AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E...
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AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM GESTÃO EMPRESARIAL
NOTA: 9,0
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NA MADEIREIRA
ITAPORÃ DA CIDADE DE ARIPUANÃ/MT
Aluna: Vanuza Souza Amorim Link [email protected] Orientador: Wilson Antunes de Amorim
ARIPUANÃ/MT DEZEMBRO/2013
AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM GESTÃO EMPRESARIAL
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NA MADEIREIRA
ITAPORÃ DA CIDADE DE ARIPUANÃ/MT
Aluna: Vanuza Souza Amorim Link [email protected] Orientador: Wilson Antunes de Amorim
Monografia a ser apresentada como requisito para a obtenção do Título de Pós-Graduação Latu Sensu em GESTÃO EMPRESARIAL COM ÊNFASE EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS, sob a orientação do Professor Wilson Antunes de Amorim .
ARIPUANÃ/MT DEZEMBRO/2013
AGRADECIMENTOS
Toda a conquista tem o mérito e a colaboração de pessoas que nos são
muito importantes na trajetória que fazemos sobre esta Terra. Nada mais justo,
portanto, demonstrar gratidão àqueles que nos motivaram durante nossa jornada.
A vocês, esposo e filhos que suportaram horas de ausência para dedicar-me
aos estudos, obrigada é pouco. Esta conquista também lhes pertence.
A vocês, mestres que apontaram os caminhos que permitiram chegar ao
destino, meu respeito e gratidão.
Aos colegas e amigos de longas horas de reflexões durante o curso, fica a
saudade.
A DEUS, o Mestre dos mestres, por nos contemplar com inteligência e
capacidade de buscar o conhecimento, gratidão é muito pouco, espero que o
aprendizado desta especialização possa me auxiliar a melhorar minha vida e a vida
dos que me cercam. Obrigada, Meu querido DEUS.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluxograma do processo de planejamento em Recurso
Humanos…………………………………………………………………...................... 17
Figura 2 - Gestão Estratégica de Recursos……………........………………………. 19
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Tempo médio de permanência dos colaboradores na empresa….... 28
LISTA DE SIGLAS
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
IPEA – Pesquisa Econômica Aplicada
ITV - Instituto Teotônio Vilela
RH – Recursos Humanos
SESI – Serviço Social da Indústria
RESUMO
Esta pesquisa teve como finalidade demonstrar a importância de adotar
estratégias que possam subsidiar o recrutamento e seleção de pessoas, a fim de
desenvolver um contingente profissional com habilidades, atitudes e motivação para
o bom desempenho dentro de uma organização. Para tanto, foi realizada um
levantamento de dados bibliográficos com estudiosos da área de Gestão de
pessoas, a fim de conhecer o processo de recrutamento e seleção de pessoas, bem
como uma pesquisa de campo para conhecer como esse processo é realizado
dentro da organização. Observou-se que no Brasil houve mudanças significativas na
área de Recursos Humanos dentro das organizações desde a década de 1930 com
a criação da Legislação Trabalhista. O conhecimento desse processo possibilita ao
profissional elaborar e apresentar sugestões à gestão da empresa para a qual
trabalha, projetos estratégicos que possibilitem a contratação de pessoal com as
competências mais adequadas para determinadas funções dentro da empresa. Este
estudo teve como ponto alto o levantamento de dados dentro de uma empresa do
ramo de indústria madeireira no município de Aripuanã/MT. Os dados levantados
permitiram observar que vários fatores influenciam para que não sejam observados
os trâmites no que se refere à contratação de pessoal, e que a migração favorece a
transitoriedade de pessoal nesse ramo de atividade no município. Foi observado
também que por se tratar de um ramo de atividade em que a maioria dos
colaboradores exercem trabalho braçal há pouco interesse destes em qualificação
profissional, sendo possivelmente esta uma das razões da baixa remuneração
salarial.
Palavras-chaves: recursos humanos, recrutamento, seleção de pessoas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….. 9
GAPITULO I - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS: Os Desafios
da Teoria à prática................................................................................................ 11
1.1 Objetivos……………………………………………………………………… 11
1.1.1 Geral.................................................................................................... 11
1.1.2 Específicos.......................................................................................... 11
1.2 Problema ............................................................................................... 11
1.3 Hipóteses............................................................................................... 11
1.4 Justificativa ............................................................................................ 12
CAPITULO II - REFERENCIAL TEÓRICO............................................................ 13
2.1 Breve Histórico sobre a Gestão de Pessoas no Brasil............................ 13
2.2 Recrutamento e Seleção de Pessoal: Desafios Para a Gestão de
Recursos Humanos................................................................................. 18
2.2.1 Recrutamento de Pessoal - Norma da CLT......................................... 20
2.3 Recrutamento E Seleção de Pessoas: Uma Necessidade
Complexa e Complexa............................................................................. 24
2.3.1. Recrutamento de pessoal.................................................................... 26
CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA................................................. 28
CAPÍTULO IV - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS……………………………. 30
4.1 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DA
MADEIREIRA ITAPORÃ LTDA – ME…………………………………….. 30
4.1.1 Dados da empresa………………………………………………………. 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………… 37
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..………………………………………………… 40
APÊNDICE………………………………………………………………………………. 43
9
INTRODUÇÃO
A contratação de pessoas para qualquer atividade dentro da empresa não é
um procedimento fácil, dadas às exigências promovidas pelo ingresso da tecnologia
desde a década de 1980. A área de gestão de pessoas sofreu várias transformações
ao longo do século XX no Brasil, sendo que há autores que dividem esse processo
histórico em fases distintas.
Esta pesquisa tem por objetivo principal demonstrar a importância de adotar
estratégias que possam subsidiar o recrutamento e seleção de pessoas, a fim de
desenvolver um contingente profissional com habilidades, atitudes e motivação para
o bom desempenho dentro da organização. Além deste objetivo outros específicos
orientam a pesquisa, como: Conhecer o processo de recrutamento e seleção de
pessoas e da organização; Observar como pode ser realizado o processo de
recrutamento a fim de poder conhecer todos os candidatos; Elaborar um diagnóstico
acerca do perfil de um funcionário para preenchimento de uma vaga na organização;
Identificar as funções de maior importância dentro de uma organização para obter as
informações necessárias que possam servir para a substituição rápida do cargo.
A pesquisa de campo foi realizada numa empresa do ramo madeireiro, a
Madeireira Itaporã Ltda. – Me, localizada Rodovia AR – 01 km 01 nº 1474 Setor de
chácaras.
Observa-se que as exigências do mercado de trabalho são cada vez
maiores quando a questão está relacionada à qualificação profissional e que, apesar
da intensa propaganda do governo federal, a formação profissional oferecida pelas
instituições públicas ainda está longe de contemplar a necessidade de todos os
trabalhadores e que, para suprir as necessidades de qualificação dos colaboradores,
as empresas têm oferecido capacitação profissional com cursos periódicos. Isso faz
com que nem sempre a gestão de Recursos Humanos possa encontrar a pessoa
com o perfil necessário para exercer determinada função. Nesse caso, ao contratar
um profissional, é preciso capacitá-lo para que consiga desempenhar sua função a
contento. São situações que demandam tempo e, em grande parte impedem que a
produção tenha bom desempenho.
Na área de indústria madeireira, embora a grande maioria dos trabalhadores
tenha baixa escolaridade, é necessário que tenham um mínimo de conhecimento da
função para a qual serão contratados para que possam exercê-la da melhor forma
10
possível, o que trará benefícios para o trabalhador e para a empresa, pois
atualmente é imprescindível que haja valorização do capital humano dentro das
empresas.
Para compreender a importância da gestão de recursos humanos,
aprofundando o conhecimento no processo de recrutamento e seleção de pessoas,
esta pesquisa respalda-se em autores como: Romero (2009); Vasconcelos (2012);
Instituto de Pesquisa Economica Aplicada - IPEA (2010); Moraes (2010), entre
outros, como aparece no corpus do trabalho.
