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Dezembro de 2017 - Ano XXII - Número 263

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Saudades do combativo Laet. Luís Severiano Soares Rodrigues

Carlos Maximiliano Pimenta de Laet

2017 marca o transcurso dos 170

anos de nascimento e os 90 anos de

falecimento em 07/12/1927, de

Carlos Maximiliano Pimenta de Laet,

que foi um grande e combativo

monarquista que nunca se intimidou

de jogar na cara dos republicanos a

grande fraude que eles impuseram ao

povo brasileiro. Foi professor e

jornalista, e como engenheiro

geógrafo se candidatou a professor

de português, geografia e aritmética

do colégio Pedro II, concurso em que

foi admitido com distinção.

Posteriormente com a reforma do

ensino em 1915 foi nomeado

professor de português. Jornalista

liberal foi filiado ao Partido liberal e

em 1889 foi eleito deputado, mas não

chegou a tomar posse, já que a

legislatura estava marcada para

começa em 20 de novembro daquele

ano e o golpe de estado da república

em 15 de novembro impediu a sua

realização. Elegeu-se para a

constituinte republicana para atacar

os republicanos de dentro do

parlamento, mas sua eleição foi

impugnada pela ditadura de então.

Não só nisso ele foi prejudicado, pois

foi demitido do Colégio de Pedro II,

agora chamado Ginásio Nacional,

demissão que Benjamin Constant

transformou em aposentadoria

compulsória, no entanto no governo

Wenceslau Brás foi reintegrado ao

magistério no rebatizado Colégio

Pedro II, como professor e chegou a

diretor do dito colégio até sua

aposentadoria compulsória em 1925.

Formou diversas gerações de

brasileiros entre eles Mario Lago que

guardava vivas lembranças do

austero e exigente professor. Foi

membro fundador da Academia

Brasileira de Letras, ocupando a

cadeira n° 32, escolhendo para

patrono Araújo Porto Alegre (barão

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de Santo Ângelo). No Jornalismo, seus

artigos ultrapassam o número de três

mil, trabalhou no Jornal do

Commercio, na Tribuna Liberal e no

Jornal do Brasil, publicou artigos

também em O País, O Jornal, A

Gazeta (SP). Após a república militou

nas páginas de duas Folhas

monarquistas: A Liberdade e A Gazeta

da Tarde, jornais dirigidos pelo cel.

Gentil de Castro, ambos seriam

empastelados em 1897, na sanha

assassina contra Canudos e Gentil de

Castro assassinado pelos

republicanos. Jornalista combativo

travou diversas polêmicas, entre elas

uma com Camilo Castelo Branco,

sobre a variante do português falado

no Brasil. Foi membro do Diretório

Monárquico do Rio de Janeiro,

juntamente com o visconde de Ouro

Preto, o conselheiro Lafayette

Rodrigues Pereira e o conselheiro

João Alfredo. Grande defensor da fé

católica, e por seus trabalhos

prestados à religião, a Santa Sé

Apostólica lhe conferiu a dignidade

de Conde, justa e merecida

homenagem àquele que não temia os

ateus e os apóstatas, ao fazer a sua

profissão de fé católica. A

combatividade de Carlos de Laet,

podemos ver em 23/05/1912 no

Jornal do Brasil, atacando Francisco

Glicério, homem do governo

provisório que pretendia fundar um

partido denominado Liberal: “a

república, iniciada pela falsificação do

voto, só pela mais estupenda

anomalia poderia dar um regímen

verdadeiramente democrático. (...) Se

aplaudistes 89, e se a 89 deveis tudo

o que politicamente sois, não tendes

agora o direito de fundar um partido

que se diga liberal, isto é, amigo da

liberdade. A liberdade vós mesmo a

destruístes, há quase vinte e três

anos, na praça pública, intimidando o

povo com o aparato militar”. (...) “De

tudo que se segue que a república

ainda está por fazer. Os que

destruíram o Império, dando um salto

nas trevas, atascaram-se em um

abismo, e deste ainda não lograram

sair”. No Jornal do Brasil de

01/08/1907, nos dá um retrato que

diríamos atual da república:

“Espectador desta revolução, que já

dura há dezoito anos, eu tenho visto

a traição coberta de louros, a

ferocidade prestes a erigir-se em

bronze, o latrocínio digerindo em

sossego os despojos do erário, a

corrupção trajando galas, o despudor

passeando em apoteoses...” Depois

dessas palavras já se passaram 110

anos e nada mudou nessa república

de ladrões. O autor é economista e

historiador.

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2017 não vai deixar saudades. Luís Severiano Soares Rodrigues

Finalmente 2017 chegou ao fim e poucos terão saudades desse ano que insistia em não acabar, como sempre, quando pensávamos que tínhamos chegado no fundo do poço descobríamos que era ilusão e o fundo ainda não tinha chegado nessa república de surpresas ruins, mas as imagens do presidencialismo de cooptação explícita para salvar a pele do presidente da república, não sairá das mentes dos observadores atentos. Mas devemos fazer justiça aos homens de palavra, pois a fidelidade canina do deputado Carlos Marum lhe valeu a posição de ministro da articulação política na vaga do tucano Imbassay, pois os tucanos debandaram da base de apoio do governo. Como era de se esperar a aprovação da reforma da previdência ficou para depois das férias escolares de suas excelências, isto é, só depois do carnaval, quando o ano começa para essa fração de brasileiros que

alegam ter de visitar as suas bases eleitorais, o estranho é que muitos visitam as suas bases até no exterior! O governo terá de fazer milagres para conseguir a realização dessas mudanças na previdência logo no começo de 2018, pois se assim não for, durante um ano eleitoral é que não vão conseguir. As esperanças de boas notícias vão depender dos números da economia, cujas previsões de crescimento do PIB foram várias vezes aumentadas, esperemos que isso se concretize, já que crescimento com inflação baixa é coisa desconhecida por essas plagas e em decorrência disso as taxas referenciais de juros mostram uma tendência para números civilizados, isso é, só a tendência, pois a taxa nominal ainda é alta, mas as taxas cobradas pelas instituições bancárias ainda são assustadoras, se isso vai se modificar é a grande incógnita para 2018. O Panorama eleitoral que vem

se configurando é assustador e a tendência que vem se impondo é dos

candidatos se apresentarem como salvadores da pátria, ou seja, mais uma novela já vista pelos brasileiros, então temos a convicção que para se acabar com essa tendência para a mesmice é necessário apressarmos a revolução imperial e acabar com essa mediocridade que não se cansa de se repetir. O panorama republicano tem nos dado algumas demonstrações de quão grande é a estupidez dessa gente, pois nas redes sociais se tem veiculado um vídeo onde se exaltam os generais presidentes do regime militar, fazendo crer que aquele regime foi bom e honesto, pois os generais presidentes eram honestos e morreram pobres, ou seja, querem fazer crer que um indivíduo com salário de general é pobre, no entanto esses senhores se esqueceram de falar nos muitos escândalos financeiros naquele

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período, bem como esqueceram as muitas fortunas que se formaram à sombra da ditadura, fortunas essas que o Sr. Paulo Maluf é o exemplo mais bem acabado, mas poderíamos falar dos rios de dinheiro que foram para o nordeste, via SUDENE, e que caíram num saco sem fundo bem embaixo das barbas dos generais presidentes e fizeram as alegrias de muitos colaboradores do regime como o Sr. Antônio Carlos Magalhães, vulgo, Toninho Malvadeza, ou um Marco Maciel, todos lacaios da ditadura, devemos lembrar que este último na campanha do plebiscito era radicalmente contra a proposta monarquista e jactava-se pela manutenção da república, que desde sempre sabemos ser uma república de ladrões. Ou seja, uma parte dos republicanos acham que deve ser competência do alto comando do Exército a indicação do general presidente a ser referendado pelo Congresso, o quê no mínimo é ridículo, para não dizer imbecil. Mas não bastasse isso, nesse mesmo vídeo esses republicanos voltam sua

