Bem Estar Zona Sul julho 2010

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SOCIEDADE Como Nova York superou a violência através da Psicologia? MEDICINA GENEROSIDADE Auxiliar os outros é uma tendência inerente à natureza humana. Ajudar leva e traz felicidade! Miguel Pros propõe a humanização dos estudos médicos LIMÃO Ele é azedo, mas faz um bem danado! Jornal de Coleção • ano 2 • nº 22 • JUlHo 2010 • 10.000 exemp. • Tel. (51) 3268.4984 • disTribUição GraTUiTa ZONA SUL

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Jornal Bem Estar Zona Sul Edição julho

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SOCIEDADE

Como Nova York superou a violência

através da Psicologia?

mEDICInA

Generosidade

Auxiliar os outros é uma tendência inerente à natureza humana. Ajudar leva e traz felicidade!

Miguel Pros propõe a humanização dos

estudos médicos

LImÃO

Ele é azedo, mas faz um bem danado!

Jornal de Coleção • ano 2 • nº 22 • JUlHo 2010 • 10.000 exemp. • Tel. (51) 3268.4984 • disTribUição GraTUiTa

zonasul

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OshO

Existe um tipo de comunicação onde a linguagem é totalmente desnecessária. Um momento precioso onde duas pessoas estão realmente presentes. Neste caso, as Presenças se encontram e se fundem, e algo mágico acontece.

v

Encontros no silêncio

ocê sempre permaneceu unido apenas informalmente, e quando está unido formalmente a alguém pode continuar enganando a res-

peito de mil e uma coisas disparatadas, por-que nada importa – é só um passatempo.

Mas quando você começa a se sentir mais próximo de alguém e surge uma inti-midade, então até mesmo uma simples pala-vra que pronuncie é importante. Então voe não pode brincar com as palavras com tanta facilidade, porque agora tudo tem significa-do. Portanto, haverá lacunas de silêncio. A princípio, você se sentirá estranho, porque não está acostumado ao silêncio. Você acha que deve dizer algo; do contrário, o que o outro irá pensar?

Sempre que você se aproxima de al-guém, sempre que há algum tipo de amor, o silêncio vem e não há nada a dizer. Na ver-dade, não há nada a dizer – não há nada. Com um estranho há muito a dizer; com os amigos, nada a dizer. E o silêncio se tor-na pesado porque você não esta acostuma-do com ele.

Você não sabe o que é a música do si-lêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente. Você não sabe se comunicar por

intermédio do coração, coração a coração, em silêncio. Você não sabe como se comu-nicar apenas estando ali presente, por in-termédio da sua presença. Você está evo-luindo e os padrões antigos de comunica-ção estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comu-nicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comuni-cação não-verbal.

A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sa-bemos como fazê-lo, pouco a pouco, a lin-guagem não é mais necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio. Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá pa-rar de crescer. Nada faz falta quando a lin-guagem começa a desaparecer; essa é uma idéia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo. Você está crescendo e suas rou-pas estão ficando apertadas. Não é que es-teja faltando algo; algo está sendo acrescen-tado a você a cada dia.

Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio con-vém. Assim, da próxima vez em que estiver

com alguém e não estiver se comunicando com palavras, e sentir-se pouco à vontade, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.

A linguagem é necessária para aproxi-mar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso. É preci-so tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão – as ve-zes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes você apenas fica em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes. As presenças se en-contram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo – ninguém mais vai saber, tal a profundidade em que acontece.

Aproveite esse silêncio; sinta-o, pro-ve-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele te m a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela.

Texto especialmente dedicado à amiga Joana Izabel da Silva. Do livro inTimidade – Como Confiar

em si mesmo e nos outros, Editora Cultrix.

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1. CHÁ desTrÓi pedras nos rins

Estudo realizado com ratos de labora-tório na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que o chá de quebra-pedra (Phyllantus niruri) pode realmen-te ajudar a destruir pedras nos rins, como seu nome indica. A química Ana Maria Frei-tas, em sua tese de doutorado defendida na Nefrologia da Unifesp, demonstrou como a planta é útil no tratamento dos pacientes com cálculo renal, se dosado seu uso. Bin-go para o famoso e popular chá.

2. erVas relaxam e FaZem sonHar

Não é a que você pensou; são outras ervas. Estudo do Grupo de Pesquisa Psico-farmacológica de Londres mostrou que as ervas kava-kava e valeriana são úteis con-tra a insônia relacionada ao estresse. Na pesquisa, elas foram usadas separadamen-

Ervas quE Funcionam!Várias pesquisas comprovam os efeitos benéficos dos tratamentos fitoterápicos.Este mês esta seção faz uma homenagem especial aos nossos amigos vegetais.

O Guia Saúde é todo sobre eles!

te durante seis semanas e diminuíram o es-tresse e a insônia, apresentando somente pe-quenos efeitos colaterais, como sonhos in-tensos e rápidas tonturas. Agora, eles que-rem saber se o uso prolongado é benéfico. Como estavam estressados com a pesquisa os pesquisadores começaram tomando um pouco da poção. Aguardamos a continuação.

