aminoácidos e proteínas nutrição- aula 1
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PROTEÍNAS
Como componente do alimento
• Duas funções importantes:
1) propriedades físico-químicas
2) recomendações nutricionais
Outras funções Funções biológicas: atividade das
enzimas, hormônios e anticorpos
Funções de membrana: essenciais
para definir atividade biológica das
plantas e animais
IMPORTÂNCIA
• Catálise enzimática – Reações químicas em sistemas biológicos são catalisadas
por macromoléculas específicas • Replicação do cromossomo • Hidratação do CO2
• Transporte e armazenamento – Moléculas pequenas e íons
• Ferro
• Movimento coordenado – Contração muscular
IMPORTÂNCIA
• Sustentação mecânica – Força de tensão da pele e do osso: colágeno
• Proteção imunitária – Anticorpos
• Geração e transmissão de impulsos nervosos – Resposta de células nervosas a estímulos específicos: proteínas
receptoras
• Controle do crescimento e da diferenciação – Expressão sequencial genética
COMPOSIÇÃO
• ESSENCIALMENTE COMPOSTA POR 20 AMINOÁCIDOS
• Aminoácidos L
• Todas as espécies: de bactérias a seres humanos, são construídas pelo mesmo conjunto de 20 aa
• Todos os 20 aa tem em comum o carbono central (C) o qual está ligado ao átomo de H, e ao grupo amina e a um grupo carboxila (COOH)
• O que distingue um aa do outro é a cadeia complementar ligada ao C
ESTRUTURA
• Grupo NH2 : propriedades básicas
• Carboxila (COOH): propriedades ácidas
• Grupamento R: cadeia lateral
NH2
H C COOH
R
ESTRUTURA
FORMA, TAMANHO E COMPOSIÇÃO DOS POLIPEPTÍDEOS
• PELO MENOS 40 RESÍDUOS
• POLIPEPTÍDEOS MENORES PEPTÍDEOS
• MAIOR POLIPEPTÍDEO: TITINA ( 27000 )
• QUANTO MAIOR O POLIPEPTÍDEO MAIOR A PROBABILIDADE DE ERRO NA SUA TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO
ESTRUTURAS DA PROTEÍNA
• ESTRUTURA PRIMÁRIA: SEQUÊNCIA LINEAR NA QUAL OS AAS CONSTITUINTES SÃO COVALENTEMENTE LIGADOS ATRAVÉS DE LIGAÇÕES AMIDA (LIG. PEPTÍDICAS)
Estrutura primária
Ligação peptídica
• LIGAÇÕES COVALENTES: LIGAÇÕES AMIDA ENTRE O GRUPO ALFA-CARBOXILA DE UM AMINOÁCIDO E O GRUPO ALFA-AMINO DE OUTRO
ESTRUTURA SECUNDÁRIA
• ESTRUTURA SECUNDÁRIA: arranjo espacial dos átomos de um esqueleto polipeptídico, sem levar em consideração a conformação de suas cadeias laterais
• A CONFORMAÇÃO DEPENDE DA POLARIDADE, HIDROFOBICIDADE DO GRUPO R
Estrutura secundária
ALFA-HÉLICE
• ESTRUTURA ESPIRAL CONSTITUÍDA DE UM ESQUELETO POLIPEPTÍDICO CENTRAL BEM AGRUPADO ESPIRALADO, COM AS CADEIAS LATERAIS DE AA ESTENDENDO-SE PARA FORA DO EIXO CENTRAL
-hélices N-terminal
C-terminal
Dipolo papel importante na estrutura e funcionalidade
BETA-FOLHA
• OUTRA FORMA DE ESTRUTURA SECUNDÁRIA NA QUAL TODOS OS COMPONENTES ESTÃO ENVOLVIDOS NAS PONTES DE HIDROGÊNIO
• Folhas beta antiparalelas
• Folhas beta paralelas
CONFIGURAÇÃO
Estruturas terciárias
• ORGANIZAÇÃO TRIDIMENSIONAL DA CADEIA POLIPEPTÍDICA CONTENDO ZONAS DE ESTRUTURA SECUNDÁRIA BEM DEFINIDAS, FORMANDO UMA UNIDADE COMPACTA (domínios)
Estruturas terciárias
Estrutura quaternária
• ASSOCIAÇÃO DE 2 OU MAIS CADEIAS POLIPEPTÍDICAS, PARA COMPOR UMA PROTEÍNA FUNCIONAL
• INTERAÇÕES HIDROFÓBICAS
Estrutura quaternária
GRUPOS • grande fração de -hélices • Ex.: mioglobina, hemoglobina • grande fração de folha • Ex.:imunoglobulina • + mistura das duas estruturas,
segregadas em diferentes regiões • Ex.: lisozima • / alternância dentro da proteína • Ex.: triose fofato isomerase • Randômica Ex.: fosfolipase
Tipo Energia
(kcal/mol)
Grupo funcional Agentes de ruptura
Ligações covalentes
50-83 S-H
S-S
C-C
Sulfitos e outros
redutores
Ligações hidrogênio
3-7 Amida, hidroxila
fenol
Sol. de uréia, detergentes,
calor
Interações hidrofóbicas
3-5 Cadeia lateral alifática ou aromática
Detergentes, solventes
orgânicos
Interações
eletrostáticas,
Iônicas
3-7 Carboxila, amina, imidazol,
guanidina
Sol. salinas, extremos de
pH
Van der Waals 1-2 Dipolos permanente
LIGAÇÕES E INTERAÇÕES PROTEÍNA-PROTEÍNA
DESNATURAÇÃO PROTÉICA
• PROCESSO QUE MODIFICA A ESTRUTURA MOLECULAR (estrutura secundária, terciária e quartenária), SEM CLIVAGEM DAS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS.
