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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO INFANTIL O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL MORADA DOS PEQUENINOS. Zélia Pereira Reboli Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo ARAPUTANGA/2013

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO PROCESSO DE ENSINO

APRENDIZAGEM NO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL MORADA DOS

PEQUENINOS.

Zélia Pereira Reboli

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

ARAPUTANGA/2013

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO PROCESSO DE ENSINO

APRENDIZAGEM NO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL MORADA DOS

PEQUENINOS.

Zélia Pereira Reboli

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil.”

ARAPUTANGA/2013

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RESUMO

Esse trabalho monográfico de caráter bibliográfico investigativo de conclusão

do curso de pós-graduação em psicopedagogia com ênfase em inclusão na

educação infantil procura mostrar as possibilidades que as atividades lúdicas

proporcionam as crianças, como processo de ensino aprendizagem. Mostra os

caminhos históricos do lúdico e a transformação de pensamento dos docentes em

relação ao brincar, como a criança era vista, os espaços que tinham dentro do

currículo escolar para realização das atividades, analisam-se as fases do

desenvolvimento da criança e mostra as brincadeiras, entre o mundo imaginário

trazido de casa e a sua utilização na adaptação do educando dentro da instituição,

no Centro de Educação Infantil Morada dos Pequeninos, a postura do educador

frente ao ato de brincar,como também, o papel do educador na creche com a

utilização das atividades lúdicas.Trabalhar esse tema, surgiu a partir das

observações de brincadeiras das crianças no espaço físico da creche.

Através da pesquisa chegou-se a conclusão que na creche,assim como a

pré-escola não é um apresto apenas educacional e não apenas de auxílio mais sim

como escola que tende a cuidar e a educar, na prática pedagógica das educadoras

do centro de Educação Morada dos Pequeninos notou-se que condiz com uma

educação de qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Lúdico, conhecimento, Postura

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SUMÁRIO

Introdução_________________________________________________________04

Capítulo I

O contexto histórico da Educação Infantil ________________________________ 06

1.1 Alguns precursores da Educação Infantil.______________________________07

1.2 Panorama histórico da Educação Infantil no Brasi_______________________ 09

1.3 Fundamentos legais da educação infantil______________________________10

Capitulo II

2. História da Ludicidade______________________________________________14

2.1 Referencial teórico_______________________________________________ 15

2.2 O lúdico faz parte do universo infantil_________________________________17

2.3 O tempo e o espaço de brincar _____________________________________ 18

2.4 Brincar por prazer ou como meio educacional__________________________ 19

2.5 O brincar e a história cultural_______________________________________ 22

2.6 O fazer docente e a Educação infantil________________________________ 24

2.7 Educação infantil: cuidar, educar e brincar_____________________________25

2.8 Ledicidade X aprendizagem________________________________________ 26

3. Análise da Pesquisa_______________________________________________ 29

Conclusão_______________________________________________________ __32

Referências bibliográficas_____________________________________________35

Anexos___________________________________________________________ 37

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INTRODUÇÃO

Através deste trabalho monográfico de conclusão de curso de pós

graduação em Psicopedagogia será mostrado como a ludicidade colabora para o

desenvolvimento das crianças, na pré escola, como subsídio ao professor. A

pesquisa realizada no Centro de Educação Infantil Morada dos Pequeninos visou

analisar a contribuição da prática lúdica no processo ensino aprendizagem, saber se

no centro as crianças tinham espaço para brincarem, perceber também como eram

essas brincadeiras. Se as brincadeiras ocorriam de forma livre ou direcionada. Já

que na maioria das vezes, o ato de brincar torna-se apenas um passa tempo para

preencher o espaço curricular e algumas ocorrem nas aulas recreativas. Como

problematização saber Quais são os fatores que dificultam a prática docente lúdica

na Educação infantil. Sendo assim, esse estudo pesquisou até que ponto essas

atividades contribuem para o desenvolvimento na aprendizagem dessas crianças.

Como respaldo teórico utilizou-se alguns renomados pensadores da educação como

PIAGET , VYGOTSKY e WALLON.

Segundo WALLON e outros estudiosos o brincar tem várias etapas, como

uma atividade própria da criança. Sendo necessário que os educadores conheçam

tais etapas. Sabe-se que a Constituição de 1988, inciso IV do artigo 208, afirma: O

dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: (…)

atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade. Com

a inclusão da creche no capítulo da Educação, a Constituição explicita a função

eminentemente educativa da mesma, à qual se agregam as ações de cuidado.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, também, no capítulo IV, Art.53,

inciso IV, reafirma esse direito constitucional: É dever do Estado assegurar à criança

e ao adolescente: (…) atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6

anos de idade.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394), de 20 de

dezembro de 1.996, reproduz, também o inciso da Constituição Federal no Art.4º do

Titulo III (Do Direito À Educação E Do Dever De Educar). Quando trata da

Composição dos Níveis Escolares, no Art.21, a LDB explicita: A educação escolar

compõe-se de: I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino

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fundamental e ensino médio; (…). No capítulo sobre a Educação Básica, Seção II,

trata especificamente da Educação Infantil, nos seguintes termos:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus

aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família

e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de

idade;

II – pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante

acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,

mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

A promulgação da LDB exige que regulamentações, em âmbito nacional,

estadual e municipal sejam estabelecidas e cumpridas. A urgência de iniciativas

nesse sentido é reforçada pelo que a Lei determina no Art. 89 – Das Disposições

Transitórias: As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas, no

prazo de três anos, a contar da publicação desta lei, integrar-se-ão ao respectivo

sistema de ensino.

É importante ressaltar que o Centro de Educação Infantil Morada dos

pequeninos atendem crianças em idade de 3 a 5 anos apresenta atributos distintas

de outras faixas etárias o que requer do educador, uma prática mais sensata e

envolvente, uma vez que, as mesmas solicitam cuidados e atenção especial dos

adultos para que não haja comprometimento com o seu desenvolvimento posterior.

No primeiro capítulo; Há um breve histórico da educação infantil e enfatiza

diferentes visões de infância ao longo do tempo. No segundo capítulo; destaca-se o

brincar e a importância na educação das crianças e no terceiro capítulo se faz uma

análise da pesquisa de campo realizada.

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CAPÍTULO I

O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ao longo da história as crianças passaram por várias formas de educação

em que os adultos foram estabelecendo modos de educá-las. Essa educação, no

entanto, não estava pautada na condição socioeconômica, já que, todas as crianças

eram tratadas do mesmo jeito.

Já na Idade Média, segundo ARIÉS (1978), a educação da criança era

delegada a mulher, sendo esta responsável direta, do nascimento ao desmamar. A

partir do momento em que a criança tinha independência motora, por volta dos

5(cinco) anos, ela já era considerada um adulto e realizava as mesmas atividades.

De acordo com alguns historiadores, segundo ARIÉS (1978), o índice de

mortalidade infantil era elevado, pois elas não tinham condições físicas nem

psicológicas para realizarem trabalhos como os adultos; nesse sentido, outro fator

era a falta de higiene, por condição de saúde precária. Sendo assim, a morte de

criança era natural, muito comum as famílias perderem seus filhos, e quando esses

eram crianças, embora, houvesse tristeza não havia desespero por parte da família.

A criança, ainda muito pequena, era separada de sua família e entregue a

outra, que tinha responsabilidade por sua educação, sem nenhum tipo de

sentimento. Acreditavam que tal comportamento, contribuiria para uma educação

sólida em que a criança se tornaria um adulto responsável.

Essa responsabilidade era atribuída desde pequeno, já que a criança era

vista como um adulto em miniatura, e até mesmo, o modo em que as crianças eram

vestidas lembravam os adultos, pois não tinham roupas próprias para elas, seus

comportamentos também refletiam os adultos, desconectas do seu verdadeiro

universo infantil.

Os filhos dos vassalos eram cuidados por uma única mãe. Essa cuidava de

todas as crianças. Muito conhecida como ama ou mãe mercenária.

Já na Idade Moderna, segundo ARIÉS (1978), o educar foi redimensionado,

por influência do contexto histórico da época. Dois movimentos que contribuíram

para essa transformação foram o Renascimento e o Iluminismo.

