Gazeta Imperial Dezembro 2012

download Gazeta Imperial Dezembro 2012

of 18

Transcript of Gazeta Imperial Dezembro 2012

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    1/18

    GazetaImperialJornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Dezembro de 2012 Ano XVII Nmero 203 www.brasilimperial.org.br

    Pg. 14

    A Repblica temum problemasrio degovernabilidade,que fora

    o Brasil a sergerido atravs dacorrupo.

    Prncipe Dom Rafael de

    Orleans e Bragana

    Um feliz Natal e um prspero Ano Novo!!!

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    2/18

    02

    Gazeta

    ImperialA Gazeta Imperial uma publicao do Instituto Brasil Imperial. Artigos,

    sugestes de reportagens, divulgao de eventos monrquicos e imagens

    podem ser enviados para [email protected]

    Comendador Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

    [email protected]

    Alessandro Padin

    Editor e jornalista [email protected]

    Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

    Palavra do Presidente

    Mensagem de Natale Ano NovoChegamos ao final de mais uma etapa e a vem aquela pontade esperana. Esperana em Jesus, o menino Deus que deusua vida para nos salvar.

    Natal o aniversrio de JESUS, isso tudo, to simples e tolindo. Natal a ternura do passado, o valor do presente e aesperana do futuro.O Natal comeou no corao de Deus. S est completoquando alcanar o corao do homem. Natal a Luz, o sm-bolo de Jesus, que nasce em nossos coraes neste Natal. a Crena em Jesus filho de Maria e Jos que nos faz acredi-tar que no primeiro dia do ano novo tudo ir mudar. a vira-da, o tempo dos sonhos. 2013 traz a esperana de dias mel-hores.Basta acreditar. O importante acreditar. Para isto, precisobuscar esta chama de esperana que est dentro de cadaum e faze-la brilhar. 2013 o ano da fora, da coragem. Deabraar os desafios e vence-los. Porque no h vitria semsacrifcio. E no h sacrifcio sem vitria.Acreditem, confiem. Esta a verdadeira f. Aquela que nos dforas para continuar. Confiem e alcancem os sonhos, poisa vida feita de sonhos e sem eles a caminhada no temsentido, muito triste e solitria. Acreditem e os sonhos serealizaro. Que o amor seja a marca mais profunda em tudoque for planejado, realizado e vivenciado no ano que est porvir!Em nome da Diretoria e do Conselho do Instituto Brasil Impe-rial, desejo a todos um Feliz Natal e que o Ano Novo, cheguecom muita luz, paz, prosperidade e com a f que tudo realiza!

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    3/18

    03Artigo

    NO CAMINHO CERTOOU PETRPOLIS +10Bruno Hellmuth

    Conselheiro do Instituto Brasil Imperial (IBI)

    No dia 22 de n ovembro de 2012,

    um dos jornais de maior circu-

    lao no Brasil, publicou um ar-

    tigo com o ttulo Entre o Estado

    e o governo, assinado por Jorge

    Maranho, publicitrio que, com

    a sua organizao A Voz do Ci-dado, luta para difundir a

    cultura de cidadania entre ns.

    Infelizmente ainda somos um

    povo

    carente dessas noes essen-

    ciais ao convvio civilizado numa

    sociedade que se pretende

    democrtica.

    Neste artigo, o autor apresenta

    aos leitores uma excelente ex-

    plicao para as diferenas en-

    tre chefia de Estado e chefia degoverno, usando como exemplo

    a atuao da atual Presidente

    da Repblica nestas duas fun-

    es. Para feliz surpresa nossa,

    logo no primeiro pargrafo, salta

    aos olhos uma meno ao Poder

    Moderador do Imprio. Na ver-

    dade, a nossa alegria s e deveu ao

    fato de o Sr. Jorge Maranho ter

    participado, como palestrante,

    da Jornada Monarquista do Rio

    de Janeiro, h exatamente um

    ano. Perguntado, via mensagem

    eletrnica, se esta meno ao

    Poder Moderador seria um eco

    da brilhante palestra proferida

    pelo Prof. Gasto Reis, naquela

    mesma ocasio, res pondeu que,

    de fato, havia sido convencido

    por aquele grande lder do nosso

    Movimento do importante papel

    que a reintroduo daquele Quar-

    to Poder no sistema de governo

    do Brasil poderia desempenhar

    na soluo dos graves defeitosda organizao poltica de que o

    pas padece h 123 anos.

    Esta histria acima relatada

    demonstra, claramente, que ns

    monarquistas temos propostas

    consistentes para o Brasil. E que

    temos slidas razes para ser-mos levados, cada vez, mais a

    srio. Comprova tambm como

    fundamental a promoo de

    seminrios com a participao

    de personalidades no- monar-

    quistas, principalmente quando

    se trata de conhecidos forma-dores de opinio como foi o caso

    em questo.

    Por coincidncia, h exatos

    dez anos, ou seja, em 23 e 24

    de novembro de 2002, na Ci-

    dade Imperial de Petrpolis, pela

    primeira vez, aps o plebiscitode 1993, um grupo de monar-

    quistas se reuniu para discutir

    estratgias visando Restau-

    rao da monarquia parlamen-

    tar, que tanto permitiu avanar

    Esta histria relatada demonstra, claramente, que ns monarquistas temos propostasconsistentes para o Brasil. E que temos slidas razes para sermos levados, cada vez,mais a srio. Comprova tambm como fundamental a promoo de seminrios com aparticipao de personalidades no- monarquistas, principalmente quando se trata deconhecidos formadores de opinio como foi o caso em questo.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    4/18

    04em termos poltico-institucionais

    ao longo da segunda metade do

    sculo XIX.

    As idias lanadas naquela oc-

    asio foram melhor desenvolvi-

    das e sedimentadas nas reunies

    sequenciais de fevereiro e junho

    de 2003. Aps cada um destes

    tres eventos, foram redigidos

    relatrios, dando origem s con-

    hecidas Cartas de Petrpolis, de

    So Paulo e do Rio de Janeiro.

    Naqueles documentos, j se en-

    contram recomendaes no sen-

    tido de trazermos formadores de

    opinio no-monarquistas para

    os nossos debates. O artigo do

    Sr. Jorge Maranho, mencion-

    ando o Poder Moderador, uma

    prova de que pelo neste pontoas Cartas estavam indicando o

    caminho certo a seguir.

    Se grupos monarquistas de

    todo o pas se animarem a re-

    alizar seminrios, regularmente,

    seguindo este modelo de debate

    com simpatizantes e no monar-

    quistas, simultaneamente a um

    trabalho de colaborao com

    a Famlia Imperial para que os

    Pretendentes ao trono alcancemcrescente visibilidade poltica

    e ainda avanarmos, paralela-

    mente, na gesto organizacion-

    al e financeira do Movimento

    Monarquista, teremos grandes

    possibilidades de, em poucos

    anos, tornarmos a proposta da

    monarquia parlamentar uma im-

    portante fora poltica em nosso

    pas.

    Em especial, no sentido de fazer

    com a opinio pblica entenda

    que o poder fiscalizado, e pron-

    tamente punido quando extrapo-

    lar seus limites legais, a mel-

    hor receita para o bom governo.

    justamente por isso que a res-

    taurao do Poder Moderador

    to importante, como percebeu

    o ilustre Jorge Maranho. Uma

    soluo que j foi parte de nossa

    Histria e que nos trouxe imen-

    sos prejuzos nas reas poltica,

    social, econmica e cultural ao

    ser extirpado de nossas institu-ies pelo golpe que instaurou a

    repblica.

    Rio de Janeiro, 10 de dezembro

    de 2012

    Bruno Hellmuth

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    5/18

    05

    Lus Severiano Soares RodriguesEconomista, ps-graduado em histria, scio

    correspondente do Instituto Histrico e

    Geogrfco de Niteri e Artista Plstico

    O processo de criao e con-

    solidao das instituies, bem

    como a sua constante atual-

    izao, s possvel com o con-

    curso de indivduos imbudos

    nesse mister de serem membros

    de um corpo preparado para,

    quando necessrio, realizar com

    eficincia e eficcia, aquilo que

    dele se espera. E numa institu-

    io como a Marinha Brasileira,

    que se confunde com a nao

    brasileira e esta fadada a exis-

    tir enquanto houver a ptria bra-

    sileira, o cumprimento dos seus

    objetivos, se d pelo constante

    dilogo de geraes que se suce-dem no seu comando, ao longo

    da sua existncia, atravs da ca-

    maradagem que uni os homens

    e mulheres de marinha aos lon-

    go de suas carreiras, principal-

    Artigo

    Todos s falam em

    MAURITYmente pelos exemplos positivos,que as novas geraes de obri-gam a perpetuar.Nessa perspectiva,

    podemos exemplificar num mo-

    mento crucial da vida brasileira,

    como foi a guerra do Paraguai,

    o quanto uma gerao de jo-

    vens oficiais, como os futuros

    almirantes Saldanha da Gama,

    Custdio de Melo, baro de Ja-

    ceguai, Alexandrino de Alencar

    e Cordovil Maurity, entre outros,

    aprenderam e se motivaram com

    o desprendimento e a dedicao

    de seus comandantes como o

    marqus de Tamandar, o vis-

    conde de Inhama, o baro do

    Amazonas e o baro de Angra,

    entre outros oficiais superiores.Um caso a se destacar

    o do almirante Joaquim Antnio

    Cordovil Maurity, nascido na ci-

    dade do Rio de Janeiro a 13 de

    ja ne iro de 18 44 , fi lh o de Ja co b

    Maria Maurity, portugus, e de

    Joaquina Eullia Cordovil de

    Siqueira e Melo, esta do cl dos

    Cordovil, clebres provedores da

    fazenda real ao tempo dos vice-

    reis, aos quais se deve o bairro

    de mesmo nome na cidade do

    Rio de Janeiro, onde se localiza-

    va o engenho do provedor, como

    nos conta o saudoso genealogis-

    ta, Dr. Waldyr da Fontoura Cordo-

    vil Pires. O alte. Cordovil Maurity

    teve cinco irmos e irms.

    Ingressando na Academia de

    Marinha em 1860, aps passar

    pelo imperial colgio de Pedro II,

    em 1862 guarda-marinha, em

    1864 2 tenente da Armada. Ten-

    do o Imprio sido covardemente

    atacado pelos paraguaios, Cor-dovil Maurity j a 28 de janeiro

    de 1866 se encontrava em Mon-

    tevidu, se preparando para en-

    trar em combate, no esforo de

    guerra que faria os paraguaios

    pagarem caro a ousadia de inva-

    direm o solo sagrado do Imprio

    do Brasil.

    Cordovil Maurity participou

    de vrias operaes onde o

    poder de fogo da Armada se fez

    necessrio, desde o bombardeio

    do forte de Itapiru, a passagem

    do Passo da Ptria, os ataques

    s fortalezas de Curuzu e Curu-

    paiti, tendo no primeiro caso par-

    ticipado da ao conjunta com o

    exrcito na formao da cabea

    de ponte, para desembarque das

    tropas para a tomada daquela

    fortaleza. No reconhecimento e

    ataque a Curupaiti, mesmo ferido

    em combate, sustentou frente

    de sua nave o bombardeio que-

    la fortaleza, merecendo elogiona ordem do dia do seu coman-

    dante. A essa altura Maurity j

    era 1 tenente, no entanto o di-

    visor de guas na sua carrei ra foi

    passagem de Humait.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    6/18

    06A fortaleza de Humait, at en-

    to inexpugnvel, era o principal

    objetivo da guerra e a passagem

    por ela seria o primeiro passo

    para a sua tomada e destruio.

    Aps a sua tomada o ditador

    paraguaio s faria recuar at

    a derrota final. Assim, na oper-

    ao para a passagem por ela,

    coube ao tenente Cordovil Mau-

    rity comandar o monitor Alagoas,

    do total de quatro monitores em

    um total de seis embarcaes

    envolvidas na operao. Nesse

    combate os navios brasileiros

    tinham de atacar a fortaleza,

    manterem-se fora do alcance

    da mesma e defenderem-se das

    chatas artilhadas e canoas que

    os paraguaios usavam para ten-

    tar aborda-los. Seguia o Alagoasunido ao Bahia, conseguem os

    paraguaios, separa-los, segue

    ento o Alagoas, s tentando

    pela segunda vez passar o obs-

    tculo, tendo dificuldade no seu

    deslocamento o comandante da

    esquadra sinaliza para o Alagoas

    fundear, ao que o 1 tenente

    Maurity no toma conhecimento

    e tenta a terceira investida, con-

    seguindo passar, mas o navio

    atingido pelo fogo da fortaleza,um segundo tiro certeiro avaria a

    mquina do navio que, a deriva,

    retrocede rio abaixo sob fogo in-

    imigo, num esforo hercleo sua

    tripulao conserta as avarias,

    para pela quinta vez investir con-

    tra Humait, certamente, tendo

    os paraguaios no acreditando,

    ser aquilo possvel. Dessa vez o

    Alagoas passa definitivamente

    pela fortaleza, at ento inex-

    pugnvel e que ao trmino da

    guerra ser apenas runas, para

    os paraguaios se lembrarem da

    mo pesada do Imprio. Mas rio

    acima o Alagoas ainda deparar-

    se-ia com muitas canoas tentan-

    do abord-lo, mas sua tripulao

    protegida no seu interior abrira

    a metralha e encheram o rio

    Paraguai de corpos paraguaios

    e afundam as ditas canoas.

    Rio acima fora a passagem de

    Timb, posio mais modesta

    dos paraguaios, mas no menostemvel para uma embarcao

    seriamente atingida quanto o

    Alagoas. Ao fundear nas guas

    do Tai, se contabilizou 200 acer-

    tos paraguaios no casco do mes-

    mo, tendo o navio de ser encal-

    hado para no afundar e poder

    ser reparado. A insistncia de

    Maurity em vencer o obstculo,

    mesmo correndo todos os riscos,

    fez com seu nome passasse a

    ser conhecido em todos os quad-

    rantes do Brasil, e tambm aos

    olhos dos seus comandantes,

    como homem de coragem e de-

    terminao. Como vemos nas

    palavras do Visconde de Inha-

    ma, ao dirigir-se a Armada: em

    nome, pois da nao brasileira,

    da honra e do brio, dirijo meus

    louvores ao senhor Chefe da 3

    Diviso, aos bravos comandan-

    tes, oficiais e guarnies que os

    acompanharam tornando-se mais

    salientes e, por conseguinte dig-

    no de colher a mais importanteparte dos louros da vitria, o

    senhor Primeiro-Tenente Maurity,

    comandante do Alagoas, pelo seu

    belo e muito especial comporta-

    mento nesse dia, apud. Cordovil

    Pires, pag.21. Vale ressaltar tam-

    bm ter Maurity granjeado tam-

    bm a simpatia e a admirao do

    comandante em chefe da tropas

    aliadas, o sr. Marqus de Caxias.

    As propores que tal fama atin-

    giu, podemos medir pelas pala-vras do visconde de Taunay em

    suas Memrias, quando fala do

    seu retorno aos campos para-

    guaios, aps a retirada da La-

    guna, dessa vez como secre-

    trio do marechal conde d`Eu,

    comandante em chefe das foras

    aliadas na ltima fase da cam-

    panha: o meu objetivo era a

    glria, glria em todos os senti-

    dos, militar, literrio!... Pensava,

    ento, poder subir, subir muito

    alto, tornando-me conhecido em

    todo o Brasil, assim uma espcie

    de Maurity, cujo nome era to

    aclamado desde a clebre faan-

    ha na passagem pelas baterias

    de Humait, a 18 de janeiro de

    1868. Era, com efeito, difcil

    gozar de mais popularidade do

    que este oficial da marinha. (...)

    Naquele tempo, porm, no se

    falava seno em Maurity, e por

    toda a parte, cidades do litoral

    e do interior o aclamavam e da-vam-lhe brilhantes e seguidas

    festas, pag. 315.

    Em outras homenagens, vemos

    15 marcas de cigarro com seu

    nome em Pernambuco, inclu-

    sive a da fbrica Arajo que na

    embalagem estampa o seu re-

    trato sendo coroado com louros,

    e em baixo uma faixa o seu

    nome e patente Capito-tenente

    Joaquim Antnio Cordovil Mau-

    rity. Pelo decreto n 1613 de 10

    de julho de 1869 concedida aobaro da Passagem (Delfim Car-

    los de Carvalho) chefe de diviso

    e ao Capito-Tenente Cordovil

    Maurity uma penso anual de

    1:200$000, pelo extraordinrio

    feito na passagem de Humait.

    Pelo seu intrpido val or, fez Mau-

    rity jus as Imperiais Ordens: de

    Cristo, da Rosa, do Cruzeiro e de

    So Bento de Aviz, recebeu tam-

    bm a Medalha Geral da Cam-

    panha do Paraguai, a Medalha

    da Passagem de Humait, asmedalhas da campanha do Para-

    guai das repblicas, nossas alia-

    das, Argentina e Uruguai, e ainda

    o Mrito Militar.

    Ao terminar a Campanha do

    Paraguai, Maurity j Capito-

    Tenente, chegando a Almirante

    em 1903. Sua carreira foi um

    constante ascender, tendo ex-

    ercido vrias e dignssimas co-

    misses, alm de cargos e em

    associaes recreativas e de es-tudos de sua profisso, pois veio

    a ser o segundo presidente do

    Clube Naval, de 19/04/1885 a

    11/06/1886, quando ainda era

    capito de mar-e-guerra, alm

    de figurar entre os scios funda-

    dores do mesmo. Na carreira re-

    alizou viagens de estudo e aper-

    feioamento, notadamente no

    campo da artilharia naval. Rep-

    resentou o Brasil na conferncia

    Martima em Washington, para

    onde foi, em 1889, com carta

    de recomendao do Imperador

    ao cientista Louis Agassiz, onde

    SMI diz dos mais distintos ofi-

    ciais da marinha do meu pas,

    comandava o pequeno monitor

    Alagoas, que cortou sob o fogo

    das baterias da fortaleza de Hu-

    mait a corrente que barrava o

    rio Paraguai. Ele vai assistir

    conferncia martima e eu v-lo

    recomendo vivamente (Cordo-

    vil Pires, pag.21). Vale ressal-tar que o cmg Maurity, em fun-

    o dessa viagem para os EUA,

    no viu o golpe de Estado que

    implantou a repblica no nosso

    pas, e por coincidncia estan-

    do o alte. Saldanha da Gama

    em viagem ao oriente estava a

    marinha naquele momento, sem

    os dois expoentes que poderiam

    organizar um contragolpe, como

    declarou o prprio Saldanha da

    Gama. Estando o estado de coi-

    sas consumado, e a marinha res-ignada, os republicanos tratam

    logo de eleva-lo ao almirantado

    j em 18 90 , ta lvez pa ra li so nj e -

    lo e no dar margem a insatis-

    faes, em funo da promoo

    de eventuais adesistas, sem os

    mesmos mritos que ele. Em

    1892 assume a vice-presidncia

    do Conselho Naval, em abril do

    mesmo ano assume o comando

    da 1 Diviso Naval at mar-

    o de 1893, neste mesmo ano

    vemo-lo novamente nos EUA,

    como presidente da Comisso

    Brasileira na Exposio Colom-

    biana na Pennsylvania, estando,

    portanto, Maurity longe, quando

    se deflagra a Revolta da Armada

    contra o governo inconstitucion-

    al do mal. Floriano, que ardilosa-

    mente e com o apoio dos ameri-

    canos vence os revoltosos e os

    persegue e manda assassinar.

    Revolta essa onde o alte. Cordo-

    vil Maurity perdeu muitos amigose leais colegas, entre eles o alte

    Saldanha da Gama e o cmg Fred-

    erico Guilherme de Lorena.

    Serenado o to tumultuado e

    sangrento parto da repblica,

    que no foi a dos sonhos de

    ningum, e quem sabe seja um

    pesadelo at hoje, dadas as

    condies atuais de violncia e

    corrupo no nosso pas. Pde

    o alte. Maurity dar o seu con-

    curso para o engrandecimento

    da Marinha, que tanto sofreu por

    ter permanecido monarquista.

