Revista Interural - Edição 50

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3 | INTERURAL - A REVISTA DO AGRONEGóCIO | FEVEREIRO DE 2012 R$ 7,90 | Nº 50 | FEVEREIRO DE 2012 | ANO 6

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3 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

r$ 7,90 | nº 50 | fevereiro de 2012 | Ano 6

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Conselho Editorial Gustavo ribeiro

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Redação Gustavo ribeiro

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Capa Wilson Vilela

Impressão Gráfica Brasil

Tiragem 5.000 exemplares

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artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista, assim como declarações

emitidas por entrevistados.É autorizada a reprodução total ou parcial das

matérias, desde que citada a fonte.

“nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante e não cuide somente do que é seu, mas

também do que é do outro.”Fl 2,3-4

Caro leitor, 2012 promete ser mais um grande ano para o agronegó-

cio brasileiro. As perspectivas são boas para diversos segmentos do setor.

Com suas produções recordes de grãos e o avanço na área pecuária, os pro-

dutores nacionais vêm ocupando uma posição inédita no mercado externo.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse que o agronegócio

brasileiro deve exportar, em 2012 mais de US$ 100 bilhões em produtos, um

crescimento de 5,7%.

Nesse cenário, o cinturão verde brasileiro tem gerado frutos prin-

cipalmente para quem vive da economia no campo. As duas matérias de

capa da edição de nº 50 da InteRural convida nossos leitores, para uma

grande oportunidade de fazer bons negócios. Primeiro é o evento mais

importante realizado por uma das principais empresas de Biotecnologia e

melhoramento genético do Brasil, a Tropical Genética, realiza em fevereiro,

em Uberlândia, o maior evento em oferta de genética leiteira da América

Latina, o FestLeite Tropical 2012, que vem recheado de grandes atrações e

vai inaugurar o calendário da pecuária leiteira nacional. Você vai conhecer

tudo, bem detalhado nas próximas páginas.

A outra grande oportunidade de levar genética superior para sua

propriedade é a liquidação do plantel Centrogen, um verdadeiro show do

Girolando. Nosso amigo, Herbert abriu as porteiras da Fazenda, e vai dispo-

nibilizar todo seu plantel, principais doadoras, prenhezes, bezerras prontas

para estrear na pista, enfim, é comprar e ter a certeza de estar fazendo um

negócio saudável.

Energias renovadas, as associações tiveram seu período de des-

canso e daqui para frente começa a rotina intensa de leilões, exposições,

feiras, enfim, o agronegócio começa a funcionar definitivamente. Não há

dúvida, o tempo segue bom nesse celeiro de oportunidades da economia.

Desejo a todos uma ótima leitura e grandes negócios

Gustavo Ribeiro

Gustavo RibeiroEditor

Brasil o gigante do agronegócio

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AgriculturA

Combate a estiagem em SC ........................................... 18Exportação de Aves ........................................................... 19Soja - Safra 2011/2012 ..................................................... 20Licenciamento ambiental .............................................. 24Café de qualidade .................................................................26Setor cafeeiro ........................................................................ 28Milheto ...................................................................................... 30Micotoxinas.............................................................................32

PecuáriA

Setor é afetado pelas chuvas ....................................... 50Inseminação artificial ....................................................... 51Pecuária perde insentivador .........................................52

mercAdo

Mais que ouro ........................................................................ 54

Agência ML ..............................................................................57Produção de Boi ................................................................... 58Febre aftosa ........................................................................... 60

Girolando .................................................................................. 62Gir Leiteiro ............................................................................... 64Brahman .................................................................................. 66Senepol ......................................................................................67

equinos

Criador de sucesso ..............................................................76Casqueamento ..................................................................... 80

Suínocultura .......................................................................... 84Ovinocultura .......................................................................... 86PET .............................................................................................. 88Vida de Jurado ..................................................................... 102Leilões ..................................................................................... 106

índiCe

36centrogenUm verdadeiro

sHoWdo Girolando

O FestLeite Tropical chega a sua segunda edição e vai ser o ponto de encontro da pecuária leiteira no mês de fevereir

festleite tropical 2012

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InteRural Agricultura

fonte: diário cAtArinense

Será de R$ 28,6 milhões o pacote de combate à estia-gem em Santa Catarina, que foi anunciado, dia 16, pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribei-ro Filho, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, em Chapecó. Do valor, R$ 12,6 são investimentos do governo do Estado.

Além de Mendes, esti-veram presentes o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence, o ministro interino de Relações Institucionais, Claudinei Nas-cimento, e o governador Rai-mundo Colombo.

As perdas na agropecuá-ria do Estado já somam R$ 497 milhões, segundo dados divul-

gados no dia 15, pela Secretaria da Agricultura.

Os ministros devem con-firmar a liberação de R$ 10 mi-lhões do governo federal, valor a ser aplicado na perfuração de 333 poços nas comunidades rurais dos 80 municípios atin-gidos. Também será assinado um convênio entre o Ministério, o governo de Santa Catarina e o Banco de Desenvolvimen-to Econômico do Extremo Sul no valor de R$ 6 milhões, para financiamento de sistemas de captação de água e irriga-ção. O recurso tem prazo de 12 anos para pagamento e juros de 6,75% ao ano.

Do montante de R$ 12,6 milhões a ser investido pelo Es-tado, R$ 10 milhões são para o Programa Juro Zero da Secreta-

ria da Agricultura. O valor ser-virá para subsidiar o juro dos investimentos que os agricul-tores tomarem para financiar cisternas e outros sistemas de armazenamento de água.

Mais R$ 1 milhão será destinado aos municípios em situação de emergência para a compra de distribuidores de água. Cada equipamento custa R$ 13 mil. Além disso, o gover-no vai anunciar mais R$ 353 mil para os últimos 20 municípios que decretaram situação de emergência, totalizando R$ 1,6 milhão dividido entre as prefei-turas para bancar serviços de transporte de água e silagem. Cada município recebe confor-me o número de propriedades rurais, o que dá uma média de R$ 20 mil por cidade.

mendes ribeiro anuncia pacote de r$ 28,6 milhões para combate à estiagem em santa catarinaDo montante, R$ 12,6 são investimentos do governo do Estado

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r$ 10 mi do governo federal, valor a ser aplicado

na perfuração de

333 poços nas

comunidades rurais dos 80 municípios

atingidos.

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Genética Cer ta !Fazenda Valinhos e Java Pecuária

realizarão seu 4º Leilão Virtual no dia 22/04/2012 às 14 horas, quando abrirão-se as portas da passarela do cerrado do

Triângulo Mineiro para um grande desfile de pérolas da raça Girolando.

Não percam esse grande evento!

TransmissãoLeiloeira

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Após uma safra 2010-2011 excepcionalmente boa, onde o mercado proporcionou bons preços e as condições climáti-cas a melhor produtividade de soja da história, a safra 2011-2012 está plantada e o cenário de preços e produtividade a serem auferidos pelo produtor está indefinido até o momento. Embora com aumento da área plantada e do nível tecnológico, as condições climáticas não es-tão indicando níveis de produ-tividade médios semelhantes aos alcançados na safra 2010-2011.

Da porteira para dentro, os

produtores em geral terão pro-dutividades e preços menores, o que resultará em uma mar-gem operacional mais apertada que a do ano passado. Perma-necendo esse quadro, a sen-sação de aperto deve aparecer na época da colheita, pois, ao colherem e venderem a safra, os produtores de soja terão um menor faturamento disponível para pagar o financiamento da safra passada e estarão diante de uma relação de troca soja/insumos mais estreita para fi-nanciar a próxima safra 2012-2013.

As condições climáticas

ocasionadas pelo fenômeno “La Niña” estão afetando algu-mas das regiões produtoras de soja mais importantes do Bra-sil. Parte das regiões produto-ras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Sudeste de Mato Gros-so enfrenta desde os meses de novembro e dezembro longas estiagens, o que já está com-prometendo o desenvolvimen-to e a expectativa de produtivi-dade das lavouras. No Paraná, as primeiras lavouras de soja precoce plantadas em setem-bro já estão sendo colhidas e proporcionando rendimento

Perspectivas para o produtor de soja na safra 2011-2012

InteRural Agricultura

A área plantada na

safra 2011-2012 será de

24,350 milhões de hectares

0,7 % superior à da safra

2010-2011

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15% abaixo do previsto em fun-ção de estiagens ocorridas no período posterior ao plantio.

Nos demais estados e re-giões citadas, os graus de perda de produtividade são variados, mas já se estimam perdas sig-nificativas ao nível de 6% no po-tencial produtivo da safra bra-sileira. Nos demais estados da região Centro-Oeste, Nordeste e Norte, embora não se perce-bam ainda impactos negativos causados por estiagens, tem-se observado um regime de chuvas mal distribuído, com microrregiões bem supridas e outras mal supridas dentro da mesma região edafoclimática.

Devido à crise econômica europeia, os preços internacio-nais da soja recuaram bastante, desde os preços obtidos na co-lheita da última safra. Embora o câmbio tenha expressado uma valorização do dólar perante o real desde que os indícios da crise europeia ficaram mais evidentes, e isso possa interna-mente ter arrefecido a percep-

ção de queda no preço interno da soja, a relação de troca de soja por insumos já piorou mui-to, pois os insumos tendem a acompanhar a valorização do dólar. Os especialistas sinali-zam que, pelo fato de a Europa não ser uma consumidora de produtos agrícolas brasilei-ros, seus efeitos sobre a queda dos preços não deve ser muito drástico.

Nos mercados agrícolas, especialmente de alimentos, a demografia tem papel de gran-de relevância para a demanda, que possui como crescimen-to mínimo a taxa de elevação da população mundial. A pro-dução, porém, é limitada pelo estoque de terras disponíveis, recursos hídricos e tecnologias. Dessa forma os preços da soja em 2012 não devem continuar a tendência de queda iniciada em 2011, pois é necessário incen-tivar a produção futura. Além disso, o consumo da China e da Índia não deve diferenciar significativamente dos níveis

atuais. Porém, a desaceleração econômica da Europa certa-mente terá reflexos de alguma magnitude nas economias do mundo todo, incluindo nas dos países asiáticos, que atualmen-te são os nossos maiores im-portadores de soja.

Embora não se possa afir-mar categoricamente qual será o cenário de preços na colheita da safra 2011-2012, é prudente que o produtor se prepare para uma situação mais apertada e se ajuste desde já. Enquanto os preços da soja permaneceram elevados, os possíveis proble-mas estruturais e de gestão de cada propriedade puderam ser, em boa parte, compensados por um fluxo maior de receitas. Com os preços da soja menores associados aos custos dos in-sumos maiores, tais problemas tendem a vir à tona.

Os agricultores brasileiros colheram 75,324 milhões de to-neladas de soja no ano agrícola 2010-2011, representando safra recorde. De acordo com levan-

A previsão para a produção de soja

na safra 2011-2012 no Brasil indica um

volume de

71,287 milhões de tonela-

das, que é

5,46% menor que a safra

anterior.

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tamentos da Conab (3ª avalia-ção, publicada em dezembro de 2011), a área plantada na safra 2011-2012 será de 24,350 mi-lhões de hectares – 0,7 % (169,2 mil hectares) superior à da sa-fra 2010-2011. E a previsão para a produção de soja na safra 2011-2012 no Brasil indica um volume de 71,287 milhões de toneladas, que é 5,46% (4,038 milhões de toneladas) menor que a safra anterior, devido ao cenário climático já citado.

As cotações futuras de soja fecharam com ganhos inexpressivos, no dia 23 de de-zembro de 2011, na Bolsa Mer-cantil de Chicago, chegando US$ 26,07 por saco de 60 kg (cotação para maio de 2012, posto Chicago), valor 3 US$/saco (quase 10%) abaixo do ocorrido em 17 de dezembro de 2010 (um ano atrás).

A principal motivação dos compradores futuros da soja foram os comentários sobre previsões climáticas adversas para a Argentina durante a se-mana útil iniciada em 26 de de-zembro de 2011 e preocupações com a possibilidade de o clima mais seco do que o normal se estender naquele país vizinho à fase de pleno desenvolvimen-

to reprodutivo da soja (janeiro de 2012), que se traduziram na manutenção de prêmios de ris-co climático ora incorporados às cotações futuras da oleagi-nosa, em Chicago.

Diante desse cenário de preços em Chicago, o mercado interno ficará muito depen-dente das variações cambiais a ocorrerem no primeiro se-mestre de 2012. Estas, por sua vez, dependerão da evolução ou recuperação da crise eu-ropeia. E os produtores devem ficar atentos para aproveitar eventuais momentos de picos de preço e ir travando alguns lotes da soja a ser colhida no primeiro trimestre de 2012, pois, de agora em diante, ao se aproximar a colheita da safra sul-americana, o mercado es-peculativo de clima deve co-meçar a atuar, juntamente com os humores da crise europeia.

Vencida a etapa do plan-tio, o produtor de soja agora não deve se preocupar somente com o controle da ferrugem-asiática, lagartas, percevejos, etc., em suas lavouras, mas principalmente ficar de olho nas variações dos preços da soja, e na negociação da pró-xima safra. Especial cuidado

se deve ter ao negociar os in-sumos para o plantio da safra 2012-2013, pois estes estão ainda com preços elevados, puxados pela alta da soja e das commodities ocorrida no últi-mo ano.

Com o dólar elevado, pos-sivelmente o preço dos insumos não deverá cair tão rapidamen-te. O produtor deve lutar para negociar uma relação de troca similar à que houve na última safra, pois, na ocorrência de quedas ainda maiores do preço da soja, o produtor não conse-guirá bancar um patamar de custos tão elevados como os da última safra. A isso devem-se somar as prestações de finan-ciamentos de custeio e inves-timentos que a grande maioria dos produtores terá para pagar ao longo do ano 2012.

À grande maioria dos pro-dutores que não estão capitali-zados para custear a próxima safra com recursos próprios, este planejamento será fun-damental. Embora não seja o mais provável, um desfecho desordenado da crise euro-peia, que empurre mais países para a reestruturação forçada de suas dívidas, pode ocor-rer. Nessas circunstâncias, o sistema financeiro global se-ria afetado, produzindo um estrangulamento dos fluxos internacionais de crédito. O crédito para custeio vindo de tradings e empresas de insu-mos poderia se tornar escasso e ainda mais caro do que já é. No cenário incerto que neste momento se apresenta, o mais importante é o produtor tentar fazer um custo de produção baixo na safra 2012-2013, com especial atenção ao custo fi-nanceiro.

fonte: JuliAnA cAldAs, AssessorA de imPrensA dA emBrAPA cerrAdos

InteRural Agricultura

Sebastião Pedro da Silva Neto, pesquisador Embrapa Cerrado

a previsão para a produção de soja

na safra 2011-2012 no Brasil indica um

volume de

71,287 mi de toneladas

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AgênciA BrAsil

O governador de São Pau-lo, Geraldo Alckmin, assinou no dia 27 de dezembro, uma medi-da que dispensa licenciamen-to ambiental para atividades agropecuárias de empreendi-mentos com pequeno potencial poluidor e degradador. A medi-da pretende desburocratizar o processo e simplificar a regula-rização das atividades do setor.

Os principais beneficiados com a medida serão os produ-tores rurais que se dedicam ao cultivo de espécies de interesse agrícolas temporárias, semi-perenes e perenes, apicultura em geral e ranicultura e criação de animais, exceto as ativida-des de avicultura, suinocultura e aquicultura.

Para que os produtores consigam a dispensa do li-cenciamento ambiental será necessário apresentar a De-claração de Conformidade da Atividade Agropecuária, que não deve implicar em inter-venção em áreas de pre-servação permanente ou supressão de vegetação nativa. A declaração de-verá ser preenchida pelo produtor e depois entre-gue à Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento. Já os beneficiários de projetos de reforma agrária e rema-nescentes de comunidades quilombolas deverão entre-gar o documento à Secreta-ria da Justiça.

"A pessoa faz uma au-to-declaração, encaminha (o documento) a uma Casa de

InteRural Agricultura

Alckmin dispensa licenciamento ambiental para atividades agropecuáriasGovernador aposta na relação de confiança com o homem do campo

Agricultura e já está libera-do. Depois o governo vai, por meio (da secretaria) do Meio Ambiente, fazer um acompa-nhamento, um controle", disse Alckmin.

Segundo o governador, as medidas serão base-adas principalmen-te numa relação de confiança entre o governo e os pro-dutores. "Noven-ta e nove vír-gula cinco por cento dos nos-sos (produtores) cumprem (a lei). Essa história de não confiar é um equívoco. É óbvio que vamos fazer o acom pa n ha me nto . Mas enquanto não tinha licença,

não se podia trabalhar. Agora, se libera (a licença), trabalha (a terra) e nós vamos fazer o acompanhamento. Se tiver al-gum caso de auto-declaração errada, vamos punir".

Medida que dispensa licenciamento ambiental para atividades agropecuárias de empreendimentos com pequeno potencial poluidor e degradador

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emBrAPA cAfé

Não é raro ouvirmos que o café de alta qualidade do Brasil vai todo para fora do país. No entanto, esta afirmação reve-la uma cultura que vem sen-do desconstruída nos últimos anos. O País que tradicional-mente era famoso somente pela quantidade passou a ob-ter maior reconhecimento pela qualidade do café destinado ao mercado externo nas últimas duas décadas. Durante esse tempo se fortaleceu a cultu-ra de que as melhores bebidas de café só eram destinadas ao mercado internacional, mas este contexto está se refor-mulando novamente, a oferta nacional de cafés desse padrão está aumentando e vem con-

quistando cada vez mais os paladares dos consumidores brasileiros.

Dados divulgados pelo Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apon-tam que o consumo total de café no Brasil aumentou aproxima-damente 4% ao ano na última década, enquanto o segmento de cafés especiais apresentou, nos últimos anos, taxas de cres-cimento entre 15% e 20%, esti-madas pela Associação Brasi-leira da Indústria de Café (ABIC).

Estes reflexos são decor-rentes, em grande parte, da mudança de hábito da popu-lação. O consumo fora de casa está aumentando, as cafeterias estão cada vez mais sofistica-das e as máquinas de preparo instantâneo do café em con-

InteRural Agricultura

café de qualidadeDos brasileiros para todos

o segmento de cafés especiais

apresentou, nos últimos

anos, taxas de crescimento

entre

15% e 20%(ABIC)

tínuo aperfeiçoamento. Ainda que este segmento represente uma parcela pequena do con-sumo total, esta mudança de hábito afeta fortemente o setor cafeeiro nacional. Estima-se que a produção brasileira de cafés especiais é de aproxima-damente 1,5 milhões de sacas para atender a crescente de-manda desse segmento.

novA estruturA

O sistema produtivo de café no Brasil vem passando por mudanças estruturais po-sitivas nos últimos anos. Di-versos fatores contribuíram para ocorrência desses ajustes, como por exemplo, o “Selo de Pureza” criado em 1989 pela ABIC, a promoção de inúme-ros concursos de qualidade, as certificações de qualidade, as indicações de procedência conquistadas e até adequação regulamentar como a instrução normativa que entrou em vigor no início do ano estipulando padrões de qualidade do café torrado e moído.

Em levantamento reali-zado pela Embrapa Café com produtores de cafés especiais que foram premiados pela Illy Café e pela BSCA (Brazil Spe-cialty Coffee Association), cer-tificados pela UTZ Certified e pelo Certifica Minas Café, ficou evidente um ponto em comum: o alto nível tecnológico adotado nas propriedades. Importante observar que o termo tecnoló-gico é utilizado em sentido am-plo, sendo todo conhecimento

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aplicado no processo produti-vo, desde a escolha de cultiva-res adequada até a adoção de boas práticas, como técnicas de plantio e manejo, cuidados no beneficiamento, gestão da ati-vidade produtiva, etc.

Nesse ponto vale ressal-tar a importância da atuação das instituições do Consórcio Pesquisa Café e outras insti-tuições de extensão e assis-tência técnica, que desenvol-vem a pesquisa agropecuária e compartilham seus resultados contribuindo para a construção do conhecimento tecnológico junto com os cafeicultores. Es-tes são os protagonistas dessa mudança de paradigma e pro-moveram o nome Cafés do Bra-sil, oferecendo um produto de alta qualidade, também para os brasileiros.

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lex legis consultoriA tri-ButáriA; vAlor e cAféPoint

A partir de 1º de janeiro, as empresas que exportam ou compram café não torrado te-rão direito a crédito presumido de PIS e Cofins. A Receita Fe-deral regulamentou a Medida Provisória nº 545, de 29 de se-tembro de 2011, que, além do benefício, prevê a suspensão obrigatória da cobrança das contribuições sociais na cadeia produtiva da commodity.

Pela Instrução Norma-tiva nº 1.223, publicada nesta segunda-feira, o crédito será

de 0,925% sobre as receitas de exportação direta ou indireta do café não torrado. O benefício não vale para as empresas co-merciais exportadores ou nos casos em que há mera revenda do café, ou seja, quando não há alteração física do produto.

No mercado interno, o cré-dito presumido será de 7,4% so-bre o valor da aquisição do café não torrado. "Aqui há a compra com suspensão de PIS e Co-fins e a geração de crédito pela aquisição. O objetivo é incenti-var a produção da commodity", diz o tributarista Fabio Calcini, do Brasil Salomão e Matthes

Advocacia.Nos dois casos, o crédito

presumido não utilizado em determinado mês poderá ser aproveitado nos meses seguin-tes. "A vantagem é que o crédi-to acumulado a cada trimestre poderá ser utilizado para com-pensação com outros tributos federais ou ressarcimento em dinheiro", afirma Calcini.

De acordo com Leonardo Almeida, da ASPR Auditoria e Consultoria, o contribuinte deve estar atento à obrigação acessória de discriminar os ti-pos de crédito presumido na apuração dos tributos.

setor cafeeiro terá direito a crédito de cofins

InteRural Agricultura

A vantagem é que o crédito acumulado a cada trimestre poderá ser utilizado para compensação com outros tributos federais ou ressarcimento em dinheiro”, afirma Calcini.

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Page 32: Revista Interural - Edição 50

34 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

InteRural Agricultura

uma cultura alternativa para cobertura de solo

milhetoemBrAPA com A colABo-rAção de isAAc leAndro de AlmeidA e lucAs tAdeu ferreirA.

Produtores de grande par-te do país já estão iniciando este mês o plantio da safrinha. O mi-lheto é uma forrageira de clima tropical muito utilizada nesse período que, além de ser útil na rotação de culturas, possui boa qualidade nutricional quando usada como ração para aves, suínos e ruminantes. A Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, dis-ponibiliza no mercado semen-tes da cultivar de milheto BRS 1501 com ótimas característi-cas agronômicas.

O milheto é uma plan-ta que se adapta bem a vá-rios tipos de solos, tendo boa persistência em solo de baixa fertilidade e déficit hídrico. As

principais características agro-nômicas da cultura (Pennise-tum glaucum) são: baixa exi-gência hídrica, apresentando vantagem no gasto com água em relação ao milho e ao sorgo; seu cultivo demanda a aplica-ção de poucos insumos, o que pode reduzir o custo de produ-ção; alta capacidade de cicla-gem de nutrientes; crescimen-to rápido e elevada produção de biomassa, uma vantagem na região tropical, onde se tem muita dificuldade de obter pa-lhada para o plantio direto.

Além dessas caracte-rísticas, o milheto é impor-tante para a recuperação de pastagem e para a produção de silagem. Tem facilidade de produção de sementes e de mecanização para semeadura. Apresenta ainda resistência às principais pragas, reduzindo a população de nematóides como o Meloidogyne incógnita e ja-vanica, Pratylenchus brachyu-

rus e Rotylenchulus reniformis, e bom aproveitamento para pecuária, já que é um ótimo complemento aos capins que apresentam baixos teores de carboidrato e proteína.

A cultivar BRS 1501, da Embrapa, possui ciclo de flo-rescimento de 50 dias, matura-ção fisiológica de 80 dias, ótima capacidade de perfilhamento e potencial produtivo de grãos de 2,5 toneladas por hectare. Essa cultivar tem ainda altura média das plantas de 180 cm e grãos semiduros com 12% de teor de proteína.

Segundo o Gerente do Escritório de Negócios de Dou-rados, Huberto Noroeste dos Santos Paschoalick, a cultivar é resultado do programa de me-lhoramento do milheto desen-volvido pela Embrapa Milho e Sorgo e conquistou os produto-res brasileiros pela sua adapta-ção aos solos ácidos e de baixa fertilidade e pela capacidade de extração de nutrientes do solo com um sistema radicular profundo e abundante, promo-vendo a ciclagem de nutrientes para a camada mais superficial.

“Este, talvez, seja o prin-cipal motivo para a ampla ado-ção do milheto nas regiões do Cerrado, onde ocupa cerca de quatro milhões de hectares e ajudou a consolidar o sistema de plantio direto”, finaliza.

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35 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

Onde têm Boi e Beef Milk Brasil a qualidade é garantida.

A dupla de assessores, Boi e Celso a cada dia conquistam mais espaço na agropecuária brasileira, principalmente quando o assunto é Girolando, a partir desta edição, todo mês vamos disponibilizar aos pecuaristas, criadores e selecionadores um cronograma mensal dos leilões assessorados por eles.

A Boi e Beef Milk Assessoria levam ao produtor uma proposta inovadora e que apresenta resulta-dos de fato. Primeiro, devido ao grande conhecimento da dupla, o know how, resultado de muitos anos trabalhando com a raça Girolando. Esse trabalho credencia Davi (Boi) e Celso para selecionar os me-lhores animais, tanto genotipicamente quanto fenotipicamente. Com isso, podem disponibilizar para o mercado animais com um nível superior. Estão sempre compromissados com o pós venda, com os resultados dos animais e com a satisfação dos seus clientes.

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36 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

InteRural Agricultura

micotoxinaso problema pode estar na ensilagem mal conduzida

Por lucAs José mAriGerente de

Probióticos Katec Lallemand

É provável que alguns dos senhores ou senhoras que leem este artigo já tenham produzido sua silagem. Alguns ainda te-rão a “safrinha”, outros ainda não colheram e poderão levar em consideração algumas in-formações deste texto.

Micotoxinas são subs-tâncias tóxicas produzidas por fungos que podem ser en-contradas na maior parte dos alimentos destinados ao con-sumo animal, tais como con-centrados, forragens conser-vadas (silagem, especialmente) e, até mesmo, em pastagens.

As micotoxinas podem ser produzidas em qualquer etapa de produção de alimento, desde o campo, até o forneci-mento no cocho. A adoção de boas práticas de produção agrí-cola e, neste caso, boas práticas na ensilagem, que auxiliem a redução na contaminação por fungos e, consequentemente, a produção de micotoxinas, são interessantes a serem conside-radas.

Enquanto os fungos que produzem estes compostos tóxicos podem ser controlados com certos tratamentos, as mi-cotoxinas são quimicamente estáveis e é quase impossí-vel destruí-las. Elas resistem à fervura, à pasteurização, ao congelamento, ao tratamen-to ácido – uma característica

da ensilagem – dentre outras ações químicas ou físicas. Por-tanto a prevenção na conta-minação de fungos, bem como diminuir seu desenvolvimento é o ponto chave no combate às micotoxinas.

As micotoxinas sempre estiveram presentes nos ali-mentos, entretanto só mais recentemente se fizeram notar ou foram descobertas. Até hoje já foram catalogadas mais de 300 tipos de destes metabólitos tóxicos produzidos por fungos filamentosos. Há cerca de 15 anos os produtores de aves e/ou suínos já iniciaram ações de prevenção e combate e agora se despertou o interesse em combatê-las também na ali-mentação dos ruminantes.

Os animais ruminantes são reconhecidamente mais resistentes que os monogástri-cos no tocante às micotoxico-ses, todavia, muito se perde na produção de uma maneira ge-ral, se os fungos e as micotoxi-nas estiverem presentes, pode ser um inimigo silencioso. Além disso, com o melhoramento ge-nético e a maior demanda de energia para a produção de lei-te, os animais têm consumido mais alimento, assim, a taxa de passagem da ingesta está mais rápida no rúmen destes ani-mais, por conseguinte, dimi-nuiu o tempo de ação dos mi-

crorganismos ruminais sobre os alimentos e as micotoxinas.

Para se ter uma idéia, as micotoxinas são medidas em ppm (partes por milhão) ou ppb (partes por bilhão), ou seja, quantidades bastante peque-nas, porém com efeitos na saú-de do animal e nos produtos de origem animal que podem ser graves.

Este texto tem como obje-tivo apresentar um pouco mais sobre micotoxinas àqueles que tem como atividade a produção de ruminantes, alertá-los sobre os danos causados por elas e algumas ações para preveni-las.

Principais micotoxinas de interesse na produção animal

Uma das principais mico-toxinas e, talvez, a mais conhe-cida é o grupo das aflatoxinas (AF). Existem alguns tipos de-las como as AFB1, AFB2, AFG1, AFG2 que podem ser identifi-cadas nos alimentos ofertados aos animais. Estas aflatoxinas, após serem metabolizadas no fígado, são transformadas nos tipos AFM1 e AFM2 que podem ser transferidas e encontradas no leite de animais que consu-mam alimento contaminado. Até mesmo há legislação brasi-leira para seu limite máximo no leite e este é de 0,5 ppb, tradu-

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zindo isso seria 0,5 g de aflato-xina em um milhão de litros de leite. No leite em pó este limite é de 5 ppb, ou 5 g de aflatoxinas em 1 mil toneladas.

O LAMIC (Laboratório de Análise de Micotoxinas) da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) realizou, há alguns anos, um levantamento das amostras de leite que che-gam anualmente para serem analisadas para AFM1 e os re-sultados estão demonstrados na figura 1.

Estes dados demonstram claramente que numa época de maior necessidade de for-necimento de alimento no co-cho, a maior contaminação da silagem ou do concentrado, há interferência na transferência de AF do alimento para o leite. A taxa de passagem das afla-toxinas do alimento para o leite varia entre 1 a 6%, essa varia-ção depende de vários fatores, tais como: estatus imune e nu-tricional dos animais, estádio de lactação, produção diária, possivelmente, mesmo a raça, dentre outros.

Outra micotoxina bas-tante importante e que causa prejuízos significativos é a ze-aralenona (ZEA). Um compos-to que se assemelha quimica-mente ao estrógeno (hormônio feminino), desta forma se a ZEA estiver presente nos alimentos, seus resultados no rebanho estão relacionados, principal-mente, a problemas reproduti-vos, tais como aborto, repeti-ção de cio, edema de úbere em novilhas, retenção de placenta, cistos de ovário, dentre outros sintomas. Nos machos o con-sumo de zearalenona está rela-cionado à queda na fertilidade e da libido.

Já foi comentado que os ruminantes têm a capacidade de combater certas micotoxi-nas e isso é função, principal-

figura 1 – Percentuais de contaminação de amostras de leite por Afm1 em função da época do ano. fonte: lAmic, 2008.

mente, dos microrganismos ruminais. Contudo, para a ZEA isso não ocorre e os microrga-nismos a convertem em uma substância muito mais preju-dicial que a própria molécula original, potencializando seu efeito estrogênico.

Existem outra micotoxina chamada deoxinivalenol (DON) ou mais conhecida como vomi-toxina. A DON compromete a saúde dos microrganismos no interior do rúmen e do animal

como um todo, comprome-tendo, por sua vez, a digestão e o desempenho dos animais. Todos sabem da importância de um bom funcionamento do rúmen e de uma população equilibrada de microrganismos ruminais, pois o órgão é o “mo-tor” dos ruminantes e se algo prejudica o bom funcionamen-to do rúmen, as consequências poderão ser a menor produção de leite ou queda no desempe-nho e resposta animal.

foto 1 – Aspergillus sp. em silagem de milho. Fonte: North Dakota State University, 2011.

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Ainda há a fumonisina (FB1 e FB2) que apesar de ter sido descoberta recentemen-te (1988) tem seu efeito e inci-dência comprovada em alguns alimentos, principalmente nos fermentados, como silagens. Esta micotoxina é especial-mente tóxica para equinos. As fumonisinas quando ingerida por estes animais pode causar leucoencéfalomalácia.

levantamento da incidência de micotoxinas

A equipe do Prof. Patri-ck Schmidt da UFPR realizou uma, até então inédita, pesqui-sa de campo buscando avaliar a prevalência de micotoxinas em silagens de milho em cinco bacias leiteiras no Brasil, per-correndo 109 propriedades nas diversas regiões: Castro e Tole-do, no Paraná; sudeste de Goiás: sul de Minas Gerais e oeste de Santa Catarina. Os dados deste levantamento estão demons-trados na tabela 1.

Pode-se verificar na aná-lise da Tabela 1 que a micoto-xina de maior incidência veri-ficada no estudo foi a ZEA com quase 73% das amostras apre-sentando níveis detectáveis desta micotoxina, seguida da FB1 (48,6%), DON (33,6%), FB2 (25,1%), OCRA e AFB1 apresen-taram menos de 10% das amos-

tabela 1 – valor médio (ppb) e incidência de micotoxinas em cinco bacias leiteiras no Brasil.

região AfB1 ZeA ocrA don fB1 fB2

Castro 4 (2/96) 334* (96/96) 4 (5/96) 208 (7/96) 316 (42/96) 199 (15/96)

Toledo - 75 (34/60) 5 (1/60) 276 (30/60) 273 (31/60) 209 (19/60)

Sudeste GO - 48 (14/42) 11* (1/42) 221 (12/42) 201 (11/42) 143 (5/42)

Sul MG - 76 (44/69) 15* (6/69) 264 (36/69) 567 (48/69) 352 (32/69)

Oeste SC 1 (1/60) 92 (49/60) 12* (7/60) 264 (25/60) 277 (27/60) 226 (11/60)

Notas: AFB1 – Aflatoxina B1; ZEA – Zearalenona; OCRA – Ocratoxina A; DON – Deoxinivalenol; FB1 – Fumonisina B1; FB2 – Fumonisina B2;*Valores médios acima do valor aceitável definido pelo CPFOR/UFPR.

Fonte: Schmidt et al., 2011.

tras contaminadas.

Boas práticas de ensilagem

A adoção de boas práticas de ensilagem poderá contribuir para a prevenção da contami-nação fúngica e diminuição da produção de micotoxinas. Estas práticas são ações que vão des-te o campo, até o fornecimento da silagem para os animais, justamente tentando cobrir to-das as possibilidades de produ-ção da toxina pelos fungos.

Vale lembrar que nem mesmo a adoção destas práti-cas descartaria completamen-te a possibilidade de produção de micotoxinas, entretanto elas são importantes para diminuir as chances.

são elas: Escolha de variedades ou

híbridos adaptados à região em questão e resistente ao ataque de fungos;

Controle de ervas daninhas e pragas;

Aplicação de fungicidas e pesticidas, quando necessá-rios;

Fazer rotação de culturas; Fazer a fertilização correta,

conforme indicação de um profissional habilitado;

Fazer a colheita no momento ideal para a cultura de inte-resse;

As colhedoras devem estar muito bem ajustadas para o corte preciso e evitar tom-bamento (acamamento);

figura 2 - M.G.S. Jones, 1997.

InteRural Agricultura

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Utilização de inoculante bac-teriano adequado que pro-duza ácidos com poder an-tifúngico como os casos do Lactobacillus buchneri e do Propionibacterium acidipro-pionici que produzem ácido acético e ácido propiônico;

Enchimento rápido do silo, entretanto com compactação efetiva e eficiente para chegar a atingir densidade mais de 600 kg/m3 de silagem;

Vedação apropriada da massa ensilada com lonas de qualidade;

Manejo adequado da face do silo para minimizar a dete-rioração após a abertura.

No tocante aos inoculan-tes microbianos, alguns já têm seus efeitos comprovados no controle de fungos e leveduras após a abertura do silo e ex-posição da massa ensilada ao oxigênio.

A figura 2 demonstra um estudo com silagem de mi-lho com 32% de teor de maté-ria seca. A silagem inoculada com uma associação contendo Propionibacterium acidipro-pionici e Lactobacillus planta-rum apresentou menor cres-cimento de fungos e leveduras após a abertura da silagem. Enquanto o crescimento destes microrganismos indesejáveis apresentou comportamento

exponencial durante 8 dias de exposição ao oxigênio, a sila-gem inoculada apresentou um comportamento linear e, ao final, menor contagem. Prova-velmente, segundo o autor do estudo, o ácido propiônico pro-duzido pela Propionibacterium acidipropionici inibiu o cresci-mento de fungos e leveduras, sendo importante fonte de pre-venção deste microrganismos indesejáveis.

considerações finais

Micotoxinas têm desper-tado o interesse também na saúde e nutrição de ruminan-tes. Como sempre já diz o ditado conhecido: “É melhor prevenir que remediar”. Isso também se aplica às micotoxinas.

A adoção de técnicas de

boas práticas na ensilagem po-derá diminuir a contaminação por fungos. Na ensilagem pro-priamente dita, a prevenção da deterioração aeróbia tem de-monstrado bons resultados no controle do desenvolvimento de fungos e, consequentemen-te, da produção de micotoxinas.

referências bibliográficas

LAMIC, 2008. http://www.la-mic.ufsm.br/index.html

Schmidt, P.; Souza, C.M. de; No-vinski, C.O.; Junges, D.; Rezende, D.M.L.C. Níveis de micotoxinas em silagens de milho em cin-co bacias leiteiras do Brasil. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIE-DADE BRASILEIRA DE ZOO-TECNIA, 48., Belém, 2011. Anais. Belém: UFRA, 2011.

foto 2 – Fusarium sp. em silagem de milho. Fonte: North Dakota State University, 2011.

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InteRural Capa

liquidação total do plantel centrogen

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um verdadeiro show do

girolandoA maior liquidação de genética da história da raça

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InteRural Capa

Apresentador Mosquito e um dos lotes vendidos no leilão

Mais uma vez vai ofertar o que existe de melhor

em bezerras e novilhas ½ sangue,

¾ , 5/8 e 1/4, além de doadoras Holandesas e Gir Leiteiro. Fêmeas

jovens premiadas na temporada 2011

e bezerras para estrear nas pistas

em 2012.

Por gustAvo riBeiro

A história do Girolando nas Américas não tem mui-to tempo. As primeiras no-tícias do surgimento desse animal datam-se da década de 40. Pelos anseios dos cria-dores brasileiros, começou a ser praticado intensamente o cruzamento do Gir com o Ho-landês, procurando fazer com que as duas raças se comple-mentassem com rusticidade e produtividade. Graças a es-ses ambiciosos pecuaristas e ao cruzamento dessas duas grandes raças, temos o orgu-lho de dizer que o Girolando é brasileiro.

O Zebu foi importado da Índia. O Holandês e outras ra-ças taurinas vieram da Euro-pa. OGirolando foi uma raça criada aqui no Brasil e, por isso, traz a identidade da nossa pecuária. Várias instituições de norte a sul do país investem em pesquisas e técnicas para

o melhoramento genético e a formação ideal para essa raça, nascida e crescida em terras brasileiras.

Os números da Embra-pa Gado de Leite mostram como os investimentos em melhoramento genético le-vam ao aumento de produ-ção significativa. De 1989, ano

em que surgiu a Associação Nacional dos Criadores de Girolando(Assoleite), a 2010, a produção de leite por vaca Girolando em lactação subiu 239% no período. “A produção que antes era de 1,990 kg/leite por lactação saltou para 4,781 kg/leite. A raça hoje é respon-sável por 80% da produção de leite do país”, afirmou o presi-dente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, José Donato Dias Filho. O Brasil produz cerca de 30 bilhões de litros de leite/ano.

trAJetóriA de sucesso

Há mais de uma década, uma empresa vem se des-tacando na produção e co-mercialização de produtos Girolando de alto valor gené-tico e muita produtividade. A Centrogen surgiu em 2001, era uma fazenda, capitaneada por Hebert Siqueira da Silva, veterinário, formado na Uni-versidade Federal de Uberlân-diae com especialização em reprodução. Herbert iniciou o projeto fazendoTransferência de Embriões (TE) para vários clientes criadores de diversas regiões. A propriedade fun-

Jovens doadoras 1/4, filhas da Organza

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cionava como uma Central de Transferência de Embri-ões, onde recebia doadoras de clientes espalhados por todo o Brasil para fazer coleta dos embriões e congelamento.• Em 2003: a Centrogen faz

os seus primeiros produ-tos de TE para a própria fa-zenda, iniciando, então, um plantel diferenciado.

• 2005: vendidos primeirosprodutos em Leilões re-gionais. Herbert passa a perceber a superioridade dos animais e a diferença de preço que estes conse-guiam quando compara-dos com os outros animais dosleilões. O projeto come-çava a decolar.

• 2005, 2006, 2007: junta-mente com o criador Luiz Dias, pai de Herbert, re-alizou leilões regionais que foram muito bem sucedidos(foto). Após a ótima repercussão desses leilões,eles perceberam a necessidade de divulgar o trabalho para todo o Brasil, deu-se então o início das participações em feiras e exposições, mais um ca-pítulo de muitas alegrias para a Centrogen.

• 2008: mais um aliado depeso no time da Centrogen, Lair Dias da Silva, empre-sário, tio de Herbert,entra como sócio na Centrogen. Lair adquiriu metade dos animais da fazenda. Com isso, aCentrogen especia-liza-se na produção e cria-ção de bezerras através

da tecnologia de FIV e as doadoras foram transferi-das para outra fazenda, de propriedade do novo sócio, onde passaram a ter suas lactações controladas ofi-cialmente. Com isso, além da genealogia comprova-da, os animais da Centro-gen passam a ter controle de lactação e qualidade do leite, mais um grande pas-so da empresa.

Nomesmo ano,a Centro-gen realizou um grande leilão regional, com convidados re-conhecidos na pecuária lei-teira nacional e que também eram clientes de Herbert em assuntos veterinários e de biotecnologia.Foram comer-cializados apenas animais produtos de TE e FIV. Neste grande leilão foi comerciali-zada a recordista nacional de produção de leite, Bárbara Te-atro Pedra, de propriedade de Rubens Fonseca Santos,que foi vendida para Geraldo Mar-ques.• 2009:a equipe da Cen-

trogen dedicou este ano para participar das gran-des exposições do país (Barra Mansa-RJ, Paty do Alferes-RJ, Resende-RJ, Guaratinguetá-SP, Carmo de Minas-MG, Feileite-SP, Megaleite, Castro-PR, Jacareí-SP)e para divul-gar os animais que seriam vendidos em 2010 no pri-meiro Leilão Centrogen, transmitido pela TV.

• 2010:PrimeiroGrandeLeiEugênio Deliberato, André (Vet. Centrogen), Herbert e Marcelo Cebranelli - premiação da Feileite 2011

Abertura do 1º Grande Leilão Centrogen e convidados

Herbert, José Donato e Luis Dias no leilao re-alizado na cidade de Resende,RJ em 2005

Herbert e Eduardo Vaz - Leiloeiro gravando o 2º Leilão CentrogenLair, Maurício Cabo Verde e Herbert no leilão da Sta Luzia de 2010

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lão Centrogen e Convidados Especiais (Presencial e Virtual),o primeiro leilão da empresa transmitido pela TV. Foram ofertados 70 lotes, um total de 113 ani-mais, todos eles resultado dos melhores cruzamentos feitos pelas tecnologias de TE ou FIV. A leiloeira res-ponsável pelo evento foi a Embral Leilões. O confor-tável Hotel Cegil, em Re-sende-RJ, foi o palco deste grande leilão, que contou com a participação dos ilustres convidados:Agenor Afonso Amaral, Alambari Agropecuária, Alvaro Car-valho, Antônio C. Carvalho, Cristiano O.Cãnha, Eugênio Deliberato, Jaime Carva-lho, Vilarejo Agropecuária, José Donato Dias Filho, Luiz Dias da Silva, Otto Marques,

Ricardo Teixeira, Rubens Fonseca Santos.Foram 28 compradores de 20 cidades diferentes, expandindo a genética Centrogen do Oia-poque ao Chuí.

• 2011: em fevereiro, foi re-alizado o 2º Grande Leilão Centrogen e Convidados Especiais, desta vez um leilão apenas virtual e com transmissão pela TV. O ponto de apoio foi o Hotel Cegil. Foram ofertados 68 animais de TE ou FIV, em um total de 54 lotes, todos rigorosamente seleciona-dos. O 2º Grande Leilão teve 16 compradores de 11 cida-des diferentes e mais uma vez foi um grande sucesso.

o ideAliZAdor

Herbert é formado em

veterinária na UFU, turma de 1994. Em 1995 voltou para Re-sende, sua terra natal, onde trabalhou até 1997 como vete-rinário no Sul Fluminense.

Em 1998 foi para Brasília-DF fazer especialização naCe-nargen-Embrapa(Centro Na-cional de Recursos Genéticos).

