Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

50
NOVIDADES NA ENDOSCOPIA BRASILEIRA Pesquisas de vanguarda DNA Dra. Graça Pimenta Sanna Médico S/A Não perca o prazo do IR Nº 4 - Jan/Mar - 2009

description

Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

Transcript of Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

Page 1: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

novidades na endoscopia brasileira

Pesquisas de vanguarda

dna Dra. Graça Pimenta Sanna

Médico s/a

Não perca o prazo do IR

Nº 4 - Jan/Mar - 2009

Page 2: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

Toda qualidade e tecnologia Olympus em uma linha completa de produtos para endoterapia

Segurança e Qualidade em todos os momentos de sua rotina

OLYMPUS ENDOTHERAPY SOLUÇÃO IDEAL PARA QUEM EXIGE OS MELHORES RESULTADOS, SEMPRE.

EZ-CLIP - Novo aplicador, canal a partir de 2.8mm

ENDOLOOP - Hemostasia por compressão

FIO GUIA - Curto ou longo, angulado ou reto

FLOWER BASKET - Exclusivo, com 8 arames, guiado ou giratório

PRÓTESES BILIARES - Todos os tamanhos e diâmetros

CATETER - Exclusivo X-Press, ponta em X

LITOTRIPTOR - Passagem de fio guia, rotatório

PAPILÓTOMO CLEVERCUT - Fio de corte protegido, triplo lúmen

BALÃO EXTRATOR - Capacidade de insuflação de 8.5, 11.5 e 15 mm

Informações: (11) 3046-6400 www.olympusamericalatina.com

anuncio_endoterapia_sobed_2009.indd 1 16/2/2009 17:42:56

Page 3: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

3

NOVIDADES NA ENDOSCOPIA BRASILEIRA

Pesquisas de vanguarda

DNA

Dra. Graça Pimenta Sanna Médico S/A

Não perca o prazo do IR

Em comemoração ao Dia da Mulher e ao Dia das Mães, a revista traz reportagem com endoscopistas contando sua rotina de mãe e profissional. Leia mais na pág. 16

Índice

Por dentro da SOBEDSecretaria........................................................................................................... 5Diretoria e Comissões .................................................................................... 7 Estaduais .......................................................................................................... 8Acontece .......................................................................................................... 9Rede SOBED .................................................................................................10 SOBED Em Casa ..........................................................................................11

DNA ........................................................................................... 12Mulher ........................................................................................ 16Reportagem ............................................................................... 20 Entretenimento ........................................................................ 26Especial ..................................................................................... 30Médico S/A ............................................................................... 32Ética e Defesa Profissional...................................................... 35Tecnologia ................................................................................. 38Info .............................................................................................. 40AMB............................................................................................ 43Radar .......................................................................................... 44Crônica ....................................................................................... 46Agende-se .................................................................................. 48

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 4: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

4

expediente

Por um ensino de qualidadeDia desses, zapeando pela Internet em sites de endoscopia,

um deles me interessou a ponto de verificar seu conteúdo.

Surpreendeu-me, pois tinha no seu topo a logomarca de

importante empresa de equipamentos endoscópicos e outros

“logos” de empresas que “gravitam” entre os endoscopistas,

inclusive nos nossos eventos científicos. O conteúdo desse

site falava a respeito de cursos básicos de endoscopia alta e

colonoscopia. Informava a duração (sete dias a três meses),

agenda para todos os meses (exceto dezembro), aulas práti-

cas de endoscopia e colonoscopia, turmas de, no máximo,

quatro alunos (endoscopia alta) e dois alunos (colonosco-

pia) e material de estudo teórico oferecido pelo curso. Havia

ainda telefone para contato. Liguei, atenderam-me e foi feita

uma “entrevista” rápida: (nome, tempo de formado, interesse).

Foram oferecidos cursos em algumas cidades com duração e

preços variados. Optei por onde a duração era de três meses,

com quatro alunos, no valor de R$ 15.000,00. Fiquei de

retornar para a confirmação do período escolhido.

Vejam só, já existe até o intermediário nesse mercado.

A SOBED pouco pode fazer a esse respeito. Já denunciamos

esses “cursos” no Conselho Federal de Medicina, mas as

coisas sempre param por aí. Acredito que a “volta por cima”

dessas aberrações chamadas “cursos de formação em

Dr. Carlos Alberto Cappellanes, presidente

da SOBED Nacional, gestão 2008-2010

Editorial

endoscopia” (e que não são poucos) seja sua total desva-

lorização quando os “formados” nesses cursos procurarem

qualquer tipo de habilitação junto à nossa Sociedade. Isso

nós poderemos fazer ignorando essa “habilitação” para, em

qualquer tempo, não permitir a possibilidade de obtenção

do título de especialista ou mesmo certificado de área de

atuação. Deve haver ainda um trabalho junto às instituições

médicas para que elas exijam comprovação de qualificação

técnico-científica para prática de atos que requisitem espe-

cialização. Nesta edição da Revista SOBED, já repaginada,

você é convidado a descobrir como funciona a nova prova de

especialista da SOBED, cujo objetivo é preparar os profis-

sionais para atuarem no mercado dentro do que se espera da

medicina e de um médico de qualidade.

Uma boa leitura!

O Presidente

Anúncios: (11) 3875-6296 / 5627 [email protected]

Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408)Editor: Fábio Berklian | Subeditora: Lilian Burgardt | Reportagem: Lilian Burgardt | Thiago Bento | Tatiana Almeida | Amanda CamposRevisão: Renata Costa | Fluxo de anúncios: Caroline Frigene | Projeto Gráfico: Ivan Lopes Diagramação: Sidney João de Oliveira | Leonardo Fial | Gabriel Rabesco

É uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Tiragem de 3.000 exemplares.

Rua Cayowaá, 228 - PerdizesSão Paulo -SP - CEP: 05018-000Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296e-mail: [email protected]: www.rspress.com.br

Page 5: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

5

Por dentro da SobedSecretaria

Diploma para AssociadosA SOBED está providenciando a elaboração de um diploma para os associados titulares que será confeccionado em pergaminho, com molduras douradas, medindo aproximadamente 21x29 cm. Os interessados podem solicitar o diploma pelo site www.sobed.org.br. O custo para aquisição é de R$ 190,00 a ser pago via boleto bancário.

Revista EndoscopyOs interessados em assinar ou renovar a assinatura da Revista Endoscopy para o ano de 2009 devem acessar o site da SOBED www.sobed.org.br clicar sobre o link “Revistas” e, depois, “Revista Endoscopy” para efetuar a solicitação. Automaticamente o sistema irá gerar um boleto bancário para o pagamento da assinatura. Na sequência, a revista passa a ser enviada para o endereço cadastrado no site da SOBED.

Associe-se à SOBEDSe você ainda não é associado à SOBED é muito fácil tornar-se membro da entidade. Basta acessar o site www.sobed.org.br no link “quero ser associado”, preencher a ficha de cadastro e encaminhar a documen-tação para sua estadual (o endereço será informado ao término do preen-chimento da ficha). Mais informações pelo site: www.sobed.org.br ou pelo telefone (11) 3148-8200

Associado AspiranteSão Associados aqueles que forem aceitos no quadro da SOBED por

satisfazerem todas e cada uma das seguintes condições:

a) Ser médico filiado à Associação Médica de seu estado, território ou Distrito Federal e estar regu-larmente inscrito no Conselho Regional de Medicina (enviar fotocópia do comprovante);

b) Atuar ou exercer atividade ligada à Endoscopia Digestiva (enviar declaração comprovando o exercí-cio da função)

c) Obter aprovação pela Comissão de Admissão e Sindicância de seu pedido de admissão devidamente

encaminhado pela Diretoria do Capítulo correspondente.

Associado TitularSão associados titulares aqueles que forem aceitos no quadro social da SOBED por satisfazerem todas e cada uma das seguintes condições:

a) Possuir Título de Especialista em Endoscopia Digestiva da SOBED;

b) Ser médico filiado à Associação Médica de seu estado, território ou Distrito Federal e estar regu-larmente inscrito no Conselho Regional de Medicina.

RecadastramentoAtualize seus dados cadastrais e informe seu e-mail para que possamos enviar os informativos SOBED. Esta é uma forma ágil, rápida e econômica de nos comunicarmos. Envie seus dados para o e-mail: [email protected]

Page 6: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

6 7

Secretaria

Selo de especialistaEm reconhecimento ao médico es-pecialista em Endoscopia Digestiva

ou em Endoscopia, associados à SOBED foi criado o selo de es-pecialista, certificação utilizada para referen-dar os laudos emitidos na especialidade.

Com numeração sequencial, os selos são emitidos somente a médicos espe-cialistas sócios da SOBED quites com a anuidade e podem ser solicitados entre 200 e 1.000 unidades. O custo unitário varia de: 200 selos R$ 0,20, de 201 a 500 R$ 0,17 e de 501 a 1000 R$ 0,15.Para adquirí-los peça pelo site www.sobed.org.br (pagamento com bole-to bancário).

SOBED DIGITALA SOBED lança mais uma novidade: o SOBED DIGITAL, um programa de atualização médica a distância. Os eventos de maior destaque no cenário nacional serão gravados e disponibilizados em CD e/ou DVD. Para adqui-rir basta acessar o site www.sobed.org.br. O pagamento é via boleto bancário. Confira a programação disponível:

Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-11 – A flood of endoscopic innova-tions: hits or misses?Anthony Axon (Inglaterra)2 – Endoscopic submucosal dissection for early gastric câncer. Technical aspects, feasibility and management of complicationsIchiro Oda ( Japão)3 – Endoscopic ressec-

tion for early gastric cancer. Results in Japan Ichiro Oda ( Japão)4 – Endoscopic therapy of chronic pancreatitis and its complications Klaus Mönkemüller (Alemanha)

Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-21 – Double Balloon enterocopy: the small bowel and beyond (ERCP, colonoscopy, post-surgical anatomy)

Klaus Mönkemüller (Alemanha)2 – Short segments of columnar metaplasia at GE junction René Lambert (França)3- Cápsula endoscópica no SGIO Luiz Ernesto Caro(Argentina) 4 – Novas propostas para exames do cólon e reto, incluindo a cápsula colonoscópica. Haverá impacto no rastreamento?Artur Parada (Brasil)

DVD – Curso ao vivo - Opção 1 – 1h 04min1 - EnteroscopiaAdriana Vaz S. Ribeiro2 - Balão Endoscópico Artur A. Parada

DVD – Curso ao vivo - Opção 2 – 1h 53min1 - Dilatação Esofágica Cleber Vargas2 - CA Esofágico SuperficialMarcio M. Tolentino3 - Controle de Varizes esofágicas

Luiza Romanello 4 - Ultrassom Endoscópico Jose Celso Ardengh

DVD – Curso ao vivo - Opção 3 – 1h 40 min1 - Megaesôfago Renato Luz Carvalho2 - G.I.S.TJosé Celso Ardengh3 - Balão intragástricoJosé Celso Ardengh4 - Controle de Varizes pós ligaduraRenato Carvalho

Nova prova de TítuloA SOBED realizará em 26 de outu-bro de 2009, no Centro de Conven-ções da Bahia, em Salvador (BA), a Prova de Título de Especialista e Área de Atuação. Os editais já estão dispo-níveis no site: www.sobed.org.br.

Serviço: Prova de Título de Especialista e Área de atuaçãoLocal: Centro de Convenções da Bahia / Avenida Simon Bolivar, s/nº Data/hora: de 26 de outubro de 2009, das 14h00 às 18h00.

Novo site já está no ar! Desde 9 de abril o novo site da SOBED está no ar. Mais dinâmico e cheio de novidades ele permite maior integração com os usuários, facilitando a aquisi-ção de produtos e o acesso às comunicações da Sociedade, incluindo a versão digital da Revista da SOBED. Acesse: www.sobed.org.br.

