Com 80 anos de existência, possuímos uma coleção preciosa ... · Irmãos de minha mãe –...
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FUNDAÇAO DE ANTONIO FERREIRA DE CARVALHODiretor- Redator-Chefe: Sebastião A. B. de Carvalho
Vice-Diretora: Rosa Maria O.Werneck Rossi de Carvalho
Registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Cantagalo: Livro B-2, Fls. 29, No 959
FUNDADO EM 08/11/19361a Fase: 8/11/1936 =Cantagallo Novo 2a: 16/8/1953-1965 =O Novo
Cantagalo 3a: 1994/1997=CantagalloNovo. 4a Fase(on line):jan 2012...
ANO: 81 CANTAGALO RJ, 8 de março de 2017 4a fase: No 49
Com 80 anos de existência, possuímos uma coleção preciosa,que relata a vida social, política e cultural de Cantagalo
A coleção do nosso jornal O NOVO CANTAGALO, guardada pela Biblioteca Nacional, doRio de Janeiro, de exemplares recebidos do jornalista Antonio Ferreira de Carvalho, duranteanos, foi fornecida a esta direção. Estamos divulgando partes...
Mensagem do Diretor do Cantagallo Novo CANTAGALLO NOVO, março de 2017 Página 2
Jornalista Sebastião A.B.de Carvalho
Coluna do
Celso Frauches
O simbolismo do Melro, Arthur Nunesda Silva, e Mão de Luva
CANTAGALO, como todas as cidades quese prezam, tem suas tradições e seus
símbolos. Em sua praça principal, a 15 deNovembro, que é também conhecida comoPraça dos Melros há um singelo monumento aobelo pássaro, com os dizeres “Amai os melrosdo jardim!”, tudo isso inspirado pela ocorrência,no passado, de uma grande quantidade dopássaro naquele local.Um poeta cantagalense, Arthur Nunes da Silva,cantou o melro em música e versos, sendoeternizado como “O Poeta dos Melros”.
Além de Nunes da Silva, Cantagalo tem,também, o Mão de Luva, desbravador destasterras, como símbolo de bravura, tenacidade ecapacidade de realização. Manoel Henriques,mineiro de Ouro Branco, penetrou nos Sertõesdo Macacu e liderou uma comunidade degarimpeiros, lá pelos idos de 1760. Perseguidoe preso pelas autoridades de Vila Rica, Mão deLuva foi condenado, em 1786, e suacomunidade destruída. As terras foram doadasa colonos que desistiram do ouro, pelaexiguidade do metal. Desenvolveu-se então, aagricultura, culminando com a próspera lavourado café e seus poderosos barões!...
Melro pretoFoto: Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
Nº 36 – 6 de março de 2017
Tenho notícias da Festa de São Sebastião do Paraíba, ocorrida no dia 20
de janeiro último, organizada pela associação de moradores. Este ano,
além da parte religiosa, houve lançamento do livro “Família Curty – História
sem fim”, do amigo Carlos Elias dos Santos Curty, folia de reis, moda de
viola, shows, futebol.
Carlos Elias dos Santos Curty, descendente de imigrantes suíços que
participaram da colonização de Nova Friburgo e depois migraram para
Cantagalo, realiza, há 22 anos, uma romaria de cavaleiros de Barra Mansa
à vila de São Sebastião do Paraíba. Essa romaria é uma das maiores atrações
desses festejos.
Ao ler essas notícias, voltei ao passado, quando. nos anos 40 do século
passado, eu estava sempre presente aos festejos de São Sebastião, com
meus pais, Henrique e Telva, ela, filha daquele distrito cantagalense, nascida
em uma fazenda, de propriedade de seu pai, Pedro Coelho Vaz da Costa,
entre os vilarejos Porto do Tuta e Porto Marinho. Naqueles tempos, a
atração maior era a procissão e o futebol. Irmãos de minha mãe – Pedrinho,
Acyr e Válter – integravam os times do Porto do Tuta e do Paraíba. Tio
Pedrinho era um zagueirão, tio Acyr um centro avante com um poderoso
chute e tio Válter um meio campo regular.
