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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Eduardo Dahmer Maccarini Teatro municipal multiuso em Passo Fundo/RS Passo Fundo 2017

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Eduardo Dahmer Maccarini

Teatro municipal multiuso em Passo Fundo/RS

Passo Fundo

2017

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Eduardo Dahmer Maccarini

Teatro Municipal Multiuso em Passo Fundo/RS

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação do Professor(a) Mestre em Planejamento Urbano e Regional Linessa Busato.

Passo Fundo

2017

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Eduardo Dahmer Maccarini

Teatro Municipal Multiuso em Passo Fundo

Banca Examinadora

Prof. Mestre Linessa Busato

Orientador(a)

Prof. Mestre Amanda Schüler Bertoni

Membro avaliador

Prof. Dra. Grace Tibério Cardoso

Membro avaliador

Passo Fundo

2017

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer aos meus pais Paulo Cesar Maccarini e Ivone Dahmer Maccarini e

minha irmã Ana Paula Dahmer Maccarini, pelo amor, incentivo e apoio incondicional que

tornaram possível a realização desse curso.

Agradeço aos meus colegas de faculdade pelos anos de amizade e companheirismo,

principalmente as minhas amigas Bruna Lima, Daniella Santos e Priscila Schuster pelos

conselhos, risadas e por estarem sempre comigo e me ajudando nas horas difíceis de

desânimo e cansaço.

Agradeço também aos professores que passaram seus conhecimentos nesses

quatro anos e meio em especial a minha orientadora Linessa Busato pelo carinho,

ensinamentos, disponibilidade e ajuda que prestou, não apenas na elaboração desse

trabalho, mas também em sala de aula e no estágio, fazendo com que eu me torne um

profissional melhor.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte dessa jornada, o meu muito

obrigado.

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RESUMO

O presente estudo propõe a elaboração de projeto de um Teatro Municipal Multiuso

na Cidade de Passo Fundo no estado do Rio Grande do Sul. A cidade recebe dois grandes

eventos, a Jornada Nacional de Literatura e o Festival Internacional de Folclore, além de,

possuir doze grupos teatrais e diversos grupos de dança, porém a cidade não possui locais

adequados, nem espaço que comporte a demanda de público para a realização dos

mesmos, tendo a necessidade de realizar os eventos em estruturas montadas. A partir

dessas informações, efetuou-se uma análise para projetar um teatro municipal multiuso em

Passo Fundo/RS com o objetivo de acolher esses eventos e suprir essa carência por

espaços na cidade.

Palavras-chave: Teatro, Jornada Nacional de Literatura, Festival de Folclore

ABSTRACT

The present study proposes the preparation of a Multipurpose Municipal Theatre in

the city of Passo Fundo in the state of Rio Grande do Sul. The city hosts two major events,

the National Journey of Literature and the International Folklore Festival, in addition, it has

twelve theatrical groups and several dance groups, but the city does not have suitable

places, nor does it have space to accommodate the public demand for holding it, having the

need to perform the events in assembled structures. Based on this information, a analysis

was conducted for the project of a multipurpose municipal theatre in Passo Fundo/RS in

order to host these events and meet this need for space in the city.

Keywords: Theatre, National Journey of Literature, Folklore Festival

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LISTA DE IMAGENS

Imagem 01 - Acidente Festival Internacional de Folclore.......................................................14

Imagem 02 - Parede desaba no Ginásio Teixerinha..............................................................15

Imagem 03 - Frigorífico Z.D.Costi...........................................................................................17

Imagem 04 - Frigorífico Planaltina..........................................................................................17

Imagem 05 - Semeato............................................................................................................17

Imagem 06 - Bairro São Cristovão e as industrias em vermelho...........................................17

Imagem 07 - Tabela com o tempo de reverberação conforme uso.......................................18

Imagem 08 - Placas refletoras................................................................................................19

Imagem 09 - Sombras acústicas............................................................................................19

Imagem 10 - Reflexão sonora no formato retangular e no formato em leque........................20

Imagem 11 - Problema trazido com o formato da sala...........................................................20

Imagem 12 - Exemplo de “mansões” (pageament wagons)...................................................21

Imagem 13 - Exemplo de “mansões” (pageament wagons)...................................................21

Imagem 14 - Desenho de Vitruvius sobre um teatro..............................................................22

Imagem 15 - Teatro Grego.....................................................................................................22

Imagem 16 - Exemplo de teatro arena...................................................................................23

Imagem 17 - Exemplo de teatro elisabetano..........................................................................24

Imagem 18 - Teatro Shakespeare’s Globe.............................................................................24

Imagem 19 - Exemplo de teatro italiano.................................................................................24

Imagem 20 - Exemplo de espaços multiplos..........................................................................24

Imagem 21 - Plano lateral aberto no teatro Oficina................................................................26

Imagem 22 - Plano lateral aberto no teatro Oficina................................................................26

Imagem 23 - Sesc Pompéia...................................................................................................26

Imagem 24 - Teatro Oficina....................................................................................................26

Imagem 25 - Concert Hall Great Amber.................................................................................27

Imagem 26 - Implantação Concert Hall Great Amber............................................................27

Imagem 27 - Local da implantação antes do inicio da obra...................................................28

Imagem 28 - Porto do mar Báltico e ao fundo o Concert Hall Great Amber..........................28

Imagem 29 - Planta baixa mostrando separação do público e privado.................................29

Imagem 30 - Sala de concertos..............................................................................................29

Imagem 31 - Organograma do Concert Hall Great Amber.....................................................30

Imagem 32 - Estrutura do Concert Hall Great Amber.............................................................31

Imagem 33 - Imagem mostrando a forma e ao fundo o porto................................................31

Imagem 34 - Implantação da Casa da Música em Portugal...................................................32

Imagem 35 - Escadaria da entrada na lateral sul...................................................................32

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Imagem 36 - Platô com comércio...........................................................................................32

Imagem 37 - Corte da edificação mostrando a organização interna......................................33

Imagem 38 - Protótipo mostrando subtrações feitas pelo arquiteto.......................................34

Imagem 39 - Edificações ao lado da Casa da Música...........................................................34

Imagem 40 - Sala de concertos e ao fundo a abertura em vidro ondulado...........................34

Imagem 41 - Sala VIP revestida em ladrilho português.........................................................34

Imagem 42 - Vista aérea do parque Farroupilha em Porto Alegre........................................35

Imagem 43 - Implantação do auditório Araújo Vianna...........................................................35

Imagem 44 - Planta baixa do auditório Araújo Vianna...........................................................36

Imagem 45 - Auditório sendo usado como anfiteatro.............................................................37

Imagem 46 - Auditório Araújo Vianna após instalação da cobertura.....................................37

Imagem 47 - Mapa do Rio Grande do Sul destacando a cidade de Passo Fundo................38

Imagem 48 - Mapa da cidade de Passo Fundo destacando o bairro São Cristovão.............38

Imagem 49 - Imagem do Terreno no bairro São Cristovão....................................................39

Imagem 50 - Mapa Nolli..........................................................................................................40

Imagem 51 - Mapa de uso do solo.........................................................................................40

Imagem 52 - Mapa de gabarito de alturas..............................................................................41

Imagem 53 - Mapa de rede viária e mobilidade urbana.........................................................42

Imagem 54 - Mapa da rede de água fornecida pela CORSAN..............................................42

Imagem 55 - Mapa de esgoto pluvial......................................................................................43

Imagem 56 - Mapa de rede elétrica........................................................................................44

Imagem 57 - Árvores no terreno.............................................................................................44

Imagem 58 - Mapa de vegetação...........................................................................................45

Imagem 59 - Terreno com suas respectivas dimensões........................................................46

Imagem 60 - Terreno com suas curvas de nível....................................................................46

Imagem 61 - Terreno em 3D com suas curvas de nível........................................................47

Imagem 62 - Ventos dominantes, orientação solar e vegetação existente...........................47

Imagem 63 - Fotos do entorno do terreno.............................................................................48

Imagem 64 - Skyline das casas adjacentes ao terreno.........................................................49

Imagem 65 - Mapa do zoneamento urbano de Passo Fundo................................................50

Imagem 66 - Tabela de dimensionamento de rampas...........................................................52

Imagem 67 - Cálculo para ângulo de visão do P.C.R............................................................53

Imagem 68 - Dimensões mínimas de lugar para P.C.R.........................................................53

Imagem 69 - Croqui da cobertura prevista para o teatro........................................................56

Imagem 70 - Palco reversível teatro Erotídes de Campos.....................................................57

Imagem 71 - Área externa New World Symphony.................................................................57

Imagem 72 - Terreno marcando a entrada de pedestre e a entrada para o subsolo.............58

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Imagem 73 - Foto do terreno sem passeio público................................................................58

Imagem 74 - Foto da rua adjacente ao terreno......................................................................58

Imagem 75 - Faixa de segurança elevada.............................................................................58

Imagem 76 - Rua Santa Catarina...........................................................................................58

Imagem 77 - Organograma....................................................................................................60

Imagem 78 - Fluxograma.......................................................................................................61

Imagem 79 - Zoneamento escolhido......................................................................................62

Imagem 80 - Segunda proposta de zoneamento...................................................................62

Imagem 81 - Terceira proposta de zoneamento....................................................................63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Programa de necessidades................................................................................28

Quadro 02 - Programa de necessidades................................................................................28

