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Santa Casa da Misericórdia de Aveiro Centro de Educação de Infância “Casa da Cruz” Projecto Educativo 2011/2016
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Santa Casa da Misericórdia de Aveiro Casa da Cruz
Centro de Educação de Infância
Projecto Educativo
Quem somos nós…
2011/ 2016
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Índice
Nota introdutória ………………………………………………………………………………………………………………………… 3
I – Caracterização do Centro de Educação de Infância da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro….… 4
1. Dados geográficos
1.1. Aveiro – um pouco da sua história ………………………………………………………………... 4
1.2. Esgueira – do passado ao presente …………………………………………………………....... 5
2. Estrutura organizacional e funcional
2.1. Santa Casa da Misericórdia de Aveiro: os serviços que presta …………………….... 8
2.2. Centro de Educação de Infância “Casa da Cruz”………………………………………………. 9
II – Pressupostos do projecto educativo ………………………………………………………………………………………10
1. Objectivos do Projecto Educativo
1.1. Fundamentação e duração do Projecto Educativo …………………………………………10
1.2. O papel do profissional de educação de infância ……………………………………….… 13
2. Finalidades e organização da educação de infância
2.1. As Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar ………………………….… 14
2.2. As Metas de Aprendizagem da Educação Pré-escolar ………………………………..… 15
III – Proposta curricular ……………….....…………………………………………………………………………………………. 16
1. Avaliação da acção educativa
2. Actividades educativas e actividades extra-curriculares
2.1. Plano Anual de Actividades …………………………………………………………………………. 18
Anexos
Organigrama
Funções, responsabilidades e competências
Horários do pessoal
Regulamentos Internos das valências
Horários das actividades extra-curriculares
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Nota introdutória
"Tudo o que devo saber mesmo para viver, que fazer e como ser, aprendi-o num Jardim Infantil.
A sabedoria não estava no cume da mais alta montanha, no último ano de um curso superior, mas
no recreio da minha escola.
Cá estão as coisas que aprendi:
Partilhar tudo com os companheiros.
Respeitar as regras do Jogo.
Não bater em ninguém.
Guardar as coisas no sítio onde estavam.
Manter sempre tudo limpo.
Não mexer nas coisas dos outros.
Pedir desculpa quando se magoa alguém.
Lavar as mãos antes de comer.
Puxar o autoclismo.
Biscoitos quentes e leite frio fazem bem à saúde.
Viver uma vida equilibrada: estudar, pensar, desenhar, pintar, cantar, dançar, brincar, trabalhar,
fazer de tudo um pouco todos os dias.
Dormir a sesta todas as tardes.
E ao sair à rua ter cuidado com o trânsito, dar a mão ao companheiro e prestar atenção à
professora…"
Robert Fulghum
“"Tudo o que sei aprendi no Jardim infantil"
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I – Caracterização do Centro de Educação de Infância da Santa Casa da Misericórdia de
Aveiro
1. Dados geográficos
1.1. Aveiro – um pouco da sua história
Aveiro integra-se numa região plana e aquosa, com o Oceano Atlântico a Oeste, correndo a
nascente/norte o Rio Vouga que desagua na Ria. Deste modo, e por “força da natureza”, formou-se
um porto lagunar e marítimo.
Aveiro foi elevada à categoria de vila no século XIII. Dois séculos mais tarde, no ano de 1432, por
intermédio de D. Duarte, realizou-se pela primeira vez uma feira franca que perdurou até aos dias de
hoje e que é conhecida por Feira de Março. O feriado municipal assinala o dia do falecimento, a 12
de Maio de 1490, da Infanta D. Joana, filha de D. Afonso V.
Em 1759, Aveiro ( Figura 1) foi elevada a cidade por D. José I. Mais tarde, a participação activa de
alguns aveirenses nas Lutas Liberais do século XIX teve grande influência no desenvolvimento da
cidade. Salienta-se o papel preponderante de José Estêvão Coelho de Magalhães na fixação da actual
Barra e no desenvolvimento dos transportes.
