Gazeta Imperial - Maio de 2010

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“Basicamente queremos estabelecer a autoestima e o amor pela Pátria, valores que foram esquecidos pelos últimos governos republicanos", destacou o Presidente Nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz. Outro aspecto fundamental é consolidar a participação da Família Imperial do Brasil nos destinos da Nação. “Há muitas repúblicas que até há pouco tempo foram ditaduras, algumas ainda o são, mas no mundo ocidental todas as monarquias são democráticas” Pág.8 Entrevista com o chefe da Casa Imperial de Portugal, Dom Duarte Pio Pág.3 Maio é o mês de homenagear a Princesa Dona Isabel, a Redentora dos Negros Pág.5 Pág.4 Presidente do IBI participa de reunião para realizar desfile cívico monárquico no Bairro do Ipiranga Pág.4 Site lança campanha para que o governo do Brasil não devolva canhão “El Cristiano” Pág.7

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Gazeta Imperial de maio de 2010

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Page 1: Gazeta Imperial - Maio de 2010

“Basicamente queremos estabelecer a autoestima e o

amor pela Pátria, valores que foram esquecidos pelos

últimos governos republicanos", destacou o Presidente

Nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz. Outro

aspecto fundamental é consolidar a participação da

Família Imperial do Brasil nos destinos da Nação.

“Há muitas repúblicas que até há pouco tempo foram ditaduras, algumas ainda o são, mas no mundo ocidental todas as monarquias são democráticas”

Pág.8Entrevista com o chefe da Casa Imperial de Portugal, Dom Duarte Pio

Pág.3

Maio é o mês de homenageara Princesa Dona Isabel, a Redentora dos Negros

Pág.5

Pág.4

Presidente do IBI participa de reunião para realizar desfile cívico monárquico no Bairro do Ipiranga

Pág.4

Site lança campanha para queo governo do Brasil não devolvacanhão “El Cristiano”

Pág.7

Page 2: Gazeta Imperial - Maio de 2010

O Instituto Brasil Imperial (IBI) tem por finalidade promover, coordenar, orientar e

fomentar iniciativas de estudo e divulgação da história do Brasil Império em geral, além

de atuar nas iniciativas de preservação de patrimônios históricos. É função do IBI,

também, participar direta ou indiretamente de ações e projetos governamentais,

privados, de organismos internacionais, ou demais organizações da sociedade civil de

interesse público que tenham este objetivo e resgatar a memória de figuras ilustres

deste período.

È com o sentimento de patriotismo que os dirigentes do IBI se empenham para que os

objetivos atinjam suas finalidades. Como fonte de estudos, estamos fazendo parcerias

com professores de história, visando a preparação de material para cursos, palestras,

seminários e congressos.

Os meios de divulgação são: o site www.brasilimperial.org.br, que está em construção,

no entanto já liberado para visitas e também para você fazer o seu cadastro. Outro

meio de divulgação é o nosso jornal ‘GAZETA IMPERIAL’ que você pode receber

diretamente em seu e-mail, bastando para isso fazer o seu cadastro em nosso site.

Núcleos Municipais são meios próprios para se atingir as massas da população e

passar a verdadeira história do Império.

Como tenho afirmado em palestras, a internet é uma grande ferramenta de divulgação,

mas também é preciso que os internautas que defendem fervorosamente a monarquia

se disponham a transformar o discurso em prática, ou seja, sair da frente do

computador e levar o discurso diretamente à população através dos núcleos do IBI.

Seguir o exemplo de abnegados monarquistas que estão trabalhando em suas cidades

para o desenvolvimento e instalação de núcleos di IBI, tais como: Marcos Paulo

Silveira Carvalho Abreu, em São João del Rei - MG; Professor Geovani Németh-

Torres, em Lavras - MG; Professor Érickson Cardoso de Oliveira, em Barbacena e

Lafaiete, Weber Lúcio Borges, em Pará de Minas - MG; Lúcio Alexandre Belmonte, em

Maringá – PR, Dr. João Francisco dos Santos, em Aracajú – SE, Jean Tamazato, Vale

do Paraíba – SP, Carlos Henrique Perini Miranda, em Caieiras e Mairiporã; Danilo

Garcia Andrade, São Paulo – SP.

Seja você também um membro de um núcleo municipal IBI, coloque em prática os

seus sonhos de monarquista, se não tiver um núcleo em sua

cidade, faça seu cadastro no site e nos contate pelo e-mail

[email protected], vamos ajudá-lo no que

for necessário para que você seja mais um fundador de

núcleo IBI

Acesse o site www.brasilimperial.org.br e se cadastre.

Participe!

Saudações Monarquistas!

É hora de agir. Cadastre-se e fundeum núcleo municipal!

Imperial ImperialGazetaGazeta

02

Prezados Monarquistas,

Imagem do MesImagem do Mes^

Imperial ImperialGazetaGazeta

Jornal editado pelo Instituto Brasil ImperialAno XV Número 175

www.brasilimperial.org.br

A Gazeta Imperial é uma publicação do

Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de

reportagens, divulgação de eventos

monárquicos e imagens podem ser enviados

para [email protected]

Alessandro Padin Editor e jornalista responsável

[email protected]

O IBI faz uma singela homenagem, lembrando do

primeiro ano sem a presença entre nós do Príncipe

D.Pedro Luiz, herdeiro do Trono do Brasil.

Queremos que os fatos que envolveram o

acidente do Air France sejam esclarecidos para

que a Família Imperial e todos os familiares das

vítimas possam ter acalentada um pouco da dor

com a revelação da verdade.

Homenagem ao principe D.Pedro Luiz´́

Page 3: Gazeta Imperial - Maio de 2010

Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucesso

O trabalho apresentado ao conselho do IBI traz questões

fundamentais para consolidar o engajamento de

cidadãos que acreditam na restauração da Monarquia

O trabalho duro da nova direção do

Instituto Brasil Imperial (IBI) começa

a dar frutos. Depois de iniciar uma

c a m i n h a d a p e l a s c i d a d e s

brasileiras articulando a formação

de núcleos municipais, revitalizar a

Gazeta Imperial, colocar um novo

site no ar e se engajar na divulgação

da Casa Imperial, a entidade

apresenta agora um Plano Diretor

que engloba estratégicas e ações

nas áreas de administração,

finanças e fortalecimento do

Movimento Monárquico.

O estudo foi apresentado na noite

do dia 19 de maio em Assembleia do

IBI realizada no Tourinho Grill e

Da redação do IBI Pizzaria, no Jabaquara, em São

Paulo. O diretor de Finanças do IBI,

Roberto Mourão, foi o responsável

por detalhar os aspectos mais

importantes do documento.

Está escrito no início do plano o

seguinte: "A situação atual da

república brasileira, eivada de

crises e sem perspectiva futura,

está ´pedindo` ao Movimento

Monárquico que ofereça à Nação

uma alternativa válida para solução

de todas as crises e possibilite

colocar a nossa Pátria entre as

grandes potencias mundiais".

O documento constitui uma forma

de operacionalizar o Instituto Brasil

Imperial sob critérios profissionais,

devendo estar apoiado no Plano

IBI apresenta Plano Diretor para fortalecer movimentomonárquico no País

Robero Mourão: “Nós monarquistas queremos a garantia de quatro

direitos fundamentais: vida, propriedade, liberdade e proteção equânime

da lei. Qual desses está em vigor no País?”

Implantar os conceitos de liberdade, respeito e amor à pátria

Garantia através da Chefia de Estado dos quatro direitos

fundamentais dos indivíduos pertencentes a uma nação digna:

Vida, Propriedade, Liberdade eProteção equânime da lei

Implantação de uma monarquia moderna onde a Família Imperial

participe ativamente da sociedade brasileira

Criação de um Poder Moderador autêntico e que mantenha

autoridade sobre as grandes diretrizes e acompanhadas de uma

estrutura de poderes compatível

Estabelecimento de uma federação com base no município com

liberdade estrutural respeitando os princípios históricos da

autonomia municipal

devendo estar apoiado no Plano

Estratégico Geral e permitindo dar

suporte a uma Estrutura Jurídica,

compatível com as necessidades e

que vai permitir a execução prática

das ações cuja finalidade última

reside na concretização das

aspirações monárquicas da

entidade.

