AJES FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E...

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AJES FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA NOTA 9,0 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E A POLUIÇÃO DO AR [email protected] Autora: Rachel Bertochi Orientador: Prof.: Cynthia Candida Correa [email protected] JUÍNA-MT 2012

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AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA

NOTA 9,0

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E A POLUIÇÃO DO AR

[email protected] Autora: Rachel Bertochi

Orientador: Prof.: Cynthia Candida Correa

[email protected]

JUÍNA-MT

2012

AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E A POLUIÇÃO DO AR

Autora: Rachel Bertochi

Orientadora: Cynthia Cândida Corrêa

“Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental e Saúde Pública, da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena como requisito parcial para obtenção do título de especialista.” .

JUÍNA-MT

2012

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu esposo pela compreensão nos momentos de ausência até a conclusão deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade e forças de concluir mais

este curso. Obrigada Senhor.

RESUMO

A presente pesquisa tem como tema: Doenças Respiratórias e a Poluição do

ar. O problema de pesquisa é: Existe relação entre a poluição do ar e a

incidência de doenças respiratórias? Para responder ao problema foram

apontadas três hipóteses: H1 – As principais doenças respiratórias decorrentes

da poluição do ar estão ligadas ao fumo. H2 – As principais doenças

respiratórias decorrentes da polução do ar estão relacionadas à poluição

urbana. H3 – As doenças respiratórias estão relacionadas a fatores ambientais

decorrentes da localização em que a população fixa domicílio. O objetivo geral

desta pesquisa é verificar quais as principais doenças respiratórias decorrentes

da poluição do ar e a relação entre a poluição e estas doenças. Os objetivos

específicos são: Levantar as referências a respeito de ação de diversos

agentes poluidores sobre a saúde respiratória, tais como as partículas em

suspensão, os óxidos de nitrogênio, os sulfatos de ozônio, entre outros;

Descrever estudos da mortalidade, sobretudo em adultos, com dados

internacionais primeiramente, e vários estudos nacionais, a respeito do tema;

Analisar os efeitos da poluição do ar, sobre a saúde humana, tanto do ponto de

vista epidemiológico quanto do ponto de vista biológico e até mesmo físico-

químico; O referencial teórico discorre sobre as formas de poluição do ar e a

propagação de doenças em decorrência desta poluição. A metodologia

utilizada foi de pesquisa bibliográfica. Concluiu-se que a poluição do ar causa

doenças como: resfriados, asma, bronquite, laringite, gripe e pneumonia, além

de contribuir para o aquecimento da temperatura global, e também que as

doenças respiratórias estão ligadas principalmente à poluição dos grandes

centros e à aglomeração da população nos centros urbanos.

Palavras-chaves: Saúde. Poluição do ar. Doenças respiratórias.

LISTA DE ABREVIATURAS DE SIGLAS

IES Instituição de Ensino Superior

IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores

OMS Organização Mundial de Saúde

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Principais doenças respiratórias conhecidas. .......................................... 16

Quadro 2. Principais gases poluentes e suas fontes. ............................................... 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Ciclo da Poluição Atmosférica ................................................................... 24

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Principais Gases do Efeito-estufa ............................................................ 26

Gráfico 2. Aumento da temperatura em °C .............................................................. 28

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................... 15

1.1 POLUIÇÃO DO AR: PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA ................................................ 15

CAPÍTULO II - METODOLOGIA .............................................................................. 31

CAPÍTULO III - ANÁLISE DE DADOS .................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 36

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INTRODUÇÃO

O principal poluente do ar levado às vias respiratórias, nas sociedades

urbanas contemporâneas, é o fumo. Sabe-se hoje que o hábito de fumar contribui de

modo significativo, não apenas para as neoplasias das vias respiratórias (boca,

laringe, e pulmão), mas também para diversas outras neoplasias como de bexiga,

rim, pâncreas, esôfago, estômago... Por outro lado, as doenças pulmonares

obstrutivas crônicas (asma, bronquite e enfisema) bem como doenças

cardiovasculares (hipertensão arterial, angina pectoris, infarto do miocárdio, por

exemplo), têm no fumo importante agente etiológico.

O fumo além de prejudicar os fumantes, também afeta os não fumantes,

através do que se convencionou chamar “fumo passivo”.

Além do cigarro, outros agentes podem poluir o ar que se respira em casa,

originando a poluição domiciliar, são eles: a fumaça produzida pela combustão de

biomassa particularmente importante nas áreas rurais, os produtos gerados pela

combustão do gás de cozinha, pesticidas e solventes empregados para limpeza,

abestos utilizados para isolamento contra incêndios etc., estes poluentes tornam-se

tão mais importantes quanto mais diferentes, para o ambiente doméstico com

relação ao ar externo.

O problema formulado para este estudo é: Existe relação entre a poluição do

ar e a incidência de doenças respiratórias?

As hipóteses formuladas para responder ao problema desta pesquisa são:

H1 – As principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar

estão ligadas ao fumo.

H2 – As principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar estão

relacionadas à poluição urbana.

H3 – As doenças respiratórias estão relacionadas a fatores ambientais

decorrentes da localização em que a população fixa domicílio.

O objetivo geral desta pesquisa é verificar quais as principais doenças

respiratórias decorrentes da poluição do ar e a relação entre a poluição e estas

doenças.

Para alcançar o objetivo geral são apontados objetivos específicos que

ajudam no desenvolvimento da pesquisa. Os objetivos específicos desta pesquisa

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são: Levantar as referências a respeito de ação de diversos agentes poluidores

sobre a saúde respiratória, tais como as partículas em suspensão, os óxidos de

nitrogênio, os sulfatos de ozônio, entre outros; Descrever estudos da mortalidade,

sobretudo em adultos, com dados internacionais primeiramente, e vários estudos

nacionais, a respeito do tema; Analisar os efeitos da poluição do ar, sobre a saúde

humana, tanto do ponto de vista epidemiológico quanto do ponto de vista biológico e

até mesmo físico-químico.

O estudo está voltado para a área da saúde e busca informações sobre os

principais agentes poluidores do ar, e sobre as doenças decorrentes desta poluição.

A saúde pública é tema muito discutido nos vários segmentos da sociedade.

