10 insights para quem pensa na china

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10 insights para quem pensa na China agosto, 2012 Documento licenciado a Luis

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10 insights para quem pensa na China agosto, 2012

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Índice I. Definições 3

II. Introdução e Metodologia 4

III. Os 10 Insights

1. Qualidade não deve significar elitismo 5

2. O que surgiu no Ocidente há anos lá pode ser novo 6

3. Faça o seu original muito valorizado 7

4. A criatividade deve ser protegida para poder florescer 8

5. A personalização do massificado é essencial 9

6. Acrescente um toque especial ao meramente funcional 10

7. Conhecimento = Confiança = Oportunidade 11

8. Criado na uma aposta certa nos jovens afluentes 12

9. Mantenha o tradicional para ser revolucionário junto aos jovens 13

10. Compaixão em ação, sim. Pena, não. 14

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1. Definições

TENDÊNCIA

Uma Tendência é um processo de mudança que resulta da observação do

comportamento dos consumidores e que origina a criação e o desenvolvimento

de novas ideias: de negócio, de produto ou serviço, de marca ou de ação.

É um processo de mudança comportamental que está assente em mentalidades

emergentes e que é suportada, posteriormente, em interpretações passíveis de

gerar capazes de serem convertidos em negócios.

COOLHUNT

A observação etnográfica e qualitativa com o registo disciplinado e metodológico

de acontecimentos e fenómenos Culturais, Sociais, Humanos e Políticos, mas

também de Marketing, Comunicação e Gestão com vista à identificação de

Tendências e construção de insights empresariais para potenciar a Inovação.

COOL EXAMPLES

São observações individualizadas que são recolhidas pelos

observadores de Tendências (Coolhunters) e que para serem válidas e

úteis aos propósitos de um devem:

1. Ser representativas da(s) Tendência(s) em observação/análise;

2. Ser atrativas ou seja, que chamem a atenção;

3. Ser ispiradoras ou seja, que tenham a capacidade de gerar para

além da sua interpretação mais óbvia;

4. Indicar ter potencial de crescimento ou a capacidade de contagiar grupos e

segmentos de pessoas.

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1. Introdução

O crescimento e o poder atuais da China dispensam maiores comentários, pelo que é

também escusado insistir que é muito perigoso não estar atento ao que lá se passa,

particularmente para os que lá pensam ir para fazer negócios. Para tal, já existe

abundante informação quantitativa disponível, atualizada quase que diariamente, sobre

a evolução do imenso mercado chinês, e que mercados e indústrias mais oferecem

oportunidades para quem quer lá investir, seja através da exportação, seja através da

montagem de negócios no país.

E foi para complementar esta informação situ que a Science of the Time levou a

cabo 3 Coolhunts dedicados exclusivamente a explorar, entender e articular o que vai

na cabeça e no coração dos chineses hoje, à luz das Tendências e Mentalidades do

Consumidor. Estes Coolhunts foram publicados no site da Science of the Time, e seria,

portanto, redundante repeti-los aqui.

O nosso intuito com este documento foi o de, a partir do resultado destes Coolhunts, e

à luz de várias Macro-Trends, articular insights sobre as mentalidades dos

consumidores que neste momento se estão a formar ou a prevalecer, seja sobre

oportunidades de negócio que se estão a descortinar na China.

Portanto, e novamente, este documento não pretende e nem poderia ser uma

para quem queira apostar na China como fonte de negócios. Mas pode e deve ser

olhado como uma fonte de insights para ou começar a esboçar a montante ou para

refinar a jusante, os seus objetivos e estratégias de negócio com e para a China.

2. Metodologia

Qualitativa;

100% em linha com os princípios e métodos de Coolhunting desenvolvidos

e praticados pela Ayr Consulting.

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2. Introdução e Metodologia

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1. Qualidade não deve significar elitismo ou baixo volume

A prática do skating é um exemplo. Os jovens começaram a praticá-lo, e logo a seguir o governo de

Shanghai projetou e construiu o SMP, um complexo de skating que não deixa nada a desejar em relação

aos melhores do mundo, e que já sediou alguns campeonatos internacionais de peso. Só que:

1. O SMP está a uma boa distância do centro de Shanghai, e nem todos os jovens conseguem deslocar-se

até lá;

2. Pelo que só é frequentado por uma pequena elite.

Pelo que, o que se vê aqui é um exemplo de uma adoção rápida e de alta qualidade de uma prática

ocidental, mas que deixa a maioria da população de fora, o que limita o seu potencial de retorno comercial

presente.

A lição que se tira daqui para quem quiser investir em áreas de crescimento como esta é a de facilitar no seu projeto o maior acesso possível de clientes. Os números não mentem e o tamanho da população chinesa facilita em muito os retornos em volume.