Actualmente Aveiro, inserida na região da Beira Litoral, é capital de distrito e sede de Concelho, de
Diocese e de Comarca estando delimitada a norte pelo distrito do Porto e a sul pelo distrito de
Coimbra. Do Concelho de Aveiro fazem parte as freguesias de Aradas, Nª Sª de Fátima, Cacia,
Oliveirinha, Eirol, Requeixo, Eixo, S. Bernardo, Esgueira, S. Jacinto, Glória, Sta. Joana, Nariz e Vera
Cruz. Trata-se de uma cidade de média dimensão que sofreu um grande desenvolvimento nos
últimos anos.
Figura 1 – Bandeira de Aveiro
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A óptima localização geográfica da cidade favoreceu a fixação da população, que encontrou nas
salinas, na pesca e no comércio marítimo os seus factores de desenvolvimento. Importantes,
também, são as indústrias agro-alimentares, de confecção de vestuário e metalomecânica.
Relativamente aos monumentos históricos religiosos mais importantes destacam-se:
A Sé de Aveiro, datada do final do séc. XV com uma fachada Barroca e torre lateral;
A Santa Casa da Misericórdia, com a sua igreja de estilo Maneirista;
A Igreja das Barrocas, de 1732, de estilo Barroco e a Igreja das Carmelitas;
O Museu de Aveiro, que até 1911 era designado Convento de Jesus, construído na segunda
metade do séc. XV, que exibe uma valiosa talha dourada e alberga o túmulo da Princesa
Santa Joana.
Em termos de gastronomia aveirense, salientam-se os deliciosos ovos-moles, a caldeirada de enguias
e os vários pratos confeccionados com bacalhau. No campo do desporto, destacam-se as seguintes
organizações da cidade: o Sport Clube Beira-Mar, o mais ecléctico da cidade; o Taboeira com a sua
escola de mini-foot e de futebol; o Esgueira, em basquetebol; e o Alavarium, no andebol.
Integrada na região de turismo Rota da Luz, Aveiro e a sua Ria – apelidada por muitos de Veneza
Portuguesa – proporcionam encantadores passeios a bordo do barco moliceiro e que, em termos
paisagísticos, são considerados únicos devido às particularidades que a nossa Ria apresenta:
podemos encontrar zonas dedicadas à salicultura, marinhas, nomeadamente o Museu da
Troncalhada, local de onde se extrai o sal, depois de todo o seu processo de salinização.
No parque municipal podemos encontrar diversas zonas de desporto e de lazer.
Na época balnear, podemos usufruir das belíssimas praias de S. Jacinto, com uma reserva dunar
natural de aproximadamente 1020 hectares, bem como outras mais próximas da cidade, ainda que
pertencendo ao concelho vizinho de Ílhavo: as praias da Barra e da Costa Nova do Prado. Por toda a
cidade podemos encontrar instâncias hoteleiras e uma oferta cultural e de animação diversificada.
1.2. Esgueira – do passado ao presente
Esgueira situa-se na antiga linha da costa, sendo hoje uma freguesia integrada na cidade de Aveiro.
Esta freguesia é constituída por vários lugares: Senhor do Álamo/Cruzeiro, Agras do Norte, Bairro do
Vouga, Caião, Cabo Luís, Bela Vista, Zona Industrial, Taboeira, Quinta do Simão, Mataduços e Paço.