Propiciar um ambiente saudável para a população é obrigação dos governos,

embora nem sempre esta obrigação seja cumprida do modo esperado. Outro

problema bastante relevante diz respeito as condições do meio ambiente as quais a

população tem sido submetida ao longo dos tempos. Estudos sobre o assunto

demonstram o quanto a degradação do meio ambiente afeta a qualidade de vida das

pessoas.

Dessa forma, os estudos voltados para verificação das principais doenças

causadas pela poluição do ar servem com base para possíveis mudanças na

melhoria da qualidade do ar respirado pela população.

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CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 Poluição do ar: problema de saúde pública

A poluição do ar é definida como sendo a degradação da qualidade do ar

como resultado de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a

segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades

sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente à biota; afetem as condições

estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo

com os padrões ambientais estabelecidos em leis federais. (Lei Federal número

6938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo decreto número 88351/83).

Algo sério e urgente deve ser feito, pois a grande quantidade de partículas

sólidas em suspensão e os gases tóxicos que tem sido lançados na atmosfera, a

diminuição dos níveis de oxigênio da atmosfera e a contínua interferência do homem

nos ciclos biogeoquímicos, caso não ocorra uma reversão, podem comprometer o

futuro das populações animais e vegetais.

De acordo com Ferraz Netto (2008, p. 28) “Em muitos lugares a qualidade

de vida da população já se encontra seriamente comprometida”.

Duchiade (1992, p. 315) destaca “Uma vasta literatura vem comprovando,

em diversas partes do mundo, a influência da poluição do ar na mortalidade, através

de numerosos estudos”.

A Organização Mundial de Saúde - OMS divulgou que 3 milhões de pessoas morrem anualmente devido aos efeitos da poluição atmosférica. Isto representa o triplo das mortes anuais em acidentes automobilísticos. Um estudo publicado na revista científica inglesa The Lancet, em 2000, concluiu que a poluição atmosférica na França, Áustria e Suíça é responsável por mais de 40.000 mortes anuais, nesses três países. Cerca da metade dessas mortes se deve à poluição causada pelas emissões dos veículos. (FISCHLOWITZ, 2003, p. 03)

Além das pesquisas a partir de dados de mortalidade, existem atualmente

inúmeros trabalhos que procuram identificar os efeitos de poluição do ar, mesmo

com níveis moderados, sobre a mortalidade. (DUCHIADE, 1992, p. 317).

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Não se conhece ainda a natureza exata dos agentes poluidores lesivos à

saúde, ou os mecanismos pelos quais eles agem. Os autores distinguem, todavia

três tipos principais de reação aos poluentes: Os efeitos agudos em pessoas sadias,

exemplificados pelas reações a episódios agudos de smog ou a aumentos súbitos

dos níveis de poluição, particularmente nos ambientes industriais ou sob condições

experimentais; A exacerbação de doenças preexistentes em indivíduos vulneráveis,

com cardiopatias ou enfermidades respiratórias prévias, que ao serem expostos à

poluição, podem piorar seus sintomas ou até mesmo vir a falecer: Fenômenos de

hipersensibilidade de origem imunológica ou de hiperatividade brônquica não

específica, que apesar de não suficientemente esclarecidos, podem ser

particularmente relevantes na medida em que causem danos reversíveis (parcial ou

totalmente) ou provoquem problemas crônicos. (DUCHIADE, 1992, p. 314).

No quadro 1 estão as principais doenças respiratórias conhecidas e também

suas definições:

Resfriado Inflamação e infecção aguda do nariz e garganta, causadas por vírus. O contágio pode se dar através de tosse, espirro ou contato pessoal com um doente. A baixa resistência do organismo pode predispor ao contágio.

Gripe

Também causada por vírus, a gripe é uma infecção mais grave do que o resfriado. Provoca dores musculares, tosse, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias. É contagiosa e dura em média de quatro a dez dias. Entre as complicações, estão a bronquite e a pneumonia.

Laringite

Trata-se de uma inflamação da laringe, geralmente causada por vírus ou bactéria. Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta. Pode fazer parte de vários tipos de viroses.

Asma Doença pulmonar cujos sintomas são chiado e dificuldade para respirar. Geralmente, ocorre o estreitamento das vias respiratórias decorrentes da exposição ao fumo, poluentes, ar muito frio ou substâncias que causam alergia, como o pólen, certos alimentos, perfumes e outros.

Bronquite

Inflamação dos brônquios, com maior incidência no inverno. Os sintomas são tosse persistente com expectoração de catarro. Ocorre nas formas aguda ou crônica, sendo que a primeira surge repentinamente e tem curta duração. Os casos de bronquite crônica persistem durante anos. Os sintomas podem ser parecidos com os da asma.

Pneumonia

Doença aguda que pode atingir um ou ambos os pulmões, que ficam inflamados. Causa febre, dificuldades para respirar, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral. Geralmente é provocada por vírus ou bactérias.

Bronquiolite Inflamação dos bronquíolos, de origem viral, apresenta-se com tosse, chiados e dificuldade respiratória. Os sintomas são parecidos com os da asma e acomete as crianças de baixa idade na maioria dos casos.

Quadro 1. Principais doenças respiratórias conhecidas. Fonte: Almeida (2008).

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A seguir seguem os sintomas e principais causas das doenças respiratórias

citadas acima:

Resfriado: é uma infecção do trato respiratório superior (nariz e garganta), causada

por vírus. A maioria dos adultos saudáveis é suscetível de ter um resfriado comum 2

a 4 vezes por ano. Já em crianças, esse número sobe para 6 vezes por ano. É

importante destacar que o frio por si só não causa resfriado, ele apenas facilita a

propagação do vírus. Pesquisas recentes mostram que a Vitamina C não cura nem

reduz o risco de pessoas comuns pegarem resfriado.