Page 7: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

6 7

Diretoria Nacional

Presidente Carlos Alberto Cappellanes (SP)Vice-Presidente Carlos Alberto da Silva Barros (PE)Secretários Ricardo Anuar Dib (MG)Fabio Segal (RJ)Tesoureiros Pablo Rodrigo de Siqueira (SP) eCiro Garcia Montes (SC)

Comissões Estatutárias

Comissão de Relações Internacionais Glaciomar Machado (RS) - PresidenteArthur A. Parada (SP)

Comissões Eleitoral, de Estatutos,Regimentos e Regulamentos Antonio Gentil Neto – PresidenteHerbeth José Toledo SilvaLívia Maria Cunha LeiteNilza Maria Lopes Marques LuzSaverio Tadeu de Noce ArmelliniSergio Luiz Bizinelli

Comissão de Admissão e Sindicância Ricardo de Sordi Sobreira – PresidenteAntonio Henrique de FigueiredoCarlos Aristides Fleury GuedesFabio MarioniRoberto Palmeira Tenório

Comissão Científica e Editorial Marcelo Averbach – PresidenteAdriana Vaz Safatle-RibeiroCarlos Eugenio GantoisFlavio Hayato EgimaHuang Ling FangKleber Bianchetti de FariasMarcos Bastos da SilvaRamiro Robson Fernandes MascarenhasWalnei Fernandes Barbosa

Comissão de Ética e Defesa Profissional Vera Helena de Aguiar Freire de Mello – PresidenteArnaldo Motta FilhoFrancisco José Medina Pereira CaldasOswaldo Luiz Pavan JuniorPlinio Conte de Faria JuniorPaulo Afonso Leandro

Comissão de Avaliação e Credenciamentosde Centros de Ensino e Treinamento Paulo Roberto Alves Pinho – PresidenteDaniel Moribe

Gildo Barreira FurtadoGiovani Antonio BemvenutiWalton Albuquerque

Comissão de Título de Especialista esua Atualização Jairo Silva Alves – Presidente Dalton Marque ChavesGeraldo Ferreira Lima JuniorGilberto Reynaldo Mansur Luiz Felipe de Paula SoaresLuiza Maria Filomena RomanelloMarco Aurélio D’AssunçãoMarcos Clarencio Batista SilvaVitor Nunes Arantes

Comissões Não Estatutárias

Comissão de Acreditação de Serviçosde Endoscopia Eduardo Carlos Grecco – PresidenteJosé Renato Guterres HauckPaulo CuryRenato Luz CarvalhoLuiz Roberto do Nascimento

Site Flavio Braguim – PresidenteHorus Antony BrasilJarbas Faraco M. LoureiroJosé Luiz PaccosRicardo Leite Ganc

Diretrizes e Protocolos Edivaldo Fraga Moreira – PresidenteLix Alfredo Reis de OliveiraMara Lucia Lauria SouzaCarlos Eduardo Oliveira dos SantosLuis Cláudio Miranda da Rocha

Trabalhos Multicêntricos Paulo Alberto Falco Pires CorreaWalnei Fernandes Barbosa

Sobed - Revista Horus Antony BrasilThiago Festa Secchi

Sede Nacional Eli Kahan Foigel

Rede Sobed/Sobed em CasaHorus Antony BrasilThiago Festa Secchi

Representantes nas Revistas – GED Arquivos Brasileiros deGastroenterologia Representantes em Instituições

Comissão Nacional de Acreditação Eduardo Carlos Grecco - Presidente José Renato Guterres Hauck Paulo Cury Renato Luz Carvalho Luiz Roberto do Nascimento

Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica Flavio Hayato Egima

Agência Nacional de Vigilância Sanitária Vera Helena de Aguiar Freire de Mello

Associação Médica Brasileira Maria das Graças Pimenta Sanna

Núcleos

Núcleo de Endoscopia Pediátrica Cristina Helena Targa FerreiraEloá Marussi Morsoletto MachadoManoel Ernesto Peçanha GonçalvesMaria das Graças Dias da Silva

Núcleo de Ultrassonografia Endoscópica José Celso ArdenghLucio Giovanni Battista RossiniMarco Aurélio D’AssunçãoSimone Guaraldi da Silva

Núcleo de Desenvolvimento do NOTES Ângelo Paulo Ferreira Jr. Kiyoshi HashibaPablo Rodrigo de SiqueiraPaulo Sakai

Núcleo de Estudos de Equipamentos e Acess. Endoscópicos e seu Processamento Alexandre Silluzio FerreiraFrancisco José Medina Pereira CaldasLigia Rocha de LucaVera Helena de Aguiar Freire de MelloTadayoshi Akiba

Núcleo de Implantaçãodas Unidades Regionais Antonio Carlos Coelho ConradoJoão Carlos Andreoli

Diretorias e ComissõesPor dentro da Sobed

Page 8: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

8

Alagoas Presidente: Nilza Marques LuzVice-presidente: Henrique Malta1º Secretário: Herberth Toledo2º Secretário: Carlos Henrique de Barros Amaral1º Tesoureiro: Laercio Ribeiro2º Tesoureiro: José Wenceslau da Costa NetoEndereço: R. dos Coqueiros, 17 - Cind. Jardim do Horto - CEP: 57052-156 - Gruta de Lourdes - Maceió - ALFone: (81) 3241-7870 E-mail: [email protected]

Amazonas Presidente: Lourenço Candido NevesVice-presidente: Victor Mussa Dib1º Secretário: Marcelo Tapajós Araujo2º Secretário: Agostinho Paiva Masullo1º Tesoureiro: Deborah Nadir Ferreira 2º Tesoureiro: Edilson Sarkis Gonçalves Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - 2º andar - sls. 206/207 - Ed. Millenium Center -Torre Medical - CEP: 69050-010 - Manaus - AM Fone: (92) 3659-3762 / 3659-3082 E-mail: [email protected] Bahia Presidente: Maria Cristina Barros MartinsVice-presidente: Livia Maria Cunha Leite 1º Secretário: Marcia Sacramento de Araujo Felipe 2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior 1º Tesoureiro: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da SilvaEndereço: R. Atino Serbeto de Barros, 241 - CEP: 41825-010 - Salvador - BAFone: (71) 3350-6117 Site: www.sobedbahia.com.br E-mail: [email protected]

Ceará Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior 1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha Endereço: R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora - CEP: 60130-001 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3261-8085 E-mail: [email protected]

Distrito Federal Presidente: Aloisio Fernando SoaresVice-presidente: Sussumo Hirako1º Secretário: Cícero Henriques Dantas Neto2º Secretário: Francisco Machado da Silva1º Tesoureiro: Calixto Abrão Neto2º Tesoureiro: Marcio Velloso FontesEndereço: SHLS 716, Bloco L – Centro Clínico Sul – Torre I – sls. 408/410 – CEP: 70390-700 – Brasília - DFFone: (61) 3345-7225E-mail: [email protected]

Espírito Santo Presidente: José Joaquim de Almeida FigueiredoVice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro1º Secretário: Aureo Paulielo2º Secretário: Aderbal Pagung1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky2º Tesoureiro: Luis Fernando de CamposEndereço: R. Francisco Rubim, 395 – CEP: 29050-680 – Vitória - ESFone: (27) 3324-1333Site: www.sobedes.com.brE-mail: [email protected]

Goiás Presidente: José Cristiano Ferreira ResplandeVice-presidente: Marcus Vinicius Silva Ney1º Secretário: Marcelo Barbosa Silva2º Secretário: Fernando Henrique Porto1º Tesoureiro: Vágner José Ferreira2º Tesoureiro: Rennel PiresEndereço: Av. Mutirão, 2.653 – Setor Marista – CEP: 74115-914 – Goiânia - GO Fone: (62) 3251-7208E-mail: [email protected]

Maranhão Presidente: Djalma dos SantosVice-presidente: Nailton J. F. Lyra1º Secretário: Selma Santos Maluf2º Secretário: Milko A. de Oliveira1º Tesoureiro: Elian O. Barros

2º Tesoureiro: Joaquim C. Lobato FilhoEndereço: R. Jornalista Miecio Jorge, 4 – Ed. Carrara – sls. 208/209 – CEP: 65075-440 – São Luis - MAFone: (98) 3235-1575E-mail: [email protected]

Mato Grosso Presidente: Ubirajarbas Miranda VinagresVice-presidente: Leo Gilson Perri1º Secretário: José Sebasttião Metelo2º Secretário: José Carlos Comar1º Tesoureiro: Roberto Carlos Fraife Barreto2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia TeixeiraEndereço: Pça. do Seminário, 141 – Centro – Gastrocentro – CEP: 78000-000 – Cuiabá - MTFone: (65) 3321-5318E-mail: [email protected]

Mato Grosso do Sul Presidente: Carlos Marcelo Dotti Silva1º Secretário: Rogerio Nascimento Martins1º Tesoureiro: Marcelo de Souza CuriEndereço: R. Alagoas, 700 – Jd. dos Estados – CEP: 79020-120 – Campo Grande - MSFone: (67) 3327-0421E-mail: [email protected]

Minas Gerais Presidente: Luiz Claudio Miranda da RochaVice-presidente: Paulo Fernando Souto Bittencourt1º Secretário: Atanagildo Cortes Junior2º Secretário: Adriana Athayde Lima Stehling1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho2º Tesoureiro: Paulo Fernando Souto Bittencourt Endereço: Av. João Pinheiro, 161 – CEP: 30130-180 – Belo Horizonte - MGFone: (31) 3247-1647E-mail: [email protected]

Pará Presidente: Abel da Cruz LoureiroVice-presidente: Edmundo Veloso de LimaTesoureiro: Marcos Moreno Domingues2º Tesoureiro: Laercio Sampaio da S. Junior1º Secretário: Danieli do S. Brito Batista2º Secretário: Ana Paula R. GuimarãesEndereço: Tv. Dom Romualda de Seixas, 1.812 – CEP: 66055-200 Belém – Pará Fone: (91) 3241-4223E-mail: [email protected]

Paraíba Presidente: Eduardo Henrique da Franca PereiraVice-presidente: Fábio da Silva Delgado1º Secretário: Carlos Antonio Melo Feitosa2º Secretário: Pedro Duques de Amorim1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto2º Tesoureiro: Fabio Kennedy Almeida Trigueiro Endereço: Av. Coremas, 364 – CEP: 58013-430 – João Pessoa - PBFone: (83) 3222-6769E-mail: [email protected]

Paraná Presidente: Luis Fernando TullioVice-presidente: Sandra Teixeira1º Secretário: Maria Cristina Sartor2º Secretário: Flávio Heuta Ivano1º Tesoureiro: Julio César Souza Lobo2º Tesoureiro: Marlus Volney de MoraisEndereço: R. Candido Xavier, 575 – CEP: 80240-280 – Curitiba - PRFone: (41) 3342-3282E-mail: [email protected]

Pernambuco Presidente: Josemberg Marins CamposVice-presidente: Luis Fernando Lobato Evangelista1º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo2º Secretário: Roberto Tenório1º Tesoureiro: Mario Brito FerreiraEndereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.063 – CEP: 52050-020 Recife - PEFone: (81) 9973-8741E-mail: [email protected]

Piauí Presidente: Wilson Ferreira Almino de LimaVice-presidente: Carlos Dimas de Carvalho Sousa

1º Secretário: Conceição de Maria Sá e Rego Vasconcelos2º Secretário: Ademar Neiva de Sousa Sobrinho1º Tesoureiro: Antonio Moreira Mendes Filho2º Tesoureiro: Teresinha Quirino V. de Assunção de MaiaEndereço: R. Olavo Bilac, 2.490 – CEP: 64001-280 – Teresina - PIFone: (86) 3221-4824E-mail: [email protected]

Rio de Janeiro Presidente: José Narciso de Carvalho NetoVice-presidente: Edson Jurado da Silva1º Secretário: Marta de Fátima S. Pereira2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes1º Tesoureiro: Francisco José Medina de Pereira Caldas2º Tesoureiro: José Carlos Cortes BarrosoEndereço: R. da Lapa, 120 – sl. 309 – CEP: 20021-180Rio de Janeiro - RJFone: (21) 2507-1243 / 3852-7711Site: www.sobedrj.com.br Email: [email protected]

Rio Grande do Norte Presidente: Licia Villas-Bôas MouraVice-presidente: Conceição de Maria Lins da C. Marinho1º Tesoureiro: Verônica de Souza ValeEndereço: R. Maria Auxiliadora, 807 – Tirol – CEP: 59014-500Natal - RNFone: (84) 3211-1313E-mail: [email protected]

Rio Grande do Sul Presidente: Julio Carlos Pereira LimaVice-presidente: Carlos Kupski1º Secretário: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos1º Tesoureiro: Cesar Vivian LopesEndereço: Av. Ipiranga, 5.311 – sl. 207 – CEP: 90610-001Porto Alegre - RSFone: (51) 3352-4951E-mail: [email protected]

