Trabalho de Ergonomia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ESTUDO ERGONÔMICO EM UMA EMPRESA MULTINACIONAL FABRICANTE DE AUTOMÓVEIS, ANALISANDO O SETOR DE PRÉ-MONTAGEM DO MOTOR Géssina Naira Diniz Baronto Jéssica Vicente Brum Lillian Lopes de Castilho Lucas Bittencourt Leal Miriam Machado Fabris RESENDE-RJ, 2015

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Trabalho ergonômico realizado em uma empresa automobilística.

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Page 1: Trabalho de Ergonomia

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROFACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ESTUDO ERGONÔMICO EM UMA EMPRESA MULTINACIONAL FABRICANTE DE AUTOMÓVEIS,

ANALISANDO O SETOR DE PRÉ-MONTAGEM DO MOTOR

Géssina Naira Diniz BarontoJéssica Vicente Brum

Lillian Lopes de CastilhoLucas Bittencourt Leal

Miriam Machado Fabris

RESENDE-RJ, 2015

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GÉSSICA NAIRA DINIZ BARONTOJÉSSICA VICENTE BRUM

LILLIAN LOPES DE CASTILHOLUCAS BITTENCOURT LEALMIRIAM MACHADO FABRIS

ESTUDO ERGONÔMICO EM UMA EMPRESA MULTINACIONAL FABRICANTE DE AUTOMÓVEIS,

ANALISANDO O SETOR DE PRÉ-MONTAGEM DO MOTOR

Trabalho em grupo apresentado a disciplina de Ergonomia sob a orientação do Professor Nelson Tavares Matias.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROFACULDADE DE TECNOLOGIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

RESENDE – RJ – 2015

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar da pesquisa Análise Ergonômica Nissan em parceria com UERJ.

Você foi selecionado por trabalhar neste posto de trabalho e sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição (detalhar se pertinente).

Os objetivos deste estudo são:

Analisar se existe algum problema ergonômico no respectivo posto de trabalho ou se há uma possível melhoria organizacional a ser aplica, assim como verificar a existência de algum risco ergonômico do qual os funcionários do posto estão expostos.

Sua participação nesta pesquisa consistirá em:

Relatar o seu posto de vista, fornecendo um parecer sincero de quais aspectos mais te afetam durante sua jornada de trabalho.

Os riscos relacionados com sua participação são:

A princípio nenhum, pois manteremos sua identidade em sigilo.Os benefícios relacionados com a sua participação são:

Possíveis melhorias das quais você poderá usufrui desde que este projeto seja aceito e suas melhorias implantadas.

As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidências e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados, desta forma não será possível a sua identificação, pois em momento algum, nome ou identificação de quem nos auxiliou fornecendo declarações será exposto.

Você receberá uma cópia deste termo, constando do telefone e endereço do Pesquisador responsável, podendo solicitado a tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento.

Atenciosamente.

Pesquisador(es) participante(s): Géssica Naira Diniz Baronto, Jéssica Vicente Brum, Lillian Lopes de Castilho, Miriam Machado Fabris, Lucas Bittencourt Leal.

Pesquisador responsável (orientador)Nome: Nelson Tavares MatiasTelefone: 55 24 3354-6627E-mail: [email protected]

Pesquisador(es) participantesNome: Lucas Bittencourt LealTelefone: 55 24 98852-5063E-mail: [email protected]

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Assinatura:Endereço: Est. Resende Riachuelo, 2205/45.Resende, RJ 27523-000 - Brasil.

Assinatura:Nome: Lillian Lopes de CastilhoTelefone: 55 24 99299-6578E-mail: [email protected]:Nome: Míriam Machado FabrisTelefone: 55 24 99993-7103E-mail: [email protected]:Nome: Géssica Naira Diniz BarontoTelefone: 55 24 9995-9961E-mail: [email protected]:Nome: Jéssica Vicente BrumTelefone: 55 24 99931-6227E-mail: [email protected]

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SUMÁRIO

Relação de Figuras..........................................................................................................8

Resumo............................................................................................................................9

Abstract.........................................................................................................................10

1 Introdução..............................................................................................................11

2 Revisão da Literatura.............................................................................................12

3 Apresentação da empresa.......................................................................................14

4 Descrição Geral da Tarefa (atividade)...................................................................15

4.1 Abastecimento de peças para montagem do motor........................................15

4.2 Reposição de peças utilizadas na montagem do motor..................................15

4.3 Pré-montagem da suspensão...........................................................................15

4.4 Pré-montagem do motor.................................................................................15

5 Principais Aspectos de Dificuldades Referidos pelos Trabalhadores Envolvidos na Tarefa............................................................................................................................16

6 Sequência de Ações Técnicas, Exigências Ergonômicas e Soluções....................17

6.1 Abastecimento de peças para montagem do motor:.......................................17

6.2 Reposição de peças utilizadas na montagem do motor:.................................21

6.3 Pré-montagem da suspensão...........................................................................22

6.4 Pré-montagem do motor.................................................................................25

7 Fatores Complementares........................................................................................27

7.1 Postura para trabalhar.....................................................................................27

7.2 Diferença de método.......................................................................................27

7.3 Tempo de Ciclo..............................................................................................27

7.4 Tempo de Trabalho.........................................................................................27

7.5 Ambiente........................................................................................................28

7.6 Número de operações por turno/Número de movimentos repetitivos por turno28

7.7 Ritmo de trabalho...........................................................................................28

7.8 Outros fatores.................................................................................................28

8 Fatores de Organização do Trabalho.....................................................................29

8.1 Análise do impacto da tecnologia sobre os trabalhadores..............................29

8.2 Análise do Impacto da condição do maquinário/ferramentas atuais sobre os trabalhadores..............................................................................................................29

8.3 Análise dos aspectos de manutenção sobre os trabalhadores.........................29

8.4 Análise do impacto dos aspectos de material e matéria prima sobre os trabalhadores..............................................................................................................29

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8.5 Análise do impacto dos aspectos de método sobre os trabalhadores.............29

8.6 Análise do impacto dos aspectos de exposição ao meio ambiente.................29

8.7 Análise do impacto das políticas e práticas relacionadas à gestão de pessoas sobre os trabalhadores...............................................................................................30

8.8 Conclusão quanto ao impacto dos fatores de organização do trabalho na origem de sobrecarga para os trabalhadores..............................................................30

9 Evidências..............................................................................................................31

10 Caracterização do Sistema Homem-Tarefa-Máquina........................................32

11 Ordenação do Sistema........................................................................................33

12 Expansão do Sistema..........................................................................................34

13 Modelagem Comunicacional do Sistema...........................................................35

14 Identificador.......................................................................................................36

15 Instrumentos de avaliação complementar..........................................................37

15.1 Sobrecargas Físicas........................................................................................37

15.2 Força com as Mãos.........................................................................................37

15.3 Postura no Trabalho........................................................................................37

15.4 Posto de Trabalho e Esforço Estático.............................................................38

15.5 Repetitividade e Organização do Trabalho....................................................38

15.6 Ferramenta de Trabalho..................................................................................38

15.7 Critério de Interpretação.................................................................................39

16 Fluxograma Funcional.......................................................................................40

17 Questionário / Enquete realizada com os atores envolvidos nas tarefas............41

17.1 Qual a principal dificuldade ao montar o disco de freio?...............................41

17.2 Qual a principal dificuldade ao montar a suspensão dianteira?.....................41

17.3 Qual a principal dificuldade ao encaixar as peças no motor?........................41

17.4 Qual a principal dificuldade ao montar a suspensão traseira?........................41

17.5 Qual o principal problema relacionado ao repositor de peças?......................41

17.6 Qual o principal problema na montagem do motor?......................................41

18 Observações.......................................................................................................42

19 Conclusão quanto ao risco ergonômico.............................................................43

20 Critério de prioridade e conduta administrativa.................................................44

21 Medidas de Melhoria Ergonômica.....................................................................45

22 Medidas visando o controle do risco ergonômico (na impossibilidade de solução imediata)..........................................................................................................46