Resfriado Causas

Mais de 200 tipos diferentes de vírus podem causar o resfriado. Os tipos mais

comuns são o rinovírus, vírus Coxsackie e coronavírus. Você pode contrair um

resfriado por contato ou pelo ar. Se você tocar em alguém ou alguma coisa

contaminada pelo vírus da gripe e depois tocar os olhos ou a boca, você pode ser

infectado. Você também pode se contaminar quando inala gotículas de vírus no ar

quando alguém tosse ou espirra. Pesquisas sugerem que o estresse psicológico e

doenças alérgicas que afetam o nariz ou a garganta podem aumentar as chances de

infecção pelo vírus do resfriado

Resfriado Sintomas

Os sintomas do resfriado geralmente aparecem de 1 a 3 dias após exposição ao

vírus. Esses sintomas costumam durar de 3 a 10 dias. Nos primeiros dias do

resfriado, o nariz secreta uma substância aquosa transparente. Mais tarde, essas

secreções podem tornar-se mais espessas e escuras. Normalmente, não há febre

no resfriado comum. Na verdade, febre e sintomas mais graves podem indicar uma

gripe. Outros sintomas do resfriado incluem: Fadiga, tosse, dor de cabeça, coceira

no nariz, olhos e garganta, espirro, nariz entupido ou escorrendo.

Resfriado Tratamento

Não há cura nem vacina para o resfriado , mas é possível tratar os sintomas.

Antibióticos só servem para infecções causadas por bactérias. Entre os tratamentos

para aliviar os sintomas do resfriado incluem repouso e beber bastante líquido.

Medicamentos como pastilhas e sprays para a garganta e xaropes para tosse

também ajudam a aliviar os sintomas. Descongestionantes, como a pseudoefedrina

ou anti-histamínicos podem ser utilizados no caso de congestão nasal.

Gripe é uma doença respiratória extremamente contagiosa causada principalmente

pelos vírus influenza A ou influenza B. Ela ataca o corpo e se espalha pelo trato

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respiratório. O vírus da gripe está em constante mutação, o que dificulta o

reconhecimento pelo sistema imunológico. A taxa de mortalidade da doença é de

0,1% e ela costuma aparecer com mais frequência no inverno e início da primavera.

A melhor maneira de se prevenir da gripe é tomar a vacina todos os anos. A

vacinação é especialmente recomendada para os chamados "grupos de risco" como:

crianças, mulheres grávidas, pessoas com diabetes e quem tem mais de 65 anos de

idade. É importante notar que a vacina não protege contra o novo vírus h1n1

causador da gripe suína.

Gripe Causas

Apenas os vírus influenza tipos A, B ou C podem causar gripe. O vírus se espalha

quando uma pessoa contaminada tosse ou espirra e alguém inala as gotículas que

estão no ar. Outra forma de contágio é quando se entra em contato com secreções

da pessoa infectada através do beijo, aperto de mão e compartilhamento de objetos

como colher, garfo etc. Também é possível se contaminar ao manusear objetos

infectados e introduzir as mãos nos olhos ou na boca.

Gripe Sintomas

Os sintomas da gripe e do resfriado são bem parecidos. No entanto, os sintomas da

gripe são muito mais severos e aparecem de forma repentina. Esses sintomas

costumam se manifestar de 1 a 4 dias após a pessoa entrar em contato com o vírus.

Gripe Tratamento

Tratamento pode focar em atacar o vírus da gripe em si ou simplesmente aliviar os

sintomas enquanto o sistema imunológico combate a infecção. Em todo caso, é

essencial descansar, beber muito líquido, evitar tabaco e bebidas alcoólicas. É

importante destacar que por ser uma doença causada por vírus, antibióticos não

devem ser usados no tratamento da gripe. Antibióticos são usados no tratamento de

infecções por bactérias. Antivirais são os medicamentos recomendados para

prevenir e tratar a gripe.

Laringite, traqueíte e laringotraqueíte referem-se a inflamações agudas da laringe e

traquéia, geralmente produzidas por vírus, especialmente os vírus parainfluenza.

Existem alguns fatores que favorecem a infecção da faringe, na medida em que

provocam uma redução nos seus mecanismos de defesa, como é o caso da

exposição ao frio ou das alterações bruscas de temperatura - daí que a doença seja

mais frequente no Inverno. Existem outros fatores que, além de originarem uma

certa predisposição para a doença, podem provocar uma inflamação da mucosa que

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reveste o canal, incluindo as cordas vocais presentes no seu interior: o tabagismo, o

consumo excessivo de álcool, respirar ar repleto de fumo, pó ou vapores irritantes, o

abuso ou a má utilização da voz. É por isso que os fumadores, os alcoólicos, as

pessoas que têm uma atividade laboral que os obriga a forçar a voz em excesso

(como os professores ou os vendedores ambulantes) e os trabalhadores em

atmosferas contaminadas, sem a devida proteção, têm uma certa predisposição

para sofrerem de episódios repetidos de laringite aguda.

Laringite Sintomas

A laringite se manifesta inicialmente com 2 ou 3 dias de sintomas de resfriado (como

coriza, mal-estar e febre) seguidos de tosse áspera ou rouca (chamada

popularmente "tosse de cachorro"), acompanhada de dispnéia, irritabilidade, dor de

garganta e perda do apetite. Esta inflamação pode se propagar para a traquéia e os

brônquios, resultando na laringotraqueobronquite, que se manifesta com mais tosse

e chiado no peito.

Laringite Tratamento

O tratamento é realizado com medicamentos que amenizam os sintomas, isto é

analgésicos, descongestionantes e antiinflamatórios que serão prescritos pelo

médico. Como freqüentemente há dispnéia, a oxigenioterapia costuma ser indicada

a alguns pacientes. Excepcionalmente pode ser necessário algum tratamento

cirúrgico.

Asma brônquica ou bronquite asmática é uma doença crônica das vias aéreas

que dificulta a respiração. Há uma inflamação na passagem de ar que resulta no

estreitamento temporário das vias aéreas que carregam oxigênio para os pulmões.

Esse estreitamento é reversível, o que diferencia a asma de doenças pulmonares

como bronquite e enfisema. Durante a respiração, os músculos que envolvem as

vias aéreas relaxam e o ar move-se livremente. Nos asmáticos, substâncias que

causam alergia fazem com que esses músculos se contraiam, dificultando a

passagem de ar e causando chiado no peito. Pessoas com histórico familiar têm

mais risco de desenvolver a doença, embora ninguém esteja livre dela. Pode ocorrer

em indivíduos de todas as idades apesar de ser mais comum entre pessoas com

menos de 40 anos.

Asma Causas

Pessoas com asma possuem vias aéreas muito sensíveis que reagem a várias

substâncias do meio-ambiente. O tipo de substância e a intensidade da reação

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variam de pessoa para pessoa. As principais causas da asma são: Fumaça de

cigarro. Cheiros fortes como: perfumes, produtos de limpeza. Alergênicos como:

pólen, ácaros, mofo. Mudanças de temperatura, ar frio. Alguns medicamentos como:

aspirina.

Asma Sintomas

Nem todas as pessoas apresentam os mesmos sintomas e uma mesma pessoa

pode ter sintomas diferentes. Os principais sintomas da asma são: Falta de ar,

principalmente durante esforço físico. Chiado ou aperto no peito. Tosse que, em

geral, piora de manhã, a noite ou após exercício físico.

Asma Tratamento

Não existe cura para asma, mas a doença pode ser controlada. Sem tratamento, os

ataques são mais severos e frequentes podendo causar a morte. Entre os

tratamentos estão os broncodilatadores que aliviam os sintomas da asma ,

relaxando os músculos que envolvem as vias aéreas. Os inaladores são a forma

mais eficaz de levar os medicamentos aos pulmões. Nebulizadores são usados para

tratar crianças e idosos.

Pneumonia é uma inflamação pulmonar. Pode ser causada por vários organismos e

também por inalação acidental de um líquido ou produtos químicos. É uma doença

comum que afeta pessoas de todas as idades, sendo a principal causa de morte

entre idosos e doentes terminais. Pneumonia pode ser leve, grave ou até mesmo

mortal. A gravidade depende do tipo de organismo que causa a pneumonia, assim

como a sua idade e condição de saúde.

Pneumonia Causas

Pneumonia pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. A causa

mais comum de pneumonia bacteriana é o Streptococcus pneumoniae. Outra causa

menos comum é o Micoplasma pneumoniae, um minúsculo organismo que

normalmente produz sinais e sintomas mais leves que outros tipos de pneumonia.

Vírus, como o influenza A (o vírus da gripe) pode causar pneumonia. Em pessoas

com comprometimento do sistema imune, pneumonia pode ser causada por outros

organismos, incluindo alguns tipos de fungos, como Pneumocystis jiroveci. Esse

fungo frequentemente causa pneumonia em pessoas que têm AIDS.

Pneumonia Sintomas

Os sintomas da pneumonia causados pelo vírus são os mesmos que os sintomas

causados pelas bactérias. A diferença é que eles podem surgir de forma lenta e

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muitas vezes não são tão óbvios nem tão severos. Pneumonia, muitas vezes imita a

gripe, começando com uma tosse e febre. Outros sintomas incluem: Falta de ar,

transpiração, dores musculares, dor de cabeça, dor no peito, calafrios, fadiga ou

fraqueza, náuseas e vômitos.

Pneumonia Tratamento.

Tratamentos da pneumonia dependem da gravidade dos seus sintomas e do tipo de

pneumonia que você tem. Se a pneumonia é causada por bactérias, seu médico vai

lhe receitar antibióticos. Não pare de tomá-los só porque se sente melhor.

Interromper a medicação muito cedo pode fazer a pneumonia retornar. Pneumonia

causada por um vírus geralmente não é tratada com antibióticos. Tratamento em

casa, como descansar e cuidar da sua tosse, geralmente é tudo que é feito. Se a

pneumonia é causada por um fungo, provavelmente você vai ser tratado com

medicamentos antifúngicos. Pneumonias Micoplasma são tratadas com antibióticos.

São Paulo é a quinta metrópole mais poluída do mundo, segundo estudo do

Centro de Informações e Pesquisa Atmosférica da Inglaterra, que analisou as vinte

metrópoles por pior qualidade do ar.

Vale registrar que a legislação nacional obriga o monitoramento dos níveis

dos gases ozônio, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono.

“Mas o limite imposto pelas leis brasileiras ainda é muito superior ao recomendado

pela OMS, vale enfatizar”. (CAMPOS, 2009)

Tramita na Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa o projeto

de lei que autoriza o Governo de Mato Grosso a divulgar o índice de poluição

atmosférica provocado pelas queimadas, pelos meios de comunicação, como

informes oficiais, em caráter de utilidade pública. De autoria do primeiro secretário

da casa, Sérgio Ricardo (PR), a proposta também sugere medidas preventivas

apropriadas para eventual situação de emergência. (MARTINS, 2010)

Há dois séculos já se consideravam os efeitos nocivos da poluição e há pouco mais de 50 anos foi registrada, de maneira consistente, a relação entre agressão ao meio ambiente e efeitos deletérios para a população. Reconheceram-se os malefícios do tabagismo e da poluição do ar para o sistema respiratório: o nevoeiro que acometeu em Londres em 1952 foi responsável por cerca de 4.000 mortes. Sabe-se também que a fumaça do tabaco, por conter milhares de substâncias, muitas delas tóxicas, e trilhões de radicais livres oxidantes, é responsável por inúmeras doenças, como câncer (no pulmão, bexiga, esôfago, mama, útero, etc.), infarto do miocárdio, derrame, bronquite e enfisema pulmonar, ocasionando cerca de 4 milhões de mortes por ano no mundo. (VARGAS, 2003, p. 06).

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A poluição gerada nos centros urbanos de hoje são resultado,

principalmente, da queima dos combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão

mineral e derivados do petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem

lançado um alto nível de monóxido e dióxido de carbono na atmosfera terrestre.

Estes dois combustíveis são responsáveis pela geração de energia que, alimenta os

setores industrial, elétrico e de transportes de grande parte das economias do

mundo. Portanto, colocá-los de lado atualmente é extremamente complicado.

A exposição a poluentes no ambiente de trabalho é a oitava causa de mortalidade no mundo, estimando-se ser a poluição do ar responsável por 800 mil mortes anuais. Até alguns anos atrás, acreditava-se que apenas doenças respiratórias eram decorrentes da poluição do ar, entretanto, nos últimos dez anos, surgiram consistentes evidências de que doenças cardiovasculares também são causadas pela exposição a poluentes ambientais. Abrangente estudo ("Jama", 2002) imputou à poluição do ar a responsabilidade pelo aumento em 9% da mortandade por doenças cardiopulmonares. (VARGAS, 2003, p. 06).

Os grandes centros são uma verdadeira fábrica de doenças provocadas pela

poluição do ar, e as pessoas estão vulneráveis tendo em vista que não tem como

evitar contato com tal poluição.

Mais de 60% da poluição atmosférica nas regiões das grandes cidades são decorrentes dos veículos automotores e concentram-se no ar e calçadas ou passeios, onde muitas vezes crianças brincam. Segundo a medicina somente 1% dos gases emitidos pelos veículos são ofensivos ao homem e ao meio ambiente. Porém levando em consideração o longo tempo de exposição (diariamente) e o aumento de veículos, este número é extremamente significativo. (VARGAS, 2003, p. 07).

Este tipo de poluição tem provocado muitos problemas nas grandes cidades.

A saúde das pessoas, por exemplo, é a mais afetada com a poluição atmosférica.

Várias doenças respiratórias como a bronquite, rinite e asma levam milhares de

adultos e crianças aos hospitais todos os anos. A poluição também tem causado

danos aos ecossistemas e ao patrimônio histórico e cultural. Resultado desta

poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o passar do

tempo, monumentos históricos (prédios, monumentos, igrejas etc). Nos últimos anos,

a Acrópole de Atenas passou por um processo de restauração, pois a milenar

construção grega estava sofrendo desgaste com a poluição da capital da Grécia.

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O clima do planeta também é afetado pela poluição atmosférica. O

fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura no planeta Terra. Ele

ocorre da seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na

atmosfera, impedindo a dissipação do calor. Desta maneira, o calor fica concentrado

nas camadas baixas da atmosfera, provocando mudanças no clima. Pesquisadores

afirmam que já está ocorrendo a elevação do nível de água dos oceanos,

provocando o alagamento de ilhas e cidades litorâneas. Muitas espécies animais

poderão entrar em extinção e tufões e maremotos poderão ocorrer com mais

freqüência e intensidade.

A poluição atmosférica refere-se a mudanças da atmosfera susceptíveis de

causar impacto a nível ambiental ou de saúde humana, através da contaminação por

gases, partículas sólidas, liquidas em suspensão, material biológico ou energia. A

adição dos contaminantes pode provocar danos diretamente na saúde humana ou

no ecossistema, podendo estes danos ser causados diretamente pelos

contaminantes, ou por elementos resultantes dos contaminantes. Além de

prejudicar a saúde, pode igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da

luz ou provocar odores desagradáveis. Esta poluição causa ainda mais impactos no

campo ambiental, tendo ação direta no aquecimento global, sendo responsável por

degradação de ecossistemas e potenciadora de chuvas ácidas.

A concentração dos contaminantes reduz-se à medida que estes são

dispersos na atmosfera, o que depende de factores climatológicos, como a

temperatura, a velocidade do vento, o movimento de sistemas de alta e baixa

pressão e a interação destes com a topografia local, montanhas e vales por

exemplo. A temperatura normalmente diminui com a altitude, mas quando uma

camada de ar frio fica sob uma camada de ar quente produzindo uma inversão

térmica, a dispersão ocorre muito lentamente e os contaminantes acumulam-se

perto do solo.

Na Figura 1 pode-se ter idéia de como a poluição afeta todo o clima de uma

região e também como é ciclo da poluição do ar que acaba voltando para a água e

para a terra:

24

Figura 1. Ciclo da Poluição Atmosférica

Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/>

Diante das notícias negativas, o homem tem procurado encontrar medidas

para solucionar estes problemas ambientais. Os sistemas tecnológicos estão

avançando no sentido de criar máquinas e combustíveis cada vez menos poluentes

ou que não gerem nenhuma poluição. Muitos automóveis já estão utilizando gás

natural como combustível. No Brasil, por exemplo, temos milhões de automóveis

movidos a álcool, combustível renovável, não fóssil, que poluí pouco. Testes

realizados com hidrogênio têm mostrado que num futuro bem próximo, os carros

poderão usar um tipo de combustível que lança no ar apenas vapor de água.

Os estudos epidemiológicos e experimentais realizados têm comprovado, de maneira consistente, que a poluição do ar aumenta o risco de doenças e de mortalidade por doenças cardiovasculares, respiratórias e por câncer de pulmão. Nosso organismo desenvolveu, ao longo de um processo de evolução de milhões de anos, um sofisticado e eficiente mecanismo de defesa contra as doenças infecciosas e outras agressões do meio, possibilitando que chegássemos até quase meados do século passado sem o uso de antibióticos, vacinas e outros medicamentos e procedimentos. É claro, porém, que tal processo deu-se à custa de elevada mortalidade, que

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foi responsável pela seleção da espécie. Entretanto, não desenvolvemos mecanismos para nos defender dos efeitos gerados a partir da Revolução Industrial (gases, poeiras e radiações), processo recente (250 anos) na evolução da espécie. Nosso organismo reage a estas agressões freqüentemente de maneira parecida a como faz com relação às infecções, muitas vezes levando à lesões em vez da cura. (SANTOS, 2010, p. 02).

A população de modo geral sofre com a poluição, contudo, as crianças são

ainda mais afetadas. A poluição está no interior dos domicílios e dos locais de

trabalho o que impossibilita as pessoas de evitarem o contato.

Estimativas atuais atribuem cerca de 800 mil óbitos à poluição do ar ambiental, 1,6 milhão à poluição do ar no interior dos domicílios e 154 mil óbitos às alterações climáticas; são cerca de 2,5 milhões de mortes evitáveis a cada ano e que, ao se manter os níveis atuais de emissões e destruição da natureza, tendem a aumentar. O Brasil, embora não esteja entre os principais poluidores e emissores de gases de efeito estufa, também precisa tomar medidas drásticas que contribuam para reduzir a degradação do meio ambiente. Ampliar a rede de transportes coletivos, sobretudos nas regiões metropolitanas, desestimulando as emissões veiculares, eliminar as injustificadas queimadas de cana-de-açúcar e de florestas, fruto da ganância e da busca do lucro fácil, e ampliar o já bem-sucedido esforço no desenvolvimento e uso de fontes não poluentes ou menos poluentes, como o biodiesel e álcool, são medidas possíveis de serem implantadas a curto prazo e, assim, contribuir para a preservação da saúde e da vida em nosso Planeta. (SANTOS, 2010, p. 02).