De 1999 a 2006 trabalhou com TE na região do Vale do Paraíba e na Centrogen. No ano seguinte até os dias de hoje, trabalha com FIV em vários es-tados do Brasil e na Centrogen.

A Centrogen em 2008 teve a grata surpresa de contar com uma grande força de trabalho, mais uma cabeça inteligente para definir os projetos da em-presa. Lair Dias da Silva, em-presário de sucesso na cidade de Resende, e um dos sócios do grupo Cegil.

Lair morou em Visconde-Mauá, zona rural de Resende, viveu por lá até 1963, quando se mudou paraa cidade. Trabalhou no comércio até 1980,ano em que entrou no ramo da cons-trução civil, atividade onde o empresário teve grande des-taque, e segundo ele, nasceu para isso.Foi fundador da Cegil Construtora, que hoje se tornou um grupo muito forte e reco-nhecido na região, atuando em várias áreas. Em 1986, iniciou na pecuária leiteira. Atividade

2º leilão virtual-ponto de apoio: Hotel cegilRubens Fonseca, Rogério(Emater), Gustavo Campbel, Luiz Dias, Cristiano Cãnha, Geraldo (HG Vet), Sebastião Leme, Lair Dias

Encerramento do leilão com a equipe da Embral e com o Leiloeiro e parceiro Welerson

InteRural Capa

A Centrogen está colocando à disposição dos criadores todo o seu plantel, liquidação total, em que serão vendidas inclusive as grandes doadoras. Um verdadeiro show de qualidade. “

Herbert

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em que seu pai, que é avô de Herbert, já desenvolvia com maestria e ensinou os primei-ros passos para Hebert e Lair quando ainda eram crianças.

A entrada no mercado pe-cuário foi muito bem sucedida, nesta atividade, já disputou e ganhou diversos torneios lei-teiros, com destaque especial para o torneio de Porto Real-RJ, que venceu em 2003 com a incrívelprodução de 81,6 Kg de leite, com a vaca 1/2 sangue Organza, que hoje é uma Do-adora trabalhada noplantel da Centorgen. Hoje produz mais de 3.000 Kg de leite por dia em sua propriedade.

Como vocês podem perce-ber, os trabalhos na Centrogen são feitos em família. Lair é Tio de Herbert, ambos iniciaram na pecuária através do avô, uma tradição de anos, que a cada dia é aprimorada e apresenta me-lhores resultados. Jussara Mar-tins da Silva, é esposa de Her-bert, é ela quem cuida de toda parte burocrática da Centrogen.

Jussara, nas atividades do escritório

O 3º Grande Leilão Cen-trogen vai ser o maior evento de comercialização de genética Girolando da história da raça. Serão ofertados aproximada-mente 200 animais, incluindo um grande número de prenhe-zes, o que é uma grande opor-tunidade para o criador levar para a sua fazenda a genética Centrogen, registrando em seu nome o produto que irá nascer. Mais uma vez vai ofertar o que existe de melhor em bezerras e novilhas ½ sangue, ¾ e 5/8 e 1/4, além de doadoras Ho-landesas e Gir Leiteiro.Fêmeas

jovens premiadas na tempora-da 2011 e bezerras para estrear nas pistas em 2012. A novidade é que, nesse leilão, a Centrogen está colocando à disposição dos criadores todo o seu plan-tel, liquidação total, em que se-rão vendidas inclusive as gran-des doadoras..Um verdadeiro show de qualidade.

O leilão vai ser realizado no dia 3 de março, no Hotel Ce-gil, a partir das 14h,em Resen-de-RJ. A leiloeira responsável é a Embral Leilões, os assessores são BMB &Boi e Agnaldo Lellis, o canal Terra

Organiza os documentos, con-trola os papéis, os registros, enfim, quando o assunto é es-critório, o papo é com ela. Contar com uma pessoa tão fiel e dedi-cada nos assuntos da empresa, proporcionou mais tempo para Herbert cuidar dos assuntos do campo, fator fundamental para o sucesso da Centrogen.O casal

é pai de dois filhos, Caio e Igor.

Maria Inês é a esposa de

Lair, juntos eles tiveram cinco

filhos, Lair Jr, Leandro, Gilberto

(um dos filhos do Lair: futuro Ve-

terinário), Laisiene e Isabel. Uma

família grande de genética boa e

unida pelos negócios da família.

A maior liquidação de genética da história da raça girolando

Herbert apresentando Opereta FIV da Centrogen - reservada campeã bezerra mirim da Megaleite 2009, entre 45 bezerras.

Serão ofertados aproximadamente

200animais

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Viva faz a transmissão ao vivo do evento. Os lotes serão comercializados em 24 parce-las, divididas da seguinte forma: (2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+1+1).

De acordo com Herbert, um dos organizadores do even-to, “são 11 anos de melhora-mento genético, feito usando exclusivamente as biotecnolo-gias da reprodução TE e FIV em Doadoras altamente seleciona-das, à disposição dos compra-dores. Todos os animais com sanidade 100%,vacinadoscontra:Brucelose(bezerras), Aftosa, Leptospirose, IBR, BVD, Raiva, Carbúnculo, Diarreias Virais e Bacterianas(bezerras), além de exames de Brucelose e Tuber-culose.Todos os animais livro fechado, com DNA comprovan-do a paternidade e várias gera-ções conhecidas no pedigree”.

InteRural Capa

Herbert e Geraldo Marques - Castro, PR - Campeã Bezerra Júnior

Banho de Leite FeiLeite 2011

São

11 anos de melhoramento

genético, feito usando

exclusivamente as biotecnologias

da reprodução TE e FIV em

Doadoras altamente selecionadas

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Doadoras com lactações controladas oficialmente origem da Centrogen FIV-campeã torneio leiteiro da Feileite 2011.Novilha 1/4, com 32 Kg de lactação.

Doadoras participantes de torneios leiteiros - (organza três ilhas) Doadora 1/2 sangue campeã do torneio leiteiro de Porto Real-RJ 2003, com 81,6 Kg. Ambas a venda no Leilão.

Animais participantes de pistas odara da Centrogen FIV em 2010, animal campeã Novilha Júnior Nacional na Megaleite de 2010. Campeã Novilha Junior, Melhor Úbere Jovem, Melhor Vaca Jovem e Grande Campeã da Exapicor-Resende 2010. (Vendida no primeiro leilão Centrogen)

Bezerras para estrear nas pistas em 2012

Jovens doadoras à venda

lista dos touros pais dos produtos à venda

HolandêsAftershock, Atwood,Blitz, Bradley, Braxton, Dundee, Final Cut, Goldroy, Homestead, Kian(V/B), Lavanguard, Mischief, Sanches, Shottle, Top Level, Jatra(V/B),Spirte, Wildman.

girBenfeitor,Casper, Castelo, Espelho, Fargo, Hargo, Jaguar,Nobre, Paladino, Paraiso, Sansão, Teatro, Vaidoso, Vale Ouro Silvânia.

girolandoCowboy, Ozias.

leite correndo nas veias

Doadoras

gir e girolando

filhas de consagrados touros

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Herbert nos contou o mo-tivo de liquidar um plantel de tamanha qualidade e de um futuro promissor. “Sou vete-rinário especializado em re-produção. Faço FIV para vários clientes espalhados pelo Bra-sil. Como a raça Girolando tem crescido muito graças a esta tecnologia, vejo a necessidade de investir mais tempo e re-cursos na minha profissão.A fazenda se tornou também um grande negócio, principalmen-te após os dois últimos leilões televisionados que fizemos. En-tretanto, as Biotecnologias da Reprodução, principalmente a FIV, mostram novidades a todo momento, exigindo uma dedi-cação cada vez maior para se tornar atualizado.Além disso, alguns criadores têm requisi-tado a minha consultoria em

seus criatórios, o que se torna um bom negócio, considerando os anos de experiência que ad-quiri na Centrogen, criando os animais de uma forma simples e eficiente."

Só o homem do campo conhece a rotina da fazenda, o trabalho corrido, sem hora para terminar, a dedicação e o em-penho que essa atividade exi-ge do produtor. Essa infinidade de tarefas quanto mais cresce, mais exige, e as proporções que a Centrogen alcançou exigem tempo integral de trabalho.

No entanto, os interesses profissionais e pessoais do ide-alizador deste projeto foram de encontro à realidade da empre-sa, por isso os sócios proprie-tários da Centrogen definiram fazer um grande leilão de liqui-dação do plantel para que esse

trabalho sério, de mais de uma década, continue a semear fru-tos em outros criatórios do país.

“Tenho um sócio inves-tidor, Lair Dias da Silva, que é um empresário muito bem-sucedido em Resende e tam-bém um homem com a agenda sempre apertada. Como toda a parte operacional da sociedade, incluindo aí todas as etapas do trabalho de FIV, atividades ve-terinárias em geral, adminis-tração, participação em expo-sições e leilões,é executada por mim, fica clara a dificuldade de se conciliar as duas atividades”.(foto minha aspirando)

Bons AliAdos

Todo trabalho de suces-so conta com bons parceiros. Gente honesta, comprometida,

foco no trabalho

InteRural Capa

Faço FIV para vários clientes espalhados pelo Brasil. Como a raça Girolando tem crescido muito graças a esta tecnologia, vejo a necessidade de investir mais tempo e recursos na minha profissão”.

Herbert

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49 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

transparente e que realmente luta pelos mesmos objetivos. A Centrogen, ao longo de sua história de mais de uma déca-da de trabalho sempre se pre-ocupou em ter gente boa de trabalho ao seu lado. Um deles é a maior leiloeira do Brasil, a Embral Leilões é a responsável pelos leilões da Centrogen e na maior liquidação da histó-ria da raça Girolando não podia ser diferente. De acordo com Leonardo Beraldo, Diretor da Embral, o que a Centrogen está preparando para a liquidação de plantel vai ser um marco na história do Girolando. “São anos de trabalho do Herbert e muita, mas muita genética. Com certeza quem comprar vai estar já alguns anos de avan-ço genético com animais para família, animais de pista e ani-mais consagrados.Vai ser sem duvida nenhuma um grande sucesso o leilão, pois onde tem qualidade, comprometimento e dedicação não tem como dar errado”, conclui.

Outro importante aliado da empresa é o leiloeiro We-lerson Silva, este reconhecido leiloeiro no cenário nacional, conhece bem o trabalho da Centrogen. De acordo com ele é uma empresa “de muita com-petência, dedicação,seriedade e acima de tudo transparência e responsabilidade nos negó-cios”.

Welerson viu a Centrogen ainda como um “embrião” e afirma que desde os primeiros dias a empresa já mostrava sua força dentro da raça Giro-lando. Junto com a Centrogen participou de grandes leilões no sul Fluminense, até julho de 2010, quando fizeram o pri-meiro grande Leilão Centro-gen, transmitido pela TV. Pouco tempo depois, em fevereiro de 2011 o segundo grande leilão, este só virtual. Nos dois even-

tos sucesso absoluto e satisfa-ção total dos clientes em todo Brasil.

Welerson destaca alguns animais produzidos e criados pela Herbert e sua equipe. Fê-meas campeãs de pista como Odara da Centrogen campeã Novilha Júnior MegaLeite 2010, comercializada no mesmo ano no 1º leilão da empresa.

Otimismo é a palavra que define as expectativas do leilo-eiro para a liquidação de plan-tel Centrogen. “Essa liquidação será sem dúvidas uma grande oportunidade para criadores e para a raça Girolando. Uma venda total sem reservas. Do-adoras, bezerras e embriões de acasalamentos consagrados. A maior liquidação de genética da raça Girolando de todos os tempos. Com uma base forte e muito bem sustentada, tendo como uma grande referência, dentre tantas, a extraordinária Organza, grande doadora e mãe de fêmeas campeãs de pista”.

Sebastião Leme é outro que conseguiu grandes resul-tados em sua parceria com a Centrogen.Proprietário da Fa-zenda Mascate, o criador já foi vencedor de vários torneios em MG, RJ e SP. Sebastião Leme é um profissional no que faz. De acordo com ele seus negócios com a Centrogen foram sempre muito produtivos. “Comprei oito bezerras nos dois grandes Lei-lões da Centrogen 2010 e 2011, filhas da Organza, doadora que produziu 81,6 Kg em torneio leiteiro e da Britânia, outra doa-dora que fechou lactação oficial com 16.800 Kg em 365 dias”.

Dia 03 de março a equipe daCentrogen e a Em-bral Leilões esperam todos os criadores, pecuaristas, entu-siastas, investidores e selecio-nadores para a maior liquida-ção de genética da história da raça Girolando. O evento será

realizado no Hotel Cegil, em Re-sende no Rio de Janeiro a partir das 14:00h e terá transmissão ao vivo do canal Terra Viva.É a oportunidade de melhorar seu plantel, com animais de genéti-ca superior e alto índice de pro-dução comprovado, não fique de fora desse verdadeiro show do Girolando.

Inauguração novo escritório da Centrogen, setembro de 2011, em Resende-RJ

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Cláudio Cardoso Fazenda Oriente, RJ“Eu adquiri alguns animais ½ e ¼ em diversos lei-lões da Centrogen. Todos animais diferenciados, com qualidade superior. Tenho animais ½ sangue comprados da Centrogen que na 1ª cria teve lacta-ção superior a 30 kg. Sou cliente deles a bastante tempo, é admirável a transparência e a qualidade dos produtos comercializados pela empresa”.

Sebastião Leme Fazenda Mascate - Resende, RJ“Comprei oito bezerras nos dois Leilões da Centro-gen, 2010 e 2011. Filhas da Organza, doadora que produziu 81,6 Kg em torneio leiteiro e da Britânia, outra doadora que fechou lactação oficial com 16.800 Kg em 365 dias. Já ganhei dois torneios lei-teiros com os animais adquiridos do Herbert. Um trabalho sério, com animais de ponta e resultados oficiais”.

Mila de Carvallho de Laurindo e Campos Fazenda Recreio – Resende,RJ“Impossível falar na Centrogen dissociada da pessoa do Herbert, um entusiasta e pioneiro nas técnicas de reprodução e melhoramento genético que muito somou para a evolução da pecuária leiteira nacional. Temos a grata satisfação de con-tarmos em nosso plantel com uma representante do criatório Centrogen: Sabedoria da Centrogen FIV, filha da doadora Sunnylodge Leader Lorna x Vale Ouro da Silvânia, animal que despensa comentários”.

Dr. Roberto de Melo Carvalho – Girolando RBC - Cássia-MG“Conheço o trabalho do Herbert há muito tempo. Todos os negócios com ele são feitos de forma clara, liso, é um trabalho sério, sólido e reconhe-cido. Recomendo a todos os criadores. É uma pessoa que acredita muito em genética e um entusiasta da raça Girolando”.

depoimentos

InteRural Capa

Agenor Afonso Amaral Fazenda Jardim, RJ“O Herbert é uma pessoa muito séria, a Cen-trogen têm um programa de melhoramento genético que é muito bem feito, produz uma genética fora do comum, é um dos lideres do mercado no estado do Rio de Janeiro”.

Sérgio Luiz da Silva Porto – Fazenda Esperança – Resende, RJ.“Foi muito bom fazer negócios com a Centro-gen, os animais com genética e preço justo, toda negociação feita de forma transparente. Eu adquiri deles a Campeã Nacional na Exapi-cor, em Resende a doadora 5/8, Odara FIV da Centrogen. Após minha compra ela se sagrou campeã Novilha Júnior Nacional na Megaleite 2010, melhor úbere jovem, melhor vaca jovem e grande campeã da Exapicor-Resende 2010”.

Fernando Garcia Estância São José – Avaré,SP“O plantel da Centrogen é de excelente quali-dade. Animais acima da média, de genética de ponta. Herbert foi muito feliz no acasalamento dos seus animais e sempre indica as melhores cruzas. A Centrogen conta hoje com um reba-nho diferenciado fruto do bom trabalho que eles desenvolvem”.

Totonho Granja Pilotos, RJ“Nós trabalhamos com o Herbert há mais de cinco anos. Ele fez diversos traba-lhos de FIV e TE da Fazenda Granja Pilotos. Além disso, adquirimos alguns animais, ½ sangue outros ¾ do plantel da Centrogen. Al-gumas dessas doadoras tornaram-se doadoras do nosso plantel. Temos filhas campeãs de pis-ta. Os animais oriundos da Centrogen sempre apresentaram bons resultados. Após a liquida-ção do plantel será uma pena não tê-lo como criador, é um grande parceiro, está sempre participando das pistas, um dos pioneiros e entusiastas da raça”.

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A CentroGen por meio de seus diretores Her-bert Siqueira da Silva e Lair Dias agradecem de forma especial o apoio e colaboração de todos os parceiros pela contribuição ao longo da história da empresa. Em especial o apoio dado para a realização do Leilão de Liquida-

ção Total do Plantel.

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InteRural Capa

embral leilões Ninguém é líder por acaso A Líder no mercado de leilões de gado de leite do Brasil começa o ano a todo vapor

O que determina o suces-so de uma empresa é a solidez com que ela atua no mercado. A confiabilidade dos atores en-volvidos em qualquer negócio é preponderante para deter-minar uma relação onde todos alcancem seus objetivos.

A Embral Leilões executa seu plano de ação com foco nos valores de conduta que adota como os pilares da empresa, no caso, a busca permanente da excelência na qualidade dos serviços que presta, a partir de conduta ética junto a parceiros, clientes e fornecedores e um equilíbrio financeiro nos negó-cios.

A Embral Leilões é uma empresa especializada na or-ganização dos principais lei-lões de gado de leite do Brasil.

Contando com uma equipe de colaboradores de alto nível e conhecimento no ramo do agronegócio, a Embral con-quistou espaço e se consolida como a principal leiloeira do país, no segmento de venda de gado de leite.

Todo esse sucesso não veio por acaso. É fruto do tra-balho de 30 anos da Rurália Eventos Rurais, proprietária da marca Embral, fundada pelo saudoso Sebastião Beraldo, que usava um lema importado do esporte para nortear a forma de atuação da empresa: “Temos que remar com sincronismo”, dizia. Seu filho, Leonardo Be-raldo apaixonado pelos negó-cios agropecuários, seguindo a mesma linha do pai, comentou essa frase que faz parte da his-

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tória da empresa. “Esse era um lema que meu pai usava muito, você tem que ter um objetivo, e seu time tem que ir com o mes-mo principio. Se o objetivo prin-cipal é a satisfação do cliente, todos tem que remar para atin-gir esse propósito. Seguir uma linha para não ficar batendo ca-beça ou ‘remando em círculo’”.

De acordo com Léo, muita coisa mudou de quando a em-presa iniciou seus trabalhos, até hoje. “O melhoramento ge-nético, o avanço tecnológico, que esta cada vez mais aber-to aos produtores. O produtor sabe que não pode ficar de fora, pois ficará para traz. Proces-sos como IA, TE, FIV, controle leiteiro, teste de progênie etc, tem trazido benefícios para os pecuaristas, pois antes não ti-nha acesso ou não se interes-savam”.

Para ser líder de mercado há tantos anos, é necessário muito trabalho, comprometi-mento e gente competente ao lado. As palavras de Léo defi-nem muito bem, porque a Em-bral está à frente na comercia-lização de animais com aptidão leiteira. “Não temos segredo, apenas comprometimento com os nossos clientes sempre, sendo vendedor ou comprador. Prestamos o serviço com qua-lidade, fidelidade e seriedade. Temos compromisso com o ne-gócio, dando assessoria do co-meço ao fim. E nada melhor do que você fazer algo que goste quem entra nesse meio passa a ter “leite correndo nas veias”. Ser a maior leiloeira de gado de leite é um conjunto de fatores, principalmente o trabalho em equipe. Meu pai sempre foi pre-ocupado em defender os pro-dutores, o que nós procuramos, e dar seqüência nesse trabalho que sempre desenvolveu com os produtores, com muita se-riedade, comprometimento e

profissionalismo. Pois a nossa maior vitória é a SATISFAÇÃO de nossos clientes. Saírem sa-tisfeitos, e atendermos as suas necessidades, tanto compran-do como vendendo, é a nossa obrigação”.

A empresa procura man-ter as relações entre funcio-nários, prestadores de servi-ços como uma grande família “Família Embral”. Essa relação sempre acaba se estendendo entre os funcionários, gerentes e proprietários das fazendas as quais visitamos e realizamos os

leilões. É um verdadeiro time, que joga junto, defende o mes-mo propósito, com um objetivo em comum: “ver o cliente satis-feito, atender suas necessida-des, e com isso dar seqüência nos negócios”, conclui Leonar-do Beraldo.

A expectativa da empresa é que 2012 seja mais um exce-lente ano para Embral. “Expec-tativa e de mais um ano exce-lente, com bons preços tanto para o comprador como para o vendedor, mantendo o merca-do bem aquecido”.

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InteRural Pecuária

Pecuária de leite afetada com as fortes chuvasEscoamento da produção leiteira está muito prejudicada com a péssima condição das estradas

As fortes chuvas que atin-gem Minas Gerais já estão pre-judicando a pecuária de leite. As condições críticas das es-tradas em diferentes regiões do estado, aliada às chuvas, atra-palham a entrega do leite pelos produtores, pois os caminhões de coleta têm dificuldade para chegar até as fazendas.

De acordo com a Secre-taria de Agricultura de Minas, ainda não se tem um levan-tamento geral das perdas na agropecuária do estado, no entanto, o governo local já está verificando os pontos mais crí-ticos com o objetivo de pedir ajuda financeira à União para recuperar estradas e prestar socorro às cidades que já de-cretaram estado de calamidade pública.

Situação é graveMuriaé, na Zona da Mata

mineira, produz 100 mil litros de

leite por dia. São dois mil produ-tores, todos, segundo o sindica-to da categoria, foram atingidos pelas fortes chuvas de 2011.

Nas estradas, o cenário é de muita lama. Na propriedade de Roberto Carvalho, a enchen-te invadiu a casa e o estábulo. O tanque de expansão chegou a boiar, o que impossibilitou a coleta e o armazenamento do leite. A produção de 400 litros diários reduziu em 40%.

O produtor rural ficou cin-co dias sem fazer a ordenha. Em um laticínio com média de captação de 20 mil litros de leite por dia, os números foram pre-judicados em 15% na primeira semana de 2012.

A empresa recebe o leite de 800 produtores. Houve dia em que os caminhões não con-seguiram chegar às proprieda-des rurais, um risco grande do leite azedar e um custo a mais

com a manutenção dos veícu-los. A região da Zona da Mata mineira é uma das mais afeta-das pelas chuvas no estado.