23 Identificação da Equipe Acadêmica – AET*.....................................................47

24 Discussão / Aprovação da Gerência e Supervisão............................................48

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25 Plano de Ação....................................................................................................49

26 Conclusão...........................................................................................................50

Referências....................................................................................................................51

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RELAÇÃO DE FIGURAS

Figura 1 – Figura da empresa........................................................................................14Figura 2 - Carregamento do rack de peças móvel.........................................................17Figura 3 - Preparação do disco que compõe o eixo dianteiro.......................................17Figura 4 – Carregamento e transporte via esteira da cesta com os discos....................18Figura 5 – Carregamento da caixa com componentes para montagem do eixo dianteiro.......................................................................................................................................18Figura 6 – Preparação dos componentes da caixa para montagem do eixo dianteiro...19Figura 7 – Transporte via esteira da caixa com componentes para montagem do eixo dianteiro.........................................................................................................................19Figura 8 – Carregamento do carrinho com peças para montagem do motor................20Figura 9 – Transporte do carrinho com peças para montagem do motor......................21Figura 10 – Transporte e reposição de paletes com bases do eixo traseiro...................21Figura 11 – Transporte da base do eixo de suspensão traseiro para esteira de montagem......................................................................................................................22Figura 12 - Preparação do eixo de suspensão traseiro..................................................22Figura 13 – Transporte com auxilio de talha do eixo de suspensão traseiro.................23Figura 14 – Transporte das peças constituintes do eixo de suspensão dianteiro..........23Figura 15 - Montagem do eixo de suspensão dianteiro.................................................23Figura 16 – Término da montagem do eixo de suspensão dianteiro com parafusadeira pneumática....................................................................................................................24Figura 17 – Acoplamento das peças na fase de montagem do motor...........................25Figura 18 – Montagem de todas as peças acabadas junto ao motor..............................25Figura 19 – Transporte do motor pronto para próximo posto de trabalho....................26Figura 20 – Tempo de Ciclo..........................................................................................27Figura 21 – Sistema Homem-Tarefa-Máquina.............................................................32Figura 22 – Ordenação do Sistema...............................................................................33Figura 23 – Expansão do Sistema.................................................................................34Figura 24 – Modelagem Comunicacional do Sistema..................................................35Figura 25 – Fluxograma Funcional...............................................................................40Figura 26 – Melhorias ergonômicas do plano de ação..................................................49

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RESUMO

Este artigo tem como objetivo o estudo ergonômico de uma empresa multinacional japonesa fabricante de automóveis, localizado em Resende (RJ), nos dando a possibilidade de relacionar todo o conhecimento teórico aprendido em sala para uma situação real. O setor analisado foi o C5 da linha de produção, onde é feita a pré-montagem do motor, onde os funcionários executam as seguintes tarefas: abastecimento de peças para montagem do motor, reposição de peças utilizadas na montagem do motor, pré-montagem da suspensão e pré-montagem do motor. Verificamos vários riscos ergonômicos, por exemplo, longos períodos de pé, atividades repetitivas durante o turno de trabalho e levantamento de peças pesadas. Foi feito uma análise ergonômica a fim de melhorar as condições de trabalho de trabalho dos funcionários e o ambiente da empresa. A metodologia utilizada foi por meio da Analise Ergonômica Hudson Couto. Após a análise ergonômica, evidenciamos riscos das atividades observadas. Em seguida aplicamos o plano de ação para as atividades apresentadas. Com a experiência e conhecimento adquirido neste trabalho, amplia-se nossa visão e capacidade de implantar a ergonomia em outros projetos ergonômicos.

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ABSTRACT

This article was a based in an ergonomic study, made in international automobilistic industry from Japan, located in Resende (RJ), which gave us an opportunity to combine all that we have learned in the college to a real situation. The analysed area was the C5 sector of the production line where the pre assemble of the engine was made. Other task were envolved there too, like the employees bringing up the supplying parts to the engine’s assemble, the replacement of the stock of the parts, the pre assemble of the suspension and the assemble of the 3 whole parts together (front and rear suspension and the engine). During the visits, we verified that the workers are being exposed to several ergonomic risks that may will put in danger their health, for example, long-standing period, repetitive activities during the day while having to lift heavy parts. After the ergonomic analysis was made, we looked the options to improve the work situation of the employees, while improving the working environment. We made this analysis through the “Hudson Couto Ergonomics Analysis”. Therefore, we make clear what were be the risk, which the workers were exposed, related to the analysed activities. Then we set up a plan of action based on the need of each activity.

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1 INTRODUÇÃO

A ergonomia estuda a relação entre o homem, seus métodos e espaços de trabalho, criando ações corretivas nesse meio para adaptar o trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano, buscando atender as pessoas de maneira confortável, segura e eficaz.Neste trabalho realizou-se um estudo ergonômico na linha de produção da empresa multinacional Nissan, localizada na cidade de Resende (Rio de Janeiro). O setor estudado foi o C5, onde ocorre a pré-montagem do motor, e foram analisados os processos de trabalho dos funcionários, a postura de trabalho, os movimentos realizados e os instrumentos de trabalho.Por meio desta análise foi possível identificar quais as variáveis que influenciam no trabalho dos funcionários da linha de produção do setor em questão, de modo que se possa avaliar e aperfeiçoar o trabalho realizado, a partir de conceitos ergonômicos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Após todas as visitas à Nissan, às observações e aos questionários feitos vamos analisar todos os problemas encontrados de acordo com a NR17 que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

Problemas encontrados nos postos de trabalho:

Ambiente: má ventilação do local, tornando um pouco quente, portanto desagradável, fazendo com o trabalho dos operados rendessem menos e algumas caixas das peças que estão vazias são lançadas pelos operadores no caminho por onde passam pessoas e máquinas, fazendo com que atrapalhe quem passa ou um desconforto para quem olha.De acordo com o que foi visto nesse posto temos o item 17.2 que fala do levantamento, transporte e descarga individual de materiais e são dividimos em dois subitens relacionados ao que foi abordado acima:

1. Subitem 17.2.2 que não deve ser exigido ou admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.

2. Subitem 17.2.3 diz que todo trabalhador que faça o transporte manual regular deverá receber instruções ou treinamentos quanto aos métodos de trabalho que deverá executar.

E o item 17.6 diz que a organização do trabalho deve estar adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e á natureza do trabalho a ser executado que também são divididos em dois subitens relacionados ao que foi abordado:

1. O subitem 17.6.2 fala que a organização do trabalho deve levar em consideração as normas de produção, o modo operário, a exigência do tempo, o ritmo do trabalho e o conteúdo das tarefas.

2. O subitem 17.6.3 fala das atividades que exigem sobrecarga muscular estática ou dinâmica, nela diz que são necessárias pausas para descanso.

Fabricação de discos: há uma sobrecarga do operador ao transportar a peça do até a máquina e depois até a caixa.Nesta etapa temos apenas o item 17.6 diz que a organização do trabalho deve estar adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e á natureza do trabalho a ser executado. Dentro deste item temos um subitem que aborda o problema. O subitem 17.6.3 fala das atividades que exigem sobrecarga muscular estática ou dinâmica, nela diz que são necessárias pausas para descanso.