    Ao longo de sua carreira coman-

    dou os seguintes navios: Lima

    Barros, Bahia, Javari, Aquida-

    ban, Goiaz e o Riachuelo (Palha,

    pag.342). De sua viso profis-

    sional publicou os seguintes

    trabalhos: Material Flutuante

    da Armada Nacional e o folheto

    Artilharia Naval. Na sua direo

    frente da Repartio da Carta

    Martima, so construdos vriosfaris na costa brasileira, so

    eles: Maca, Castelhanos, Ilha

    da Paz e Ponta do Boi, estando

    Maurity presente a inaugurao

    de quase todos eles.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    7/18

    07Em 1906, assume a chefia do Es-

    tado-Maior da Armada. E m 1907,

    ju nt am en te co m o Mi ni st ro da

    Marinha, alte Alexandrino de

    Alencar, tero a grande honra de

    presidir as comemoraes do 1

    centenrio de nascimento do alte

    Marqus de Tamandar, grande

    e venerado lder da marinha, e

    que ambos conheceram em vida

    e certamente dele receberam

    exemplos, que nortearam suas

    prprias vidas pessoais e profis-

    sionais, com destaque para a

    sua fidelidade aos seus princ-

    pios de honra e lealdade, e por

    conseguinte, coragem para en-

    frentar todos os obstculos na

    defesa dos seus ideais e valores.

    Estavam ambos presentes na in-

    augurao do busto do grandemarinheiro na Avenida Beira-Mar

    em 13/12 daquele ano.

    Em agosto de 1908, assumindo

    o comando em chefe da arma-

    da, realiza grandes manobras

    de instruo e aperfeioamento

    em alto-mar altura do litoral

    norte do Estado do Rio de Janei-

    ro. Em maro de 1909, deixa o

    comando do Estado-Maior, para

    se dedicar a chefia da Comisso

    de Fiscalizao da construo

    de navios na Europa, entre eles

    os encouraados Minas Gerais

    e So Paulo, que marcam o rea-

    parelhamento e modernizao

    da marinha, e sero o orgulho da

    marinha por muitos anos.

    O almirante Joaquim Antnio

    Cordovil Maurity, faleceu em

    06/01/1915, cercado pelo amor

    dos seis filhos que teve com sua

    esposa dona Lucia Brett Maurity,

    dos quais todos foram cidados

    valorosos e de algum modo con-

    correram para a grandeza do

    Brasil. Em sua homenagem, a ci-

    dade do Rio de Janeiro batizou

    a rua lateral fbrica de gs

    do visconde de Mau, de Rua

    Comandante Maurity.

    Nesses tempos difceis em que

    vivemos, onde ns brasileirospassamos grandes adversidades

    no tocante a formao dos va-

    lores superiores que motivam

    o cidado comum ao fiel cum-

    primento do dever de cada um

    de ser ntegro e leal a si prp-

    rio e ao seu semelhante, para

    a construo de um pas justo

    e fraterno, aproveito para re-

    produzir as palavras de Am-

    rico Palha, sobre Maurity, no

    seu Soldados e Marinheiros

    do Brasil: O almirante Maurity

    teve uma grande vida. Toda ela

    foi consagrada ptria, sem

    preocupaes polticas. No Im-

    prio e na repblica, ele foi um

    patriota de alta estirpe. Nomes

    como o desse insigne soldado do

    mar, no honram somente uma

    corporao, honram e dignifi-

    cam a prpria Nao. E Maurity

    falecido a 6 de janeiro de 1915,

    , sem dvida, uma das glrias

    mais puras do Brasil, e sua vida,

    um padro para a mocidade da

    nossa grande terra.

    O autor economista, ps-grad-

    uado em histria, scio corre-

    spondente do Instituto Histrico

    e Geogrfico de Niteri.

    Bibliografia:

    Bittencourt, V.Alte. Luiz Edmundo

    Brgido. A Marinha Imperial na

    Guerra do Paraguai no foi s Ria-

    chuelo. Antnio de Oliveira Perei-

    ra Editor Rio de Janeiro 2011.

    Carvalho, Alte. Antnio Maria

    de. Histrico do Clube Naval de

    12/04/1884 a 11/06/1968. Bap-

    tista de Souza & Cia Editores

    Rio de Janeiro GB 1968.

    Gerson, Brasil. Histria das Ruas

    do Rio. 5 edio. Lacerda Edi-

    tores Rio de Janeiro 2000.

    Leite, Mario Eduardo. Paradoxos

    de uma cidade: O Rio de Janeiro

    por dois fotgrafos. Universidade

    Federal do Cear Campus do

    Cariri - s/d.

    Palha, Amrico. Soldados e

    Marinheiros do Brasil. Biblioteca

    do Exrcito Editora Rio de Ja-

    neiro 1962.

    Pires, Waldyr da Fontoura Cordo-

    vil. Cordovil suas origens, a faml-

    ia, o bairro. Edio do Autor Rio

    de Janeiro 2000.

    Souza, Embaixador Carlos Alves

    de. Um Embaixador em Tempos de

    Crise. Livraria Francisco Alves Edi-

    tora Rio de Ja neiro 1979.

    Taunay, Visconde de. Memrias.

    Biblioteca do Exrcito Editora

    Rio de Janeiro- 1960.

    Peridico Noticirio Martimo

    Jan/190 8, pag. 991 1002 .

    Fontes eletrnicas:

    www.senado.gov.br/legislao

    www.faroisbrasileiros.com.br/far-

    ois

    www.archive.org/stream/.../cata-

    logodosmapp00nacioj00j_djvu.txt

    www.worthpoint.com/worthope-

    d ia/1 8 9 3 _c o lu m b iam _e xp o s i -

    tion_wfs_pennsylvania_brazil

    Monarquista, anuncie o seu

    produto ou servio neste espao

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    8/18

    08Artigo

    A sensao de guerra civil vem cre-

    scendo no Brasil, num vis parale-

    lo entre trs segmentos: o Estado

    atravs dos seus organismos liga-

    dos segurana pblica e justia,

    os comandos organizados pelos

    generais dentro do sistema pri-

    sional, e uma crescente construo

    de fleiras de indivduos recrutadasaqui fora, a partir dos presdios.

    Uma das defnies de guerra civil

    : Diz-se guerra civil a um conito

    armado entre faces, partidos ou

    grupos de um mesmo povo, ou ainda

    a que ocorre entre povos ou etnias

    habitantes de um mesmo pas. (...)

    A guerra pode ter motivos religiosos,

    tnicos, ideolgicos, econmicos

    ou territoriais. No caso brasileiro

    mais srio, porque toda a socie-

    dade paga impostos que consomem

    dos cidados quatro meses de tra-

    balho por ano, mas sentem-se in-

    seguros ou desprotegidos por uma

    guerra civil entre faces do Estado

    e faces criminosas.

    A origem da criminalidade urbana

    recente. Comeou depois de 1970

    com a urbanizao brasileira e a

    marginalizao de enormes cama-

    das de pessoas que vieram do meio

    rural para cidades que no se pre-

    pararam para receber os uxos. A

    favelizao, a ausncia de serviosessenciais de educao, de sanea-

    mento, de sade pblica, de trans-

    portes, de pavimentao das ruas,

    de legalizao dos terrenos e o

    tratamento dos moradores como ci-

    Onofre Ribeirojornalista em Mato Grosso

    [email protected]

    GUERRA

    dados de segunda classe. Sem ed-

    ucao adequada formaram cama-

    das de trabalhadores braais ou de

    segunda linha.

    Nesse ambiente proliferou a baixa

    auto-estima e a competio com os

    cidados de primeira classe. Perde-

    dores desde o incio, os jovens dos

    ltimos dez anos nessa condio vi-

    ram no crime a sada imediata para

    os seus anseios de competio pelo

    consumo de bens pessoais, com umsimples tnis ou roupas de marca.

    Cooptados pelo chamado crime

    organizado, tudo o que est acon-

    tecendo so jogos de mercado f-

    ceis de serem compreendidos.

    Paraltico ou mope, o Estado prefe-

    riu lidar com essas situaes com

    o discurso poltico de ganha-ganha

    unilateral, no indo alm da ex-

    plorao dos votos dessas imen-

    sas camadas urbanas, mediante

    promessas de solues futuras.

    E se desculpando sempre com a

    falta de recursos pblicos, como

    essas camadas sociais no pagas-

    sem impostos e fossem desvalidos

    sociais mais ou menos descar-

    tveis.

    Agora, no momento em que eles se

    organizaram politicamente e tem

    comando centralizado dentro dos

    presdios, protegidos pelo Estado

    e salvos de sanes legais, as flei-

    ras de soldados c fora dos pres-

    dios se multiplica progressivamentee j confronta o Estado, com suas

    velhas tticas. Hoje, prender j no

    signifca nada. No lugar do preso

    surgem novos voluntrios, porque

    os generais presos nos presdios

    estaduais ou nos de segurana mx-

    ima garantem s suas famlias, ren-

    da, proteo, armas, planos de ao

    e um status social.

    A esto as razes da atual guerra

    civil. Voltarei ao assunto.

    CIVIL

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    9/18

    09Artigo

    A terrvel crise econmica e poltica por

    que passa a ptria-me lusa dos bra-

    sileiros faz reacender em muitos ambi-

    entes a discusso sobre a restaurao

    ou reinstalao, para os que no

    partilham de uma viso passadista da monarquia portuguesa, na gura

    do chefe da Casa Real e, de jure, di-

    nasticamente, Rei D. Duarte III de Por-

    tugal, conhecido em todo o pas como

    Duque de Bragana, um dos muitos

    ttulos que possui D. Duarte Pio, nas-

    cido em 1945, na Sua, quando a lei

    de banimento dos Bragana ainda im-

    perava na Repblica Portuguesa

    D. Duarte Pio Joo Miguel Gabriel Ra-

    fael de Bragana e Orleans e Bragan-

    a, alhado de batismo do Papa PioXII (1876-1958), o primognito de

    D. Duarte Nuno (1907-1976), Duque

    de Bragana e neto e sucessor de D.

    Miguel I, o desditoso irmo de nosso D.

    Pedro I, e de D. Maria Francisca (1914-

    1968), nascida princesa de Orleans-e-

    Bragana, neta da Redentora.

    Ele casou-se na festa de Nossa Senho-

    ra de Ftima, em 13 de maio de 1995,

    em uma megaevento televisionado

    para Portugal e quase todos os pases

    lusfonos, no Mosteiro dos Jernimos,

    com a nobre portuguesa D. Isabel Ins

    de Castro Curvello de Herdia, da Casa

    dos Viscondes de Ribeira Brava, uma

    linhagem de administradores dos terri-

    trios insulares portugueses de Aores

    e Madeira. O casal (Casal Real para

    os portugueses ditos monrquicos)

    gerou os almejados trs herdeiros da

    Coroa: o Prncipe da Beira, D. Afonso

    de Santa Maria (1996), a Infanta D.

    Maria Francisca Isabel (1997) e o In-

    fante D. Diniz de Santa Maria (1999).

    D. Duarte, um bisneto de D. Isabel Ique costuma denir Portugal como

    sua ptria e o Brasil como sua m-

    tria, goza de uma estima considervel

    entre os habitantes do outrora Reino

    de Portugal e Algarves e seus antigos

    Bruno de Cerqueirahistoriador, monarclogo, especialista em

    Relaes Internacionais, professor de Cerimonial

    e Protocolo, indigenista especializado (analista)

    da FUNAI e gestor do IDII.

    domnios coloniais, a incluindo nosso

    Pas. Desde adolescente, ele visitou

    o Brasil inmeras vezes, conheceu a

    Amaznia, encontrou e travou contato

    com muitas tribos indgenas; nesse n-

    terim, vlido salientar que ele e seu

    primo-irmo brasileiro, D. Joo Hen-

    rique, tm o esprito do av, D. Pedro

    de Alcantara (1875-1940) e do tio-av,

    D. Luiz (1878-1920), que adoravam as

    viagens, as expedies, os desbrava-mentos.

    Pois bem, em 5 de outubro de 2012 as

    autoridades portuguesas celebraram

    os 102 anos da proclamao de sua

    Repblica, sem manifestaes popu-

    lares. A Repblica Portuguesa, quando

    foi proclamada, em 1910, deps D.

    Manuel II (1889-1932), jovem rei ala-

    do ao trono pelo assassinato de seu

    pai e seu irmo no famoso Regicdio

    do Terreiro do Pao, em Lisboa, dois

    anos antes. At hoje essa incruentapassagem da histria lusa produz em

    poetas e escritores portugueses pr

    ou contra a monarquia textos can-

    dentes. A comemorao republicana

    exibiu cenas inusitadas: o Presidente

    Cavaco Silva empunhou a bandeira

    nacional de cabea para baixo na C-

    mara Municipal de Lisboa e uma de-

    sempregada em pnico invadiu a festa

    e protestou contra a crise que assola

    o pas. Tudo isso assistido por menos

    de 40 populares (http://www.ionline.

    pt/portugal/5-outubro-cerimonia-mar-cada-bandeira-hasteada-ao-contrario).

    O ltimo Bragana-Saxnia-Coburgo-

    Gotha reinante em Portugal, D. Manuel

    II, morreu sem descendncia em seu

    exlio ingls e parece ter deixado claro

    que os direitos dinsticos ao trono pas-

    sariam ao ramo miguelista da Casa

    de Bragana, na pessoa de seu primo-

    sobrinho, D. Duarte Nuno, j citado.

    Casando-se com a prima brasileira

    (do ramo constitucionalista dos Bra-

    gana) em 1942, na catedral petropoli-tana, e dela gerando trs lhos, D. Du -

    arte Nuno armou-se como rei titular

    da quase totalidade dos monrquicos

    portugueses. Ele morreu em dezembro

    de 1976 e seu lho, igualmente D. Du-

    arte, tornou-se o chefe da Casa e king-

    to-be.

    O prncipe serviu como piloto da Fora

    Area Portuguesa em Angola entre

    1968 e 1971, diplomou-se em agrono-

    mia em Lisboa e cursou a ps-gradu-

    ao de Desenvolvimento Econmico

    da Universidade de Genebra. Se um

    plebiscito for proposto em Portugal

    para decidir se quer ou no D. Duarte

    como chefe de Estado vitalcio e heredi-trio pode ser que algo surpreendente

    destitua o stablishment portugus e o

    mundo oua falar em volta da monar-

    quia, como se deu no Camboja, em

    1993.

    Na festa republicana acima citada,

    ao tempo em que o Presidente Ca-

    vaco Silva falava aos polticos, D. Du-

    arte de Bragana falava a centenas

    de monrquicos, no Palcio da Inde-

    pendncia (antiga sede da Casa de Al-

    mada); leu um manifesto Nao, emque critica duramente os sucessivos

    governos que tm administrado Portu-

    gal no parlamentarismo da III Repbli-

    ca Portuguesa (1974- ), considerando

    muitos de seus mandatrios como ir-

    responsveis e corruptos.

    Aos analistas internacionais, em geral

    bem despreocupados com o assunto,

    ca a dica: acompanhem mais de per-

    to os sucessos de D. Duarte e seus se-

    guidores

    Passando ao outro extremo europeu,

    vamos para o leste, mais precisa-mente os Blcs, terra de deliciosas

    paisagens, mas tambm de terrveis

    histrias blicas. O antigo barril de

    plvora da Europa est hoje bem mais

    pacicado, com seus povos tentando,

    a duras penas, o soerguimento e a re-

    construo nacional. Do outrora Reino

    da Iugoslvia (literalmente, terra dos

    eslavos do sul), resta hoje apenas a

    Repblica da Srvia, pas cuja dinastia

    nacional (a Casa de Karadjordjevic, ou

    seja, os descendentes do heri Karad-jordje) forjou esse Estado entre o XIX e

    o XX, aproveitando-se do m dos Imp-

    rios Turco-Otomano e Austro-Hngaro

    na I Guerra Mundial. As atuais repbli-

    cas da Crocia, da Macednia, da

    Eslovnia e, por m, do Montenegro,

    todas promoveram a secesso do an-

    tigo estado dos Karadjordjevic que foi

    mantido durante os anos de comunis-

    mo (1946-1989) com a mo de ao do

    Marechal Josip Broz Tito (1892-1980),

    um socialista considerado lhano

    perto de seus vizinhos sanguinrios da

    Cortina de Ferro. Isto sem falar da Bs-

    nia-Herzegovina, hoje uma federao

    independente, mas de triste memria sua capital, Sarajevo, foi palco do

    estopim da I Grande Guerra e de lutas

    fratricidas no anos 1990.

    Em 1991, o herdeiro do trono s-

    rvio, Aleksandar Karadjordjevic, nas-

    cido em 1945 em uma sute do ho-

    tel londrino Claridges, declarada

    especialmente territrio iugoslavo pelo

    Governo Britnico (princpio da extra-

    territorialidade), nalmente pisou o

    solo de Belgrado, para ele e sua famlia

    considerado sagrado. Conhecido comoAleksandar II, desde que seu pai mor-

    reu no exlio, em Illinois (EUA), pen-

    taneto de D. Pedro I, uma vez que sua

    av paterna, a Rainha Marija (1900-

    1961), nascida princesa da Romnia,

    era neta da Infanta D. Antonia de Por-

    tugal, lha de D. Maria II

    O prncipe em linguagem tcnica de

    genealogia dinstica Sua Alteza Real

    o Augusto Senhor Aleksandar, Prncipe-

    Chefe da Casa Real da Srvia etc.

    o lho e sucessor do Rei Petar II da

    Iugoslvia (1923-1970), um alhado

    de batismo do rei britnico George V

    (1865-1936), que no pde contar

    com a ajuda das tropas do Reino Unido

    quando da deposio e do banimento,

    ao trmino da II Guerra Mundial. Ainda

    assim, ele exilou-se em Londres, onde

    nasceu-lhe o lho, que foi batizado por

    ningum menos que o Rei George VI e

    sua lha-herdeira, Princesa Elizabeth,

    na Abadia de Westminster. O vdeo

    desse batizado histrico pode ser

    acessado na pgina ocial da dinastiareal srvia (www.royalfamily.org).

    Aleksandar teve uma infncia compl-

    exa, visto que sua me, a Rainha Alek-

    sandra (1921-1993), nascida princ-

    esa da Grcia e da Dinamarca, era

    Os Orleans e Bragana prximos do poder

    em Portugal e na Srvia

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    10/18

    10instvel emocionalmente. Foi criado

    pela av Marija e enviado ao internato

    suo Le Rosey. Depois, recebeu ampla

    formao militar na academia norte-

    americana de Culver e na britnica

    Mons Ofce Cadet School. Da parte

    de sua royal godmother recebeu

    sempre bastante afeio e, por este

    motivo, esteve presente em todos os

    eventos da Famlia Real britnica, so-

    bretudo no perodo em que viveu em

    Londres. Isto inclui, bvio, ter assistido

    ao enlace do Prncipe de Gales com

    Lady Diana Spencer, tanto quanto ao

    mais recente, do Prncipe William com

    Miss Kate Middleton.

    Casou-se em 1972, no palcio de Vil-

    lamanrique de la Condesa, prximo

    de Sevilha, na Espanha, com a Princ-

    esa D. Maria da Glria de Orleans-e-Bragana, nascida em Petrpolis em

    1946. O prncipe, que se estabeleceu

    como empresrio nos Estados Unidos

    e na Espanha, chegou a passar tem-

    poradas em Petrpolis e no Rio de Ja-

    neiro.

    Ele e D. Maria da Glria tiveram trs

    lhos: o herdeiro, Petar (1980) e os

    gmeos Filip e Aleksandar (1982). De

    maneira que esses trs prncipes da

    Srvia so trinetos da Redentora e du-

    plamente descendentes de D. Pedro I.Se o mais velho deles vier um dia a ser

    rei, ser chamado de Petar III, o que

    signica Pedro III da Srvia

    Divorciando-se de D. Maria da

    Glria em 1985, ambos anularam o

    casamento: ele obteve do Patriarca da

    Igreja Ortodoxa Srvia a anulao e ela

    da Sacra Rota Romana.