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2. O que surgiu no Ocidente há 10 anos, lá pode ser algo 100% novo

Com uma população crescente e mais afluente, a questão logística e de serviços torna-se cada vez mais

importante. O Sherpa s Food Delivery Service apresenta-se como um serviço essencial para quem

pretende obter uma refeição rapidamente e sem trabalho. Começou o negócio em Shanghai e agora

expande-se a outras cidades da China, com a seguinte oferta:

1. O Cliente tem a refeição que requisitou no prazo de 45 minutos. Tendo em conta que em cidades

caóticas é dificil circular, este é impressionante;

2. O Cliente pode encomendar refeições de inúmeros restaurantes com várias tradições gastronómicas

(Chinesa, Japonesa, Ocidental, etc.);

3. O serviço funciona 365 dias por ano e encontra-se aberto durante quase todo o dia.

Apostar em modelos de serviço sucesso no Ocidente, mesmo que de há 10 anos atrás, tem todo o sentido nas grandes cidades da China. Com um toque de inovação, este vasto mercado apresenta-se como um bom investimento para o desenvolvimento de empresas, serviços e negócios. A logística será uma das grandes forças deste mercado. O mercado de distribuição é uma das chaves.

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3. Faça o seu original muito valorizado, porque as cópias são fundamentais para a vida do país

A China encontra-se num dilema. Shanzai é um termo que, muito simplesmente, significa pegar num

produto e copiá-lo quase até à perfeição. O segredo consiste em ser idêntico, e muitas marcas têm-se

deparado com esta questão, particularmente a Apple, cuja Apple Store enfrenta a concorrência de

que atraem números impressionantes de Clientes.

E um aspeto muito interessante deste Coolhunt foi o de que o próprio gerente da Apple Store, embora

entendendo que as causam danos de imagem à sua marca, encara-as como algo

importante para o país, na medida em que elas geram emprego e melhores condições de vida para

muitíssimos, pelo que:

1. A cópia na China é uma realidade não somente presente como ainda aceite como indispensável à

economia e ao bem-estar da população;

2. Isto cria um dilema, pois apesar de ser um crime contra os direitos de propriedade, é uma forma

crescente de produzir riqueza interna;

3. Mas este género de negócios é muito lucrativo e apela ao um sentido patriótico de produção nacional

que faz com que as e de cópias tão correntes nos mercados ocidentais não sejam

tão incentivadas e nem mesmo apreciadas lá.

Atacar as cópias de forma aberta e indiscriminada pode causar prejuízos de imagem às Marcas, já que serão vistas como da . Portanto, a boa proteção de Marcas não ocorre através da via legal, mas sim do estabelecimento de uma diferença e valorização percetível ainda maior do que no Ocidente entre a Marca e a cópia.

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4. A criatividade deve ser protegida para poder florescer

Eight Bridge é uma área de Shanghai que reúne um conjunto de empresas e projetos de várias áreas

criativas de modo a providenciar um espaço capaz de produzir um espírito de inovação que busca:

1. Criar uma relação entre lojas, estúdios de design e empresas de media para potenciar o nascimento

de novas ideias e conceitos.

2. Permitir uma formação on-the-job para jovens designers, artistas, etc.;

3. Criar uma relação inspiradora com a natureza através de espaços mais verdes e apelativos.

Os Clusters de criatividade são um exemplo de como as de devem ser quase que separadas da vida normal das cidades, já que o ritmo de vida e o tradicionalismo chinês vê o que saia da rotina estabelecida como algo que não é de maior relevância para o seu dia-a-dia ou até como um empecilho ao seu bom funcionamento.

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5. A massificação já é uma realidade. E a personalização do massificado é essencial.

É impossível andar por Shanghai sem esbarrar numa máquina de vendas acionada por um cartão Velo, a

vender cupons de descontos para quase que tudo.

O cartão Velo funciona segundo o mesmo princípio de um moedas de há 15 anos atrás,

mas pode ser personalizado de milhares de formas e tornar-se num acessório de personalização de

telemóveis, carteiras, etc..

E o mesmo princípio do cartão Velo aplica-se a inúmeras outras categorias de produtos.

O Chinês já tem acesso a uma enorme gama de produtos, graças à massificação criada pela sua extraordinária capacidade de produção. E por isso mesmo valoriza tudo aquilo que o possa ajudar a personalizar aquilo que é seu e, portanto, dar-lhe todos os benefícios da massificação mas preservando a sua individualidade e personalidade.

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6. Acrescente um toque especial ao meramente funcional

Aqui o que vemos é um corolário do insight anterior, e válido fundamentalmente para quem tem como

Target os mais jovens, e para quem poder adquirir algo meramente funcional por mais avançado ou

prático que seja já não basta.

O acima é demonstrado por estas USBs que têm tido imenso sucesso entre os jovens, exatamente por

adicionarem uma dimensão decorativa a algo extremamente funcional e perfeitamente quotidiana nas

suas vidas.