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O Renascimento fez parte de uma gama de transformações cultural, social,

econômica, e religiosa que caracteriza a transição do Feudalismo para o capitalismo.

Esse movimento, segundo DALLAS (2010), propunha uma ressurreição do passado

como valorização do homem e da natureza.

Já o iluminismo, segundo DALLAS (2010), também chamado de século das

luzes, enfatizava a razão e as ciências como forma de explicar o universo, esse

movimento impulsionou o capitalismo na sociedade moderna.

Em decorrência das transformações econômicas e política e do surgimento

da sociedade capitalista houve o advento da chamada Revolução Industrial, que

transformou a vida em sociedade. Essa revolução industrial, segundo ARIÉS (1978),

estabeleceu um conflito que tinha como centro de discussão a criança, pois seus

pais com as construções das indústrias tinham que trabalhar.

1.1 ALGUNS PRECURSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Nos séculos XVI e XVII, segundo DALLAS (2010), alguns pensamentos

pedagógicos começam a ganhar outra dimensão, até então a escola moderna dava

importância somente ao aspecto educacional, sendo que as creches e pré-escolas

só vieram depois. Acreditava-se que a criança deveria ser preparada para vida em

sociedade, no seio materno. Sendo assim, a Educação Infantil ganha um novo olhar,

vista como importante e fundamental para o futuro social. Embora com esse novo

olhar as mudanças demorou a acompanhar a evolução da sociedade.

Nesta direção, segundo OLIVEIRA (2000), surgem os primeiros estudiosos,

a saber, Jan Amos Komenský, nascido na atual República Tcheca, conhecido em

português como Comênius, que combateu os métodos educacionais usados na

época medieval, reconhecia a pré-escola como o período do desenvolvimento. Via a

escola como o lugar em que todos deveriam ter direito a educação, uma escola que

preparasse para vida. como viveu em um período marcado pelas mudança no

contexto político,econômico e social seus estudos contribuíram muito ,contudo suas

teorias só foram pensadas séculos depois, como o diálogo professor e aluno.

Segundo COMÊNIUS, citado por DALLAS (2010), a escola de seu tempo,

era enfadonha e não preparava a criança para vida adulta, defendia a ideia de que

os brinquedos, as experiências com materiais concretos eram indispensáveis para o

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crescimento e desenvolvimento da criança, pois despertava o prazer pelos estudos,

pelo conhecimento e pela vida.

Outro que também contrariou a teoria de uma educação, da sua época,

centrada nos interesses do adulto e que a criança vista como o adulto em miniatura

foi, segundo DALLAS (2010), Jean Jacques Rousseau. Para ele, a criança é o

centro do processo educacional, portanto deve ter liberdade para aprender com o

meio natural. Afinal uma educação punitiva não estimularia e não iria prepará-la para

a vida, pois segundo ele a educação é um processo contínuo que dura à vida toda.

Precursor da Psicologia do Desenvolvimento, Rousseau estudou a criança em

suas etapas, acreditava que a maturação estava associada a cada faixa etária, mas

tarde estudadas por Piaget.

Joham Heinrich Pestalozzi, nascido na Suíça, também, segundo DALLAS

(2010), focalizou uma educação centrada nas crianças. Essas começariam sua

aprendizagem no nascimento, considerou que as habilidades da criança seriam

naturais e inatas. O afeto teve papel principal na teoria de Pestalozzi, pois acreditava

que através do amor o homem buscaria dentro de si a essência da vida.

Considerado pai da pré-escola, Friedrich Froebel, nascido em Oberwibacha

na Alemanha, segundo DALLAS (2010), criou o primeiro jardim de infância e

defendeu a aprendizagem centrada nos interesses da criança. Segundo ele as

crianças aprendem por meio da relação entre a imaginação e a ação. Muito tempo

se passou, todavia hoje uma das técnicas de aprendizagem usada, na atualidade

em sala de aula, deve-se as teorias de Froebel, segundo DALLAS (2010), sendo

elas as atividades de cooperação e os jogos.

Maria Montessori, segundo PINTO (2004), foi à primeira mulher a trilhar o

caminho da psiquiatria, começou sua pesquisa em hospital que atendia crianças

com retardo mental.

Nesta pesquisa, Montessori, segundo PINTO (2004), confeccionou vários

materiais coloridos, e de fácil manuseio, e à medida que as crianças especiais iam

observando os objetos, em seu ambiente, adquiriam aprendizagem. Ao perceber

que esses materiais possibilitavam a aprendizagem dessas crianças estendeu

também a outras crianças com desenvolvimento normal e mais uma vez o sucesso

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foi imediato, sendo assim foi incorporado como técnica usada, nos dias atuais na

Educação Infantil.

1.2 PANORAMA HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

A educação infantil no Brasil tem seu berço alicerçado no capitalismo, pois

em virtude desse regime, no contexto histórico brasileiro, o aumento da população, a

construção das primeiras fábricas e a busca de mão de obra especializada surge a

escola para crianças pequenas em caráter totalmente assistencialista. Um espaço

para atender as crianças das mães que estavam trabalhando nas fábricas ou

indústrias.

Para atender e contribuir com essas mães trabalhadoras, que não tinham

onde deixar seus filhos ainda pequenos e que não incluíam idade para irem a escola

criou-se as primeiras creches como uma entidade filantrópica.

Esse espaço era dividido em duas partes, segundo OLIVEIRA (2002), a

saber:

• As creches ou asilo para atenderem as crianças de 0 a 2 anos de idade visto

como a primeira infância.

• E a segunda infância onde eram atendidas crianças de 3 a 6 anos de idade e

que, posteriormente, passou a ser denominada de escolas maternais ou jardim

de infância.

Neste período, segundo OLIVEIRA (2002), surgem também as instituições

privadas que atendiam os filhos dos ricos, para diferenciá-las das crianças pobres,

essas instituições eram chamadas de asilos. Já as crianças pobres eram atendidas

nas creches.

A construção dessas creches, aparentemente parecia um favor feito por

caridade, entretanto, segundo DALLAS (2010), era apenas uma tática usada para

que as mulheres pudessem produzir mais, afinal, uma vez que não houvesse

preocupação com os filhos seu rendimento seria melhor nas indústrias.

Contudo, existiam ainda mulheres que pagavam mães de criação para

cuidarem de seus filhos, porque eram discriminadas na sociedade, entre elas

estavam as mães solteiras, prostitutas e empregadas domésticas.

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Neste sentido, historicamente a educação infantil no Brasil, segundo ARIÉS

(1978), passa a ter um caráter mais assistencialista do que educativa, nas creches,

já que em casa as mães não tinham condições econômicas de cuidarem da saúde e

higiene dessas crianças. Caso essas ficassem em casa deveriam ser cuidada por

um irmão mais velho correndo riscos de acidentes domésticos. Devido a essas

precariedades em casa, as creches passaram a ser o lugar onde as crianças

recebiam assistência médica e uma alimentação saudável.

Já no final do século XIX e início do século XX, com a chegada de

imigrantes europeus, segundo ARIÉS (1978), ocorreram vários manifestos por

melhores condições de trabalhos nas indústrias e mais creches para atenderem os

filhos dos trabalhadores.

As reivindicações eram também por medidas urgentes de uma reforma

educacional que contemplasse a unificação escolar da pré-escola a universidade e

que fosse competência do governo atender essa instituição.

Com os manifestos, na década de 40 ainda, no século XX, segundo DALLAS

(2010), as creches deixaram de serem entidades filantrópicas e religiosas e

passaram a receber ajuda do governo, mas, não assumiu totalmente todos os

gastos. Foram criadas a partir daí não só outras creches, mas também berçários

para atenderem filhos de operárias.

Sendo assim, pode-se afirmar que as creches foram por muito tempo um

espaço criado estrategicamente para diminuir os índices de morte infantil, a

marginalização, o combate a pobreza entre outros, pois neste ambientes, as

crianças tinham um atendimento especializado com a presença de um adulto

responsável, evitando assim que ficassem em casa na companhia de irmãos mais

velhos e, assim, expostas aos riscos.

1.3 FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A primeira LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional), segundo

DALLAS (2010), foi publicada em 20 de dezembro de 1961, no governo de João

Goulart, denominada pela constituição de 1934.

