UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012. 5. 1. · UNIVERSIDADE CANDIDO...

40
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM EM ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL Por: Simone Pereira de Alvarenga Orientadora Prof. ª. Marta Pires Relvas Rio de Janeiro 2012

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012. 5. 1. · UNIVERSIDADE CANDIDO...

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM EM ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL

Por: Simone Pereira de Alvarenga

Orientadora

Prof. ª. Marta Pires Relvas

Rio de Janeiro

2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM EM ALUNOS COM PARALISIA

CEREBRAL

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito

parcial para obtenção do grau de

especialista em Neurociência

Pedagógica.

Por. Simone Pereira de Alvarenga.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, a

minha orientadora Marta Pires Relvas,

pelo incentivo, simpatia, dedicação nas

atividades e discussões sobre o

andamento desta monografia de

conclusão de curso.

Especialmente a professora Marta

Pires Relvas. Pelo espírito inovador e

empreendedor na tarefa de multiplicar

seus conhecimentos, pelas suas

disciplinas durante o curso que fez o

meu lado profissional e pessoal evoluir.

Aos colegas de classe pela alegria e

troca de informações, demonstração de

amizade e solidariedade.

A minha família que teve paciência e

tolerância com o meu nervosismo.

DEDICATÓRIA

Dedico a concretização desta etapa da

minha vida, primeiramente a DEUS,

aos meus pais, meus filhos meus tios e

aos meus irmãos.

Ao meu marido (in memorian) que tanto

colaborou para a minha permanência e

sucesso no curso. Também a minha

sogra que contribuiu para essa vitória

alcançada, com tanto esforço e amor.

Não poderia deixar de fora os meus

verdadeiros amigos, em especial Eloar

Cristina que através do incentivo me

motivou a prosseguir na minha

caminhada acadêmica que apenas está

começando.

A estas pessoas eu ofereço o meu

sonho de ser uma profissional

capacitada e dedicada. O meu abraço,

o meu beijo, o meu diploma e o meu

muito obrigada por me ajudarem a

escrever estas linhas da minha vida.

“Se não posso, de um lado, estimular

os sonhos impossíveis, não devo de

outro, negar a quem sonha o direito de

sonhar” (Paulo Freire).

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo analisar a contribuição da Neurociência

com alunos com Paralisia Cerebral no processo ensino-aprendizagem. Que

cada vez mais os alunos da inclusão necessitam de profissionais capacitados

para desenvolver um trabalho de transformar o educando com Paralisia

Cerebral junto á uma plasticidade no processo de estímulos e interação, assim

desenvolver á parte motora e cognitiva dessas crianças. A pesquisa foi

elaborada com algumas Bibliografias, artigos e sites.

METODOLOGIA

Este estudo ocorrerá através de pesquisas bibliográficas em

livros, artigos acadêmicos e sites especializados em Neurociência cognitiva. A

pesquisa se desenvolverá por meio de leituras e investigações sobre as

dificuldades que afetam a aprendizagem em crianças com Paralisia Cerebral. O

conteúdo cientifica do trabalho permeará a relação entre as bases neurais da

aprendizagem, junto á plasticidade, a descrição das dificuldades de

aprendizagem e o papel das emoções e do Sistema Límbico nesse processo.

Nesse sentido, o enfoque será dado aos aspectos neurocientíficos

especializados e atualizados sobre o funcionamento do sistema. Nervoso no

processo de aquisição do conhecimento, as consequências das lesões no

aluno e outros aspectos das vias neurais envolvidas com as emoções.

SUMÁRIO

Introdução.................................................................................................. 07

Capítulo I

Contribuição das Neurociências: o novo paradigma da Educação sobre

a extraordinária história do cérebro........................................................... 09

Capítulo II

Paralisia Cerebral...................................................................................... 21

Capítulo III

Teorias da Aprendizagem.......................................................................... 26

Considerações finais................................................................................. 36

Bibliografia................................................................................................. 37

7

INTRODUÇÃO

Grande momento de muitas mudanças no panorama educacional.

Experimentam-se no processo formativo educacional certos conceitos como

construtivismo, sóciointeracionismo, psicogênese, ressignificação da educação,

legitimação do ensino e epistemologia, porém em certas situações as ações

pedagógicas fogem desse contexto. Atualmente, a pluralidade de situações

com que nos deparamos nas instituições de ensino evidência, que para

inclusão ser completa em todos os ângulos pedagógicos e físico da instituição

para com o aluno necessita de capacitação de profissionais e estrutura física.

O momento de ensino-aprendizagem com os alunos de paralisia cerebral fica a

critério do profissional que direciona os conteúdo mecanicamente com pouca

profundidade e bastante estímulos para que haja uma aprendizagem

significativa.

Portanto, conhecer os diferentes espaços cerebrais e a Neurociências

como um todo é fundamental para compreender o processo de aprender e até

mesmo fazer relações com outros conteúdos e com o cotidiano das pessoas.

Percebeu-se ao longo trajetória da pesquisa o quantos os fundamentos da

Neurociências são ainda distanciados da Educação . Tal percepção direcionou

os estudos, abrindo novos caminhos, e aos poucos passo-a- passo , foi- se

construindo um texto capaz de orientar educadores na utilização do

conhecimento das Neurociências e apresentar o estudo do cérebro como dos

elementos essências para o processo de ensino-aprendizagem com os alunos

de paralisia cerebral. Tal preocupação, a construção de um texto esclarecedor

adveio da vontade de ajudar o educador a conhecer de forma mais dinâmica o

funcionamento do cérebro e o avanço da Neurociências no século XXI, e a

partir dai fazer as mudanças necessárias como uma possibilidade de evolução

e crescimento. Logo, analisar e compreender a dimensão do cérebro e da

Neurociências são elementos fundamentais e norteadores ao processo de

ensino- aprendizagem com as habilidades da plasticidade cerebral nos alunos

com paralisia cerebral. Por isso, descobrir respostas a essas questões me fez

utilizar leituras e praticas,com o intuito de legitimar o tema que tanto busca

8

descobertas e soluções para ajudar e desenvolver um trabalho construtivo e

significativo para a educação evoluir.

Durante muito tempo ao longo da história, o entendimento do cérebro

tem ser tornado um desafio em diferentes momentos da sociedade e ao tipo de

tratamento que estamos dando para as nossas práticas em sala de aula. A

aprendizagem não é uma simples conquista de conteúdos, entender como este

processo acontece tornou-se um desafio para os educadores. Para que ela se

concretize é preciso agregar novas informações à nossa memória e , ao

mesmo tempo, interliga-la a práticas diferenciadas em sala de aula para que

posteriormente, deêm as respostas mais adequadas. É importante frisar que na

construção dessa pesquisa em busca de novas informações na área da

Neurociências com o contexto das habilidades da plasticidade cerebral para

um desenvolvimento cognitivo no processo de ensino-aprendizagem de alunos

com paralisia cerebral venha formar significações e conexões entre os

conteúdos estudados visando atender aos objetivos propostos, esta monografia

apresenta a seguinte estrutura.

O primeiro capítulo proporciona aos leitores, em especial aos

educadores uma visão de como o cérebro aprende e orienta na utilização do

conhecimento da Neurociências, aplicado no processo de ensino-

aprendizagem fazendo um abordagem em cinco dimensões a primeira trata de

uma fundamentação para mostrar a dimensão da Neurociência, fazendo um

percurso da sua história e do estudo do cérebro, a segunda refere-se à uma

nova fase do cérebro, ou seja a nova era cerebral numa perspectiva da

Neurociência, a terceira dentro da formação de conceitos, associa elementos

fundamentais do cérebro e suas conexões no desenvolvimento da

aprendizagem. A quarta e quinta refere-se a nova cérebro e o processo do

sistema nervoso . Em seguida, no segundo capítulo a história da paralisia

cerebral, sua etiologia e as classificações. No terceiro capítulo abrange

algumas teórias de aprendizagem com conexões a Neurociências e concepção

de alguns teóricos e habilidades da plasticidade cerebral a seguir temos as

considerações finais.

