Propositto entrevistas

48
Entrevistas revista Theo Rosendorf Eric Karjaluoto Michael Golan Daniel Lieske Carlos Segura Adi Granov Von Glitschka Chris Sickels

description

Reunião de um ano de entrevista com grandes designers que o blog da Propósitto fez. Gente como Adi Granov, Theo Rosendorf, Carlos Segura e muitos outros comentam sobre processo criativo, carreira e inspirações.

Transcript of Propositto entrevistas

Page 1: Propositto entrevistas

Entrevistasrevista

Theo Rosendorf

Eric Karjaluoto Michael Golan

Daniel Lieske

Carlos Segura

Adi Granov

Von Glitschka

Chris Sickels

Page 2: Propositto entrevistas

2

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio_russi_inst_21x28cm_01a.ai 1 23/09/11 17:05

Page 3: Propositto entrevistas

3

Um ano de mudanças

Theo Rosendorf

Michael Golan

Adi Granov

Eric Karjaluoto

Von Glitschka

Chris Sickels

Daniel Lieske

Carlos Segura

Lisa Keene

índice4

6

10

14

18

24

28

32

36

40

Page 4: Propositto entrevistas

4

A Propósitto completou um ano quase na mesma se-

mana que eu completei 39, e que me mudei de casa, e

consequentemente de escritório.

Fazer uma mudança (e eu sei bem disso, sou pratica-

mente um cigano) é uma das atividades mais extenuan-

tes que eu consigo conceber. Na verdade, se fossemos

pensar realmente em todo o trabalho que dá mover uma

vida inteira de um lado pra outro, nós simplesmente não

faríamos. Se fazemos, é porque temos a certeza de que

estamos mudando para melhor, ou porque fomos obriga-

dos pelas circunstâncias.

Meu caso, felizmente, é o primeiro.

O interessante é que essa dificuldade de mudança

pode ser percebida bem facilmente na vida da gente. Se

mudar uma casa é dificil, imagine uma maneira de pen-

sar, um hábito, um costume.

Por isso é tão fácil encontrar aquelas pessoas que pa-

recem estacionadas no tempo. Paralisadas na vida, não

conseguindo sair de certas situações que para outros,

que estão de fora, parecem ter uma solução tão óbvia. É

só mudar…

É mais fácil falar do que fazer. Acompanhem. Quando

fazemos uma mudança, esvaziamos as gavetas, coloca-

mos tudo no chão. E geralmente descobrimos que vínha-

mos acumulando coisas inúteis. Jogamos um monte de

coisa fora. Encaixotamos o que faz sentido, aquilo que

queremos pra nós na próxima etapa.

Quando chegamos em nosso destino, colocamos

tudo em novos armários, exibimos enfeites que nem

lembrávamos que tínhamos, nos adequamos a nova

situação. Pode ser uma casa maior, menor, mais longe

ou mais perto. Cada uma dessas variáveis vai exigir que

você readeque seus pertences.

Para mudar na vida é o mesmo exercício. Nossa ca-

beça é um apartamento bem bagunçado. Você precisa

colocar todas as suas “caixas” pra fora. Ficar nu. Sele-

cionar os hábitos que ainda fazem sentido, ou estão ali

apenas porque você se acostumou a usar. Triar amigos,

descobrir que não fala com vários deles há muito tempo,

e nem sabe porque. Descartar preconceitos, inimizades,

mágoas e condutas que estavam bloqueando a passa-

gem. Descobrir aqueles enfeites que você parou de usar,

mas eram o que de melhor você tinha.

Fazer isso de forma completa é dificil. Penoso. É mui-

to fácil enganar a si mesmo, empacotar tudo de novo, e

levar consigo pra próxima etapa de vida. Vai dar errado.

Um ano de mudanças

Page 5: Propositto entrevistas

5

Você não abriu espaço para nada novo. Mesmo que você

ache um canto, vai estar tão perdido no meio do resto,

que quando precisar, não vai conseguir encontrar.

Nesse último ano, primeiro eu escolhi a mudança. Ao

montar a Propósitto, eu tinha a opção de reformar minha

condição de empregado. Resolvi embarcar na aventura de

abrir uma empresa, meio sem saber o que esperar. Eu

sabia o que não queria, mais do que qualquer outra coisa.

Não foi, nem está sendo fácil. Estou aprendendo a lidar

com incertezas mais do que em qualquer período da mi-

nha vida.

Trabalhar em casa, que no começo era uma necessi-

dade, aos poucos está se transformando numa bandeira.

Se existem grandes dificuldades, principalmente para um

casal 24 horas junto dentro do mesmo ambiente, existem

grandes recompensas (especialmente para o meu lado

de pai). Por essas coisas, preciso agradecer a paciência,

apoio e mão extra da minha esposa, que não me deixou

ter nem meio segundo de dúvida nesse ano. E ao meu

filho, que com sua ingenuidade acha o máximo ter o pai o

acordando todos os dias da semana.

Nesse ano redescobri amigos, ganhei novos, e estou

cada vez mais viciado num sabor que eu pouco experi-

mentava enquanto era empregado. O gosto da surpresa.

O grande medo que as pessoas tem ao empreender é

também aquilo que mais me move hoje em dia. O poder

da imprevisibilidade. De não ter pré-estabelecido o que

posso estar fazendo amanhã. Estou mais apaixonado por

design do que nunca, e de um modo extremamente prá-

tico, pragmático mesmo.

No começo de 2011 vendi minha casa e comprei ou-

tra. E esta é muito próxima daquilo que sempre quis na

minha vida. E fazendo um retrospecto, fica muito claro

que essa mudança está muito mais que intimamente li-

gada às mudanças que começaram a um ano. Uma não

existiria sem a outra.

Portanto, (como diria o vídeo do filtro solar) como eu

só posso oferecer conselhos sobre aquilo que passei em

minha vida, eu digo: abracem as mudanças.

O mundo vai mudar, independente de você.

É sua escolha tentar fincar sua jangada em algum

canto de terra enquanto as marés te puxam, ficar ao

sabor da água, esperando e torcendo que ela pare em

algum lugar bacana, ou aproveitar a maré baixa e cons-

truir bons remos, pra te ajudar a chegar às melhores

ilhas do caminho.

Page 6: Propositto entrevistas

6

Theo Rosendorf, da MatadorPropósitto – Conte um pouco sobre você. Como

você se tornou um Designer Gráfico?

Theo Rosendorf: Eu comecei no início dos anos

90, com lápis e papel, desenhando qualquer coi-

sa. Passei muitos dias e noites na copiadora local.

Tudo isso me levou a produzir designs absoluta-

mente horríveis para pequenos negócios locais.

Eu não me tornei um Designer de verdade até que

eu entendi que tipografia era o mais importante as-

pecto do negócio. Isso aconteceu quando eu es-

tava fazendo tabelas financeiras para o Relatório

Anual online da Coca-Cola, em 1996.

Pulando direto para o presente: Eu recentemente

escrevi o livro The Typographic Desk Reference

(TDR) , um dicionário de termos e formatos tipográ-

ficos. O TDR está em sua terceira edição, e espera-

mos começar as traduções o quanto antes. No mo-

mento, estamos em busca de um editor europeu.

Quanto a minha prática em Design, atualmente eu

trabalho como consultor de design para minha em-

presa, Matador.

degign gráfico+tipografia

Saiba quando quebrar as regras.Saiba quando suas ideias são ruins.“

Page 7: Propositto entrevistas

7

Propósitto - Eu li que você trabalha da sua própria

casa, isso é verdade? Qual é sua rotina? Eu vejo que

você tem clientes grandes. Você já enfrenyou algu-

ma resistência de clientes por trabalhar de casa?

TR - Sim, eu tipicamente trabalho em casa, mas rara-

mente enfrento resistência dos clientes por isso. Eu

acho importante apontar que algumas coisas não po-

dem ser feitas de casa. Se você precisa dirigir um time

de designers de um cliente, você tem que ir até ele. Se

o cliente está intimamente envolvido no processo de

Design, reunir-se face-a-face talvez seja a única forma

de se fazer. Quando um cliente solicita que eu vá até

seu escritório, eu sempre honro o convite, mas reuni-

ões posteriores são raras, já que meu time de desig-

ners é tipicamente composto de pessoas em várias

cidades. No momento, estou trabalhando em projetos

com talentos de Atlanta, Berlim e Nova York.

Meu dia normal:

11:00 – Café da manhã + notícias + email

01:00 – Trabalho

02:30 – Comer

03:00 – Trabalho

04:00 – Reunião virtual

05:00 – Trabalho

06:00 – Comer

06:30 – Reunião Virtual

07:00 – Trabalho

09:00 – Ginástica

11:00 – Comer

12:00 – Email + estratégia + trabalho administrativo

Propósitto – Fale um pouco sobre seu processo

criativo.

TR – Número 1: trabalho para manter a mim e ao clien-

te na mesma página, de maneira que nós todos este-

jamos comprometidos com o sucesso da companhia

(ou produto). Eu aconcelho o cliente a evitar se tornar

emocionalmente apegado a conceitos.

Todo trabalho de Design Gráfico começa e termina

com conteúdo. O conteúdo e o visual tem que dar su-

porte um ao outro, senão você acaba com uma paró-

dia. É incrivel quantas soluções de Design você pode

ter através de cópia/edição.

Page 8: Propositto entrevistas

8

Faça perguntas estúpidas. Sério. Eu tento encontrar o

mais efetivo, mais equitativo ângulo para o conceito.