O trabalho foi estruturado em três capítulos, além das considerações finais,
como segue: O Capítulo I foi destinado o referencial Teórico apresentado um Breve
Histórico sobre a Gestão de Pessoas no Brasil, com reflexões sobre as diferentes
fases desde o início do século XX; O Capítulo II trata da metodologia adotada para a
elaboração da pesquisa. No Capítulo III é apresentada a análise e discussão dos
dados levantados na pesquisa de campo. Nas considerações Finais, aparece é
realizada uma reflexão sobre a conclusão a que se chegou, em vista da análise dos
dados obtidos. Espera-se que estes possam servir de base para a empresa Gestão
de Recursos Humanos dentro da empresa possa melhor organizar a questão de
gestão de pessoas, e que com isso possa melhorar o desempenho de seus
colaboradores.
11
CAPITULO I
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NA MADEIREIRA
ITAPORÃ DA CIDADE DE ARIPUANÃ/MT
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Geral:
Demonstrar a importância de adotar estratégias que possam subsidiar o
recrutamento e seleção de pessoas, a fim de desenvolver um contingente
profissional com habilidades, atitudes e motivação para o bom desempenho dentro
da organização.
1.1.2 Específicos:
� Conhecer o processo de recrutamento e seleção de pessoas e da
organização;
� Observar como pode ser realizado o processo de recrutamento a fim de poder
conhecer todos os candidatos;
� Elaborar um diagnóstico acerca do perfil de um funcionário para
preenchimento de uma vaga na organização;
� Identificar as funções de maior importância dentro de uma organização para
obter as informações necessárias que possam servir para a substituição
rápida do cargo.
1.2 PROBLEMA
O Problema observado foi: Quais os critérios adotados pela empresa no
momento de selecionar e recrutar colaboradores (funcionários)?
1.3 HIPÓTESES
Foram levantadas duas hipóteses:
12
- Primeira, a empresa elabora um projeto com estabelecendo o perfil que
deve ter o candidato à vaga, contendo informações sobre a função a ser preenchida,
bem como a data que será realizada a seleção.
- Segunda, não são observados critérios pré-elaborados para a contratação
de servidores.
1.4 JUSTIFICATIVA
O interesse em pesquisar sobre essa temática advém do fato desta
pesquisadora ser responsável pelo Departamento de Recursos Humanos de uma
empresa e perceber que dentro de RH, a questão de recrutamento e seleção de
pessoas para trabalhar tem gerado polêmicas advindas da escassez de mão de obra
e, em certa medida, houve casos de a pessoa selecionada não preencher os
requisitos mínimos para a função a que se candidatara.
A contratação de pessoa sem um mínimo de experiência para certas funções
pode causar transtornos para ambos. Para a empresa, por ter que capacitar o
trabalhador poderia incorrer na paralização de determinada atividade, pois sem
experiência profissional, é arriscado, dependendo da função, para o próprio
trabalhador.
No município de Aripuanã, prevalece o ramo de atividades econômicas
voltado à indústria madeireira (serraria) em que as funções são basicamente de mão
de obra braçal, os trabalhadores têm baixa escolaridade e o fluxo de contratações
(admissão e demissão) é bastante elevado, o que dificulta a formação de um quadro
efetivo de colaboradores que alcancem estabilidade dentro da empresa.
A pesquisa trouxe Espera-se que a pesquisa traga contribuições
significativas sobre como selecionar pessoas que se enquadrem no perfil desejado
para desempenhar determinadas funções, assim como observar quais as
competências e habilidades mínimas podem ser exigidas do futuro funcionário.
Outro fator que se pretende averiguar está relacionado aos procedimentos
relacionados ao processo de seleção mais adequado atualmente para respaldar a
legitimidade do percurso para não incorrer em ações que possam provocar injustiças
e, com isso, comprometer a reputação da empresa e do Departamento de Recursos
Humanos.
13
CAPITULO II
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A GESTÃO DE PESSOAS NO BRASIL
No início do século XX cerca de 80% da população brasileira vivia no meio
rural, o significa que o movimento do proletariado era bastante fraco, uma vez que a
atividade economica brasileira era basicamente agrícola. As transformações
ocorridas com a vinda de trabalhadores europeus, que se instalaram principalmente
em São Paulo e na Região Sul do Brasil, os quais trouxeram consigo experiências
sindicais e, movidos pela consciência política deram novos rumos à classe proletária
brasileira. Os primeiros anos do século XX foram marcados por greves
principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e em São Paulo. A Legislação
Trabalhista só aparece de maneira significativa na década de 1930 e a área de
Recursos Humanos, tinha a incumbência de realizar os cálculos de folha de
pagamento e rescisões Romero & Silva (2008).
Nessa mesma linha de pensamento, vê-se em ALMEIDA & SANTOS (2012,
p. 16) para quem a evolução histórica da gestão de pessoas no Brasil pode ser mais
facilmente compreendida, se for dividida etapas ou fases. Segundo o autor,
na fase contábil (até 1930), atividades gestoras encarregavam-se da fiscalização dos resultados obtidos pelo trabalho dos indivíduos e a retribuição pelo desempenho alcançado, os trabalhadores eram vistos nesta fase como custo para a organização.
Como se pode observar, nessa fase, não havia ainda qualquer preocupação
relacionada ao bem-estar do trabalhador, apenas o quanto este podia produzir e a
empresa lucrar com os seus serviços.
A fase de 1930 a 1950 é caracterizada por ALMEIDA & SANTOS (2012)
como a fase legal, caracterizada por algumas alterações nas relações trabalhistas,
quando foram criadas medidas de proteção social ao trabalhador com possibilidades
de organização de associações operárias. Naquele período foi criado o Ministério do
Trabalho, da Indústria e do Comércio e do Departamento Nacional do Trabalho;
Consolidação das Leis Trabalhistas, entre outras. A administração de pessoal,
contudo, tinha como foco apenas as atividades burocráticas e disciplinares.
14
De 1950 a 1964, segundo ROMERO & SILVA (2008, p. 25), houve
mudanças consideravelmente importantes impulsionadas pelo desenvolvimento
industrial no país, notadamente na área automobilística, cujas organizações
empregavam um grande número de trabalhadores. De acordo com as autoras,
Essas mudanças exigiram nova postura da área de gestão de pessoas, passando a profissionalizar-se. A politização da classe operária era representada pelos movimentos sindicais com federações fortes, eclodindo em 1962 na central sindical o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).
Observa-se que a organização da classe trabalhadora cresce
proporcionalmente ao desenvolvimento industrial e com isso a gestão de pessoas
adquire nova dimensão dentro das empresas (organizações). ALMEIDA & SANTOS
(2012) denominam essa fase de tecnicista, pois com a expansão do parque
industrial, houve grandes oportunidades de emprego, exigindo qualificação
profissional. Como consequência, cresceram também as aspirações com maior
conscientização da classe trabalhadora. Nessa perspectiva, o perfil dos gestores
também sofreu alterações consideráveis, uma vez que além das práticas
administrativas comuns, houve a necessidade de criar mecanismos e adotar atitudes
para promover o incentivo às mudanças do enfoque das organizações.
De 1964 a 1978, de acordo com ROMERO & SILVA (2008) o período foi
marcado pela perda de força dos movimentos sindicais, haja vista que o País era
governado pelos militares que tinham como objetivo maior a segurança nacional e o
combate à inflação. As medidas adotadas pelos governos do período da ditadura
militar abafaram os movimentos da classe trabalhadora, que ficou sob o controle do
foi mantida à mercê de qualquer possibilidade de organização e de manifestação de
classe ou categoria profissional. No final da década de 1960 e início da década de
1970, especificamente de 1968 a 1973 ocorreu o chamado “milagre brasileiro” De
acordo com ALMEIDA & SANTOS (2012, p. 5) foi um período de grande
“crescimento econômico e as organizações modernizaram-se valorizando mais o
profissional de recursos humanos, transformando procedimentos burocráticos em
humanísticos, focando os indivíduos e suas relações sindicais e sociais”.
Observa-se que esse foi um período que exigiu mudanças na área de
recursos humanos, pois com a profissionalização em todas as áreas, os
profissionais da área de recursos humanos receberam nova incumbência focando a
atuação nos recursos humanos e não mais se restringindo aos procedimentos
15
burocráticos como era até então. GIL apud ROMERO & SILVA (2008, p. 25) aponta
que em 1973 o otimismo foi abalado, pois “surgem os choques do petróleo; os níveis
de inflação voltaram a se elevar; a mão-de-obra tornou-se mais escassa nos
grandes centros industriais e o movimento operário, abafado por toda essa década,
manifesta-se novamente”. Possivelmente a falta de mão-de-obra tenha contribuído
para que muitas organizações voltassem maior atenção na valorização das
atividades de voltadas à gestão de pessoas, com maior incentivo à capacitação,
treinamento, cargos, salários e benefícios.