Pré-montagem suspensão dianteira: esteiras muito baixas fazendo com que os operados precisassem abaixar bem para pegar ou colocar alguma peça,

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exercícios de abaixar sequencialmente, equipamentos que dificultavam o manuseio como o caso do gancho com as peças que ficam oscilando, gancho muito alto fazendo com que o operador faça uma força para trazê-lo até a peça para ser transportada e a forma com que essa peça era transportada nesse gancho causava risco para o operador.

Dentro desse posto encontramos tais problemas que estão relacionados ao o item 17.2 que fala do levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

E dentro dele temos o subitem 17.2.7 que fala que todo trabalho feito com levantamento de material através de equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que seu esforço físico não exceda sua capacidade de força.

Temos também nesse posto o item 17.6 diz que a organização do trabalho deve estar adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e á natureza do trabalho a ser executado.

E seu subitem 17.6.2 fala que a organização do trabalho deve levar em consideração as normas de produção, o modo operário, a exigência do tempo, o ritmo do trabalho e o conteúdo das tarefas.

Pré-montagem suspensão traseira: excesso de trabalho nesse posto, o que era pra ser feito por quatro operadores está feito por dois, deslocamento de peças pesadas manualmente em vez de ajuda de equipamento causando dores, locais de armazenamento de peças bem abaixo fazendo com que eles precisem abaixar para pegá-las e o cabo usado para parafusar está bem acima da fazendo grande esforço nos ombros. Nesse posto temos o item 17.2 que fala do levantamento, transporte e descarga individual de materiais. Dividido em dois subitens:

1. Subitem 17.2.2 que não deve ser exigido ou admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.

2. Subitem 17.2.3 diz que todo trabalhador que faça o transporte manual regular deverá receber instruções ou treinamentos quanto aos métodos de trabalho que deverá executar.

Temos também nesse posto o item 17.6 diz que a organização do trabalho deve estar adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e á natureza do trabalho a ser executado.

Que também são divididos em dois subitens:

1. Subitem 17.6.2 fala que a organização do trabalho deve levar em consideração as normas de produção, o modo operário, a exigência do tempo, o ritmo do trabalho e o conteúdo das tarefas.

2. Subitem 17.6.3 fala das atividades que exigem sobrecarga muscular estática ou dinâmica, nela diz que são necessárias pausas para descanso.

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3 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Marca da empresa: Empresa:Nissan – Multinacional japonesa fabricante de

automóveis.

Unidade:Resende – Rio de Janeiro

Data: 14/01/2015 a 23/01/2015

Número: Setor:C5 – Pré-montagem

do motor.

Figura 1 – Figura da empresa

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4 DESCRIÇÃO GERAL DA TAREFA (ATIVIDADE)

As tarefas analisadas no setor C5 foram:

4.1 Abastecimento de peças para montagem do motor

Os funcionários deste sub-setor devem separar as peças que serão usadas em outros sub-setores, colocá-las nos carrinhos ou em caixas e encaminhar para os respectivos lugares em que serão usadas. A maioria das peças são muito pesadas e algumas pesam em torno de 10 kg.

4.2 Reposição de peças utilizadas na montagem do motor

O funcionário responsável pela empilhadeira deve ficar atento para repor os paletes de peças assim que estas acabarem. A reposição deve ser feita rapidamente para não prejudicar a linha de produção.

4.3 Pré-montagem da suspensão

O funcionário desde sub-setor deve pegar as peças utilizadas nesta etapa, algumas que pesam em torno de 4kg ou 4,5 kg, e colocá-las em uma esteira, onde é feito a junção das mesmas. No fim da esteira elas estão prontas para a próxima etapa, sendo conduzidas por um cabo elevado.

4.4 Pré-montagem do motor

O funcionário deste sub-setor deve acoplar todas as peças para montar o motor. O motor fica suspenso enquanto os funcionários realizam a atividade dita anteriormente. Os funcionários mais baixos, as vezes, ficam nas pontas dos pés enquanto acoplam as peças ao motor e é necessário o uso de alguma força durante o processo.

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5 PRINCIPAIS ASPECTOS DE DIFICULDADES REFERIDOS PELOS TRABALHADORES ENVOLVIDOS NA TAREFA

Os problemas ergonômicos citados pelos funcionários foram semelhantes e a maioria deles se repetem em quase todos os sub-setores do setor C5. As regiões onde os funcionários alegaram sentir maior dor foi nos ombros, nas pernas, na coluna e nos braços devido à realização de movimentos repetitivos, ao levantar peso para pegar as peças, ao abaixar para pegar peças que ficam próximo ao chão, ao esforço feito para manusear os carrinhos que são utilizados para o transporte de peças e que não foram produzidos de uma maneira ergonômica.

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6 SEQUÊNCIA DE AÇÕES TÉCNICAS, EXIGÊNCIAS ERGONÔMICAS E SOLUÇÕES

6.1 Abastecimento de peças para montagem do motor:

As exigências ergonômicas são ficar em pé durante o expediente, contrair os músculos das costas e do abdômen, abaixar para pegar peças que ficam a uma altura baixa, elevar os braços e girar o tronco ao pegar algumas peças. (Figuras 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9).Foi afetado Todo o Corpo (TC), porém principalmente, Pernas e Pés (PP), Coluna (CO) e Braços (B). (Figuras 2, 3, 4, 5, 8 e 9).

Figura 2 - Carregamento do rack de peças móvel

Fonte: BITTENCOURT, 2015

A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). (Figura 2).

Figura 3 - Preparação do disco que compõe o eixo dianteiro

Fonte: BITTENCOURT, 2015

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Page 18: Trabalho de Ergonomia

A gravidade identificada foi a de desconforto Ação Técnica Normal (ATN). (Figura 3).

Figura 4 – Carregamento e transporte via esteira da cesta com os discos

Fonte: BITTENCOURT, 2015

A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). (Figura 4).A solução proposta é alocar mais um funcionário neste local, pois este está responsável por mais de um posto de trabalho. (Figuras 2, 3 e 4).

Figura 5 – Carregamento da caixa com componentes para montagem do eixo dianteiro

Fonte: BITTENCOURT, 2015

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A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é melhorar organização para que os paletes com as peças fiquem mais perto do posto onde a caixa será carregada. (Figura 5).

Figura 6 – Preparação dos componentes da caixa para montagem do eixo dianteiro

Fonte: BITTENCOURT, 2015

As partes do corpo afetadas foram Ombros (O), Pescoço (PE), Braços (B), Cotovelos (C), Antebraços (AB) e Punhos (PU). A gravidade identificada foi a de Ação Técnica Normal (ATN). A solução proposta é organizar o espaço para retirar um ventilador provisório do local (atrás do funcionário) e alocar melhor as peças de uma maneira que fique a altura média para todos os biótipos. (Figura 6).

Figura 7 – Transporte via esteira da caixa com componentes para montagem do eixo dianteiro

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Page 20: Trabalho de Ergonomia

Fonte: BITTENCOURT, 2015

As partes do corpo afetadas foram Ombros (O), Braços (B) e Punhos (PU). A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é realizar uma adaptação na esteira para que as caixas se encaixem melhor na mesma.

Figura 8 – Carregamento do carrinho com peças para montagem do motor

Fonte: CASTILHO, 2015

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Figura 9 – Transporte do carrinho com peças para montagem do motor

Fonte: CASTILHO, 2015

A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é aumentar a altura do carrinho, pois a baixa altura gera desconforto ao manuseá-lo. (Figuras 8 e 9).

6.2 Reposição de peças utilizadas na montagem do motor:

Figura 10 – Transporte e reposição de paletes com bases do eixo traseiro

Fonte: CASTILHO, 2015

As exigências ergonômicas são ficar sentado durante o expediente, contrair os músculos das costas, do abdômen e das pernas. Foi afetado Todo o Corpo (TC), porém principalmente, Pernas e Pés (PP), Coluna (CO), Ombros (O) e Braços (B). A gravidade identificada foi a de desconforto Ação Técnica Normal (ATN). A solução proposta é melhorar a postura do operador. (Figura 8).

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Page 22: Trabalho de Ergonomia

6.3 Pré-montagem da suspensão

Figura 11 – Transporte da base do eixo de suspensão traseiro para esteira de montagem

Fonte: CASTILHO, 2015

Figura 12 - Preparação do eixo de suspensão traseiro

Fonte: CASTILHO, 2015

As exigências ergonômicas são ficar em pé durante o expediente, contrair os músculos das costas e do abdômen, abaixar para pegar peças que ficam a uma altura baixa, elevar os braços e girar o tronco ao pegar algumas peças. Foi afetado Todo o Corpo (TC), porém principalmente, Pernas e Pés (PP), Coluna (CO), Ombros (O), Pescoço (PE), Antebraços (AB) e Braços (B). A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é adaptar uma maneira que as peças não cheguem a esse nível. (Figuras 11 e 12).

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Figura 13 – Transporte com auxilio de talha do eixo de suspensão traseiro

Fonte: CASTILHO, 2015

As exigências ergonômicas são ficar em pé durante o expediente, contrair os músculos das costas, do abdômen e dos braços, elevar os braços e fazer força para levantar a peça. Foi afetado Todo o Corpo (TC), porém principalmente, Pernas e Pés (PP), Coluna (CO), Ombros (O), Antebraços (AB) e Braços (B). A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é utilizar uma estrutura fixa para o transporte da peça e que permita utilizar menos força. (Figura 13).

As exigências ergonômicas são ficar em pé durante o expediente, contrair os músculos das costas, do abdômen dos braços e das costas. (Figuras 14, 15 e 16).

Figura 14 – Transporte das peças constituintes do eixo de suspensão dianteiro

Fonte: BITTENCOURT, 2015

Foi afetado Todo o Corpo (TC), porém principalmente, Pernas e Pés (PP), Coluna (CO), Ombros (O), Antebraços (AB) e Braços (B). A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é adotar um mecanismo de auxílio de transporte em peças de peso consideravelmente alto. (Figura 14).

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Figura 15 - Montagem do eixo de suspensão dianteiro

Fonte: BITTENCOURT, 2015

As partes do corpo afetadas foram Ombros (O), Pescoço (PE), Braços (B), Cotovelos (C), Antebraço (AB) e Punhos (PU). A gravidade identificada foi a de Desconforto, Dificuldade ou Fadiga (DDF). A solução proposta é a melhor disposição do espaço hábil para funcionário executar sua função. (Figura 15).

Figura 16 – Término da montagem do eixo de suspensão dianteiro com parafusadeira pneumática

Fonte: BITTENCOURT, 2015

As partes do corpo afetadas foram Ombros (O), Pescoço (PE), Braços (B), Cotovelos (C), Antebraço (AB) e Punhos (PU). A gravidade identificada foi a de desconforto Ação Técnica Normal (ATN). A solução proposta é evitar que o funcionário gire o tronco ao pegar as ferramentas necessárias ao trabalho. (Figura 16).

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Page 25: Trabalho de Ergonomia

6.4 Pré-montagem do motor

Figura 17 – Acoplamento das peças na fase de montagem do motor

Fonte: BITTENCOURT, 2015

As exigências ergonômicas são ficar em pé durante o expediente, contrair os músculos das costas, do abdômen e dos braços, elevar os braços e fazer força ao acoplar as peças ao motor. As partes do corpo afetadas foram Ombros (O), Pescoço (PE), Braços (B), Cotovelos (C), Antebraço (AB) e Punhos (PU). A gravidade identificada foi a de desconforto Ação Técnica Normal (ATN). A solução proposta é tornar o motor mais fixo para os funcionários realizarem menos força e instalar melhor os ventilados que se encontram no chão deste sub-setor para não atrapalhar os funcionários e evitar algum tipo de acidente.

Figura 18 – Montagem de todas as peças acabadas junto ao motor

Fonte: BITTENCOURT, 2015

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Figura 19 – Transporte do motor pronto para próximo posto de trabalho

Fonte: BITTENCOURT, 2015

As exigências ergonômicas são ficar em pé durante o expediente, contrair os músculos das costas, do abdômen e dos braços e fazer força ao acoplar as peças ao motor. As partes do corpo afetadas foram Ombros (O), Pescoço (PE), Braços (B), Cotovelos (C), Antebraço (AB) e Punhos (PU). A gravidade identificada foi a de desconforto Ação Técnica Normal (ATN). (Figuras 18 e 19).

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Page 27: Trabalho de Ergonomia

7 FATORES COMPLEMENTARES

7.1 Postura para trabalhar

No setor observado, o trabalho é feito de pé. Cada sub-setor setor exige uma postura, ocasionando dores em várias partes do corpo. As principais dores se concentram na coluna, devido a posturas incorretas, braços e ombros, devido ao peso levantado e braços acima da linha do ombro e pescoço, que muitas vezes fica inclinado. Além disso, os membros inferiores também são prejudicados, pois, devido à ação da gravidade, a irrigação dos mesmos é prejudicada.

7.2 Diferença de método

Há um turno na empresa, um de manhã e um a tarde, porém só fizemos visitas no turno da manhã.

7.3 Tempo de Ciclo

Figura 20 – Tempo de Ciclo

Ação Tempo de Ciclo (minutos)

Motivo do Risco (Membros)

Índice de Risco

Pré-montagem da suspensão.

1,6 Levantamento de peças pesadas,

elevação dos ombros e movimentos repetitivos.

A

Pré-montagem do motor.

11,5 Movimentos repetitivos em ritmo

acelerado.

A

Abastecimento de peças para montagem

do motor.

5,5 Empurrar o carrinho em forma curvada.

A

Juntar motor com suspensão dianteira

1 Elevação dos ombros e movimentos repetitivos.

B

Encaixe das peças finais do motor

3 Elevação dos ombros e movimentos repetitivos.

C

Legenda: A= Elevado; B= Moderado; C= Pequeno.

Fonte: BARONTO, 2015

7.4 Tempo de Trabalho

De Segunda-feira a Quinta-feira o tempo de trabalho é de dez horas, das 7 h às 17 h horas, com 1 hora de almoço. Às Sextas-ferias o tempo de trabalho é de nove horas, das 7 h às 16 h, com 1 hora de almoço também.

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Page 28: Trabalho de Ergonomia

7.5 Ambiente

O ambiente de trabalho é muito bem iluminado. Não há problemas em relação aos ruídos, pois é necessário que todos os funcionários utilizem protetores auriculares. Na questão de temperatura há um grande incômodo, pois na linha de produção a temperatura é muito elevada e não há muitos ventiladores. Os ventiladores encontrados são aqueles residenciais, enquanto o ideal seria utilizar ventiladores industriais.