Santa Catarina Presidente: Silvana D’AgostinVice-presidente: Ligia Rocha de Luca1º Secretário:Juliano Coelho Ludvig2º Secretário: Osni Eduardo Camargo Regis1º Tesoureiro: Cintia Zimmermann de Meireles2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Ussui Jr.Endereço: Rodovia SC 401 – Km 04 3854 – CEP: 88032-005Florianópolis - SCFone: (48) 3231-0324Site: www.sobedsc.com.brE-mail: [email protected]

São Paulo Presidente: José Celso ArdenghVice-presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro1º Secretário: Luiza Maria Filomena Romanello2º Secretário: Thelma Christina Nemoto1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi2º Tesoureiro: Lix Alfredo Reis de OliveiraEndereço: R. Itapeva, 202 – sl. 98 – CEP: 01332-000São Paulo - SPFone: (11) 3288-6883Site: www.sobedsp.com.br E-mail: [email protected]

Sergipe Presidente: Jilvan Pinto de MonteiroVice-presidente: Rogério dos Santos Rodrigues1º Secretário: Simone Deda Lima Barreto1º Tesoureiro: Miiraldo Nascimento da Silva FilhoEndereço: R. Guilhermino Rezende, 426 – São JoséCEP: 49020-270 – Aracaju - SEE-mail: [email protected]

Tocantins Presidente: Jorge Mattos ZeveVice-presidente: Marcos Rossi1º Secretário: Rone Antonio Alves de Abreu2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos1º Tesoureiro: Maria Augusta de Oliveira Matos2º Tesoureiro: Mery Tossa NakamuraEndereço: Quadra 401 Sul – cj, 01 – Lote 1 – Av. Teotonio Segura-do – Espaço Médico Empresarial – CEP: 77061-002 – Palmas - TOFone: (63) 3228-6011E-mail: [email protected]

Estaduais

Page 9: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

9

Acontece

Paraná A SOBED Paraná promoverá reuniões científicas aos associados nos próximos dois meses. No dia 3 de abril, às 19h30, no Bourbon Express Hotel, em Cascavel. A temática abordada será a “Doen-ça Inflamatória Intestinal”, em que o Dr. Marcelo Averbach, de São Paulo, discutirá os “Aspectos Endoscópicos Diferenciados da DII”, e a Dra. Andréa Vieira, também de São Paulo, apresentará as “Perspectivas Atuais no Tratamento Clínico das DII”. Em 22 de maio, às 19h30, o tema será o

“Esôfago de Barrett”, apresentado na SOBED Paraná, em Curitiba, pelo Dr. Fábio Segal, do Rio Grande do Sul. Ambas as reuniões são gratui-tas e as inscrições podem ser realizadas no dia do evento.Informações: com Telma Bonatto pelo telefone: (41) 3342-3282, e-mail: [email protected]. O endereço do Bourbon Express Cascavel é R. Paraná, 2.899 - Cascavel/ Fone: (45) 3220-4400/ Site: www.bourbon.com.br

Rio Grande do Sul Em 4 de abril, a Fundação Riograndense Universitária de Gastroentero-logia (Fugast) realiza a “XXI Jornada da Fugast: o futuro da colonosco-pia” e, simultaneamente, o “XVIII Curso de Videoendoscopia Terapêu-tica do Mercosul”. O programa, que vai das 9h00 às 18h00, será dividido em quatro módulos: Estado Atual e Avanços na imagem colonoscópica; Che-gamos à Biópsia Virtual?; Avanços na Terapêutica Endoscópica; e, Colonoscopia no Screening do Câncer do Cólon. Como palestrantes, o evento terá Lix de Oliveira e Luis Maruta, Cláudio R. Teixeira, Carlos Saul, Paulo Sanvitto. Entre os convidados internacionais, estão os especialistas Luiz Caro (Argentina), Horácio Gutierrez (Uruguai), Patrick Okolo (Estados Unidos) e, Alberto Baptista (Venezuela). As apresentações acontecem em Porto Alegre, no Novotel, das 9h00 às 13h00. As inscrições podem ser feitas até o dia do evento. Vagas Limitadas. Veja como se inscrever em www.fugast.com.br/jornada ou entre em contato com a Secretaria de Cursos e Eventos da Fugast.

Informações com Silvana Urruth pelo telefone: (51) 3352-4951, e-mail: [email protected] ou pelo site: www.fugast.com.br/jornada.

Rio de Janeiro No dia 6 de junho, a SOBED Rio de Janeiro realizará o “VI Teórico-Prático no Atendimento de Emergências Clínicas no Ato Endoscópico e Sedação”. O curso será ministrado pelo Centro de Treinamento Berkeley, das 9h00 às 18h00. Serão 30 vagas. No final do mês de maio, os interessados poderão acessar a home-page do Capítulo e obter detalhes.

Em 18 de julho, das 8h00 às 18h00, acontecerá a “IV Jornada de Atualização em Endoscopia Digestiva Diagnóstica e Terapêutica”, no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj). O evento é gratuito e as inscrições para as 150 vagas existentes devem ser feitas no site do Cremerj. As vagas são limitadas.

Dias 06/04, 04/05 e 01/06 serão realizadas reuniões científicas no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, na Rua Visconde Silva, 52 - sl. B, em Botafogo. Sempre com início às 19h00.

Informações com Sonia Macedo pelo telefone (21) 2507-1243,e-mail: [email protected] ou pelo site: www.sobedrj.com.br

SOBED Nacional A SOBED Nacional realizará, entre 29 e 30 de abril, o primeiro dos seis módulos que farão parte do novo curso, “Oficinas”, direcionado aos seus sócios titulares. Sob a coordenação dos Drs. Artur Adolfo Parada, Carlos Alberto Cappellanes e Ricardo Anuar Dib, o curso é proposto aos especialistas que possuem pouca experiência ou não realizam muitos procedi-mentos terapêuticos no dia-a-dia. “Oficinas - módulo I” terá como temáticas ligadura elástica e esclerose de varizes e esôfago. No dia 29, os participantes poderão realizar os procedimen-tos em bonecos (hands on) e, no dia seguinte, em pacientes. Já foram confirmados como preceptores os Drs. Ângelo Ferrari, Claudio Hashimoto, Fabio Marioni, José Celso Ardengh, Marco Aurélio D’Assunção, Renato Luz de Carvalho, Ricardo Sobreira e Thiago Festa Secchi.

Informações com Monica Sgobbi pelo telefone (11) 3148-8200 ou pelo e-mail:[email protected]

Atenção: Todos os eventos citados nesta página valem pontos para a revalidação do Título de Es-pecialista e Certificado da Área de Atuação, conforme estipulado pela Comissão Nacio-nal de Acreditação (CNA), de acordo com a Resolução CFM 1.722/2005. Consulte a tabela de pontuação pelo site da SOBED (www.sobed.org.br) Para comunicar os encontros promovidos nas estaduais nesta seção envie e-mail para [email protected]

Por dentro da Sobed

Page 10: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

10 11

Rede Sobed

A Rede SOBED é um serviço de educação continuada a distância dos cursos ministrados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) no

Centro de Treinamento em Endoscopia Digestiva da entidade, em São Paulo, situado no Hospital Estadual Ipiranga, desen-volvido em parceria com a Olympus Optical do Brasil. O programa Rede SOBED permite ao associado assistir as au-las em tempo real e fazer perguntas aos palestrantes, respon-der enquetes e participar de votações eletrônicas. Trata-se de um modelo virtual de educação continuada voltado aos espe-cialistas e associados à entidade.

Como funciona? Toda primeira quinta-feira do mês um novo módulo é apre-sentado. Por meio do Boletim SOBED Online o usuário é no-tificado sobre a temática do novo programa. Cada módulo fica disponível por três meses a partir da data de sua transmissão. Para participar basta estar quites com a instituição, preencher a ficha de inscrição e possuir conexão com a Internet. O cadas-tro tem validade de 1 (um) ano. A Rede SOBED tem mais de 500 cadastrados em seus diversos programas em mais de 200 cidades do Brasil. Os inscritos que assistirem as aulas recebem pontos no programa de creditação da Associação Médica Bra-sileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).Novos cadastros são aceitos até 15h00 do dia da exibição inicial da aula. Após o horário, as senhas serão enviadas para acesso à aula via sistema on demand.

Cadastramento Faça seu cadastro para a Rede SOBED 2009 por meio do site www.sobed.org.br e receba sua senha eletrônica de acesso. Es-tão disponíveis na rede virtual programas de educação continu-ada ministrados em 2008 (os novos usuários cadastrados ainda podem acessá-los), bem como, as primeiras aulas referentes ao ano de 2009. Não perca essa chance de investir na sua atuali-zação e aperfeiçoamento profissional com o apoio da SOBED. Os usuários cadastrados podem acessar a Rede SOBED pelo link descrito abaixo: http://www.sobed.org.br/redesobed2008/inicial_redesobed.asp#

Page 11: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

10 11

Sobed em casa

O programa SOBED em Casa permite aos associados e não-associados assistirem as principais apresentações do Congresso Brasileiro de Endoscopia e da Semana

Brasileira do Aparelho Digestivo pelo site da Sociedade, além de importantes cursos nacionais e internacionais da área que acon-tecem ao longo do ano. Para ter acesso ao SOBED em Casa é necessário preencher o formulário de inscrição e pagar uma taxa de R$ 160,00 (associados da SOBED) e R$ 460,00 (não-asso-ciados). Após a confirmação do pagamento da taxa de adesão o login e senha eletrônica de acesso são encaminhados ao e-mail cadastrado pelo usuário.Uma nova aula é publicada a cada mês no SOBED em Casa. O usuário recebe uma notificação pelo Boletim SOBED Online quando um novo módulo estiver disponível e pode acessá-lo a qualquer hora e local. Para assistir basta acessar o site da SOBED, entrar na seção SOBED em Casa e clicar sobre o link correspon-dente à aula. Cada usuário terá seis meses para assistir à apresen-tação de cada módulo, contados a partir da data de sua publica-ção. Há um limite máximo de três acessos em relação à duração de cada módulo. Após o término do prazo do curso ou da soma total de acessos a senha irá expirar automaticamente.A adesão ao SOBED em Casa também possibilita o acúmulo de 10 pontos para a revalidação do título pelo programa de credita-ção da CNA/AMB (Comissão Nacional de Acreditação da Asso-ciação Médica Brasileira).Já estão disponíveis no site da SOBED, por meio da Seção SOBED em Casa, as principais palestras de Endoscopia da VIII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo realizada em Brasília entre 5 e 9 de outubro de 2008. Fazendo a adesão, é possível assistir, via Inter-net, as apresentações do evento e ter acesso ao conteúdo de diver-sos cursos nacionais e internacionais da área já realizados. Se você não é sócio da SOBED aproveite esta oportunidade para filiar-se e fazer a adesão ao SOBED em Casa pelo preço de associado. A primeira aula virtual da VIII Semana Brasileira do Aparelho Di-gestivo traz Exames do Curso Internacional ao vivo da SOBED. Nas próximas aulas serão disponibilizadas aproximadamente 20 horas de programação com um novo módulo a cada mês. Os ins-critos que às assistirem irão receber pontos para a revalidação do título pelo programa de creditação da CNA/AMB.

Programa:

- Curso Internacional ao vivo da SOBED- Lesões subepiteliais do sistema digestório- Conferência: endoscopia do intestino delgado: vídeo-cápsula e enteroscopia com balões: uma visão geral - Sedação e Monitorização - Conferência: utilidade clínica do NBI e autofluorescência no esôfago de Barrett - Notes: Onde estamos e para onde vamos?- Esôfago de Barrett - Doenças do Pâncreas- Doenças biliopancreáticas benignas - papel da endoscopia - Exames de imagem nas doenças colorretais - Novas técnicas de imagem em endoscopia- Temas gerais em colangiopacreatografia endoscópica retrógrada - Colonoscopia - Hemorragia digestiva alta Obs. Não serão disponibilizadas as palestras em que os médicos não concordarem em ceder os direitos de imagem ou os slides.