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A LDB n.4.024/1961, segundo DALLAS (2010), tratava da educação das

crianças chamadas pré-escolares no Titulo VI (da Educação de grau Primário),

assim dividido em dois capítulos: Capítulo I - Da Educação Pré-Primária e capitulo II

- Do Ensino Primário.

Art.23. A educação pré-primária destina-se aos menores até sete anos e será ministrada em escolas maternais ou jardins de infância.

Art.24.As empresas que tenham a seu serviços mães de menores de sete anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa própria ou em cooperação com os poderes públicos,instituições de educação pré- primaria.(BRASIL,1961)

Nesse período, segundo SALOMÃO (2010), o Brasil passava por grandes

transformações no contexto político, o qual influenciou para mudanças na educação

brasileira, com o fluxo de pessoas vindas para a zona urbana e a industrialização no

auge, foi necessário a construção de escolas para atender os filhos de operárias.

A segunda LDB n.5.692, segundo SALOMÃO (2010), foi publicada em 11 de

agosto de 1971, e apresentava textos referentes à Educação Infantil, chamada, na

época, de educação pré-escolar. De acordo com o parágrafo segundo, do artigo 19

dessa lei, os sistemas de educação velarão para que as crianças de idade inferior a

sete anos receberam adequadas educação em escolas maternais, jardins de

infância e instituições equivalentes” (BRASIL,1971)

Nota-se, segundo SALOMÃO (2010), que, ao mesmo tempo em que

acendeu a possibilidade para que cada sistema de ensino decidisse sobre suas

matrículas de crianças menores, havia indicações de que as crianças inferiores a

sete fossem atendidas em escolas maternais e jardins, todavia, não havia um

documento que indicasse de quem era a responsabilidade educacional dessa

escola.

Na segunda metade da década de 70, do século XX, a creche tornou-se um

direito das mães trabalhadoras, segundo OLIVEIRA:

A creche tornou-se um direito do trabalhador, sendo efetivado na prática das grandes empresas. Porém, em virtude do crescimento dos centros industriais, as creches das empresas não conseguiam e ajudar as já existentes “creches domiciliares” (nas quais uma mãe tomava conta dos filhos de outras, mediante pagamento). Essa modalidade alternativa de atendimento à criança pequena, assim como as creches empresariais, vinculadas do governo ou de empresas, sendo geridas pelos próprios usuários. (2000,p. 31).

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Embora a lei n.5.692 sugerisse um estabelecimento de ensino para crianças

inferiores a sete anos, somente em 1974, segundo DALLAS (2010), o Ministério da

Educação criou um grupo para discutir os assuntos relacionados a pré-escola.

Neste período, o conselho Federal de educação, recebeu vários

pronunciamentos acerca da importância da pré-escola na educação. Vários pontos

foram levantados, segundo SALOMÃO (2010), dentre eles:

• Indicação n. 45/75- Conselho Federal de Educação-Conselheiro Euerides Brito da

Silva:

• Importância da educação pré-escolar na formação do homem brasileiro;

• A educação pré-escolar não é uma fase preparatória.

• Parecer Conselho Federal da Educação n.2.018/74-Paulo Nathanael Pereira de

Souza:

• Encara a educação pré-escolar como estágio probatório;

• Por causa das reprovações ocorridas no primeiro grau, a idéia de educação

compensatória se fortalece;

• Reduz a pré-escola apenas à faixa etária de 5 e 6 anos quando fala de prontidão.

Nota-se, nestas indicações, que não tinham uma base sólida acerca da

educação pré-escolar, em alguns momentos seria apenas um espaço isolado da

educação, em outros seria para compensar a defasagem cultural e essa fase seria

apenas uma solução para isso.

A terceira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, segundo

SALOMÃO (2010), trouxe muitas mudanças, uma das mais relevantes é de que a

Educação Infantil é considerada a primeira etapa da educação básica, o que

demonstra uma forma de valorizar a educação das crianças pequenas.

A referida lei n. 9.394/96 ressalta:

Art.29 A Educação Infantil,primeira etapa da educação básica,tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seu aspectos físico,psicológico,intelectual e social,complementando a ação da família e da comunidade.

Art.30.A Educação Infantil será oferecida em:

I _ creches,ou entidades equivalentes,para crianças de até três anos de idade.

II – pré-escolas,para as crianças de quatro a seis anos de idade.

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Art.31.Na Educação Infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento,sem o objetivo de promoção,mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental (BRASIL,1996.)

Como se pode ver, pela primeira vez na história, a educação pré-escolar

deixa de ser assistencialista e passa a pertencer a Educação Básica.

Ainda que a lei n. 9.394/96 determinasse que a educação dessas crianças

menores que sete anos, na educação infantil, seja realizada em creches, em tempo

integral, existe a liberdade em usar outros nomes, como: berçário, jardim I e II, pré I

e II entre outros.

De acordo com a legislação vigente no Brasil, a oferta da Educação Infantil é

de responsabilidade dos municípios, o que não significa que o estado está isento de

ajudar o município, já que os recursos e apoio técnico veem dos recursos da União e

Estado.

De acordo com o Art.. 30 competem aos municípios:

v. manter com a cooperação técnica e financeira técnica e financeira da União e o Estado,programa de educação pré-escolar e Ensino Fundamental.

A Lei das Diretrizes e Bases da Educação nacional, LDB n. 9.394/96, em

artigo 11,estabelece a obrigação dos municípios nos seguintes termos:

Art.11. Os municípios imcumbir-se-ão de:

v. oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal á manutenção e desenvolvimento de ensino.

Sendo assim, a Educação Infantil, segundo o artigo acima, ajuda a criança a

construir seu conhecimento, trabalhando os aspectos cognitivo, afetivo, perceptivo

motor e social.

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CAPITULO II

HISTÓRIA DA LUDICIDADE

A palavra lúdica, segundo ALMEIDA (2003), tem sua origem no latim “ludus”

que significa jogos. Em toda história vivenciamos essa atividade como festividade e

lazer.

No século V a.c, segundo ALMEIDA (2003), já tinham registro dos primeiros

jogos gregos apenas em corridas. Com o passar do tempo foram aparecendo outras

modalidades como: salto à distância, lançamento de disco e dardo e depois

competições com animais. Até então todos esses jogos tinha caráter de lazer e

festividades entre os povos gregos, todavia com a rivalidade entre os espartanos e

os atenienses os jogos se tornaram duelos que resultou em guerra civil. Assim, com

essa rivalidade perde-se o caráter lúdico. Antes das guerras os jogos eram

momentos de recreação, lazer e relaxamento e exigia dos participantes um esforço

físico e intelectual.

Em contrapartida na Grécia, na Idade Média, segundo HUIZINGA (1971), os

jogos eram considerados impróprios, não sérios, considerados atividades de azar, já

que não existia nenhum sentimento de ludicidade.

Sendo assim, somente a partir do Renascimento, foi que os jogos e as

brincadeiras, segundo HUIZINGA (1971), deixaram de ser proibidos, sendo visto,

então, como atividade livre. Acreditava-se que tais atividades ajudavam a

desenvolver a inteligência, servia, também para divulgar princípios morais, éticos e

conteúdos de todas as áreas do conhecimento. Os jogos, neste período, tornam-se

fundamentais para a aprendizagem das atividades escolares.

Mesmo diante de um contexto educacional rígido, segundo HUIZINGA

(1971), os jogos ganham um espaço essencial na educação escolar, e ao invés de

usar a palmatória (peça de madeira, com cabo para bater nas mãos das pessoas

que deveriam ser castigadas), o educador usava as atividades lúdicas, a fim de

chamar atenção da criança e levá-la a uma aprendizagem significativa.

No Romantismo, segundo HUIZINGA (1971), as atividades lúdicas passam

por outra dimensão, ligadas as expressões espontâneas por parte da criança. Essa

expressão, nos jogos e brincadeiras, estaria ligada a recriação de novas

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brincadeiras por meio da natureza psicológica da criança e suas indicações para

determinadas habilidades.

A valorização da criança como ser puro capaz de construir suas

aprendizagens por meio da imaginação voltada para um olhar poético próprio do

romantismo. Sendo assim, as brincadeiras e jogos passam a ser introduzidas como

tendência própria da criança num princípio de poesia e imaginação.

