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Índice

1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 5

2 – ANATOMIA DA COLUNA LOMBAR ....................................................................................................... 6

2.1 - Generalidades ..................................................................................................................................... 6

2.2 – Ossos (vértebra lombar) ....................................................................................................................... 8

2.2.1 – Corpo vertebral ............................................................................................................................. 8

2.2..2 – Processos articulares .................................................................................................................... 8

2.2.3 - Lâminas ........................................................................................................................................ 9

2.2.4 - Pedículos ...................................................................................................................................... 9

2.2.5 – Processos transversos .................................................................................................................... 9

2.2.6 – Processo espinhoso ....................................................................................................................... 9

2.2.7 – Forame vertebral ........................................................................................................................... 9

2.2.8 – Forames intervertebrais (de conjugação) ......................................................................................... 9

2.3 – Principais ligamentos da coluna lombar ............................................................................................... 11

2.3.1 – Ligamento longitudinal anterior ................................................................................................... 11

2.3.2 – Ligamento longitudinal posterior .................................................................................................. 11

2.3.3 – Ligamento amarelo (flavo) ........................................................................................................... 11

2.3.4 – Outros ligamentos: ...................................................................................................................... 12

2.3.5 – Ligamentos ílio-lombares ............................................................................................................ 71

2.4 – Articulações das vértebras lombares .................................................................................................... 71

2.4.1 – Articulações interfacetárias .......................................................................................................... 71

3.4.2 – Articulações disco-somáticas ....................................................................................................... 15

2.5 – Vascularização da coluna lombar ....................................................................................................... 15

2.6 – Anatomia do disco intervertebral ........................................................................................................ 17

2.7 – Músculos da coluna lombar ................................................................................................................ 18

2.7.1 – Grande dorsal ............................................................................................................................. 18

2.7.2 – Serrátil posterior inferior ............................................................................................................. 20

2.7.3 – Eretores da espinha ..................................................................................................................... 20

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2.7.4 – Semi espinhais ............................................................................................................................ 22

2.7.5 - Multífidos ................................................................................................................................... 22

2.7.6 - Rotadores.................................................................................................................................... 22

2.7.7 - Interespinhosos ........................................................................................................................... 22

2.7.8 - Intertransversos ........................................................................................................................... 23

2.7.9 – Psoas maior e menor ................................................................................................................... 23

2.7.10 - Ilíaco ........................................................................................................................................ 24

2.7.11 – Quadrado lombar ...................................................................................................................... 25

2.8 – Neuroanatomia .................................................................................................................................. 26

2.8.1 – Inervação da coluna vertebral ....................................................................................................... 26

2.8.2 – Plexo lombar .............................................................................................................................. 27

2.8.3 – Plexo sacral ................................................................................................................................ 33

3 – FISIOLOGIA ARTICULAR DA COLUNA LOMBAR .............................................................................. 35

3.1 – Flexão de um segmento da coluna lombar ............................................................................................ 35

3.2 – Extensão de um segmento da coluna lombar ........................................................................................ 36

3.3 – Inclinação de um segmento da coluna lombar ...................................................................................... 37

3.4 – Rotação de um segmento da coluna lombar .......................................................................................... 37

4 - PRINCÍPIOS DE FRYETTTE APLICADOS À COLUNA LOMBAR .......................................................... 38

4.1 – Princípio I de Fryette: NSR ................................................................................................................ 39

4.2 – Princípio II de Fryette: ERS, FRS ....................................................................................................... 41

5 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS LOMBARES .............................................................................................. 42

5.1 – Disfunção em ERS............................................................................................................................. 43

5.2 – Disfunção em FRS ............................................................................................................................. 44

5.3 – Disfunção em NSR ............................................................................................................................ 44

* Não se deve confundir as disfunções em NSR com as escolioses vertebrais. ..................................................... 45

6 – POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTO NA COLUNA LOMBAR ............. 45

6.1 - Principais patologias da região lombar ................................................................................................ 47

6.1.1 - Síndrome da faceta ...................................................................................................................... 47

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6.1.2 - Hérnia de disco lombar ................................................................................................................ 48

7 – AVALIAÇÃO DA COLUNA LOMBAR ................................................................................................... 48

7.1 – Inspeção estática ................................................................................................................................ 50

7.2 – Inspeção dinâmica ............................................................................................................................. 50

7.3 – Testes articulares ............................................................................................................................... 54

7.3.1 – Quick scanning para coluna lombar ............................................................................................. 54

7.3.2 – Springing test para coluna lombar................................................................................................. 55

7.3.3 – Testes de mobilidade analítica da coluna lombar ............................................................................ 58

7.3.4 – Teste de Mitchell para vértebras lombares ..................................................................................... 61

7.4 – Testes ortopédicos ............................................................................................................................. 65

7.4.1. – Teste de Laségue ........................................................................................................................ 65

7.4.2 – Teste da campainha ..................................................................................................................... 65

8 - TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA A COLUNA LOMBAR ................................................................ 66

8.1 – Técnicas para tecidos moles ................................................................................................................ 66

8.1.1 – Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente sentado) .......................................................... 66

8.1.2 - Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente em DL) ............................................................ 67

8.1.3 - Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente em DV) ........................................................... 70

8.1.4 – Técnica de liberação do iliopsoas ................................................................................................. 71

8.1.5 – Técnica de Energia muscular (TEM) para o iliopsoas ..................................................................... 73

8.1.6 – Técnica de Jones para o ílio-psoas ................................................................................................ 74

8.1.7 – Técnica de Jones para os paravertebrais lombares .......................................................................... 75

8.1.8 – Técnica neuromuscular (TNM) para os paravertebrais lombares ..................................................... 76

8.1.9 – Técnica de liberação dos paravertebrais lombares e ligamentos interespinhosos ............................... 77

8.1.10 - Técnica de relaxamento fascial toracolombar ............................................................................... 78

8.1.11 – Técnica de liberação ligamentar de Cathie - ligamentos ílio-lombares ........................................... 79

8.1.12 – Técnica de liberação do ligamento ílio-lombares (paciente em decúbito lateral) .............................. 80

8.2 – Técnicas para correções das disfunções articulares ............................................................................... 81

8.2.1 – Técnica de correção de posterioridade (decúbito ventral) ................................................................ 81

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8.2.2 – Técnica de lumbar roll para correção de ERS direita ...................................................................... 82

8.2.3 – Técnica de energia muscular (TEM) para correção de disfunção de ERS esquerda ............................ 84

8.2.4 – Técnica de thrust para correção de FRS direita .............................................................................. 85

8.2.5 – Técnica de energia muscular (TEM) para correção de disfunção de FRS direita ............................... 87

8.2.6 – Técnica de thrust para correção de NRS direita .............................................................................. 88

8.2.7 – Técnica de energia muscular para disfunção de NSR esquerda de L2 ............................................... 90

9 – REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 92

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1 – INTRODUÇÃO

A coluna lombar é uma curvatura secundária composta por cinco vértebras, sendo um

segmento bastante móvel, principalmente nos seus últimos níveis (L4 e L5). É frequente que

nessas áreas ocorra maior incidência de processos degenerativos que podem provocar sintomas

locais e/ou nos membros inferiores em algum momento da vida.

Relaciona-se mecanica e neurologicamente (inervação somática e autônoma) com os

membros inferiores e também muitas vísceras abdominais e pélvicas, além de outras relações

com zonas mais distante.

Apresenta mobilidade nos três planos de espaço, porém em razão da anatomia de suas

facetas articulares, apresenta mais capacidade de movimentos no plano sagital (flexão e

extensão) e pouca mobilidade nos planos transversal (rotação) e frontal (inclinação lateral). Os

movimentos de flexão e extensão que ocorrem no plano sagital (flexão e extensão) são

acompanhados de translações anteroposteriores das vértebras, e os movimentos de rotação e

inclinação lateral sempre ocorrem de maneira conjunta.

É a zona mais álgica do corpo humano com grande incidência de problemas. Além dos

diversos problemas estruturais que podem provocar sintomas nesse local, muitas alterações

funcionais podem ser responsáveis por isso.

Em casos de sintomas locais na coluna lombar, o avaliador deve buscar através da

anamnese, exame físico (testes ortopédicos, neurológicos e osteopáticos), e de imagem,

diferenciar a possibilidade de uma patologia estrutural ou de um conjunto de disfunções

mecânicas que possam estar estressando mecanicamente os tecidos locais. Na exclusão de uma

patologia estrutural em fase ativa, resta ao examinador determinar outras causas hipotéticas para

os sintomas relatados pelo paciente. Tais causas podem envolver diversos tipos de tecidos e

sistemas, inclusive com localização distante da coluna lombar. As conclusões somente serão

determinadas após a utilização de testes de mobilidade teciduais seguindo os princípios

osteopáticos de observação do organismo como uma unidade.

O objetivo desta apostila é descrever a anatomia e fisiologia articular da coluna lombar

para facilitar o entendimento das condições fisiológicas, das disfunções somáticas, avaliação e

tratamento osteopático deste segmento. A apostila tem como objetivo ser um material de apoio

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do módulo, compreendendo as técnicas de avaliação e de tratamento utilizadas para a coluna

lombar durante o curso de fomrção em Osteopatia do CBO. Além da leitura desse material, é

recomendado que o aluno aprofunde seus estudos em outras obras, especialmente as apontadas

nas referências bibliográficas utilizadas para elaborar essa apostila.

2 – ANATOMIA DA COLUNA LOMBAR

2.1 - Generalidades

A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, nas quais são: 7 cervicais, 12 torácicas, 5

lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas. Suas principais funções são:

proteger a medula espinhal e os nervos espinhais,

sustentar o peso do corpo acima da pelve,

oferecer um eixo rígido e flexível para o tronco,

manter postura e

auxiliar na locomoção.

A vértebra é maior quanto mais baixa (caudal) for sua localização na coluna. Estão

dispostas desta maneira, pois, quanto mais baixa estiver a vértebra, mais peso terá que suportar.

As vértebras articulam-se entre si por meio de duas articulações:

interfacetárias (direita e esquerda) e

duas articulações disco somáticas (superior e inferior).

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Uma vértebra típica é formada por um corpo vertebral, um arco vertebral e os processos

(espinhosos, transversos e articulares).

O corpo vertebral é anterior, confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso que

incide sobre a vértebra. É composto de osso trabecular vascularizado revestido por uma fina

camada de osso compacto. O osso trabecular contém medula óssea vermelha, com atividade

hematopoiética.

O arco vertebral se situa posterior ao corpo vertebral e possui pedículos e lâminas. Os

pedículos são cilíndricos e possuem as superfícies das articulações interfacetárias. As lâminas

são achatadas e se situam posteriormente aos pedículos. O arco vertebral e a superfície posterior

do corpo vertebral formam o forame vertebral. Já, os arcos das vértebras adjacentes formam os

forames intervertebrais (forames de conjugação).