Quadro 03 - Programa de necessidades................................................................................28

Quadro 04 - Programa de necessidades................................................................................32

Quadro 05 - Programa de necessidades................................................................................35

Quadro 06 - Programa de necessidades................................................................................59

Quadro 07 - Programa de necessidades................................................................................59

Quadro 08 - Programa de necessidades................................................................................59

Quadro 09 - Programa de necessidades................................................................................60

Quadro 10 - Programa de necessidades................................................................................60

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO................................................................................................12

1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO.............................................................................12

1.2 TEMA DO PROJETO............................................................................................12

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO................................................12

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................16

2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO............................................................................16

2.2 HISTÓRICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO BAIRRO SÃO CRISTOVÃO...........16

2.3 ACÚSTICA PARA TEATROS...............................................................................18

2.4 HISTÓRIA DO TEATRO.......................................................................................20

2.4.1 VITRUVIUS.............................................................................................22

2.4.2 TIPOLOGIAS DE TEATROS..................................................................23

2.5 LINA BO BARDI....................................................................................................25

2.6 ESTUDOS DE CASO............................................................................................27

2.6.1 Estudo de caso 01: Concert Hall Great Amber..................................27

2.6.1.1 Autor e localização do projeto..................................................27

2.6.1.2 Implantação..............................................................................27

2.6.1.3 Programa de Necessidades.....................................................28

2.6.1.4 Funcionalidade.........................................................................29

2.6.1.5 Forma.......................................................................................30

2.6.2 Estudo de caso 02: Casa da Música...................................................31

2.6.2.2 Implantação..............................................................................31

2.6.2.3 Programa de Necessidades.....................................................32

2.6.2.4 Funcionalidade.........................................................................33

2.6.2.5 Forma.......................................................................................33

2.6.3 Estudo de caso 03: Auditório Araújo Vianna.....................................35

2.6.3.1 Autor e localização do projeto..................................................35

2.6.3.2 Implantação..............................................................................35

2.6.3.3 Programa de Necessidades.....................................................35

2.6.3.4 Funcionalidade.........................................................................36

2.6.3.5 Forma.......................................................................................36

2.6.4 Considerações finais..........................................................................37

CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO...........................................38

3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO.............................................................................38

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL....................................................................38

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3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES......................39

3.4 INFRAESTRUTURA URBANA.............................................................................41

3.4.1 Rede Viária.............................................................................................41

3.4.2 Rede de água.........................................................................................42

3.4.3 Rede de esgoto cloacal e pluvial............................................................43

3.4.4 Rede de energia.....................................................................................43

3.4.5 Vegetações urbanas...............................................................................44

3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO........................................45

3.5.1 Dimensões do terreno............................................................................45

3.5.2 topografia...............................................................................................46

3.5.3 Projeção de sombra, ventos dominantes, orientação solar e vegetação

existente.....................................................................................................................47

3.5.4 Visuais do terreno e entorno imediato (skyline)....................................48

3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS................................................49

3.6.1 Plano diretor...........................................................................................50

3.6.2 Código de obras.....................................................................................50

3.6.3 NBR 9050...............................................................................................52

3.6.4 NBR 9077...............................................................................................54

CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS..................................................56

4.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................56

4.2 CONCEITO DO PROJETO..................................................................................56

4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA.......................................................................56

4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS.............................................................................58

CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL.........................................................................................59

5.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................59

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES.....................................................................59

5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA.....................................................................60

5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO......................................................................61

CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO................................................................................................64

CAPÍTULO 7: REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................65

ANEXOS

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO

O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para o

desenvolvimento de um projeto de teatro municipal multiuso. Logo, seu objetivo

geral é projetar para a cidade de Passo Fundo um espaço adequado para

apresentações teatrais e a realização das Jornadas Literárias e o Festival

Internacional de Folclore. Enquanto seus objetivos específicos são: projetar salas

para oficinas de música, dança e dramaturgia, além de anfiteatro e áreas de lazer

múltiplo uso no espaço externo.

1.2 TEMA DO PROJETO

Teatro municipal multiuso, que contará com diferentes usos como: espaço

para apresentações diversas tanto artísticos como musicais, anfiteatro para unir a

comunidade com o espaço aberto do teatro, conservatório musical para aprendizado

de instrumentos, aulas de dramaturgia e dança e área de lazer múltiplo para a

comunidade do bairro São Cristovão, Passo Fundo e região.

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO

Passo Fundo localiza-se no norte do estado do Rio Grande do Sul,

considerada a maior cidade do norte do estado, segundo IBGE (2016), conta com

população estimada em 197.798 mil e área territorial de 783,421km², conhecida pela

saúde e ensino superior na cidade, além de ser Capital Nacional da Literatura é

também sede do Festival Internacional de Folclore, consolidando-se como um pólo

cultural brasileiro conforme Prefeitura Municipal de Passo Fundo, entretanto a

cidade não tem um espaço adequado para estes eventos e apresentações teatrais e

culturais.

A Jornada Nacional de Literatura, que está em sua 16ª edição e a Jornadinha

em sua 8ª edição, contará em 2017 com a estimativa de 20 mil crianças e 2 mil

adultos que comparecerão no evento nos cinco dias do evento, atraindo escritores

do Brasil e do mundo. De acordo com Paulo Dutra (2016), presidente e realizador do

Festival Internacional de Folclore, em 2016 na 13ª edição contou com 108 mil

espectadores nos nove dias em que aconteceu o evento.

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Passo Fundo conta com dois teatros de pequeno porte, o teatro do SESC

com capacidade para 346 espectadores sentados e o teatro centenário Múcio de

Castro. O segundo tombado em setembro de 1990 como patrimônio histórico da

cidade, já serviu para várias funções como quartel, câmara dos vereadores e teatro

na década de 90, passando por um restauro e requalificação em 2015, conta com

capacidade para 170 espectadores sentados.

Conforme o plano municipal de cultura de Passo Fundo (2016), a cidade

possui doze grupos de teatro organizados em duas entidades, a Associação dos

Profissionais de Teatro (APT) e a união Passo-fundense de Artes Cênicas (UPAC),

além da, Associação Passo-fundense de Dança que integra diversas companhias,

onde no mesmo citam o desejo de ter um espaço cultural maior na cidade onde

comporte um número expressivo de espectadores e cursos de formação e

profissionalização da área.

Atualmente as jornadas de literatura e o festival de folclore internacional são

realizadas em um espaço provisório montado para estes eventos com estrutura

metálica e fechamento em lona plástica. A jornada é realizada em um terreno cedido

pela universidade de Passo Fundo e realizado dentro da mesma, enquanto o folclore

acontece em um terreno privado ao lado do parque da Gare locado pela prefeitura

de Passo Fundo. Ambas as situações não proporcionam conforto acústico e térmico

adequado aos usuários.

Em 2016 na 13ª edição do folclore internacional as condições climáticas e a

ventania fizeram com que parte da lona levantasse, cancelando o evento pela

manhã para maior integridade e segurança das delegações que iriam se apresentar

e dos espectadores. Na imagem abaixo pode-se observar a estrutura que abrigaria o

festival em 2017 e o evento que acarretou no cancelamento.

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Imagem 1: Acidente Festival Internacional de Folclore.

Fonte: Rádio Uirapuru, acesso em: 17/08/2017.

O ginásio Teixerinha inaugurado em 2004, custando 12 milhões de reais tem

lugar para aproximadamente 8 mil pessoas, foi construído para eventos

poliesportivos e musicais. Foi utilizado para poucas apresentações de artistas

brasileiros, pois desde o inicio apresentou mau estruturamento e problemas

técnicos, sendo interditado e permanecendo bom tempo sem uso, alvo de

vandalismos e roubos. Em 2015, o Esporte clube Gaúcho assumiu a administração

sobre o ginásio tornando-o privado, com a função de restaurar a edificação.

Segundo reportado pelo site clickRBS, em 2013 em consequencia de um mau

tempo parte da fachada do Ginásio Teixerinha desabou interditando a área, na

semana seguinte ao episódio ocorrido, em uma partida de vôlei que estava

acontecendo no local, a grade da arquibancada se rompeu fazendo com que

algumas pessoas caíssem e três adolescentes ficassem feridos. Na imagem abaixo

pode ser observado o trecho em que a fachada desabou.

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Imagem 2: Parede desaba no Ginásio Teixerinha.

Fonte: clickRBS Passo Fundo, acesso em: 22/08/2017.

Como visto os espaços existentes em Passo fundo não comportam a grande

demanda de público que frequenta a jornada de literatura e o festival de folclore

internacional impossibilitando a realização dos mesmos nos espaços disponíveis,

fazendo com que seja necessário o uso de estruturas montadas, inadequadas para

os eventos que irão receber, não propiciando conforto acústico e térmico aos

espectadores, além de não poder realizar eventos artísticos e culturais maiores onde

concentre um número expressivo de pessoas.

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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO

Neste capítulo será apresentada a revisão de literatura que aborda os

principais assuntos pertinentes à compreensão do tema escolhido para o projeto.

Assim, são apresentados os seguintes assuntos: histórico do bairro São Cristovão,

acústica para teatro, história do teatro, Lina Bo Bardi.

