Rumos

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“Nunca é cedo demais nem tarde demais para filosofar”. E foi seguindo esse pensamento do filosofo grego Epícuro (341 a.C – 270 a. C), que começamos este trabalho. Em meio a um turbilhão de duvidas, acertos e desacertos, encontros e desencontros, a primeira edição da revista “Rumos” saiu. E porque “Rumos”? Quando começamos a realmente engatar este trabalho, tínhamos acabado de sair de um primeiro turno de eleições em que tudo ficou meio obscuro: Geraldo Alckmin do PSDB, “o candidato que tinha sido escolhido para não ser eleito”, como citou Petry, da Veja, tinha conseguido aumentar seu numero de votos e enfrentaria no segundo turno o candidato Lula do PT, que até então acreditava reinar absoluto nas eleições de 2006. Passado o espanto inicial, a pergunta que passou a nos incomodar foi: E agora? O que acontecerá? Que “rumos” tomarão essas eleições? Daí a idéia do nome “Rumos” e a ligação com o filosofo Epícuro, que entre outras coisas acreditava que filosofar significava procurar: buscar uma vida melhor, novos rumos. No cenário atual a palavra rumo pode significar a mudança total de um país, de uma historia, e até mesmo de uma crença. Mas, acima de tudo, é num momento como esse em que votar parece ser a única maneira de exercer nossa cidadania, que essa palavra tem uma força ainda maior, pois, o rumo a ser tomado está em nossas mãos. 1

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Projeto de Comunicação sobre a parcialidade da revista Veja nas eleições de 2006

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“Nunca é cedo demais nem tarde demais para filosofar”. E foi seguindo esse pensamento do filosofo grego Epícuro (341 a.C – 270 a. C), que começamos este trabalho. Em meio a um turbilhão de duvidas, acertos e desacertos, encontros e desencontros, a primeira edição

da revista “Rumos” saiu.E porque “Rumos”?

Quando começamos a realmente engatar este trabalho, tínhamos acabado de sair de um primeiro turno de eleições em que tudo ficou meio obscuro: Geraldo Alckmin do PSDB, “o

candidato que tinha sido escolhido para não ser eleito”, como citou Petry, da Veja, tinha conseguido aumentar seu numero de votos e enfrentaria no segundo turno o candidato Lula

do PT, que até então acreditava reinar absoluto nas eleições de 2006.Passado o espanto inicial, a pergunta que passou a nos incomodar foi: E agora? O que

acontecerá? Que “rumos” tomarão essas eleições?Daí a idéia do nome “Rumos” e a ligação com o filosofo Epícuro, que entre outras coisas

acreditava que filosofar significava procurar: buscar uma vida melhor, novos rumos.No cenário atual a palavra rumo pode significar a mudança total de um país, de uma

historia, e até mesmo de uma crença. Mas, acima de tudo, é num momento como esse em que votar parece ser a única maneira de exercer nossa cidadania, que essa palavra tem uma

força ainda maior, pois, o rumo a ser tomado está em nossas mãos.

Expediente: Juliana Rodrigues, Juliana Soares, Lia Drumond, Mayara Mazzaferro, Manoela Uva e Fábio Almeida - UNIP VERGUEIRO - Jornalismo

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Retrato de um governoRetrato de um governo

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Escolher um presidente éEscolher um presidente é analisar seu perfil, pesquisando suasanalisar seu perfil, pesquisando suas atitudes no cotidiano como parte daatitudes no cotidiano como parte da pesquisa. pesquisa. As circunstâncias em que está nossaAs circunstâncias em que está nossa política hoje torna difícil optar porpolítica hoje torna difícil optar por alguém que queira aprender aalguém que queira aprender a liderar; o evidente é escolherliderar; o evidente é escolher alguém que já tenha habilidadealguém que já tenha habilidade natural e aperfeiçoá-lo, com esforçonatural e aperfeiçoá-lo, com esforço para ser melhor que nos anospara ser melhor que nos anos anteriores. anteriores. Um presidente deve terUm presidente deve ter competência para construir relaçõescompetência para construir relações estratégicas, resolver problemas eestratégicas, resolver problemas e superar obstáculos. superar obstáculos. É difícil confiar em um políticoÉ difícil confiar em um político corrupto que quer se reeleger. corrupto que quer se reeleger. Quando se olha para a gestãoQuando se olha para a gestão anterior, pode-se notar os pontosanterior, pode-se notar os pontos insatisfatórios e modificá-los. Ainsatisfatórios e modificá-los. A partir de então, tem que se decidirpartir de então, tem que se decidir entre gerenciá-los ou evitá-los.entre gerenciá-los ou evitá-los. Porém, esse tipo de governoPorém, esse tipo de governo consegue manipular os maisconsegue manipular os mais necessitados e ironizar o maisnecessitados e ironizar o mais conceituados. Colocando emconceituados. Colocando em questão as condições de um povo equestão as condições de um povo e dividindo o país em dois.dividindo o país em dois. E esse governo, que desconheceE esse governo, que desconhece o que sua equipe de trabalho faz, éo que sua equipe de trabalho faz, é capaz de afirmar que o país estácapaz de afirmar que o país está crescendo. Cresce, sim. Cresce ocrescendo. Cresce, sim. Cresce o número de políticos corruptos,número de políticos corruptos, cresce o número de votos brancos ecresce o número de votos brancos e nulos. Cresce o número de impostosnulos. Cresce o número de impostos que todos têm de pagar e, além doque todos têm de pagar e, além do mais, a cada dia cresce o número demais, a cada dia cresce o número de políticos corruptos com dinheiro nopolíticos corruptos com dinheiro no bolso, na cueca e na mala.bolso, na cueca e na mala. Tudo isso é conseqüência de umTudo isso é conseqüência de um povo que já não sabe mais em quempovo que já não sabe mais em quem acreditar, em confiar. Um governoacreditar, em confiar. Um governo que ganhou pelo carisma e perdeuque ganhou pelo carisma e perdeu pela falta de vergonha, falta depela falta de vergonha, falta de ética.Onde está o exemplo de umética.Onde está o exemplo de um líder? líder?