Primeiro, eu começo olhando para o setor do cliente

para ver o que não fazer. Então eu encontro aquilo

que se sustenta sozinho, algo original, e exploro esse

ângulo. Tudo isso requer um modo muito diferente de

olhar para as coisas. Fazer perguntas estúpidas fun-

ciona bem para mim.

Tipografia. É muito simples: maus Designers não sa-

bem como usar tipos. Meu negócio é muito focado em

tipografia.

Saiba quando quebrar as regras.

Saiba quando suas ideias são ruins.

Propósitto – Como é a vida de um Designer nos

Estados Unidos? As companhias estão realmente

cientes da relevância do Design?

TR - Eu presto pouca atenção ao que outros desig-

ners estão fazendo, mas acredito que atualmente está

acontecendo alguma educação pública sobre o tema.

Quando mais designers entram no mercado, alguns

podem reclamar de homogeinização, mas é impor-

tante notar que a qualidade do todo também acaba

aumentando. Aquilo que é considerado tosco hoje

foi feito profissionalmente ontem. Já não se trata de

alguns designers superstars, mas um exército global

de profissionais. Pessoas e empresas nos Estados

Unidos estão completamente cientes da relevância do

Design porque Design nos dias de hoje, é uma força

para se ter ao seu lado.

Page 9: Propositto entrevistas

9

SimplesmenteLibertador

G.D., 19 anos

Essa é a sensação quando vamos atrás do nosso propósito de vida!Para nós da Rede Ubuntu sustentabilidade tem a ver com pessoas trabalhem com o que gostam e utilizando o máximo de seus talentos a serviço do Planeta.

Por isso, criamos o RUA, Rede Ubuntu de Aprendizagem, um programa deformação em EUpreendedorismo, isto é, um programa focado em provoca-lopara refletir sobre o SEU propósitode vida, e empreende-lo.

Para mais informações acesse: www.redeubuntu.com.br/rua

E L E S N O S V O C Ê E U

www.redeubuntu.com.br

Page 10: Propositto entrevistas

10

Michael Golan, de IsraelPropósitto - Conte-nos um pouco sobre você. Como

vc se tornou um Designer Gráfico? Você trabalha

sozinho, ou em um estúdio?

Michael Golan - Na verdade, eu não estava real-

mente interessado em design gráfico. Eu queria ser

um editor ou fazer comerciais. Por um algum tipo

de mistura estranha, eu acabei estudando design

gráfico, e acabei me apaixonando.

Quando terminei minha faculdade, eu comecei

a trabalhar como aprendiz no estúdio de David

Tartakover’s. É um estúdio muito conhecido e res-

peitado em Israel e por todo o mundo (tartakover.

co.il)/ Tartakover possui uma das maiores (senão

a maior) coleção de gráficos Isralenses. Quando

eu comecei, eu não fazendo nenhum tipo de traba-

lho de design, mas ao invés disso ele me pôs para

arrumar seu arquivo. O que, devo dizer, foi muito

mais interessante, pois tive acesso a muitos mate-

riais que você só pode ver em museus. Eu aprendi

muito sobre a história do Design Gráfico em Israel.

Depois que terminei meu bacharelado eu continuei

degign gráfico

É responsabilidade do designer fazer o melhor que puder.“

Page 11: Propositto entrevistas

11

degign gráfico

trabalhando lá, desta vez fazendo trabalhos de De-

sign. Depois de algum tempo eu mudei para outro

estúdio de design. O trabalho era muito interessante,

mas a carga horária era insana. Eles costumavam a ter

duas pessoas trabalhando no estúdio naquela época,

mas pouco depois que eu cheguei a outra pessoa se

demitiu. Então, acabei tendo que fazer o trabalho de

dois, indo até as onze da noite, uma da manhã rotinei-

ramente.

Isso me convenceu a começar meu próprio estúdio.

Eu não estava realmente preparado, e pra falar a ver-

dade, nem fiz muito planejamento. Eu apenas “mergu-

lhei naquelas águas”.

Propósitto - Como a empresa (Anima) contratou

você? Você faz algum tipo de auto-promoção?

MG - Até recentemente, eu não estava fazendo ne-

nhuma auto-promoção. Somente agora (depois de

cinco anos trabalhando como freelancer) eu estou

começando a entender o quanto isso é importante.

No início, eu simplesmente fazia aquilo que aparecia,

rezando por projetos interessantes. Eu tinha um bom

relacionamento com alguns de meus professores na

faculdade, de maneira que eles me indicavam para

alguns trabalhos de tempos em tempos. E assim as

coisas iam acontecendo.

Noga é uma treinadora de cães. Eu a conheci quan-

do a contratamos para nos ajudar a treinar nosso

cão. Tivemos uma boa conexão, e nos tornamos

amigos. Sua amiga, Neomi tem uma clínica que trata

cães com medicina chinesa. Elas tiveram essa ideia

de comercializar a linha de produtos de cuidado para

cães que elas desenvolveram ao longo dos anos, e

que usavam na clínica. Então me perguntaram se eu

queria fazer o Design para elas.

Propósitto - Fale um pouco sobre o processo de

criação deste trabalho.

MG – Quando eu começo um projeto, eu normal-

mente dou uma navegada pela internet, procurando

produtos do mesmo campo. Eu normalmente tenho

uma ideia na cabeça, então tento desenvolvê-la.

Acaba nunca ficando como era a princípio.

Propósitto - Eu notei que você escolheu um modo

bastante simples, mas muito poderoso, muito to-

cante. Em uma época onde as embalagens estão

mais e mais complexas, você acredita que exista

espaço para soluções como esta?

MG – Eu acho que existe espaço para os dois casos.

Meu sonho é fazer algo complexo, mas meu trabalho

sempre acaba sendo “simples” no final. Nesse caso,

foi uma escolha deliberada, já que eu queria que os

produtos tivessem um jeito “médico” e clean, como

produtos farmacêuticos. Mas para não ficar frio, eu

adicionei as ilustrações dos animais, para ganhar vida

e uma sensação mais aconchegante.

Page 12: Propositto entrevistas

12

Propósitto - Os clientes ficaram satisfeitos com o

investimento? Em outras palavras, o quanto você

acha que um bom design influencia os resultados?

MG -Os clientes ficaram muito satisfeitos com o re-

sultado, e continuam me ligando quando precisam

de materiais extras (como catálogos e adesivos). Mas

não é uma questão do design ser bom ou não. É uma

questão de se o cliente está feliz ou não. Existem

clientes que ficam satisfeitos quando o design parece

bom, mas outros, quando os prazos são cumpridos,

ou se é barato etc.

É responsabilidade do designer fazer o melhor que

puder. Ficar por trás de seu trabalho, de uma maneira

apaixonada. Assim, com certeza os clientes também

irão gostar. Clientes felizes são clientes que retornam.

Agora, se você estiver falando a respeito das vendas,

um bom design pode afetar as vendas de um produto

também. Mas não vai durar se o produto não tiver

seus predicados, e se apoiar somente no design para

“fazer parecer bom”. Uma pessoa me perguntou, não

muito tempo atrás se “bom design pode vender um

mau produto”. Eu disse a ele que o design pode con-

vencer alguém a comprar um produto. Mas acredi-

to que se alguém compra um produto uma ou duas

vezes e vê que ele não entrega o que promete, ele

não tornará a comprá-lo, mesmo que tenha um bom

design. No caso da Anima, isso não foi um problema,

pois os produtos são muito bons, e entregam exata-

mente o que devem.

Propósitto – Como é a vida de um designer em

seu país? As pessoas e empresas estão realmente

cientes da relevância do design?

MG - Não posso dizer que a vida de um designer é

fácil em Israel. Pelo que eu ouvi, vocês, do Brasil, es-

tão enfrentando os mesmos problemas. O numero

de “escolas de design” em Israel está aumentando.

A cada ano, aproximadamente 700 ou mais novos

designers são liberados para o mercado de trabalho.

Quando você começa, normalmente trabalha por lon-

gas horas, por salário mínimo. Sempre haverá alguém

mais barato que você. E a maioria dos clientes estão

mais preocupados com o preço do que com a quali-

dade do trabalho. Eu nem me lembro quantas vezes

eu ouvi um cliente me dizer “mas eu posso conseguir

o mesmo por um terço do que você cobra”, e leva

tempo para aprender a deixar pra lá.

Quando você é independente, você precisa aprender

a ser uma pessoa de negócios também. E nem todo

mundo consegue isso. Eu amo design. E quando

você trabalha por si só, de repente você se encontra

cuidando de contas, números, prospectando clientes

etc. Acaba sobrando pouco tempo para o design. E

isso pode ser bem cansativo.

Page 13: Propositto entrevistas

famílianegóciosempresa

estudo

desenvolvimento

carreiraempresafuturo

liderança

equilíbrio

www.hallos.com.br

Lideranca e performance num contexto de alta complexidade.

Page 14: Propositto entrevistas

14

Adi Granov, da Marvel Studios

ilustração + concept art

Propósitto – Desde que idade você desenha? Você

frequentou alguma escola de Artes?

Adi Granov - Comecei a desenhar muito cedo. Era

um jogo divertido para mim, então eu desenhava sem-

pre que podia. Eu frequentei uma escola de artes na

Bósnia, onde nasci, onde estudei ilustração e design,

e então fui para um curso de ilustração em uma facul-

dade em Seattle, nos Estados Unidos.

Propósitto – Quais são suas principais influências

em design e ilustração?