ROMERO et all (2009) apontam que
Nesse momento as relações entre capital e trabalho ficam extremamente tensas, a abertura política iniciada pelo Presidente Geisel em 1974, estimula bem mais organizada do que no passado. Os sindicatos se fortificaram nas lideranças e na unificação e são criadas as centrais sindicais: a CUT, Central Única dos Trabalhadores, em 1983; e a CGT, Confederação Geral dos Trabalhadores, em os trabalhadores a reivindicar salários e condições de trabalho, de forma 1986. Os processos de gestão são afetados pelo desenvolvimento da tecnologia da informação por meio dos computadores. Surgem novos modelos de gestão: a gestão participativa, o planejamento estratégico, a qualidade total, e os CCQ’S, círculos de controle de qualidade, o just in time e outros exigindo dos mais dos profissionais de gestão de pessoas, principalmente no desenvolvimento da pares do treinamento organizacional. ROMERO et all (2009, p. 22)
Observa-se que as crises provocadas nos diferentes setores produtivos
podem ter refletido na política nacional tendo o Presidente da época optado pela
abertura política, possibilitando que os sindicatos e as representações dos
trabalhadores se fortalecessem novamente. Associada a esses fatos surge também
grande transformação promovida pela revolução tecnológica. Nesse contexto, a
gestão na área de pessoas precisa adequar-se à nova realidade. ALMEIDA &
SANTOS (2012) define essa fase de fase estratégica principalmente após 1985
quando se exigiu maiores habilidades da área de gestão frente às mudanças
ocorridas tanto dentro, quanto fora das organizações.
ROMERO et all (2009) afirmam que as décadas de 1980 e 1990 foram
consideradas críticas tanto para o mundo, quanto para o Brasil, motivadas pela
recessão e desemprego, ocorrendo a desativação dos setores de RH em algumas
organizações que passaram a terceirizar os serviços. Naquele contexto, segundo as
autoras, “as medidas econômicas impõem sacrifícios ao povo trabalhador,
demonstrando grande ineficácia.” ROMERO et all (2009, p.23). Pode-se perceber
que as transformações ocorridas em todos os setores da economia trouxeram
16
progresso tecnológico, mas para vencer as crises em diversos setores da economia,
houve grandes perdas para a classe trabalhadora, gerando desemprego para
grande parcela da classe trabalhadora brasileira.
Para ALMEIDA & SANTOS (2012, p. 5) nesse período
Questões como globalização, informatização, instabilidade financeira, concorrência (interna e externa), complexidade legislativa, pressão da sociedade (consumidores), agregados à metas apresentadas através de planejamentos estratégicos das empresas, imputaram aos gestores de pessoas, mais que conhecimentos técnicos, impuseram uma nova visão administrativa e novos métodos de trabalho.
Observa-se que o desenvolvimento tecnológico influenciou, assim como a
crise financeira foram fatores decisivos para a ocorrência de transformações no
modo de administrar as empresas e isso trouxe reflexos na gestão de recursos
humanos que teve que se adequar à nova realidade.
De acordo com KÜNZEL (2010) apresenta esse novo modo de gestão como
Desenvolvimento Organizacional (DO), que segundo a autora
Pode ser compreendido como uma concepção de gestão que tem em si formas diversificadas de ação. Distintos autores descrevem DO como técnica no trato com grupos humanos em ambientes de trabalho, com objetivos de auxiliar na mudança de situações ultrapassadas, observando-se o aperfeiçoamento de pensamentos e ações. Essas técnicas foram originadas da ciência comportamental para auxiliar no aperfeiçoamento de desempenhos que envolvem o fazer de um conjunto de pessoas e que, por isso, necessitam estar em sintonia e com foco comum a todos os integrantes de uma mesma equipe. As mudanças surgidas dessa forma de trabalho podem construir uma reorganização e recondução em ambientes de trabalho, frente aos desafios que a humanidade enfrenta na atualidade tecnologizada e ansiada por transformações de conhecimento. KÜNZEK (2010, p. 12 – 13).
Observa-se que as transformações ocorridas no campo da gestão de
pessoas passa a valorizar o conhecimento. Dessa forma pode-se compreender que
a valorização do trabalho intelectual, em oposição ao trabalho puramente tecnicista
e burocrático torna-se uma exigência na gestão de pessoas e ambientes de
trabalho. Daí a necessidade de se planejar as ações para o grupo de trabalho, pois o
bom desempenho da organização depende da equipe e não de um colaborador
apenas. Vê-se que a teoria comportamental, de acordo com CHIAVENATTO (2003)
enquanto Ciência da Administração a Teoria Comportamental, assim como a Teoria
das Relações Humanas se aplica sobre as pessoas e as atividades que estas
desempenham dentro da organização. Para este autor, na Teoria Comportamental,
17
a ênfase encontra-se centrada nas pessoas, mas se aplica no contexto
organizacional mais amplo.
Para ROMERO et all (2009) afirma que “Nunca as pessoas foram tão
importantes nas empresas quanto nos hoje”. Vê-se que a força produtiva, enquanto
responsável pelo processo de produção encontra respaldo nas novas Teorias
Científicas da Administração, pois a motivação é uma forma de valorizar os
protagonistas do processo produtivo.
ALMEIDA & SANTOS (2012, p. 6) defendem a ideia de que a ação de gerir
pessoas representa muito mais do que administrar recursos humanos e “seus
obsoletos enfoques de controle e disciplina, impondo uma capacidade quase
metafísica de compreensão, conhecimento e motivação do gestor com seus
colaboradores”. Observa-se que a gestão de Recursos Humanos abrange aspectos
que extrapolam os limites de outrora. Atualmente, a profissional da área precisa
estar em sintonia com aspectos mais abrangentes, que incluem espaços fora dos
limites de uma sala, com tarefas determinadas, mecanicistas. A função requer
atuação em vários campos dentro da empresa, como preparar o selecionar, orientar
e acompanhar o desempenho dos colaboradores dentro da organização. A
motivação é um dos enfoques da gestão de recursos humanos, pois a equipe
motivada encontra menos dificuldades no desempenho de suas funções, o que
contribui para melhorias na produtividade.
Nesse contexto, ROMERO & SILVA (2008) apontam que com o surgimento
de novos modelos de gestão de pessoas houve maior valorização da gestão do
conhecimento e competências, pois a classe empresarial percebeu que a
valorização das pessoas poderia representar um diferencial competitivo importante
para que as empresas se tornassem mais produtivas. Esse reconhecimento das
pessoas passa a ser percebido não mais como recurso, mas como parceria dos
colaboradores, especialmente nas grandes organizações empresariais.
Nessa perspectiva, segundo ROMERO & SILVA (2008, p. 27) “A gestão de
pessoas no Brasil está assentada sobre a história política e social; desse modo a
atual valorização resulta de todo um processo de reconhecimento da importância
dos colaboradores para a organização”. Pode-se observar a importância de
valorização da memória das lutas da classe que, associadas às transformações
históricas, políticas e econômicas resultaram no que atualmente pode ser visto como
18
principal componente no processo produtivo: a valorização da participação das
forças produtivas como capital humano dentro das organizações.
Para tanto é indispensável a formação continuada desses colaboradores,
uma vez que a motivação é um componente importante para a renovação e
aquisição de novos conhecimentos agregam valor tanto ao trabalho, quanto aos
produtos, dadas as exigências atuais para que as empresas se mantenham ativas
no mercado. Pode-se afirmar então que houve percepção por parte dos empresários
de que as pessoas são dotadas de inteligência e que esta é fundamental, portanto
essas pessoas são colaboradoras no processo produtivo da empresa.
Desta maneira, nada mais justo do que colocar a pessoa no desempenho da
função em que tenha mais habilidade. Nesse caso, a contratação é realizada através
de um processo de recrutamento e seleção que permite lotar a pessoa na função
mais adequada à sua capacidade produtiva. Sobre esse assunto será tratado no
próximo capítulo.