Liderança é um trabalho deLiderança é um trabalho de grande evolução. O que funcionougrande evolução. O que funcionou no ano passado, talvez, nãono ano passado, talvez, não funcionará no próximo ano. Osfuncionará no próximo ano. Os verdadeiros líderes reconhecem issoverdadeiros líderes reconhecem isso e se adaptam. E ensinam seuse se adaptam. E ensinam seus funcionários, seu grupo a sefuncionários, seu grupo a se adaptarem também. adaptarem também. Entender as tendências eEntender as tendências e motivações naturais das pessoasmotivações naturais das pessoas poderia ajudar a traçar planos, criarpoderia ajudar a traçar planos, criar disciplina no sentido de tratar asdisciplina no sentido de tratar as deficiências e achar pessoas paradeficiências e achar pessoas para preencher espaços vazios, e nãopreencher espaços vazios, e não preencher o que já está cheiopreencher o que já está cheio demais.demais. Quanto mais os líderes estãoQuanto mais os líderes estão sintonizados com a sua equipe, maissintonizados com a sua equipe, mais forte a organização é como um todo.forte a organização é como um todo. Diante de tudo o que ocorreuDiante de tudo o que ocorreu em nossa nação, devemos tratarem nossa nação, devemos tratar com mais carinho a democracia docom mais carinho a democracia do nosso país. Conseguimos chegar anosso país. Conseguimos chegar a uma vitória, que é o direito de votar.uma vitória, que é o direito de votar. Temos o dever de excluir pessoasTemos o dever de excluir pessoas de mau caráter de nosso governo,de mau caráter de nosso governo, pois merecem punição. Nossapois merecem punição. Nossa missão será formar um Brasilmissão será formar um Brasil melhor, começando pela nossamelhor, começando pela nossa política.política.

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O milagre da recuperação de Geraldo

Alckmin  O candidato tucano consegue uma impressionante  recuperação nos momentos finais, recebe mais de 40 milhões de votos e está no segundo turno das eleições para a presidência

No dia de votação das eleições a presidência do 1º turno, em 1º de outubro de 2006, o candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, sofria uma vergonhosa derrota de 12 pontos de desvantagem nas pesquisas  para o seu adversário, o candidato do PT à reeleição o presidente Luis Inácio Lula da Silva, que venceria no primeiro turno. Mas, naquela mesma noite, Alckmin viu sua  sorte mudar. Conquistou 40 milhões de votos,

surpreendeu a todos e garantiu a vaga no segundo turno das eleições para presidente.

O que levou realmente a decisão para o segundo turno foi a arrogância do PT em acreditar que a vitória era certa e Lula não ter comparecido aos dois primeiros debates do primeiro turno da Rede Bandeirantes e da Rede Globo de televisão. Seus adversários, Geraldo Alckmin, do PSDB; Heloísa Helena, do PSOL e Cristóvão Buarque, do PDT, durante a transmissão dos debates, o massacraram pela atitude.

 No começo da segunda fase, uma nova pesquisa divulgada no dia 06/10 mostrou que a disputa entre os dois candidatos à presidência continuava acirrada e pouco mudou em relação ao final do primeiro turno. Depois da ótima recuperação de Alckmin no 1º turno, o governador reeleito de

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Minas Gerais Aécio Neves ficou os últimos meses se defendendo das criticas de que ele estava fazendo corpo mole para ajudar o candidato Alckmin, de seu partido.