• EFEITOS
• Diminuição da solubilidade
• Alteração na capacidade de fixação da água
• Perda de atividade biológica (Lys, Met, Cys)
• Aumento da sensibilidade ao ataque de proteases
• Aumento da viscosidade
AGENTES DESNATURANTES
• AGENTES FÍSICOS
• CALOR
• FRIO
• IRRADIAÇÃO
• INTERFACES
• PRESSÃO
• TRATAMENTOS MECÂNICOS
Desnaturação • Calor 600 vezes a desnaturação a cada
10OC de acréscimo de T.
• Frio desnatura algumas proteínas,
causam agregação e precipitação,
concentrando a proteína.
• Irradiação Radicais livres reagem com as
proteínas. Os efeitos variam com a
frequência e a energia da onda. Raios Uv são
absorvidos pelos aa aromáticos
modificação conformacional
• Interfaces proteínas que se
adsorvem nas interfaces água/ar ou
água/fase sólida, se desnaturam de
forma irreversível
• Pressão hidrostática
• Tratamentos mecânicos forças de
cisalhamento modificam a rede protéica
e rompem -hélices
CALOR/AQUECIMENTO
ADSORÇÃO DE PROTEÍNA NA INTERFACE ÁGUA/AR
Representação esquemática do efeito de sinais hidrofóbicos sobre a probabilidade de adsorção de proteínas em interfaces de fluidos
AGENTES QUÍMICOS • pH
• SOLVENTES ORGÂNICOS E DETERGENTES
• SOLUÇÕES AQUOSAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS
• SAIS
pH extremos de pH causam forte repulsão
eletrostática entre grupos ionizados. As vezes é
reversível
Solventes orgânicos e detergentes alteram a
constante dielétrica, provocando rompimento das
interações hidrofóbicas
Soluções aquosas de compostos orgânicos
(uréia, sais de guanidina) ruptura de ligações H e
diminuição de interações hidrofóbicas
Sais íons reagem com proteínas via interações
eletrostáticas inespecíficas
ESTABILIZAÇÃO DAS PROTEÍNAS
• pH
• Temperatura
• Presença de enzimas degradativas
• Adsorção às superfícies
• Armazenamento por longo tempo
EFEITO DO pH
EFEITO DE SOLVENTES ORGÂNICOS
Solubilidade de proteínas
• “Salting in”
• “Salting out”
Digestão de proteínas
Digestão das proteínas da dieta
• Maior parte do N da dieta é consumida na forma de proteínas: 70-100g/dia
• São grandes demais para serem absorvidas no intestino hidrolisadas por enzimas proteolíticas
• Degradação protéica ocorre: estômago, pâncreas e intestino delgado
Digestão das proteínas pela secreção gástrica
• 1-ácido clorídrico (pH 2,0 – 3,0): função hidrolisar proteínas, matar algumas bactérias, desnaturar proteínas
• 2-Pepsina libera peptídeos e poucos aa livres a partir das proteínas da dieta
Digestão de proteínas por enzimas pancreáticas
• 1-especificidade: cada enzima apresenta uma especificidade diferente para os grupos R dos resíduos de aa ( tripsina, quimitripsina, elastase, carboxipeptidase A e B)
• 2-liberação e ativação de zimogênios enteropeptidase que desencadeia uma cascata de atividades proteolíticas
Digestão de oligopeptídeos por enzimas do intestino delgado
• A superfície luminal do intestino contém a enzima aminopeptidase que cliva os oligopeptídeos produzindo aa livres e peptídeos menores
Absorção
• AA livres são captados pelos enterócitos (carreador Na+)
• Di e tripeptídeos são captados por um sistema de transporte ligado a H+
• Os peptídeos são hidrolisados no citosol liberados para o sistema portaAA livres que serão metabolizados no fígado ou liberados na circulação geral
LÚMEN Superfície
luminal
Enterócito Capilar
Proteínas
Polipeptídeos
Pepsina
Quimiotripsina
Tripsina
Elastase
Carboxipeptidases A e B
AA livres
-Básicos
- Neutros
Peptídeos
(2 – 6 AA)
AA
Aminopeptidases
DPP aminopep.