Nesta linha de pensamento, as atividades lúdicas no contexto educacional, é

considerado por muitos estudiosos como Froebel, segundo DALLAS (2010), como

fator de contribuição de modo que a criança é comparada a sementes, as atividades

lúdicas o adubo e expostas á condições favoráveis pelo jardineiro (Educador) ela

desabrocharia e estaria livre para a imaginação.

2.1 REFERENCIAL TEÓRICO

O lúdico na educação infantil tem sido um aliado das pedagogas que usam

esse método educacional como metodologia, e isso passou a facilitar o ensino

aprendizagem das crianças, através de uma aula dinâmica, criativa, em que o aluno

sente-se atraído pelo ensino e adquire conhecimento. Afinal, no brinquedo está a

essência de uma criança, e ela vê na brincadeira e nos brinquedos uma base para a

vida.

Segundo VYGOSTSKY (1984, p.100):

O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança, aquilo que na vida real passa despercebido por ser natural, torna-se regra quando trazido para brincadeiras. As crianças fazem das brincadeiras uma ponte para o imaginário, a partir dele muito pode ser trabalho.

Sendo assim, o brincar, na escola e em casa, para as crianças é mais que

uma diversão, é algo que percorre o mundo real e se mistura com a ficção, com a

fantasia, a imaginação e acaba despertando nela o anseio pela descoberta, e é

fundamental que o professor saiba conduzi-la para essa finalidade, sem desrespeitar

seu tempo de aprendizagem. Entenda também que o bom brinquedo é aquele que

atende as necessidades da criança. Na visão de PIAGET, segundo DALLAS (2010),

a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da

criança,sendo,por isso, indispensável à prática educativa.

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Na visão piagetiana, segundo PIAGET (1978), a atividade lúdica contribui

para o ensino e aprendizagem da criança que, através das brincadeiras, aprende

inconscientemente. Essas não têm noção dessa aprendizagem intelectual, contudo

o adulto ao observá-las, em seu cotidiano, notará competências adquiridas através

das brincadeiras.

Entretanto, há aqueles que acreditam que o brincar não exige esforço por

parte da criança. Nesta direção Henrique Wallon (2007), ressalta que:

brincar não é essencialmente aquilo que não exigiria esforço, em contraposição à labuta cotidiana, pois uma brincadeira ou um jogo podem exigir e liberar quantidades bem mais consideráveis de energia do que um a tarefa obrigatória. (p.55).

De acordo com WALLON (2007), brincar também exige trabalho e

concentração, e a criança ao realizar uma atividade, libera uma grande quantidade

de energia, por isso, tais atividades devem também ser direcionadas para elas

aprenderem a construir regras.

WALLON acredita ainda que:

brincar é sem dúvida uma infração às disciplinas ou às tarefas que impõem a todo homem as necessidades práticas de sua existência, a preocupação com sua posição, com sua imagem.Destaca que só há brincadeira se houver satisfação de subtrair momentaneamente o exercício de uma função às restrições ou limitações que sofre normalmente de atividades de certa forma mais responsáveis, ou seja, que ocupam um lugar mais iminente nas condutas de adaptação ao meio físico ou ao meio social. (2010, p .59).

Para ele o aprendizado também é fruto do meio social que a criança está

inserida, a experiência do brincar cruza diferentes tempos e lugares, passado,

presente e futuros, sendo marcada ao mesmo tempo pela continuidade e pela

mudança.

O referencial curricular nacional da educação infantil (BRASIL,1998), deixa

de forma concisa que o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. A

partir disso, porque muitos professores desconhecem o significado da palavra lúdico,

já os referenciais (BRASIL, 1998), corroboram com a importância da ludicidade,

quando aborda que a criança se desenvolve a partir do jogo. Os pensadores

renomados Piaget e Vygotsky, segundo DALLAS (2010), veem a criança como um

ser que recria realidades e pode transformar algumas situações vividas, mesmo que

para Piaget o desenvolvimento se inicie com a maturação biológica e para Vygotsky

este é proporcionado pela interação com o meio social.

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2.2 O LÚDICO FAZ PARTE DO UNIVERSO INFANTIL.

Não existe um momento certo para brincar, pois brincamos de pequenos e

até na vida adulta.

Através das brincadeiras e possível mostrar para a criança que ela pode

seguir um caminho na vida. As brincadeiras , segundo HUIZINGA (1971), são ações

que acontecem desde os primeiros momentos na vida da uma criança. Começam

brincando com seus pés, mãos e tudo que está a sua volta para adquirir

aprendizagem. E ao observar tudo ao seu redor se apropriar de conhecimento. Um

ambiente alfabetizar favorece através das brincadeiras e dos jogos.

Até mesmo uma bolinha de papel arremessada no lixo dá para ensinar a

criança a ter uma visão ecológica.

As crianças, segundo HUIZINGA (1971), estão perdendo o espaço de

brincar, pois esse tempo está sendo substituído pelas preocupações dos pais e pela

demanda do mercado de trabalho que a cada dia exige novas aptidões e

capacidades desses futuros profissionais.

Através das brincadeiras, segundo PIAGET (1997), é que as crianças

começam a desenvolver a motricidade a atenção à sociabilidade a imaginação e a

criatividade. É urgente resgatar a importância do brincar na pratica escolar. O

brincar, enquanto promotor da capacidade e potencialidade da criança, deve ocupar

um lugar especial na pratica pedagógica tendo como espaço privilegiado a sala de

aula. A brincadeira e o jogo precisam estar presentes na escola. É possível

transformar a escola num lugar onde “o brincar’’ não seja entendido pela criança

como sinônimo de bagunça, mas como uma necessidade humana e um direito

inquestionável.

Se a escola não atua positivamente garantindo possibilidades para o

desenvolvimento da brincadeira, ela ao contrário responde negativamente impedindo

que esta aconteça.

Devemos ter espírito aberto ao lúdico para reconhecer a importância

enquanto fator de desenvolvimento da criança.

Para as crianças as atividades favoritas envolvem as brincadeiras e jogos.

Elas são responsáveis, segundo WALLON (2010), por estimular o desenvolvimento

cognitivo das crianças, a coordenação motora e vários aspectos importantes para o

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desenvolvimento pleno da criança; por meio dos jogos e brincadeiras a criança

expressa, assimila e constrói conhecimentos que auxiliarão em sua vida adulta, e

assim constrói sua realidade, com criatividade constrói seu mundo de fantasia.

Segundo PIAGET (1978), o jogo não pode ser usado apenas como

divertimento e brincadeiras para gastar energias, ele precisa favorecer o

desenvolvimento afetivo, físico, cognitivo e moral. Os jogos e brincadeiras precisam

ser utilizados no processo de ensino aprendizagem para facilitar a noção de

conceitos das diversas áreas do conhecimento que são aplicadas na sala de aula.

Essas atividades oportunizam de maneira prazerosa uma aprendizagem significativa

para a criança.

Ao oferecer momentos lúdicos, prazerosos, alegres e de reflexão para a

criança se desinibir e aprender a conviver com o outros que estão no meio onde ele

se encontra, neste caso, segundo PIAGET (1978), colegas e professores, nesta

interação, inter-relaciona sentimentos de amizade, companheirismo entre

outros.Torna-se criativo e espontâneo. A sala de aula passa a ser o espaço da

aprendizagem que propicia a integração, a interação. Espaço esse que permite a

criança dividir suas experiências fomentar novas ideias.

2.3 O TEMPO E O ESPAÇO DE BRINCAR

O jogo acontece em determinados momentos no dia a dia infantil. Como

uma necessidade da criança, constatamos que o tempo para ela brincar tem se

tornado cada vez mais insuficiente, tanto em casa como na escola.

Na escola, “não do tempo para brincar”, na visão de alguns docentes há um

programa escolar que deve ser cumprido dentro do ano letivo, isto é, as brincadeiras

e jogos estão postas dentro de um currículo escolar, contudo nem sempre podendo

ser cumprido por uma série de fatores.

Nesta direção, segundo WALLON (2010), as brincadeiras e jogos são

desenvolvidos em um curto período das aulas, é nas famosas aulas de recreação,

usado para “preencher” um intervalo do currículo.