Ousadia O trabalho apresentado

ao conselho do IBI traz questões

fundamentais para consolidar o

engajamento de cidadãos que

acreditam na restauração da

M o n a r q u i a e p r e c i s a m d e

elementos para argumentar e sanar

dúvidas. "Basicamente queremos

estabelecer a autoestima e o amor

pela Pátria, valores que foram

esquecidos pelos últimos governos

r e p u b l i c a n o s " , d e s ta c o u o

Presidente Nacional do IBI,

Comendador Antonyo da Cruz.

Outro aspecto fundamental é

consolidar a participação da Família

Imperial do Brasil nos destinos da

Nação.

Roberto Mourão concorda e vai mais

além: “nós monarquistas queremos a

garan t ia de qua t ro d i re i tos

fundamentais: vida, propriedade,

liberdade e proteção equânime da

lei. Qual desses está em vigor no

País?”.

Cadastro Antonyo da Cruz

aproveitou a reunião do IBI para pedir

que cada um dos conselheiros e

associados ajudem a divulgar o

trabalho da entidade, estimulando

cidadãos a se cadastrarem no site

www.brasilimperial.org.br. Dessa

forma será possível cumprir a meta

de expandir o movimento pelas

cidades brasileiras. “O Império no

Brasil sempre se sustentou na força

dos municípios e agora não pode ser

diferente”, destacou o presidente

nacional do instituto.

Page 4: Gazeta Imperial - Maio de 2010

Dom Bertrand vai participar deevento monárquico em SergipeNa ocasião, o Príncipe fará a instalação de alguns núcleos municipais do IBI. O Príncipe fará, ainda, visitas a

pessoas ilustres de Aracaju e concederá entrevistas a órgãos de comunicação locais sobre a Monarquia

O Príncipe Dom Bertrand de

Orleans e Bragança recebeu na

Casa Imperial do Brasil, em São

Paulo, o Presidente do Instituto

Brasil Imperial (IBI) Comendador

Antonyo da Cruz, o Coordenador de

Desenvolvimento do IBI, Dr. João

Francisco dos Santos. O encontro,

que aconteceu dia 21 de maio,

definiu a realização de um encontro

monárquico nos dias 26, 27 e 28 de

outubro, em Sergipe.

Sob coordenação do dr. João

Francisco, o evento poderá

acontecer nas cidades de São

Cristovão ou Laranjeiras. Na

ocasião, Dom Bertrand fará a

instalação de alguns núcleos

municipais do IBI. O Príncipe fará,

ainda, algumas visitas a pessoas

ilustres de Aracaju, capital do

Estado, e concederá entrevistas a

órgãos de comunicação locais

sobre o movimento monarquista.

A n t o n y o d a C r u z f i c a r á

encarregado de todos os contatos

junto a Casa Imperial, com o intuito

de garantir brilho na realização do

evento com a presença dos

Príncipes. Além do Dr. João

Francisco dos Santos, participaram

do encontro o casal paulista Dr.

Mario Eduardo Alves, conceituado

advogado, e sua esposa Dra. Maria

Laura Savieto Alves, Presidente

Nacional da Associação Nacional

de Instrumentadores Cirúrgicos

(ANIC).

Da redação do IBI

O presidente nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz, Dom

Bertrand, Dr. João Francisco, Dra. Maria Laura e Dr. Mario Eduardo

IBI apresenta proposta para fazerdesfile cívico no Bairro do IpirangaO presidente nacional do Instituto

Brasil Imperial (IBI), Comendador

Antonyo da Cruz, participou no dia

19 de maio de uma reunião da

Comissão dos Festejos no Ipiranga,

em São Paulo, bairro onde ocorreu a

Declaração da Independência do

Brasil em 1822. A intenção foi de

apresentar a proposta de que haja,

durante o evento, um desfile cívico

que recorde o período glorioso do

Império Brasileiro, mostrando aos

cidadãos os principais símbolos da

Monarquia.

“Queremos consolidar o Ipiranga

como o berço da Monarquia

Brasileira. Todas as

ruas no bairro tem

r e l a ç ã o c o m o

período”, destacou

Cruz. A ideia é

mostrar, não só os

s í m b o l o s , m a s

também as figuras

d e D . J o ã o V I ,

D.Pedro I e D.Pedro

II, por exemplo. “É

u m a f o r m a d e

atingirmos a sociedade e estimular

o conhecimento de uma parte da

nossa história que é vítima de

ment i ras e desinformação”,

completou. No momento, o

p res idente do IB I vem

realizando encontros com a

Subprefeitura do Ipiranga para

aperfeiçoar o projeto.

Cruz explanando durante reunião no Ipiranga

Monarquista,anuncie seusprodutos e

serviços aqui

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13 de maio: Viva a Princesa Dona Isabel, a Redentora!O regozijo popular chegou ao ápice quando de uma

gratidão sem fim, resolveram intitular Dona Isabel, a

criadora da Lei, como a Redentora. E de fato o era.

Os únicos a receberem negros nos salões de seus

palacetes foram os Imperadores do Brasil

O Decreto de Ext inção da

Escravidão no Brasil, assinado por

Dona Isabe l de Bragança ,

numerado como lei 3353 de 13 de

maio de 1888, foi recebido com

festa e alegria pela multidão negra

que se aglomerava nas senzalas e

nos infectos cubículos dos senhores

escravocratas da cidade ou do

campo. Por certo a alegria dos

africanos explorados no Brasil não

refletia o sentimento de seus

“donos”. Logicamente, as elites

brasileiras do ouro, da cana-de-

a ç ú c a r o u d o c a f é , e r a m

beneficiadas pela mão de obra

ancila. Porem, na contramão de tais

especu lações, Dona Isabe l

sancionou a Lei Áurea, dissolvendo

o Gabinete do Barão de Cotegipe,

um escravocrata convicto. A dita Lei

deveria passar pelo Congresso, que

Blog Império Brasileirohttp://imperiobrasileiro-rs.blogspot.com/

pode ser dito a época como

conservador, pois se o Imperador

era o Defensor Perpétuo do Brasil,

o Congresso era o Defensor

Perpétuo das Elites e por tal motivo

estranhou-se a aprovação da

redenção negra, a abolição da

escravatura.

O regozijo popular chegou ao ápice

quando de uma gratidão sem fim,

resolveram intitular Dona Isabel, a

criadora da Lei, como a Redentora.

E de fato o era. Os únicos a

receberem negros nos salões de

s e u s p a l a c e t e s f o r a m o s

Imperadores do Brasil, ninguém da

aristocracia ou de classes ainda

inferiores aceitava um africano em

suas casas. Mas Dona Isabel

desde sempre os recebera. Desde

o apoio ao Quilombo do Leblon até

a dança com José Pedro Américo

de Matos no grandioso baile de

Baependy, teve-se tal prova. Nos

palácios do Império, a serviço da

Família Imperial do Brasil não havia

escravo algum, foram eles os

primeiros a alforriá-los. Seu amor

aos súditos e sobre tudo aos negros,

tão humilhados, era visto por todos,

e quando da assinatura da Lei, lhe

disse o Barão de Cotegipe, já

dissolvido, agora em ódio: “Vossa

Alteza libertou uma raça, mas

perdeu o trono”, o qual obteve a

resposta imediata da Princesa

Imperial: “Mil tronos eu tivesse, mil

tronos eu perderia para libertar os

escravos do Brasil”. Verdade de

Dona Isabel. Verdade do Barão. Não

tardou muito. Na volta do Baile da

I l h a F i s c a l , f o r a m t o d o s

surpreendidos a 15 de novembro de

1889, pouco mais de um ano depois,

q u a n d o p ô d e e v o l u i r a s

conspirações e os conluios

daqueles que t ip i f icavam a

negritude e condenavam aquela

raça à prisão dos cativeiros

ensangüentados pelo passado dos

açoites do feitor maldoso, importado

apenas em punir a “coisa” que foi

comprada e que deveria trabalhar

como um condenado, que de fato

também o eram, perdendo a

Redentora e seu pai, o orgulhoso

Imperador, o Trono do Brasil. E

perderam juntamente como trono, o

cetro, mais nunca o respeito e o amor

do povo brasileiro. Por fim, nos 120

anos de república, auto-intitulada

mãe do povo, vê-se o que plantaram

seus incentivadores do passado,

tendo o povo à certeza derradeira da

falta do respeitoso tratar com as

coisas do erário público e o

sentimento de aniquilação da defesa

de seus reais interesses por parte dos

republicanos no poder da República

Federativa do Brasil, que desde o

começo constitui-se de mentiras e

trapaças, que jamais representarão

os interesses do povo e sim o de

classes que como as oligarquias do

passado, ainda dominam.

