Revista ASA 50 anos

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Tecendo a rede de ações sociais com a cultura da solidariedade Edição p cial ove br 2010 Es e - N m o de

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Material da ASA

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Tecendo a rede

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Tecendo a rede de ações sociais

com a cultura da solidariedade

Edição Especial - Novembro de 2010

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ExpEdiENtE

ASA Ação Social Arquidiocesana

DiretoriaPresidente: Dom Murilo Sebastião Ramos KriegerVice-Presidente: Diácono José Neri de SouzaSecretário: Leda Cassol Vendrúsculo

Equipe Executiva Carla Cristiane de Oliveira Guimarães Fernando Anísio BatistaInês Jalcira de SouzaMaria Antonia Carioni CarstenMarlete Duarte Ramos

Conselho Fiscal Osny Machado de Souza FilhoHenrique José GazanigaAugusto Jeremias dos SantosSuplentes: Hamilton Vieira de Melo Olindair Fonseca Carvalho Darcy Steill da Silva

Revista 50 anos

Colaboradores: Sandra Schilisting Dalila Maria Pedrini Representantes das Ações SociaisEdição, textos, projeto gráfico e diagramação: Letra Editorial

Novembro de 2010

Arquidiocese de FlorianópolisRua Esteves Júnior, 447 Centro88015-130 Florianópolis - SC

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ApRESENtAção

ASA: muitas histórias para

contar

Lemos na Bíblia: “Contarás sete semanas de anos, ou seja, sete vezes sete anos, o que dará quarenta e nove anos. Então farás soar a trombeta no dia dez do sétimo mês. (...) Declarareis

santo o quinquagésimo ano... Será para vós um jubileu” (Lv 25,8-10). Quando instituídos no Antigo Testamento, os jubileus serviam para recordar que Deus é o Senhor de tudo; que os bens deste mundo são para todos, e não apenas para alguns; e que é preciso converter-se, para viver em plenitude o plano de Deus. “O termo jubileu indica jú-bilo, alegria; não apenas júbilo interior, mas alegria que se manifesta exteriormente” (João Paulo II, TMA, 16).

Neste ano da graça de 2010, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) celebra 50 anos de existência – isto é, celebra seu jubileu. Essa celebração é um dom, pois nos possibilita recordar as graças que Deus derramou sobre inúmeras pessoas, através da atuação dessa associação. Quando me refiro às pessoas beneficiadas, não penso apenas nas que, direta ou indiretamente, foram atendidas ou promovidas. Penso, também, nos próprios funcionários e voluntários que, servindo irmãos necessitados, descobriram o alcance da afirmação do apóstolo Paulo em Mileto: “Em tudo vos mostrei que, trabalhando desse modo, se deve ajudar aos fracos, recordando as palavras o Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais felicidade em dar do que em receber’” (At 20,35).

A celebração jubilar é, também, a renovação de um compromisso assumido pela ASA: lembrar à Arquidiocese de Florianópolis que “a natureza íntima da Igreja se exprime num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus, celebração dos sacramentos e serviço da caridade. São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros. Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outro, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável de sua própria essência” (Bento XVI, Deus caritas est, 25).

É tempo, pois, de júbilo e de ação de graças. É tempo de recordar as muitas histórias que a ASA tem para contar. É tempo de cantar, com Maria: “A minha alma engrandece o Senhor e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador... O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome!... De bens saciou os famintos...” (Lc 1,46.49.53).

Florianópolis, 17 de novembro de 2010.

Dom Murilo S.R. Krieger, scjArcebispo de Florianópolis

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A Ação Social Arquidiocesana – ASA comemora seus 50 anos de caminhada e com muita alegria

lançamos uma Revista Comemorativa que traz a sua história e a sua inserção na política de Assistência Social.

No primeiro momento apresentamos a trajetória da Assistência Social no Brasil, para que possamos compreender a im-portância das entidades sociais na cons-trução da Política de Assistência Social, e como, a partir desse caminhar, a atuação se fortalece na busca de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

Na sequência, apresentamos a histó-ria da ASA e o desenvolvimento dos seus trabalhos nesses 50 anos. Historicamente sua atuação está relacionada ao contexto social e pela opção pelos pobres. No pe-ríodo de 1960 a 1977 executa o Programa Aliança para o Progresso. Na década de 70, passa a atuar no campo da promo-ção humana a partir de qualificação de mão-de-obra e cria o Projeto Mensageiro da Caridade. Com o movimento consti-tuinte, na década de 80, atua fortemente na luta pelos direitos sociais, juntamente com outras organizações sociais. Já na década de 90 redefine seu trabalho a partir de linhas de atuação, priorizando sua intervenção na defesa e promoção de direitos sociais e políticas públicas.

Finalizando apresentamos o momento atual, destacando os novos desafios para o trabalho, tais como: reordenamento das ações sociais, desenvolvimento solidário e sustentável, economia popular solidária, organização comunitária e atuação em rede. Destaque-se que a ASA é compos-ta por uma Rede de Ações Sociais, que atua diretamente nas comunidades com programas e projetos. As Ações Sociais Paroquiais contam também sua história, pois são parte destes 50 anos.

Boa leitura!

iNtRodução

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A prática da assistência social no Brasil sempre esteve muito ligada às instituições beneficentes, ante-

riormente denominadas de ‘filantrópicas’ e irmandades religiosas. A interferência do governo começou a partir de 1930, com a criação do Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) e a Legião Brasileira de Assistência (LBA), durante o governo do presidente Getúlio Vargas. A relação da assistência social com o governo federal no campo assistencial, no entanto, acontecia diretamente nas instituições sem qualquer controle social ou participação dos gover-nos estaduais e municipais.

Na época, a transferência destes recur-sos não obedecia nenhum planejamento e tampouco se baseava em diagnósticos sociais capazes de informar sobre as ações que deveriam ter prioridade no repasse dos recursos. As pessoas amparadas pelas enti-dades sociais eram vistas como incapazes de afirmar seus próprios interesses e de se organizar politicamente.

A partir de 1946 a LBA se espalhou pelo Brasil com a criação das comissões muni-cipais, que estimulavam o voluntariado feminino e a ação das primeiras-damas. De

acordo com a doutora em serviço social, Dalila Maria Pedrini, as diferenças regio-nais não eram levadas em conta. Os avan-ços técnicos e metodológicos só começam a surgir a partir dos conhecimentos produ-zidos pela implantação das faculdades de Serviço Social. Nesse período, os estados e municípios, inspirados nas leis federais, incentivaram a criação de instituições beneficentes pela sociedade civil.

Com isso, os serviços sociais acabaram sendo descentralizados, mas os governos não se preocuparam em organizar estas ações em torno de um objetivo comum. As ações governamentais e da sociedade civil funcionavam muitas vezes em cará-ter de emergência, sem compromisso de continuidade. Essa falta de coordenação das ações acabou gerando desperdício de esforços e recursos. Com o golpe militar de

Assistência social é históricamente ligada às

instituições beneficientes

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1964 qualquer forma de reivindicação e manifestação popular ou partidária era considerada subversiva e tinha como resposta a repressão dos organismos militares.

Segundo informações da cartilha do Sistema Único de Assistência Social, (SUAS) do Conselho Nacional de Assistência Social, entre 1964 e 1985, as ações nas áreas de assistência social foram se burocratizando por meio de criação de regras, normas técnicas e critérios de atendimentos da população cada vez mais rigoro-sos e excludentes. Havia uma mistura da imagem do pobre com a do suspeito. Essa visão só foi superada com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), em 2004, fazendo valer dos princípios fundamentados na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), em 1993. Hoje, a política pública de assistência social é vista como parte importante da proteção social, devendo trabalhar nas interfaces e em parceria com as demais políticas sociais.

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o início dos trabalhos sociais da Arquidiocese

Em 17 de novembro de 1960, a Arquidiocese de Florianópolis aprov o u em su a A ssem bl éi a

de Pastoral a criação da Ação Social Arquidiocesana (ASA), com o objeti-vo de coordenar as obras sociais da Arquidiocese; de educação de base e de promoção humana. Embora criada em 1960, a ASA adquiriu personalidade jurí-dica em 17 novembro de 1966 e seu pri-meiro presidente foi Dom Afonso Niehues, Arcebispo de Florianópolis desde 1965.

Nesta época eram poucas as paróquias com trabalhos sociais organizados, desta-cando-se a Ação Social São Luiz Gonzaga de Brusque (1949), a Assistência Social São Luiz da Agronômica (1950) e a Ação Social da Trindade (1955). Com a criação da ASA essas entidades potencializaram seus trabalhos a partir da assessoria, do apoio técnico e de organização interna.

Apesar de ser o início de uma organi-zação social arquidiocesana, já existia há uma presença forte de trabalhos sociais que eram assumidos pelas congregações religiosas no âmbito da Arquidiocese. Essas iniciativas eram basicamente de am-paro aos menores abandonados e crianças órfãs, em sistema de internato.

No início dos seus trabalhos, a ASA

assumiu o Programa Aliança para o Progresso, que no Brasil era executado pela Cáritas Brasileira, organização da Igreja Católica Apostólica Romana de âmbito internacional, que, no Brasil, faz parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Tratava-se, então de organizar a distribuição de alimentos provenientes dos Estados Unidos, que por temer um avanço do comunismo na América Latina após a Revolução Cubana, buscava diminuir a miséria nos países subdesenvolvidos.

Ainda neste período, foi firmado um convênio com a Legião Brasileira

de Assistência (LBA), órgão do governo federal, que oferecia recursos para a ma-nutenção dos cursos de educação de base. Sendo assim, foram criados grupos sociais nas Obras Sociais Filiadas à ASA para o desenvolvimento dos referidos cursos. Nesta ocasião abre-se espaço para a atua-ção de assistentes sociais e estagiários/as sendo a primeira instituição a implantar campo de estágio para a Faculdade de Serviço Social, que chegou a atingir o número de sete profissionais e de vinte estagiários. Este quadro permaneceu até o ano de 1977.

ASA 50 anos de História

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do Emergencial à promoção Humana

Na década de 70, a Ação Social Arquidiocesana deu grandes passos no fortalecimento do seu trabalho. Esse pe-ríodo foi momento forte de organização de grupos e de ações voltadas à promoção humana, resultado de sua interação com as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e da efervescência da atuação leiga. Foi a época em que se destacou a “opção preferencial pelos pobres”, a partir da aprovação dos documentos de Medellín (1968) e Puebla (1979).

Para o desenvolvimento de suas ati-vidades foi firmado um convênio com a Misereor, entidade Católica da Alemanha de cooperação internacional, que é cons-tituída com recursos que o Governo e a Igreja Católica da Alemanha colocam à disposição para financiar projetos de desenvolvimento social. Este convênio possibilitou o fortalecimento dos traba-lhos desenvolvidos com as Obras Sociais Filiadas.

O Projeto “Mensageiro da Caridade” iniciou no ano de 1975, com sede onde atu-almente funciona a Cúria Metropolitana de Florianópolis. O objetivo do projeto era a arrecadação e doação de roupas e alimen-tos e a comercialização de móveis, o que tornou-se um marco na história da ASA.

No final da década de 70, a ASA de-senvolvia atividades de educação para o trabalho (convênio com LBA) e de divisão social. A primeira era voltada para cursos, incentivava a formação e qualificação de mão-de-obra; e a segunda organizava trabalhos com grupos de mães, creches e desenvolvia projetos com os jovens.

As lutas pela transformação Social

Na década de 80, houve uma forte atu-ação na luta pela ampliação dos direitos sociais, envolvendo as organizações po-pulares e comunitária em vista da criação de processos de tomada de consciência critica e coletiva quanto à realidade social do país, fundamentando-se na busca da

construção de novas relações sociais que privilegiem a jus-tiça e a vida. Com destaque para o envolvimento com o Movimento Constituinte, que criou processos nas diversas instância da sociedade, for-mulando proposta para com-por a Constituição Federal aprovada em 1988.

O fortalecimento popular e comunitário era compre-

endido como um processo que envolvia diversas demandas presentes na periferia, como a educação, cultura, habitação, lazer, esporte, entre outros. Como resultado de seu trabalho de organização popular, surgiram diversos projetos de inclusão produtiva e de abastecimento formada por associações e cooperativas, além de ações voltadas a alternativas na área da saúde, mini-projetos e organização de grupos de idosos nas comunidades.

Nesta década, o marco foi o acompa-nhamento às crianças de rua e da periferia, exercendo papel articulador no Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, sediando o escritório do mesmo em Santa Catarina, onde coordenava um grupo de educadores e os núcleos de base em 13 comunidades empobrecidas da grande Florianópolis.

Com o fim do convênio com a LBA, há uma orientação e assessoria para a consolidação jurídica das Obras Sociais, e os convênios com a LBA são efetuados por essas Obras. Neste momento, a ASA redefine sua atuação e passa a realizar o trabalho de assessoria junto às Obras Sociais, havendo uma relação de autono-mia, pois se concretiza a parte jurídica. Essa assessoria passa a ser fundamental no reforço às organizações populares.

Além de sua função de acompanha-mento a projetos sociais comunitários, a ASA também atuou, e ainda atua, nas situações de emergência. Ainda nesse pe-ríodo da década de 80, foi promovida uma grande campanha de solidariedade com as paróquias da Arquidiocese em apoio aos flagelados das enchentes de Blumenau.

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A luta na consolidação dos direitos sociais

Após o período de redemocratização do país, foi atuado fortemente na constru-ção de políticas públicas relacionadas às suas áreas de atuação, como foi a aprova-ção do Estatuto dos Direitos da Criança e Adolescente em 1990 e do Estatuto da Pessoa Idosa em 2003.

Na década de 90 a ASA assume o tra-balho por linhas de atuação, sendo elas: criança e adolescente, idoso, pastoral da saúde, geração de trabalho e renda e ações socais paroquiais. Através da continuidade do convênio com Misereor dispõe de uma equipe técnica contratada para o desenvolvimento do seu trabalho, além de ser campo de atuação para di-versos estagiários das universidades que manteve convênio. Em 1992, seu Plano de Ação apresentava atendimento a 32 (trinta e duas) Obras Sociais, vinculadas a 06 (seis) programas, aos quais realizava acompanhamento sistemático.

Essa década é marcada por um novo quadro na educação para o exercício da cidadania, que inclui a participação popular, e propõe a ruptura com a passivi-dade relativa às questões que envolviam o conjunto da sociedade. Dada a situação de organização política do país, a ASA priori-za sua intervenção em políticas públicas e, em conjunto com outras entidades da sociedade civil, passa a atuar nos espaço de exercício do controle social. Por isso, a ASA participou (e participa) de diversos conselhos e fóruns, entre eles: da criança e adolescente, idoso, saúde e assistência

social.No final da década de 90 a Arquidiocese

d e F l o r i a n ó p o l i s c r i o u o Fu n d o Arquidiocesano de Solidariedade (FAS), que é composto com recursos da Coleta da Solidariedade, e que visa apoiar projetos sociais e de geração de trabalho e renda que apontem para a superação das estru-turas de pobreza e injustiça social. Com a implantação do FAS houve a ampliação e qualificação de projetos e programas sociais realizados nas comunidades.

Entre os anos de 2000 e 2005 a ASA executou diretamente o Programa Liberdade Assistida Comunitária, através do convênio entre a Pastoral do Menor e o Ministério da Justiça, nas comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, atenden-do mais de 200 adolescentes em medida sócio educativa. Foi fundadora do Fórum Catarinense e Brasileiro de Economia Solidária. Manteve suas linhas de atuação

da década anterior e iniciou um processo de atuação em rede com as ações sociais paroquiais para o desenvolvimento dos seus trabalhos.

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A ASA em toda a sua trajetória histórica sempre buscou atuar junto às de-mandas sociais mais vulneráveis da

conjuntura. Nas páginas anteriores pudemos perceber uma atuação, junto ás diversas de-mandas sociais: crianças, meninos e meninas de rua, jovens, mulheres, famílias, comunida-des e periferias, entre outros grupos sociais.

À medida que a ASA desenvolvia a sua atua-ção junto a essas diversas realidades percebia-se em alguns grupos, uma caminhada rumo ao protagonismo, autonomia e construção de uma identidade. Isso ocorreu com as linhas de ação com criança e adolescente, pastoral da saúde e pessoa idosa, que eram assessora-dos pela ASA e que com o tempo adquiriram maior autonomia, e compromisso maior das Ações Sociais das quais esse grupos estavam ligados.

Em 2005 na Assembléia Geral da Cáritas Brasileira, a ASA é referendada como Entidade-Membro. Esse fato marca um novo momento na Ação Social da Arquidiocese de Florianópolis, que redefine suas linhas de atuação, amplia seu trabalho para outras áreas, e faz uma opção de atuação em rede, seja na Arquidiocese de Florianópolis, ou com a Rede Cáritas em Santa

Nossa caminhada continua

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Catarina e no Brasil. A proposta de atuar em rede, ganha força com a filiação de 45 Ações Socais na Assembléia Geral da ASA em 2006, compondo o quadro de entida-des-membro. O trabalho desenvolvido até os dias atuais está voltado ao atendimento e construção da Rede ASA. As demandas surgem a partir da realidade social de cada entidade-membro, que estão organizadas nas Paróquias e Comunidades (rede local), nos municípios (rede municipal) e na Arquidiocese.

Como já citamos, a ASA procura sem-pre estar atenta às questões inerentes da realidade social, política, econômica e am-biental, amplia novas questões e debates para a Rede ASA, no intuito de fortalecer o trabalho e de ampliar as possibilidades de inserção. Para isso, as ações que de-finem as suas quatro diretrizes de ação, anseiam para esse propósito, sendo elas: Diretriz 1: Fortalecimento da Rede ASA; Diretriz 2: Defesa e Promoção de Direitos; Diretriz 3: Desenvolvimento Solidário e Sustentável e Diretriz 4: Sustentabilidade Financeira.