  Nos três dos quatro últimos debates promovidos pelas emissoras Rede Bandeirantes, Rede Record e SBT, Alckmin deixou de apresentar os seus projetos para atacar o candidato Lula, do PT. Repetiu tudo o que o povo já estava cansado de saber. Mensalão, mensalinho, dólar na cueca, máfia das ambulâncias,

valérioduto, quebra de sigilo bancário do caseiro, compra do falso dossiê por um milhão setecentos e cinqüenta mil reais, e que parte do dinheiro vinha do jogo do bicho no Rio de Janeiro para incriminar os candidatos do PSDB ao governo de São Paulo Jose Serra e o candidato à presidência Geraldo Alckmin; e muito mais, chamou o PT de quadrilha organizada, disse que o presidente Lula era o chefe da máfia  e que José Dirceu e os outros envolvidos eram seus subordinados.  

DIA 29 DE OUTUBRO DE 2006: O DUELO FINAL DAS ELEIÇÕES

Dia 1º de outubro foi o dia da grande decisão do 1º turno das eleições 2006 para saber quem governaria por quatro anos como o próximo  presidente do nosso país. Os quatro principais candidatos na briga pelo poder eram: Cristóvão Buarque, do PDT; senadora Heloisa Helena, do PSOL; o presidente e candidato a reeleição Luis Inácio Lula da Silva, do PT e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB. Dias antes da votação para o 1º turno, as pesquisas de boca de urna davam como certa a vitória de Lula, com 53% das intenções de voto, pois tinha uma larga vantagem de 12 pontos para o segundo colocado, Geraldo Alckmin, do PSDB, com 39% das intenções de voto, enquanto a senadora Heloisa Helena, do PSOL e Cristóvão Buarque do PDT,

juntos, não chegavam a 20% das intenções de votos.

Mas, então, chegou o grande dia das eleições. O dia de ir às urnas para decidir quem seria o novo presidente do Brasil e se as eleições seriam definidas no 1º turno, ou teríamos mais 29 dias de propaganda política e debates ao vivo, para decidir quem conquistaria a faixa de presidente no 2º turno.

As pesquisas indicavam que Lula seria reeleito ainda no 1º turno. Estava tudo pronto para a grande festa da vitória do candidato a reeleição. A mesa já estava decorada, os convidados em seus lugares, as bebidas todas no ponto de serem servidas, as caixas de fogos prontas para serem acesas, só esperando a

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última urna ser aberta para festejarem. Mas o candidato Lula se esqueceu de todas as lambanças que a sua turma fez no Planalto. Tanta corrupção e CPIS e, a última delas, a compra de um dossiê contra os candidatos do PSDB, José Serra e, seu adversário à presidência, Geraldo Alckmin. Apareceram nuvens negras no céu petista e o pressentimento de que um grande temporal se aproximava, prometendo estragar a festa.

O que se viu nas urnas não foi nada daquilo que estava programado no roteiro do presidente Lula que, tendo a certeza de que seria reeleito no 1º turno, não compareceu a nenhum dos debates que aconteceram, mostrando grande arrogância e

desrespeito com os candidatos presentes e principalmente com os eleitores de todo o Brasil.

Foi uma disputa emocionante do inicio ao fim das apurações das urnas eletrônicas, para ver se Lula realmente ganharia de primeira, ou se alguém seria capaz de desafiá-lo para um novo encontro no segundo turno. E o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, conseguiu uma grande arrancada nos momentos finais da contagem, conquistando votos importantíssimos e derrotando o seu principal adversário em 10 estados, alem do Distrito Federal, deixando Lula totalmente desnorteado, de queixo caído e sem saber o que fazer naquele momento.

“Veja é uma revista elitizada”

Analisar uma revista do porte da Veja comprova a hipótese levantada de que realmente ela é uma revista feita para atingir diferentes níveis sociais. Entretanto, torna-se uma revista elitizada, principalmente quando notamos o modo como Veja participou nas eleições deste ano favorecendo, de um jeitinho discreto, é verdade, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, e desfavorecendo de um modo escracho o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva. Em suas matérias podemos notar que foi comum o uso de linguagem "chula" ao falar do presidente Lula, como em uma de

suas edições quando se referiu ao governo de Lula como pífio. Ou quando, ao falar do caso do dossiê, ironizou o presidente, dando a entender com bons argumentos que ele sabia de tudo e se fazia de vítima. No outro lado, o candidato Geraldo Alckmin não sofreu com o sarcasmo de Veja. Diferente do presidente Lula, muitas vezes o candidato do PSDB, foi retratado como o sobrevivente da corrida presidencial, tendo chances na revista de mostrar o seu plano de governo e de se defender da armadilha feita por alguns políticos do PT. Quando os eleitores do país optaram pelo segundo turno, a

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revista Veja mostrou-se aliviada, dando imediatamente uma capa para Alckmin, de foto com cara de bom moço e, então, ele teria a oportunidade de mudar o rumo desta história e ser o presidente eleito. A idéia de Veja ser uma revista elitizada não muda muito a opinião da maioria dos brasileiros.Talvez pelo fato de que esta maioria não leia a revista e não seja muito interessada nos "podres" do PT e, sim, no Bolsa Família, Escola da Família e outros benefícios que o governo Lula dispõe para aqueles menos favorecidos. A

intenção da revista é persuadir a opinião daqueles que não tem a opinião formada, porém, esquece de que estes se recusam a formar opinião. A Revista Veja é feita para a maioria, porém, é lida pela minoria. Essa minoria é formada por aqueles mais abastados. Se Veja tivesse tido bons resultados em sua cobertura nas eleições deste ano, talvez, o Brasil teria tomado um rumo diferente, de acordo com as perspectivas da revista.