dipeptidases
AAN
DI
TRI
AA
AA
DI
TRI
Proteínas globulares e fibrosas
• Hemoglobina
• Mioglobina
• Colágeno
• Elastina
Hemeproteínas globulares
• São proteínas especializadas as quais contém um grupo heme
• Grupo heme tem função específica determinada pela estrutura tridimensional da proteína
• Humanos: hemoglobina e mioglobina (hemeproteínas mais abundantes) liga de forma reversível o oxigênio
Estrutura e função da mioglobina
• Hemeproteína presente no coração e no músculo esquelético
• Reservatório e carreador de oxigênio
• Aumenta a velocidade de transporte de oxigênio da célula muscular
Fig. 4-18, p.98
PROTEÍNA COM FUNÇÃO DE ARMAZENAMENTO DE O2
MIOGLOBINA
Estrutura e função da hemoglobina
• Encontrada exclusivamente nos eritrócitos
• Função: transportar oxigênios dos pulmões até os capilares dos tecidos
• Estrutura complexa: pode transportar H+ e CO2 dos tecidos até os pulmões e pode carregar 4 moléculas de O2 dos pulmões às células dos tecidos do corpo
PROTEÍNA COM FUNÇÃO DE TRANSPORTE DE O2 HEMOGLOBIMA
PERFIL DE SATURAÇAO DA MIOGLOBINA E DA HEMOGLOBINA PELO OXIGENIO
Mb = 1 UNIDADE Hb= 4 SUBUNIDADES
A Mb tem uma grande afinidade pelo O2 (hipérbole) A ligação do O2 à Hb é cooperativa (sigmóide)
Hemoglobinopatias
Anemia Falciforme
• Doença genética ocorre em pessoas que herdaram dois genes mutantes
• Doença hereditária mais comum nos EUA afetando cerca de 80.000 norte-americanos
• Ocorre população afro-americana
• Caracteriza-se por episódios dolorosos (crises) que ocorrem durante toda a vida
– Anemia hemolítica crônica
– Suscetibilidade a infecções
– Síndrome aguda do peito
– Acidentes vasculares cerebrais
– Alterações ósseas
Doença da hemoglobina C e SC
Hemoglobina C
• Mutação genética: troca de um aa (lisina substitui o glutamato)
• Pacientes homozigotos apresentam anemia hemolítica crônica leve
Hemoglobina SC
• É comum pacientes permanecem bem até sofrerem uma crise de infarto, que ocorre após parto ou cirurgia
Metemoglobinemias
• Oxidação do grupo heme que não pode se ligar ao oxigênio
• Pode ser causada por uso de fármacos
• Problemas genéticos
• Caracterizada por “cianose chocolate” – coloração marrom azulada na pele e membranas
Talassemias
• Doenças hemolíticas hereditárias – distúrbio comum em um único gene
• Tem-se talassemia β e talassemia
• Β-Talassemia – gravemente anêmicos, requerem transfusões frequentes
• -Talassemia – anemia hemolítica leve a moderadamente grave
Proteínas Fibrosas
Colágeno
• Proteína abundante no corpo humano
• Longa, rígida e composta de 3 cadeias polipeptídicas
• Diferentes funções em cada órgão
– Disperso na forma de gel que sustenta a estrutura
– Matriz extracelular
– Humor vítreo do olho
– Grande resistência no caso dos tendões
– Na córnea: empilhado de forma a transmitir luz com o mínimode dispersão
colágeno
TRIPLA HÉLICE DE COLÁGENO
HÉLICE α TRIPLA HÉLICE
TRIPLA HELICE CORTE TRANVERSAL
Elastina
• Sintetizado a partir da tropoelastina (polipeptídeo linear com 700aa)
• Rica em prolina e lisina
• Rede semelante à borracha, amplamente interconectada, podendo ser distendida em qualquer direção quando tensionada
– Elasticidade ao tecido conjuntivo
Branden, C. & Tooze, J. – Introduction to protein
structure. New York and London, 1991, Ed.
Garland Publish.
Voet, Donald, Voet Judith G & Pratt, Charlotte W.
Fundamentos de Bioquímica
Eskin, M.N.A - Biochemistry of Foods. Cap. 4.
Fennema, O.R. Química de los alimentos, Editorial Acribia
SA, 1a. Edição, 1993.
Nakai, S. & Modler, H.W. – Food Proteins. Properties
and caracterization. Canada, 1996, Séries: Food
Science and Technology.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS