TRANSPLANTE CARDíACO Marcelo Pandolfo Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
Transcript of TRANSPLANTE CARDíACO Marcelo Pandolfo Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
TRANSPLANTE CARDíACO
Marcelo Pandolfo
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
HISTÓRICO
• Alex Carrel e Charles Guthrie– 1o Tx heterotópico (cão)
• 1958 – Goldberg, Berman e Akman– 1os Tx ortotópicos (cães)
• 1960 – Shumway e Lower– 1a série de Tx ortotópicos com
imunossupressão (cães)
HISTÓRICO
• 1964 – James Hardy– 1o xenotransplante cardíaco em humano
• 1967 – Cristian Barnard– 1º alotransplante humano
• 1968 – Zerbini– 1o Tx cardíaco da América Latina
• Década de 1970 – Stanford– Biópsia endomiocárdica + controle
imunológico
HISTÓRICO
• 1976 – Boerel e col– Ciclosporina
EPIDEMIOLOGIA
• EUA – 24 Tx / milhão de habitantes
• Brasil– < 1 Tx / milhão de habitantes / ano
• Mundo– 4000 Tx / ano
EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS / RECEPTOR
• Gradiente de pressão transpulmonar• Índice de resistência vascular pulmonar• Tipagem sanguínea• HLA • PRA ( painel de anticorpos reativos)• Bioquímica• Sorologia – HIV, Hepatite B e C, Chagas, Sífilis,
toxoplasmose, citomegalovírus, Epstein-Barr
SELEÇÃO DO RECEPTOR
• Indicações absolutas– VO2 máx. < 10ml/kg/min– Isquemia grave e limitante sem indicação de RM– TVS / FV refratárias + disfunção ventricular– CF IV persistente
• Indicações relativas– VO2 máx. < 14ml/kg/min + FE < 30%
– AI recorrente sem indicação de RM– Retenção hídrica grave – CF III ou IV intermitente + NA ou catecolaminas
ou TVNS
SELEÇÃO DO RECEPTOR
• Ausência– Idade avançada – Doença periférica ou cerebrovascular grave– Disfunção orgânica avançada / irreversível
• Histórico de malignidade• Não cooperação clínica• Resistência vascular pulmonar (> 6U Wood)• Infecção sistêmica ativa
FATORES DE PROGNÓSTICO
• Ativação neuro-hormonal - Norepinefrina• NA plasmático < 130• Arritmias – FC / segmento QT• Etiologia Chagásica• Elevação das enzimas hepáticas• Diâmetro diastólico de VE > 80 mm
• Capacidade funcional - VO2 máx.
SELEÇÃO DO DOADOR
• Morte encefálica– Clínico + método gráfico– Lesão tecidual cardíaca
• Idade < 55 anos• Ausência de doenças sistêmicas /
neoplasias• Sorologias HbsAG, VHC e HIV negativas• Ausência de hipotensão ou hipoxemia
prolongadas
SELEÇÃO DO DOADOR
• Atinge critérios hemodinâmicos– PAM > 60 mmHg– PVC 8-12 mmHg– Suporte inotrópico baixo
• ECG normal• Ecocardiograma normal• Angiografia cardíaca normal (Hx e idade)• Sem histórico de trauma torácico ou
doença cardíaca
COMPATIBILIDADE DOADOR - RECEPTOR
• Compatibilidade ABO
• Histocompatibilidade do HLA
• Tamanho corporal ( diferença 20%)
• Cross Match negativo
• PRA (painel de anticorpos reativos)
ETIOLOGIA
• Dilatada idiopática 44,82%
• Isquêmica 24,13%
• Chagásica 17,87%
• Congênita 14,07%
• Valvar 4,71%
• Outras 5%
INCOR - 330 PACIENTES
TÉCNICA OPERATÓRIA - DOADOR
• Exposição do coração
• Inspeção– Tamanho – Contratilidade– Anomalias– Contusão– Coronárias
TÉCNICA OPERATÓRIA - DOADOR
• Dissecção– Veia cava superior (VCS) e inferior (VCI)– Aorta (Ao) e tronco pulmonar (TP)
• Heparinização total
• Clampeamento Ao
• Secção da VCI/ vvpp
• Infusão de solução protetora
TÉCNICA OPERATÓRIA - DOADOR
TÉCNICA OPERATÓRIA - DOADOR
TÉCNICA OPERATÓRIA - RECEPTOR
• Drenagem individual das veias cavas
• Heparinização
• Perfusão arterial pela Ao ascendente
• CEC / 28oC
TÉCNICA BIATRIAL
• Lower e Shumway
• Parede posterior do AE e AD in situ
• Anastomoses - AE AD AP Ao
• Complicações – Disfunção do nó sinusal– Insuficiência tricúspide (distorção do anel)– Arritmias atriais (excesso de volume)– Tromboses atriais
TÉCNICA BIATRIAL
TÉCNICA BIATRIAL
TÉCNICA BIATRIAL
TÉCNICA BICAVAL
