Bem Estar Zona Sul agosto2010

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Entre o café e a morfina existe uma infinidade de drogas legais e ilegais que podem influir na consciência. Estudá-las livre de preconceitos é a forma mais racional de evitar seus abusos e perigos. U MA VISÃO M ULTIFACETADA DOS VÍCIOS U MA VISÃO M ULTIFACETADA DOS VÍCIOS IDEIAS LúCIDAS SOBRE COMO LIDAR COM NOSSA DEPENDêNCIA INEVITáVEL ATENÇÃO Uso indiscriminado de medicamentos diminui os efeitos curativos LIÇÕES DE VIDA A solidão e o encontro da paz de espírito ECOLOGIA Deputado propõe retrocesso de sete décadas em nosso Código Florestal Jornal de Coleção • ano 2 • nº 23 • aGoSTo 2010 • 10.000 exemp. • Tel. (51) 3268.4984 • diSTribuição GraTuiTa ZONA SUL

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Jornal Bem Estar Zona Sul edição agosto 2010

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Entre o café e a morfina existe uma infinidade de drogas legais e ilegais que podem influir na consciência. Estudá-las livre de

preconceitos é a forma mais racional de evitar seus abusos e perigos.

Uma Visão mUltifacetada dos VíciosUma Visão mUltifacetada dos Vícios

IdeIas lúcIdas sobre como lIdar com nossa dependêncIa InevItável

ATENÇÃO

Uso indiscriminado de medicamentos diminui

os efeitos curativos

liÇõEs dE vidA

A solidão e o encontro da paz de espírito

ECOlOGiA

Deputado propõe retrocesso de sete décadas em nosso Código Florestal

Jornal de Coleção • ano 2 • nº 23 • aGoSTo 2010 • 10.000 exemp. • Tel. (51) 3268.4984 • diSTribuição GraTuiTa

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N ão é apenas o avanço tecnoló-gico que marcou o inicio des-te milênio. As relações afetivas

também estão passando por profundas transformações e revolucionando o con-ceito de amor.

O que se busca hoje é uma rela-ção compatível com os tempos moder-nos, na qual exista individualidade, res-peito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A ideia de uma pessoa ser o remé-dio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desapare-cer neste início de século.

O amor romântico parte da premis-sa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocor-re até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou man-so, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivên-cia, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é

Estar sozinhoTodas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para

estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito

só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

Flavio Gikovate

parceria. Estamos trocando o amor de neces-sidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e de-sejo a companhia, mas não a preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão per-dendo o pavor de ficar sozinhas, e aprenden-do a conviver melhor consigo mesmas.

Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, tam-bém se sente uma fração. Não é prín-cipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar

ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, em nova feição e significado, visa à aproximação

de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é pos-sível para aqueles que conse-guirem trabalhar sua indivi-dualidade.

Quanto mais o indiví-duo for competente para

viver sozinho, mais preparado

estará

para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de con-cessões exageradas são coisas do sécu-lo passado.

Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pen-samos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozi-nhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só po-dem ser encontradas dentro dele mes-mo, e não a partir do outro. Ao perce-ber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, res-peitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdo-ado por alguém, algumas vezes você tem

de aprender a perdoar a si mesmo.

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Informações importantes para sua saúde e bem-estar

1 Antes do banho, exercite a panturrilha (levantar o corpo

na ponta dos pés). Primeiro rápi-do até esquentar as panturrilhas e depois uma sequência de 10 movimentos lentos. Esse exer-cício bombeia o sangue para o coração, melhora os batimen-tos cardíacos e evita obstru-ção das veias. Pode aconte-cer de, no começo, se a pes-soa estiver com excesso de peso, ela emagreça da cin-tura para baixo e, a partir dos seis meses seguintes, da cintura para cima. Este exercício melhora o problema de micro varizes.

2 Ao chegar em casa, coloque os seus pés em uma bacia com

água bem quente (o famoso escal-da pés). Além de relaxar, esse pro-cesso desencadeia a dilatação dos vasos sanguíneos dos pés, melhora o cabelo e, inclusive, a visão. Esse pro-cesso foi pesquisado com pessoas dia-

C rianças que mamam só no peito nos pri-meiros meses con-

trolam mais o apetite após o desmame do que as que to-mam mamadeira, diz estu-do americano realizado com 1.250 bebês. Dos que só ma-maram no peito, apenas 27% tomavam toda a mamadeira do 6º ao 12º mês. Dos ali-mentados com mamadeira, 68% bebiam tudo.

Segundo os médicos, a diferença é causada pelo uso da mamadeira. Para os

pesquisadores, os pais esti-mulam os filhos a termina-rem a mamadeira, por isso eles comem mais. No peito, o próprio bebê controla a quantidade.

Simples, não? Mais um ponto positivo para os inu-meráveis benefícios trazidos pela amamentação natural, que além do mais beneficia fundamentalmente a vincula-ção entre mãe e filho e es-trutura a base emocional da criança, o que vai se refletir para sempre em sua vida.

Dieta Do PeitoEstudo mostra que bebê que mama no peito controla melhor o apetite.

Dicas Para evitar Problemas carDíacos

Conhecimentos naturalistas ensinam alguns exercícios simples que evitam problemas cardíacos

béticas e o resultado evidenciou a me-lhora na circulação sanguínea, dimi-nuindo os casos de gangrena, o qua-dro geral de saúde dos pesquisados melhorou e, como um fato relevante, a melhora da visão.

3 Ao acordar, deitado de barriga para cima pedalar 120 vezes no

ar. Esse exercício melhora o posicio-namento da coluna e da postura, di-minuindo ou retardando o encurva-mento das costas e aliviando as dores na região posterior do corpo.

4 Ao perceber que a pressão subiu, coloque as pernas até

os joelhos dentro de um balde com água bem gelada. Perma-neça nesta imersão por 20 min. Este processo fará com que o organismo, na busca de aque-cer os membros inferiores, faça com que o acúmulo de sangue na cabeça desça, bai-xando a pressão.

Guia Saúde

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Hidrocolonterapiaterapia de desintoxicação profunda

A limpeza intestinal promove uma profunda desintoxicaçãodo organismo trazendo ótimos resultados.

É sabido que hoje em dia nosso organis-mo está exposto a muitos agentes tó-xicos, como aditivos alimentares (con-

servantes, corantes, etc) agrotóxicos, me-dicamentos, poluição, stress, entre outros, ocasionando malefícios a saúde. O Relató-rio Orion do Dr. Márcio Bontempo - livro foi publicado em 1986 - já trazia a público a denúncia de todos estes aditivos a que esta-mos expostos e que causam doenças.

Então o que fazer para obtermos uma boa saúde? Várias pesquisas apontam que o equilíbrio do organismo depende bastante do funcionamento ideal dos órgãos excreto-res. A doença significa um esforço do corpo para se estabilizar, por isso é necessário di-minuir o nível de intoxicação.

É preciso repensar o quanto ingerimos e o quanto excretamos já que nosso intes-tino é o órgão responsável pela desintoxi-cação e também pela absorção de nutrien-tes como vitaminas e minerais, além de ser responsável por grande parte do nosso sis-tema imunológico e pelo neurotransmissor serotonina, que está relacionado com o es-tado de bem-estar. Este órgão excretor tem aproximadamente 12 metros e está dividido em funções; e de acordo com pesquisas se-ria necessário manter uma média de 2 a 3

evacuações diárias para um funcionamento ideal. Caso isto não ocorra poderemos acu-mular de 3 a 4 kilos de matérias não elimi-nadas que ficam envenenando o sangue, os tecidos, asfixiando as células, provocando o envelhecimento e auto-intoxicação. Essa matéria não eliminada se fixa as paredes do intestino formando uma massa pastosa que só é removida através de desintoxicação do intestino.

coMo FUnciona a Hidrocolonterapia

A Hidrocolonterapia, ou hidroterapia do cólon é um processo de limpeza intesti-nal com água morna previamente purificada e ozonizada, que desintoxica através da re-moção de fezes retidas no intestino grosso. Essa irrigação livra o cólon de detritos. Mui-tos pacientes emagrecem com este proce-dimento e sentem uma nova vitalidade. Nas mulheres, observa-se uma redução significa-tiva da celulite.

Ao cuidar do sistema digestivo melho-ramos o sistema imunológico, retardando sinais de envelhecimento. A hidrocolonte-rapia é um processo facilitador, pois a lim-peza proporciona uma desintoxicação pro-

funda do intestino grosso, que tem como principal função a eliminação das fezes e a reabsorção de água e nutrientes.

Dentre inúmeros benefícios deste pro-cedimento ainda pode-se observar também um a longo prazo, pois ao estimular a mo-tricidade do cólon ela o reeduca de manei-ra a permitir exercer corretamente a fun-ção excretora. Essa ginástica da musculatura é também um dos efeitos efetivos da hidro-colonterapia. As mucosas do cólon são sede de zonas reflexas do corpo (assim como a planta dos pés e as orelhas). A estimulação dessas regiões produz um efeito em todo o organismo o que explica a melhora em ca-sos de enxaquecas, amigdalites, cistites crô-nicas, problemas de fígado e outras patolo-gias.

A saúde é um processo no qual partici-pam todos os órgãos do corpo, em um es-tado de contínua renovação, se nos propor-cionamos boa atitude, pensamentos positi-vos, exercícios físicos, correta respiração, alimentação natural, contato com a nature-za, somada a limpeza , desintoxicação e hi-dratação periódica do intestino.

Fonte: www.hidrocolon.com.br

BeneFÍcioS- Alivia hemorróidas e exercita os mús-culos do cólon devolvendo-lhes a toni-cidade e o peristaltismo, regularizando todo o ciclo intestinal;

- Revitaliza a flora intestinal;

- Recupera a digestão e absorção de nu-trientes;

- Promove uma depuração profunda do sangue que, ao tornar-se mais limpo, fino e oxigenado, nutre com maior eficácia todos os tecidos do organismo;

-Remove e extrai os materiais acumula-dos, evitando a reabsorção através dos intestinos e auto-intoxicação;

- Ajuda no esvaziamento da vesícula bi-liar, assim como drena e purifica o fígado dos produtos que causam irritação devi-do à liberação da pressão exercida pela impactação da matéria fecal;

- Purifica outros órgãos como rins e pul-mões de toxinas que são absorvidas atra-vés da corrente sanguínea, melhorando seu funcionamento;

- Desintoxica em casos de alcoolismo e drogas;

- Regula o colesterol, triglicéridos, glice-mia e ácido úrico;

- Revitaliza o sistema imunológico e me-lhora a regeneração celular;

- É coadjuvante em tratamentos de es-tética, prevenção e redução de celulite;

- Combate o estresse porque elimina sin-tomas secundários de intoxicação como: irritabilidade, cansaço e debilidade;

Dica De saúDe

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Na abertura da reunião da rede mundial contra as doenças não conta-

giosas, Margaret Chan, direto-ra-geral da OMS, afirmou que a atual geração de crianças pode ser a primeira, em muito tempo, cuja expectativa de vida é menor do que a de seus pais. De acor-do com Chan, das 35 milhões de mortes anuais por doenças não contagiosas, cerca de 40% são mortes prematuras causadas por infarto, diabetes e asma. Ela lembrou que a incidência dessas doenças é cada vez maior em jo-vens e crianças, que atualmente desenvolvem hipertensão e dia-betes, doenças comumente asso-ciadas ao envelhecimento.

“No Brasil, estamos vendo crianças e adolescentes com hi-pertensão e diabetes tipo 2, algo que não imaginávamos há uma ou duas gerações. Esta geração está desenvolvendo mais fatores de risco, e um dos mais importantes é o aumento de obesidade e so-brepeso em crianças”, diz a endo-crinologista Claudia Cozer, dire-

tora da Abeso (Associação Bra-sileira para o Estudo da Obesi-dade e da Síndrome Metabólica). “Temos um grande problema que parece destinado a crescer ainda mais. As doenças não con-tagiosas, por muito tempo con-sideradas companheiras próxi-mas das sociedades ricas, muda-ram de lugar. Doenças cardiovas-culares, câncer, diabetes, doen-ças respiratórias crônicas e dis-túrbios mentais agora impõem o seu alto ônus aos países de ren-da média e baixa. Doenças antes associadas com abundância agora

estão fortemente concentradas em grupos pobres e desfavoreci-dos”, afirmou Margaret.

Segundo Claudia Cozer, cerca de 24% das crianças bra-sileiras estão acima do peso. A diretora-geral da OMS também alerta que, no mundo todo, 43 milhões de crianças em idade pré-escolar são obesas ou apre-sentam sobrepeso. “Pensem no que isso significa no decorrer da vida em termos de riscos para a saúde e de custos com os cuida-dos durante toda a vida”, disse.

Claudia Cozer diz que 80% dos obesos têm a síndrome me-tabólica, conjunto de sintomas que levam ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão, coleste-rol alto etc. “Isso aumenta direta-mente o risco de infartos, derra-mes, tromboses e outras doen-ças cardiovasculares. Além disso, a obesidade está associada ao au-mento do risco para alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, e de depressão, en-tre outros problemas.”

V em aumentando o número de jovens, adultos separados ou viúvos e idosos que mo-

ram sozinhos. Por estarem desacom-panhados, a tradicional e sadia comi-da caseira brasileira, vem sen-do aos poucos substituída pela facilidade dos ali-mentos industrializa-dos pré-preparados. Os professores Car-los Augusto Montei-ro, titular de Nutrição da Faculdade de Saú-de Pública da USP, e Inês Rugani Ribeiro de Castro, do Instituto de Nutrição da UERJ, assinalam em artigo publicado na revista “Ciência e Cultura” ser im-prescindível a regulamentação da pu-blicidade de alimentos, como já ocor-re com bebida e tabaco.

Explicam que tem sido observa-do um crescimento no consumo de alimentos prontos ou quase prontos no Brasil de baixo valor nutricional, contendo óleos, gorduras, farinhas, amido, açúcar e sal, acrescidos de adi-tivos alimentares como conservan-

tes (para o alimento durar mais tem-po), estabilizantes (para manter a apa-rência do produto), flavorizante (que realça cheiro e sabor do alimento) e corantes, que têm por função tornar

o alimento o mais parecido possível com o produto

recém-preparado. Eles tendem a

apresentar excesso de gordura, açúcar e sal, como foi com-provado pelo Idec

(Instituto Brasileiro de Defesa do Consu-

midor) ao analisar 30 ali-mentos industrializados, en-

tre eles bolinhos e salgadinhos, am-plamente consumidos, particularmen-te por crianças e adolescentes.

Uma opção saudável de alimen-tação, segundo os nutricionistas, de-pende de políticas fiscais e de abas-tecimento que aumentem o acesso da população a alimentos frescos e de leis que diminuam a exposição das pessoas ao marketing de alimen-tos industrializados prontos para o consumo.

má comiDa Para solitários Alimentos inadequados são os preferidos por aqueles que

moram sozinhos e não têm o hábito de cozinharem para si.

viDa mais curtaAtual geração de crianças pode viver menos que seus pais.

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A cada ano que passa, graças à introdução da ideia no ima-ginário coletivo da socieda-

de de que os avanços da pesquisa médica oferecem produtos quími-cos – remédios - que proporcio-nam uma cura mais rápida e efi-caz do que seus antecessores, as pessoas acreditam que a solução de seus males está no último lan-çamento da indústria farmacêutica.

Os remédios se prolife-ram como se fossem produtos da moda, com lançamentos a cada es-tação, com consumidores ávidos por experimentarem as novas dro-gas. O outro lado da moeda, pou-co mostrado, é que os vírus es-tão se tornando mais resistentes e mais fortes, fazendo com que va-riantes extremamente comuns de doenças sejam cada vez mais difí-ceis de curar.

Hoje é muito comum que uma aspirina já não seja suficiente para

aliviar uma dor de cabeça. Este exemplo serve para perceber cla-ramente em que estado se encon-tra o sistema imunológico dos in-divíduos que vivem nas socieda-des de consumo atuais: o bombar-deio constante sobre as doenças com drogas e remédios de todos os tipos fez com que os vírus que as causam tenham desenvolvido re-sistência aos agentes neutralizantes que anteriormente as eliminavam. Mesmo tratando-se de um simples resfriado ou de doenças mais gra-ves (incluindo câncer), é cada vez mais comum não encontrar trata-mentos que ajudem a curar essas condições, ou pelo menos a dimi-nuir seus efeitos. No caso do vírus da gripe e resfriados, a baixa res-posta das doses típicas de medica-mentos leva a aumentar a medica-ção. Assim, não cura a doença, mas acrescenta sua resistência a trata-mentos futuros.

A AUTOMEDICAÇÃOA energia que atualmente se re-

quer para manter o ritmo de vida que a nossa sociedade exige tem le-vado notavelmente ao crescimento da automedicação e ao uso indiscri-minado de medicamentos de venda livre.

Como cada vez mais nos indi-cam que precisamos nos aliviar o mais rápido possível (remédios são divulgados e vendidos quase como poções mágicas – lembram do “to-mou doril a dor sumiu’?), é muito comum se fazer a autoprescrição de medicamentos.

O caso dos antibióticos é um exemplo claro desta situação: mui-tas variedades que se revelaram efi-cazes no passado, hoje só alcançam seus efeitos em menos de 50% dos casos. Além de fazer surgir um pos-sível aumento na dependência de fármacos, esta conduta dificulta o

“Atualmente a autoprescrição de medicamentos é comum, já que cada vez mais nos indicam que

precisamos nos aliviar o mais rápido possível. Muitas variedades de antibióticos, por exemplo, que se

revelaram eficazes no passado, hoje só alcançam seus efeitos em menos de 50% dos casos.”

Fique De OlhO

resistência aos medicamentosUM proBleMa atUal

Apesar dos enormes avanços da ciência nas últimas décadas, muitos dos novos medicamentos não cumprem sua função e podem ajudar a aumentar a resistência dos vírus aos tratamentos mais tradicionais.

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nas. Para aliviar as doenças mais co-muns do organismo (constipações, tosse, resfriados crônicos, dores de cabeça, etc. não recorra imediata-mente aos produtos oferecidos nas farmácias.

Lembre-se que existem outras terapêuticas eficazes e menos agres-sivas, como a homeopatia, além dos medicamentos e terapias tradicio-nais, que surgem como uma boa op-ção aos agentes que estão causando a doença - por seus menores efeitos colaterais e também porque atacam

a raiz do problema- , e atuam não apenas junto aos sintomas externos através dos agentes químicos.

É importante valorizar o retor-no ao uso de tratamentos caseiros e preventivos, para que, quando seja necessária, no caso das doenças pe-rigosas, a medicina tradicional pos-sa ajudar.

Dê sua opinião. Participe. ComenTe eSTa maTéria

[email protected]

“É importante valorizar o retorno ao uso de tratamentos caseiros e preventivos, para que, quando seja necessária, no caso das doenças

perigosas, a medicina tradicional possa ajudar.”

tratamento futuro de qualquer do-ença. Com a presença constante em nosso organismo dos componentes químicos dos remédios, alguns agen-tes externos evoluem para um esta-do de resistência maior, o que lhes permite infectar o corpo, mesmo com esses componentes presentes. Por isso, precisa-se de uma maior dose de remédio para eliminá-los, caso não tenham já desenvolvido uma completa resistência aos mes-mos. O circulo vicioso se estabelece a partir de doses cada vez mais altas ou novas drogas mais fortes indica-das para problemas que antes eram resolvidos de forma mais simples.

VOLTANDO AO NATURALPara lidar com o aumento da

resistência às drogas, é bom manter o corpo o máximo possível longe dos tratamentos invasivos, a menos que seja uma doença muito compli-cada e em fase avançada.

Antes de tudo, é importante sa-ber evitar a influência das campanhas de publicidade massivas feitas por muitos laboratórios para promover seus produtos, e que criam a noção (totalmente falsa) de que certos me-dicamentos fornecem uma cura rá-pida e definitiva para doenças especí-ficas. Lembre-se que profissionais de saúde também estão envolvidos nes-tas campanhas, como tem sido con-tinuamente denunciado.

Em segundo lugar, evite o ex-cesso de automedicação, mesmo que seja apenas uma ou duas aspiri-

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Matéria De capa

entre o café, que facilita o trabalho de tantas pessoas,

e a morfina, que as ajuda a morrer em paz, existe

uma infinidade de drogas legais e ilegais

que podem influir na consciência. estudá-las livre de preconceitos é a forma mais racional de poder aproveitar

suas virtudes, evitando o abuso e seus perigos.

A questão das drogas assumiu uma im-portância fundamental em nossa so-ciedade. Os meios de comunicação

constantemente associam a violência des-controlada das nossas cidades unicamen-te ao tráfico e ao consumo de drogas; po-líticos prometem acabar com as drogas pe-los meios mais repressivos e violentos, cam-panhas terroristas são lançadas frequente-mente; pais ficam atônitos e sem saber lidar com esta questão com seus filhos... E o consu-mo aumenta cada vez mais. Todos localizam a questão externamente, como se as drogas pudessem simplesamente ser extirpadas da sociedade e acreditam em slogans e jargões, em frases e soluções mágicas. Parece que to-dos precisam de uma fórmula tranquilizado-ra, mesmo que seja uma enorme mentira.

Essas abordagens são, na minha opi-nião, superficiais e encobrem uma realidade mais profunda. Colocar a questão das drogas como a única desencadeadora da violência neste quadro social depravado que vivemos é tampar o sol com uma peneira de paralelepí-pedos. Acreditar nos discursos dos políticos e moralistas que prometem acabar com as dro-

gas (com um whisky numa mão e um cigarro na outra), é brincadeira. Tratar usuários como criminosos é um absurdo, e só serve para au-mentar o valor da propina paga aos policiais.

Com a intenção de romper com esta hi-pocrisia anestesiante, trazemos nesta edição do BEM ESTAR uma reflexão mais ampla e profunda, tanto do ponto de vista social quan-to do individual. O Dr. Andrew Weil é um inves-tigador formado por Harvard e autor de vá-rios best-sellers na área da medicina natural e “uma das 20 pessoas mais influentes dos Estados Unidos”, segundo a revista TiME. Tem uma grande experiência em assuntos ligados às drogas, sendo constantemente requisitado em perícias judiciais. Foi também consultor do Governo dos EUA.

Ele oferece uma reflexão que vale a pena ser lida com atenção e a mente aberta. E reflitam, suas ideias e informações podem ser de grande valia para você. Afinal, como já dizia Yoko Ono, “vício é o segundo copo d’água quando o primeiro já matou a sede”.

Ralph Viana

Uma abordagem inteligente das drogas

ANDREW WEILDoutor e pesquisador forma-

do na Universidade de Harvard, autor de vários best-sellers de me-dicina natural e uma das 20 per-sonalidades mais influentes dos Estados Unidos, segundo a revis-

ta “Time”. Tem uma grande ex-periência na questão das drogas, sendo frequentemente convocado como perito em julgamentos le-gais. Foi consultor para o assun-to do governo dos Estados Unidos.

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Do CAfé à MoRfINAIdeIas lúcIdas sobre como lIdar com nossa dependêncIa InevItável

Matéria De capa

A história nos ensina que as drogas não irão desaparecer e que todo esforço para erradicá-las está con-denado ao fracasso. Neste século,

o Ocidente tem enfrentado o problema pela via negativa: por meio de leis repres-sivas, propaganda escandalosa e a perse-guição a consumidores e fornecedores. Apesar de tudo isso, atualmente há mais pessoas que abusam das drogas do que houve no passado e a juventude cresce em um mundo repleto delas. Dado que toda droga é perigosa, é importante que esses jovens possam receber uma infor-mação verdadeira e imparcial que os ad-virta dos estragos que podem ocorrer.

Para melhorar o atual problema com as drogas é necessário mudar rapidamente a estratégia que se tem tomado até agora. O primeiro passo necessário é aprender a distinguir entre o uso e o abuso das drogas.

Um consumidor de drogas não é necessaria-mente um drogado. A diferença consiste em que o primeiro usa de forma inteligente de-terminadas substâncias, ao contrário do se-gundo, que se encontra imerso numa má re-lação com a droga que o prejudica em mui-tos aspectos de sua vida.

Para prevenir o abuso que se pode ter com as drogas há dois caminhos. Um deles é mostrar às pessoas, em especial aos jovens, como satisfazer suas necessidades e desejos sem recorrer às drogas. O outro é ensinar a maneira de estabelecer boas relações com essas substâncias, de forma que se possa ex-trair o melhor delas e seu consumo não se converter numa dependência compulsiva. Grande parte do peso dessa tarefa recai so-bre os pais, dado que fornecer aos filhos um modelo inteligente para utilizar substâncias que estão ao seu alcance é a melhor forma de prevenir que os filhos não abusem delas.

É interessante falar sobre a droga nes-te momento, porque ela está oculta em nos-sa cultura. O alcoolismo não é de nenhum modo mais importante que o vício ao café. Em certo nível se trata da mesma coisa, é o mesmo processo, é o mesmo desejo incon-trolável de possuir algo além de si mesmo para se sentir bem. Onde se origina esse de-sejo? Qual é a solução?

o Que é e o Que não é droGa

A decisão de chamar drogas a certas substâncias muitas vezes é arbitrária, e mui-tas vezes não fica clara a diferença entre ali-mento, droga e veneno. O sal e o açúcar são drogas? Muitas pessoas sentem que não po-dem viver sem esses produtos, que podem prejudicar seriamente ao seu organismo. O álcool é um alimento, uma droga ou um ve-neno? O corpo pode usá-lo como combus-

tível, mas também pode intoxicar, e, em do-ses elevadas, matar. Muitas pessoas que be-bem álcool lutam contra o abuso de outras drogas sem reconhecer que elas mesmas es-tão brincando com uma muito poderosa.

De modo igual, muitos adeptos ao ta-baco ou ao café não conhecem a potên-cia dessas drogas. Normalmente se apro-vam algumas drogas enquanto se desapro-vam outras, e a distinção que se faz entre drogas boas e más é um fenômeno cultural e variante. Em nossa sociedade, a maioria olha com receio toda droga que não seja o álcool, o tabaco ou o café, enquanto os ín-dios norte-americanos que usam o cacto do peyote e o tabaco em rituais religiosos con-sideram o álcool uma terrível maldição. Es-sencialmente, as drogas não são boas nem más, são substâncias poderosas que podem colocar-se a serviço de fins maus ou bons.

andrew weil

a

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Provar as drogas pode ser uma fase nor-mal da adolescência, um rito de passa-gem perigoso que a maioria dos filhos atravessa a salvo. Os pais de um adoles-cente deveriam esforçar-se por:

4 Apoiar o filho mostrando confiança nele e dando-lhe informações confiáveis, e não a típica “antidroga” que sabem que é incompleta.

4 Aproximar-se dos filhos com a mente aberta, sem pensar que por consumir al-gumas substâncias é um “drogado”.

4 Tentar dar um modelo inteligente para o consumo de drogas. Tanto o ex-cesso como o tabu podem afetar a con-duta do filho.

4 Não culpar aos filhos dizendo que o desejo de experimentar outros estados de consciência é anormal e seja pecado.

4 Estabelecer regras e fixar limites para os filhos no consumo de drogas que se-jam realistas e que eles possam aceitar.

“A razão básica pela qual as pessoas consomem drogas é

porque elas produzem mudanças em sua experiência consciente. A busca e a vontade de mudar o

estado de consciência são normais e inerentes ao ser humano”.

Conselhos para os pAIs

mudançaS na ConSCiênCia

A razão básica pela qual as pessoas con-somem drogas é porque elas produzem mu-danças em sua experiência consciente. A busca e a vontade de mudar o estado de consciência são normais e inerentes ao ser humano. Ouvir música, meditar ou namorar também podem variar esse estado, como muitas outras coisas. Podemos ver essa ne-cessidade inclusive nas crianças, quando se sentem atraídas pelas cócegas ou por gi-rar sobre si ou em círculo. O atrativo das drogas reside em fornecer um fácil e rápi-do acesso a essas experiências marcadas pe-los sentimentos de euforia, o que geralmen-te chamam de sentir-se fortalecido. Mas as pessoas têm consumido e consomem drogas por muitos outros motivos: como uma via para a exploração da mente, para mudar es-tados de ânimos desagradáveis, como a an-siedade ou a depressão; com a intenção de escapar do aborrecimento e da desesperan-ça; para relacionar-se socialmente ou para aumentar a criatividade e o rendimento, en-tre muitas outras razões.

É importante que as pessoas possam distinguir se estão abusando ou não das dro-gas e que aprendam a empregá-las de forma útil sem cair num mau hábito. Uma boa re-lação com a droga se caracteriza quando o consumidor é consciente de que o que con-some é uma droga, quando ele conhece seus efeitos, quando as sensações produzidas não diminuem com o tempo, quando ele pode deixar de consumir a substância facilmente e quando ela não lhe ocasiona efeitos adver-sos sobre a saúde e a conduta. Uma má rela-ção começa por ignorar a natureza da subs-tância, segue com a diminuição do efeito de-

sejado apesar do aumento na frequência e nas doses, e termina com a dificuldade cres-cente para abandoná-la, além de problemas de saúde e conduta.

Recordemos que as drogas são produ-tos de certo modo familiares para o orga-nismo. O corpo humano e o dos animais, em especial seu cérebro, fabricam subs-tâncias químicas que afetam poderosamen-te o estado de ânimo, os pensamentos e

as ações. Chamamos essas substâncias de drogas endógenas, o que significa “pro-duzidas dentro”. Essas substâncias se pa-recem muito em sua composição quími-ca a outras que se usam para variar o es-tado de consciência. Assim, por exemplo, as endorfinas são os “narcóticos” do pró-prio cérebro e produzem efeitos simila-res a opiáceos como a heroína e a morfina, com as quais compartem receptores cere-brais. Isso convida a pensar que se busca nas drogas externas um efeito que se pode produzir no próprio organismo.

a SaTiSfação eSTá denTro de Cada

um de nóSÉ fácil para uma pessoa não se dar con-

ta – ou não querer dar-se conta - de até que ponto as dependências, seja para uma dro-ga ou para qualquer outra coisa, podem re-ger sua vida. A dependência limita a liber-dade pessoal e se converte em um proble-ma quando requer grandes quantidades de tempo, energia e dinheiro. Além disso, gera sentimento de culpa e ansiedade.

A essência da dependência é o anseio impetuoso de uma experiência ou objeto que faça sentir-se bem. É o desejo de algo distinto do eu, ainda que se fale do mundo mental. A dependência é algo fundamental-mente humana: afeta a todos.

A dependência é um problema profun-damente arraigado ao ser humano. A maior parte de nós tem sofrido algum tipo de de-cepção. Temos ânsia de plenitude e de re-alização e, muito frequentemente, busca-mos a satisfação dessas aspirações fora de nós mesmos. O irônico é que, seja qual for

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11 • Nº 23• Agosto 2010 • Bem estar

“Há muitas maneiras de mudar o estado de consciência, porém se alguém recorre às drogas tem de saber que não são fáceis de ser administradas e que falharão se

utilizadas com frequência”.

a satisfação que conseguimos com a droga, a comida, o sexo, o dinheiro e outras fon-tes de prazer, a satisfação nasce, na verdade, dentro nós mesmos. Projetamos nosso po-der sobre substâncias e desencadeantes ex-ternos, aos quais permitimos que nos façam sentir melhor por algum tempo. A depen-dência pode curar-se apenas quando nos fa-zemos conscientes desse processo, quando reivindicamos nosso poder de voltar e reco-nhecemos que só podemos curar nossas fe-ridas a partir de dentro.

O desejo de modificar o estado de consci-ência é normal e possivelmente benéfico, pos-to que as pessoas que o conseguem de forma construtiva podem estar mais sadias e perce-bem a si e ao mundo que lhes rodeia de forma mais satisfatória. A pessoa busca a droga para se sentir melhor que nunca, cheia de energia, re-alizada, expansiva, criativa e em boa comunica-ção com os demais. Mas há pessoas que conse-guem isso sem necessidade de nenhuma droga, enquanto outras que as tomam podem deixar de sentir os efeitos que buscam. Na verdade, o potencial desses estados está sempre presen-te em cada um e existem muitas técnicas para ativá-lo. A meditação, a respiração, o jejum, o yoga, o canto, certas técnicas corporais e a ex-pressão artística são alternativas reais às drogas, porque todas as experiências que possam ter com substâncias são acessíveis por outras vias.

A maior vantagem das drogas, compara-das com essas técnicas, é que operam ime-diata e poderosamente. A maior desvanta-

gem é que reforça a idéia de que esse esta-do desejado vem de fora de nós mesmos. Essa suposição, não apenas pode criar pro-blemas de abuso, mas também faz as pessoas sentirem-se inaptas e incompletas ao necessi-tar se apoiar nelas. As técnicas citadas não atu-am tão depressa nem tão intensamente como uma droga, pois requerem tempo e esforço, porém seus efeitos se acrescentam com a prá-tica regular, geralmente ao contrário do que acontece com os métodos rápidos.

Há muitas maneiras de mudar o estado de consciência, as drogas são uma delas, e cada pessoa pode escolher em cada momen-to a que lhe resulta mais efetiva. Porém se alguém recorre às drogas tem de saber que não são fáceis de ser administradas e que fa-lharão se utilizadas com frequência.

Este artigo foi extraído do livro “Del café a la morfina”, do dr. Weil.

alTernaTivaS naTuraiS

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Bem estar • Nº 23• Agosto 2010 • 12Matéria De capa

a ssim como a diferença entre droga e medici-na às vezes apenas depende da dose, todas

as drogas não podem ser colocadas em um mes-mo saco. Se nos atermos ao seu efeito no ânimo, na consciência, na sensibilidade ou nos ritmos de vigília e sonho podemos classificá-las em:

EsTIMULANTEsP r o p o r -

ciona um con-trole temporal sobre as subi-das e descidas de ânimo, fa-zem diminuir a fome e me-lhoram certos rendimentos fí-

sicos e mentais. Mas não dão energia, so-mente forçam o corpo a liberar parte da que tem em reserva. Por isso, quem não tolera essa sensação de “queda”, cai em um padrão de usos contínuos que pode con-duzir à dependência. Entre elas encontra-mos o café, a cocaína, as anfetaminas, o ta-baco e plantas estimulantes diversas Se al-guém decidir tomá-los deveria estabelecer um limite, um propósito concreto, manter bons hábitos de alimentação, de descanso e de exercícios.

DEpREssoRAsEm do-

ses baixas con-seguem que as pessoas se sin-tam contentes e relaxadas. Em doses altas po-dem induzir o sonho. As over-doses são capa-zes de matar ao interferir em funções cere-brais. Entre elas encontramos os que são hip-nóticos-sedantes como o álcool, os barbitúri-cos (as pastilhas para dormir) e os tranqüili-zantes menores como o Valium. Outro gru-po é o dos anestésicos gerais que se usam em cirurgias e por último o dos narcóticos deri-vados do ópio, como a morfina, a codeína ou a heroína. Esses últimos podem ser seduto-res para algumas pessoas porque as afastam do desconforto e da dor, criando um mundo interno seguro e cômodo.

ALUCINÓGENAsTêm baixo potencial de abuso e nem as

overdoses matam, pois muitas pessoas as to-mam durante toda a vida sem sofrer danos físicos ou dependência. Em mãos hábeis po-dem inclusive produzir espetaculares curas

de doenças físicas e mentais. Mas também podem causar aterrorizadoras experiências e deixar cicatrizes psicológicas de larga du-ração. Muitos povos primitivos as emprega-vam ainda em práticas mágicas, médicas e re-ligiosas como o xamanismo. Entre elas en-contramos substâncias como o LSD, a iboga-ína, o peyote ou a mescalina, e outras sinté-ticas como o SPT, o MDA ou o MDMA en-tre outras. Dado que podem conduzir tanto ao céu quanto ao inferno e o corpo se insen-sibiliza ante elas, o melhor é prová-las junto a alguém experiente e reservá-las para oca-siões muito especiais. A maconha, que pos-sui propriedades estimulantes e depressoras, pode ter também efeitos psicodélicos e é um capítulo à parte. Se não se pode suspender o consumo, é possível que se necessite de aju-da exterior.

oUTRAs DRoGAsHá muitos

outros grupos de drogas, entre eles os solventes e os inalantes, as drogas chamadas delirantes, as drogas medi-cinais prescritas pelos médicos e algumas er-vas da fitoterapia.

QUATRo TIpos DE DRoGAs

As drogas que poderíamos cha-mar naturais são aquelas provenien-tes de plantas que têm um ou vários princípios ativos. Podem ser apresen-tadas na forma crua ou bem refina-das quando se extrai e purifica o prin-cípio ativo (morfina, cocaína ou mes-calina). As formas cruas podem ser menos tóxicas e mais seguras. Quem as usam tendem a ter uma relação ra-cional com elas. Outros tipos de dro-gas são as semi-sintéticas, obtidas ao produzir variações na estrutura química das drogas naturais. É o caso do LSD. A última categoria é com-posta pelas sintéticas, produzidas por completo em laboratório, como o PCP ou a fenilciclina (Valium).

DRoGAs: sempre presentes na vida humana

F elicidade é um tema que vale a pena con-siderar profundamente, pois nós, seres humanos, podemos ter vários tipos de

motivação de como viver nossas vidas diárias. Alguns de nós dão mais valor ao dinheiro, ou-tros ao respeito ou o reconhecimento, outros ainda ao prazer. Buscamos todo tipo de ativida-de, experiência, prazer. Nós adquirimos ou do-amos bens, buscamos trabalhos recompensa-dores e relacionamentos.

Todo o teatro da vida revela uma bus-ca da felicidade - ou, mais especificamente, buscamos maneiras de sentir-nos bem pela

a prÁtica da Felicidadedan MillMan

Dan Millman foi campeão mun-dial de acrobacia, treinador de ginástica em Stanford e professor da Universida-de de Oberlin. Seus livros já inspiraram milhões de leitores em todo o mundo. Os seminários e workshops de Dan continuam a influenciar homens e mu-lheres, inclusive líderes no campo dos negócios e finanças, da saúde, da psico-logia, da educação, da política, do en-tretenimento, dos esportes e das artes.

O Caminho do Guerreiro Pacífico tor-nou-se uma das mais queridas sagas espi-rituais da nossa época e inspirou homens e mulheres em todas as idades. Seus 14 outros livros, dentre eles 6 traduzidos para o Português, tocaram as vidas de milhões de leitores em 29 idiomas.

Dan faz conferências em todo o mundo, apresentando maneiras realis-tas de viver com um coração pacífico e um espírito guerreiro. Fará a pales-tra de encerramento do VII Congresso Transpessoal Internacional ALUBRAT em setembro.

maior parte do tempo e sentir-nos mal a menor parte do tempo possível. A felicida-de parece representar o “pote de ouro no final de cada arco-íris”, o objetivo de toda pesquisa. O que é que nós realmente que-remos, ao comprar o carro novo ou uma casa, encontrar um companheiro maravi-lhoso, ter filhos ou viajar para lugares exó-ticos? Todos têm a promessa de satisfação, realização - felicidade.

Certamente a Felicidade é Real e po-demos encontrá-la. Todos nós já passamos por momentos de felicidade. Temos poucas

ou muitas lembranças felizes (algumas cria-das após muito tempo passado o fato). Sa-bemos também como é sentir infelicidade. Nossa experiência de vida diz-nos que po-demos encontrar a felicidade, porque a te-mos. Sabemos também que não dura. Pelo menos não como uma emoção duradoura. Muito disto, como em toda a investigação psicológica, depende de como nós defini-mos um estado.

Alguém pode sentir-se triste ou com raiva, mas também relatar a felicidade como um padrão básico, sob a perturba-ção temporária? Eu acho que sim, a maio-ria de nós concordaria com base em nos-sa própria experiência. Eu posso estar tris-te com a perda de meu trabalho, mas feliz por ter uma esposa amorosa e uma famí-lia, feliz por estar vivo. Desta forma é uma questão de perspectiva.

Como o meu antigo mentor, um ho-mem que eu chamo de Sócrates, lembrou-me: “Este não é o caminho PARA O Guer-reiro Pacífico, é o Caminho DO Guerrei-ro Pacífico. Ou você está tranquilo agora, ou você não está; você mostra o espírito de um guerreiro agora, ou não. Não há ca-minho para a felicidade, a felicidade é o ca-minho. Não há caminho para a paz. A paz é o caminho.

Ele nunca me disse para me sentir fe-liz, porque este não é um conselho realista. Aconselhou-me, em vez disso, para a prática da felicidade - a felicidade irracional.

espiritualiDaDe

“Não há caminho para a felicidade, a felicidade é o

caminho. Não há caminho para a paz. A paz é o caminho”

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13 • Nº 23• Agosto 2010 • Bem estar reFlexãO

“A dependência é o problema fundamental. Está no coração do ser humano e também no centro de todos os problemas específicos que temos hoje no mundo.”

P arece que as filosofias espirituais do Oriente, especialmente o Budismo, são as que mais têm a dizer sobre a dependên-

cia. A primeira nobre verdade de Buda é que a vida é, de algum modo, incompleta e insatisfató-ria, de maneira que em tudo o que fazemos há algo que nos falta. Há uma sensação de que de-veria haver mais, algo que não está suprido pe-las coisas deste mundo e da nossa vida. Muitas vezes isso se traduz como “a vida é sofrimen-to”, suponho que, certamente, há um sofrimento que provém desta realidade, mas o sofrimento não está suficientemente compreendido. A ques-tão é que a vida é incompleta e insatisfatória.

A segunda nobre verdade é que a causa des-sa incompletude é o desejo impetuoso e o ape-go. Mas Buda não disse nada sobre a origem do desejo. Essa é a pergunta que sempre me inte-ressou. Por que desejamos? Por que não estamos conformados com o que somos? Se, na verdade, nossa essência profunda é pura consciência que se ilumina a si mesma, por qu0e temos que sair dela? Não é uma pergunta fácil de responder.

A opinião que prevalece na psiquiatria, na medicina e na ciência hoje é que a consciência é um epifenômeno que acontece casualmente devi-do ao sistema de circuitos do cérebro, ou à intera-ção bioquímica nele. Em outras palavras, a cons-ciência é algo acidental. É um produto de ma-téria ordenada. No entanto, existe uma opinião minoritária, a “opinião mística”, de que a cons-ciência precede a matéria. Ou seja, a consciên-

cia é o primário, ela iniciou a evolução da energia e da matéria em formas cada vez mais comple-xas, aparentemente com o propósito de conhe-cer-se melhor. A consciência humana é a forma em que o processo atingiu sua mais alta expres-são. Mas por que a consciência necessita conhe-cer a si mesma através desse tortuoso caminho? Por que não aceitar a sua própria consciência de ser, de plenitude autoconsciente? Todo o parado-xo da existência gira em torno dessa pergunta.

O aspecto mais interessante e frustrante da fí-sica quântica e da visão quântica da realidade está nos paradoxos que elas revelam. Se alguém esten-de a indagação do conhecimento para qualquer di-reção defronta-se com o limite do paradoxo. E a es-sência do paradoxo é a referência a si mesmo. A razão pela qual nos defrontamos com o paradoxo é porque tratamos de algo de que, de algum modo, somos uma parte. Assim, o antigo ponto de vista de que somos testemunhas passivas de um univer-so mecânico já não funciona mais. Estamos conec-tados, somos parte do universo que trata de com-preender a si mesmo. Assim como, da mesma ma-neira que um cão tenta morder sua cauda, nos in-serimos nesse interminável circuito fechado que é o paradoxo. E tudo isso foi iniciado pela tentativa da consciência de se conhecer a si mesmo o que, nesse processo, dá início a um ciclo de manifesta-ção da existência. De modo que o big bang não foi o começo. O big bang foi um efeito do que eu cha-maria a pequena inquietude.

De que se trata essa intranquilidade? O que é o que perturbou a consciência e que conduziu a tudo isso? Foi o desejo primordial. Para mim, se al-guém tenta chegar à raiz desse desejo, acaba lite-ralmente relacionando-se com a origem do universo e a evolução da consciência humana. É fundamen-tal. É parte do fato de sermos humanos. A depen-dência não apenas é universal - estamos todos inse-ridos nela. Também não é algo que se possa negar ou desconhecer. Não podemos fazê-lo, porque a de-pendência é parte de nosso ser essencial. É parte de quem somos. Dado isso, o que podemos fazer a res-peito da conduta dependente? Posso pensar apenas em duas coisas possíveis. A primeira é tentar movê-la de lugar, tentar mudá-la de modo que a forma que se expresse seja menos nociva. É melhor ser depen-dente a um programa de Doze Passos do que ser dependente do álcool. É melhor ser dependente do exercício do que à nicotina. É possível fazer juízos de valor sobre a conduta dependente. E essa maneira de ver a dependência não deveria ser rejeitada, por-que, de fato, talvez isto seja o único julgamento que a maioria de nós pode fazer.

A outra estratégia consiste em tentar chegar à raiz do desejo. As religiões do Oriente insistem que isso é possível mediante uma intensa introspecção, meditação e prática. Eu não estou tão seguro dis-so. Creio que se percorrermos um grande caminho se possa chegar até este ponto. Mas se a origem do desejo está relacionado com a origem do universo, então tenho dúvidas que isto possa ser desenraiza-do de nós. Com isto quero dizer: vamos buscar, ten-

tarmos conhecê-lo e compreendê-lo. O maior erro é pretender ignorá-lo ou negá-lo.

Não creio que a dependência seja curável até que a expansão do universo se inverta, e co-mecemos a voltar ao ponto de partida. Faz par-te de quem somos. O que necessitamos é aceitar esse aspecto de nossa humanidade e trabalhar com ele para que não seja destrutivo, nem para nós nem para os demais. Também é necessário que o celebremos pelo que é, porque nos conecta com todas as demais pessoas. E é uma fonte de grande compaixão e empatia. É uma motivação para trabalhar com os demais e tratar e deter os diferentes tipos de conduta destrutiva, e creio que não haja nada mais importante que isso.

Sobretudo, não permitamos que nosso pon-to de vista sobre a dependência fique limitada à definição que um grupo tenha sobre ela. Trata-se do maior e mais importante problema que en-frentamos. É algo que compartilhamos todos, e que nos conecta com o resto do mundo e com o poder superior. Assim é.

eSSa pequena inQUietUdeandrew weil

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Bem estar • Nº 23• Agosto 2010 • 14

A saúde de uma população está direta-mente vinculada ao desenvolvimento sócio-econômico dos países em que

vivem e, sem dúvida, os problemas dos ido-sos são mais críticos nos países desenvol-vidos, em decorrência da idade mais avan-çada que atinge a população. Mas não tão graves como nos países subdesenvolvidos onde, apesar da vida média ser mais baixa, encontramos enorme contingente de “jo-vens velhos” com problemas muito mais sérios de saúde.

Um dos principais critérios utilizados para se identificar um idoso pleno é pela ma-nutenção por toda vida de sua dentição na-tural saudável e funcional, incluindo todos os seus benefícios biológicos e sociais, tais como a habilidade para mastigar, sentir sa-

bor e falar, a estética, o conforto. É muito grande a falta de conscientiza-

ção da interação saúde oral-saúde geral. Isto faz com que uma grande quantidade de pa-cientes idosos deixem de ter seus proble-mas resolvidos com terapêuticas odontoló-gicas. Em muitos casos, antes de procurar o médico, o paciente deveria procurar o den-tista, pois os seus males de ordem geral, em não raras vezes, são consequência de distúr-bios bucais: cáries, periodontopatias, ausên-cia de dentes, má oclusão, abscessos crôni-cos e outros.

Além disso, a perda da dentição influi sobre a mastigação, digestão, pronúncia, re-dução do tônus da musculatura facial e as-pecto estético. O indivíduo que utiliza pró-tese total (dentadura) tem somente 25% da

a SaÚde coMeÇa pela Boca

Pouca gente sabe, mas a ida de um idoso a um consultório dentário pode evitar a ida à vários consultórios médicos.

Silvia Bach

capacidade mastigatória, comparado a um indivíduo com todos os dentes naturais.

A saúde bucal do idoso, além de sofrer as modificações próprias do processo de envelhecimento, pode apresentar compli-cações derivadas de inúmeras doenças crô-nicas comuns, como hipertensão, diabetes, distúrbios cardiovasculares, insuficiência re-nal e depressão, entre outras, e podem so-frer o efeito colateral de vários medicamen-tos utilizados no tratamento das mesmas.

ATENÇÃO REDOBRADAEM PESSOAS DE IDADE

Ao redor dos 40 anos, iniciamos um lento processo involutivo ósseo, cuja rare-fação pode acabar em uma osteoporose se-nil do tipo fisiológica. Ou seja, a partir des-sa idade começamos a sofrer um processo ósseo degenerativo contínuo. A articulação temporomandibular (ATM) pode apresentar variados graus de subluxação, principalmen-te, em decorrência de tonicidade muscular diminuída, o que determina que adote po-

sições que dificultam o fechamento da boca ou mesmo sinais de artrite.

Os problemas buco-dentários no ido-so se traduzem por tecidos débeis, sensação anormal no gosto, osteoporose pós-meno-pausa, excessiva reabsorção óssea, cicatriza-ção lenta, infecções micóticas mais frequen-tes e dores vagas. Outras alterações causa-

ODOntOlOgia

“É muito grande a falta de conscientização da interação saúde oral-saúde geral. Isto faz

com que uma grande quantidade de pacientes

idosos deixem de ter seus problemas resolvidos

com simples terapêuticas odontológicas”.

Nutrição e Qualidade de Vida.ana lucia menna barreto

Nutricionista clínica e fisioterapeuta, es-pecialista em Saúde Pública, CRN 7929.

Dia 11/09 às 10h00 na Leckerhauslocal:

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Haverá sorteio de brindes!

Boas Notíciasinformações e serviços de Qualidade para você

Com o tema “10 anos fazendo histó-ria” a décima Feira do Livro já está sendo discutida por representantes da Prefeitura de Torres, SESC e ULBRA, além de apoia-dores. A intenção é definir as atrações do evento que este ano acontecerá de 03 a 07 de setembro. O evento oportuniza a imersão do leitor no mundo literário atra-vés da escolha do próprio livro; do conta-to direto com os autores e da participa-ção de manifestações culturais relaciona-das à literatura.

A Feira do Livro de Torres já é um evento tradicional na região. Seu objeti-vo é realizar ações que disseminam o li-vro e a leitura e, por conseqüência, pro-movem a formação de leitores. Visa tam-

paleSTra

Décima Feira do Livro de Torres

bém proporcionar à comunidade a opor-tunidade de vivenciar os prazeres da leitu-ra e o contato direto com manifestações culturais variadas. Para este ano a expec-tativa é atrair 15 mil visitantes.

Fundação da Associação do Atelier do Bonde (Hacab) cria mais um espaço de de-senvolvimento social e artístico na Zona Sul. No dia 20 de julho de 2010, data do aniver-sário da trapezista Mima Ponsi e Dia do Ami-go, foi fundada a Associação Histórica Artís-tica e Cultural do Bonde (HACAB). A data não poderia ter sido melhor escolhida, visto que o Atelier do Bonde tem marcado pre-sença na Zona Sul de Porto Alegre, reunin-do artistas e grandes amigos afim de contri-buir com o universo artístico e cultural da ci-dade. O Atelier do Bonde foi inaugurado no dia 20 de maio de 2009, na Av. Otto Nie-meyer, n° 1173, na Zona Sul de Porto Ale-gre, pela arquiteta Angela D´Ornelas Ponsi e sua mãe Zilka D´Ornelas Ponsi. Construído com peças de demolição, mantém um bonde da Carris estacionado no pátio, onde funcio-nam eventos artísticos e culturais regulares.

Fundada Associação do Atelier do Bonde

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15 • Nº 23• Agosto 2010 • Bem estar

“Com a compreensão adequada das mudanças do envelhecimento e um conhecimento melhor das

enfermidades, pode-se estabelecer um programa preventivo para pacientes

idosos a fim de que possam manter sua saúde bucal.”

ODOntOlOgia

das por próteses inadequadas são as lesões na mucosa oral, como estomatites, candidía-se, lesões nos cantos da boca, tanto traumá-ticas como causadas por fungos.

Em certas situações, o grau de depen-dência do idoso é tão grande, que não per-mite ao paciente cuidar de si mesmo. Muitas vezes, ele não tem discernimento para fazer a própria higiene e, em caso de uso de pró-tese com higiene precária, a estomatite por dentadura mal cuidada ou mal higienizada, é frequente. Para alguns pacientes isto acarre-ta dores e desconforto. Como resultado, o uso da prótese, que poderia ser considerado um benefício da Odontologia, será uma fon-te de problemas.

Com uma compreensão adequada das mudanças do envelhecimento e um conhe-cimento melhor das enfermidades, podemos estabelecer um programa preventivo para estes pacientes a fim de que possam man-ter a saúde bucal, cumprindo assim o primei-ro objetivo da odontologia que é promover e manter a saúde oral durante toda a vida. Os métodos preventivos não são apenas im-prescindíveis como também constituem-se como eixo de qualquer intervenção que vise a saúde bucal na terceira idade.

Na sua grande maioria, o idoso está

muito mais preocupado com seus outros problemas de saúde do que com a sua saú-de bucal. Para eles, a manutenção da vida é o principal. Normalmente, eles encaram uma prótese desadaptada ou até mesmo lesões bucais como “coisa normal da idade” já que não causam dor. Até mesmo quando não podem se alimentar buscam uma forma de adaptação (o que na maioria dos casos cau-sa problemas de outra ordem, como digesti-vos, principalmente).

Na sua concepção, as doenças que po-dem vir a existir na cavidade bucal não cau-sam a morte, não sendo prioridades. Portan-to, torna-se imprescindível a busca de pro-fissionais capacitados para diagnosticar, pre-venir e tratar tais condições, proporcionan-do uma melhor qualidade de vida e bem-es-tar do paciente, para ele que possa continuar inserido na sociedade de forma plena.

Silvia Breitenbach é pós-graduada em Implantes e Ortodontia e Especialista em Periodontia

Renato Guariglia e Renata CunhaEditores - Zona SulFábio FerreiraDiagramaçãoRenato GuarigliaComercialImpressão: Grupo SinosTiragem: 10 mil exemplaresContato: (51) [email protected]

REDE BEM ESTAR

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam

felicidade para todos os seres.

Érico vieiraComercial/RelacionamentoMax BofAdministrativo/ Produção Editorial

Ralph vianaConteúdo/Arte

Jaqueline BicaDiagramação Central

Jornalista responsável: Max Bof (MtB 25046) Material: Revistas CUERPOMENtE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLO-GY tODAY, BUENA SALUD, tHE QUESt, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGI-CAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

Informes publicitários, textos e colunas assi-nadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.

cartas

“Um jornal que busca o equilíbrio! Tra-zendo matérias e até mesmo anúncios publi-citários voltados para o bem-estar do cor-po, da mente e da alma. Efetivar uma simples leitura do jornal BEM ESTAR induz o leitor a alguns bons momentos de relaxamento.”

aline Giampaoli

“O jornal BEM ESTAR é interessante e reflexivo. Vem nos provocar, sobretudo, nos colocar frente as nossas fraquezas e reservas. Certamente é um canal importante de au-toconhecimento e percepção do outro que normalmente passa desapercebido pela cele-ridade da vida e egoísmo.”

edivaldo de oliveira

“Um jornal de atitudes! É preciso fa-zer alguma coisa para mudar este quadro tão triste de violência e este jornal já esta fazendo a sua parte.”

luciana Canabarro

“Conheci o jornal há pouco tempo, mas surpreendeu-me a qualidade dos te-mas abordados. Os artigos são de qualidade e tratam de conteúdos importantes relacio-nados à qualidade de vida.”

evelyn bonifacio

“Só tenho a agradecer por estar recebendo em casa todos os meses o exemplar. É uma luz que ilumina, que traz de certa forma, força para continu-ar lutando por novos ideais, e acreditan-do sempre que podemos mudar.”

bárbara letícia

Page 16: Bem Estar Zona Sul agosto2010

A vida é maravilhosa em to-das as suas imperfeições. Nada é perfeito... Perfei-

ção significa morte! Perfeição significa que não há possibilidade de crescimento adicio-nal. Perfeição significa que está tudo termi-nado. Imperfeição significa a possibilidade de crescer. Imperfeição significa a excita-ção de novas pastagens, o êxtase, a aventu-ra. Imperfeição significa que você está vivo, que a vida vai continuar.

A vida é eterna, portanto digo que a vida é eternamente imperfeita. Não há nada de errado em ser imperfeito. Aceite sua im-perfeição e a ideia de ser negativo em re-lação a si mesmo desaparecerá. Aceite seu

LIMITAÇÃOdunGa

“N ão posso avaliar se

a ditadura brasileira foi boa ou ruim, só

quem viveu nela é que pode nos dar a

resposta. É a mesma coisa sobre a época da escravidão. Eu não vivi, como é que vou dizer - ah, era ruim, era bom...

- eu não sei”.

“Quando perguntado sobre a nova forma de comunicação entre as pessoas instaurada pelo twitter, que permite frases com somente 140 caracteres, ele foi lacônico: “Em breve será somente com grunhidos”.

Perfecciosismo“Ser perfeccionista significa estar pronto para o divã do psiquiatra; ser perfeccionista é ser um neurótico.

E a todos nós foi dito para sermos perfeitos.”

oSho

estado atual e não o compare com alguma perfeição futura, algum ideal futuro. Não pense em como você deveria ser! Essa é a raiz de toda patologia – desista disso. Você existe do modo como é hoje e amanhã

pode ser dife-rente. Mas você não pode prever isso hoje e também não é necessário plane-jamento para que isso ocorra.

Aceite as pessoas como são; desista do “deveriam” e do “precisariam” – esses são conceitos inimigos... Há tantos “faça” e “não faça” que não se tem flexibilidade; a carga é muito pesada. Foram-lhe transmi-tidos tantos ideais e metas – ideais de per-feição – que você sempre julga não estar à altura. E os ideais são totalmente impos-síveis de atingir. Você não consegue atin-gi-los; não há possibilidade de alcançá-los. Portanto, você nunca estará à altura.

Viva este dia em toda sua beleza, em toda a sua alegria, em toda a sua dor, ago-nia, êxtase. Viva-o em sua totalidade – em sua obscuridade, em sua luz. Viva o que existe neste momento.

JOSÉ SARAMAGOAlgumas pérolas do grande escritor português, recentemente falecido.

“Não sou pessimista. O mundo é péssimo. São os pessimistas os únicos que querem mudar o mundo. Para os otimistas tudo está muito bem. Deveria se fazer profissão e militância do pessimismo.”

“Estou convencido de que há de se seguir dizendo não, ainda que se trate de uma voz predicando no deserto.”

“Não encontro nenhum motivo para deixar de ser o que sempre fui: alguém que está seguro de que o mundo em que vivemos não está bem feito.”

“Minha arte consiste em tentar mostrar que não existe diferença entre o imaginário e o vivido. O vivido poderia ser imaginado, assim como o contrário.”

‘‘