    Aleksandar II uniu-se cidad grega

    Katherine Batis, lha do megaem-

    presrio Robert Batis, mas no gerou

    lhos. A princesa brasileira desposou

    D. Ignacio de Medina y Fernandez deCrdoba, duque de Segorbe etc., um

    dos lhos da Duquesa de Medinacelli,

    D. Victoria Eugenia de Fernandez de

    Crdoba y Fernandez de Henestrosa.

    A Casa de Medinacelli a dinastia du-

    cal-principesca espanhola que, junta-

    mente com a Casa de Alba, constitui a

    mais alta classe scio-genealgica do

    pas, diretamente abaixo da Casa Real

    (dinastia Borbn, ou Bourbon, no origi-

    nal francs).

    Aps a queda de Slobodan Milosevic(1941-2006), em outubro de 2000, os

    ventos democrticos proporcionaram

    aos prncipes da Srvia no somente

    retornar em denitivo ao pas, como

    advogar no Judicirio nacional o retor-

    networking que construram ao longo

    dos anos; os jovens prncipes, despor-

    tistas e guapos, fazem grande sucesso

    entre os jovens.

    Em 4 de outubro de 2012, os Karad-

    jordjevic conseguiram fazer com que o

    governo da Srvia repatriasse os restosmortais do Prncipe Pavle (1893-1976)

    e de sua mulher, Olga (1903-1997),

    nascida princesa da Grcia e da Di-

    namarca. O Prncipe Pavle da Iugos-

    lvia foi o regente do Reino na menori-

    dade do primo, Petar II, de outubro de

    1934 a maro de 1941. As cerimnias

    de Estado foram co-presididas pelo

    Presidente da Repblica, Tomislav

    Nicolic, e o Prncipe Aleksandar, caben-

    do a conduo dos ofcios sacros ao

    Patriarca Irinej I, supremo lder dos or-todoxos srvios e um lo-monarquista

    declarado

    curioso notar que tanto em Portugal,

    quanto na Srvia, as bandeiras nacio-

    nais restauraram os antigos brases

    no de suas propriedades, conscadas

    pelos comunistas em 1947. O antigo

    palcio real de Belgrado (chamado

    de Palcio Branco) e outras casas

    foram devolvidos aos Karadjordjevic,

    que residem ocialmente na capital

    desde julho de 2001.A famlia trabalha incessantemente

    pela instalao da monarquia con-

    stitucional-parlamentar no pas. Alek-

    sandar II e sua consorte, Princesa

    Katherine, usam de forma profcua a

    curioso notar que tanto em Portugal, quanto na Srvia, as bandeirasnacionais restauraram os antigos brases reais h mais de uma dcada. Pesquisas deopinio recentes mostram aumento signifcativo de simpatia pelo parlamentarismo

    monrquico em ambos os pequenos Estados.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    11/18

    11reais h mais de uma dcada. Pes-

    quisas de opinio recentes mostram

    aumento signicativo de simpatia pelo

    parlamentarismo monrquico em am-

    bos os pequenos Estados.

    Uma na ironia perpassa a possibi-

    lidade desses Orleans e Braganade Portugal e da Srvia retornarem ao

    poder. Eles pertencem ao que a imp-

    rensa brasileira chama de ramo de

    Petrpolis da famlia imperial brasilei-

    ra. D. Duarte o sobrinho e os menin-

    os Petar, Filip e Aleksandar os netos do

    falecido D. Pedro Gasto (1913-2007),

    prncipe-titular de Orleans-e-Bragana.

    No Brasil, o ramo de D. Pedro Gasto

    e o ramo de D. Pedro Henrique (1909-

    1981) permanecem separados e o

    monarquismo certamente no su-

    ciente para uni-los. As causas de

    desunio so antigas e no dizem re-

    speito, como muitos pensam e dizem,

    a direitos dinsticos. Trata-se do prob-

    lema da herana das propriedades pe-

    tropolitanas de D. Isabel.

    Em 1946, o prncipe-chefe da Casa

    Imperial do Brasil, D. Pedro Henrique,

    perdeu para seu primo a causa em que

    defendia a anulao do negcio jurd-

    ico de venda das aes da Compan-

    hia Imobiliria de Petrpolis durante

    a II Guerra Mundial; advogou para eleo renomado civilista carioca Carlos

    de Saboia Bandeira de Mello (1890-

    1963). Contudo, a Justia do Rio de

    Janeiro deu ganho de causa a D. Pe-

    dro Gasto e desde ento a briga entre

    eles jamais cessou. Pois a contenda

    girava em torno do laudmio result-

    ante da enteuse do Centro Histrico

    de Petrpolis, cujos dividendos vo ex-

    clusivamente para o ramo primognito

    de D. Isabel, enquanto o ramo secun-

    dognito, especicamente a famlia de

    D. Pedro Henrique e D. Maria da Bavi-

    era (1914-2011), cou em situao

    de quase-penria. A irm de D. Pedro

    Henrique, D. Pia Maria (1913-2000),

    casada com o conde francs Ren de

    Nicola, nunca passou apertos.

    A questo complexa e no se re-

    stringe a uma histria de mocinhos

    e bandidos. Para aumentar as desa-

    venas, acresceu-se a vontade mani-

    festa por D. Pedro Gasto, durante

    toda sua vida, de negar o ato de renn-

    cia ao trono assinado em 1908 peloprimognito de D. Isabel, seu pai.

    Por desejarem, D. Isabel e o marido,

    que seu herdeiro se unisse a uma

    moa de famlia rgia, i.e., uma casa

    principesca reinante ou ex-reinante,

    eles convenceram D. Pedro de Alcanta-

    ra a renunciar aos seus direitos suc-

    essrios, no que concernisse ao Brasil,

    passando-os a D. Luiz. Na recente

    biograa deste prncipe, a historiadora

    paulista Teresa Malatian explicita que a

    renncia no se deve exclusivamente afatores genealgico-dinsticos, pois D.

    Luiz tinha muito mais interesse numa

    eventual restaurao monrquica bra-

    sileira do que D. Pedro. Este, contudo,

    se sentia muito brasileiro e sofria com

    os desejos do pai, que o manietava no

    sentido de se assumir como Prncipe

    Pierre de Orleans e futuro Conde de

    Eu.

    A unio de Isabel, princesa de Bra-

    gana e Gaston, prncipe de Orleans,

    celebrada em 15 de outubro de 1864,

    deu origem Casa de Orleans-e-Bra-gana, que teria sinonmia com a Casa

    Imperial do Brasil se o casal tivesse

    reinado como D. Isabel I e D. Gasto

    (imperador-consorte) e o primognito

    de ambos (D. Pedro) tivesse se tornado

    D. Pedro III. Nada disso ocorreu.

    Em 1908, aps assinar a renncia

    por si e os eventuais descendentes,

    D. Pedro casou-se com a Condessa

    Elisabeth Dobrzenska de Dobrzenicz

    (do Reino da Bohmia, imprio hab-

    sbrgico) e seu irmo-herdeiro, D. Luiz,desposou a Princesa D. Maria Pia das

    Duas Siclias, princesa de Bourbon.

    Desses casamentos nasceram cinco

    crianas, do primeiro, e trs do seg-

    undo. Todos receberam, na Frana, o

    nome civil de Orlans-Bragance ou

    Orlans et Bragance.

    Os oito netos da Redentora (D. Pedro

    Henrique, D. Isabel, D. Luiz Gasto, D.

    Pedro Gasto, D. Pia Maria, D. Fran-

    cisca, D. Joo e D. Thereza) foram, to-

    dos, batizados em cerimnias em que

    a brasilidade era exaltada, e s quais

    auam, na medida do possvel, os no-

    bres brasileiros que viviam exilados

    em Paris e na Frana. A todos se lhes

    reconhecia a condio de Prncipes

    Brasileiros nascidos no exlio, ainda

    que nossa Repblica negasse tal pre-

    tenso. No vou entrar nas minudn-

    cias histricas da condio genealgi-

    ca desses prncipes; devo armar,

    contudo, que todos se sentiam bra-

    sileiros, para alm das outras identi-

    dades, mormente a francesa, que pud-eram gozar e/ou partilhar no curso de

    suas vidas. Nascidos em solo francs

    e trinetos do ltimo rei do pas (Louis-

    Philippe I dos Franceses), os prncipes

    de Orleans-e-Bragana eram bilngues

    desde o bero, falando Portugus e

    Francs todo o tempo.

    Foram criados como verdadeiros pri-

    mos-irmos, partilhando tudo, alegrias

    e tristezas. O destino encarregou-se de

    torn-los pessoas distantes umas das

    outras, como ocorre em muitas famli-as numerosas e tradicionais

    No m de 1921, estavam mortos D.

    Isabel e dois de seus lhos: D. Luiz e

    D. Antonio. Sobravam o velho Conde

    dEu, alquebrado em anos, D. Pedro

    com mulher e lhos e D. Maria Pia,

    viva, com os lhos. No ano seguinte

    (1922) a Nao Brasileira comemorou

    os 100 anos de sua independncia e

    a famlia ex-reinante foi convidada pelo

    governo da Repblica a retornar ao

    solo ptrio e receber as homenagens.

    Se o Conde dEu era o chefe daquelafamlia de um ponto de vista moral e de

    organizao interna, era ao pequeno

    D. Pedro Henrique, de 12 anos, que ca-

    bia a honrosa situao de herdeiro da

    Coroa e chefe da Casa Imperial. Mor-

    to o Conde dEu em agosto de 1922,

    em guas Brasileiras, suas exquias

    constituram aos pequenos Orleans e

    Bragana que pisavam o Brasil pela

    primeira vez uma boa oportunidade

    de sentir o calor humano das demon-

    straes de apreo popular quela es-timada Famlia.

    D. Pedro de Alcantara, com a morte

    do pai, o nico prncipe adulto vivo.

    Ele retorna Frana com os despojos

    mortais de D. Gasto, a m de enter-

    r-los no mausolu dos Orlans, na

    Capela Real de So Lus de Dreux, no

    Vale do Loire. Resoluto a voltar a morar

    na sua querida Petrpolis, mas pre-

    so Frana pelas propriedades da

    famlia, o prncipe-titular de Orleans-

    e-Bragana era esse seu ttulo

    genealgico, uma vez que no se

    casara morganaticamente, que ja-

    mais renunciara ao nome de famlia

    e primogenitura da linhagem nas-

    cida do casamento de seus pais

    inicia o longo processo de inventrio

    dos genitores. Ele ca com o Castelo

    de Eu e a viva de D. Luiz, sua cun-

    hada, com o palacete de Boulogne-

    sur-Seine.

