Jornal Bem Estar Zona Sul maio 2010

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ECOLOGIA “Pressão verde” de quem compra é motivação para quem vende consumidores VERDES SAÚDE Aliado das mulheres, o salto alto pode prejudicar a saúde BEBÊS ‘FALAM’ POR SUAS MÃES Diversos problemas dos filhos refletem as emoções e os sentimentos inconscientes de suas mães. IDEIAS FORTES Um grande jogador faz um belo gol moral. Jornal de Coleção • ano 2 • nº 20 • MaIo 2010 • 10.000 exeMp. • Tel. (51) 3268.4984 • dIsTrIbuIção GraTuITa ZONA SUL

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Jornal Bem Estar, edição zona sul, maio 2010

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ECOLOGIA

“Pressão verde” de quem compra é motivação

para quem vende

consumidoresverdes

sAúdE

Aliado das mulheres, o salto alto pode

prejudicar a saúde

BeBês ‘falam’ por suas mães

Diversos problemas dos filhos refletem as emoções e os sentimentos inconscientes de suas mães.

IdEIAs FORTEs

Um grande jogador faz um belo gol moral.

Jornal de Coleção • ano 2 • nº 20 • MaIo 2010 • 10.000 exeMp. • Tel. (51) 3268.4984 • dIsTrIbuIção GraTuITa

zonasul

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Bem estar • Nº 20 • Maio 2010 • 2

E ra uma vez uma ilha que vivia no meio do oceano. Levava uma vida tranquila, sem grandes questiona-

mentos. Conhecia outras ilhas e com elas se comunicava. Um dia, porém, uma ideia a inquietou: se toda vez que a maré baixava, uma porção de terra se descobria, então até que ponto haveria terra?

Isso lhe tirou o sono por várias noites.De repente seu conceito sobre si mes-

ma mudou. Sempre se considerara uma por-ção de terra na superfície da água, isso era ponto pacífico; todas as outras ilhas também pensavam assim.

Mas agora já não podia acreditar nisso. Uma ilha não terminava ali na superfí-

cie. Não. Continuava para baixo. Uma ilha era na verdade uma... montanha!

Saber que ela continuava além do que imaginava ser era algo espantoso de se pensar.

Assim, dia após dia, a ilha prosseguiu em seus esforços de autoinvestigação - que-ria saber até onde existia. Mas à medida que sua atenção mergulhava em si mesma, as águas ficavam mais escuras. Era preciso cada vez mais concentração para não se perder.

Ela prosseguiu e descobriu que o que existia abaixo da superfície possuía vida pró-pria e, mesmo sem ser reconhecido, era ca-

A ILHARicaRdo KelmeR

paz de interagir e até de-terminar o que existia aci-ma.

Uma ilha não era algo tão independente quanto pensava.

Muito tempo se pas-sou até que se conven-cesse de que era mes-mo uma montanha com o pico emerso. E muito mais tempo pra compre-ender que não flutuava solta das profundezas do oceano: ela estava presa a uma base e essa base era uma enorme extensão de terra que funcionava como chão.

Vinham de lá todas as ilhas. E pra lá vol-tariam todas quando os movimentos da ter-ra e das águas as forçassem a isso.

Mas as ilhas não sabiam da montanha e muito menos da terra ao fundo. Por isso as reais motivações do que faziam eram, na maior parte, desconhecidas. Se a montanha era a parte inconsciente de cada ilha, o fun-do do mar era o inconsciente maior, único, de todas elas.

Ao entender esse fato a ilha lembrou do tempo em que sua consciência de si pró-pria se limitava àquela minúscula porção de

percebeu, num clarão de compreen-

são, que toda aquela vasta extensão de terra inconsciente funcionava como um úte-ro a expulsar pequenos pedaços de si mes-ma, forçando-os a ir à superfície. Uma vez lá, eles se entendiam ilhas e começavam en-tão sua aventura individual em busca de sa-ber quem eram, aventura que podia du-rar anos, séculos, milênios, mas que um dia chegaria à mesma conclusão: todas as ilhas eram montanhas e todas as montanhas, na verdade, eram uma só extensão de terra a se experimentar em cada uma delas.

Mas por que a terra fazia isso? Talvez para ela própria aprender com a experiên-cia de cada ilha.

Ao morrer, uma ilha trazia a terra sua experiência pra servir de aprendizado às futuras ilhas. Uma ilha continha em si, sem se dar conta, a mesmíssima areia das que a antecederam. E a terra como um todo estava sempre aprendendo cada vez mais sobre si mesma...

Era realmente uma tremenda aven-tura - pensou a ilha enquanto se divertia com os olhares estranhos que as outras lhe lançavam.

Uma aventura de cada ilha. Mas também da terra inteira.

terra à superfície.

“Todas as ilhas vêm do mesmo lugar...” - ela repetiu, intrigada - “por-que são feitas da mesma terra. A areia e os nu-trientes que as raízes de suas plantas colhem vêm do mesmo chão. Todas as ilhas que existem são no fundo uma coisa só...”

A ilha viu que eram ideias grandes demais, confundiam a men-te. Aquela autoinvestigação era importan-te, mas era preciso muita atenção durante o processo. Só assim poderia voltar à super-fície sempre que quisesse. Enquanto tudo isso acontecia, as outras ilhas observavam seu comportamento e não entendiam. Con-cluíram então que estava louca e espalha-ram a notícia.

A ilha sentiu-se só.

Mas como poderia condená-las por não compreenderem o que ela descobri-ra? Pensando melhor, eram todas partes dela mesma!

Então ela mesma ainda não se compre-endia inteiramente... Foi então que a ilha

“Uma ilha continha em si, sem se dar conta, a mesmíssima areia das que a antecederam. E a terra como um

todo estava sempre aprendendo cada vez

mais sobre si mesma.”

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Guia SaúdeAcupunturA e Depressão

Técnica milenar alivia depressão durante a gravidez, diz estudo americano.

Até um quarto das mulheres sofre de depressão durante a gravidez e muitas são relutantes em

tomar antidepressivos. Agora, um novo estudo sugere que a acupuntura pode oferecer al-gum alívio durante a gravi-dez.