artilharia contra os monarquistas, dizendo algumas infâmias, para as pessoas lembrarem que a Família Imperial vive da cobrança ilegítima do laudêmio em Petrópolis e junto a essa mensagem veiculam o retrato de D. Bertrand. Então para esclarecimento desses republicanos linha dura devemos colocar alguns dados: o dito laudêmio que é cobrado em Petrópolis compete unicamente ao ramo principesco de Orléans e Bragança, ou seja, o ramo de Petrópolis, que nem de longe tem direito à coroa imperial brasileira, coroa essa cujos únicos príncipes que tem direito são os herdeiros de D. Pedro Henrique. Devemos esclarecer aos republicanos linha dura que o ramo de Petrópolis é um ramo da dinastia francesa de Orléans. Mas temos de defender esse ramo no que tange a legitimidade dessa cobrança, e lembrar que o grande enfiteuta brasileiro é o próprio Estado Brasileiro com os terrenos de marinha, cobrado por todo o litoral brasileiro, e lembrar também aos digníssimos republicanos linha dura

que o regime militar sequer pensou em mudar tal situação. E devemos suspeitar que eles tentam atacar os monarquistas por não quererem competir com propostas democráticas sérias, vis-á-vis a proposta estúpida que eles querem fazer crer que é séria. Não bastasse tudo de ruim nesse ano de miséria política e miséria social, com a violência, contra as pessoas de bem, ultrapassando os limites do absurdo, tivemos também a miséria esportiva, onde na final da copa sul-americana, quando ao perderem para o adversário argentino, e até antes disso, a torcida do Flamengo deu exemplos se selvageria e barbárie, que foram mostradas on-line para o mundo, com direito à agressões, roubos, invasões, covardias, depredações, ou seja, um momento que tem tudo a ver com a república brasileira, republica essa de ladrões, que temos certeza tem de acabar para o Brasil e seu povo sobreviver em paz e dignamente. O autor é economista e historiador.

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O Legado de D. Pedro II em Exposição Da Redação.

É com grande satisfação que o Instituto Brasil Imperial divulga a realização, pela Biblioteca Nacional, da exposição: Uma Viagem ao Mundo Antigo– Egito e

Pompeia na Coleção D. Thereza Christina Maria. Exposição essa que mostra um conjunto expressivo de fotografia e álbuns de imagens gravadas, colecionados por nosso augusto soberano. Esse acervo particular do Imperador foi legado por ele para a Biblioteca Nacional que também foi aquinhoada com livros e mais objetos, outra parte da imperial biblioteca se destinou ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, constituindo-se na maior doação recebida por aquela instituição até hoje. Exigiu, somente, o magnânimo soberano que à coleção fosse dado o nome de sua santa esposa. Esse magnífico acervo foi reconhecido recentemente pela UNESCO, que a inscreveu no Registro Internacional da Memória do Mundo, como a mais abrangente coleção de fotografias colecionadas por um chefe de Estado do século XIX. Assim com orgulho temos que a presença de D. Pedro II

se impõe, e certamente nenhum outro chefe de Estado brasileiro o iguala, como alguém que deixou aos brasileiros, tamanha riqueza de legado positivo e frutífero como vemos nessa bela exposição que dura até 30 de janeiro de 2018.

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EGITO

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POMPEIA

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O PRINCIPE PETROPOLITANO DOM AUGUSTO D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança

Dia 06 de dezembro decorreram 150 anos, do nascimento ,

em Petrópolis, do Príncipe Dom Augusto, Leopoldo, Felipe,

Maria, Miguel, Gabriel, Rafael, Gonzaga, de Saxe- Coburgo

e Bragança, Príncipe da Casa Imperial do Brasil. Dom

Augusto, conhecido também como o “ Príncipe Marinheiro”

foi o primeiro neto de Dom Pedro II que nasceu no Palácio

Imperial na Cidade Serrana. Foi o segundo Filho da Princesa

Dona Leopoldina e do Almirante Duque de Saxe. Seguindo a

vocação paterna , ingressou na Armada Imperial, como

Aspirante, em 15 de dezembro de 1882. Depois de ter

realizado os cursos no Colégio e na Escola Naval, serviu em

diversas unidades da Armada, entre as quais o “Riachuelo”,

a corveta “Niteroi” e o cruzador “Almirante Barroso”.