2.2 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL: DESAFIOS PARA A GESTÃO
DE RECURSOS HUMANOS
Em virtude das transformações ocorridas com a globalização da economia,
atualmente o empregado que se considerar como única opção pode estar criando
uma falsa expectativa e, com isso, pode estar sujeito a ser demitido com muita
facilidade, pois a tendência desse tipo de profissional é de acomodar-se
profissionalmente. É possivel que não vá além do processo de seleção. Isso porque
a moderna administração requer integração e cooperação entre os indivíduos e
grupos dentro das organizações, uma vez que, de acordo com CHIAVENATTO
(2003, p. 347) “Todas as pessoas na organização, em todas as áreas de atividades
e níveis hierárquicos e em todas as situações estão continuamente tomando
decisões relacionadas ou não com o seu trabalho. A organização é um complexo
sistema de decisões”.
É possivel observar nas palavras do autor que dentro de uma empresa há a
necessidade de entrosamento entre os diferentes departamentos, grupos de
pessoas e indivíduos, uma vez que todos são corresponsáveis e podem contribuir
para a garantia de excelência na produtividade de forma que a empresa alcance os
objetivos e tenha o êxito esperado. Para que isso se torne realidade, é de suma
19
importância que haja um bom planejamento de recursos humanos. Isso pode ser
visto em CARDOSO (2010, p. 101) em que o autor assevera que “O planejamento
em recursos humanos origina-se na necessidade que as organizações têm para
quantificar e qualificar sua mão de obra com o objetivo de suprir sua demanda
operacional”.
Pode-se ressaltar aqui que para a elaboração de um planejamento é
necessário reunir dados e informações que permitam ao profissional de RH
estabelecer metas e critérios para a qualificação e quantificação profissional e isso
demonstra a necessidade de os profissionais de RH conservarem um bom
entrosamento com todos os departamentos dentro da organização, pois cabe ao
RH a função de recrutar as pessoas que tenham as aptidões necessárias ao
desempenho de determinadas funções dentro da organização. Isso pode ser
observado em RUFATTO (2009, p. 11) declara ser necessário que “os setores, ao
solicitar novas contratações, informem com clareza o perfil desejado para ocupação
da vaga existente, pois ao contratar de forma correta, evita-se a causa trabalhista,
gerada mais tarde pela insatisfação do empregado.”
Percebe-se a importância de RH dialogar com todos os departamentos
para que tenha ciência das necessidades de cada setor e conheça os perfis
necessários para o desempenho de todas as funções dentro da empresa. Observa-
se que há grande responsabilidade de RH pela condução do processo de
recrutamento e seleção de pessoal, podendo evitar transtornos futuros para a
empresa. É da comunicação e da informação que recebe de todos os setores que
RH vai elaborar o processo de contratação, que de acordo com RUFATTO (2009),
deve ser elaborado com os devidos cuidados que incluem o anúncio a ser veiculado
nos meios de comunicação sobre a vaga, a análise dos currículos, o preenchimento
do documento de solicitação de emprego e, posteriormente realizar a seleção e
entrevista, a fim de poder realizar a escolha do perfil mais adequado.
CARDOSO (2010) aponta num fluxograma um modelo prático de processo
de planejamento em Recursos Humanos, conforme segue:
20
Fonte: Adaptado de CARDOSO (2010, p. 102).
Figura nº 1: Fluxograma do processo de planejamento em Recursos Humanos
2.2.1 Recrutamento de Pessoal - Norma da CLT
De acordo com ZANLUCA (2008) a partir de 11/03/2008, ao candidato a
uma vaga de emprego não pode ser exigido comprovação de experiência
profissional na área em tempo superior a seis meses na mesma atividade. Isso pode
ser visto também em PANTALEÃO (2008), que destaca que a Lei nº 11.644 de
10/03/2008 “estabeleceu que o empregador não poderá exigir, para fins de
contratação, mais de 6 meses de experiência do candidato a emprego.” Pode-se
observar nas palavras do autor que a lei pode trazer discussões no que se refere à
aplicabilidade prática, pois de um lado vê-se os empresários que aguentam os riscos
dos seus das suas empresas, sentem-se no direito de selecionar os candidatos que
julgam melhor qualificados para preencherem as vagas e de outro, encontram-se os
candidatos a emprego que não têm a experiência (prática) exigida pelas empresas,
consideram-se no direito à oportunidade de revelar sua capacidade profissional.
Para ZANLUCA (2008) assinala que o objetivo da Lei é de promover a
acessibilidade para os jovens ingressarem no mercado de trabalho, porém não
Início
Planejamento em R. H.
Avaliação dos RH existentes; Avaliação das necessidades de RH; Modelo de planejamento de RH; Processo de recrutamento; Processo de seleção; Processo de Avaliação de Desempenho
Política de Cargos e Salários
Fim
21
proíbe a exigência de outros requisitos. ALMEIDA & SANTOS (2012, p. 7) assinalam
que
o perfil dos profissionais da área administrativa visado atualmente pelas empresas migrou da obediência e disciplina à autonomia e ao empreendedorismo, incentivando o surgimento de uma cultura organizacional que estimule e apoie iniciativas individuais, criatividade e a busca autônoma de resultados para a empresa.
Observa-se que atualmente, segundo o autor, as empresas procuram
valorizar a criatividade dos profissionais da área administrativa e isso permite que
pessoas com perspectivas de ascensão profissional tenham maior liberdade de
desenvolverem suas funções com maior dedicação e isso significa melhoria de
desempenho tanto para o funcionário, quanto para a empresa.
De acordo com CHIAVENATTO (2003, p. 107)
É dentro da organização que surgem as oportunidades de relações humanas, devido ao grande número de grupos e interações resultantes. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia.
Pode-se observar a ênfase dada pelo autor sobre a questão das relações
humanas e da interação que ocorre entre as diversas pessoas no ambiente de
trabalho. O administrador deve observar o comportamento e as atitudes de cada
profissional nesse ambiente, que pode e deve ser de cooperação e de
encorajamento entre as diferentes personagens que ali desenvolvem seu trabalho.
Nessa perspectiva, a Gestão Estratégica de Recursos pode ser
representada integrando os diferentes atores que desempenham as mais diversas
funções dentro da empresa, como pode ser observado na figura 2 abaixo:
Fonte: www.lumeonline.com.br
Figura nº 2 - Gestão Estratégica de Recursos
22
CHIAVENATTO (2003, p. 586-587) destaca que
Os papéis das pessoas deixam de ser moldados por regras e regulamentos internos para a plena autonomia, liberdade e responsabilidade. A preparação e o desenvolvimento das pessoas deixa de ser feito por meio do treinamento específico, com ênfase na posição e no cargo ocupado, para se constituir em uma educação integral e com ênfase na formação da pessoa e nas suas habilidades pessoais.
Pode-se perceber nas palavras do autor que os empresários estão deixando
de lado normas rígidas, priorizando a contratação de pessoas dotadas de algumas
características como: autonomia e responsabilidade. Possivelmente, sentindo-se
mais livre, a pessoa poderá desempenhar melhor a função, empenhando-se em
mostrar suas habilidades e isso representa um ponto a favor no desempenho de
suas atividades profissionais.
ZANLUCA (2008) enfatiza ainda que ao elaborar o anúncio deve-se devotar
especial atenção para evitar a discriminação trabalhista. O autor destaca que os não
há caracterização de discriminação, anúncios publicados antes da data de entrada
em vigor da nova norma (11/03/2008) caso contenham exigência de experiência
superior a seis meses na atividade a que a pessoa esteja pleiteando.
Há que se observar que na era da velocidade e da informação as exigências
de conhecimento na área de tecnologia da informação estão cada vez mais
presentes no cotidiano empresarial e os profissionais mais jovens estão procurando
se qualificar. Nessa perspectiva, PANTALEÃO (2008, p. 2) enfatiza que
O mercado de trabalho apresenta oscilações constantes que podem contribuir para a eficácia da lei. Isto pode ser observado na prática constante de empresas que dispensam trabalhadores mais velhos em troca de jovens que possam trazer "sangue novo", novas ideias, além de estarem dispostos a receber menores níveis de remuneração. É sabido que a grande dificuldade dos jovens é a falta de experiência, relativamente compensada com o aumento da escolaridade. Atualmente os empregados mais jovens, embora inexperientes, possuem maior qualificação educacional. Além disso, a maioria dos cursos exige, como requisito de formação, o exercício prático de estágios profissionais, o que contribui significativamente para que empresas que apostam em jovens, sintam-se mais confiantes na contratação de recém-formados que já tiveram a oportunidade da aplicação prática da teoria adquirida nos bancos universitários. No entanto, não basta criar a lei com o intuito de garantir o acesso a esses jovens ao mercado de trabalho. A velocidade com que novos profissionais são colocados no mercado não tem sincronismo com a velocidade em que são criados novos postos de trabalho.