7.6 Número de operações por turno/Número de movimentos repetitivos por turno

O número de operações e de movimentos repetitivos depende do numéro de carros que deve ser produzido em um dia. Em uma das visitas a média de produção era 150 carros em um dia, logo o número de movimentos variava entre 150, se o carro utilizasse uma peça única, e 300, se o carro utilizasse um par de peças.

7.7 Ritmo de trabalho

O ritmo de trabalho é bem acelerado devido à meta que deve ser atingida ao fim do dia. Em uma das visitas um funcionário havia faltado e o ritmo estava mais acelerado que nas outras visitas, mesmo tendo colocado outro funcionário no lugar.

7.8 Outros fatores

Há uma pressão em cima dos funcionários devido ao fato de que não de deve parar a linha de produção.

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Page 29: Trabalho de Ergonomia

8 FATORES DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

8.1 Análise do impacto da tecnologia sobre os trabalhadores

Durante nossas inspeções, notamos presença de esteiras, talhas, que auxiliam e facilitam o manuseio de peças pesadas, mesmo que nem sempre tenham um manuseio confortável, não se mostraram motivos de queixas pelos funcionários.

8.2 Análise do Impacto da condição do maquinário/ferramentas atuais sobre os trabalhadores

Foi também observado que por preguiça ou por não serem familiarizados com os mecanismos alguns funcionários não utilizavam a trava de segurança dos racks de peças, fazendo-os executar micro-movimentos desnecessários, os quais no final de um dia de ritmo incessante e repetitivo, poderiam agravar uma lesão por sobrecarga muscular e provocando perdas de tempo.

8.3 Análise dos aspectos de manutenção sobre os trabalhadores

Pode-se notar que o sistema de ventilação referente não foi devidamente acabada, tendo ventiladores móveis instalados no meio da passagem dos operários , que eram expostos a quase acidentes frequentemente durante os ciclos do posto, o que além de comprometer a segurança faz com que os trabalhadores se acostumem com a situação e passando a achá-la normal.

8.4 Análise do impacto dos aspectos de material e matéria prima sobre os trabalhadores

Ao analisar as peças manuseadas e transportadas em dois postos em específicos, foi possível entender por quê de tantas queixas sobre os mesmo, as respectivas peças eram de pega pouco anatômica e demasiadamente pesadas.

8.5 Análise do impacto dos aspectos de método sobre os trabalhadores

Foi constatado manuseio de peças extremamentes pesadas em três pontos particulares deste setor, dos quais operários se queixavam muito de dores ao serem incumbidos de efetuar respectivas funções, demostrando a evidência da necessidade de uma melhora na forma de execução de algumas etapas.

8.6 Análise do impacto dos aspectos de exposição ao meio ambiente

O ambiente é bem iluminado não gerando desconforto quanto a esse possível impacto, no entanto o calor presenciado na linha de produção alinhado com a exigência de se usar os EPI se torna um fator de grande desconforto nos operários.

29

Page 30: Trabalho de Ergonomia

8.7 Análise do impacto das políticas e práticas relacionadas à gestão de pessoas sobre os trabalhadores

No setor em análise, foi constatado um sistema de reposição de funcionários e também a existência de uma rotatividade dos mesmos ao longo das funções de trabalho, contudo, ao ocorrer a falta de um componente, o ritmo de trabalho se mostrou prejudicado além do que a disponibilidade de intervalos para descanso eram reduzidas, o que leva então, a uma jornada com um nível de exaustão maior.

8.8 Conclusão quanto ao impacto dos fatores de organização do trabalho na origem de sobrecarga para os trabalhadores

Chegamos em conjunto a existência da necessidade de uma esteira precedendo a etapa de montagem do eixo de suspensão dianteiro, este posto foi o maior alvo de reclamações de dores, também foi constatado que em meio a tal desconforto os funcionarios dos postos já até se habituaram a solicitar a ida ao ambulatório para se aliviar um pouco da tensão imposta pela atividade.

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Page 31: Trabalho de Ergonomia

9 EVIDÊNCIAS

As evidências foram feitas por meio de fotos e vídeos. As fotos foram tiradas por Lillian Castilho e Lucas Bittencourt e os vídeos foram feito por Lucas Bittencourt os quais receberão uma autorização especial para colher videos e fotos no interior da empresa em seus respectivos dias de visita, visto a responsabilidade que os mesmos assumirão de utilizar o material com o propósito único de confecção deste trabalho, não podendo assim serem divulgadas em quaisquer outros meios.

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Page 32: Trabalho de Ergonomia

10 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA HOMEM-TAREFA-MÁQUINA

Observa-se que há uma real interação Homem-Tarefa-Máquina no ambiente do sistema. (Figura 20).

Figura 21 – Sistema Homem-Tarefa-Máquina

Fonte: CASTILHO, 2015

Neste item mapeamos como ocorrem as interações e respostas ao sinais que caracterizam o relacionamento Homem-máquina, do qual neste trabalho ocorre extensivamente. (Figura 21).

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Page 33: Trabalho de Ergonomia

11 ORDENAÇÃO DO SISTEMA

Figura 22 – Ordenação do Sistema

Fonte: CASTILHO, 2015

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SUPRA-SUPRA SISTEMA: Empresa Nissan

ECOSSISTEMA: Empresas fabricantes de Automóveis

SUPRA-SISTEMA: Setor C5 – Pré-montagem do motor

SISTEMA ALVO: Funcionários da linha de produção

Sub-subsistema 3: Transporte do motor pronto para próximo posto de trabalho.

Sub-subsistema 2: Montagem de todas as peças acabadas junto ao motor.

Sub-subsistema 1: Acoplamento das peças na fase de montagem do motor.

SUBSISTEMA 2: Pré-montagem do motor

Sub-subsistema 6: Término da montagem do eixo de suspensão dianteiro com parafusadeira pneumática.

Sub-subsistema 5: Montagem do eixo de suspensão dianteiro.

Sub-subsistema 4: Transporte das peças constituintes do eixo de suspensão dianteiro.

Sub-subsistema 3: Transporte com auxilio de talha do eixo de suspensão traseiro.

Sub-subsistema 2: Preparação do eixo de suspensão traseiro.

Sub-subsistema 1: Transporte da base do eixo de suspensão traseiro para esteira de montagem.

SUBSISTEMA 1: Pré-montagem da suspensão

Page 34: Trabalho de Ergonomia

Pode-se observar a ordem em que as atividades do posto seguem também uma rotulação do ambiente em que o setor esta inserido.(Figura 22).

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Page 35: Trabalho de Ergonomia

12 EXPANSÃO DO SISTEMA

Figura 23 – Expansão do Sistema

Fonte: CASTILHO, 2015

Eevidenciamos a tarefa principal do posto, depois expandimos o sistemas mostrando que a mesma depende da execução de sistemas periféricos e com a organização destes a pré- montagem ocorre. (Figura 23).

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Subsistema: Pré-montagem do motor

SISTEMA ALVO: Pré-montagem do motor

Sistema serial 3: Junção das peças e

montagem do motor

Sistema serial 2: Pré-montagem do

motor

Sistema serial 1:Pré-montagem da

suspensão

SUPRA-SISTEMA: Fabricante de automóveis Nissan

SUPRA-SUPRA SISTEMA: Fabricantes de automóveis

Page 36: Trabalho de Ergonomia

13 MODELAGEM COMUNICACIONAL DO SISTEMA

Figura 24 – Modelagem Comunicacional do Sistema

Fonte: BITTENCOURT, 2015

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Inputs:Resposta aos sinais como acionamento

da esteira, acoplamento de

peças manuseio de equipamento etc.