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Figura 2 – Pelourinho de Esgueira
A história de Esgueira remonta a tempos antigos, embora o documento onde aparece pela primeira
vez o seu nome, data o ano de 1050. A situação geográfica de Esgueira permitiu até ao século XVII a
exploração de marinhas de sal com um comércio activo e uma intensa vida marítima durante séculos,
tendo sido elevada a cabeça de comarca com jurisdição sobre 31 vilas e 10 concelhos. Recebeu foral
do conde D. Henrique em 1110. Esta vila foi alargada pelo nosso primeiro rei em 1176, com a doação
de Taboeira e outras. Foram-lhe concedidos três Forais: o primeiro pelo Conde D. Henrique em 1110,
o segundo ampliando o primeiro, pelo Rei D. João IV em 1347, o terceiro documento da história de
Esgueira é o foral outorgado por D. Manuel I em 8 de Junho de 1515 (o principal documento da
história de Esgueira) data que comemoramos anualmente com realização de eventos diversificados
durante o mês de Junho, denominados por “Esgueiríadas”. Como todos os forais manuelinos, o de
Esgueira tem grande interesse para a história fiscal e económica, com referências às marinhas de sal,
às lezírias, aos maninhos, baldios, etc.
Acerca do topónimo existem várias versões entre as quais se destacam a do Monsenhor João Gaspar,
em que “Iscaria” significaria Outeiro, elevação rochosa sobranceira à Ribeira (local onde está
implantado o actual Pavilhão do Clube do Povo de Esgueira) – antigo Parque do Outeiro. Mas
segundo Artur Leite, estudioso da história de Esgueira, teria origem na palavra celta “ Iasg”, nome de
um peixe, ou “Iasgar” ou “Eisgar”, nome do pescador. Os tês símbolos consagrados da autonomia
administrativa de uma povoação eram, desde tempos remotos, o foral, o selo concelhio e o
Pelourinho (Figura 2).
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Os ornatos do antigo brasão da Vila de Esgueira são os que constam no seu antigo e famoso selo, em
latão, que se presume ser coevo do foral manuelino, assim como o seu Pelourinho, da primeira
metade do século XVIII, símbolos da antiga importância e regalias municipais de Esgueira. A
povoação de Esgueira é bastante antiga; existe a referência de achados de esqueletos de
embarcações muito antigas que provam a existência de um importante porto marítimo. Nesta vila
viviam numerosas e abastadas famílias nobres e foi também distinguida com a comenda da Ordem
de Cristo. Em 1779 teve, por desembargo real, uma cadeira de instrução e só após 100 anos é que
foram instaladas duas salas de aula para ambos os sexos. Como sinal do poder municipal resta o
Pelourinho (Figura 2), que é monumento nacional, e a sede da antiga Câmara Municipal. O selo
municipal, ainda existente, representa as armas da vila, onde se pode ver um navio envergado,
flutuando nas ondas do mar, o símbolo do sol e da lua, legendado por S. CONCILI ISGARIE, que
significa selo do concelho de Esgueira. O brasão de Esgueira, actualmente, foi bordado na bandeira
autárquica com as cores azul, castanho, preto, amarelo, vermelho e verde.
O afastamento progressivo da linha da maré ditou a decadência da população, que no século XVII já
integrava a comarca de Coimbra. No século seguinte readquiriu a sua independência, passando a ser
uma das nove comarcas que constituíram a província da Beira. Entre 1528 e 1836, Esgueira foi um
Concelho, constituído pelas freguesias de Esgueira, Cacia, Navió e Palhaça. O decreto de 6 de
Novembro de 1836 veio extinguir o Concelho, anexando Esgueira a Aveiro na qualidade de simples
freguesia.
Quanto à demografia e área, a freguesia de Esgueira é uma das maiores e a mais populosa do
Concelho de Aveiro. Esgueira tem uma área de 17,72 km2 e aproximadamente 19000 habitantes.
A área escolar de Esgueira é constituída por vários serviços públicos e privados de Creche, Jardim-de-
infância, Centros de Apoio ao Estudo, Ensinos Básico, Secundário e Superior.