Por dentro da Sobed

Page 12: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

12

DNA

Representante da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) frente ao Conselho Científico da Associação Médica Brasileira (AMB), a Dra. Maria das Gra-ças Pimenta Sanna, Dra. Graça, como é mais conhecida, é uma mineira de destaque na especialidade.Ganhou o mundo e, de Belo Horizonte, sua cidade natal, viajou para conhecer serviços de referência em países da Europa, como a Ale-manha, da América do Sul e Central, além de nações como os Estados Unidos, Canadá, China, Egito e países do Oriente Médio. De cada uma das viagens trouxe um pouco de conhecimento para acrescentar à especialida-de no Brasil.Em 24 anos de profissão, Dra. Graça se tor-nou símbolo não só pela importante trajetó-ria profissional, mas por se desdobrar para

conciliar suas atividades, manter a integri-dade e o equilíbrio frente às adversidades que a vida lhe apresentou. Sua história é pautada em bases sólidas de amor à família, dedicação ao trabalho e a todos aqueles que a acompanham até hoje. Em entrevista, Dra. Graça revive lembran-ças dos mestres e amigos e, também, conta um pouco de sua carreira destacando como é a rotina de ser mulher, mãe e profissional de sucesso.

O que a levou a decidir pela área médica?O primeiro contato com o meio hospita-lar foi ainda na pré-adolescência, quando precisei ser submetida a uma pequena ci-rurgia ambulatorial, fato que me levou a refletir sobre a possibilidade de atuar na área da saúde. Anos depois, ao vivenciar o

pós-operatório de meu pai e toda sua fra-gilidade, veio a certeza. Naquele momen-to, decidi que iria trabalhar para amenizar o sofrimento alheio.

Dra. Graça, grandes mestres a incentivaram a seguir carreira em endoscopia digestiva

Mineira é destaque na endoscopia digestivaEm 24 anos de profissão, a Dra. Maria das Graças Pimenta Sanna é exemplo para mulheres da especialidade. De Minas para o mundo, trouxe experiências que ajudaram a elevar o nível da endoscopia brasileira

Page 13: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

13

“Não sei dizer se concilio bem família e profissão, mas conto com o apoio incondicional de

meus familiares”

“Tive muitos professores que se tornaram

verdadeiros exemplos”

Qual sua formação acadêmica?Concluí a graduação na Faculdade de Me-dicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e cursei residência em Medicina Interna pelo Hospital Semper, em Belo Horizonte. Em seguida, me espe-cializei em gastroenterologia pelo Institu-to Brasileiro de Pesquisas em Gastroente-rologia de São Paulo (IBEPEGE/IGESP). Mais tarde, em São Paulo e, também na Alemanha, concluí a especialização em endoscopia digestiva.

Como surgiu o interesse pela gastroen-terologia? Tive muitos professores que se tornaram verdadeiros exemplos que carrego em meu coração e na prática diária da profis-são, como o professor Nereu de Almeida Junior, hoje, meu padrinho e quem me apresentou à gastroenterologia. Uma pes-soa que, em seus 90 anos, reverencio como um mestre e amigo.

E a endoscopia digestiva?O interesse foi despertado pela alegria e entusiasmo do Dr. João Carlos Andreoli. Com o estímulo do Dr. Ricardo de Sordi Sobreira, iniciei os primeiros treinamentos na especialidade e com a colonoscopia, no

serviço da Dra. Angelita Gama, sob os cuidados do Dr. Paulo Arruda Alves. As técnicas na endoscopia terapêutica foram ampliadas pelo estágio no serviço do Dr. Shinischi Iskioka e Dr. Paulo Sakai, do Hos-pital das Clínicas de São Paulo (HC-SP).

Enfrentou desafios durante o processo de formação?Sim. Tive receio de não corresponder à altura as chances que a vida me ofereceu. Minha meta diária é honrar as oportunida-des que tive e os mestres que acreditaram em meu potencial.

Quais foram tais oportunidades?Graças ao Dr. Iskioka, Dr. Sakai e ao Dr. Andreoli fui encaminhada para a Univer-sidade de Hamburgo, na Alemanha, onde conheci outro grande mestre, o Dr. Nib Soehendra. Com isso, novas oportunida-des se abriram. Conheci serviços de refe-rência na Europa, Estados Unidos, Cana-dá, China, Egito, Oriente Médio, América do Sul e Central, partilhando de uma gran-de família globalizada em torno da endos-copia digestiva.

Como foi sua especia-lização na Alemanha?Inicialmente, meu ob-jetivo específico era

aprender as técnicas da endoscopia das vias biliares e pancreáticas, porém o de-partamento dirigido pelo Dr. Soehendra abrangia as técnicas já consagradas da te-rapêutica cirúrgica em endoscopia, técni-cas experimentais e, na época em implan-tação, a endossonografia. Áreas em que também decidi me envolver.

Em sua opinião, ao longo dos anos, o que mudou na especialidade? A cada dia os equipamentos estão mais so-fisticados. As imagens, com melhor quali-dade e precisão, o que resulta na interces-são dos conhecimentos histopatológicos para utilização durante os procedimentos endoscópicos, exigindo assim um novo “olhar” e novos treinamentos. Observamos também, com o NOTES (Natural Orifice Transluminal Endoscopic Surgery), outra vertente que vem se estruturando é uma certeza da intercessão da endoscopia e da cirurgia.

Como está o investimento em desen-volvimento científico na área?O grande pilar que sustenta o trabalho médico é o conhecimento. Investir no

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 14: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

14

Graça viajou o mundo. Conheceu a endoscopia da Europa, América do Norte, Sul e Central, da China,

do Egito e Oriente Médio

DNA

desenvolvimento científico é obrigatório. É importante ressaltar que tal investi-mento deve sempre ser pautado em ética, respeito e amor aos semelhantes. Assim como em outros setores da vida estamos sempre em busca de crescimento e de-senvolvimento. Lembro-me sempre das palavras de incentivo que certa vez meu marido me disse: “hoje, quero ser melhor do que ontem e pior do que amanhã”.

Dentro do campo científico, qual sua linha de pesquisa?Investi em trabalhos nas vias biliares e pancreáticas, apresentados em congres-sos, publicações e capítulos de livros. Nos últimos cinco anos, tenho também me dedicado à doença inflamatória intestinal com trabalhos, publicações, capítulos de livros e colaboração em dissertações de mestrado e teses de doutorado. No mo-mento, estou desenvolvendo um projeto de pós-graduação no tema.

Qual a relevância das reuniões com o conselho científico da AMB para a es-pecialidade? Participar do conselho científico da AMB

é de extrema importância tanto para a As-sociação, quanto para a nossa especialida-de como elo de comunicação e interação entre elas. A filosofia da AMB não é dife-rente da SOBED. O espírito de ambas é

em defesa do médico e nos aspectos científico, ético, social, econômico e cultural. Essa integra-ção contribui para que participemos em con-junto com outras espe-cialidades na elaboração

da política de saúde e aperfeiçoamento do sistema médico assistencial do País.

Como foi o período em que presidiu o

Capítulo SOBED Minas Gerais no biê-nio 2004-2005? Naquela época, já colaborava com as di-reções anteriores em diversos setores como secretaria, tesouraria e vice-presi-dência. Embora conhecesse um pouco da SOBED, não tinha planos de assumir a presidência, aconteceu no susto e, assim, continuei o processo de fortalecimento e estruturação do Capítulo que já vinha de outras gestões.

Quais objetivos foram alcançados em sua gestão?Um dos principais pilares de minha ges-tão foi expandir os limites da SOBED-MG para o interior do Estado. Foram

Page 15: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

15

“Pretendo estudar física quântica, ciência que vem modificando diversas formas de abordagem

da prática médica”

criados dois subcapítulos: Triângulo Mineiro e Alto do Paranaíba, e Zona da Mata e campos das Vertende. Nesse processo, deixamos outras três regiões articuladas para que o grupo sucessor pudesse dar continuidade. Organizamo-nos para lidar com assuntos relacionados à Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), tópico discutido em incontáveis reuni-ões. Além disso, logo no primeiro mês de gestão, nos engajamos na luta pelos honorários médicos.

Atualmente, qual seu papel no Capítulo MG? Nesta gestão, em particular, me dedico na defesa dos honorários médicos, em espe-cial nos grupos que estão bem organizados em nível nacional. Procuro continuar com o mesmo entusiasmo e, assim, contribuir para que em Minas Gerais haja cada vez mais colegas endoscopistas engajados com o espírito da SOBED. Também sou diretora clínica do Instituto Mineiro de Gastroenterologia (IMEEG) e Membro do Ambulatório de doenças do intestino do Hospital das Clínicas da UFMG.

Quais suas metas pro-fissionais?Agora, é estudar/desenvolver a física quântica, ciência que vem modificando as diversas formas de

abordagem da prática médica. Ela veio para completar o que a teoria Newto-niana não conseguiu resolver. Há cerca de oito anos faço parte de um grupo de médicos em Minas Gerais que tem acompanhado essas mudanças. Nos úl-timos três anos, tentamos compreender toda a revolução da medicina em relação

à teoria. Isso resultou no primeiro curso de pós-graduação que iremos ministrar a partir de agosto deste ano. Este curso faz parte de um projeto muito maior de-nominado “hólon”, e dentro dele viabi-lizaremos a construção de um hospital que irá abrigar os novos conhecimentos, aliados com os já consolidados desde os primórdios de Hipócrates.

O que a motiva a continuar seu trabalho?O encantamento pela vida, pelo ser hu-mano, pelo conhecimento e pelo poten-cial que possuímos e estão registrados ao longo da história.

Como faz para conciliar família e pro-fissão?Não sei dizer exatamente se o faço bem, mas conto com o apoio incondicional de minha família. Considero que a vida me coroou com a convivência diária das quatro pessoas que me são as mais caras. Meu marido, Luiz Henrique, o “Luizão” - apelido ganho graças a seu 1,96 m de al-tura. Da nossa união de 23 anos, surgiram três filhos que só nos trazem alegria e ra-zão para viver, são eles, Luiza de 18 anos, Isabela, de 12, e Rafael de 10 anos.Não posso deixar de mecionar a impor-tância de meu pai, José Júlio, de quem her-dei a capacidade de sonhar, de minha mãe, Ivone, com quem aprendi a manter os pés fincados na terra e de meus cinco irmãos, por quem nutro admiração e carinho.

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 16: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

16

Ao ter seu primeiro filho, a endoscopista paulistana Adriana Vaz Safatle-Ribeiro conta que enfrentou dificuldades para encarar a maternidade. Além do fato de ela e seu marido - um cirurgião do aparelho digestivo - serem pais

de primeira viagem, ainda moravam fora do Brasil. Na época, os dois estudavam na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.Para ajudá-los com o recém-nascido Lucas, sua sogra teve que ficar com eles por três meses, até que as coisas se ajeitassem e Adriana não precisasse interromper suas

24 horas endoscopista, mulher e mãe

Às seis horas da manhã, ao despertarem, essas mulheres dão início a uma maratona que

as dividem entre suas casas, filhos, maridos e seus pacientes. Em homenagem ao Dia da Mulher e ao Dia das Mães, cinco endoscopistas contam como

fazem para conciliar família e profissão

Mulher

Page 17: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

17

pesquisas para dar conta dos afazeres domésticos e da rotina de mãe. Prestes a voltar ao Brasil, em 1996, deu à luz ao segundo filho, Daniel. Matheus, que completa o trio, nasceu oito anos depois, em solo brasileiro. Hoje, com os meninos já crescidos, as coisas ficaram um pouco mais fáceis devido à expe-riência adquirida, mas mesmo assim a rotina continua puxada. De sua casa no Brooklin, bairro da zona Sul de São Paulo, a endoscopista prepara rapidamente seus filhos Lucas (14), Daniel (12) e o pequeno Matheus (5), para que o motorista os leve à escola. Após encaminhá-los, Adriana corre para o Hospital Estadual de Francisco Morato, trajeto que leva uma hora para percorrer de carro. Lá, realiza procedimentos de en-doscopia todas as segundas-feiras e, uma vez por mês, aos finais de semana. Às terças, realiza enteroscopias no Hospital São José. Por ser uma das poucas especialistas no País a dominar esse procedimento, Adriana costuma viajar com frequência pelo Brasil e exterior para ensinar a técnica a seus colegas. As quartas-feiras são destinadas ao seu consultório, que divide com o marido e o pai, também cirurgião digestivo e grande responsável por influenciá-la na escolha pela especia-lidade. Já às quintas e sextas-feiras, atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), instituição onde se formou em 1987 e fez residências em cirurgia e endoscopia digestiva. No HC, Adriana ensina aos futuros médicos os procedimentos enquanto participa de uma rotina do Serviço de cerca de 80 endoscopias/dia. Além disso, se prepara para a livre-docência, período em que enfrentará quatro difíceis provas. Diante de tanta pressão, Adriana confessa que no último ano sofreu um pouco com a roti-na, mas não pôde deixar de se dedicar à carreira científica, pois, como professora, precisa se reciclar constantemente. “Mesmo passando algum tempo ausente sempre posso contar com o suporte e amor de minha família”, diz.