Outro ponto relevante que ocupa um tempo significativo na vida das crianças

é a televisão. Esse tempo na frente da telinha também poderia ser utilizado com

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atividades lúdicas, não significa que esse veículo de comunicação não seja

importante, todavia toma muito tempo que poderia ser aproveitado em outras

atividades, sendo assim, se a criança passa muito tempo assistindo torna-se um

fator negativo. O aproveitamento desse tempo, segundo ANTUNES (2001),

depende da intervenção do adulto, afinal a dosagem é de responsabilidade deste

que a conduzirá para que não se perca os jogos e brincadeiras no dia a dia da

criança.

Já o espaço de brincar, segundo ANTUNES (2001), também passou por

mudanças, no passado as crianças brincavam na rua, todavia, esse espaço tornou-

se perigoso e brincar em casa o espaço é restrito.

Nesta linha de pensamento o espaço lúdico dentro de casa, quando esse

existe, pode ser em qualquer ambiente, um quarto para jogos, um quintal, um pátio,

a área comum de um condomínio e outros. A criança, segundo WALLON (2010),

necessita deste espaço, quer seja físico ou mental para desenvolver suas atividades

lúdicas, que perpassa a simples condição física de um espaço, pois nas brincadeiras

de faz de conta vai muito além, independente da condição socioeconômica, a

criança transforma esses espaços para adaptá-los a suas brincadeiras.

Na escola podem-se organizar os espaços e tempos para realização dessas

atividades lúdicas, o planejamento intencional do educador é fundamental na

elaboração dessas atividades.

2.4 BRINCAR POR PRAZER OU COMO MEIO EDUCACIONAL

Existem momentos, segundo ANTUNES (2001), que as crianças brincam por

puro divertimento, estabelecendo trocas, com outras crianças ou até mesmo com os

adultos. Nesse caso, ‘brinca por brincar’. Ocorre em casa, na sala de aula e em

outros ambientes.

Já o brincar enquanto uma atividade lúdica educacional, segundo Wallon

(2010), significa deixar de pensar no jogo pelo jogo, e passar a vê-lo como

instrumento de trabalho, isto é, como meio para atingir objetivos propostos.

Segundo WALLON (2010), e outros estudiosos, o brincar é uma

característica própria da criança e as brincadeiras são divididas por fases e faixa

etária. As crianças brincam com muita dedicação e esse comportamento diante

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dessas atividades são chamadas de brincadeiras sérias, essas se confundem com

as brincadeiras educacionais, porém são espontâneas ao passo que as outras são

direcionadas.

Essas fases do brincar começam no primeiro estágio de vida das crianças, e

na visão de WALLON (2010), são:

As brincadeiras funcionais podem ser movimentos muito simples, como estender e encolher os braços e pernas, agitar os dedos, tocar objetos, imprimir-lhes um balanço, produzir ruídos ou sons. È fácil reconhecer nelas uma atividade em busca de efeitos, elementos ainda, e dominada pela lei do efeito que dissemos ter uma importância fundamental para preparar a utilização calculada, cada vez mais apropriada e mais diversificada de nossos gestos. (p. 54).

Nota-se que essas brincadeiras são próprias das crianças em seus primeiros

estágios de vida, como se estivessem se descobrindo e depois perdura uma vida

toda.

Em um segundo momento veem as famosas brincadeiras de faz de conta,

são as brincadeiras de ficção, onde a criança monta em um cabo de vassoura e

imagina um cavalo, brincar de boneca personificando-a, entre outros. WALLON

ressalta que "essas brincadeiras intervêm uma atividade cuja interpretação é mais

complexa, mas também mais próxima de certas propostas de definição do brincar

bem diferenciadas." (2007, p.54).

Com relação ao Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil:

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica”. (BRASIL, 1998,. p. 28).

Ainda na concepção walloniana há também as brincadeiras de aquisição.

Nesta etapa "a criança, fica, conforme uma expressão corrente, toda olhos e toda

ouvidos, ela olha, escuta, esforça-se para perceber e compreender; coisas, seres,

cenas, imagens, relatos, canções parecem captar toda sua atenção." (2007, p.55).

A última concepção do brincar "são as brincadeiras de fabricação, dividem-

se em juntar, combinar entre si objetos, modificá-los, transformá-los e criar novos."

(2007, p.55).

Ao observar as etapas das brincadeiras na concepção de outros estudiosos

e de Henrique Wallon, percebe-se a semelhança com os estágios de

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desenvolvimento da criança estudado por Piaget. As brincadeiras funcionais, de faz

de conta, de aquisição e de fabricação envolve um processo cognitivo da criança,

pois elas fazem um esforço mental muito grande para desenvolvê-las.

Segundo VYGOTSKY,

a criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social, psicológico. (1979, p.45)

Nesse sentido, as brincadeiras desenvolvem o pensamento das crianças

como forma de agir, pensar e estar no mundo, ao brincar elas reproduzem as

atitudes dos adultos despercebidamente. Na concepção de VYGOTSKY sem que a

criança a saiba aja em suas brincadeiras usando regras comportamentais, ou seja,

ao se portarem como adultas elas usam uma relação social de um ser. Isto é, se

duas crianças brincam de “faz de conta” mãe e filha, começam a reproduzir o

comportamento familiar com regras implícitas. Assim, os princípios de desempenho

das crianças através das brincadeiras são os ensejos do prazer que elas

experimentam.

Percebe-se, através de toda pesquisa referente à educação infantil, que a

brincadeiras têm um papel importante no desenvolvimento da criança e na

satisfação de suas necessidades.

Na concepção de PIAGET o brincar é uma necessidade da criança para se

adaptar ao mundo dos adultos, afinal a todo tempo elas tentam imitar esse sujeito

que vive socialmente cercado de muitas regras, até então muito estranha para seu

universo infantil. Assim, brincar constitui uma forma de equilíbrio afetivo e intelectual

para o ingresso nesse universo adulto como um processo de adaptação. PIAGET

(1997, p.75), afirma que “a brincadeira é uma atividade que transforma o real, por

assimilação, conforme as necessidades da criança, em razão dos seus interesses

afetivos e cognitivos”

Sendo assim, há momentos que as crianças brincam por brincar e em

outros, principalmente no contexto educacional, na sala de aula, as brincadeiras são

usadas de forma intencional par resgatar as atividades lúdicas e atingir objetivos

propostos.

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2.5 O BRINCAR E A HISTÓRIA CULTURAL

Brincar, segundo WALLON (2010), é um ato natural e espontâneo que

constitui a vida social das crianças e que passou por mudanças no contexto

histórico. Como um recurso que as crianças empregam, o brincar, demonstra

também a organização das etapas de conteúdos de sua percepção, acontecimento,

sua existência, e suas emoções. Além de ajudar no desenvolvimento motor e

cognitivo.

O brincar, segundo ANTUNES (2001), é como uma especificidade da

infância na iconografia de tempos passados. Crianças no tempo passado brincavam

de batuque, de esconde- esconde entre outros, enquanto as crianças da zona rural

brincavam de caçar passarinho, montar arapuca, balançar nas árvores, nadar nos

rios, as meninas brincavam de bonecas, surgia então uma ambiente de liberdade, de

intimidade, onde tipicamente brincam de “casinha, e havia uma família nuclear”.

Nas brincadeiras imaginárias, segundo WALLON (2010), meninos e

meninas, permitiam representarem através do lúdico o meio em que os mesmos

estavam inseridos. Em uma relação social que começam a perceber entre papéis

familiares nas brincadeiras das meninas.

Ao passarem por uma grande transformação, as brincadeiras outrora eram

vistas como forma de lazer, mas também depois de algumas transformações

passaram a fazer parte da educação como estímulo para aprendizagem, atualmente,

além de divertimento também são usadas como meio educacional. O brincar,

segundo VOLPATO (2002), vai sendo redimensionado à medida que a criança

cresce. Enquanto ainda é bebê, o brincar está muito associado ao conhecer as

partes de seu corpo, sendo esta a aquisição das primeiras habilidades motoras.

No mesmo aspecto quando a mãe ou outros brincam com as crianças com

objetos coloridos elas os observam tanto as ações quanto os movimentos do objeto

como forma de adquirir conhecimento. Através das brincadeiras, segundo VOLPATO

(2002), a criança vai aprendendo. Ao mostrar para ela o barulho dos objetos vai

reproduzindo esses barulhos e a partir do contato com o outro vai desenvolvendo, a

fala e os gestos.

Uma forma de brincar que contribui muito para o desenvolvimento das

crianças são, segundo VOLPATO (2002), as brincadeiras simbólicas, ao consentir

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reviver cenas que foram complexas e vergonhosas e tentar modificá-las, a partir do

brincar, ajudará a ter coragem de enfrentá-la. Por exemplo, a criança revive os

momentos que se passou durante uma visita a um médico, brincando pode

regressar a situação que lhe causou um impacto de afastar-se da real situação, logo,

o jogo desta brincadeira constantemente, passará a voltar ao médico sem receios.

Outras situações do ato de brincar, segundo VOLPATO (2002), estão na

percepção de representação da convivência do dia a dia das crianças, preparando-

as para a vida adulta. Encena o que é ser pai, mãe, filhas e outros personagens

frequentes no seu universo infantil. Revivendo circunstâncias que acontecem no seu

cotidiano também contribui para a vida adulta.

Nesta direção, brincar também reflete a diferenças de sexualidades, na

convivência do dia a dia é possível notar a diferença de brincadeiras de meninas e

de meninos. As meninas em geral, brincam de casinha, escolinha, sendo esta uma

forma de encenação que a sociedade espera, por ser mulher. Em contrapartida, os

meninos brincam de carrinho, lutas pesadas, comparando-se aos super- heróis,

suas atitudes refletem a ação do masculino, do homem no futuro.

As brincadeiras, segundo VOLPATO (2002), também refletem os valores

que a sociedades espera da menina e do menino, vista como norma geral, a menina

deve ser delicada e o homem o lado forte que não pode chorar, entre outros.

Nesta linha de pensamento, WALLON (2010), destaca que:

...as brincadeiras seriam a prefiguração e a aprendizagem das atividades que vão se impuser mais tarde. Diferem no menino e na menina, emprestando suas características ao pape que espera de cada um deles. Elas sem duvidas já estão denominadas pela diferenciação que se observa tanto na morfologia como no comportamento de um e de outro. (p.62)

Embora exista esse comportamento de divisão de brincadeiras e de meninos

e meninas é importante acrescentar, segundo WALLON (2010), que é brincando que

as crianças procuram compreender e dominar os acontecimentos fora de seu

alcance. Sem esquecer que são nas brincadeiras que elas admitem a

transcendência da realidade imediata. Os pais também podem orientar seus filhos

no como usarem os brinquedos, incentivá-los no momento de lazer, principalmente,

a interagir com os outros que estão a sua volta, porque ajuda muito, afinal criança

também aprende com modelo.

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A cada geração, segundo DALLAS (2010), o brincar muda seu perfil de

acordo com a cultura, o contexto histórico, o lugar, o tempo, o espaço, o sujeito,

contudo o brincar contribuiu e sempre contribuirá para formação de um ser

autônomo capaz de agir e sentir-se pleno.

2.6 O FAZER DOCENTE E A EDUCAÇÃO INFANTIL

O perfil do profissional para atuar na Educação Infantil também passou por

mudanças no contexto histórico. No passado, qualquer pessoa poderia trabalhar

com as crianças pequenas, bastava gostar de crianças, obviamente alguém que não

tivesse afinidade com a criança jamais poderia trabalhar com ela, já que não teriam

muito o que proporcionar a elas. Como as instituições que atendiam crianças tinham

mais caráter assistencialista, desde que a pessoa tivesse afinidade com crianças,

fosse simpático, tivesse boa aparência e soubesse comunicar era o suficiente para

atuar como educador. Não necessitava ter nenhum curso superior, pois a criança na

Educação Infantil só era cuidada um segundo lar familiar, para compensar a

ausência da família. Com as mudanças ocorridas no contexto educacional era

preciso mudar também o perfil deste educador, embora cada professor tenha seu

estilo próprio de como trabalhar, se fez necessário ter um estilo próprio para

trabalhar com os pequeninos. Esses avanços pedagógicos foram decorrente da Lei

de Diretrizes e Bases da educação Nacional n. 9.394/96:

Art.62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério NE Educação infantil e nas quatro primeiras series do Ensino Fundamental a oferecida em nível médio, na modalidade normal.

Como se pode ver com as mudanças ocorridas para atuar na Educação

Infantil os educadores deverão ter nível superior. Contudo, em algumas cidades os

educadores têm nível médio em cursos profissionalizantes. Já que a educação

infantil é considerada a primeira fase da vida escolar da criança e nela estão

presentes momentos relevantes na vida futura das crianças, o profissional para atuar

com esses crianças precisa de uma formação adequada a sua função que vai muito

além do cuidar.

Nesta linha de pensamento, como ponto de partida, o educador necessita

conhecer essa criança, saber quem ela é? De onde ela vem ? O que ela sabe?

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Conhecer essa criança, sua história, ajudará a preparar e desenvolver suas

atividades de modo que elas possam participar ativamente,e assim vivenciarem as

brincadeiras de forma lúdica e atraente, assim, a criança estuda e incorpora esses

saberes em sua vida.

Nesta direção, a educação infantil é o espaço de desenvolvimento da

aprendizagem de modo conexo, um espaço novo e não uma preparação para

escola, afinal de contas ela é a escola. Assim sendo, deve-se ter um equilíbrio em

não institucionalizá-la em excesso e também não ceder ao espontaneísmo. Embora,

a educação infantil seja a primeira fase da educação escolar ela precisa ser um

espaço planejado, organizado intencionalmente para que as crianças possam

aprender as diversas linguagem e envolver em sua multiciplicidade de fatores.

Em suma, no exercício da docência, a ação do educador deve estar

associada a uma postura de pesquisador. Articulado a proposta de crescimento com

uma concepção de um saber sempre em reconstrução ressignificando. O

profissional da educação Infantil, antes de qualquer coisa, precisa de uma formação

contínua.

2.7 EDUCAÇÃO INFANTIL: CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR

O cuidar, o educar e o brincar caminham juntos na educação infantil,

entretanto, segundo ARIÉS (1978), nem sempre foi assim, ao longo da história nota-

se que por vários motivos a criança não tinha um espaço definido, embora muitos

anos se passaram ainda há uma inquietação com essa fase escolar. Muitos

docentes incomodam-se com a escolarização da criança e não com a formação

absoluta. Mesmo diante de tantos progressos, na escola, as crianças neste espaço

são cuidadas. Um exemplo claro esse cuidado reflete na hora do banho, elas são

colocadas todas juntas, para tomar banho, lógico, meninos e meninas separados,

como robozinhos, ainda que para muitos educadores a fato, da criança tomar banho

sozinha significa irá ensiná-la a adquiri autonomia, nem sempre é assim, porque o

banho direcionado é que de fato iria ensiná-la.

Sabe-se, segundo VYGOTSKY (1984), que o banho é momento ideal para

que a criança adquira equilíbrio emocional, ao mesmo tempo brinque com a água,

aprenda a cuidar de seu corpo, as partes do corpo, o cuidado, isto é, a higiene

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pessoal como se relacionar com seu corpo, um aprender brincando. Sendo assim, o

planejamento desse banho é fundamental, afinal o cuidar, o educar e o brincar não

são coisas separadas, estão ligadas, e esse planejamento deve ser projetado

intencionalmente. São conteúdos que a criança irá aprofundar, mais tarde. Como um

ser histórico em determinados contextos, a criança, se expressa por meio de

brincadeiras que apontam seus costumes, enfim, a sua identificação cultural e

social. É importante lembrar que, ao brincar, a criança se delicia no mundo da

imaginação e a partir daí passa a imitar sons, gestos e situações vivenciadas por

seus semelhantes, dão vida a seres inanimados e/ou objetos do mundo concreto e

se divulgam em situações verdadeiras de aprendizagem através de movimentos,

ruídos, mímicas, e concepções adequadas do contexto infantil.