Tradição de Veja supera informações sobre escândalos.

A revista Rumos dedicou esta edição especialmente para observar a revista Veja. Durante o levantamento de dados foram destacadas revelações surpreendentes. E o que mais chamou a atenção foi que as surpresas não foram apenas positivas. A opinião da maioria das pessoas sobre a revista Veja é que se trata de um veículo de extrema direita, revista para ricos, à oposição transparente do socialismo.

Esta imagem, perante os olhos da maioria, se torna vital numa época de eleições como a de 2006. Informações fornecidas sobre escândalos que envolvem o Partido Trabalhista, do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perdem a credibilidade em um veículo com um rótulo de parcial. Mas a revista Veja é mesmo parcial?

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A Veja surgiu em 1978, faz parte do Grupo Abril, que é um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina. Desde a sua fundação, em 1950, a reputação e a credibilidade da Abril formam seu mais valioso patrimônio. A editora começou com a publicação de O Pato Donald, num pequeno escritório no centro de São Paulo. Ao todo tinha meia dúzia de funcionários. Hoje o Grupo Abril emprega mais de 6.500 pessoas e é composto pelas seguintes empresas: Editora Abril (revistas), Editoras Ática e Scipione (livros escolares), TVA (TV paga, internet banda larga e voz sobre IP - Voip) e MTV (TV segmentada).

O nome da empresa Abril esteve presente nas principais transformações da sociedade brasileira. O crescimento do turismo e da indústria automobilística, por exemplo, fez nascer Quatro Rodas, Guias Quatros Rodas e Viagem e Turismo. Futebol e sexo ganharam revistas especializadas no assunto, como Placar, Playboy, Vip e Mens Health. E a revista Veja, hoje a maior do país e a quarta maior revista semanal de informação do mundo, foi responsável por algumas das melhores reportagens publicadas na imprensa nacional.

Em 1960, num empreendimento inovador e ousado, Victor Civita resolveu publicar obras de referência em fascículos. Foi um fenômeno editorial. O conhecimento antes restrito às bibliotecas e livrarias chegava às bancas. Ao mesmo tempo, o crescimento da Disney e o lançamento de Zé Carioca, em 1961, estimularam os quadrinhos nacionais. Sua história expandiu e diversificou

suas operações, e hoje fornece conteúdo de qualidade em multiplataformas. A Editora Abril publicou 351 títulos em 2005 (96 regulares e 255 edições one shots e especiais) e é líder absoluta em todos os segmentos em que opera. Suas publicações tiveram ao longo do ano uma circulação de 161 milhões de exemplares, em um universo de mais de 23 milhões de leitores e 3,5 milhões de assinaturas. Sete das dez revistas mais lidas do país são da Abril, sendo que Veja é a quarta maior revista semanal de informação do mundo e a maior fora dos Estados Unidos. Liderança do mercado brasileiro de livros escolares com as editoras Ática e Scipione que, em conjunto, publicam mais de 4.000 títulos e detém 30% do mercado brasileiro privado de livros escolares. Em 2005, produziram 37 milhões de livros. 

Além deste mercado absoluto, contribuiu com a MTV, a primeira TV segmentada do Brasil, lançada em 1990. A emissora tem hoje cobertura de 18 milhões de lares em 300 cidades A contribuição, em 1991, no setor de TV por assinatura, foi significativa com o lançamento da TVA, a primeira operadora a oferecer TV digital, internet em banda larga e Voip no país. .  

Destaque mesmo foi a Fundação Victor Civita, criada em 1985 e desde então dedicada à melhoria da educação básica no país, que deu início aos projetos de responsabilidade social da Abril. Com a revista Nova Escola, a fundação atinge mensalmente 1,5 milhão de professores em praticamente todas as escolas do país. Além do trabalho de apoio ao voluntário e do talento de

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seus profissionais, a Abril disponibiliza recursos para várias iniciativas que reforçam os laços da empresa com a comunidade, e que promove educação, cultura, preservação do meio ambiente, saúde e voluntariado em diversos projetos de cidadania.