    Embora senhor de Eu, D. Pedro

    nunca quis solicitar ao primo, chefe

    da Casal Real da Frana, seu ttulode Conde dEu, em prova cabal

    de que se sentia mais brasileiro do

    que francs. Por outro lado, apesar

    de no esconder certa mgoa pela

    renncia ao trono praticada em

    1908, nunca a negou. Respeitou a

    condio do sobrinho e, enquanto

    viveu, aparou as eventuais arestas e

    rusgas que podiam nascer do inc-

    modo familiar.

    Ele, a mulher e a cunhada preocu-

    pavam-se com o futuro das crianas.Em 1931, ele casou sua primognita

    justamente com o futuro herdeiro

    dos Orlans, o Delm de Frana,

    Henri (1908-1999), Conde de Par-

    is. Aps o faustoso casamento, D.

    Pedro resolveu voltar ao Brasil e

    se instalar na antiga Casa dos Se-

    manrios, ou seja, o palacete atrs

    da residncia de vero de D. Pedro

    II, em Petrpolis, que servia de pou-

    sada aos nobres que se revezavam

    no servio do Pao.

    Embora no fosse, de um ponto devista dinstico, o Prncipe do Gro-

    Par, ttulo que a Constituio do

    Imprio (art. 105) lhe garantiu no

    nascimento e pelo qual foi conhe-

    cido e reverenciado durante todo

    o tempo em que vivera aqui, D. Pe-

    dro, em clara demonstrao mais

    afetiva do que racional, intitulou a

    residncia de Palcio Gro-Par,

    nome pelo qual os petropolitanos

    conhecem o prdio at hoje.

    Viveu nesse solar da Regio Serranauminense at 1940, quando mor-

    reu. Na dcada de 1990, D. Pedro

    Gasto trasladou para a Catedral de

    So Pedro de Alcntara os despo-

    jos do pai, bem como os da me, D.

    Elisabeth, que morrera em Portugal,

    em 1951.

    Se o ramo de Petrpolis pode re-

    constituir o Reino de Portugal e o

    Reino da Srvia, o ramo de Vas-

    souras, herdeiro do Imprio do

    Brasil, parece estar longe da possib-

    ilidade de remonarquizar os brasilei-

    ros Ainda assim, em abril de 1993

    o plebiscito previsto nas disposies

    transitrias da Constituio de

    1988 foi realizado e a monarquia

    parlamentar recebeu cerca de 13%

    dos votos vlidos, o que um exce-

    lente resultado, dada a ampla falta

    de conhecimento do que represente

    essa forma de governo nos dias at-

    uais, mesmo entre uma quantidade

    considervel de historiadores, juristas

    e outros cientistas sociais. Seja comofor, esto todos, prncipes e monar-

    quistas brasileiros, rezando para que

    os srvios e os portugueses coroem

    Aleksandar II e D. Duarte III. Ser que

    os cus atendero suas preces?

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    12/18

    12Artigo

    A PRINCESAIvanaldo Santos

    Filsofo ([email protected])

    Atualmente estamos vendo um renas-

    cimento do interesse por uma dos vul-

    tos mais importantes e signicativos

    da monarquia brasileira e, ao mesmo

    tempo, da segunda metade do sculo

    XIX e incio o XX. Trata-se da princesa

    Isabel. Uma mulher simples que con-

    seguiu, de forma rara, fundir a no-

    breza, a f crist e a atividade polti-

    ca. J no sculo XIX a princesa Dona

    Isabel conseguiu colocar em prticao ideal de unio entre os valores do

    Evangelho e a experincia poltica.

    Esse ideal defendido e incentivado

    pela Igreja.

    De forma rara e surpreendente a

    princesa Dona Isabel conseguiu unir

    duas grandes virtudes, sendo elas: a

    f crist e o servio pblico ao povo

    brasileiro.

    De um lado, a princesa Dona Isabel

    foi mulher que soube viver radical-

    mente a f e os valores do Evangelho.

    Mulher de orao, seu modelo de mul-

    her era a Virgem Maria, boa esposa e

    tima me. Do outro lado, ela foi uma

    mulher a frente do seu tempo.

    Muito antes de se falar em emanci-

    pao e de participao da mulher na

    vida pblica, a princesa Dona Isabel

    j estava mergulhada e engajada nas

    lutas polticas do Brasil. No entanto,

    preciso ressaltar que, ao contrrio

    de muitos polticos e homens pblicos

    que atualmente so encontrados no

    Brasil e em muitos outros pases domundo, polticos prossionais preocu-

    pados com o acumulo de riqueza e de

    poder; a princesa Dona Isabel foi uma

    mulher que levou para dentro da vida

    pblica os valores do Evangelho e a

    doutrina da Igreja. Por causa disso ela

    conseguiu estar a servio do povo bra-

    sileiro. Um servio prestado, por exem-

    plo, na luta contra a escravido, pela

    difuso da cultura e da educao.

    A princesa Dona Isabel no foi uma

    poltica prossional, ou seja, o tipo de

    pessoa que vive em busca de cargos e

    honrarias do Estado. Exerceu sim com

    muita humildade os cargos previstos

    na constituio, sendo a princesa

    Dona Isabela primeira senadora do

    Brasil, cargo a que tinha direito como

    herdeira do trono a partir dos 25 anosde idade, segundo a constituio im-

    perial brasileira de 1824 - a primeira

    carta constitucional do Brasil.

    Assumiu por trs vezes a regncia

    do imprio durante as viagens do im-

    perador Pedro II ao exterior. Na sua

    primeira regncia (1871-1873), san-

    cionou a Lei do Ventre Livre, pela qual

    libertou os lhos que nascessem de

    me escrava. Seu segundo perodo na

    regncia ocorreu quando da viagem

    de Pedro II aos Estados Unidos (1876-

    1877). Na sua terceira oportunidade

    como regente (1887-1889), san-

    cionou a lei que abolia a escravido,

    a Lei urea, em 13 de maio (1888).

    A deciso valeu princesa imperial a

    condecorao Rosa de Ouro, conce-

    dida pelo papa Leo XIII.

    Em grande medida, sua luta foi silen-

    ciosa, nos bastidores da vida poltica

    brasileira. Com isso, na condio de

    lha do imperador e de princesa, ela

    soube usar o prestgio que desfrutava

    em prol das grandes lutas sociais doseu tempo.

    preciso ressaltar que essa luta no

    foi marcada pelo esprito antirreligio-

    so e antievanglico que est em moda

    nos crculos de intelectuais do Brasil e

    de outras partes do mundo. Sua luta

    foi alicerada pelo Evangelho, pela

    devoo a Virgem Maria e, por con-

    seguinte, pela doutrina crist.

    Em grande medida, a princesa Dona

    Isabel s conseguiu ser a grande g-

    ura feminina da poltica brasileira do

    sculo XIX, porque sempre esteve fun-

    damentada na f crist.Por causa disso ela, um personagem

    do sculo XIX, um modelo a ser se-

    guido pelos homens e mulheres do

    sculo XXI. Homens e mulheres que,

    muitas vezes, cam perdidos diante

    de tantos modismos, de tantas ex-

    igncias de competncia e de super-

    ao prossional. A princesa Dona

    Isabel nos apresenta uma vida sim-

    ples, marcada pela orao, mas rica

    em lutas sociais. Esse um estilo de

    vida que se seguido por ns poder

    ajudar muitos brasileiros (e no so-

    mente as mulheres as quais ela rep-resentante) a superarem o medo e

    a angustia que nascem no cotidiano e

    irem busca da santicao pessoal

    e da transformao das estruturas so-

    ciais.

    DONA ISABELUma mulher crist a servio do povo brasileiro

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    13/18

    13Artigo

    Uma mensagem a

    Garcia ou a queminteressar possaGen. Bda Rfm Valmir

    Fonseca Azevedo Pereira

    Corria o ano de 1899, e no seu de-

    curso, a guerra entre os EUA e a Es-

    panha. Primordial era o contato entre

    o presidente Mac Kinley e o chefe re-

    voltoso, General Garcia, que se encon-

    trava numa fortaleza desconhecida

    no serto cubano.O presidente necessitava da valiosacolaborao de Garcia. Mas era im-possvel o entendimento com ele pelocorreio ou pelo telgrafo. J ouvimosfalar do guia, o Rowan, que imbudoda misso de levar uma mensagemdo Presidente para o General Garcia,enfrentou estoicamente terrveis di-culdades.

    A mensagem era fundamental para avitria dos combatentes, pois os alia-dos necessitavam do apoio de Garcia.Assim, a misso do guia Rowan era de

    primordial importncia. Diz a tradiooral que o dedicado guia apenas rece-beu a sua misso de entregar aquelamissiva para o destinatrio e, sem de-longas, partiu.

    Na sua rdua jornada enfrentou co-

    lossais diculdades, mas imbudo de

    um sentimento inquebrantvel de

    cumprimento do dever, l foi ele.

    E cumpriu a sua tarefa. Por vrios

    motivos o incansvel guia poderia ter

    desistido, pois desculpas, algumas

    aceitveis, poderiam derrotar o dili-

    gente mensageiro. Foram terrveis osobstculos enfrentados. Mas nunca o

    suciente para desanimar um homem

    determinado a cumprir a sua impor-

    tante misso.

    Quantas desiluses, quantos camin-

    hos tortuosos, contudo, quanta dig-

    nidade, quanta bra. Contra todas

    as adversidades l foi o intimorato

    Rowan.

    No somos Rowan, nem temos as

    suas virtudes nem a sua determi-

    nao, mas mesmo assim, seguimoso seu exemplo, pois temos uma men-

    sagem da sofrida Ptria e, atravs

    dos anos, estamos procurando um

    General Garcia, que talvez tenha dado

    baixa, e agora seja um civil.

    Cidado Garcia, por favor, aparea,

    aqui estamos para entregar lhe uma

    carta, um pedido, um apelo de mil-

    hares de cidados brasileiros; manda-

    nos um reforo, assuma a luta que o

    inimigo ignbil, insidioso e solerte.