Ao lado do marido e dos três filhos, Adriana posa para foto Com a família, Cintia na festa de 15 anos da filha do meio

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 18: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

18

Mulher

Mãe só muda de endereçoNo Sul do País, em Florianópolis, mora Cintia Zimmermann de Meireles. A endosco-pista vivenciou uma história semelhante à de Adriana, não fosse o fato de ter optado por não sair de sua cidade para estudar fora. Ela também teve sua primeira filha enquanto cursava o último ano de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), acontecimento que mudou sua vida. Graduada, Cintia conseguiu encontrar tempo para fazer a residência em clínica médica, porém, ao final do curso, queria fazer gastroenterologia, opção que, na época, não existia em Florianópolis. A mudança seria inviável, pois além da filha pequena, seu marido tinha montado um escritório de consultoria na cidade. Algum tempo depois, abriram prova para a especialidade no Hospital Universitário da UFSC e Cintia foi aprovada, tornando-se a primeira residente em gastroenterologia do estado. Em 1998, obteve o título de endoscopista digestiva. Hoje, com mais duas filhas, procura distribuir seu tempo entre a família, o HU-UFSC e as outras três instituições onde trabalha: o Hospital Governador Celso Ramos, o Hospi-tal de Caridade e o consultório privado. Em Campo Grande, região Centro-Oeste do País, está a sul-mato-grossense Vanessa Puccinelli Dotti. A especialista divide seus dias entre o Hospital Regional de Mato Gros-so do Sul e o atendimento no consultório que montou junto com seu marido.Acostumada a realizar inúmeros exames por dia, Vanessa precisou reduzir a demanda de trabalho. O motivo é nobre. Há aproximadamente dois meses nasceu sua segunda filha, Giovana, irmã de Gabriela, de um ano e meio. Na primeira gestação, em um mês Vanessa já estava de volta ao batente e chegava a levar a bebê com ela, o que era muito cansativo. “A maternidade acaba nos transformando, mas gosto demais de meu trabalho e isso me motivou a voltar”.

Karen (10) e Henrique (8) dividem a mãe com a endoscopia Após um dia corrido, Patrícia curte a pequena GabrielaA mamãe Vanessa ao lado de sua filha Gabriela de 1 ano e meio

Page 19: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

19

Entre os quase três mil associados registrados pela SOBED, 596 são mulheres

Dessa vez, porém, ela confidencia que irá aproveitar a licença-maternidade até o fim e curtir suas filhas o máximo que puder longe do trabalho. O consultório ficará sob a responsabilidade de seu marido. Para ela, uma das vantagens de terem o próprio negócio e a mesma formação acadêmica. Da mesma forma, a mãe de Karen (10) e Henrique (8), Mery Tossa Nakamura, tem um dia puxado para conciliar a vida profissional com os filhos e o marido agrônomo. Ambos se conheceram enquanto estudavam na Universidade de Tokushima ( Japão) cada um na sua especialidade.Mery, que já fez especialização no Japão e residência na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, revela que não trocaria Palmas, onde mora hoje, por nenhum outro lugar. Na cidade, ela se desloca rapidamente devido à proximidade entre o Hospital Geral de Palmas e a clínica onde trabalha. Ela ainda reserva tempo para atuar como perita do Ins-tituto Nacional do Seguro Social (INSS). A filha mais velha, Karen, demonstra interesse pela área médica como a mãe. Para ela, são fundamentais o equilíbrio e a compreensão estabelecidos entre ela, seu marido e filhos.

Para sempre endoscopiaA cearense Patrícia Gadelha Rattacaso decidiu que seria médica aos 17 anos. Optou pela endoscopia por ser uma especialidade que considera em constante evolução e pela parte terapêutica, que a cada dia ganha mais espaço. A endoscopia exige que Patrícia esteja

a cada momento em um lugar. Casada há 11 anos com um médico com quem tem uma filha de quatro anos, a rotina se torna realmente cansativa. Para conseguirem montar o consultório, Patrícia e o marido carregaram o fibroscópio para todo lado durante cinco anos depois de formados. O número de exames que realizavam lhe rendeu uma tendi-nite no ombro direito. “Eram muitos atendimentos quando estava de sobreaviso de hemorragias digestivas por causa da posição incômoda em que ficamos para realizar os exames.” O resultado de tanto esforço foi o consultório que conse-guiram montar em 2003. Mas Patrícia ainda atua em outros locais. Apesar da correria, a médica não consegue se imaginar fazendo outra coisa e como toda mãe que trabalha fora sen-te remorso por passar pouco tempo com a filha. “Queria ter mais momentos de lazer com ela.”Após um dia corrido, Patrícia curte a pequena Gabriela

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 20: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

20

Reportagem

Lilian Burgardt

Hipócrates foi o primeiro a usar em seu vocabulário médico a palavra diagnóstico. Formada pelo prefixo dia, “através de, em meio de” + gnosis, que signi-

fica “conhecimento”, diagnóstico, portanto, nada mais é que discernir pelo conhecimento. Durante muito tempo, essa foi considerada a principal função da endoscopia digestiva, mas nos últimos anos, com a evolução das pesquisas, ela passou a ter novas atribuições. Não é que o diagnóstico tenha ficado de

lado, fazem questão de lembrar os especialistas, mas é fato que a especialidade vem avançando e se tornando mais completa para a resolução de problemas do trato digestivo. Quem acompanha de perto essa evolução faz questão de dizer que se trata de um divisor de águas dentro da especialidade. Agora, é como se um amplo e novo leque de oportunidades se abrisse para endoscopistas e pacientes que sofrem com proble-mas de saúde como a obesidade ou o refluxo gastroesofágico, males do mundo moderno para os quais a endoscopia digestiva surge como promissora alternativa.

Pesquisas inovadoras mudam realidade dos endoscopistasGraças à evolução das pesquisas científicas, a endoscopia digestiva toma novos rumos e torna-se uma especialidade promissora por assumir muito mais funções além do simples diagnóstico

Page 21: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

21

“De alguns anos para cá, a endoscopia deixou de ser só diagnós-tica e passou também a ter grande importância terapêutica. Já se opera muitas coisas por endoscopia”, diz o médico treinado na Universidade de São Paulo (USP), um dos pioneiros da endosco-pia moderna no Brasil que dirige o serviço de endoscopia do Hos-pital Sírio-Libanês, em São Paulo, Kiyoshi Hashiba. Em muitos casos, complementa o médico, esse procedimento tem sido uma alternativa à cirurgia convencional. “Por essa razão cremos em um grande avanço para a especialidade nos próximos anos.”É o Dr. Hashiba quem cita a obesidade e o refluxo gastroesofá-

gico como alguns dos males para os quais o tratamento com a endoscopia promete evoluir significativamente. Segundo ele, o tratamento do refluxo gastroesofagiano por endoscopia é estuda-do desde 2000. De lá para cá, métodos foram sendo aperfeiçoados e cada vez mais tem se obtido melhora nos resultados, o que é muito importante já que especialistas brasileiros dizem que entre 21 e 56% da população brasileira sofre com a doença do refluxo. Quanto à obesidade, também se desenha um cenário onde a endoscopia passa a ser alternativa importante e, novamente, é preciso dar atenção aos números. Segundo dados do Instituto

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 22: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

22

Reportagem

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40,6% da população brasileira adulta (mais de 20 anos) está acima do peso. Nessa li-nha, um dos avanços sobre o qual muito se fala é a cirurgia por via endoscópica do estômago, assunto pelo qual o Dr. Hashiba tem se debruçado, já que é uma cirurgia minimamente invasiva através do órgão do paciente e que não costumar resultar em grandes cicatrizes nem lesões. Segundo Hashiba, NOTES (Natural Orifice Translumenal Endoscopy Surgery), como é chamada a técnica, é tão recente no exterior como por aqui. Para pesquisar procedimentos e dis-positivos em relação a esta técnica em órgãos como o estômago, o médico tem viajado frequentemente para os Estados Unidos, já que material técnico é escasso por aqui, apesar do apoio do Institutode Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Sírio Libanês e de empresas de endoscopia como a Cook e a Olympus que incetivam pesquisas na especialidade. “Trata-se de um novo método que propõe ganhos para todos, para os indivíduos com sobrepeso que são submetidos às técnicas mais avançadas e menos invasivas, e para o serviço de saúde, que acaba sendo beneficiado com a economia com cirurgias complexas e gastos com internação. Sem contar o avanço científico evidente”, ressalta Hashiba. Outro campo que se desenvolve é a ecoendoscopia, também cha-mada de endossonografia ou ultrassonografia endoscópica, que permite uma resolução maior da imagem pela união de dois métodos em prol de um diag-nóstico mais preciso, resultando na prescrição de um tratamento mais adequado. Sua introdução tem conferido grande eficácia na detecção de pequenas lesões pancreáticas.Não obstante, a enteroscopia também é um exame bastante avançado para todo o trato gastrointestinal, em especial do intestino delgado. Quem afirma é o gerente médico do Depar-tamento de Endoscopia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e professor adjunto da disciplina de Gastroen-terologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Ângelo Paulo Ferrari Junior.

Segundo ele, a enteroscopia permite uma avaliação mais adequa-da de sangramentos obscuros e doenças do intestino delgado, pois possibilita não apenas a avaliação, mas a coleta de biópsias, quando necessário, para análise histopatológica, sendo uma opção ao uso das cápsulas endoscópicas. Estas, lembradas por Hashiba por sofrerem evolução técnica

importante sendo utilizadas principalmente em hemorragias digestivas sem causa aparente.Por fim, hoje, já se fala em en-doscopia virtual. Teoricamente, ela dispensa a introdução de qualquer objeto no paciente.

Os aparelhos estão sendo desenvolvidos na Califórnia, Estados Unidos, e aplicam técnica semelhante à da tomografia em espiral, exame que usa raios-x e corta o indivíduo em segmentos. Depois, por meio do computador, o órgão é reconstruído e outro progra-ma permite passear pela imagem recomposta. Segundo o Dr. Hashiba, a ideia é revolucionária, mas demanda tempo de pesquisa, pois é preciso superar dificuldades uma vez que ainda não se consegue, por esse método, distinguir a lesão de

“Segundo o IBGE, 40,6% da população brasileira adulta

está acima do peso”

Na foto acima, Dr. Kiyoshi Hashiba, do Hospital Sírio-Libanês

Page 23: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

23

restos de alimentos. A endoscopia virtual ainda traz consigo algu-mas desvantagens, como impossibilitar a coleta de material.

Pesquisas no Brasil Diante de tantos avanços científicos é inevitável questionar em que ponto o Brasil é produtor de conhecimento nessa área. Segundo o Dr. Ângelo Ferrari, embora não estejamos muito atrás de países de primeiro mundo como Estados Unidos, ainda se investe pouco por aqui. Do assunto, ele fala com propriedade por estar dentro da universidade, no caso, a Unifesp, uma das instituições de ensino superior que mais investe em pesquisa, de acordo com dados do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Ciência, da Educação e da Tecnologia. (Veja tabela abaixo) Em sua opinião, faltam recursos e infraestrutura nos laborató-rios para incentivar a pesquisa científica na especialidade. Na maior parte das vezes, complementa o médico, os estudos são feitos fora do País. As empresas que atuam nessa área trazem

para o Brasil apenas a tecnologia. Ainda, em sua opinião, há poucos especialistas capazes de produzir o conhecimento científico aqui. “Há mão-de-obra qualificada, mas como em outras áreas da pesquisa, elas migram para o exterior atrás de recursos e investimentos”, explica. O Dr. Hashiba complementa que o Brasil tem um nível muito bom de pesquisadores, mas falta financiamento. Além disso, há empecilhos, como leis que limitam o uso de cobaias em estudos fora das universidades. “Não são apenas as universida-des que fazem pesquisas, embora sejam a maioria, há institutos privados que também desenvolvem e são prejudicados por fatores burocráticos”, afirma.Para o médico, deveria haver mais incentivo para que institutos privados fizessem pesquisa, a fim de elevar o potencial de desen-volvimento científico e tecnológico do País. “Uma questão que há muito vem sendo falada nos mais diversos setores, não só na área da saúde”, diz Hashiba.