23
Pode-se notar nas palavras do autor que dada a velocidade com que os
fatos acontecem atualmente, a oscilação no mercado de trabalho acompanha a
dinâmica social e, por conseguinte, o novo torna-se uma experiência atraente para a
gestão de pessoas, pois os jovens têm muita facilidade de adequar-se às mudanças
do pessoas de mais idade. O autor chama a atenção para a desproporção entre a
colocação de profissionais no mercado de trabalho e a criação de novos postos.
Pode-se compreender que o reflexo disso pode levar ao aumento de
desempregados, ou ainda que dada a demanda de profissionais, possa haver
redução nos salários pagos.
Para CARDOSO (2010, p. 102)
O mercado de recursos humanos apresenta-se sempre formado por dois tipos únicos de indivíduos que são os seguinte: • Empregados (em atividade)
Reais (que estão à procura de novas oportunidades) Potenciais (que podem demonstrar interesse pela oportunidade)
• Desempregados (em disponibilidade)
Como se pode observar, o autor parece considerar o mercado de trabalho
incluindo todas as pessoas que podem ser consideradas economicamente ativas.
No que se refere ao processo de recrutamento de pessoas ROLIM (2010)
considera que se trata de um grande desafio para as empresas arranjar candidatos
para suprir as vagas que ocorrem nos seus quadros de pessoal. Para conseguir
ajustar pessoas com qualificação é necessário que as empresas tenham disponível
um bom número de funcionários, para que possa eleger entre eles os que mais se
adequem à função que esteja vaga.
O respeito às diferenças individuais tem sido reconhecido pela gestão
organizacional moderna, pelo fato de os seres humanos terem características
próprias que devem ser valorizadas em seus desejos e necessidades pessoais. Uma
dessas características é a constante busca por melhores condições de vida. Nesse
caso, VAROLLO (2011, p. 58) adverte que “A motivação, ou a desmotivação, é sem
dúvida um dos elos que nos difere dos outros seres que buscam apenas satisfazer
as necessidades de sobrevivência”. Nesse sentido, as palavras do autor podem
compreendidas de maneira que se o funcionário for reconhecido em suas
necessidades pessoais possivelmente se empenhará para desenvolver suas
atividades com maior presteza, pois é característica humana corresponder à
motivação e reconhecimento por bem desempenhar uma tarefa.
24
VAROLLO (2011, p. 63) acrescenta que “As ações comportamentais de
cada indivíduo são realizadas por ele na intenção da satisfação de um objetivo
intrinsecamente desejado. Não se relaciona a motivação com a busca de uma
satisfação isolada”. Como se pode observar, a motivação humana não espelha um
fator isolado. No caso do colaborador (funcionário) a busca por melhores condições
de vida através do desempenho profissional pode ser um dos fatores fundamentais
para que se mantenha motivado.
Nesse contexto, a administração de recursos humanos (gestão de pessoas),
é uma prova das mudanças e progressos, com alterações significativas em que se
passou a considerar os recursos humanos como fator decisivo no processo
produtivo. Surge então o que VASCONCELOS (2012, p. 13) denomina de “cargo de
gerente de recursos humanos, tentando assim, humanizar a organização. Esse novo
contexto tem a função de alterar o foco de protetor para planejador e agente de
mudanças”. Pode-se conceber a função de gerente de recursos humanos como uma
função em constante transformação, uma vez que a responsabilidade da função
requer que o cargo seja ocupado por um profissional que tenha conhecimento da
área de RH e esteja disposto enriquecer a experiência sua profissional, criando
espaço para que os demais dentro da empresa também possam desenvolver suas
potencialidades.
A gerencia de recursos humanos tem como uma de suas principais
incumbências desenvolver o processo de recrutamento e seleção de pessoal, tema
que será abordado no próximo capítulo.
2.3 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS: UMA NECESSIDADE
ESTRATÉGICA E COMPLEXA
O processo de recrutamento e seleção de pessoas dentro de uma empresa
é um dos fatores determinantes para o desenvolvimento empresarial. Atualmente as
empresas precisam de um diferencial para enfrentar a competitividade. Cabe então
à gestão de recursos humanos preparar todo o procedimento para que tudo
transcorra dentro da previsibilidade. SILVA & SILVA (2013, p. 1) assinalam que se
trata de “um processo provisional de pessoas vinculadas à área de direitos
humanos, que visa à escolha de forma subjetiva ou não no processo de atração e
escolha de candidatos para vagas determinadas dentro de uma empresa.”
25
É possível perceber que o trabalho é um dos direitos fundamentais para a
sobrevivência do ser humano: uma das características que o distingue dos demais
seres vivos, por poder produzir sua existência. A esse respeito, VAROLLO (2011, p.
10) sugerem que
O trabalho, na sua essência, originou-se de uma necessidade básica do ser humano para obtenção dos elementos necessários a sua sobrevivência: o alimento, o abrigo e a proteção. No decorrer do tempo foram acrescentados a esses elementos outros não tão básicos, porém não menos importantes à evolução humana: o conforto, o lazer, o status, o poder, enfim diversos valores sociais que juntos compõem a tão sonhada e indefinida qualidade de vida.
Como se pode observar, é através do trabalho que o ser humano se realiza
e satisfaz grande parte de suas necessidades primárias e representa uma forma de
satisfação também de outras necessidades importantes no processo evolutivo. Isso
porque, assim que supre uma necessidade, outras se apresentam ao longo da
evolução como pessoa.
O trabalho pode ser visto então como uma forma de realização individual e
coletiva, já que não há como sobreviver sozinho. De uma forma ou de outra, o ser
humano depende das outras pessoas, mesmo que não tenha estabelecido qualquer
relação com ela.
No mundo moderno, é necessário competir e a competitividade e a
concorrência são fatores determinantes para a sobrevivência de uma empresa.
Desta maneira a inovação é um dos aspectos cruciais para que estas possam
manter-se no mercado, sendo que o capital humano se insere nesse contexto como
um fator decisivo para que ocorra a produção. De acordo com VASCONCELOS
(2012, p. 2) a área de recursos humanos gestão de pessoas “está incorporada e não
desassociada das estratégias organizacionais. Essa incorporação e alinhamento
determinam as ações e atitudes na gestão de pessoas, que impactam no sucesso
do negócio”. Como se pode observar, a valorização do trabalhador dentro das
organizações pode fazer a diferença no que se refere ao êxito da empresa.
SORIO (apud SILVA & SILVA 2013, p. 3) defende a ideia de que “
[...] as organizações precisam de pessoas que, além de conhecimento técnico, tenham como competências essenciais a curiosidade pelo aprendizado, a flexibilidade, a capacidade de adaptação às mudanças, a facilidade no trato interpessoal e o sentido de urgência que o mundo atual nos imprime.
26
Percebe-se que o autor orienta sobre a necessidade das empresas
adotarem essa visão sobre o perfil dos candidatos a serem contratados, sendo que
além de conhecimento, é importante que sejam capazes de se adaptar às
transformações que o mundo moderno requer.
De acordo com VASCONCELOS (2012, p. 21)
Já com nova terminologia, Gestão do fator humano – uma visão baseada em stakeholders, portanto em um contexto que transcende a importância dos recursos humanos ao ambiente interno organizacional, para incluir os grupos de interesse do negócio, Hanashiro, Teixeira, Zaccarelli, et al (2007), ensinam sobre a nova ambiência competitiva, cultura organizacional como fonte de vantagem competitiva, convivendo com a diversidade cultural e, os desafios da atuação socialmente responsável. Os autores contemplam em suas considerações, pesquisas e estudos, o momento atual da administração de recursos humanos – gestão de pessoas. Assim, é importante conhecer o papel da administração de recursos humanos em mudanças.
Pode-se observar nas palavras da autora que na atualidade na maioria das
empresas a área de recursos humanos já se adaptou à modernidade, pois mais do
que um profissional qualificado tecnicamente buscam contratar pessoas dotadas de
comportamentos e atitudes adequados à cultura, à missão, à visão e aos objetivos
da empresa.