Em Esgueira, cerca de 60% da população é activa. Nesta freguesia, as principais actividades
económicas são a agricultura – existe uma pequena zona onde esta actividade é exercida: nas Agras;
a indústria – existe a zona Industrial situada em Taboeira que se encontra muito desenvolvida aos
níveis automóvel, químico e cerâmico, oferecendo vários postos de trabalho, nomeadamente aos
habitantes de Esgueira; os serviços – relativamente ao sector terciário, ainda que os serviços mais
importantes se encontrem no centro da cidade, podemos encontrar algumas delegações destes
mesmos serviços na freguesia; e o comércio – grande parte do comércio da freguesia é tradicional.
No centro de Esgueira também existem dois pequenos centros comerciais com diversas lojas.
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Na área da saúde, a população de Esgueira têm assistência hospitalar no Hospital Distrital de Aveiro,
em Instituições privadas de saúde e nos vários Centros de Saúde locais.
Algumas instituições desportivas também estão sediadas na freguesia. Em 1956, foi fundado em
Esgueira, a Associação Desportiva Sport Clube de Esgueira, que desenvolve a prática do basquetebol.
Ao nível recreativo, a Casa do Povo de Esgueira promove a prática de desportos vários e cursos de
formação. Recentemente foi criado uma escola de dança que apoia crianças e jovens que queiram
praticar esta modalidade.
Relativamente à etnografia, as romarias da freguesia são em honra de Nossa Senhora do Rosário e
de Nossa Senhora da Alumieira. Na actividade artesanal salientam-se a cerâmica artística e a pintura.
As principais redes de transportes públicos são asseguradas pela Moveaveiro e pela Transdev. Para
além desta rede pública de transportes encontra-se ainda disponível, no centro de Esgueira, um
serviço de Táxi.
2. Estrutura organizacional e funcional
2.1. Santa Casa da Misericórdia de Aveiro: os serviços que presta
A Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, como a quase totalidade das suas congéneres, já ultrapassou
os seus 500 anos de existência, sólida e teimosamente ao serviço de todos aqueles que necessitam
dos seus diversos serviços. Tem ao dispor de toda a comunidade Aveirense:
Na Rua de Coimbra (Glória, Aveiro)
Serviços administrativos;
Igreja aberta ao público;
Serviços religiosos;
Serviços de conservação, restauro e arquivo;
Acompanhamento à população beneficiária do Rendimento Social de Inserção (RSI);
Serviços de apoio ao Complemento Solidário para Idosos (CSI);
Eventos com marcação prévia (visitas guiadas, casamentos e missas especiais).
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No Complexo Social da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro (Moita, Oliveirinha)
Serviços administrativos do complexo social;
Serviços financeiros;
Lar;
Centro de Dia;
Serviços de apoio domiciliário;
Casa Abrigo;
Unidade de medicina física e de reabilitação;
Núcleo Alzheimer Portugal.
No Centro de Educação de Infância “Casa da Cruz” (Esgueira, Aveiro)
Serviços administrativos do centro de educação de infância;
Serviços de coordenação pedagógica
Jardim de Infância;
Creche;
Creche Familiar.
Figura 3 – “Casa da Cruz”
2.2. Centro de Educação de Infância “Casa da Cruz”
O edifício da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, conhecido como a “Casa da Cruz”, fica situado na
Rua Bento Moura, n.º 14, em Esgueira. Este palácio setecentista, na década de 70 do século passado,
ameaçando ruína, foi doado à Câmara Municipal de Aveiro pelo Almirante Vicente Almeida D`Eça,
tendo sido depois cedida, pelo executivo municipal, à Santa Casa da Misericórdia de Aveiro para ali
desenvolver acção social.
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A Santa Casa da Misericórdia de Aveiro decidiu demolir o deteriorado edifício e reconstruí-lo
conforme a traça original, passando aí a funcionar um Centro de dia e Lar de idosos. No ano de 1986,
e depois de profunda remodelação, esta casa secular começou a funcionar efectivamente como
“Centro de Dia” para idosos, substituindo o que a instituição tinha a funcionar provisoriamente,
desde 1982, num edifício na Avenida Dr. Lourenço Peixinho.