A liderança que exerce no mercado e os impressionantes números comprovam: hoje a Abril publica mais de 350 títulos e atinge 23 milhões de leitores. A gráfica utiliza processos digitais e imprime cerca 350 milhões de revistas por ano. Com todos os seus sites, atinge cerca de um bilhão de pageviews ao mês, e os jovens espectadores da MTV chegam a sete milhões ao mês. As editoras Ática e Scipione produziram mais de 4.300 títulos e venderam 37 milhões de livros em 2005 e a TVA  está testando a tecnologia WiMAX de forma pioneira na América Latina. O WiMAX Móvel é apontado como importante ferramenta para a convergência digital e permitirá ao usuário acesso à banda larga sem fio, em longa distância, com mobilidade e portabilidade.

Todo este esforço tem como missão contribuir para a difusão de informação, cultura e entretenimento, para o progresso da educação, a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento da livre iniciativa e o fortalecimento das instituições democráticas do país. Os valores base são a excelência, integridade, pioneirismo e valorização das pessoas, com o princípio de ter foco no cliente, rentabilidade e competitividade. Sempre com a visão de ser a companhia líder em multimídia integrada, atendendo aos segmentos mais rentáveis e de maior

crescimento dos mercados de comunicação e educação.

Este império é sustentado hoje por profissionais como Roberto Civita, presidente executivo e editor do Grupo Abril. Criador e editor Chefe de VEJA desde o seu lançamento em 1968, Civita assumiu a presidência do Grupo Abril em 1990. Atualmente, além de presidente executivo do Grupo Abril, é  presidente do Conselho de Administração. Roberto Civita nasceu em Milão, em 1936, formou-se em Jornalismo e em Economia pela Wharton School, da Universidade da Pensilvânia e tem pós-graduação em Sociologia pela Universidade de Colúmbia. Como vice-presidentes, o grupo Abril conta com Deborah Wright, vice-presidente comercial e de marketing, esta na empresa desde 2002; Douglas Duran, vice-presidente de serviços compartilhados, iniciou a carreira no Grupo Abril em 1978 na área financeira, onde atingiu o cargo de diretor tesoureiro da Editora Abril. Em 1991, tornou-se Chief Financial Officer da TVA e em 1999, diretor de planejamento e negócios da Abril Entretenimento, que incluía, então, a MTV; Eliane Aleixo Lustosa, vice-presidente de finanças e controle; Giancarlo Civita, vice-presidente executivo, desde 2006; Marcio Ogliara, vice-presidente de recursos humanos e desenvolvimento organizacional, ingressou na Abril em 1992 como gerente de recursos humanos da MTV. Foi gerente de qualidade corporativo da Abril, gerente de RH da TVA, diretor de RH do Grupo Entretenimento e diretor de remuneração corporativo. Assumiu a direção da consultoria do RH em 2004. Antes da Abril, trabalhou no Grupo Bunge e no Banco Noroeste,

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sempre em recursos humanos. É formado em Administração de Empresas pela FEA-USP, com cursos de Gestão Estratégica de Pessoas no Insead e MBA na Fundação Getúlio Vargas.

A estrutura administrativa se compõe de parceiros e sócios ao longo de sua história, o Grupo Abril estabeleceu parcerias estratégicas nos negócios em diversas áreas. Essas parcerias foram decisivas para o sucesso da empresa. Algumas já se estendem por décadas de bons relacionamentos. O Grupo Abril conta com a Naspers Limited, assim como a Editora Abril conta com uma equipe de parceiros e sócios: Nova - Cosmopolitan/Hearst; Elle – Hachette;

Estilo - Time Inc; Superinteressante - Carlos Civita, Gruner und Jahr, Playboy - Playboy Intl; Caras - Editorial Perfil; Bravo! - Editora D'Avilla; Men's Helth - Rodale International; National Geographics -  National Geographic Society. Na televisão, a TVA conta com a JPMorgan e Falcon, e a MTV conta com a Viacom.

A estrutura organizacional da empresa é fundamental, e a melhor representação gráfica desta estrutura é o organograma, eficiente no entendimento justamente pela visualização genealógica, e a representação do grupo abril, transparece a imensidão da empresa.

Organograma do Grupo Abril

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A história, a estrutura, os profissionais, os organogramas do grupo que emprega a VEJA são invejáveis; Reconhecimento mundial por ser referência internacional de veículo de comunicação brasileiro. Surge a pergunta que não quer calar: Por que a Veja tem o rótulo de parcial segundo a opinião pública? Como isso influencia a opinião deste povo?

O site wikipedia.org/wiki/Veja, disponível na internet, é claro ao defender este rótulo: “Veja é criticada por uma suposta parcialidade, especialmente em reportagens no campo da política e dos movimentos sociais. A revista é acusada de assumir uma veemente postura conservadora e de direita. Acusações

mais sérias alegam o uso de fontes fictícias, invenção e/ou manipulação de fatos e difamação dolosa. Apesar de sempre refutar essas acusações, inclusive a de parcialidade, a revista enfrenta várias ações judiciais”.

