Roteiro de entrevistas.

36
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ELABORAÇÃO DE ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEMI- ESTRUTURADA Eduardo José Manzini UNESP – Campus de Marília Apresentado por: Neusa Aparecida Mendes Bonato Junho 2006

Transcript of Roteiro de entrevistas.

Page 1: Roteiro de entrevistas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ELABORAÇÃO DE ROTEIRO PARA

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA Eduardo José Manzini

UNESP – Campus de Marília

Apresentado por:

Neusa Aparecida Mendes Bonato

Junho 2006

Page 2: Roteiro de entrevistas.

OBJETIVOApresentar algumas considerações sobre a coleta de dados por meio de entrevistas, mais especificamente, alguns cuidados que poderão ser tomados para a elaboração de roteiros para entrevistas, ou seja, apresentaremos e discutiremos questões relacionadas ao planejamento para a coleta de informações por meio de entrevista.

Page 3: Roteiro de entrevistas.

SOBRE A ENTREVISTAComo um instrumento ou método de coleta de informações, a entrevista é um instrumento utilizado nas pesquisas em Educação, Psicologia e Sociologia, que podem ser didaticamente divididas, em três grupos:

questões relacionadas ao planejamento da coleta de informações

questões sobre variáveis que afetam os dados de coleta e futura análise

questões que se referem ao tratamento e análise de informações advindas de entrevistas

Page 4: Roteiro de entrevistas.

PLANEJAMENTO

Necessidade de planejamento de questões que atinjam os objetivos pretendidos, a adequação da seqüência de perguntas, a elaboração roteiros e sua adequação por meio de juízes, a realização de projeto piloto, para dentre outros aspectos, adequar o roteiro e a linguagem.

Page 5: Roteiro de entrevistas.

VARIÁVEIS, TRATAMENTO E ANÁLISE

influência do entrevistador na produção do discurso do entrevistado e nos seus processos de raciocínio e de memória;

metodologia da análise empregada, tais como, análise de conteúdo, análise de relato verbal, análise estatística, jornalística e interpretativa.

Page 6: Roteiro de entrevistas.

Para que serve um Roteiro de Entrevista?

Sua função principal é auxiliar o pesquisador a conduzir a entrevista para o objetivo pretendido, além de, segundo a concepção do autor, ter outras funções como: auxiliar o pesquisador a se organizar antes e no momento da entrevista; auxiliar, indiretamente, o entrevistado a fornecer a informação de forma mais precisa e com maior facilidade.Resumindo, o roteiro de entrevistas pode auxiliar, parcialmente, na organização da interação social no momento da entrevista, garantindo a organização dos conceitos previamente analisada no roteiro e o não esquecimento de algum item ou pergunta no decorrer da entrevista.

Page 7: Roteiro de entrevistas.

CUIDADOS COM A LINGUAGEM

O pesquisador deve estar atento para questões que envolvem a linguagem. Intimidade com a população entrevistada é um fator importante para adequar a linguagem, que deve estar presente nas perguntas exibidas no roteiro, além de auxiliar na compreensão das palavras faladas.

Page 8: Roteiro de entrevistas.

PROBLEMAS FREQUENTEMENTE CONSTATADO EM ROTEIROS

uso de palavras que lhe são próprias (pesquisador), jargão técnico;

fazer uma pergunta única para investigar um conceito complexo.

Investigar conceitos pode ser uma tarefa difícil se o roteiro não estiver claro e preciso, com perguntas redigidas de forma simples e direta.

Ao elaborar roteiros, vários pesquisadores acabam listando itens a serem pesquisados, e de posse desses, realizam a entrevista. Vale ressaltar que esses itens no momento da entrevista, garantem a precisão do conceito a ser investigado.

Page 9: Roteiro de entrevistas.

CUIDADOS COM A FORMA DAS PERGUNTAS

Uma boa maneira de perguntar é ser direto e simples. A clareza do roteiro dependerá da forma como as perguntas são redigidas.

Não utilizar na redação da perguntas palavras ou frases não específicas ou vagas.

Tamanho da pergunta. Ao fazer as perguntas e ao redigir o roteiro, deve-se

fazer uma análise das dificuldades de elaboração mental a que o entrevistado está sujeito. Simples mudanças na forma de se perguntar pode deixar o entrevistado mais a vontade para responder a indagação, sem demonstrar que estamos interessados em altas elucubrações conceituais.

identificar diferentes conceitos em mesma pergunta.

Page 10: Roteiro de entrevistas.

CUIDADOS COM A SEQÜÊNCIA DE PERGUNTAS

Obedecer uma ordem de dificuldades de respostas: das mais fáceis para as mais difíceis de serem respondidas;

Fazer blocos temáticos de perguntas que objetivam o mesmo assunto;

Explicar que serão fornecidas para os entrevistados antes de iniciar a coleta de informações (informação sobre o porquê da realização da entrevista, da escolha do entrevistado, solicitação da gravação e sobre resguardar eticamente a identidade do informante).

Page 11: Roteiro de entrevistas.

ADEQUAÇÃO DOROTEIRO

Adequação do roteiro é a submissão do roteiro para entrevista à apreciação externa, através de dois procedimentos comumente utilizados:

apreciação por juízes externos

entrevista piloto

Page 12: Roteiro de entrevistas.

SUGESTÕES PARA ANÁLISE DO ROTEIRO PARA ENTREVISTA

Roteiro-guia consiste em perguntas que deverão ser analisadas mediante o roteiro da entrevista e mesmo após a realização da entrevista piloto, através da análise de três pontos:

Page 13: Roteiro de entrevistas.

FORMA DAS PERGUNTAS Ao fazer perguntas usou jargão? Usou expressões coloquiais? Usou palavras técnicas que não familiares à

população da pesquisa? Usou palavras e frases vagas? Fez perguntas com múltipla finalidade? Fez perguntas manipulativas? Usou ênfase adequada ou inadequada no tom

de voz? Fez uso de palavras ou frases emocionais? A extensão das perguntas permitiu

compreensão por parte do entrevistado?

Page 14: Roteiro de entrevistas.

SEQÜÊNCIA DAS PERGUNTAS

Seguiu estritamente a seqüência das perguntas que estava no roteiro?

A seqüência das perguntas obedeceu a uma ordem por agrupamentos ou temas?

Indicou ao entrevistado as mudanças de temas?

Seguiu uma seqüência de perguntas por ordem de dificuldade de elaboração mental por parte do entrevistado?

Page 15: Roteiro de entrevistas.

ABRANGÊNCIA DO FENÔMENO ESTUDADO

Todas as perguntas do roteiro foram feitas durante a coleta?

Fez perguntas complementares? Essas perguntas deveriam fazer parte do roteiro original?

As perguntas permitiram abranger o conceito estudado?

Page 16: Roteiro de entrevistas.

DESENVOLVENDO UMA NOVA FORMA PARA AVALIAR ROTEIROS

Fazer uma análise das ações verbais que estão expressas nas perguntas do roteiro, sendo utilizada por vários pesquisadores como embasamento teórico para a construção de categorias de análise ou unidades de análise em que lidam com interação verbal.

Nesse sentido, podemos tentar inferir qual é a intenção que a pergunta apresenta, a temática que a pergunta traz e que tipo de ação verbal a pergunta enseja. Vemos, então, que uma simples pergunta requer uma análise das ações verbais para que todos os elementos da pergunta estejam suficientemente esclarecidos. Fazendo isso, é possível identificar as intenções que estão por detrás da pergunta, sua ação verbal e seus elementos de conteúdo temático.

Page 17: Roteiro de entrevistas.

CONCLUINDO...

A entrevista requer uma série de cuidados anteriores à coleta propriamente dita;

Análise pormenorizada do roteiro prévio;

Rigoroso planejamento.

Page 18: Roteiro de entrevistas.

A ENTREVISTA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL:

QUESTÕES METODOLÓGICAS

Anna Augusta Sampaio de OliveiraUNESP – Campus de Marília

Page 19: Roteiro de entrevistas.

INTRODUÇÃOA produção do conhecimento científico e

sua validade metodológica têm sido alvo de preocupações dos pesquisadores em Educação Especial, devido ao crescimento vertiginoso da área a partir da década de 70.

Nesse contexto, a entrevista é amplamente utilizada como procedimento metodológico e significativo instrumento para coleta de dados, favorecendo as investigações de concepções e práticas sociais e educacionais referentes a Educação Especial, a partir de dados provenientes da compreensão dos sujeitos envolvidos no cotidiano dessas práticas.

Page 20: Roteiro de entrevistas.

OBJETIVO

Relatar os procedimentos de análise metodológica utilizados numa pesquisa realizada, tendo como principais objetivos: investigar as representações sociais sobre deficiência e Educação Especial, de alunos com deficiência e professores habilitados; comparar as representações dos dois grupos e analisar o significado da Educação Especial no contexto escolar.

Page 21: Roteiro de entrevistas.

PARTICIPANTES DA PESQUISA

Professores de Educação Especial 23 professoreshabilitados nas quatro Categorias de deficiência (auditiva, mental, física e visual)Alunos de Educação Especial 44 (total)Área de deficiência mental 12 alunosÁrea de deficiência auditiva 11 alunosÁrea de deficiência visual 11 alunosÁrea de deficiência física 10 alunos

TOTAL DE PARTICIPANTES 67 Part.

Page 22: Roteiro de entrevistas.

LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Sala de Recursos e Classe Especial da rede pública de ensino estadual de Marília

Obs.: -Projeto-piloto Diretoria de Ensino de Assis

Page 23: Roteiro de entrevistas.

CUIDADOS METODOLÓGICOS

Elaboração das questões; Planejamento adequado para a coleta de dados; Participação de consultores para análise temática

e a relação com os objetivos da pesquisa; Desenvolvimento de projeto piloto, para análise

da clareza e objetividade das questões; Análise dos dados provenientes das entrevistas

do projeto-piloto e alterações de algumas questões; Construção do roteiro definitivo para coleta de

dados.

Page 24: Roteiro de entrevistas.

ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES

Através de um roteiro de entrevista com questões fechadas, o objetivo dessa análise foi avaliar em que medida as respostas foram adequadas referentes ao assunto em estudo: a concepção do professor em relação à Educação Especial e à deficiência. Para essa análise, foi estabelecido um conjunto de categorias derivadas do objetivo do estudo:

Page 25: Roteiro de entrevistas.

CONJUNTO DE CATEGORIAS

ENTREVISTADO

RA – resposta adequadaD – direta; I – indireta; P – parcial

RI – resposta inadequadaPE – pede esclarecimento sobre a perguntaEP – esclarece pergunta do entrevistador

Figura1. Categorias para Análise das Interações com os Entrevistados (Professores)

Page 26: Roteiro de entrevistas.

ANÁLISE DOS DADOS

Este “Olhar” para a adequação dos dados de entrevista configurou-se como um aspecto extremamente relevante, na medida em que nos dá segurança em relação à validade desses dados, uma vez que, no conjunto, tanto no que se refere à análise dos sujeitos, quanto das questões, as informações necessárias foram levantadas de forma adequada. Isto possibilita ao pesquisador analisar seus dados da pesquisa empírica com maior segurança e objetividade.

Page 27: Roteiro de entrevistas.

ANÁLISE DAS ENTREVISTAS REALIZADAS COM OS ALUNOS

A figura de categorias foi parcialmente mantida, já que algumas categorias não foram necessárias. Também foi incluída uma nova categoria ficando da seguinte forma:

ENTREVISTADO

RA – resposta adequadaD – direta; I – indireta; P – parcial

RI – resposta inadequadaNR – não respondeu

Figura 2. Categorias para Análise das Interações entre Entrevistador e Entrevistado (alunos).

Page 28: Roteiro de entrevistas.

ANÁLISE DOS DADOS

A análise das interações, por sujeito, demonstra que as entrevistas foram conduzidas de forma adequada, com um roteiro bem delineado e com a intervenção precisa do entrevistador.

Em síntese, análise metodológica das entrevistas realizadas, em busca da evidência de sua confiabilidade, nos apontou que no saldo final todas as questões foram respondidas adequadamente por todos os participantes, o que nos assegura a validade do instrumento de coleta de dados utilizado para levantamento de informações.

Page 29: Roteiro de entrevistas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A entrevista caracteriza-se como importante estratégia para a coleta de dados de pesquisa cientifica, pois, nos permite conhecer a subjetividade humana. Porém, não podemos desconsiderar os mecanismos que podem alterar a sua dinâmica interferindo, inclusive, o conteúdo das respostas dos entrevistados.

Torna-se imprescindível encontrarmos estratégias metodológicas que garantam a objetividade dos dados e que possam assegurar ao pesquisador a validade do instrumento de coleta como fonte de informações.

Page 30: Roteiro de entrevistas.

REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL DIANTE

DA INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCATIVAS

ESPECIAIS NA ESCOLA COMUM

WANDERLEIA AZEVEDO MEDEIROS

Orientadora: Prof. Dra. Maria Luisa Sprovieri Ribeiro

Faculdade de Educação – USP

2002

Page 31: Roteiro de entrevistas.

PROBLEMÁTICA Investigar se as representações dos professores do Núcleo Pedagógico Integrado – NPI, sobre Educação Especial, norteiam suas práticas pedagógicas, e se essas representações são explicitadas através dessas práticas, demonstrando preocupação com a integração/inclusão escolar do aluno com necessidades educativas especiais no âmbito desse Núcleo Pedagógico.

Page 32: Roteiro de entrevistas.

CENÁRIO DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida no NPI – Núcleo Pedagógico Integrado (Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará), que atende a:

Educação Infantil;

Ensino Fundamental;

Ensino Médio.

Page 33: Roteiro de entrevistas.

SUJEITOS DA PESQUISA

Professores do Ensino Fundamental (1ª à 4ª série) do NPI.

Page 34: Roteiro de entrevistas.

ABORDAGEM METODOLÓGICA

PESQUISA QUALITATIVA (Estudo de Caso), desenvolvida em duas fases:

1ª fase: pesquisa bibliográfica e documental; compreendendo levantamento de dados e análise;

2ª fase: estudo de campo, dividido em quatro momentos.

Page 35: Roteiro de entrevistas.

ETAPAS – ESTUDO DE CAMPO Apresentação do projeto de pesquisa aos

professores; Observação da atuação dos professores; Participação do cotidiano escolar dos

professores; Entrevistas individuais (roteiro semi-

estruturado.

Page 36: Roteiro de entrevistas.

MINHAS DÚVIDAS Não faz citação sobre projeto/entrevista-piloto??? Há a necessidade de citar no trabalho se o roteiro

foi submetido a juizes externos?? Dúvidas quanto ao levantamento das categorias Relativas ao conteúdo das entrevistas.