A pesquisa da Universidade de Stanford recrutou 150 mulheres de-primidas, grávidas de 12 a 30 sema-nas, e, aleatoria-mente, escolhe-ram 52 para re-ceber acupuntu-ra específica para sintomas de de-pressão, 49 para acu-puntura comum e 49 para massagem sueca.

Cada mulher rece-beu 12 sessões de 25 minutos cada; as que re-ceberam acupuntura não sabiam qual tipo estava designado a elas. No tra-tamento específico para de-

pressão, as agulhas são inseridas em pon-tos do corpo que especialistas dizem cor-

responder a sintomas como ansiedade, abandono e apatia.

Depois de oito semanas, qua-se dois terços das mulheres do gru-

po da acupuntura específica para de-pressão mostraram uma redução de pelo menos 50% em seus sinto-

mas, comparado a pouco menos da metade das mulheres tratadas com a massagem ou a acupuntu-ra comum.

As descobertas aparecem na edição de Março 2010 da “Obstetrics & Gynecology”. A principal autora, Rachel Man-ber, professora de psiquia-

tria e ciências comportamen-tais em Stanford, disse que os resultados sugerem que alguns

sintomas de depressão durante a gravidez podem estar relaciona-

dos ao desconforto físico, que é aliviado pela acupuntura.

Ainda assim, os resultados foram notáveis, afirmou.

FONTE: new York Times

MAMão Do BeMChá de papaia possui alto poder

anticancerígeno, descobre pesquisa.

O chá do extrato de folha de pa-paia contém propriedades que combatem com grande poder os

vários tipos de câncer e não deixa seque-las de nenhum efeito tóxico, como ocorre com outras terapias, segundo uma pesqui-sa da Universidade da Flórida (UF) divulga-da em Março 2010.

O pesquisa-dor Nam Dang da UF e um grupo de cientistas japone-ses documenta-ram os poderosos efeitos antican-cerígenos da pa-paia sobre o cân-cer de útero, de mama, fígado, pul-mão e pâncreas, através de testes em laboratório com uma ampla variedade de tumores. Os pesquisadores utilizaram um extrato de folhas secas de papaia e os efeitos anticancerígenos eram mais fortes quando as células recebiam maiores doses de chá, disse a UF.

Pela primeira vez, um estudo compro-vou que o extrato de folha de papaia es-

timula a pro-dução de mo-léculas essenciais do tipo citoquinas Th1. Esta regulação do sistema imunológico, junto ao combate di-reto do tumor em vários tipos de câncer, sugerem possíveis estratégias terapêuticas utilizadas pelo sistema imunológico para

combater o cân-cer, acrescen-tou a Universida-de. Além disso, o fato de o extra-to de papaia não possuir nenhum efeito tóxico nas células normais evita uma conse-quência devasta-dora comum em muitas terapias

anticancerígenas, indicou.

Os cientistas utilizaram dez tipos dife-rentes de células cancerígenas e as expuse-ram a quatro graus de concentração de ex-trato de papaia durante 24 horas, medindo seus efeitos após esse tempo. A concen-tração reduziu o crescimento dos tumores em todos os cultivos, segundo o estudo.

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N os últimos anos, principalmen-te após a divulgação dos rela-tórios do Painel Intergoverna-mental de Mudanças Climáticas

detalhando a situação ambiental caótica do nosso planeta, o tema “meio ambiente” ga-nhou ampla visibilidade.

Cada vez mais, consumidores estão em busca de produtos menos agressivos ao meio ambiente: alimentos orgânicos, lâm-padas econômicas, produtos de higiene e limpeza biodegradáveis. Hoje já é possível substituir uma grande quantidade de pro-dutos de uso diário por outros que respei-tam mais o meio ambiente, desde suas ma-

térias-primas - naturais ou recicladas - até seu processamento - como processos tec-nológicos mais limpos e biotecnológicos não-transgênicos.

O “ecologicamente correto” está na moda e ganha rapi-damente espaço nos lares e hábitos das famílias, como está acontecendo com a rejeição cada vez maior das sacolas e copos plásticos. Mes-mo que sejam mais caros, como se constata em alguns casos, os bens e serviços focados

na preservação da natureza começam a fa-zer parte das prioridades das pessoas mais exigentes (e mais conscientes).

O desenvolvimento de inovações tec-nológicas desse tipo já é considerado uma

alternativa econô-mica atraente para as empresas - tan-to que fez emergir o lema “inovar para sustentar a empresa e o planeta”. Mas de acordo com Jacques

Marcovitch, professor da USP e um dos es-tudiosos do tema com foco no crescimen-

to econômico e na distribuição de renda, ainda falta ao Brasil uma cultura de inova-ção para a sustentabilidade que já é realida-de em outros países. “A atividade de inova-ção aqui terá que se pautar por uma agen-da internacional e fazer uma leitura de ten-dências”, afirma.

ecologia industrialMarcovitch aborda o tema “sustentabi-

lidade” de uma maneira mais ampla do que a estritamente ambiental, alheia às questões sociais. Ele destaca as pandemias e a questão da segurança alimentar (e da fome) como

Ecologia

consumidores verdescada vez mais, consumidores estão em busca de produtos menos agressivos ao

meio ambiente. esta “pressão verde” motiva empresas a inovar de forma sustentável.

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a

barreiras ao desenvolvimento sustentável. “Precisamos de uma mudança radical na cul-tura e nos valores da empresa para incluir o tema da sustentabilidade”, destaca.

Apesar dos problemas sociais e da laten-te necessidade de inserção da preocupação ambiental na cultura inovativa, o cenário no Brasil é promissor: o país tem se projetado com algumas tecnologias “verdes”. Um bom destaque são as energias limpas, que têm di-vulgado o Brasil mundialmente, principalmen-te por causa do desenvolvimento do etanol (o álcool polui menos do que a gasolina).