Depois de construído o Complexo Social da Moita, em 1996, a “Casa da Cruz” foi novamente
abandonada e só em Outubro de 1998 foram aqui instaladas, até aos dias de hoje, as valências de
apoio à infância do agora designado Centro de Educação de Infância, que são:
Jardim de Infância – oferece três salas com capacidade total para 60 crianças, sendo cada
uma delas orientada por uma educadora de infância e auxiliada por uma ajudante ou auxiliar
de acção educativa;
Creche – é composta por três salas: sala dos 4/12 meses, sala dos 12/24 meses e sala dos
24/36 meses. Dispõe de uma capacidade máxima de 43 crianças, distribuídas pelas referidas
três salas. Cada uma destas salas tem uma educadora e duas ajudantes ou auxiliares de
acção educativa que em conjunto satisfazem todas as necessidades das crianças das
diferentes faixas etárias.
Creche Familiar – neste momento prestam serviço ao Centro de educação de infância seis
amas legalizadas, que têm cada uma, a seu cargo, um número máximo de quatro crianças.
Destas seis amas, duas residem na freguesia de Esgueira, duas são da freguesia de Santa
Joana e as restantes da freguesia da Glória.
II – Pressupostos do projecto educativo
1. Objectivos do Projecto Educativo
1.1. Fundamentação e duração do Projecto Educativo
A palavra projecto tem origem no verbo latino “projicere” que, na sua etimologia, significa lançar em
frente. É, nesse sentido, um “esboço de futuro” que se caracteriza por uma construção progressiva. A
Educação Pré-Escolar situa-se na continuidade de um processo que se iniciou com a família. O
educador deverá, então, encontrar estratégias que passem por um amplo conhecimento da história
individual de cada criança: com diferentes percursos, características, origens, as crianças apresentam
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informação pertinente que deve ser gerida no sentido de promover uma boa relação pedagógica
com a criança e sua família, mas também com a comunidade.
Como prefacia Teresa Vasconcelos, nas Orientações Curriculares da Educação Pré-escolar (OCEPE), o
educador é “o construtor, o gestor do currículo, no âmbito de projecto educativo do
estabelecimento” e deverá organizar esse currículo com a equipa de acção pedagógica, integrando o
saber das crianças e suas famílias, os desejos da comunidade, em articulação com os outros níveis da
Educação Básica (ME, 1997). Em conformidade como o disposto anterior, a concepção e organização
do presente projecto educativo é da responsabilidade da equipa educativa, de acordo com os
Princípios Gerais Pedagógicos definidos na Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar.
Neste contexto, os objectivos no âmbito da educação de infância são:
1- Promover o desenvolvimento pessoal da criança com base em experiências da vida
democrática numa perspectiva de Educação para a cidadania;
2- Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das
culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da
sociedade;
3- Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da
aprendizagem;
4- Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características
individuais, incutindo comportamentos que favorecem aprendizagens significativas e
diversificadas;
5- Desenvolver a expressão e comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como
meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;
6- Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
7- Proporcionar a cada criança condições de bem-estar e de segurança, designadamente, no
âmbito da saúde individual e colectiva;
8- Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo uma
melhor orientação e encaminhamento da criança;
9- Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de
efectiva colaboração com a comunidade.
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A par de um serviço social básico prestado às famílias, a Educação Pré-escolar é fundamentalmente
um serviço educativo. A Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, que vem assumindo ao longo dos
tempos o seu estatuto de Instituição de Solidariedade Social, estende o seu propósito de garantir o
bem-estar e o desenvolvimento das crianças, com o centro de educação de infância situado na “Casa
da Cruz”. O projecto educativo torna-se, assim, o reflexo das suas intenções pedagógicas, no qual são
explicitados os princípios, as metas a atingir. O presente projecto educativo tem a validade de cinco
anos e, enquanto documento que consagra a orientação educativa da instituição, também concorre
claramente para o próprio desenvolvimento e organização da acção educativa, na medida em que:
Perspectiva o processo educativo de forma integrada – leva em conta que a criança constrói
o seu desenvolvimento e aprendizagem de forma articulada em interacção com os outros e
com o meio;
Permite a utilização e gestão integrada dos recursos – da Instituição e outros que, existindo
no meio social envolvente, podem ser dinamizados;
Acentua a importância das interacções e relações entre os sistemas (que têm uma
influência directa ou indirecta na educação das crianças) – para alargar e diversificar as
oportunidades educativas das crianças e apoiar o trabalho dos adultos.