A articulação e construção de um trabalho em rede; adequação política das entidades de assistência social numa lógi-ca transformadora e de direitos; formação para agentes voluntários e assessoria

aos programas e projetos são iniciativas que a ASA traz em sua proposta de ação. Diariamente a ASA e as Ações Sociais são desafiadas em seu campo de atuação, sobretudo em oferecer alternativas con-cretas de mudanças da realidade social, a inserção nos espaços de conselhos de direitos, fóruns de políticas públicas e nos espaços participativos de controle social contribuem para a compreensão do papel das Ações Sociais em suas comunidades. Organizar grupos e pessoas numa pers-pectiva de superação da pobreza é uma aposta que a ASA vem fazendo de longa data, a partir dos princípios da Economia Popular Solidária (EPS), busca-se apoiar os empreendimentos econômicos solidá-rios, oriundos de comunidades do meio urbano e rural. Optar pela Economia Popular Solidária é, sobretudo, optar por uma nova cultura, de relacionamentos, de consumo e de construção de uma socie-dade justa para todas as pessoas. Nessa perspectiva refletir e atuar com vistas à um desenvolvimento solidário e susten-tável, vem sendo nosso atual desafio. As mudanças ocorridas em nosso planeta que traz consequências desastrosas pa-ra a população, surge para a ASA como uma nova demanda a ser assumida, são momentos de formação, produção de

cartilhas, subsídios e estudos que estão sendo partilhados com a rede ASA, no sentido de aprimorar essa ação. Em par-ceria com a rede Cáritas Brasileira, a ASA elaborou seu Plano Arquidiocesano de Emergências, que possibilitará as comuni-dades uma atuação mais eficaz nas ações nesse campo.

O fortalecimento permanente da Cáritas Brasileira Regional de Santa Catarina, também conta com a contri-buição da ASA, desde a sua criação em fevereiro de 2005. Fortalecer essa rede em nosso estado significa também fortalecer a ASA, quem vem ampliando sua rede de relações o que, consequentemente, vem somar em sua sustentabilidade política, reafirmando-a como entidade da socieda-de civil, de assistência social, que objetiva a promoção e o protagonismo de pessoas e comunidades, rumo a uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

A comemoração dos 50 anos da ASA é estendida as Ações Sociais filiadas, pois são elas que no dia a dia testemunham o amor de Cristo, que são concretizados em seus programas e projetos.

Podemos, na sequência, conhecer melhor os trabalhos sociais presente em nossa Arquidiocese, realizados pela Rede ASA.

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Ação SociAl NoSSA SENHoRA dE FátimA - FloRiANópoliS

Ação nasce há 61 anos para cuidar de mães gestantes

Um pequeno grupo de senhoras do bairro Nossa Senhora de Fátima, no Estreito, em Florianópolis, resolveu iniciar um trabalho voluntário de amparo a mães gestantes carentes da região. Era 1949, e a Ação Social da Paróquia de mesmo nome não havia sequer sido oficializada. Com muito esforço e pouco recurso, elas man-tiveram um berçário social para ajudar as mães também após a gestação.

Vinte anos depois é criada, oficialmen-te, a Ação Social Paroquial Nossa Senhora de Fátima e os projetos começam a cres-cer. Em 10 de maio de 1978, é registrado o primeiro encontro do Clube das Mães da instituição, mas ainda faltava atenção à terceira idade. Em 3 de março de 1994 foi, então, criado o Grupo de Idosos com finalidade melhorar a qualidade de vida e integrá-los.

A coordenadora do Grupo de Mães Gestantes, Eledir Maykot, voluntária há 40 anos, lembra que o programa das Cestas Básicas começou financiada pelos Estados Unidos na década de 70. “Eles enviavam os alimentos e nós ficávamos responsáveis pelo empacotamento e distribuição”. Não demorou muito para que a própria Ação se organizasse e conseguisse os alimentos para doação.

A instituição trabalha hoje na integra-ção desses grupos, para que eles possam cada vez mais se auxiliar mutuamente. Para o fim desse ano, será organizada a Feira de Artesanato do Clube das Mães, Grupo de Mães Gestantes.

Acesso ao medicamento também é acesso à saúde

Famílias que recebem até dois salários mínimos na Grande Florianópolis e não têm condições de comprar

medicamentos receitados por seus médicos são ajudadas pela f armácia batizada como Santa Paulina. Funcionando através de doa-ção, o projeto faz parte da Ação Social Nossa Senhora de Fátima e atende moradores da região, como Biguaçu, Palhoça, Areias e Tijuquinhas. Hoje são 18 voluntários que recolhem remédios doados por clínicas, la-boratórios ou pessoas, verificam a validade, organizam e distribuem aos cadastrados na Paróquia Nossa Senhora de Fátima.

Este ano já foram atendidas mais de 1.800 pessoas. “Mas houve ano que chega-ram a 4.300 pessoas atendidas de, inclusive, outras cidades do estado”, diz o ex-diretor e atual voluntário da Ação Social, Ondimar Amorim. A coordenadora do projeto, Zélia Lorenzetti, explica que para doar, basta en-trar em contato com Valda Campos Souza na Secretaria da Paróquia (48 3244-2435).

A instituição também ajuda as futu-ras mães no chamado Grupo de Mães

Gestantes, coordenado por Alma R. Amorim e Eledir Maykot. São atendidas cerca de 70 mulheres de baixa renda por ano pro-venientes principalmente dos bairros Estreito, Lar Fabiano, Barreiros e Serraria. A coordenadora conhecida por todos como Dona Alminha fala satisfeita do trabalho que faz na companhia de outras 15 senhoras voluntárias. “As mães ficam por três meses e recebem todo o material para confeccionar um enxoval, além de ganharem doações da comunidade”, diz. “Quando sai matéria sobre o grupo no jornal da Paróquia, as do-ações geralmente aumentam”, comemora Dona Alminha.

A também coordenadora Eledir Maykot lembra que existem dificuldades para man-ter a compra de materiais para o projeto. Rifas são promovidas e chegam a angariar R$500. Nos fins de ano é realizado o bazar do Clube das Mães, um grupo de voluntárias que confecciona peças para ajudar a man-ter os dois grupos. “Trabalhar com mães é maravilhoso. Com mães grávidas, então, é gratificante”, diz Eledir, que trabalha como voluntária já há 40 anos. No último mês, o grupo contabilizava ajuda a 28 mães gestantes.

Além dos projetos da Farmácia Dra. Altiva, Mães Gestantes e Grupo de Idosos, a distribui mensalmente cestas básicas para pessoas carentes cadastradas e outras que estão em situação de emergência.

Voluntários da Ação Social Nossa Senhora de Fátima

recolhem doação de remédios e fazem chegar a quem precisa.

Só neste ano, mais de 1.800 pessoas foram beneficiadas.

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Ação SociAl São JoSé E SANtA RitA dE cáSSiA - FloRiANópoliS

Os voluntários da Ação Social Paroquial São José e Santa Rita de Cássia dividem-se em várias

frentes de atuação. A principal é na área de informática. O presidente da Ação Social, padre Sergio Giacomelli, junto com o vice-presidente Fernando Cordeiro, buscaram meios par a realização do ideal de ter uma escola de informática. No FAS (Fundo Arquidiocesano de Solidariedade) conseguiram recursos para a montagem da sala e a aquisição de um computador novo. Numa entidade ligada à Caixa Econômica Federal obtiveram cinco computadores descartados dos trabalhos do banco, sendo os equipamentos revisados e instalados. E em 2009 conseguiram uma verba da entidade italiana “Il Canale” e a sala ficou com cinco computadores novos e foram completados os moveis necessários.

O CDI (Comitê para a Democratização da Informática) oferece a sustentação pedagógica e fornece os certificados de aprendizagem assinados pela Secretaria de Educação do Estado. Em dezembro do ano passado foi formada a primeira turma e em julho a segunda turma, já bem maior que a primeira. Inicialmente, a escola teria como finalidade atender jovens, trabalhadores e a terceira idade. O trabalho com os idosos era uma maneira de integrá-los com os filhos e os netos a partir desta tecnologia. Porém o público que respondeu ao apelo da chamada para o curso foram aposentados e mulheres na terceira idade, apenas poucos homens da terceira idade. Segundo a me-todologia do CDI, a informática é um meio para a formação da cidadania.

No segundo semestre de 2009 um convênio do CDI com a Prefeitura de Florianópolis possibilitou disponibilizar a sala de informática para o público como Telecentro, podendo o cidadão, ajudado por um profissional-monitor devidamente treinado apresentado pela Ação Social, realizar muitos serviços prestados pelo Pró-Cidadão da Prefeitura. Em 2010, este serviço foi ampliado com o nome de Informatica Cidadã – Telecentro. Segundo o CDI a sala de informática da Ação Social é a melhor a este nível de Florianópolis.

Entre as outras atividades há o traba-lho das mães que confeccionam enxovais de nenês, algumas dezenas por mês para gestantes empobrecidas, sendo que os recursos para a compra do material são conseguidos com esforços da própria equipe. A prefeitura de Florianópolis promovia para entidades beneficentes feira de artesanatos e similares, assim o grupo de mães confeccionava peças e ganhava de amigos outras tantas para esta feira e assim conseguiam os fundos para os enxovais de nenês. Nos últimos dois anos, promovem também um bingo pequeno no sábado à tarde para ampliar os recursos.

Em outra ação, a Paróquia recolhe roupas usadas, que são distribuídas uma vez por semana principalmente para moradores de rua, sendo atendidos ou-tros necessitados. Uma vez por semana há ainda a reunião da terceira idade, o Grupo Renascer, com o objetivo de lazer e atividades correlatas e tem o apoio da prefeitura.

Informática virou referência na comunidade

Além das aulas, computadores servem para

atender a comunidade com os serviços do pró-

cidadão da prefeitura de Florianópolis

História de uma década

A Ação Social Paroquial São José e Santa Rita de Cássia foi fundada em 19 de junho de 2000 e desde cedo os organiza-dores sonhavam com uma escola de in-formática para oferecer oportunidade aos jovens e adolescentes carentes do bairro Jardim Atlântico. Em 2007 foi eleito pre-sidente o pároco Padre Sérgio Giacomelli, recém chegado na Paróquia. Os recursos foram chegando de várias maneiras, com parcerias importantes. A informática acabou atraindo outros públicos e a Ação Social virou referência no atendimento à comunidade.

Houve um trabalho feito por voluntá-rios que uma vez por semana levavam mar-mitas à noitinha para famílias carentes do bairro, mas este trabalho, após avaliação, foi substituído por distribuição de cestas básicas para quase 30 famílias a partir de doações feitas pela comunidade e a maio-ria destas famílias estão no conjunto Sapé junto à capela Rosa Mística.

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obRAS SociAiS dom oRioNE - cApoEiRAS, FloRiANópoliS

O C e n t r o E d u c a c i o n a l D o m Orione, no bairro Capoeiras de Florianópolis, atende 120 crian-

ças carentes não apenas financeiramente, mas também com afeto e atenção.

Ir além do atendimento técnico: olhar para o outro com atenção e dedicação. Esse é uma das filosofias do Centro Educacional Dom Orione (CEDO), um dos projetos das Obras de Assistência Social Dom Orione (OASDO). A casa atende 120 crianças entre 6 e 14 anos de comunidades carentes próximas ao bairro Capoeiras e

oferece atividades esportivas, culturais e educativas.

Com dois andares, biblioteca, sala de informática, cozinha, salão de dança e salas de aula, o CEDO é amplo, simples e organizado. Porém, não sobrevive sem doações e voluntários. Mantém convênio com a prefeitura para alimentação das criançase e arrecada através de doação, eventos beneficentes e o bazar de roupas. Sem assistente social e poucos voluntários fixos, o CEDO funciona com muito esforço de todos os funcionários. Porém as maio-res dificuldades não são financeiras.

Segundo a coordenadora pedagógica Eraci Passos, as crianças chegam muito carentes de afeto e atenção, e quanto mais negligenciadas, mais difíceis de lidar. “Esta é a nossa grande missão, todo dia é um novo dia e existem novos desafios”, diz. Para ela, um problema comum para a criança do CEDO é a ausência da figura masculina e a falta de tempo da mãe para o filho.

Além do Centro Educacional, as Obras de Assistência Social Dom Orione (OASDO) mantém um grupo de volun-tárias que se reúne semanalmente para confeccionar produtos artesanais. Os recursos da venda são revertidos para os gastos de fim de ano do CEDO, como 13o e férias dos funcionários. A OASDO já promoveu cursos profissionalizantes de cabeleireiro e manicure, informática básica, auxiliar de cozinha, vigilância e cozinha básica.

“Aqui, todo dia existem novos desafios”

doações e trabalho voluntário viabilizam o atendimento de 120 crianças no centro

Educacional dom orione. um atendimento que vai além do cuidado técnico, oferecendo

apoio e atenção, numa ação que data quase 40 anos.

orionistas plantam em 1967 a semente do cEdo

Há quase quarenta anos, a capela São João Batista, localizada no bairro Capoeiras de Florianópolis, era elevada à Paróquia. Na mesma época em que as principais igrejas assumiam o nome de um casal de santos, a capela passa a se chamar Paróquia São João Batista e Santa Luzia sob coordenação da Congregação da Pequena Obra da Divina Providência – conhecida simplesmente por “Orionistas”. O primeiro pároco, Fernando Maria Campos Taitson, acompanha de perto a criação das Obras de Assistência Social Dom Orione (OASDO), ao lado da primeira presidente da entidade, Virgínia Mattos de Oliveira.

Vinte anos depois, a Campanha da Fraternidade de 1987 com o tema “A Fraternidade e o Menor”, inspira a OASDO a criar o projeto Turminha – o embrião do Centro Educacional Dom Orione (CEDO). Hoje, o CEDO expande sua atuação e atende crianças das comunidades Monte Cristo, Chico Mendes, Morro do Flamengo, Morro da Caixa e Abraão. Além do Centro Educacional, a OASDO também possui um grupo de convivência da terceira idade – com 230 membros –, grupo de apoio à mãe gestante e atendimento emergencial ao morador de rua. Presidida hoje pelo Orionista Padre José Manuel dos Santos, as Obras Sociais seguem a filosofia e o carisma de seu fundador São Luis Orione, chamado pelo Papa João Paulo II como “Apóstolo da Caridade”.

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obRAS SociAiS dA comuNidAdE pARoquiAl dE coquEiRoS - FloRiANópoliS

primeira casa-lar: iniciativa há 16 anos

Inaugurada em 1994, a Casa-Lar Nossa Senhora do Carmo nas-ceu por iniciativa de duas moradoras do bairro Coqueiros, parte continental de Florianópolis, junto com o padre da Paróquia. Leila Pivatto e Roselle Silveira de Sá trabalhavam na época nas Obras Sociais da Comunidade Paroquial de Coqueiros (OSCOPAC) quando iniciaram um trabalho de atendimento a crianças e adolescentes da Via Expressa. Depararam-se com graves problemas sociais na região, com precárias condições de saúde, educação e moradia.

A casa surgiu com intenção de abrigar meninas de 7 a 12 anos em situação de risco, vítimas de violência sexual, abandono ou maus-tratos. Três anos depois, em outubro de 1997, foi criado um espaço com os mesmos cuidados, mas para meninos: a Casa-Lar São João da Cruz. Os dois projetos foram crescendo com a ajuda da assistente social Maria Tereza Barreto Floriani, mais conhecida como Teca, que ajudou a inserir o trabalho nos moldes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e trabalha até hoje como coor-denadora voluntária.

Hoje, as casas têm capacidade para 22 crianças e adolescentes. “O ideal ainda é 20, ou 10 crianças por casa. Assim se pode dar aten-ção com cuidado a cada criança”, diz a assistente social atual, Márcia Oliveira. Além da equipe especializada básica, há apoio pedagógico e projeto para contratação de uma psicóloga.

Casas-lar atendem 21 crianças e adolescentes em Coqueiros

“todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidades e direitos”. o artigo primeiro da declaração

universal dos direitos Humanos é o princípio que guia as obras Sociais da comunidade paroquial de coqueiros (oScopAc). com duas casas-lar, um

grupo de mães gestantes, um clube de mães e um grupo da terceira idade, a

oScopAc completa 30 anos.

Hoje, o maior projeto é a Casas-Lar Nossa Senhora do Carmo, para meninas, e São João da Cruz, para

meninos, ambos em Coqueiros, região con-tinental de Florianópolis. Com uma quadra de futebol e quartos aconchegantes, as casas abrigam 21 crianças e adolescentes entre seis e 17 anos em situação de risco social ou pessoal, assegurando-lhes um lar que deve ser provisório. “Nem sempre é”, diz a assistente social Márcia Oliveira. “Crianças e adolescentes são destituídas do poder familiar, então trabalhamos no sentido de preparar o futuro dela”, diz.

A rotina da instituição é como de uma casa. Os maiores ajudam nos afazeres do-mésticos, como arrumar a cama ou ajudar na cozinha. “Queremos trazer autonomia ao adolescente, para que ele saiba fazer o básico quando sair daqui”, explica Márcia. As monitoras são responsáveis pelo acom-panhamento das atividades. Elas enca-minham para escola, anotam horário de dentista, cuidam do horário dos remédios. “Não é mãe; mas um adulto cuidador”, diz a assistente social. Já a função de Márcia é

contribuir para os direitos das crianças e adolescentes, principlamente no que tange ao direito de retorno familiar e, quando es-gotada essa possibilidade, a colocação em família substituta (adoção ou guarda).

Para manter a estrutura das casas, a instituição possui convênios municipais e estaduais e mantém parceria com o Provincialado da Divina Providência. Também organiza eventos beneficentes, como bingo, rifa e jantares para conse-guir cobrir todas as despesas. São dez funcionários que se revezam para atender as crianças em período integral, além da coordenadora voluntária Maria Tereza Barreto Floriani, também fundadora da casa e o diretor da entidade mantenedora Cidemar José Dutra.

As Casas mantêm parceria com em-presas da região, que empregam os jovens egressos e os ajudam a iniciar a vida adulta. Segundo a assistente social, muitos são bem sucedidos na vida. “Ainda faltam po-líticas públicas, por isso fica para a casa-lar o papel de iniciar esta nova etapa da vida, após o abrigo”.

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Ação SociAl SANtA tERESiNHA do mENiNo JESuS - pRAiNHA, FloRiANópoliS

No dia 08 de março de 2006, uma equipe de quatro pessoas voluntárias resolveu colocar

em prática o atendimento às famílias mais necessitadas da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, localizada no bairro Prainha, próximo ao centro da Capital. Os voluntários foram cadastran-do as famílias e posteriormente fazendo visita nas casas para conhecer a situação. Atualmente são 96 famílias cadastradas na Ação Social. A equipe também cresceu e hoje é formada por dez pessoas que exercem o serviço voluntário. Segundo eles, o principal pedido na hora do cadas-tro sempre tem sido o de receber ajuda com alimentos.

No entanto, os voluntários passaram a se organizar para não só atender o pedi-do por alimentos, mas conseguir oferecer outras ações que pudessem colaborar no sustento das famílias, ou seja, que cada uma pudesse evoluir.