2.2 HISTÓRICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO BAIRRO SÃO CRISTOVÃO

De acordo com Ferretto (2012), o bairro São Cristovão consolidou-se como

um bairro industrial, tendo inicio com a construção do primeiro frigorífico Z.D.Costi

em Passo Fundo, inicialmente estabelecido em um antigo armazém localizado na

Avenida Presidente Vargas. O bairro inicialmente chamado de bairro exposição

recebeu esse nome em função de uma exposição de gado ocorrido onde hoje é o

clube industrial.

Nos meados da década de 40, Zeferino Demétrio Costi, desligou-se do

frigorífico fundado pelo seu pai e irmão para começar seu próprio empreendimento

inaugurado em 1948, procurando uma área para a implantação do serviço,

encontrou no atual bairro São Cristovão uma área degradada sem infra-estrutura,

mas havendo matéria prima e estradas para o escoamento do produto para as

outras regiões, através da estrada de Marau para Porto Alegre e Vacaria para outros

estados (COSTI, 2003).

A vila operária surgiu da necessidade de mão-de-obra para a construção do

frigorífico, nos finais de semana Z.D.Costi e sua esposa saiam pelos vilarejos ao

redor em busca de pessoas para exercer o serviço, muitos moradores rurais foram e

para fixá-los na cidade e por não haver estradas e o tempo gasto para deslocamento

dos operários, foram construídas as primeiras casas feitas perto do frigorífico para

esses trabalhadores (COSTI, 2003).

Como citado por Ferretto (2012) e Costi (2003), o empreendimento trouxe

muitos recursos e investimentos para o bairro, mas acabou fechando em

decorrência do declínio da pecuária em Passo Fundo, além da fiscalização

ambiental mais árdua solicitando investimento para o controle de cromo que era

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descartado de forma errada direto em um açude, fazendo com que em 1993

fechassem o empreendimento. Além do frigorífico Z.D.Costi instalaram-se outras

indústrias, o frigorífico Planaltina em 1956 e a fábrica de máquinas e implementos

agrícolas Semeato em 1985, mostradas na imagem abaixo.

Imagem 3: frigorífico Z.D.Costi. Imagem 4: frigorífico Planaltina. Imagem 5: Semeato.

Fonte: Ferretto (2012) Fonte: Ferretto (2012) Fonte: Ferretto (2012)

Na imagem abaixo observa-se a localização das industrias no bairro São

Cristovão destacadas em vermelho e a área tracejada onde será proposto o teatro,

terreno pertencendo antigamente ao frigorífico Z.D.Costi.

Imagem 6: Bairro São Cristovão e as industrias em vermelho.(traçado marca terreno escolhido para

projeto).

Fonte: Ferretto(2012) adaptado pelo autor, 2017.

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2.3 ACÚSTICA PARA TEATROS

A acústica é a ciência que estuda o som, logo som é compreendido como as

vibrações que se difundem no ar, sendo ondas de compressão e rarefação do ar em

movimentos cíclicos. (CARVALHO, 1967, apud TAKAHASHI, 2010, p.5).

Para uma melhor acústica é necessário reconhecer que cada espaço

necessita de um projeto acústico diferente, dando condições de propagar o som

para todo o ambiente de forma limpa e uniforme para sua melhor inteligibilidade e

audibilidade feita pelo público, a qualidade da acústica depende de quais materiais

serão empregados, o tamanho do recinto, irregularidades das paredes e do teto,

além da quantidade de público, por esse motivo, a importância de alinhar acústica e

arquitetura para um melhor resultado (TAKAHASHI, 2010).

De acordo com Cazeloto e Tamanini (2003), para conseguir o resultado

satisfatório de acústica é preciso atender duas preocupações distintas: o

condicionamento acústico e o isolamento acústico. É necessário planejar o local e

posição em planta definindo os lugares que serão preciso o isolamento acústico

levando em função a tolerância de ruídos e a intensidade da fonte, além disso, o

tempo de reverberação e a forma do espaço são importantes para se conseguir uma

acústica ideal. Na tabela abaixo observa-se a reverberação ideal para cada uso.

Imagem 7: tabela com o tempo de reverberação conforme uso.

Fonte: Soler (2005).

A NBR 12179 define que isolamento acústico é o “processo pelo qual se

procura evitar a penetração ou saída, de ruídos ou sons, em um determinado

recinto. O isolamento acústico compreende a proteção contra ruídos ou sons aéreos

e ruídos ou sons de impacto.” e condicionamento acústico como “processo pelo qual

se procura garantir em um recinto o tempo ótimo de reverberação e, se for o caso,

também a boa distribuição do som”, define também tempo de reverberação sendo

“tempo necessário para que o som deixe de ser ouvido, após a extinção da fonte

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sonora, e expresso em segundos”. Também há necessidade de isolar os ruídos

aéreos que são aqueles produzidos e transmitidos pelo ar como buzinas, vozes, etc.

E os ruídos de impactos originados por percussão sobre um corpo sólido e

transmitido pelo ar como quedas de objetos, ruídos de passos, etc (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992, p.2 e CAZALETO; TAMANINI, 2003).

O ar é o melhor isolante acústico para o caso de um teatro, em fator de sua

baixa resistividade acústica e a facilidade de construir “colchões” verticais isolando

com maestria o som que transita horizontalmente resolvido facilmente com paredes

duplas, porém no caso do som vertical, o alto custo para a construção de uma laje

dupla, por exemplo, faz com que sejam utilizados materiais isolantes como concreto

celular, lã de vidro, tecidos com fibras vegetais ou animais, etc (CAZALETO;

TAMANINI, 2003).

Para salas grandes como no caso de um teatro é importante utilizar-se do

som direto da fonte, sendo instaladas placas refletoras no palco e no forro da

primeira fileira de espectadores, e no caso de haver balcão é preciso instalar placas

refletoras no teto do mesmo, evitando sombra acústica onde sempre penetra mais

sons de baixa freqüência do que alta freqüência (CAZALETO; TAMANINI, 2003 E

TAKAHASHI, 2010).

Imagem 8: Placas refletoras Imagem 9: Sombra acústica

Fonte: Takahashi (2010) Fonte: Soler (2005)

A escolha do formato tradicional retangular das salas dá-se em função que

funcionam melhor, as paredes criam várias reflexões quando a onda sonora bate,

além disto, a plateia fica mais próxima da fonte do som sentindo-se mais íntima, a

configuração de leque foi inspirada nas salas de cinema, com este formato

proporcionavam-se mais lugares, mas o ângulo que formava com o encontro das

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paredes ao fundo focalizava as ondas sonoras como observa-se abaixo na imagem

10. Após isso houve a quebra destas paredes sendo necessário a instalação de

materiais reflexivos e absorsivos. Outro problema que traz este formato é o fato de o

som refletir nas paredes laterais e alcançar o espectador que posiciona-se

frontalmente a fonte (imagem 11), uma solução para isto foi a criação dos balcões

refletindo assim a onda sonora (TAKAHASHI, 2010).

Imagem 10: Reflexão sonora no formato

retangular e no formato em leque.

Imagem 11: Problema trazido com o formato da

sala.

Fonte: Takahashi (2010). Fonte: Takahashi (2010).

O avanço da tecnologia mudou o conceito tradicional dos antigos teatros,

onde havia uma definição de área de atuação e público. Hoje o arquiteto deve

propor maior flexibilidade para o teatro sendo que qualquer lugar pode ser ponto de

atuação (DE MARCO, 1982).

2.4 HISTÓRIA DO TEATRO

Segundo Martins e Tamanini (2005) e Maciel (2006), a origem do teatro

aconteceu devido a manifestações religiosas começando na Grécia antiga em

demonstração de louvor ao deus Dionísio, comemorando cada safra de uva

realizada. Com o tempo essas manifestações de atuação foram organizadas

surgindo atores e seus papéis, inicialmente era construído o palco e assentos em

madeira sendo logo após os espetáculos desmontados, posteriormente passando a

construção em pedra fixando o teatro. O auge aconteceu em 534 a.C., quando o

ditador Psístrato fez um concurso de peças teatrais, após a soberania do império

romano o teatro propagou-se.

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Na idade média o teatro transporta-se para o interior das igrejas, utilizando-se

da arquitetura do local, logo após passou a utilizar “mansões” que eram carros

móveis, geralmente de dois andares, com o cenário montado em cima do veículo

que percorria a cidade reunindo o público ao redor do mesmo. No século XVIII, a

arquitetura teatral predominante foi o modelo italiano, propagando-se por toda

Europa, no século XX, a tipologia italiana que separava o público do palco foi

deixada de lado e a aproximação do público era requisito principal, envolvendo o

espectador com o espetáculo, sem muitos arabescos o público mantém-se focado

na peça, tornando o teatro com espaços múltiplos (GUERRA, 2016).

Imagem 12: exemplo de “mansões” (pageant

wagons).

Imagem 13: exemplo de “mansões” (pageant

wagons).

Fonte: medievaltheatre (2010). Fonte: Pinterest (2017).

O teatro no Brasil chegou com a vinda dos jesuítas que utilizavam da atuação

o modo de catequizar o povo indígena. Com a vinda da família real portuguesa

impulsionou a melhoria no país inclusive nos teatros, assim sendo inaugurados

vários, o primeiro deles foi o Theatro São João, inaugurado em 1813, no Rio de

Janeiro, projetado pelo engenheiro e Marechal-de-Campo João Manoel da Silva a

mando de Dom João VI após decreto feito pelo mesmo em 1810 vendo a

necessidade de diversão da nobreza (MARTINS; TAMANINI, 2005, GÓES, 2011,

GOV. DO PARANÁ, 2011 e CTAC).