2.3.1. Recrutamento de pessoal
O conceito de recrutamento apresentado por MORAES (2010, p. 1) refere-se
aos procedimentos que a empresa deve adotar ao sentir a necessidade de mão-de-
obra e vai até a entrevista. De acordo com o autor,
O recrutamento avulta como um sistema que visa atrair candidatos. Algumas fontes de pesquisa são, ou podem ser utilizadas neste processo. Sendo elas: PESQUISA EXTERNA: a pesquisa no mercado PESQUISA INTERNA: a busca dentro da organização. Voltada para valorização da mão-de-obra e busca de motivação na própria organização.
Como se pode observar, o recrutamento refere-se aos passos que a gestão
de recursos humanos deve seguir para realizar o preenchimento de vagas dentro de
uma organização. Esse procedimento inclui pesquisa interna e externa. Isso ocorre
pela possibilidade de haver, dentro da empresa, profissionais capacitados para
suprir a vaga, podendo ser promovido, o que demonstra interesse em valorizar os
profissionais que nela atuam.
27
Por outro lado, ROCHA (2010) alerta que “As áreas de recursos humanos
nos dias de hoje, além de exigir competência técnica dos candidatos, procura
pessoas com habilidades e atitudes muito específicas às necessidades da empresa
que demanda a vaga.” O fato de haver muitas exigências no mundo globalizado em
relação à competitividade, é compreensível que as empresas exijam qualificação e
capacitação dos funcionários que contratará, pois necessita honrar compromissos e
cumprir metas na produção. Portanto, é natural que as empresas se preocupem com
o seu quadro de colaboradores, pois a concorrência entre as empresas requer cada
vez mais inovação, qualidade e preços justos. Para poder adequar-se a essa
realidade, a empresa carece de recursos humanos capacitados e talentosos para
adequar-se ao mercado e ao ramo de atividades em que atua.
Para falar especificamente sobre o recrutamento de colaboradores da
empresa onde foi realizada a pesquisa, será dedicado o capítulo IV a seguir.
28
CAPÍTULO III
METODOLOGIA DA PESQUISA
Esta pesquisa foi desenvolvida através de estudo de caso realizado,
embasada em literatura da área pesquisada, para a qual foram consultados diversos
autores voltados para a área de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos, entre os
quais: Almeida, Cardoso, Chiavenato, Costa, Künzel, Moraes, Pantaleão, entre
outros.
Sobre a empresa onde foi realizada a pesquisa de campo realizada na
MADEIREIRA ITAPORÃ LTDA – ME, empresa que foi instituida a 15 anos e se
encontra em atividade em Aripuanã desde abril de 2008 da qual fazem parte dois
sócios: o senhor Carlos Jocó Link – que responde pela empresa e Edson Gloger,
gerente de produção e responsável pelo recrutamento e seleção de pessoal.
Do ponto de vista da sua natureza, esta pesquisa pode ser classificada
como Pesquisa Aplicada, pois, de acordo com Moresi (2003) pode ser aplicada para
gerar conhecimentos que podem ser aplicados com objetivos de solucionar
problemas específicos.
Como se trata de um estudo de caso, do ponto de vista da forma de
abordagem, a pesquisa será quantitativa, pois segundo Moresi (2003, p. 8) a
pesquisa quantitativa “considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.” A
intenção é poder analisar os dados coletados da maneira mais coerente possível,
para que ao final o trabalho possa trazer contribuições significativas para a empresa
assim como para os seus colaboradores.
Quanto aos fins, a pesquisa será um misto de pesquisa bibliográfica e de
campo. Exploratória, pois como afirma Moresi (2003, p. 8) sua realização pode
ocorrer em área de pouco conhecimento acumulado.
Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa. É, normalmente, o primeiro passo para quem não conhece suficientemente o campo que pretende abordar.
Como esta pesquisadora tinha pouco conhecimento na área de Recursos
Humanos, a pesquisa bibliográfica, associada à pesquisa de campo permitiu maior
29
compreensão da realidade dentro do contexto da empresa onde foi realizada a
pesquisa.
A pesquisa de campo, segundo Moresi (2003) é uma investigação empírica
realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos
para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e
observação participante ou não. Para obter as informações necessárias, foram
coletados dados através da aplicação de um questionário contendo perguntas
abertas e fechadas aos colaboradores e entrevistado o sócio proprietário
responsável pela gestão da empresa.
Por se tratar de uma empresa de pequeno porte, não foi difícil conversar
com todos os colaboradores, que aceitaram preencher o questionário. Nesse caso,
foi descartada a possibilidade de realizar a coleta de dados por amostragem, sendo
que ela poderia não representar a real situação do grupo de pesquisados.
De posse dos questionários, foi dado início à tabulação dos dados,
elencando as respostas na ordem das perguntas, procurando manter fielmente as
respostas dos pesquisados. A opção de utilizar um questionário para a coleta de
dados entre os colaboradores teve como propósito facilitar que cada um pudesse se
expressar livremente. Na conversa com o gestor da empresa, contudo foi preferida a
entrevista, pois trata-se de apenas uma pessoa, portanto, a conversa foi conduzida,
conforme aparece no Capítulo III.
30
CAPÍTULO IV
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
4.1 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DA MADEIREIRA ITAPORÃ LTDA – ME
A empresa escolhida para aplicar a pesquisa tem como atividade econômica
voltada ao ramo de indústria madeireira. A empresa pertence a dois sócios e foi
constituída no ano 2008 e, atualmente, tem um quadro de colaboradores composto
por 22 pessoas das quais 20 trabalham na produção e 2 na administração.
4.1.1 Dados da empresa
A empresa em estudo é a MADEIREIRA ITAPORÃ, CNPJ-07.950.667/0001-
02, INSC-13.318.390-4. Sobre a constituição societária, a empresa tem dois sócios e
foi instalada nesse endereço desde 2008. Sobre a atividade empresarial, o
empreendimento opera no ramo de industria madeireira.
A entrevista foi realizada com um dos sócios, que tem 50% da empresa e é
o responsável pela gerência de produção, o Senhor Edson Gloger.
Foi marcada a entrevista com dia e hora, em que o entrevistado aceitou
colaborar com esta pesquisa.
Foi perguntado ao entrevistado como é conduzido o processo de seleção e
contratação de pessoal na empresa?
O entrevistado respondeu que “Por dificuldade de encontrar mão de obra,
contratam quem aparece pedindo emprego. (contrato de experiência 3 meses), após
o que, se há interesse de ambas as partes, ocorre a efetivação do contratado.
Segundo ele, nesse ramo de atividade há grande rotatividade de pessoal, o que
dificulta à empresa investir na qualificação de seus colaboradores. Mesmo assim, a
instituição tem encaminhado vários dos seus colaboradores para participarem de
cursos ministrados pelo SESI – Serviço Social da Indústria, pois a empresa é
conveniada com esta instituição.
Na sequência, foi perguntado se é feita a divulgação de vagas e quais os
veículos de comunicação são utilizados. O entrevistado disse que sim e que a
31
divulgação é feita através das Emissoras de Rádio, SINE – Sistema Nacional de
Emprego, Agência de Aripuanã. Muitas vezes ocorre também indicação de pessoas
conhecidas e de colaboradores.
Foi perguntado também como ocorre a seleção de um candidato em caso de
surgirem mais de um candidato para uma vaga e se é solicitado currículo. Como
resposta, o entrevistado afirmou que por se tratar de trabalho braçal e os
trabalhadores possuírem baixa escolaridade, não apresentam currículo. Nesse caso,
são solicitadas informações dos locais em que o candidato já tenha trabalhado.
Dando continuidade, foi solicitado que o entrevistado falasse sobre quais
requisitos considerados importantes para a empresa na hora de contratar um
colaborador. Segundo o entrevistado, a empresa dá prioridade a candidatos que já
tenham experiência de trabalho no ramo de serraria, pois contratar pessoas sem
experiência pode dificultar o desenvolvimento da equipe como um todo.
Foi perguntado também se a empresa fornece EPIs aos funcionários. O
Senhor Edson respondeu sim, que que são fornecidos todos os EPIs obrigatórios e
que além disso, a empresa adotou uniforme e que este também é fornecido
gratuitamente.
Foi perguntado também se a empresa costuma promover cursos de
formação para seus colaboradores. A reposta foi que
Há uma grande preocupação da empresa em relação à formação junto ao SESI,
instituição com a qual mantém convênio. O mais difícil é conscientizar os
colaboradores a participarem desses cursos. O fato de serem trabalhadores braçais
e baixa escolaridade, estes têm pouco interesse em participar dos cursos de
formação. Mas a empresa tem promovido curso (obrigatório) de segurança e saúde
do trabalhador em parceria com SESI. Deste participam colaboradores voluntários
que depois repassam as informações aos demais. A empresa estimula seus
colaboradores a participarem e cria espaço para que essas informações sejam
divulgadas aos demais colaboradores. Além disso, procura fiscalizar para que sejam
aplicadas as normas da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Com os dados coletados na entrevista, e com os colaboradores foi
constatado que a problemática que mais influencia a transitoriedade de pessoal está
relacionada ao processo migratório, constante no município de Aripuanã. Famílias
migram de uma cidade para outra ou até mesmo de um Estado para outro,
possivelmente em busca de melhores condições de vida ou até mesmo de trabalho.
32
No caso de trabalhadores da indústria madeireira, geralmente de baixa
escolaridade, a migração pode representar um paliativo na resolução de
dificuldades, pois a maioria são trabalhadores braçais.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA
(2010, p. 16)
A ideia de que a migração significa pobreza é parcial e só se aplica de forma relativa e em casos precisos e contextualizados. Como se viu até aqui, a migração se transformou em termos de seus significados e estrutura e como experiência social. Ainda assim, a migração não é, na maior parte dos casos, uma aventura. Ao contrário, deve ser considerada como deslocamento à procura de trabalho e renda. Migra-se de uma região para outra – ou internamente às regiões – com a intenção de melhoria das condições pessoais ou da família. Migra-se para atenuar as dificuldades vividas na origem, sejam ligadas ao baixo dinamismo das economias locais ou às vulnerabilidades e carências no sistema de proteção social.
Como é possível observar, vários são os fatores que influenciam o processo
migratório em que famílias se deslocam em busca de melhorias, seja de ordem
pessoal, seja uma forma de garantir proteção social. Essa dinâmica influencia o
processo produtivo dentro das empresas, que necessitam de completar o quadro de
colaboradores e nem sempre encontram um profissional com o perfil necessário
para determinada função. Nessa situação, acabam contratando pessoas sem
qualificação profissional de maneira a não parar a produção.
A pesquisa revelou os seus colaboradores residem em Aripuanã a menos de
10 anos e que grande parte desses profissionais pertence ao quadro de pessoal da
empresa a menos de 5 anos como é possível observar os dados do gráfico 1. Não
foi encontrado nenhum profissional trabalhe nela desde sua instalação. Muitas
vezes, esses colaboradores ingressam com pouca ou nenhuma experiência
profissional e, após serem treinados para a função, mudam de empresa ou mesmo
da cidade sem hesitar.
O Gráfico 1 a seguir mostra a média de tempo de serviço dos colaboradores
na Mamborama.
33
Fonte: Pesquisa de campo realizada pela autora, 2013.
Gráfico 1 – Tempo médio de permanência dos colaboradores na empresa
Pode-se observar 40% dos colaboradores da empresa trabalha nela a mais
de 5 anos, 20% tem entre 4 e 5 anos de serviço, 20% está na empresa entre 3 e 4
anos e 20% tem entre 1 e 2 anos de serviço na empresa como pode ser observado
no gráfico 2 a seguir.
Na pesquisa realizada com todos os colaboradores, 75% deles afirmaram
que ingressaram na empresa por indicação de amigos, os demais afirmaram que
participaram de um processo seletivo do qual houve a participação de outros
candidatos, mas não especificaram como ocorreu a seleção.
Foi perguntado também sobre os estímulos que a empresa oferece aos
colaboradores, destacando-se o descanso semanal remunerado com 100% das
respostas, seguida de confraternização periódica com 20%, possibilidade de ser
promovido com 40%. Não houve confirmação se a empresa disponibiliza área de
lazer coletiva. Não mencionaram sobre eventos esportivos.
Ainda foi perguntado se o entrevistada, além da função que exerce, poderia
trabalhar em outro setor, 75% das respostas foi que não, 25% responderam que sim.
Isso permitiria que, em caso de necessidade, haja remanejamento de pessoal,
inclusive com melhor desempenho do profissional. Outra pergunta elaborada foi
sobre se os entrevistados gostariam de mudar de setor e dentro da empresa, e,
nesta houve unanimidade de que não gostaria. São casos a serem analisados pela
34
gestão da empresa, caso ocorram desligamentos de funcionários futuramente. A
ideia será apresentada à gestão e ao responsável pelo departamento de Recursos
Humanos da empresa para estarem atentos à possibilidade de remanejar alguém,
se houver necessidade.
Sobre a qualificação profissional, foi perguntado se os entrevistados
possuem curso profissionalizante e todos afirmaram que sim e que o curso foi
oferecido pela empresa. Apenas um especificou o curso técnico de segurança do
trabalho. Isso vem confirmar o que foi publicado no site www.itv.org.br com o título
“Brasil Real - Cartas de Conjuntura ITV” - Instituto Teotônio Vilela (2011, p. 1)
A saída está em investir pesadamente em qualificação profissional, algo que o governo federal esteve longe de fazer nos últimos anos. A maior parte das iniciativas de formação de mão de obra tem partido de entidades de classe, do Sistema S, de um ou outro governo estadual e, principalmente, do esforço das próprias empresas interessadas em contar com empregados mais capacitados: atualmente, 78% delas investem recursos próprios em treinamento de pessoal.
Percebe-se que há uma demanda muito grande de mão de obra qualificada
em todas as áreas da economia e que essa esse descompasso existente entre a
qualificação profissional ideal e a realidade posta no mercado de trabalho é
preocupante. De um lado, tem-se a necessidade de uma produção mais eficiente,
uma das maiores cargas tributárias do mundo, o investimento em qualificação
profissional teve um decréscimo significativo. Segundo pesquisa do ITV (2011, p. 2)
Entre 1996 e 2002, foram aplicados R$ 632 milhões anuais em média com formação e treinamento de mão de obra. Desde então, a média caiu a apenas R$ 120 milhões. Nos anos Lula, os dispêndios com seguro-desemprego passaram a abocanhar fatias crescentes do FAT: em 2009, por exemplo, dos R$ 24,3 bilhões arrecadados, R$ 19,6 bilhões foram destinados a amparar trabalhadores desempregados, enquanto somente R$ 154 milhões foram usados para qualificação.
Esses dados revelam a fragilidade, de um lado trabalhadores mal
preparados e, por essa razão, mal remunerados e, de outro, parece haver pouca
vontade política na resolução do problema. Se houvesse maior investimento em
qualificação profissional, possivelmente não haveria necessidade de programas
míseros, como o “Bolsa Família” que não atende a real necessidade do trabalhador,
que teria maior poder de barganha por salários mais justos.
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Talvez a resposta da pergunta “em que aspecto você acha que a empresa
poderia mudar para melhorar o seu desempenho profissional?” poderia ser melhor
explicada pelos entrevistados, pois o funcionário nº 1 respondeu que a empresa
deveria “Aplicar cursos obrigando mais áreas de trabalho”. O Funcionário nº 2
respondeu que “Acho que depende da empresa me cobrar o que devo melhorar”.
Para o entrevistado nº 3 aponta que “Está bom, mas se fosse para melhorar seria
em cursos para aperfeiçoamento da profissão.” Os demais entrevistados sequer
responderam a questão e, esse silêncio pode significar que a maioria dos
entrevistados tem noções mínimas da importância de qualificar-se para o mercado
de trabalho.
Esses fatores dificultam o recrutamento de pessoal por parte da empresa, e
pelo que se pode observar nos dados publicados pelo ITV (2011, p. 2)
Por mais que nos últimos anos o número de cursos superiores tenha sido multiplicado, a oferta de cursos técnicos, por sua vez, pouco evoluiu. Segundo o Ministério da Educação, para 6 milhões de matrículas no ensino superior, há apenas 1 milhão no ensino técnico. Já no ensino médio, somente 8,7% dos estudantes têm formação técnica, percentual muito baixo quando comparado ao de nações como China (42%) e Chile (37%).