Uma das ideias foi inserir o conceito de reciclagem nos hábitos destas famí-lias. Agora, cada família que recebe cesta básica, traz todos os meses para a Ação Social o lixo reciclável produzido na sua casa. Estes resíduos são vendidos para adquirir mais alimentos. Em média são

distribuídas 100 cestas básicas men-salmente. A maioria delas doadas por paroquianos católicos que entendem a grandeza da partilha entre irmãos.

A distribuição sempre ocorre na se-gunda quarta- feira de cada mês, quando as famílias comparecem na Ação Social para uma tarde de atividades sócio-culturais. São oferecidas ações como palestras sobre saúde, testemunhos de vida, além de lanche e por fim a entrega das cestas básicas.

Outra forma de conseguir melhorar a condição financeira e consequente-mente de qualidade de vida é repassar conhecimento. A Ação Social oferece então oficinas de trabalho e renda todas as segundas-feiras, no período vesper-tino. Os voluntários fazem esforços para motivar os participantes a estarem lá pelo menos uma tarde por mês. Os trabalhos produzidos são colocados no Bazar Solidário para exposição e venda na Semana da Solidariedade, sempre no mês de novembro. Nesta época ocorre uma bonita celebração, confraternização e visita ao Bazar Solidário. A experiência iniciou em 2009 e foi formatado também para angariar recursos e assim manter os projetos no ano seguinte.

Orientação para garantir sustentabilidade das famíliasRespeitando os ciclos da

natureza, os voluntários estão ensinando maneiras para as

famílias conseguirem o próprio sustento e melhorarem suas

condições

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Ação SociAl dE SANto ANtôNio - FloRiANópoliS

Localizada no centro de Florianópolis, a Ação Social da Paróquia Santo Antônio realiza e organiza atualmente muitas ações na área de assistência e atendimento às

pessoas empobrecidas, como doação de alimentos e roupas. Há também o apoio aos projetos sociais desenvolvidos e coorde-nados pelo padre Vilson Groh, por meio de encaminhamento de cestas básicas. Os voluntários realizam ainda visitas aos presídios, hospitais e casas com pessoas enfermas, uma forma de amenizar a dor e levar mensagens de esperança a estas pessoas e seus familiares.

A história da Ação Social mistura-se muito com a trajetó-ria dos padres franciscanos em Santa Catarina. Em 1908 eles chegaram e residiram em um anexo à Igreja São Francisco, na rua Deodoro, bem no centro de Florianópolis. Adquiriram, em nome da Ordem terceira de São Francisco de Penitência, uma chácara abandonada em uma colina próxima ao centro e ali construíram morada própria. Transformaram aquele lugar em um centro de atividades pastorais e a primeira capelinha transformou-se em Igreja e a humilde moradia cedeu lugar ao Convento, onde funcionavam também salas de aula no andar térreo.

Na época, Padre Schuller SJ e Frei Evaristo OFM, em esforços conjugados, lançaram as bases do Gupo Escolar São José, o maior do Estado com mais de 1100 alunos. Os padres francis-canos distribuíam calçados e cadernos aos inúmeros alunos carentes, e ainda lecionavam no Instituto Estadual de Educação e no Colégio Coração de Jesus. Em 1921, eles construíram a Igreja Santo Antônio. A Paróquia Santo Antônio, por Decreto Arquiepiscopal assinado por Dom Afonso Niehues, foi criada em 30 de agosto de 1966.

O território, desmembrado da Paróquia Nossa Senhora do Desterro (Catedral), abrangia toda a área de entrada da Ilha pela ponte Hercílio Luz. Englobou também o território da Paróquia Puríssimo Coração de Maria (com sede na atual Igreja de Nossa Senhora do Parto), criada a 12 de abril de 1915.

Histórico de contribuição à educação

Esforços dos padres franciscanos e

da comunidade lançaram as bases do maior grupo escolar

do Estado

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Ação SociAl pARoquiAl dE iNglESES - FloRiANópoliS

Todos os dias, batem à porta da Ação Social Paroquial dos Ingleses (ASPI), em Florianópolis, famílias

que chegam de outras cidades em busca de ajuda. São pessoas que vieram à Capital procurar por uma vida melhor, mas sem ne-nhuma perspectiva – muitas sem nem ter onde morar. Com poucos recursos e muita demanda, a ASPI trabalha para atender emergencialmente a quem precisa, com esperança de um dia estabelecer projetos que possam ultrapassar esta fase.

A principal comunidade atendida pela ASPI é o Vila Floresta, nas dunas próximas à rua do Siri. “Existem muitas outras co-munidades que precisaríamos implantar

projetos”, afirma a assistente social Rosana Rossato Stefanello. Ali funciona a Pastoral da Criança, coordenada hoje por Neca, como é conhecida na região. São 67 famí-lias com crianças de zero a seis anos que recebem visita domiciliar. “Perguntamos se a criança foi bem atendida no posto, se foi vacinada”, fala Neca, que complementa: “Falta muito para ajudá-las. A quantidade de cestas básicas que precisamos é grande, e recebemos muito pouco”.

Rosana analisa a situação da região como complicada. “Tem mulher grávida morando na praia, tem pedreiros que terminam a obra e não têm para onde ir e migrantes chegando aqui todos os dias”, fala. A instituição ajuda a comprar pas-sagem para eles voltarem para casa, para comprar óculos ou medicamento, ou pagar uma consulta médica específica.

O maior projeto da ASPI é a Casa Madre Teresa de Calcutá, logo ao lado da Vila Arvoredo. Voltada para crianças carentes, a casa funciona no contraturno da escola e oferece atividades físicas, culturais e artísticas. Com apenas três funcionárias, há muita dificuldade de manter o projeto.

“Trabalho com uma turma de várias ida-des. É difícil realizar as atividades”, diz a pedagoga Eliane Marlene Garcia. Mas as crianças adoram. As atividades são temáti-cas e promovem o folclore da Ilha. “Muitas são de fora e não sabem da cultura local. Quando conheceram o boi-de-mamão se apaixonaram”, conta Eliane. Preocupada com a realidade de seus alunos, a pedagoga procura conquistar o respeito das crianças e deixar o ambiente sempre agradável.

baixa temporada sempre foi a maior preocupação

A Ação Social Paroquial dos Ingleses começou suas atividades em 1996, fundada pela moradora Ruth Pereira. Conhecida por muitos, Ruth foi presidente por treze anos e implantou a Pastoral da Criança nos Ingleses, conseguiu organizar cursos de qualificação profissional e oferecer assistência emergencial nas comunidades carentes. A ASPI trabalhava, na época, na casa de Ruth, quando não estava direto na comunidade ou mesmo na Paróquia Sagrado Coração de Jesus.

Já no primeiro ano, realizou-se um mutirão da cidadania, ajudando mais de 200 pessoas a retirar seu RG, fazer sua carteira de trabalho e título de eleitor. Um aspecto diferente de outras Ações Sociais é localizar-se em uma praia turística, por isso a ASPI procura sempre aumentar seus projetos na baixa temporada, quando há escassez e desemprego. O Diácono Ricardo José de Souza é o atual presidente da Ação Social, dando continuidade às ações. “Em outubro, fizemos uma grande festa para as crianças da Casa Madre Teresa de Calcutá

e todos se reuni-ram: lideranças da comunidade, alunos, professo-res, ex-presiden-tes e presidentes”, diz a assistente s o c i a l R o s a n a Stefanello.

Carência é grande na região da Praia dos Ingleses

Ação Social paroquial dos ingleses, no Norte da

ilha, presta assistência emergencial para muitas famílias carentes e novos

imigrantes, mas falta ajuda para região

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Ação SociAl dA tRiNdAdE - FloRiANópoliS

Atendimento de crianças e adolescentes é destaque

Ao lado do maior campus universitá-rio do estado, UFSC, moram famílias que enfrentam sérios problemas

sociais, como desemprego, gravidez pre-coce, drogas e conflitos familiares. A Ação Social da Trindade (AST) mantém projetos voltados para as comunidades carentes dos bairros Pantanal, Córrego Grande, Serrinha, Itacorubi, Morro do Quilombo, Trindade, e Morro da Penitenciária. São projetos organizados por pessoas voluntárias e que acreditam no bem que estão proporcionan-do ao próximo.

Subindo o morro da Serrinha, avistam-se duas grandes casas de atendimento a criança e adolescente. A primeira é a Creche São Francisco de Assis, fundada em 1981, que atente 150 crianças de 3 meses a 6 anos de idade. O objetivo é contribuir para o de-senvolvimento psico-motor das crianças e oportunizar às famílias a possibilidade de desenvolver suas atividades profissionais.

A segunda casa é a Casa São José, criada em 2003 por demanda da própria comu-nidade. As crianças de até seis anos eram acolhidas pela Creche São Francisco de Assis. “Após essa idade elas ficavam despro-tegidas. A Casa São José surge para assegurar uma melhor qualidade de vida e proteção no desenvolvimento integral das crianças e adolescentes”, relata a assistente social da AST Karina Porto.

A entidade atende crianças de 6 a 14 anos no contra turno escolar. Com 138 alunos, o projeto oferece aos pais um lugar seguro para deixá-los enquanto trabalham. As crianças ocupam seu tempo com ativida-des e recebem instrução para uma formação cidadã. São aulas de dança, capoeira, judô, artes plásticas, artes manuais, tênis, música, teatro, educação física, informática e apoio pedagógico às tarefas escolares.

N a c o m u n i d a d e d o Mo r r o d a Penitenciária funciona há 22 anos o terceiro grande projeto da AST: a Casa da Criança, com 140 alunos de 6 a 17 anos. A entidade tem como objetivo intervir na realidade social, buscando a inclusão e a conscientiza-ção dos direitos das crianças e adolescentes residentes na área de atuação, contribuindo para a construção de uma sociedade justa. Oferece aos alunos oficina de artes plásticas, teatro, capoeira, dança, educação física, apoio pedagógico, entre outros. Em 2009 a Casa da Criança foi finalista do Prêmio Itaú – UNICEF “Todos pela Educação”.

Ação Social da trindade mantém três casas de

atendimento socioeducativo para crianças e adolescentes da região próxima ao campus

da uFSc, além de projetos voltados para família,

gestantes e idosos

Faz parte também da AST o Projeto Crescer com Amor localizado no Morro do Quilombo, que atende aos sábados 30 crianças e adolescentes entre 5 a 14 anos, com aulas de flauta, violão, teclado, inglês, e recreação. Além desse público, também são atendidas 15 mulheres entre 18 a 50 anos através de oficinas de tricô, crochê, bordado, artesanato e pintura. O Projeto objetiva motivar crianças, adolescentes e mulheres a buscar seus sonhos e terem uma vida melhor.

Na Ação Social também funciona duas outras pastorais: a Pastoral da Entre Ajuda, com atendimento psicológico gratuito, e a Pastoral da Solidariedade, que atua na distribuição de cesta básica às pessoas cadastradas, orienta e realiza apoio sócio familiar, visitas domiciliares, e formação para as famílias. Depressão, prevenção ao câncer, acidente doméstico e cuidado com os medicamentos, já foram temas este ano, todos ministrados por voluntários.

A Ação Social promove ainda atividades para idosos em dois grupos de convivência:

Clube da Experiência e o Grupo Santa Ana. A busca para a melhor qualidade de vida é feita através de exercício físico, palestras informativas, bingos, passeios, confraterni-zações e oração.

A gestação precoce é tema do Grupo de Mães Gestantes. Elas recebem o enxoval de bebê no final da gestação, mas o foco não é o enxoval, e sim a formação das gestantes nos cuidados com o novo bebê. A faixa etária das gestantes está entre 14 e 25 anos.

pastoral da pessoa idosaNo início deste ano, a AST iniciou um

projeto voltado aos idosos da comunidade da região universitária denominado Pastoral da Pessoa Idosa. A Pastoral capacita agen-tes para o acompanhamento das pessoas idosas, nas visitas domiciliares e nas outras atividades complementares afins. Promove o desenvolvimento físico, mental, social, espiritual, cognitivo e cultural dos idosos. Valoriza a história de vida, as experiências, a sabedoria adquirida ao longo da vida de cada pessoa idosa.

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ASSiStêNciA SociAl São luiZ - FloRiANópoliS

A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz Gonzaga está locali-zada no bairro Agronômica, em

Florianópolis, entre residências de famílias com alto padrão de vida. Com olhar mais cuidadoso, porém, enxergam-se oito co-munidades de baixa renda no entorno da mesma paróquia. Criada há quase 60 anos, a Ação Social São Luiz (ASSL) desenvolve um trabalho social de integração da co-munidade, com projetos voltados a todas as idades.

A principal ação da ASSL, o Projeto Esperança, funciona em período integral e atende crianças e adolescentes de 6 a 16 anos fora do horário escolar. São aulas de dança, educação física, artes, coral, além de apoio pedagógico, que visam a melhoria da autoestima e do desenvolvimento escolar. A assistente social da ASSL, Lauciana da Silva, fala que é um desafio cotidiano trabalhar com a criança e o adolescente.

“Ao mesmo tempo que exige técnica e profissionalismo, é preciso ter sensibilidade e investir para que eles tenham mais acesso a oportunidades e melhor formação”, diz Lauciana. Muitas delas estão em contato direto com violência familiar e comunitária, pais presos, famílias com poucos vínculos,

Projeto Esperança atende mais de 100 crianças

quase 60 anos de história com a Agronômica

Era 1950, governo de Aderbal Ramos da Silva em Santa Catarina e, naquela época, o mar chegava até a rua Frei Caneca no bairro Agronômica. O padre Evaristo Poelman, responsável pela paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz Gonzaga, pensava em pro-mover assistência médica e farmacêutica ne-cessária às famílias carentes da região. Criou, dois anos depois, a Assistência São Luiz, no primeiro número da rua Rui Barbosa.

Durante duas décadas, a instituição não possuía sede e funcionava em precárias ins-talações. Foi apenas em 1970 que o Arcebispo Metropolitano doou um prédio batizado por “Centro Social São Luiz”, que funciona até hoje. Renomeada para Ação Social São Luiz (ASSL), os projetos hoje buscam se adequar aos modelos atuais de Assistência Social, com foco no Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso.

A assistente social da ASSL, Lauciana da Silva, traçou em 2009 o perfil e as neces-sidades das famílias residentes na região no seu trabalho de conclusão de curso e afirma que há um grande contraste na Agronômica. Nos morros, há baixa escolaridade, situação financeira precária e muitos sobrevivendo do subemprego, enquanto na área plana destacam-se o profissional liberal e o pro-prietário.

Hoje, a sede recebe moradores das co-munidades Morro do Céu, Vila Santa Rosa, Morro do Horácio, São João, Nova Palestina, Nova Trento, Morro do Vinte e Cinco e Santa Vitória.

Ação Social São luiz, em Florianópolis, oferece atividades artísticas,

culturais, sociais e esportivas para crianças

e adolescentes moradores dos morros da região

situação financeira precária, baixa escola-ridade e subemprego.

Para as crianças até seis anos, a Ação Social promove o acompanhamento na área da saúde através da Pastoral da Criança. As famílias recebem orientação de voluntárias e, em caso de desnutrição, ganham a multi-mistura – farinha nutritiva a ser misturada nos alimentos. Na instituição, também funciona o projeto Natureza Sábia Pastoral da Saúde, projeto que produz remédios fito-terápicos com plantas medicinais e distribui a quem precisa por um valor simbólico.

Os recursos para o funcionamento da Ação chegam também através do Grupo de Trabalhos Manuais. Os participantes, moradores das comunidades, organizam eventos como café colonial, brechó, feira, almoços e bingos. No grupo, também se aprendem técnicas de trabalho manual para comercialização, contribuindo na geração de renda familiar.

A Ação Social promove ainda atividades para idosos em dois grupos de convivência: Santana e Amizade. A busca pela melhoria na qualidade de vida é feita com aulas de bordado, crochê e pintura, além de bingo, contos de histórias, passeios, ginástica e oração.

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Ação SociAl SAco doS limõES - FloRiANópoliS

A Ação Social Saco dos Limões, vin-culada à Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem e localizada na

Baía Sul de Florianópolis, tem como ação principal a assistência emergencial à população de baixa renda da região. Atualmente, a ASSL passa por uma fase de transição de diretoria e pároco, mas é possível encontrar no seu histórico ações voltadas para melhoria da qualidade de vida através da política.

O voluntário da Ação, Diácono José Antônio Schweitzer, lembra do Projeto de Revitalização Social do Maciço do Pirajubaé, iniciado em 2006. Durante dois anos, o padre reunia todas as entidades da região – da bairro Carianos à Cachoeira do Rio Tavares – para levantar problemas sociais e levá-los ao fórum de discussão do Plano Diretor. “Infelizmente não houve mais discussão, e paramos com o levanta-mento. Mas se recomeçar, voltaremos ao

trabalho”, diz José Antônio. A Ação reunia associações de morado-

res, conselhos comunitários, a Colônia de Pescadores, Associação de Catadores de Berbigão e igrejas de diversas religiões. “No início fizemos um mapeamento para entender os problemas enfrentados. Já aproveitávamos e encaminhávamos à Celesc ou Casan algo que pudesse ser solucionado”, conta ele. “Mas o principal objetivo era fazer com que a comunidade fosse ouvida pela prefeitura na elaboração do Plano Diretor”. Para José Antônio, a próxima diretoria da Ação deve continuar este projeto, “pois é um trabalho de verda-deira transformação da comunidade”.

Hoje, a Ação promove a Pastoral da Criança nos bairros da Seta, Costeira, Cachoeira do Rio Tavares e Cidade Alta e atende 375 crianças com a multimistura. Os voluntários são todos moradores da

própria comunidade e recebem capacita-ção e acompanha-mento sistemático

da Ação Social Arquidiocesana (ASA). Futuramente, será implantada a Pastoral no Alto da Caiera. “Estamos mobilizando a comunidade para encontrar moradores voluntários que queiram participar”, diz José Antônio.

Também em fase de implantação, o projeto Música na Comunidade irá en-sinar música a jovens de 20 a 25 anos do bairro Costeira. Segundo ele, já há os ins-trumentos conseguidos através de doação e um professor voluntário, que faz parte da Associação Amor à Arte e trabalhava na banda da Polícia Militar. “Acredito que o acesso às aulas de música é a maior forma de recuperação de conduta e integração à sociedade destes adolescentes”, diz.