9

CAPÍTULO I

CONTRIBUIÇÃO DAS NEUROCIÊNCIAS: O NOVO PARADIGMA DA

EDUCAÇÃO SOBRE EXTRAORDINÁRIA HISTÓRIA DO CÉREBRO

Atualmente a Neurociências é uma das áreas que mais avançou

em termos de indagação e investigação, nos últimos tempos. Pensar e

escrever sobre Neurociências, a primeira impressão que será algo difícil,

incompreensível afinal falar a respeito do cérebro parece coisa do outro mundo

ou, assunto específico de médicos. Agora iniciando a história da Neurociências,

para a origem dessa ciências há evidências que sugerem que até mesmo

nossos ancestrais pré-históricos compreendiam que o encéfalo era vital para a

vida. Os registros pré-históricos são ricos em exemplos de crânios de

hominídeos, datado de um milhão de anos ou mais, apresentando sinais de

lesões cranianas letais infligidas por outros hominídeos. Há cerca de

7.000anos, as pessoas já faziam orifícios no crânio de outros( um processo

chamado trepanação) com intuito de curar e não de matar. Tais crânios

mostram sinais de cura e que eram feitas em sujeitos vivos e muitos indivíduos

sobreviviam a essas cirurgias cranianas.

Com pouco esclarecimento do que esses cirurgiões primitivos

queriam realizar, embora haja quem especule que esse procedimento poderia

ter sido utilizado para tratar dores de cabeça ou transtornos mentais, talvez

oferecido aos “ maus espíritos ’’ uma porta de saída. Escritos recuperados

desses médicos do Egito antigo, de quase 5000 anos atrás indicam que eles já

estavam bastante ciente de muitos dos sintomas de lesões cerebrais. Para

esses médicos estava bem claro que, o coração, e não o encéfalo era a sede

do espírito o supositório de memória. Até então o pensamento de que o

coração era a sede de consciência e do pensamento permaneceu até a época

de Hipócrates.

Na Grécia antiga foi observado que á cabeça é especializada em

perceber o ambiente, nela estão os olhos e as orelhas, o nariz e a língua

10

mesmo dissecções grosseiras mostram que os nervos desses órgãos podem

seguidos através do crânio.

Segundo Hipócrates o pai da medicina ocidental acreditava que o

encéfalo não apenas estava envolvido mas sensações, mas ela era também a

sede da inteligência, isto é, a mente estava no cérebro.

Para Aristóteles se agarra á crença de que o coração era o centro

do intelecto. Defendeu a hipótese que a mente tinha sede no coração e o

cérebro resfriava o sangue. Tipo um sistema hidráulico, os nervos ocos que

circulavam o espírito animal.

Segundo Galeno que concordava com a ideia de Hipócrates sobre

o encéfalo, como médico dos gladiadores ele deve ter testemunhado, as

infelizes consequências de lesões cerebrais e da medula espinhal.

De acordo com a informação que Galeno obteve sugeriu que o

cérebro deveria ser o receptáculo das sensações, e o cérebro deveria

comandar os músculos. Ele teorizava que se retirassem as ramificações de

suporte dos ventrículos, ficava o esférico e que o poder da sensação, do

nascimento fluía no cérebro e ainda o que é racional na alma tem ali a sua

existência. Com essa teoria de localização do espirito no fluido dos ventrículos

perdurou por vários séculos. Assim, no século XVI Andreas Versalius que

realizou várias dessecações, sobre em crânios de criminosos executados,

assim contesta a ideia de Galeno, relatando que os asnos tinham ventrículos e

não tinham capacidades intelectuais e que a sede funcional deve ser mais

cerebral. Uma das observações for a de que o tecido cerebral era dividido em

duas partes ; A substancias cinzenta e a substancia branca. Um importante

passo da neuroanatomia foi a observação de que o mesmo tipo de padrão de

saliências (os giros) e sulcos (ou fissuras) podia ser identificada na superfície

cerebral de cada indivíduos, com esses padrão que permite a decisão do

cérebro em lobos, isso foi a base da especulação de que diferentes funções

estariam localizadas em diferentes saliências do cérebro.

1. A Visão do Sistema Nervoso no Século XIX

11

Durante o século XVIII a compreensão do sistema nervoso foi

assim, a lesão no encéfalo pode causar desorganização das sensações,

movimentos e pensamentos, podendo levar á morte. O encéfalo opera como

uma maquina e segue as leis da natureza. Em 1751 Benjamin Franklin publicou

um panfleto intitulado experimentos e observações em eletricidade, que levou a

uma nova compreensão dos fenômenos elétricos.

Durante a virada do século o cientista italiano Luigi Galvani (1737-

1798) em seus experimentos descobriu que os músculos podiam gerar

eletricidade por si própria e que o próprio encéfalo gerava eletricidade. O novo

conceito era de que os nervos eram como ‘’fios’’ que conduzem sinais elétricos.

Para Charles Bell fisiologista Francês respondeu que justamente

antes dos nervos se conectarem á medula espinhal, as fibras se dividem em

dois ramos, ou raízes : A raiz dorsal entra pela parte de trás da medula

espinhal e a raiz espinhais carregassem informações em diferentes sentidos

cortando cada raiz separadamente e observando as consequências em

animais experimentais, que cortando as raízes ventrais havia paralisia

muscular. Sendo que, Magendie demonstrou que ás raízes dorsais levaram

informações sensoriais para a medula espinhal Bell e Magendie concluíram

que em casa nervo existia uma mistura de muitos ‘’fios’’, alguns deles

carregando informação para o encéfalo e para a medula espinhal, e outros

levando a informação para os músculos.

Para a evolução do sistema nervoso ao longo de várias gerações,

esse processo distinguem as espécies hoje em dia : nadadeiras nas focas,

pelos nos cachorros, mãos nos guaxinim, e assim por diante. Os cientistas não

podiam discernir se os processos de diferentes células se fundiam, como os

vasos sanguíneos do sistema circulatório, de não se eles fundissem o termo

‘’rede nervosa’’ de células neurais conectadas, poderia representar a unidade

elementar da função cerebral nervosa individual hoje chamada de ‘’neurônio’’,

foi reconhecido como sendo a unidade funcional básica do sistema nervoso.

Era fundamental saber a importância do encéfalo humana,

quando J. Hunghlengs concluiu que muitas regiões do encéfalo contribui para

dado comportamento, então nessa época na França que surge talvez o caso

mais famoso da neurologia relatado por Paul Broca, ele tratou um paciente com

acidente vascular cerebral, ele entendia a linguagem, mas não conseguia falar,

12

entretanto, murmurava. A exata parte do cérebro que estava lesionada no

paciente de Broca era o lobo frontal esquerdo, que posteriormente denomina-

se área de Broca. Havia aqui uma parte exclusiva da linguagem prejudicado

por uma lesão especifica, tema escolhido pelo neurologista Carl Werneck que

relatou um caso de um paciente também com acidente vascular cerebral que

podia falar quase normalmente, diferente do paciente de Broca, porém o que

falava não fazia sentido, era uma lesão na parte mais posterior do hemisférico

esquerdo onde se encontram os lobos parietal e temporal.

Contudo, há pouco mais de cem anos, as descobertas de Broca e

Werneck e fizeram revolucionar. Naquela época os médicos eram limitados em

suas habilidades para identificar as lesões dos pacientes em alguns casos isso

só era possível após a morte do paciente. Atualmente , o local da lesão pode

ser identificado em poucos minutos com o auxilio de imagens que mapeiam e

fotografam o encéfalo vivo. No entanto, a grande revolução sobre o sistema

nervoso estava ocorrendo mais ao sul da Europa, Itália e na Espanha entre o

italiano Camilo Golgi que desenvolveu uma coloração que penetrava os

neurônios com prata o que permitia a visualização completa de um único

neurônio e o espanhol Santiago Ramón y Cajal , que ao contrário da visão de

Golgi os neurônios eram únicos. Ele foi o primeiro a identificar não somente a

natureza única do neurônio, mas também a transmissão de informação elétrica

em uma única direção dos dendritos para extremidades do axônio. Ramón y

Cajal foi o pai da Neurociências moderna por honra de várias descobertas

partiram da utilização do corante descoberto por Golgi, que continuava a ver o

neurônio como uma só unidade e Ramón y Cajal via o neurônio como uma

unidade independente.