Os sete processos que se originam do arco vertebral são:

- 1 processo espinhoso: mediano, projeta-se posteriormente.

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- 2 processos transversos: póstero-laterais projetam-se da junção entre pedículo e lâmina.

- 4 processos articulares: 2 superiores e 2 inferiores, também projetam-se da junção entre

pedículo e lâmina. Cada um deles contém uma faceta articular.

O processo espinhoso e os processos transversos proporcionam fixações aos músculos

profundos do dorso, já os processos articulares estão em aposição aos processos articulares das

vértebras supra e infrajacentes, onde formam as articulações interfacetárias (zigapofisárias).

2.2 – Ossos (vértebra lombar)

As vértebras lombares são as maiores vértebras da coluna vertebral, possuem corpo

vertebral, arco posterior e processos.

A maior vértebra móvel da coluna é L5, que é distinguida por seu corpo e processos

transversos grandes. Seu corpo vertebral é mais alto anteriormente, o que auxilia na conformação

da lordose lombar.

2.2.1 – Corpo vertebral

É grande, reniforme, maior no seu diâmetro transversal se comparado ao diâmetro

anteroposterior. Na periferia há osso compacto e na zona central osso esponjoso.

2.2..2 – Processos articulares

Estendem-se verticalmente, com as facetas articulares superiores orientadas para

posterior e medial e as inferiores orientadas para anterior e lateral. Essa orientação facetaria, que

é típica na coluna lombar, facilita os movimentos de flexão e extensão, dificulta as inclinações e

quase impede as rotações.

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2.2.3 - Lâminas

Altas (se comparadas às lâminas de outras regiões da coluna) e achatadas.

2.2.4 - Pedículos

São cilíndricos e se situam no arco posterior da vértebra. Suas partes superiores e

inferiores formam o forame de conjugação (que se situa entre 2 vértebras).

2.2.5 – Processos transversos

Projetam-se posterior e superiormente e também lateralmente. São longos e delgados.

Suas extremidades situam-se a “dois dedos” de distância do processo espinhoso.

2.2.6 – Processo espinhoso

Grosso (se comparado aos processos espinhosos de outras regiões da coluna), chato (em

sua parte posterior) e retangular.

2.2.7 – Forame vertebral

Tem forma triangular, menor que nas vértebras cervicais e torácicas. Até L2 recebe a

medula espinhal, se L2 a L5 recebe a cauda eqüina. Pode sofrer estenose (diminuição de sua luz)

por hipertrofia do ligamento amarelo, degenerações discais, anterolisteses vertebrais, formações

osteofitárias e por alterações congênitas (pedículos curtos).

2.2.8 – Forames intervertebrais (de conjugação)

São ovais e preenchidos por ligamentos, vasos, nervo e fáscia. Pode sofrer estenose

(diminuição de sua luz) por alterações discais ou formações osteofitárias.

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2.3 – Principais ligamentos da coluna lombar

2.3.1 – Ligamento longitudinal anterior

Faixa fibrosa forte e larga que fixa as regiões anteriores e laterais dos corpos vertebrais e

discos intervertebrais. Estende-se da região anterior do forame magno e de C1 até os tubérculos

anteriores do sacro. É o único ligamento limitador da extensão do tronco. É pouco inervado.

2.3.2 – Ligamento longitudinal posterior

Faixa mais estreita e fraca que o ligamento longitudinal anterior. Segue dentro do canal

vertebral, posterior aos corpos vertebrais e discos intervertebrais e anterior à medula. Fixa-se aos

discos e não aos corpos vertebrais. Atua pouco na limitação da flexão do tronco, sua função é

estabilizar (evitar herniação) do disco. Tem rica inervação nociceptiva.

2.3.3 – Ligamento amarelo (flavo)

Tecido elástico largo que une as regiões anteriores das lâminas das vértebras. Faz parte

da parede posterior do canal vertebral. Limita a flexão do tronco.

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2.3.4 – Outros ligamentos:

Interespinhosos: situam-se entre os processos espinhosos; são fracos, quase

membranáceos, auxiliam na limitação da flexão do tronco.

Supraespinhoso: une os ápices dos processos espinhosos de C7 até o sacro, funde-se

superiormente ao ligamento nucal; é forte e fibroso, limita a flexão do tronco.

Intertransversos: situam-se entre os processos transversos. Na região lombar são finos e

membranáceos, diferentemente da região torácica, onde são fibrosos. Limitam a inclinação

contralateral do tronco.

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2.3.5 – Ligamentos ílio-lombares

Ligamento iliolombar superior – Tem fixações no processo transverso de L4 e na crista ilíaca.

Limita a inclinação contralateral e a flexão do tronco.

Ligamento iliolombar inferior – Divide-se em 2 fascículos: fascículo ilíaco - tem fixações no

processo transverso de L5 e na crista ilíaca; fascículo sacral – tem fixações no processo

transverso de L5 e na articulação sacroilíaca. Limitam a inclinação contralateral e a extensão do

tronco.

2.4 – Articulações das vértebras lombares

2.4.1 – Articulações interfacetárias

São articulações sinoviais do tipo plano, entre os processos articulares superiores e

inferiores das vértebras adjacentes. Circundadas por cápsula articular frouxa, que é fixada à

margem das superfícies articulares dos processos articulares. Permitem movimento de

deslizamento e determinam os tipos de movimentos possíveis em cada nível da coluna vertebral.

São responsáveis pelos movimentos vertebrais.

Vista anterior da transição lombassacral

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Suportam de 20 a 25% da carga axial aplicada sobre a vértebra lombar, com o disco em

condições normais. Se houver degeneração discal, pode receber até 70% desta carga, o que

favorece o processo degenerativo da articulação – artrose interfacetária (desgaste da cartilagem,

diminuição do espaço articular e desenvolvimento de osteófitos).

São inervadas pelo ramo medial do ramo posterior (sensitivo) do nervo espinhal. Cada

ramo medial inerva a articulação do mesmo nível e do nível abaixo, portanto, cada articulação

interfacetária é inervada por 2 níveis medulares/metaméricos.

3.4.2 – Articulações disco-somáticas

São sínfises (articulações cartilagíneas secundárias), responsáveis pelo suporte de peso e

resistência. São unidas pelos discos intervertebrais e ligamentos.

2.5 – Vascularização da coluna lombar

A coluna lombar é suprida pelas artérias subcostais e artérias lombares (segmentares),

que são ramos da artéria aorta. Estas artérias enviam ramos equatoriais (para o corpo vertebral),

ramos periosteais (para o periósteo) e ramos posteriores para o arco vertebral e músculos

posteriores.

Vista lateral de uma transição da coluna lombar.

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Os ramos arteriais espinhais (ramos da artéria lombar/segmentar) entram no canal

vertebral através do forame de conjugação para suprir os ossos, periósteo, ligamentos e

meninges.

As artérias radiculares (ramo das artérias espinhais) suprem o tecido nervoso (raízes dos

nervos e medula espinhal) e dão origem a ramos ascendentes e descendentes, que se

anastomosam com níveis adjacentes.

A medula óssea vermelha e o corpo vertebral são irrigados pela artéria nutrícia, que é

ramos das artérias do canal medular.

A drenagem da coluna é feito por plexos venosos:

- interno (no canal vertebral) e

- externo: anterior (anterior à coluna vertebral) e posterior (posterior à coluna vertebral).

O plexo interno e o externo posterior comunicam-se através do forame de conjugação.

A veia basivertebral drena o sangue do corpo vertebral para o plexo interno, as veias

intervertebrais drenam o sangue da medula espinhal, acompanham o nervo espinhal no forame de

conjugação e terminam nas veias lombares (segmentares).

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2.6 – Anatomia do disco intervertebral

Os discos intervertebrais situam-se entre os corpos vertebrais. Permite, por sua

deformabilidade, movimentos entre as vértebras e absorção de impacto. Cada disco é formado

por um anel fibroso e um núcleo pulposo.

O anel fibroso é formado por lamelas concêntricas de fibrocartilagem, que envolvem o

núcleo pulposo. Insere-se nos corpos vertebrais adjacentes, unindo-os, porém permite

movimentos. É o meio de união mais forte entre os corpos vertebrais.

O núcleo pulposo é de natureza semi-líquida, por isso é responsável por grande parte da

flexibilidade e resiliência do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo. Alarga-se,

quando comprimido e se estreita quando tracionado. Não se situa exatamente no centro do disco,

mas ligeiramente posterior. Isto se deve ao fato de o anel fibroso ser mais delgado na sua parte

posterior.

Os discos variam de tamanho e espessura nas diferentes regiões da coluna. Na região

lombar sua espessura é de 1/3 da espessura do corpo vertebral.

Nas regiões cervical e lombar, o disco é mais espesso na sua parte anterior que na

posterior, o que auxilia na conformação das lordoses. É pouco inervado e o núcleo pulposo se

nutre por difusão de moléculas vindas da parte esponjosa do corpo vertebral.

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2.7 – Músculos da coluna lombar

Os músculos da coluna lombar são divididos, anatomicamente, em músculos posteriores

da coluna lombar e músculos da parede posterior do abdômen.

Os músculos posteriores da coluna lombar são divididos em camadas: superficial,

intermediária e profunda.

* Camada superficial

2.7.1 – Grande dorsal

Fixação proximal:

tubérculo menor do úmero

Fixações distais:

nos processos espinhosos de

T7 a T12,

fáscia tóracolombar

(vértebras lombares, sacro e

crista ilíaca) e

ângulo inferior da escápula.

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Funções:

com ponto fixo distal, aduzir, estender e rodar medialmente o úmero e deprimir a

escápula e,

com o ponto fixo proximal, faz inclinação homolateral do tronco e eleva a pelve

homolateral.

A contração bilateral gera extensão do tronco.

Inervação: nervo tóraco-dorsal (C6, C7 e C8).

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* Camada intermediária

2.7.2 – Serrátil posterior inferior

A camada intermediária é formada pelo músculo serrátil posterior inferior, que é um

músculo acessório da respiração e principalmente proprioceptivo.

Fixações superiores nas últimas 4 costelas

Fixações inferiores: nos processos espinhosos de T11 a L2.

Inervação: pelos segmentos de T9 a T12.

* Camada profunda

2.7.3 – Eretores da espinha

A camada profunda é formada pelos músculos eretores da espinha, que são: iliocostal,

longuíssimo do dorso e espinhal.

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Fixações distais: tendão largo que estende-se da crista ilíaca, face posterior da sacro,

ligamentos sacro-ilíacos, tubérculos sacros e processos espinhosos das vértebras lombares

baixas.

Fixações proximais:

Iliocostal: fixação proximal nos ângulos das costelas e processos transversos

cervicais,

Longuíssimo: tubérculos das costelas e processos transversos torácicos e

cervicais

Espinhal nos processos espinhosos torácicos e ligamento nucal.

Funções:

extensores do tronco.

Inervação: ramos posteriores dos nervos espinhais.

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Também fazem parte da camada profunda os músculos semi-espinhais, multífidos,

rotadores, interespinhais e intertransversos. Estes músculos são inervados pelos níveis em que

atuam.

2.7.4 – Semi espinhais

Os músculos semi espinhais têm fixações nos processos transversos de uma vértebra e

nos processos espinhosos das 4 a 6 vértebras superiores. Têm como ação extensão e rotação

contralateral da coluna.

2.7.5 - Multífidos

Os músculos multífidos têm fixações nos processos transversos de uma vértebra e nos

processos espinhosos das 2 a 4 vértebras superiores. Têm como ação estabilizar as vértebras

durante os movimentos do tronco.

2.7.6 - Rotadores

Os músculos denominados rotadores têm fixações nos processos transversos e lâminas e

processos espinhosos da vértebra suprajacente ou 2 níveis acima. Estabilizam as vértebras e

auxiliam na extensão e rotação da vértebra, além de ter função proprioceptiva.

2.7.7 - Interespinhosos

Os músculos interespinhosos têm fixações nos processos espinhosos de vértebras

adjacentes. Auxiliam na extensão da coluna.

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2.7.8 - Intertransversos

Os intertransversos têm fixações nos processos transversos de vértebras adjacentes.

Auxiliam na inclinação homolateral do tronco.

* Parede posterior:

Os músculos da parede posterior do abdome que movem a coluna lombar são: psoas

maior, psoas menor, ilíaco e quadrado lombar.

2.7.9 – Psoas maior e menor

O psoas maior é um músculo longo, espesso, que se situa na face lateral das vértebras

lombares, onde se fixa.

Fixações proximais:

Psoas maior: discos intervertebrais e as faces laterais de T12 a L5.

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Psoas menor: T12 e L1 e no disco intervertebral desse nível.

Fixações distais:

Psoas maior: trocânter menor do fêmur.

Psoas menor: região superior do ramo púbico.

Funções:

Coxa: flexão, adução e rotação lateral

Tronco: flexão, inclinação homolateral e rotação contralateral.

É inervado pelos níveis L1, L2 e L3. Sob suas fibras passa o plexo nervoso lombar.

2.7.10 - Ilíaco

O músculo ilíaco é triangular e

espesso.

Fixação proximal:

parte interna da fossa ilíaca

Fixação distal:

junto ao tendão do psoas

maior, no trocânter menor do

fêmur.

Funções: flexão, adução e rotação

lateral da coxa.

Inervação: níveis L1, L2 e L3.

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2.7.11 – Quadrado lombar

Fixação proximal:

12ª costela e processos

transversos das vértebras

lombares

Fixação distal:

lábio interno da crista ilíaca e

ligamento iliolombar.

Funções: extensão e a inclinação

homolateral do tronco, além de fixar a 12ª

costela durante a inspiração.

Inervação: níveis T12, L1 e L2.

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2.8 – Neuroanatomia

2.8.1 – Inervação da coluna vertebral

A coluna vertebral, onde está incluída a coluna lombar, é inervada por ramos meníngeos

(recorrentes) dos nervos espinhais, que se originam no nervo espinhal (misto), antes da sua

divisão em ramo anterior e posterior. Dois a quatro desses ramos se originam de cada lado a cada

nível vertebral.

Após sua origem, tomam o trajeto do forame de conjugação para inervar a face ântero-

lateral dos corpos vertebrais, discos intervertebrais e ligamento longitudinal anterior, porém

algumas fibras retornam por este forame (daí o nome alternativo “recorrente”), na direção do

canal medular, para inervar o periósteo da parte posterior dos corpos vertebrais, pedículos e

lâminas (nocicepção), ligamento amarelo (nocicepção e propriocepção), face posterior e póstero-

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lateral dos discos intervertebrais (nocicepção e propriocepção), ligamento longitudinal posterior

(nocicepção e propriocepção), dura-máter espinhal (nocicepção) e vasos sanguíneos no canal

vertebral (vasomotricidade).

Próximo à sua origem, os ramos meníngeos (recorrentes) dos nervos espinhais se

conectam aos ramos comunicantes cinzentos (que se originam no gânglio do tronco simpático).

Na coluna lombar do adulto a medula espinhal termina ao nível de L2. Isto acontece, pois

o crescimento da coluna vertebral é maior que o crescimento da medula espinhal. Como a origem

do nervo na medula espinhal é distante da saída do nervo do forame de conjugação há raiz

nervosa dentro do canal medular na coluna lombar. As raízes dentro do canal medular têm o

nome de cauda eqüina.

2.8.2 – Plexo lombar

Os nervos espinhais lombares saem do canal vertebral pelos forames de conjugação e se

dividem em ramo posterior e anterior. O ramo posterior vai inervar ossos, músculos, ligamentos

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e pele da região posterior. O ramo anterior segue anterior e inferiormente para formar os plexos e

inervar as estruturas da região anterior e inferior do tronco e os membros inferiores.

O plexo lombar é formado pelos ramos anteriores dos nervos de L1 a L4 e está localizado

anteriormente aos processos transversos das vértebras lombares, próximo à fixação proximal do

músculo psoas maior. Deste plexo saem ramos, que formam os nervos:

femoral (L2 a L4),

obturador (L2 a L4),

tronco lombossacral (L4, L5),

ílio-inguinal (L1)

ílio-hipogástrico (L1),

genitofemoral (L1, L2),

cutâneo femoral lateral da coxa (L2, L3).

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O nervo femoral (L2 a L4) inerva:

o músculo ilíaco, passa profundamente ao ligamento inguinal e atinge a face

anterior da coxa, onde inerva:

o quadríceps,

pectíneo e

sartório.

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O nervo obturador (L2 a L4) segue até a pelve menor, passa pelo forame obturado e

atinge a face medial da coxa, onde inerva:

o pectíneo (junto com o nervo femoral),

obturador externo,

adutor curto,

adutor longo,

adutor magno e

grácil.

O tronco lombossacral (L4, L5) passa anterior à asa sacral e se junta aos ramos anteriores

dos nervos S1 a S4 para formar o plexo sacral.

Os nervos ilioinguinal e iliohipogástrico (L1) descem anteriormente ao músculo quadrado

lombar, têm o trajeto paralelo à crista ilíaca, perfuram os músculos transverso do abdome,

oblíquo interno e externo para inervar:

os músculos abdominais e

pele da região inguinal e púbica.

O nervo genitofemoral perfura o músculo psoas maior, segue inferiormente e divide-se

em ramo femoral e genital. O nervo cutâneo femoral lateral da coxa entra na coxa profundamente

ao ligamento inguinal e inerva a pele da face ântero-lateral da coxa.

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2.8.3 – Plexo sacral

Está localizado na parede pósterolateral da pelve menor, intimamente relacionado ao

músculo piriforme. É formado pelos ramos anteriores de L4 a S4 e a maioria dos seus ramos sai

da pelve pelo forame isquiático maior.

Do plexo sacral saem fibras que vão formar os nervos:

Glúteo superior (L4 a S1),

Glúteo inferior (L5 a S2),

Isquiático (L4 a S3),

Cutâneo dorsal femoral posterior (S1 a S3) e

Pudendo (S2 a S4).

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O nervo isquiático é o maior do corpo humano, passa anterior ao corpo do músculo

piriforme, em seguida desce ao longo da face posterior da coxa para suprir a face posterior do

membro inferior. Divide-se em nervo fibular comum e tibial.

O nervo pudendo é o principal nervo do períneo e da sensibilidade dos órgãos genitais.

Desce pelo forame isquiático maior e entra no períneo pelo forame isquiático menor. Inerva a

pele e os músculos do períneo. O nervo glúteo superior inerva os músculos glúteos médio e

mínimo e o tensor da fáscia lata. O nervo glúteo inferior inerva o músculo glúteo máximo.

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3 – FISIOLOGIA ARTICULAR DA COLUNA LOMBAR

3.1 – Flexão de um segmento da coluna lombar

Durante a flexão lombar:

a vértebra suprajacente desliza anteriormente em relação à vértebra infrajacente,

os processos espinhosos se afastam,

as facetas articulares se afastam (desimbricam),

o anel cartilaginoso do disco é comprimido anteriormente e estirado

posteriormente.

Tem uma amplitude de movimento de 40º e é limitada pela tensão dos ligamentos

longitudinal posterior, supraespinhoso, interespinhosos e amarelo.

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3.2 – Extensão de um segmento da coluna lombar

Durante a extensão lombar:

a vértebra suprajacente desliza posteriormente em relação à vértebra infrajacente,

os processos espinhosos se aproximam,

as facetas articulares se aproximam,

o anel cartilaginoso do disco é comprimido posteriormente e estirado

anteriormente.

Tem uma amplitude de movimento de 30º e é limitada pela tensão do ligamento

longitudinal anterior e pelo choque dos processos espinhosos.

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3.3 – Inclinação de um segmento da coluna lombar

Durante a inclinação lombar:

a vértebra suprajacente inclina-se lateralmente em relação à vértebra infrajacente,

o processo transverso do lado da inclinação se aproxima do processo transverso

da vértebra inferior e o contralateral se afasta,

as facetas articulares do lado da inclinação se aproximam (imbricam)e as

contralaterais se separam (desimbricam),

o anel cartilaginoso do disco é comprimido no lado da concavidade e estirado no

lado da convexidade.

Tem uma amplitude de movimento de 25º e é limitada pela tensão os ligamentos

intertransverso e amarelo e a cápsula articular contralateral à inclinação.

3.4 – Rotação de um segmento da coluna lombar

Durante a rotação da coluna lombar:

a vértebra superior gira sobre a inferior,

o processo transverso do lado da rotação se posterioriza,

o processo espinhoso se desloca contralateral à rotação,

uma faceta articular desliza anteriormente e a outra posteriormente.

Tem uma amplitude de movimento de 10º e existe cisalhamento das fibras do anel fibroso

e o núcleo pulposo recebe maior pressão.

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4 - PRINCÍPIOS DE FRYETTTE APLICADOS À COLUNA LOMBAR

Em 1918, numa convenção da AOA – American Osteopathic Association (Associação

Americana de Osteopatia), Harrison Fryette apresentou um trabalho sobre os movimentos

fisiológicos da coluna vertebral.

Os princípios descritos por Fryette são empregados para buscar descrever a base dos

movimentos fisiológicos da coluna vertebral em cada segmento. A partir desses princípios,

também são descritas as possíveis disfunções somáticas da coluna vertebral, assim como a

formulação das técnicas de correção de tais problemas. Dessa forma, torna-se fundamental o

perfeito entendimento dos princípios e também da sua aplicação em cada segmento da coluna

vertebral, para que a avaliação e delineamento de tratamento sejam eficazes do ponto de vista

mecânico.