Fundada em 1986 pelo então pároco João Cardozo – hoje padre da igreja Nossa Senhora de Fátima – a Ação mantém até hoje os grupos de idosos e a assistência emergencial distribuindo cestas básicas, medicamentos, roupas, cobertores e agasalhos a quem necessita. São cerca de 40 cestas doadas mensalmente e que são arrecadadas no mesmo bairro da dis-tribuição. Os voluntários também fazem encaminhamento das pessoas, quando necessário, ao Centro de Referência de Assistência Social Sul (CRAS), para cadas-tro no Bolsa Família, ou à Secretaria da Assistência Social do município, além de conscientizá-los dos direitos sociais, co-mo poder usufruir dos serviços de creche e de atendimento no posto de saúde.

União de várias entidades em prol do bem comum

Vinculada à paróquia Nossa Senhora da boa Viagem, Ação Social

promove também discussão política por uma vida social mais

justa

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Ação SociAl pARoquiAl dA lAgoA - FloRiANópoliS

Fundada em agosto de 1988, a Ação Social Paroquial da Lagoa (ASPL) desenvolve

projetos sociais na região do entor-no da Lagoa da Conceição, um dos pontos turísticos mais conhecidos de Florianópolis. Atualmente, a ASPL está focada na construção do Centro Pastoral São Paulo Apóstolo, um espaço multiuso religioso e social que terá mais de mil metros quadrados.

A obra foi delegada à Ação pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Murilo Krieger, e foi planejada para ser completamente acessível aos deficientes físicos. Além do anfitea-tro com capacidade para quase 300 pessoas, serão construídas cinco sa-las de catequese, um miniauditório com capacidade para 70 pessoas, um espaço para feira de artesanato, capela e sacristia. As obras já come-çaram em terreno de propriedade da Mitra Metropolitana.

Até 2009, a ASPL era voltada ex-clusivamente para projetos sociais, como o Projeto Infolagoa de inclu-são digital. Adolescentes e idosos foram capacitados em informática em mais de dez cursos realizados. A Ação também oferecia cursos de culinária em parceria com SESI, cur-sos de eletricidade e ainda manti-nha parceria com a Fundação ESAG que promovia cursos de informática com caráter profissionalizante.

A ASPL, coordenada pelo vo-luntário Luiz Mário Gallotti Prisco Paraíso, tem por objetivo desen-volver ações e projetos que levem a promoção humana, a justiça e a igualdade social, sem quaisquer formas de discriminação. Visa tam-bém promover a defesa dos direitos constitucionais especialmente no que se refere às Políticas Sociais Públicas e atua em defesa do meio ambiente dos recursos naturais e da promoção da saúde.

Lagoa da Conceição receberá Centro Pastoral

Ação Social paroquial da lagoa será

responsável pelo processo de arrecadação

de recursos e acompanhamento da

obra

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Ação SociAl E cultuRAl dA cAtEdRAl - FloRiANópoliS

Como o nome já diz, a Ação Social e Cultural da Catedral (ASCC) promove também projetos volta-

dos à cultura. O maior deles, sem dúvida, é a restauração da centenária Catedral Metropolitana da Praça XV de Novembro, no centro de Florianópolis. Com o fim das obras previsto para março de 2011, os pro-jetos sociais funcionam provisoriamente em uma pequena sala ao lado da secretaria paroquial.

A assistente social Maria Inês Clasen explica: “Tínhamos um prédio onde fun-cionavam todos os pequenos projetos sociais. Mas, como toda reforma, tivemos de nos adaptar e esperamos em breve voltar às atividades”. A restauração já está na terceira etapa do processo. Começou pela área interna do prédio, passou para a área externa, já finalizada, e agora está voltada para as salas anexas – a sacristia, as salas de catequese e a secretaria pa-roquial. Esperam-se ainda recursos para a restauração dos altares e das pinturas internas da Catedral. “Existem quase cinco camadas de tinta em cima da original”, diz Maria Inês.

Na sala provisória, a assistente social trata de continuar o atendimento ao públi-co. A ASCC é responsável pelo trabalho jun-to às comunidades dos morros próximos à Avenida Mauro Ramos, entre a Prainha e a Agronômica. “Por ser uma igreja central, chegam pedidos de ajuda de toda cidade, quando não de outros municípios”, diz Maria Inês, que passa boa parte do seu trabalho encaminhando as pessoas para a Ação Social de sua região ou outros proje-tos e programas da rede municipal.

A maior demanda da ASCC são os moradores de rua. Nos plantões de atendi-mento, toda terça e sexta, chegam pedidos emergenciais por transporte, remédio, rou-pa, comida e dinheiro. “Estes pedidos nós atendemos e entendemos a necessidade emergencial. Mas lamentamos por não conseguirmos ajudar melhor, como inseri-los em projetos sociais”, diz a assistente social. A Ação Social também mantém

parceria com a empresa de fotografia Foto B, que fornece gratuitamente ao morador de rua, quando necessário, fotos para fazer seus documentos, como RG ou carteira de trabalho.

projetos centenários marcam a história da Ação Social

Fundada em 14 de março de 1994, a Ação Social e Cultural da Catedral (ASCC) nasceu com a responsabilidade de cuidar do patrimônio histórico da Catedral, arre-cadando recursos para pequenas reformas do prédio. A parte social, porém, já existia há quase um século através de associações ligadas à igreja.

A mais antiga delas, a centenária

Damas de Caridade de Florianópolis, cuidava das famílias que necessitavam de cestas básicas. Se elas precisassem de roupas ou acolchoados, eram encaminha-das para Associação das Vicentinas. Já as gestantes recebiam assistência e enxovais artesanais da Associação de Proteção ao Berço. Para as moças que migravam do interior do Estado à procura de emprego na Capital, existia a Associação em Proteção das Empregadas Domésticas, que as am-parava e fornecia quartos para moradia. Todas elas existem até hoje e fazem parte da rede colaborativa da Ação Social e Cultural da Catedral. “Cada uma tem sua sede, mas buscamos sempre a integração entre as associações”, diz a assistente social Maria Inês Clasen.

Até este ano, quando a ASCC possuía uma sede, eram realizados pequenos pro-jetos voltados para promoção humana e possibilidades de inserção no mercado de trabalho. O grupo de mães aprendeu a de-corar chinelos com miçangas, a fazer panos de pratos pintados à mão e a transformar óleo de cozinha em sabão. A expectativa é que, com a conclusão da restauração do prédio em 2011, as atividades voltem ao normal.

Ações culturais fazem parte da Ação Social

Ação Social e cultural da catedral, além de

promover projetos sociais, capta recursos para a

restauração do patrimônio histórico da cidade de

Florianópolis

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Ação SociAl NoSSA SENHoRA dE guAdAlupE - FloRiANópoliS

A Ação Social Nossa Senhora de Guadalupe recebeu o nome por estar ligada à Paróquia que tem

a mesma designação, localizada em Canasvieiras, no Norte da Ilha. Com Estatuto próprio, a entidade segue o do-cumento desde que foi fundada em 14 de setembro de 2004. O objetivo é a promoção dos direitos sociais através de ações que levem à promoção humana, a justiça e a igualdade social, sem quaisquer formas de discriminação. Integração das pastorais, movimentos sociais e religiosos que atuem na comunidade e outros que se encontrem em situações de risco. Além disso, prezam pela defesa do meio ambiente, dos recursos naturais e da promoção da saúde.

Em 2006 foi declarada de Utilidade Pública Municipal e em 2007 de Utilidade Pública Estadual. A presidente da Diretoria atual é Adriana Duarte Correa.

Ao longo de sua trajetória, a Ação Social

possibilitou aulas de espanhol e francês aos interessados no atendimento de turistas. Foram promovidas campanhas em prol dos necessitados com arrecadação de roupas em geral, roupas e cobertores de inverno, alimentos e brinquedos.

Os voluntários colaboraram para a realização de consultas e assistência aos doentes e idosos, além de terem encami-nhado para atendimento médico e odon-tológico na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) várias crianças e idosos empobrecidos.

A Ação Social obteve recursos junto ao poder público municipal para eventos e festas tradicionais da Paróquia, como a Festa do Divino.

Entre as atividades contínuas, desta-cam-se os cursos profissionalizantes na área de informática, além de aulas de vôlei de praia e demais esportes. Os voluntários acompanham e dão suporte ao grupo de

idosos em suas reuniões bimensais, no cha-mado espaço Guadalupe. Desde de 2009 são oferecidas aulas de ginástica para um grupo de idosos. E este ano iniciaram aulas de yoga e de teatro. Para integrar a comu-nidade, com a colaboração da Associação Florianopolitana de Voluntários (AFLOV), a Ação Social tem distribuído brindes às crianças nas festividades de Natal, Páscoa e Dia das crianças.

Cursos profissionalizantes, esportes e atividades para

todas as idadespromoção e articulação das ações de assistência

social, cultural, educação de base e promoção

da solidariedade entre crianças, adolescentes e

idosos

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Ação SociAl E cultuRAl NoSSA SENHoRA dA lApA - RibEiRão dA ilHA, FloRiANópoliS

Fundada no dia nove de maio de 1990, a Ação Social e Cultural Nossa Senhora da Lapa realiza atividades

de assistência e de valorização do patrimô-nio e da cultura local. Uma delas é o projeto denominado “Teatro da Comunidade”, um evento que vem sendo realizado desde 1983 e com um público estimado de cinco mil participantes nas apresentações. O aconte-cimento já é tradicional e de cunho ecumê-nico, pois retrata a encenação da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

As ações da Pastoral da Criança tam-bém são desenvolvidas no Ribeirão da Ilha. Fornecem alimentação alternativa, ajudando a descobrir e criar recursos sim-ples com a ajuda de plantas e da natureza, tornando-se uma alimentação saudável e economicamente viável em situação de escassez financeira. Realizam ainda a pesagem mensal das crianças subalimen-tadas, acompanham o crescimento e o desenvolvimento físico. A preparação da “multimistura” é entregue nesta pesagem mensal aos desnutridos.

A ideia é mostrar que apesar da difi-culdade de conseguir alimentos, muitas pessoas não aprendem a aproveitar o que é simples e que custa pouco. Sendo que atualmente quase todos se alimentam mal e acumulam problemas colaterais vindos de fraqueza alimentar, de saúde abalada, de insuficiência em relação aos níveis mínimos de nutrientes que permitam acesso ao tra-balho e a uma vida mais longa e digna. O projeto não envolve altos valores em dinhei-ro, capacita muitas pessoas com facilidade e cuida do que é mais essencial na vida,

particularmente, da criança e do idoso.Na região está a comunidade do

Pedregal, que faz parte do bairro Tapera da Base. Povoada em sua maioria por migrantes do Estado, caracteriza-se por concentrar alto nível de pobreza entre os moradores. O grupo de mulheres que participam da Pastoral da Criança na re-gião enfrentam os problemas apontados. A maioria das integrantes encontra-se, atualmente, sem emprego e com renda familiar precária às necessidades básicas familiares. A Ação Social e Cultural Nossa Senhora da Lapa iniciou distribuição de cestas básicas para auxiliar as famílias da localidade, minimizando os problemas. Mas isso com a consciência de que doar cestas básicas não resolve o problema, somente minimiza as consequências do momento.

Por isso, a ideia surgida no grupo foi a de formação profissional do grupo, com a execução de cursos de corte e costura, com o objetivo de possibilitar formação pro-fissional específica na área, conquista de direitos básicos de sobrevivência, organi-zação comunitária, formação de parcerias com empresas do ramo de confecção, para colocação no mercado de trabalho.

Em outra frente, através de parceria com o Governo do Estado, a Ação Social está coordenando e realizando a recupe-ração do Patrimônio histórico da Igreja Nossa Senhora da Lapa, no Ribeirão da Ilha. A Igreja é um símbolo importante e reconhecida como ponto turístico por suas características típicas da cultura açoriana.

Valorização da cultura regional e do apoio à comunidade

Ações da pastoral da criança, de grupo de

mulheres e de cuidados com o patrimônio

histórico são destaques numa paróquia que preserva suas raízes

Os imensos bolsões de carentes, a situação de exclusão e mi-séria leva um vasto contingente à procura de instituições e grupos (ou pessoas) para que as auxiliem a sobreviver, ainda que com o mínimo necessário.

A falta de alimento nem sempre tem sido a maior dificuldade dos carentes. Aprenderam a viver do pouco e com o pouco. Mas outras tantas despesas dificultam o acesso ao alimento e a uma vida de acesso ao mínimo indispensável. Socorrer com alimento é também, oportu-

nidade para a formação da pessoa e sua inserção na vida social.A Ação Social sustenta o trabalho de assistência através da

generosidade dos cristãos através da doação das comunidades, algumas campanhas e um convênio firmado entre a Ação Social e a Agreco (Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral) para alimentação saudável e ao mesmo tempo apoio ao pequeno agricultor. Estes meios garantem a quase totalidade dos alimentos.

convênio para alimentação saudável

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Ação SociAl pARoquiAl dE SANtA cRuZ - São JoSé

A A ç ã o S o c i a l Pa r o q u i a l S ã o Francisco Xavier foi fundada em 04 de setembro de 1985 com a

finalidade de levar ajuda às famílias em-pobrecidas da periferia das comunidades dos bairros Monte Verde e Saco Grande, em Florianópolis.

Além de atuar paralelamente como braço direito da Paróquia, localizada no bairro Monte Verde, a Ação Social consegue manter suas atividades graças às subvenções sociais e às doações de voluntários. Os recursos servem tanto para estruturar melhor as atividades. As

Ação SociAl São FRANciSco xAViER - FloRiANópoliS

A Ação Social Paroquial de Santa Cruz, no bairro Areias, em São José, atua há mais de vinte anos, trazendo

conforto e ajuda para crianças e idosos. A entidade foi fundada em 18 de maio de 1985

por voluntários que tinham como objetivo prestar serviços de apoio às comunidade carentes da Paróquia.

Entre as ações praticadas pela Ação Social, estão a entrega de cestas básicas para famílias cadastradas e a manutenção de uma cozinha comunitária para atender crianças do Bairro José Nitro que fazem o reforço escolar. A cozinha funciona de segunda à sexta nos horários das refeições das crianças que estão aprendendo no horário contrário ao escolar. Os alimentos usados na cozinha são doados pela comunidade, assim como

por empresas parceiras da entidade e que estão compro-metidas com o bem estar das pessoas neces-sitadas.

A A ç ã o Social de Santa Cruz atende semanalmen-te 93 idosos

que foram cadastrados na entidade. Eles participam de diversas atividades, como lanches semanais, passeios e aulas de dan-ça que são feitas em grupo. Os voluntários estão sempre presentes para dar apoio e segurança a este grande grupo.

Existe ainda um projeto em andamento de inclusão digital para crianças empo-brecidas do bairro Serraria, que também pertence à Paróquia Santa Cruz. Só não foi possível concretizar este projeto ainda por falta de um professor de informática voluntário.

A Ação Social da Paróquia Santa Cruz oferece também atendimento jurídico e farmacêutico gratuitamente às comuni-dades, de acordo com doações que recebe e tentando atender as demandas mais emergenciais.

A presidente, Jurema Echeli, explica que todos os trabalhos são feitos por voluntá-rios. Atualmente existe uma diretoria de 11 pessoas que atuam diretamente em todos os projetos e todos eles são voluntários. Estas pessoas se dedicam a ajudar a comunidade, desenvolvendo um trabalho de ação social.

Apoio às comunidades: idosos e crianças

Entretenimento para a terceira idade e inclusão

digital para as crianças nos bairros empobrecidos de

São José

Atendimento assistencial e de inclusão

comunidades da região do bairro Saco grande, em

Florianópolis, são atendidas com ações contínuas e

emergenciais

fontes de recursos são convênios com a Prefeitura Municipal de Florianópolis e os resultados provenientes da realização de bingos beneficentes.

A diretora social , Dona Cleudes,

realiza atividades contínuas e algumas emergenciais, como a distribuição de cestas básicas às pessoas empobrecidas e abundante entrega de roupas arrecadadas através de doações de terceiros.

A Pastoral da Criança que funciona dentro da Ação Social Paroquial São Francisco Xavier atende mais de 45 crian-ças, todas da faixa etária entre zero e seis anos. Elas são atendidas pela coordenado-ra voluntária, a senhora Maria Albertina, e sua equipe, que realizam atividades e oferecem a mistura nutricional para os pequenos.

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Ação SociAl São FRANcoSco dE ASSiS - FoRquilHiNHAS, São JoSé

A Ação Social São Francisco de Assis foi fundada dia 17 de março de 1987 no bairro Forquilhinhas, em

São José. As primeiras atividades inicia-ram com o grupo de idosos Santa Isabel de Picadas do Sul, com auxílio financeiro da Legião Brasileira de Assistência Social (LBA) e continua até hoje, com um encon-tro semanal. Com as crianças são realizada aulas de reforço escolar e atividades sob a coordenação da Senhora Nilva, com re-cursos financeiros da Pastoral da Criança. Em 1992 ficaram em segundo lugar na premiação de ações em prol dos direitos da criança e do adolescente, promovido pelo Estado de Santa Catarina.

Há os grupos de mães em Picadas do Sul, na Matriz, em Forquilhas, na Santos Saraiva e no loteamento Lisboa, tendo co-mo meta ensinar e aprender, confeccionar enxovais para gestantes carentes, com um encontro semanal.

Na área assistencial, há a arrecadação de alimentos todo o primeiro final de semana nas missas. Além disso, a Ação Social recebe doações de roupas e calçados da Alemanha e da comunidade, distribu-ídos para as pessoas mais necessitadas. Foram acolhidas mais de 800 pessoas no salão paroquial em 1991 e 1992, durante as grandes enchentes que assolaram a região e ainda foram construídas duas casas com doações da comunidade para duas famílias que perderam tudo, inclusive com móveis e utensílios domésticos.

Em 1991 foi iniciado o curso de corte e costura, coordenado pela Irmã Judit e que colocou muitas mulheres no mercado de trabalho, além de melhorar a atividade doméstica. Ocorreram ainda cursos de multiflores, que também ajudou a gerar

Inclusão: atividades com foco no mercado de trabalho

cursos profissionalizantes e atividades com gestantes,

crianças e idosos fazem parte do dia-a-dia dos

voluntários

renda, além de cursos de pintura em vidros, panos de prato, tricô, crochê e tapeçaria.

O curso de alfabetização para adultos foi outro destaque da trajetória da Ação Social, com presença significativa de analfabetos da comunidade com profes-sores voluntários e que conseguiram bom resultado. Estiveram ainda presentes na comunidade carente da área verde da Várzea do Imaruim, com muitas ativida-des de sociabilidade, hoje pertencente à Palhoça.