3. ÓTimo para a memÓria O extrato de ginkgo biloba é benéfico

para a memória de idosos e pode ser útil nos tratamentos de derrame, amnésia, doenças de Parkinson e Alzheimer, é o que afirmam farmacologistas da Faculdade de Medicina do ABC. A ação do ginkgo na memória é devi-do aos seus efeitos vasodilatadores, melhorando o fluxo de sangue, além de ser antioxidante.

Como sempre, ne-nhuma novidade no co-nhecimento dos efei-tos de mais esta erva medicinal, a não ser o registro que a medici-na alopática reconhece sua eficácia e aceita um artigo em uma de suas re-vistas.

4. alimenTação para oVUlar Segundo os especialistas em reprodu-

ção humana Marcio Coslovsky e Isaac Yadid, da Clínica Huntington, do Rio, o consumo de soja, tofu, brócolis, couve-flor e inhame au-menta a chance de engravidar. A soja e seus derivados contém flavonóides, responsáveis pelo efeito semelhante ao da reposição hor-

monal em mulheres na menopausa. E são vegetais ricos em vitaminas,

capazes de aumentar a pro-dução de estrogênio. Isso

ajuda a regular a ovula-ção e o período fértil.

Então, é só seguir a receita e comer mui-to desses maravilhosos alimentos. Mas também

tem que namorar, você sabe, senão não tem vege-

tal que dê jeito.

5. TUdo de bom para o Coração.

Vários vegetais tem poder de remé-dios para o órgão. Segundo o cardiologista Sergio Puppin, autor do livro “Doenças car-diovasculares - mitos e verdades”, bróco-lis, couve, couve-flor e espinafre são exce-lentes fontes de saúde. Especialmente por-

que são ricos em fibras e tem ação antioxidan-tes. Eles ajudam a di-minuir o colesterol e previnem doenças car-diovasculares. Além disso, contem luteína, que segundo pesqui-

sas, é útil na prevenção da cegueira na velhice (a degeneração macular).

“Esses alimentos aceleram a elimina-ção de estrogênio do organismo, prote-gendo contra o câncer de mama. E tem ação anti viral e anti ulcerativa. A única res-salva é com relação ao intenso cozimen-to, que pode alterar as propriedades dos nutrientes - explica o médico. Ele diz ain-da que a maçã tem alto poder antiinflama-tório, sendo indicada contra artroses e do-res reumáticas, alem de melhorar o traba-lho do fígado.

Guia Saúde

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E le é azedo que dói, mas faz um bem danado. Esta-mos falando do limão,

uma fruta fácil tanto de se encontrar, como de cul-tivar.

Oriundo do Limoeiro (Ci-trus Limo-num), seu valor terapêutico é bastante amplo, po-dendo ser utilizado no tratamento de diversos tipos de enfermidades.

Só para se ter uma ideia, den-tre elas estão: acidez gástrica, afta, insônia, cãimbras, garganta infla-mada, dor de cabeça e de rins, acne, anemia, coriza, febre, faringi-te, gripe e resfriados, congestões em geral, conjuntivite, caspa, difte-ria, verminoses, urticária, trauma-tismos, alguns tipos de herpes, la-ringite, tuberculose, angina de pei-to, diabetes, hepatite, entre muitas outras.

O limão contém propriedades depurativas (para limpeza orgânica de uma maneira geral), calmantes (para irritações na flora digestiva, renal, nervosa, respiratória e car-díaca) e ácidas (também para lim-peza). Entre as espécies mais po-pulares no Brasil, estão o famoso galego e o chinês.

LimãoLimãoAlimentAção

Separamos algumas re-ceitinhas caseiras para você aproveitar o melhor que o

limão pode oferecer para a sua saúde:

RESfRiadOSMisturar o suco

do limão com uma cla-ra de ovo. Bater tudo

por 10 minutos e tomar uma colher da mistura, de meia em meia hora.

BOcaDissolver o suco de um limão

em uma colherinha de água mor-na. Usar o líquido para bochechos e gargarejos várias vezes ao dia.

GaRGanta inflamada E tOSSE

Misturar o suco puro com mel e tomar até diminuir a irritação na garganta.

REumatiSmO, nEVRalGiaCorte um limão pela metade,

utilizando uma das partes para fazer fricções na parte dolorida várias ve-zes ao dia.

EStômaGODeixar em infusão 15g de folha

4 Se for usar apenas algumas gotas de suco de limão, não desperdice a fruta toda. Faça um buraquinho com um palito e esprema a quantidade desejada. Depois volte a guardar o limão na geladeira.

4 Para conservar a metade de um limão que ainda não foi usada, coloque num pires com água, com a parte cortada para baixo, e leve à geladeira.

4 Quando for usar casca de limão ralada, tome cuidado para não ralar junto a parte branca, porque ela amarga a receita.

de limão, 300ml de água fervente, 20g de raiz de aipo, 15g de tomilho, 50g de folhas de alcachofra. Quan-do o líquido ficar morno, filtrar e beber antes das refeições.