No Brasil, o imperador Pedro amante das artes e das ciências se

correspondeu com o eminente fisiologista alemão Du Bois Reymond acerca da

fundação de um instituto de ¨Phycologia¨ na cidade do Rio de Janeiro, mas

que jamais teve efetividade prática. A história da Neurociências no Brasil se

confunde com a própria história da fisiologia brasileira. O estudo experimental e

sistemático da fisiologia começou sem dúvida com irmão Álvaro e Miguel

Ozório de Almeida, no Rio de Janeiro, os quais também iniciaram

principalmente Miguel as pesquisas em neurofisiologia. Álvaro criou uma

escola nesse campo, que culminou com seu discípulo Paulo Enéas Galvão,

13

que foi para o instituto Biológico de São Paulo e tornou-se o segundo

professor de fisiologia da recém criada escola paulista de medicina ,

substituindo outros discípulo carioca, Thales Martins que com Ribeiro do Valle

ajudou fundar a neuroedocrinologia brasileiro. No final da década de 1950 dois

iminentes fisiologistas. Saíram das fileiras da faculdade da Nacional de

Medicina e se juntaram a Carlos Chagas Filho e Carlos Eduardo Guinle da

Rocha Miranda no departamento de neurofisiologia, as primeiras experiências

em sistema nervoso central com registro da atividade elétrica no córtex

cerebral de mamíferos anestesiados foram de Alberto-Fessard e os estudantes

de medicina Eduardo Oswaldo Cruz e Carlos Eduardo Miranda.

O Brasil foi agraciado com vários pesquisadores que lutaram para

postular o conhecimento cientifico em solo brasileiro, permitindo a sociedade

atual o contato com a Neurofisiologia, Neurobiologia, Fisiologia, Biofísica entre

outros.

1.2 As Neurociências do século XXI

Estudo do desenvolvimento histórico da Neurociência do sec. XX

e XXI, o ultimo século veio revolucionar o modo como hoje é possível entender

as funções (e disfunção) do sistema nervoso. Os progressos observado nas

áreas da Neuroimagem e da Neurofisiologia vieram dar um novo folego aos

projetos ancestrais de correlacionar localização e função, resultando em

grandes avanço na identificação e diagnostico da grande parte dos distúrbios.

Como legado da Década do cérebro, é hoje seguro antecipar que a genética e

a biologia molecular serão o motor dos mais importantes progressos futuros da

Neurociências reformular a nossa forma de encarar e pensar a mente humana.

Se o século XX foi o berço da Neurociências moderna, o século XXI será o

aprendizado da Neurociências. Sendo assim escritas e suas descoberta fica

sendo experimental como é chamado de abordagem reducionista, e por isso

que existe níveis de análise sobre a Neurociências como níveis,molecular,

celular de sistema, comportamental e cognitivo.

Neurociências moleculares o encéfalo tem sido considerado, a

mais complexa porção de matéria no universo. A matéria encefálica consiste

14

em uma fantástica variedade se moléculas, muitos das quais exclusivas do

sistema nervoso. Essas diferentes moléculas tem diferentes papeis, os quais

são cruciais para a função cerebral: mensageiros que permitem aos neurônios

comunicarem-se uns com os outros, sentinelas que controlam quais matérias

podem entrar ou deixar os neurônios, guiam que direcionam o crescimento

neuronal arquevistas de experiências passadas. Este estudo do encéfalo mais

elementar é chamado de neurociências molecular.

1.3. O cérebro

O século XX foi notável para o estudo do cérebro que é

verdadeira caixa preta, o cérebro pode ser despido e visto através do raio X,

uma técnica conhecida como Position Emission Tomogrophy possibilita marcar

o oxigênio e glicose permitindo o cientista acompanhar seus passos ¨cérebro¨

com essa técnica é possível discriminar áreas cerebrais em pessoas com

atividades diferentes. O cérebro humano constitui-se por dois hemisférios

cerebrais esquerdo e direito. O hemisfério esquerdo controla o lado direito e o

hemisfério direito controla o lado esquerdo. Cada hemisfério divide-se em lobo

frontal, lobo parietal, lobo occipital e lobo temporal. Eram vistos como dois

irmãos, um ativo, dinâmico e falante e outro tolo e mudo. De acordo com

alguns pesquisas chegaram a conclusão que exercícios que estimulassem a

ação cerebral como exercícios neuróbicos é uma combinação de neurônios e

atividades física ou aeróbicos, sendo assim conservar a juventude do cérebro

não é difícil . As células nervosas quando excitadas produzem neurotrofinas ,

moléculas que estimulam seu crescimento e reação.

Essa fantástica aparelhagem orgânica pesa aproximadamente 1,2

kg e tem capacidade de registrar 100 milhões de sensações por segundo.

No estado de vigília, produz, pelo menos, 3 bilhões de impulsos

nervosos por segundos (resposta ao estimulo) façanha que não é possível de

ser realizada por qualquer computador de ultima geração. Cada um dos 100

milhões de neurônios do córtex é capaz de se relacionar com, no mínimo, 30

outros neurônios originando-se, assim, uma rede de fibras nervosas, que, se

15

colocadas em fila, alcançariam o comprimento de aproximadamente 160.000

km.

Essa rede, em razão direta de uso, está sujeita a constantes

alterações pela formação de novos colaterais, o que determina aumento de

intercomunicação. Isso é chamado de plasticidade cerebral, isto é, a

capacidade de constante modificação funcional, podendo até mesmo serem

criadas funções em áreas que não são especificas para a mesma (como

exemplo, pode ser criada uma área de fala no hemisfério direito, sendo que a

mesma é especifica da área de Broca, no hemisfério esquerdo; essa

‘’especifecidade’’, portanto é relativa.

Ramón Y Cajal, já demostraram, há cem anos, que é possível

aumentar a capacidade cerebral através de estímulos, e que também e

possível atrofiar ou até mesmo fazer desaparecer certa área cortical através da

inativação ou desuso. Os cientistas acreditam que o homem utilize com maior

intensidade apenas pouco mais de um terço da capacidade cerebral, por falta

de estimulação, treinamento e aprendizagem.

Determinadas áreas de cérebro, permanecem pouco ativas,

desconhecidas e inexploradas. Assim sendo permite compreender por que o

funcionamento do cérebro ainda não for esclarecido em sua totalidade e por

que ainda há tanto a ser descoberto. A uma conclusão, entretanto, já podemos

chegar. A capacidade do cérebro é praticamente inesgotável, e, mesmo se o

homem vivesse 500 anos (em condições saudáveis), ainda assim poderia

esgotar essa capacidade.

Sendo que em relação a capacidade cerebral quer dizer que é a

lei do uso e do desuso estimulação e falta de estimulação. Por enquanto

podemos apenas afirmar que a vontade de captar novos estímulos, ligada á

aprendizagem, é o caminho para uma evolução cerebral.

Considerando o estudo evolutivo, observa-se que o cérebro

humano pode ser dividido em três partes distintas, funcional e evolutivamente:

O cérebro reptiliano (primitivo-R), cérebro límbico (das emoções-L) e neocórtex

(cérebro evolutivo-N).

16

O cérebro reptiliano é assim chamado por ter sido evolutivamente

dos répteis (embora já existisse em escalas animais inferiores).Podemos

considerar como cérebro reptiliano mais especificamente a região hipotalâmica,

sendo está a responsável pelo comportamento sexual, alimentar, de sono

vigília, agressivo e social (sendo este último referente ao ângulo de hierarquia

social, em grupo ou em bando). O cérebro reptiliano contribui decisivamente

para a sobrevivência da espécie ou do individuo.

O cérebro límbico desenvolveu-se evolutivamente em tronco do

cérebro a partir dos mamíferos primitivos. Constitui o centro das emoções

(embora ainda primitivas), possuindo, entretanto, uma intensa ligação com o

cérebro R.