Produção científica das IES brasileirasO quadro abaixo retrata o número das Instituições de ensino superior (IES) quanto a sua dependência administrativa, se-gundo o senso do ensino superior de 2005. Fizeram parte do presente estudo apenas 44,9% do total de universidades, isto é, aquelas que acumularam 50 ou mais trabalhos científicos indexados na base Thomson-ISI. Entre as 85 IES, as 10 instituições que mais produziram foram responsáveis por mais da metade, 53.297 trabalhos publicados, correspondendo a 65,07% da produção total. Todas elas são universidades públicas.

1º Universidade de São Paulo 2865 3221 3505 4114 4240 17945 21,91%

2º Universidade Estadual de Campinas 1191 1346 1393 1607 1670 7207 8,80%

3º Universidade Federal do Rio de Janeiro 1154 1190 1204 1502 1444 6494 7,93%

4º Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho 834 1003 1044 1171 1264 5316 6,49%

5º Universidade Federal do Rio Grande do Sul 655 757 816 943 987 4158 5,08%

6º Universidade Federal de Minas Gerais 610 686 725 760 893 3674 4,49%

7º Universidade Federal de São Paulo 347 477 517 581 611 2533 3,09%

8º Universidade Federal de São Carlos 397 447 443 517 486 2290 2,80%

9º Universidade Federal de Santa Catarina 296 335 335 423 489 1878 2,29%

10º Universidade Federal do Paraná 265 327 363 393 454 1802 2,20%

RANKING DA PRODUÇÃO

INSTITUIÇÃO 2001 2002 2003 2004 2005 NÚMERO TRABALHOSPUBLICADOS

% DO TOTAL DE TRABALHOS

Fonte: Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Ciência, da Educação e da Tecnologia

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 24: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04
Page 25: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04
Page 26: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

26

Turismo

Responda rápido: qual a pri-meira imagem que vem a sua cabeça quando imagina um

pescador? Se um jovem de 29 anos des-cendente de alemães se aventurando em um ponto remoto da Floresta Ama-zônica não tiver passado por sua cabeça é porque ainda não conhece o espírito aventureiro do residente em endosco-pia digestiva, Vinicius Pfuetzenreiter. Vice-campeão de pesca esportiva, ele já

esteve por duas vezes no rio Amazonas à caça de peixes como o famoso e bri-guento tucunaré. Natural de Gramado, Rio Grande do Sul, o jovem médico se mudou para São Paulo para cursar a universidade. Habituado a mudanças - desde pequeno teve de lidar com as transferências do pai, cuja carreira exigia mudar de cidade com frequência - ele diz que trocar o sul pela terra da garoa não foi traumático. O gosto pela pesca,

aliás, foi influência paterna. “Ele adorava caçar e pescar. O primeiro hábito passou para o meu irmão mais velho, o segundo, para mim, embora eles também pescas-sem de vez em quando”, conta o residente. Duas vezes medalha de prata na pesca es-portiva em campeonatos paulistas, Pfuet-zenreiter, só deixou o hobby de lado quan-do entrou para a universidade. Durante esse período foi alimentando a vontade de pescar em águas amazônicas. Realizou

Sem os habituais exageros atribuídos aos praticantes do hobby, o residente em endoscopia, Vinicius Pfuetzenreiter,

conta a seguir sobre suas duas visitas ao rio Amazonas para praticar a pesca esportiva

Thiago Bento

Nas águas com o

tucunaré

Page 27: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

27

Entretenimento

o desejo pela primeira vez em 2007. Organizou uma viagem de uma semana para o Amazonas e levou o irmão junto - apesar de ele ser um entusiasta da caça - com um único objetivo: pescar tucunaré.A espécie é encontrada também nos esta-dos de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Provavelmente agora, você que não en-tende de pesca, deve estar se perguntan-do: “por que ir até Manaus atrás de um

peixe que podemos encontrar em outras regiões?”. Simples. Segundo o médico, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, há o tucunaré-azul que chega a seis quilos, en-quanto no Norte há o tucunaré-açu que atinge 11,5 quilos.

“Cada pescador tem um peixe preferido e, geralmente, quem pratica pesca esportiva, ou pes-que-solte como também chama-mos, gosta do tucunaré por ser

um peixe grande e que, portanto, oferece um desafio. A atividade chega a ser cine-matográfica, pois utilizamos isca artificial na superfície. Isso permite ver o peixe su-bindo em direção a ela e, quando fisgado, lutando para se soltar”, relata o residente.

“É surpreendente ter toda aquela selva e aquele verde ao

alcance de suas mãos”

Page 28: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

28

“O tracajá é uma espécie de cágado comum na região, assado com casco e que tem o sabor forte. Talvez o prato manauara mais curioso”

Destino desconhecidoManaus é a primeira parada da viagem, antes de partir para a pescaria em algum ponto remoto do rio Amazonas, bem longe da civilização. Porém, antes de ir atrás dos peixes é necessário pernoitar na cidade. Como “pressa” não faz parte do vocabulário de bom pescador, não há problema em aproveitar o tempo - mes-mo que pouco - para conhecer a região. Algumas dicas são visitar os igarapés que cercam a cidade, o porto de Manaus ou o Teatro Amazonas, chamado por alguns de “teatro municipal”.Nessa primeira visita, o médico sobrevoou a selva por aproximadamente uma hora até uma cidade mais distante, onde tomou um barco e navegou sentido oceano por mais algumas horas em direção a um local con-siderado “ideal” por ele, seu irmão e seus novos amigos japoneses, americanos e europeus. “Vem muito turista para pescar por aqui, especialmente americanos, gran-des entusiastas do esporte.”Pfuetzenreiter confessa que a experiência

foi indescritível. “É totalmente diferente você ir até o lugar e conferir todo o cenário com seus próprios olhos, do que saber da-quilo por meio de histórias de outros pes-cadores. É surpreendente ter toda aquela

selva e aquele verde ao alcance de suas mãos. Para quem gosta de pescar é uma viagem cativante.”Em 2008, ele voltou à região, mas dessa vez optou por um caminho diferente. Pri-meiro voou até a cidade de Barcelos, capi-

tal do Amazonas até o ano de 1758, e que fica a 396 km (em linha reta) de Manaus. Lá, tomou um barco subindo o Rio Negro em direção ao continente buscando locais mais remotos. “Chegamos a lugares onde

nossa comunicação com o “mundo” era via telefone-satélite. Mas isso não quer dizer que abrimos mão da comodidade”, brinca. Segundo o residente, na maioria dos casos esses passeios são feitos em barcos que oferecem cabines bem confortáveis para até duas pessoas.O interior do barco, porém, parece ser o me-nos interessante durante a viagem. Pfuet-zenreiter conta que não tinha ideia da imen-sidão do rio e de quão remoto seu contorno pode ser. “Por estarmos em localidades mais distantes, algumas situações passam a ser chocantes. Como quando passamos por al-guns locais onde era possível ver o desmata-mento, provavelmente pela dificuldade de a fiscalização chegar até ali”, conclui.

De barco, é possível passear e se encantar com os igarapés que cercam a cidade de Manaus

Turismo

Page 29: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

29

Entretenimento

Mesmo com esse detalhe, a sensação foi de surpresa com a integração com a natureza por parte das comunidades ribeirinhas, vistas tanto na primeira quanto na segunda viagem ao Amazonas. “Grupos formados por três ou quatro famílias, com no máximo 20 pessoas vivendo juntas com aquilo que a floresta oferece. É outra cara do Brasil. São pessoas que não sabem o que é carro, moto ou telefone celular. Elas parecem se adaptar ao meio”, filosofa o residente.Adaptação, aliás, é palavra de ordem quan-do o assunto é a culinária regional. Du-rante a viagem, o residente experimentou alguns pratos típicos. “Como não tenho muito problema com comida, foi fácil”, confessa, acrescentando que comeu o tra-dicional pirarucu na casaca, servido com especiarias locais, costela de tambaqui no espeto e tracajá assado.Os dois últimos itens do cardápio merecem uma pausa. O tambaqui é um peixe de por-te avantajado, típico do Amazonas, cujas costelas são quase do tamanho das de um leitão, mas tem pouca gordura. O tracajá é uma espécie de cágado comum na região. “Ele é assado com casco e tem o sabor for-te. Talvez o prato mais curioso que tenha experimentado com os ribeirinhos”, diz. A comida parece ser uma atração à parte da viagem e, obviamente, responsável pelo acréscimo de quilos na balança na hora de voltar para casa. Para matar um pouco da saudade dos costumes do Centro-Sul do Brasil, em um dos dias, os pescadores organizaram um luau com churrasco em

uma “praia” beira-rio. Segundo o médico, estar entre as águas e a mata fez com que ele se sentisse melhor física e mentalmente. VisitasQuem também aparecia para fazer uma “boquinha” eram os botos que acompa-nhavam os barcos tentando tirar vantagem dos peixes devolvidos ao rio. “Depois de retirados da água os peixes estão cansados por terem lutado pela vida contra nós, pes-cadores, e tornam-se presas muito fáceis para os botos”, explica o residente.O médico ensina que geralmente os pes-cadores seguem pelo rio buscando locais mais próximos do leito e mais rasos, cha-mados “calhas-d’água”, onde é mais fácil

encontrar grandes concentrações de pei-xes que não se dispersam. É ali que eles param o barco. Nesses locais é possível ver os botos passando por debaixo do casco, na tentativa de pegar os peixes. “Tomamos alguns cuidados para devolvê-los às águas. Primeiro retiramos o anzol preso, depois os colocamos na água, se possível, longe do alcance dos botos”, ex-plica Pfuetzenreiter, com tom de preocu-pação, deixando transparecer o quanto os peixes são importantes para ele. Ao final de 2009, o residente quer ter mais histórias para contar. “Planejo voltar para o Norte do País para pescar entre os meses de agosto e setembro”, confessa já entusiasmado com o plano.

Gavião-caramujeiro observa pescadores em busca do tucunaré no rio Amazonas

Page 30: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

32 33

Enquanto em dezembro todos estão ansiosos pelo ano que vem chegando, deixando para trás eventu-ais preocupações, o trimestre (janeiro/fevereiro/

março) causa verdadeiros calafrios em quem precisa declarar o Imposto de Renda (IR). As primeiras perguntas que vêm à cabeça são: será que preciso declarar? Como não errar? Há algum segredo? Comecemos do princí-pio; todo contribuinte que obteve rendimen-tos tributáveis no ano de 2008 superiores a R$ 16.473,72 deve de-clarar o IR entre o pri-meiro dia útil de março e o último dia útil de abril. Este ano, entre 2 de março e 30 de abril. Portanto, a primeira dica para você, médico, é ficar atento aos prazos.O segundo passo, de acordo com o conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), Sebastião Luiz Gonçalves dos Santos, é identificar em qual grupo você se enquadra. São três: os que têm vínculo

empregatício, os autônomos e os empresários. “Há uma situa-ção específica para cada um deles”, explica.No primeiro caso - que na classe médica corresponde aos fun-cionários de hospitais com carteira assinada, por exemplo - é necessário declarar todos os rendimentos obtidos durante o ano de 2008 com trabalho assalariado. Dependendo do valor, as alíquotas do Imposto de Renda variam entre 15% e 27,5%”,

esclarece o contador.Para calcular o impos-to, pode-se consultar a tabela progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física para

o exercício de 2009, ano-calendário de 2008, disponível no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br), que in-dica o seguinte: caso seu rendimento mensal esteja entre R$ 1.372,82 e R$ 2.743,25, sua alíquota é de 15% e a parcela a ser deduzida é de R$ 205,92. Porém, se o rendimento for su-perior a R$ 2.743,25, a alíquota sobe para 27,5% e a parcela passa a ser de R$ 548,82.

Médico S/A

Domando o leãoNão adianta tentar fugir. Todo ano é preciso

dedicar algum tempo para declarar o Imposto de Renda. Para não cair nas garras do Leão,

especialistas em finanças ensinam a prestar contas e ainda dão dicas de qual modelo melhor se aplica

para cada contribuinte. Confira!

“No caso dos médicos, quando constituída uma empresa, o custo

tributário cai de 27,5% para 16,33%”

Page 31: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

32 33

Quem atua como autônomo também pode ser incluído nessa primeira situação, caso tenha prestado serviço para empresa. Todavia, se atendeu apenas “Pessoa Física” é necessário so-mar os rendimentos mensais e realizar o recolhimento mensal obrigatório, chamado de carnê-leão. Para isso, a Receita Fede-ral dá a dica: “o imposto é calculado mediante a aplicação da tabela progressiva mensal sobre o total recebido no mês, ob-servado o valor do rendimento bruto relativo a cada espécie.”