Dona Isabel é admirada pela raça que ela libertou

Princesa Isabel e a pena

com que assinou a

libertação dos escravos no

Brasil

Page 6: Gazeta Imperial - Maio de 2010

República brasileira faz ocidadão trabalhar 148 dias doano só para pagar impostosIsto é mais uma demonstração de que a república se sustenta no trabalho do cidadão brasileiro para manter a sua

estrutura viciada desde o golpe que destituiu o Imperador D.Pedro II do poder. É uma falsa sensação de democracia

De acordo com reportagem do

jornalista Marcos Cézari, publicada

no dia 22 de maio no Portal UOL, os

brasileiros trabalharam do início do

ano até o dia 28 de maio, apenas

para cumprir suas obrigações

tributárias com os fiscos federal,

estaduais e municipais. Foram 148

dias de trabalho no ano, um dia a

mais do que os trabalhados em

2009 e o mesmo número de 2008.

Isto é mais uma demonstração de

que a república se sustenta no suor

do cidadão brasileiro para manter a

sua estrutura viciada desde o golpe

que destituiu o Imperador D.Pedro II

do poder. É uma falsa sensação de

democracia.

Este cálculo faz parte do estudo

sobre os dias trabalhados para

Da Redação do IBI pagar tributos, divulgado ontem

pelo IBPT (Instituto Brasileiro de

Planejamento Tributário). Hoje os

brasileiros trabalham quase o

dobro do que trabalhavam na

década de 1970 (76 dias) apenas

para os fiscos. Os brasileiros estão

entre os que mais pagam tributos

no mundo, perdendo apenas para

os suecos (185 dias) e os franceses

(149 dias). Os espanhóis (137), os

norte-americanos (102), os

argentinos (97), os chilenos (92) e

os mexicanos (91) trabalham

menos do que os brasileiros. Com

base no estudo, o IBPT diz que

40,54% da renda bruta dos

contribuintes estará comprometida

neste ano com tributos. Nesses 148

dias, os três fiscos arrecadarão

quase R$ 500 bilhões --ontem, o

Impostômetro (painel na capital

Coplan Consultoria e Planejamento Ltda.

A COPLAN é uma empresa de consultoria empresarial principalmente nas áreas de adminstracao, financas e planejamento estratégico, utilizando a experiência de seu titular que já ocupou cargos executivos em empresas de grande porte, estando portanto, em condições de transferir a seus clientes essa experiência.

Rua Iraci, 555 - Jd. PaulistanoCep 01457-000São Paulo - SP

Tel.: (11) 3815-6490Fax.: (11) 3813-8500e-mail: [email protected]

paulista que registra, em tempo real,

a carga tributária no país) já

marcava mais de R$ 460 bilhões. Os

148 dias foram calculados para o

rendimento médio mensal. Para a

baixa renda (até R$ 3.000), são 141

dias trabalho (de 1º de janeiro até

hoje). Para a média renda (R$ 3.000 a

R$ 10 mil), são 157 dias, ou seja, até 6

de junho. Para a renda alta (mais de

R$ 10 mil), serão 152 dias -até 1º de

junho. O IBPT também calculou

q u a n t o o s b r a s i l e i r o s

comprometeram de sua renda bruta

para pagar tributos sobre a renda, o

patrimônio e o consumo. Na média,

40,54% da renda de cada cidadão

estará comprometida neste ano com

os três níveis de governo. Em 2009,

foram 40,15%, e, em 2008, 40,51%.

R e t r o c e s s o A r e p ú b l i c a

presidencialista é um regime

marcado pelo retrocesso, exploração

d o t r a b a l h a d o r e n e n h u m

compromisso com a Pátria. O

despertar e união do Movimento

Monárquico é fundamental para que

situações como essas comecem a

ser confrontadas.

A falta de compromisso com o cidadão é a marca da república presidencialista

Page 7: Gazeta Imperial - Maio de 2010

Site lança campanha contra adevolução do “El Cristiano”O IBI apoia esta corajosa ação do Círculo Monárquico do Rio de Janeiro, como prova de espírito patriótico

O Canhão El Cristiano tem sido

confundido, nas discussões feitas

entre o Estado brasileiro e o

paraguaio, com um símbolo da

dignidade paraguaia, vilmente

confiscado pelo povo brasileiro

durante a Guerra do Paraguai. Os

d a d o s , c o n t u d o , n ã o s ã o

completamente corretos.

O mesmo canhão fora forjado, por

ocasião da guerra, com o bronze

Site “O canhão é nosso”http://ocanhaoenosso.com.br

dos s inos das Igre jas de

Assunção, já formalmente

separadas do Estado, que não

tiveram direito de anuência ao

mesmo, tendo sido tal fato

compreendido no “Esforço de

Guerra”. O confisco de tal bronze

dos locais de culto católico,

sagrado para muitos na ocasião,

concretiza o que já era expresso

no governo paraguaio durante a

guerra, e que o levou a mesma: o

autoritarismo que suplanta as

necessidades e a vontade

do povo.

Sendo um obus de grande

capacidade para a época, o

mesmo estreou na Batalha

de Curupayti, quando o

General Mitre, a frente do

comando das t ropas

aliadas, logrou uma severa

derrota e a baixa de mais

d e 8 m i l d e s e u s

c o m a n d a d o s .

Definitivamente, dadas

a s p r o p o r ç õ e s d e

formação do contingente

aliado, o bronze do

canhão, não ressoando

mais durante os cultos, ressoou ao

expulsar projéteis, para perfazer a

morte de milhares de brasileiros.

Museu Histórico Nacional Troféus

de guerra, usualmente, não são

devolvidos. Embora o mesmo não

explicite a humilhação do antigo

dono da peça, o mesmo serve para

lembrar o que lá aconteceu e a

bravura dos que nele participaram.

Diversas peças de artilharia, mais

modernas do que “El Cristiano”,

também conquistadas em batalha –

na II Guerra Mundial – encontram-se

expostos no Museu do Exército,

Forte de Copacabana, sem que,

para tanto, a dignidade dos países

do Eixo fosse contestada.

Aliás, cabe aqui fazer uma relação.

Os países membros do Eixo

souberam compreender o caráter

defensivo da II Guerra Mundial, a

megalomania de seus então

representantes e os motivos

expansionistas e nefastos que

motivaram tal guerra. Cabe,

contudo, aos governantes do

Paraguai, compreenderem, hoje, –

seja pela postura brasileira durante o

conflito ou pela proteção brasileira

legada ao Paraguai depois do

mesmo – que tal guerra jamais foi

contra o povo paraguaio, ou sua

d i g n i d a d e , m a s c o n t r a u m

g o v e r n a n t e i g u a l m e n t e

megalômano, que visava os mesmos

motivos expansionistas outrora

c i t a d o s p a r a q u a l i f i c a r o s

governantes do Eixo. Uma peça de

artilharia que, no passado, deixada

para trás pelas forças paraguaias, foi

confiscada para não permitir seu

repetido uso para matar brasileiros –

e aliados – não deve hoje ser

devolvida sob falsos pretextos,

esquecendo-se assim não só

daqueles que a capturaram, mas de

todos os heróis anônimos que por

seu intermédio pereceram nos

campos de batalha. Cabe sim, como

mais um gesto de humanidade ao

povo paraguaio, que a memória seja

preservada, e que, como nação irmã

que somos, na comunidade sul-

americana, os relembremos o real

foco da sua dignidade.

Troféus de guerra, usualmente, não são

devolvidos. Embora o mesmo não explicite a

humilhação do antigo dono da peça, o mesmo

serve para lembrar o que lá aconteceu e a

bravura dos que nele participaramIBI quer a restauração do Monumento da Guerra do ParaguaiPreocupado com o estado do

“Monumento aos Heróis da Guerra

do Paraguai, o presidente nacional

do IBI, Comendador Antonyo da

Cruz, e o membro do Conselho

Deliberativo por Santa Catarina,

Edson Murilo Prazeres, enviaram

ofício ao prefeito de Florianópolis,

Dário El ias Berger. Leia o

documento na íntegra:

“Senhor Prefeito,

O Instituto Brasil Imperial, de

natureza histórico-cívico-cultural,

tem por finalidade promover,

coordenar, orientar e fomentar

iniciativas de estudo e divulgação

da história do Brasil Império em

geral, além de atuar nas iniciativas

de preservação de patrimônios

históricos e do período Brasil

Império, bem como participar direta

ou indiretamente de ações e

projetos governamentais, privados,

de organismos internacionais, ou

demais organizações da sociedade

civil de interesse público que

tenham este objetivo, além de

resgatar a memória de figuras

ilustres deste período.