    No somos porta - voz de bolsistas,

    nem de ocupantes de cargo de con-

    ana, nem liados ao PT, nem negros

    (?) (a nossa saudosa av era), somos

    simplesmente gente temente a Deus,

    que clama por justia e vislumbra o

    abismo que nos espera. Gostaramosde ser Garcia, mas por artes da vidatentamos pelo menos ser o destemidoRowan, e como ele, nunca desistimos;e carregamos como o intrpido guiaum tesouro, a mensagem clementeda Ptria, e pretendemos entreg la, pessoalmente, para que o bravoGarcia avalie quo importante ela .

    Sim, incansavelmente, vamosseguindo pistas, fazendo denncias,testemunhando cretinices e umacalamidade de barbaridades que nosimpulsionam e animam a procurarGarcia. Cidado Garcia, logo chegare-mos at voc, na esperana de queum patriota de sua grandeza nos daro apoio necessrio para banirmos denossa terra este bando de salafrriose saqueadores, que infelizmente dom-inam o Pas.

    Cidado Garcia, sua fama de batal-

    hador e de homem integro cruzoufronteiras e a sua grandeza nos ani-

    mar e, certamente, far a quadrilha

    de patifes borrar - se nas calas.

    Nesta certeza, General Garcia, ainda

    estamos a sua procura, imbudos da

    convico de que ao receber a men-

    sagem da gentil me Ptria, tudo mu-

    dar.

    Se algum vir ou ouvir falar do corajo-

    so Garcia, por favor nos informe, pois

    como o destemido e resoluto Rowan

    temos uma mensagem urgente e desuma importncia para ele.

    Trata - se do salvar o futuro desta in-

    cauta e espoliada Nao.

    Braslia, DF, 17 de novembro de 2012

    As mais belas declaraes de parceria eterna, no seriam o sufciente

    para reconhecer o quo importante voc para o Instituto Brasil Impe-rial. Nossa cumplicidade monrquica vai se tornando forte, e como Presi-dente do IBI me sinto comovido a homenagear os/as Confrades aniver-sariantes do ms. Feliz aniversrio! E que voc seja muito, muito feliz!

    DEZEMBROTito Barros Leal de Pontes Medeiros 2 Fortaleza - CE

    Bruno Cezar Pereira Soares 1 Braslia - DF

    Douglas Ferreira Costino 31 Itapuranga - GO

    Reginaldo Pereira Duque 14 Guaxup - MG

    Luiz Antonio Vital Teixeira 6 Juiz de Fora - MG

    Douglas Soares Dourado 20 Manga - MG

    Samuel Caputo de Castro 20 Uberlndia - MG

    lvaro Jos de Almeida Neto 16 Belm - PA

    Agustinho Macedo 28 Arcoverde - PE

    Jorge Cely Ferreira Ribas 30 Curitiba - PR

    Wesley Vinicius da Cruz 27 Londrina - PR

    Carlos Henrique Mello 20 Ribeiro Claro - PR

    Matheus Pereira Gonalves 23 Campos dos Goytacazes - RJ

    Higor Porto Rodrigues 28 Campos dos Goytacazes - RJNatalia Costa Silva 26 Duque de Caxias - RJ

    Winker Joffre French Turon Poubel 25 Niteroi - RJ

    Francisco Tomasco de Albuquerque 25 Niteri - RJ

    Gasto Reis Rodrigues Pereira 8 Petrpolis - RJ

    Marco Aurlio Barcelos Valente 16 Rio de Janeiro - RJ

    Edson Murilo Prazeres 5 So Jos - SC

    Thiago Fernandes Costa 2 Guarulhos - SP

    Alex Sandro de Oliveira 23 Mau - SP

    Wilza Silveira 20 Praia Grande - SP

    Jefferson Afonso Milatias 16 Santo Andr - SP

    Celso Amodio Mantovani 27 So Bernardo do Campo - SP

    Nelson Gonalves 3 So Jos do Rio Preto - SP

    Flvio Lopes Coutinho 10 So Paulo - SP

    Miguel Saliby Neto 28 So Paulo - SP

    JANEIROAlmir Gomes 10 Barra de Santo Antonio - AL

    Jos Monteiro Pessoa Neto 17 Manaus - AM

    Marcio Etiene N. Almendros de Oliveira 22 Manaus - AM

    Marco Antonio Portella de Macdo 17 Manaus - AM

    Hlder Targino Pereira 5 Salvador - BA

    Fernando Antonio Saraiva de Souza 24 Fortaleza - CE

    Srgio Luiz Ferreira de Abreu 18 Fortaleza - CE

    Joo Gabriel Guimaraes Ribeiro 7 Brasilia - DF

    Junio Afonso Menegussi 1 Mimoso do Sul - ES

    Fernando Henrique Vital 1 Uberlandia - MG

    Giovani Barbosa Alves 31 Belo Horizonte - MG

    Josu da Silva Brito 6 Paracatu - MG

    Carlos Rogrio de Brito 15 Araputanga - MTJoo Alves Pereira 21 Londrina - PR

    Jos Luiz Ribeiro da Silva 9 Curitiba - PR

    Douglas Bispo Peixoto 27 Rio de Janeiro - RJ

    Paulo Roberto Costa Franco 6 Campos dos Goytacazes - RJ

    Paulo Rene Farias Lessa da Rosa 6 Piratini - RS

    Grover Holzwarth 16 Sao Miguel do Oeste - SC

    Anderson Aurelio dos Santos 9 Votorantim - SP

    Bruno Simes da Silva 2 So Paulo - SP

    Daniel da Rocha Simes 19 So Paulo - SP

    Felipe William Rodrigues Silva 7 Ribeiro Preto - SP

    Fernando Chiarelli 21 Ribeiro Preto - SP

    Israel Azevedo Oliveira de Carvalho 19 Caapava - SP

    Paulo Fideles 27 Salto de Pirapora - SP

    Paulo Oliveira Sousa 11 Avar - SP

    Paulo Santos 10 Blgica

    Seu nome no consta como aniversariante, Atualize seu cadastro. Notemos a sua data, sinta-se homenageado tambm, e gostaramos quevoc completasse o seu cadastro para podermos cumpriment-lo. Se jtem a senha s acessar e completar os dados no site www.brasilimpe-rial.org.br

    Aniversrios

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    14/18

    14

    Dom Rafael, quarto na linha de sucesso, lho de Dom Antnio

    e de Dona Cristine. Nascido em Petrpolis, hoje com 26 anos,

    engenheiro de produo da AmBev, em meio a ocupao e com-

    promissos respondeu gentilmente s perguntas da Herdeiros doPorvir.

    Qual o nome completo de Vossa Alteza, e o signifcado de

    cada um?Rafael Antnio Maia Jos Francisco Miguel Gabriel Gonzaga de

    Orleans e Bragana. Rafael Antnio meu nome prprio, sen-

    do Antnio uma promessa que meu pai fez a Santo Antnio,

    Entrevista

    PRNCIPEDom Rafael de Orleans e BraganaPublicada na RevistaHerdeiros do Porvir se seu lho nascesse homem. Os nomes Maria e Jos estonos nomes de todos os integrantes da famlia, em homenagema Nossa Senhora e So Jos, assim como Miguel Gabriel eRafael, em devoo aos arcanjos. Francisco meu padrinho

    de batismo (Dom Francisco, irmo de meu pai) e Gonzaga hom-

    enagem a So Luiz, patrono da famlia.

    Tem algum hobby? Algum esporte preferido? O que faz nashoras vagas?Sou muito esportista. Jogo futebol toda semana e squash sem-

    pre que posso. Sem contar com o golfe e tnis, que j viraram

    tradio na famlia.

    Dom Antnio, seu pai, exmio pintor: Dona Gabriela, suairm, declarou sua inclinao para a msica. V.A. tem al-gum pendor artstico?Sempre gostei muito de desenhar, Fiz curso de desenho quando

    era mais novo, mas h algum tempo no pratico. Aprecio muitodesenhos a lpis, principalmente retratos. Sou um grande ad-

    mirador dos croquis de Leonardo da Vinci.

    V.A. tem algum medo? Se a resposta for positiva, qual epor qu?Acho que todos temos medo de algo. Mas nunca deixo isso

    transparecer, e tento sempre enfrentar as situaes em que este

    medo e/ou ansiedade se apresentam.

    Como V.A. se defne como pessoa (temperamento, carter,

    etc.)? Pode comentar?

    Sou discreto e reservado, e sempre me considerei tmido. Mas

    A Repblica tem um problemasrio de governabilidade, que forao Brasil a ser gerido atravs dacorrupo. Isso cria uma desilusocom relao Repblica. Destamaneira o povo no acredita maisnas instituies, e a vida setransforma num vale tudo. Emoutras palavras, num completodesrespeito s leis e civilidade.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    15/18

    15

    quando a situao me permite, exercito meu senso de humor.

    Elizabeth II da Inglaterra disse que, para ela, ser rainhano trabalhoso, sendo muito feliz desempenhando suastarefas. V.A. acha pesado ser Prncipe herdeiro do Brasil?

    No acho que seja penoso. E sempre soubemos da importnciaque nossa famlia tem na histria do pas.

    uma preocupao constante dos monarquistas a con-tinuidade da Famlia Imperial. V.A. pretende se casar?Caso positivo, que qualidades a princesa escolhida deve-ria ter para desempenhar to importante papel?Sim, pretendo. Acho que o mais importante encontrar uma pes-

    soa e que tenha os mesmos princpios e valores, e que tenha re-

    cebido a mesma educao. Isso essencial para a felicidade de

    um casal, de acreditarem no mesmo ideal, e que possam passar

    para seus lhos.

    Vemos no Brasil e no mundo uma ao feroz de meios decomunicao e legisladores no sentido de destruir a faml-ia. O que devemos fazer para preserv-la?Vivemos num sistema econmico baseado no consumismo, onde

    os bens materiais passam por cima dos valores morais e cris-

    tos. As pessoas se tornam objetos e a essncia da famlia se

    perde quando se estabelecem relaes descartveis. Devemos

    enfrentar este materialismo fortalecendo a f e a espiritualidade,

    sobretudo atravs da educao.

    Na opinio de V.A., qual a principal qualidade do povo bra-sileiro? E o maior defeito?Temos inmeras qualidades. O povo brasileiro trabalhador,

    alegre e bondoso. Mas eu destacaria a generosidade. O brasilei-

    ro, vendo a diculdade do prximo, voluntarioso e generoso. Ele

    se reconhece na dor do outro e por isso o ajuda. muito difcil

    encontrar um defeito num povo com tantas qualidades. Mas vejo

    que, depois de tantas dcadas de uma desastrosa Repblica, o

    brasileiro desenvolveu tendncia de respeitar cada vez menos os

    valores, as leis e os prprios indivduos. Isso uma ameaa s

    nossas qualidades natas.

    O que V.A. acha do atual momento brasileiro?A Repblica tem um problema srio de governabilidade, que

    fora o Brasil a ser gerido atravs da corrupo. Isso cria uma

    desiluso com relao Repblica. Desta maneira o povo no

    acredita mais nas instituies, e a vida se transforma num vale

    tudo. Em outras palavras, num completo desrespeito s leis e

    civilidade.

    Quais nossos principais problemas? O que faria para solu-cion-los?Hoje, para o pas ser governvel, a mquina precisa fomentar a

    corrupo e esta, por sua vez, alimenta a inecincia. Os servios

    pblicos prestados populao acabam sendo de pssima quali-dade. Na Blgica, Inglaterra, Espanha e outras monarquias, em

    contrapartida, vemos a populao sendo tratada com dignidade,

    especialmente os menos favorecidos.

    Se tivesse que assumir o poder hoje, qual o primeiro ato de

    V.A.? difcil materializar um ato concretamente. Acho que primeiro tra-

    balharia para aproximar a populao de seu soberano. A Repbli-

    ca no escuta e no une os cidados.

    Nas viagens de V.A. representando a Famlia Imperial comotem sido a receptividade com relao monarquia, sobr-etudo dos jovens?Vejo um movimento jovem crescente, o que me enche de esper-

    ana, porque cada vez mais a populao tem vontade de mudar

    a situao poltica atual. E esto vendo que a Monarquia passa a

    ser a melhor opo para esta mudana acontecer.

    V.A. considera possvel a restaurao da Monarquia noBrasil para breve?H uma ruptura c lara o cidado e o governo. E isso no tem como

    se sustentar a longo prazo. No vejo recuperao possvel para

    Repblica. A restaurao da Monarquia passa a ser uma questo

    de tempo.

    De que fatores a restaurao depende?Basicamente de um grande trabalho de comunicao e educao,

    em que se evidencie a falncia da Repblica e mostre que a

    Monarquia o regime do futuro, e que as pessoas entendam queno coisa do passado.

    V.A se sente preparado para dedicar-se exclusivamente causa monrquica, se a possibilidade da restaurao sedesse hoje?Com certeza. Fomos educados para servir ao pas, e tomo isso

    como um dever e uma honra e no como direito.

    Que atuao os monarquistas poderiam exercer com vistas restaurao da Monarquia?

    Focar no trabalho de comunicao. Estabelecer um contato di-reto com ncleos da sociedade para conquistar mais brasileiros

    causa. Sempre agindo de maneira humilde e generosa, como

    bons brasileiros.

    Vejo um movimento jovemcrescente, o que me enche deesperana, porque cada vez

    mais a populao tem vontadede mudar a situao polticaatual. E esto vendo que aMonarquia passa a ser a melhoropo para esta mudanaacontecer.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    16/18

    16

    Museu Imperial apresentaberlinda de d. Pedro II restauradaMuseu Imperial

    Aps um ano de trabalho intenso, a

    equipe do Museu Imperial concluiu a

    restaurao da Berlinda de Aparato

    de d. Pedro II, veculo que o imperador

    utilizava em ocasies solenes. A pea

    foi apresentada ao pblico no dia 15

    de dezembro.

    A restaurao, que contou com pa-

    trocnio da empresa petropolitana GE

    Celma, a partir da Lei de Incentivo

    Cultura, foi realizada s vistas do

    pblico na Galeria de Restauro, sala

    anexa ao Pavilho das Viaturas criadapara permitir que os interessados pu-

    dessem acompanhar o trabalho dos

    tcnicos. A partir de agora, o espao

    receber outras peas para serem

    restauradas publicamente.

    O trabalho de conservao e restau-

    rao da berlinda do imperador d.

    Pedro II foi elaborado a partir de um

    projeto de pesquisa minucioso e de-

    talhado, sobre a histria da berlinda,

    bem como o contexto histrico, so-

    cial, poltico e cultural em que ela se

    insere. Foram realizadas ainda pes-

    quisas dos materiais e das tcnicas

    que zeram parte da manufatura do

    objeto, integrando campos disciplin-

    ares distintos, tais como: bilogos,

    conservadores, engenheiros, historia-

    dores e historiadores da arte, restau-

    radores e ainda prossionais artesos

    especialistas em metais e bordados

    da comunidade petropolitana, cujo

    trabalho constitui uma raridade nos

    dias atuais, armou Eliane Zanatta,

    responsvel pelo Laboratrio de Con-

    servao e Restaurao do Museu e

    coordenadora do projeto.

    Foi a primeira vez que a berlinda pas-

    sou por uma interveno to compl-

    exa. Alm da equipe do Laboratrio

    de Conservao e Restaurao do

    Museu Imperial, tambm trabalharam

    no restauro pessoas da comunidade

    petropolitana, capacitadas pelo Mu-

    seu. Participaram ainda consultores

    externos, a partir de convnios com

    universidades e instituies de pes-

    quisa.

    Ainda segundo Eliane, a complexi-

    dade do trabalho se d, em espe-cial, pelo carter nico e histrico da

    pea. Todas as intervenes foram

    fundamentadas em anlises labora-

    toriais, testes qumicos, fsicos e bi-

    olgicos, com objetivo de obter uma

    maior compreenso e respeito pelos

    objetos, requisito essencial quando

    se trata de bens culturais, que leva a

    posturas verdadeiramente conserva-

    tivas. Intervir num bem de interesse

    cultural, que documento histrico

    e possui papel memorial, ato de ex-

    trema responsabilidade, pois se trata,

    sempre, de documentos nicos e no

    reproduzveis, disse.

    Alm de preservar esse patrimnio

    brasileiro, o projeto permitiu tam-

    bm um estudo aprofundado sobre a

    pea. Foram descobertas, por exem-

    plo, marcas de artesos que atuaramem sua manufatura, como ferreiros,

    marceneiros e bordadeiros, e at a

    prpria data provvel da nalizao

    dos trabalhos do arcabouo at en-

    to, acreditava-se ser 1837, mas uma

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    17/18

    17gravao na parte interna permitiu

    corrigir a informao para 1835.

    A Berlinda

    A berlinda de aparato foi construda

    pela rma britnica Pearce & Countz,

    fornecedora da Casa Real Inglesa,

    especialmente para a cerimnia de

    sagrao e coroao de d. Pedro II,

    ocorrida no dia 18 de julho de 1841.

    Era utilizada pelo imperador em oc-

    asies solenes, como os casamentos

    de suas duas lhas, a abertura e o fe-

    chamento da Assembleia Geral.

    A carruagem foi confeccionada em

    madeira e ferro e tem em seus el-

    ementos decorativos prata, madeira

    entalhada com folha de ouro e pintura

    que remete a cana de acar, couro,

    janelas em cristal, bordados e gales

    em os dourados, estofamentos e

    revestimentos em veludo de algodo,

    etc. Puxada a oito cavalos, era conhe-

    cida pela populao como Monte de

    prata, devido ao material predomi-

    nante, ou Carro cor de cana, em

    razo de sua colorao.

    Saudamos a Famlia Imperial do Brasil na pessoa do Chefe da Casa Imperial doBrasil, Dom Luiz de Orleans e Bragana. Receba os Votos do IBI Instituto BrasilImperial, de um Feliz Natal e um Ano de 2013, com a proteo de Deus, com muita

    Sade, Perseverana, e Crena na pronta Restaurao da Monarquia Brasileira.

  • 7/30/2019 Gazeta Imperial Dezembro 2012

    18/18

    18

    b ili i l b

    Mensagem ao Associado

    Agradecemos a todos os associados militantes monarquistas, que cada um sua ma-neira contribuiu-o com o Instituto Brasil Imperial durante o ano de 2012. A perseveranae a sua participao, que nos d fora para continuar no rme propsito de restaurar a

    Monarquia Parlamentar Constitucional.A participao da militncia tem sido crucial para a continuidade de nossos trabalhos,enviando sugestes e/ou manifestaes de apoio, escrevendo matrias para a GazetaImperial, coordenando os ncleos estaduais e/ou municipais, ou contribuindo nanceira-mente atravs do pagamento do boleto bancrio.Ainda contamos com os militantes que ajudam, postado em nossas pginas do Facebook,e ainda os que esto criando o blog gazetaimperialnarede e o frum Brasil Imperial, am-bos com lanamento para janeiro prximo. Com a entrada no ar, comunicaremos os linkspara poderem acessar.Se voc ainda no recebe o jornal Gazeta Imperial, faa seu cadastro e receba mensal-mente via eletrnica em PDF.O IBI no tem renda, a no serem as contribuies dos associados militantes por boletobancrios, cuja soma insuciente para pagar o telefone e a internet, sendo necessrio

    colocar do bolso para completar as contas.Neste ms precisamos pagar o contador, as taxas de lei e a renovao dos registros demarcas e dos domnios e a manuteno de site e nossa caixa est com insucincia denumerrio.Solicitamos a sua colaborao, se voc j contribui por boleto e tem boletos pendentesfaa um esforo para efetuar os pagamentos, se voc ainda no autorizou a emisso deboletos, pode autorizar agora renovando seu cadastro pelo site: www.brailimperial.org.br.Se a sua vontade for de fazer uma contribuio especial, pode fazer um depsito bancrio:Banco Bradesco, Agencia: 0134, Conta: 71785-1, Favorecido: Instituto Brasil ImperialCNPJ: 00.649.568/0001-38.

    O IBI voc, todos juntos vamos fazer as mudanas pretendidas na nossa amada Nao.

    Atenciosamente,

    IBI - INSTITUTO BRASIL IMPERIAL

    Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial