natildeo apresenta

infraestrutura adequada ao bom andamento das praacuteticas de terapia A concepccedilatildeo de

uma edificaccedilatildeo projetada especificamente para a realizaccedilatildeo dos tratamentos contribui

significativamente para melhorar a eficiecircncia dos mesmos e consequentemente o

bem-estar dos ocupantes

De acordo com a revisatildeo bibliograacutefica ficam evidentes os benefiacutecios da utilizaccedilatildeo

da madeira na edificaccedilatildeo proposta tanto pelos efeitos fisiologicamente beneacuteficos jaacute

comprovados como pela sua capacidade em sequestrar carbono colocando assim a

arquitetura como agente na diminuiccedilatildeo de emissatildeo de gases responsaacuteveis pelas

mudanccedilas climaacuteticas

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seratildeo utilizados como base para o desenvolvimento do projeto arquitetocircnico do Centro

de Terapias Alternativas Esses aspectos seratildeo mostrados posteriormente em

formato de plantas baixas cortes e volumetria

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APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

Setorizaccedilatildeo

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8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessaacuterios agrave pratica educativa 31ordm ed Paz e Terra Satildeo Paulo 2005

49

HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

HILL A Guia das medicinas alternativas todos os sistemas de cura natural Satildeo Paulo (SP) Hemus [ sd]

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NATURALLY WOOD Wood in Healthcare a natural choice for enhancing human well-being Setembro de 2012

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SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

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Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

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HASKIN M R ERDMAN II W J BREAM J AVOY C G M Therapeutic horseback riding for the handicapped Philadelphia v 55 n 10 oct 1974

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50

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PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

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APEcircNDICES

Planta de Situaccedilatildeo

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Perspectiva picadeiro de equitaccedilatildeo

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Page 59: FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA … · Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional ... Panorama 1: Área de ... medicina ocidental,

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OLIVEIRA IB Aprendizagens culturais cotidianas cidadania e educaccedilatildeo In OLIVEIRA IB SGARBI P (Org) Redes culturais diversidade e educaccedilatildeo Rio de Janeiro DPampA 2002 p37-56

PEIXE Marco Aureacutelio LICHESKI Laiacutes C O Uso e as Sensaccedilotildees da Madeira no Espaccedilo Interno Universidade Federal do Paranaacute Sd

SERTAtildeO Prefeitura Municipal Histoacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwsertaorsgovbrpagina495historiagt Acesso em 2 outubro de 2015

SOARES Daniela Fonseca Genelhu et al Equoterapia teoria amp praacutetica no Brasil Editora FUNEC 2013 p27-34 e 107-116

TSUNETSUGU Y Y Miyazaki SATO H (2007) Physiological effects in humans Induced by the visual Stimulation of Room Interiors with Different Wood Quantities Journal of Wood Science 53 (1) 11-16

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