AG – Quadrinistas europeus, como Moebius e Libera-

tore, e ilustradores de posters de filmes americanos,

como Richard Amsel e Drew Struzan. O designer Syd

Mead tem sido uma grande influência também. Mais

recentemente, eu tenho me inspirado pelos artistas

japoneses Terada and Tanaka, e também por ilustra-

dores mais contemporâneos, como Adam Hughes ou

Travis Charest. Sempre fui influenciado por algo que

capta meu olhar, e recentemente eu estou muito to-

cado por esculturas clássicas e sua poderosas repre-

sentações da forma humana, que podem ser vistas

bem claramente no meu trabalho de minhas capas

mais recentes.

Não importa o que você faz, qualida-de e consistência são a chave, e vão abrir muitas portas“

Page 15: Propositto entrevistas

15

Page 16: Propositto entrevistas

16

Propósitto – Conte-nos um pouco sobre seu proces-

so criativo. Como é seu dia normal de produção?

AG - Quase todo dia é um dia de produção para mim,

já que meu trabalho é inseparável do resto da minha

vida. Eu geralmente gasto um logo tempo rabiscan-

do ideias, já que eu quero criar a melhor ilustração

possível, de maneira que eu apresento os melhores

rascunhos para o cliente. Eu faço meus rascunhos di-

gitalmente, o que deixa mais fácil para fazer quaisquer

mudanças que sejam pedidas. Depois que o rascu-

nho foi escolhido, eu faço um layout mais preciso ba-

seado nele, que então imprimo do tamanho do papel

que eu quero utilizar. Copio levemente o layout em

papel, usando uma mesa de luz. A imagem então é

desenhada em detalhe e finalizada em tons de cinza

até que o trabalho tonal de luz e sombra esteja com-

pletamente finalizado. Eu então o escaneio, usando

Photoshop, e trabalho as cores. Geralmente leva de

dois a três dias para fazer uma ilustração com quali-

dade para capa. Obviamente, as vezes imagens mais

simples levam apenas algumas horas, e outras, muito

mais complexas podem chegar a 4-5 dias.

Propósitto - Sua arte é muito refinada, algumas

pessoas chegam a pensar que você é um artista

3D. De onde você pega referências?

AG - Em meu trabalho antigo eu costumava a foto-

grafar referências muito mais, e tentava atingir um re-

sultado fotorealístico. Eu não estou muito preocupado

com isso mais, e tento alcançar um visual bem mais

estilizado, mas preciso. Eu creio que o nível de deta-

lhamento faz as pessoas acreditarem que é realísti-

co, mas na verdade, eu somente baseio o trabalho de

sombreamento na realidade, enquanto que as figuras

são muito mais estilizadas. Eu experimentei usando

3D e fotografias em meu trabalho, mas não fiquei mui-

to contente com os resultados, então eu tendo a não

fazê-lo mais. Eu uso bonecos articulados, assim como

modelos 3D e fotos para referência, mas não os uso

na arte em si.

Propósitto – Como foi a experiência de participar

da produção de um blockbuster como Homem de

Ferro? Quais são as grandes diferenças entre as

indústrias de quadrinhos e de filmes?

Da minha perspectiva, o trabalho não é tão diferente

de nada que eu já faço. Eu só tentei fazer o melhor

que eu pude, com os objetivos do projeto. Obviamen-

te é sempre muito excitante estar envolvido em algo

tão grande, especialmente quando o primeiro filme foi

tão bem-sucedido. A grande diferença entre filmes e

quadrinhos é que você passa muito tempo tentando

criar o design perfeito, o que leva meses, enquanto

que, nos quadrinhos você tem que seguir em frente

muito rapidamente, e não tem tempo de explorar tan-

tas direções.

Propósitto – Você está fazendo concept-art para

outros filmes da Marvel? Pode dizer em quais futu-

ros projetos você está envolvido?

AG - Eu estou neste momento trabalhando em outro

grande filme da Marvel, mas infelizmente, não posso

falar a respeito. Porém, tenho certeza que as pessoas

Page 17: Propositto entrevistas

17

podem adivinhar que projeto é, baseado em notícias

divulgadas na internet*.

(*) Nota da Propósitto – nossa aposta é que Adi Gra-

nov esteja atualmente trabalhando no filme dos Vinga-

dores. Só um palpite.

Propósitto – Fora os quadrinhos, você tem algum

outro projeto? Se não, você pensa em fazer outros

tipos de ilustração?

AG - Eu estou fazendo quase somente ilustrações para

video games e filmes no momento. Quadrinhos estão

na espera, até que eu termine o trabalho com esse fil-

me que eu mencionei, assim como o video game que

estou ilustrando a embalagem. Eu tenho uma série de

quadrinhos aguardando, que eu vou ilustrar depois.

Eu gosto de fazer diferentes tipos de coisas, pois man-

tém o trabalho e a vida mais interessantes, e é uma

fantástica experiência de aprendizado, que transforma

tudo que eu faço em produtos melhores.

Propósitto – Você tem algum conselho para pesso-

as que estão entrando na profissão?

AG - Trabalho duro sempre recompensa. Nunca é fá-

cil começar e tentar ser um artista profissional, mas

bom trabalho rapidamente se transforma em suces-

so, então é importante continuar produzindo o melhor

trabalho que você pode. É melhor ter uma quantida-

de menor de trabalhos realmente bons do que uma

enorme quantidade de coisas medíocres. Também é

importante saber qual parte da indústria você quer tra-

balhar. Ter um estilo forte é vantajoso nos quadrinhos,

mas as vezes é melhor conseguir fazer vários estilos

se você quer trabalhar com video games. Mas no fim,

não importa o que você faz, qualidade e consistência

são a chave, e vão abrir muitas portas.

Propósitto – Você conhece algum ilustrador brasi-

leiro?

AG- Eu só conheço um artista, João Ruas, através de

uma comunidade de artistas que eu sou membro. Ele

faz um lindo trabalho.

Page 18: Propositto entrevistas

18

Eric Karjaluoto, criador do projeto Design Can Change

design + sustentabilidade

Propósitto – Como você se tornou um designer?

Qual é seu background em educação nesse sen-

tido?

Eric Karjaluoto – Eu acho que sempre fui um de-

signer – só levou algum tempo para descobrir isso.

Quando criança, eu desenhava logos e criava revistas

amadoras e quadrinhos com lápis e papel. Quando eu

terminei a escola pública, eu escolhi estudar pintura

na Universidade Emily Carr, em Vancouver.

Enquanto completava meus estudos lá (com apenas

uma classe de design) eu gastei vários anos traba-

lhando como pintor. Isso envolvia pintar o dia inteiro,

e trabalhar na produção de um jornal de noite. Esta

foi uma época muito interessante, na qual eu tive a

oportunidade de trabalhar em minhas pinturas, e tam-

bém aprender as entradas e saídas dos softwares de

design, pré-impressão e procedimentos de gráfica.

Depois de cinco anos disto, no entanto, eu decidi que

queria fazer uma coisa bem feita, ao invés de correr

atrás de duas buscas distintas. Foi quando comecei a

falar com meu amigo (e hoje meu parceiro de negó-

cios) Eric Shelkie sobre o quão excitante era a Web, e

a possibilidade de começar um estúdio concentrado

Nós precisamos ser a geração que se levanta para o desafio, e para de-signers, que oportunidade é melhor para criar um legado para gerações futuras? “

Page 19: Propositto entrevistas

19

Eric Karjaluoto, criador do projeto Design Can Change

nela. Pouco tempo depois nós estávamos em nosso

caminho, e foi quando nossa educação de verdade

começou.

Propósitto – Quando você começou a trabalhar em

assuntos relacionados com sustentabilidade? Em

que ponto esse assunto se tornou uma preocupa-

ção real para você?

EK - Sustentabilidade é algo que eu sempre fui co-

nhecedor, mas por um longo tempo, me faltaram os

recursos para fazer algo a respeito. Eu acho que meus

humores, e meu pensamento podem ser bem parado-

xais; se por um lado eu sou um otimista a respeito de

muitas coisas, por outro também me torno cínico e um

pouco medroso às vezes. Este tem sido certamente

o caso quanto se trata de consumo. Mesmo quando

eu era mais jovem, eu olhava para o quanto nós con-

sumimos (e gastamos) e me perguntava por quanto

tempo nós conseguiríamos nos manter com este tipo

de comportamento.

Em 2006, minha esposa e eu esperávamos o nasci-

mento de nosso primeiro filho. (Nós sabíamos que,

quando ele chegasse, teríamos menos oportunidades

de assistir filmes em cinemas, então estávamos ven-

do assistindo quanto mais pudéssemos). Um deles foi

“Uma Verdade Inconveniente”, do Al Gore, e teve um

enorme impacto em mim. Na minha mente, Gore fez

algo com esse filme que nunca tinha sido feito antes.

Não foi como se ele tivesse falado algo que nunca ti-

nha sido dito antes. O brilho do filme era largamente

em como ele havia feito. Primeiro de tudo, não havia

sido feito para os “verdes”, mas ao invés disso, para a

população geral. Enquanto isso, a escolha do formato

foi crucial. Ao começar com um filme, e então ganhar

mais profundidade em um livro, ele conseguiu que o

assunto fosse palatável para qualquer um que quises-

se se engajar. Mais que isso, penso, ele colocou luz

sobre coisas que todos temos que estar atentos, ao

mesmo tempo que sugeria o que podemos fazer para

mudar as coisas para melhor. Uma coisa é falar sobre

o quanto nós estamos fodidos, e bem diferente é en-

contrar esperança e colocar as pessoas na posição

de agir.

Meu único problema com o filme é que ele mal fala

alguma coisa sobre design. Provavelmente por conta

da natureza generalista do público, mas parecia que

ele tinha perdido alguma coisa grande, que talvez não

devesse.

Page 20: Propositto entrevistas

20

Propósitto – Explique o conceito por trás do projeto

“Design can Change”

EK - Por volta da época em que eu vi esse filme, nós

estávamos procurando por recursos em desin gráfi-

co sustentável. Fora o Re-nourish, de Eric Benson, e

a iniciativa Design by Nature, anunciada na Austrália,

existia dolorosamente pouca informação disponível.

Se não me falha a memória, não se conseguia en-

contrar um livro nas prateleiras que lidasse com esse

tópico específico. (Eu devo dizer que já não é mais o

caso.) Então, nossa primeira prioridade se tornou criar

um site que pudesse servir como um ponto de partida

para designers interessados em empregar mais práti-

cas de sustentabilidade em seus trabalhos.

A ideia tem alguma facetas em si. Uma, como notado,

foi simplesmente começar uma discussão. Outra foi

facilitar conexões entre compradores de serviços de

design e designers que estavam comprometidos com

práticas mais sustentáveis. A outra foi servir como vi-

trine de projetos de design sustentáveis. Infelizmente,

tivemos que em boa quantidade, “deixar a bola cair”

nesse último ponto.

Propósitto – Hoje em dia parece que todo mundo

quer se proclamar “verde”. Mas quando cavamos

um pouquinho, normalmente descobrimos que

a maioria dessas mudanças são pouco mais do

que marketing. Como podemos convencer nossos

clientes a fazer mudanças reais? E como separar

uma coisa da outra?

EK – Esse é um assunto enorme e muito complicado.

Parte dele se relaciona com a intenção. Algumas orga-

nizações são simplesmente ignorantes sobre a ques-

tão, e sobre o que eles podem fazer a respeito. Outras

estão preocupadas, mas inadvertidamente brandas, a

despeito das boas intenções, porque elas não enten-

dem as implicações do que estão dizendo ou fazendo.

E então, existem aquelas organizações que simples-

mente não ligam. Eles entendem perfeitamente que

o que fazem causa danos ao meio-ambiente, mas fa-

zem simplesmente uma “roupagem verde” para pro-

teger suas marcas.

Todos esses grupos – fora o último – podem ser traba-

lhados. O desafio deles é em larga escala sua própria

ignorância. Eu quero ser claro aqui: Eu não estou di-

zendo que seja estupidez, eu digo que eles simples-

mente não tem a informação necessária para agir de

Page 21: Propositto entrevistas

21

modo mais efetivo e de forma frutífera. Então, para

responder sua questão, é nosso trabalho como comu-

nicadores, aprender o máximo que pudermos nesse

tópico, e então dividir esta informação com nossos

clientes, tanto diretamente (em discussões pessoais)

quanto indiretamente (através de liderança). Fazendo

isso, nós damos a eles os meios para mudar de ver-

dade.

A para aqueles que se dizem “verdes” com intenções

mais nefastas, precisamos de outra tática. Em última

análise, eles são o inimigo, e devemos atacá-los. Nós

podemos fazer isso tanto através de informação quan-

to por ação. Ao pedir à população que pense critica-

mente a respeito das mensagens com as quais eles

são confrontados, nós podemos separar melhor essas

mensagens que são dúbias por natureza. Eu sincera-

mente acredito que a maioria das pessoas se importa

com essa questão, e fará boas escolhas uma vez que

a trilha esteja clara. Saber quais organizações estão

doentes pode habilitar os consumidores a boicotar

aquelas marcas e demandar opções sustentáveis.

Propósitto – Depois que você fez desse assunto

algo tão público, você notou um aumento, ou dimi-

nuição na quantidade de trabalho em seu estúdio?

EK – Fora alguma publicidade associada com esse

esforço, Design Can Change teve muito pouco impac-

to em nosso core-business – para melhor ou pior. Eu

penso que esse esforço tem sido um ótimo “bônus”

para alguns grupos que colocaram seus serviços na

lista, mas acho que na maior parte, os dois negócios

são vistos como atividades independentes (e larga-

mente não-relacionadas).

Isto se deve, em parte, a uma decisão deliberada. Du-

rante um tempo, pensamos que pudesse parecer um

auto-serviço se colocásemos o SmashLAB e o Design

Can Change muito próximos. Nossa preocupação era

que, se não fossemos cuidadosos, os visitantes po-

deriam enxergar nosso esforço como uma trama para

trazer trabalho para nosso estúdio. Apesar de não

precisarmos nos preocupar dessa forma, também não

queríamos correr o risco de comprometer a mensa-

gem de modo algum.

De todo modo, eu preciso dizer que estamos nos

soltando um pouco mais ultimamente. No futuro,

eu gostaria de falar mais abertamente sobre nossos

pensamentos sobre esse tópico, e amarrá-los com o

expertise que podemos canalizar em nossa agência

para fazer a diferença. Seria bom fazer parcerias com

organizações que fazem da sustentabilidade uma pre-

ocupação central em suas operações.

Propósitto - Agora que você vê essas mudanças

acontecendo de dentro, você é um otimista ou um

pessimista a respeito de mudanças climáticas?

EK – Minhas emoções nesse ponto vacilam bastante.

A dificuldade para mim é que, apesar de sentir uma

responsabilidade de agir nesse tópico, me falta muito

do conhecimento pertinente para falar de um ponto

de vista devidademente acadêmico. Eu não sou um

cientista, nem um expert em clima, de modo que tudo

que sei é através do que leio.

Ultimamente eu tenho lido alguns livros que pintam

um quadro bem negro para o próximo século. Apesar

de apontarem algumas potenciais soluções de larga

escala, meu medo é que o coletivo ainda não exis-

ta. Esta é uma observação que parece uma piada; é

que quando eu ouço as discussões que a maioria está

tendo, e a limitada mudança que estamos realmente

prontos a fazer, eu temo que nós não estejamos levan-

do esse assunto a sério o suficiente.

Nós somos uma espécie incrivelmente inovadora e

que parece se adaptar muito rapidamente quando

os desafios se apresentam. Tecnologias estão sendo

desenvolvidaas, gente muito esperta está falando, e

mudanças estão acontecendo… mas parece que len-

tamente demais. De novo, o que precisamos é que

exista vontade de acelerar esses esforços.

Acho que vai precisar de ficar muito ruim antes que

Page 22: Propositto entrevistas

22

a maioria das pessoas decida agir mesmo, e aí tal-

vez seja (se já não for) tarde demais. Minha sensação

é que, quanto agirmos, encontraremos maneiras de

seguir adiante. Tragicamente, no processo, algumas

das populações mais vulneráveis devem sofrer conse-

quencias devastadoras.

Propósitto – Que conselho você daria a desig-

ners que querem ser mais efetivos em assuntos

de sustentabilidade? Por onde devem começar?

EK - Minha primeira sugestão é que comecem a ler.

Agarrem um ou dois livros sobre mudança climática

e comecem a cavar a respeito do que aquilo signi-

fica. O fato é que muitos designers pensam que o

tópico é limitado a escolher papéis recicláveis e usar

tintas a base de vegetais, quanto na verdade é um

desafio enorme, sistêmico. Em minha experiência,

quanto mais eu aprendo, mais eu quero aprender-

….e mais sofisticado fica meu pensamento. É um tó-

pico fascinante, e talvez o desafio mais interessante

que nós jamais enfrentaremos como espécie.

Minha segunda sugestão é para designers que per-

guntam de que lado da batalha eles querem estar.

Será que eles querem um papel na sobrevivência da

raça humana? Ou será que eles estão nessa por si

próprios, e ninguém mais? Por um longo periodo de

tempo, nossa indústria esteve presa no último papel.

Nós fizemos lindos desenhos para ajudar a vender

mais coisas que alguns de nós jamais precisaremos.

Claro, isto é um pouco simplificado, mas não total-

mente inverdade, acho que vocês devem concordar.

Bilhões de dólares são gastos em propaganda todo

ano, para estimular o consumo de combustível. A

maioria disso serve ao único propósito de ajudar

alguns poucos a acumular uma riqueza absurda.

A despeito do que alguns foram levados a acredi-

tar, isso tem um custo muito real. E frequentemente,

esse custo é pago por todo o resto do mundo – mais

ainda pelos mais pobres – sem mencionar todas as

outras formas de vida desse planeta.

Nós precisamos ser a geração que se levanta para

o desafio, e para designers, que oportunidade é me-

lhor para criar um legado para gerações futuras?

Talvez, por um momento, nós possamos colocar de

lado nosso trabalho de vender refrigerantes, tênis, e

“os últimos e melhores” gadgets, e trabalhar no mais

importante campanha de publicidade de todos os

tempos: a educação e mobilização dos habitantes

da Terra em extender seu tempo nesse (formidável)

planeta.

Propósitto – Você conhece algo sobre o Brasil, ou

algum designer daqui? Qual sua perspectiva em o

que está acontecendo por aqui?

EK – Nunca tive o privilégio de visitar o Brasil, e

me fico embaraçado em dizer que sei muito pouco

a respeito do que os designers daí estão fazendo.

Então, vou virar a mesa. Em seu novo blog, talvez

você possa escrever alguns posts sobre o que está

acontecendo por aí, de maneira que pessoas como

eu possam ficar mais educados sobre o estado do

design sustentável no Brasil. O que você acha?

Revista Segurador Brasil – Publicação segmentada, com circulação mensal e distribuição nacional. Apre-senta as principais notícias e fatos do mercado nacional de seguros. Referência do setor, seu público leitor é formado por executivos de seguradoras, corretoras e empresas prestadoras de serviço. Traz encartada o Caderno Seu Tempo, cujo conteúdo leve e descontraído proporciona entretenimento ao leitor.

Revista Geração Forte - O braço da editora para atingir o público consumidor �nal. Uma revista dirigida ao público maduro, acima dos 40 anos, atuante no mercado de trabalho, estável �nanceiramente e ávido por produtos e serviços de excelência.

Portal Brasil Notícias - www.editorabrasilnoticias.com.br – Informa o mercado segurador sobre os princi-pais fatos do setor.

Prêmio Segurador Brasil – Evento referência do segmento. Anualmente, reúne e premia todo o mercado segurador em grande evento realizado no Bu�et Baiúca, em São Paulo, em jantar de gala para mais de 500 executivos e convidados.

Prêmio Empreendedor Brasil – Reúne e homenageia grandes empresas de segmentos distintos. Em 2011 chega a sua 5ª edição.

Divisão - Imagem Corporativa - Setor responsável pelo atendimento via assessoria de imprensa a clientes de diversos segmentos. Nossas estratégias são capazes de gerar visibilidade na mídia de forma espontânea, em nível nacional.

COMUNICAÇÃO INTEGRADA É O NOSSO NEGÓCIO!

Saiba mais em:

www.editorabrasilnoticias.com.br

Page 23: Propositto entrevistas

Revista Segurador Brasil – Publicação segmentada, com circulação mensal e distribuição nacional. Apre-senta as principais notícias e fatos do mercado nacional de seguros. Referência do setor, seu público leitor é formado por executivos de seguradoras, corretoras e empresas prestadoras de serviço. Traz encartada o Caderno Seu Tempo, cujo conteúdo leve e descontraído proporciona entretenimento ao leitor.

Revista Geração Forte - O braço da editora para atingir o público consumidor �nal. Uma revista dirigida ao público maduro, acima dos 40 anos, atuante no mercado de trabalho, estável �nanceiramente e ávido por produtos e serviços de excelência.

Portal Brasil Notícias - www.editorabrasilnoticias.com.br – Informa o mercado segurador sobre os princi-pais fatos do setor.

Prêmio Segurador Brasil – Evento referência do segmento. Anualmente, reúne e premia todo o mercado segurador em grande evento realizado no Bu�et Baiúca, em São Paulo, em jantar de gala para mais de 500 executivos e convidados.

Prêmio Empreendedor Brasil – Reúne e homenageia grandes empresas de segmentos distintos. Em 2011 chega a sua 5ª edição.

Divisão - Imagem Corporativa - Setor responsável pelo atendimento via assessoria de imprensa a clientes de diversos segmentos. Nossas estratégias são capazes de gerar visibilidade na mídia de forma espontânea, em nível nacional.

COMUNICAÇÃO INTEGRADA É O NOSSO NEGÓCIO!

Saiba mais em:

www.editorabrasilnoticias.com.br

Page 24: Propositto entrevistas

24

Von Glitschka, Designer Ilustrativo

design +ilustração

Propósitto: Desde quando você desenha? Qual é o

seu background em educação?

Von Glitschka: Eu tenho desenhado desde que era

um moleque. Eu costumava assistir desenhos anima-

dos, e então passava horas desenhando-os. Cresci

amando a revista MAD e ficção científica. Eu frequen-

tei o Instituto de Arte de Seattle, e me formei em seu

Muitos que estão saindo das escolas de arte agora têm um ar de superiori-dade que só vai fazer sua busca por liberdade criativa mais frustrante“

curso de Arte Comercial.

Propósitto: Você sempre quis ser um designer, ou

pensou em trabalhar apenas como ilustrador?

VG: Eu me refiro a mim como um “Designer Ilustra-

tivo” porque eu faço ambos todos os dias. Eu faço

bastante desenvolvimento de logo e marcas, mas a

maioria do meu design tende a puxar um quê ilustra-

Page 25: Propositto entrevistas

25

Von Glitschka, Designer Ilustrativo

tivo para ele. Então esta meio que se transformou em

minha especialidade. Eu faço ilustração pura de tem-

pos em tempos, mas a maioria dos meus projetos são

de design que requerem uma aproximação ilustrativa.

Eu nunca quis realmente ser apenas ilustrador, eu

amo design demais para fazer isso. Então eu curto

fazer os dois.

Propósitto: Você se apresenta como “Designer

Ilustrativo”. Você acha que isso o ajudou a se dife-

renciar ou pode ter limitado seu campo de opções?

VG: Eu penso que se aproximar da comunidade cria-

tiva como um tipo único de criação pode limitar você.

Se tudo que eu vendesse de mim fosse um ilustra-

dor eu não seria contratado para trabalhar com logo

e trabalhos de branding. Eu me vendo como ambos

porque eu gosto de fazer ambos. Eu gosto de expe-

rimentar coisas novas também. Eu fui contratado ano

passado para fazer um padrão repetitivo para uma

companhia, e eles repararam que eu fazia logos tam-

bém eles me chamaram para um serviço de re-bran-

ding. Mais tarde, eu redesenhei toda a parte colateral

impressa deles, e os ajudei a encontrar o tom certo

para sua campanha de marketing.

Eles se transformaram em um de meus maiores clien-

tes, então se tudo que eu tivesse vendido de mim fos-

se um ilustrador eu teria limitado a mim mesmo. Eu

gosto de trabalhar nos grandes desafios com o clien-

tes, ajudá-los na sua estratégia e pensar em seus mo-

dos de se apresentar no mercado.

Propósitto: Você trabalhou em vários estúdios an-

tes de abrir o seu próprio. Como você avalia a im-

portância de ter sido parte de um time, antes de

liderar um time? Em outras palavras, você acha

que é válido uma pessoa sair da faculdade e ime-

diatamente abrir um estúdio?

VG: Boa pergunta. Eu trabalhei para outras pessoas

por 15 anos antes de iniciar meu próprio negócio.

Você nunca pode substituir experiência com simples

criatividade. Eu acho que um designer será muito me-

lhor trabalhando no contexto de um time, para que ele

aprenda todos os detalhes de um processo criativo e

as relações que seguem com ele, de modo a melhor

entenderem a si próprios, suas forças, suas fraquezas

e aprender com isso. Trabalhe cinco anos nesse tipo

de trabalho, e então você pode considerar em montar

seu próprio negócio.

Page 26: Propositto entrevistas

26

Muitos que estão saindo das escolas de arte agora

têm um ar de superioridade que só vai fazer sua busca

por liberdade criativa mais frustrante, e eles somente

vão conseguir irritar aqueles que potencialmente po-

deriam lhes dar trabalho, e com os quais eles pode-

riam aprender uma rica e realista experiência.

Propósitto: Como a crise financeira está afetando

o negócio de design nos EUA? Você sentiu algum

aumento/ diminuição na quantidade de trabalhos?

VG: 2009 foi muito ruim para todo mundo, incluindo

para mim. 2010 tem sido muito melhor, mas isso prova

para mim que nós precisamos ser mais versáteis do

que rigidamente especializados. Querer aprender no-

vas coisas, conhecer nossas forças e fazer parcerias

com aqueles que fazem coisas melhores que nós, e

fazer times com eles em nossos projetos.

Propósitto: Qual é o balanço da sua companhia en-

tre grandes e pequenos clientes, e qual é a impor-

tância de ter pequenos clientes?

VG: É mais ou menos meio-a-meio para mim. A agên-

cia trabalha para grande clientes corporativos global-

mente e pequenos proprietários de negócios que me

contratam para ajudá-los. Eu gosto de ambos. Real-

mente, não tenho uma preferência.

Propósitto: Como é o seu processo? Você tem al-

gum tipo de rotina?

VG: É bem metódica. Vocie poder ver o passo a passo

de alguns projetos pelos meus tutoriais em

http://www.illustrationclass.com

Propósitto: Qual tipo de trabalho você gosta mais?

VG: Eu adoro desenvolver e desenhar logos e proje-

tos de identidade. Esse é provavelmente meu tipo fa-

vorito de trabalho.

Propósitto: Você já esteve no Brazil? Conhece al-

guém ou alguma empresa de design daqui? O que

você acha? z

VG: Eu falei com algumas pessoas de uma Universi-

dade daí no ano passado a respeito de uma palestra,

mas acabou não dando certo, por causa da economia.

Eu adoraria fazer uma palestra e fazer um workshop

seria muito bom. Se você conhecer alguma Universi-

dade ou Escola de Artes, aponte-os para cá:

http://www.vonglitschka.com/speaking/

A MELHOR E

MAIS COMPLETA

DO MERCADO

LINHA DE RACKSE ACESSÓRIOS

www.rackhouse.com.brCentral de Atendimento: 11 5096-4700Nextel ID 86*28654

Page 27: Propositto entrevistas

27

A MELHOR E

MAIS COMPLETA

DO MERCADO

LINHA DE RACKSE ACESSÓRIOS

www.rackhouse.com.brCentral de Atendimento: 11 5096-4700Nextel ID 86*28654

Page 28: Propositto entrevistas

28

Chris Sickels, ilustrador e escultor

ilustração + escultura

Propósitto:(Eu sempre pergunto isso) – Qual é seu

background em educação? Como você começou?

Chris Sickels: Eu me formei na Academia de Artes de

Cincinnati, Ohio – EUA durante 1992-96. Foi no meu

segundo ano de faculdade quando fui apresentado a

profissão de ilustrador, até então eu só tinha noção

real de design de produto e artes plásticas.

Propósitto:Quais são suas maiores influências?

CS: Alexander Calder, especialmente seus primeiros

circos. Tim Hawkingson, animação em stop motion, e

muitos outros artistas e coisas.

Propósitto: Você sempre sentiu que a escultura era

sua midia ideal? Ou procurou outros campos, como

pintura ou design?

CS: Eu me formei como pintor, e curti todos os aspec-

tos das classes na escola, das marcenarias, fotografi-

as, gravuras, escultura, design, tipografia, e foi depois

de 4, 5 anos anos após a escola que eu realmente

comecei a integrar meu amor pela escultura com min-

ha paixão por ilustração.

Uma vez me disseram que meu pro-cesso de trabalho era como assistir a alguém fazer salsicha. Se você vê como é feito, não vai querer comer.“

Page 29: Propositto entrevistas

29

Propósitto: No estúdio Red Nose você trabalha

sozinho ou tem um time com você?

CS: Sou só eu, apesar de que meus filhos geralmente

me acompanham no estúdio.

Propósitto: Você mesmo faz prospecção de cli-

entes, ou tem um agente (isso se ainda precisar de

fazer prospeção)?

CS: Definitivamente eu ainda preciso prospectar cli-

entes! E sim, eu tenho um agente fantástico, Magnet

Reps, com quem eu tenho trabalhado por 10 anos.

Colaboração em malas diretas para clientes, junto

com a promoção do website e blog pela agência da

Magnet Reps, a até colaboração com Frank Sturges

Reps (outra agência de ilustração) para produzir um

catálogo/revista anual, The Artalog de novos trabal-

hos de ilustradores nos dois grupos e recursos para

trabalhos em novos mercados.

Propósitto: Eu ouvi dizer que, até recentemente,

você ainda não usava uma câmera digital para fo-

tografar seu trabalho. Isso é verdade? Porque?

CS: Até a metade de 2008 eu estava fotografando cro-

mos de 4X5 polegadas. Mesmo depois que o labo-

ratório local parou de revelar filmes desse tamanho,

eu comprei uma mesa processadora alemã e revelava

meus próprios filmes na lavanderia de casa. Quando a

Polaroid parou de produzir o filme que eu usava para

Page 30: Propositto entrevistas

30

a iluminação preliminar e composição eu decidi que

estava na hora de desistir, e começar a migrar para

as digitais. Eu admito que gosto das forças do que

as câmeras digitais podem produzir, mas ainda sinto

falta dos dias em que segurava um slide de 4X5 na

mesa de luz, curtindo a magia e o mistério do filme.

Propósitto: Alguns dos trabalhos mais impressio-

nantes que vi nos ultimos tempos vem de ilustra-

dores. Existe uma discussão sem fim a respeito

de se a ilustração é ou não arte. Qual a sua opin-

ião a respeito? E como você vê o mercado de arte

hoje em dia?

CS: Isso pode ser uma resposta cliché, mas vou diz-

er por mim: Eu faço coisas, porque eu preciso disso.

Se eu sou pago para fazer algumas coisas para um

cliente, e em retorno eu ganhou aquecimento e co-

mida para meus filhos, então eu acho ótimo. Se al-

guém quer dizer que isso é ou não arte, é com eles.

Eu só quero fazer essas coisas.

Propósitto: Que tipo de trabalho você aprecia

mais fazer: editorial ou publicidade?

CS: Eu gosto de trabalhos onde o diretor de arte e eu

temos uma confiança mútua em o que fazemos. Ape-

sar de que publicidade tende a pagar melhor, que

pode compensar pela falta de outras coisas em um

trabalho particular

RT: Você tem uma rotina? Pode explicar como é

seu processo criativo?

CS: Eu tento fazer meu trabalho em horário com-

ercial, sempre que possível. Das oito as cinco, seis

da tarde. Desse modo eu tenho tempo para minha

família.

Um bom amigo uma vez me disse que meu processo

de trabalho era como assistir a alguém fazer salsi-

cha. Se você vê como é feito, não vai querer comer.

Propósitto: Que tipo de materiais você usa em

suas criações?

CS: Qualquer coisa, e tudo que eu puder. Eu já de

tudo, de madeira, arame, espuma, comida, água

em spray, peixes (tanto vivos quanto mortos), um

amassador de alho, metal e lixo, pra citar alguns.

Propósitto: Você já esteve no Brasil? Conhece al-

gum artista ou designer daqui?

CS: Infelizmente nunca estive no Brasil (ainda).

Page 31: Propositto entrevistas

31

APAESão RoquePRODUÇÕES MUSICAIS

CJJ ENGENHARIA

Soluções em Gestão de Pessoas

Engemídia

Softon

A Propósitto agradece outros vários parceiros, amigos e clientes, que de uma forma ou de outra, estiveram presentes em nossa história. Valeu!

Page 32: Propositto entrevistas

32

Daniel Lieske, criador do Wormworld Saga

ilustração + concept art

Propósitto: Como você começou sua carreira de

ilustrador?

DL: Quando eu saí da escola, em 1998 e tinha ter-

minado meu serviço militar, eu consegui um estágio

em um estúdio de desenvolvimento de games. Após

o término do estágio, me ofereceram um emprego

de tempo integral, e aí eu comecei a criar ilustrações

profissionalmente.

Propósitto: Que tipos de trabalhos você faz normal-

mente? Tem algum tipo que você gosta mais?

DL: Eu estou trabalhando como artista de games, e

meu trabalho vai da arte conceitual em 2D, modelagem

3D, criação de texturas e design de interface. De todos

estes, meu favorito é a arte conceitual, porque fica mais

próximo da minha paixão, que é pintura digital.

Propósitto: Você tem alguma rotina? Como é?

DL: Quando eu chego em casa do meu trabalho

diário, de noite, eu janto com minha esposa e nos-

so pequeno filho, e então eu vou pro meu estúdio,

e trabalho na saga de Wormwolrd por duas horas.

Eu tento manter os finais de semana livres, mas nem

sempre funciona.

Seu trabalho vai se espalhar muito mais amplamente se for gratuito e o único limite for a qualidade dele“

Page 33: Propositto entrevistas

33

Page 34: Propositto entrevistas

34

Propósitto: Falando em quadrinhos. Você já traba-

lhou para grandes editoras, como a Marvel, a DC

ou outra?

DL: A saga de Wormworld é meu primeiro projeto de

quadrinhos, e eu nunca trabalhei para editoras. E não

acho que eu gostaria de trabalhar como um artista

contratado para editoras como Marvel ou DC. Eles

mantém os direitos de tudo que você faz para eles,

e você só fica com uma fração do dinheiro que eles

fazem com sua arte.

Propósitto: Nós estamos vivendo uma explosão

de novas tablets entrando no mercado. Isso afe-

tou sua decisão sobre qual trilha você deveria usar

para fazer sua Graphic Novel?

DL: Quando comecei a saga de Wormworld, o iPad

não tinha sido anunciado ainda. Mas quando foi, eu

imediatamente soube que poderia ser o equipamento

perfeito para se ler minha graphic novel. Estou muito

feliz em saber que haverão tantas tablets diferentes no

mercado em pouco tempo, porque será uma grande

oportunidade para apresentar meu trabalho na melhor

forma possível para muitas pessoas.

Propósitto: Você acha que nos próximos anos ini-

ciativas como a sua podem redefinir o modo que

lemos quadrinhos?

DL: Uma coisa especial sobre a saga Wormworld é

que ela foi desenhada como um produto estritamente

digital, desde o começo. O layout padrão para livros

tem uma série de limitações do ponto de vista criativo,

e se ater a esse formato vai limitar as possibilidades

dos quadrinhos. Eu vejo muitas versões digitais de

quadrinhos que que são apenas transcrições das ver-

sões de papel, e eu acho que isso é um desperdício

de oportunidade. Eu espero que minha visão possa

inspirar outros artistas para criar quadrinhos virtuais

de verdade. Isto vai dar a eles mais opções de cria-

ção, mas também uma grande oportunidade de se

auto editar de maneira fácil.

Propósitto: Que conselho você pode dar a novos

autores e artistas que estão procurando auto editar

seus trabalhos? Você acha que será possível fazer

dinheiro de verdade nesse mercado?

DL: Eu diria para eles jogarem fora a ideia de “todo

mundo que quiser ver meu trabalho tem que pagar”.

Seu trabalho vai se espalhar muito mais amplamente

se for gratuito e o único limite for a qualidade dele.

ISSO é a real medida do seu sucesso. Se seu tra-

balho não se espalhar, isso é simplesmente porque

não é bom o bastante, e você terá que trabalhar mais

duro. Mas quando seu trabalho é bom, você vai des-

cobrir que existem pessoas querendo te dar suporte.

Hoje em dia, meus fãs me doaram mais dinheiro do

que qualquer editor teria me pago para publicar meu

trabalho.

Page 35: Propositto entrevistas

35

Propósitto: Você conhece o Brasil, ou algum artista

daqui?

DL: Não conheço muito sobre o Brasil, Mas eu fiquei

muito surpreso em quantos fãs daí se ofereceram para

traduzir a Saga Wormworld para sua língua. Eu recebi

dez vezes mais ofertas do Brasil do que de qualquer

outro país e realmente me fez pensar que eu preciso

visitar seu País em algum ponto no futuro. Talve exista

alguma convenção de quadrinhos, ou algo do tipo. Eu

adoraria visitar a América do Sul. Minha esposa tem

parentes no Chile e na Argentina.

Propósitto: Bom, acho que é isso, obrigado por seu

interesse!

DL: Obrigado pelo SEU interesse. Fico feliz em poder

espalhar a ideia mais ainda pelo Brasil!

Page 36: Propositto entrevistas

36

Carlos Segura, da Segura Inc.

design + tipografia

Propósitto: Como você decidiu se tornar um desig-

ner gráfico? Quando você percebeu sua paixão por

tipografia?

Carlos Segura: Quando eu estava crescendo em Mia-

mi, bem jovem, eu me tornei membro de um grupo

musical chamado Clockwork, como roadie do bateris-

ta, e eventualmente acabei o substituindo. Esta banda

era um negócio de verdade, e nós a tratávamos desta

forma, tínhamos dois serviços de gerenciamento, um

formato bastante estrito, procedimentos e calendá-

rios. Nós eramos bem grandes no cenário musical de

Miami nos anos setenta, éramos agendados com dois

anos de antecedência.

Isto nos deu muitas responsabilidades, mas também

um monte de deveres, e os meus eram três… eu era

o baterista, dirigia o caminhão dos equipamentos e

promovia nossos shows.

Nessa época eu não tinha a menor ideia de que es-

tava fazendo “design gráfico” (já que eu nem sabia o

que isso era). Eu estava simplesmente fazendo que

Mentes pequenas matam grandes ideias.“

as pessoas soubessem onde nós estaríamos tocando

(um pouco parecido com os flyers de raves de hoje

em dia).

Mais ou menos doze anos depois, quando eu deixei

a banda, eu tinha um portfolio cheio dessas criações,

e meu padrinho sugeriu que eu fizesse uma entrevista

numa firma de design. Eu fiz, e consegui meu primeiro

trabalho real numa empresa de engenharia em Nova

Orleans como seu designer chefe.

Enquanto eu trabalhava lá, eu respondi a um anún-

cio de jornal de Baton Rouge que procurava por um

diretor de arte para uma pequena agência, e conse-

gui o trabalho. Durante meus nove meses lá, nós fize-

mos inúmeros projetos, entramos na competição do

Clube da Propaganda, e ganhamos mais prêmios do

que várias outras agências naquele mercado, então a

questão apareceu: “quem é este cara que nós nunca

ouvimos falar?”. Uma revista da área fez uma pequena

estória sobre a controvérsia, e uma agência de propa-

ganda em Chicago leu a respeito, me contatou, me fez

Page 37: Propositto entrevistas

37

uma oferta, e lá fui eu para Chicago em 1980.

Mas de alguma forma, meus flyers estavam indo para

o topo das mais reconhecidas promoções de bandas

da época, e eu fiquei conhecido por esses impressos

em preto e branco.

Propósitto: Você trabalhou em várias das maiores

agências dos Estados Unidos. Como foi o proces-

so de decisão de partir para carreira solo? Como

foram os primeiros dias como um dono de estúdio?

Eu entrei no ramo da publicidade puramente por aca-

so, e simplesmente pelo fato de que nunca tive ne-

nhum treinamento formal ou educação no assunto, eu

realmente não sabia a diferença entre publicidade e

design. Eu apenas queria um meio para expressar mi-

nha criatividade e precisava de um emprego, então eu

apenas procurei um lugar para trabalhar.

Enquanto estava lá, eu tive bastante treinamento so-

bre “o trabalho”, e comecei a ver as diferenças, na

maior parte em como (ou o processo criativo) me fa-

zia me sentir. Design começou a parecer mais como

uma expressão pessoal e uma experiência orgânica

versus o metódico, o empacotado – e frequentemente

focado nas necessidades das massas – mercado da

criação publicitária. Não quero desrespeitar nenhuma

carreira, mas é simplesmente diferente.

Então, por anos eu pensei em largar tudo e começar

minha própria loja, mas esses eram os bons velhos

tempos do negócio de publicidade, e as coisas esta-

vam bem. Muito bem. Eu fiquei confortável demais e

aguentei mais do que deveria, mas minha infelicidade

tirava o melhor de mim, e em 1990 eu me demiti, e

comecei a Segura Inc.

Eu fiquei ocupado desde o primeiro dia. Eu tinha sorte.

Durante meu tempo no mundo da publicidade, eu es-

colhi me especializar em impressos. Isso, numa épo-

ca em que a televisão era a rainha (com spots de TV

de 60 segundos como norma) e o “multimídia” come-

çando a ver a luz do dia. Cada diretor queria sair para

gravar um comercial. Eu queria produzir um anúncio

(e nessa época, era tudo feito a mão).

Até hoje, existe uma alegria particular que vem de diri-

gir arte, desenhar, elaborar e dirigir a criação de tipos

– é um meio de comunicação que é muito especial e

que eu não encontro em outras formas de expressão.

Page 38: Propositto entrevistas

38

Uma vez que um layout vem a vida, você sente que

é parte de você. Eu gosto dessa sensação. E tenho

essa reputação.

Quando a notícia de que eu tinha saído, e que era, em

essência, um “agente livre”, eu recebi chamados das

agências pedindo para que eu fizesse seus impres-

sos, e fiquei grandemente envolvido em seus nichos

de negócios. O fluxo de trabalho continuava crescen-

do cada ano, e apesar de ter simplesmente coisas

demais para mencionar, era basicamente trabalho de

agência no começo, e então foi mudando para dire-

ção de arte para clientes de todo lugar do mundo.

Propósitto: Quais são as grandes diferenças de

trabalhar para grandes corporações e ser dono de

seu próprio negócio?

CS: Quando você é dono do seu negócio, você faz

tudo. Você tem que fazer.

Ter o seu próprio negócio será a coisa mais recom-

pensadora que você fará na sua vida. Mesmo se você

deixar de lado as recompensas finaceiras, as liberda-

des e opções que isso traz a sua vida não têm preço.

Apenas saiba que nunca trabalhará mais duro em sua

vida, porque, de repente, tudo será problema seu.

Propósitto: Eu imagino que hoje em dia você seja

um executivo, não apenas uma força criativa em

seu trabalho. Como você divide seu tempo entre

tarefas administrativas e o processos criativos?

CS: É um pouco do que eu falei acima, mas controlar

seu tamanho é a melhor forma de gerenciar seu tem-

po e tarefas. Não cresça para ser grande, cresça para

ser formidável.

Faça as coisas que são mais importantes, que signifi-

quem mais para você e tenha algo de artesão, de qua-

lidade neles. Fazer pelo menos um pouco desses por

ano será uma afirmação muito mais poderosa do que

fazer centenas de pequenos e típicos projetos. Isso,

qualquer um pode fazer.

Propósitto: Com a explosão na venda de tablets, as

pessoas tem lido cada vez mais coisas diretamente

na tela. Quais são, na sua opinião, as maiores dife-

renças em desenhar fontes para telas?

CS: Existe um bocado de óbvias diferenças tecnoló-

gicas, mas a “verdade” da tipografia está no tipo, não

no veículo que o entrega. O que eu quero dizer é que

se você planeja usar uma tipografia para texto, ela pre-

cisa fazer o trabalho dela como tal, seja em um jornal,

Page 39: Propositto entrevistas

39

seja num iPad.

Propósitto: Quando estive em sua palestra, você

falou em experimentar coisas radicais (me lembro

de uma capa de CD que usou um esquilo morto es-

caneado). Você ainda encontra espaço para esse

tipo de experimentação?

CS: Com certeza. Criação vem de tudo.

Todos os dias, criativos pensam dos mais variados

modos. Eu tendo a processar pensamentos por um

bom tempo antes de chegar no coração da matéria,

e o modo que faço isso é fechar meus olhos e “esca-

par”. Para mim, é quando eu começo o processo de

ir dormir. Eu tropeço nesse lugar temporário de “pen-

samentos” que eu frequentemente não consigo visitar

durante meus dias ocupados.

É bastante sossegado, e muito otimista, porque me faz

sentir como se eu pudesse fazer tudo. Aparte de todas

as limitações “reais” que o mundo coloca em mim.

As ideias nascem desse sentimento autêntico, e não

“preparado” ou “forçado” por causa de uma tarefa ou

prazo.

Em dois exemplos específicos, foi assim que eu dei a

luz a nossas companhias irmãs, http://www.5inch.com

and http://www.t26.com.

Propósitto: Quem são suas maiores influencias em

design e tipografia? E quais outras atividades inspi-

ram você?

CS: Não é bem “quem”, mas mais “o que”, e a res-

posta é meio cliché. Tudo. Eu acho que meio limitan-

te excluir varias fontes como inspiração. Não é o que

criativos fazem, já que eu acredito que todos os cria-

tivos tendem a ser influenciados pelos seus arredores

como um todo.

Eu estou em meu computador quase o dia inteiro ex-

ceto quando dormindo). Eu faço uma quantidade tre-

menda de posts em blogs (para todos os meus sites),

então a quantidade de inputs fica quase surreal. Me

expõe a todas as grandes coisas que os humanos po-

dem fazer, e isso é bem impressionante.

Propósitto: Existe algum trabalho de sonho que

você ainda não fez? O que seria?

CS: Eu sempre quis ser um engenheiro de som ou

editor. Qual é o seu conselho para jovens designers

que querem construir uma carreira em tipografia?

Olhe tudo de muitos ângulos e rapidamente você terá

um ângulo próprio. Não deixe coisas acontecerem

com você. Faça coisas acontecem com você. Se você

for sonhar, sonhe grande, é de graça.

Eu tenho alguns, mas um recente comentário de Chris

Economaki faz tudo fazer sentido… “Não gaste tempo

ficando pronto. Esteja sempre pronto”.

Lembre-se….mentes pequenas matam grandes

ideias.

Page 40: Propositto entrevistas

40

Lisa Keene, concep artist da Disney

ilustração + concept art

Propósitto: Qual é a sua formação artística?

Lisa Keene: Eu amava desenhar quando era criança,

e me inscrevi em todas as classes de arte que pude

enquanto estava na escola. Meu pai também me leva-

va a um cavalheiro que me ensinou pintura a óleo, era

nosso tempo de pai/filha. Foi daqui que eu decidi que

queria fazer uma carreira em arte, mas ainda não sa-

bia como fazer isso. Eu frequentei a University do Sul

da California por um ano, tirando assim minha edu-

cação formal do caminho, e então me transferi para

Se te inspira, e fala ao apreciador e traz algum valor de felicidade, eu chamo de arte. “

para o Centro de Artes e Design e consegui minha

licenciatura em Artes Plásticas.

Propósitto: Como voce começou a trabalhar na in-

dústria do entretenimento?

Lisa Keene: Foi meio que por acidente. Eu não gos-

tava de história da arte, que era um requerimento na

escola, era tão árido. Mas eu descobri que poderia

ganhar os mesmos créditos requeridos se eu frequen-

tasse História do Cinema, que era muito mais diverti-

do. Então, combinar meu amor por assistir filmes da

Page 41: Propositto entrevistas

41

Disney quando criança e agora meu conhecimento

de cinema, foram uma óptima combinação quando fiz

minha entrevista e fui contratada. Eu nunca sai da Dis-

ney, e estou lá por quase 30 anos.

Propósitto: Você poderia explicar como o trabalho

de Concept Art é feito? Como é a interação entre o

artista e o diretor do filme?

Lisa Keene: Isso difere de diretor para diretor. Por

exemplo: alguns podem ter uma ideia clara do estilo

que querem usar, digamos art noveau, e querem um

visual bastante influenciado pelo tempo. Ou o director

pode não ter uma ideia, e então é deixado para os

artistas de desenvolvimento visual para propor estilos

que inspirem a direcção. Eu já estive dos dois lados,

e ambos tem seus desafios. Daí, é ler o script e imagi-

nar momentos que reflitam o filme no estilo escolhido,

para inspirar e informar a produção. Este processo in-

terativo pode se extender por um bom tempo. É um

processo muito colaborativo, não apenas com o dire-

tor, mas com seus companheiros artistas também. É

meio como uma pirâmide onde há uma grande base

de arte, e enquanto nós trabalhamos juntos e nos ins-

piramos uns aos outros, o diretor faz escolhas e fica-

mos mais e mais perto do topo, e das respostas finais.

Propósitto: Você trabalha tanto na industria de

filmes quanto na área das Artes visuais. Você en-

xerga uma separação entre os dois campos? Em

outras palavras, você considera ilustração como

arte?

Lisa Keene: Esta é uma ótima pergunta, e uma que

tem sido ponto de discussão e argumento por todo o

tempo. Eu acho que nós esquecemos que os artistas

Page 42: Propositto entrevistas

42

que nós vemos pela história faziam arte pelo paga-

mento. Do teto da Capela Sistina ao retrato de famí-

lias ricas, artistas têm que vender seus trabalhos para

poder sobreviver. Então, qualquer arte que é vendida

por dinheiro reduz a arte a ilustração, minha mente.

Ilustração é feita para comunicar uma ideia, uma his-

tória, um produto etc. Então o que é exatamente Artes

Plásticas? Eu acho que está no olho do observador.

Se te inspira, e fala ao apreciador e traz algum valor

de felicidade, eu chamo de arte. E, quando passar o

tempo, se a arte continuar a trazer essa felicidade e

inspiração, talvez os críticos chamem de arte.

Propósitto: Eu notei que o estilo da sua arte varia

da anatomicamente perfeita até o estilo cartunes-

co. Você acha que um ilustrador deve ter um estilo

muito definido? Ou deve acomodar seu traço de-

pendendo do trabalho?

Lisa Keene: Eu tenho dois pontos de vista aqui. De-

pende se ficar empregado é importante para o artista.

Se ele quer ficar consistentemente empregado e ser

útil a indústria, então ele precisa se flexível e adaptá-

vel. Isso não quer dizer abrir mão de seu estilo pesso-

al, quer dizer desenvolver uma habilidade de entender

o que um diretor gostaria que ele entregasse. Ás ve-

zes um artista é tão altamente considerado que não

importa se seu estilo ofusca a direção visual. Eles são

respeitados pelo que fazem, e foram procurados por

seus estilos pessoais. Algumas vezes esses estilos

podem ser acusados de serem modismos, e quan-

Page 43: Propositto entrevistas

43

Page 44: Propositto entrevistas

44

do as pessoas se cansam de ver aquilo, querem algo

novo. É um perigo dessa indústria. Então, como artis-

tas, devemos manter nosso estilo fresco e inspirador,

isso nos ajuda a continuar a bordo também. E tam-

bém precisamos pintar para nossas próprias almas.

Arte que faz o artista feliz! Então, respondendo de ma-

neira rápida à pergunta: os dois!

Propósitto: Você trabalhou em projetos como o Rei

Leão e a Bela e a Fera, que era primariamente dese-

nhados à mão. Agora, os desenho feitos por com-

putador quase totalmente dominam a indústria.

Quanto o trabalho de concept art mudou depois do

advento do CGI (Computer Graphics Imagery)?

Lisa Keene: Bem, em vários aspectos, não muito. Nós

trabalhamos bem no começo do processo, então o

meio que o filme será produzido importa muito pou-

co. Porém, dito isto, o padrão estabelecido está muito

alto actualmente. Com a animação em 3D, e o cruza-

mento entre lie action e híbridos, muitas portas foram

abertas, e tornaram o trabalho muito mais divertido e

desafiador.

Propósitto: Os Estados Unidos são a força princi-

pal no mundo da animação. Você vê outros merca-

dos no mundo aparecendo, em outro países?

Lisa Keene: Claro! Com todos os softwares e disponi-

bilidade e queda nos preço para fazer filmes, qualquer

um com talento, em qualquer lugar do mundo pode

produzir e mostrar seu trabalho, e inspirar outros di-

retores. Frequentemente olhamos para outros artistas

em outros países para nos influenciar e inspirar, de

maneira que a arte não fique travada. Então, outros

mercados estão fazendo um grande impacto na forma

da arte.

Propósitto: Quais são suas influencias principais?

O que inspira você?

Lisa Keene: Uma questão gigante, mas com uma res-

posta simples. O mundo ao meu redor. Tudo de arte,

simplesmente sair, internet, fotografia… e está cons-

tantemente mudando. Ser uma artista é sempre es-

tar um pouco insatisfeita com seu próprio trabalho. É

o que nos mantém sempre tentando novas coisas, e

movendo em frente.

Propósitto: Você tem algum trabalho com o qual

você sonhe e ainda não realizou? O que seria?

Lisa Keene: Eu acho que algum dia eu gostaria de

pintar o que eu quiser, e me divertir fazendo. Eu não

ligo para o que seja, só estar feliz com arte é o melhor

sonho. E viver disso, o que é importante.

Propósitto: Você conhece algum artista do Brasil?

Lisa Keene: Não, ou pelo menos acho que não.

Page 45: Propositto entrevistas

45

Page 46: Propositto entrevistas

46

Seria uma injustiça dizer que todos aqueles que fizeram parte do ano da

Propósitto estão aqui nessa revista.

Muito pelo contrário, acho que a maior parte das pessoas que influenciam

no dia-a-dia de uma empresa não aparecem aqui, por uma questão de que

eu jamais conseguiria fazer justiça a todos, e em seu devido tamanho de

contribuição.

Afinal, cada amigo que a gente encontra, uma mensagem no Facebook, um

retweet concedido na hora certa, muitas vezes por pessoas que você nem

conhece, fazem a roda girar, e as vezes um dia chato pode se transformar

num grande acontecimento, porque alguém te disse algo no momento exato.

O certo é que sozinhos, não iremos longe. E no próximo ano, com certeza

essa verdade se repetirá, talvez com mais força ainda.

Podemos estar cada um em seu polo de trabalho, mas estamos cada vez

mais conectados. Se no passado já diziam que ninguém é uma ilha, hoje

então essa é uma afirmação quase óbvia.

É por isso que, ao desejar os melhores votos de alegria e prosperidade para

todos os nossos parceiros, amigos, parentes e aqueles que, mesmo sem

dar muita atenção, passearam por nossas vizinhanças, queremos ser muito

enfáticos. Queremos de verdade que todos vocês tirem o máximo de cada

segundo de 2012.

Pois mesmo que distantes, mesmo que dissonantes, somos parte de uma

mesma rede. E sempre é mais fácil mover algo grande se muitos ajudarem.

Em suma, sua prosperidade faz a nossa.

Feliz 2012!

Essa mensagem não seria justa se não guardasse um espaço especial para

agradecer àqueles que viveram mais de perto todas as emoções, alegrias

e porque não, as decepções de 2011. Minha esposa e grande batalhadora,

Gabriela, e meu filho e minha força motriz, Francisco.

Obrigado. É por vocês que eu acordo e em vocês que estou pensando a

cada fim de dia. Eu amo vocês. Que estejamos mais fortes, mais juntos e

mais felizes em 2012.

As Famosas Palavras Finais

Page 47: Propositto entrevistas

2012

produtivo

feliz

autêntico

criativo

lucrativo

tranquilo

próspero

divertido

movimentado

pacífico

memorável

incrível

surpreendente

Desculpem. Não deu pra desejar uma coisasó pro ano novo.

A Propósitto espera que seu ano novo tenha tudo isso, e mais.

Que em 2012, possamos realizar e construir os melhores sonhos.

E se pudermos ajudar em alguns deles, conte conosco.

www.propositto.com.br

Page 48: Propositto entrevistas

48

Entrevistasrevista

Theo Rosendorf

Eric Karjaluoto Michael Golan

Daniel Lieske

Carlos Segura

Adi Granov

Von Glitschka

Chris Sickels