A maioria dos espaços cênicos no Brasil são adaptações, como J.C, Serroni

relata no seu livro Teatros: uma memória do espaço cênico no Brasil.

Um aspecto que caracteriza nossas salas de espetáculo. Na sua grande maioria, elas nascem de adaptação. É muito comum em nosso país um galpão, uma oficina abandonada, uma fábrica, uma destilaria, uma casa antiga e mesmo uma igreja se transformar num espaço cênico. O que

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vemos nesse caso, é sempre um espaço inadequado, nascido de uma precária base arquitetônica que não foi construída com o pensamento voltado para um teatro. O que invariavelmente acontece é o surgimento de mais um espaço improvisado, sem condições técnicas, sem conforto, sem acústica ou segurança (SERRONI, 2002, apud ALMEIDA JUNIOR, 2007, p.12).

2.4.1 VITRUVIUS

Vitruvius escreveu vários livros sobre arquitetura, desenho urbano e

construção e um o quinto livro sobre construção teatral, onde dá as diretrizes para a

implementação, a escolha certa do local que deve ser saudável para quem o

frequentar, não deveria ter orientação sul devido a orientação predominante do

hemisfério norte que ofuscaria o espectador, além disto, o comprimento não deve

ser maior ou menos que a largura, Vitruvius justificava dizendo que “se pode ouvir,

pode-se ver” (LUNA, 2016).

Segundo Luna (2016) e Sresnewsky, Vitruvius explicava sobre princípios

acústicos de arenas gregas que tem por característica ser ao ar livre, a importância

do clima para a acústica perfeita, com ventos favoráveis do palco para a plateia além

de vasos ressonantes colocados abaixo dos degraus do auditório, o silêncio do local

e a inclinação da arquibancada.

Sresnewsky cita que os gregos usavam do conhecimento de termo acústica,

que incide do principio que o som é uma onda sonora e com o ar quente é

transportado, como os acontecimentos na arena eram realizados pela manhã a

pedra esfriava com a noite, com o aquecimento do piso ao amanhecer acontecia o

fenômeno fazendo com que o ar quente subisse formando uma brisa e levando até o

extremo da arena o que o ator estava falando no palco.

Imagem 14: Desenho de vitruvius sobre um teatro

Imagem 15: Teatro grego (arena).

Fonte: Balawat (2013). Fonte: Somaovivo (2008).

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Após conclusão do assunto, para o desenvolvimento do presente trabalho se

utilizará da construção favorecendo-se dos fatores termo acústico, principalmente do

vento, auxiliando no deslocamento do som para o espectador.

2.4.2 TIPOLOGIAS DE TEATROS

Martins e Tamanini (2005) e Soler (2005), citam várias tipologias de teatros

que aparecem com objetivo de suprir necessidades e características de cada

espetáculo. As tipologias são: Arena, teatro Elisabetano, teatro italiano e espaços

múltiplos.

Arena caracteriza-se com o palco no centro envolto pela plateia, podendo ser

circular, quadrada, semicircular, ovalada, triangular, defasado, ¾ de circulo,

geralmente construída ao ar livre, têm como importância os condicionantes naturais,

como ventos, árvores, montanhas definindo a acústica do mesmo (MARTINS;

TAMANINI, 2005 e SOLER, 2005).

Imagem 16: exemplos de teatro arena.

Fonte: Martins e Tamanini (2005).

Teatro Elisabetano caracteriza-se pelo prolongamento do palco chamado de

proscênio podendo ser retangular ou circular e a estrutura cênica amostra, diferente

da arena esse teatro o público circunda-o apenas na frente e laterais (MARTINS;

TAMANINI, 2005 e SOLER, 2005).

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Imagem 17: exemplo de teatro elisabetano. Imagem 18: teatro Shakespeare's Globe.

Fonte: Martins e Tamanini (2005). Fonte : Thinglink (2015).

Teatro italiano caracteriza-se sendo um espaço fechado, dispondo a platéia

em frente ao palco esse delimitado com o uso de cortina, coxias e varandas, sendo

a tipologia mais utilizada em função da acústica e possibilitando a criação de

cenários (MARTINS; TAMANINI, 2005 e SOLER, 2005).

Imagem 19: exemplo de teatro italiano.

Fonte: Martins e Tamanini (2005).

Espaços múltiplos caracterizam-se pelo uso de diversas configurações de

palco e teatro adaptando-se livremente a posição escolhida (MARTINS; TAMANINI,

2005).

Imagem 20: exemplo de espaços multiplos

Fonte: Martins e Tamanini (2005).

Conchas acústicas podem ser instaladas tanto no interior de uma edificação

quanto no exterior, revestidas com materiais reflexivos e com formato côncava,

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orientam o som para o espectador posicionado a frente da mesma (MACEDO,

2015).

Instaladas no interior da edificação permitem ser construídas com materiais

mais leves, além de, contarem com a ajuda de paredes laterais do local, refletindo

ainda mais o som, todavia, Conchas acústicas instaladas no exterior devem ser

projetadas com mais atenção, cuidando seu dimensionamento, pois não contam

com as paredes laterais para reflexão podendo assim, dissipar o som levado ao

público causando perda da audibilidade (RAMOS, 2008 e MACEDO, 2015).

Após análise será utilizado no presente trabalho a tipologia de teatro italiano

para o palco principal e a tipologia de arena circular para o palco secundário, além

do uso da concha acústica para o exterior.

2.5 LINA BO BARDI

Nascida na Itália em 1914, estudou na faculdade de arquitetura e urbanismo

de Roma na década de 30, seguidora do estilo modernista, veio para o Brasil em

1947 e naturalizando-se em 1951, vindo a falecer em 1992. Projetando alguns

teatros e espaços culturais como o teatro Oficina, SESC Pompéia, a requalificação

do teatro Castro Alves em Salvador, além do MASP (Museu de arte de São Paulo),

entre outros (REIS, 2012 e GUERRA, 2016).

Preocupada em aproximar o teatro a cidade, sempre utilizou-se de técnicas

arquitetônicas que fizessem com que a cidade estivesse dentro da cena,

característica da arquiteta que sempre derrubava a “quarta parede” e abria planos

de fundos com visual para o entorno, além disto, projetava palco e arquibancada no

mesmo nível do primeiro assento para interação com o espectador, retirando a

tipologia de teatro italiano com palco e plateia bem delimitados e fosso para

orquestra separando-o, defensora da arquitetura ética, mesmo em projeto privados

ou públicos, buscava o conforto social do usuário em opiniões das pessoas da

comunidade. (LIMA, 2009 e REIS, 2012).

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Imagem 21 :Plano lateral aberto no teatro Oficina. Imagem 22: Plano lateral aberto no teatro Oficina.

Fonte: Folha de S.Paulo (2013). Fonte: Tanzakademie (2013).

Lina Bo Bardi no teatro do SESC Pompéia utiliza-se da “Arquitetura pobre”,

onde deixa aparente os materiais construtivos e estruturais, expondo tijolos,

concreto, cadeiras sem revestimento sem criar ilusões ao público, assim como, o

teatro oficina, considera um teatro rua pelo seu formato, conta com quatro andares

de estrutura metálica criando o espaço destinado ao espectador com possibilidade

de modificar em adaptação com o espetáculo, equipamentos de iluminação, de som

e controle eletrônico são expostos ao público usando-se do princípio de não criar

ilusões ao usuário (REIS, 2012 e GUERRA, 2016).

Após conclusão será utilizado no presente trabalho o conceito de integração

do teatro com a cidade desenvolvendo-se atividades teatrais no exterior da

edificação.

Imagem 23: Sesc Pompéia. Imagem 24: Teatro Oficina.

Fonte: Archdaily (2013). Fonte: Vitruvius (2009).

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2.6 ESTUDOS DE CASO

2.6.1 Estudo de caso 01: Concert Hall Great Amber

2.6.1.1 Autor e localização do projeto

Projetado pelo arquiteto Volker Gienckevencedor de um concurso para o

distrito urbano cultural, foi construído em 2015 e está localizado na cidade de

Liepãja na Letônia possuindo área de 16523.0m².

2.6.1.2 Implantação

Imagem 25: Concert Hall Great Amber. Imagem 26: implantação Concert Hall Great Amber.

Fonte: Archdaily (2016) Fonte: Architizer (2016) adaptado pelo autor, 2017.

Localizado no porto do mar Báltico inserido no meio urbano em uma área

adensada, a edificação destoa-se completamente com o entorno em função de ser

externamente revestido em vidro enquanto as edificações ao redor são em tijolos

aparentes, mas ao mesmo tempo utiliza-se da cor âmbar para os vidros, tom

parecido com o do tijolo (imagem 25).

Acesso público

Acesso serviço

Acesso serviço

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Conforme observa-se na imagem abaixo, o terreno onde foi implantado é

plano (imagem 27) e a edificação ocupa praticamente quase o terreno onde está

inserido (imagem 26), a entrada acontece através de escada e rampa pela lateral

norte dirigindo o usuário ao 2º pavimento. A escolha do acesso do público tem em

função da via que passa ali ser uma coletora e, portanto mais calma, já as entradas

de serviço dão-se pela fachada oeste.

Imagem 27: local da implantação antes do inicio

da obra.