A péssima situação das estradas vicinais e rodovias que cortam o Estado já resul-tam em prejuízos diários da or-dem de R$ 2 milhões, segundo o Sindicato da Indústria de La-ticínios do Estado de Minas Ge-rais (Silemg).

O maior problema está nas perdas ocasionadas no transporte do produto entre as propriedades rurais e os lati-cínios. "As estradas estão ina-cessíveis e o leite tem uma vida útil extremamente curta, o que resulta em sérios prejuízos para os produtores", afirmou o dire-tor executivo do Silemg, Celso Costa Moreira.

Conforme Moreira, já che-ga a 50% as perdas da safra diária do leite em Minas. "Dos cerca de 2 milhões de litros de leite que são produzidos diaria-mente, nós estamos contando com apenas metade disso em função das chuvas", revelou.

Minas Gerais possui cer-ca de 300 mil produtores de leite. E, por tratar-se de pro-duto perecível, o leite enfrenta problemas de volume e tempo de estocagem. "Soma-se à di-ficuldade de acesso às fazen-das, os problemas de queda de energia elétrica, que também resultam em prejuízos", avalia Moreira.

Já chega a

50% as perdas da safra diária do leite em

Minas.

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55 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

A busca por melhor genética no reba-nho brasileiro tem permitido uma evolução anual média de 15% na inseminação artifi-cial. Os dados de 2011 não fugiram à regra.

Estimativas indicam que o setor co-mercializou 12 milhões de unidades de sê-men, 15,4% mais do que em 2010.

O cenário deste ano também será po-sitivo, principalmente se a produção brasi-leira de carne e de leite mantiver o cresci-mento que vem obtendo nos últimos anos, em especial devido ao aumento do consu-mo interno.

A avaliação é de Tiago Carrara, geren-te de mercado da Alta Genetics, empresa que atingiu o recorde de vendas em 2011, somando 3 milhões de doses de sêmen bo-vino.

fonte: Folha de São Paulo

sP: inseminação artificial cresce 15% no ano passado

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56 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

No último dia 5 de janeiro, faleceu aos 39 anos , em con-sequência de um infarto fulmi-nante do miocárdio, o Dr. Max Fabiani. Formado em Medicina pela PUC Campinas (SP), ini-ciou sua carreira no agronegó-cio junto ao seu pai, o imigrante italiano Fabiano Fabiani, fun-dador da Tortuga Companhia Zootecnia Agrária.

Em 2000, atuou no de-senvolvimento de produtos e marketing e, depois de algum tempo, assumiu a área de Ma-rketing da Linha Saúde, uni-dade Santo Amaro (São Paulo/SP), logo após a gerência. Max também gerenciou as fazendas do Grupo. Em 2004, assumiu o cargo de vice-presidente da Tortuga, permanecendo neste até 2006, período no qual tra-balhou e aprendeu muito com a experiência e sabedoria de sua mãe, Dona Creuza Fabiani, atual presidente da empresa. De 2006 a 2010, Max presidiu a empresa e registrou grandes conquistas.

“Dr. Max foi, ao longo de sua carreira, um grande admirador do agronegócio brasileiro e fazia questão de destacar, em todos os momentos, a importância desta atividade para a economia brasileira, para o crescimento do país e das futuras gerações”, di-vulgou em nota a assessoria de imprensa da Tortuga.

A missa de sétimo dia foi realizada na quinta-feira, 12 de janeiro, na Igreja São José, lo-calizada na Rua Dinamarca, 32, em São Paulo, capital.

fonte: Agrolink

InteRural Pecuária

Pecuária brasileira perde grande incentivador do setor

Foto original por Renata Campanelli Moreira, do confinamento Monte Alegre

Em março, acontecerá o Encontro de Confina-mento da Scot Consultoria, cujo foco será reunir os principais agentes-chaves da pecuá-ria brasileira para partilhar o que há de mais novo em confinamento de bovinos.

O Encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concen-trando profissionais de toda a cadeia pecuária.

No dia 16, haverá uma visita opcional ao Confinamento Monte Alegre, em Barretos - SP, ganhador do Prêmio Nelson Pineda por Excelência em Confinamento.

*visita opcional16 em Barretos - SP

Dia de campo**visita opcional

Dia de campo*em Barretos - SP16

Apoio

Patrocinadores Bezerro

Patrocinadores Boi Gordo

Patrocinadores Boi Magro Patrocinadores Garrote

GRUPO

Dr. Max foi, ao longo de sua carreira, um grande admirador do agronegócio brasileiro e fazia questão de destacar, em todos os momentos, a importância desta atividade para a economia brasileira, para o crescimento do país e das futuras gerações

Assessoria de imprensa da tortuga.

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57 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

Foto original por Renata Campanelli Moreira, do confinamento Monte Alegre

Em março, acontecerá o Encontro de Confina-mento da Scot Consultoria, cujo foco será reunir os principais agentes-chaves da pecuá-ria brasileira para partilhar o que há de mais novo em confinamento de bovinos.

O Encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concen-trando profissionais de toda a cadeia pecuária.

No dia 16, haverá uma visita opcional ao Confinamento Monte Alegre, em Barretos - SP, ganhador do Prêmio Nelson Pineda por Excelência em Confinamento.

*visita opcional16 em Barretos - SP

Dia de campo**visita opcional

Dia de campo*em Barretos - SP16

Apoio

Patrocinadores Bezerro

Patrocinadores Boi Gordo

Patrocinadores Boi Magro Patrocinadores Garrote

GRUPO

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58 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

InteRural Mercado

fontePaulo Martins Doutor em Economia Aplicada. Pesquisador da Embrapa Gado de Leite e Professor da UFJF.

O economista pode mi-grar facilmente de uma ativi-dade produtiva para outra. Por exemplo, é possível trabalhar com milho e, em outro momen-to, se dedicar à florestas, ou a serviços de saúde, construção civil ou turismo. Em todas as áreas cabem os pressupos-tos da ciência econômica. Esta mobilidade é uma virtude da profissão. Em função disso, ao longo de sua vida profissional, o economista agrícola trabalha com diferentes produtos. Toda-via, no meu curso de Mestrado em Economia Rural, na Univer-sidade Federal de Viçosa, fui aconselhado por um professor a não desenvolver a disserta-ção sobre leite. Segundo este professor há uma maldição com o leite, pois quem trabalha com o produto passa a vida in-teira somente analisando este produto. “Leite é o cemitério dos economistas”, ele me disse.

Ao longo dos meus 28 anos de formado e atuando com leite, eu sou o exemplo acabado desta suposta “mal-dição”. Entretanto, o tempo me mostrou que há um motivo para o leite prender os poucos economistas que estudam o setor. É que não há atividade agrícola mais complexa, mais instável, mais imprevisível que o setor lácteo. Cada ano é um ano e quem se aventura a fazer previsões tem chances curtas de acertar. Se olhar para frente

é difícil, que tal olharmos para o passado recente? Vamos anali-sar o comportamento dos pre-ços no ano passado e ver o que eles nos ensinam.

na figura 1 são apresen-tados o comportamento dos preços médios recebidos pelos produtores, dado pelo Cepea/Esalq/USP e o comportamento dos preços médios de um con-junto de nove produtos lácte-os, a saber: Leite em Pó, UHT, Condensado, Queijos, Iogurte, Fermentado, Creme de Leite, Manteiga e Leite com Sabor. A fonte dos dados é esta belíssi-ma e séria instituição chamada IBGE. Também é apresentado o comportamento dos preços de todos os produtos e serviços ao consumidor, o conhecido IPCA, que é a medida da inflação bra-sileira.

Comecemos pelo IPCA. No ano passado acumulamos uma inflação de 6,5%, uma taxa elevada para países com eco-nomias estáveis. Mas, por vol-ta de abril analistas previram que chegaríamos em dezem-bro com inflação acumulada de dois dígitos, ou seja, 10% ou mais. Então, com a taxa obtida, a tragédia anunciada não se confirmou e todo mundo respi-rou com certo alívio. Mas, per-ceba que os derivados lácteos contribuíram para a contenção da taxa inflacionária somente até abril. Daí em diante os pre-ços correram acima da inflação,

acumulando uma variação de 8,1% no ano. O pico dos preços no varejo foi em outubro, quan-do a inflação acumulada dos lácteos bateu em 9,0% no ano.

Agora, veja o gráfico dos preços pagos ao produtor. Até setembro os preços acumula-ram aumento de 23,66%, que foi 2,5 vezes o acumulado pe-los lácteos no varejo, até aque-le mês (8,45%), e 4,6 vezes a inflação acumulada no período (4,97%). Nos últimos dois meses houve queda de preços, mas os preços ao produtor fecharam o ano com elevação acumulada de 17,36%. Isso é mais do que a elevação do preço do ouro, que foi o ativo financeiro que mais valorizou no Brasil em 2011, e que fechou o ano com uma ele-vação acumulada de preços de 15,9%. Em outras palavras, se existisse mercado futuro para o leite no Brasil, quem tivesse comprado papéis lastreados em preço de leite ao produtor no início do ano, no final do ano teria acumulado ganhos supe-riores até à valorização do ouro!

Vamos analisar o com-portamento dos preços reais de produtos lácteos no varejo. A expressão “preços reais” sig-nifica preços nominais, ou seja, os preços verificados na gôn-dola, descontados da inflação. Para entender os gráficos 2, 3 e 4, não há grande dificuldade. Quando o ponto da curva no gráfico está acima de zero, sig-

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nifica que o preço do produto no varejo superou a inflação da-quele mês. Se o inverso ocorre, ou seja, se a curva está abaixo de zero significa que o preço do produto subiu menos que a in-flação do mês.

no gráfico 2 verifica-se que o Leite UHT perdeu da in-flação até março. A partir daí os preços suplantaram a inflação continuamente. Em setembro houve o pico de preços aci-ma da inflação e o ano fechou com os preços cotados a 1,3% acima da inflação. Em termos nominais, os preços cresceram 7,8% de janeiro a dezembro. Comportamento similar teve o Leite em Pó no varejo, embora com menos oscilação, em fun-ção da influência dos preços do mercado internacional. Entre janeiro e dezembro a variação acumulada foi de 9,5%. Des-contada a inflação, deu 3,02% de acréscimo real. Já no caso do Condensado, 2011 foi mais um ano com um comportamento de pouca expressão, ao con-trário do passado. Ao longo do ano o preço oscilou em torno da oscilação de preços do varejo (IPCA), como mostra o Gráfico 2 e fechou em 7,8%, um pou-co acima da inflação, portanto. Pelo, visto, o Leite Condensado deixou de ser mesmo um ótimo negócio, com a entrada de vá-rios concorrentes no mercado nos últimos cinco anos.

O Gráfico 3 mostra que os preços do Queijo perderam da inflação no primeiro semestre. A partir de julho houve recu-peração, mas nada que permita afirmar que foi um ano de ouro para o produto. Em termos no-minais, ou seja, sem descontar a inflação, os preços acumula-ram um crescimento de 8,9%. Já o Iogurte e o Leite com Sabor tiveram um ano pra não deixar saudade. Estes produtos per-deram da inflação. Em outras

gráfico 1. comportamento de preços em 2011.Fonte: IBGE (IPCA e Lácteos) e Cepea/Esalq/USP (Preço ao Produtor)

gráfico 2. comportamento real* de preços de produtos lácteos selecionados em 2011Fonte: IBGE Obs: * real significa que da variação dos preços obtidos no varejo foi des-contada a inflação do mês

palavras, foi mais barato con-sumir estes produtos ao longo do ano que no início de 2011. Em dezembro a variação de preços acumulada no ano para o Io-

gurte foi de 5,4% e o Leite com Sabor foi de 2,7%, contra uma inflação de 6,5%.

no gráfico 4 percebe-se que a Manteiga teve um primei

gráfico 3. comportamento real* de preços de produtos lácteos selecionados em 2011Fonte: IBGE Obs: * real significa que da variação dos preços obtidos no varejo foi descontada a inflação do mês

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ro semestre ruim, com-pensado pelo comportamento de preços no segundo semes-tre. Já o Creme e o Leite Fer-mentado apresentaram com-portamento de preços que nós chamamos de serrote, ou seja, de grande oscilação e, o que é pior, perdendo feio da inflação! Em dezembro a Manteiga foi vendida a preços 10,4% supe-riores a janeiro, enquanto que Fermentado e Creme foram co-mercializados a preços 3,2% e 2,9% superiores, ou bem abaixo da inflação do período.

Para finalizar, vamos comparar a variação mensal dos preços dos produtos lácteos no varejo com o comportamen-to mensal de preços do leite ao produtor. Não há novidades na interpretação do Gráfico 5, que apresenta a diferença entre as variações mensais dos preços de cada produto lácteo e do preço do leite ao produtor, mês a mês. Se a curva estiver acima de zero significa que o deriva-do lácteo apresentou variação de preços superior ao preço ao produtor. Se o gráfico estiver na região negativa significa que a variação do preço do produto perdeu para a variação do pre-ço ao produtor. Como se perce-be, os preços dos nove produtos lácteos pesquisados perderam continuamente para os preços do leite ao produtor, sem exce-ção.

Com base nos gráficos apresentados, podemos con-cluir que os produtos lácteos puxaram a inflação para cima em 2011, quando analizados em conjunto. Todavia, cinco pro-dutos foram responsáveis por esse impacto: UHT, Pó, Con-densado, Manteiga e Queijos. Os demais produtos contribui-ram para controlar ou segurar a inflação. Por outro lado, os preços aos produtores sofre-ram forte elevação, superando,

gráfico 4. comportamento real* de preços de produtos lácteos selecionados em 2011Fonte: IBGE Obs: * real significa que da variação dos preços obtidos no varejo foi des-contada a inflação do mês

em muito, as variações regis-tradas por todos os produtos lácteos no varejo. Registre-se que esta variação ocorreu em cima de um valor de R$ 0,72, que foi o preço médio prati-cado em dezembro de 2010, um valor inegavelmente alto para os padrões históricos ou mesmo internacionais. Uma variação positiva de 23,7% em doze meses no preço médio ao produtor foi algo que ninguém previu há um ano. Nem os mais otimistas. É evidente que isso impactou a rentabilidade das empresas lácteas, num ano em que, uma vez mais, a regra foi colher prejuizos ou lucros tími-dos. A indústria láctea nacional vem se descapitalizando desde o início da crise mundial. Isso não é discutido claramente em função de parte dos laticínios estarem buscando valorização,

pois trabalham com a idéia de serem comprados, por um lado. Por outro, são laticínios que buscaram dinheiro no mercado, abriram capital ou obtiveram recursos públicos facilitados e ninguém quer demonstrar in-sucesso, claro!

Portanto, voltando à ori-gem deste artigo, os economis-tas não conseguem abandonar o setor não é devido a nenhuma “maldição”. Estudar um setor que tem gráficos típicos de um eletrocardiograma não tem graça. Mas, conviver com grá-ficos tão estranhos como estes apresentados aqui estimulam qualquer economista. Eles si-nalizam que o setor como um todo é frágil e tem um nível muito baixo de organização. Economista gosta de emoção, seupresas, crises e tudo isso é o que não falta neste setor.

gráfico 5. comportamento de preços de produtos lácteos em relação ao preço recebido pelo produtor, em 2011.Fonte: IBGE e Cepea/Esalq/USP

InteRural Mercado

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O mercado do agronegócio desde junho de 2011 passou a contar com um grande parceiro, a Agência ML é uma empresa com espírito jovem, inovador e ousado que quer encantar com o poder das suas ideias, desen-volvendo para os seus clientes soluções personalizadas nas áreas de design gráfico, web design, assessoria de imprensa, assessoria a eventos e comuni-cação integrada. Com sede em Uberlândia, a agência funciona no escritório da Revista InteRu-ral e está de portas abertas para receber clientes de todo univer-so do agronegócio.

A grande novidade é a nova filial da ML que está sendo aber-ta em Uberaba. Em uma reunião realizada na CiA (Centro Integra-do de Agronegócios) no dia 12 de Janeiro ficou formalizado o inicio das atividades da Agência ML neste mesmo escritório, locali-zado na rua Antônio Carlos, 146, Bairro Jardim Alexandre Campos.

Reconhecida pelos proje-tos inovadores, e pela criativi-dade no desenvolvimento dos trabalhos a empresa visualizou no mercado brasileiro em cons-tante crescimento e cada vez mais competitivo a oportunida-de de crescer, aparecer e voar mais alto. A Agência ML – “Cria-tividade na medida certa”, é for-mada por uma equipe entrosada e empenhada em desenvolver soluções diferenciadas para cada empresa. A ML trabalha em parceria com seus clientes, valorizando seu ponto de vista, e apresentando para ele novas propostas para assim chegar a um objetivo em comum, a valo-

Agência ml crescimento na medida certa

Agência inicia parceira com Central Integrada de Agronegócios em Uberaba

rização da marca.O sócio proprietário e Di-

retor de Criação da Agência ML, Luiz Felippe, aposta na nova par-ceria e acredita que quem ganha mais são os clientes. “Para uma empresa crescer ela precisa de parceiros, parceiros de garra seriedade e comprometimento, não vejo qualidades melhores para o Boi, Celso, e o time da Cia, sempre determinados em seus objetivos. Acredito que esse novo empreendimento terá um futuro promissor para nossos clientes que agora poderão con-tar com projetos de qualidade e uma estrutura a altura para po-der atendê-los”.

Para Mário Knichalla Neto, Diretor Comercial da agência é uma proposta que tem tudo para dar certo. “Os produtores agora encontram em Uberaba que é um celeiro do agronegócio, uma agência preparada para atender e criar soluções personalizadas para cada cliente de forma rápi-da e eficiente”.

Centro Integrado de Agronegócios

Formado por um grupo de empresas com um amplo cam-

po de atuação ligado ao agro-negócio e focado no desenvol-vimento do setor agropecuário brasileiro.

O objetivo do CIA é reunir várias empresas especifica-mente do agronegócio, em um único local, compartilhando a estrutura física e operacional, para facilitar o acesso a presta-ção de serviços e produtos de qualidade, de modo rápido, efi-ciente e economicamente viável a produtores, criadores e inves-tidores que buscam o incremen-to de seus negócios.

Os integrantes do CIA acre-ditam que o sucesso de qualquer empresa, independente da área de atuação, depende da mes-ma coisa: a satisfação dos seus clientes. Através da união, res-peito mútuo, interação de propó-sitos, compartilhando esforços contribuirão significativamente para o sucesso e satisfação de seus clientes, o empresário ru-ral, seja ele pequeno, médio ou grande. Hoje a CiA conta com os seguintes parceiros: Boi e Beef Milk Brasil, Celeiro Produções, Girolando Muquém, Fertnutre, Fertvitro, Ura Online, Vitorino Agronegócios e agora a caçula da turma, Agência ML.

Os produtores agora encontram em Uberaba que é um celeiro do agronegócio, uma agência preparada para atender e criar soluções personalizadas para cada cliente de forma rápida e eficiente

mário knichalla neto

Acredito que esse novo empreendimento terá um futuro promissor para nossos clientes que agora poderão contar com projetos de qualidade e uma estrutura a altura para poder atendê-los

luiz felippe

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Na última edição da Re-vista InteRural foi apresentada a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) e como funcionam os contratos futuros. Neste ar-tigo, detalharei sobre os con-tratos agrícolas de boi gordo. Em seguida, explicarei a estra-tégia de proteção (hedge) para estes contratos.

Os contratos futuros são derivativos do mercado físico. No caso do Boi Gordo, o objeto da negociação é o bovino ma-cho, castrado, bem acabado (carcaça convexa), em pasto ou confinamento, que apre-sente peso entre o mínimo de 450 kg e o máximo de 550 kg e idade máxima de 42 meses. Existe um contrato para cada mês, com o vencimento no úl-timo dia útil. No entanto, o con-trato do mês de outubro é o que apresenta maior liquidez. Cada contrato é composto por 330 arrobas e a base de preços no físico é a de Araçatuba-SP.

Desta forma, o contrato futuro de boi é utilizado pelos especuladores (é o contra-to mais alavancado da BM&F) com o intuito de auferir lucros especulando sobre o preço da arroba do boi, e pelos “hedgers”.

InteRural Pecuária

estratégias de Proteção da sua Produção de Boi

Estes investidores são pecua-ristas que, através do mercado financeiro, protegem suas pro-duções agrícolas. O hedge serve como instrumento de proteção contra o risco de variações de preços nos diversos mercados de ativos reais ou financeiros. A ideia de reduzir os riscos é uma constante quando se fala em hedge, pois esta operação neutraliza possíveis choques e impactos não previsíveis que possam ocorrer no futuro.

Diferentemente do que ocorre nos EUA, onde cerca de 70% da produção é protegida através dos contratos futuros, a prática de hedge no Brasil é pouco utilizada. Esta estratégia baseia-se na compensação de ganhos e perdas no mercado à vista pelo resultado da ope-ração na BM&F. Assim, o pro-dutor que deseja fixar o preço de venda do seu produto deve vender contratos futuros. Este contrato faz com que, numa data futura, a diferença entre o valor de mercado e valor es-tabelecido no contrato já esteja pago ou recebido. A liquidação dessa diferença é realizada em termos financeiros, garantindo a segurança da operação.

Outra maneira de prote-ção é o contrato de opção. Nes-sa estratégia, o produtor que esteja planejando sua colheita para daqui a três ou seis meses, compra contratos de opção de venda, e com isso, garante um preço para uma determinada data. Desta forma, ele protege para uma eventual queda no preço, visto que ele não sabe quanto valerá o produto na-

quela data. Caso o preço na data futura – na BM&F – esteja maior que o de exercício da op-ção, o produtor não é obrigado a exercer a operação, perdendo apenas o valor pago na opção. Simplificando, assemelha-se a um seguro para a produção.

A decisão de realizar o hedge depende de como o pro-dutor observa o ambiente do agronegócio e de suas expec-tativas do cenário econômico futuro. Os produtores em me-lhores condições para enfren-tar as adversidades são aqueles que conhecem detalhadamen-te seus custos e riscos, e por isso, é importante que o produ-tor saiba que há formas de se proteger e diminuir a possibi-lidade de ser pego de surpresa por algum revés da economia ou de fatores externos.