Algumas empresas brasileiras e filiais de multinacionais já têm trabalhado com alta tecnologia em favor do meio ambiente. Mas é preciso lembrar que não existe no mundo uma empresa ou produto sustentável por si. “O que podemos dizer é que um proces-

“Hoje já é possível substituir uma grande quantidade

de produtos de uso diário por outros que respeitam

mais o meio ambiente, desde suas matérias-primas - naturais ou recicladas - até seu processamento - como

processos tecnológicos mais limpos e biotecnológicos

não-transgênicos.”

so produtivo ou um produto contribuiu ou não para a sustentabilidade do plane-ta”, explica o professor Biagio Fer-nando Giannetti, da Universidade Paulista (Unip). Ele acredita que as empresas estão de fato as-sumindo compromissos com o meio ambiente, mas que ainda faltam mecanismos para avaliar adequadamente esse processo.

Mesmo ações mais pontuais podem dar início a uma nova mentalidade e aos

poucos ganhar densidade e adesão da po-pulação. Mas os especialistas lembram

que é preciso criar mecanismos eficientes para mensurar o quan-

to novos produtos e processos produtivos estão, de fato, con-tribuindo para a manutenção do planeta. Os efeitos positivos

das inovações e práticas susten-táveis já são alvo de uma série de

formas de mensuração. Existem hoje, no mundo, diversos tipos de certificações

selo de garantia verde

“O ‘ecologicamente correto’ está na moda e ganha rapidamente espaço nos hábitos das famílias. Um exemplo é a rejeição cada vez maior das sacolas e copos plásticos. Mesmo mais caros, os bens e serviços focados na preservação da natureza começam a ser prioridade para as pessoas mais exigentes (e mais conscientes).

e selos verdes para empresas comprometi-das com a redução de impactos negativos ao meio ambiente. Alguns deles são de iniciati-va dos governos e outros são de origem pri-vada ou do terceiro setor.

Os “selos verdes”, que idealmente só de-vem ser aprovados após uma criteriosa avalia-ção de especialistas, são concedidos na União Europeia, Japão, Estados Unidos, Austrália e mesmo na Colômbia. No Brasil, eles existem hoje apenas para produtos da agricultura e pe-cuária orgânicas - certificados pelo IBD (Insti-tuto Biodinâmico) - e para produtos de ma-deira - com certificação de florestas plantadas com plano de manejo sustentável pelo Conse-lho de Manejo Florestal (FSC - Forest Stewar-dship Council). Mas ainda não há uma legisla-ção específica para orientar os proce-dimentos de certificação.

Ecologia

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Bem estar • Nº 20 • Maio 2010 • 6Ecologia

De acordo com o professor Gianetti, é preciso criar com urgência uma metodo-logia padronizada para avaliar os impactos ambientais de um processo produtivo - e, se possível, reduzi-los. “Uma empresa pode obter uma certificação de redução de emis-são de CO2 na produção - e se promover com isso - sendo que o processo produti-vo substituto pode ser muito mais poluente do que a emissão de CO2, explica.

Para ele, o consumidor vai ampliar suas ações respeitosas com o meio ambiente, e cobrar das empresas posturas mais cons-cientes. Mas algumas ações podem se des-gastar com o tempo, quando visões mais abrangentes forem se impondo. Como, por exemplo, uma empresa anunciar que vai plantar árvores para contribuir para a sus-tentabilidade do planeta. “É bom plantar ár-vores, mas já se pensa numa perspectiva maior de mudança, como reduzir o desper-dício e o consumo”, explica.

Dê sua opinião. Participe. CoMenTe esTa MaTérIa

[email protected]

“As ações ecológicas devem ir dos cidadãos às mega

corporações e também ao governo. O lema deve ser

economizar energia elétrica e água, reduzir a queima de petróleo, evitar todo tipo de

desperdício, reciclar tanto quanto possível e possibilitar

que outros reciclem.”

A “mudança de perspectiva”, citada por Gianetti, porém, não parece tão simples. Kip Garland, da “Seed Innovation”, empresa de consultoria em inovação estratégica, garante que para se incluir o tema da sustentabilidade na agenda das empresas é pre-ciso alterar o foco da inovação mudando as perguntas, e não as respostas (para os mesmos questionamentos de sempre).

Ele exemplifica sua teo-ria com uma história bem sim-ples: quando os homens ainda pensavam em como criar ar-mas de caça mais eficientes, alguém pensou em caçar sem sair do lugar e criou a domesticação de animais. Isso foi uma mudança de perspectiva. “Hoje, ao in-vés de nos perguntarmos como fazer para

nos transportarmos com energias mais lim-pas, devemos questionar por que estamos nos transportando tanto”. Para Garland, não basta pensar em novas formas de economi-zar energia mantendo o padrão vigente, é

preciso mudar este padrão vi-gente (social, de trabalho etc.).

No mesmo sentido, Gün-ter Pauli, fundador e diretor da “Zero Emissions Resear-ch and Initiatives” (Fundação Zeri - rede de 3 mil estudio-sos que buscam soluções cria-tivas para problemas de indús-trias), argumenta que é pre-

ciso pensar no processo de inovação para além do desenvolvimento de novos proces-sos ou produtos em épocas de crise. “O processo inovativo deve ser constante e o

“Hoje, ao invés de nos perguntarmos como fazer para nos transportarmos com energias mais limpas, devemos questionar por que estamos nos transportando tanto.”

nova perspectiva

foco na sustentabilidade deve fazer parte da cultura da inovação”, diz.

Pauli e Garland estiveram presentes na última reunião anual da “Associação Nacio-nal de Pesquisa e Desenvolvimento das Em-presas Inovadoras” (Anpei). Maria Ânge-la do Rêgo Barros, presidente desta Asso-ciação, diz que a escolha do tema é oportu-na. Para ela, o equilíbrio ecológico depende da adoção imediata de práticas sustentáveis por todos os seres humanos, inclusive do se-tor produtivo. Isso significa que as ações em prol da sustentabilidade vão do cidadão co-mum às mega corporações e a todos os ní-veis de governo: “o lema deve ser economi-zar energia elétrica e água, reduzir a quei-ma de combustíveis fósseis, evitar todo tipo de desperdício, reciclar tanto quanto possí-vel e possibilitar que outros reciclem”, afir-ma a empresária.