Atualmente são mantidos grupos de idosos, grupos de mães, tricô e crochê, curso de violão para 50 crianças e adoles-centes, atendimento de cestas básicas e doações de roupas e calçados, doação de alimentos vindos diretos do colono, for-necidos pela Associação de Agricultores Ecológicos da Encosta da Serra Geral (AGRECO). A diretoria tem participado dos diversos cursos de formação promovidos pela ASA e a entidade é reconhecida de utilidade pública municipal e Estadual.

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Ação SociAl dE bARREiRoS - São JoSé

Fundada em 1961 pelo padre Justino Cortejans, a Ação Social de Barreiros (ASB), vinculada à Paróquia dos

Sagrados Corações, surgiu com o intuito de atender crianças carentes e formar grupos sociais, como o grupo de Convivência, de Gestantes, de mães, de idosos, além da horta e creche comunitária. Em 1998, atendendo a orientação da Ação Social Arquidiocesana (ASA), a entidade assumiu a responsabilida-de pela creche e pelo apoio pedagógico do Morro do Pedregal em Barreiros.

Há mais de uma década, a ASB vem trabalhando com planejamento de longo prazo. Num ciclo inicial, a participação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 1999, viabilizou a elaboração do primeiro Planejamento Estratégico. Mais um ciclo foi iniciado em 2005, com a participação da UNISUL, na elaboração do Segundo Planejamento Estratégico. Ainda neste segundo ciclo, e considerando que na última década o número de pessoas atendidas cresceu de 134 para mais de 600, e, visando o objetivo estratégico de ampliação das instalações físicas, em 2006 surgiu o Projeto Social Pedregal, que previu a construção do novo prédio de três andares, hoje 85% concluído.

Neste novo prédio do Projeto Social Pedregal já estão em pleno funcionamento: a creche no terceiro piso que atende 114

crianças e o Projeto Socioeducativo no piso térreo, onde participam 100 crianças e adolescentes. A Ação Social pretende iniciar os cursos profissionalizantes quando estiver concluído internamente o segundo piso, prevendo-se esta etapa para 2011. Desta forma tem-se quase completa a razão de ser do Projeto Social Pedregal, ou seja, o oferecimento de educação integral, assim entendida no seu conteúdo educacional (so-cial, intelectual, cultural, física e espiritual) e também quanto às faixas etárias abrangi-das. São mantidas uma creche (até 6 anos), um Projeto Socioeducativo (7 a 17 anos) e, finalmente, formação profissional (acima de 14 anos). Desta forma, o oferecimento da educação integral evita a ociosidade, torna possível o exercício da cidadania e reduz a violência.

Vale citar que em 2002 foi montado o Primeiro Projeto Político Pedagógico, a fim de qualificar a educação oferecida às crian-ças e adolescentes. Esse projeto vem sendo

atualizado anualmente.No global, as atividades desenvolvidas

pela ASB são as seguintes: em duas creches, atendimento educacional a 228 crianças em situação de pobreza; acolhimento de 160 idosos em grupos de convivência; formação anual de 80 pessoas da comunidade em cur-so de iniciação à informática; confecção de enxovais para bebês e roupas para crianças, atendendo cerca de 100 pessoas por ano; um Projeto Socioeducativo, atendimento em contra turno escolar para 80 crianças e adolescentes.

A maioria dos professores da ASB são cedidos pela Prefeitura Municipal de São José e outras 50 pessoas prestam trabalhos voluntários para a entidade. Há ainda as instituições que apóiam a ASB, dentre elas algumas com assessoria técnica, incluindo treinamento e desenvolvimento de pessoas, destacando-se a ASA dentre estas. Outras fazem doações de alimentos, doações de materiais ou recursos financeiros.

Institucionalmente, são objetivos cen-trais dos trabalhos desenvolvidos pela ASB: apoiar e desenvolver ações de defesa, eleva-ção e manutenção da qualidade de vida do ser humano e do meio ambiente, através de atividades educativas para crianças, jovens, adultos e idosos, a fim de proporcionar o desenvolvimento e a inclusão social destes grupos.

Ação Social de Barreiros atende mais de 600 pessoas

Vinculada à paróquia Sagrados corações, a Ação Social de barreiros nasceu de uma iniciativa do padre Justino cortejans há quase

50 anos

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Ação SociAl pARoquiAl NoSSA SENHoRA do RoSáRio - São JoSé

Com 14 anos de história, a Ação Social Paroquial Nossa Senhora do Rosário, em São José, promove

projetos sociais há mais de 30 anos, antes mesmo de sua fundação formal, em 1996. A Ação oferece desde 2009 aulas culturais para crianças de famílias empobrecidas, mas com a condição de que tenham um bom rendimento na escola. Os projetos, apoiados pelo Fundo Arquidiocesano

de Solidariedade (FAS), estimulam a auto-estima da criança e um bom aproveitamento escolar.

As aulas de ca-poeira acontecem dentro da comuni-dade toda segun-da, quarta e sexta, após o horário da escola, com mais de 60 cri anças participantes. Já o grupo de músi-ca, que acontece na comunidade São Luiz, ofere-ce 26 vagas para aulas de f lauta, violão, pandeiro e teclado, todas orientadas por um professor vo-luntário.

Além dos pro-jetos culturais, funciona o aten-

dimento a pessoas doentes na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, pela Pastoral da Saúde. Os métodos de terapia alter-nativos foram ensinados pelas Irmãs de Forquilhinhas, de São José, há mais de vinte anos. “Muitas voluntárias que aprenderam naquela época trabalham aqui até hoje”, diz Lorete, voluntária da Ação. “Elas fazem chás medicinais e limpeza de ouvido com tubo de cera de abelha”, explica.

Na Paróquia e capelas vizinhas, funcio-nam três Grupos de Idosos; Nossa Senhora Aparecida, São Cristóvão e Nossa Senhora do Rosário, com mais de 100 membros. Coordenado por Lorete há seis anos, os idosos se reúnem semanalmente para jogos e passeios de integração no Centro de Atendimento à Terceira Idade (CAT) na avenida Beira-Mar de São José.

O grupo de idosos recebe ajuda de do-ze voluntárias do Clube de Mães, projeto também mais antigo que a própria Ação. São dois grupos de mulheres – o Clube de Mães, na Paróquia, e a Pastoral da Mulher, no bairro Roçado – que se reúnem sema-nalmente para confeccionar enxovais de bebê. A Ação Social atende as comunidades dos bairros São Luiz, Roçado, Bosque das Mansões, Nossa Senhora do Rosário, Bela Vista 1, Bela Vista 2 e Floresta.

trinta anos de história

Os grupos de mães e de idosos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário funcio-nam desde 1979, antes mesmo da fundação da Ação Social Nossa Senhora do Rosário. Os projetos pertenciam à Ação Social São Judas Tadeu até 1996, no bairro Barreiros em São José, quando foi necessário o des-membramento de acordo com o número de comunidades atendidas. Antigamente, segundo as voluntárias atuais, o grupo de idosos era coordenado pela conhecida moradora Dona Glorinha. Os idosos, além do bingo e da integração, ainda cursavam oficina de teclado com outro voluntário que ficou conhecido, o Seu José.

Aulas de música e capoeira para crianças carentes

Ação Social paroquial Nossa Senhora do Rosário, em

São José, oferece aulas de capoeira, flauta, violão, pandeiro e teclado para

crianças carentes da região

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Ação SociAl São JudAS tAdEu - São JoSé

Próximo à BR-101, em São José, funciona a Ação Social São Judas Tadeu (ASSJT) há 25 anos. No

começo deste ano, a entidade criou um projeto voltado para crianças carentes da região que beneficiam a família inteira. É o Projeto Educar, com menos de um ano de história, que oferece aulas de música, dança e capoeira no contra turno da escola, além de apoio pedagógico para 30 crianças de seis a 11 anos. “Parece pouco”, diz a vice-presidente da ASSJT, Dileta Gerhardt Kunrath. “Mas não sabes quantas mães estão trabalhando agora porque tem onde deixar os filhos”, conclui.

O trabalho só é possível através da parceria estabelecida com o Colégio Elisa Andreoli, vizinho à sede da Ação, que dis-ponibiliza professores, assistente social e a alimentação. A Ação, em conjunto com a Paróquia, cede o espaço físico. “As crianças saem da escola e vem direto para o Projeto

para almoçar. A mãe fica tranqüila, e pode reingressar no mercado de trabalho”, diz Dileta. Há ainda planos de ampliação para 2012: “Há demanda da própria comuni-dade. Queremos aumentar a capacidade para 40 crianças e aumentar a faixa etária para sete a 14 anos”. O projeto só aceita crianças regularmente matriculadas na escola pública.

A Ação Social costuma promover projetos que promovam a reinserção no mercado de trabalho e tem sido bem-sucedida. O objetivo é incentivar as famílias – em geral as mães, as principais chefes de família da região – a não depender da cesta básica procurando cursos profissionalizan-tes. “Ajudamos com o que podemos. Se elas precisam, fornecemos o vale-transporte para ir até o curso”, diz Dileta. O resultado são novos vigias, manicures e depiladoras que deixaram o cadastro de recebimento da cesta básica ao conseguir uma nova profissão.

Com ajuda da Paróquia, são arrecada-dos cerca de 160 quilos de alimentos todo dia 28 do mês, na missa do padroeiro São Judas Tadeu. Nesse dia, a Ação fica respon-sável pela preparação da “Missa do Quilo” e a comunidade traz as doações na hora do ofertório para 43 famílias cadastradas. O sucesso, para Dileta, está nas palavras

do padre Eugênio Kinceski. “A Igreja que não olha para seus pobres não pode se considerar Igreja em Cristo”, costuma dizer o padre nas missas.

A prioridade para o cadastro da cesta básica é para o idoso, o deficiente físico ou mental e famílias com doentes. No dia do recebimento, a Pastoral Familiar prepara palestras sobre diversos temas, como educação dos filhos, higiene e alimenta-ção, enquanto o Grupo de Jovens ajuda organizando a recreação das crianças durante o encontro. Além da ajuda dos grupos da Igreja, a Ação mantém parcerias importantes com outras instituições, como o Colégio Energia de Barreiros, o programa Mesa Brasil/SESC, Conab, Movimento de Irmãos, Pastorais e a Agreco (Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral). Para as mulheres gestan-tes, há o grupo de senhoras Andorinha.

Elas confeccionam enxovais e são responsáveis pelas famílias com gestantes, com uma condição: a mulher deve estar fazendo o pré-natal.

A ajuda da comunidade é o que mantém a entidade. No bazar deste ano, na festa do padroeiro, todos os produtos feitos no curso de artes manuais foram vendidos. As oficinas de pintura em tecido, crochê e artesanato acontecem de março a dezembro e são voltadas para mães carentes e voluntárias. “Independente de credo religioso. Se a pessoa é carente, não importa a religião; o nosso papel é atender o carente”, diz Dileta.

Projeto para crianças incentiva mães a trabalhar

Ação Social São Judas tadeu, em São José, mantém o

projeto Educar em parceria com o colégio Elisa Andreoli

e ajuda muitas famílias da região

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Ação SociAl pARoquiAl dE São JoSé - São JoSé

Enquanto a reforma da Paróquia de São José não termina, o Salão Paroquial vira local de celebração

de missa, e a cozinha espaço para reunião de grupo de idosos. Atualmente a Ação Social e Cultural de São José (ASCSJ), pre-sidida pelo padre Orionita José Manoel dos Santos, não tem espaço físico nem para Catequese. “A restauração é muito difícil e cara, pois o prédio é tombado”, diz o pa-dre, que é também diretor da instituição Orionópolis e presidente da Ação Social Dom Orione em Capoeiras.

A Secretária da Paróquia, Lurdes da Silva, lembra de quando a ASCSJ era mo-vimentada. O Projeto Viva a Vida, carro-chefe da Ação Social e Cultural, atendia crianças carentes dos bairros Fazenda

Santo Antônio e Ponta de Baixo. “Elas re-cebiam reforço escolar, alimentação, cesta básica e ainda faziam natação e xadrez”, lembra Lurdete.

A gerente da Ação Social da época, Maria Elizabeth da Silva, organizava as do-ações e as atividades com ajuda de quase 40 voluntários, além de parcerias e convênios. “As igrejas cediam o salão paroquial para o funcionamento das atividades”, lembra Elizabeth. “Hoje, a Ação Social não tem funcionários nem voluntários. É muito difícil”, lamenta Lurdete.

A Ação Social foi fundada em 1989 pelo grupo de idosos “Sinhazinha” e o padre Neri Hoffman. Foi durante a visita da Pastoral da Criança nas comunidades carentes, que

foi identificada a necessidade de continu-ar o cuidado destas crianças depois dos sete anos. Em 2005, presidida pelo padre Tarcisio Vieira, foi criado o projeto Viva a Vida, que chegou a atender 50 crianças de até 14 anos.

Atividades não param mesmo com reforma da Paróquia

A falta de espaço físico dificulta as atividades da

Ação Social e cultural de São José, que já foi conhecida

pelo projeto Viva a Vida, que atendia crianças carentes dos bairros Fazenda Santo Antônio e ponta de baixo

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Vivendo a dimensão da Caridade!Ação SociAl pARoquiAl dE cAmpiNAS - São JoSé

Toda noite de quarta-feira, o sa-lão paroquial vira restaurante social. Os voluntários do projeto

“Marmitinha do Amor”, coordenado por Ignês C. Machado, oferecem um jantar para os mais necessitados, que não tem onde comer. “Às vezes, esse jantar chega a ser a primeira refeição do dia de alguém”, conta Ignês. O projeto começou em 2004, distribuindo marmitas para moradores de rua embaixo de viadutos. Atualmente as pessoas são acolhidas e fazem suas re-feições no salão paroquial, e chegam a ser distribuídas até 150 marmitas por noite.

Já na Ação Social Paroquial, a assistente social Rose e a psicóloga Andréia, com pe-quenos gestos atenciosos acolhem quem pede ajuda na porta da instituição. Os moradores de rua não estão acostumados a este tratamento. As necessidades são de toda ordem: internações em comunidades terapêuticas, exames de alto custo, envio a hospitais, creches. Todos são acolhidos com carinho, feito a triagem e dado o en-caminhamento necessário.

A Ação Social fornece ainda roupas limpas e espaço para troca. “Praticamente, quase todos esses moradores de rua são viciados em drogas ou álcool”, lamenta Rose. A rede de contatos estabelecida pela Ação Social Paroquial de Campinas não faz discriminação para ajudar uma pessoa. A instituição entra em contato

com diversas ações sociais, prefeituras, com instituições católicas ou evangélicas. “O importante é ter vontade de ajudá-los”, diz Rose.

Segundo a Assistente Social também são atendidas 60 famílias que recebem uma vez por mês cestas básicas, leite e roupas segundo suas necessidades. São as Pastorais da Paróquia, juntamente com a comunidade que fornecem os alimentos para as cestas básicas. O leite, em média de 150 caixas por mês, é conseguido através do grupo de Jovens Sopro de Vida.

Buscando ainda a melhoria da renda familiar, são promovidos diversos cursos, para profissionalização como: cabelei-reiro, manicure e pedicure, pintura em tela, tricô, violão e saxofone. Além destes projetos, a Ação Social pensa em ampliar o atendimento, buscando recursos para implantação de cursos de informática e farmácia social.

Com foco na terceira idade a Paróquia possui também o Grupo de Idosos, com a participação de voluntários e tem como coordenadora a senhora Suzete. Os en-contros são nas segundas-feiras, tendo como objetivo criar um espaço de lazer e a integração social dos mesmos.

Todas estas ações parecem pequenas num universo muito grande de sofrimento e exclusão, mas que de alguma forma ali-viam a dor de muitos irmãos e irmãs.

A paróquia Santo Antônio em campinas, em São José,

promove a “marmitinha do Amor” e chega a

distribuir 150 marmitas numa única noite

Ação Social completa 40 anos em São José

No início de 1970, Dom Afonso Niehues decretava o desmembramento das comu-nidades de Campinas, Roçado e Procasa da Paróquia São José, Capoeiras e Estreito. Era fundada, no início daquele ano, a Paróquia Santo Antônio em Campinas pelo padre Monsenhor Vendelino Hobold. “Campinas era conhecida pelo número de lideranças que coordenavam e impulsionavam as ati-vidades de mais de 30 grupos de trabalho, entre pastorais, ministérios, associações, grupos e movimentos”, afirma o pesqui-sador Paulo Elias de Souza, que escreveu uma série de reportagens sobre a história da Paróquia.

Apenas oito meses depois, em 24 de outubro de 1970, nascia a Ação Social de Campinas, atendendo as gestantes que buscavam ajuda na Paróquia. Desde o início até o ano 2000, um casal de volun-tários se destacou na história da entidade: Matilde Silveira de Almeida, conhecida co-mo Dona Tilinha, e José Alfeu de Almeida, ou seu Juca. O casal assistiu a construção da nova Matriz, percorreu as casas para arrecadar doações e ajudou na criação dos cursos profissionalizantes de corte e costura, cabeleireiro, manicure, pintura em tela e tecido e bordado.

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Ação SociAl E cultuRAl dE pAulo lopES - pAulo lopES

Lo c a li z a d a n a P ra ç a S a g ra d o Coração de Jesus, a Ação Social e Cultural de Paulo Lopes tem por

missão promover e defender os direitos constitucionais, especialmente no que se refere às Políticas Sociais Públicas. Fundada em janeiro de 1967, a entidade é reconhecida como de Utilidade Pública Municipal e Estadual. “Estamos traba-lhando para que ela seja também reconhe-cida de utilidade pública federal”, diz no relatório anual da entidade o presidente da Ação, Pe. Celso Antunes Duarte.

Com objetivo de desenvolver projetos sociais que visem a geração de trabalho e renda, a Ação Social faz parcerias com outras instituições da região, como a Secretaria de Habitação e Família do Município. Com esta união de esforços foi possível realizar cursos profissionali-

53 anos de apoio social e cultural em Paulo Lopes

Vinculada à paróquia Sagrado coração de Jesus, Ação Social e

cultural de paulo lopes promove eventos e

projetos à população de baixa renda

zantes de bijuteria, cestaria, pintura em tecidos, travesseiros e bonecas. Além dos cursos, a Ação Social mantém o grupo de mães e oferece aulas de informática para adolescentes do Ensino Médio.