As estratégias para a concretização do Projecto Educativo passam por:
Dinamizar a equipa educativa
A equipa educativa é constituída pelos técnicos de educação, mobilizados para a concretização
de projectos pedagógicos comuns. O Coordenador Pedagógico é obrigatoriamente um Educador
de Infância ou um técnico de educação a quem compete, designadamente, coordenar as
actividades educativas, garantindo a execução das linhas de orientação curricular, bem como as
actividades de animação sócio-educativa.
Criar hábitos de organização, de respeito pelas pessoas e pelos materiais de uso comum
Conhecer os direitos e deveres das crianças e sua família, técnicos e pessoal auxiliar; Respeitar e
fazer respeitar crianças e sua família, técnicos e pessoal auxiliar; Responder pela conservação dos
materiais utilizados.
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Criar uma dinâmica entre todos os membros da comunidade institucional
Conhecer e valorizar a realidade da Instituição; Estabelecer relações, interdependências e
interacções entre todas as valências da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.
Desenvolver redes de colaboração e apoio à divulgação da acção educativa institucional
Comunicar com os pais, promovendo reuniões e/ou atendimento personalizado onde haja uma
efectiva troca de opiniões que permitam um melhor conhecimento dos contextos sócio-
familiares das crianças. Pretende-se, assim, constituir importantes momentos de auto-formação
com benefícios para a Educação da criança; Comunicar com a comunidade a nível local, dando
frequentemente informações claras acerca dos processos e projectos educacionais da Instituição.
3.2. O papel do profissional de educação de infância
A intencionalidade do processo educativo que caracteriza a intervenção do educador passa por
diferentes etapas interligadas que se vão sucedendo e aprofundando:
Observação Observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades;
Recolher informação sobre o contexto familiar e cultural
O conhecimento da criança e da sua evolução constitui o fundamento da diferenciação pedagógica que parte do que ela sabe e é capaz de fazer;
Este conhecimento pressupõe produtos das crianças, diferentes formas de registo, reconhecimento do meio, da família, etc.;
A observação é a base do Planeamento e da Avaliação, constituindo o mais válido suporte da intencionalidade educativa.
Planificação Planear o processo educativo, a partir do que o Educador conhece é condição para proporcionar um ambiente estimulante de desenvolvimento que promova aprendizagens significativas e diversificadas;
Implica a reflexão sobre as suas intenções educativas e as formas de as adequar ao grupo;
Permite a previsão e a organização de recursos;
Permite a articulação entre as diversas áreas de conteúdo;
Permite um processo de partilha e interacção do grupo facilitador da aprendizagem e do desenvolvimento.
Acção Concretizar na acção as intenções educativas, envolvendo quer o grupo quer a comunidade (pais, famílias, técnicos auxiliares, outros docentes, etc.) é uma forma de alargar as interacções das crianças e enriquecer o processo educativo.
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Avaliação Avaliar o processo é tomar consciência da acção para a adequar e estabelecer a progressão das aprendizagens, bem como para melhorar os aspectos organizativos e os recursos.
Comunicação O conhecimento que advém do desenvolvimento global da criança é enriquecido pela partilha com todos os outros adultos que dividem as responsabilidades;
A troca de opiniões fornece indicações importantes para a educação da criança;
A apresentação do trabalho desenvolvido permite um feedback interactivo.