Fonte: agência envolverde/Mercado ético

O desafio está na escolha de

cada um de nós: produtos verdes ou poluidores?

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7 • Nº 20 • Maio 2010 • Bem estar Sua saúde merece cuidadoNotícias para ler e repassar

é cada vez mais comum ver pessoas com iPods e outros tocadores de

MP3 enquanto fazem suas atividades. O que poucos sabem é que estão acen-tuando o risco de perda auditiva por exposição sonora inadequada, é o que alertam os especialistas.

São dois os motivos que tornam perigosos esses aparelhos: o primei-ro é a grande capacidade de memória e a durabilidade das baterias, que per-mitem o uso continuado durante ho-ras seguidas. Para ter uma ideia, um dos atrativos de um lançamento recen-te é a bateria que dura até 24 horas se-guidas. O segundo fator preocupante é o design dos fones, criados para se-rem postos dentro do ouvido, diferen-temente dos modelos mais antigos - e menos danosos - que cobriam a orelha.

“Os fones de inserção são mais perigosos porque potencializam o som. Quando a fonte sonora é exter-na, há uma perda de energia vibrató-ria no caminho entre ela e o ouvido. Com o fone dentro do ouvido, a ener-gia vai toda”, comenta a fonoaudiólo-ga Adriana Giora, do Centro Auditivo

Telex no Rio de Janeiro.Yotaka Fukuda, professor de otor-

rinolaringologia da Universidade Fede-ral de São Paulo, diz que problemas auditivos decorrentes do uso de fo-nes “não são novidade”. De fato, uma pesquisa realizada com 908 estudantes de São Paulo em 1996 já apontava que 64% deles usavam fones de ouvido e 18% recorriam exclusivamente a esse tipo de fonte sonora para ouvir músi-ca. Desses 18%, 9,4% já apresentavam comprometimento auditivo.

O especialista explica que os abu-sos levam à degeneração das células sensoriais localizadas na cóclea (estru-tura mais interna do ouvido), que trans-formam a energia vibratória em estímu-lo elétrico e o transmitem ao cérebro. “Essas células têm um limite de resis-tência à energia sonora”, ressalta. “Se, ao desligar o equipamento, o usuário tem uma sensação de perda auditiva transitória, já deve ficar atento.”

Controlar o tempo de exposi-ção ao fone de ouvido e não sucumbir à tentação de explorar toda a potên-cia do volume são cuidados importan-

tes recomendados para proteger a au-dição. Um exemplo: um ano após ter comprado um iPod e utilizá-lo diaria-mente de quatro a seis horas seguidas, o designer gráfico Ivan Goersch, 33, conta que começou a perceber alguns sinais de perdas auditivas. “Não ouço mais como antigamente. Hoje perco partes das conversas e, nos ambientes barulhentos, piora muito”, diz Goersch que já está pensando em procurar um especialista para uma avaliação. “Nun-ca uso o iPod no volume total, mas já houve horas em que precisei desligar porque o ouvido estava doendo.”

Adriana Giora, do Centro Telex, explica que para fazer uma avaliação de perda auditiva, deve-se procurar um otorrinolaringologista. Esse especialis-ta encaminhará o paciente para um fo-noaudiólogo, que realizará uma série de testes diagnósticos para checar se o caso é recuperável. Pessoas que já so-freram trauma acústico - lesão provo-cada por um episódio específico como o estampido de uma arma ou a expo-sição a uma grande carga sonora - de-vem redobrar os cuidados.

Você já deve ter ouvi-do a máxima de saúde

que recomenda “tomar café da manhã como um rei, al-moçar como um vassalo e jantar como um mendigo”. Afora a comparação aristo-crática, ela tem uma men-sagem importante: quanto mais tardia a refeição, mais ela se transformará em gor-dura corporal.

De todas as refeições, o jantar é o que mais ab-sorve as calorias dos ali-mentos ingeridos, pois à noite o organismo gasta menos energia, armazenando-a sob a forma de gordura.

É fácil entender os motivos. Queimamos poucas calorias dormindo porque durante o sono quase não nos movimenta-mos, a respiração é mais lenta, os batimentos cardíacos dimi-nuem, o processo digestivo é quase nulo, a atividade cerebral diminui assim como a temperatura corporal e assim por diante.

Portanto o gasto calórico do organismo em repouso é bem menor que durante as atividades diárias. Simplesmente uma boa parte delas será transformada em gordura durante o sono.

Pense duas vezes ao pedir aquela pizza gigante para acom-panhar o filminho na TV. Pegue leve e fique leve.

AtAque à AuDiçãoAbusos no tempo de audição e no volume levam à

degeneração das células sensoriais da estrutura mais interna do ouvido, que têm um limite de resistência à energia sonora.

refeições à noiteComer muito antes de dormir significa

armazenar energia em forma de gordura corporal. É esse seu objetivo?

Fique Alerta

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a diabetesNutricionista Tânia Mara Pantoja

19/06/2010 - 10h00

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Copacabana Center. (51) 3346.3346

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Homeopática com o alimento orgânicodra. elisandra pezzetta

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Boas Notícias

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Maternidade e autoconheciMento“O filho é o reflexo da sombra da mãe”

Matéria dE capa

durante os primeiros

dois anos de vida, os bebês

refletem as emoções e

os sentimentos inconscientes de suas mães.

um tempo de revelações, de expe-riências místicas, uma oportunida-de para o autoconhecimento, para mergulhar nos aspectos ocultos da

psique feminina. Um tempo em que as luzes e sombras emergem e explodem como um vul-cão em erupção. É a loucura indefectível e um “não reconhecer-se” a si mesma, porque, desde o momento do parto, a alma da mulher se des-dobra e se torna mamãe-bebê, bebê-mamãe ao mesmo tempo.

Isso é também a maternidade, segundo a inovadora e certamente polêmica visão da psi-coterapeuta familiar argentina, especializada em crianças, Laura Gutman, autora do livro “A ma-ternidade e o encontro com a própria sombra”.