Investir num mercado promissor que são as com-modities agrícolas, às vezes é interessante e pode ser ex-tremamente rentável, mas em casos de incertezas ou de uma busca por maior segurança em retorno, realizar o hedge é a melhor solução. Ao contrário do que muito se fala o produ-tor que opera nos mercados futuros não está especulando, mas sim está garantindo os preços de uma parte da sua produção.

george lucAs furini – As-sessor de in-vestimentos áPis investi-mentos – (34) 3221-8606

Peso entre o mínimo de

450 kge o máximo de

550 kg e idade máxima de

42 meses

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O apoio das Forças Arma-das às ações de prevenção na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai teve início na quarta-feira, dia 04 de janei-ro. Os militares estão atuando em parceria com os fiscais da Agência Estadual de Defesa Sa-nitária Animal e Vegetal (Iagro) em cinco pontos considerados de maior risco para a entrada do novo vírus identificado no país vizinho. As atividades de inspeção também estão sendo realizadas em 14 postos fixos e em 10 barreiras volantes em toda a fronteira do estado.

No Paraná, a fiscalização foi reforçada a partir do dia 5 de janeiro, com o funcionamento

de arcolúvios para a desinfec-ção de veículos procedentes do Paraguai, nas cidades de Guairá, Santa Helena e Foz do Iguaçu. O Rio Grande do Sul implantou quatro barreiras volantes para fiscalizar a fronteira com a Ar-gentina. Todos os postos do Sis-tema de Vigilância Agropecuá-ria (Vigiagro) do estado também foram fortalecidos.

Em Santa Catarina, as ati-vidades de fiscalização já foram ampliadas. Além de intensifi-car o controle nas unidades do Vigiagro, as autoridades esta-duais estão em contato com o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Se-nasa) da Argentina para rea-

lizar um trabalho conjunto de controle de trânsito na divisa.

O ministro da Agricultura viajou para o Mato Grosso do Sul no dia 6 de janeiro, foi até a cidade de Ponta Porã para fazer visitas aos locais de inspeção e acompanhar o trabalho de fis-calização. Em Campo Grande, Mendes Ribeiro Filho reuni-se com o governador André Puc-cineli e com representantes da Superintendência Federal de Agricultura e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agropecuário para tratar o as-sunto.

fonte: ministério dA AgriculturA/redAção

InteRural Pecuária

combate à febre aftosa na fronteira do Brasil com o ParaguaiO Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, visitou o Mato Grosso do Sul no último dia 6 para acompanhar a fiscalização na região

As atividades de inspeção também estão sendo realizadas em 14 postos fixos e em 10 barreiras volantes em toda a fronteira do estado

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Ponto de vendas

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Girolando

do rebanho. Aqui deverá se in-formar dados pessoais do cria-dor, os métodos utilizados na pesagem de leite e também os dados pessoais do preposto (a pessoa responsável pelas pesa-gens do rebanho). Tanto o pre-posto quanto o criador devem assinar este documento antes do reenvio do mesmo ao SCL.

Regulamento do Serviço de Controle Leiteiro: Trata-se do conjunto de normas e pro-cedimentos que regem o SCL. É importante ler o regulamento a fim de compreender melhor o controle leiteiro evitando erros no preenchimento das planilhas de pesagem que possam preju-dicar as lactações dos animais. No site da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando se encontram as tabelas com os códigos mais usados na plani-lha, sendo interessante trata-la como um guia de consulta rápi-do para informar dados ineren-tes às pesagens de leite.

Planilhas de Pesagem de Leite: Trata-se de um documen-to onde de fato serão informadas as pesagens de leite. Para ca-dastrar os animais no SCL bas-ta informar o nome e o número de registro do animal, a data de parto e os valores das ordenhas. Há ainda outros procedimentos que merecem cuidados. Quan-do um animal tem um parto o criador tem até 60 dias para in-

como se inscrever no serviço de controle leiteiro

formar a primeira pesagem, ou seja, caso a primeira pesagem do rebanho ocorra em março só entrarão animais com parto ocorrido de janeiro para fren-te (60 dias máximos). As datas para se realizar as pesagens devem ser padronizadas, ou seja, caso se faça a pesagem no dia 05 de um mês é bom que a próxima fique em torno desta mesma data, pois os intervalos entre as pesagens não podem ser inferiores a 15 dias e nem superiores a 45 dias.

Dito tudo isto agora cabe a você criador decidir quais as melhores escolhas para seu rebanho. Note que a busca por constantes melhorias têm se tornado objetivo para vários ramos do agronegócio nacio-nal. Neste cenário os melhores resultados e lucros virão para aqueles que souberem geren-ciar melhor o próprio negócio. O Serviço de Controle Leiteiro pode ser uma boa opção neste processo, pois com ele se desco-brirá como e em quais animais se deve investir. Lembrando que caso ainda persistam dúvidas pode-se entrar em contato co-nosco para maiores esclareci-mentos.

Jean Carlos de OliveiraCoord. Proc. Dados do Controle Leiteiro(34)[email protected]

fonte: ABcg

Você criador que participa de nosso quadro de associados possui as mais variadas ferra-mentas para controlar e sele-cionar os melhores animais de vosso rebanho. O Serviço de Controle Leiteiro (SCL) pode ser uma importante ferramenta na seleção do animal ideal em termos produtivos. Através da mensuração periódica dos ani-mais fica evidente aqueles que mais se destacam e podem lhe garantir um melhor retorno, seja por meio da produção leiteira ou da venda de embriões selecio-nados.

Participar do SCL é mui-to fácil além de ser um serviço gratuito para o criador. Basta o interessado entrar em contato conosco para poder receber em seu endereço um Kit de Inscri-ção. O kit é composto por três itens sendo de suma importân-cia preenche-los corretamente. Abaixo segue cada componente deste Kit de Inscrição juntamen-te com uma descrição sumária do que deverá ser preenchido e quais campos merecem mais atenção:

Formulário de Inscrição: Trata-se de um documento que após ser preenchido deve ser reenviado para o SCL, pois sem o mesmo não há como iniciar as atividades de controle leiteiro

AssociAção BrAsileirA dos criAdores de girolAndo

Rua orlando vieira do nascimento, 74 vila São cristovão - uberaba-mg

Fone: (34) 3331-6000 - e-mail: [email protected]

www.girolando.com.br

InteRural

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A Criadora Mila de Carvalho Laurindo e Campos, à frente da Fazenda Recreio ( www.fazendarecreio.net) , está liderando o ranking parcial 2011/2012, como melhor criadora/ex-positora nacional da raça girolando. Segundo a criadora, a liderança se deve a um esforço de toda equipe: funcionários, técnicos, prepa-radores e amigos incentivadores. O destaque do time de pista é a novilha 5/8H Vitrine FR Recreio, melhor fêmea jovem nacional na Me-galeite 2011, soberana nas principais pistas, confirmou o título na Feileite 2011, unificando os títulos Megaleite e Feileite.

O plantel das raças Girolando e Gir Leiteiro tem média de produção de 20 kg/dia em regi-

me semi-intensivo, dados do Controle Leiteiro Oficial da ABCG e ABCZ .

A Fazenda Recreio possui o touro girolan-do 5/8H Apolo FR Recreio participante do Teste de Progênie da raça e com sêmen disponível na Central CRI Genética.

Para verificar a clas-sificação completa, acesse:

h t t p : / / w w w . g i -r o l a n d o . c o m . b r /s i t e / a r q d o w n / 2 0 1 2 /Ranking-2011-2012-Cria-dor-Expositor-Geral-par-cial.pdf

novo líder

Mila de Carvalho Laurin-do e Campos

Rações especializadas Com milho floculado, soja Bypass e caroço de algodão Bezerros recém-nascidos Linha de pista - cor te e leite Produção leite comercial Equinos atletas

Av. Tonico dos Santos, 739 - Jardim Induberaba - Uberaba-MG - (34) 3336-9797 | (34) 9112-9797

Dra. Juliana de Almeida Tomaim Speridião

Médica Veterinária

Page 66: Revista Interural - Edição 50

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O Gir Villefort, de Morada Nova (MG), abrirá o calendário 2012 promovendo o Leilão Top Leite Reprodutores e Sêmen Gir Villefort, agendado para 12 de fevereiro, às 10h (horário de Brasília). O evento terá trans-missão ao vivo pelo AgroCanal – Programa do Leite, o remate coloca à venda 40 touros PO, além de pacotes de sêmen de reprodutores consagrados. En-tre eles, Radar dos Poções, C.A Sansão e Tabul da Cal.

O plantel Gir Villefort re-úne as principais linhagens existentes na pecuária nacio-nal, um diferencial que torna os leilões do criatório um dos mais disputados pelos pecua-ristas no Brasil. Para este, em especial, foram selecionados apenas reprodutores campe-ões em produtividade, indica-dos tanto para planteis puros quanto para cruzamentos lei-teiros, cuja maior demanda, atualmente, é para a produção de Girolando.

Com o processo de migra-ção das bacias leiteiras para as regiões Norte, Nordeste e Cen-tro-Oeste, muitos produtores encontraram no cruzamento no Gir Leiteiro a solução para produzir leite a pasto com qua-lidade e melhor relação custo-benefício. Os ganhos ainda se

AssociAção BrAsileirA dos criAdores de gir leiteiro

av. edilson lamartine mendes, 215 Parque das américas - uberaba/mg -

(34)[email protected]

www.girleiteiro.org.br

gir leiteiroGir Villefort abre temporada 2012 com leilão de 40 touros PO e doses de sêmen

estendem com a comercializa-ção dos machos para engorda, por apresentarem excelente

desempenho a pasto, com mui-ta precocidade e qualidade da carne.

Agende-se

leilão toP leite reProdutores e sêmen villefortdata: 12/02/2012Horário: 10h (horário de Brasília)transmissão: AgroCanal –Programa do Leiteleiloeira: Nova Sat Leilõesoferta: 40 touros Gir PO e sêmen de Radar do Poções, C.A. Sansão e Tabul da Cal.cadastros e lances pela nova sat leilões: (34) 3317-7000mais informações: (31) 3627 - 1145 ou (31) 9990- 1390, com Paulo Roberto, Marketing Villefort

InteRural Gir Leiteiro

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Conselho de Administração da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB) defi-niu, em reunião realizada no úl-timo dia 10, em São Paulo, o Con-selho Fiscal, Técnico e a Diretoria Executiva da ACBB.

Eleito durante a VII Expo-Brahman, realizada em outubro, na cidade paulista de São José do Rio Preto, o Conselho de Admi-nistração 2012-2014 é composto por Alexandre Coccapieller Fer-reira, Ary Marcos de Paula Bár-bara, Bruno Aurélio Ferreira Ja-cintho, César Tomé Garetti, Daniel

Teixeira Dias, João Leopoldino Neto, Paulo de Castro Mar-

ques, Ricardo Laureano Si-queira e

W i l -

son Roberto Rodrigues.Ainda durante a VII Expo-

Brahman, foram eleitos Ary Mar-cos de Paula Bárbara para presi-dente, Paulo de Castro Marques, vice-presidente, e Ricardo Lau-reano Siqueira como secretário do Conselho de Administração. O mandato do presidente, vice e se-cretário termina em 01 de janeiro de 2013.

Para o Conselho Fiscal da ACBB foi eleito, durante a Expo-Brahman 2011, Miguel de Paula Xavier Neto. Manoel Afonso de Almeida Filho e Osvaldino Xavier de Oliveira são, junto ao conse-lheiro eleito, os membros efetivos do Conselho Fiscal da ACBB. Cel-so Lopes, Circe Massud e Fábio José de Faria Camargos são os

suplentes.Aldo Silva Valente Junior,

Andrés A. Salbavarro Ruata, Fábio Miziara, Luiz Alfredo Garcia Dera-gon e Moisés Fernandes Campos compõem o Conselho Técnico da associação.

Também foi definida, du-rante a reunião, a Diretoria Exe-cutiva da associação, composta por Lydio Cosac de Faria (diretor executivo), Alexandre Coccapiel-ler Ferreira (diretor tesoureiro), Naiana Mariana Moreno e Silva (diretora secretária) e César Tomé Garetti (diretor de marketing).

O Conselho de Administra-ção, Conselho Fiscal, Conselho Técnico e a Diretoria Executiva da ACBB tem mandato 02 de janeiro de 2012 a 01 de janeiro de 2014.

InteRural Brahman

AssociAção dos criAdores de BrAhmAn do BrAsil

Praça vicentino Rodrigues da cunha, 110 São Benedito

ceP: 38.022-330 - uberaba (mg) | (34) 3336-7326 www.brahman.com.br

[email protected]

AcBB define conselhos e diretoria executiva

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71 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

Taurino foi desenvolvi-do há mais de um século nas Ilhas Virgens, no Caribe

O gado senepol chegou ao Brasil há 11 anos. O lema dos criadores da raça, "vamos colorir o Brasil de vermelho", é uma referência à cor do couro do animal. O taurino foi desenvolvido há mais de um século nas Ilhas Virgens, no Caribe, e tem feito sucesso na cruza com o nelore.

A cor e o tamanho são as características que primeiro chamam a atenção: animais de pele vermelha, em vários tons, baixinhos e troncudos. Mas eles carregam na pele muito mais que uma cor di-ferenciada, levam também a característica de serem alta-mente adaptáveis, rentáveis e precoces. Com menos de dois anos atingem as 18 arrobas e estão prontos para o aba-te. Para os apaixonados pela raça, o Senepol é o gado que mais atende às necessidades de verticalização da pecuária de corte brasileira.

Mesmo sendo resultado do cruzamento de duas raças taurinas, ndama e red pol, o senepol se adaptou muito bem ao clima tropical do Bra-sil por ter grande tolerância ao calor. É tido também como uma das raças com boa re-sistência a parasitas. Outra característica da raça é a do-cilidade dos animais. A quali-

InteRuralSenepol

AssociAção BrAsileirA dos criAdores de Bovinos senepol

Rua martinesia 303, sala 602aparecida

cep: 38400-606 - uberlândia - mg | (34) 3210-2324 ou (34) 9962-4357

[email protected] e [email protected]

gado senepol completa 11 anos no Brasil

dade favorece a maternidade e principalmente o manejo.

O Senepol chegou ao Brasil no ano de 2000 e atu-almente já são quase cem criadores ligados à associa-ção, que tem sede em Uber-lândia no Triângulo Mineiro. A Associação de Senepol estima que em todo o país existam cerca de 15 mil ani-mais registrados.

Na cidade também está a fazenda Soledade, que cria aproximadamente 200 ani-mais P.O. para a difusão da

genética. O funcionário da fazenda toca o lote de vacas e bezerrinhos a pé, sem a me-nor dificuldade. Mas, apesar da docilidade ser uma das características mais marcan-tes, o criador, Gustavo Viei-ra, ressalta que economica-mente o Senepol também faz bonito. Seja pela valorização do bezerro ou pela qualidade da carne, estudos feitos pela USP comprovam que é uma das mais macias.

fonte: merce gregório

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Por gustAvo riBeiro

O FestLeite Tropical chega a sua segunda edição e vai ser o ponto de encontro da pecuá-ria leiteira no mês de fevereiro. Realizado pela Estância Bahia e Tropical Genética, empre-sa destaque no segmento de genética bovina, o evento é o maior do gênero da América Latina. Serão oferecidos 1012 produtos, entre touros, bezer-ras, novilhas, doadoras e pre-nhezes da mais alta qualidade das raças Girolando e Gir Leitei-ro.Com o apoio do Sindicato Ru-ral, o FestLeite ocorrerá no Par-que de Exposições do Camaru, em Uberlândia-MG, onde será montada uma excelente estru-tura para receber investidores de várias regiões do Brasil e de outros países.

Nos dias 10,11 e 12 de fe-vereiro, os participantes do FestLeite Tropical poderão comprar produtos de qualida-de superior durante o Shopping de Animais e nos Leilões. O Shopping é uma das formas de venda de animais utilizada pela Tropical Genética em que os animais são expostos nos pa-vilhões do Camaru. Consulto-res de venda ficam à disposição durante todo o evento para efe-tuar a comercialização, todos os animais são precificados in-dividualmente. Uma excelente oportunidade para pequenos, médios e grandes produtores. De acordo com o diretor da Tro-pical Genética, Vicente Noguei-ra, o Shopping possibilita toda dimensão de negócio. O parti-cipante pode comprar uma be-

zerra, uma vaca, uma prenhez. Dessa forma o evento está pre-parado para atender as expec-tativas do agricultor familiar, do médio e do grande pecuarista.

A programação do FestLeite conta ainda com três leilões, um em cada dia do

festival. O primeiro acontece logo após a abertura oficial do evento, que está marcada para o dia 10 de fevereiro às 19h. Lá estarão presentes produtores, cooperativas, sindicatos, parla-mentares, autoridades gover-namentais, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), enfim, pes-

soas e instituições que têm relevância na formulação de políticas do setor leiteiro. Nesse primeiro leilão, marcado para as 21h no Tatersal de Elite do Camaru, serão ofertados do-adoras e produtos Girolando e Gir Leiteiro 100% de Fertilização In Vitro (FIV), com transmis-são ao vivo do canal Terra Viva. A assessoria ficará por conta da Beef Milk Brazil (BMB), BOI Assessoria e Braquiara Asses-soria. A empresa responsável pelos três leilões é a Estância Bahia e quem bate o martelo é Adriano Barbosa.

No sábado, dia 12, além da continuação do Shopping FestLeite de 9h às 18h, será rea-lizado um debate a respeito das “Perspectivas para o Mercado do Leite 2012/2013”, marcado para às 9h. Diversas personali-dades do setor, além de repre-sentantes governamentais, já confirmaram presença. “Esse é um momento muito importante do evento, pois nós produtores, sindicatos rurais e cooperati-vas entregaremos uma pauta

festleite tropical 2012O maior evento em oferta de genética leiteira da América Latina chega a sua segunda edição

1012 produtos de

genética superior comprovada

disponíveis em três dias de evento

Durante este encontro podemos sentir, avaliar e discutir todas essas mudanças, conhecer novas técnicas, trocar experiências, enfim, trocar informações acerca do mercado de leite e conhecer os principais animais do Mega Leilão FestLeite Tropical 2012”.

Milton de Almeida Magalhães Junior

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de reivindicações para essas autoridades que vão estar pre-sentes, com o intuito que eles saibam quais são as demandas da atividade produtiva do leite do Brasil”, conclui o diretor da Tropical.

Após o debate, será reali-zado mais um leilão. Dessa vez a oferta é de touros, reproduto-res selecionados do plantel da Tropical Genética das raças Gir Leiteiro e Girolando do mais alto valor genético. Esse leilão terá início às 11h30 e será transmi-tido ao vivo pelo canal Terra Viva. O diretor técnico admi-nistrativo da Tropical Genética, Milton de Almeida Magalhães Neto, fala da importância de ter touros de genética melhorada no rebanho. “São touros filhos das grandes matrizes da Tro-pical Genética com os melhores reprodutores que existem no mercado. É uma grande opor-tunidade de adquirir animais de elite que realmente são me-lhoradores de plantel”.

No fim da tarde de sábado acontece o Happy Hour, das 18h às 20h, quando serão apresen-

tados os animais destaques do Mega Leilão FestLeite Tropical 2012. De acordo com o diretor da Tropical Genética, Milton de Almeida Magalhães Júnior, o Happy Hour é um momen-to de confraternização entre os participantes. “Uma forma de interagir com o pessoal e apresentar os principais ani-mais que serão disponibiliza-dos. Discutir sobre os avan-ços genéticos que a pecuária vem buscando através de FIV e Transferência de Embriões (TE). Essas tecnologias deram dinâmica e rapidez ao proces-so de melhoramento. Durante esse encontro podemos sentir, avaliar e discutir todas essas mudanças, conhecer novas técnicas, trocar experiências, enfim, trocar informações acerca do mercado de leite e conhecer os principais animais do Mega Leilão FestLeite Tropi-cal 2012”.

O diretor da Tropical Ge-nética, Joaquim Lima, acredita que é uma grande oportunida-de para o pecuarista encontrar o melhor da genética leitei-

ra dos trópicos, em um único lugar. “No FestLeite o amigo produtor encontrará animais provenientes de uma paixão – o melhoramento genético das raças leiteiras. Ele ainda res-salta que o FestLeite é o evento mais importante do ano rea-lizado pela Tropical Genética, coroa um trabalho que é feito de forma séria, com muita de-dicação e sempre em busca de melhores resultados. “A Tro-pical Genética com o FestLeite inaugura o circuito de eventos da cadeia produtiva do leite”.

No dia 12 de fevereiro, a Tropical Genética e a Estân-cia Bahia estão preparando para vocês uma verdadeira maratona de comercialização de genética superior compro-vada. O Mega Leilão FestLeite Tropical 2012 será realizado no domingo, das 10h às 20h, com transmissão ao vivo do canal Terra Viva. Isso mesmo, são dez horas de leilão ofertando produtos de primeira linhagem, campeãs e futuras vencedoras de torneios leiteiros e pistas de julgamento.

É o evento mais importante do ano realizado pela Tropical Genética, coroa um trabalho que é feito de forma séria, com muita dedicação e sempre em busca de melhores resultados. A Tropical Genética com o FestLeite inaugura o circuito de eventos da cadeia produtiva do leite”.

Joaquim Lima

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Quebra de recorde nacional

Na primeira edição do Mega Leilão FestLeiteTropical, realizada em 2011, o sucesso foi absoluto. Um evento mar-cado pela confraternização e amizade entre os participan-tes, quebras de recordes de valorização, disputas acirradas e venda de muita genética de qualidade. O leilão teve fatu-ramento de R$ 1.992.000,00. O grande destaque foi a venda de 50% das cotas de Castanhola Herdeiro MAMJ, para Eurípedes José da Silva, Fazenda Ubera-ba, em Paraopeba-MG, por R$ 245.600,00. Eurípedes passou a ser sócio da Tropical Genética e adquiriu a matriz Girolando mais valorizada da raça. Cas-tanhola é filha de Herdeiro de Brasília x Bandeja Bela Vista, doadora com lactação superior a 11.000 kg. Em sua primeira lactação produziu 9.614,41 kg, com fantástico úbere e mui-ta estrutura. Suas filhas 5/8, todas com lactação superior a 9.000kg.

Outro destaque durante o FestLeite de 2011 foi Rendei-

Confira a seleção de peso que a em-presa preparou para você:

Dracena Fabian MAMJ (X 3677) (Figura 1)Washco Aero Fabian x Brisa

Doadora 1/2 sangue bicampeã melhor úbere adulto nacional na Megaleite

2008 e Megaleite 2009. Lactação de 10.462 kg / 340 dias!

Celeste (A 8208) (Figura 2) Regancrest Elton Durhan ET x Laranja

Santa LuziaCondomínio Celeste: Tropical Genéti-

ca/Morada Corinthiana.Melhor vaca jovem e melhor

úbere jovem nacional Megaleite 2009. Campeã Novilha do torneio leiteiro da Megaleite, Girolando 5/8 em 2010, ano em que se consagrou recordista nacio-nal da categoria, além de ser reservada melhor vaca jovem Girolando 5/8. lactação: 14.009,52 kg em 365 dias.