Nesse sentido, o Instituto Brasil

Imperial vem solicitar a Vossa

Excelência, se digne a elaborar

p ro je to de res tau ração do

m o n u m e n t o d e n o m i n a d o

“Monumento aos Heróis da Guerra

do Paraguai”, construído na praça

central da capital catarinense, em 1º

de Janeiro de 1877, portanto, há 133

anos.

Ver i f icamos que o re fer ido

monumento encontra-se em

completo abandono e péssimo

estado de conservação, conforme

fotografias em anexo.

Certos de que Vossa Excelência

colocará em sua pauta de obras que

contribuem para melhorar a

qualidade de vida dos seus

munícipes a restauração de

importante patrimônio histórico.

Cordiais saudações monárquicas”.

Page 8: Gazeta Imperial - Maio de 2010

“O problema é a maioria dos republicanos não terem argumentos mas preconceitos”

24 horas após ter dado esta

entrevista, Dom Duarte foi recebido

como um rei em Figueira de Castelo

Rodrigo num jantar medieval. Não é

a única região portuguesa que

reclama a sua presença nas suas

terras e garante que a única câmara

do Bloco de Esquerda e muitas

autarquias comunistas o solicitam.

No dia em que comemora o seu 65.°

aniversário, a cinco dias de celebrar

sessenta anos do fim do banimento

da família real do território nacional,

por decreto de Salazar, e em ano de

centenário da implantação da

República, o herdeiro dos reis de

Portugal comenta a situação do

país, aponta soluções e assume

que o regresso da Monarquia já foi

uma ilusão maior do que se pensa.

A bandeira da Monarquia nunca

esteve tão presente em Portugal

c o m o n o a n o e m q u e s e

comemoram os cem anos do fim

daquele regime. Reconhecido em

2005 pela República como o

pretendente oficial a um hipotético

trono português e legitimado como o

sucessor de D. Manuel II, é na

fundação com o nome do monarca

que não deixou sucessor que Dom

Duarte Pio de Bragança recebe a

NS’. Não comenta a política oficial

em questões específicas mas é sem

pudor que dá soluções para a crise

nacional, designadamente no que

Diário de Notícias (Portugal)www.dn.pt

respeita aos intentos do primeiro-

ministro nas grandes obras

públicas.

Antes de dar início à conversa,

Dom Duarte faz questão de

anunciar que as instalações da

fundação vão ser transferidas

durante algum tempo para um

edifício de má memória, o da PIDE

em rua próxima, de modo a poder-

se recuperar o actual prédio.

Explica com gestos definidos como

vai ser a obra, que até possibilita a

comparação en t re a lguma

degradação que se observa no

salão de entrada com a actual

impossibilidade de um regime

político onde seja rei e o fulgor da

sede remodelada, numa altura em

que crê estar tudo em aberto para

num futuro próximo os portugueses

aceitarem o regresso de um

sistema de governação onde a sua

presença não seja proibida como

agora é.

Preparado para evitar as rasteiras

de uma entrevista, Sua Alteza –

como alguém sugere ser uma das

formas de se lhe dirigir – mostra a

sua educação ao vir receber a

equipa à sala de entrada da

fundação e, enquanto não se inicia

a entrevista, oferece chá, café ou

um sumo. Devido à extensão da

conversa, lamenta no final não se

ter pensado em encomendar um

almoço. No entretanto, beberica o

único chá que aprecia, chá branco,

enquanto explica o modo da sua

preparação e como lhe chega

vindo da distante China.

A primeira preocupação que

quer fazer chegar aos

portugueses é sobre o TGV,

uma proposta para a qual

aproveitará a entrevista.

Quando chega a hora de se

perguntar qual seria o seu

melhor marquês de Pombal,

se José Sócrates ou Passos

Coelho, é cauteloso. O

mesmo acontece em relação

aos candidatos à Presidência

da República. Prefere citar

casos nas monarquias dos

seus primos europeus e

e x p o n e n c i a r o c a s o

espanhol, país onde «os

socialistas aceitaram muito

bem ter um rei» e de outros

«socialistas europeus que

não põem em causa a chefia

real do Estado».

É a entrevista com um

pretendente que está como o

príncipe Carlos de Inglaterra

impossibilitado de exercer o poder,

cada um pela sua razão, mas que foi

baptizado, por procuração, pelo

Papa Pio XII e teve como madrinha

a rainha D. Amélia.

Em entrevista ao Diário de Notícias, um dos principais jornais de Portugal, o chefe da Casa Imperial de Portugal,

Dom Duarte Pio, fala sobre a retomada do movimento monárquico no País e sobre política em geral

Acha que o seu filho, o infante

Afonso, poderá vir a ser rei de

Portugal?

O Afonso ou eu! Observem-se as

transformações e as mudanças

económicas que estão a acontecer

na Europa e no mundo e entende-se

que poderão levar a situações sociais

de grande conflitualidade e de

instabilidade interna que farão que o

povo português queira pensar e

discutir as instituições políticas que

tem hoje. Nomeadamente, se é o

melhor o tipo de chefia de Estado.

P e l a C o n s t i t u i ç ã o s e r i a

impossível.

E se houvesse uma reforma

Homem Cardoso

Page 9: Gazeta Imperial - Maio de 2010

constitucional que retirasse a

cláusula do artigo 288.° [que

especifica um Estado republicano] e

permitisse a possibilidade de um

referendo sobre um regime

monárquico?

Crê, então, que a actual crise dá

mais força à pretensão de ser rei

de Portugal?

Naturalmente. Quando as pessoas

recebem os seus 13.° e 14.° meses e

as reformas está tudo bem e não

sentem vontade em mudar qualquer

coisa. No momento em que sentem

que está tudo muito mal e que toda a

perspectiva para o futuro pode estar

a ser alterada, creio que será altura

também para pensar se não há

instituições políticas mais úteis do

que as que temos hoje.

Não considera, portanto, que está

na mesma situação que o príncipe

Carlos de Inglaterra. Lá, Isabel II

não abdica, aqui, existe a

República que lhe impossibilita o

poder?

O príncipe Carlos, tal como eu, tem

dado opiniões sobre muitos

assuntos sociais e de ambiente que

lhe interessam. Trabalhou como

mineiro, agricultor e noutras

p r o f i s s õ e s e c o n h e c e

profundamente a vida de Inglaterra.

É um pouco mal visto pelo meio

f inance i ro e , em gera l , os

conservadores não gostam dele mas

a juventude e os trabalhistas sim. Se

compararmos, claro que tem um

impacte muito maior do que eu

naquilo que diz e faz mas as

participações que tenho tomado na

vida política e as opiniões que dou

respondem por mim. Dando-as

como cidadão interessado pelo país

mas, obviamente, se estivesse num

cargo de chefia de Estado ou de rei

não o faria. Agiria como outros

monarcas europeus que não

debatem problemas concretos mas

ajudam e colaboram com os

governos ao dar opiniões positivas

sobre os assuntos de fundo.

Tal como as que tem dado sobre

as energias renováveis?

Todo o problema do modelo de

desenvo lv imen to do pa ís ,

particularmente a preservação do

ambiente e da paisagem, exige um

consenso nacional.

P r o p õ e u m I n s t i t u t o d e

Paisagem e Ordenamento?

Exactamente e já o comuniquei

aos membros do governo que, em

p r i n c í p i o , p a r e c e r a m - m e

interessados na ideia. O que hoje

se defende são pormenorezinhos

como a colónia de ratos, de

morcegos ou de lagartixas que

deve ser preservada aqui ou ali

mas não é essa a abordagem

correcta ao problema do ambiente.

Noto afinidade entre algumas

das suas bandeiras e as do

primeiro-ministro. Existe?

É verdade que em muitos aspectos

concordo com José Sócrates, no

entanto acho que temos de

encarar a questão da viabilidade

económica das energias. Parece-

me que as eólicas são demasiado

caras e todos pagamos pelo seu

consumo. Portugal poderia ter

muito mais energia com custos

muito baixos se não desperdiçasse

uma imensa quantidade dela,

b a s t a v a a r e n o v a ç ã o d e

equipamentos das barragens para

podermos aumentar em vinte por

cento a produção hidroeléctrica.