Transmissão dos

comandos:(Interações)

Função Cerebral

(resposta aos sinais)

Outputs:Sinais transmitidos aos usuários do maquinário e dos equipamentos.

HOMEMMÁQUIN

Sistemas Humanos:

Audição, Visão, tato ,olfato.

Respostas humanas• Mao(principal)• Corpo(secundár

io-torção, flexão, extensão e abdução das costas)

Interações:Comandos no painel, manuseio de equipamentos(talha ,parafusadeira pneumática.

Informações:Sinalizadores de sequência da produção, alarmes sonoros de peças em movimento, painéis de controle da esteira e

Page 37: Trabalho de Ergonomia

14 IDENTIFICADOR

Por inspeção fizemos as nossas identificações. Os profissionais queixaram-se de desconfortos em várias partes do corpo, porém, principalmente dor na coluna, ombros e braços. São necessárias mudanças no modo como são realizadas as tarefas para que haja uma melhoria na saúde dos funcionários. Os profissionais visam uma melhoria no ambiente de trabalho, onde possam exercer suas funções com maior produtividade e que tenham garantia das suas integridades fisiológicas e psicológicas.

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Page 38: Trabalho de Ergonomia

15 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR

Foi utilizado a ferramenta Check List de Couto para avaliar os fatores biomecânicos no risco para distúrbios musculoesqueléticos de membros superiores nas atividades realizadas no setor C5.

15.1 Sobrecargas Físicas

Há contato de mão ou punho ou tecidos moles com alguma quina viva de objetos ou ferramentas?

Não ( ) Sim (1)

O trabalho exige o uso de ferramentas vibratórias? Não ( ) Sim (1)

O trabalho é feito em condições ambientais de frio excessivo? Não (0) Sim ( )Há necessidade do uso de luvas e, em consequência disso, o

trabalhador tem que fazer mais força?Não ( ) Sim (1)

O trabalhador tem que movimentar peso acima de 300g, como rotina em sua atividade?

Não ( ) Sim (1)

15.2 Força com as Mãos

Aparentemente as mãos têm que fazer muita força? Não ( ) Sim (1)A posição de pinça (pulpar, lateral ou palmar) é utilizada para

fazer força? Não ( ) Sim (1)

Quando usados para apertar botões, teclas ou componentes, para montar ou inserir, ou para exercer compressão digital, a força de

compressão exercida pelos dedos ou pela mão é de alta intensidade?Não ( ) Sim (1)

O esforço manual detectado é feito durante mais que 49% do ciclo ou é repetido mais que oito vezes por minuto? Não ( ) Sim (1)

15.3 Postura no Trabalho

Há algum esforço estático da mão ou do antebraço como rotina na realização do trabalho?

Não (0) Sim ( )

Há algum esforço estático do ombro, do braço ou do pescoço como rotina na realização do trabalho? Não (0) Sim ( )

Há extensão ou flexão forçada do punho como rotina na execução da tarefa?

Não ( ) Sim (1)

Há desvio ulnar ou radial forçado do punho como rotina na execução da tarefa?

Não ( )Sim (1)

Há abdução do braço acima de 45 graus ou elevação dos braços acima do nível dos ombros como rotina na execução da tarefa? Não ( ) Sim (1)

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Page 39: Trabalho de Ergonomia

Há outras posturas forçadas dos membros superiores? Não ( ) Sim (1)

15.4 Posto de Trabalho e Esforço Estático

A atividade é de alta precisão de movimentos? Ou existe alguma contração muscular para estabilizar uma parte do corpo enquanto outra

parte executa o trabalho? Não (0) Sim ( )

A altura do posto de trabalho é regulável?

Sim ( )Ou Desneces-sária à regulagem ( )

Não (1)

15.5 Repetitividade e Organização do Trabalho

Existe algum tipo de movimento que é repetido por mais de 3.000 vezes no turno? Ou o ciclo é menor que 30 segundos, sem pausa

curtíssima de 15% ou mais do mesmo? Não (0) Sim ( )

No caso de ciclo maior que 30 segundos, há diferentes padrões de movimentos (de forma que nenhum elemento da tarefa ocupe mais

que 50% do ciclo?).Sim (0)

Não ( ) Ou

Ciclo <30 s

Há rodízio (revezamento) nas tarefas, com alternância de grupamentos musculares? Sim ( ) Não (1)

Percebem-se sinais de estar o trabalhador com o tempo apertado para realizar sua tarefa? Não ( ) Sim (1)

Entre um ciclo e outro há a possibilidade de um pequenoDescanso? Ou há pausa bem definida de aproximadamente 5 a

10 minutos por hora? Sim ( ) Não (1)

15.6 Ferramenta de Trabalho

Para esforços em preensão:- O diâmetro da manopla da ferramenta tem entre 20 e 25

mm (mulheres) ou entre 25 e 35 mm (homens)?Para esforços em pinça: O cabo não é muito fino nem muito

grosso e permite boaEstabilidade da pega?

Sim (0)Ou

Não há ferramentas

( )

Não ( )

A ferramenta pesa menos de 1 kg ou, no caso de pesar mais de 1 kg, encontra-se suspensa por dispositivo capaz de reduzir o esforço

humano?

Sim( )

Ou Não há

Não (1)

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Page 40: Trabalho de Ergonomia

ferramentas ( )

15.7 Critério de Interpretação

Somar o total dos pontos. De 0 a 3 pontos: ausência de fatores biomecânicos - AUSÊNCIA DE RISCO. Entre 4 e 6 pontos: fator biomecânico pouco significativo - AUSÊNCIA DE

RISCO. Entre 7 e 9 pontos: fator biomecânico de moderada importância -

IMPROVÁVEL, MAS possível. Entre 10 e 14 pontos: fator biomecânico significativo-RISCO. 15 ou mais pontos: fator biomecânico significativo-ALTO RISCO.

Obs.: O somatório da pontuação é igual a 17, logo o fator biomecânico é de ALTO RISCO.

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Page 41: Trabalho de Ergonomia

16 FLUXOGRAMA FUNCIONAL

Um pequeno esquema foi feito para melhor vizualização das operações que ocorrem no posto, sendo as mesmas coloridas de acordo com o tipo de atividade que caracteriza cada posto de trabalho. (Figura 25).

Figura 25 – Fluxograma Funcional

Fonte: BITTENCOURT, 2015

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Page 42: Trabalho de Ergonomia

17 QUESTIONÁRIO / ENQUETE REALIZADA COM OS ATORES ENVOLVIDOS NAS TAREFAS

17.1 Qual a principal dificuldade ao montar o disco de freio?

Resposta: O peso da peça após montada.

17.2 Qual a principal dificuldade ao montar a suspensão dianteira?

Resposta: Distância entre as peças que serão encaixadas e o peso delas, já que tem que ficar abaixando para pegá-las.

17.3 Qual a principal dificuldade ao encaixar as peças no motor?

Resposta: O modelo 2015 vem com uma peça perto do motor de partida que se tornou duro e por isso é necessário fazer uma força maior com os pulsos, mãos e ombros. Como também ficar elevando o corpo para parafusar parte superior do motor, além de que o motor fica suspenso por correntes e oscila continuamente. E isso é rotineiro.

17.4 Qual a principal dificuldade ao montar a suspensão traseira?

Resposta: As peças são pesadas e há uma elevação dos ombros, em ritmo acelerado, para pegar a máquina que parafusa. Os operários estavam fazendo esforço excessivo para pegar peças que deveriam ser carregadas pelo manipulador.

