Aula 2 - TCAR

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Curso Pneumo Atual de Tomografia Computadorizada de Alta Resolução de Tórax – aula 02 1

Tomografia computadorizada de alta resolução do tór ax: padrões linear e nodular

Gustavo de Souza Portes Meirelles 1

1 – Doutor em Radiologia pela Escola Paulista de Me dicina – UNIFESP

1 – Padrão linear

1.1 – Espessamento do feixe peribroncovascular

O feixe peribroncovascular é habitualmente liso e regular (figura 1). Algumas doenças com disseminação

linfática, como linfoma, sarcoidose, linfangite carcinomatosa (figura 2) e silicose, podem espessá-lo, assim

como em casos de congestão vascular pulmonar por edema.

Figura 1. Imagem axial de TCAR demonstrando o feixe peribroncovascular.

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Figura 2. Linfangite carcinomatosa com espessamento do feixe peribroncovascular (setas) no pulmão direito.

1.2 – Espessamento dos septos interlobulares

Nos septos interlobulares encontram-se os linfáticos e as veias pulmonares. Portanto, condições que

promovam alterações nestes componentes levarão a espessamentos septais. Este pode ser sem distorção

da arquitetura parenquimatosa, como ocorre no edema pulmonar, nas pneumonias e nas hemorragias, ou

ter aspecto irregular e se acompanhar de distorção arquitetural, como visto nas doenças fibrosantes

(pneumonia intersticial usual, pneumonia por hipersensibilidade, sarcoidose). As figuras 3 e 4 ilustram

exemplos de espessamentos septais interlobulares.

Figura 3. Congestão venosa pulmonar em paciente com insuficiência cardíaca,

com septos interlobulares espessados (setas) nas bases pulmonares, com aspecto liso.

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Figura 4. Espessamentos septais (setas) com distorção arquitetural pulmonar em paciente com sarcoidose.

1.3 – Bandas

São opacidades lineares, geralmente maiores que 2 cm e em contato com a superfície pleural (figura 5).

Podem ser encontradas em doenças como asbestose e pneumonia por hipersensibilidade ou representar

alteração residual pulmonar.

Figura 5. Banda parenquimatosa em paciente com asbestose.

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1.4 – Espessamento intralobular

Como a TCAR ainda não tem resolução suficiente para demonstrar os septos intralobulares, o

espessamento dos mesmos é visto como micronódulos e aumento da densidade do parênquima (figura 6).

É habitualmente encontrado em doenças fibrosantes, como pneumonia intersticial usual, pneumonia

intersticial não específica, pneumonia por hipersensibilidade e doenças não fibrosantes como edema e

hemorragia.

Figura 6. Espessamento do interstício intralobular (setas) em paciente com fibrose pulmonar decorrente de pneumonia por hipersensibilidade.

1.5 – Linha subpleural

A linha subpleural é vista na TCAR como opacidade curvilínea margeando a superfície pleural. É

habitualmente encontrada em doenças que cursam com fibrose pulmonar, como a asbestose (figura 7), ou

corresponde a seqüela.

Figura 7. Linha subpleural (seta) em paciente com asbestose.

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2 – Padrão nodular

Para melhor compreensão da distribuição dos nódulos pulmonares é importante lembrarmos da

representação esquemática do lóbulo pulmonar secundário (figura 8).

Figura 8. Representação esquemática do lóbulo pulmonar secundário.

2.1 – Nódulos perilinfáticos

Os nódulos perilinfáticos são encontrados nas regiões centrolobulares, septos interlobulares, fissuras e

pleura visceral. As doenças que mais comumente cursam com estes nódulos são aquelas de disseminação

linfática, como a sarcoidose, silicose, beriliose e linfangite carcinomatosa (figuras 9 e 10).

Figura 9. Sarcoidose com nódulos perilinfáticos, ao longo da fissura oblíqua direita (seta tracejada) e nas regiões centrolobulares (seta contínua).

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Figura 10. Silicose com nódulos perilinfáticos (setas) na região subpleural.

2.2 – Nódulos centrolobulares

Os nódulos centrolobulares são encontrados nas doenças de disseminação broncogênica (figura 11), como

a tuberculose e as pneumonias bacterianas, além daquelas com disseminação linfática, como sarcoidose ou

silicose, e nas doenças com alterações bronquiolares ou peribronquiolares (pneumonia de

hipersensibilidade e bronquiolite respiratória).

Figura 11. Tuberculose com disseminação broncogênica com múltiplos nódulos centrolobulares (setas). Reparar na cavidade com paredes espessas no mesmo pulmão.

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2.3 – Nódulos randômicos

Os nódulos randômicos não seguem uma distribuição fixa, podendo ser encontrados em qualquer

compartimento pulmonar. São usualmente vistos em doenças como tuberculose miliar, infecções fúngicas,

metástases hematogênicas e histiocitose de Langerhans (figuras 12 e 13).

Figura 12. Múltiplos nódulos randômicos em paciente com tuberculose miliar.

Figura 13. Metástases hematogênicas com nódulos randômicos bilaterais.

3 – Leitura recomendada

Webb WR, Muller NL, Naidich DP. High-resolution CT of the lung. 3rd edition, 2001, pp. 1-69.