Na espécie humana, o cérebro L é o substrato das emoções

primitivas, realizando uma constante troca de feedback com o neocórtex para o

aprimoramento dessas emoções.

O cérebro neocórtex também conhecido como cérebro humano,

pois compreende a parte evolutivamente mais recente. Apesar desse nome,

não é somente na espécie humana que aparece, pois animais inferiores, como

cão e os macacos, por exemplo, já o tem bem desenvolvido. Mesmo assim, é

no homo sapiens (Sp. humana) que ele atinge o máximo de seu

desenvolvimento e aperfeiçoamento.

Formou-se gradativamente pela evolução em torno de cérebro L,

possibilitando o cumprimento de tarefas mais associadas ao intelecto e a gnose

(poder criativo), conferindo ao homem as capacidades de fala, escrita,

motricidade elaborada, realização de cálculos matemáticos, composição

artística, enfim, tudo aquilo que nos diferencia e identifica como seres

humanos. Através do neocórtex, portanto, a natureza tirou o homem da

condição simples de animal tornando-o racional e ampliando suas emoções e

seu intelecto. (Como exemplo, o sentimento familiar, antes restrito aos

componentes da própria espécie, torna-se extensivos aos demais seres vivos e

também ao meio em que vive).

17

Essa estrutura orgânica poderosa pode, entretanto, a partir do seu

próprio poder, tanto criar como destruir, se poder, tanto criar como destruir se

não for bem utilizada e preservada.

Considera-se como cérebro as estruturas situadas acima do

hipotálamo, ou seja, os hemisférios cerebrais e as outras estruturas que fazem

do telencéfalo. Como já foi citado anteriormente os hemisférios cerebrais direito

e esquerdo compreendem a maior parte do cérebro, sendo unidos por um

poderoso feixe de fibras, o corpo caloso, que os inter-relaciona, tornando a

mensagem captada por um hemisfério disponível no hemisfério oposto. Além

dessa estrutura comissural (de ligação) os hemisférios cerebrais são unidos

pela comissura anterior e pela comissura hipotalâmica.

Em níveis inferiores a essas estruturas citadas grandes vias

ascendentes e descendentes (aferentes e eferentes) ligam o córtex e o tálamo

com os pedúnculos cerebrais, a ponte, o bulbo e a medula espinhal. A região a

seguir, abaixo do córtex, é a subcortical construída de axônios, ou seja, fibras

mielinizadas (de colaboração branca, portanto) que realizam um feedback

constante com o córtex onde o impulso levado pelas fibras será decodificado e

registrado, sendo elaborada uma resposta ao mesmo. A superfície do cérebro

não é lisa, ela apresenta saliências e reentrâncias chamadas cercumoluções

que aumentaram gradativamente com a evolução, sendo que o homem a

espécie que apresenta maios quantidade deste ‘’enrugamento’’ da superfície

cerebral. Sua função é aumentar a área do córtex, ou seja, aumentar a área de

registro e decodificação de estímulos e a capacidade de elaboração de

respostas ao mesmos.

Através das circunvoluções, o córtex penetra no interior do

cérebro, formando o córtex límbico, que fica situado em torno das estruturas

límbicas (daí o nome). Essas estruturas corticais também estão relacionadas

com as emoções. Os sulcos cerebrais são os sulcos que dividem o cérebro em

hemisfério e lobos, sendo as principais as que seguem.

Cissura inter-hemisférica ou longitudinal situa-se na parte superior

do cérebro, sendo a mais profunda e dividindo-a em hemisférios (direito e

esquerdo). Ela é tão perceptível e separa os hemisférios de tal forma que

18

alguns autores (como Popper e Ecles. 1991) fazem diferença entre eles.

Chamando de ‘’cérebro maior’’ o hemisfério esquerdo e de ‘’cérebro maior’’ o

hemisfério direito. Essa diferenciação é considerada pelas características

próprias de cada um. O hemisfério esquerdo por ser dominante e o hemisfério

direito relacionado com o simbolismo e o abstrato.

Os lobos cerebrais apresentam especializações funcionais, sendo

que essas funções sofrem maior aprimoramento e especificidade em regiões

que circundam as áreas de funções mais amplas.

Como exemplo, o lobo occipital (córtex occipital) tem como função

à visão de uma forma ampla. Em torno dessa área, ainda no lobo occipital,

ficam as áreas de associação visual. Assim, com a área ampla, ‘’vejo’’, e como

as áreas circundantes à mesma, ‘’interpreto o que vejo’’.

Apesar da especificidade dos lobos, as mesma é relativa, pois

suas funções se inter-relacionam funcionalmente. Assim com o lobo frontal,

‘’penso’’, mais, ao mesmo tempo, ‘’enxergo’’ meu pensamento (lobo occipital),

penso ‘’sentir o cheiro’’ do que penso (lobo temporal) ou até mesmo ‘’ter a

sensação tátil’’ do que estou pensando (lobo parietal).

A)Lobo frontal situa-se na frente da cissura central e acima da

cissura lateral de uma forma ampla, estar relacionada com a

motricidade.

No homem, o lobo frontal sofreu uma proeminência na parte

anterior formando a região pré-frontal.

Essa região é considerada superior pois tem como função a

elaboração do pensamento, capacidade de atenção e a idealização e

adequação comportamental a cada situação social ou física. É considerada a

sede da Psique. A região pré-frontal possui grandes números de fibras que a

ligam ao cérebro límbico ( emoções primitivas), e essas fibras tem como função

coibir ou censurar a manifestação do límbico. Quando há lesão na área pré-

frontal, o individuo se comporta de uma forma primitiva, irracional e inadequada

porque o límbico fica livre e sem censura.

19

Abaixo do lobo frontal, fica localizado o bulbo olfatório. Que é o órgão sensorial

do olfato, também ligado às emoções. Acima do bulbo olfatório, fica localizado

o córtex olfatório que realiza o registro e a decodificação dos estímulos

olfatórios.

B)Lobo parietal situa-se atrás da cissura central e à da cissura

parietoccipital. É importante na percepção do tato, da dor e da posição dos

membros. Também integra as experiências sensoriais provenientes do corpo,

permitindo, perceber o tamanho, a forma e a textura dos objetos (identificação

sem visualização). Estar relacionado com o sensório-motor. A parte superior do

lobo parietal é fundamental para uma autoimagem completa, ou seja, uma

percepção global do próprio corpo em relação a si mesmo ou aos estímulos

que o atingem. Uma lesão nessa área pode ocasionar alterações neurológicas

estranhas, como a negação de partes do próprio corpo: Uma paciente, por

exemplo, passa a vestir somente uma perna da calça e a outra não, porque

‘’aquela perna não existe’’.

A porção parietal inferior (próxima ao lobo temporal), esta com a

integração de informações sensoriais relacionados à fala e à percepção, por

estar próxima às áreas de Broca e de Werneck.

C) O Lobo occipital situa-se abaixo da cissura parietoccipital e

acima do cérebro. É responsável pela visão, sendo este centro localizado na

região inferior situada em torno de si, e que nos permite identificar a forma, a

cor e o tamanho dos objetos.

Na porção mais profunda do lobo occipital, acima do tronco

encefálico e do cerebelo, está uma parte do lobo occipital que faz parte da

função de reconhecimento e de fisionomias. A lesão nessa área pode causar

uma reação patológica que leva a confundir faces com objetos inanimados ou

outras manifestações bizarras, todos relacionados alterações fisionomias.

D)Lobo temporal situa-se à frente do lobo occipital e a abaixo do

lobo parietal. Está relacionado com a audição, a memoria e as emoções. O

córtex auditivo amplo fica situado na sua porção superior, e, em torno,

20

localizam-se ás áreas interpretativas auditivas (identificam de som, timbre,

intensidade e etc.)

Também na porção temporal superior fica situada a área de

expressão sensorial ou de interpretação (Werneck), importante para o

reconhecimento da palavra, possuindo interconexões com a área frontal da

linguagem (Broca), responsável pela articulação da palavra: A área da

expressão motora (Broca). Articulação da palavra; área sensorial da palavra

(Werneck) reconhecimento e interpretação da palavra.

