Aula 2

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Dinâmica de populações em recursos pesqueiros Prof. Dr. Eduardo Vilanova

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Aula 2 - Dinâmica de Populações

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Page 1: Aula 2

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

Prof. Dr. Eduardo Vilanova

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Conceitos básicos:

• Espécie: “Espécies são grupos de populações atualmente ou potencialmente intercruzantes,

que são reprodutivamente isoladas e que ocupam um nicho específico na natureza (Mayr,

1982)”.

• Nicho ecológico: É o conjunto de interações que os membros de uma dada espécie mantêm

com os meios biótico e abiótico.

• População: Conjunto de indivíduos da mesma espécie, efetivamente ou potencialmente

intercruzantes, que compartilham o mesmo espaço geográfico.

• Comunidade: Conjunto de populações que compartilham o mesmo espaço geográfico.

• Biota: Conjunto de todos os organismos que compartilham o mesmo espaço geográfico.

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• Recursos pesqueiros: Qualquer organismo que possa ser extraído da água (doce,

salgada ou estuarina), seja por meio de pesca extrativa, seja por meio de cultivo, com fim de

consumo.

• Coorte: Indivíduos de uma população na mesma faixa etária ou de tamanho.

• Estoque: Uma população de um recurso pesqueiro.

• Recrutamento: Faixa etária ou de tamanho (coorte) que uma população começa a ser

explotada.

• Abundância/Densidade: Número de indivíduos por unidade de área.

• Biomassa: Massa (peso seco) dos indivíduos por unidade de área.

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• Extinção: Desaparecimento completo de uma espécie.

• Extinção local: Desaparecimento da espécie em uma determinada área.

• Extinção estocástica: Diminuição drástica da população que leva a diminuição da

variabilidade genética tornando a população inviável.

• Espécie endêmica (endemismo): Espécies com distribuição geográfica restrita.

• Espécie cosmopolita: Espécies com ampla distribuição geográfica.

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Distribuição espacial das populações

• Randômica: Distribuição aleatória em um determinado espaço geográfico. A presença de

um indivíduo não interfere na presença de outro (pouco comum). Ex. Polvo.

Distribuição randômica de uma população.

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• Agregada ou contagiosa: Tendência dos indivíduos ao agrupamento como formação de

cardumes. É a mais comum, resulta em maior proteção contra predação, sucesso

reprodutivo e facilita a captura de alimento. Ex. sardinha

Distribuição agregada de uma população.

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• Uniforme: Distribuição em que os indivíduos se repudiam. Associado a hábitos alimentares e reprodutivos especializados (territorialistas). Ex. donzelinha.

Distribuição uniforme de uma população.

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• Estratificada: Distribuição não homogênea entre os indivíduos, com distinção entre

sexos, tamanhos ou maturidade sexual. Ex. camarão rosa.

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Distribuição estratificada de uma população.

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

Page 9: Aula 2

• Gradiente: A abundância de indivíduos aumenta de acordo com um gradiente ambiental

tal como profundidade, temperatura, salinidade ou outro qualquer. Ex. peixe sapo.

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Distribuição em gradiente de uma população.

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Métodos de Amostragem

• Contagem total dos indivíduos: Só funciona para sistemas fechados (tanques) ou

com populações pequenas em áreas pequenas.

• Amostragem: Apenas uma amostra da população é contada (apenas uma parte da

área é amostrada), e o resultado é extrapolado para toda a área. Pode ser de diversos

tipos: Aleatória; sistemática (transect); estratificada, área varrida entre outras.

• Marcação e recaptura: Os indivíduos da população em uma área são marcados e

após um período de tempo a mesma área e amostrada, a proporção de indivíduos

marcados e não marcados exprime as alterações na população.

• Depleção: Pesca (CPUE)

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Dinâmica de populações de recursos pesqueiros

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

A pesca consiste em uma retirada maciça de

biomassa de uma população em um espaço

relativamente curto de tempo e com alta

intensidade.

“Avaliação das modificações estruturais sofridas por uma população sob o

impacto do efeito predatório da PESCA.”