A coluna lombar apresenta seus movimentos fisiológicos seguindo os 2 princípios de

Fryette, dependendo de seu posicionamento em relação ao plano sagital (neutra, flexão e

extensão).

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4.1 – Princípio I de Fryette: NSR

Este princípio descreve que: quando uma vértebra ou um grupo delas encontra-se em

posição neutra (easy-flexion), realizam o movimento de inclinação lateral acompanhado de

rotação para o lado oposto.

Os dois movimentos nunca acontecem de forma isolada, sempre são acompanhados,

sendo que o posicionamento das vértebras no plano sagital (neutra, flexão ou extensão)

determina o tipo de movimento.

N = posição neutra

S = side-bend (inclinação lateral)

R = rotação

A nomenclatura do movimento sempre respeita a posição da rotação das vértebras.

Ex: NSR esquerda:

Vértebras em posição neutra no plano sagital, inclinada para a direita.

Deslizamento lateral das vértebras para o lado da convexidade (esquerda).

O corpo vertebral roda para a esquerda e a apófise espinhosa fica desviada para a direita.

A apófise transversa esquerda está posterior e alta, enquanto a apófise direita encontra-se

anterior e baixa.

Os discos intervertebrais estão comprimidos do lado direito e estirados ao lado esquerdo.

As facetas articulares do lado direito encontram-se aproximadas, enquanto as do lado

oposto encontram-se afastadas.

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Este princípio é aplicável nos segmentos lombar e torácico, quando estes se encontram

em posição neutra no plano sagital. Na coluna cervical inferior (C3 à C7) esta lei nunca é

aplicada mesmo que as vértebras estejam em posição neutra, devido a um aquestão anatômica

que será analisada em momento oportuno. Já a coluna cervical superior merece atenção especial

no devido momento, pois as articulações comportam-se de forma diferente.

* Copie e cole o link abaixo no seu navegador e veja essa animação sobre o princípio I de

Fryette:

https://www.youtube.com/watch?v=PHxLs2MIY0A

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4.2 – Princípio II de Fryette: ERS, FRS

Este princípio descreve que: quando uma vértebra ou um grupo delas encontra-se em

estado não neutro no plano sagital (flexão ou extensão), realizam o movimento de inclinação

lateral acompanhado de rotação para o mesmo lado.

E = extensão

F = flexão

R = rotação

S = side-bend (inclinação lateral)

Da mesma forma que NSR, a nomenclatura do movimento sempre respeita a posição da

rotação das vértebras.

Ex: ERS direita:

Vértebras em extensão, inclinadas e rodadas para a direita.

Deslizamento lateral das vértebras para o lado da convexidade (esquerda).

O corpo vertebral roda para a direita e a apófise espinhosa fica desviada para a esquerda.

A apófise transversa direita está posterior e baixa, enquanto a apófise esquerda encontra-

se anterior e alta.

Os discos intervertebrais estão comprimidos ao lado direito e estirados ao lado esquerdo.

As facetas articulares ao lado direito encontram-se aproximadas (imbricadas), enquanto

as do lado oposto encontram-se livres.

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Este princípio é aplicável nos segmentos lombar e torácico, quando estes se encontram

em posição não-neutra (flexão ou extensão). Na coluna cervical inferior (C3 à C7) este princípio

é aplicada em posição neutra e não-neutra, devido à orientação das facetas articulares.

* Copie e cole o link abaixo no seu navegador e veja essa animação sobre o princípio II de

Fryette:

https://www.youtube.com/watch?v=wNNAP60zCBA

5 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS LOMBARES

Recordando...

“Disfunção somática é a função alterada ou debilitada dos componentes relacionados ao sistema

somático: esqueleto, articulações e estruturas fasciais, e elementos vasculares, linfáticos e neurais

relacionados.”

Apresenta restrição de mobilidade (hipomobilidade) em um ou vários dos parâmetros

fisiológicos de movimento. Gera repercussões: articulares (hipomobilidade), musculares

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(espasmo), fasciais (restrições locais e que afetam cadeias fasciais), neurológicas

(comprometimento dos elementos metaméricos).

Uma disfunção somática vertebral produz um fenômeno neurofisiológico conhecido

como facilitação medular, que é hiperexcitação de todos os neurônios (neurônio motor, neurônio

simpático...) envolvidos no segmento medular/metâmero.

Na região lombar é possível que ocorram as seguintes disfunções articulares:

5.1 – Disfunção em ERS

Disfunção de uma vértebra isolada que respeita o segundo princípio de Fryette. A vértebra

encontra-se fixada em extensão, inclinação e rotação homolateral.

Disfunção mecânica: imbricação do lado da concavidade.

Posterioridade do lado em disfunção que aumenta na flexão e diminui na extensão.

Processo espinhoso desviado do lado da convexidade.

Espaço inter-espinhoso diminuído.

A disfunção é fixada por espasmo do músculo transverso-espinhoso (rotador)

homolateral.

Movimentos limitados: flexão, rotação e inclinação contralateral.

O objetivo do tratamento é abrir a faceta imbricada.

ERS direita: vértebra fixada em extensão, inclinação e rotação à direita

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5.2 – Disfunção em FRS

Disfunção de uma vértebra isolada que respeita o segundo princípio de Fryette. A vértebra

encontra-se fixada em flexão, inclinação e rotação homolateral.

Disfunção mecânica: desimbricação do lado da convexidade.

Posterioridade do lado contrário à disfunção que aumenta com a extensão e diminui com

a flexão.

Processo espinhoso desviado para a convexidade.

Espaço interespinhoso aumentado.

A fixação da disfunção é dada pelo deslocamento postero-lateral do núcleo pulposo para

a convexidade e o espasmo do músculo intertransverso do lado da concavidade.

Os movimentos limitados são: extensão, rotação e inclinação contralateral.

O objetivo do tratamento é fechar a faceta desimbricada.

5.3 – Disfunção em NSR

Disfunção adaptativa de um grupo de vértebras que respeita o primeiro princípio de Fryette.

Estas vértebras encontram-se fixadas em posição neutra, inclinação para um lado e rotação

contralateral.

Disfunção que gera convexidade.

As posterioridades ficam do lado da convexidade.

FRS direita: vértebra fixada em flexão, inclinação e rotação à direita

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O movimento limitado do grupo de vértebras é principalmente a inclinação homolateral à

disfunção.

O objetivo do tratamento é diminuir a convexidade. Trata-se a vértebra ápice da

curvatura.

* Não se deve confundir as disfunções em NSR com as escolioses vertebrais.

- NSR: alteração mecânica funcional.

- Escoliose: deformidade óssea estrutural.

6 – POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTO NA COLUNA

LOMBAR

Incluindo T12, sacro e cóccix.

TRAUMA/ CONDIÇÕES DEGENERATIVAS

o Fratura: processo espinhoso, processo transverso, arco vertebral, corpo vertebral;

o Espondilólise/espondilolistese

o Anquilose, hiperostose

o Doença de Scheuermann

NSR direita: vértebras fixadas em posição neutra, inclinação à esquerda e rotação à direita

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o Estiramento/ruptura ligamentar;

o Estiramento/ruptura muscular

o Degeneração do disco intervertebral;

o Artrose: degeneração das articulações intefacetária;

o Osteíte condensante;

o Coccidínea;

o Hipermobilidade articular

INFLAMATÓRIA

o Espondilite anquilosante

METABÓLICA

o Osteoporose;

o Doença de Paget;

o Osteomalácia

INFECÇÕES

o Tuberculose

TUMORES – benignos e malignos

SÍNDROMES

o Síndrome do piriforme

DOR LOMBAR POSTURAL

DISFUNÇÕES MECÂNICAS LOCAIS

o Disfunções somáticas vertebrais locais (ERS, FRS, NSR);

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DOR REFERIDA VISCERAL (útero, bexiga, intestino grosso, intestino delgado).

6.1 - Principais patologias da região lombar

6.1.1 - Síndrome da faceta

Cargas adicionais sobre a coluna lombar são suportadas pelo disco intervertebral

(localizado na região anterior da coluna vertebral) e pelas articulações interfacetárias (localizado

na região posterior da coluna vertebral). Os ligamentos e o controle neuromuscular dão

estabilidade a estas estruturas.

As articulações interfacetárias, com os discos em condições normais, suportam de 20 a

25% da carga axial aplicada sobre a vértebra lombar. Se houver degeneração discal, estas

articulações podem receber até 70% desta carga, o que gera maior compressão sobre elas.

Cargas compressivas de diferentes intensidades entre as articulações interfacetárias

geram degenerações, ou seja, quanto maior a compressão sobre a faceta, maior será sua

degeneração. Isto pode ocorrer em lesão discal assimétrica, movimentos assimétricos das

articulações interfacetárias ou divisão desigual das cargas compressivas nas facetas.

A hipermobilidade pode gerar sobrecarga nas articulações interfacetárias.

O paciente tem um quadro clínico característico, com dor lombar bilateral exacerbada à

extensão do tronco e na posição ortostática mantida e dor homolateral nas inclinações do tronco.

A dor alivia na posição sentada, pois há retificação lombar nesta posição, o que diminui a

compressão sobre as facetas articulares.

Pode haver dor referida, unilateral, para o cóccix, articulação coxofemoral, região

posterior da coxa ou região inguinal quando há síndrome da faceta nos níveis L4-L5 e L5-S1.

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6.1.2 - Hérnia de disco lombar

Hérnia de disco é o deslizamento de uma parte do anel fibroso e/ou núcleo pulposo no

canal vertebral ou forame de conjugação. Pode gerar inflamação local, acometendo a raiz

nervosa em decorrência da compressão mecânica, irritação química e resposta auto-imune.

Podem ser traumáticas ou degenerativas. A degeneração do disco ocorre em decoorrência

da idade, por desequilíbrios tônicos da musculatura lombar e por transtornos posturais

mecânicos.

O paciente apresenta um quadro clínico com dor lombar e/ou dor irradiada para o

membro inferior, com sinal de Laségue, Braggard e/ou slump test positivos. Dependendo do

nível da hérnia, o teste de outros nervos (femoral, obturador, etc) pode ser positivo.

São registradas 200 mil cirurgias para correção da hérnia de disco por ano nos EUA.