As emoções são também mediadas pelo lobo temporal

juntamente com o frontal, considerando-se sempre suas interligações com o

sistema límbico (emoções intentivas e irracionais) donde emergem as emoções

básicas sob o ponto de vista animal.

Sendo assim a área de Broca é responsável pela capacidade de

expressão ou a fala, essa característica é a que mais diferencia a nossa

espécie das outras espécies animais. Quando há lesão nessa área, ocorre a

afasia motora, que é a incapacidade de expressão, embora haja compreensão.

É a área de Werneck que é pela interpretação geral ou global dos estímulos.

Por isso é considerada como a área do gnose, do reconhecimento profundo ou

da memória terciária.

21

CAPÍTULO II

PARALISIA CEREBRAL

2. Conceito

No meado do século XIX um ortopedista inglês de nome William

Little fez os primeiros relatos de uma enfermidade que afetava crianças nos

primeiros anos de vida, caracterizada por rigidez muscular, em especial nos

membros inferiores e em menor grau nos membros superiores, Estas crianças

tinham dificuldades em pegar objetos, engatinhar e andar e não melhoravam

com seu crescimento, nem tão pouco pioravam. Tal condição foi chamada de

¨Síndrome de Little¨ por muitos anos e hoje é conhecida como ¨Diplegia

Espática¨. Esta enfermidade apresenta várias manifestações de dificuldades

no controle de movimento devido a um insulto ao cérebro em desenvolvimento

agrupado atualmente sob termo de Paralisia Cerebral (PC). Muitas dessas

crianças nascendo prematuras ou por partos complicados e Little sugeriu que

esta condição resultaria de asfixia perinatal. Ele propôs que a pouco

oxigenação danificaria tecidos cerebrais responsáveis pelos movimentos.

A expressão Paralisia Cerebral surgiu durante a fase neurológica

de Freud, em 1987 ao estudar a síndrome de Little, nesse caso o termo

paralisia cerebral a tem de diferencia-lo do termo Paralisia Infantil, a

poliomielite que consiste em paralisias flácidas , Freud descordava Little ao

observar que crianças com paralisia cerebral geralmente apresentam outros

problemas como por exemplo: retardo mental, distúrbios visuais, convulsões,

entre outros. Então, ele sugeriu que a desordem poderia algumas vezes afetar

o cérebro antes do nascimento durante o desenvolvimento cerebral fatal.

Apesar da observação de Freud, a crença de que complicações

do nascimento causaram a paralisia cerebral foram difundidas entre médicos,

familiares e até mesmo cientistas médicos. Por volta dos anos 80 do XX

cientistas analisaram extensivamente dados de um estudo governamental de

mais de 35 mil nascimentos e se surpreendem ao descobrir que tais

complicações aconteciam em apenas parte dos casos, provavelmente em

22

menos de 10%. Estes achados do estudo Perinatal do Instituto de Distúrbios

Neurológicos (National Instituto of Neurological Disordes and stroke NNDS)

alteravam profundamente as teorias acerca da Paralisia Cerebral e

estimularam os pesquisadores a descobrirem outras causas. Paralisia Cerebral

á uma expressão abrangente para diversos distúrbios que afetam a capacidade

infantil para se moer e manter a postura e o equilíbrio. Uma vez que a Paralisia

Cerebral influencia o modo como as crianças se desenvolvem, ela é conhecida

como uma deficiência (distúrbio) do desenvolvimento. Atualmente o Estados

Unidos, existem mais pessoas com Paralisia Cerebral do que com outro

distúrbio do desenvolvimento, incluindo a Síndrome de Down, a epilepsia e o

autismo. Nos Estados Unidos anualmente, cerca de 5 mil crianças até 5 anos e

1.200-1.500 Pré-escolares são diagnosticados com Paralisia Cerebral. Ao todo,

aproximadamente 500 mil pessoas naquele país tem algum grau de Paralisia

Cerebral.

Ainda que as crianças com Paralisia Cerebral muito leve

ocasionalmente se recuperem na época da idade escolar, a Paralisia Cerebral

geralmente é uma deficiência que dura para toda a vida.Toda criança com

Paralisia Cerebral tem uma lesão na área do Cérebro que controla. O Tônus

muscular. Consequentemente pode ter um tônus muscular aumentado reduzido

ou uma combinação dos dois( Tônus variável ou flutuante).

2.1 Classificação

A Paralisia Cerebral pode ser classificada de acordo com o tipo e

a distribuição da anormalidade motora. As formas de classificação mudaram

pouca desde a obra de Freud em 1897. Entretanto, deve ser notado que

geralmente a apresentação clinica não é pura. Movimentos involuntários

anormais podem ser vistos nas síndromes espásticas e sinais pirâmides podem

ser vistos nas síndromes discinéticas e atóxicas.

Classificação baseada no envolvimento motor.

Espasticidade: O quadro mais frequente, correspodendo em até 70%

dos casos. A criança espática existe um comprometimento do Sistema

23

Piramidial com a Hipertonia dos músculos. É caracterizada pela lesão do

motoneurônio superior do córtex ou nas vias que terminam na medula

espinhal. A espasticidade ciumenta com a tentativa da criança em

executar movimentos, o que faz com que estes sejam bruscos, lentos e

anárquicos. Os movimentos são excessivos divido ao reflexo de

estiramento estar exagerado.

Atetose: Comprometimento do sistema extra-piramidal ; O sistema

muscular é instável e flutuante; numa ação, apresenta movimentos

involuntários de pequena amplitude. O controle da cabeça é fraco e as

respostas e estímulos são instável e imprevisíveis. Apresentam um

quadro de flacidez e respiração anormal. Corresponde de 20% a30%

dos casos.

Rigidez: Este distúrbio de movimento também é consequente a lesões

nos núcleos da base, relacionados a uma hipertonia generalizada

secundária a uma contração contínua da musculatura flexora e

extensora .

Ataxia: Comprometimento do cérebro e vias cerebelares. Manifesta– se

por uma falta de equilíbrio e falta de coordenação motora e em

atividades musculares voluntária. Há sinais de tremor intencional e

disartria. A ataxia pura na paralisia cerebral é rara e início não é fácil de

ser reconhecida. Há pouco controle de cabeça e do tronco, a fala é

frequentemente é retardada e indistinta, caracteristicamente com a boca

aberta e salivação considerável corresponde a 10% dos casos.

Levando-se em costa os membros atingidos pelo

comprometimento neuromuscular, podem ter:

a) Paraplegia: Comprometimento dos membros inferiores.

b) Triplegia: Comprometimento de três membros.

c) Quadriplegia: Comprometimento de quatro membros.

d) Hemiplegia: afetado dois membros do mesmo lado.

e) Monoplegia: Um membro comprometido.

f) Hemiplegia dupla: Afetados dois membros do mesmo lado e mais um

membro superior.

24

O grau de incapacidade ligada ao transtorno neuromuscular pode

ser leve, moderado e severo.

2.3. Condições Associadas a Paralisia Cerebral

Além dos prejuízos nos nascimentos, as crianças com Paralisia

Cerebral frequentemente tem outras condições que podem impedir o seu

desenvolvimento e aprendizagem. Isso se deve ao fato de que a mesma lesão

cerebral que causa os problemas de tônus muscular pode causar ou contribuir

para problemas em outras áreas. Por exemplo, um dano cerebral pode causar

deficiência mental, convulsões, problemas de aprendizagem e problemas de

visão e audição exatamente como os problemas de movimentos fazem, muitos

dessas condições tornam mais difíceis a aprendizagem intelectual, a fala e a

linguagem, além de outras habilidades.

2.4 Tratamento: uma avaliação interdisciplinar

Uma vez que a extensão dos problemas da criança com paralisia

cerebral não será esclarecida durante algum tempo, os seus sintomas

precisam ser monitorizados por uma equipe interdisciplinar – um grupo de

profissionais com especialidades em diferentes áreas. Esses profissionais pode

reunir informações sobre suas habilidades e fazer comparações ao largo dos

meses e anos.