Imagem 28: porto do mar Báltico e ao fundo o

Concert Hall Great Amber.

Fonte: Google maps (2011). Fonte: Architizer (2016).

2.6.1.3 Programa de Necessidades

Quadro 1: Térreo

Área Dimensões (em m²)

Escola de musica 670m²

Café 100m²

Palco multifuncional (Civita

nova) 340m²

Fonte:do autor (2017).

Quadro 2: 2º pavimento

Área Dimensões (em m²)

Câmara de musica 200m²

Camarim da orquestra 175m²

Foyer 290m²

Banheiros 64m²

chapelaria 40m²

Sala de concerto 1000m²

Fonte:do autor (2017).

Quadro 3: 6º pavimento

Área Dimensões (em m²)

Palco experimental 135m²

Galeria 270m²

Bar 125m²

Fonte:do autor (2017).

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2.6.1.4 Funcionalidade

A entrada para o público acontece através do acesso lateral que é realizado

por uma escada e rampa que leva o usuário para o 2º pavimento acessando o foyer

onde estão a sala de concertos com capacidade para 1000 espectadores com

antecâmara, os banheiros, os camarins da orquestra e câmara de música.

No andar térreo localiza-se as salas da escola de música, um café e um palco

multifuncional para apresentações diversas nomeado de Civita nova. No 6º andar

fica a entrada para os balcões para a sala de concerto, palco experimental e um bar,

a entrada de serviço acontece pela fachada oeste através de uma escadaria que

leva ao subsolo. A edificação possui acessibilidade universal contando com

escadas, rampas e elevadores e não possui estacionamento, os espaços foram

criados para separar a área do público e privado não havendo interferência um no

outro (imagem 29). A sala de concerto possui acústica apropriada para a função

contando com placas refletoras, paredes com ângulos nas laterais e absorsivas no

fundo, além de utilizar-se da luz natural para iluminação através de tubos que vão

até o teto (imagem 30).

Imagem 29: planta baixa mostrando separação do público(amarelo) e privado(laranja).

Imagem 30: sala de concertos

Fonte: Archdaily (2016).

Fonte: Plataform (2015).

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Imagem 31: organograma do Concert Hall Great Amber.

Fonte: do autor (2017).

2.6.1.5 Forma

O projeto tem forma elíptica alongado em um eixo em planta e cilíndrica em

forma, as funções do teatro concentram-se no núcleo e a estrutura de segunda

fachada em vidro ao redor forma as circulações (Ching, 1998). A estrutura de

concreto inclinada confere impressão de que o teto foi cortado na diagonal

concedendo movimento ao projeto (imagem 32). O fechamento é feito em vidro

duplo na cor âmbar, presos em uma estrutura metálica dando hierarquia de ritmo a

fachada proporcionando luz natural e aconchego em função da cor quente e conforto

térmico para as circulações da edificação, além de visuais para o entorno e para o

porto. Possui hierarquia de acesso por uma subtração na forma, além de escada e

rampa demarcando o local.

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Imagem 32: Estrutura do Concert Hall Great

Amber.

Imagem 33: Imagem mostrando a forma e ao

fundo o porto.

Fonte: Archdaily (2016). Fonte: Archdaily (2016).

2.6.2 Estudo de caso 02: Casa da Música

2.6.2.1 Autor e localização do projeto

Projetado pelos arquitetos Rem Koolhaas e Ellen Van Loon, localizado na

cidade do Porto em Portugal, teve sua conclusão no ano de 2005 e conta com uma

área de 38000.0m², implantado na nova praça pública na Rotunda da Boavista.

2.6.2.2 Implantação

Localizado na nova rotunda da Boavista, em meio urbano adensado, isolado e

recuado no centro do terreno (imagem 34), a entrada para o público é feita pela

fachada sul da edificação através da escadaria como observa-se na imagem 35,

enquanto a entrada de veículos para o subsolo acontece na fachada nordeste e a

saída pela fachada sudoestes em função da mão única da via. A edificação destoa-

se do entorno em função da forma enquanto as construções ao redor são mais

coloniais. A edificação foi construída sobre um estacionamento e um platô onde

existe um comércio de produtos eletrônicos, como é possível observar na imagem

36. Utiliza-se da orientação favorável do hemisfério norte, propiciando luz natural

para dentro da sala de concerto. A escolha do terreno deve-se a renovação urbana e

social da região da rotunda que estava sendo degradada.

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Imagem 34: implantação da casa da música em Portugal.

Fonte: Archdaily (2014).

Imagem 35: escadaria da entrada na lateral sul. Imagem 36: platô com comércio

Fonte: Archdaily (2014). Fonte: Google maps (2015).

2.6.2.3 Programa de Necessidades

Quadro 4

Área

Restaurante

Café

Bar 1

Bar 2

Bar suspenso

Sala de concerto principal

Sala 2

Sala multifuncional

Sala vip

Terraço

Foyer

Estacionamento

Fonte:do autor (2017).

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2.6.2.4 Funcionalidade

O acesso ao público é feito por escada na fachada sul que o leva ao 1º andar,

passando pelo foyer o usuário chega a uma circulação que liga os espaços entorno

da sala de concerto com formato tradicional retangular com capacidade para 1238

pessoas onde ocupa do 2º ao 4º andar, esses caminhos foram propositais, o

arquiteto queria instigar a curiosidade do usuário fazendo-o querer descobrir.

Possui um restaurante no térreo e um café, dois bares que dão apoio para o

espectador durante concertos, um bar suspenso no 5º andar onde liga a ala norte e

sul dando apoio a segunda sala de concertos existente com capacidade para 300

lugares sentados e 650 lugares em pé onde é iluminado pela luz natural que incide

da sala de concerto principal, além disto, conta um uma sala multifuncional , sala vip

e terraço no 4º andar e três andares de estacionamento subterrâneo com

capacidade para 600 carros. A acessibilidade universal é feita através de escadas

rolantes.

Imagem 37: corte da edificação mostrando a organização interna.

Fonte: Fadu (2015).

2.6.2.5 Forma

A forma foi concebida de uma forma pura, quadrada e facetada, com

subtrações e concentrando a atividade mais importante no núcleo da edificação

como explica Ching (1998), feito em concreto branco destoa-se e destaca-se das

edificações do entorno que são edificações coloniais, mas mantém a cartela de cor

da região onde prevalece a cor branca.

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Imagem 38: protótipo mostrando subtrações

feitas pelo arquiteto.

Imagem 39: Edificações ao lado da Casa da

Música.

Fonte: Archdaily (2014). Fonte: Google maps (2017).

O arquiteto abre grandes planos de vidros ondulados nas extremidades, atrás

do palco da sala de concertos e ao fundo, trazendo a cidade do porto como um

cenário para quem está assistindo, essa técnica foi muito utilizada pela arquiteta

Lina Bo Bardi.

Os materiais usados na obra foram: o concreto espesso trazendo conforto

acústico e térmico, sala principal revestida com chapas de madeira de pinho nas

paredes e teto, o vidro ondulado, e o forramento das poltronas que imitam a

presença de uma pessoa, além de, usar ladrilhos portugueses para a sala vip e o

terraço. O grande diferencial do projeto foi o uso do vidro, quebrando o conceito de

que o material é péssimo isolante acústico, por ser ondulado compensa e diverge a

onda sonora. O projeto da sala foi uma adaptação de uma casa projetada por Rem

Koolhas, transformando a forma da casa de 200m² para uma casa de espetáculos.

Imagem 40: sala de concertos e ao fundo a

abertura em vidro ondulado.

Imagem 41: sala vip revestida em ladrilho

português.

Fonte: Archdaily (2016). Fonte: Archello (2011).

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2.6.3 Estudo de caso 03: Auditório Araújo Vianna

2.6.3.1 Autor e localização do projeto

Projetado pelos arquitetos Moacyr Moojen Marques e Carlos Maximiliano

Fayet foi inaugurado em 1964, localizado dentro do parque Farroupilha em Porto

alegre, tombado junto com o parque como patrimônio histórico e cultural do

município. Em 2005 foi interditado devido ao rompimento de um cabo que segurava

a lona que cobria o local, foi reformado pelo escritório Mooma e reaberto em 2012.

2.6.3.2 Implantação

Implantado dentro do parque Farroupilha em meio à vegetação do local, o

parque está inserido em meio urbano e adensado (imagem 42), a edificação rompe

com entorno com sua forma paraboloide. A entrada é feita pela Avenida Osvaldo

Aranha onde o usuário percorre um caminho a pé até o auditório, não possuindo

estacionamento para veículos.

Imagem 42: vista aérea do parque Farroupilha

em Porto Alegre.

Imagem 43: implantação do auditório Araújo Vianna.

Fonte: fotografias aéreas (2016). Fonte: ARCOweb (2016)

2.6.3.3 Programa de Necessidades

Quadro 5: Térreo

Área Dimensões (em m²)

Palco principal 352m²

Palco 2 140m²

platéia 3.270m²

Banheiros 200m²

camarim 55m²

Fonte:do autor (2017).