Realizou várias viagens de instrução nas costas do Brasil,

inclusive uma em 1887, a Belém do Pará. Foi ajudante de

ordens, naquela ocasião, do Almirante Eduardo Wandenkolk.

Em 1888 realizou a viagem de circumnavegação, na

qualidade de 2º Tenente a bordo do cruzador “Almirante

Barroso”. Seria a última viagem de circumnavegação

realizada pela nossa Armada , durante o regime monárquico.

Nessa travessia o navio era comandado pelo então Capitão de

Mar e Guerra , Custódio José de Mello. Por ocasião da

chegada do cruzador em Colombo, Nunca mais lhe seria

concedida a alegria de rever a sua terra natal, que tanto amou,

e que no seu penoso exílio constantemente evocava.

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Chegando á Europa ficou ao lado de Dom Pedro II, mantendo

sempre um contato epistolar com os amigos e os seus

colegas de turma. Vista a impossibilidade de voltar á marinha

do seu país , que tanto desejou servir, ingressou na marinha

austríaca em 26 de abril de 1893. Por ordem do Imperador

Francisco Josè, foi admitido concedendo-lhe inclusive, a

exterritorialidade, afim de que não perdesse a sua

nacionalidade brasileira. Na marinha da Austria, onde tanto

lhe valeram os conhecimentos adquiridos na nossa marinha,

serviu nos mais importantes navios, aposentando-se como

Capitão de Mar e Guerra em 1912. Dom Augusto não esteve

envolvido na 1ª guerra mundial. Casou em 1894 em Viena

na Igreja de Santo Agostinho, a mesma onde tinha casado por

procuração a sua bisavó Dona Leopoldina com o então

Príncipe Dom Pedro, com a Arquiduquesa Dona Carolina da

Austria. Foi ótimo pai de família incutindo aos filhos e netos

o seu grande amor pelo Brasil. Faleceu em Schladming , na

Austria, em 11 de outubro de 1922, deixando muita saudade

naqueles que o conheceram.

Diário do Conde d`Eu. Da Redação

Com grande entusiasmo o Instituto Brasil Imperial divulga o Lançamento, pela Editora Paz & Terra, do livro Diário do Conde d`Eu, organizado pelo historiador Rodrigo Goyena Soares, que também responde pela tradução e pelas notas do referido volume. Trata-se do diário de campanha do príncipe consorte, quando esse exerceu o comando das tropas brasileiras na última parte da Guerra do Paraguai. Escrito em francês, o original localiza-se no Arquivo Histórico do Museu Imperial. A oportunidade desse lançamento vem a ser a possibilidade de conhecermos o conde de perto, tanto nos seus momentos de reflexão, quanto nos momentos de ação e até mesmo nos seus momentos de lazer. O referido diário também nos trás as vicissitudes da

guerra, e através dele podemos ver através dos olhos do príncipe as dificuldades pelas quais passaram os soldados brasileiros no encalço do tirano dos paraguaios. Assim temos como sabermos das variação climáticas abruptas onde se alternam o sol escaldante e as torrentes diluviais, as quais transformavam os caminhos a serem percorridos em grandes lamaçais, por onde os exércitos teriam de passar para enfrentar o inimigo. O frio também se fazia presente nesse cenário dramático. Outro ponto não menos importante se refere à logística no fornecimento de víveres, onde os fornecedores argentinos ofereciam um serviço precário do qual resultavam o desabastecimento das tropas e mais de uma vez esses fornecedores tiraram o

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comandante em chefe do sério, a ponto dele querer rescindir o contrato com os mesmos. Um fator importantíssimo a ser mencionado e que o príncipe consorte, à todo momento deixa transparecer a sua capacidade de análise dos perfis psicológicos dos seus interlocutores, algo importante para um príncipe, marido de uma futura Imperatriz reinante. Com grande capacidade de análise do cenário da guerra e de sua missão de por fim a ela, o conde se mostrou um comandante sóbrio e compenetrado, que esteve inclusive algumas vezes em combate. Seu mérito também passa por saber escolher os homens certos para executarem as tarefas a eles conferidas, assim com determinação as tropas brasileiras chegaram ao termo final desse conflito em Cerro Corá com a morte do tirano paraguaio, e o Comandante em chefe não se cansou de exaltar o comandante da coluna que cercou e matou esse infame tirano, bem como exaltar todos os seus comandados que lutaram muito e duramente para resgatar a honra nacional. Seu retorno foi triunfal e nossa digníssima princesa pode repousar em paz. A sua leitura confirma uma declaração do visconde de Taunay em suas Memórias, quando nos diz que o conde D`Eu era um patriota, bem intencionado e corajoso, coisas que faltaram aos homens que fizeram a república, o que não devemos estranhar, haja vista, a realidade republicana em que vivemos.