ÁcidO ÚRicO, GOtaBeber em jejum pela manhã,

o suco de três limões diluído em meio copo de água, durante aproxi-madamente 10 dias. Ao final, inter-romper o tratamento durante uma semana e depois repeti-lo por mais 10 dias, e assim por diante. Este mesmo tratamento pode ser utili-zado em casos de hipertensão e ar-teriosclerose.

DiCAS CULiNÁRiAS

O limão contém propriedades depurativas (para limpeza orgânica de uma maneira geral), calmantes (para irritações na flora digestiva, renal, nervosa, respiratória e cardíaca) e ácidas (também para limpeza).

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5 • Nº 22 • Julho 2010 • Bem estar Sua saúde merece cuidadoNotícias para ler e repassarFique Alerta

N a abertura da primeira reunião da rede mundial contra as doenças não contagiosas, Margaret Chan, diretora geral da Organiza-

ção Mundial da Saúde, afirmou que a atual geração de crianças pode ser a primeira cuja expectativa de vida é menor do que a de seus pais.

De acordo com Chan, das 35 milhões de mortes anuais por doenças não contagiosas, cerca de 40% são mortes prematuras causadas por infarto, diabe-tes e asma. Ela lembrou que a incidência dessas doen-ças é cada vez maior em jovens e crianças - que atual-mente desenvolvem hipertensão e diabetes, doenças comumente associadas ao envelhecimento.

“No Brasil, estamos vendo crianças e ado-lescentes com hipertensão e diabetes tipo 2, algo que não imaginávamos há uma ou duas gerações. Esta geração está desenvolvendo mais fatores de risco, e um dos mais importantes é o aumento de obesidade e sobrepeso em crianças”, diz a endo-crinologista Claudia Cozer, diretora da Associa-ção Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

“Temos um grande problema que parece des-tinado a crescer ainda mais. As doenças não conta-giosas, por muito tempo consideradas companhei-ras próximas das sociedades ricas, mudaram de lu-gar. Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, do-enças respiratórias crônicas e distúrbios mentais ago-ra impõem o seu alto ônus aos países de renda média e baixa. Doenças antes associadas com abundância agora estão fortemente concentradas em grupos po-

bres e desfavorecidos”, afirmou Margaret Chan em seu discurso na abertura da reunião.

Segundo Claudia Cozer, cerca de 24% das crianças brasileiras estão acima do peso. A dire-tora-geral da OMS também alertou para o proble-ma, apontando que, no mundo todo, 43 milhões de crianças em idade pré-escolar são obesas ou apresentam sobrepeso.

Cozer diz que “80% dos obesos têm a síndro-me metabólica, conjunto de sintomas que levam ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão, colesterol alto etc. “Isso aumenta diretamente o risco de infar-tos, derrames, tromboses e outras doenças cardio-vasculares. Além disso, a obesidade está associada ao aumento do risco para alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, e de depressão, entre ou-tros problemas.”

rEmédio PrEjudicialConsumo regular de analgésicos leva a perda auditiva.

U m estu-do norte-americano

que acompanhou 26 mil homens por 18 anos mostrou que o uso regular de aspirina, aceta-minofen (substância ativa de analgésicos como o Tylenol) e anti-inflamatórios não esteroides (como o ibuprofe-no) aumenta o risco de perda au-ditiva, especialmente nos homens com menos de 60 anos.

Os autores apontam que o consumo regular (duas ou mais vezes por semana) de acetamino-fen (do Tylenol) aumenta em 99% o risco de deficiência auditiva em homens com menos de 50 anos e em 38% em homens entre 50 e 59! A partir dos 60 anos, o risco cai para 16%.

Entre os que usam regular-mente aspirina, o risco de per-da auditiva foi 33% maior para homens abaixo dos 59 anos. Não foi observado aumento de risco nos participantes com

mais de 60 anos.Quanto aos an-

ti-inflamatórios não esteroides, o risco foi 61% maior para homens abaixo dos 50 anos, 32% maior para a faixa en-tre 50 e 59 anos e 16% para os com 60 anos ou mais.

O trabalho, que foi publi-cado na edição de março do “American Journal of Medici-ne”, foi realizado por pesqui-sadores das universidades Har-vard e Vanderbilt, do Brigham and Women’s Hospital e da Massachusetts Eye and Ear Infir-mary, em Boston.

“Os distúrbios auditivos são um problema de saúde pública”, afirma o otorrinolaringologista Marcelo Ribeiro de Toledo Piza, diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia. “A de-ficiência auditiva afeta a capaci-dade de comunicação, reduz a autonomia e pode levar ao iso-lamento social e à depressão”, completa Curhan.

Pela primeira vez, a atual geração de crianças pode viver menos que seus pais!Hábitos PErigosos

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uma matéria publicada no jornal El País Dominical, re-latava a incrível história do

grande golfista José Maria Olazábal. Vou resumi-la, porque, ao contrá-rio do que possa parecer, é uma história típica, que acontece com muita frequência:

Tudo começou com fortes dores na região lombar que fo-ram inicialmente atribuídas ao seu “pé egípcio” (tinha o dedão do pé maior do que o segundo dedo.) Os especialistas optaram por ope-rar o dedo e encurtá-lo alguns mi-límetros. Mas depois de um tempo a dor começou novamente. Nos meses seguintes visitou vários ou-tros médicos, jogou golfe aneste-siado ou com infiltração de cortiso-

na para não sentir dor. Ele passou por vários testes de diagnóstico, quimioterapia moderada e antiin-flamatórios, incluindo o tratamen-to com homeopatia e dietas es-peciais. Como conclusão, teve um novo diagnóstico: poliartritris reu-mática de origem psoriática, embo-ra Olazabal insistisse que ele nunca teve psoríase.