O Pediatra do desenvolvimento, esse pediatra reservará

cuidadosamente a anaminese e os registros médicos da criança realizando

exames físico completo e uma avaliação do desenvolvimento, para determinar

se alguns fatores clínico estão afetando a saúde e o desenvolvimento da

criança.

Neurologista. O médico especializado em doenças do Sistema

Nervoso fará mais exames neurológicos, para detectar a extensão do dono

cerebral.

25

Cirurgião Ortopedista, durante os exames avalia as condições e o

alinhamento dessas estruturas ósseas da criança especialmente do quadril, do

dorso e das pernas.

Terapeutas, Avaliação das Capacidades Motoras, problemas de

movimento como tônus muscular alto ou baixo ou fraqueza muscular e facilita o

desenvolvimento das habilidades motoras- rolar, sentar, engatinhar, levantar-

que exigem o uso de músculos mais fortes.

Fisiatra Avaliação e no tratamento de deficiência física em

reabilitação e fisiologia.

Otorrinolaringologista – Avaliação da frequência, as intensidades

e os tipos de sais da criança pode dever ou não.

Nutricionista verificará as suas habilidades alimentares e

proporcionará auxilio terapêutico para os transtornos motores orais que afetam

a mastigação ou a deglutição.

O paciente com paralisia cerebral necessita também de

investigações perante alguns distúrbios que ficam associados à paralisia

cerebral, durante o tratamento para uma resposta coerente ao sucesso do

desenvolvimento motor e cognitivo do aluno.

O retardo mental é mais comumente observado nas crianças com

tetraplegia espástica. As crises de epilepsia generalizados e parciais, a

generalizadas evoluem o cérebro como um todo.

As parciais permanecem restritas a certa área do cérebro e os

sintomas dependem da área envolvida. Uma criança com paralisia cerebral

pode apresentar qualquer tipo de crise.

Na paralisia cerebral, o estrabismo é frequente, catarata

(opacidade do cristalino), coriorretinite (inflamação da coroide e da retina) e

glaucoma (aumento da pressão ocular) são desordens oculares comumente

encontradas nas infecções congênitas.

A criança com paralisia cerebral também necessita de diagnostico

em relações a opção para ser avaliado e observadas nos primeiros meses.

26

CAPÍTULO III

TEORIAS DA APRENDIZAGEM

3.1. Jean Piaget: Princípio da Teoria Cognitiva

Jean Piaget, nasceu em Neuchâtel, uma pequena cidade

localizada na Suíça Francesa, a 9 de agosto de 1896 e falecido em 1980.

Desde muito cedo tinha interesses pela natureza e pelas ciências; com 10 anos

escreveu seu primeiro trabalho cientifico, um artigo que foi publicado em uma

revista de história natural com esse trabalho ele relata observações feitas com

uma andorinha albina.Logo depois começou a trabalhar como voluntário no

Museu de Ciências Naturais de Neuchâtel, no setor da coleção de Zoologia do

Museu. Piaget licenciou-se em Ciências Naturais na Universidade de Neuchâtel

em 1915 seguindo o sua meta doutorando-se três anos mais tarde com uma

tese sobre os moluscos da região de Valois na Suíça.

Para Piaget a grande dificuldade de criar um modelo teórico que

fosse capaz de explicar a estrutura de conhecimento poderia ser no campo da

filosofia, sendo que o procedimento metodológico era especulativo e na

biologia esbarrava na parte da experimentação. Foi quando Piaget recorre

então à Psicologia tomando a como base para sua proposta teórica através

dessa ciência psicologica conseguiu conhecer as devidas conexões entre

filosofia e a biologia, já que o procedimento era experimentais.

O teórico radifica que o conhecimento é construído da interação

do sujeito com o meio, a partir de estruturas existentes. Assim sendo a

aquisição de conhecimento depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito

,como de sua relação com o objeto. Ele afirma que, as etapas do

desenvolvimento cognitivo estão classificadas das seguintes formas:

I. Estágio Sensório-Motor (0 a 2 anos) a criança desenvolve um conjunto

de “esquemas de ação” sobre o objeto, que lhe permite construir um

27

conhecimento físico da realidade. A criança consegue fazer imitações

e construir representações mentais cada vez mais complexas.

II. Estágio Pré- Operatório (2 aos 6 anos) a criança inicia a construção

da relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a fase dos

porquês e do faz- de –conta.

III. Estágio Operatório- Concreto (7aos 11 anos) a criança começa a

construir conceitos, através de estruturas lógicas consolida a

conservações de quantidade e constrói o conceito do número. Seu

pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos

concretos não fazendo ainda abstrações.

IV. Estágio Operatório Formal (11 aos 16 anos) desta fase o sujeito é

capaz de raciocinar com hipóteses verbais e não apenas com objetos

concretos.

Segundo Piaget (1994), à aprendizagem só ocorre mediante a

consolidação das estruturas do pensamento da mesma forma a passagem de

um estágio para o outro estaria dependente da consolidação e superação do

anterior. Neste caso, para que ocorra uma construção de um novo

conhecimento é, preciso que os conceito já assimilados sejam desorganizados

e passe por um novo processo reorganização, ou seja a transformação de um

conhecimento prévio em um novo.

“Identificar estes períodos é de grande relevância para o trabalho pedagógico, pois é baseado neles que o professor saberá quais atividades mais adequadas para cada atividades maias adequadas para cada idade.É este um dos grandes problemas enfrentados pelos alunos e que aparentemente ainda não foram solucionados. Professores aplicam problemas matemáticos correspondentes ao nível de inteligência operatória formal( a partir dos 12 anos) para que estas crianças, que ainda atuam no operatório concreto tentem solucionar, levantar hipóteses, fazer suposições ainda não correspondem a está faixa etária, isto só irá acontecer mais tarde”. (ARAUJO,2003 apud SAMPAIO, 2009).

28

Sampaio (2009) afirma que o crescimento cognitivo da criança se

dá por assimilação e acomodação. Na assimilação o sujeito incorpora a

realidade a seus esquemas de ação impondo-se ao meio, o conhecimento que

se tem da realidade não é modificado. Já na acomodação o sujeito não

consegue assimilar a situação da realidade. Não há acomodação sem

assimilação, pois acomodação reestruturação da assimilação.

3.2. Vygostky: Teoria Social Cultural

Diferentemente de Piaget, que supõe a equilibração como um

princípio básico para explicar o desenvolvimento cognitivo. Lev Vygotsky

(1896-1934) parte da premissa que esse desenvolvimento, o qual concebe o

homem inserido num contexto sócio- cultural, que interfere diretamente na

produção de sua consciência e seus comportamentos sociais através da

valorização que o meio sócio- cultural oferece no processo de desenvolvimento

humano.

Os processos mentais superiores do sujeito têm origem em

processos sociais é um dos pilares da teoria de Vygotsky. Segundo Palangana

(2002), pelo olhar de Vygotsky que o sujeito internaliza comportamentos, e

desenvolve-os segundo as relações vivenciadas no cotidiano. Neste caso o

comportamento humano é construído a partir das relações externas com o

meio sócio-cultural contrapondo-se neste caso a concepção defendida por

alguns teóricos que, o homem ao nascer traz o comportamento defendido.

O desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sócias

em funções mentais. Não é por meio do desenvolvimento cognitivo que o

indivíduo se torna capaz de socializar, é na socialização que se dá o

desenvolvimento dos processos mentais superiores.

Vygotsky (1998 apud Moreira, 1999) concebe o homem como um

ser histórico e produto de um conjunto de relações sociais. Os signos são os

instrumentos que, agindo internante no homem , provocam lhe transformações

internas que o fazem passar de ser biológico a ser sócio- histórico.