Articulação É fundamental que o Educador assegure e promova a continuidade educativa e a transição para a escolaridade obrigatória.
É também função do Educador proporcionar condições para a aprendizagem com sucesso na fase seguinte, nomeadamente através da colaboração com as famílias e com os docentes consequentes.
2. Finalidades e organização da educação de infância
2.1. As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar
Os objectivos pedagógicos atrás enunciados enquadram os fundamentos e a organização das
Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. De seguida apresenta-se por tópicos, e com
base no texto da Lei-Quadro, as principais afirmações e conceitos que sustentam os seus objectivos,
fundamentos e organização:
objectivos, fundamentos e organização conceitos
“A Educação Pré-Escolar é a primeira etapa da Educação Básica no Processo de educação ao Longo da Vida”
Educação ao Longo da Vida
“Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso das aprendizagens”
Igualdade de Oportunidades
Sucesso escolar
Pedagogia Estruturada
Carácter Lúdico
“Favorecer a Formação e o desenvolvimento equilibrado da Criança”
Formação e Desenvolvimento
“Estimular o desenvolvimento Global da criança, no respeito pelas suas característica individuais, desenvolvimento que implica favorecer aprendizagens significativas e diferenciadas”
Interligação desenvolvimento/aprendizagem
Criança como sujeito do processo educativo (partir do que a criança sabe)
Educação para todos
Escola Inclusiva
Pedagogia diferencida
Funcionamento do Estabelecimento Educativo
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“Tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”
“Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania”
“Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das cultura, favorecendo uma progressiva consciência como membro da sociedade”
Proporcionar ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva”
Desenvolvimento Pessoal e Social
Formação Pessoal e Social
Bem-estar e segurança
Organização do ambiente educativo
“Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo”
“despertar a curiosidade e o espírito crítico”
Expressão e Comunicação
Conhecimento do Mundo
Articulação de Conteúdos
Curiosidade e espírito crítico
“Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade”
Participação da Família/Comunidade
Projecto Educativo
2.2. As Metas de Aprendizagem da Educação Pré-Escolar
Na prática dos jardins de infância procura-se uma construção articulada do saber, em que as áreas
devem ser abordadas de uma forma globalizante e integrada. As áreas em que estas aprendizagens
estão organizadas são:
Formação Pessoal e Social – as crianças têm oportunidade de participar na vida em grupo e de
iniciar a aprendizagem de atitudes e valores que lhes permitam tornar-se cidadãos solidários e
críticos. Nesta área específica da educação pré-escolar, mas que tem continuidade nos outros
ciclos enquanto educação para a cidadania, identificaram-se algumas aprendizagens globais.
Expressão e Comunicação – no domínio das Expressões são diferenciadas as suas diferentes
vertentes: Motora, Plástica, Musical, Dramática/Teatro e a Dança que tem relações próximas
com a Expressão Motora e Musical. As metas propostas para estas várias vertentes estão
organizadas de acordo com domínios de aprendizagem que são comuns ao ensino artístico. A
estrutura da Expressão Motora corresponde à que é adoptada para a Educação Física Motora do
1º ciclo.
Linguagem Oral e Abordagem da Escrita – esta área inclui não só as aprendizagens relativas à
linguagem oral, mas também as relacionadas com compreensão do texto escrito lido pelo adulto,
e ainda as que são indispensáveis para iniciar a aprendizagem formal da leitura e da escrita.
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Matemática – contempla as aprendizagens fundamentais, distribuídas pelos domínios de
aprendizagem que estruturam a aprendizagem da Matemática nos diferentes ciclos da
escolaridade básica.
Conhecimento do Mundo – abarca o início das aprendizagens nas ciências naturais e humanas e
inclui, de forma integrada, tal como no Estudo do Meio no 1º ciclo do EB, os diferentes saberes e
científicos (Ciências Naturais, Geografia e História).
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) – esta área é transversal a toda a educação
básica e, dada a sua importância, deverá ser iniciada precocemente.