Dois anos e meio depois, Ola-zabal mal conseguia andar e ficou tão gravemente “queimado” que ele não queria saber sobre médico nenhum. Felizmente, foi persuadido por um jogador amador a visitar o médico do Bayern de Munique, o Dr. Hans Müller. Dr. Müller lhe de-tectou um pinçamento entre duas vértebras lombares e lhe indicou

opinião CrítiCA

A arte deCURAR

frear as atuais falhas médicas exige “humanizar” a medicina. a opinião

lúcida deste médico espanhol merece ser lida e refletida por todos

Miquel PrOs

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solidariedade

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7 • Nº 22 • Julho 2010 • Bem estar

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um tratamento baseado em “ár-duas sessões de ginástica, duchas frias, reabilitação e extratos de car-tilagem de tubarão”. Em dois me-ses, voltou a jogar golfe e dois anos mais tarde, Olázabal obteve seu se-gundo Masters. Foram quase dois anos desde que começaram as suas primeiras dores.

tRatamEntOS ultRa-aGRESSiVOSOs médicos naturalistas re-

cebem muitos pacientes que rela-tam a mesma “via crucis” de Ola-

“com ginástica, duchas frias, reabilitação e cartilagem de tubarão, Olazábal recuperou, após dois anos de tratamentos médicos convencionais, a saúde que tinha perdido.”

“a orientação do estudo da medicina deveria dar menos ênfase à

especialização e mais à formação de médicos “humanistas”, que além

dos conhecimentos técnicos, fossem capazes

de penetrar no lado humano de seus pacientes

e compreender mais profunda e amplamente o

que acontece com eles.”

zábal. São pessoas que passaram muitos anos fazendo várias consul-tas, foram submetidas a vários exa-mes e tentaram vários tratamen-tos. Na maioria desses casos, além de não ter melhorado, ainda piora-ram devido principalmente à agres-sividade do tratamento recebido e aos efeitos colaterais dos fármacos administrados por tempo prolonga-do. Os pacientes já não se lembram de sua doença inicial, porque o his-tórico clínico é tão complicado que muitas vezes apresentam mais de uma doença.

Como resultado, os pacientes vão se desmoralizando e, o que é

mais grave, perdendo a esperança. Além disso, os sentimentos de im-potência, incapacidade ou renúncia podem eventualmente levar à de-pressão.

Minha experiência me permite dizer que, se muitos desses casos houvessem sido tratados com uma abordagem mais naturalista nunca teriam chegado tão longe. A razão é que a medicina natural não se li-mita a prescrever um tratamento, mas sim a entender a origem da do-ença. Portanto, além de realizar o exame físico do paciente, estudam-se os hábitos, o estilo de vida e os projetos dele, e tentamos localizar

as somatizações, que são patologias de origem psíquica, que se tornam doenças orgânicas ou sintomas físi-cos. Por isso, muitas vezes, além do tratamento que visa a ajudar o cor-po a recuperar seu próprio poder de cura, procura-se oferecer ao pa-ciente uma mudança em seus hábi-tos, suas relações, e se for neces-sário, indicar uma psicoterapia de apoio.

Considero que a orientação do estudo da medicina deveria dar me-nos ênfase à especialização e mais à formação de médicos “humanis-tas”, que além dos conhecimentos técnicos, fossem capazes de pene-

trar no lado humano de seus pa-cientes e compreender mais pro-funda e amplamente o que aconte-ce com eles.

Felizmente, nos últimos tem-pos, a medicina convencional co-meçou um processo lento de aber-tura para outras medicinas mais humanizadas. É urgente continuar com este processo. Quanto mais cedo começarmos a trabalhar jun-tos, mais cedo poderemos resol-ver casos como o de Olazábal e de muitos outros pacientes anônimos que perderam a esperança de se-rem curados.

miGUel pros é médico naturalista. Pioneiro na introdução na Espanha das terapias

da escola naturalista alemã. É autor de vários manuais e livros de medicina.

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mAtériA de CApA

A generosidade e o altruís-mo são partes da nossa natureza essencial. A me-nos que a educação e as

circunstâncias de vida tenham dani-ficado severamente a capacidade de sentir empatia e compaixão por ou-tra pessoa, a inclinação para ajudar e a preocupação com o bem-estar dos outros é inata ao ser humano.

Esta tendência, no entanto, con-vive com outras, entre as quais se en-contram o egoísmo e a agressividade. Que ao longo da vida desenvolvamos mais uma do que outra depende, em primeiro lugar, da educação recebi-da e, em segundo, do esforço pessoal, que transparece em todas e cada uma das decisões que tomamos.