A poluição atmosférica causa impactos negativos na saúde humana, cujo

grau de incidência e de periculosidade depende do nível de poluição, assim como

dos poluentes envolvidos. Os problemas com maior expressão são ao nível do

sistema respiratório e cardiovascular. Estudos recentes mostram que crianças

sujeitas a níveis elevados de poluição atmosférica têm maior prevalência de

sintomas respiratórios, sofrem uma diminuição da capacidade pulmonar com um

aumento de episódios de doença respiratória, podendo mesmo fazer aumentar o

absentismo nas escolas, assim como a capacidade de concentração.

Um dos gases mais nocivos à saúde humana é o dióxido de carbono, um

dos elementos mais presentes na atmosfera dos grandes centros. No Gráfico 1 é

possível verificar a proporção deste gás em relação aos outros:

26

Gráfico 1. Principais Gases do Efeito-estufa

Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/>

Os problemas são muitos, e exposição aos gases pode causar outros

efeitos colaterais à quem fica exposto.

O ar, na maioria das áreas urbanas, contém uma mistura de poluentes, podendo cada um aumentar a vulnerabilidade das pessoas aos efeitos dos outros poluentes. A exposição ao monóxido de carbono causa lentidão dos reflexos e sonolência, uma vez que suas moléculas se ligam à hemoglobina, reduzindo a quantidade de oxigênio que transportam os glóbulos vermelhos. O dióxido de nitrogênio pode agravar a asma e reduzir as funções do pulmão, como também tornar as vias respiratórias mais sensíveis a alérgenos. O ozônio também causa inflamação do pulmão, reduzindo suas funções e capacidade. (FISCHLOWITZ, 2003, p. 08)

No Quadro 2 está a relação dos principais gases e a forma de proliferação

de cada um deles:

POLUENTE: Monóxido de Carbono (CO)

FONTE: Escape de veículos motorizados, alguns processos industriais

POLUENTE: Dióxido de enxofre (SO₂)

FONTE: Centrais termoelétricas a petróleo ou a carvão, fábricas de ácido sulfúrico

POLUENTE: Chumbo (Pb)

FONTE: Escape dos veículos motorizados, centrais termoelétricas; fábricas de baterias

POLUENTE: Óxidos de azoto (NO₂)

FONTE: Escape de veículos motorizados, centrais termoelétricas, fábricas de fertilizantes, de

explosivos ou de ácido nítrico

27

POLUENTE: Oxidantes fotoquímicos - ozônio (O₃)

FONTE: Formados na atmosfera devido a reação de óxidos de Azoto, hidrocarbonetos e luz solar

POLUENTE: Etano, etileno, propano

FONTE: Escape dos veículos motorizados, evaporação

POLUENTE: Butano, acetileno, pentano

FONTE: Solventes, processos industriais, lixos sólidos utilização de combustíveis

POLUENTE: Dióxido de Carbono (CO₂)

FONTE: Todas as combustões

Quadro 2. Principais gases poluentes e suas fontes. Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/>

A queima de combustíveis fósseis é evidentemente a maior causa da

poluição, principalmente nos grandes centros onde existem inúmeras indústrias e o

número de carros circulando é extremamente alto.

Elevado número de evidências científicas mostra que a poluição atmosférica é responsável por diversos efeitos na saúde humana, que se expressam de formas variadas e resultam em aumento da morbidade e/ou mortalidade por inúmeras doenças. A poluição do ar provém, sobretudo, da queima de combustíveis fósseis e, especialmente nas grandes cidades, origina-se da emissão diária de toneladas de substâncias sólidas e gasosas originadas de indústrias e veículos. (FERNANDES, 2010, p. 92)

A longa exposição aos poluentes aumenta o número de casos de

internações, principalmente nas estações mais frias e úmidas e intensificam as

dificuldades que a saúde pública possui em seu atendimento.

Os problemas de saúde decorrentes da poluição atmosférica podem ser agudos (após curto tempo de exposição), embora na maioria dos casos só sejam sentidos após exposição prolongada. Os eventos mais estudados referem-se a aumento no número de consultas médicas em unidades de urgência, de internações hospitalares em virtude do aparecimento ou agravamento de problemas prévios e, até mesmo, de óbitos. (FERNANDES, 2010, p. 94)

Outro fator agravado pela poluição é o aquecimento da temperatura da terra

que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, e que por consequência

acaba por fragilizar a saúde humana. No Gráfico 2 pode-se notar o aumento da

temperatura dos anos de 1900 até 2100.

28

Gráfico 2. Aumento da temperatura em °C

Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/>

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fenômenos ligados

à pressão atmosférica também interferem na poluição do ar. Normalmente, devido

ao decréscimo de pressão com a altura, as parcelas de ar situadas a altitudes

maiores encontram menor pressão, se expandem, e portanto, se resfriam. Esse

processo de resfriamento com a ascensão, ou de aquecimento com a descida, é

chamado de "curva adiabática seca", equivalente a aproximadamente 1ºC para cada

100 metros, e não deve ser confundido com a variação da temperatura com a

altitude num dado momento, chamada de curva ambiente real (de 4 a 8ºC por km),

que ocorre na troposfera, parte da atmosfera situada entre O e 8 km de altitude. O

acúmulo de dióxido de carbono, proveniente da queima de combustíveis fósseis,

também causa alterações em toda a atmosfera, através do "efeito estufa", o que

pode, a médio prazo, refletir-se nas condições de vida da espécie humana sobre a

Terra.

O fenômeno da poluição do ar potencializada, principalmente, pelo aumento

da frota de veículos, que, associados a fatores meteorológicos (temperatura do ar,

umidade, pressão), tem contribuído para com a concentração de poluentes e

material particulado em suspensão na atmosfera.