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2.6.3.4 Funcionalidade

A entrada do auditório acontece pela fachada norte, onde o usuário

percorrendo um caminho da avenida até o auditório passando por espelho d’água e

pórtico. Ao acessar o local encontra-se os 3.000 lugares tendo dois níveis de

arquibancada e ao fundo o palco de 284m², os banheiros são localizados ao lado do

palco e ao lado da porta de entrada, atrás do palco ficam três camarins para no

máximo três pessoas e um camarim coletivo e outra sala para eventos menores com

capacidade para 120 pessoas, o auditório possui acessibilidade universal, pois o

caminho percorrido pelo usuário é feito por rampas. Na imagem abaixo observa-se a

planta baixa do auditório.

Imagem 44: Planta baixa do auditório Araújo Vianna.

Fonte: ARCOweb (2016).

2.6.3.5 Forma

Inicialmente concebido pelos arquitetos como um anfiteatro mimetizando-se

com o parque, o auditório acabava perdendo shows e apresentações em função de

depender das condições climáticas (imagem 45). Em meados da década de 90 foi

construída a primeira cobertura em lona tensionada com o formato parabolóide

sendo péssimo acusticamente e pouco durável, acabando que em 2005 fosse

interditado em decorrência do rompimento do fio de aço que a segurava e a

reclamação da vizinhança por causo do barulho. Em 2012 a edificação estreou sua

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nova cobertura com o mesmo formato sendo agora uma membrana emborrachada

com forro acústico de placas de madeira, estrutura metálica treliçada e revestimento

acústico nas paredes. A forma destaca-se e destoa-se em relação com o entorno

como observa-se na imagem 46.

Imagem 45: Auditório sendo usado como

anfiteatro.

Imagem 46: auditório Araújo Vianna após

instalação da cobertura.

Fonte: ARCOweb (2016). Fonte: ARCOweb (2016).

2.6.4 Considerações finais

Após análise dos estudos de caso observa-se que as edificações são

equipamentos urbanos de destaque sempre sobressaindo-se e destoando-se do

entorno onde inserido, pode-se observar também que são edificações introspectivas,

pois se voltam para o interior como no caso no Concert Hall Great Amber e o

auditório Araújo Vianna, são primeiro concebidos pela forma e após as funções

adaptando-se a mesma, exemplo claro no caso da Casa da Música em Portugal

onde o formato era de uma casa.

Alguns aspectos vistos que poderão auxiliar na concepção do projeto como

importância de um condicionamento acústico projetado para cada espaço e uso, a

utilização de materiais novos para exercer essa função como os vidros ondulados da

Casa da Música e a membrana do auditório Araújo Vianna, além da centralização

das funções príncipais no núcleo ajudando o isolamento e criando espaços de

circulação e a organização de forma lógica para separar o público do serviço.

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CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO

Neste capítulo será apresentado o diagnóstico da área de implantação.

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL

O projeto será implementado na cidade de Passo fundo, localizado no

planalto médio, norte do Rio Grande do Sul (imagem 47), contando com uma

população de 197.798 mil e área territorial de 783,421km² segundo censo do IBGE

(2016). A cidade nasceu no estabelecimento da missão de Santa Tereza dos Pinhais

contando com quatro mil índios catequizados, com a mineração no centro do estado

inicia-se o tropeirismo que passava pela cidade que era ponto de parada, fazendo

com que a mesma se desenvolvesse, após isto, aconteceu a chegada da população

migratória europeia e a implantação da linha férrea promovendo a agricultura.

O bairro São Cristovão está situado a sudeste da cidade de Passo Fundo

(imagem 48) e a 3,8km do centro da cidade, conta com uma área de 5,04km² e

população estimada de 11.154 pessoas segundo senso do IBGE (2010), o terreno

fica entre as ruas Constante Môro, prof. Anes Dias e rua Paraná, a escolha dá-se

em função do bairro estar crescendo, recebendo investimentos, grandes negócios

como o shopping Passo fundo o maior do norte do estado localizado em um terreno

a frente e condomínios, além do terreno abranger em um raio de 500m duas escolas

de educação infantil, como observa-se abaixo na imagem 49 o terreno inserido no

bairro São Cristovão (FERRETO, 2012).

Imagem 47: Mapa do Rio Grande do Sul destacando

a cidade de Passo Fundo em vermelho.

Imagem 48: Mapa da cidade de Passo Fundo destacando

o bairro São Cristovão.

Fonte: Acontecimentododia (2017). Fonte: Google maps, adaptado pelo autor (2017).

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Imagem 49: Imagem do terreno no bairro São Cristovão destacado em amarelo e do shopping Passo

Fundo em azul.

Fonte: Google earth adaptado pelo autor (2017).

3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES

A área onde localiza-se o terreno é adensada como visto no mapa nolli

(imagem 50), com uso do solo variado com alguns serviços e residências mistas

com comércio como mini mercados, além de escolas, mas predominantemente

residências familiares (imagem 51).

Conforme mapa de gabarito de altura o bairro mostra um predomínio de

residências de um pavimento com exceções de edificações de dois a três

pavimentos e um condomínio verticalizado de onze pavimentos como é possível ver

abaixo na imagem 52.

N

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40

Imagem 50: Mapa Nolli com raio de 500 metros a partir do centro do terreno.

Fonte: Autor (2017).

Imagem 51: Mapa de uso do solo com raio de 500 metros a partir do centro do terreno.

Fonte: Autor (2017).

Legenda:

: moradias;

: misto comércio/serviço e moradia;

: comércios e/ou serviços;

: institucional.

Legenda:

: Edificações

N

N

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Imagem 52: Mapa de gabarito de alturas com raio de 500 metros a partir do centro do terreno.

Fonte: Autor (2017).

3.4 INFRAESTRUTURA URBANA

3.4.1 Rede Viária

Após analise do bairro como observa-se no mapa abaixo, conclui-se que

todas vias possuem sentido duplo, com trafego predominantemente baixo nas vias

locais pavimentadas de paralelepípedos e algumas com trafego moderado nas vias

coletoras em função de serem asfaltadas como as ruas Camilo Ribeiro e Leopoldo

Vila Nova que dão acesso ao bairro São Cristovão e a rua Paraná que passa em

frente ao terreno escolhido para intervenção que interliga essas duas ruas. O bairro

possui paradas de ônibus destacadas em azul no mapa abaixo e quatro linhas que

atendem o mesmo, são elas: Ricci – Garden pela companhia de transportes urbanos

Coleurb, linha São Cristovão – Petrópolis, Operária – São Cristovão II pela

companhia de transportes coletivos Codepas e Santo Antônio – Operária pela

companhia de transportes coletivos Transpasso.

Legenda:

: 1 pavimento;

: 2 pavimentos;

: 3 a 12 pavimentos.

N

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Imagem 53: Mapa de rede viária e mobilidade urbana com raio de 500 metros a partir do centro do

terreno.

Fonte: Autor (2017).

3.4.2 Rede de água

O bairro possui água encanada e potável distribuído pela Companhia Rio-

grandense de Saneamento – CORSAN.

Imagem 54: Mapa da rede de água fornecida pela CORSAN (terreno destacado em azul).

Fonte: Autor (2017).

Legenda:

: ruas locais;

: ruas coletoras;

: paradas de ônibus.

N

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43

3.4.3 Rede de esgoto cloacal e pluvial

O bairro não possui rede de esgoto cloacal, fazendo necessário o uso de

fossa e filtro, porém possui sistema de esgoto pluvial como pode-se observar no

mapa abaixo destacando bocas de lobo, drenando águas nas vias decorrentes das

chuvas.

Imagem 55: Mapa de esgoto pluvial com raio de 500 metros a partir do centro do terreno.

Fonte: Autor (2017).

3.4.4 Rede de energia

O bairro possui energia elétrica distribuído pela companhia Rio Grande

Energia – RGE, como observa-se no mapa abaixo.

Legenda:

: Bocas de lobo.

N

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Imagem 56: Mapa da rede elétrica com raio de 500 metros a partir do centro do terreno.

Fonte: Autor (2017).

3.4.5 Vegetações urbanas

Como é possível observar no mapa abaixo o bairro possui pouca massa

verde, não tendo parques ou praças próximos ao no terreno escolhido para

intervenção, tendo apenas duas árvores rentes ao meio fio da rua prof. Anes Dias.

Imagem 57: Árvores no terreno.

Fonte: Google maps (2015).

Legenda:

: rede de energia elétrica.

N

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Imagem 58: Mapa de vegetação com raio de 500 metros a partir do centro do terreno.

Fonte: Autor (2017).

3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO

3.5.1 Dimensões do terreno

O terreno fica entre as ruas Constante Môro, prof. Anes Dias e rua Paraná,

possui medidas que podem ser observadas no mapa abaixo (imagem 59) e área

total de 75.487 m².

Legenda:

: árvores

N

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Imagem 59: Terreno com suas respectivas dimensões.

Fonte: Autor (2017).

3.5.2 topografia

Conforme imagem 60, pode-se observar que o terreno em questão tem um

desnível total de 20 metros de um ponta a outra, tendo um declive do ponto

sudoeste ao ponto nordeste.

Imagem 60: Terreno com suas curvas de nível.

Fonte: Autor (2017).

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Imagem 61: Terreno em 3D com suas curvas de nível.

Fonte: Autor (2017).

3.5.3 Projeção de sombra, ventos dominantes, orientação solar e vegetação

existente.