Atualmente, em parceria com o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), a Ação oferece um curso para cozinheiro com formação profissio-nalizante. A oportunidade é única para

qualificar mão-de-obra e incluir famílias inteiras com a possibilidade de geração de renda.

“A Ação S o cial Arquidio cesana , através do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS), tem colaborado financeiramente com estes projetos e pretendemos oferecer mais cursos para o ano que vem em parceria com outras entidades”, diz Pe. Celso. A sede da Ação também oferece um auditório com capacidade para 100 pessoas para realização de eventos sociais e culturais e reuniões de empresas e entidades, como por exemplo, Caixa Econômica Federal, Serviço Social do Comércio (SESC), APIVALE, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ( SENAI), SENAC e Cooperativa de Eletricidade de Paulo Lopes (CERPALO).

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Ação SociAl pARoquiAl dE ENSEAdA do bRito - pAlHoçA

Nascida em dezembro de 2001, a Ação Social e Cultural Enseada do Brito (ASCEBRITO) atende mora-

dores de toda região da Enseada do Brito, que corresponde a 70% do território da ci-dade de Palhoça, próxima a Florianópolis. A região inclui a praia da Pinheira, Guarda do Embaú, e abriga parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro – maior reserva de mata atlântica de Santa Catarina. Recém-desvinculada da Ação Social de Palhoça, a ASCEBRITO promove três grandes progra-mas com apoio da pequena paróquia Nossa Senhora do Rosário.

O reconhecido programa nacio-nal Pastoral da Criança funciona na ASCEBRITO e atende 126 famílias – mais de 300 crianças. São 30 voluntárias que acompanham de perto a saúde das crian-ças, orientam as mães gestantes sobre os cuidados com o bebê antes e depois do nascimento, e as informam sobre os seus direitos. As voluntárias recebem capacita-ção voltada para novos líderes, através de cursos de horta e alimentação enriquecida, de brinquedos e brincadeiras de material reciclável e saúde bucal.

A cada 15 dias, elas se reúnem no centro de convivência da comunidade do Furadinho para produção da multimistura. “Queremos ainda estender a distribuição da multimistura para idosos e pessoas doentes, que também precisam de nossa atenção”, diz a voluntária da Ação Social e Cultural, Cleide da Silva, co-ordenadora do grupo de ido-sos. Ao todo, são 318 membros que se dividem em sete gru-pos: Amizade, Beira Rio, Santa Terezinha, São Francisco de Assis, Estrela Guia, Nossa Senhora Aparecida e Madre Paulina. O projeto reúne os idosos semanalmente para bingo, café, palestras e baile, e até produção de trabalhos manuais. “O grupo procura ser uma alternativa viável para o envelhecimento com dignidade e auto-estima”, diz Cleide.

18 comunidades atendidasAção Social e cultural

Enseada do brito desenvolve programas para a criança, o idoso e a família nos bairros

do entorno da paróquia Nossa Senhora do Rosário,

perto de palhoça

dificuldades

“A paróquia é pequena e temos poucos recursos”, avisa o presidente da ASCEBRITO, o padre João Elias Antero que trabalha na Ação Social desde 2003. “Mas conseguimos fazer todos os projetos”, con-clui. O padre conta que já há mais um pro-jeto em vista em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EPAGRI). Com o objetivo de gerar trabalho e renda na pequena comunidade às mar-gens da BR 101, Maciambu, a Ação começa a adquirir equipamentos. “Estamos prepa-rando a estrutura para plantar mudas de açaí e fazer geléia”, conta o padre.

A ASCEBRITO utiliza espaços da paró-quia, capelas da região e centros comunitá-rios para desenvolver atividades. Segundo o Plano de Trabalho 2010 da Ação, seria

necessária a implantação de uma creche, o que, de acordo com o documento, “pos-sibilitaria condições de trabalho para as mulheres e também alternativas educacio-nais para as crianças”, além de um prédio próprio da entidade. “Nossa parceria com a Paróquia tem possibilitado a execução das atividades de forma adequada. Porém a au-sência do Centro de Convivência dificulta a execução das atividades, como cursos, reuniões, encontros, pesagem das crianças, encontro dos Idosos”, escreve Padre Antero no relatório.

Em uma área que abriga 30.000 ha-bitantes e cuja principal atividade é a pesca e cultivo de marisco, ostra, berbi-gão e camarão, a Ação Social considera importante estabelecer parcerias como a Associação de Maricultores. Além dela, há aproximação também com a Casa de Cultura de Palhoça, escolas e associações de bairro. “Apesar de sua importância para o turismo e fonte de riquezas naturais há pouco investimento dos órgãos públicos em programas de habitação, saúde, sa-neamento básico, lazer e educação”, diz o padre. “Falta incentivo para qualificação e potencialização das iniciativas locais como é o caso da produção e comercialização do marisco”, conclui.

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Ação SociAl pARoquiAl dE pAlHoçA - pAlHoçA

O coordenador da Ação Social Paroquial de Palhoça (ASPP), Padre Francisco Rohling, apelida-

do carinhosamente de Padre Chico, conhe-ce por nome todos os 32 moradores do asilo Casa Santa Maria dos Anjos. Localizado em Palhoça, ao sul de Florianópolis, o asilo é espaçoso, com voluntários e funcionários atenciosos e com a higiene mantida im-pecavelmente. Já são 15 anos de história, e a casa continua a crescer: ganhará um espaço para fisioterapia.

Os recursos para manutenção vêm através de doação em dinheiro ou alimen-tos e contribuição da aposentadoria dos residentes. “Se não fossem as doações, não teria condições de manter o trabalho”, fala o estudante de direito Leonardo Celso Luz, que trabalha na casa. São 14 funcionários contratados, entre enfermeiros, técnicos e faxineiros, além de voluntários, como o médico Daniel Medeiros que os atende gratuitamente toda semana.

A estrutura da casa, de dois andares, é adaptada a cadeirantes, e agora ganhou um elevador. Os quartos possuem lençóis coloridos, e alguns deles são caprichosa-mente decorados. A casa, pela tarde, cheira a café. A enfermeira Neli Maria dos Santos organiza os residentes para o lanche e afir-ma: “Ninguém quer estar longe da família, claro. Mas tem idosos que chegam e dizem que aqui é um pedacinho do céu”.

O asilo foi criado em 1995, por inicia-tiva da Ordem Franciscana Secular de

Palhoça. As dificuldades eram grandes, assim como a necessidade de recursos para manutenção da casa. Em 2004, o Ministério Público constatou a deficiência no estado de conservação da casa e pediu suspensão na admissão de novos resi-dentes. Ao mesmo tempo, um temporal comprometeu mais ainda a estrutura do prédio. As senhoras da Ordem pediram, então, ajuda à Ação Social que “adotou” a administração da casa temporaria-mente.

Na Paróquia, fez-se uma grande cam-panha para levantar fundos para a re-forma. “Ajudem-nos com dez contos”, brincava sério o Padre Chico nas missas de domingo. A arrecadação surpreendeu a todos: mais de meio milhão de reais fo-ram angariados, e a esperança retornava. A Ordem Franciscana Secular repassa os cuidados do Asilo para a Ação Social, que mantém até hoje a administração da Casa em parceria com o Ministério Público.

Asilo também pode ser um pedaço do céu

casa Santa maria dos Anjos, coordenada pela Ação Social paroquial de palhoça, atende 32 idosos com enfermeiros,

médico, fisioterapeutas em um agradável ambiente perto de

Florianópolis

Em uma pequena e simples casa rosa, localizada no meio de comunidades carentes de Palhoça, fun-ciona a nacionalmente conhecida Pastoral da Criança. Apoiada pela Ação Social Paroquial de Palhoça (ASPP), o programa atende 750 crianças em visita domiciliar, orienta gestantes em relação ao pré-natal, organiza um Grupo de Mães, provendo ajuda financeira à família, e incentiva o aleitamento materno.

Na região atendida pela casa, são distribuídos mensalmente cerca de 700 quilos da chamada multi-mistura – farinha que contém os nutrientes necessários à criança. A coordenadora Dirce Borges começou seu trabalho há dez anos, quando ela e Padre Chico faziam o dia da pesagem das crianças indo de casa em casa. “Hoje, a fila fica imensa e fico muito feliz em dizer que agora não tem uma criança subnutrida. Antigamente tinham muitas”, conta Dirce.

Já no centro de Palhoça, atrás da Paróquia, funciona a Pastoral da Saúde com sua horta própria. São produzidos produtos fitoterápicos, que funcionam como alternativa aos medicamentos convencionais em alguns casos. “Quando tenho dor de garganta, venho aqui para pegar própolis”, conta Padre Chico. A Ação Social trabalha ainda na distribuição de 160 cestas básicas mensais no programa Pastoral do Alimento e atua no apoio à pessoa idosa através de sete Grupos de Idosos.

multimistura chega às comunidades mais carentes

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Ação SociAl poNtE do imARuim - pAlHoçA

Com poucos voluntários e muita força de vontade, a Ação Social Ponte do Imaruim (ASPI), próxima

a Palhoça e ligada à Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, atende as comu-nidades carentes da Praia, Frei Damião, da Ponte do Imaruim e Brejarú. São oferecidos grupos de idosos, cursos de manicure e dois programas: Nova Vida, voltada às gestan-tes, e Enfrentamento à Pobreza.

A secretária financeira da ASPI, Zenita Regina Lopes Dadan, conta que a entrada dos projetos na comunidade Frei Damião é particular. Conhecido por “Alemão”, o dono da mercearia principal do bairro virou uma espécie de líder comunitário e parceiro da Ação Social ao começar a organizar as demandas dos moradores. “Ele sabe quem passa real necessidade, quem ficou grávida e não tem condições e até quem precisa de roupa”, diz Zenita. “No natal passado, enchemos o carro dele de presentes e dis-tribuímos para as crianças. E a iniciativa foi toda dele”, lembra.

O cadastro da cesta básica também acontece na mercearia. As famílias que recebem até dois salários mínimos podem receber a doação. “Visitamos as famílias, analisamos suas necessidades mais urgen-tes e levamos a elas cobertores, roupas e principalmente comida”, diz Zenita. Além da própria comunidade, a ASPI mantém parceria com a OAB Cidadã, que auxilia e orienta a população através de serviços que fortalecem o exercício da cidadania.

Há também um convênio com o Governo Federal, através do PMAS, que fornece recursos para lanches e materiais das atividades do grupo de idosos. São 229 membros divididos em 5 grupos: São Judas, São Batista, Nossa Senhora de Lurdes, Nossa Senhora do Rosário e Renascer. Já no início da comunidade da Praia, aconte-cem os cursos de manicure. Dez mulheres recebem aulas teóricas e práticas, e, no fim do curso, se tornam aptas a ingressar no mercado de trabalho e iniciar uma nova etapa da vida.

Com 24 anos de idade, a ASPI mantém seu projeto mais antigo até hoje: o cuidado com as gestantes carentes. Batizado de “Nova Vida”, o programa atende em média 20 gestantes por semestre que recebem orientação sobre saúde preventiva, cuida-dos e higiene com o bebê, além de conforto espiritual. As mulheres recebem ajuda com cesta básica e no encerramento das ativi-dades um enxoval para seu bebê.

Ação promove projetos com iniciativa da comunidade

moradores da comunidade Frei damião,

da região atendida pela Ação Social da ponte de imaruim, indicam aos voluntários suas

necessidades

Ação Social se adapta às novas geraçõesCom as mulheres conquistando o mercado de trabalho, muitas mudanças ocorreram

na Ação Social da Ponte do Imaruim (ASPI). A ex-tesoureira da ASPI por quase doze anos, Sônia Maria Crepaldi, moradora da região há 42 anos, conta que antigamente trabalhava como voluntária com mais calma. “Hoje as mulheres cuidam de neto, de marido, trabalham fora e ainda se doam na Ação”, constata Sônia.

A Ação começou em 5 de maio de 1986 com o Clube de Gestantes, que ensinava as mães a produzir seus próprios enxovais. “Elas faziam fralda de pano, casaco de pelúcia, acolchoado, e ainda recebiam orientação sobre saúde”, conta Lenir Bonn, uma das primeiras voluntárias da Ação Social ao lado de seu marido, Adilson Bonn. As mães recebiam acompanhamento durante toda gestação de uma enfermeira voluntária. “Tinham muitas voluntárias. Quem sabia, ensinava”, diz Lenir.

Antigamente, muitas empresas privadas ajudavam a instituição. “Hoje temos bem menos doações. Teríamos de ter uma pessoa apenas para a função de escrever projetos e conseguir recursos”, diz Sônia. Além das mães gestantes, as voluntárias assistiam a meninas adolescentes, ensinando-as a costurar e bordar, o que trazia grande resultados. “Ocupávamos o dia delas para não ficarem na rua. Hoje, elas me cumprimentam e já tem filhos, maridos, e são ótimas pessoas”, fala Lenir.

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Ação SociAl São FRANciSco dE ASSiS - ARiRiú, pAlHoçA

Desvinculada recentemente da Ação Social de Palhoça, a Ação Social São Francisco de Assis

(ASFA) mantém projetos inovadores para o bairro Aririú e outras nove comunidades: rádio comunitária, produção de fralda geriátrica gratuita, além dos projetos de cesta básica, Pastoral da Criança e o grupo de idosos. “Mas caminhamos com muita dificuldade”, afirma o presidente da ASFA, Luiz Paulo Campos.

O maior projeto da ASFA, a fábrica de fralda geriátrica, funciona na rua João José da Silva, na sede da Ação Social, que fornece o espaço, o maquinário, a energia elétrica e alguns voluntários. A parceira do projeto, a Rotary de Palhoça, administra a produção, a aquisição da matéria-prima e a distribuição a pessoas e instituições beneficentes.

Perto da fábrica, funciona a Rádio

Comunitária São Francisco de Assis, na freqüência FM 98,3. A ideia surgiu em 1996, quando Padre Sandro de Oliveira começou a lutar por uma concessão em Brasília. Apenas em 2002, a rádio pode começar a transmitir e as atividades estão mantidas até hoje. Os recursos vêm de pequenas empresas da própria comunidade, que for-necem apoio cultural e ajudam na manu-tenção do trabalho. “Estamos caminhando para auto-sustentabilidade”, afirma Luiz

Paulo. “Mas ainda não está atrativa. Há uma concorrência muito grande com as rádios comerciais”.

Além dos projetos inovadores, a ASFA mantém os programas de cesta básica, Pastoral da Criança e grupos de idosos, que são os de maior procura. São distribuídas em média 30 cestas para famílias em situa-ção emergencial e mantidos cinco grandes grupos de idosos. Já a Pastoral da Criança, coordenada pela voluntária Olívia Petri, atende 70 famílias do Alto Aririú, a partir da capela Imaculada Conceição.

Os voluntários da Ação Social querem ir além. Estão em fase de viabilização de um projeto de reciclagem e geração de trabalho e renda ao mesmo tempo. Em parceria com a empresa de cosméticos palhocense Extrato da Terra, a Ação quer transformar material reciclado em embalagens para os produtos.

Ação Social mantém fábrica e rádio comunitária

com maquinário próprio, a Ação Social São Francisco de Assis, no bairro Aririu em palhoça, produz

fraldas geriátricas para dar gratuitamente a quem precisa

A Ação Social de Governador Celso Ramos foi criada após algumas as-sembléias feitas na época por Dom

Afonso, Ação Social Arquidiocesana (ASA) e Padre Jacob José Archeer. Após algumas reuniões foi definida a criação da Ação Social de Governador Celso Ramos, que teve como primeiro presidente o pároco da época Pe. Jacob José Archeer.

Os objetivos estatutários estão volta-dos para a defesa dos direitos constitu-cionais; desenvolver ações e projetos que fortaleçam a promoção humana, a justiça e a igualdade social, atuar em defesa do meio ambiente e desenvolver ações e projetos que visem a geração de trabalho e de renda. É a partir destes objetivos que a Ação Social de Governador Celso Ramos

vem trabalhando. Há necessidade de des-tacar que por uma série de dificuldades os projetos e ações não têm alcançado todos estes objetivos, podendo ser citada a falta de recursos financeiros e humanos.

Os trabalhos são desenvolvidos por pessoas voluntárias e que nem sempre estão disponíveis para trabalhos que exijam dedicação permanente. Diante disso Governador Celso Ramos a partir de setembro de 1986 optou por atuação vol-tada mais especificamente à pessoa idosa motivando sua organização em grupos de convivência e Clubes de Mães. Atualmente são dois Clubes de Mães implantados “Clube Rainha da Paz” e “Clube Areias de baixo”. Os grupos de idosos instituídos na matriz e comunidades: Comunidade

Areias, Grupo Menino Deus, Grupo Armação, Grupo Canto dos Ganchos (dois grupos). Cada grupo estrutura sua dinâmica de trabalho com os integrantes. As atividades estão voltadas para a socia-lização, a preservação e cuidado com a saúde, o lazer, cultura e outras ações de interesse dos idosos.

Os recursos financeiros para reali-zação das atividades são doados pelos próprios integrantes. Não há investimento algum por parte da Prefeitura Municipal. A Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes disponibiliza espaço físico, apoio e moti-vação espiritual através do Pe. José Osni Kulnen. A coordenação geral dos traba-lhos voltados à terceira idade é feita por Maria Joana Miranda dos Santos.

Ação SociAl NoSSA SENHoRA doS NAVEgANtES - goVERNAdoR cElSo RAmoS

Prioridade para a motivação à pessoa idosa

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Ação SociAl São JoAquim - gARopAbA

Com uma área de abrangência de vinte comunidades carentes, a Ação Social São Joaquim (ASSJ)

de Garopaba, a 80 quilômetros ao sul de Florianópolis, tem de se virar para arreca-dar verba suficiente para todos os projetos sociais. Desde 1998, os voluntários da Ação organizam anualmente a Quermesse Comunitária, que hoje financia não apenas o seu funcionamento, como ajuda outras 20 entidades da cidade.

A festa dura cinco dias e lota a praça do centro de Garopaba. Cada entidade ou projeto monta sua barraca e vende seus produtos, enquanto a Ação Social organiza shows e atrações culturais para chamar o público. Só no ano passado, foram arre-cadados R$ 75 mil para 17 entidades. “A maioria consegue fundos para se manter o ano todo”, diz a coordenadora da ASSJ, Rochele Maldonado. Entre as entidades, participam a Rede Feminina Combate

ao Câncer, Ass o ciação A r t e s ã o s G a r o p a b a e Instituto Amanamanha, além dos projetos da própria Ação – Pastoral da Criança, do Idoso e da Juventude e Grupo de Idosos.