29

Outro ponto que precisa ser observado refere-se às condições

meteorológicas que também influenciam a condição do ar que respiramos. Ainda

quanto às condições meteorológicas, uma questão importante é a da chamada

"inversão térmica". Nos meses de inverno, sob condições de calmaria (ausência de

ventos) e céu claro, ocorre perda de calor por radiação durante a noite, o que faz

com que o ar em contato com o solo se resfrie e se torne mais denso do que a

camada de ar imediatamente acima. Com o aumento da camada fria, os gases e

fumaças poluídos ficam então "presos" na interface de uma camada quente e outra

fria. A situação normal (queda da temperatura do ar com o aumento de altitude) é

assim revertida, o ar frio ficando abaixo de uma "tampa" de ar quente e poluído, o

que gera o fenômeno da dita inversão térmica, que surge acompanhada de camadas

de denso nevoeiro a baixa altitude. Também a umidade relativa do ar e a luz solar

interferem nas reações químicas que envolvem os poluentes. Assim, o dióxido de

enxofre e os óxidos de nitrogênio, emitidos sob a forma de gases, podem ser

convertidos, respectivamente, em sulfates ou nitratos, aumentando a carga total de

partículas em suspensão.

Fenômenos ligados à pressão atmosférica também interferem na poluição

do ar. Também a umidade relativa do ar e a luz solar interferem nas reações

químicas que envolvem os poluentes. Assim, o dióxido de enxofre e os óxidos de

nitrogênio, emitidos sob a forma de gases, podem ser convertidos, respectivamente,

em sulfates ou nitratos, aumentando a carga total de partículas em suspensão.

Seguem 3 tipos principais de reação aos poluentes:

a) Os efeitos agudos em pessoas sadias, exemplificados pelas reações a

episódios agudos de smog ou a aumentos súbitos dos níveis de poluição,

particularmente nos ambientes industriais ou sob condições experimentais;

b) A exacerbação de doenças preexistentes em indivíduos vulneráveis, com

cardiopatias ou enfermidades respiratórias prévias, que, ao serem expostos à

poluição, podem piorar seus sintomas ou até mesmo vir a falecer;

c) Fenômenos de hipersensibilidade de origem imunológica ou de

hiperatividade brônquica não-específica, que, apesar de não suficientemente

esclarecidos, podem ser particularmente relevantes na medida em que causem

danos reversíveis (parcial ou totalmente) ou provoquem problemas crônicos.

Segue 3 grupos principais de sintomas:

a) Irritação ocular, lacrimejamento, dispnéia e cefaléia;

30

b) Dor de garganta, fadiga, desconforto e percepção de odores estranhos;

c) Tosse, expectoração, congestão nasal e rinorréia.

31

CAPÍTULO II

METODOLOGIA

A pesquisa se apropriou da técnica de levantamentos bibliográficos que

serviu de embasamento teórico para fundamentar cientificamente o trabalho, isso se

deu por intermédio de bibliografias na área de atuação, periódicos e outros que

contribuíram para o sucesso do mesmo. A pesquisa bibliográfica busca o

conhecimento através de um dos mais importantes instrumentos de apropriação do

conhecimento que são as referências bibliográficas. Gil (2002, p. 44) descreve a

pesquisa bibliográfica como aquela que “é desenvolvida com base em material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

A pesquisa bibliográfica é aquela que se efetiva tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações proveniente de material gráfico, sonoro ou informatizado. A pesquisa bibliográfica é capaz de atender aos objetivos tanto do aluno, em sua formação acadêmica, quanto de outros pesquisadores, na construção de trabalhos inéditos que objetivem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas ou paradigmas, ou ainda criar novas proposições na tentativa de explicar a compreensão de fenômenos relativos às mais diversas áreas do conhecimento. (PRESTES, 2003, p. 26).

A partir do levantamento bibliográfico serão feitas análises para apontar

quais a principais doenças respiratórias causadas pela poluição do ar. As técnicas

para análise dos dados são fundamentais para que um trabalho tenha validade e

coerência. Para Gil (2002, p. 166), “a análise tem como objetivo organizar e

sumarizar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao

problema proposto para investigação”.

32

CAPÍTULO III

ANÁLISE DE DADOS

As doenças respiratórias são o foco deste estudo. Durante a pesquisa foi

possível notar que muitos são os problemas respiratórios que atingem a população.

Independente de classe ou nível social, a poluição do ar atinge a todos. Uma vasta

literatura vem comprovando, em diversas partes do mundo, a influência da poluição

do ar na mortalidade, através de numerosos estudos.

No Brasil, desde 1990, passou-se a diferenciar os padrões primários de

qualidade do ar, entendidos como as concentrações de poluentes que,

ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população, dos padrões secundários,

definidos como as concentrações de poluentes abaixo dos quais se prevê o mínimo

efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna,

flora, aos materiais e meio ambiente em geral (Duchiade, 1992).

Ainda de acordo com Duchiade (1992), Sobral (1988, 1989), geógrafa

brasileira que desenvolveu inquérito sobre queixas respiratórias de escolares

moradores em três áreas distintas da Grande São Paulo, conseguiu levantar a

existência de trabalhos de alguns estudiosos brasileiros, aos quais infelizmente não

conseguimos ter acesso. Valemo-nos, portanto, de seus comentários a respeito de

alguns dos trabalhos citados por ela e não localizados.

Duchiade (1992) cita que Ribeiro (1971) verificou a associação entre o

número de atendimentos por infecções das vias aéreas superiores (IVAS) e

bronquite asmática em crianças menores de 12 anos, nos postos de saúde da

Região de Santo André (São Paulo) e as taxas mensais de sulfatação e poeiras em

suspensão, por um período de 2 (dois) anos (entre agosto 1967 e agosto 1969).

Foram constatadas correlações positivas significantes entre a freqüência anual de

IVAS e taxas médias anuais de sulfatos, assim como entre a incidência de bronquite

e os níveis de poeiras sedimentáveis. Também se concluiu pela correlação negativa

entre as IVAS e a velocidade dos ventos. Já o percentual de calmarias esteve

positivamente associado aos problemas respiratórios.

Ainda segundo Duchiade (1992), Alterthum et al. (1975) continuaram a

investigar a saúde respiratória das crianças de Santo André, confirmando os

33

achados do estudo anterior. Relacionaram, assim, as inversões térmicas e o

aumento de material particulado no ar com uma maior incidência de crises de asma

brônquica.