Como visto no mapa de gabarito de alturas (imagem 52), as edificações

adjacentes ao terreno são de um pavimento portanto não projetarão sombra. Os

ventos predominantes na cidade de Passo Fundo são os ventos de verão vindos de

direção nordeste e os ventos de inverno vindos de direção sudoeste, a orientação

pode ser observada na imagem abaixo a fim de adaptar adequadamente o projeto, o

terreno escolhido para intervenção tem apenas duas árvores rentes ao meio fio da

rua prof. Anes Dias.

Imagem 62: ventos dominantes, orientação solar e vegetação existente.

Fonte: Autor (2017).

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3.5.4 Visuais do terreno e entorno imediato (skyline)

Nas imagens abaixo, pode-se observar as visuais do terreno e seu entorno e

o skyline das residências adjacentes ao mesmo.

Imagem 63: Fotos do entorno do terreno.

Fonte: Autor (2017).

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Imagem 64: Skyline das casa adjacentes ao terreno.

Fonte: Autor (2017).

3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS

Neste item serão analisados as legislações e normativas presentes no plano

diretor da cidade de Passo Fundo, código de obras da cidade de Passo Fundo, NBR

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9050 e NBR9077 e serão levados em conta esses parâmetros para a execução do

projeto.

3.6.1 Plano Diretor

O terreno situa-se dentro de duas zonas urbanas, a ZE (zona de ocupação

extensiva com TO 60% e CA 1,2%) e a EI1 (eixo indutor com TO 80% e CA 3,2%).

Salienta o Art. 56, o terreno escolhido localiza-se dentro de um área

adensável com funções multifuncionais com intensidade de ocupação diferenciada.

Recuo frontal deve ter 4 metros, lateral e de fundos serão calculados pela

fórmula: R = N x 0,15 + 2, na zona ZE e EI serão dispensados o recuo lateral e de

fundos para pavimentos como subsolo, térreo e um pavimento acima do térreo.

O teatro encaixa-se no uso CS.23 – serviços de cultura onde pede uma vaga

de estacionamento a cada 25m² de área construída.

Imagem 65: Mapa do zoneamento urbano de Passo Fundo destacando o terreno escolhido.

Fonte: Mapa de zoneamento urbano de Passo Fundo, adaptado pelo autor (2017).

3.6.2 Código de obras

Quando a edificação não for atendida por rede de esgoto cloacal, deverá ser

assinalado na Planta de Situação e Localização o local onde será construída a fossa

séptica e o poço do sumidouro ou qualquer outro sistema de tratamento dos dejetos

cloacais marcando as dimensões e afastamentos das divisas.

Art. 51 - Em qualquer edificação as escadas principais incluindo as externas,

deverão atender as seguintes condições:

I.Ser construídas em material resistente ao fogo quando servirem a mais de dois

pavimentos;

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II.Ter os pisos dos degraus a patamares revestidos com materiais antiderrapantes;

IV.Ser dotadas, em ambos os lados, de corrimãos situados entre 90 e 95cm;

V.Ser dotadas de corrimão intermediário quando com mais de 2,20m de largura,

afastados no mínimo, 1,10m;

§ 1º.Em cinemas, teatros, auditórios, hospitais e escolas, as escadas não poderão

se desenvolver em leque quando constituírem saídas de emergência, salvo quando

o raio da curva for, no mínimo, igual ao dobro da largura da escada, e esta largura

for, no máximo de 2,00m.

Art. 52 - As larguras das escadas devem atender aos seguintes requisitos: I.Quando

for de uso coletivo, ter largura mínima de 1,20m

Art. 101 - Deverão ser usadas rampas de acesso ao pavimento em que se

caracterize o acesso principal da edificação, obrigatoriamente, nos seguintes casos:

I.Em todas as edificações em que houver obrigatoriedade de elevador;

II.Nas edificações sem elevador, como acesso ao pavimento térreo, quando

destinadas ao uso ou visitação pública.

Art. 102 - A largura das rampas será de no mínimo 1,50m.

Art. 105 - As rampas deverão ser dotadas de guardas e corrimãos nas mesmas

condições exigidas para escada.

Art. 108 - As edificações de uso e visitação pública que tenham sanitários coletivos

deverão atender as seguintes exigências;

I.Em cada conjunto de sanitários deve haver pelo menos uma peça adequada ao

uso da pessoa deficiente. Os boxes individuais para as bacias sanitárias devem ter

no mínimo 1,10m de largura por 1,60m de comprimento.

Art. 112 - Será obrigatória a instalação de, no mínimo, um elevador, nas edificações

em geral, que apresentarem entre o piso de pavimento de menor cota e o piso do

pavimento de maior cota, distância vertical superior a 11,00m.

CAPÍTULO VII: cinemas, Teatros, Auditórios e Assemelhados:

I.Ter instalações sanitárias separadas por sexo, com fácil acesso, atendendo as

seguintes proporções mínimas nas quais “L.” representa a lotação:

Homens:

Vasos L./300

Lavatórios L./400

Mictórios L./400

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Mulheres:

Vasos L./400

Lavatórios L./400

I.A quantidade mínima de equipamentos sanitários será de duas unidades de cada;

IV.Ter sala de espera contígua e de fácil acesso à sala de espetáculos com área

mínima de 0,20m² por pessoa, calculada sobre a capacidade total;

VII.Ter isolamento acústico;

VIII.IX - Ter acessibilidade em 2% das acomodações e dos sanitários para

portadores de deficiência física.

3.6.3 NBR 9050

As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem

deslocamento, são:  

para rotação de 90° = 1,20 m × 1,20 m;

para rotação de 180° = 1,50 m × 1,20 m;  

para rotação de 360° = círculo com diâmetro de 1,50 m.

Os assentos para pessoas obesas (P.O.) devem ter :

profundidade do assento mínima de 0,47 m e máxima de 0,51 m;

largura do assento mínima de 0,75 m.

As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na

tabela abaixo.

Imagem 66: Tabela de dimensionamento de rampas.

Fonte: NBR 9050 (2015).

Sanitários:

Devem ter box com circulação com o giro de 360°, área necessária para

garantir a transferência lateral, perpendicular e diagonal para a bacia sanitária, deve

ser instalado lavatório sem coluna ou com coluna suspensa ou lavatório sobre

tampo, dentro do sanitário ou boxe acessível.

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Normas para teatros:

Locais de eventos temporários, mesmo que para público em pé, devem

possuir, na área destinada ao público, espaços reservados para pessoa com

deficiência ou com mobilidade reduzida, atendendo às seguintes condições:

Estar localizados em uma rota acessível vinculada a uma rota de fuga;

Estar distribuídos pelo recinto, recomendando-se que seja nos diferentes

setores e com as mesmas condições de serviços, conforto, segurança, boa

visibilidade e acústica;

Ter garantido no mínimo um assento companheiro ao lado de cada espaço

reservado para pessoa com deficiência e dos assentos destinados às pessoas com

mobilidade reduzida e pessoas obesas;

A localização dos espaços para pessoa em cadeira de rodas e dos assentos

para pessoas com mobilidade reduzida deve ser calculada de forma a garantir a

visualização da atividade desenvolvida no palco, deve ser calculada traçando-se um

ângulo visual de 30° a partir do limite superior da boca de cena até a linha do

horizonte visual (L.H.), com a altura de 1,15 m do piso. A altura do piso do palco

deve ser inferior à L.H. visual, com altura de 1,15 m do piso da localização do

espaço para pessoa em cadeira de rodas e assentos para pessoas com mobilidade

reduzida, como é possível observar na imagem 67.

O espaço para pessoa em cadeira de rodas deve possuir as dimensões

mínimas de 0,80 m por 1,20 m e estar deslocado 0,30 m em relação ao encosto da

cadeira ao lado, para que a pessoa em cadeira de rodas e seus acompanhantes

fiquem na mesma direção, deve ainda ser garantida uma faixa livre de no mínimo

0,30 m, como observa-se na imagem 68.

Imagem 67: Cálculo para ângulo de visão do

P.C.R.

Imagem 68: Dimensões minimas de lugar para

P.C.R.

Fonte: NBR 9050 (2015). Fonte: NBR 9050 (2015).

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3.6.4 NBR 9077

4.3.1 As saídas de emergência são dimensionadas em função da população da

edificação.

4.4.1.1 A largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de

pessoas que por elas deva transitar

4.4.1.2 A largura das saídas, isto é, dos acessos, escadas, descargas, e outros, é

dada pela seguinte fórmula: N= P/C.

As larguras mínimas das saídas, em qualquer caso, devem ser as seguintes:

1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem e 55 cm, para as ocupações

em geral, ressalvado o disposto a seguir.

4.5.2.2 As distâncias máximas a serem percorridas constam da Tabela 6 do Anexo.

4.5.3.1 O número mínimo de saídas exigido para os diversos tipos de ocupação, em

função da altura, dimensões em planta e características construtivas de cada

edificação, encontra-se na Tabela do anexo.

4.5.4.1 As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de

50 pessoas e em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido

do trânsito de saída.

4.5.4.3 As portas das antecâmaras das escadas à prova de fumaça e das paredes

corta-fogo devem ser do tipo corta-fogo.

4.7 Escadas: Em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o

espaço livre exterior devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou não, as

quais devem:

quando enclausuradas, ser constituídas com material incombustível;

quando não enclausuradas, além da incombustibilidade, oferecer nos elementos

estruturais resistência ao fogo de, no mínimo, 2 h;

ser dotadas de corrimãos.

As larguras das escadas devem atender aos seguintes requisitos:

ser proporcionais ao número de pessoas que por elas devam transitar em caso de

emergência.