O teórico a cima mencionado afirma que, a aprendizagem da

criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto porque desde o

primeiro dia de vida ela já exposta aos elementos da cultura e a presença de

29

outro, que se torna mediador pra ela. Ele construiu o conceito de zona de

desenvolvimento proximal, no qual diz respeito a zona de desenvolvimento

proximal, Bock (2002), afirma que:

“E a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas pela criança, e o nível de desenvolvimento potencial determinado pela solução de problemas sob a orientação de um adulto ou colaboração com companheiros”.

Sendo assim, poderíamos dizer que para ele,as relações entre a

aprendizagem e o desenvolvimento são indissociáveis.

Segundo Vygotsky (2006) Zona de Desenvolvimento Proximal

(ZDP) é a distancia entre o nível de desenvolvimento real, isto é ser

determinado pela capacidade de resolver problemas independentemente,

porém o nível de desenvolvimento proximal desmarcado pela capacidade de

solucionar problemas com ajuda de um parceiro mais experiente. É justamente

nesta zona de desenvolvimento proximal que a aprendizagem vai ocorrer, o

educador durante essa passagem serve como mediador entre a criança e o

mundo.

Assim Rabello (apud Vygotsky 1998), relata que a aquisição da

linguagem passa por três fases: a linguagem social que tem por função

denominar e comunicar, foi a primeira linguagem que surgiu. Depois teríamos a

Linguagem Egocêntrica e a linguagem interior, interligada ao pensamento.

A Linguagem Egocêntrica é quando o sujeito faz a progressão da

fala social, para a fala interna um processamento de perguntas e resposta

dentro de nós mesmos. Esse “falar sozinho” é importante, porque ajuda a

organizar melhor as idéias planejar melhor as ações, seria o modo mais

adequado a resolver os problemas delas.

30

3.3. Henri Wallon: Desenvolvimento e Afetividade

Henri Wallon nasceu na França em 1879, viveu toda sua vida

marcada por intensa produção intelectual e ativa participação nos

acontecimentos que marcaram sua época. Sua biografia nos apresenta o perfil

de um homem que buscou integrar a atividade cientifica á ação social, numa

atitude de coerência e engajamento. Quando chegou a Psicologia ele passou

por filosofia e medicina que formulou a sua teoria.

Durante sua carreira foi cada vez explícita a sua aproximação da

educação, buscava através da psicologia uma curiosidade pessoal pelos

motivos e razões que levam as pessoas a agir. Muito mais envolvido e

interessado pela psicologia, Wallon publica sua tese de doutorado a criança

turbulenta: com esse trabalho aumentou sua produtividade sempre voltado

para o domínio da Psicologia da criança. O ultimo deles, origens do

pensamento na criança, é de 1945, seu interesse teórico por problemas da

educação e sua participação no debate educacional de sua época.

Segundo Galvão (1995), o desenvolvimento atinge os vários

campos funcionais nos quais se distribui a atividade infantil (afetividade,

motricidade, inteligência) , sendo desta forma o desenvolvimento humano é

geneticamente social um processo concreto em que ocorre, uma relação do

homem nas suas relações com meio. Para maior entendimento da teoria

Walloriana passemos a uma descrição das característica centrais de cada um

dos cinco estágios proposto pela psicogenética: .

I. Estágio impulsivo emocional que atinge o primeiro ano de vida, nesta

fase é dado pela emoção, instrumento privilegiado da interação da

criança com o meio resposta do seu estado de impércia, a afetividade

orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, as quais intermediam

sua relação com o mundo físico ; a exubêrancia de suas manifestações

afetivas é diretamente proporcional a sua inaptidão para agir

diretamente sobre a realidade exterior.

II. Estágio sensório- motor é projetivo, que vai até o terceiro ano, o

interesse da criança se volta para a exploração sensório-motora do

mundo físico. A aquisição da marcha e da preensão possibilitam-lhe

31

maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração de espaço.

Outro momento fundamental deste estágio é o desenvolvimento da

função simbólica e da linguagem. O termo “projetivo” nomeado a este

estágio é característica do funcionamento mental neste período: o

pensamento precisa do auxílio do gesto para se exteriorizar, ato mental”

projeta-se “em atos motores. Ao contrário do estágio anterior, neste as

relações cognitivas com o meio (inteligência prática e simbólica).

III. Estágio do personalismo, que cobre a faixa dos três aos seis anos, a

fase central é a da personalidade a construção da consciência de si, que

se dá por meio das interações sócias reorienta o interesse da criança

para as pessoas defenindo o ritmo o retorno da predominância das

relações afetivas. Por volta dos seis anos,inicia-se o estágio categorial

,que graças a união segura da função simbólica e a diferenciação da

personalidade realizadas no estágio anterior traz importantes avanços

no plano da inteligência.

Estágio da adolescência, a crise purbetária rompe a tranqüilidade

afetiva que caracterizou o estágio categorial e impõe a necessidade de uma

nova definição dos contornos da personalidade.

3.4. Plasticidade e Aprendizagem

Plasticidade Cerebral é a denominação das capacidades

adaptativas do SNC- sua habilidade para modificar sua organização estrutural

própria e funcionamento. É a que permite o desenvolvimento de alterações

estruturais em resposta á experiência, e como adaptação a condições

mutantes e a estimulos repetidos.

Segundo Relvas (2008) Á Plasticidade Cerebral é o ponto

culminante da nossa existência e seu desenvolvimento se dá ao longo da vida.

Deste desenvolvimento defende todo o processo de aprendizagem e também

de reabilitação das funções motoras e sensórias. Este fato é melhor

compreendido através do conhecimento do neurônio da natureza das suas

conexões sinápticas e da organização das áreas cerebrais. A cada nova

32

experiência do individuo, portanto, reder de neurônios são rearranjadas, outras

respostas ao ambiente tornam-se possíveis.

Até bem pouco tempo, existia ideia que a falta de capacidade dos

neurônios se dividirem supunha a impossibilidade de se fazer algo quanto as

conexões de neurônios, impedindo assim o individuo aprender.

As reconexões neuronais é uma reorganização responsável pelas

modificações que são observadas no sistema nervoso do individuo.

Sendo que por esses meios diz-se que o individuo pode aprender

e reaprender atividades desenvolvidas por ele previamente de forma

espontânea e harmoniosa.

Ao encontrar várias teorias sobre como se dá a recuperação das

funções perdidas em uma lesão cerebral: ela poderia ser medida por partes

adjacentes de tecido nervoso que não foram lesadas e o efeito da lesão

dependeria mais da quantidade de tecido poupado do que da localização da

lesão; Pela alteração qualitativa da função de uma via nervosa integra

controlando uma função que antes não era sua através de estratégias motoras

diferentes para realizar uma atividade que esteja perdida, sendo o movimento

recuperação diferente do original embora o resultado final seja o mesmo.

Estudos com neuro-imagens de individuo com AVC indicaram

modelos de ativação pós-lesão que sugerem reorganização funcional.

Foram feitos a partir de lesões focais corticais experimentais, que

induziram mudanças no córtex adjacente e no hemisfério contralateral.

Investigações morfológicas mostraram que este tipo de plasticidade é mediado

por proliferação de sinapses e brotamento axonal (apenas pouco milímetros).

As alterações celulares que acompanham estas teorias são:

Brotamento: é definido como um novo crescimento a partir de axônios. Envolve

a participação de vários fatores celulares e químicos.

1-A resposta do corpo celular e a formação de novos brotos;

2-Alongamentos de novos brotos.

3-Cessação do alongamento axonal e sinaptogênese.

33

Existem duas formas de brotamento neural do SNC: Regeneração

que diz respeito a um novo crescimento em neurônios ilesos adjacentes ao

tecido neural destruído. Essas alterações sinápticas difusas podem ser o

mecanismo fisiológico subjacente a uma reaprendizagem ou processo

compensatório. O tratamento é caracterizado por uma fase inicial rápida,

seguida de outra muito mais lenta que dura meses. Brotamento a partir de

axônios preservados aparecem e se propagam sobre os campos próximos,

entre 4 a 5 dias após a lesão.

Ativação de Sinapses latentes: quando um estimulo importantes

ás células nervosas é destruído sinapses residuais ou dormentes previamente

ineficazes podem se tornar eficientes.