E isto aplica-se desde o mais simples ao mais sofisticado e, como já dissemos anteriormente, é primo-

direito da personalização que os chineses tanto desejam.

Já não basta oferecer o funcional, por mais barato ou eficiente que seja, para atrair os mais jovens. Há que acrescentar-lhe um toque especial que pode ir da irreverência ao meramente decorativo para se destacar da concorrência.

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7. Conhecimento = Confiança = Oportunidade

Enquanto no Ocidente as barreiras interpessoais e hierárquicas são cada vez menores, na China elas

continuam a ser um fator de extremo peso no estabelecimento e mesmo na continuidade de relações

comerciais. Por exemplo:

1. O Prof. Dr. Carl Rohde deparou-se com a dificuldade de fazer com que os estudantes na audiência

das suas palestras tivessem uma participação mais (inter)ativa nelas. Isto não indica nem falta de

preparo nem de iniciativa por parte dos estudantes, mas sim de 2 fatores:

a. Assuntos de importância não são nem levantados nem muito menos discutidos na frente de

estranhos;

b. Quando se está defronte a um interlocutor seja pela posição, seja

pela experiência, a tendência é deferir a este interlocutor em praticamente tudo.

2. Plataformas como o Kick Starter, que carreiam fundos para fomentar ideias de negócios, tem poucas

chances de momento na China, já que, na opinião de ínúmeros Coolhunters não haveria muita

razão nem incentivo para se enviar dinheiro para desconhecidos.

Na China, o é uma expressão que deve ser levada muito literalmente.

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8.uma aposta certa nos jovens mais afluentes

O mercado chinês está cada vez mais saturado de marcas internacionais, já que se tornaram na

verdadeira do e os consumidores já começam a percecionar o valor que reside nos

produtos e marcas na e não somente in .

Através de redes sociais e plataformas como a da Yoho.cn, a voguemate.com e a Kaixin001, a

exposição de novas ideias, pensamentos, estilos, modas, etc., permite a formação de grupos e subgrupos

de comportamentos capazes de surpreender e desafiar os mais sofisticados profissionais de sociologia e

estudos de mercado. Acontecimentos como o com muita bebida e diversão),

e caminhadas noturnas pelas cidades, etc., tornam-se cada vez mais comuns e frequentes.

A posição do Ocidente de que inovamos e a China não somente é bastante arrogante, como está fadada a satisfazer a um mercado pouco afluente e decrescente ao longo dos anos. E Joe Dembs ratifica a ideia do na como base para uma mentalidade emergente que se vai afirmar como, o na .

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9. Mantenha o tradicional para ser revolucionário junto aos jovens

Quem pretende atingir jovens chineses enquanto público-alvo, terá de os caracterizar quase que como

sendo jovens ocidentais, e tratá-los como um conjunto de comunidades com interesses e características

diversas e marcada.

Um exemplo disto é um nicho de mercado, chamado de adeptos de jogos online e offline, e que

podem ir dos jogos chineses mais tradicionais como o (praticado extensiva e intensivamente

pelos mais velhos) até aos mais sofisticados e recentes jogos online.

Ser jovem e com bom poder aquisitivo na China de hoje não repreesenta abraçar o Ocidente e descartar os valores tradicionais da China. É essencial gerar e manter uma convivência equilibrada entre que não pertencem somente ao passado, mas que fizeram com que a China superasse tudo e todos e seja a potência que é hoje, com o inovador e o revolucionário, para os fazer sentirem-se seguros de que o seu caminho pode ser aberto sobre bases sólidas e confiáveis.

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10. Compaixão em ação, sim. Pena, não.

Chen Ming Jin é um milionário que decidiu atuar contra a discriminação de que sofrem as pessoas

pequenas na sociedade moderna. E para este efeito criou o People um parque de 5,000

hectares em Yunnan que custou 85 milhões de Euros cuja gestão, operação e entretenimento são feitos

exclusivamente por anões, que atualmente residem em caráter permanente.

Isto causou um choque extremamente salutar na sociedade e, ao mesmo tempo, obliterou qualquer

perceção de que os anões que lá trabalham estão a ser explorados como de já que a

maioria das respostas do público e das autoridades foi que ele os olhos para a realidade de

exclusão das pessoas pequenas que, são tão capazes quanto qualquer outra pessoa".

Além disso, os funcionários e gerentes dizem que isto os tirou de uma posição marginalizada que durante

muito tempo levou muitos deles à mendicância e colocou-os numa posição normal, produtiva e gratificante

na sociedade um lugar que eles não desejam abandonar e têm esperança que sejam abertos muitos

mais, como este ou não.

As políticas de Responsabilidade Social, Cidadania e Inclusividade, para serem eficazes, não devem apontar o problema, mas sim irem diretamente à solução, numa demonstração de sem que não coloca os beneficiários em posição de e ajuda a gerar adesão e mudança positiva de costumes.

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