2.8 LEDICIDADE X APRENDIZAGEM

As atividades lúdicas, segundo JORDANO & QUEIROZ (2004), assumem

várias faces, desde recreação, passatempo, jogos, brincadeiras até educação. No

contexto escolar usa-se muito o termo jogos, brincadeiras e recreação, mas um dos

questionamentos é saber até que ponto essas atividades lúdicas estão sendo

usadas como processo de ensino aprendizagem de forma positiva. No âmbito

escolar, se ouve muito falar acerca das aulas de recreação como os professores de

educação física, e como os pedagogos trabalham nas aulas cotidianas.

Sabe-se, segundo PIAGET (1978), que tais atividades contribuem muito

para o processo de ensino aprendizagem, uma vez que, o tempo todo se aprende

brincando, o que facilita a assimilação e a incorporação de algumas habilidades.

Vários estudiosos, segundo GARDNER (2000), são unânimes em afirmar

que, a partir de pesquisas e dados concretos, que jogos e brincadeiras, quando

usados como meio educacional, facilitam a aprendizagem de conteúdos propostos.

Na escola é um lugar essencial de aprendizagem, destina-se apropriação e

elaboração de determinadas habilidades e determinados conteúdos dos saberes,

contudo a brincadeira, segundo WALLON (2010), não deve ser secundarizada neste

espaço, vista somente como forma de aprendizagem. Sabe-se que a criança não

brinca só em casa, todavia é na escola que ela brinca e se apropria de

conhecimento.

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Em contrapartida, algumas vezes, se o educador não tomar cuidado, na

escola, pois o lúdico pode ser utilizado de modo errado, esse subsídio tão valioso

acaba sendo usado como método de punição. Um deles é o lúdico com fins

moralistas, nesse sentido, segundo WALLON (2010), o lúdico passa a ser valorizado

somente quando usado com fins para corrigir erros, tanto de indisciplina como em

alguns casos ligar as brincadeiras a problemas sociais, o que não significa que as

atividades lúdicas não tenham uma finalidade, pois em geral estas são usadas para

desenvolver a criatividade, a autonomia das crianças, a desenvolver sua identidade

entre outros. O lúdico com fins utilitaristas é outro problema, ou seja, o consumo de

brinquedos industrializados, difundido pela mídia que acabam ocupando lugar de

brincadeiras, significativa. Alguns brinquedos como armas de fogo, espadas que de

certo modo propaga a violência, tanto na escola como em outros ambientes sociais,

não esquecendo dos jogos virtuais que a grosso modo também dissemina a

violência, o vício em passar horas na frente da telinha e acarretando outros

problemas a saúde física e psicológica.

Vale lembrar, segundo OLIVEIRA (2002), que o lúdico na educação ainda

não é totalmente reconhecido como método educacional e em algumas vezes dentro

da escola é usado como forma de compensar o esforço da criança, entre um

trabalho e outro, usa-se uma atividade lúdica para suprir uma frustração de algumas

atividades realizadas. Em outros momentos até tem um objetivo, motiva o aluno a

aprender determinados conteúdos, no entanto, ele já está tão cansado que a

atividade prazerosa acaba sendo uma tortura.

É importante destacar, segundo JORDANO & QUEIROZ (2004), que

brincando as crianças aprendem valores a se respeitar e a respeitar o outro, a criar,

a analisar, a refletir, a compreender, estabelecer limites, ter livre expressão, conviver

com as diferenças, a elevar sua autoestima, valorizar a família, explorar as situações

problemas, expor ideias, fixar sua atenção entre outros.

Os jogos e brincadeiras, segundo JORDANO & QUEIROZ (2004), podem

ser aplicados as diversas áreas do conhecimento, sendo importante que o educador

observe qual objetivo que se pretende alcançar com essas atividades, procurando

observar a faixa etária da criança. Começar uma atividade e sempre explicar a

finalidade após o desenvolvimento da mesma.

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É necessário, também, segundo JORDANO & QUEIROZ (2004), que nunca

termine uma atividade após todas as crianças estarem cansadas, pois elas não

gostarão de desenvolver esta atividade novamente. Nunca forçar a criança a

participar caso ela não queira, afinal se for imposto pode não haver um resultado

esperado, todavia, motivar toda turma de modo que eles queiram participar.

Entende-se que as atividades lúdicas, segundo JORDANO & QUEIROZ

(2004), são suportes para tornarem as aulas mais interessantes, dinâmicas,

criativas, mas é bom que o docente tenha bastante cuidado ao elaborar suas

atividades lúdicas para não ser somente algo frustrante e atividades para preencher

lacunas. Afinal essas atividades deverão ser capaz de levar essas a crianças

construírem e reconstruírem saberes necessário a fim de tornarem pessoas critica.

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3. ANÁLISE DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada através de entrevista, questionário e observação

com professores que atuam na Educação Infantil Centro de Educação Infantil

Morada dos Pequeninos nas aulas das pedagogas. O centro de Educação está

localizado na Rua Horácio Alcântara de Carvalho, no centro da cidade de

Araputanga, Mato Grosso. Funciona no período Integral. Atende de 70 a 80 Crianças

de 3 a 5 anos. O público alvo, é composto de crianças carentes de recursos

financeiros, a maioria filhos de pais que trabalham o dia todo, sendo assim, entram

as 7:00 horas e saem as 17:00 horas. Elas recebem todas as refeições do dia (café

da manhã, almoço, lanches), cuidados pessoais como tomar banho, escovar os

dentes, dormir e fazer atividades físicas. No período matutino funcionam quatro

salas de aula com: jardim I, Jardim II, pré I e pré II, tendo como professoras

profissionais formadas em pedagogia. No período vespertino, as crianças ficam com

os monitores e alguns dias da semana têm aulas de Educação Física com um

profissional habilitado na área. Os monitores, alguns têm nível superior em outras

áreas e alguns têm nível médio.

A pesquisa realizada tinha como finalidade perceber a contribuição do

Lúdico no Processo Ensino-Aprendizagem na Educação Infantil No Centro de

Educação Morada dos Pequeninos nas turmas de Educação Infantil. Para efetivação

da pesquisa realizou-se um questionário com os pedagogos que atuam na área da

Educação Infantil, bem como, a observação de cunho investigativo, nas aulas,

brincadeiras e currículo escolar, no desenvolvimento das atividades e com

conversas com os educadores.

Nesta direção, quatro pedagogos foram entrevistados. Desses quatro, três

atuam na área há oito anos e um a cinco anos, todos têm especialização na área de

Educação Física Escolar: Saúde e Qualidade de vida, Educação Infantil com ênfase

em linguísticas e Linguagem com ênfase em Educação Infantil.

Ao serem questionados se usam atividades lúdicas com seus alunos, muitas

disseram usar e que de acordo ao conteúdo previsto dentro do currículo escolar as

atividades lúdicas são utilizadas tais como: jogos, brincadeiras, construções de

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brinquedos com sucatas, brincadeiras de roda, jogos de boliche, jogos de memórias,

dominó; corre cotia; dança da cadeira entre outras.

Segundo KISHIMOTO (1998, p.102)

O conteúdo das músicas, em consonância com os movimentos, facilita o conhecimento espontâneo sobre os elementos do ambiente. O papel educativo do jogo é exatamente esse. Quando desenvolvido livremente pela criança, o jogo tem efeitos positivos na esfera cognitiva, social e moral.

De acordo com o mesmo autor a criança aprende tem mais facilidade em

aprender quando as atividades envolvem brincadeiras e jogos.

Outra pergunta foi se as crianças brincam sozinhas umas com as outras ou

com a supervisão dos professores, e eles foram unânimes em dizer que às vezes

brincam sozinhas outras com a supervisão das educadoras. Muitos educadores

simplesmente deixam as crianças brincarem, outros seguem uma forma muito séria

da relação entre o ensino e aprendizagem com brincadeira que acabam por fazer

acontecer 03 ou 04 vezes por semana. Cada atividade lúdica, segundo as

professoras, tem a duração de 20 a 30 minutos, outros disseram 50 minutos e até

duas horas de duração.

Segundo WALLON (2010, p.64)

O brincar resulta do contraste entre uma atividade liberada e aquelas a que normalmente a ela se integra. É entre oposições que ele evolui, é superando-as que se realiza. Ação que se libera de suas restrições habituais, o brincar logo se perde em repetições monótonas e fastidiosas se não se impuser regras, às vezes mais rígidas que as exigências às quais se furta. Portanto, a sua fase puramente negativa tem de suceder outra, que restaura o que foi abolido, mas dando outro conteúdo á atividade, um conteúdo puramente funcional.