Supersensitividade de desnervação quando ocorre desnervação a

célula pós sináptica torna-se quimicamente supersensível. Dos possíveis

mecanismos são responsáveis pelo fenômeno: Desvio na supersensitividade

(pré sináptica) causando acumulo de acetilcolina na fenda sináptica; Alterações

na atividade elétrica das membranas.

Estas Formas de regeneração no Sistema Nervoso (SNC) são

crucialmente dependentes do ambiente tissular no qual os novos axônios estão

crescendo.

Eles podem não conseguir estabelecer conexões sinápticas

apropriadas, devido aos fatores tróficos, condições desfavoráveis de substratos

extracelulares, barreiras mecânicas, como de cicatrizes glias densas ou outros

mecanismos inibitórios.

Ainda em fase de testes é o transplante de células. O uso do

transplante, combinado com um treinamento adequada, demonstra que pode

haver recuperação através deste associado com programa de reabilitação com

melhora nas habilidades motora como o Sistema Nervoso de uma criança em

desenvolvimento é uma criança em desenvolvimento é mais plástico que o

Sistema Nervoso do adulto. A atuação da plasticidade eficaz na estimulação da

plasticidade é de fundamental importância para a máxima a função motora

sensitiva do aprendente visando facilitar o processo de aprender o aprender no

cotidiano escolar.

A Plasticidade cerebral no adulto durante muitas décadas

acreditou-se que o cérebro de um adulto maduro não possuía capacidade de

34

regenerar suas células nervosas, ou seja, formar novas sinapses, e que as

conexões entre os neurônios congelavam-se em posições imutáveis. Alguns

exercícios como estimulador para esse adulto, tal como jogo de tabuleiro, ler e

refletir em texto estimula o cérebro. As atividades físicas, caminhar

alongamento aumentam a produção de endorfina responsável pela sensação

de bem-estar, e retarda problemas cognitivos associados ao envelhecimento.

Dessa forma com atividades físicas o sangue passa circular e

levar mais oxigênio as áreas menos, irrigadas do cérebro aumentando a

quantidade de conexões neurais, melhorando a memória é a capacidade de

raciocínio.

A Plasticidade Cerebral na criança logo depois do nascimento

diversos processor são desencadeados no desenvolvimento das atividades

cerebrais. Um recém nascido possui cerca de um quarto da massa cerebral de

um adulto, mas já tem quase todos os neurônios que precisará por toda a sua

vida, sendo assim os neurônios se expandirão e se organizaram em grandes

redes de processamentos. Logo os primeiros anos de vida todo contrato com a

criança e fundamentos, seja o ouvir da mãe, as diferentes entanações, luzes,

cores e outros contatos faz-se a realização de conexões sináptica e cria-se

condições favoráveis para o surgimento de determinados competências e

habilidades tais como: musicalidade, raciocínio lógico matemático, inteligência

espacial.

São capacidades que se estabelecem na primeira infância.

Estudos comprovam a hipótese sobre o desenvolvimento neural e a

aprendizagem na qual funções particulares de processamento de informações

são controladas por grupos especiais de neurônios mas quando uma dessas

funções fica inutilizada, os neurônios associados a ela passam a controlar outra

função.

A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre

o individuo já maduro, que se expressa diante de uma situação problema, sob

a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência. O

processo de aprendizagem sobre interferência de vários fatores intelectual,

psicomotor, físico, social, mas é do fator emocional que depende grande parte

da educação infantil. Para que a aprendizagem provoque uma afetiva mudança

35

de comportamento e amplie, cada vez mais o potencial do educando, é

necessário que ele perceba relação entre o que está aprendendo e a sua vida.

O aluno precisa ser capaz de reconhecer as situações em que

aplicará o novo conhecimento, tanto que é aprendido precisa ser significativo

para ele, e plasticidade aprendizagem com os alunos com Paralisia Cerebral

depende de estímulos para esse haja uma aprendizagem significativa.

36

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a Neurociência está sendo processo inovador na

área pedagógica perante ás situações com que nos deparamos nas instituições

de ensino.

Portanto conhecer os diferentes espaços cerebrais para

compreender o processo cognitivo, dos nossos alunos com distúrbios e

dificuldades de aprendizagem é necessário refletir sobre a inclusão de crianças

portadoras de Necessidades Educativas Especiais no ensino regular á

importância e responsabilidade de toda equipe desenvolver uma pedagogia

centrada e com profissionais capacitados nesta revolução que é a

Neurociências, para usar uma pedagogia capaz de educar com êxito os

educandos da inclusão na escola, pois o trabalho será muito lento o processo

de ensino-aprendizagem, os alunos com Paralisia Cerebral é necessário a

interação, afetividade e plasticidade á todo momento muito estimulo para que

haja uma aprendizagem significativa.

Os distúrbios associados ao aluno com paralisia cerebral que são

dependentes da lesão, podendo ocorrer também uma variação do quadro

motor de acordo com o critério da neuroplasticidade e do desenvolvimento

neuromaturacional.

A conscientização dos profissionais e familiares perante ao

portador de necessidades especiais precisa ser respeitada e abordada, sem

preconceito respeitando seus direitos e deveres.

37

BIBLIOGRAFIA

BEAR, M.F, Connors,BW,Paradiso M.A Neurociências desvendando o Sistema

Nervoso.2ed- São Paulo: Artmed.2002.

BOBATH, K. A deficiência motora impacientes com paralisia cerebral, editora

Manole, São Paulo, 1989.

BOCK, Ana Mercês Bahia Psicologia: uma introdução ao estudo de

Psicologia/Ana Mercês Bahia Bock,Odair Furtado, Maria de Loudes Trassi

Teixeira-13ed.Refor e ampl-São Paulo: Saraiva,2002.

FISCHINGER,Barbara Sybille. Considerações sobre a Paralisia Cerebral e seu

tratamento. Ed. Sulina, 1970.Porto Alegre.

GALVÃO,Isabel-Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento

infantil/ Isabel Galvão.- Petrópolis,RJ; Vozes,1995.

MOREIRA, Marco Antonio, Teorias de Aprendizagem. São Paulo:Ed, Eru,

1999.

OLIVEIRA, Maria Aparecida Domingos de Neurofisiologia do comportamento.

ULBRA. 2ª Ed., 2000.

PALANGANA, Isabel. Desenvolvimento e Aprendizagem de Vygotsky e Piaget:

São Paulo: Ed, Summus, 2002.

PIAGET,J. O juízo moral da criança. São Paulo: Sammus,1994.

RABELLO,ET e PASSOS,J.S Vygotsky e o desenvolvimento

humano.Disponível em http:// www.josesilveira.com no dia 25 de Março de

2012.

RELVAS, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação: despertando

inteligências e afetividade no processo de aprendizagem-3ed-Rio de Janeiro:

Wak Ed., 2008.

SAMPAIO,Simaia.Dificuldade de Aprendizagem: a psicopedagogia na relação

sujeito, família e escola/ Simaia Sampaio.-Rio de Janeiro: Wak ed,2009.

38

WEBGRAFIA

http://www.josesilveira.com Acessado no dia 25 de Março de 2012.

http://[email protected] Acessado no dia 25 de Março de 2012.

http:// www.aacd.org.br Acessado no dia 22 de Março de 2012.

http:// wwwsarah.com.br Acessado no dia 22 de Março de 2012.

http:// www.icpg.com.br Acessado no dia 08 de Fevereiro de 2012.

39

ÍNDICE

Introdução 7

Capítulo I 9

A visão do sistema nervoso no século XIX 11

As neurociências do século XXI 13

O cérebro 14

Capítulo II 21

Conceito 21

Classificação 22

Condições associadas a paralisia cerebral 24

Tratamento: uma avaliação interdisciplinar 24

Capítulo III 26

Jean Piaget: Princípio da teoria cognitiva 26

Vygostky: teoria social cultural 28

Henri Wallon: desenvolvimento e afetividade 30

Plasticidade e aprendizagem 31

Considerações finais 36

Bibliografia 37

Webgrafia 38

Índice 39