Figura 1

Figura 2

ra Nica Millenium, que bateu o seu próprio recorde de vaca 5/8 mais valorizada do Brasil, sendo vendida pela Tropical Genética e pela Morada Co-rinthiana por R$ 86.000,00, para Gilberto Francisco Ramos Filho, da Fazenda Gama de Vitória da Conquista- BA. Na raça Gir Leiteiro o grande des-taque foi à comercialização de 50% das cotas da doadora Ex-ceção, filha de C.A Paladino x C.A Quartinha, o comprador foi Antonieli Batista Almeida da empresa Antonelli Locações, que desembolsou R$ 51.000,00

para ser sócio da Tropical Ge-nética com essa excepcional doadora.

Para o FestLeite Tropical 2012, a Tropical Genética prepa-rou um time de primeira linha-gem, doadoras com alto valor genético, touros melhoradores de plantel, prenhezes, bezerras e novilhas. São 1012 produtos de pedigree comprovado.

Vale ressaltar que as do-adoras recordistas em valori-

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Por gustAvo riBeiro

O Criador de Sucesso des-ta edição, fala um pouco da his-tória de um Haras, localizado no Rio Grande do Sul. Uma traje-tória passada de pai para filho, resultando em mais de 40 anos de sucesso. Guilherme Fernan-des proprietário do Haras São Rafael é especializado na cria-ção de Pôneis, Mini-Horses, Ca-valos da raça Crioulo e Muares, apaixonado pela atividade, ele já planeja um 2012 promissor. Conheça agora um pouco mais dessa história singular na criação de cavalos.

como foi o inicio de sua trajetória no agrone-gócio?

Na realidade, eu nas-ci e cresci no meio do agro-negócio, tanto a família de meu pai como a de minha mãe tinham proprieda-des rurais no município de Viamão, fui estimulado desde cedo pelo meu pai a gostar do negócio, no início ele plantava arroz. Eu ainda usava fraldas quando ele me levava para sua lavoura... Minha trajetória se iniciou na realidade com a criação dos pôneis, iniciada em 1967 pelo meu avô pater-no. Minha infância e ado-lescência foram vividas de forma muito intensa em torno dessa raça e de um sonho construído pelo meu pai, do qual foi o início do Haras São Ra-fael, com o surgimento do prefixo GARF (Guilherme Antônio Ribeiro Fernan-des). Em meados dos anos 90, comecei a participar de exposições pelo Brasil e meu pai, na época, fez vá-rios investimentos que me proporcionaram ter uma alta qualidade genética em

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quantidade que se destacou no país. Desde cedo minha paixão pelos pôneis e cavalos foi vista como um futuro negócio, assim criar cavalos, e tornar essa ati-vidade lucrativa foi à sequência.

você trabalha com equi-nos das raças: crioulos, Pôneis e mini-Horses além de mua-res? Por que você optou por es-tas raças?

Pônei e Mini-Horses, nas-ci criador. Crioulo foi uma opor-tunidade de negócio, quan-do optei em cruzar as éguas Crioulas registradas com o ju-mento Pega.

você trabalha com ani-

mais de genética melhorada e padrão racial, qual a importân-cia disso?

Meu objetivo, desde cedo, foi o melhoramento genético. É o que torna o negócio mais ren-tável, agregando valor e quali-dade zootécnica aos animais.

você gosta de participar de exposições e pistas de jul-gamento? Já conquistou algum título? caso tenha conquista-do, qual foi o mais marcante?

Sim, porém passei estes dois últimos anos sem parti-cipar porque reestruturei meu plantel, e fiz uma reformulação completa do meu time de pista. Esta iniciativa fez com que eu gostasse mais ainda de criar e me fez aumentar minha exi-gência zootécnica sobre mi-nha manada. Acho que todo criador deve participar de ex-posições porque dali pode-se fazer uma avaliação da sua criação, agregando valor aos seus animais.

como é formado seu plantel hoje?

Meu plantel hoje é for-mado por éguas de cria, que são mantidas inverno e verão soltas a campo e que são emprenhadas com meus reprodutores em monta natural, com início no dia 1º de setembro até 31 de março. As potras ini-ciam sua vida reprodutiva a partir dos três anos de idade. Meus reprodutores

passam o inverno todo juntos soltos em pastagens de aze-vém, trevo e cornichão, desde cedo são acostumados a isso, quando inicia a temporada de monta, cada reprodutor vai para um potreiro com aproxi-madamente 40 a 50 éguas.

onde está localizada sua propriedade?

Em Viamão e São Lou-renço do Sul, no estado do Rio Grande do Sul.

como é a rotina do Haras? quantos funcionários fazem parte da equipe?

Os animais são criados 100% a campo. Nascem no campo com acompanhamento diário no período das parições. Os animais que irão participar de leilões, atividade bastante representativa na minha cria-ção, alimentados duas vezes ao dia com ração em seus potrei-ros. Os animais de exposição fazem seus exercícios físicos e voltam para seus potreiros, indo somente para cocheira na véspera da exposição. A quan-tidade de funcionários varia conforme a época e atividades que exercemos. Em época de leilão e exposição trabalhamos com 10 funcionários.

conte um pouco mais do seu projeto de produzir muares em parceria com o agropecu-arista marco Antônio Andra-de Barbosa (mAAB). fale um pouco dos animais produzi-

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dos oriundos do cruzamento da raça Pega com a “raça das Américas”, o cavalo crioulo?

Resolvemos utilizar éguas Crioulas nesse cruzamento por acharmos um cavalo completo tanto morfologicamente quan-to funcionalmente. Uma das raças que mais cresce no Brasil. Desse cruzamento nasceram animais muito fortes e carac-terizados, e com muita função. Animais que com certeza se destacarão em atividades do meio rural no centro do país, por apresentarem característi-cas marcantes e muito procu-radas nos dias atuais.

o que mais o faz sentir re-alizado no trabalho?

Gosto do que faço, vivo cavalos 24 horas por dia, moro na fazenda. Vejo meus animais e acompanho eles diariamente, sei quem são um por um, ad-ministro e vivo o dia-a-dia de minha criação.

qual avaliação você faz do atual mercado de equinos e muares brasileiro?

É um mercado que está evoluindo dia após dia. Com o

surgimento dos canais de TV e com a internet a comercializa-ção tornou-se fácil. Há mais ou menos 15 anos atrás o compra-dor precisava percorrer longas distâncias, ir ao Haras ou em exposições para ver os animais, hoje a TV/internet mostra em casa tudo que existe de melhor e com o poder de compra.

quais são os objetivos do Haras para 2012?

Fazer vários leilões virtuais e participar da Ex-posição Nacional. Acredito que no ano de 2012 va-mos firmar novos animais de pista e mostraremos no-vos reprodutores. A partir de março o site do Haras São Rafael (www.ha-ra s s ao ra fae l . c o m .br) estará totalmen-te reformulado, com novos animais.

Vem aí o 10º Leilão GARF, dia 07 de março às 21:00h, com trans-

missão ao vivo do canal Terra Viva, serão

ofertados 50 cavalos Crioulos, entre éguas, potras, potros e éguas

paridas.

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criAr e PlAntAr AdAPtA-do PelA interurAl

A correção de aprumo significa mudança permanen-te de conformação e não pode ser feita em cavalos maduros. De fato, essas tentativas de correção em eqüinos adultos causam manqueiras imediatas, assim, como, defeitos perma-nentes em longo prazo.

Alguns problemas de con-formação podem ser corrigidos em potros e os que nascem com aprumos corretos podem ser mantidos assim. Muitos potros que possuem boas per-nas podem se tornar tortos por negligência ou casquea-mento impróprio. O segredo de quando e como tentar cor-rigir pelo casqueamento é ter conhecimento das estruturas chamadas de Placas de Cres-cimento, que são localizadas perto do final de cada osso na perna do cavalo. Estas placas produzem células que crescem e se alinham quando se inicia a ossificação, que é a formação óssea. Enquanto as placas es-tão produzindo cartilagem, são consideradas "abertas", e uma vez que a produção para, são denominadas "fechadas" e o crescimento pára nesse ponto.

As forças sobre estas pla-

cas são muito importantes na determinação da conformação e estrutura do cavalo. Pressão normal, equilibrada e cons-tante sobre as placas resultam em um crescimento correto. Portanto, uma pressão dese-quilibrada possibilita um cres-cimento errado.

Nos casos dos potros com desvio de aprumo, às vezes, é necessário confina-los. Nessas condições, o membro tende a se endireitar por si próprio. Se o potro com desvio for subme-tido a excessivos exercícios, como, por exemplo, correr atrás da mãe em um pasto grande, a compressão que ocorre sobre as placas excede o normal e o problema se intensifica.

Quando se cuida de po-tros, e extremamente impor-tante manter a pressão natural nas placas de crescimento. Para isso, o trabalho do ferrador é essencial.

Antes de fazermos corre-ções, devemos ter certeza de que o potro realmente precisa, sendo recomendado que essa análise seja realizada por um ferrador experiente ou por um médico veterinário especiali-zado na Área de Aprumos. Um detalhe que se deve levar em conta é o fato de que não é na-tural para os cascos de um po-

InteRural Equinos

como fazer o casqueamento dos seus cavalos Com as dicas abaixo você garante uma longa vida útil aos seus animais

tro apontar direto para frente.

mAneJo

Os cascos devem estar virados para fora entre 10 e 15 graus, bem como alinhados com a face plana do joelho. Isso porque com o desenvolvimen-to do tórax, as escápulas vão se distanciando uma da outra, fazendo os membros girarem para dentro.

O problema é que grande parte dos criadores, veteriná-rios, ferradores, treinadores e juízes querem que os potros estejam retos desde pequenos e fazem correções para endi-reita-los, o que não é natural. Não é raro, ouvimos por ai, al-guns criadores dizerem: "Meu potro tinha aprumos perfeitos, mas quando cresceu, as mãos (membros anteriores) viraram para dentro".

O programa para se man-ter as pernas (membros ante-riores e posteriores) ou para se corrigir desvios de conforma-

Antes de fazermos correções, devemos ter certeza de que o potro realmente precisa, sendo recomendado que essa análise seja realizada por um ferrador experiente ou por um médico veterinário especializado na Área de Aprumos.

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ção, envolvem três fatores:

1. Deve-se iniciar o casque-amento do potro com pou-cos meses de idade. Porque o fechamento das placas termina ao redor de seis meses (esse tempo é base-ado em radiografias), porém elas podem se fechar antes. O crescimento é muito ativo durante os primeiros cem dias de vida e a produção de cartilagem diminui, confor-me se aproxima à época em que ocorre o fechamento das placas. Isso nos leva a crer claramente que a con-formação do cavalo pode ser permanente aos seis meses ou menos de idade e, aí, nenhum tipo de cas-queamento ou ferragea-mento mudará esse quadro. A maioria dos veterinários e ferradores recomenda o casqueamento no primei-ro mês em potros normais e nos primeiros 15 dias nos quais apresentam desvios.

2. O casqueamento deve ser feito freqüentemente. Po-tros com até um ano de ida-de produzem o dobro de pa-rede do casco que o cavalo maduro. Conforme o casco fica mais comprido, ele se quebra com maior facili-dade. Se um lado do casco se quebra, ele terá um de-sequilíbrio e causará uma pressão desigual nas pla-cas, podendo alterar a con-formação. É recomendado casquear os potros normais a cada 15 dias até norma-lizar os defeitos, quando passam a ser casqueados a cada 30 dias.

3. É preciso haver um equi-líbrio apropriado para o casco. Um casco bem equi-librado distribui o peso igualmente e absorve o im-pacto de uma maneira uni-forme.

Esse fator é extrema-mente importante e pode ser obtido em cavalos de qualquer

idade. Note bem a diferença: os aprumos só são corrigidos em potros, porém a forma do cas-co não tem limite de idade para se efetuar as mudanças. Para se corrigir e manter o casco equilibrado é muito importan-te sempre deixar os talões na mesma altura, não importando o desvio que tiver. Uma prática antiga, de deixar um talão mais alto para corrigir defeitos, fun-ciona apenas para enganar o olho e deformar o casco.

Quando se deixa um ta-lão mais alto, ele recebe mais impacto e isso força a corroa para cima e a pinça em diago-nal abre, forçando as lâminas a se romperem.

É importante lembrar que o casco é vivo e em constante movimento. Se pegarmos os talões com as mãos, consegui-remos movimenta-los. Imagi-ne os cascos correndo, quanto movimento deve ter nele? Um estudo realizado pela Univer-sidade de Cornell mostra que o casco viaja a uma velocidade

Os cascos devem estar virados para fora entre 10 e 15 graus, bem como alinhados com a face plana do joelho

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de aproximadamente 96 km/hora e bate no chão com o peso de até uma tonelada por cen-tímetro quadrado. Em cavalos selvagens, o choque deste im-pacto é absorvido pela expan-são do casco, a compressão do sangue bombeando o sistema hidráulico dentro do casco e o movimento das pinças, natu-ralmente arredondadas. Por isso, é ideal manter a integrida-de das estruturas e equilíbrio do casco.

As correções devem ser feitas nas pinças, assim mu-dando a ponta de quebra, sem mudar o apoio dos talões. Se você mudar a direção do ponto de quebra, conseguirá mudar a direção do crescimento.

Deve-se casquear o po-tro normalmente, deixando os cascos planos e equilibrados. Feito isso, divide-se o casco bem no centro e grosar a pinça em linha reta, passando um (1) cm do centro, na direção que você quer conduzir o casco a crescer. Ou seja, se o casco está virado para dentro, corta-se do lado de dentro e vice-versa.

Este tipo de correção fun-ciona na maioria dos casos, se

for feito quando o potro é bem novo. Em casos mais graves, será necessário o uso de ferra-duras com extensão.

Um casco desequilibrado está predisposto a uma man-queira, e cada vez que se cas-queia, deve ser dada atenção especial ao equilíbrio. Mui-tos ferradores e veterinários deixam as pinças quadradas quando casqueiam potros no-vos. Isso força um potro de quebra centralizado, um casco mais reto e um vôo (quando o casco deixa de se apoiar no solo durante todo o movimento para frente) e aterrissagem mais ba-lanceado.

Este programa afetará as articulações da quartela para baixo. Não há nenhuma evi-dência de que o casqueamento corretivo influencia as articu-lações do joelho ou jarrete, por-que existem três articulações que absorvem as mudanças antes de atingir o joelho.

os cuidAdos com os cAscos do cAvAlo

Um estudo feito pela América Farriers Association, associação americana que controla o trabalho sobre ferra-geamento nos EUA, mostra que mais de 80% das manqueiras das partes baixas dos mem-bros e dos cascos são causadas por "negligência e falta de cui-dados". O pior é que a maioria das pessoas teria feito algo para que isso não ocorresse se soubessem que tinham proble-mas com seus animais.

Não importa qual o pro-pósito de se ter um cavalo, ele é um investimento. Sua vida útil ou quanto tempo você usará este animal é um retorno em longo prazo no seu investimen-to. Se você não se preocupar com os cuidados dos cascos, poderá perder seu investimen-

to rapidamente. A utilidade, a performance e a resistência podem acabar, isto sem men-cionar a perda de vontade de trabalhar e cooperar com você. O animal até poderá se tornar agressivo. Imagine: Você está com os pés dolo-

ridos e mesmo assim gos-taria de andar com alguém nas suas costas?

Como proprietário você pre-cisa ter conhecimento su-ficiente para saber se o seu cavalo está tendo a aten-ção necessária. A seguir, descreve-se alguns itens para se pensar: Os cascos crescem constantemente e precisam de atenção regu-larmente. Muitas pessoas deixam o cavalo sem cuidar durante vários meses e só lembram-se de casqueá-los, quando vão de férias e querem monta-los. Outros mandam ferrar o animal e só trocam as ferraduras quando caem. Você não pode utilizar esse tipo de manejo, sem pagar conse-qüências caras no futuro.

Aprenda o máximo que pu-der sobre cascos. Quanto mais você entender, será melhor para você e seu ca-valo.

Eduque seus potrinhos. É importante amansa-los, nas primeiras horas de vida, para que eles fiquem permanentes dóceis. É im-possível fazer um bom cas-queamento se o cavalo está pulando e dando coices. O ferrador não está sendo pago para amansar cavalos.

Não confunda a responsa-bilidade do ferrador com a do veterinário. Em casos de doenças, chame o ve-terinário e, se a doença for relacionada com o casco, o ferrador e o veterinário de-vem trabalhar juntos.

Mais de

80% das manqueiras

das partes baixas dos membros e dos cascos são causadas por

“negligência e falta de cuidados”.

América farriers

Association

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Suinocultura

O Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) comu-nicou ao Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o reconhecimento de equivalência do serviço de ins-peção de carne suína do Brasil e autorização para habilitação de matadouros-frigoríficos de Santa Catarina para exporta-ção de carne suína "in natura" para aquele país.

Além desse tipo de produ-to, o Serviço de Inspeção e Se-gurança Alimentar (FSIS, sigla em inglês) dos Estados Unidos também ampliou essa autori-zação de habilitação de carne suína cozida e processada de outros estados brasileiros livres de aftosa com vacinação, desde

que a industrialização ocorra em estabelecimentos com re-gistro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e habilitados como produtores de matéria-prima.

O ministro Mendes Ribeiro Filho apresentou à imprensa, no dia 10 de janeiro, o comunicado que foi enviado ao Departamen-to de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do MAPA. As exportações terão início as-sim que o Ministério da Agricul-tura habilitar os estabelecimen-tos brasileiros, o que aconteceu nesta mesma semana. Inicial-mente, seis empresas receberão autorização para exportar.

A abertura para o merca-do americano, nesse primeiro momento, é resultado da deci-são tomada no ano de 2001 pelo

governo de Santa Catarina de manter o estado livre de febre aftosa sem vacinação.

As tratativas com o USDA intensificaram-se em março do ano passado. Todas as res-postas e providências foram aceitas pelas autoridades sani-tárias norte-americanas e nos próximos dias deverá ser en-viado ao Dipoa o documento de conclusão da equivalência dos serviços de inspeção dos dois países. A principal preocupa-ção dos Estados Unidos estava relacionada com a falta de fis-cais federais agropecuários nos estabelecimentos habilitados, mas o MAPA já se comprome-teu em atender essa exigência.

fonte: mAPA

estados unidos autoriza exportação de carne suína brasileiraInicialmente, seis empresas receberão autorização para exportar

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Produção mundial de carne suína

fonte: HyBerville netomédico veterinário

Entre 2011 e 2011, estima-se que a produção mundial de car-ne suína tenha aumentado 18,1%. Os dados são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Segundo o USDA, a produção mundial atingiu 101,13 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec) em 2011, das quais 48,9% foram produzidas na China. veja a figura 1.

Os maiores produtores em 2011 foram China, União Europeia, Estados Unidos e Brasil, respecti-vamente.

Estes países compuseram 84,6% da produção total.

Desde 2001, a produção de carne suína chinesa aumentou em 8,98 milhões de tec, o que repre-senta 22,2%. Para 2012 o USDA esti-ma crescimento de 3,6% na produ-ção do país.

No período, a produção euro-peia cresceu 7,5%. A norte-ame-ricana e a brasileira aumentaram 18,3% e 44,7% respectivamente.

Segundo o USDA, a produção da União Europeia foi de 22,53 mi-lhões de tec em 2011. O departa-mento estima produções de 10,28 e 3,23 milhões de tec para os Estados Unidos e Brasil, respectivamente.

figurA 1Participação dos

principais produtores de carne suína no total

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90 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

Ovinocultura

O Brasil apresenta voca-ção para a atividade agropecu-ária, porém, muitas atividades relacionadas ao agronegócio ainda não gozam da sua máxi-ma eficiência quando pensa-se em produtividade. Com a ovi-nocultura não é diferente. As pessoas envolvidas na ativida-de conhecem os desafios que o setor enfrenta e o principal reflexo dos problemas encon-trados é que o país continua dependente das importações uruguaias para abastecer o seu mercado.

Em 2011, (considerando de janeiro a novembro), o Bra-sil importou 4.076 toneladas de carne ovina, 15% a menos quando comparamos com o mesmo período do ano anterior (4.824 toneladas). Esse decrés-cimo nas importações ocorreu devido a uma menor produção ovina uruguaia e a abertura de novos mercados pelo país. Mes-mo assim a parcela enviada ao Brasil ainda é significativa.

Em 2011 a ovinocultura brasileira amadureceu. Ainda há muita coisa a ser feita, mas a consciência dos produtores está nitidamente começando a mudar, pois há um crescente interesse na produção de car-ne de cordeiro e não apenas, na produção de animais de elite.

Durante o ano de 2011, pude observar inúmeros pro-jetos e iniciativas que contem-plaram essa afirmação, além de novos produtos oriundos da carne ovina lançados por grandes empresas no merca-do. A indústria também se fez mais presente, participando de eventos e divulgando os seus serviços aos produtores, que muitas vezes desconhecem o que é oferecido pelo frigorífico e suas estruturas.

Dentre os gargalos, dois me chamaram a atenção ao longo do ano e pretendo discu-ti-los com mais afinco ao longo do artigo.

PlAneJAmento dA AtividAde

A falta de planejamento ainda é uma das principais ca-racterísticas de quem inicia a criação. O modismo já foi mais evidente em anos anteriores, mas ele ainda marca presença. O mercado está aquecido sim, mas o produtor precisa ter em mente que iniciar uma pro-dução animal é equivalente à abertura de um novo empreen-dimento e todos os detalhes e minucias devem ser anotados e contabilizados no papel. Peca-se na falta de profissionalismo e na ansiedade de ver rapida-mente os resultados.

O planejamento está inti-mamente relacionado aos cus-tos de produção. E se o produtor não calcula aquilo que entra e aquilo que sai para conhecer o seu lucro e os resultados do seu trabalho, ele pode estar fadan-do o seu próprio insucesso. Por isso destaco novamente a im-

ovinocultura brasileira dando seus primeiros passos

Por rAquel mAriA cury rodrigues

Zootecnista pela FMVZ/Unesp de

Botucatu e analista de mercado do FarmPoint

InteRural

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91 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

portância das anotações e da conscientização dos funcioná-rios para com este item.

