Entrevistas Preliminares: A entrevista Inicial Carla Eloá Ferraz.

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Entrevistas Preliminares: A entrevista Inicial Carla Eloá Ferraz

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Entrevistas Preliminares:A entrevista Inicial

Carla Eloá Ferraz

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Entrevista diagnóstica• Ela tem como meta final o tratamento e não o diagnóstico;

• Estudos mostram que até 50 % dos pacientes abandonam o tratamento antes da quarta sessão (Baekeland e Lundwall,1975).

• muitos não retornam depois da primeira;

• Muito mais do que o diagnóstico, durante a entrevista inicial também são vitais: a construção da aliança, o reforço do moral e a negociação do tratamento.

• Você estabelece a aliança terapêutica quando escuta o paciente.

• O ato de fazer perguntas pode por si só promover aliança terapêutica.

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Entrevista diagnósticaObjetivos

• Finalidade: elaborar um diagnóstico – sem parecer que se está lendo uma lista de sintomas e sem se deixar distrair por informações menos relevantes.

• Construir uma aliança terapêutica.

• Negociar um plano de tratamento e comunicá-lo ao paciente.

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Obtenção de dados psiquiátricos• Também conhecida como história psiquiátrica,

inclui informações pregressas relevantes para a apresentação clínica atual.

• A história psiquiátrica inclui: histórico da psicopatologia atual, história psiquiátrica, história médica, história psiquiátrica familiar, aspectos da história social e do desenvolvimento.

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Negociar um plano de tratamento e comunicá-lo ao paciente

Importante para a adesão do paciente ao tratamento.

• Momento de desconstruir expectativas errôneas sobre o processo psicoterápico.

• Se o paciente não compreender a formulação, não concordar com o que foi dito ou não se sentir confortável para falar a respeito, isso pode comprometer a adesão ao tratamento.

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Negociar um plano de tratamento e comunicá-lo ao paciente

• Duração da sessão• Valores• Faltas – informá-lo com pelo menos 24 h de

antecedência de qualquer falta ou a sessão será cobrada, exceto em situações de emergência.

• Quando ocorrer a falta, indagar sobre o motivo da mesma e trabalhar essa demanda na sessão.

• Atrasos

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As três fases da entrevista diagnóstica

Fase de abertura: (de 5 a 10 min )

• Momento de conhecer o paciente, ficar sabendo um pouco a respeito da sua situação de vida, e então calar-se e dar alguns minutos para que ele possa contar, sem interrupções, por que veio procurá-lo.

• É nessa fase que o paciente está tomando a decisão inicial quanto a sua confiabilidade.

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As três fases da entrevista diagnósticaCorpo da entrevista ( de 30 a 40 min)

• Ao longo da fase de abertura você vai criar algumas hipóteses diagnósticas iniciais e se decidir quanto a algumas prioridades a serem exploradas durante o corpo da entrevista.

Ex: você pode decidir que depressão, ansiedade e abuso de SPA’s podem ser prováveis problemas para o paciente.

• A partir daí, elabora perguntas sobre a história da doença atual; história da depressão, ideação suicida e abuso de SPA’s, história familiar desses transtornos e avaliar se o paciente realmente satisfaz os critérios do DSM IV para cada transtorno.

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As três fases da entrevista diagnóstica

Corpo da entrevista ( de 30 a 40 min)

• Depois passar para outros tópicos como: história social; sintomas físicos e revisão psiquiátrica dos sintomas.

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As três fases da entrevista diagnóstica Fase de fechamento (de 5 a 10 min )

• Mesmo que você possa se sentir tentado a continuar fazendo perguntas, é essencial pelo menos cinco minutos para a fase de fechamento da entrevista, ao qual deve-se incluir dois componentes:

a) Uma discussão da sua avaliação (psicoeducação)

a) Um esforço para se chegar a um acordo com relação ao plano de tratamento.

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PREPARAÇÕES LOGÍSTICAS:O QUE FAZER ANTES DA ENTREVISTA

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Preparação logística

Ela é importante porque possibilita uma experiência mais tranquila e menos estressante

para você e seu paciente.

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Preparar o tempo e o espaço corretos

Garantir um espaço

• Reservar uma sala.

• Tente marcar o mesmo horário todas as semanas: quando se trata de entrevistas psicoterápicas a rotina é aliada.

• Os psicoterapeutas psicodinâmicos chamam essa rotina – o mesmo horário, a mesma sala, o mesmo cumprimento - de setting.

• Torná-lo invariável reduz as distrações.

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Preparar o tempo e o espaço corretos

Personalize sua sala de alguma forma.

• Você terá a sensação de estar em seu próprio espaço, e a sala parecerá mais familiar ao paciente.

Obs. Cuidado com excessos.

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Preparar o tempo e o espaço corretos Posicione as cadeiras de modo que você enxergue o relógio.

• Discrição

• Um relógio de parede atrás do paciente funciona bem.

• É extremamente perturbador para alguns pacientes o fato do terapeuta olhar muitas vezes ao relógio: a mensagem recebida pelo paciente é: “Mal posso esperar que esta sessão se acabe”.

• Mas é preciso controlar o tempo para que você consiga coletar o máximo de informações em um período breve.

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Proteja o seu tempo• Chegar antes do paciente – você precisa de tempo

para se preparar emocionalmente e logisticamente para a entrevista. Organize todos os formulários e materiais que irá precisar.

• Evite interrupções – Existem vários modos de evitá-las: Desligar o celular; identificar a sala com o – em atendimento;pedir a secretária para anotar os recados, dentre outros.

• Reserve tempo suficiente para anotações e papelada – esse tempo é variável – o importante é que você descubra o seu tempo.

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Usar ferramentas de papel com eficácia

• Não há um treinamento formal sobre como usar as entrevistas, planilhas, folhetos e questionários.

• Eles são instrumentos importantes que auxiliam

no processo, contudo não devem ser utilizados de forma excessiva, podendo em alguns casos interferir na relação terapeuta-paciente.

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Desenvolver suas regras

É necessário determinar parâmetros para a relação terapeuta – paciente, incluindo questões como:

- quando e como você pode ser contatado; - o que o paciente deve fazer em caso de

emergência; - com quem você pode falar a respeito do paciente.

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Como e quando contatá-lo

É você que define os limites da relação clínica, estabelecendo onde e quando os pacientes podem

contatá-lo. Isso deve ser feito no início do tratamento.

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Sugestões• Nunca dar o telefone residencial para os pacientes.

• Especificar os horários que estará disponível para atender as ligações.

• Instruir o paciente sobre o que fazer se houver uma emergência em um horário que você não estiver disponível.

• O paciente pode deixar um recado de voz, para que você retorne a ligação.

• Quando sair de férias, deixar o contato de um psiquiatra da sua confiança.

• Alguns terapeutas usam e-mail como forma de contatar pacientes. Isso pode poupar tempo, mas sem regras básicas, o uso dessa ferramenta também pode fugir do controle. “A comunicação via e-mail não é uma forma de tratamento”.

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Contatos com o paciente• Não se esqueça de obter os vários telefones de seu

paciente.

• Perguntar se você pode se identificar, caso ligue.

• Obtenha número de familiares ou amigos íntimos para poder contatá-los em situações de emergência.

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REFERÊNCIAS• Carlat, Daniel J. Entrevista Psiquiátrica; tradução

Claudia Dornelles, Andrea Caleffi 2ª edição, Porto Alegre, Artmed, 2007.