• Técnica de Sievers et al, modificada• Retirada completa do AD• Parede posterior do AE in situ• Anastomoses - AE VCI VCS AP Ao• Prevenção da insuficiência tricúspide• < risco de disfunção do nó sinusal• Melhor posição anatômica• > risco de estenose da VCS
TÉCNICA BICAVAL
TÉCNICA BICAVAL
IMUNOSSUPRESSÃO
• Regimes inespecíficos – hiporreatividade• Regime de 3 drogas
– Inibidor da calcineurina (ciclosporina ou tacrolimus)
– Inibidor da proliferação ou diferenciação dos linfócitos T (azatioprina, micofenolato mofetil ou sirolimus)
– corticosteróides
• Terapia de indução– Anticorpos policlonais– Anticorpos monoclonais (OKT3, daclizumab e
basiliximab)
IMUNOSSUPRESSÃO
• Ciclosporina– 2o dia pós Tx– Inibe a produção de linfócito T– Interações medicamentosas
• BCC, corticóides, eritromicina, cetoconazol - níveis séricos
• Anticonvulsivantes e rifampicina - níveis séricos• Aminoglicosídeos, anfotericina B, aciclovir,
diuréticos, AINE - nefrotoxidade
IMUNOSSUPRESSÃO
• Ciclosporina– Efeitos colaterais
• Nefrotoxidade• HAS• Tremores• Convulsões• Hirsutismo• Hiperplasia gengival• Alterações da ossificação da face• Hiperlipidemia• Litíase biliar• Tumores
IMUNOSSUPRESSÃO
• Azatioprina– Bloqueio da proliferação de linfócitos– Efeitos colaterais
• Supressão da medula óssea• hepatotoxidade
IMUNOSSUPRESSÃO
• Metilprednisolona– Indução terapêutica– Rejeição aguda / moderada a severa
IMUNOSSUPRESSÃO
• Tacrolimus– Substituto à ciclosporina (rejeição crônica)– Efeitos colaterais
creatinina• Hipercalemia• Anemia• DM• Diarréia crônica
IMUNOSSUPRESSÃO
• Micofenolato de mofetil– Inibição da síntese das purinas– Bloqueio seletivo da proliferação de linfócitos– Evita supressão não seletiva da medula
óssea (azatioprina)– Prevenção e tratamento da rejeição crônica– Proteção da isquemia de reperfusão– Toxidade grastrointestinal
IMUNOSSUPRESSÃO
• Anticorpos – Policlonais
• Preparações antitimocíticas
– Monoclonais• Preparações anticélulas T• OKT3• Daclizumab e basiliximab (bloqueio da interleucina 2)
– Efeitos colaterais• Pré EAP• Predisposição à infecções
FISIOLOGIA DO CORAÇÃO TRANSPLANTADO
• Denervação aferente / eferente
• Adaptações atípicas ao débito cardíaco– Mecanismo de Frank-Starling ( retorno
venoso)
tardio das catecolaminas
• Ausência de angina pectoris
COMPLICAÇÕES IMEDIATAS E TARDIAS
• Falência primária do coração – tempo de isquemia
• Disfunção VD - resistência vascular pulmonar
• Rejeição aguda celular – clínica, métodos diagnósticos
• Doença coronariana
COMPLICAÇÕES IMEDIATAS E TARDIAS
• Infecção – Infecções hospitalares – período imediato– Infecções oportunistas – período tardio
• 60% bacterianas • 18% citomegalovírus • 13% virais• 7% fungos• 2% protozoários
COMPLICAÇÕES IMEDIATAS E TARDIAS
• Outras– HAS– Nefrotoxidade– Tumor– Hiperlipidemia
COMPLICAÇÕES IMEDIATAS E TARDIAS
• Rejeição hiperaguda– Ac doador específico pré-formados– Aloimunização humoral
• Rejeição crônica– Doença vascular do enxerto (hiperplasia
fibrointimal)• 35% - 3 anos• 50% - 5 anos
– Angiopatia dilatada • 7%
DIAGNÓSTICO DA REJEIÇÃO
• Clínica
• Biópsia endomiocárdica do VD– Semanal – 1o mês– Quinzenal – até o 3o mês– Mensal/bimensal – até o 1o ano– 2 / 3 meses – anos subsequentes
• Ecocardiograma
• Cintilografia
BIÓPSIA CARDÍACA
CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA SEGUNDO A ISHLT
Billigham (1981) Histopatologia Billigham (1991)
Sem rejeição Sem infiltrado 0
Discreta Infiltrado focal sem necrose 1A
Discreta Infiltrado focal com necrose 1B
Moderada - Focal Infiltrado unifocal com necrose 2
Moderada Infiltrado multifocal com necrose 3A
Moderada - Severa Infiltrado difuso com necrose 3B
Severa Infiltrado difuso com necrose, edema e hemorragia
4
ISHLT – International Society of Heart and Lung Transplantation
Obrigado