7 – AVALIAÇÃO DA COLUNA LOMBAR

A avaliação da coluna lombar deve ter um primeiro grande objetivo no caso da existência

de sintomas locais: saber se a dor é de origem mecânica/funcional ou se a mesma tem origem

estrutural. Essa é a primeira pergunta que o avaliador deve se fazer antes de qualquer outra etapa

da avaliação. Normalmente as algias de ordem mecânicas apresentam alterações de intensidade

em decorrência de movimentos ou posições adotadas pelo paciente. A dor pode aumentar ou

diminuir de acordo com a situação mecânica estática ou dinâmica do corpo. As lombalgias que

tem sua origem em patologias orgânicas em fase aguda (patologia renal, intestinal, ginecológica,

tumor, etc) geralmente não se alteram com movimentos ou posições do paciente, permanecendo

sempre inalteradas. Algumas patologias frequentemente vêm acompanhadas de outros sinais ou

sintomas: febre, alteração da cor da urina, das fezes, perda de peso, dor noturna intensa.

Caso o avaliador descarte a possibilidade de uma patologia estrutural, deve passar para as

próximas etapas na busca do melhor diagnóstico diferencial. A anamnese deve ser guiada para

obter informações relevantes sobre os sintomas quando estes existem. Alguns tópicos merecem

maior atenção durante a entrevista:

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Localização dos sintomas: pedir ao paciente para mostrar com suas mãos o local da dor

mostrando se a dor é pontual, difusa, filiforme, etc;

Qualidade e intensidade da dor: pedir para o paciente descrever a dor (queimação,

choque, etc) e quantificá-la, indicando se existe alteração na intensidade durante o dia. É

possível utilizar a escala visual analógica (EVA) para quantificar a dor ou até mesmo

questionários específicos para a dor lombar (Oswestry, Rolland Morris);

Início dos sintomas: é importante buscar a cronologia dos fatos para buscar relações de

eventos causadores. Quando ocorre um evento traumático imediatamente antes dos

sintomas, os pacientes podem fazer a relação na anamnese, mas em certos casos o trauma

ocorreu há muito tempo atrás. Questionar se foi realizado algum tipo de tratamento físico

ou medicamentoso para tratar o problema, e se esse tratamento surtiu algum efeito ou

não.

Relação dos sintomas: verificar a existência de relação da dor com algum evento. P. ex: a

dor lombar aumenta no período pré-menstrual, ou iniciou após infecção urinaria, alivia

após a defecação, etc.

Fatores agravantes: posições ou movimentos que agravem a dor, assim como outros

eventos orgânicos que possa,m estar ligados.

Posições de alívio;

Presença de irradiações para os membros inferiores: questionar se na condição atual

existe irradiação ou se já houve em algum momento. Questionar sobre a presença de

parestesias, anestesias, fraqueza muscular, incontinência urinária, impotência sexual (ou

diminuição da capacidade de ereção). Todos esses sintomas são indicativos de patologias

neurológicas que poder ser originadas na coluna lombar (disco, canal vertebral, forame de

conjugação). Caso exista dor irradiada é necessário questionar para qual membro ocorre a

irradiação (ou ambos), e também deve-se pedir para o paciente mostrar com suas mão a

localização dos sintomas. O exame físico bem feito na maioria das vezes identifica o

problema com precisão descartando a necessidade de exames complementares de

imagem.

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Histórico clinico: traumas, doenças, cirurgias;

Atividade física e laboral;

Exames de imagem: caso o paciente já tenha realizado pedir para trazer à consulta. Caso

seja realizada toda a avaliação e se considere necessária a realização de exames de

imagem, é necessário ter critérios para saber qual exame deve ser feito.

Após a entrevista inicial o avaliador deve iniciar o exame físico do paciente. Esta etapa

normalmente é subdividida em: inspeção estática, inspeção dinâmica, testes de mobilidade

Osteopáticos, testes Ortopédicos.

7.1 – Inspeção estática

Observar atentamente a postura do paciente no plano coronal (anterior e posterior) e

sagital (lado direito e esquerdo). Analisar as curvaturas fisiológicas na situação estática. Quando

o paciente é observado no plano sagital, o centro da lordose lombar deve estar no nível de L3.

Indivíduos com aumento ou diminuição da curvatura lombar apresentam certas tendências

disfuncionais, mas o importante é avaliar a qualidade de movimento em todos os níveis buscando

assimetrias, restrições e a tríade metamérica que caracteriza a disfunção somática manipulável.

Verificar presença de alterações nas curvaturas da coluna, deformidades e cicatrizes. No

caso de existir sintomas, solicitar ao paciente que mostre o local e descreva o tipo de dor.

Relacionar a localização e tipo dos sintomas com a postura na busca de atitudes antálgicas.

7.2 – Inspeção dinâmica

São realizados movimentos ativos em todos os planos de espaço:

Plano sagital: flexão e extensão;

Plano coronal: inclinação lateral direita e esquerda;

Plano transversal: rotação direita e esquerda.

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Em cada movimento, deve-se observar a qualidade dos movimentos (amplitude bilateral,

restrição), presença de espasmos musculares, alteração do padrão do movimento. O paciente

deve ser instruído a informar ao examinador quando algum sintoma é despertado assim como o

comportamento da dor durante os movimentos.

Flexão

Durante este teste, o avaliador deve observar o movimento da coluna lombar, que é

realizado simultaneamente aos movimentos das articulações coxo-femorais, sacro, ilíacos, pés e

da coluna torácica.

A coluna lombar deve retificar-se ou realizar ligeira flexão. Observar “zonas planas”(que

sugerem hipomobilidades) gibosidades e “pontos de quebra” (que sugerem hipermobilidades).

Uma zona plana na região toracolombar geralmente está ligada ao espasmo do

diafragma.

Uma zona plana no centro (L3) na coluna lombar normalmente está ligada ao

espasmo do quadrado lombar.

Uma zona plana no final da coluna lombar normalmente está ligada ao espasmo

do músculo psoas.

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Extensão

Também ocorre simultaneamente aos movimentos das articulações coxofemorais, sacro,

ilíacos, pés e coluna torácica.

Tem amplitude total de, aproximadamente, 30º. O avaliador deve observar assimetrias de

movimento vertebrais.

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Inclinação

Tem amplitude de, aproximadamente, 20º. Ocorre simultaneamente à rotação.

Observar assimetria entre a inclinação direita e esquerda. A curvatura deve ser uniforme,

não deve haver angulação aguda em apenas 1 nível.

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Rotação

Tem amplitude de, aproximadamente, 15º.

Ocorre simultaneamente à inclinação. Observar assimetria entre a rotação direita e

esquerda.

Deve ser realizada em pé e na posição sentada (com a finalidade de eliminar as

influências da pelve, pés e articulações coxofemorais).

7.3 – Testes articulares

7.3.1 – Quick scanning para coluna lombar

Paciente sentado na maca. Avaliador em pé ao lado do paciente. O avaliador estabiliza o

tronco do paciente com sua mão anterior e posiciona sua mão posterior com a região das

articulações metacarpofalangeanas do 2º e 3º dedos nos processos espinhosos das vértebras

lombares. O antebraço do contato posterior deve estar direcionado no sentido posteroanterior.

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Deve-se deslocar as vértebras no sentido anterior até a sua barreira mecânica e buscar se

essa barreira é elástica (fisiológica) ou se é restritiva que indique disfunção local.

Esse teste, que pode ser aplicado para toda a coluna vertebral e para as articulações

sacroilíacas, indica zonas de restrição, mas não o tipo específico de disfunção.

7.3.2 – Springing test para coluna lombar

Assim como o teste anterior, esse também tem como função identificar áreas de restrição,

para que as mesmas sejam analisadas com mais precisão posteriormente, para indicar o tipo de

disfunção.

O paciente fica em decúbito ventral, e o avaliador em pé ao seu lado, na altura da pelve.

O avaliador posiciona o pisiforme ou a polpa do polegar da mão medial no processo espinhoso

das vértebras lombares e mantém seus cotovelos estendidos.

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O avaliador deve deslocar as vértebras no sentido anterior até a sua barreira mecânica e

buscar se essa barreira é elástica (fisiológica) ou se é restritiva que indique disfunção local.

Após identificar um segmento restrito no Quick scan e/ou no springing test, o avaliador

deve buscar os três componentes da tríade metamérica naquele segmento vertebral: dermátomo,

esclerótomo, miótomo. Isto é feito para buscar uma disfunção somática com facilitação medular.

Esss disfunções devem ser corrigidas no tratamento.

1. O esclerótomo pode ser avaliado palpando o processo espinhoso ou lâmina de uma

vértebra e comparar com a sensibilidade de outros níveis (acima ou abaixo). Quando o

esclerótomo é positivo, existe aumento considerável da sensibilidade no periósteo.

2. Os miótomos da coluna lombar podem ser avaliados utilizando testes de tônus de

qualquer músculo inervado pelo determinado segmento medular. Por exemplo:

L1: Psoas;

L2 e L3: quadríceps;

L4: tibial anterior;

L5: gastrocnêmios ou glúteo máximo.

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As posições de testes de tônus podem ser semelhantes às utilizadas nos testes de força

(Músculos – provas e funções. Kendal), porém o avaliador deve oferecer uma resistência que

seja igual à força máxima do paciente de forma isométrica, para perceber se o paciente consegue

manter a contração por cerca de três a cinco segundos. Um músculo com alteração tônica

(espasmo, hiperatividade, debilidade, etc) não suporta a contração máxima de forma isométrica

por mais de dois ou três segundos devido ao processo isquêmico.

3. Os dermátomos dos metâmeros lombares devem ser testados utilizado o teste palpado

rodado (pinça rolle) na própria pele ao redor da vértebra (ramo posterior do nervo

espinhal) ou seguindo o mapeamento de dermátomos nos membros inferiores (ramo

anterior do nervo espinhal), como mostram a figura abaixo.

Uma dermalgia reflexa é encontrada quando o paciente refere dor ou desconforto quando

o avaliador realiza o rolamento da pele e também quando o avaliador tem a sensação de quebra

de aderências (casca de laranja) quando realiza o rolamento.

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Os testes de dermátomo e miótomo podem detectar problemas em um dos membros

inferiores ou mesmo bilateralmente.

Após detectar a tríade metamérica (dermátomo, esclerótomo e miótomo), encontrando

uma verdadeira disfunção somática vertebral lombar, o próximo passo é descobrir qual o tipo de

disfunção utilizando os testes de mobilidade analítica e também o teste de Mitchell.

Como podemos fazer isso???

7.3.3 – Testes de mobilidade analítica da coluna lombar

Flexão

O paciente fica sentado na maca com os membros superiores cruzados em “V”. O

avaliador fica em pé ao lado do paciente e sua mão anterior toma contato entre os membros

superiores do paciente para poder controlar os movimentos do tronco. Sua mão posterior toma

contato com a polpa dos dedos em 2, 3 ou 4 processos espinhosos das vértebras lombares.

Em seguida o avaliador impõe o movimento de flexão do tronco do paciente e percebe o

que ocorre com os processos espinhosos vertebrais. Espera-se que os processos espinhosos se

afastem com o movimento. Se um processo espinhoso não se afastar é indicativo de

hipomobilidade neste segmento vertebral.

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Extensão

O paciente fica sentado na maca com os membros superiores cruzados em “V”. O

avaliador fica em pé ao lado do paciente e sua mão anterior toma contato entre os membros

superiores do paciente para poder controlar os movimentos do tronco. Sua mão posterior toma

contato com a polpa dos dedos em 2, 3 ou 4 processos espinhosos das vértebras lombares.

Em seguida o avaliador impõe o movimento de extensão do tronco do paciente e percebe

o que ocorre com os processos espinhosos vertebrais. Espera-se que os processos espinhosos se

aproximem com esse movimento. Se um processo espinhoso não se movimentar é indicativo de

hipomobilidade neste segmento vertebral.

Inclinação

O paciente fica sentado na maca com os membros superiores cruzados em “V”. O

avaliador fica em pé ao lado do paciente e sua mão anterior toma contato entre os membros

superiores do paciente para poder controlar os movimentos do tronco. Sua mão posterior toma

contato com a polpa dos dedos em 2, 3 ou 4 processos espinhosos (ou lâminas) das vértebras

lombares.

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Em seguida o avaliador impõe o movimento de inclinação homolateral do tronco do

paciente e percebe o que ocorre com os processos espinhosos vertebrais. Espera-se que os

processos espinhosos se desloquem contralateral à inclinação do tronco. Se um processo

espinhoso não se movimentar é indicativo de hipomobilidade neste segmento vertebral.

O processo espinhoso se desloca contralateral à inclinação em razão da coluna lombar

respeitar o 2ª princípio de Fryette, pois a mesma está retificada (flexionada) com o paciente na

posição sentada.

Rotação

O paciente fica sentado na maca com os membros superiores cruzados em “V”. O

avaliador fica em pé atrás do paciente e sua mão anterior toma contato entre os membros

superiores do paciente para poder controlar os movimentos do tronco. Sua mão posterior toma

contato com o polegar no processo transverso (ou lâmina) ao lado oposto ao qual o avaliador se

encontra.

Em seguida o avaliador impõe o movimento de rotação do tronco do paciente com sua

mão anterior e com seu polegar empurra a transversa ou lâmina no sentido anterior percebe o seu

deslocamento e sensação de barreira.

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Espera-se que o processo transverso (ou lâmina) aceite se deslocar no sentido anterior no

final do movimento. Se o avaliador encontrar uma barreira restritiva importante, isso indica uma

hipomobilidade vertebral, uma incapacidade da vértebra realizar essa rotação.

7.3.4 – Teste de Mitchell para vértebras lombares

Este teste é realizado em 3 tempos:

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Posicionamento das mãos para o teste de Mitchell na

coluna lombar

1) Paciente em decúbito ventral. Avaliador em pé na altura da pelve do paciente, posiciona

os dois polegares na região dos processos transversos da vértebra lombar a ser avaliada.

Inicialmente observa seus polegares, percebendo se há um processo transverso posterior

em relação ao outro. Esse teste só deve ser realizado quando existe uma posterioridade

vertebral, que indica que a mesma está fixada em rotação (além de outros parâmetros).

Teste de Mitchell (1) Paciente em decúbito ventral

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2) Paciente faz extensão do tronco (enquanto o avaliador mantém seus contatos), se apóia

sobre os cotovelos e relaxa os músculos lombares. O avaliador observa se a

posterioridade observada na fase 1 do teste se mantém ou desaparece. Se a posterioridade

não desaparecer isso pode indicar uma disfunção em FRS ou NSR. Se a posterioridade

somente desaparece nessa fase, indica uma ERS ao lado da posterioridade.

Teste de Mitchell (2) Paciente em extensão do tronco

3) Paciente senta nos calcanhares e faz flexão do tronco e avaliador observa se a

posterioridade observada na fase 1 do teste se mantém ou desaparece. Se a posterioridade

não desaparecer isso pode indicar uma disfunção em ERS ou NSR. Se a posterioridade

somente desaparece nessa fase, indica uma FRS ao lado da posterioridade.

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Teste de Mitchell (3)

Paciente em flexão do tronco

Interpretação do teste de Mitchell para coluna lombar:

Se existe uma posterioridade de um processo transverso vertebral com o paciente na

posição neutra, e esta posterioridade se mantém na flexão do tronco e desaparece apenas

na extensão do tronco: disfunção em ERS homolateral à posterioridade (princípio II de

Fryette).

Se existe uma posterioridade de um processo transverso vertebral com o paciente na

posição neutra, e esta posterioridade se mantém na extensão do tronco e desaparece

apenas na flexão do tronco: disfunção em FRS homolateral à posterioridade (princípo II

de Fryette).

Se existe uma posterioridade de um grupo de 3/4 processos transversos vertebrais com

paciente o na posição neutra, e estas posterioridades se mantém na flexão e também na

extensão do tronco: disfunção em NRS homolateral às posterioridades. Como a NSR é

uma disfunção adaptativa em grupo (princípio I de Fryette), na qual as vértebras não

apresentam fixações nem em flexão e nem em extensão, essas posições não mudam em

nada a posterioridade (imbricação facetaria).

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7.4 – Testes ortopédicos

7.4.1. – Teste de Laségue

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador em pé, realiza passivamente, flexão da coxa do

paciente mantendo o joelho em extensão.

Neste teste, as raízes nervosas se movimentam 2,5 cm dentro do forame intervertebral

(Fisk, 1975). Se há irradiação nos primeiros graus da flexão pode indicar protrusão importante.

Se existe irradiação em qualquer angulação da flexão da coxa é indicativo de sofrimento

do nervo ciático ou de suas raízes.

7.4.2 – Teste da campainha

Paciente em decúbito ventral. Avaliador ao lado do paciente, à altura da sua pelve,

posiciona seus polegares sobrepostos na região posterior do processo espinhoso da vértebra a ser

avaliada e faz uma pressão no sentido anterior.

Se houver dor irradiada para o membro inferior pode indicar sofrimento discal.

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* Outros testes que podem ser aplicados para articulações vizinhas (sacroilíacas, coxofemorais,

etc) que influenciam diretamente esse segmento, serão descritas em capítulos posteriores.

8 - TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA A COLUNA LOMBAR

8.1 – Técnicas para tecidos moles

8.1.1 – Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente sentado)

Paciente sentado. Osteopata em pé atrás do paciente, com seu joelho apoiado na maca no

lado oposto ao que será trabalhado, dando apoio à região lateral da coluna lombar do paciente.

Com sua mão lateral, o Osteopata bloqueia a pelve do paciente contra a maca, e com sua

mão medial posicionada no final do gradil costal, posiciona o tronco do paciente em inclinação

lateral e traciona as últimas costelas superiormente. É necessário buscar os parâmetros de tensão

em todos os planos, com deslocamentos anteroposteriores e rotacionais das mãos.

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Atingida a barreira restritiva (técnica direta), o Osteopata pode aplicar dois estilos

diferentes de técnicas:

o Manter estaticamente a tensão restritiva e quando a mesma se libera, o Osteopata

busca novas barreiras e evolui nesse sentido até que não se perceba mais a

barreira.

o Tensionar de maneira rítmica e dinâmica os tecido fasciais de forma progressiva

acompanhando a liberação dos tecidos. Ou seja, quanto mais as tensões se

liberam, mais amplitude o Osteopata produz na técnica.

8.1.2 - Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente em DL)

Paciente em decúbito lateral contralateral ao lado que será manipulado. Seu membro

inferior infrajacente deve estar com o joelho flexionado, e o membro inferior suprajacente

estendido. O membro superior do lado a ser tratado deve estar em abdução máxima.

Técnica de liberação do quadrado lombar direito

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Osteopata em pé de frente para o paciente no nível de seu abdome. Posiciona seu

antebraço inferior na pelve do paciente (crista ilíaca) e o antebraço superior nas últimas costelas.

As polpas dos dedos devem tomar contato na região lateral aos processos transversos,

“enganchando” os tecidos moles da região impondo uma pré-tensão n sentido do teto.

A barreira tensional das fibras iliocostais é alcançada com o Osteopata gerando

simultaneamente três movimentos (A):

Deixando seu tronco cair no sentido do solo;

Afastando seus antebraços;

Tracionado as polpas dos dedos no sentido do teto.

(A)

Técnica de liberação do quadrado lombar direito (fibras ilio-costais)

Atingida a barreira restritiva (técnica direta), o Osteopata pode aplicar dois estilos

diferentes de técnicas:

o Manter estaticamente a tensão restritiva e quando a mesma se libera, o Osteopata

busca novas barreiras e evolui nesse sentido até que não se perceba mais a

barreira.

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o Tensionar de maneira rítmica e dinâmica os tecido fasciais de forma progressiva

acompanhando a liberação dos tecidos. Ou seja, quanto mais as tensões se

liberam, mais amplitude o Osteopata produz na técnica.

Para atingir diferentes tensões fasciais no quadrado lombar devido à obliquidade desses

tecidos, o Osteopata pode realizar essa técnica modificando as alavancas do membro inferior

suprajacente:

- flexão do membro inferior para tensionar as fibras iliolombares (B),

- extensão do membro inferior para tensionar as fibras lombocostais (C).

(B)

Técnica de liberação do quadrado lombar direito (fibras ilio-lombares)

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(C)

Técnica de liberação do quadrado lombar direito (fibras lombo-costais)

8.1.3 - Técnica de liberação do quadrado lombar (paciente em DV)

Paciente em decúbito ventral com o membro inferior do lado a ser tratado em adução

cruzando o outro membro e a coluna lombar levemente inclinada para lado oposto ao que será

liberado. O membro superior do lado a ser tratado em abdução máxima.

Osteopata em pé ao nível das coxas ao lado que será tradado, Sua mão inferior toma

contato na distal da perna do paciente e a mão superior com a mão espalmada toma contato

inicialmente na região posterior da crista ilíaca aprofundando o contato para impor a tensão

necessária no tecido.

Para liberar as aderências e densidades aumentadas na fascia do quadrado lombar, o

Osteopata deve estabilizar o membro inferior com sua mão caudal e deslizar sua mão cefálica no

sentido superior de maneira progressiva no sentido das últimas costelas. Esse deslizamento não é

controlado pelo Osteopata e sim pela liberação dos tecidos do paciente. Quanto mais densidade,

mas lento é o deslizamento.

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Técnica de liberação do quadrado lombar direito

8.1.4 – Técnica de liberação do iliopsoas

Paciente em decúbito dorsal com flexão do membro inferior do lado oposto ao que será

trado. Essa flexão do quadril e joelho deve ser mantida pelas próprias mãos do paciente. O

membro inferior do lado trado deve ser colocado para fora da maca com extensão do quadril.