17.5 Qual o principal problema relacionado ao repositor de peças?

Resposta: O operário deve curvar muito a coluna para empurrar o carrinho de reposição, comprometendo a região da coluna, causando possíveis problemas futuros.

17.6 Qual o principal problema na montagem do motor?

Resposta: O fator de o motor estar suspenso por correntes faz com que este faça movimentos de oscilação, dificultando o manuseio pelo funcionário, fazendo com que estes tenham que fazer mais força. Operários mais baixos ficam na ponta dos pés para parafusar ou encaixar alguma peça que se localiza na parte superior do motor.

Primeiramente observamos os funcionários antes de lhes fazer perguntas, contudo ao saberem que se tratava de um trabalho de ergonomia, eles prontamente se dispunham a expor as dificuldades e as dores rotineiras. E quando lhe foi perguntado qual a principal dificuldade e/ou problema, as respostas foram: distância entre as peças que serão encaixadas, peso das peças (sem uma máquina para auxiliá-los a levantar a peça), altura das máquinas que os auxiliam a parafusar e principalmente a força que se é necessária para encaixar uma peça no motor – antes era mais fácil – que aparentemente não parece muito, contudo quando feita mais de cem vezes ao dia, acaba trazendo dores as mãos, pulsos e ombros.

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Page 43: Trabalho de Ergonomia

18 OBSERVAÇÕES

Nossa equipe constatou um bom clima de relacionamento entre os integrantes da equipe que trabalhava no setor, que faziam canções e gritos de incentivo durante as execuções das tarefas, brincadeiras entre si para descontrair o ambiente e ainda não foram encontradas nenhuma situação de desentendimento entre os funcionarios do setor.

Em relação à interação com os membros de nosso grupo os funcionários se mostraram muito amigáveis e responderam nossas perguntas sem demonstrar desconforto, tivemos também ajuda de um encarregado pela ergonomia da fábrica, que também se mostrou muito amigável e disposto a nos ajudar durante a execução da análise.

Para que fosse autorizada a nossa entrada na linha de produção, assim como todos os funcionários da fábrica, nossa equipe foi exigida de estar vestida com os devidos EPI, que estavam sempre em bom estado, limpos e os itens descartáveis eram novos estando embalados.

Em todas as áreas da fábrica, notou-se que quase todos os funcionários da empresa, paravam em todos os pontos de cruzamentos tanto no interior como no exterior da fábrica e faziam sinais com as mãos dizendo: direita ok, esquerda ok, em frente! Isso é feito como uma medida de prevenção à acidentes, pois na fábrica, a preferência de passagem deve ser das máquinas.

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Page 44: Trabalho de Ergonomia

19 CONCLUSÃO QUANTO AO RISCO ERGONÔMICO

Fazendo uma análise relacionada à ergonomia no setor C5 da fábrica de automóveis da Nissan, pôde-se constatar que o excesso de esforços realizados pelos funcionários e a realização de tarefas que colocam em risco os operadores, foram os principais fatores de riscos ergonômicos detectados na empresa, e que precisam ser reavaliados, com o intuito de reduzir problemas como resistência física, dores e má postura, que podem ser causados pelos fatores citados. As principais queixas feitas pelos funcionários foram em relação ao excesso de peso que precisavam transportar e as dores que estavam tendo na região do pescoço e do ombro, em consequência do excesso de peso e trabalho repetitivo. Além disso, existe o risco de alguns operários sofrerem lesões em diferentes partes do corpo, como mãos, coluna e pescoço, que são regiões onde o excesso de tensões fica acumulado, e uma vez lesionado, a recuperação faz-se longa e difícil.

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Page 45: Trabalho de Ergonomia

20 CRITÉRIO DE PRIORIDADE E CONDUTA ADMINISTRATIVA

Após serem identificados e avaliados os riscos ergonômicos, chega-se a conclusão de que, a prioridade deve ser dada na área da pré – montagem da suspensão traseira, onde os funcionários já estão sofrendo com problemas de dores na região dos ombros e pescoço, com isso, faz-se necessária tomar uma medida de atuação imediata, pois a avaliação ergonômica é de risco. Para minimizar os problemas sofridos por estes profissionais, sugere-se reduzir o fluxo de trabalho e alternar as atividades com o emprego da ginástica ou contratar mais dois funcionários para auxiliarem os outros nesta função. Caso não seja feito este reparo em curto tempo, a saúde dos profissionais pode ser comprometida seriamente, e consequentemente assim como a produtividade.

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Page 46: Trabalho de Ergonomia

21 MEDIDAS DE MELHORIA ERGONÔMICA

Após realizar uma análise geral do posto de trabalho e identificar os problemas ergonômicos relacionados ao ambiente, algumas medidas foram sugeridas, com o obejtivo de eliminar ou reduzir os problemas detectados. As melhorias propostas foram:

1. Aumentar a quantidade de ventiladores no ambiente, e fazer algumas substituições entre ventiladores convencionais por ventiladores industriais, posicionando-os em locais estratégicos, para que não se faça necessária a implementação de um grande número de ventiladores, visando melhorar a temperatura do ambiente, tornando o mesmo mais agradável para trabalhar. Os ventiladores deverão ser instalados por profissionais técnicos especializados e capazes de realizar este tipo de instalção.

2. Voltar a ter a atividades de ginástica, que eram realizadas anteriormente na fábrica, com o objetivo de realizar uma alternância dos movimentos corporais, para dinamizar um pouco os movimentos realizados e reduzir os impactos causados pelos movimentos repetitivos. A ginástica deve ser realizada duas vezes ao dia, na parte da manhã e na parte da tarde, coordenada pela equipe de fisioterapeutas da Nissan.

3. Elevar a altura da esteira de montagem, para evitar que os operários tenham que abaixar muito, e consequentemente forçar a musculatura do pescoço e coluna. A elevação deverá ser feita por profissionais habilitados, melhorando as condições de trabalho dos operadores.

4. Instalar um mecanismo pneumático nas bancadas de estoque das peças, para evitar que operador tenha que fazer grandes esforços para abaixar para pegar determinada peça. Com um simples acionamento pneumático, o carrinho que contém as peças, pode ser levantado ou abaixado até determinada altura, diminuindo problemas de coluna e ombros.

5. Definir ou criar um espaço para depositar o lixo, com o objetivo de tornar o ambiente mais organizado e evitar problemas que possam vir a acontecer devido a incorreta disposição do mesmo, visto que caixas são jogadas no meio do caminho, próximo às atividades dos operários e próximo à passagem dos carrinhos de reposição.

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Page 47: Trabalho de Ergonomia

22 MEDIDAS VISANDO O CONTROLE DO RISCO ERGONÔMICO (NA IMPOSSIBILIDADE DE SOLUÇÃO IMEDIATA)

Como uma segunda opção de resolução dos problemas, se por acaso, não forem aprovadas as melhorias propostas em primeiro plano (Item 21), listamos algumas melhorias alternativas que teriam custos de implatação menores:

1. Ao invés de elevar a esteira poderia se calçá-la para assim acontecer um aumento em sua altura sem ter que trabalhar suas peças ou fazer alguma obra no piso de sua sustentação.

2. Implantar ferramentas de auxílio de manuseio em peças pesadas, estas que existem no mercado e tem como objetivo atenuar as exigências de um manuseio dificultado no qual exiga um esforço desconfortável do funcionário.

3. Organizar a disposição dos paletes com peças do eixo de suspensão dianteiro para reduzir o trajeto no qual os trabalhadores necessitam carregá-las.

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Page 48: Trabalho de Ergonomia

23 IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE ACADÊMICA – AET*

RELATÓRIO DE FINALIZAÇÃO DO TRABALHO PROTOCOLADO NO CEP – FAT-UERJTítulo do Trabalho:Intervenção ergonômica em uma empresa multinacional fabricante de automóveis, analisando o setor de pré-montagem do motor.

Número do Parecer do CEP-FAT- UERJ:

Nome(s) do(s) aluno(s):GÉSSICA NAIRA DINIZ BARONTOJÉSSICA VICENTE BRUMLILLIAN LOPES DE CASTILHOLUCAS BITTENCOURT LEALMIRIAM MACHADO FABRIS

Resumo: Este artigo tem como objetivo o estudo ergonômico de uma empresa multinacional fabricante de automóveis, localizada em Resende (RJ), no setor de pré-montagem do motor. A metodologia utilizada foi por meio da Analise Ergonômica Hudson Couto e verificamos vários riscos ergonômicos. Foi feito uma analise ergonômica a fim de melhorar as condições de trabalho. Após a análise ergonômica, evidenciamos riscos das atividades observadas. Em seguida aplicamos o plano de ação para as atividades apresentadas. Com a experiência e conhecimento adquirido neste trabalho, amplia-se nossa visão e capacidade de implantar a ergonomia em outros projetos ergonômicos. Desta forma, concluir-se que é de grande valia a aplicação da ergonomia dentro das empresas, pois assim, a integridade dos colaboradores estará sempre em pauta, protegendo-o de doenças ocupacionais ou danos maiores. Ainda percebe-se, que a empresa também ganha com isso, pois elimina movimentos desnecessários, resultando em ganho de tempo, eliminação de desperdícios e elevação da sua produtividade.

Divulgação do Trabalho:

Evento científico ( ) Periódico Científico ( ) Nenhuma ( X )

Assinatura do Docente orientador:

Assinatura do Coordenador do CEP/FAT-UERJ:

Local e Data: Resende, 27 de janeiro de 2015.

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Page 49: Trabalho de Ergonomia

24 DISCUSSÃO / APROVAÇÃO DA GERÊNCIA E SUPERVISÃO

Durante as visitas à Nissan, o grupo teve contato com profissionais diretamente envolvidos com as atividades que estavam sendo analisadas. Os ergonomistas e a fisioterapeuta que acompanharam o nosso trabalho, identificaram as áreas que eles julgavam como mais críticas e separou os grupos para realizarem seus respectivos trabalhos em cada uma delas. Na área analisada pelo nosso grupo, durante uma conversa com a fisioterapeuta e observando as atividades dos montadores da suspensão traseira, durante uma discussão sobre os problemas observados no setor, a mesma determinou que os dois trabalhadores não tinham condições de trabalhar nas condições que estavam e iria propor para seu chefe que solucionasse o problema dos funcionários, além disso a mesma chegou à conclusão de que as ginásticas deveriam voltar a ocorrer como antes. O ergonomista que nos acompanhou, informou que algumas mudanças infelizmente não são fáceis de serem implantadas, e a preocupação maior é com os funcionários que fazem muito uso das mãos, como por exemplo para apertar parafusos, pois o trabalho repetitivo, pode causar problemas sérios na musculatura da mão e os problemas relacionados à mão, como tendinite, artrites e Síndrome do Túnel Carpal são os mais difíceis de serem solucionados, por isto estes profissionais recebem uma atenção maior, pois os problemas de trabalho relacionados a eles são maiores.

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Page 50: Trabalho de Ergonomia

25 PLANO DE AÇÃO

Figura 26 – Melhorias ergonômicas do plano de ação

Melhorias ErgonômicasO que?

(Melhoria a implantar)

Por quê?(resultados esperados)

Quem?(responsáveis)

Quando?(datas)

Como?(procedimentos)

Colocar mais ventiladores e

substituir alguns por ventiladores

industriais.

Para tornar o ambiente menos

quente.

Profissionais Técnicos

preparados pra realizar esta instalação e projetistas.

O quanto antes.

Escolher locais estratégicos, para

que não seja necessária a

implantação de muitos

ventiladores.

Voltar a ter as atividades de

ginástica.

Para ter uma alternância de movimentos e

para os funcionários aliviarem as

tensões acumuladas.

Fisioterapeutas.

Todos os dias. Deverão ser

realizadas duas vezes ao dia,

uma no turno da manhã e outra

no turno da tarde.

Realizar atividades de

alongamento em todo o corpo e

movimentos para relaxar o corpo.

Elevar a altura da esteira de montagem.

Para que o funcionário não abaixe muito e comprometa a

coluna e pescoço.

Profissionais técnicos

preparados pra realizar esta instalação e projetistas.

O quanto antes.

Elevar a esteira em 20 cm,

aumentando a altura da base de

suporte para a esteira.

Instalar um mecanismo

pneumático nas bancadas de estoque das

peças.

Para evitar que o operador tenha

que abaixar muito para

pegar a peça que precisa.

Profissionais técnicos

preparados pra realizar esta instalação e projetistas.

O quanto antes.

Acoplar o mecanismo

pneumático às bancadas de estoque onde através de um

botão a bancada pode elevar-se ou

abaixar-se.

Definir um espaço para

colocar o “lixo”.

Para evitar que fique tudo

espalhado no caminho.

Projetistas. O quanto antes.

Definir um local e colocar caixas para depositar o lixo, como visto

em outros setores que já possuem.

Eliminar os ventiladores de

coluna

Para evitar que o operador esbarre e derrube o mesmo

Profissionais da segurança de

TrabalhoO quanto antes

Procedimento simples de retirada de material,

removendo do local onde se

encontra.Fonte: FABRIS, 2015

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Page 51: Trabalho de Ergonomia

26 CONCLUSÃO

A análise ergonômica nesta situação buscou melhorar a forma com que o trabalho ocorre no setor C5 da empresa se caracterizando assim, como um forte ramo da filosofia de melhorias contínuas (Kaizen) da empresa analisada (Nissan), em que sempre se busca melhorar a fluência do trabalho, nunca se acomodando e não se restringindo ao ponto de vista que só visa à produtividade e nada mais. A principal frente desta doutrina se refere à importância dada a todos os fatores periféricos que podem elevar a satisfação, bem estar e boa fluência do trabalho, sendo hora aliviando esforços desnecessários, hora motivando os trabalhadores a terem maior vontade de executar sua função.

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Page 52: Trabalho de Ergonomia

REFERÊNCIAS

COUTO, Hudson de Araújo, Ergonomia Aplicada ao Trabalho: conteúdo Básico guia prático. Belo Horizonte: Ergo, 2007.

MATIAS, Nelson Tavares, Ergonomia. Resende: Apostila, 2011

NETO, Edgar Martins, Apostila de Ergonomia. Dísponível em < http://www.ergonomianotrabalho.com.br/artigos/Apostila_de_Ergonomia_2.pdf> Acesso em: 22. Janeiro. 2015

Proposta de Melhoria Ergonômica e de Fatores Humanos no Ambiente de Laboratório e os Ganhos Sinérgicos de Produtividade. Disponível em < http://pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/proposta-de-melhoria-ergonomica-e-de-fatores-humanos-no-ambiente-de-laboratorio-e-os-ganhos-sinergicos-de-produtividade.pdf> Acesso em: 24. Janeiro. 2015

Avaliação Ergonômica De Postos De Trabalho No Setor De Pré- Impressão De Uma Indústria Gráfica. Disponível em < http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2009_1_Fabricio.pdf> Acesso em: 25. Janeiro. 2015

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