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NABUCO, MACHADO E REBOUÇAS Gastão Reis Rodrigues Pereira

Gastão Reis Rodrigues Pereira - Historiador

Peter Drucker, o guru da moderna administração de empresa, nos aconselha a ver o futuro (prever) a partir das frestas pelas quais o presente nos permite entrevê-lo. Acertou na mosca quando previu um mercadão para produtos e serviços para idosos quando se deu conta de que a longevidade estava avançando a passos largos, e iria moldar, de certa forma, o futuro. Essa capacidade de farejar o futuro nas entrelinhas do presente pode nos ser muito útil para entender o que

aconteceu com a república no Brasil. Vamos pôr em prática essa sugestão dele, voltando ao passado, e pondo em letra de forma o que Joaquim Nabuco, Machado de Assis e André Rebouças, engenheiro negro que dá nome ao maior túnel da cidade do Rio de Janeiro, disseram a respeito da república naquele tempo em que viviam aquele presente conturbado. Iniciemos com um trecho, com a grafia da época, do depoimento de Joaquim Nabuco, na Carta ao Diário do Commercio, datada de Londres, em 1890, intitulada Porque continuo a ser monarchista: “Eu era monarchista porque a lógica me dizia que não se devia absolutamente aproveitar para nenhuma fundação nacional o ressentimento do escravismo; por prever (note bem, caro leitor) que a monarchia parlamentar só podia ter por sucessora revolucionária a dictatura militar, quando a sua legitima successora evolutiva era a democracia civil; por pensar que a república seria no Brasil a pseudo-república que é em toda América Latina. Eu dizia que a república não poderia funcionar como governo

livre, e que, desde o dia em que ela fosse proclamada, desapareceria a confiança, que levamos tantos anos a adquirir sob a monarchia, de que a nossa liberdade dentro da lei era intangível.” É preciso dizer mais, em especial sobre nossa crise de confiança? Citemos agora o veredicto de Machado de Assis sobre que tipo de gente iria tomar conta do poder, ao se referir ao sistema representativo: “Peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano porque esse seria o do nascimento da mais insolente aristocracia que o sol jamais alumiou”. Geddel Vieira Lima é apenas um exemplar dessa corja. André Rebouças, por sua vez, tinha como certo o futuro sombrio da raça negra no Brasil após a proclamação da república. A proposta de assentar os libertos, após a assinatura da Lei Áurea, ao longo das linhas férreas em terras públicas foi definitivamente engavetada. O último gabinete da monarquia, comandado pelo Visconde de Ouro Preto, pretendia levar adiante essa ideia que poderia ter sido um ponto de inflexão na curva de desigualdade de

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renda e riqueza sempre tão presente – e irresolvida – em nossa história. Barbara Tuchman, famosa por seus livros sobre cursos alternativos que a História poderia ter percorrido, diria que o quadro político que precedeu a república no Brasil se enquadraria perfeitamente em seu diagnóstico. Ela afirma que é lícito examinar um futuro diferente quando houvesse no tempo histórico específico plena consciência dessa possibilidade por parte dos atores envolvidos. Nada a tirar nem pôr no nosso caso, como já demonstramos. Talvez as próprias personagens citadas não imaginassem que estariam tão certas ao divisar um futuro para a república tão conturbado e tão pouco preocupado com o bem comum dos próprios brasileiros. Eles tinham claro que a defesa da res publica (coisa pública, interesse público) poderia ser muito melhor preservada num contexto monárquico, em especial no Brasil. Nessa linha, ainda hoje, nossos