Osteopata em pé de frente para o paciente. Uma das mãos toma contato no joelho do lado

que não será tensionado para auxiliar a estabilizar o paciente. A outra mão toma contato na face

anterior e distal da coxa do lado a ser tratado. Deve impor tensão passiva da aponeurose do psoas

impondo a extensão passiva do quadril até atingir a barreira restritiva.

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Técnica de liberação do ilipsoas direito

Atingida a barreira restritiva (técnica direta), o Osteopata pode aplicar dois estilos

diferentes de técnicas:

o Manter estaticamente a tensão restritiva e quando a mesma se libera, o Osteopata

busca novas barreiras e evolui nesse sentido até que não se perceba mais a

barreira.

o Tensionar de maneira rítmica e dinâmica os tecido fasciais de forma progressiva

acompanhando a liberação dos tecidos. Ou seja, quanto mais as tensões se

liberam, mais amplitude o Osteopata produz na técnica.

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8.1.5 – Técnica de Energia muscular (TEM) para o iliopsoas

Paciente em decúbito dorsal com flexão do membro inferior do lado oposto ao que será

trado. Essa flexão do quadril e joelho deve ser mantida pelas próprias mãos do paciente. O

membro inferior do lado trado deve ser colocado para fora da maca com extensão do quadril.

Osteopata em pé de frente para o paciente. Uma das mãos toma contato no joelho do lado

que não será tensionado para auxiliar a estabilizar o paciente. A outra mão toma contato na face

anterior e distal da coxa do lado a ser tratado. Deve impor tensão passiva da aponeurose do psoas

impondo a extensão passiva do quadril até atingir a barreira restritiva.

Ao atingir a barreira de tensão, o Osteopata deve instruir o paciente para que realize

contrações isométricas do ílio-psoas, levando sua coxa na direção do teto enquanto o Osteopata

mantém a resistência. Essa contração pode durar de 3-5 segundos e pode ser feita de maneira

moderada.

TEM para o ilipsoas direito

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Após a contração muscular, o Osteopata deve aproveitar a fase de inibição tecidual e

encontrar nova barreira tensional aumentando a extensão do quadril.

Esse procedimento deve ser repetido até o momento que não seja mais possível atingir

novas barreiras e que se perceba a liberação da restrição desse tecido nos testes funcionais. Isso

geralmente ocorre após cerca de 3 a 5 repetições das etapas.

8.1.6 – Técnica de Jones para o ílio-psoas

Paciente em decúbito dorsal com os membros inferiores flexionados e os pés apoiados na

maca.

Osteopata em pé ao lado do paciente na altura da pelve. Toma contato com a polpa dos

dedos indicador médio da aponeurose do psoas e buscar zonas de maior densidade e

sensibilidade. Para confirmar a palpação no músculo pode-se pedir para que o paciente flexione

o quadril para perceber as fibras.

Encontrada a área de maior tensão, o Osteopata toma contato comprimindo o ponto-

gatilho provocando seus sintomas locais e/ou referidos. Em seguida busca o still point (silêncio

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neurológico) deste tecido com posições impostas pelo membro inferior homolateral:

flexão/extensão; adução/abdução; rotação interna e externa. Encontrada a posição espacial na

qual a mesma pressão imposta no ponto-gatilho não provoque mais sintomas deve-se manter por

90 segundos. Após esse período, deve-se retornar lentamente o membro inferior do paciente à

posição inicial e retirar a descompressão do tecido. Se a técnica foi bem executada, uma nova

compressão no ponto-gatilho será praticamente assintomática.

8.1.7 – Técnica de Jones para os paravertebrais lombares

Paciente em decúbito ventral com os membros inferiores em posição neutra.

Osteopata em pé ao lado que será tratado na altura da pelve do paciente. Sua mão

superior toma contato com o polegar comprimindo a área do ponto-gatilho dos paravertebrais

lombares até despertar os sintomas locais e/ou referidos. A mão inferior toma contato com a

palma da mão na face anteroinferior da coxa.

Mantendo a pressão com a mão superior no ponto-gatilho durante toda a técnica, o

Osteopata deve buscar o still point (silêncio neurológico) impondo movimentos de extensão,

adução-abdução, rotação interna/externa da coxa do paciente. A extensão do quadril após 30º

aumenta a lordose lombar reduzindo a tensão sobre esse tecido.

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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 76

Encontrada a posição espacial na qual a mesma pressão imposta no ponto-gatilho não

provoque mais sintomas deve-se manter por 90 segundos. Após esse período, deve-se retornar

lentamente o membro inferior do paciente à posição inicial e retirar a descompressão do tecido.

Se a técnica foi bem executada, uma nova compressão no ponto-gatilho será praticamente

assintomática.

8.1.8 – Técnica neuromuscular (TNM) para os paravertebrais lombares

Paciente em decúbito ventral. Osteopata em Oe ao lado que será manipulado, na altura da

coxa do paciente. Sua mão externa toma contao com a mão espalmada sobre o sacro impondo

tensão caudal nos tecidos moles locais. Sua mão interna deve tomar contato com o polegar

reforçado sobre a aponeurose dos paravertebrais desde suas inserções caudais.

A técnica deve ser realizada bloqueando os tecidos com a mão lateral e gerando um

deslizamento profundo e progressivo com o polegar da mão medial, no sentido cefálico.

Esse deslizamento não é controlado pelo Osteopata e sim pela liberação dos tecidos do

paciente. Quanto mais densidade, mas lento é o deslizamento.

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8.1.9 – Técnica de liberação dos paravertebrais lombares e ligamentos interespinhosos

Paciente em decúbito lateral com os membros inferiores flexionados, apoiados sobre as

coxas e abdome do Osteopata, que posiciona em pé de frente para o paciente. Além do suporte

dos membros inferiores do paciente, o Osteopata toma contatos:

Inferior: antebraço no sacro e polpa dos dedos na zona a ser tratada

(paravertebrais ou lig. Interespinhosos);

Superior: antebraço da coluna dorsal e polpa dos dedos na zona a ser tratada

(paravertebrais ou lig. Interespinhosos)..

A barreira restritiva é buscada com a construção de três alavancas:

Aumentar a flexão da coluna lombar, levando os membros inferiores no sentido

do tronco do paciente;

Tensionando caudalmente o sacro e a mão inferior;

Tensionado cefalicamente a coluna dorsal e a mão superior.

Atingida a barreira restritiva (técnica direta), o Osteopata pode aplicar dois estilos

diferentes de técnicas:

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o Manter estaticamente a tensão restritiva e quando a mesma se libera, o Osteopata

busca novas barreiras e evolui nesse sentido até que não se perceba mais a

barreira.

o Tensionar de maneira rítmica e dinâmica os tecido fasciais de forma progressiva

acompanhando a liberação dos tecidos. Ou seja, quanto mais as tensões se

liberam, mais amplitude o Osteopata produz na técnica.

8.1.10 - Técnica de relaxamento fascial toracolombar

Paciente em decúbito ventral. Ostepata em pé ao lado do paciente com seu centro de

gravidade sobre a coluna lombar do paciente. Toma contato com suas mão cruzadas:

A mão inferior toma contato na região toracolombar;

A mão superior toma contato sobre o sacro.

Inicialmente deve-se aprofundar a tensão nos tecidos moles e em seguida buscar a

barreira tensional. Essa barreira é buscada impondo as tensões:

Mão inferior: tensionar cefalicamente os tecidos;

Mão superior: tensionar caudalmente os tecidos.

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Atingida a barreira restritiva (técnica direta), o Osteopata pode aplicar dois estilos

diferentes de técnicas:

o Trabalhar dinamicamente a tensão dos tecidos com o auxilio da respiração

profunda do paciente. Nas fases inspiratórias deve-se aumentar a tensão e na fase

expiratória essa tensão deve ser levemente amenizada. A cada inspiração o

Osteopata deve aumentar as tensões, até que não exista mais barreira restritiva

importante;

o Manter a tensão estática direta dos tecidos fasciais independente das respirações

do paciente. Aumentar essa tensão progressivamente conforme os tecidos se

liberem.

8.1.11 – Técnica de liberação ligamentar de Cathie - ligamentos ílio-lombares

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé ao lado do paciente com sua coxa medial

apoiada na maca mantendo a flexão do quadril e joelho do paciente do lado a ser manipulado.

Sua mão superior toma contato na face posterior da crista ilíaca próxima as inserções dos

ligamentos ílio-lombares. A mão inferior toma contato na coxa do paciente para controlar as

alavancas do membro inferior.

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Para realizar a liberação direta desses tecidos, o Osteopata deve impor tensão caudal na

crista ilíaca com sua mão superior e sentir as resposta locais com as polpas dos dedos. Seu

contato inferior busca barreira tensional com a alavanca inferior em adução/abdução, rotação

interna/externa e tração caudal. Encontrada a tensão máxima dos tecidos o Osteopata pode

buscar a liberação tecidual aumentando os parâmetros de maneira rítmica oscilatória ou com

tensão estática aumentando progressivamente a tensão.

8.1.12 – Técnica de liberação do ligamento ílio-lombares (paciente em decúbito lateral)

Paciente em decúbito lateral. Osteopata em pé, de frente para o paciente, voltado para

seus pés.

Impor flexão 90º do quadril e joelhos do paciente e sustentar as coxas do paciente com

um dos membros inferiores do Osteopata. A mão superior (sensitiva) toma contato com a polpa

dos dedos nos ligamentos ílio-lombares e a mão inferior toma contato nos pés do paciente.

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Deve-se buscar a barreira tensional dos ligamentos levando os pés do paciente no sentido

do teto, com consequente inclinação contralateral da coluna lombar. Essa tensão deve ser

percebida pela mão superior. Construídas essas barreiras, o Osteopata deve buscaro relaxamento

dos tecidos provocando movimentos rítmicos e oscilatórios de inclinação da coluna lombar até

perceber indícios de relaxamento local.

8.2 – Técnicas para correções das disfunções articulares

8.2.1 – Técnica de correção de posterioridade (decúbito ventral)

Paciente em decúbito ventral. Osteopata em pé de frente para a coluna lombar do

paciente. Sua mão inferior toma contato na EIAS contralateral, e sua mão superior toma contato

com o pisiforme na posterioridade vertebral que será corrigida.

A mão superior gera tensão anterior na posterioridade bloqueando esta no sentido da

maca. A mão inferior busca a barreira tensional levando a pelve no sentido do teto.

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Encontrada a barreira máxima, o Osteopata pode realizar a técnica de maneira:

o Rítmica e oscilatória: levando a pelve no sentido anterior para aumentar a barreira

e relaxando a tensão em seguida. Aumentar a tensão progressivamente;

o Estática: mantendo a tensão máxima levando a pelve no sentido do teto com a

mão inferior, e aumentando progressivamente essa tensão conforme os tecidos

permitam esse aumento.

8.2.2 – Técnica de lumbar roll para correção de ERS direita

O objetivo dessa técnica é desimbricar a faceta do lado direito.