Embora os comportamentos al-truístas tenham menos repercussão na mídia, que valoriza muito mais as tragédias e fatos chocantes, todos nós

podemos lembrar de casos em que pessoas sacrifica-ram parte do seu tempo, dos seus desejos e até mes-mo necessidades para dar uma ajuda a alguém em coisas às vezes triviais, às vezes heroicas. Pessoas que en-tre suas motivações centrais está o prazer de colaborar para melhorar a sociedade em que vivem.

Alguns se sentem recompensados pelo simples reconhecimento das pes-soas que ajudam. Para outros, pensar que sua ação vai ter um efeito positivo, embora não seja diretamente percebi-da, já basta. Assim, milhares de pesso-as realizam uma infinidade de ações cotidianas para beneficiar os outros, das mais grandiosas às pequenas – nem por isso menos significativas.

Tirar uma superfície escor-regadiça do pavimen-

to de modo que nin-guém possa escorre-gar, parar para ajudar alguém que precisa de atenção na rua, ficar

até mais tarde no tra-balho porque um colega

precisa de alguém para ouvir seus problemas, ajudar

uma pessoa doente... A maioria des-sas pessoas compartilha o mesmo de-sejo: o esforço diário para focar cada vez mais “as decisões do lado da con-duta ética e do bem-estar dos outros”.

a EmPatia nEcESSÁRia

A empatia, a capacidade de es-tar consciente dos sentimentos dos outros e de participar, em certa me-

dida, do so-f r i m e n t o dos outros, é uma qualidade hu-mana e também o motor do com-portamento altruísta e da atitude de compreensão e tolerância para com os outros. A empatia nos permite compreender que se tivéssemos passado pela mesma situação que passa a outra pessoa, talvez os nos-sos sentimentos e reações seriam semelhantes. Além disso, permite desenvolver a humildade necessá-ria que nos impede de nos sentir “superiores” pelo simples fato de ser quem ajuda num dado momen-to. Isto por entender que, na rea-lidade, nos tornamos o que somos e podemos continuar vivendo, pela participação e ajuda consciente ou inconsciente, ativa e passiva, de mui-tos outros.

A força que melhora a vidaGENEROSIDADE

a tendência a ajudar aos outros é inerente à natureza humana, mas só resulta enriquecedora se sabemos como desenvolvê-la.

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mAtériA de CApA

É importante conseguir entender como fun-ciona o mundo do social e saber interpretar

os sentimentos, pensamentos, intenções e atitudes dos outros. Este conhecimento significa também

inferir em cada momento o que os outros es-peram de uma pessoa e o que se pode razo-

avelmente esperar deles.

cOmO SE dESEnVOlVE a GEnEROSidadE “Para que uma criança

incorpore a conduta ética e

generosa para sua vida adulta,

é necessário que ela possa

adquirir o conhecimento social

adequado, consiga superar

o egocentrismo infantil

e possa avançar no

desenvolvimento moral”.

Desenvolvimento moralÉ o processo pelo qual uma criança conhece

e aceita as regras que regem a sociedade em que nasceu, e vai até mais longe, através da adesão aos princípios da ética universal.

A noção do que é ou não é correto do ponto de vista moral é construída desde a infância confor-me a criança avança no seu desenvolvimento cog-nitivo e vai ganhando experiência. Isto acontece principalmente através do contato com sua família e outras pessoas que fazem parte do seu ambiente social.

Entre os dois e os seis anos de idade as crian-ças não fazem distinção entre seus pontos de

vista sobre o mundo e o dos outros. Acreditam que as outras pessoas pensam e têm os mesmos dese-jos que eles e não conseguem imaginar que alguém possa ter uma perspectiva diferente.

À medida que cresce, este egocentrismo ini-cial evolui para uma crescente capacidade de ado-tar outras perspectivas, um processo que, se tudo acontecer bem, culmina na adolescência.

Superar o egocentrismo

Embora nasçamos com uma predispo-sição natural para a generosidade, a educação,

desde a infância, deve acompanhar o desenvolvi-mento desta qualidade. Para que uma criança incor-pore a conduta ética e generosa para sua vida adul-ta, é necessário que ela possa adquirir o conheci-

mento social adequado, consiga superar o ego-centrismo infantil e possa avançar no

desenvolvimento moral. Assim, a disposição inata para a gene-

rosidade pode desenvolver-se em maior ou menor grau. Das seguintes maneiras:

Conhecimento Social

a

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A generosidade e as ações de solidarieda-de beneficiam os outros, mas também quem as pratica, tanto psicologicamente como espi-ritualmente. Como adultos, o comportamen-

aJudaR lEVa E tRaZ fElicidadE

“Preocupar-se e fazer coisas boas para outras pessoas traz grande satisfação, promove uma melhor

compreensão de si mesmo e dos outros e, em certa medida, ajuda a superar as próprias dificuldades”.

to inspirado pela intenção de ajudar os outros representa a culminação do desenvolvimento moral, além de trazer muita felicidade a quem incorporá-lo na sua vida cotidiana.

Preocupar-se e fazer coisas boas para ou-tras pessoas traz grande satisfação, promo-ve uma melhor compreensão de si mesmo

e dos outros e, em certa medida, ajuda a su-perar as próprias dificuldades.