Seu livro, longe de pretender ser um guia para mães desesperadas, é um convite para que as mulheres repensem as ideias preconcebidas, os preconceitos e os autoritarismos, encarna-

dos em opiniões discutíveis sobre o parto, os cuidados com os bebês, a educação, as formas de vincular-se e à comunicação entre adultos e crianças.

enTreVIsTa Verónica podestá Social e culturalmente, a ideia que se

apresenta às mães sobre a chegada de um novo ser é de um fato ideal, feliz e lumino-so. É necessária certa audácia para encarar o tema a partir de um “encontro com a própria sombra”. A que você se refere exatamente?

laura Gutman - É claro que a sociedade ou o inconsciente coletivo tentam colocar a ma-ternidade num leito de rosas. Quanto mais uma mamãe “compre” esta visão unilateral, mais im-pactante e mais brutal resultará para ela o en-contro com os lugares obscuros que aparecem depois do parto e no puerpério. Eu encaro a maternidade como uma crise, um rompimento

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Maternidade e autoconheciMento“O filho é o reflexo da sombra da mãe”

Matéria dE capa

ainda que a separação física efetivamente se produza no parto, bebê e mãe seguem em fusão no mundo emocional.

que se produz no parto e nessa quebra se co-lam partes da sombra, ou seja, pedacinhos de alma ocultos ou desconhecidos até então, que se manifestam através do bebê. Ele se converte em espelho cristalino dos aspectos mais ocultos da mãe, de sua sombra. Por isso, o contato pro-fundo com um bebê é uma grande oportunidade que se deve aproveitar ao máximo.

De que maneira a sombra da mãe se manifesta através do bebê?

laura - Quando um bebê nasce se pro-duz a separação física, mas este corpo recém-nascido não é só matéria, mas também um cor-po sutil, emocional, espiritual. Ainda que a se-paração física efetivamente se produza, bebê e mãe seguem fusionados no mundo emocional. O bebê se constitui no sistema de representa-ção da alma da mãe. Tudo o que a mãe sen-te, recorda, o que a preocupa, o que rechaça, o

bebê o vive como sendo próprio. Porque neste sentido e momento são dois seres em um. En-tão a mãe atravessa esse período desdobrada no campo emocional, já que sua alma se manifesta tanto em seu próprio corpo como no corpo do bebê. E o mais incrível é que o bebê sente como próprio tudo o que sente a sua mãe, sobretudo o que ela não pode reconhecer, o que não resi-de em sua consciência, o que foi relegado à som-bra. Então, se um bebê adoece ou chora desme-didamente, ou se está alterado, além de fazer-mos perguntas no plano físico será necessário atender o corpo espiritual da mãe, reconhecen-do que a enfermidade da criança manifesta uma parte da sombra da mãe.

E como a mãe pode canalizar esta mani-festação do bebê para seu próprio crescimento?

laura - Se um bebê chora dema-siadamente, se não é possível acalmá-lo a

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nem o amamentando nem o aninhando, enfim, depois de co-brir as necessidades básicas, a pergunta seria: Porque chora tan-to a sua mamãe? Se o bebê não se conecta, parece deprimido, quais são os pensamentos que inundam a mente de sua mãe? Se um bebê rechaça o seio, quais são os mo-tivos que pelos quais a mãe re-chaça o bebê? As respostas resi-dem no interior de cada mãe, ain-da que não sejam evidentes. Para ali devemos dirigir nossa busca, à medida que a mulher tenha uma genuína intenção de encontrar-se consigo mesma.

Este estado de fusão emo-

cional dura dois anos, tempo em que a mãe experimenta estados alterados de consciência por vi-ver desdobrada em vários cam-pos emocionais. Esta é a loucura do puerpério.

Por que dois anos? Comu-mente se fala do puerpério como um período que dura cer-ca de 40 dias.

laura – Considera-se puer-pério os primeiros quarenta dias depois do parto, porque se toma como parâmetro a cicatrização da episiotomia, a interdição sexual ou moral, para que o homem não queira exigir genitalidade à mulher. Eu creio que é um fenômeno emo-cional. Enquanto dura a fusão emo-cional, dura o puerpério. Por vol-ta dos dois anos a criança começa a separar-se emocionalmente de sua mãe. Até então era bebê-ma-mãe, um ser totalmente fusionado, que fala de si na terceira pessoa: “Matias quer água”. Aos dois anos começa a dizer “Eu quero água”. Quando se constroi como um ser separado, começa lentamente a separar-se emocionalmente.

Como nasce tua teoria?laura – Sinceramente, não

sei quando nem como nasceu mi-nha “teoria”, já que não a vivo como “teoria”, mas sim como uma prática constante. Basica-

“M eu segundo parto foi em Paris, com o dou-

tor Michel Odent. Tinha data para o dia 3 de março, mas no dia 26 começaram as contra-ções. Como o trabalho de par-to, que durou 24 horas, se pro-longava, a parteira do hospital me tomou pelo braço e me le-vou correndo à sala “de partos selvagens”, como a chamavam eles: colchão no chão, almofa-das, paredes de madeira, pos-ters e um... aparelho de som!

Uma mulher de cabelo grande e negro estava parada, sustentada por outra parteira, puxando. Ao ver nascer ao seu bebê, senti o cheiro do sangue fresco e me invadiu tal emoção

que acelerou minhas contra-ções. Minutos depois terminei minha dilatação. Estava meio parada, mas a força do PUXO me fazia ficar acocorada, quase no chão. Vi aparecer meu bebê e o tomei com meus braços en-quanto saía suavemente do ca-nal de parto. O bebê nunca chorou. Só sorria. O coloquei no peito, eu chorando. Foi a força do parto de uma mulher desco-nhecida que me ajudou a “sol-tar as amarras de meu contro-le” e possibilitou a entrega.

Depois voltei caminhando para o quarto com meu bebê nos braços.”

laura Gutman

Parir em liberdade“Se um bebê chora demasiadamente,

se não é possível acalmá-lo nem

o amamentando nem o aninhando,

a pergunta seria: Porque chora

tanto a sua mamãe? Se o bebê

não se conecta, parece deprimido,

quais são os pensamentos que inundam a mente

de sua mãe? Se um bebê rechaça o seio, quais são

os motivos que pelos quais a mãe rechaça o bebê?”