Todo o esforço da orga-nização do evento é volta-do para manutenção dos trabalhos cotidianos, que são muitos. “Como somos uma entidade para todo o município, trabalhamos na organização da própria comunidade para descen-tralização dos projetos”, afirma Rochele. O projeto de maior alcance é o Música nas Comunidades, que aten-de mais de 200 crianças e adolescentes nos seus pró-prios bairros. “O objetivo é evitar deslocar a criança até o centro”, diz. As aulas são ministradas em treze salões comunitários por professo-res especializados contrata-

dos, que ensinam a leitura de pautas e cifras e técnicas para canto e violão.

Segundo a coordenadora, Garopaba é uma cidade turística mas é ao mesmo tempo carente de atividades culturais co-mo teatro, cinema ou parque. “Há também um sério problema com as drogas”, diz. De acordo com relatório da Ação, a questão afeta principalmente os jovens entre 14 e 19 anos, e a situação se agrava nos fins de verão, quando se observa o aumento de famílias em situação de risco e vulnerabili-dade social. Ano passado, foram atendidas 150 famílias no programa de cestas básicas, e 197 famílias na Pastoral da Criança.

cultura para adolescentes evita as drogas

A Ação Social de Garopaba, preocu-pada com o alto índice de uso de drogas na região, está investindo na implantação de um cineclube no salão comunitário da antiga Igreja Matriz de Garopaba, no Centro Histórico da cidade. O projeto foi contemplado pelo programa Mais Cultura do Governo Federal, que irá fornecer os recursos para compra de equipamentos e reforma do espaço. Será a primeira sala de cinema da cidade.

Futuramente, planeja-se oferecer ofi-cinas na área audiovisual para contribuir diretamente a estes adolescentes em situ-ação de risco social. Segundo o relatório da Ação Social, espera-se resgatar os jovens através deste projeto cultural. A curto prazo, a ideia é exibir filmes nacionais e promover debates tanto sobre os filmes, como sobre a realidade do público de di-ferentes idades e classes sociais.

Outros dois projetos estão em fase de implantação: a oficina da costura, que será inaugurada até 2011, e a Cozinha Comunitária. “A ideia é implantar os conceitos de economia solidária, além de capacitar as mulheres interessadas para uma nova profissão”, diz a coordenadora da Ação, Rochele Maldonado. A Cozinha irá produzir doces, salgados, pães e tortas principalmente para festas da igreja.

Sustentabilidade é chave da Ação Social de Garopaba

Ação Social São Joaquim, na praia de garopaba,

promove anualmente a quermesse comunitária,

arrecadando fundos para o funcionamento dos projetos

sociais durante o ano.

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ASSiStêNciA SociAl São SEbAStião - ANitápoliS

Tudo começou no início da déca-da de 60 quando o padre Guido Stollenwerk, pároco da Paróquia

São Sebastião de Anitápolis, precisou levar uma gestante em trabalho de parto para a maternidade mais próxima – na época, a Maternidade Carlos Corrêa em Florianópolis. “O padre percebeu que a mulher estava com risco de morte, e prometeu que se a criança nascesse bem, daria iniciativa a alguma ação lo-cal que pudesse ajudar a população de Anitápolis”, conta outro padre da cidade, Leandro Schwinden.

Da preocupação de padre Guido sur-ge, no ano de 1964, a Assistência Social São Sebastião (ASSS) e o ambulatório de mesmo nome, mantido na época com a colaboração de Voluntárias Leigas de uma Organização Católica de Assistência Social Alemã. Através da instituição alemã, padre Guido conseguiu adquirir terrenos e veículos para o centro de saúde que se transformou no conhecido Hospital Filantrópico São Sebastião.

Na década de 70, com o padre alemão Pedro Bermes, muitos projetos sociais foram realizados, como cursos profissio-nalizantes e uma escola de marcenaria. Hoje, o foco é a saúde da população por ser a maior necessidade local. “Mesmo que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Anitápolis seja baixo, existe pouca miséria”, diz o padre Leandro, que também é o presidente da Ação e atribui o fato à agricultura, base da economia da cidade.

Hoje, doze voluntários são respon-sáveis pela manutenção do Hospital, através de organização de eventos bene-ficentes como a “Feijoada do Hospital”. “Motivamos a comunidade para que ela se sinta responsável e doem através de sua conta de luz”, conta padre Leandro. “Como somos uma cidade de agricultores, recebemos também muita doação de ver-duras”, diz. O Hospital se mantém até hoje através de doações da população.

Assistência Social atua em Anitápolis há 50 anos

Assistência Social São Sebastião foi criada em

1964 para atender as comunidades carentes da pequena cidade de Anitápolis, na grande

Florianópolis

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Ação SociAl pARoquiAl dE SANto ANtôNio - itApEmA

A solidariedade em Itapema passa necessariamente pelo trabalho da Ação Social Santo Antônio,

que atende aos necessitados de todos os bairros da cidade. Algumas atividades se concentram na Casa de Caridade Madre Teresa de Calcutá, construida com doa-ções e reaproveitamento de materiais de construção.

A casa de caridade já é um exemplo de solidariedade e voluntariado. Inaugurada com a presença do bispo arquidiocesano Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, a construção de 480 metros2, com dois pavimentos, situada na rua 456, no bairro Morretes, endereço de quem está disposto a promover o bem.

O número de voluntários não pára de crescer e hoje já envolve mais de 51 pes-soas, todas devidamente cadastradas. O trabalho da Ação Social começou em 26 de setembro de 1990, mas ganhou força nos últimos dez anos, quando foi dividi-do em diaconias, grupos com atividades específicas. De acordo com a presidente-executiva da Ação, Darcy Steil da Silva, as diaconias ficam responsáveis por trabalhos como seleção e distribuição de roupas, recolhimentos de móveis, organização de brechó, assistência a doentes e idosos. As diaconias também fazem encaminhamen-to para médicos, aposentadorias, doação

de remédios, separação de alimentos, cam-panha do quilo, distribuição de alimentos e acompanham obras comunitárias.

Darcy conta que a escolha do local para a construção da Casa Madre Tereza de Calcutá levou em consideração as necessi-dades da comunidade. “Nossa intenção foi ficar mais perto dos necessitados”, destaca. Com essa aproximação, diretoria e voluntá-rios da ação são um exemplo de eficiência. Inaugurada em 17 de abril de 2010, a casa erguida com o objetivo de proporcionar promoção humana conta com uma cozi-nha industrial, refeitório, salão de beleza e depósito de roupas e alimentos no térreo. No andar superior fica a área destinada aos cursos de pintura em tecidos, corte e costura e canto para crianças e adolescen-tes. A entidade estuda implantar um curso de informática para jovens interessados em ingressar no mercado de trabalho. “A

casa tornou-se um ponto de referência da comunidade”, explica.

Uma vez por semana, a entidade tam-bém é responsável por servir sopa para mais de 400 pessoas, além de produzir ge-léia e pão para distribuição à comunidade. O próximo passo será implantar um pro-grama de fabricação de sabão e detergente com óleo vegetal usado e adquirir um carro para ajudar nos trabalhos de solidariedade. O trabalho da entidade, no entanto, vai bem mais longe. Os voluntários também desenvolvem atividades de corte de cabelo gratuito uma vez por semana, confecção de enxoval para bebês, reforma e distri-

buição de roupas, calçados e brinquedos. Outra atividade desenvolvida pela ação é a doação de alimentos às famílias carentes. Os alimentos são arrecadados em todas as igrejas do município.

O local conta ainda com uma pequena biblioteca para uso da comunidade. No final do ano, a intenção é montar o que as voluntárias chamam de Natal luz e levar as crianças do curso de canto para apre-sentações nas janelas da entidade. “Todo o trabalho é feito em parceria com empresá-rios e demais integrantes da comunidade”, destaca Darcy.

Uma referência em promoção da solidariedade humana

Reconhecimento das necessidades permitiu ações mais específicas e hoje são 51 voluntários atuando em prol de várias comunidades

da cidade. uma sede inaugurada em 2010 mostra a organização e

abriga espaços para cursos, além de outras atividades.

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ASSiStêNciA SociAl NoSSA SENHoRA do pERpétuo SocoRRo - guAbiRubA

O Serviço de Assistência Social Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (SASNSPS) foi fundado em 19 de julho de 1962, em Guabiruba, na re-

gião do Vale. A associação civil, de direito privado e ca-ráter beneficente, hoje chamada de Ação Social, tem como objetivos atuar em programas de Assistência Social com a finalidade de melhorar a qualidade de vida, promovendo a educação, a saúde e o lazer; cola-borar na formação da consciência particular e pública para que, no âmbito social, vigorem a solidariedade, a fraternidade e a justiça social; além de planejar e promover ações conjuntas com movimentos sociais e organizações não governamentais (ONGs) com a mesma finalidade assistencial e a promoção e defesa dos Direitos Humanos, assim como formar e capaci-tar agentes para o Serviço de Assistência Social e o exercício da cidadania.

Entre as várias atividades realizadas em prol da comunidade, destaca-se a formação de voluntários para atuarem com os grupos de idosos. São promovi-dos três encontros por ano, sendo cada um com um tema, como saúde preventiva. Outro destaque são os cursos de produção de geléia com o aproveitamento das frutas de época, uma forma de mostrar como as famílias podem melhorar a própria alimentação ou mesmo gerar renda.

A Ação social conta com 16 voluntários e entre vários trabalhos de auxílio emergenciais, como dis-tribuição de alimentos e roupas, estão até mesmo solução de problemas estruturais. Recentemente os voluntários fizeram, por exemplo, a reforma e construção de banheiro de uma família carente com problemas de saúde.

Trabalhar para promover educação, saúde e lazer

qualidade de vida é ter acesso aos direitos e

viver em harmonia com o ambiente. Nesta Ação Social de guabiruba as atividades seguem este

preceito

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Ação SociAl pARoquiAl São João EVANgEliStA - biguAçu

A Ação Social São João Evangelista de Biguaçu - ASSJE é uma associação civil, que presta serviços gratuitos,

em caráter permanente, fundada em 04 de setembro de 1966. A ASSJE se propõe a avançar institucionalmente no desenvol-vimento de estratégias coletivas de inter-locução pública, visando contribuir nos processos de transformação da realidade.

Para viver a sua Missão institucional que é “estar presente nas comunidades, atuando de forma participativa e cons-trutiva, visando ao resgate e à promoção da dignidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social”, vem mobilizando-se para a defesa e promoção dos direitos da população, principalmente das famílias atendidas nas comunidades. Também vem consolidando a implantação de espaços de controle social sendo uma conquista sig-nificativa para a ampliação e qualificação das políticas públicas, além de um apro-fundamento das discussões e o apoio às iniciativas concretas de desenvolvimento na construção de uma sociedade solidária e sustentável. Nesse sentido, a Ação Social tem tentado buscar o fortalecimento da sua rede local (pastorais e movimentos), municipal (outras entidades de assistên-cia) e uma maior e efetiva participação na rede ASA.

Como entidade membro da ASA, co-munga com suas diretrizes de atuação e para isso organiza-se através de quatro pro-gramas que beneficiam as comunidades de maior vulnerabilidade da região: Programa de Atenção ao Idoso que visa planejar e executar formas te atendimento e de promoção de direitos aos dezenove gru-

pos de convi-vência liga-dos a ASSJE, abrangendo c e r c a d e 590 idosos. Programa de Geração de Trabalho e Renda o qual conta com quatro grupos de traba-lhos, sendo eles o Grupo Roda Viva, Círculo do Amor, De Mãos Unidas, com foco nos trabalhos manuais como crochê, bordado, pinturas, hoje composto pelas voluntárias da Ação Social. O desafio é envolver os usuários da Ação Social como proposta de geração de trabalho e renda e no trabalho de horta comunitária, o Grupo Vida Nova do Jardim Janaína. Esta uma iniciativa dos próprios usuários da Ação Social, famílias em situação de vulnerabilidade, da comu-nidade do Jardim Janaína em 2008. Os participantes se reúnem duas vezes por semana, para o trabalho na horta e para momentos de formação, partilha, apoio mútuo e pensar o futuro do grupo.

Hoje a Horta ainda é para o consumo das famílias participantes, mas a proposta é que os produtos possam ser comercializados e gerem efetivamente renda para as famílias. Os trabalhos são distribuídos entre as par-ticipantes e a coordenação fica por conta de duas voluntárias da Ação Social. Para as questões técnicas, o Grupo Vida Nova conta com a assessoria do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO) que realiza acompanhamento sistemático. Destacamos a importância que esse espaço oportunizou para as famílias e as mudanças concretas nas suas relações familiares e com a própria comunidade.

N o

Programa de Atendimento à Família tem se estendido mais ao atendimento emergen-cial, com a doação de cestas básicas, roupas tendo cerca de 170 famílias cadastradas, além de orientações e encaminhamentos. A ASSJE tem como proposta envolver essas famílias nos Grupos de Geração de Trabalho e Renda das suas comunidades.

O Programa de Planejamento e Gestão tem por finalidade propor e executar jun-tamente com os associados e voluntários as estratégias para o cumprimento de sua Missão.

A ASSJE conta também com aulas de taekwondo que são gratuitas para as pes-soas de baixa renda e ainda com a Feira da Solidariedade, que vem ocorrendo a cada dois meses no intuito de divulgar e comer-cializar os produtos dos grupos atendidos pelo Trabalho de Geração e renda.

Horta Comunitária vai além da divisão de alimentos

Ação Social paroquial São João

Evangelista, em biguaçu, transforma o momento de cuidar da horta em terapia e

formação

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Ação SociAl pARoquiAl dA FAZENdA - itAJAí

Há 15 anos a Ação S o cial Paroquial da Fazenda, em Itajaí, tem trabalhado em

prol das comunidades empobrecidas da região da Praia Brava, Fazenda e Cabeçudas. No dia-a-dia são mantidas as atividades de atendimento às ca-rências das famílias, como doação de roupas, calçados, objetos, enxovais para bebê e remédios. São realizados even-tualmente empréstimos de cadeiras de rodas, muletas e outros equipamentos

Atualmente, o principal trabalho é proporcionar atividades específicas

com o Grupo de Idosas. São 75 par-ticipantes e se reúnem uma vez por semana. As ações só são possíveis com o trabalho voluntário de 30 pessoas que, num conjunto de esforços, fazem o bem pela Igreja e pelos atendem os mais necessitados.

As idosas possuem um grupo de dança chamado “Baila Comigo”, que se apresenta inclusive na Marejada,

festa tradicional da cidade que ocorre em outubro. Além de festividades, são oferecidas palestras sobre variados te-mas, em especial os que dizem respeito à saúde e ao bem estar.

O pároco Padre Sérgio José de Souza colabora em todos os movimentos da Ação Social. Para conseguir integrar os participantes e motivar a todos, são re-alizados eventos como dia de lazer com as famílias empobrecidas, celebrações em datas comemorativas e atividades para as crianças das comunidades.

Esforços de voluntários em prol das comunidades

Atividades focadas na inclusão social de moradores da praia

brava, Fazenda e cabeçudas

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Jovens e adolescentes aprendem in-formática para entrar no mercado de trabalho já qualificados. Famílias

são alimentadas e doações diárias de roupas usadas ajudam a melhor entender o trabalho desenvolvido pela Ação Social Paroquial São João, de Itajaí. O vai-e-vem diário de pessoas carentes no entorno da Igreja do Bairro São João, no entanto, dá uma pequena dimensão das atividades desenvolvidas na ação social. Com seis grupos de trabalho, a ação fundada em 27 de setembro de 1977 atua com a ajuda de voluntários e profissionais contratados para conseguir atender satisfatoriamente a demanda de pedidos que chegam quase que diariamente.

Os grupos são divididos nos programas Pequeno Cidadão, Sopão Comunitário, Sacolão, Grupo de Produção, Clube de

Mães e Bazar de Roupas Usadas. De acor-do com a pedagoga Marli Lázzaris Kleis, que também desenvolve um trabalho de assistente social para a entidade, o pro-grama Pequeno Cidadão está voltado à qualificação de jovens e adolescentes sem qualificação, com idade que varia de 15 a 17 anos, e interessados em ingressar no mercado de trabalho. No curso, os estudan-tes aprendem informática, secretariado e digitação. Ao final das aulas, os jovens são encaminhados para trabalhar nas empre-sas parcerias do projeto.

Ajuda emergencial - Servido toda a terça-feira para a comunidade do bairro Imaruí, o sopão elaborado com doações atende cerca de 200 pessoas a cada edição. Conforme Marli, o sacolão é destinado a atender 50 famílias previamente ca-dastradas, distribuídas nos bairros São João e Imaruí e nas localidades de Nova Brasília e Aparecida. Em média, o sacolão é doado por três meses consecutivos, mas dependendo das condições da família esse período pode ser ampliado. “Famílias com problemas sociais muito graves ou forma-das por pessoas idosas e sem condições de trabalhar, são atendidas constantemente pela ação social”, destaca Marli. O grupo de produção, por sua vez, transforma sobra de

tecidos doados por empresas parcerias do projeto em enxoval para crianças.

No Clube de Mães, as participantes aprendem a fazer trabalhos manuais co-mo tricô, crochê, corte e costura e ainda participam de um programa de terapia ocupacional. Os trabalhos são doados ou vendidos para arrecadar recursos para in-vestir em outros programas desenvolvidos pela entidade. Marli destaca que o bazar de roupas usadas faz o repasse de itens a famílias necessitadas das comunidades atendidas pela igreja. Há pouco tempo as roupas eram distribuídas aos moradores de todos os bairros de Itajaí, mas a ação resolveu concentrar o trabalho na área de atuação da igreja. A entrega é realizada todos os dias, sempre das 14h às 17h. A entidade ainda tem uma parceria com a Pastoral da Saúde, que manipula ervas me-dicinais para ajudar pessoas que precisam de algum tipo de remédio.

Ação SociAl pARoquiAl São João - itAJAí

Seis grupos de trabalho definem projeto solidário

desde 1977 voluntários e profissionais atuam para

atender as demandas, realizando seis importantes

programas: pequeno cidadão, Sopão comunitário, Sacolão, grupo de produção, clube de

mães e bazar de Roupas usadas

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Ação SociAl pARoquiAl dE coRdEiRoS - itAJAí

A Ação Social Paroquial de Cordeiros tem uma trajetória de trabalho in-tenso no atendimento às famílias

empobrecidas da região. Já fizeram casa para uma família muito carente, conse-guiam passagens para acompanhamento em outros estados por motivo de doença e fizeram muitas doações de medicamen-tos, roupas, fraldas, alimentos e suplemen-tos para crianças.