No último mês de dezem-bro, o FarmPoint lançou uma enquete perguntando aos lei-tores quais seriam os principais desafios para a ovinocultura em 2012. A maioria deles (16%), respondeu que o principal gar-galo será a falta de planejamen-to da atividade. Leitores de 22 estados participaram da pes-quisa, o que demonstra que há um consenso entre as regiões do país quanto a este problema.

cArênciA de mão de oBrA

A mão de obra especiali-zada não é um problema ape-nas para a ovinocultura. A falta

de profissionalismo é um pro-blema atualmente para toda atividade agropecuária. A cada dia que passa o número de pes-soas dispostas a trabalhar no campo diminui e isso sem dúvi-das prejudica as cadeias como um todo.

Quando se fala em ovino-cultura esse problema é agra-vado pelo fato de o Brasil não possuir uma cultura forte para essa produção. Isso dificulta o encontro de pessoas que co-nheçam as peculiaridades e detalhes desses animais, o que prejudica a produção de uma forma geral.

Os funcionários que já trabalham no campo devem ser incentivados a ficar no mesmo. O proprietário deve

conhecê-los bem e saber como estimulá-los a permanecer em sua propriedade e treinamen-tos devem acontecer para o aperfeiçoamento daquilo que já existe. Uma sugestão é a união dos produtores que possuem propriedades em localidades próximas para reuniões e trei-namentos dos seus funcioná-rios em grupo, abrangendo um número maior de pessoas e re-duzindo os custos.

Esses gargalos devem ser ajustados para que a ativi-dade se desenvolva. Em 2012 esperamos que a ovinocultura brasileira dê mais um passo de sucesso e que a carne ovina ganhe cada vez mais o gosto dos consumidores brasileiros.

Em 2011, o Brasil

importou

4.076 toneladas de carne ovina

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92 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

PET

O Weimaraner é um cão bastante antigo, havendo re-gistros da raça já em 1600. A teoria mais aceita quanto à sua origem é de que ele descen-de de um Braco alemão antigo (não o moderno Braco Alemão de Pelo Curto) e inicialmente encontrava-se exclusivamente nos canis dos duques de Saxô-nia-Weimar, dos quais herdou o nome.

Os Weimaraners foram desenvolvidos para realizar di-versas modalidades de caça, desde a esportiva até a caça de

animais de grande porte como javalis e veados. Inicialmente, atuavam em matilhas rastre-ando e encurralando a presa até a chegada do caçador.

Durante várias décadas a criação dos Weimaraners era restrita a regiões da Áustria e Alemanha e não havia ‘comér-cio’ desses cães.

Os criadores trocavam fi-lhotes entre si com o objetivo de fixar um padrão para a raça, que após 1890 foi submetida a uma criação planificada e con-trolada pelos registros no livro

o legítimo caçadorDocilidade, lealdade e astúcia na caça fazem do Waimaraner um dos mais populares cães de caça

de origem. Depois que o padrão da raça foi registrado, os cruza-mentos com outras raças espe-cialmente o Pointer, passaram a ser evitados. Admite-se hoje que o Weimaraner seja, prova-velmente, a raça mais antiga entre os cães de aponte ale-mães.

Apesar de ser um cão ex-tremamente versátil, o Wei-maraner começou a populari-zar-se apenas após a Segunda Guerra, quando foi intensificada sua concorrência com o mo-derno Braco Alemão, Kurzhaar. Nos EUA o Weimaraner foi in-troduzido a partir dos anos 40 e chegou ao Brasil em 1952.

O Weimaraner é um cão de aponte, cuja finalidade é si-nalizar a caça e posteriormen-te apanhá-la e devolvê-la ao caçador. Apesar dessa função inicial específica, por sua in-teligência e docilidade ganhou muitas outras funções, como cão farejador de drogas, resga-te e mesmo cão de companhia. Na Europa e EUA onde a caça é permitida, os Weimaraners têm lugar cativo entre os pra-ticantes do esporte, especial-mente por suas características de estrutura e forma de devol-ver a caça.

Ponto forte

Ele conquista admirado-res não só pelos olhos de cor âmbar contrastando com a pe-lagem cinza e por suas formas bem proporcionadas e elegan-

InteRural

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93 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

tes.O Weimaraner encanta

também pela forte devoção ao dono. Essa forte ligação foi desejada desde a formação da raça no final do século 19, na Alemanha, para trabalhar em dupla com o caçador, manten-do-se próximo a ele.

Apto a atuar em campos, florestas ou na água, fareja a pista de animal de pelos e a segue com determinação bem como aponta aves ocultas na vegetação, amarra-as (olha fixamente como se fosse ata-car, para deixá-las paralisadas diante do perigo iminente) e, ao sinal do caçador, avança para fazê-las levantar vôo.

Também busca a caça abatida, sem medo de mata cerrada, pântano ou água ge-lada.

Atlético e sempre dis-posto a agradar ao dono, o Weimaraner é companheiro animado em caminhadas e em esportes em dupla, como o agility. Essa ativi-dade, aliás, tem tudo a ver com a raça. Atende à ne-cessidade de atividade e aprimora o entrosamen-to, resultando em melhor aceitação da liderança do dono.

“No Brasil, mesmo entre aqueles que conhecem o Wei-maraner, poucos sabem do verdadeiro potencial da raça”, observa Regina Penna Rodri-gues, do Canil Champion`s Line, Porte Alegre, RS. Criadora há 12 anos e já conviveu com 15 Wei-maraners adultos,

O maior pólo de criação de Weimaraners está nos Es-tados Unidos. Em 2003, foram registrados 8.763 filhotes no American Kennel Club (AKC), 29ª posição entre 151 raças.

O cão também é utilizado em progra-mas de pet terapia,

aproveitando o bom humor e a sociabilidade da raça para tra-tar pacientes em hospitais e asilos.

No Brasil, o Weimaraner esteve entre as 15 raças mais registradas na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) na década de 80, quando chegou a mais de mil filhotes por ano. Em 2003, houve registros de filho-tes de Weimaraner em 12 Es-tados brasileiros, na CBKC, num total de 293 exemplares, o que deu à raça a 47ª posição.

A pelagem predominan-te nos Weimaraners é a curta. Desde 1992, o Weimaraner Klub (WK), entidade alemã respon-sável mundialmente pela raça perante a Federação Cinológica Internacional (FCI), dá ao Wei-maraner de pêlo longo trata-mento semelhante ao de pêlo curto, tanto no padrão como na logotipia do clube e nas infor-mações prestadas ao público.

A cor cinza do Weimara-ner pode ir da tonalidade prata (mais clara e brilhante) e cor-

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94 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

ça (puxando para o bege) até a cinza-rato (quase chumbo). Pequenas manchas brancas são permitidas no peito e nos dedos.

A tradição secular da cau-da cortada é ainda bastante adotada no Brasil. O padrão do AKC exige que o corte seja feito para deixá-la com seis polega-das (15,24 centímetros).

Na Alemanha, o corte da cauda de cães foi proibido por uma lei protecionista de 1998, para os cães que não são usa-dos na caça.

O padrão alemão do Wei-maraner, adotado pela FCI e CBKC, exige cauda forte e bem coberta de pêlos.

Nos países onde não há restrição legal ao corte de cau-da, a praxe é aceitar igualmen-te a cauda cortada e a íntegra, como acontece no Brasil.

outros nomesBraco de Weimar e Weimaraner Vorstehhund.

classificação cBkc/fciGrupo 7, Cães Apontadores; seção 1, Cães Apontadores Continentais.

usosCão de caça por faro e por aponte e de busca, em terra e água. Usado também para companhia e proteção. É bom parceiro em atividades esportivas.

PorteAltura na cernelha – 59 a 70 cm, ideal: 62 a 67cm (macho); 57 a 65 cm, ideal: 59 a 63cm (fêmea). Peso: 30 a 40 kg (macho) e 25 a 35 kg (fêmea).

PelagemDe dois tipos. Curta – mais longa e espessa que na maioria das raças de mesmo tipo, muito densa e bem aderente. Longa — macia e lisa ou ligeiramente ondulada.

Ambiente idealExterno. Em ambiente interno, praticar pelo menos uma hora de exercício físico diário.

exercícioCorrer e brincar à vontade.

ProBlemAs comuns à rAçA

Um dos principais pontos fracos do Weimaraners diz respeito à pelagem:

seborréia seca Descamação da pele. As causas mais comuns são deficiência hormonal e/ou alimentar. O pelo fica ‘esbranquiçado’ e sem vida. O tratamento deve ser feito à base de medicamentos especialmente receitados pelo veterinário.

Piodermite Falha nos pelos causada por irritação e/ou sensibilidade a produtos químicos.

otite Infecção do ouvido, facilitada pelo formato das orelhas do cão que propicia o acúmulo de sujeira. A melhor forma de evitar é manter sempre a limpeza dos ouvidos

ficHA dA rAçA

PETInteRural

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95 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

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Mercado

AMBIENTALÁREAS DE ATUAÇÃO

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Tel.: 55 (11) 3097-9991 | Fax: 55 (11) 3097-9903fialdiniadv.com.br

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São Paulo � Brasília � Rio de Janeiro � UberlândiaSão Paulo � Brasília � Rio de Janeiro � Uberlândia

Mercado

Diante do recorrente tema do aquecimento global, há uma crescente preocupação com o meio ambiente, seja pela pres-são internacional, para que me-didas sejam tomadas e aplica-das nos respectivos territórios, seja por consciência de fato da situação em que nos encontra-mos atualmente.

O tema se mostra de ex-trema importância para os produtores rurais, uma vez que, no Brasil, sabemos que a maior parte da emissão dos Gases de Efeito Estufa tem origem no desmatamento e nas ativida-des de agropecuária e agricul-tura e diante dos tratados e po-líticas internacionais prevendo a diminuição das emissões dos gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global, os produtores que não seguem as normas e regulamentações ecológicas acabam, por con-sequência, perdendo lugar no mercado para aqueles cujos produtos possuem um “selo verde”.

Além disso, a produção sustentável traz também be-nefícios econômicos, pois os produtores que adotam téc-nicas ecológicas de produção ganham espaço no mercado internacional, agregam valor às suas mercadorias, além da pos-

sibilidade de obtenção de lucro, por meio do chamado Mercado de Carbono, criado pelo Proto-colo de Kyoto com o fim de fa-cilitar a redução das emissões dos gases de efeito estufa pelos países signatários. Com a cria-ção do Mecanismo de Desen-volvimento Limpo – MDL, cada tonelada reduzida ou retirada da atmosfera transforma-se em um crédito de carbono, chamado de Redução Certifica-da de Emissão, que possui valor comercial e pode ser negocia-do mundialmente, por meio do Mercado de Carbono.

Dentre os projetos ligados ao Mercado de Carbono que po-dem ser desenvolvidos, pode-mos citar aqueles relacionados ao reflorestamento; os de recu-peração de pastagem; de inte-gração de lavoura-pecuária; e o aumento do uso de biocom-bustíveis.

Além da possibilidade de obtenção de créditos de carbo-no, seja para comercialização no Mercado de Carbono rela-cionado ao Protocolo de Kyoto, seja para a comercialização no Mercado Voluntário de Carbo-no, o Governo vem criando di-versos incentivos à redução das emissões dos gases de efeito estufa, dos quais os produtores podem se beneficiar, encon-

tramos entre eles o “Programa ABC” (Programa Agricultura de Baixo Carbono), destinado a fi-nanciar práticas na lavoura que reduzam a emissão dos gases de efeito estufa.

O programa, voltado para a produção sustentável, conta com uma taxa de juros mais baixa, de 5,5%, e com a conces-são de crédito de R$ 1 milhão por beneficiário, além de outras inúmeras vantagens, possuin-do cinco pilares básicos: o plan-tio direto na palha, a fixação biológica de nitrogênio, a recu-peração de pastagens degrada-das e o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas.

Conclui-se, portanto, que o investimento em projetos de produção sustentável não são apenas necessários como vantajosos. O produtor rural que não se adequar às nor-mas previstas para a produção ecologicamente correta está fadado em ter suas mercado-rias desvalorizadas no merca-do mundial, além de perder a oportunidade de se beneficiar dos mercados de carbono e dos incentivos propostos pelo Go-verno.

mais informaçõesFialdini Advogados www.fialdiniadv.com.br

Produtores rurais e o crédito de carbono

InteRural

Page 95: Revista Interural - Edição 50

97 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

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MercadoMercado

receita das exportações brasileiras de carne bovina é recorde em 2011

As exportações brasilei-ras de carne bovina in natu-ra em dezembro/11 foram de 63,1 mil toneladas com receita de US$313,5 milhões, obtendo como preço médio US$4.970/ton, conforme dados divul-gados pelo Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). (tabela 1)

Em relação a nov/11 as exportações de dez/11 foram menores em receita e volume, 17,7% e 13,1% respectivamen-te. Em novembro a receita foi de US$381 milhões e o volume foi de 72,6 mil toneladas.

Apesar dessa queda mensal, comparando o mês de dez/11 com dez/10 houve crescimento nas exportações tanto em receita (9,9%) como em volume (7,7%). A receita das exportações de dez/10 foram de US$285,3 milhões e o volume foi de 58,6 mil tone-ladas.

Observando a taxa de câmbio, o dólar valorizou 2,6% em dez/11 sobre nov/11, de US$1,79 para US$1,84, o que acabou baixando o preço mé-dio do boi gordo em dólares. Em dezembro foi de US$55,4, ficando 6,6% menor do que o preço médio de nov/11 (US$59,3).

Por este indicador de preço, em dezembro as ex-portações deveriam ser maiores do que em novembro por causa do menor preço da carne brasileira no mercado internacional. Porém, essa queda na comercialização

tabela 1. receita, volume, preço médio e variações anuais das exportações brasileiras de carne bovina

gráfico 1. Boi gordo em dólares e dólar

internacional de carne é es-perada no final de ano, pela diminuição das compras dos principais países importado-res. A Rússia, por exemplo, não importa carne devido ao congelamento de seus portos no inverno.

A receita anual das ex-portações brasileiras de carne bovina está em crescimento

constante desde 2002, exce-to por 2009 por causa da crise econômica mundial e a desa-celeração do comércio inter-nacional. A receita recebida em 2011 de US$ 4.169 bilhões é a maior já recebida pelo país, sendo 4,7% maior do que a receita recebida em 2008, de US$ 4.006 bilhões, agora a se-gunda maior.

A receita recebida em

2011 de us$ 4.169 bi é a maior já

recebida pelo país

InteRural

Page 97: Revista Interural - Edição 50

gráfico 2. receita e volume acumulados ano a ano das exportações brasileiras de carne bovina

Em relação ao volu-me exportado, este conti-nua em queda desde 2007 quando foi exportado 1,2 milhão de toneladas de carne bovina. Em 2011 fo-ram exportadas 820 mil toneladas.

Essa redução do vo-lume exportado vem pro-piciando um aumento no preço médio recebido por tonelada. O preço em 2011 foi de U$5.083/ton, 25% maior do que o preço mé-dio recebido em 2010 de US$4.049/ton e 55,7% maior o preço médio de 2009, de US$ 3.264/ton.

Artigo escrito Por mArcelo WHAtely, AnAlistA de mercAdo do BeefPoint

A receita recebida em 2011 de

us$ 4.169 bilhões é a maior já recebida pelo país

Page 98: Revista Interural - Edição 50

100 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

MercadoMercado

Em 1994 as exportações mundiais totalizaram 5,6 mi-lhões de toneladas equivalente carcaça (tec). Em 2010 esse vo-lume foi de 7,7 milhões de tec e a estimativa para 2011 é de que sejam comercializadas 7,9 mi-lhões de tec.

Se considerarmos 2011, o volume de carne bovina co-mercializada globalmente au-mentou 41,4% na comparação com 1994.

Quem eram os maiores

exportadores de carne bovina em 1994?

Em 1994, ano de mudan-ças na economia brasileira, com o início do Plano Real, o Brasil era o sexto exportador de carne bovina. O país expor-tou naquele ano 312 mil tonela-das equivalente carcaça (tec).

A União Europeia, que era composta pelos 15 países mais ricos do continente europeu, era a líder do mercado, com 1,2 milhão de tec exportadas ou 21,9% do total comercializado

no mundo. O bloco permaneceu

como líder nas exportações de carne bovina até 1996.

Em segundo lugar apare-cia a Austrália, com 1,1 milhão de tec ou 20,5% do total.

De 1997 até 2003, a Aus-trália se manteve como maior exportadora mundial de carne bovina.

na tabela 1 estão os cinco maiores exportadores de carne bovina em 1994.

duas décadas: o que mudou nas exportações mundiais de carne bovina?Em duas décadas o panorama das exportações mundiais de carne bovina mudou no que diz respeito aos principais exportadores e volume de negócios

Tabela 1. maiores exportadores de carne bovina em 1994.

Países Volume (em mil tec) % do total exportado no mundo

União Europeia 1.220 21,9%

Austrália 1.140 20,5%

Estados Unidos 731 13,1%

Nova Zelândia 466 8,4%

Argentina 384 6,9%

Total (cinco maiores exportadores) 3.941 70,8%

Total mundial 5.567 100%Fonte: USDA / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Por Jéssyca guerraZootecnista e analista Junior da Scot Consultoria

InteRural

Page 99: Revista Interural - Edição 50

101 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

tabela 2. maiores exportadores de carne bovina em 2010.

Países Volume (em mil tec) % do total exportado no mundo

Brasil 1.558 20,1%

Austrália 1.368 17,6%

Estados Unidos 1.043 13,4%

Índia* 917 11,8%

Nova Zelândia 530 6,8%

Total dos cinco maiores 5.416 69,7%

Total mundial 7.752 100%

*não diferencia carne bovina de bubalina na compilação dos dados.Fonte: USDA / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

A fatia de mercado dos cin-co maiores exportadores de car-ne bovina, em 1994, era de 70,8%.

E hoje?Em 2004 o Brasil assumiu

a liderança e se manteve na po-sição até 2010, quando expor-tou 20,1% de toda carne bovina comercializada no mundo.

Na sequência segundo os

números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apareciam a Austrália e os Estados Unidos, com 17,6% e 13,4% do mercado, respecti-vamente.

na tabela 2 estão os cinco maiores exportadores de carne bovina em 2010.

Comparando a fatia de mercado dos cinco maiores ex-

portadores em 1994 e em 2010, o cenário pouco mudou. Em 1994 esses cinco países detinham 70,8% do mercado e em 2010 este valor passou para 69,7%.

Entretanto, individual-mente, a coisa mudou. Países que apareciam como grandes exportadores, em 2010 não es-tão mais entre os maiores. ta-bela 3.

tabela 3. maiores exportadores de carne bovina em 1994 e em 2010 e diferença da fatia de mercado (1994 x 2010).

Países ranking em 1994 ranking em 2010diferença da fatia de mercado

(1994 x 2010)

União Européia 1º 8º -80,4%

Austrália 2º 2º -14,1%

Estados Unidos 3º 3º 2,3%

Nova Zelândia 4º 5º -19,0%

Argentina 5º 9º -44,9%

Brasil 6º 1º 258,9%

Índia 11º 4º 268,7%Fonte: USDA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Os países que mais cres-ceram foram a Índia, com ex-pansão de 268,7% em relação a 1994, e o Brasil, com aumento de 258,9%. Estes países ocu-param o espaço deixado pela União Europeia, Austrália, Nova Zelândia e Argentina.

A Argentina, por exem-plo, abateu muitas fêmeas nos últimos anos, o que contribuiu para a diminuição da produção

de carne bovina no país e, con-sequentemente, das exporta-ções.

A Austrália passou por problemas climáticos nos úl-timos dois anos e possui um rebanho de bovinos de corte estagnado.

Os Estados Unidos perde-ram parte do seu mercado em 2004 devido à ocorrência de encefalopatia espongiforme

bovina (BSE), o “mal da vaca louca”, mas vem se recupe-rando e está novamente em crescimento. A desvalorização do dólar aumenta a competiti-vidade da carne norte-ameri-cana no mercado.

veja na figura 1 a evolu-ção das exportações de carne bovina do Brasil, da Austrália e dos Estados Unidos.’

Page 100: Revista Interural - Edição 50

102 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

De acordo com as esti-mativas do USDA a Austrália ultrapassará o Brasil nas ex-portações de carne bovina em 2011.

A valorização do real fren-te ao dólar complicou as expor-tações brasileiras em 2011. O embargo russo (principal com-prador de carne bovina brasi-leira) também contribuiu para que o volume das exportações diminuíssem.

o que esperar em 2012?É possível que o Brasil vol-

te a liderar as exportações de carne bovina em 2012.

Alguns fatores influen-ciarão positivamente as ex-portações brasileiras, como: retenção de fêmeas desde 2007 que contribui para o aumento da oferta de animais e, o dólar mais valorizado frente ao real.

Entretanto, outros cená-rios poderão acontecer, como:

estímulo do consumo interno e aumento da renda da popula-ção, o que poderá tornar o mer-cado interno mais interessante; estiagem prolongada em 2011 em algumas regiões, diminuin-do a disponibilidade de animais para abate; e a crise mundial que pode influenciar negativa-mente a demanda.

Vamos aguardar para conferir!

MercadoMercado

figura 1. evolução das exportações de carne bovina do Brasil, Austrália e estados unidos de 1994 a 2011 – em milhões de tec.

*estimativas Fonte: USDA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

cotAções de mercAdo

milho ( média primeira quinzena de janeiro de 2012)

Paranaguá -SC São Paulo -SP Campo Grande - MS Rondonópolis -MT Rio Verde - GO Uberaba - MG

R$ 26.33 R$ 31.00 R$ 23.55 R$ 17.15 R$ 18.70 R$ 24.90

soja ( média primeira quinzena de janeiro de 2012)

Paranaguá -SC Santos -SP Campo Grande - MS Sorriso -MT Rio Verde - GO Uberaba - MG

R$ 48.65 R$ 48.75 R$ 40.72 R$ 37.75 R$ 42.30 R$ 44.40

Boi à vista ( média primeira quinzena de janeiro de 2012)

Oeste - SC Barretos - SP Campo Grande -MS Alta Floresta -MT Goiania - GO Triângulo - MG

R$ 99.10 R$ 98.20 R$ 96.60 R$ 89.20 R$ 89.30 R$ 91.40

InteRural

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104 | Interural - a revIsta do agronegócIo | fevereIro de 2012

MercadoMercado

Uma biodiversidade ini-gualável, água em abundância, solo fértil e clima privilegia-do com estações definidas na maioria do ano em vários esta-dos brasileiros. Este é o cenário que faz do Brasil um dos países mais propícios ao desenvolvi-mento da agropecuária, agrone-gócio e agroindústria. Com isso, estes setores têm se tornado um grande celeiro de emprego, atraindo empresas e indústrias do mundo inteiro a investir em terras tupiniquins.