Matéria dE capa

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mente através da observação de centenas de mães se relacionando com seus bebês. Foi muito revela-dor para mim, quando há cerca de 20 anos li o livro “A Enfermidade como Caminho”, de Dethlefssen e Dahlke, um médico e um astrólo-go alemães, ambos junguianos. Co-mecei a investigar a teoria de Jung em relação à manifestação da som-bra, e ao sentir que as crianças pe-quenas estavam tão involucradas dentro do campo emocional das mães, e vice-versa, me ocorreu ob-servar se o que manifestavam – e que eram muitas vezes incompre-ensíveis para as mães – poderia ser a expressão de situações emocio-nais que elas não poderiam reco-nhecer como próprias. É muito fre-quente que as mães não falem de si mesmas nas consultas, mas sim do que está acontecendo com seus filhos. E foi cada vez mais eviden-te para mim que este “jogo” era permanente. Por exemplo, quan-do eu coordenava grupos de crian-ças e algum bebê estava muito in-quieto, eu tentava induzir à mãe a um olhar interno, íntimo, até que “tocava” num ponto doloroso pes-soal, de sua história primária. Mes-mo que considerasse que o assun-to estava “superado”, quando con-seguia falar sobre o tema, o bebê automaticamente parava de cho-rar. E o grupo era testemunho des-ta “magia”. Mas não era nada má-gico, era a mãe que se apropriava de uma parte de sua sombra, que o

“Mesmo que considerasse que o assunto traumático estava “superado”, quando a mãe conseguia falar sobre o tema, o bebê automaticamente parava de chorar. não era nada mágico, era a mãe que se apropriava de uma parte de sua sombra, que o bebê estava, de outro modo, obrigado a manifestá-la”.

bebê estava, de outro modo, obri-gado a manifestá-la. Aos poucos fui aprendendo a reconhecer mais ra-pidamente a linguagem dos bebês e crianças pequenas “fusionadas” ao campo emocional da mãe. Na reali-dade, o verdadeiro trabalho de bus-ca quem o realiza é a mãe, o meu papel é só o de apoiar a busca ge-nuína, porque cada indivíduo sabe profundamente o que lhe passa. Os bebês são seres sutis, por isso ma-nifestam com total espontaneidade. Neste sentido são verdadeiros es-pelhos da alma.

Em seu livro você faz uma distinção entre a dor como algo

necessário e positivo para o cres-cimento, e o sofrimento, desne-cessário e destrutivo. Que dife-rença há entre um e outro?

laura – Quando falo da dife-rença entre dor e sofrimento, me refiro ao parto em si mesmo. Hoje em dia quase todas as mulheres pa-recem anestesiadas, em partos “in-duzidos” pela introdução de ocito-nina sintética, para regular a dura-ção e a intensidade das contrações. Em geral a mulher não é respeitada, não lhes permitem mover-se, ca-minhar, comer, ir ao banheiro; ela está atada à cadeira de parto que é terrivelmente incomoda, lhe aco-

mete câimbras nas pernas, lhes ras-gam, entram muitas pessoas, médi-cos e paramédicos, enquanto a mu-lher está com os genitais expostos, há pouca afetividade e nenhuma in-timidade. O marido está atuando, fazendo de conta que é um bom pai moderno. É tanto sofrimento, que as mulheres, ao invés de pedirem contenção, abraços, calor, amor, silêncio, música, água, algo doce para a boca, suavidade... pedem aos gritos por anestesia. E recebem.

Se pudéssemos imaginar um parto acompanhado verdadeira-mente, com liberdade de movi-mento, na data verdadeira (ainda que “se atrase”), em intimidade, com uma ou duas pessoas do círcu-lo mais íntimo, a dor seria então o veículo para o recolhimento, para a introspecção, para sair do mundo das formas e entrar no mundo sem limites, sem palavras, sem luzes... É um momento de abertura de cons-ciência. Assim a dor é suportável, é necessária, porque nos permi-te “sair” do mundo racional, e só fora do mundo racional se pode parir em liberdade. Nós mulheres que parimos verdadeiramente em liberdade é que podemos contar o que é o paraíso.

Não há modelos nem recei-tas sobre como ser mãe no Sé-culo XXI. Qual você crê que seja o maior desafio para as mulheres de hoje?

“nós mulheres, que parimos verdadeiramente em liberdade, é que podemos contar o que é o paraíso”.

a

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laura Gutman – É certo que não há modelos. O que pode-mos chamar tradicional, ou seja, o que viveram nossas avós, se refe-re à dona de casa que criou filhos e criou o marido. Muitas delas fo-ram escravas dos desejos dos de-mais. Hoje em dia, algumas de nós mulheres estão num polo aparen-temente longínquo, trabalhamos todo o dia, ganhamos dinheiro, às vezes somos bem sucedidas, criativas, independentes. Quando aparece o primeiro filho, na minha opinião, se temos construída toda a nossa identidade no que cha-mo energia Yang – aspectos con-cretos do trabalho, dinheiro, re-lações sociais, etc. - isto que nos

traz o bebê não tem nada a ver com o “normal”... E tendemos a fugir para os espaços conhecidos: desesperadas para voltar a traba-lhar, a ser o que éramos antes. Para mim isto também é falta de liberdade interior.

É necessário revisar os acor-dos do casal anteriores ao nas-cimento do filho, quando so-mos capazes de nos apoiarmos um ao outro e vice-versa. Ma-ternar é fundamentalmente co-nectar-se profundamente com a energia Yin, que é lenta, silencio-sa, de tempos prolongados, re-donda, quentinha, suave, interna, obscura, pegajosa... Navegar en-tre as duas energias é para mim

um dos principais desafios para as mulheres modernas. Nem fu-gir do desconhecido, nem nos tornar alheias ao mundo, infantil-mente como nossas avós. E saber que há outras pessoas ao redor para ocupar certos espaços por um tempo: o homem será a sus-tentação para que a mulher pos-sa maternar. E se não há um ho-mem maduro, haverá outras re-des, família, amigos, grupos de apoio. Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem bus-car o próprio destino.