Em um clássico de eleições, PT contra PSDB, foi feita uma pesquisa de campo, para constatar a opinião pública sobre este tema. Foi feita uma pesquisa com 400 pessoas, homens e mulheres, de 18 á 50 anos, classe social de B,C,D e E, e com grau de instrução entre ensino fundamental à superior. Feita em enquete com as seguintes questões:

Veja é parcial e de direita? Isso influencia a opinião do povo nesta eleição?

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O resultado que obtivemos com esta pesquisa comprovou que a revista Veja é parcial quanto ao tema política.

Tendo como base uma pesquisa de classes sociais, feita pela Revista Veja em 13 maio 1999, o Brasil tem 74,3% da população de classe baixa. Isso significa que a segunda pergunta da pesquisa não teve impacto pela falta de conhecimento da veracidade das informações. Se o presidente estava com a moral tão devastada,

como dizia Veja, isso não teve tanto peso na decisão eleitoral.

As informações veiculadas pela Veja sobre o envolvimento do PT em escândalos de CPIs, o salto fabuloso do filho do presidente, de estagiário do Zoológico a empresário do ano após posse de Lula e outras matérias de capa são ignoradas pelo maior colégio eleitoral do Brasil, justamente pela imagem negativa de extrema direita que a revista tem.

ENTREVISTA: Marcelo Rubens PaivaMarcelo Rubens Paiva não concorda com este rótulo populista e defende a idéia de que: “A tradição da Veja é combatente, ela sempre foi uma revista imparcial muito importante... sempre denunciou a ditadura, mostrou os movimentos sociais importantes da época das diretas”, mas complementa, não deixando de dar razão ao populismo atual: “recentemente a Veja tem mostrado uma política anti-Lula. Não sei se ela esta defendendo o interesse de alguém... ela pode ser apenas uma revista que não concorde com o Lula, talvez ela esteja com

uma birra pessoal com o atual presidente, mas isso não significa que a Veja seja de direita”.

Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1959, em São Paulo. Escritor, dramaturgo e jornalista, estudou na Escola de Comunicações e Artes da USP, freqüentou o mestrado de Teoria Literária da Unicamp e o King Fellow Program da Universidade de Stanford, na Califórnia. Trabalhou na Veja como colunista e atualmente escreve para o Estado de São Paulo.

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ENTREVISTA: Luciano Pires

Rumos: Você acha que a revista Veja apoiou Alckmin nas últimas eleições?

LP: Acho que sim, na medida em que atacou Lula. Mesmo que não houvesse uma definição por apoio direto, o resultado das reportagens foi reforçar a posição de Geraldo Alckmin. 

Rumos: Algumas pessoas afirmam que a revista Veja deu maior destaque para os escândalos do PT na tentativa de derrubar Lula. Você concorda? Por que?

LP: Concordo. A revista seguiu uma linha clara de combate a Lula. As razões para isso só a revista sabe, mas é claro que houve uma opção clara pelo apoio à linha defendida pela oposição.

Rumos: Você acha que o apoio que a revista Veja deu ao candidato do PSDB é devido ao plano de governo apresentado pelo seu partido ser melhor e mais elaborado? 

LP: Acho que o plano é só um detalhe. A revista deu o apoio com base num histórico de relacionamentos e amizades. Certamente há interesses econômicos e políticos envolvidos. O contraponto se dá na revista Carta Capital que defendeu Lula com unhas e dentes.

 Rumos: O que você tem a dizer sobre a cobertura que a revista Veja fez das eleições 2006?

LP: Eu acho que foi fundamental para trazer à luz detalhes que de outro modo estariam escondidos da população. Mas a revista não pode ser a única fonte de informação. Se a rede Globo tivesse feito com o Lula a metade do que a Veja fez, ele teria sido derrubado.

A Veja optou por seguir uma linha clara. Pecou ao não declarar o apoio explícito a Alckmin ( o que a Carta Capital fez com Lula) e em se dizer isenta. A Veja não é isenta, nunca foi. Cumpriu seu papel de oposição, mas bateu numa tecla só.

De qualquer modo, mesmo sendo a revista mais popular, não conseguiu mudar o resultado das urnas.

Não existe isenção em jornalismo e quem tem um mínimo de senso crítico soube considerar as opções políticas de cada órgão da imprensa. De qualquer forma, essa eleição serve como um exemplo de como a opinião pública pode derrotar a imprensa.

A revista Veja apóia Alckmin porque seu plano de governo é mais completo?

Analisando os planos de governo apresentados pelos dois principais candidatos a presidência da república, Lula, do PT e Geraldo Alckmin, do PSDB, pode-se notar uma grande diferença nas propostas e, principalmente, no planejamento. Enquanto o plano de governo do PT,

disponível na página oficial do partido a internet, conta com mais ou menos de 37 páginas digitadas em fonte de formato grande, o plano de governo do PSDB é um grande documentário sobre os problemas do país, e promete que, se eleito, Alckmin será um herói contra o aumento da

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máquina estatal e a favor do desenvolvimento econômico.