Porém, com tantos atrativos e com o ótimo momen-to, o agronegócio nacional as-

sinala alguns pontos negativos, entre eles, o número crescente de endividados e inadimplentes que hoje somam uma fatia con-siderável do bolo deste setor. Um grupo significativo de produtores mantêm dívidas antigas, mui-tas vezes já renegociadas mais de uma vez, que os impedem de contratar novos empréstimos. Com isso, surge a dificuldade do aumento dos negócios e dificulta cada vez mais a recuperação do crédito.

Para Marcus Reis, diretor presidente do escritório Reis Advogados, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro - e que esteve

presente recentemente em um dos maiores fóruns de discussão do setor, o FONAGRO – realizado em Curitiba, o Brasil passa por um momento único no setor de agronegócios, em especial o in-terior por ser o foco de todo o in-vestimento externo que gira em torno de infraestrutura. “O Brasil é a bola da vez mundialmente neste setor. Isso acontece por vários motivos, entre eles pela escassez mundial de alimentos, pela imensa extensão territorial agricultável e pela abundância de água e tecnologia de ponta. O agronegócio, que hoje represen-ta quase 30% de nosso Produto

como recuperar o crédito no mercado do agronegócioAdvogado especialista fala sobre o bom momento do setor e de como se livrar da inadimplência rural

dr. marcus reisEspecialista em direito do Agronegócio

InteRural

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Interno Bruto – PIB, experimen-ta em nosso país, um momento excepcional que deverá perdurar no mínimo pelos próximos três a cinco anos”, analisa.

Recuperação do créditoO advogado especialista

em direito do agronegócio ex-plica que o setor se expandiu de tal forma que gerou um grande número de credores, devido à facilidade para financiamentos e empréstimos destinado aos pro-dutores para a expansão de seus negócios. Por isso, não há como se obter números exatos do va-lor desta dívida. “O levantamen-to de um número de credores demandaria um esforço gigan-tesco e com resultados incertos, tamanha a gama de negócios espalhados pelo interior do país”, avalia.

A recuperação de crédito no agronegócio brasileiro pos-sui uma importância superior à maioria das outras atividades

comerciais. Como traduz o jar-gão do setor, “a agricultura é uma empresa a céu aberto”, su-jeita a sol e chuva em excesso ou escassez, pragas, necessidade de conhecimentos técnicos apu-rados, além dos demais fatores atinentes à famosa lei da oferta e demanda. Esses e outros fato-res trazem uma maior insegu-rança na concessão de créditos ao financiamento rural. “Eis aí a origem das tensões comuns não só aos concedentes de financia-mentos agrícolas como aos to-madores deste”, explica.

Por isso, a recuperação de crédito começa quando o débito ainda inexiste, ou seja, inicia-se com os primeiros contatos do setor comercial com o tomador/comprador de certo empréstimo ou produto. “Nos treinamentos que ministro, faço questão de solicitar a presença de repre-sentantes de todos os setores da empresa. Costumo dizer que cada área representa o elo de uma corrente onde a ruptura de apenas um desses elos torna-rá ineficaz o esforço de todas as partes envolvidas”, diz.

O diretor ainda explica que recuperação do crédito tem iní-cio em uma boa venda, onde in-formações sobre quem compra o serviço devem ser colhidas pelo setor comercial, que por sua vez, serão repassadas ao setor de cadastro, cujo risco da operação será analisado pelo setor de aná-lise, que encaminharão para os setores de crédito e financeiro, responsáveis pela aprovação fi-nal de crédito. Nesse último caso, é esse setor que fornecerá ma-terial e subsídio suficientes aos setores de cobrança ou jurídico, que entrarão em cena nos casos de inadimplência. “Esses setores somente conseguirão êxito na recuperação de crédito se todas as fases anteriores tiverem an-dando bem. Caso contrário não haverá milagres. Um título mal

formatado, inviabilizará a toma-da de medidas judiciais rápidas e eficazes”, diz Reis.

Linhas bancárias de nego-ciação

O governo federal através de bancos que detém partici-pação, dentre os quais Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Ban-co da Amazônia S/A e outros, direciona financiamentos espe-cíficos no sentido de fomentar o desenvolvimento de regiões determinadas, atraindo agricul-tores e empresas interessados em tais benefícios, dentre eles prazos dilatados e juros reduzi-dos. “Estes programas de incen-tivo são conhecidos de todo setor agrícola e estão à disposição dos empresários rurais que queiram investir em lugares distantes dos grandes centros econômicos de nosso país”, explica Reis.

Houve uma época em que o agricultor tinha no governo uma tábua de salvação, pois en-tendia que a responsabilidade pelas inconsistências e vicissi-tudes comuns ao setor eram de responsabilidade deste e nunca de si próprios. “Foi a época das famosas anistias onde os finan-ciamentos federais tinham seus pagamentos prorrogados por décadas a juros baixíssimos”, diz.

Marcus Reis explica que hoje em dia, com a mudança de posicionamento do governo, o mercado privado ocupou sua real posição, encarando a agricultura como outro negócio qualquer. “A grande diferença atual entre o governo e o mercado privado é a de que este último tem interesse em financiar a agricultura desde que lhe seja concedido garantias de recebimento de seu crédito devidamente acrescido de um lucro razoável. Em breves pala-vras este é o cenário do crédito agrícola atual. Profissional, mo-derno, dinâmico e globalizado”, finaliza o diretor.

Foi a época das famosas anistias onde os financiamentos federais tinham seus pagamentos prorrogados por décadas a juros baixíssimos”,

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InteRural Vida de Jurado

Por gustAvo ri’Beiro

O Vida de Jurado desta edição tem como convidada uma personagem bastante es-pecial. Lucyana Queiroz, uma verdadeira apaixonada pela vida no campo, por animais e pelas pistas de julgamento. Formada em zootecnia, a jovem paulista em fevereiro completa um ano como jurada efetiva da ABCZ. Apesar do curto perío-do trabalhando na instituição, Lucyana já julgou algumas das pistas mais pesadas do Brasil e já teve também uma experi-ência que superou as fronteiras nacionais. Conheça agora um pouco mais dessa grande mu-lher do agronegócio.quais raças você julga?Sou jurada efetiva da Associa-ção Brasileira dos Criadores de Zebu. Já tive a oportunidade de trabalhar com as raças Gir Lei-

teiro, Guzerá e Nelore. Em 2012 gostaria de iniciar nas raças Ta-bapuã, Brahman e Sindi.

desde quando você é jurada efetiva? Efetivei como jurada no dia 08 de fevereiro do ano passado (2011), em breve completarei um ano no Colegiado de Jura-dos das Raças Zebuínas (CJRZ).

como despontou sua vocação para atuar como jurada?Esta é uma pergunta inte-ressante. A paixão pelo ZEBU vem desde a minha infância. Meu pai (meu maior mentor e a quem devo tudo que aconte-ce e aconteceu na minha vida profissional até hoje) é criador e reside no Mato Grosso, tendo como sua principal atividade a pecuária. Com isso, ele desper-tou meu interesse desde muito novinha. Eu fazia questão de

acompanhá-lo em suas idas e vindas pelas fazendas, mes-mo sem entender muito bem o que acontecia. Essa paixão foi aumentando a cada ano, o que claramente influenciou de forma positiva na escolha da minha profissão, deu continui-dade e consolidou-se durante a faculdade.

Conclui a graduação em ZOOTECNIA no mês de dezem-bro de 2009 pela Faculdades Associadas de Uberaba-MG (FAZU), onde também realizei minha Especialização em Ex-terior e Julgamento de Zebuí-nos. Tive professores que des-pertaram de forma geral o meu interesse pelo melhoramento genético e, consequentemente, o encantamento pelas pistas de julgamento.

qual é a maior dificuldade encontrada no seu trabalho?

vida de Jurado com

lucyana queiroz

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Por você ser mulher, viver em uma sociedade patriarcal e tra-balhar em um universo vamos dizer um pouco “machista”, acredita que as dificuldades foram maiores em algum mo-mento?

A primeira dificuldade é a iniciação nas pistas de julga-mento. Ter a oportunidade de julgar a primeira exposição e mostrar seu trabalho é compli-cado. Isto porque existem inú-meras pessoas competentes e principalmente experientes no meio.

Com relação ao meio ser “machista”, talvez não seja esta a melhor forma para defini-lo, pois, independente do sexo, se a pessoa for dedicada e crite-riosa, o resultado final não será afetado.

Atualmente, o que está claro é a diferença significati-va na quantidade de homens em relação à de mulheres nas pistas de julgamento, mas isto faz correlação direta ao núme-ro das mesmas no quadro de jurados, onde representamos apenas 10% do total.

Além de ser jurada, quais outras atividades você desen-volve?

Além de ser jurada, tra-balho com assessoria na se-leção de gado PO e cara limpa, manejo racional de bovinos e acompanho periodicamente as fazendas da família.

conte-nos como foi o seu primeiro julgamento.

Meu primeiro julgamento foi muito marcante, aconteceu na cidade de Passos-MG. Foi uma exposição muito impor-tante, com quase 300 animais para avaliação. Fiquei bastan-te ansiosa e ao mesmo tempo nervosa, mas no decorrer do julgamento fui me soltando e perdendo o nervosismo da es-

treia, afinal fui muito bem re-cebida por meus colegas, que me deixaram à vontade du-rante todo o trabalho. São eles Dr. Euclides Prata dos Santos (que, durante a minha forma-ção como jurada, tive oportuni-dade de auxiliá-lo diversas vezes) e Dr. José Jacinto Junior, que é um dos jura-dos mais renomados e ex-perientes do meio. Um mo-mento especial que nunca vou esquecer.

Para se tornar um jurado, são necessários cursos, trei-namento e aperfeiçoamento. como funciona o treinamen-to? qual o segredo para ser um bom jurado?

O segredo para ser um bom jurado é conhecer bem os padrões de cada raça, entender os modelos de seleção e estar sempre atualizado.

Para isso, o primeiro pas-so é se formar em agronomia, zootecnia ou medicina vete-rinária. Depois da graduação, é necessário fazer o curso de julgamento, que, normalmente, acontece uma a duas vezes por ano. Posteriormente, inicia-se a jornada como jurado auxiliar, o que, em minha opinião, é a parte mais importante do cur-so.

O jurado auxiliar deverá acompanhar diferentes ju-rados e raças, com isso seus conhecimentos são testados a todo o momento. A cada ex-posição, o jurado efetivo faz uma avaliação do seu auxiliar. Referida avaliação deve ser fa-vorável, caso contrário a ex-posição não tem validade al-guma para o comple-m e n t o do nú-mero de e x p o -

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sições necessárias para sua efetivação. Por fim, há ainda a prova prática, que finaliza este processo de treinamento, es-tando o jurado apto a participar e julgar exposições. É impor-tante ressaltar que todo jurado deverá estar sempre atento aos cursos de atualização que são promovidos pelas associações.

o que você procura em um animal para consagrá-lo como grande campeão?

Um Grande Campeão tem que ser o exemplo de tudo que foi buscado durante o julga-mento. O animal mais completo em todos os sentidos, a junção ou união das características raciais, produtivas e funcionais avaliadas. Ele é o resultado final de todo o trabalho.

quais julgamentos foram mais marcantes para você? Por quê?

É difícil falar de um jul-

gamento em especial, cada um me ensinou e me prepa-rou para o seguinte. A FeiLeite 2011 foi muito marcante, é uma das feiras mais respeitadas e importantes dentro da raça Gir Leiteiro, consequentemente a qualidade dos animais também é impressionante.

Outra exposição que me marcou muito foi a de La Dora-da, na Colômbia. Além de julgar as raças Gir e Guzerá, ministrei o curso teórico e prático de Ex-terior e Julgamento de Zebuí-nos para jurados Colombianos, criadores e profissionais liga-dos às áreas de ciências agrá-rias. Foi uma experiência pro-fissional inédita e maravilhosa, fiquei honrada com o convite.

você faz em média quan-tos julgamentos por ano?

Não posso responder em relação à média, pois, como dis-se anteriormente, ainda estou completando um ano como ju-

Vida de JuradoInteRural

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rada efetiva. No ano que se pas-sou, tive muitas oportunidades, julguei 13 (treze) exposições em diferentes estados do Brasil e uma fora do país.

O trabalho de juiz é uma profissão de muita respon-sabilidade. A consagração de uma Grande Campeã passa por suas mãos. Como é conviver com isso? Você sofre algum tipo de pressão? Caso sofra, como você administra isso?

Sem dúvida alguma, é uma grande responsabilidade. Faz-se necessário manter res-peito e credibilidade aos cria-dores e tratadores. Ter humil-dade e ética nas decisões que serão tomadas é fundamental, pois a avaliação na pista de julgamento é um empenho de anos que está sendo avaliado em horas. Este trabalho é im-portantíssimo e decisivo para o mercado, tendo em vista que envolve grande esforço por parte dos profissionais res-ponsáveis e, principalmente, altos investimentos por parte do criador.

Enfim, entender e ava-liar essa metodologia envolve

muito conhecimento e foco por parte do jurado. A pres-são existe, e muita das vezes é nossa, de realizar o melhor tra-balho e observar os mínimos detalhes para, posteriormente, justificá-los com base técnica.

você tem alguém como referência no seu trabalho?

Tive muitos professores durante a minha formação, me dediquei um ano inteiro para acompanhar exposições como jurada auxiliar de diferentes raças zebuínas. Finalizei o ano auxiliando 21 delas em todo o Brasil e cada jurado que eu au-xiliei agregou muito com seus conhecimentos. Mas não pos-so deixar de destacar alguns nomes de referência na minha formação. Dr. Fábio Miziara é um mestre pra mim, minha re-ferência, tanto nos julgamen-tos como em sua conduta; Dr. André Rabelo e Dr. José Otá-vio Lemos são profissionais a quem tenho o maior respeito e com quem tive o prazer de dividir a pista na ExpoCamaru em Uberlândia-MG. Enfim, são pessoas que têm muito conhe-cimento, experiência e humil-

dade de ensinar e corrigir para o crescimento profissional dos novos jurados.

Para finalizar, o que dei-xa você mais realizada em seu trabalho?

O que sem dúvida me dei-xa mais realizada é trabalhar com aquilo que eu realmente gosto e me dediquei a fazer. O julgamento é uma paixão, uma conquista pessoal e profissio-nal. Cada comentário realizado desperta aquele friozinho na barriga e termina com o prazer de dever cumprido. É bom sen-tir isso!

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Pelo terceiro ano con-secutivo o Leilão Beneficente do Instituto Boa Fé em prol do Hospital Dr. Hélio Angotti – Hospital do Câncer de Uberaba foi sucesso total.

O já tradicional evento totalizou R$ 630.000,00 (en-tre corrente solidária, doações espontâneas e o leilão), 50% a mais que a ultima edição. Esse recurso possibilitará a compra

de medicamentos para o tra-tamento de aproximadamen-te 1.250 pacientes ao longo de 2012!

Foram 200 lotes comer-cializados (restando mais de 35 lotes que não foram vendidos e devem ser revertidos em mais de R$50.000,00 a serem co-mercializados em leilões pro-movidos durante o ano de 2012. Nestes lotes incluem prenhezes

e sêmens).O evento realizado em

17 de dezembro, no Tattersal de Elite da ABCZ, recebeu 800 pessoas ao longo do dia.

A equipe do Instituto Boa Fé, agradece a todos os envol-vidos, lembrando que para a realização deste evento foram mobilizados mais de 100 volun-tários, desde a captação de ani-mais e prendas até a operação

InteRural Leilões

leilão Beneficente do instituto Boa féArrecadação do evento vai ajudar no tratamento de 1.250 pacientes

O Sindicato Rural de Veríssimo foi o que mais

arrecadou animais,

perfazendo um total de

67 cabeças

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do leilão, onde mais de 60 pes-soas estavam envolvidas.

Além destes voluntários, todos os prestadores de servi-ços neste dia também doaram seu tempo e conhecimento, como o NovoCanal – cedido pelo SBA – Sistema Brasileiro do Agronegócio, a leiloeira No-vaSat Leilões - leiloeira oficial

do Leilão Beneficente do Insti-tuto Boa Fé e a ABCZ que cedeu o tattersal de Elite sem custos.

Esse ano o envolvimento do setor rural foi ainda mais in-tenso, aumentaram as doações por toda a região, além da ade-são de criadores e produtores rurais de todo o país. Os Sindi-catos Rurais da região doaram

centenas de animais. O Sindicato Rural de Ve-

ríssimo foi o que mais arreca-dou animais, perfazendo um total de 67 cabeças. "A Certrim, o Sindicato Rural de Uberaba e os Sindicatos Rurais de toda re-gião, foram fundamentais". ex-plica Jônadan Ma, presidente do Instituto Boa Fé.

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InteRural Leilões

Foram ofertados no leilão em torno de 300 animais: bovi-nos, eqüinos, muares e ovinos, além de animais domésticos e centenas de prendas.

Para Jônadan Ma esse ano a palavra qualidade marcou as ações do leilão. “Tivemos uma qualidade fantástica das pes-soas envolvidas, das parcerias, das doações e do resultado que surpreendeu. Nós do Instituto agradecemos a todos. É esse envolvimento que fortalece nossos passos rumo aos novos leilões que com certeza virão”, comemora Jônadan.

destAque:

Toda renda será revertida para o Hospital Dr. Hélio An-gotti, o hospital do Câncer de Uberaba.

Os 630 mil serão usados para a compra de medicamen-tos oncológicos destinados ao tratamento dos portadores de câncer.

Serão quase 53 mil men-sais que permitirão a compra de medicamentos oncológicos para o tratamento de aproxi-madamente 104 pacientes no mês.

Ao longo de 2012, serão comprados medicamentos para o tratamento aproxima-damente 1.250 pacientes

resultAdos de 2010

ArrecadaçãoR$ 435.929,35 parcelados

em 12 meses rendeu ao Hospi-tal Dr. Hélio Angotti, uma recei-ta mensal de R$ 36.327,63.

Esse valor permitiu a compra de medicamentos para tratamento mensal de 72 pes-soas atendidas no Hospital Dr. Helio Angotti – Hospital do Câncer em Uberaba, totalizan-do cerca de 850 pessoas no ano de 2011.

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descrição qt médiA totAl (r$)

Anelorados 54,00 621,30 33.550,00

Cruzados 117,00 343,93 40.240,00

Equinos 5,00 1.116,00 5.580,00

Gir leiteiro 13,00 2.533,85 32.940,00

Girolando 2.341,61 72.590,00

Jersolando 5,00 2.640,00 13.200,00

Muares 2,00 660,00 1.320,00

Nelore 32,00 920,00 29.440,00

Ovinos 3,00 296,67 890,00

Senepol 2,00 10.020,00 20.040,00

Semen 40,00 2.526,00 101.040,00

Prenhezes 6,00 9.300,00 55.800,00

Aspirações 2,00 8.400,00 16.800,00

Prendas diversas 66 1.433,83 94.633,00

Corrente solidária 115.035,00

total 378,00 43.153,19 633.098,00Mais informações: www.institutoboafe.org

Mais deR$600 mil

arrecadados

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leilão Anual gado Holandês registrado fazenda vista Bonita e convidados Participação especial: Agropecuária marajoaradia: 04/02/2012 Às 14H00.local: Rod. Dom Pedro (Sentido Campinas Km 61 - Sentido Jacarei Km 65) Estrada Municipal Anto-nio Ramos Km4 Em Bom Jesus Dos Perdões/SP. Animais: 180 Fêmeas Sendo:30 Vacas Em Lactação De 1ª E 2ª Cria80 Novilhas Prenhas De Semen Sexado70 Bezerras De Até 15 MesesParcelamento:24 Parcelas (2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+1+1) transmissão: Terra Vivarealização: Embral Leilões

4º leilão virtual fazenda santo HumbertoJosé Francisco Junqueira Reis - Gir Leiteiro Santo Humbertoinicio: 01/03/2012 Às 21H00.Animais: Altamente Selecionadosrealização: Embral LeilõesParcelamento:24 Parcelas (2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+1+1)transmissão: Terra Viva

leilão de liquidação total centrogeninicio: 03/03/2012 às 14h00.local: Hotel Cegil - Resende - RJ Animais: A Maior Liquidação de Genética Da His-tória Da Raça GirolandoParcelamento:24 Parcelas (2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+1+1)transmissão: Terra Vivarealização: Embral Leilões

leilão Anual fazenda cayuaba com 26 anos de seleçãoinicio: 31/03/2012 às 14h00.local: Fazenda Cayauba em Entre Rio de Minas/MG. Animais: 220 Fêmeas Girolandomédia anual do rebanho : 25KgParcelamento:24 Parcelas (2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+2+1+1)transmissão: Terra Vivarealização: Embral Leilões

leilão virtual Jóia rara & marambaiaraça: Nelore POdata: 28 de fevereiro 21h00

local: Virtualtransmissão: Canal Rural e C2Ruralrealização: Programa Leilões

leilão tradição nelore 2012raça: Nelore POdata: 02 de março 21h00local: Parque de Exposições Fernando Cruz Pi-mentel - Avaré/SPtransmissão: Canal RuralAssessoria: SAP – Assessoria Agropecuáriarealização: Programa Leilões

6º leilão fazenda são João e convidadosdata: 02 de Fevereiro às 21:00hlocal: Umuarama - PRdescrição: Serão ofertados 3.000 animais para cria, recria e engorda.transmissão: Canal do Boiinformações: (66) 3468-6600leiloeiro: Adriano Barbosarealização: Estância Bahia

leilão criadores de Primaveradata: 05 de Fevereiro às 14:00hlocal: Primavera - MT descrição: Serão ofertados 5.000 animais para cria, recria e engorda. transmisão: Canal Terra Vivacadastro e lances: (66) 3468-6600leiloeiro: Adriano Barbosarealização: Estância Bahia

leilão festleite 2012data: 10,11 e 12 de Fevereirolocal: Camaru - Uberlândia-MGdescrição: Serão ofertados 1.012 Animais Gir Lei-teiro e Girolando transmisão: Canal Terra Vivacadastro e lances: (66) 3468-6600leiloeiro: Adriano Barbosarealização: Estância Bahia

leilão estância Bahia corte - água Boalocal: Água Boa - MT descrição: Serão ofertados 5.000 animias para cria, recria e engorda transmissão: Canal Terra Vivacadastro e lances: (66) 3468-6600leiloeiro: Adriano Barbosarealização: Estância Bahia

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