Para aqueles que tem uma visão mais es-piritual da vida, os comportamentos altruís-tas são uma forma de expressar gratidão pe-los dons recebidos e um dos mais rápidos ca-minhos para o crescimento pessoal.

um atributo que nos enriquece pessoalmenteser generoso com os outros ou dar-lhes apoio além de ajudá-los, nos beneficia pessoalmente.

O altruísmo traz muita satisfação pessoal.

Nos permite ganhar distância emocional em relação às nossas dificuldades, o que abre novas perspectivas para analisar e resolver problemas pessoais.

Fortalece a autoestima, confiança e autossegurança.

Ensina a ser menos egoísta e mais tolerante.

Facilita nossa abertura mental, permitindo nos sentir à vontade com um número maior de pessoas, mesmo muito diferentes, resultando numa maior sociabilidade.

Permite-nos uma maior compreensão da natureza humana.

Oferecemos um exemplo positivo para as crianças.

Contribuímos de forma humilde a melhorar o mundo em que nascemos.

Escutar os outros e oferecer apoio nos torna mais humanos e nos ajuda a amadurecer!

A chave para as crianças poderem atin-gir níveis mais elevados de desenvolvimento social e moral situa-se no exemplo diário que os pais e educadores podem dar com suas ati-tudes e comportamentos.

As pequenas ações, os valores que se ma-nifestam através das mais banais conversas e a capacidade para conter e canalizar as res-postas agressivas, através de formas mais po-sitivas, ajuda as crianças a incorporar gradual-mente essa visão das coisas, de modo a incor-porar esta forma de ser em sua vida adulta.

Além disso, a oportunidade de construir relacionamentos com pessoas de diferentes origens, com interesses e personalidades di-versas, e participar ativamente em forma gru-pal com outras crianças das mesmas faixas etárias, é um grande estímulo para o desen-volvimento moral.

Aliás, falar de valores em casa a criança a pensar sobre as dúvidas ou conflitos entre a experiência prévia e os juízos morais e a ajuda a superar as suas contradições e avan-çar na vida.

A capacidade natural para a empatia pode não funcionar quando a criança além de não receber o afeto que precisa é subme-tida a um tratamento que poderia ser des-crito como cruel.

EnSinaR PElO EXEmPlO

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a

“Gratidão. Pense em todas as coisas positivas que você

tem conseguido até agora (trabalho,

relacionamentos, bens materiais...)

Se você olhar para estes resultados,

você verá que nada teria sido possível sem

o apoio direto ou indireto dos outros,

muitas vezes anônimos”.

Ideias FortespolêmiCas . insTiGanTes . CUriosas

Jiddu KrishnaMurti

“Cem vezes ao longo do dia eu relembro a mim mesmo que minha vida, interna e externa, depende do trabalho

de outros homens, vivos ou mortos, e que devo esforçar-me para contribuir tanto quanto recebi”.

CEM VEZES AO DIA!albert einstein

A necessidade de segurança nas rela-ções gera inevitavelmente o sofri-mento e o medo. Essa busca de se-

gurança atrai a insegurança. Já encontrastes alguma vez segurança em alguma de vossas relações? Já? A maioria de nós quer a se-gurança de amar e ser amado, mas existi-rá amor quando cada um busca a própria segurança, seu caminho próprio? Nós não somos amados porque não sabemos amar.

Que é o amor? Esta palavra está tão carregada e corrompida, que quase não te-nho vontade de empregá-la. Todo o mundo fala de amor - toda a revista e jornal e todo missionário discorre interminavelmente so-bre o amor. Amo a minha pátria, amo o pra-zer, amo a minha esposa, amo a Deus. O amor é uma ideia? Se for, pode então ser cultivado, nutrido, conservado com cari-nho, moldado, torcido de todas as manei-ras possíveis.

O amor pode ser a solução final de todas as dificuldades, problemas e aflições humanas. Assim, como iremos descobrir o que é o amor? Pela simples definição? A

igreja o tem definido de uma maneira, a so-ciedade de outra, e há também desvios e perversões de toda a espécie. A adoração de uma certa pessoa, o amor carnal, a tro-ca de emoções, o companheirismo - será isso o que se entende por amor? Essa foi

O Amor sempre a norma, o padrão, que se tornou tão pessoal, sensual, limitado, que as religi-ões declararam que o amor é muito mais do que isso.

Pode o amor ser dividido em sagrado e profano, humano e divino, ou só há amor? O amor é para um só e não para muitos? Se digo “Te amo”, isso exclui o amor do ou-tro? O amor é pessoal ou impessoal? Moral ou imoral? Familiar ou não familiar? Se amais a humanidade, podeis amar o indivíduo? O amor é sentimento? Emoção ? O Amor é prazer e desejo ? Todas essas perguntas in-dicam - não é verdade? - que temos ideias a respeito do amor, ideias sobre o que ele deve ou não deve ser, um padrão, um códi-go criado pela cultura em que vivemos.