4.7.12.1 As antecâmaras, para ingressos nas escadas enclausuradas devem:

ter comprimento mínimo de 1,80 m;

ter pé-direito mínimo de 2,50 m;

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ser dotadas de porta corta-fogo na entrada;

ter a abertura de entrada de ar do duto respectivo situada junto ao piso;

ter a abertura de saída de ar do duto respectivo situada junto ao teto.

4.9 Elevadores de emergência:

É obrigatória a instalação de elevadores de emergência:

em todas as edificações com mais de 20 pavimentos, excetuadas as de classe de

ocupação G-1, e em torres exclusivamente monumentais de ocupação F-2 (teatro).

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CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes

arquitetônicas e urbanísticas.

4.2 CONCEITO DO PROJETO

Espetáculos que não cabem apenas na edificação, transbordando para o

exterior, transformando a forma em um espetáculo.

4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA

As atividades do teatro serão concentradas no centro da edificação, contará

com sala principal com mil e quinhentos lugares e a arena com mais de

quatrocentos e noventa lugares, o teatro vai expandir-se para o exterior onde será

desenvolvido atividades como uma concha acústica, playground, academia ao ar

livre para integrar os moradores do bairro e da cidade que poderão aproveitar o

espaço verde para lazer como observa-se nos exemplos nas imagens 70 e 71, onde

o arquiteto dá uso ao exterior aproximando as pessoas do teatro.

Para compor esse “espetáculo” no exterior, será feita uma cobertura com

formato orgânico revestindo como um cúpula o teatro, expondo a forma cilíndrica da

arena e transformando-se no final na forma de concha acústica como observa-se no

croqui na imagem abaixo.

Imagem 69: Croqui da Cobertura prevista para o teatro.

Fonte: do Autor (2017).

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Imagem 70: Palco reversível Teatro Erotídes de

Campos.

Imagem 71: Área externa New World

Symphony.

Fonte: Archdaily (2012). Fonte: new world symphony (2017).

A entrada de pedestres do teatro acontecerá pela rua Paraná e a entrada de

serviço e estacionamento, onde será desenvolvido dois subsolo com garagem para

comportar o público do teatro, acontecerá pela rua Pinheiro Machado conforme

observa-se na imagem 72.

Imagem 72: Terreno marcando com a entrada de pedestre (flecha azul) e a entrada para o subsolo

(flecha vermelha).

Fonte: Google Earth adaptado pelo autor (2017).

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4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS

Será proposto melhorias nas ruas ao redor do terreno e a rua Santa Catarina

onde acontecerá a entrada para o subsolo será proposto o alargada para duas vias

e pavimentação da rua como visto na imagem 76. Será construído passeio público

no terreno pois não possui como observa-se na imagem 73, melhoramento da

iluminação, acessibilidade das ruas com piso tátil e faixa de segurança elevada para

fácil travessia de pedestres e cadeirantes e melhoria da arborização urbana,

proporcionando bem estar ao usuário.

Imagem 73: Foto do terreno sem passeio público Imagem 74: Foto da rua adjacente ao terreno.

Fonte: do Autor (2017). Fonte: do Autor (2017).

Imagem 75: Faixa de Segurança Elevada. Imagem 76: Rua Santa Catarina.

Fonte: G1 (2014). Fonte: Google Maps (2015).

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CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL

5.1 INTRODUÇÃO

Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto.

5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades foi elaborado de acordo com as necessidades

dos usuários e usos e exemplos vistos nos estudos de caso.

Quadro 6: Programa de Necessidades

BLIC

O

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Palco principal 2607 m² Poltronas

Arena 804 m² Arquibancada

Foyer 1194 m² Poltronas

Bilheteria 10 m² Balcão, cadeira, cofre

Banheiro fem 47 m² Bacia e lavatório

Banheiro masc 59 m² Bacia e lavatório

Fraldário 14 m² Bacia, lavatório,

trocador, poltrona

Concha Acústica 324 m² -

Chapelaria 22 m² Araras

Balcão 720 m² Poltronas

Bar/ café 170 m² Poltrona, mesa, balcão

Fonte: do autor (2017).

Quadro 7: Programa de Necessidades

ED

UC

AC

ION

AL

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Recepção para salas de aula 54 m² Escrivaninha, poltrona

Sala de aula de dramaturgia 1 126 m² -

Sala de aula de dramaturgia 2 106 m² -

Sala de aula de música 1 46 m² -

Sala de aula de música 2 80 m² -

Sala para costura de figurinos 66 m² Mesa de costura e

cadeira

Espaço descanso 38 m² poltronas

Banheiro Fem 23 m² Bacia e lavatório

Banheiro Masc 23 m² Bacia e lavatório

Vestiário Masc 8 m² Bacia, lavatório, banco,

armários

Vestiário Fem 8 m² Bacia, lavatório, banco,

armarios

Fonte: do autor (2017).

Quadro 8: Programa de Necessidades

PR

IVA

DO

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Camarim em grupo 75 m² Poltrona, sofá, arara, mesa, penteadeira

Camarim individual 2 e 3 30 m² Poltrona, sofá, arara, mesa, penteadeira

Green room 83 m² Poltrona, sofá, mesa

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Banheiro Fem 10 m² Bacia e lavatório

Banheiro Masc 10 m² Bacia e lavatório

Vestiário Masc 53 m² Bacia, lavatório, banco,

armarios

Vestiário Fem 50 m² Bacia, lavatório, banco,

armarios

Fonte: do autor (2017).

Quadro 9: Programa de Necessidades

AD

MIS

TR

ÂO

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

Sala administração 11 m² Escrivaninha e cadeira

Copa 14 m² Geladeira, fogão, mesa

cadeira

Banheiro Fem 7 m² Bacia e lavatório

Banheiro Masc 7 m² Bacia e lavatório

Recepção 55 m² Escrivaninha, cadeira,

poltrona

Sala de segurança 16 m² Escrivaninha, cadeira

Sala VIP 15 m² Sofá, tv

Sala de reunião 24 m² Mesa, cadeiras, tv

Financeiro 12 m² Escrivaninha e cadeira

Depósito 13 m² armários

Produção de eventos 15 m² Mesa, cadeiras, tv

Fonte: do autor (2017).

Quadro 10: Programa de Necessidades

SE

RV

IÇO

Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial

DML 20 m² Armários

Guarda cenário 545 m² Armários

Cabine de controle 17 m² Escrivaninha e cadeira

Garagem 30800 m² -

Fonte: do autor (2017).

5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA

Imagem 77: Organograma

Fonte: do Autor (2017).

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Imagem 78: Fluxograma

Fonte: do Autor (2017).

5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO

O zoneamento escolhido (imagem 79), configura-se da melhor maneira,

favorecendo o uso da edificação, e proporcionando espaços de lazer para o público,

os usos do teatros serão dispostos alinhados com acesso de pedestres pela rua

Paraná, instalados sobre o térreo que comportará as funções do educacional e

administrativo. Logo abaixo ficará o subsolo com estacionamento e serviço com

entrada pela rua Santa Catarina.

A concha acústica será instalada com sua frente virada a sudeste,

favorecendo-se do vento vindo do sentido nordeste ajudando no deslocamento do

som, melhorando a audibilidade dos usuários que estarão assistindo o espetáculo.

A área de lazer multiuso foi posicionada na parte mais plana do terreno,

favorecendo a área de lazer, além de, visual perfeita para a concha acústica e

ótimas visuais da cidade. A área de lazer contará com academia e playground

locado ao fundo do terreno em função da segurança das crianças.

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Imagem 79: Zoneamento escolhido.

Fonte: do Autor (2017).

Imagem 80: segunda proposta de zoneamento.

Fonte: do Autor (2017).

LEGENDA:

Público

Playground

Academia

Área Multiuso

Subsolo

Privado

Administrativo

Barreira Vizinhança

Ventos Verão

Ventos Inverno

LEGENDA:

Público

Área Multiuso

Barreira Vizinhança

Ventos Verão

Ventos Inverno

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Imagem 81: Terceira proposta de zoneamento.

Fonte: do Autor (2017).

LEGENDA:

Público

Área Multiuso

Barreira Vizinhança

Ventos Verão

Ventos Inverno

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CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO

Após término do presente trabalho, levando em consideração todas as

informações, estudos e analises, conclui-se a importância da implementação de um

teatro que atenda a todas as necessidades da cidade de Passo Fundo, dando

continuidade na realização dos eventos culturais importantes que o município sedia

em lugares apropriados para os mesmos que contaram com aproximadamente 130

mil espectadores na semana que foram realizados na última edição. Todavia,

atendendo também o pedido citado no plano municipal cultural da cidade por um

teatro maior para atender a grande demanda de público.

O projeto busca benfeitorizar a cidade, o local inserido e a população que irá

comparecer ao local e ter mais uma forma de lazer e cultura ofertada pela cidade.

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CAPÍTULO 7: REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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data=!3m7!1e1!3m5!1sYsHyPdiPh-

qTfWR9BJ5ujw!2e0!6s//geo2.ggpht.com/cbk?panoid=YsHyPdiPh-

qTfWR9BJ5ujw&output=thumbnail&cb_client=maps_sv.tactile.gps&thumb=2&w=203

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ntania+levantar+parte+de+lona++apresentacoes+estao+mantidas+para+a+tarde+e+

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