Fica muito mais barato e não tem o

impacte paisagístico e ecológico

das novas barragens.

Posso depreender que se a

Constituição mudasse e o

permitisse ser rei, José Sócrates

poderia ser o seu primeiro-

ministro?

O primeiro-ministro seria sempre

escolhido pelo parlamento, como

acontece nas monarquias actuais.

C u r i o s a m e n t e , h á m u i t a s

repúblicas que até há pouco tempo

foram ditaduras, algumas ainda o

são, mas no mundo ocidental

todas as monarqu ias são

democráticas.

Mas o rei tem sempre uma

opin ião pessoal sobre o

primeiro-ministro?

Uma opinião que em nenhum país

influencia a sua escolha. Agora, na

Bélgica, o governo caiu mais uma

vez e é o rei que conduz as

negociações com os partidos para

o novo executivo. Há quem diga

que na Bélgica o rei é o único

belga…

T a m b é m e m P o r t u g a l

atravessamos um momento

político complexo em que o

governo sente falta de maioria

absoluta. Pode existir outra

forma de governação em

Portugal?

Sou a favor das coligações porque

quando um partido está sozinho

não há tanto autocontrolo nas

despesas e nas iniciativas. Quando

discute com outro há sempre mais

controlo.

Surpreendeu-o a juventude do

novo secretário-geral do PSD

num partido habituado a líderes

históricos?

Por um lado, é saudável e bom para

o país que haja renovação. Por

outro, é importante saber aproveitar

a experiência, o conhecimento e a

prudência das pessoas que têm

mais idade. A experiência política é

valiosíssima mas vejo algum

distanciamento em relação a essas

pessoas. Não é o caso de Mário

Soares mas é o do professor

Adriano Moreira, cujos conselhos

são sempre úteis e oportunos, e de

outras personalidades históricas

pouco ouvidas. Penso que

dev íamos te r um Senado,

equivalente à Câmara dos Lordes

inglesa, em que personalidades

que tiveram cargos importantes e

por outras razões expressam as

suas opiniões.

Qual seria o melhor primeiro-

ministro para a monarquia,

Sócrates ou Passos Coelho?

Isso não posso comentar porque,

efectivamente, teria de tomar uma

posição sobre a governação.

M e s m o a f i r m a n d o q u e a s

monarquias na Europa têm

enriquecido a democracia?

Estive nos 60 anos do rei da Suécia e

o primeiro-ministro, que na altura era

soc ia l i s ta , d isse uma co isa

curiosíssima no discurso oficial:

«Sempre fomos um par t ido

republicano mas agora chegámos à

conclusão de que o rei é o melhor

defensor da nossa República.» O

primeiro-ministro holandês disse a

mesma coisa, os ingleses dizem-no

também e, hoje em dia, o socialismo

europeu começa a defender os reis

como protectores dos seus valores

republicanos. O que mostra que o

preconceito antimonárquico que

ainda se vive em Portugal em certos

meios políticos é do século XIX, de

uma época em que os reis talvez

interferissem muito na vida política

nacional.

Também fo i es te governo

socialista que fez questão de o

legitimar definitivamente como o

herdeiro da Casa Real.

O que prova a inteligência política e o

pragmatismo porque a posição de

muitos dos responsáveis socialistas

é: se o chefe da Casa Real puder ser

útil ao país vamos aproveitá-lo. O que

é hoje em dia ser republicano ou

monárquico? Querer ter o chefe de

Estado eleito pelo sufrágio universal

ou pelo parlamento, é isso ser

republicano? Se é assim, há

efectivamente um conflito de

opiniões, mas também há muita

gente que acha que ser republicano é

d e f e n d e r o s v a l o r e s d a

independência dos poderes, da

democracia e da liberdade e isso não

é incompatível com ter um rei. Por

isso é que os socialistas espanhóis

aceitaram muito bem ter um rei em

Espanha e todos os outros

socialistas europeus não põem em

causa a chefia de Estado real.

Se Salazar o tivesse designado

como sucessor como fez Franco

com Juan Carlos?

Page 10: Gazeta Imperial - Maio de 2010

Em Espanha houve um referendo

antes de instaurarem a monarquia.

Teria sido uma solução para

Salazar?

Se o governo de Salazar tivesse

preparado a situação com um

referendo e um regresso à

d e m o c r a c i a c o m o r e i ,

provavelmente não teríamos tido o

drama da descolonização, porque o

Ultramar poderia ter caminhado

para uma autonomia progressiva

que o levaria a uma Commonwealth

como a inglesa.

É a sua opinião sobre a

descolonização?

Foi a minha opinião nessa época e

continua a ser. O pior que podíamos

ter feito aos nossos irmãos

lusófonos foi esta descolonização.

Não era possível fazer pior e a

prova é que lançou os países,

sobretudo Angola e Moçambique,

em guerras civis intermináveis;

lançou a Guiné numa situação de

miséria extrema e os únicos que se

saíram mais ou menos bem foram

S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Acha que a descolonização

poderia ter acontecido de outra

forma após o 25 de Abril?

O 25 de Abril foi necessário após o

falhanço do 5 de Outubro e da

revolução militar de 1926. A I e a II

República falharam e foi necessária

uma terceira revolução militar. Só

que como estava muito controlada

pela União Soviética, esta quis

r a p i d a m e n t e a p r o v e i t a r a

circunstância para entregar o poder

aos movimentos políticos que lhe

eram simpáticos. Que, viu-se, não

foram aceites pelos povos e

l e v a r a m a u m a s i t u a ç ã o

catastrófica.

S e r i a p o s s í v e l o u t r a

descolonização?

Sim, o general Spínola tinha

proposto referendos e o Movimento

das Forças Armadas prometeu uma

transição democrática que levaria a

r e f e r e n d o s e m A n g o l a e

Moçambique. Ou melhor ainda, a

uma eleição para um parlamento

nacional ou local que pudesse

definir o futuro dos territórios. A

entrega do poder aos movimentos

guerrilheiros não podia ser pior.

Na altura apoiou o Movimento

das Forças Armadas e a Junta de

Salvação Nacional!

Apoiei o general Spínola, em quem

tinha toda a confiança, e a Junta

porque era constituída por gente de

grande capacidade e calibre. Só

que foram ultrapassados! Ainda

estão por abrir os arquivos

soviéticos da época e descobrir o

que de facto aconteceu. Valia a

pena ir a Moscovo aos arquivos do

KGB, até porque uma parte dos

arquivos da DGS [ex-PIDE] foram

lá parar também.

Onde estará a sua ficha por

c a u s a d e a c t i v i d a d e s

«revolucionárias» em Angola?

Ta m b é m l á a d e v o t e r ,

exactamente.

Portanto, se Salazar o tivesse

escolhido teria alterado o

percurso histórico de Portugal?

Imediatamente e teria sido uma

solução que evitaria todo este caos

que sofremos em seguida.

Espanha fez o referendo. No

actual Portugal, há quem o peça.

Acha que a hora do referendo vai

chegar?

Primeiro é preciso que se retire da

Constituição o artigo 288.°, alínea

B, que impõe como inalterável a

forma republicana de governo e

que os monárquicos propõem que

seja substituído pela forma

democrática de governo. Aliás, na

última revisão constitucional, a

maioria do parlamento quis aprovar

essa medida mas não se chegou

aos dois terços necessários.

Agora, o PSD tem Paulo Teixeira

Pinto, um fervoroso monárquico,

a redigir uma revisão da

constituição. Abrir-se-á uma

porta para o referendo?

Esse é um tema que devia

interessar não só a monárquicos

mas a todos os verdadeiramente

democráticos. Quem é a favor da

democracia não pode dizer que a

capacidade de escolha do povo

português tem de ser impedida pela

Constituição. Além de que é um

insulto aos países da União

Europeia que têm reis e rainhas –

como os suecos e holandeses –

pois estamos a dizer que são povos

atrasados porque têm um sistema

de chefia de Estado inaceitável em

Portugal.

Se o PSD for governo esse

cenário poderá ser possível?

Se tiver o apoio de uma parte, pelo

menos, do PS.

E poderá vir a acontecer?

Espero que sim e cada vez mais a

nossa maturidade democrática

avança nesse sentido.

Viveu toda a vida num regime

r e p u b l i c a n o . C o n s e g u e

vislumbrar um Portugal onde

possa a existir a Monarquia?