Após a vitória de Lula, o site do Partido dos Trabalhadores incrementou o plano de governo apresentado anteriormente e incluiu os temas que foram antes negligenciados, os tópicos ficaram muito parecidos com os temas do plano de governo apresentado pelo PSDB.

A revista Veja negou-se a colaborar com o nosso trabalho e não indicou ninguém para afirmar ou negar que o apoio a Alckmin era resultado de um plano de governo mais bem elaborado. Com a dissimulada afirmação de imparcialidade, respondem os emails alegando que “se trata de uma revista totalmente democrática e ética, onde a busca pela informação verdadeira e a transmissão de notícias isentas de interesse por parte

da organização é o pilar que norteia todo o seu trabalho”.

Ao se pesquisar entre eleitores sobre a parcialidade da Veja a favor de Alckmin, muitos respondem que é devido ao fato de ser uma revista voltada para a classe média. A grande maioria das pessoas consultadas desconhece os planos de governo dos dois candidatos e, portanto, não saberiam afirmar se a revista Veja apóia Alckmin devido às promessas do seu plano de governo. Essa pesquisa foi feita, basicamente, entre alunos de jornalismo da UNIP e foi uma grande surpresa notar que futuros formadores de opinião não sabiam nada sobre o que os candidatos prometiam.

Na edição 1977, de 11 de outubro de 2006, a revista dá uma capa com uma foto quase artística de Alckmin e o defende claramente, desclassificando Lula em várias citações.

Fotos Orlando Brito

EM CAMPANHAChapéu de vaqueiro em Petrolina, sinuca em Manaus e afagos em Uberlândia: no Brasil onde Alckmin venceu, há mais acesso à informação e melhores índices socioeconômicos

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A revista afirma que Lula abandonou o governo para se dedicar às eleições prematuramente, e usa de fotografias que mostra o candidato a reeleição em poses nada heróicas.

Nessa mesma edição houve uma compilação de afirmações feitas pelo candidato petista no primeiro turno que depois foram contrariadas pelo mesmo, demonstrando inconstância e incerteza quanto aos seus objetivos e pensamentos:

Segundo turno

ANTES"Nós vamos ganhar essas eleições domingo, e, se alguém achar que vai para o segundo turno, pode esperar para concorrer em 2010. Porque esta nós já matamos no primeiro turno. Dia 1º de outubro é dia de a onça beber água, e essa oncinha está com sede."Em comício no interior de São Paulo, oito dias antes do primeiro turno

DEPOIS"Não venci porque não venci. Não tinha eleição ganha. O fato concreto é

que faltou voto para a gente ganhar no primeiro turno."Em entrevista coletiva, um dia depois da votação

As fotos do dinheiro

ANTES"Ou ele (Edmilson Bruno, delegado da Polícia Federal que divulgou as fotos do dinheiro do dossiêgate) fez de má-fé ou está mancomunado com alguém."Dia 30 de setembro, em entrevista a jornalistas em São Bernardo do Campo

DEPOIS"Se o fato (o dossiêgate) aconteceu, ele tem de ser mostrado. O fato concreto é que tinha o dinheiro, tinha a fotografia. Poderia ter sido mostrada no dia, poderia ter sido mostrada quando bem entendesse."Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva

Imprensa

ANTES"Se a nossa querida imprensa brasileira tivesse tido comigo 10% da condescendência que teve com o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, hoje eu teria 70% dos votos nestas eleições. Poucas vezes na história do país um presidente foi tão massacrado como eu fui."Dia 25 de setembro, em comício em Porto Alegre

DEPOIS"Todo mundo se queixa da imprensa. Mais dia, menos dia o político tem uma queixa. A imprensa tem um papel muito importante na conquista da democracia."

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Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva

Collor

ANTES"Muita coisa vai melhorar. O que não vai melhorar é a política. Se acontecer o que está parecendo, vai piorar. O Paulo Maluf se eleger deputado, o Fernando Collor se eleger, o Clodovil se eleger..."Dia 18 de setembro, em entrevista durante viagem de campanha

DEPOIS"Com a experiência que ele (Collor) tem de presidente da República, certamente poderá, se quiser, fazer um trabalho excepcional no Senado."Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva

Congresso

ANTES"Staub (o empresário Eugênio Staub), não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é fechar esse Congresso e fazer o que é preciso."Dia 14 de setembro, em um jantar com empresários em Brasília

DEPOIS"O Congresso é a caixa de ressonância da consciência política da sociedade no dia da votação."Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva

"Candidato dos pobres"

ANTES"Estou ganhando porque o povo descobriu que um igual pode fazer por ele o que um diferente não conseguiu fazer. (...) A única

frustração que eu tenho é que os ricos não estejam votando em mim. Porque eles ganharam dinheiro como ninguém no meu governo."Dia 18 de setembro, em entrevista durante viagem de campanha

DEPOIS"Alguém quer vender isso: dividir o Brasil entre pobres e ricos. A sociedade brasileira e a cultura brasileira não aceitam essa divisão."Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva

Debate

ANTES"Hoje estou convencido de que minha decisão (de não ir ao debate) foi certa. O povo assistiu e viu o nível do debate que meus adversários queriam fazer."Dia 29 de setembro, em ato de campanha realizado em São Bernardo do Campo

DEPOIS"Não tenho ainda uma aferição para medir se eu deveria ter ido ou não, não tenho pesquisa. (...) Vamos ter oportunidade agora de ter debate, vai ser mais esclarecedor."Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva

Dossiêgate

ANTES"Primeiro, nós temos que levar em conta a quem interessa, nessas alturas do campeonato, melar o processo eleitoral no Brasil. (...) Por que alguém que quer me ajudar faria um ato insano desses? É importante lembrar que os que estão me acusando agora faz mais ou menos dois anos que não querem que eu

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participe da reeleição."Insinuando a existência de uma suposta armação da oposição no caso do dossiêgate, em entrevista dada no dia 19 de setembro

DEPOIS"Eu quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé."Assumindo que seu próprio partido estava por trás do escândalo, na entrevista coletiva do dia 2 de outubro.

Na Edição 1978, de 18 de outubro de 2006, a revista dá uma matéria de capa sobre o caso

Dossiêgate. Onde o PT teria comprado, com dinheiro de fontes suspeitas, uma compilação de provas contra Geraldo Alckmin e José Serra, ambos candidatos do PSDB, no intuito de baixar a popularidade de Alckmin para o segundo turno das eleições. Ainda se investiga o que esses documentos continham e a veracidade do que é ali contado, bem como a origem do dinheiro que pagou o tal dossiê. A revista Veja defende claramente os candidatos do PSDB, afirmando que o conteúdo do tal dossiê é formado por acusações falsas, que fora comprado de forma ilícita e com o intuito de incriminar os candidatos tucanos. Observe quadro retirado da edição mencionada:

DE AUTORES A VÍTIMAS.

Como Lula e o Partido dos Trabalhadores tentam transformar-se em vítimas de um escândalo patrocinado por eles mesmos.

OS FATOS...

1. Uma dupla de petistas foi flagrada comprando por quase 2 milhões de reais um conjunto de denúncias falsas contra tucanos. Com o dossiê nas mãos, o partido pretendia eleger um governador em São Paulo e, em nível nacional, disparar um tiro de morte contra José Serra. 

2. Os dois petistas carregavam 1,7 milhão de reais, dinheiro cuja origem (ainda incerta) pode resultar na impugnação da diplomação de Lula, caso seja reeleito, ou estimular a instalação de um processo de impeachment pelo Congresso Nacional.  

3. Os mandantes têm laços com a campanha reeleitoral do presidente Lula e com a própria instituição da Presidência da República.

  ...E COMO O PT TENTA DISTORCÊ-LOS.

1. O presidente absolve seu partido da armação sob o argumento de que ele, na condição de candidato, saiu prejudicado. Como se golpes desse tipo nascessem para dar errado. Na verdade, se tudo tivesse dado certo, Lula seria o maior

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beneficiado.  

2. Julgando-se vítima do episódio, o presidente sugere agora a existência de um complô de adversários políticos que, maquiavelicamente, induziram os "meninos" do PT a tentar comprar o dossiê. Por trás desse complô estariam os verdadeiros culpados no episódio.  

3. Como o PT arriscou o pouco que restou de sua imagem na compra fracassada do dossiê falso contra os tucanos, Lula diz que deve haver "coisas muito boas" dentro dele. "Quero conhecer o conteúdo", diz Lula. Isso não passa de cortina de fumaça: o dossiê é fajutíssimo.

SUMÁRIO:

Editorial ......................................................................................................... Página 1

Retrato de um governo ................................................................................ Página 2

O milagre da recuperação de Geraldo Alckmin .................................... Página 3

Dia 29 de Outubro: O duelo final das eleições ........................................ Página 4

“Veja é uma revista elitizada” ................................................................... Página 5

Tradição de Veja supera informações sobre escândalos........................ Página 6

Organograma do Grupo Abril.................................................................. Página 8

Entrevistas: Marcelo Rubens Paiva e Luciano Pires ............................. Página 10

Matéria da Capa: A revista Veja apóia Alckmin porque seu plano de governo é mais

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completo? ..................................................................................................... Página 11

Agradecimentos especiais: Marcelo Rubens Paiva e Luciano Pires, pelas entrevistas e toda a colaboração; Leandro Robles, cartunista do Folha Teen, pela caricatura do carômetro da página 1.

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