Médicos empresáriosSantos acredita não haver vantagem em ser autônomo, uma vez que é possível ser empresário. “Quando o médico consti-tui uma empresa, o custo tributário cai de 27,5% para 16,33%. (Vale lembrar que o prazo de declaração do IR de Pessoa Jurí-dica não segue o mesmo calendário daquele de Pessoa Física. Para este ano, o prazo de declaração previsto para as empresas ativas é do 1º dia útil de maio até o último dia útil de junho).Outra vantagem de ser empresário, segundo o contador, é a possibilidade de distribuir o lucro da empresa entre os sócios. Porém, como “cuidado” nunca é demais, vale lembrar que dis-tribuir o lucro não é somente contar o quanto “sobrou” no final do mês e guardar na carteira.

O consultor financeiro da Faculdade de Informática e Admi-nistração Paulista (FIAP), Marcos Crivelaro, complementa que a melhor solução é agir com total transparência e não esquecer nenhuma fonte de receita. Prestar o máximo de atenção no preenchimento da declaração, inclusive para não inverter informações como inserir os valores da previdência no campo do Imposto de Renda.Na opinião dos especialistas, dispomos de ferramentas ágeis que facilitam o preenchimento da declaração, não havendo motivos para deixá-la para a última hora. Crivelaro lembra que hoje é possível salvar a declaração no computador e atu-alizá-la com as informações correntes, além da Internet, que facilita o envio. Ambos indicam a quem não souber fazer a declaração que peça ajuda a um contador.Quanto aos documentos, reuní-los é um exercício diário e não exclusivo do mês de março. “Vez por outra vemos pequenos empresários misturando contas particulares com as do con-sultório, e isso é um erro. Elas devem ser mantidas separadas e muito bem organizadas para evitar possíveis dores de cabeça”, completa Crivelaro. De acordo com o livro “Consultório-Empresa” de Plínio Au-gusto Rehse Tomaz, esse tipo de confusão é muito comum, por isso é muito importante que o profissional entenda-se como uma empresa e atue como tal. “Isso quer dizer conside-

IMAGINE A RECEITA operacional de uma empresa de R$ 100.000. Dessa quantia, o governo estipula que 32% - R$ 32.000 - seja lucro presumido, utilizado para pagar impostos. Sobram R$ 68.000 e é aí que mora o perigo. Para que possa usufruir dessa quantia é preciso realizar um balanço patrimonial. “Apresentando esse documento ao governo, pode-se distribuir o lucro sem tributação”, ensina Santos. Caso esse balanço não seja realizado, os empresários só poderão distribuir o mon-tante que sobrar dentro do universo dos 32%, ou seja, R$ 32.000,00 menos os impostos.

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 32: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

34

rar o consultório como um negócio e não como uma extensão de si mesmo”, explica o autor especializado em saúde pública e administração hospitalar.

Simples ou completa?Reunidos os documentos é hora de, enfim, declarar. Mas afi-nal, é melhor optar pela simples ou completa? “A única dife-rença entre elas é que na primeira opção, o governo permite o abatimento de 20% dos rendimentos tributáveis sem neces-sidade de comprovação. Esse abatimento está limitado a um teto também estipulado pelo governo”, explica Santos.

“Supondo que tenhamos R$ 30.000 tributáveis e optamos pela simplificada, podemos abater 20% - R$ 6.000 - sem ne-cessidade de comprovar nada”, reforça o contador. Porém, caso o contribuinte decida preencher a declaração completa, pois teve despesas odontológicas, com dependentes etc., sen-do a somatória maior do que 20%, ele pode usufruir de bene-fícios como a diminuição de impostos a pagar e aumento da restituição. Santos explica ainda que caso o profissional possa abater R$ 6.000, mas tenha R$ 10.000 em despesas legais, é melhor escolher pela declaração completa, uma vez que pode aumentar a restituição devido ao abatimento do valor maior.

CuriosidadesO passo seguinte ao desenvolvimento do conceito do dinheiro - no século VII a.C. - seria, naturalmente, criar o IR. Porém isso só aconteceu no século XV, em Florença, Itália. Instituiu-se um protótipo do IR que cobrava uma taxa progressiva sobre a renda dos italianos, a Decima Scalata.O IR com características próximas das atuais apare-ceu no final do século XVIII, na Inglaterra, com o nome de “income tax” para financiar a guerra contra a França de Napoleão Bonaparte. A taxa era de 10% sobre a renda total anual acima de 60 libras e podia ser paga em até seis quotas. Com o tempo, o impos-to mostrou-se uma ótima fonte de arrecadação de recursos para o país.No Brasil, a primeira tentativa de Imposto de Renda foi em 1843, por meio da Lei 317, de 21 de outubro, mas apenas em 1922 o imposto que tributa o rendimento de pessoas e empresas foi definitivamente instituído. Seu ápice aconteceu

em 1943, representando 28% da receita tribu-tária federal.O leão, símbolo do IR, foi criado em 1979 por uma agência de publicidade por encomenda da Secre-taria da Receita Federal. Entre os critérios para a es-colha estavam os fatos do rei da selva não atacar sem avisar, ser justo, leal e manso, mas não bobo.Atualmente, em Andorra, Bahamas, Barein, Ber-muda, Burundi, Ilhas Caiman, Kuwait, Mônaco, Nigéria, Omã, Qatar, Arábia Saudita, Somália, Emirados Árabes Unidos, Uruguai e Vanuatu, não há cobrança de IR ou ele é quase zero. Por sua vez, países como Dinamarca, Holanda, Japão, Portugal e Estados Unidos têm alíquotas de 59,74%, 52%, 50%, 42% e 39,76%, respectivamente.

Fontes:

http://www.igf.com.br/aprende/dicas/dicasResp.aspx?dica_

Id=5239 e http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=101

Médico S/A

Page 33: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

35

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

* Vera Mello

FUNÇÕES DO ENFERMEIRO“Art. 11- O enfermeiro exerce todas as ativi-dades de Enfermagem, cabendo-lhe:I - privativamente:a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de uni-dade de Enfermagem;b) organização e direção dos serviços de Enfer-magem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;c) planejamento, organização, coordenação, ex-ecução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem;d) (vetado)e) (vetado)f) (vetado)g) (vetado)h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre a matéria de Enfermagem;i) consulta de enfermagem;j) prescrição da assistência de Enfermagem;l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;m) cuidados de Enfermagem de maior com-plexidade técnica e que exijam conhecimentos com base científica e capacidade de tomar de-cisões imediatas;

II- como integrante da equipe de saúde:a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;b) participação na elaboração, execução e avalia-ção dos planos assistências de saúde;c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;d) participação em projeto de construção ou reforma de unidade de internação;e) prevenção e controle sistemático de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral;f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de Enfermagem;

Parecer SOBED sobre contratação de profissional enfermeiro para serviços de endoscopia digestivaDa Lei 7.498 de 25/6/86 destacamos os artigos 11º ao 13º e transcrevemos:

g) assistência de Enfermagem à gestante, partu-riente e puérpera;h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;i) execução do parto sem distocia;j) educação visando à melhoria de saúde da população;Parágrafo único: às profissionais referidas no in-ciso II do art. 6º desta Lei incumbe, ainda: a) assistência à parturiente e ao parto normal;b) identificação das distócias obstétricas e toma-da de providências até a chegada do médico;c) realização de episiotomia, episiorrafia e apli-cação de anestesia local, quando necessária.”

FUNÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM“Art.12- O Técnico de Enfermagem exerce ativi-dade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamen-to da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente”:a) participar da programação da assistência de Enfermagem;b) executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único do art. 11 desta Lei;c) participar da orientação e supervisão do tra-balho de Enfermagem em grau auxiliar;d) participar da equipe de saúde.”

FUNÇÕES DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM“Art.13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce ativ-idades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:a) observar, reconhecer e descrever sinais e sin-tomas;b) executar ações de tratamento simples;c) prestar cuidados de higiene e conforto ao pa-ciente;d) participar da equipe de saúde.”

Da Lei 2.604 de 17/9/1955, destacamos o ar-tigo 5º e transcrevemos:

“Artigo 5º - São atribuições dos auxiliares de en-fermagem, enfermeiros práticos de enfermagem, todas as atividades da profissão, excluídas as con-stantes nos itens do art. 3º, sempre sob orienta-ção médica ou de enfermeiro.” (nosso grifo)

Portanto Independentemente de existir setor de enfermagem ou unidade de enfermagem em serviços médicos, o artigo 5º da Lei 2.604 de 17/9/1955 em vigor e anterior à Lei 7.498 explicita que a supervisão pode ser do médico ou de enfermeiro. Em relação ao art. 15º da Lei 7.498 de 25/6/86 e as demais normas legais que tratam do assunto não conceituem o que seja setor de enfermagem, unidade de en-fermagem ou serviço de enfermagem e o entendimento da Justiça Comum, em in-úmeras sentenças proferidas, convergem para quantidades expressivas de auxilia-res ou técnicos de enfermagem como as necessárias nos centros hospitalares com dezenas ou mesmo centenas desses profis-sionais onde os enfermeiros assumem um importante e relevante papel.O serviço de endoscopia digestiva que pre-tender contratar e que puder arcar com os custos diretos e indiretos do profissional enfermeiro em seu quadro de funcionários, por necessidades específicas e peculiares, poderá fazê-lo a qualquer momento, mas a obrigatoriedade legal dessa contratação in-existe e o art. 5º da Lei 2.604 de 17/9/1955 é muito claro quando estabelece as com-petências igualitárias dos profissionais en-fermeiro e médico nessa função de orientar os auxiliares e técnicos de enfermagem.

É o nosso parecer.

* Vera Mello, é coordenadora da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED Nacional

Ética e Defesa Profissional

Page 34: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

36 37

Ética e Defesa Profissional

* José Luiz Barbosa Pimenta Junior

A falta de condições de trabalho vem sendo a tônica do exercício profis-sional do médico nos dias de hoje,

principalmente, na assistência à população nos hospitais públicos de todo o País. Tal constatação não é de difícil percepção, re-montando, infelizmente, pelo menos às últi-mas duas décadas. Diante disso, e em decor-rência desse lamentável cenário, torna-se o médico protagonista desse triste enredo no qual passa da veste do salvador de vidas a réu em ações indenizatórias, feitos criminais e processos ético-disciplinares.O tão propagado erro médico passou a integrar o cotidiano popular, seja na esfera pública ou privada, fomentando, na maioria das vezes, verdadeira caça as bruxas, o que de toda sorte não contribui para a imagem da medicina, prejudicando o necessário bom convívio entre esses profissionais e seus assistidos, minando, pois, a conhecida re-lação médico-paciente.