analistas políticos parecem não ter claro, por exemplo, que a Inglaterra é muito mais res publicana do que o Brasil. E aqui voltamos a Peter Drucker para demonstrar que as frestas daquele presente de 1889 dificilmente indicavam outra coisa diferente da que temos hoje. Liberdade de imprensa e moeda estável (a primeira, com altos e baixos, e a segunda, depois de muita perda de tempo por três décadas até 1994) são dois requisitos, nos dias atuais, que conseguimos preencher. Onde estão então os valores perdidos que explicam, ainda hoje, os descaminhos da república no Brasil. Vamos a eles. O descarrilamento político-institucional em que estamos metidos pode ser explicado pela ausência dos seguintes requisitos que, no passado longínquo, atendíamos: voto distrital puro, parlamentarismo, políticos respeitados, pequeno número de partidos (os dois partidos do Império, o Liberal e o Conservador, tinham

programas e votavam de acordo com eles, coisa a que nenhum partido atual se mantém fiel), orçamento impositivo (a obsessão dos parlamentares do Império com a aplicação efetiva dos recursos do orçamento era um poderoso instrumento contra a corrupção) e ainda um processo de industrialização que se iniciava e caminhava bem nas últimas décadas do Império. A somatória desses requisitos está presente na moldura institucional dos países bem resolvidos politicamente. São as chamadas ideias vencedoras que dão atestado de êxito às propostas do liberalismo político, e, em grande parte, ao liberalismo econômico. Em matéria de perda de tempo, dinheiro e não-atendimento aos anseios de justiça social da população brasileira, a república, no Patropi, foi uma perda de tempo já mais que centenária. Ou bem atendemos plenamente a esses requisitos, ou vamos marcar passo. Até quando?

Identificação do Autor: Gastão Reis Rodrigues Pereira Empresário, Economista e Historiador E-mail: [email protected]// Cel. (24) 9-8872-8269

Site pessoal: www.smart30.com.br

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Trinta Anos de Arte. Thiago von Kronenburg.

O Instituto Brasil Imperial com satisfação comemora os trinta anos de carreira de artista plástico do seu Conselheiro Luís Severiano Soares Rodrigues, cujo nome artístico é apenas Luís Severiano. Sua carreira começa em 1987, com uma ampla dedicação às artes plásticas de forma autodidática, associada a uma constante pesquisa sobre a história da arte que o levou a formar uma das maiores bibliotecas privadas brasileiras sobre o tema. Desse aprendizado prático resultou em um amplo experimentalismo com incursões na escultura, na colagem,

na pintura, na fotografia, que antes de se autonomizarem dentro da carreira do artista, formam um conjunto que se completa. Na escultura onde o artista tem a sua maior produção vamos vê-lo começar pelo figurativo, com a série Guerreiros e o Cangaceiros Coca-Cola e ao mesmo tempo enveredar por um grafismo tridimensional abstrato que o fará iniciar o seu ciclo de exposições da forma mais auspiciosa possível, quando em 1996 participa da prestigiosa mostra NOVÍSSIMOS do Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU) na sua galeria em Copacabana, famoso bairro do Rio de Janeiro, e daí em frente a participação em mostras coletivas iriam se suceder e algumas premiações aumentariam o seu prestígio enquanto artista plástico, com destaque para as suas obras com fotos publicadas em três edições do catálogo da mostra Banco de Talentos da Febraban. Um elemento a se destacar é que o historiador, sua face mais conhecida do público da Gazeta Imperial, também exerceu uma influência sobre o artista, e este desenvolveu aquilo que ele chama de Arte Histórica, e que tem como tema principal o Império Brasileiro, mas que não se resume somente a esse tema e envereda pelo tema monarquia de forma mais abrangente, inclusive esses trabalhos foram premiados em vários salões de prestígio no Rio de Janeiro, bem como foram a sua grande expressão na Exposição Lusa Presença – Coleção e Arte de Luís Severiano

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Soares Rodrigues, realizada na Galeria Manuel Bandeira da Academia Brasileira de Letras em 2012, e que contou na sua inauguração com a presença do comendador Antônyo Cruz, presidente do Instituto Brasil Imperial. Nessa Exposição também foi dado conhecimento ao grande público o

colecionador em que o mesmo se transformou ao longo do aprendizado artístico constante, daí o subtítulo da exposição – Coleção e Arte. Embora sem expor desde 2013, o artista vem mantendo uma produção em colagens que prometem uma exposição em breve.