Na postura adotada pelas docentes, segundo WALLON é importante que as

brincadeiras escolares tenham sempre uma finalidade e regras,de modo que as

crianças aprendam brincando,uma vez que não haja regras o brincar torna-se

monótono.Ter objetivo claro quando se coloca regras é fundamental, mesmo nas

atividades puramente funcional.

Todos os educadores disseram que todas as crianças envolvem-se em

todas as brincadeiras realizadas e nenhuma fica sentada, por não gostar da

atividade a ser desenvolvida.

As atividades lúdicas são realizadas em sala de aula, parque, no pátio da

creche dependendo da atividade proposta. Alguns disseram que os espaços para

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desenvolverem as atividades são apropriados, já que existe um calendário para

cumprir dentro do ano letivo, sendo assim procuram associar as atividades lúdicas

de modo interdisciplinar. Somente uma educadora ressaltou que o espaço ofertado

pela escola não era o suficiente para realização das atividades. Segundo os

entrevistados todas as atividades realizadas por eles estão em consonância com o

Projeto Político pedagógico da creche e respaldada no currículo escolar.

No entanto, todos enfatizaram o fato de a escola não ter brinquedoteca nem

quaisquer tipos de brinquedos, e acreditam que esse espaço com brinquedos é

fundamental para as crianças, porém não tem. De acordo com os educadores

muitas crianças são carentes e não tem brinquedos para trazerem para escola, e

caso algum tenha viraria briga com o colega que não dispõe do brinquedo, por isso

acreditam que deveria haver um espaço desses dentro da creche, visto que as

crianças passam muito tempo nesse espaço. Outro ponto relevante é o fato de no

período vespertino ficar com monitores. Nem todos são habilitados para trabalharem

com crianças pequenas. Sabe-se que todas que atuam como monitores tem

afinidade com crianças, todavia, o que se questiona não é essa afinidade, afinal no

período vespertino é que as crianças tomam banho e esse momento é muito

importante para aprendizagem das crianças, pois poderiam aproveitar esse

momento para trabalharem as partes do corpo, o cuidado com os mesmos, contudo

nesse momento as crianças tomam banho todas juntas, geralmente não há

conversas, todas vão, em silêncio, em filas como se fossem robozinhos, um monitor

dá o banho, o outro seca e um terceiro veste as crianças menores. Os maiores

tomam banho e se vestem sozinhos. O fato de tomarem banho, com a supervisão

dos monitores, e se vestirem sozinhos, no caso das crianças de 5 anos, é muito

importante para adquirirem autonomia.

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CONCLUSÃO

A creche é o lugar em que a criança é cuidada, alguns pais deixam seus

filhos, neste ambiente, para que construam conhecimento, já que eles passam o dia

todo fora de casa, assim, é importante que os educadores das mesmas estejam

preparados para recebê-las, visto que, essas crianças deixam em casa um ambiente

aconchegante, familiar, cheio de proteção para participar de outro com pessoas

estranhas, sendo assim, é comum no início de cada ano letivo sentirem medo e

chorarem na primeira semana, a partir do momento em que se sentem seguras

param de chorar e começam se socializarem.

Gradativamente, o ser humano aprende a usar racionalmente suas

capacidades naturais... O ambiente se torna interiorizado; o comportamento torna-se

social e cultural não só em seu conteúdo, mas também em seus mecanismos, em

seus meios (VYGOTSKY e LURIA, 1996: 179).

Espera-se, então, que a creche seja um lugar bonito, colorido, atraente para

que todo esse impacto de medo, frente ao desconhecido, não exista. Esse ambiente

acolhedor aproximará as crianças do educador e dos colegas.

Outro fator que aproxima os educadores e as outras crianças são as

atividades realizadas com brincadeiras que ajudam a socialização para a

concretização da aprendizagem. Através dessa interação com os colegas e

professores as crianças vão construindo sua aprendizagem movida pela

sensibilidade, afetividade, criatividade e curiosidade.

Um aspecto essencial do aprendizado é o fato de ele criar zonas de desenvolvimento proximal; ou seja,... desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente (na interação entre) pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento independente. (VYGOTSKY, 1994: 101)

No âmbito da sala de aula o professor deve estar atento as demandas atuais

e lançar mão de aulas que apresentem características e ou atividades lúdicas, não

necessariamente jogos e brinquedos, pois o que traz ludicidade é a perfeita relação

entre professor e aluno. Trabalhar de forma lúdica está vinculado à construção de

laços afetivos entre quem ensina e quem aprende. A importância se dá também pelo

fato de a criança deixar a rotina familiar, os cuidados maternos.

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Diante da pesquisa nota-se que a organização do planejamento condiz a

realidade das crianças na creche, os educadores preservam sempre a

individualidade de cada criança. Sempre com a preocupação de interdisciplinar o

lúdico sem esquecer a essência da brincadeira e seus objetivos a serem

alcançados. Todas as atividades realizadas tinham sempre uma intencionalidade às

vezes explicitada pelo educador, outras com objetivos implícitos. As brincadeiras na

escola têm duplo aspecto como lazer e também como construção de conhecimento.

A necessidade de se ter profissionais capacitados no seu trabalho,

preocupados em fazer um ensino com diferença e qualidade, incluindo sempre,

dinamismo em suas aulas tornando-as atrativas. A vista disso é preciso uma

sensibilização de ambas as partes: sistema e educador, procurando atender as

necessidades da educação.

Enquanto os educadores permitem o brincar, desde que dirigido, as crianças

deixam aflorar o lado mais sensível, aprofunda na paz de espírito e, sem perceber,

faz-se uma terapia grupal contando com as novas experiências vividas na essência

do lúdico na sala onde o educador será capaz de diagnosticar as reais necessidades

que cada criança apresenta.

Enfatiza-se que o lúdico funciona como aspecto encantador de

aprendizagem, por permitir aos estudantes envolvimento mútuo e comunicabilidade

na edificação de novos saberes.

Brincar é, sem dúvida, uma atividade essencial do ser humano, fundamental

ao bem-estar físico, emocional e intelectual de qualquer pessoa; logo salienta que

através dos brinquedos/brincadeiras, as crianças desenvolvem capacidades

importantes tais como a atenção, imitação, a memorização, imaginação etc.

Conclui-se que é por meio das brincadeiras que a relação criança-adulto se

torna harmônica e dinâmica, por permitir experimentar sensações diversas em todos

os momentos de sua vida, o que resulta num processo de socialização e

aprendizagem continuada, o que lhe servirá por toda vida.

Para tanto, concluiu-se que a prática pedagógica das professoras regente

das turmas pesquisadas condiz com as necessidades da mesma, pois as

educadoras lançam mão de atividades lúdicas, tendo aprovação de toda turma

quanto à sua prática. No entanto, no período vespertino, ainda é preciso refletir

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acerca da prática pedagógica no atendimento das crianças. Outro ponto a ser revisto

é a construção de uma brinquedoteca que os professores almejam para melhorar a

qualidade de ensino. Mesmo diante desses anseios nota-se que as professoras

procuram desenvolver suas atividades lúdicas com qualidade.

Nota-se também que este estudo será de grande valor para o contexto

educacional, uma vez que se justifica o fato de que brincar é uma característica

inerente à criança.

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO

1.Há quanto tempo você conclui sua graduação?

2.Tem especialização? Em quê?

3.Como você se mantém informado?

4. Há quanto tempo atua com professor na Educação Infantil?

5.Você utiliza atividades lúdicas com seus alunos?Como são essas

atividades?

6.Quanto tempo dura essas atividades lúdicas?

7.Quanto tempo as crianças ficam na creche?

8.E os educadores quanto tempo trabalham?

9.Nas atividades as crianças brincam sozinhas umas com as outras ou junto

com a professora ?

10.Você percebe o envolvimento das crianças nas atividades propostas no dia a

dia?

11.Na escola tem espaço apropriado para realização das atividades?Quais? Como

são utilizados?

12.As atividades lúdicas desenvolvida com as criancas estão dentro do Currículo

escolar?Quais?