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Estágios evolutivos de uma população

Ab

undâ

ncia

Tempo

1 2 3 e 4

Pesca

5

Ab

undâ

ncia

Tempo

1 2 3 e 4

Pesca

5

1. Colonização e expansão.

2. Estabilização, com flutuação na densidade e equilíbrio à longo prazo entre natalidade e mortalidade.

3. Regressão, mortalidade excede a natalidade.

4. Cessão de espaço para outras espécies.

5. Desaparecimento e/ou substituição por outra espécie (extinção ou extinção local).

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

Pesca

Ab

undâ

ncia

Tempo

1 2 3 e 4

Pesca

5

Ab

undâ

ncia

Tempo

1 2 3 e 4

Pesca

5

Pesca

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Ab

undâ

ncia

Tempo

1 2 3 e 4

Pesca

5

Ab

undâ

ncia

Tempo

1 2 3 e 4

Pesca

5

Pesca

Estágios evolutivos de uma população

• 1 e 2 ocorrem no estado virgem (não sujeito à pesca).

• 3, 4 e 5 podem ocorrer devido a fatores naturais (predação, competição, doenças ou

fatores ambientais) ou devido ao impacto da pesca.

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• Em uma população virgem (sem o impacto da pesca) as perdas de biomassa se dão

principalmente por predação e mortalidade natural. Com a introdução da pesca esta

mortalidade natural é gradativamente substituída pela pesca.

A retirada de biomassa de uma população pela pesca não

deve exceder muito a biomassa que era perdida

originalmente pela predação e mortalidade natural

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Equilíbrio

Igualdade de perdas e ganhos

de biomassa num determinado

período de tempo

Perda de Biomassa: Mortalidade Natural e Pesca

Ganho de Biomassa: Natalidade e Crescimento

Pesca Sustentável

Equilíbrio

Igualdade de perdas e ganhos

de biomassa num determinado

período de tempo

Perda de Biomassa: Mortalidade Natural e Pesca

Ganho de Biomassa: Natalidade e Crescimento

Equilíbrio

Igualdade de perdas e ganhos

de biomassa num determinado

período de tempo

Perda de Biomassa: Mortalidade Natural e Pesca

Ganho de Biomassa: Natalidade e Crescimento

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Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

X

Pescaria Sustentável

• Subexplotado: Perdas de biomassa pela pesca são menores que os ganhos de biomassa

da população explotada.

• Plenamente explotado: Perdas de biomassa pela pesca são iguais aos os ganhos de

biomassa da população explotada.

Pescaria não Sustentável

• Sobrepescado: Perdas de biomassa pela pesca são maiores que os ganhos de biomassa

da população explotada.

• Esgotado: A densidade da população diminui ao ponto de tornar a pescaria

economicamente inviável.

Page 16: Aula 2

Rendimento Máximo Sustentável (RMS)

• Volume de captura (pesca) que uma população suporta sem sair de equilíbrio

Equação de Russel:

Et + ∆t = Et + (r + g) – (M + F)E = Biomassa de um estoque

t = Início de um período de tempo

∆t = Período de tempo

r = Recrutamento

g = Crescimento

M = Mortalidade

F = Pesca

Através do resultado desta equação é possível avaliar a situação da população

Et + ∆∆∆∆t > Et , se (r + g) > (M + F) = População em expansão (Pescaria sustentável, subexplotado)

Et + ∆∆∆∆t = Et se (r + g) = (M + F) = População em equilíbrio (Pescaria sustentável, plenamente explotado)

Et + ∆∆∆∆t < Et se (r + g) < (M + F) = População em regressão (Pescaria não sustentável, sobrepescado)

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Page 17: Aula 2

• Este índice é calculado pelo quociente entre a biomassa de um estoque capturada em um

determinado período de tempo e o esforço de pesca empregado no mesmo período de

tempo.

Captura por Unidade de Esforço (CPUE)

Exs.

Toneladas de camarão rosa capturados por X km2 arrastados

Toneladas de lagosta capturadas por X covos

Toneladas de Bonito capturados por X navios boniteiros

Biomassa Capturada

Esforço de Pesca

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Captura por Unidade de Esforço (CPUE)

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

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Rendimento

• O rendimento é produto entre o numero de indivíduos capturados e o peso médio individual.

Alto Rendimento

Aumento exagerado

da explotação

Indivíduos

capturados

nas coortes jovens

Diminuição das

coortes

subsequentes

Menos adultos

em

Idade reprodutiva

Descendências

menores

Esgotamento

Efeito do alto rendimento sobre as populações

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

Poucos indivíduos com alto peso

Muitos indivíduos com baixo peso

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Reprodução

• A maioria das espécies que compõe os recursos pesqueiros é ovípara, com fecundação

externa e possui desenvolvimento indireto.

K-estrategismo: Proles pequenas, cuidado parental, alto índice de sobrevivência da prole

com alto gasto de energia para garantir esta sobrevivência. Ex. Mamíferos, polvos.

R-estrategismo: Proles grandes com alto gasto energético para produzir gônadas, sem

cuidado parental, baixo índice de sobrevivência da prole. Ex. A maioria dos peixes e

crustáceos.

• A maioria das espécies que compõe os recursos pesqueiro é R-estrategista.

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Reprodução

• Defeso: Restrições à captura na época de desova.

Dinâmica de populações em recursos pesqueiros

Fecundidade(comprimento

Médio)

Estoque

Reprodutor

Potencial

ReprodutorMortalidade

LarvalRecrutamento

EstoqueCapturável

Fertilidade(condição

das fêmeas)

Dispersão(Correntes)

Predação(Densidade

Larval)

Taxa

de

Exploração

Idade Média

de

Captura

Fecundidade(comprimento

Médio)

Estoque

Reprodutor

Potencial

ReprodutorMortalidade

LarvalRecrutamento

EstoqueCapturável

Fertilidade(condição

das fêmeas)

Dispersão(Correntes)

Predação(Densidade

Larval)

Taxa

de

Exploração

Idade Média

de

Captura

Explotação

Page 22: Aula 2

Técnicas de Pesca

Técnicas de Pesca

Redes

Malhas

Diâmetroda malha

Malhas

Diâmetroda malha

Page 23: Aula 2

Rede de emalhar (espera)

Ex. Cação e peixe sapo

Redes

Técnicas de Pesca

Linha d´agua

Fundo

Bóia

Poita

Rede

Page 24: Aula 2

Técnicas de Pesca

Redes

Rede de cerco

Ex. Sardinha e bonito

Linha d´agua Linha d´agua

Embarcação principal

Embarcação de apoio

Rede de cerco

Page 25: Aula 2

Redes

Rede de arrasto

Ex. Camarão e piramutaba

Técnicas de Pesca

Page 26: Aula 2

Técnicas de Pesca

Anzóis

Iscas:

• Isca viva: É utilizado como isca um animal vivo como um peixe ou camarão.

• Isca morta: É utilizado como isca um animal ou pedaço de animal morto.

• Isca artificial: É utilizado como isca um objeto artificial geralmente imitando

características de um animal.

• “Stick light”: Dispositivo luminoso utilizado para atrair peixes e lulas.

Page 27: Aula 2

Anzóis

Espinhel (Long Line):

Ex. Atuns e afins e pargo

Anzóis

Espinhel (Long Line):

Ex. Atuns e afins e pargo

Linha d´agua

Embarcação

Bóias

Anzol + Isca

Linha d´agua

Embarcação

Bóias

Anzol + Isca

Técnicas de Pesca

Page 28: Aula 2

Anzóis

Espinhel (Long Line):

Linha d´agua

Fundo

Superfície

Linha d´agua

Fundo

Meia água

Linha d´agua

Fundo

Fundo

Linha d´agua

Fundo

Vertical (Linha pargueira)Poita

Linha d´agua

Fundo

Superfície

Linha d´agua

Fundo

Meia água

Linha d´agua

Fundo

Fundo

Linha d´agua

Fundo

Vertical (Linha pargueira)Poita

Técnicas de Pesca

Page 29: Aula 2

Armadilhas

Técnicas de Pesca

Covo

Ex. Lagosta e pargo

Linha d´agua

Embarcação

Bóias

Covos

Fundo

Armação

Rede

Entrada

Isca

Cabo

Bóia

Fieira de covos

Linha d´agua

Embarcação

Bóias

Covos

Fundo

Armação

Rede

Entrada

Isca

Cabo

Bóia

Fieira de covos

Covo

Ex. Lagosta e pargo

Linha d´agua

Embarcação

Bóias

Covos

Fundo

Armação

Rede

Entrada

Isca

Cabo

Bóia

Fieira de covos

Linha d´agua

Embarcação

Bóias

Covos

Fundo

Armação

Rede

Entrada

Isca

Cabo

Bóia

Fieira de covos

Page 30: Aula 2

ArmadilhasCurral de pesca

Ex. Tainha e robalo

Curral

Técnicas de Pesca