Pode-se perceber que a preocupação em qualificar a mão-de-obra brasileira
teve pouco êxito e não atende as reais necessidades de mercado, se comparada a
demanda existente em outros países emergentes.
Para as empresas, de modo geral, segundo COSTA (2011, p. 1)
O desafio, nessa árdua competição, é ofertar aos funcionários um alcance da qualidade de vida como fator motivador ou, pelo menos, um salário digno à sua preparação e importância na organização, preservando o fator humano como seu maior patrimônio já que o mundo é regido por novas idéias. Isso requer investimentos em profissionais e um melhor aprendizado à convivência entre dois fatores vitais que insistem em divergir: lucros e pessoas.
De acordo com as palavras do autor, as empresas precisam voltar atenção à
valorização do patrimônio humano, isto é, proporcionar bem-estar aos seus
funcionários, pois assim será possível reduzir a divergência entre lucros e pessoas.
Observa-se que seria ao valorizar os colaboradores, a empresa não estará
diminuindo as possibilidades de lucros, ao contrário, permitindo que os
colaboradores tenham boa autoestima poderá repercutir de maneira positiva com
retorno para as empresas com melhorias na produção.
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Na pesquisa com colaboradores da Bamborama, foi possível observar a
promoção de confraternizações periódicas e a possibilidade de promoção são
estímulos mínimos, mas que refletem positivamente no bem-estar dos
colaboradores. São essas pequenas ações que dão vida ao árduo trabalho e que
levam muitas pessoas refletir na hora de pensar em mudar de empresa.
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta pesquisa foi demonstrar a importância de adotar estratégias
que possam subsidiar o recrutamento e seleção de pessoas, a fim de desenvolver
um contingente profissional com habilidades, atitudes e motivação para o bom
desempenho dentro da organização. Para tanto foi realizada uma pesquisa
bibliográfica à luz de estudiosos sobre a questão de gestão de Recursos Humanos e
uma pesquisa de campo, onde foram entrevistados os vinte funcionários da
ITAPORÃ LTDA – ME, para averiguar o tempo de serviço, capacitação profissional,
entre outros dados que pudessem enriquecer a pesquisa. O recorte compreende o
percurso histórico, partindo do início do século XX e sua evolução até nossos dias.
Constatou-se que os trabalhadores que ingressaram a mais tempo na
empresa foi em 2005 e que todos afirmaram que possuem curso profissionalizante.
Porém a contratação desses profissionais ocorreu de maneira a suprir vagas e que
ingressaram na empresa por indicação de amigos. Apenas um quarto deles
participou de processo seletivo.
Observou-se na pesquisa, que os entrevistados demonstraram satisfação
em relação à função que exercem, pois não demonstraram sequer curiosidade, ao
serem perguntados sobre a possibilidade de mudar de setor. Sobre as possíveis
mudanças da empresa para que pudessem melhorar o desempenho profissional,
esperam que a empresa invista em capacitação profissional. Percebe-se assim, que
os entrevistados compreendem a necessidade de qualificação e que esperam que a
empresa tome a iniciativa.
Diante dos dados coletados, vê-se dificuldade em elaborar um diagnóstico
acerca do perfil de um funcionário para preenchimento de uma vaga na organização,
pois não há na empresa um criterio preestablecido para o recrutamento e seleção de
pessoal. A contratação ocorre apenas com uma entrevista informal. Mas foi possível
observar que uma das funções que conduzem a produção da empresa é a do
serrador, pois precisa ter experiência e responsabilidade no aproveitamento na hora
de serrar a torra. Compreende-se que todas as funções dentro de uma empresa são
importantes, que dependem de habilidades e competências, mas no caso do ramo
madeireiro, a função de serrador tem grande destaque por ser a que distribui o
trabalho para as demais funções. Além disso, do desempenho desse profissional
depende da produtividade da empresa em termos de lucratividade. Portanto, o
38
profissional dessa função precisa ser capacitado e, assim como os demais, muito
bem valorizado.
Tomando-se como base o objetivo geral da pesquisa, foi observado que é
necessário elaborar um referencial para o recrutamento e seleção de pessoas,
contendo alguns pontos sobre o que é fundamental ser observado no processo de
seleção e recrutamento de pessoal para a empresa, pois foi constatado que não há
esse referencial estruturado. Outro fator que dificulta o trabalho de RH na empresa é
que não há uma pessoa qualificada para atender apenas esse departamento, mas
uma pessoa que exerce várias funções administrativas. Sugere-se que seja
elaborada uma ficha contendo os critérios a serem observados no processo,
contendo: perfil do candidato à determinada função, quais as habilidades e
competências exigidas do contratado. Esse procedimento poderia contribuir para
assegurar a ambas as partes maior esclarecimento e a vantagem de possibilitar
melhor aproveitamento no desempenho da função, pois o contratado tem
assegurado o que a empresa espera dele. Outra observação é de que para o bom
desempenho do recrutamento e seleção na empresa seria importante a contratação
de um profissional qualificado em Recursos Humanos, pois este estaria capacitado
para bem conduzir o processo.
Finalmente, a pesquisa serviu para compreender que há vários fatores que
influenciam a contratação de pessoal nesse ramo de atividade, entre os quais a
migração parece ser um fator determinante. Outro fator está relacionado ao fato de
acessibilidade para extração da madeira nos períodos de chuva, o que faz com que
a empresa tenha que reduzir o quadro de pessoal. Nessa época do ano (período
chuvoso) há também dificuldade de escoamento da produção e com isso, a empresa
pode ter dificuldades em manter o quadro estável. Entretanto, os dados levantados
servirão de base para que seja possível apresentar à gestão da empresa sugestões
que possam contribuir para melhorar o desempenho da área de RH da empresa.
Entre estas, negociar férias coletivas no período de maior dificuldade de produção
ou encontrar meios de formar um estoque para poder manter a produção no período
de maior dificuldade de escoamento.
Diante do exposto, conclui-se que os objetivos foram atendidos
parcialmente. Porém acrescentou importantes informações para o desempenho
profissional desta pesquisadora. Os resultados apurados serão encaminhados à
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gestão da empresa para que possa contribuir para a melhoria da área de Gestão de
Recursos Humanos e do desempenho dos colaboradores.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO A SER PREENCHIDO PELOS FNCIONÁRIOS 1 – Você mora em Aripuanã a quanto tempo? ___________________________________________________________________ 2 – A quanto tempo você trabalha nesta empresa? ___________________________________________________________________ 3 – Você tem curso profissionalizante? ___________________________________________________________________ 4 – Como você conseguiu este trabalho? a) ( ) por seleção entre outros candidatos; b) ( ) por indicação de um amigo; c) ( ) Através do SINE c) ( ) Anúncio de rádio. 5 – A empresa costuma oferecer cursos de capacitação profissional para os funcionários? ___________________________________________________________________ 6 – Que estímulos são oferecidos pela empresa aos funcionários: ( ) descanso semanal remunerado; ( ) confraternização periódica ( ) área de lazer coletiva; ( ) possibilidade de ser promovido. 7 – Quantas pessoas trabalham no seu setor de trabalho? ___________________________________________________________________ 8 – Além da função que você exerce dentro da empresa, você acha que poderia trabalhar em outro setor? ___________________________________________________________________ 9 – Você gostaria de mudar de setor de trabalho? ___________________________________________________________________ 10 – Em que aspecto você acha que a empresa poderia mudar para melhorar o seu desempenho profissional? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
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QUESTÕES QUE NORTEARAM A ENTREVISTA COM A GESTÃO DA EMPRESA
RESPONSÁVEL PELO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL
1- Como é feito o processo de seleção e contratação?
2 - Na sua empresa é constante a contratação e dispensa de colaboradores? Caso
afirmativo, que fatores o senhor considera relevantes nessa transitoriedade de
pessoal?
3 - Em caso de vagas há divulgação? Quais os meios de divulgação?
4 - Em caso de mais de um candidato para uma vaga, como é feita a seleção?
5 - Há algum requisito considerado importante para a empresa na hora de
contratação?
6 - A empresa fornece EPIs aos funcionários?
7 - A empresa costuma promover cursos de formação para os funcionários?
8 - A empresa oferece alguma outra vantagem aos seus colaboradores, como
confraternizações, área de lazer?