Paciente em decúbito lateral esquerdo, inicialmente com os membros inferiores e

superiores em posição neutra.

Osteopata em pé de frente para a cabeça paciente, na altura da sua pelve.

Para colocar os parâmetros na vértebra desejada com a alavanca do membro inferior:

A mão superior (direita) deve tocar o processo espinhoso sensitivamente;

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A mão inferior (esquerda) deve impor os parâmetros até o segmento dsejado:

o Inclinação da coluna lombar homolateral à disfunção (direita);

o Flexão da coluna lombar;

o Rotação contralateral da coluna lombar;

Para colocar os parâmetros na vértebra desejada com a alavanca do tronco:

A mão inferior (esquerda) deve tocar o processo espinhoso sensitivamente;

A mão superior (direita) deve utilizar o membro superior esquerdo do paciente

para impor os parâmetros até o segmento desejado:

o Inclinação da coluna lombar homolateral à disfunção (direita);

o Flexão da coluna lombar;

o Rotação contralateral da coluna lombar;

Impostas as alavancas, o Osteopata deve se posicionar:

o Com sua coxa inferior (esquerda) sobre a coxa direita do paciente;

o Seu antebraço inferior (esquerdo) sobre a pelve do paciente;

o Sua mão inferior (esquerda) com contato sensitivo no nível que será corrigido;

o O cotovelo superior (direito) no sulco deltopeitoral para controlar as alavancas

superiores;

o A mão superior (direita) com contato sensitivo no nível que será corrigido.

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Tomados os contatos, o Osteopata deve buscar a barreira tecidual máxima (redução do

slack) aumentando os parâmetros rotacionais com as duas alavancas. Em seguida deve realizar

um impulso de alta velocidade e baixa amplitude (thrust) deixando seu centro de gravidade cair

no sentido do solo (body drop) e ao mesmo tempo aumentando o movimento rotacional da

alavanca inferior com sua coxa e antebraço. O impulso pode ser aplicado ao final de uma

expiração profunda para aproveitar o relaxamento dos tecidos.

8.2.3 – Técnica de energia muscular (TEM) para correção de disfunção de ERS esquerda

O objetivo dessa técnica é desimbricar a faceta do lado esquerdo.

Iniciar a técnica com o paciente sentado no meio da maca. O Osteopata impõe parâmetros

com o tronco do paciente no sentido da correção direta até o nível desejado: flexão, inclinação

direita e rotação direita. Depois deita o paciente sobre seu lado direito, deixando a imbricação

voltada para o teto.

Em seguida toma contato sensitivo com sua mão superior na vértebra que será tratada e

com sua mão inferior posiciona os membros inferiores com flexão 90º de quadril e joelhos, e

depois leva os pés do paciente no sentido do solo para aumentar a inclinação contralateral

(direita) da coluna lombar.

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Impostas essa barreiras, o Osteopata deve instruir o paciente para que leve seus pés no

sentido do teto enquanto a mão inferior do Osteopata mantém a resistência para que a contração

seja isométrica. Essa contração pode durar de 3-5 segundos e pode ser feita de maneira

moderada.

Após a contração muscular, o Osteopata deve aproveitar a fase de inibição tecidual e

encontrar nova barreira tensional em inclinação lateral da coluna, levando os pés mais no sentido

do solo.

Esse procedimento deve ser repetido até o momento que não seja mais possível atingir

novas barreiras e que se perceba a liberação da restrição desse tecido nos testes funcionais. Isso

geralmente ocorre após cerca de 3 a 5 repetições das etapas.

8.2.4 – Técnica de thrust para correção de FRS direita

O objetivo dessa técnica é imbricar a faceta do lado esquerdo.

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Paciente em decúbito lateral direito inicialmente com os membros inferiores e superiores

em posição neutra, deixando a desimbricação voltada para o teto.

Osteopata em pé de frente para a cabeça paciente, na altura da sua pelve.

Para colocar os parâmetros na vértebra desejada com a alavanca do membro inferior:

A mão superior (esquerda) deve tocar o processo espinhoso sensitivamente;

A mão inferior (direita) deve impor os parâmetros até o segmento desejado:

o Muita inclinação da coluna lombar contralateral à disfunção (esquerda),

até o segmento que será manipulado;

o Rotação contralateral da coluna lombar até o segmento que será

manipulado;

Para colocar os parâmetros na vértebra desejada com a alavanca do tronco:

A mão inferior (direita) deve tocar o processo espinhoso sensitivamente;

A mão superior (esquerda) deve utilizar o membro superior esquerdo do paciente

para impor os parâmetros até o segmento desejado:

o Muita inclinação da coluna lombar contralateral à disfunção (esquerda);

o Extensão da coluna lombar;

o Rotação contralateral da coluna lombar;

Impostas as alavancas, o Osteopata deve se posicionar:

o Com sua coxa inferior (direita) sobre a coxa esquerda do paciente;

o Seu antebraço inferior (direito) sobre a pelve (crista ilíaca) do paciente;

o Sua mão inferior (direita) com contato sensitivo no nível que será corrigido;

o A mão superior (esquerda) toma contato no sulco deltopeitoral para controlar as

alavancas superiores;

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Tomados os contatos, o Osteopata deve buscar a barreira tecidual máxima (redução do

slack) aumentando os parâmetros de inclinação lateral esquerda do paciente levando sua pelve no

sentido da vértebra que será tratada, para imbricar sua faceta. Em seguida deve realizar um

impulso de alta velocidade e baixa amplitude (thrust) deixando seu centro de gravidade cair no

sentido do solo e da vértebra (body drop). O impulso pode ser aplicado ao final de uma expiração

profunda para aproveitar o relaxamento dos tecidos.

8.2.5 – Técnica de energia muscular (TEM) para correção de disfunção de FRS direita

O objetivo dessa técnica é imbricar a faceta do lado esquerdo.

Iniciar a técnica com o paciente sentado no meio da maca. O Osteopata impõe parâmetros

com o tronco do paciente no sentido da correção direta até o nível desejado: extensão, inclinação

esquerda e rotação esquerda. Depois deita o paciente sobre seu lado direito, deixando a

desimbricação voltada para o teto.

Em seguida toma contato sensitivo com sua mão superior na vértebra que será tratada e

com sua mão inferior posiciona os membros inferiores com flexão 90º de quadril e joelhos, e

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depois leva os pés do paciente no sentido do teto para aumentar a inclinação contralateral

(esquerda) da coluna lombar.

Impostas essa barreiras, o Osteopata deve instruir o paciente para que leve seus pés no

sentido do solo enquanto a mão inferior do Osteopata mantém a resistência para que a contração

seja isométrica. Essa contração pode durar de 3-5 segundos e pode ser feita de maneira

moderada.

Após a contração muscular, o Osteopata deve aproveitar a fase de inibição tecidual e

encontrar nova barreira tensional em inclinação lateral da coluna, levando os pés mais no sentido

do teto.

Esse procedimento deve ser repetido até o momento que não seja mais possível atingir

novas barreiras e que se perceba a liberação da restrição desse tecido nos testes funcionais. Isso

geralmente ocorre após cerca de 3 a 5 repetições das etapas.

8.2.6 – Técnica de thrust para correção de NRS direita

O objetivo dessa técnica é desfazer a rotação da vértebra que se encontra no ápice da

curvatura para com isso ajustar todo o grupo.

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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 89

Paciente em decúbito lateral esquerdo, inicialmente com os membros inferiores e

superiores em posição neutra.

Osteopata em pé de frente para a cabeça paciente, na altura da sua pelve.

Para colocar os parâmetros na vértebra desejada com a alavanca do membro inferior:

A mão superior (direita) deve tocar o processo espinhoso sensitivamente;

A mão inferior (esquerda) deve impor os parâmetros até o segmento desejado:

o Inclinação homolateral da coluna lombar;

o Rotação contralateral da coluna lombar;

Para colocar os parâmetros na vértebra desejada com a alavanca do tronco:

A mão inferior (esquerda) deve tocar o processo espinhoso sensitivamente;

A mão superior (direita) deve utilizar o membro superior esquerdo do paciente

para impor os parâmetros até o segmento desejado:

o Inclinação homolateral da coluna lombar;

o Rotação contralateral da coluna lombar;

Impostas as alavancas, o Osteopata deve se posicionar:

o Com sua coxa inferior (esquerda) sobre a coxa direita do paciente;

o Seu antebraço inferior (esquerdo) sobre a pelve do paciente;

o Sua mão inferior (esquerda) com contato sensitivo no nível que será corrigido;

o O cotovelo superior (direito) no sulco deltopeitoral para controlar as alavancas

superiores;

o A mão superior (direita) com contato sensitivo no nível que será corrigido.

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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 90

Tomados os contatos, o Osteopata deve buscar a barreira tecidual máxima (redução do

slack) aumentando os parâmetros rotacionais com as duas alavancas. Em seguida deve realizar

um impulso de alta velocidade e baixa amplitude (thrust) deixando seu centro de gravidade cair

no sentido do solo (body drop) e ao mesmo tempo aumentando o movimento rotacional da

alavanca inferior com sua coxa e antebraço. O impulso pode ser aplicado ao final de uma

expiração profunda para aproveitar o relaxamento dos tecidos.

8.2.7 – Técnica de energia muscular para disfunção de NSR esquerda de L2

O objetivo dessa técnica é desfazer a inclinação/rotação do grupo de vértebras

disfuncionais.

Iniciar a técnica com o paciente sentado no meio da maca. O Osteopata impõe parâmetros

com o tronco do paciente no sentido da correção direta até o nível desejado: inclinação esquerda.

Depois deita o paciente sobre seu lado direito, deixando as posterioridades voltadas para o teto.

Em seguida toma contato sensitivo com sua mão superior na vértebra que será tratada e

com sua mão inferior posiciona os membros inferiores com flexão 90º de quadril e joelhos, e

depois leva os pés do paciente no sentido do teto para aumentar a inclinação contralateral

(esquerda) da coluna lombar.

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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 91

Impostas essa barreiras, o Osteopata deve instruir o paciente para que leve seus pés no

sentido do solo enquanto a mão inferior do Osteopata mantém a resistência para que a contração

seja isométrica. Essa contração pode durar de 3-5 segundos e pode ser feita de maneira

moderada.

Após a contração muscular, o Osteopata deve aproveitar a fase de inibição tecidual e

encontrar nova barreira tensional em inclinação lateral da coluna, levando os pés mais no sentido

do teto.

Esse procedimento deve ser repetido até o momento que não seja mais possível atingir

novas barreiras e que se perceba a liberação da restrição desse tecido nos testes funcionais. Isso

geralmente ocorre após cerca de 3 a 5 repetições das etapas.

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9 – REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

American Association of Colleges of Osteopathic Medicine (AACOM).Glossary of Osteopathic terminology. Nov

2011.

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