Os Frauches, no passado mais longínquo, participavam ativamente da
organização e realização dos festejos de São Sebastião. Nas pesquisas
que realizei para escrever o livro A saga de Jean Abram Frauche – De
Ursins (VD), Suíça a São Sebastião do Paraíba (RJ), Brasil, encontrei
inúmeros membros da Família Frauches envolvidos nesses festejos, ao
final do século 19 e início do século 20. A Gazeta de Notícias, da então
província do Rio de Janeiro, noticiava, na edição de 5 de abril de 1894,
que a festa dedicada ao “Martyr S. Sebastão”, na vila de São Sebastião
do Paraíba, em Cantagalo, “será realizada no dia 3 de junho”, por motivos
extraordinários. Na composição da comissão dos festejos – “comissão de
senhoras que hão de auxiliar e dirigir as ladainhas” –, encontramos os
seguintes membros de nossa família, com o sobrenome grafado “Franches”,
todos descendentes de João Abram Frauche: Adelaide Aragon Franches,
Amelia Franches, Anna Franches, Antonia Franches, Elvira Curty Franches,
Eugenia Curty Franches, Eugenia Franches, Joana Franches, Julia Curty
Franches, Luiza Franches, Maria Bard Franches, Maria Franches, Maria
Ignat Franches, Maria Senhorinha Franches Leite, Olympia Franches, Rufina
Franches, Theodora Franches e Virginia Franches. Esses festejos estão
sempre em minha mente, como parte importante da minha infância em São
Sebastião do Paraíba, de onde saímos em 1947, para a cidade de
Cantagalo.
Festa de São Sebastião do Paraíba: memórias
CANTAGALLO NOVO, março de 2017 Página 3
A verdade histórica sobre o nome Cantagalo Sebastião Antonio Bastos de Carvalho – sociólogo
Assim como inventaram a tal história “romântica” sobreManoel Henriques, o Mão de Luva, o mesmo fizeram emrelação à origem do nome CANTAGALO!Isso acontece, a nosso ver, porque os estudiosos, acossadospelos curiosos, acabam dando asas à imaginação, e mesmochegando a forjar realidades, falseando dados históricos!Vejam o que escreveu Acácio Ferreira Dias, em seu Terrade Cantagalo, 1a Edição, 1942: “Diz a tradição que osagentes do governo, ... depois de inúteis batidas pelas matas,e já bastante desanimados, se preparavam para retroceder(quando) ficaram admirados ouvindo o canto de um galo.Penetrando selva a dentro, encontraram dormindo à sombrade uma árvore, um dos companheiros do Mão de Luva.Preso, o bandoleiro, em troca de lhe ser concedida a liberdadee promessa de dinheiro, resolveu declinar o lugar certo ondese encontrava o grupo acampado, prometendo entregar aoalvorecer do dia seguinte, sem resistência, o chefe Mão deLuva e Maurício. Noite alta, entrou no rancho, molhou asescorvas das espingardas a fim de evitar a resistência, e poressa forma foram apanhados os dois chefes.”Comparemos a texto acima com este relato de SãoMartinho, em documento oficial, após a prisão do Luvae destruição do garimpo. Extraído do livro O Tesourode Cantagalo, editado em 1991:“No dia 19, por uma hora da tarde, fiz unir ao Corpo queme acompanhava, os oito negros da carga de mascateação,e ordenei ao Cabo José de Deos, e Soldado José Antonioda Rocha fossem ao Descoberto e que persuadissem ossalteadores que a dita mascateação havia de chegar no diaseguinte e que ele dito Cabo e Soldado, deviam abrir a portalogo que eu chegasse pela meia noite, e que vissem se podiamtirar as escorvas às espingardas dos salteadores, o queexecutou o Soldado José Antonio em a Primeira Rancharia,onde estavam os homens mais desembaraçados ou maisdoidos”...Conclui-se facilmente que não há relato oficial e confiávelsobre a existência de um traidor no bando do Mão de Luva.Quem lá penetrou, sob o pretexto de levar uma tropa demascateação, com toucinho e aguardente, produtos que eramsempre importados, por não existirem na localidade, foramos militares comandados por São Martinho. Coube a essesinfiltrados, um cabo e um soldado, facilitar a invasão, nãotendo sido tarefa de um membro do grupo de ManoelHenriques!Quanto ao canto do galo, que provocou essa distorção darealidade, atentemos para o que diz o Relatório de SãoMartinho, quando este procedeu à liquidação dos despojosde Manoel Henriques e seus companheiros. Lê-se no livroO Tesouro de Cantagalo (pág. 63): “Para completar a suaobra de destruição do garimpo clandestino, mandou oSargento Mor que se queimassem casas e senzalas: Na 1ªRancharia, 7; na 2a Rancharia, 8; na 3a Rancharia, 6. Foramqueimados também 5 paiós de milho, este sendo dado aosíndios. No que se refere às plantações, (milho e feijão)mandou cortar as que estavam verdes, e doou aos índios asmaduras. Todas as bateias encontradas foram destruídas.Quanto à criação: galinhas, frangos, frangas, parte foilevada para o Porto do Cunha, e parte dada aos índios.”Analisemos o conjunto destes textos.Primeiro – Para tentar explicar a possível origem do nomeCANTAGALO, Acácio usou dados do Relatório de São
Martinho, desvirtuando-lhe o sentido, ao criar a figura deum traidor que existiria no grupo de Manoel Henriques. Naverdade, quem tirou as escorvas às espingardas,enganou o Luva sobre a chegada de uma mascateação,e abriu as portas da Rancharia para a invasão, foi osoldado José Antonio, um infiltrado por ordem de SãoMartinho.Segundo – De acordo com esse precioso documentohistórico, que é o Relatório de São Martinho, nos domíniosdo Mão de Luva havia uma grande criação de galinhas,frangos e frangas, à qual ele teve que dar destino. Nota-se,contudo, que não havia criação de gado, nem de porcos...Se houvesse, o militar certamente teria mencionado, e tambémdado a devida destinação.Essas informações acentuam a realidade dos Sertões doMacacu, uma vasta região coberta de matas, de difícilacesso, guardada por “índios brabos”, conforme relatamvários historiadores. A boa recepção dada à mascateaçãodeve-se à necessidade da aquisição de toucinho e aguardente,inexistentes no local, assim como vários outros produtos,que eles importavam.Terceiro – O nome de CANTAGALO não pode ser explicadocom esse falseamento de informações, colocadas como“lendas”. Não temos como provar a hipótese que vamoscolocar aqui e agora, mas há indícios relevantes no Relatóriosupracitado.Vejamos: Nas Rancharias havia grande criação de galináceos.E isso era uma característica local, já que o ambientecircundante compunha-se de extensa mata, habitada por ferase índios, nem sempre amigáveis! São Martinho, ao terminarseu Relatório, datou com o ano de 1786 e localizou-o noCórrego do Canta Gallo. Isso pode indicar que o nome jáexistia, sendo de uso geral pela população da região. Todavia,não era conhecido pelo mundo exterior, já que Canta Gallosituava-se em área de difícil acesso, tendo sido escolhidopelos garimpeiros clandestinos justamente por essa razão!Acresce a dificuldade das comunicações naquela época, quese fazia através de cartas ou bilhetes transportados em lombode burro pelos tropeiros e assemelhados...Nossa conclusão é que o nome CANTAGALO surgiunaturalmente, pois era onde, devido à criação de galináceos,o galo cantava! E a localidade era conhecida como Córregodo Canta Gallo há muito, até constando de antiga cartatopográfica.A vontade de dar explicação a tudo, conferindo uma feiçãoum tanto sensacionalista, provoca o surgimento de estóriascomo a do suposto romance de Manoel Henriques com D.Maria I, e igualmente essa da também suposta origem donome do nosso município! Mas inventar uma traição de umcompanheiro do Mão de Luva, tem um efeito nefasto, poisconstitui mais uma acusação mentirosa e negativa contra odesbravador dos Sertões do Macacu!É claro que em Canta Gallo, o galo cantava continuamente!
Pesquisa de Sebastião Carvalho, no trabalho deestabelecimento da verdade histórica sobre Cantagalo.Assim como desmistificou a lenda sobre Mão de Luva,em seu livro O TESOURO DE CANTAGALO (1991)está agora fazendo o mesmo com a origem do nomeCantagalo. Ler também: www.nitcult.com.br/odisseia.pdf
CANTAGALLO NOVO, março de 2017 Página 4
ENSINAMENTOS FILOSÓFICOS PARA A NOVA ERAMahabhutani e Indrananda
Inspirados por Bhagavan Sri Ramana MaharshiTrabalho de exposição de ensinamentos da Filosofia Vedanta, escrito por Mahabhutani e Indrananda,
inspirados no excelso Guru Bhagavan Sri Ramana Maharshi.
“EU SEI MEDITAR, ESPERAR E CONFIAR!”
Vem da edição anterior
continuará...
EXCERTOS DA “NOVA DOUTRINA” de Ramana Maharshi
Conheça a NOVA DOUTRINA de Ramana:www.nitcult.com.br/nd.pdf
OBRAS de grande alcance filosófico eespiritual podem ser obtidos, grátis, no site da
SOBUHIR www.nitcult.com.br
5.12. Amealhar bens materiais, e mesmoespirituais, para guardá-los avaramente em cofresou mentes aos quais os necessitados não têmacesso, mesmo quando o merecem, -- é falta gravedaquele que recebe dos Mestres, em abundância,tantas e tão preciosas benesses. Tal postura denotagrande egoísmo, falta de caridade e sensibilidadepara com o sofrimento humano. O mesmo podeser dito daquele que, possuindo tais bens,especialmente os espirituais, cobram elevadasquantias para passá-los aos postulantes. Desapego,inegoismo e caridade são qualidades essenciaispara quem quer realmente alcançar a Unidade comDeus.
Nada possuímos neste mundo e no outro. O grandetesouro para cuja posse despendemos todo nosso esforçoé transcendental: não pode ser definido pelos padrõescomuns. Consequentemente, os bens materiais ou espirituaisque recebemos ou retemos, destinam-se aos outros, edevem ser distribuídos equitativamente. Desapego,inegoísmo e caridade acontecem naturalmente na vida doDiscípulo verdadeiro.
Capítulo 6
VEJA OS JORNAISFEITOS PARA VOCÊ!
*CANTAGALLO NOVO*JORNAL CULTURAL DE NOVAFRIBURGO* A VERDADE de Bom Jardim Acessar através da página
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O exemplo do Mestre é a força e o poder queasseguram a União de discípulos de váriasprocedências e vertentes, todos empenhados naRealização da Grande Obra. Sem desfazer do valorinestimável dos livros sagrados, que constantementenos instruem e alicerçam a nossa fé, acreditamosna necessidade de uma renovação, na maneira denos comunicarmos com o povo -- procurandosintetizar e alargar, expandir, o alcance dosEnsinamentos Sagrados. Assim, a Nova Doutrinadeve ser colocada como base para um entendimentocada vez mais elevado -- das sublimes Verdades doBudismo e do Hinduísmo -- a fim de que a uniãodos espiritualmente semelhantes venha redundarem que muito mais peregrinos possam atingir oNirvana ou Samadhi -- em total UNIÃO com o SER.
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