Seu currículo de artista plástico vem a ser o seguinte:

Exposições: 2013 – 61° Salão de Artes Plásticas do Clube Militar – Rio de Janeiro – RJ. 44º Salão de Belas Artes do Clube Naval – Rio de Janeiro – RJ. 2012 – Lusa Presença - Coleção e Arte de Luís Severiano Soares Rodrigues - (Individual) - Galeria Manuel Bandeira da Academia Brasileira de Letras. Abril/Maio. RJ. XIX Salão de Artes Plásticas do CFN – MNBA/ Museu Naval – RJ. 2010 – 1° Salão de Artes Plásticas do TRT-RJ. (Medalha de Ouro). XVII Salão de Artes Plásticas do CFN – Rio de Janeiro – RJ. X Salão de Artes Plásticas da ESG. 2009 – XVI Salão de Artes Plásticas do CFN – Rio de Janeiro – RJ. VII Salão de Artes Plásticas da ADESG. – Rio de Janeiro – RJ. 2008 – XV Salão de Arte Plásticas do CFN – Rio de Janeiro – RJ. (Medalha de Prata). - VIII Salão de Artes Plásticas da ESG – Rio de Janeiro - RJ. - 56° Salão de Artes Plásticas Clube Militar – Rio de Janeiro – RJ. 2007- XXXVIII Salão de Artes do Clube Naval – Rio de Janeiro – RJ. (Medalha de Bronze). XIV Salão de Artes Plásticas do CFN – Rio de Janeiro – RJ. (Medalha de Bronze). 2006- 3D – Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro – RJ. XIV Universidarte – Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro – RJ. Banco de Talentos - Febraban - São Paulo – SP. 2005- XIII Universidarte – Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro – RJ. 2003- Galeria Gourmet – Março e Maio – Barra da Tijuca – RJ.

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2002- Banco de Talentos – Febraban – São Paulo –SP. Salão de Artes Visuais – Vinhedo – SP. 2000- Banco de Talentos – Febraban – São Paulo – SP. 1998- IV Salão de Artes da PMERJ – Rio de Janeiro – RJ. 1997- Desdobramentos – Museu do Ingá – Niterói – RJ. Mostra Novidarte – Centro Cultural Correios – Rio de Janeiro – RJ. 1996- Primeiro Salão Vilagrã – Paço Imperial de Santa Cruz – Rio de Janeiro – RJ. Novíssimos – Galeria IBEU – Copacabana – Rio de Janeiro – RJ.

Principais Coleções com obras do artista:

Museu Lyra Tavares – Rio de Janeiro. Acervo Artístico da ECEME – Rio de Janeiro. Museu do CFN. – Rio de Janeiro. Acervo da Escola Naval – Rio de Janeiro. Coleção de S.A.I.R. D. Luiz de Orléans e Bragança. – São Paulo. Coleção Dr. Manoel Portinari Leão – Rio de Janeiro. Coleção Dr. Silvando da Silva Cardoso – Rio de Janeiro. Coleção Drª. Maria Victória Vieira Santana – Nova Iguaçu - RJ. Coleção Real Britânica – Londres – UK. Coleção D. Marília Ferreira Soares – Mesquita -RJ. Coleção Dr. José Luiz Teixeira – Nova Iguaçu – RJ.. Coleção Poeta Adélia Prado – Divinópolis – MG. Assim o Instituto Brasil Imperial se congratula com o seu Conselheiro pelo transcurso desses trinta anos de dedicação às artes plásticas, sem prejuízo do trabalho historiográfico e

de pensamento político, e faz votos de que mais e mais anos se sigam nesse fazer artístico, já que a arte é fundamental.

O autor é crítico de Artes Plásticas.

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Luís Severiano Soares Rodrigues e Antônyo Cruz