Publicado em uno MIsMo

“Maternar é conectar-se

profundamente com a energia

Yin, que é lenta, silenciosa, de tempos

prolongados, redonda,

quentinha, suave, interna,

obscura, pegajosa...

navegar entre as duas energias,

Yin e Yang, é para mim um dos principais desafios para as mulheres modernas”.

“não se pode maternar sem sustentação. não se pode maternar sem fusão

emocional. não se pode maternar sem buscar o

próprio destino”.

Saiba maislaura Gutman é argentina, te-

rapeuta familiar e escritora. Com onze livros publicado em vários idiomas, além de incontáveis artigos sobre maternida-de, paternidade, vínculos primários, de-samparo emocional, vícios, violência e metodologias para acompanhar proces-sos de busca pessoal, Laura é colabora-dora habitual de numerosas revistas na Argentina e Espanha.

Para difundir e aplicar suas ideias, Laura fundou e dirige “Crianza”, uma instituição com base em Buenos Aires, na qual funciona uma escola de formação de profissionais da saúde e educação, grupos de mães, um serviço de “doulas” (assistentes a domicílio) para mulheres puérperes, seminários breves para pro-fissionais, terapias individuais e de casal e publicações sobre maternidade.

Viste seu site: www.crianza.com.ar

Dê sua opinião. Participe. CoMenTe esTa MaTérIa

[email protected]

Ideias FortespolêMICas . InsTIGanTes . CurIosas

Um grande jogador faz um belo gol moral. De placa!

No final de setembro passado, o presiden-te Lula decidiu dar

um prêmio aos jogadores de fute-bol que venceram Copas do Mun-do; o valor pode chegar a 465 mil reais. Além do prêmio, Lula e a Associação dos Campeões Mun-diais do Brasil negociam uma apo-sentadoria de dez salários míni-mos para esses atletas. O benefí-cio valerá inicialmente para os ex-jogadores de 1958 e se estende-rá, posteriormente, a quem atuou nos Mundiais de 1962, 1970, 1994 e 2002.

O jogador TOSTÃO, um dos destaques da Copa de 1970, mé-dico e escritor, atualmente co-mentarista esportivo, escreveu a seguinte resposta, publicada em vários jornais do Brasil:

“Na semana passada soube, sem ainda saber detalhes, que o governo federal vai premiar, com um pouco mais de R$ 400 mil, cada um dos campeões do mun-do, pelo Brasil, em todas as Copas.

Não há razão para isso. Po-

A poesia do tigre

Eu sou o delicioso paradoxo.O mundo inteiro é meu palco.

Eu incendeio novas trilhas, eu procuro o inatingívele intento o que não foi intentado.Danço ao som da música da vidaem alegre abandono.Venha cavalgar comigo em meu carrossel,veja as cores em número infinito,as luzes que cintilam.Todos me aclamam o realizador sem paralelo”.

eu sou o TIGre,Livro ‘Horóscopo Chinês’, de Theodora Lau

Estamos no ano do Tigre, e não custa fazer

um agrado para este interessante felino.

GOL DE ÉTICA

dem tirar meu nome da lista, mesmo sabendo que preciso tra-balhar durante anos para ganhar essa quantia.

O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse assim, os campeões de outros esportes te-riam o mesmo direito. E os atletas que não foram campeões do mun-do, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos os cam-

peões foram bem premiados pe-los títulos. Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo com os valores de referên-cia da época.

O que precisa ser feito pelo governo, CBF e clubes por onde atuaram esses atletas é ajudar os que passam por grandes difi-culdades, além de criar e aprimo-rar leis de proteção aos jogadores

e suas famílias, como pensões e aposentadorias.

É necessário ainda preparar os atletas em atividade para o fu-turo, para terem condições técni-cas e emocionais de exercer outras atividades. A vida é curta, e a dos atletas, mais ainda.

Alguns vão lembrar e criticar que recebi, junto com os campe-ões de 1970, um carro Fusca da prefeitura de São Paulo. Na épo-ca, o prefeito era Paulo Maluf. Se tivesse a consciência que tenho hoje, não aceitaria. Tinha 23 anos, estava eufórico e achava que era uma grande homenagem. Ainda bem que a justiça obrigou o pre-feito a devolver aos cofres públi-cos, com o próprio dinheiro, o va-lor para a compra dos carros.

Não foi o único erro que co-meti na vida. Sou apenas um cida-dão que tenta ser justo e correto. É minha obrigação. O dinheiro pú-blico deve ser melhor empregado.”

TosTão

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Bem estar • Nº 20 • Maio 2010 • 14saúdE dos pés

Importante aliado para a beleza feminina, ele pode causar diversos problemas de

saúde se não usado com cautela.

salto alto prós e contras

“Quando usado por um longo período, saltos que tenham mais que quatro centímetros

de altura podem causar danos à coluna e aos joelhos,

encurtamento dos músculos da panturrilha e desvios nos pés.”

P ara a grande maioria das mulhe-res, o salto alto é um aliado fun-damental para realçar sua bele-

za: aumenta a estatura, realça o bum-bum, coloca o peito para frente deixan-do a mulher mais bonita e imponente. Até aí tudo bem, pois ele realmente dá uma elegância extra à mulher.

O problema é quando ele é usado excessivamente, seu salto é alto de mais ou tem o bico muito fino. Segundo a Socie-dade Americana de Ortope-dia, cerca de três bilhões de dólares são gastos anualmen-te em cirurgias nos pés nos Estados Unidos por conta do salto alto. Infelizmente, quan-to maiores eles são, mais dores e proble-mas ortopédicos causam. Quando usa-do por um longo período, saltos que te-nham mais que quatro centímetros de al-tura podem causar danos à coluna e aos

“Na hora de comprar seus sapatos, não aceite os

argumentos do vendedor de que ‘depois ele cede’. Isto até pode acontecer, mas somente depois que você já perdeu os

cabelos de tanto sofrer.”

joelhos, encurtamento dos músculos da panturrilha e desvios nos pés.

proBleMas corporais

Independente do tamanho e do for-mato, ele muda a maneira como a pes-

soa pisa no chão e se equili-bra (quanto maior o salto, menor a superfície de apoio), o que faz com que o peso se concentre nos dedos, espe-cialmente se os sapatos tive-rem o bico fino, O que reduz a área de apoio dos pés. É im-portante lembrar que quando

a pessoa anda de salto, joga todo o peso do corpo para a parte da frente do pé, e isso causa desde pequenas fraturas por estresse até traumas por repetição nos pequenos ossos dos pés, além de incha-

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15 • Nº 20 • Maio 2010 • Bem estar saúdE dos pés

mento do nervo que fica no meio dos ossos. Acrescente-se calos, bolhas, inchaço e até fis-suras podem aparecer por causa do excesso de uso de saltos altos.

Muitos especialistas na área de ortope-dia e fisioterapia ressaltam outro tipo comum de problemas causados pelo uso excessivo de saltos super altos: desvios na coluna. Isto por-que para conseguir equilíbrio em cima de um salto muito alto, o corpo busca compensa-ções que podem levar a hiper lordoses e hi-per cifoses”, que sãos desvios frontais e late-rais da coluna vertebral

Outros males rela-tados pelos especialistas são o encurtamento mus-cular, que leva a uma alte-ração postural, deformi-dades ósseas e problemas vasculares. Ficar muito tempo em pé de salto deixa a panturrilha em constante contração, fa-zendo com que o sangue não seja totalmente bom-beado para todos os lu-gares da perna.

Muitas vezes a rea-daptação aos sapatos nor-mais não é tão fácil. Por isso que existem pes-soas que usam salto alto constantemente e quando colocam sapatos de salto baixo ou tênis ficam desconfortáveis na panturrilha e nos pés, que estão encurtados, “adaptados” ao salto alto. Outro problema são as dores no arco anterior dos pés, local onde o pé fica apoiado nos famosos joanetes, causados pelo desvio dos dedos e por compressão.

Uma solução paliativa é o uso de sola-dos tipo plataforma porque ajudam a man-

C laro que o gosto e a intenção de cada um devem ser levados em conta, mas algumas dicas devem ser colocadas no

foco na hora da escolha.n Prefira comprar sapatos no fim da tar-

de e à noite, pois é comum os pés incharem ao longo do dia. Assim evita-se comprar um sapa-to que está confortável na hora, mas que ho-ras depois ficará insuportável.

n Veja qual dedo do pé é maior.Na hora de calçar, é preciso haver 2,5 cm de folga em relação a esse dedo.

n Experimente sempre os dois pés do calçado. Lembre-se que um pé é sempre di-ferente do outro.

n Em alguns países, como a Tailândia, as pessoas compram sempre um número a mais, para dar conforto aos pés. Aqui não te-mos essa tradição, mas é fundamental lem-brar que um sapato apertado é algo tortu-rante (os pés podem ficar elegantes, mas a

expressão facial...). Portanto, nem largo em excesso, que fique saindo dos pés, nem aper-tado demais, o pior dos mundos. É preciso que ele esteja bem confortável na loja, na hora da compra. (Não aceite argumentos do vendedor de que “depois ele cede”. Isto pode acontecer, mas depois que você já perdeu os cabelos de tanto sofrer.

n Fundamental, ao dar aquela voltinha na loja na hora da decisão da compra, sinta bem se o calçado oferece bom equilíbrio. Afinal, uma das funções principais dos sapatos é essa; fi-car com uma base sempre em falso vai pro-vocar uma insegurança (além das outras ques-tões que falamos) que a eventual beleza do sa-pato não vai esconder (“Que moça bonita, mas parece tão insegura quando caminha...”).

Concluindo, a beleza é relativa. Os pés podem estar com uma “obra de arte” que pode não te favorecer em nada, além de pre-judicar de várias formas a sua saúde.

“Uma das funções principais dos sapatos é dar equilíbrio. Ficar com uma base em falso vai

provocar uma insegurança que a eventual beleza do sapato não vai esconder (‘Que moça bonita, mas

parece tão insegura quando caminha. ’).”

ter o equilíbrio mais facilmente, por terem uma área de apoio muito maior. Fuja, ou re-serve para ocasiões muito especiais, os sa-patos de salto fino ou agulha, que são pou-co estáveis, facilitam torções e os proble-mas citados anteriormente.

outros proBleMas coMuns

n pIsada errada - Nem só o salto alto pode provocar pro-blemas nos pés. Calça-dos fechados de borracha e outros materiais sinté-ticos, como o tênis, faci-litam o aparecimento de micoses. Caso isso acon-teça, além do tratamen-to dos pés (lembre-se que enxugar bem os pés pre-vine as micoses e o mau cheiro), o sapato ou tênis deve ser lavado e arejado e não deve ser usado por dois dias seguidos. É preci-so deixá-lo fora do armá-rio, se possível no sol, para

que os germes e bactérias desapareçam. n unHas enCraVadas - Mode-

los com bico fino facilitam o aparecimen-to de unhas encravadas, pois deformam o seu crescimento natural. Para evitar o pro-blema é preciso cortar a unha de modo a deixá-la quadrada e sem pontas. Para evi-tar este problema, os mais recomendados são os sapatos com saltos e bicos quadra-dos ou redondos, por serem mais estáveis e confortáveis.

como escolher o sapato

Renato Guariglia e Renata CunhaEditores - Zona SulFábio FerreiraDiagramaçãoRenato GuarigliaComercialImpressão: Grupo SinosTiragem: 10 mil exemplaresContato: (51) [email protected]

REDE BEM ESTAR

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam

felicidade para todos os seres.

Érico vieiraComercial/RelacionamentoMax BofAdministrativo/ Produção Editorial

Ralph vianaConteúdo/Arte

Jaqueline BicaDiagramação Central

Jornalista responsável: Max Bof (MtB 25046) Material: Revistas CUERPOMENtE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLO-GY tODAY, BUENA SALUD, tHE QUESt, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGI-CAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

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