E, 1976, Mendes & Wakamatsu documentaram, pela primeira vez no Brasil,

os efeitos agudos de três episódios intensos de poluição do ar, ocorridos em São

Caetano do Sul (São Paulo) em junho do mesmo ano. Através da revisão de 8000

atendimentos médicos feitos durante aquele mês, observou-se que os picos de

morbidade coincidiram com os picos de poluição por partículas e SO2 acima dos

padrões internacionais. Viu-se, ainda, que o aumento de casos de doenças

respiratórias e cardiovasculares superou a elevação de atendimentos por outras

causas. Também a faixa etária de pré-escolares (um a quatro anos) foi bastante

afetada.

De acordo com Duchiade, ainda em 1976, Ribeiro et al. compararam,

através de provas de função respiratória, as condições de cerca de 2000 escolares

de 7 a 12 anos vivendo em duas áreas distintas da Grande São Paulo: uma região

industrializada e poluída, São Caetano do Sul, e uma ainda semi-rural, Embu-

Guaçu. O inquérito evidenciou menores índices de capacidade ventilatória e

sintomas de doenças pulmonares crônicas nas crianças da região industrial; mesmo

com controle das variáveis sócio-econômicas, as diferenças permaneciam

significantes.

Em seu estudo Duchiade (1992) salienta que no Rio de Janeiro, Lemle

(1979) pesquisou a existência de sintomas respiratórios em dois grupos de mulheres

sadias residentes na Penha, bairro poluído, e em Campo Grande, área semi-rural,

encontrando diferenças que falam a favor de um efeito da poluição nas vias

respiratórias, apesar do pequeno tamanho da amostra analisada (menos de 100

mulheres ao todo).

Duchiade (1992) cita que em seu inquérito, Sobral (1988), aplicou uma

versão brasileira do questionário utilizado nos EUA pelo National Heart, Lung and

Blood Institute em crianças entre 12 e 13 anos de 3 (três) áreas da Grande São

Paulo: Juquitiba, semi-rural, Tatuapé, no Centro de São Paulo, e Osasco, cidade

industrial. A investigação foi feita nos meses de setembro, outubro e novembro, de

modo a evitar os meses de inverno. Dos 34 sinais e sintomas pesquisados, a autora

encontrou um gradiente nas taxas de prevalência que acompanhava

aproximadamente o gradiente de poluição das 3 (três) áreas. Assim, Tatuapé, a área

34

mais poluída, apresentou as maiores taxas de prevalência em 26 dos 34 sintomas

pesquisados. Já Juquitiba evidenciou a maior taxa para apenas 3 (três) sintomas. A

região de Osasco ficou com níveis intermediários. Já a análise segundo as

condições sócio-econômicas das famílias mostrou uma maior proporção de famílias

mais pobres (aferida pelo analfabetismo dos pais e pelo número de pessoas por

cômodos) em Juquitiba. Ao controlar a influência dos fatores sócio-econômicos, viu-

se que mesmo assim a influência dos níveis de poluição permanecia significativa.

Loureiro (1976) realizou inquérito sobre a prevalência de doenças

respiratórias em dois bairros de Salvador, Bahia, encontrando maior freqüência de

queixas respiratórias na área industrial, em comparação com outra área,

predominantemente residencial. Ainda em Salvador, Carvalho et al. (1986)

investigaram a prevalência de queixas respiratórias em moradores vizinhos a uma

fábrica de chocolate, tomando como referência indivíduos residentes num bairro

não-poluído. Constataram serem as taxas de queixas pulmonares mais elevadas na

área exposta do que na área controle, para todos os grupos etários.

Duchiade (1992) ressalta também o trabalho de pesquisadores ligados à

área de saúde ocupacional, tais como Naoum (1984), que estudou os efeitos

hematológicos da poluição em trabalhadores de Cubatão (São Paulo), e outros.

Existem, todavia, inúmeras dificuldades na avaliação dos efeitos da poluição

sobre a saúde, a começar pela própria definição dos assim chamados "efeitos". É

possível notar, contudo, que a poluição das grandes cidades, por conta das

indústrias, grande número de veículos e aglomeração de pessoas nos locais são

fatores que contribuem muito para o aumento das mortes por doenças respiratórias.

A partir da pesquisa, é possível afirmar que existe uma grande relação entre

as doenças respiratórias e o ambiente em que as pessoas vivem. Tanto a poluição

oriunda das indústrias quanto dos veículos contribuem imensamente para que a

doença se agrave nos grandes centros.

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As doenças respiratórias causadas pela poluição do ar atingem

principalmente as pessoas que habitam e trabalham nos grandes centros, onde a

concentração de gases poluente atinge níveis capazes de prejudicar a saúde

humana.

Neste estudo levantaram-se dados para verificar se existe relação entre

doenças respiratórias e a poluição do ar.

Para desenvolver a pesquisa, inicialmente, formulou-se uma pergunta, tida

com problema, que norteou o estudo: Existe relação entre a poluição do ar e a

incidência de doenças respiratórias?

O estudo baseou-se em pesquisas anteriores feitas por autores brasileiros e

também por autores de vários outros países do mundo que procuram evidenciar a

relação entre as doenças respiratorias e a poluição.

Entende-se que o objetivo geral da pesquisa foi alcançado, tendo em vista,

que foram detectadas quais as principais doenças respiratórias decorrentes da

poluição do ar e a relação entre a poluição e estas doenças.

Das hipóteses levantadas, a primeira não foi confirmada pois, de acordo com

os estudos, as doenças respiratórias não são em sua maioria ligadas ao fumo; a

segunda hipóteses foi confirmada pois, nota-se que as doenças respiratórias estão

relacionadas principalmente aos poluentes urbanos; a terceira e última hipótese

também foi confirmada, pois, de acordo com os estudos as doenças respiratórias

estão relacionadas com o local onde as pessoas residem, tendo em vista que o

maior número de doenças respiratórias ocorre nos grandes centros.

Assim como a poluição das águas dificulta a vida das pessoas nos grandes

centros, a poluição do ar tem-se tornado um constante problema, principalmente

para a população mais vulnerável, crianças e idosos, que ficam expostos aos

poluentes oriundos das fábricas, indústrias e veículos que se aglomeram nos

grandes centros.

A conscientização das pessoas é necessária para que este problema, que já

se tornou de saúde pública, possa melhorar, pois o crescimento da poluição torna-se

automático em detrimento do crescimento populacional.

36

REFERÊNCIAS

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