Não vejo porque não. O problema é

a maioria dos republicanos não

t e r e m a r g u m e n t o s m a s

preconceitos e é muito difícil

discutir preconceitos. As pessoas

dizem que não gostam da

monarquia porque é um retrocesso

ou um regime pouco democrático

mas tais afirmações são erradas se

fizermos uma análise política

c o n t e m p o r â n e a . A t é s e

compararmos o Portugal do século

XIX com países da Europa vemos

que éramos tão democráticos como

a grande maioria deles, ao contrário

de países menos democráticos do

que nós e mais importantes, como o

império alemão. Se actualmente as

monarquias são mais avançadas

do ponto de vista democrático e até

económico, social e humano é

devido à estabilidade que a

Monarquia lhes proporcionou.

Espanta-o o hastear recente de

bandeiras monárquicas em

Lisboa?

Apenas mostra que há insatisfação

em sectores da juventude. Nunca

achei graves esses actos, até

porque nunca houve falta de

respeito para com a bandeira

nacional actual nem uma bandeira

republicana descida do seu mastro.

Ou foi a da Câmara de Lisboa ou, no

caso do Parque Eduardo VII, nem

estava lá a bandeira. A que foi

hasteada era uma bandeira

nacional, a azul e branca como a de

D. Afonso Henriques ou de D. João

I, que merecem as mesmas honras

e têm a mesma dignidade segundo

a lei.

Viu as imagens da bandeira da

monarquia no alto do Eduardo

VII?

Sim, até fui lá ver.

Sentiu uma antevisão?

Esteticamente é lindíssima e não há

dúvida de que os céus de Lisboa

f i c a r a m c o m u m a i m a g e m

belíssima. Refira-se que a antiga

comissão oficial nomeada para

desenhar a nova bandeira da

República propôs a azul e branca

sem a coroa e com um conjunto de

estrelas que representavam os

territórios ultramarinos. Foi a

comissão oficial! Esta bandeira foi

imposta pela Carbonária, um

movimento terrorista da época mas

q u e c o n s e g u i u a r e v o l t a

republicana. Para além do mais,

tem um significado bastante

perverso e perigoso, porque a

Carbonária era a favor da federação

ibérica e, de algum modo, o

vermelho na nossa bandeira

representa Espanha. Por isso é que

o vermelho é maior que o verde [de

Portugal] e não faz sentido dizer que

era porque havia muito mais sangue

do que esperança.

Porque é que afirmou que os

manuais de História apelam ao

fim da independência?

O s n o s s o s m a n u a i s s ã o ,

indirectamente, responsáveis por

Page 11: Gazeta Imperial - Maio de 2010

não glorificarem a História de

Portugal. Acentuam aspectos

negativos e diminuem a nossa auto-

estima. Ao fazerem-no favorecem a

rendição de Portugal aos interesses

e s t r a n g e i r o s e m v e z d e

aproveitarmos a nossa história.

É mais um exemplo do falhanço

da República?

É uma manifestação do falhanço do

nosso regime actual.

Por isso é que no site da Casa Real

se reproduz uma entrevista do

h i s t o r i a d o r e « p e r i g o s o »

bloquista Fernando Rosas em que

diz que a República falhou?

Não concordo com a maior parte das

posições do Bloco de Esquerda mas

tenho no Bloco bons amigos e

pessoas que admiro, tal como no

Partido Comunista e em todos os

sectores. Aliás, a câmara do Bloco

de Esquerda [Salvaterra de Magos]

e muitas câmaras comunistas

convidam-me para visitas oficiais

várias vezes, assim como câmaras

CDS e PSD. Nos últimos anos devo

ter visitado cerca de 150 municípios

a convite dos seus presidentes.

O único comunista que não se dá

bem consigo é José Saramago?

Não posso concordar com o que ele

diz na maior parte dos livros, nem

com o que afirma sobre Espanha –

que é melhor sermos espanhóis.

Com algumas excepções, não posso

apontá-lo como um modelo da boa

escrita portuguesa mas há uma

coisa que admiro nele, a capacidade

de promover a literatura portuguesa

no mundo e a persistência e a

continuidade com que defende as

suas ideias, mesmo quando já estão

manifestamente ultrapassadas.

Saramago diz que como não leu o

Memorial do Convento não o

poderia criticar.

Nós já fizemos as pazes e ficou

muito satisfeito com a minha

resposta simpática no Diário de

Notícias.

Mas acha que o Memorial do

Convento é, como disse, uma

«grande merda»?

Não, o que eu verdadeiramente

não gostei foi do que disse sobre a

Virgem Maria. Quando diz que

Cristo é um bastardo, enfim, cita

aquela fábula antiga que ainda hoje

é seguida por muita gente, a de que

Cristo foi uma aventura da Virgem

Maria. Não gostei, evidentemente,

e no Memorial do Convento há

umas fantasias pol í t icas e

históricas um bocado ofensivas.

Aquela caracterização um pouco

violenta que lhe é atribuída foi

uma resposta real?

Foi uma resposta espontânea

quando um jornalista me apanhou à

saída de um jantar… Mas a maior

parte dos comunistas são patriotas

e não é por acaso que Saramago

está mui to desi ludido com

Portugal.

Álvaro Cunhal também era

patriota?

O Álvaro Cunhal era mais um

internacionalista, que seguia o

ideal marxista-leninista e o

internacionalismo soviético. Se

tivesse tomado o poder em

Portugal teria sido um desastre.

N ã o h a v e r i a M o n a r q u i a ,

decerto?

H a v e r i a f u z i l a m e n t o s e

perseguição política. Tem o mérito

de ser um homem de ideais e de ter

lutado mesmo que eu não

concorde com eles. Julgo que a

razão da adesão de uma grande

parte do país, o Alentejo, aos ideais

comunistas tem que ver com um

facto muito interessante: até ao

século XIX o Alentejo era

governado pelos conventos e

mosteiros, nos quais se vivia uma

vida comunista. Com o liberalismo,

as terras foram roubadas aos

conventos e compradas por gente

de Lisboa, que meteu lá capatazes

que oprimiram e exploraram o povo

alentejano. Muitos historiadores

comunistas concordam comigo de

que isto explica de facto a adesão do

povo alentejano ao ideal comunista.

Vejo na sua reflexão uma análise

marxista…

A análise marxista não está errada

em todos os aspectos, a prática

marxista é que tem sido sempre

desastrosa porque baseia-se numa

utopia que é incompatível com o

comportamento humano. O regime

comunista foi o maior desastre do

século XX, junto ao regime nazista,

só que este durou poucos anos e não

teve ocasião de fazer tantos

estragos como o comunista. O certo

é que o idealismo dos comunistas

pode ser posto ao serviço de boas

causas, tal como a protecção do

ambiente e a protecção dos valores

locais.

Quando refere a utopia comunista

não a compara à monárquica?

Não, porque vemos como funcionam

bem onde existem. Utopias são

regimes que funcionam mal quando

estão no poder.

Foi por essa razão que Guerra

Junqueiro, em 1911, disse que se

se fizesse um plebiscito haveria

menos republicanos que antes do

5 de Outubro?

Neste momento a maioria das

pessoas não tem uma opinião

fundamentada sobre esta alternativa

porque não sabem quais são as

diferenças e não observam o resto

da Europa. Mas a quantidade de

pessoas que concordam que um rei

seria melhor que um presidente da

República para Portugal é muito

grande.

É por isso que defende que dos

dez milhões gastos para fazer as

comemorações do Centenário da

República, um milhão deveria ser

para a reposição histórica?

É preciso um debate e um estudo

sérios sobre o que é que aconteceu

na altura e o resto devia ser usado

em homenagem aos idealismos do 5

de Outubro, porque os ideais dos

revolucionários até eram muito

bon i tos . Pode-se fazer uma

homenagem a essa gente utilizando a

verba para fins úteis, concretos e

i m p o r t a n t e s ! E s t o u é

preocupadíssimo com a falta de

integração cultural e profissional dos

filhos dos imigrantes, com o facto de

termos regiões inteiras que estão

marginalizadas do desenvolvimento

humano e económico e com a falta de

preservação da língua portuguesa na

Guiné, em Moçambique e Timor. Acho

que isso devia preocupar-nos

bastante.

A questão da educação preocupa-

o?

Preocupa-me mui to e tenho

aproveitado a experiência das

escolas João de Deus para ir ver o

trabalho que fazem nos bairros

suburbanos de Lisboa. Desse modo,

vejo a utopia que é o nosso sistema

oficial de ensino, cheio de bons ideais

mas mu i to desa jus tado das

realidades que a nossa juventude

necessita. Por isso é que temos os

piores resultados escolares da

Europa.

Acha que se devia avançar com

medidas rápidas?

Sim. Primeiro, dar aos professores

segurança e garantia para que o

sistema escolar funcione e rever os

p rogramas que es tão mu i to

desajustados. Vejo essa situação

porque todos os d ias ten to

acompanhar os meus filhos nos

estudos e fico revoltado com os

programas, nomeadamente no

Português e na Ciência. Quando falo

com os professores do ensino

público, concordam que estamos a

criar uma geração de ignorantes com

consequências gravíssimas para o

futuro do país.

Considera que o país está mais

preocupado com as causas

fracturantes do que com a

realidade?

Claro! Tornar obrigatório o ensino da

educação sexual resume-se a dizer:

forniquem à vontade, divirtam-se,

façam o que quiserem mas com

Page 12: Gazeta Imperial - Maio de 2010

higiene. Praticamente é só isso, em

vez de dar referências éticas e

m o r a i s e m r e l a ç ã o a o

d e s e n v o l v i m e n t o d e u m a

sexualidade saudável. Ao mesmo

tempo, desencorajam-se as aulas

de educação moral e estamos a

dizer que a moral não tem

importância, que só a sexualidade

livre é fundamental para a felicidade

dos portugueses.

Há questões, como o divórcio,

que na Monarquia seriam

impossíveis!

Hoje em dia é mais fácil despedir a

mulher ou o marido do que um

funcionário de uma empresa. Ora, a

estabilidade de um emprego não é

mais impor tante do que a

estabilidade da família.

A questão do aborto também?

A lei do aborto livre é para muitos

uma lei que escraviza as mulheres

porque hoje ela pode ser obrigada a

abortar pelos patrões, amantes e

pais. Esta é a situação de muitas

mulheres, pois é raro que queiram

abortar por vontade própria. Esta

lei, que as escraviza, é ultraliberal e

ultracapitalista e não percebo como

é que a esquerda em Portugal apoia

isto.

Uma esquerda que também apoia

o casamento homossexual…

Esse é um problema mais

complicado porque há uma

confusão entre o direito a viver

junto, a ter alguns benefícios fiscais,

a ter certo reconhecimento legal

para pessoas que querem partilhar

a sua vida e que muitas vezes até

podem ser duas velhas amigas,

vizinhas ou irmãos. A legislação

s o b r e o c a s a m e n t o t e m

basicamente o objectivo de

proteger as crianças e creio que não

se devia confundir o casamento

como unidade que pode produzir

uma futura geração, educá-la e ter

responsabilidades nela, com as

uniões de facto que podem ser

aquelas que interessam aos

homossexuais. Dizia alguém – a

brincar claro – que hoje os padres e

os homossexuais é que se querem

casar, os outros preferem as uniões

de facto porque dão-lhes menos

responsabilidades.

A sua mulher, Isabel de Herédia,

está um pouco desagradada pela

religiosidade europeia. Diz que

está adormecida e que as

pessoas têm vergonha. Partilha

dessa opinião?

Há muitos países europeus hoje

onde se pode dizer que há mais

muçulmanos praticantes do que

cristãos. Felizmente não é o caso

de Portugal, onde o cristianismo

ainda é bastante praticado. Talvez

a maioria dos portugueses o faça

só um pouco formalmente mas

ainda assim teremos uns vinte por

cento de portugueses regulares na

religião. No entanto, há países

onde se leva mais a sério a religião

enquanto em Portugal as pessoas

substituíram a Igreja pelos

hipermercados. Não é positivo,

mesmo para quem não tenha fé.

A Senhora Dona Isabel também

diz que se pode ser intelectual

mas tem de se ser laico.

Existe essa mania da parte de

muitos intelectuais mas o Papa tem

escrito livros interessantíssimos

sobre o conciliar da fé com a

inteligência e a lógica. Tem tentado

mostrar que a espiritualidade e a

lógica convivem e diz que a Europa

é o fruto do espírito lógico grego e

da espiritualidade judaica. Somos

filhos dessa realidade e se a

recusarmos corremos o risco de ter

uma Europa sem bases espirituais,

podendo facilmente cair em

extremismos.

O que sentiu ao acompanhar

Bento XVI à Terra Santa?

Tive um privilégio que gosto muito

de lembrar quando estou com os

meus primos, chefes de casas

reais e reis, para ser um pouco

snob com eles. Um momento que

nunca conseguiram ter, tal como

um almoço com o Papa e meia

dúzia de pessoas em Jerusalém, na

residência do patriarca latino, onde

o Papa fez o elogio de Nun’Álvares

ao dizer que foi o santo que mais

gostou de canonizar. Refira-se que

hoje há muita gente, entre

palestinos e israelitas, que acham

que São Nuno podia ser um modelo

para os palestinos porque lutou pela

liberdade do seu povo.

Crê que o conflito israelo-árabe

terá um fim?

É indispensável. Os israelitas vão

ter de encontrar uma forma de viver

pacificamente e colaborarem com

os vizinhos árabes. Não é possível

continuar com uma situação que

põe em risco o próprio futuro do

Estado de Israel e a paz de todo o

Ocidente! Nós, ocidentais, sentimos

uma afinidade com a emigração

europeia que foi para ali – que são

os israelitas hoje – e se estabeleceu

na terra que era dos antepassados

mas este não pode ser um motivo

para haver um conflito.

A administração Obama poderá

inverter essa situação?

Tem mostrado grande vontade de

resolver o problema.

No entanto, mantém grandes

e f e c t i v o s m i l i t a r e s n o

Afeganistão e no Iraque!

É uma questão de segurança

regional. Só quando esses países

tiverem condições de garantir a sua

própria estabilidade e segurança é

que se podem vir embora.

Foi uma invasão que gerou uma

onda de terrorismo violentíssima.

Essa é uma situação muito perigosa

porque, por exemplo, um palestino

que tenha perdido tudo, que veja a

sua terra, a quinta e a casa ocupada

por outras pessoas, não tem mais

nada a perder. Ainda por cima se lhe

dizem que ao morrer pela liberdade

da sua fé tem uma vantagem

espiritual!

Preocupa-o o avanço do islão na

Europa?

Que é deliberado, pois a política das

famílias numerosas é uma tentativa

de controlar a Europa do futuro. E,

pelo caminho da demografia actual,

vão consegui-lo porque nós matamos

os nossos filhos aos milhares pelo

aborto.

Em 2005 reclamava da falta de

l iberdade de imprensa em

Portugal. Ainda a sente?

Para os jornais a liberdade é total

mas há grandes sectores da

população portuguesa sem acesso à

informação. Pode-se dizer que boa

parte dos portugueses não se sentem

representados na informação que

temos e acham-se marginalizados. É

o que vemos nas campanhas

políticas, quando há ideias muito

interessantes em pequenos partidos

que são abafadas.

Tal como as ideias do Partido

Popular Monárquico?

Nos últimos anos, essas são

bastante desastrosas e a principal

campanha do PPM tem sido atacar-

me! Acho que os movimentos e

partidos ecologistas mereciam mais

destaque porque estão empenhados

num dos grandes problemas do

nosso futuro. Acho que não se

defendem no parlamento os pontos

de vista católicos. Não vejo um

deputado africano no parlamento, ou

de origem cigana. A representação

dos portugueses está mui to

desequilibrada.

Faz hoje 65 anos. Preocupa-o a

idade?

Principalmente estou preocupado em

conseguir manter o ritmo dos meus

filhos. Não quero ser ultrapassado

por eles nas provas físicas, nos

passeios de bicicleta e noutras

coisas. Claro que qualquer dia o vou

ser, mas quanto mais tarde, melhor!

A Casa Real está muito moderna.

Tem um bom site e até está no

Facebook!

Essa do Facebook não é de minha

iniciativa. Cria-se aí um tipo de

intimidade e de relacionamento que

Page 13: Gazeta Imperial - Maio de 2010

não me parece muito normal.

Mas representa a voz da Casa

Real?

Sim e encontram-se lá as minhas

declarações e posições. O

problema é que há pessoas que

ficam verdadeiramente maníacas

desses meios que viciam –

designadamente os adolescentes –

e até provocam divórcios.

Usa telemóvel?

Com moderação.

E envia SMS?

Sim, uso as mensagens porque é

prático, tal como troco correio

electrónico com muita gente porque

é mais confiável que o correio de

países como Timor ou de África,

onde há pessoas com quem preciso

de falar.

Se calhar ainda o veremos no

Facebook mais activo?

Não, eu acho que os correios

e l e c t r ó n i c o s n o r m a i s s ã o

perfeitamente suficientes, não faz

falta esse tipo de comunicação.

A questão da União Ibérica tem

estado em foco e 42 por cento

dos portugueses mostraram-se

disponíveis. Qual é a sua

opinião?

Essa resposta de algumas pessoas

tem que ver com a revolta contra a

situação em que vivemos e é uma

forma de protesto violento por

causa dos seus problemas. Não

acredito que seja mesmo a opinião

das pessoas! A resposta que daria

é: oiçam os catalães, os bascos e os

ga legos , que exp l i carão o

agradável que é ser dominado

pelos castelhanos. Eu sou grande

admirador do espírito castelhano

mas quando se põem a mandar nos

outros povos, o resultado é

desastroso. Aliás, o grande triunfo

da monarquia em Espanha foi

exactamente as autonomias que

permitiram às regiões espanholas

não serem, de algum modo,

dominadas por Castela. É um

pouco estúpido da parte de certos

portugueses quererem aquilo de

que tantos espanhóis estão a tentar

libertar-se.

Se a Monarquia voltasse, seria

intolerante numa integração

ibérica?

A Bélgica, o Luxemburgo e a

Holanda vivem num sistema muito

integrado há muito tempo, o

Benelux, e anterior à União

Europeia. Só que como são três

monarquias, nenhum desses povos

s e n t e q u e e s t á a p e r d e r

independência ou identidade

porque tem o seu próprio rei. No

nosso caso, uma república fraca ou

instável juntar-se a uma monarquia

forte seria efectivamente a perda de

s o b e r a n i a e u m c a m i n h o

perigosíssimo para os interesses

dos portugueses. Duas monarquias

podem-se juntar e colaborarem

muito bem mas uma monarquia e

uma república é a história do pote de

barro e do de ferro que estão na

mesma carroça. Se achamos que

precisamos de estrangeiros para

nos ajudarem a sair da situação em

que estamos, não me incomodava

que o ministro das Finanças fosse

um alemão e o da Tecnologia um

japonês… Isto é uma caricatura,

mas haver técnicos alemães ou

japoneses a aconselharem a nossa

administração já vejo bem.

Vai votar nas eleições para a

Presidência da República?

Não voto por uma questão de

princípio porque acho que o sistema

republicano de chefia de Estado não

é o melhor. Por outro lado, também é

por uma questão de não tomar

partido. Ainda por cima, neste

momento é uma situação delicada

porque os três candidatos são

pessoas por quem tenho muita

admiração e estima.

Ronald Reagan sugeriu que se

deveria candidatar a presidente.

Admite-o?

Disse isso num jantar que tivemos

na Casa Branca: «Eu sei que o

senhor pode ganhar.» Na altura

achei a ideia muito interessante e

quando cheguei a Portugal reuni o

meu conselho privado para lhes

perguntar a opinião, mas quase

todos foram contra. No entanto,

ainda hoje há no conselho privado

uma pequena minoria de pessoas

que considera que seria uma boa

alternativa.

Se concorresse, qual seria o

candidato que seria mais difícil

de derrotar?

Se concorresse, a minha posição

tinha de ser de simpatia pelos

o u t r o s c a n d i d a t o s e ,

pr inc ipa lmente, exp l icar as

vantagens da chefia de Estado real.

Como isto não está em questão,

não vale a pena falarmos do

assunto.

Qual será o desfecho deste

confronto eleitoral?

As pessoas deveriam ter vários

motivos para escolher um presidente:

os seus ideais; a capacidade de ver o

Portugal do futuro; o pragmatismo;

ponderar quem é que pode ser mais

eficiente para colaborar com os

governos e ajudá-los a governarem

bem e a controlá-los. Não deveria ser

a simpatia pessoal… E, depois, há

uma maioria que não vota, como se

tem visto pelo abstencionismo,

porque acha que não é importante:

nas europeias sessenta por cento não

votou e nas últimas legislativas houve

quarenta por cento de não-votantes.

Provavelmente por não se sentirem

representados pelos partidos em jogo

ou porque não acreditam de todo na

democracia actual da República.

“Tenho uma certa tendência

para acreditar nas pessoas

e por vezes engano-me.

Tenho tendência, talvez um

pouco utópica, de crer que

os meus ideais podem ser

realizados e, por isso,

trabalho por eles. Descuido

um pouco de mais a minha

vida económica pessoal e,

agora com os filhos, sinto

mais obrigação em me

p reocupar com esse

aspecto. Tenho talvez o

defeito de dizer as minhas

opiniões, mesmo que não

seja o momento mais

oportuno. Gosto de ouvir as

opiniões dos outros, que me

digam o que pensam de bem e de mal de mim. Certa sinceridade deixa

muita gente aborrecida e, nesse aspecto, identifico-me com os

transmontanos porque são os que cultivam esse espírito de franqueza.

Não é por me chamar Bragança, mas gostava de viver em Trás-os-

Montes, ou nas ilhas por causa do meu espírito insular. Irrito-me por

vezes e há pessoas que se podem queixar porque terei sido menos

simpático em certas alturas.”

Page 14: Gazeta Imperial - Maio de 2010

História em Quadrinhos mostraa vida de Debret no Brasil

Lançada em 2006, a obra de

História em Quadrinhos “Debret em

viagem histórica e quadrinhesca ao

Brasil” (Companhia das Letras), do

c a r t u n i s t a Sp a c c a , é u m

oportunidade para se fazer uma

Da redação do IBI

Debret, que, depois de homenagear Napoleão em Paris, passou quinze anos no Brasil com a Missão Artística

Francesa, retratando a família real, fazendo cenários para teatro, ensinando pintura e montando, no seu Viagem

pitoresca e histórica ao Brasil, uma riquíssima iconografia da vida do Império durante o século XIX

viagem a um período glorioso da

história do Brasil. Para contar a

trajetória de um pintor histórico

francês no Brasil, ninguém melhor

do que um "cartunista histórico"

brasileiro. O pintor histórico é

Debret, que, depois de homenagear

Napoleão em Paris, passou quinze

anos no Brasil com a Missão

Artística Francesa, retratando a

família real, fazendo cenários para

teatro, ensinando pintura e

montando, no seu Viagem pitoresca

e histórica ao Brasil, uma riquíssima

iconografia da vida do Império

durante o século XIX.

Aventura tropical O "cartunista

histórico" é Spacca, que já se

aventurara pela "História em

Quadrinhos" com Santô e os pais da

aviação, também publicado pela

Companhia das Letras. Aqui, Spacca

nos mostra como a queda de

Napoleão tornou a situação política

dos que o apoiavam insustentável - o

que acabou por motivar a aventura

tropical de Debret -, além das

intrigas e rixas da incipiente vida

artística do Rio de Janeiro.

Com prefácio, cronologia, bibliografia

e galeria de obras, o livro é uma

introdução ao tema da história da arte

no Brasil, mas não pára por aí. O

traço de Spacca conta, sem perder o

humor, os atrasos de anos na criação

da Academia de Belas Artes, a

rivalidade com o grupo dos artistas

portugueses e os ataques de ambas

facções.

Contada por um cartunista, a história

de Debret no Brasil fecha um ciclo:

através de seu discípulo predileto,

Manuel de Araújo Porto Alegre, autor

da primeira caricatura impressa no

Brasil, Debret também é o mestre dos

cartunistas brasileiros.

Spacca Nasceu em 1964, em São

Paulo, é cartunista e ilustrador. Fez

stoyboards para filmes publicitários

no começo da carreira;

depois, entre 1985 e 1995,

criou charges políticas para

o jornal Folha de S.Paulo e

ilustrou o suplemento infantil

Folhinha por dois anos.

Escreveu histórias em

quadrinhos para as revistas

Níquel Náusea e Front e

também trabalhou com

animação. Atualmente faz

charges para a versão on-

line do Observatório da

I m p r e n s a e p a r a

publicações empresariais.

Em 2005, Spacca recebeu o

primeiro prêmio de charge

no Salão Internacional de

Humor de Piracicaba