Assim, para examinarmos a questão do amor - o que é o amor - devemos primeira-mente libertar-nos das incrustações dos sé-culos, lançar fora todos os ideais e ideolo-gias sobre o que ele deve ou não deve ser. Dividir qualquer coisa em o que deveria ser e o que é, é a maneira mais ilusória de en-frentar a vida.

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Bem estar • Nº 22 • Julho 2010 • 12mAtériA de CApA

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13 • Nº 22 • Julho 2010 • Bem estar

E m 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma ex-

periência de psicologia social. Dei-xou duas viaturas idênticas, da mes-ma marca, modelo e cor, abandona-das na via pública. Uma deixou no Bronx, na altura de uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a ou-

tra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psi-cologia social estudando as condutas das pessoas em cada sítio.

A viatura abandonada no Bronx começou a ser vandalizada em pou-

cas horas. Perdeu as janelas, o mo-tor, os espelhos, o rádio etc. Leva-ram tudo o que fosse aproveitável e, aquilo que não puderam levar, des-truíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.

É comum atribuir à pobreza as causas de delitos. Atribuição em que

coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, tanto de direita quanto de esquerda. Contudo, a ex-periência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada no Bronx já estava desfeita, e a de Palo Alto estava há uma semana impecá-vel, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.

psiCologiA soCiAl

Teoria das Janelas Partidasuma pesquisa de Psicologia Social foi a base para uma das maiores mudança de cultura em uma cidade. de extremamente violenta para índices baixíssimos de criminalidade, nova York virou um exemplo do uso da psicologia na segurança pública.

O resultado foi que se desenca-deou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o van-dalismo reduziram o veículo ao mes-mo estado que o do bairro pobre. Por que o vidro partido na viatu-ra abandonada num bairro supos-tamente seguro é capaz de disparar todo um processo delituoso? Não se trata de pobreza. Evidentemen-te é algo que tem relação com a psi-cologia humana e com as relações sociais.

O SiGnificadO imPlÍcitO

Um vidro partido numa viatu-ra abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação por quebrar os códigos de convivência, como o de ausência de lei, de normas, de re-gras, um vale tudo. Cada novo ata-que que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a es-calada de atos cada vez piores se torna incontrolável, desembocan-do numa violência irracional que se alastra pela sociedade.

Em experiências posteriores, James Q. Wilson e Geor-ge Kelling desenvolveram a a

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“Teoria das Janelas Partidas”, a mesma que de um ponto de vista criminalístico, conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.

Se for quebrado um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito ra-pidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deteriora-ção e isto parece não importar a ninguém, en-tão ali se gerará o delito. Se se cometem “pe-quenas faltas” (estacionar-se em lugar proibi-do, exceder o limite de velocidade ou passar um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo acontecem delitos cada vez mais gra-ves. Se são permitidas atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abando-nados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor à violência), estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pe-los delinquentes.

da JanEla PaRa O tOlERÂncia ZERO

A Teoria das Janelas Partidas foi aplica-da pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, que havia se convertido no ponto mais perigoso da cidade. A nova administração começou por comba-ter as pequenas transgressões: grafites que da-vam um aspecto deteriorado ao lugar, sujeira nas estações, embriaguês pública, evasões no pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes e

psiCologiA soCiAl

“Se é quebrado um vidro de uma janela de um

edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão

partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe

sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se

gerará o delito. Se forem cometidas ‘pequenas

faltas’ (estacionar-se em lugar proibido, exceder o limite de velocidade

ou passar um semáforo vermelho) e as mesmas

não são sancionadas, então começam as faltas maiores

e logo acontecem delitos cada vez mais graves. Se

forem permitidas atitudes violentas como algo normal

no desenvolvimento das crianças, o padrão de

desenvolvimento será de maior violência quando estas

pessoas forem adultas.”

“a partir desta teoria dá para entender a ‘incontrolável’ escalada de violência que acontece no Brasil, um país conhecido internacionalmente por sua cultura de impunidade e desrespeito às leis.”

rápidos, e a transformação espetacular. Co-meçando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

Posteriormente, em 1994, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, impulsionou uma política denominada “Tolerância Zero”. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana, mesmo que pequenas. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices de criminalidade da cidade.

A expressão “Tolerância Zero” soa como uma espécie de solução autoritária e repres-

siva, mas o seu conceito principal é mais am-plo, de instaurar limites e investir mais na pre-venção e na promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delin-quente, nem aplaudir a prepotência da polícia, pois o conceito de tolerância zero também foi aplicado aos abusos de autoridade, tanto que uma significativa parte da corporação policial, corrupta e conivente, foi extirpada da força.

Na verdade, não é tolerância zero com relação à pessoa que comete o delito, mas to-lerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, orde-nadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

O conhecimento adquirido da Psicologia Social foi capaz de mudar uma grande cidade. Mas precisou de vontade política e a coragem de muitas pessoas para sua implantação. En-tretanto, ninguém se arrepende, pois salvaram sua cidade e agora todos vivem muito melhor.

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Renato Guariglia e Renata CunhaEditores - Zona SulFábio FerreiraDiagramaçãoRenato GuarigliaComercialImpressão: Grupo SinosTiragem: 10 mil exemplaresContato: (51) [email protected]

REDE BEM ESTAR

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam

felicidade para todos os seres.