III – Proposta curricular
1. Avaliação do processo educativo
A reflexão sobre o processo de concretização do projecto educativo é necessária à sua remodelação
progressiva e orientação da escola num processo de continuidade e de procura permanente de
melhoramento das práticas desenvolvidas. Nesse sentido, a avaliação em educação é um elemento
integrante e regulador da prática educativa e implica princípios e procedimentos adequados às suas
especificidades. A avaliação na Educação Pré-Escolar assume um carácter positivo, uma dimensão
marcadamente formativa, desenvolvendo-se num processo contínuo e interpretativo que procura
tornar a criança protagonista da sua aprendizagem. A avaliação formativa é um processo integrado
que incide preferencialmente sobre os processos: avaliar assenta na observação contínua dos
progressos da criança, indispensável para a recolha de informação relevante, como forma de apoiar e
sustentar a planificação e o reajustamento da acção pedagógica. Os instrumentos de avaliação
devem ser adaptados às características do ambiente onde ela ocorre, fornecer elementos concretos
para a reflexão e adequação da intervenção educativa, para melhor responder às necessidades do
contexto e dos grupos. Para além dos documentos de referência supra mencionados (OCEPE e as
Metas de Aprendizagem), podem também ser consultados o Manual DQP (Desenvolvendo a
Qualidade em Parcerias), o Perfil específico de desempenho profissional do educador de infância e do
professor do 1.º ciclo do ensino básico (Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de Agosto), a Circular Gestão
do Currículo na Educação Pré-Escolar (nº 17/DSDC/DEPEB/2007) e ainda o Sistema de
Acompanhamento das Crianças (SAC), que permitem conciliar as práticas de observação,
documentação, avaliação e adequação curricular, maximizando, portanto, a qualidade educativa.
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2. Actividades educativas e actividades extra-curriculares
O presente Projecto Educativo operacionalizar-se-á através do Plano Anual de Actividades, elaborado
pela equipa educativa do centro de educação de infância, no início de cada ano lectivo. O currículo
em educação de infância é concebido e desenvolvido pelo educador, através da planificação,
organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das actividades e projectos curriculares,
com vista à construção de aprendizagens integradas.
A organização do ambiente educativo, como suporte do trabalho curricular e da sua
intencionalidade, compreende a organização do grupo, do espaço e do tempo, a relação com os pais
e outros parceiros educativos, exposto, respectivamente, nos Projectos Pedagógicos na Creche, e nos
Projectos Curriculares no Jardim de Infância. A avaliação constitui-se como instrumento de apoio e de
suporte da intervenção educativa, ao nível do planeamento e da tomada de decisões dos
educadores, sendo os momentos da sua calendarização da responsabilidade da equipa educativa,
que se reúne semanalmente com a finalidade de discutir (avaliar) os avanços e recuos, em relação ao
que está disposto, designadamente, no Plano Anual de Actividades.
No que respeita ao envolvimento dos pais no processo educativo são promovidas reuniões formais e
informais: nas primeiras, que são colectivas, são apresentados e dadas informações de carácter geral
acerca do funcionamento da Instituição e da sala, onde são esclarecidas eventuais dúvidas relativas
ao Regulamento Interno. As segundas, mais individualizadas, realizam-se quando solicitadas, quer
pelo Encarregado de Educação ou pelo educador, onde se faz um balanço do desenvolvimento
individual da criança e são trocadas experiências de forma directa com a família. Existe para esse
efeito uma hora semanal de atendimento num horário que é estabelecido no início do ano lectivo.
A Instituição disponibiliza diversas actividades extra-curriculares pensadas e organizadas em função
das necessidades e dos gostos das crianças. Estas desenvolvem-se através de protocolos com
professores especializados. As inscrições estão abertas no início de cada ano lectivo estando a sua
efectivação condicionada ao número de vagas e inscrições existentes.
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2.1. Plano Anual de Actividades
Anexos