Hoje o trabalho está focado na do-ação de alimentos e doação de alguns remédios mais urgentes. A equipe está pequena, mas mesmo assim continuam fazendo visitas nas casas das pessoas que procuram a Ação Social para averiguar a real necessidade dessas famílias. A Ação Social possui cerca de 20 famílias cadas-tradas e toda segunda quarta-feira do mês são entregues os chamados sacolões

com alimentos. Muitas dessas famílias não tem condições nem de virem buscar os alimentos, então algumas pessoas da equipe fazem a entrega.

Os recursos da Ação Social são obtidos na própria comunidade. Em conjunto com a paróquia, a Ação Social teve no grupo pessoas da área da saúde que acompanha-vam as visitas nas casas, prestando assim um atendimento aos que não tinham

condições de ir ao posto de saúde. Entre as atividades realizadas, desta-

cam-se a produção de sabão, a fabricação de pães, além do sopão, tudo entregue às pessoas mais necessitadas. No final de cada ano eram feitas confraternizações, com toda equipe de voluntários e com as famílias atendidas, sendo distribuídos presentes às crianças numa grande cele-bração da solidariedade.

Visitas atestam necessidades e confortam famílias

trajetória teve atuação intensa, mas hoje é

mais concentrada na doação de alimentos e

remédios

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Ação SociAl pARoquiAl dE São VicENtE - itAJAí

As quintas-feiras têm um significado todo especial para as voluntárias da Ação Social da São Vicente, do

bairro São Vicente, em Itajaí. O dia é de-dicado ao trabalho na horta comunitária. Com uma área de cerca de 4 mil metros quadrados, a pequena lavoura se transfor-mou na “menina dos olhos” da ação social. A horta, preparada em terreno cedido pela prefeitura em regime de comodato, é tão importante para a comunidade que até o pároco da igreja São Vicente de Paula dá a sua contribuição.

De seus canteiros, saem hortaliças orgânicas como couve, alface, cebola e be-terraba, que vão parar na mesa das famílias da comunidade e até mesmo de outros bairros. As vendas são feitas diretamente na ação social ou na feirinha de produtos agrícolas promovida no pátio da igreja. Há quem prefira reservar os alimentos com as participantes do projeto.

Com o dinheiro do comércio de hortali-ças, a diretoria da ação social vai dando luz à promoção da dignidade humana entre as famílias cadastradas na entidade. “Só não

vendemos mais porque a produção é pe-quena”, conta a presidente da ação social, Dorli Furlin Cordeiro. O sucesso da horta é tão grande que voluntárias e diretoria da ação participam de cursos sobre produção orgânica em outras regiões do Estado, sempre procurando valorizar a atividade, conservar a vida do planeta e garantir um alimento sem agrotóxico à população.

Quando não estão na lavoura, as vo-luntárias da ação social ensinam a fazer trabalhos manuais e estimulam a geração de renda entre as famílias do bairro. Dorli explica que o grupo de geração de renda, juntamente com o da horta comunitária, é

um dos mais atuantes da ação. No grupo, as par-ticipantes aprendem a fazer trabalhos manuais como tricô, crochê, bor-dado, corte e costura. “Os trabalhos são vendidos, com o dinheiro retornan-do para as participantes”, destaca Dorli.

Horta comunitária ajuda a levar dignidade às famílias carentes

um ciclo virtuoso: da terra saem hortaliças sem agrotóxicos,

dos resultados da venda vêm os recursos para outras ações

e assim toda a comunidade ganha com educação

ambiental e possibilidades de desenvolvimento sustentável

Histórico da entidade

Fundada em 26 de dezembro de 1988, a Ação Social São Vicente, de Itajaí, atende os moradores da comunidade com doa-ção de roupas e alimentos para famílias cadastradas, mas a entidade também ajuda famílias em caso de emergências. A presidente da Ação Social destaca que o grupo de geração de renda conta com 25 mulheres.

Conforme Dorli, todas as famílias atendidas são cadastradas na ação social. Ela explica que o cadastramento é uma maneira de evitar que as doações acabem parando nas mãos de pessoas que não es-tão precisando do benefício. Como todo o trabalho é realizado por voluntários, para atender a comunidade, além de contar com o dinheiro arrecadado na venda dos produtos da ação, a entidade também recebe ajuda de empresas e da própria comunidade do bairro.

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Ação SociAl pARoquiAl São luiS goNZAgA - bRuSquE

O trabalho da Ação Social São Luiz Gonzaga, de Brusque, começou cedo. A data de fundação remete

ao dia 4 de agosto de 1949, período em que um grupo de rapazes da comunidade começou a se mobilizar para promover a ação social entre os moradores da cidade. Ao longo de 51 anos de atividades, a ação esteve voltada ao enfrentamento da po-breza que atinge famílias carentes.

De acordo com a diretora da entidade, Marlene Schaefer Petruschky, o trabalho da ação consiste em levar roupas, cal-

çados e até moveis a quem precisa. Ela con-ta que, antes de fazer a doação, as voluntárias da entidade visitam as casas das famílias para que as doações sejam para quem realmente precisa. Dos funda-dores, João Antônio Schaefer é o único que permanece vivo.

Marlene conta que,

com o passar dos anos, o trabalho come-çou a ser realizado por voluntárias mu-lheres, mas os objetivos permaneceram os mesmos dos fundadores. A ação conta atualmente com nove clubes de mães, to-dos voltados à realização de trabalhos ma-nuais como bordado, tricô, crochê, corte de costura, além de sete clubes de idosos. O clube de mães, conforme Marlene, aten-de cerca de 200 pessoas. Já a participação de idosos gira em torno de 630 pessoas. Com reuniões semanais, o clube dos ido-sos realiza palestras, exercícios físicos, hora da reflexão e baile da terceira idade. Além de muita animação, o baile é regado a bolo, lanches e sanduíches.

Os idosos também participam de ativi-dades como desfiles cívicos e da abertura da Festa Nacional do Marreco, de Brusque, sempre caracterizados com trajes típicos da cultura italiana, alemã, polonesa, en-tre outras etnias que ajudaram a formar a população local. A ação também faz atendimento a gestantes carentes. Ao final do curso de cinco palestras, as gestantes recebem um enxoval. Em média, são

atendidas 140 gestantes por ano. Marlene explica que o enxoval completo é feito pe-las voluntárias. As palestras são ministradas por médi-cos, enfermeiros, psicólogos, que abordam temas como relacionamento humano e conscientização dos direi-tos e deveres das pessoas. A ação também desenvolve um trabalho específico nos hospitais do município e promove campanhas do aga-salho, com coleta de roupas para repassar aos carentes e bazares para vendas de produtos. Com o dinheiro, as voluntárias mantêm o trabalho de solidariedade que vem realizando há mais de sessenta anos.

Trabalho começou com um grupo de homens

Este é um exemplo de histórico de enfrentamento da pobreza

em brusque. da assistência para a inclusão, as atividades

hoje são orientadoras e envolvem mais de 200 pessoas

nos clubes de mães e 630 no clubes de idosos.

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Ação SociAl pARoquiAl dE SANtA cAtARiNA - bRuSquE

Cerca de dez anos antes do estatuto da Ação Social Santa Catarina, do bairro Cedro, em Brusque, ser

elaborado, um grupo de voluntárias já se reunia com a finalidade de ajudar pessoas necessitadas. De acordo com a coorde-nadora da Ação Social, Isabel Morelli, o trabalho começou a ser realizado em 1993, quando algumas moradoras do bairro começaram a perceber que, unindo forças, poderiam ajudar quem precisa. Dez anos depois foi criado o estatuto ofi-cial da entidade que tem como princípio levar um pouco de dignidade para quem precisa sem se preocupar em saber quem são essas pessoas.

Com a elaboração do estatuto, a entidade preparou um plano de traba-

lho mais definido, mas que continuou a ser realizado com a participação de voluntários. Isabel conta que, graças ao envolvimento das voluntárias, são desenvolvidos cursos de gestantes para famílias carentes, onde são realizadas palestras com temas variados e entrega de enxovais para os bebês. Em média, o grupo atende 50 gestantes por ano, futuras mamães que participam de sete palestras.

Além dos cursos de gestantes, a ação social também faz doação de roupas e entrega de cestas básicas à famílias ca-rentes do bairro, sempre com a ajuda da comunidade. O dinheiro para a compra das cestas básicas, conforme Isabel, é re-sultado do bazar de roupas, onde as peças

são vendidas a preços populares.A entidade também faz doação de

remédios, bem como empréstimo de cadeiras de roda, muletas, andadores e colchões d’água. Boa parte deste mate-rial, segundo Isabel, é devolvido quando os pacientes melhoram. Outro trabalho de sucesso realizado pela ação é o Clube de Mães, que é também responsável por fazer trabalhos manuais, além do baile da melhor idade.

A venda de trabalhos manuais do Clube de Mães é outra fonte de renda da Ação Social. Conforme a coordenadora, uma vez por mês é realizado o sorteio de um jogo de cama entre os idosos, como forma de estimular a participação nas promoções organizadas pela entidade.

Envolvimento de voluntários garante sucesso das ações

inclusão social para mães e gestantes, além

de assistência social para famílias carentes,

modificaram o bairro cedro. um plano de trabalho ajuda a desenvolver as atividade.

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SociEdAdE dE pRomoção SociAl E cultuRAl SANtA tERESiNHA - bRuSquE

A i m p o r t â n c i a d a S o c i e d a d e Promoção Social Cultural Paróquia Santa Teresinha do Bairro Santa

Terezinha, em Brusque, vai muito além da simples promoção social. De acordo com a presidente da entidade, Célia Benvenuti Fantini, a ação é responsável pela doação de cestas básicas, enxovais, colchões, além de organizar cursos de gestantes em parce-ria com a Secretaria Municipal de Saúde, entre outras atividades também voltadas a atender famílias carentes do bairro.

Fundada em 27 de julho de 1974, a ação social nasceu com o objetivo de desenvolver atividades sob o princípio da legalidade, impessoabilidade, publicidade, economicidade e eficiência, sem fazer discriminação de origem, raça, cor, sexo, idade ou credo ou quaisquer outras formas de discriminação. Segundo Célia, entre as ações desenvolvidas pela entidade está a promoção de atividades voltadas para crianças, jovens, adultos e idosos.

A entidade também se preocupa em

defender os direitos constitucionais, es-pecialmente ao que se refere às políticas públicas, planejar e desenvolver ações conjuntas com associações, movimentos pastorais, bem como a defesa e promoção dos diretos humanos. “Também faz parte dos objetivos da sociedade fazer parcerias com o poder público e a iniciativa privada e desenvolver ações e projetos sociais e culturais que visem à defesa da cidadania, da socialização comunitária e a geração de trabalho e renda”, destaca.

Atuando com um quadro de 20 volun-tárias, um dos carros-chefes do trabalho da sociedade é o programa de gestação feliz, qu leva às gestantes do bairro cursos sobre cuidados com o bebê, gravidez e parto, aleitamento materno, planejamento familiar, dicas de uma boa gestação e ali-mentação na gravidez. Ao final do curso, as gestantes que participaram de todas as palestras recebem um enxoval completo para o bebê.

Outro importante trabalho desenvol-

vido pela entidade é o atendimento ao idoso, que reúne cerca de 70 pessoas. Ela explica que maioria deles vem de famílias bem carentes, que também recebem cestas básicas e participam do coral da terceira idade. O trabalho de ação social da enti-dade envolve ainda doação de colchões, de agasalhos e de edredons, a maioria doada por empresas parcerias. Como não tem uma fonte de arrecadação fixa, a ação social conta com recursos de promoções promovidas pela própria entidade como bingos e bazares.

Com o crescimento econômico vi-venciado em Brusque, a ação social tem atuado principalmente com famílias pobres que chegam a cidade em busca de oportunidades de emprego. “A maioria das novas famílias que atendemos são de pessoas que vieram morar em Brusque em busca de emprego”, destaca. O trabalho é desenvolvido principalmente em parceria com o município, que responsável pela assistência social.

Muito além da

promoção social

o trabalho em rede, com outras associações e movimentos

pastorais, permite potencializar mais as atividades e beneficiar

mais comunidades. A colaboração na implantação das políticas

públicas também contribui com o desenvolvimento social.

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Ação SociAl pARoquiAl dE São JoSé - botuVERá

A Ação Social Paroquial São José de Botuverá, também designada de Ação Social Leão Dehon, foi

fundada em 13 de março de 1998 por meio da mobilização feita pela Ação Social Arquidiocesana (ASA) junto à comunida-de botuveraense.

Percebendo os inúmeros trabalhos realizados e a importância que a Ação Social possuía na animação, orientação, promoção, organização e contribuição para a transformação e desenvolvimento da sociedade, resolveu-se então, fundar e constituir a Ação Social Paroquial São José. Outro fator que incentivou a criação foi porque no município de Botuverá não existia uma entidade constituída capaz de defender e zelar pelos interesses sociais, educacionais e culturais das comunida-des.

Entre os objetivos da Ação Social estão

a promoção da assistência social, da edu-cação de base e humana, bem como even-tos culturais como exposições, festivais de artes, espetáculos teatrais, de dança, de música, de ópera, de circo e atividades congêneres, visando sempre à manuten-ção dos valores culturais da região.

Destaca-se ainda como objetivo a promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais. Para isso é

preciso dar condições e possibilidades à sociedade, ao acesso à assistência social, a educação de base, a saúde, ao desporto, e, ao mesmo tempo, defender o patrimônio cultural brasileiro, conscientizar e formar voluntários a desenvolverem trabalhos sociais gratuitos.

Durante o ano de 2009, a entidade desenvolveu atividades como a formação educacional de estudantes empobrecidos, curso musical e instrumental de violão, oficina de costura dos idosos de Botuverá, além da realização da Centenária Festa de São José, apoio ao Coro Giuseppe Verdì e ainda aquisição de materiais e equipamentos de saúde aos médicos do município.

Através da música, os voluntários tem conseguido alcançar bons resultados de participação da comunidade em todas as ações da Paróquia.

Educação, música e costura: inclusão para todos

Ação Social trabalha com foco na promoção humana, propiciando mais acesso à

saúde e criando incentivos à educação e às artes

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Ação SociAl NEotRENtiNA - NoVA tRENto

Bem no centro de Nova Trento, cidade conhecida pelo santuário de Santa Paulina, funciona a Ação Social

Neotrentina (ASN), ligada à Paróquia São Virgílio. Em uma pequena sala, dentro de um galpão da prefeitura – onde funcionava antigamente um Seminário – acontecem os mais diferentes projetos. Organizadamente, há o canto para doação de roupas, para as aulas de informática, tricô, crochê e pintura em tecido. Tudo em um mesmo ambiente.

Ali, são desenvolvidos três dos quatro projetos oferecidos pela Ação Social. Ao lado de 15 computadores do projeto Inclusão no Ensino Digital, funciona o Projeto para Auxílio de Superação de Carências, que ensina mulheres a fazer tricô, crochê e pin-tura em tecido. A presidente da Ação Social, Eunice Bittencourt, conta que o benefício vai além do aprendizado da técnica. “Aqui vira um espaço de socialização, onde se aprende e se ensina através da troca de experiências. Uma verdadeira terapia”, diz.

No outro canto da sala, funciona o pro-jeto “Mulheres em Ação pela Superação”. Em parceria com a ASA através do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS), foram adquiridas má-quinas de costura e o material necessário para o projeto. “É feita a reciclagem da roupa antes de ela ir para doação, e produzida uma estopa com re-

talhos de tecidos doados”, explica Enelita Medeiros, secretária da ASN. As estopas são vendidas para empresas da região e ajuda na arrecadação de recursos para manutenção da entidade. Em outra ação, é produzido sabão caseiro com óleo de cozinha usado trazido pela comunidade. O sabão é ven-dido e os recursos são usados para compra de outros materiais que servem na própria fabricação do produto.

Porém, um dos maiores projetos acon-tece fora da sede, na comunidade Mato Queimado, local da cidade mais atingido pela enchente de novembro de 2008. Com recursos angariados nas campanhas de so-lidariedade às vítimas, a Ação Social foi além da assistência emergencial. “Recebemos proposta de ter verba para ajudá-los não apenas materialmente, mas que os ajudasse a caminhar com as próprias pernas”, conta Enelita.

Foi criado o Projeto Desenvolvimento Comunitário, com palestras de formação sobre todos os temas em torno do prota-gonismo, como políticas públicas, econo-mia solidária e saúde, além de aulas de

violão e culinária. O resultado deste tra-balho é a criação da Associação de Bairro Mato Queimado, que já pensa em ir sozinha em busca da constru-ção de um campo de futebol para as crian-ças e uma creche.

Nova Trento: do assistencialismo ao “ensinar a pescar”

Ação Social Neotrentina começa ajudando pessoas doentes

Há 25 anos, nascia uma nova institui-ção católica na cidade de Santa Paulina. A trinta quilômetros de sua casa, quando nem existia o grande santuário, foi criada a Ação Social Paroquial de Nova Trento, ligada à Paróquia São Vírgilio. O pároco da época, padre Vicente, com experiência de trabalho em colégios, levantou a docu-mentação necessária para formalização da entidade. Ao lado de padre Benno Brod e de um grupo de voluntários, começam as ações voltadas aos carentes.

Uma das grandes dedicadas à Ação Social na época era a neotrentina Dona Quinha. Enquando padre Vicente mon-tava o estatuto, registrava no cartório e inscrevia a entidade no Conselho Nacional de Assistência Social, Dona Quinha tra-balhava direto com as pessoas doentes e necessitadas, na primeira ação da história da ANS. Hoje, muitos projetos deram lugar a este atendimento, mas os ministros da eucaristia continuam a visitação.

A população de Nova Trento costumava – e costuma – doar muita roupa, e a insti-tuição começou a organizar o recebimento e distribuição a quem precisava. “Naquele ano, em 1985, a Ação funcionava em frente à paróquia, onde agora constroem o novo salão paroquial”, lembra padre Benno. “A sala ficava lotada de roupas doadas pela comunidade”, diz. Em uma população de apenas 13 mil pessoas, Nova Trento até hoje continua solidária doando roupas e calçados.

Ação Social Neotrentina, a 70 quilômetros de Florianópolis, desenvolve projetos sociais de incentivo a tomada de ações contra carência pela própria

população atingida

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Mapa da Arquidiocese

de Florianópolis

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