Érico vieiraComercial/RelacionamentoMax BofAdministrativo/ Produção Editorial

Ralph vianaConteúdo/Arte

Jaqueline BicaDiagramação Central

Jornalista responsável: Max Bof (MtB 25046) Material: Revistas CUERPOMENtE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLO-GY tODAY, BUENA SALUD, tHE QUESt, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGI-CAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

Informes publicitários, textos e colunas assi-nadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.BEM ESTAR

um jornal para gente especial

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Solidárias, charmosase interessantes

S teve Boerema tem 45 anos, vive em St. Augustine Beach, Flórida e viaja em média 150 dias por ano, a maior parte

deles ao exterior, como consultor da indús-tria de barcos de lazer. Ele também faz yoga há quatro anos. Essa prática tornou-se uma parte essencial da sua vida e de suas viagens de negócios.

“Todos que estamos ‘na estrada’ sofre-mos algum tipo de culpa por estarmos lon-ge de nossas famílias”, disse Boerema, que é casado e tem dois filhos. “A yoga realmente acalmou minha cabeça, me ajudou a pensar sobre as coisas que eu não podia controlar.”

Além disso há os benefícios físicos. “Se você passa horas sentado em um avião, os flexores dos quadris, os tendões dos joelhos e outros músculos encurtam, e sabemos que isso pode causar problemas nas costas”, dis-se Michele Olson, fisiologista de exercícios da Universidade Auburn, Alabama. “Como a yoga envolve muitos movimentos e posições que alongam esses músculos, pode ser mui-to benéfica no combate à rigidez das juntas do quadril e evitar problemas nas costas.”

A professora de yoga Beryl Ben-der sugeriu esta sequência de três alon-gamentos para viajantes, lembrando que eles também podem ser úteis para pesso-as que ficam longos períodos sentadas, no computador, por exemplo:

prevenção

YoGA, ALÍvio RÁPiDo PARA viAJANTESRápidos e simples, três exercícios de yoga podem ajudar no alívio da tensão de vôo e dos usuários de computador.

JOhn hanc

senTado, Flexão do Tron-CO (alivia a tensão no pescoço, no quadril e na coluna lombar).

Inspire e estenda os braços para a fren-te. Dobre as mãos e entrelace seus dedos, então expire e estenda os braços para cima. Com os dedos cruzados, vire as palmas das mãos para cima. Arqueie as costas para trás, empurrando as costelas para fora e as náde-gas para a frente, enrijeça o abdome, esten-

da as pernas e faça pontas com os pés. Sin-ta as canelas se estenderem enquanto apon-ta os dedos dos pés. Olhe para cima e para trás. Respire profundamente três vezes com a boca fechada. Então inspire e libere todo o alongamento ao expirar. Repita.

alonGamenTo das CosTas, senTado (alonga a parte traseira do corpo)

Segure os joelhos com as mãos. Ao

expirar, puxe os joelhos, dobre o corpo para a frente, enrolando a coluna e em-purrando as costas contra o dorso do assento. Dobre a cabeça para a frente e pressione o queixo contra o peito. Le-vante os ombros para perto das orelhas e faça um círculo para a frente, enrijeça o abdome, empurre os calcanhares contra a parte inferior do assento e levante os ar-telhos. Sinta o alongamento dos ombros até os pés. Repita.

Torção da ColUna, senTa-DO (alonga e reforça as laterais do corpo)

Coloque o tornozelo direito sobre o joelho esquerdo na posição de perna cru-zada. Inspire profundamente e segure o jo-elho direito com a mão esquerda. Incline-se ligeiramente para a frente e segure com a mão direita o apoio para o braço à sua di-reita, depois inspire profundamente e torça o corpo até onde conseguir para a direita. Inspire e quando expirar puxe o joelho com a mão esquerda e estenda o braço direito para cima. Empurre o ombro direito para trás e olhe para trás sobre o ombro direito. Contraia o abdome e faça três respirações bem profundas, com a boca fechada. Repita.

Publicado no THE NEW YORK TIMES

“O Jornal é excelente! Adoro ler to-das as matérias, pois são bem elaboradas e estão de acordo com a realidade e vida que busco em meu cotidiano.”

lara de matos

“O jornal BEM ESTAR é muito inte-ressante! Amplia os olhares, possibilita a mobilização subjetiva e uma maior impli-cação do sujeito nas suas questões e nas questões sociais.”

Carolina Gross

“É um jornal de credibilidade, bem escrito e com matérias atuais que buscam o esclarecimento do ser espiritual.”

alessandra eilert

“Eu gosto dos assuntos divulgados, porque faz a pessoa refletir, melhorar, conhecer a sua essência.”

maria madeira

“O jornal Bem Estar é comprometido com o objetivo de dar sua parcela de con-tribuição na transformação do mundo e das pessoas para melhores e tornar a realidade um pouco menos difícil e mais humana.”

rejane leite

“Gosto bastante! Matérias atuais que se enquadram no meu dia a dia, me tra-zem dicas valiosas para que eu possa me-lhorar meu jeito de ser e melhorar meu entorno.”

edlourdes pontes

CArtAs

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