A importância da regulamentação

do ato médico

atuar enquanto médico? Creio que não!Melhor saída seria conhecer e defender seus direitos, enquanto profissional médico, abraçando a noção de prerrogativa, esta, en-tendida não como mero privilégio corpora-tivo, mas sim, como atributo indispensável ao pleno exercício da medicina!Mas quais seriam esses direitos? Onde esta-riam situados topograficamente estes direi-tos no atual ordenamento jurídico? Inicio respondendo a tais indagações, adu-

zindo que - pasmem senhores endoscopis-tas - a vigente regulamentação do exercício da medicina remonta aos idos da época de ouro da “Revolução Getuliana”, materiali-zada pelo DECRETO Nº 20.931 DE 11/01/1932.Como se não bastasse, essa regulamentação, que para muitas se encontra em plena vigên-cia, nada fala dos direitos dos profissionais médicos, limitando-se a apenas elencar, ao revés, o que seria vedado ao médico e seus respectivos deveres, e nada mais! (artigos 15 e 16 do citado Decreto).Encontramos, assim, diante desse vazio le-gal, os direitos dos médicos - sem qualquer crítica e com todo o respeito - apenas no Código de Ética Médica, baixado por mera

Resolução pelo Conselho Federal de Medi-cina, no qual dentre - pasmem, novamente, senhores endoscopistas - dos 145 artigos, somente nove estampam tais prerrogativas.Em paralelo, tramita atualmente na Câmara dos Deputados, após longa gestação no Se-nado Federal, o Projeto de Lei 7703/2006 (nova versão dos Projetos de Lei Substitu-tivos 025/2002 e 268/2002, que tramita-ram conjuntamente), o qual - na versão de “Lei do Ato Médico” - disciplina o exercí-

cio da medicina, especificando-a das demais profissões da área da saúde, sem, contudo, elencar tais prerrogativas. Entendo, em consequência, que, diante desse quadro, além de regu-lamentar o dito “Ato Médico”, deve-ria ser aproveitado esse “momento

legislativo”, para no bojo dessa nova e pro-missora lei, ser incluído capítulo específico que estabeleceria “os direitos do médico”.Seguindo tal raciocínio - caso seja aceita essa sugestão pelas entidades médicas, gestoras do “projeto Ato Médico” - surgiria não só a proteção legal em favor do que seria priva-tivo do atuar médico contra as indesejáveis investidas de outras profissões da área de saúde, como também as ditas prerrogativas, erigindo “os direitos do médico” do patamar hierarquicamente inferior da “Pirâmide de Kelsen”, consubstanciada de mera Resolu-ção normativa do CFM (CAPÍTULO II DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA - C.E.M. - RESOLUÇÃO CFM 1.617/2001), para o quilate, s.m.j., de Lei Ordinária, nos termos

Daí surge a pergunta que não quer calar: o que fazer?Limitar os direitos dos pacientes em detri-mento do indispensável exercício de cidada-nia? Não aplicar o moderno Código de De-fesa do Consumidor, quando a assistência médica se dá através da atividade privada? Abandonar o serviço público, deixando de

O erro médico passou a integrar o cotidiano popular fomentando

uma espécie de caça às bruxas

Page 35: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

36 37

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

do permissivo inserto no artigo 5º, XIII da Constituição Federal.Certamente daí adviria proteção maior, por força de Lei, que asseguraria as prer-rogativasdo profissional médico, contra, inclusive, as demandas que, de forma in-justa, tentam cunhar todo e qualquer Ato Médico como erro médico, na busca de fácil enriquecimento.Pensar num sistema legislativo que faça pre-valecer - com força de lei - o disposto no atual C.E.M., em seu artigo 21, contra as Opera-doras de Planos de Saúde, que agridem, por exemplo, a liberdade profissional dos médicos quando interferem na indicação de procedi-mentos em favor do paciente, não me parece utopia, mas realidade próxima ao alcance de nossas mãos, bastando apenas agregar esses

propósitos a tão almejada lei do Ato Médico como verdadeiro estatuto da medicina.Nesse idealizado rol de direitos, poderia ser ministrado o antídoto legal para salvaguar-dar os jurídicos interesses dos médicos du-rante a assistência prestada aos seus pacien-tes inclusive como contraponto a majoritária e indistinta aplicação do Código de Defesa do Consumidor, a título de ilustração.Tais direitos poderiam ser aplicados em favor dos médicos, no curso do exercício profissional decorrentes das relações ju-rídicas estabelecidas enquanto credencia-dos às Empresas Operadoras de Planos de Saúde e congêneres, prepostos de hospi-tais, autônomos etc.Tal linha de raciocínio segue o já estabeleci-do por outras categorias profissionais, mere-

cendo destaque, a título de mero exemplo e em separado, o disposto em favor dos advo-gados, pela Lei 8906/94 (ESTATUTO DA ADVOCACIA), na qual restaram estabele-cidos os respectivos direitos, indispensáveis ao atuar e dileto patrocínio, nos termos do disposto no artigo 7º.Não pretendemos nestas sinceras e pequenas linhas, estabelecer nova dinâmica aos anseios da categoria médica, mas promover e aguçar o debate público sobre o tema travado há muito no seio da classe, adicionando experi-ências legislativas já existentes.

*José Luiz Barbosa Pimenta Junior é advogado da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e vice-presidente da Comissão de Bioética e Biodireito da OAB/RJ

Page 36: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

38 39

Tecnologia

Diagnóstico por imagem ontem e hojeA evolução dos equipamentos tem papel fundamental para a melhoria dos diagnósticos na endoscopia digestiva. Novos sistemas como NBI e FICE são as mais recentes inovações do setor

Lilian Burgardt

Historicamente os japo-neses são um povo cuja incidência de doenças do

estômago é frequente. Embora muito já se tenha estudado sobre o assunto, até hoje não se sabe ao certo quais razões os levam a ser acometidos por elas. Com isso, sobram especulações em torno dos hábitos alimentares e de higiene como corresponsáveis pela grande ocorrência das doenças, já que, por lá, é grande o número de casos devido à ação da bactéria Helicobac-ter pylori. No Japão, a questão é vista com tanta seriedade que o câncer de estômago é considerado um problema de saúde pública. Em 1962, uma iniciativa rudimentar sobre diagnóstico por imagem daria indícios de como a evolução da tec-nologia nos traria aos avanços de hoje. É dessa época o registro de que um grupo de médicos japoneses inventou a gastrocâmara que, engolida pelo paciente, permitia fotografar o interior do estômago. Apesar de primitiva a

técnica representou um avanço impor-tante para o diagnóstico das doenças do estômago. Com o passar dos anos, o aprimoramento dos aparelhos de en-doscopia e o treinamento dos médicos que os utilizam se intensificaram. Hoje, são NBI e FICE, também criados no Japão, dois sistemas avançados de diagnóstico por imagem as grandes “vedetes”. A tecnologia avançada desses dois novos sistemas ópticos consiste em chips de emissão de luz e filtros ópticos. Esses componentes acentuam o relevo das imagens e, por isso, há me-lhora na resolução quanto aos padrões vasculares da possível lesão e do órgão. Quem já utiliza as novas tecnologias defende que são a última palavra em diagnóstico por imagem e que as vantagens são inúmeras. O especialista em gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e em endoscopia digestiva pela Socieda-

de Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Dr. Márcio Matheus Tolenti-no comenta sobre os dois sistemas e fala de sua experiência com o NBI (o utiliza há dois anos), reforçando a precisão que eles conferem ao diagnóstico.Entre as vantagens, ressalta Tolen-tino, é inegável a precisão de dados das biópsias a partir das suspeitas de lesões malignas ou pré-malignas, pois o método de identificação é muito melhor que os existentes no mer-cado. Além disso, ele complementa que o NBI permite uma redimensão da classificação endoscópica, em especial no que se refere às lesões nas doenças do refluxo. “Isso é algo revolucionário. Até hoje, 40% dos pacientes com refluxo apresentam resultados de exames endoscópicos considerados normais. Podemos pressupor uma reavaliação da litera-tura em muitos exames a partir dessa

“Podemos pressupor uma reavaliação da literatura em muitos exames a partir dessa nova metodologia”

Page 37: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

38 39

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

nova metodologia”, afirma. Tudo isso é possível porque ambos possuem capacidade de resolução de imagem para detalhes que influenciam diretamente na análise das doenças. Segundo Tolentino, um dos grandes méritos do NBI, por exemplo, é dispor de um filtro óptico de altíssima defini-ção, uma espécie de “lupa” que aumenta a resolução da imagem entre 40 e 70 vezes em relação aos demais sistemas comumente utilizados hoje. Por essa razão, o médico acredita que os exames feitos a partir desses sistemas permitirão a revisão de diagnósticos de doenças muito comuns como as lesões por H. pylori. Também poderão ser revistas as classificações como a de Sidney, na Austrália, que já sofrem intervenções graças aos resultados dessa nova metodologia. Por último, será uma contribuição científica sobre a etio-patogênese das lesões. “A endoscopia coloca-se na vanguarda na interpretação e na análise de mecanismos etiopatogê-nicos em uma série de lesões como as metaplasias intestinais.” Apesar dos avanços que já apresen-tam e das promessas que se criam em torno desses novos sistemas, tratam-se ainda de tecnologias muito caras. Outra questão importante do ponto de vista do médico que utiliza novos recursos é a possibilidade dos con-vênios aderirem ao avanço metodo-lógico e remunerarem os profissio-nais pelo exame diferenciado. “Posso falar com mais propriedade sobre o NBI e sei que sua utilização ainda não é amplamente difundida

entre os endoscopistas brasileiros. Pa-rece-me que há uma acomodação por parte dos fornecedores, mas é ainda uma tecnologia cara e, portanto, de difícil absorção no mercado”, comen-ta o médico. No entanto, há, segundo ele, divulgação dos sistemas e, por isso ele espera sua rápida expansão. “Creio que haverá interesse em ad-quirir esses materiais em larga escala, já que nossa endoscopia é conside-rada e reconhecida como uma das melhores do mundo”, completa. Apaixonado por tecnologia - como Tolentino mesmo gosta de se intitu-lar - ele já pensa no futuro e acredita na evolução dos filtros ópticos, sendo eles mais potentes. O médico reco-nhece que o Brasil poderia investir mais em pesquisa e desenvolvimento na área, mesmo porque crê em sua capacidade de contribuição científi-ca, tanto aqui como no exterior. “É preciso, no entanto, investir e publicar artigos científicos. Tenho 63 anos e investigar e publicar têm sido dois dos principais motivos de minha vida médica. O brasileiro, aliás, criativo por essência, tem um potencial enorme para a pesquisa. Deveríamos investir

mais na produção da ciência para não sermos tão dependentes do cenário internacional”, frisa.

A lâmpada de KussmaulApesar do interesse dos japoneses, a endoscopia digestiva propriamente dita começou em 1870, com um médico alemão chamado Kussmaul, que pagou um engolidor de espadas de circo para ajudá-lo na experiência. Com uma lâmpada de fogo, conseguiu examinar o esôfago desse homem. Era uma lâm-pada com terebentina e ele conseguia olhar por meio de espelhos. Até meados de 1940, a endoscopia não evoluiu muito e os aparelhos eram rígidos. Mesmo assim eram úteis e foram bastante utilizados. Mais tarde, os alemães lançaram o aparelho se-miflexível que fazia enorme diferença quando se queria examinar o estôma-go. Na década de 60, um segundo aparelho semiflexível foi lançado pelos alemães. Seu sucesso teria sido enorme se os japoneses não tivessem criado uma gastrocâmara com maior poder de alcance, uma vez que com o semiflexível não se enxergavam todas as paredes do estômago.

Page 38: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

40 41

Info

Imagine a seguinte situação: um en-doscopista deseja publicar seu artigo recheado de belas fotos, mas a revista

somente aceita a submissão via eletrônica e solicita que as imagens sejam enviadas em arquivos no formato (tif) ou (jpg), no padrão de cor CMYK, preferencialmente em 800 DPI ou em reso-lução de no mínimo 1024x768 megapixels. É claro que sempre resta a opção de “mandar fazer”, mas com o risco de não ter o que se quer. Portanto, aprenda o passo-a-passo. Tudo começa na captura da imagem que pode ser pelo CCD (Charge Coupled

Tudo o que você queria saber sobre imagem digital (mas tinha medo de perguntar)

Uma imagem vale mais do que mil palavras? Pode ser, mas ocupa muito mais espaço na sua mídia de armazenamento! Palavras estranhas numa era em que uma foto não é mais uma simples imagem impressa e, sim, dependente de inúmeros fatores como “tamanho de arquivo”, “formato de cor” e “resolução de imagem”, entre outros. Vamos tentar desvendarum pouco deste fantástico universo das imagens digitais

Device - Dispositivo de Carga Acoplada) ou por meio de uma placa de vídeo. No entanto, existem alguns conceitos bási-cos que precisaremos rever para entender como alterar ou transformar uma imagem digital. O primeiro deles é: resolução de

imagem NÃO é tamanho da imagem.O termo resolução de imagem é frequen-temente utilizado como uma contagem de pixels em imagens digitais, ainda que os padrões norte-americanos, japoneses e

internacionais especifiquem que isso não deva ser usado, ao menos no campo das câmeras digitais. Mas quando a contagem de pixels é referenciada como resolução, a convenção é descrever a resolução em pixels como o conjunto de dois números

positivos inteiros, em que o primeiro número é a quantidade de colu-nas (largura) de pixels e o segundo é número de linhas (altura) de pi-

xels; algo como 640x480, por exemplo. Outra convenção popular é citar a resolu-ção como a quantidade total de pixels na imagem, tipicamente informada como o número de megapixels. Como você deve

Dr. Horus Antony Brasil*

“Lição número 1: resolução de imagem NÃO é tamanho de imagem”

Page 39: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

40 41

saber, o número de megapi-xels significa quantos milhões de pontos compõem a ima-gem capturada. Uma foto de seis megapixels, por exemplo, tem aproximadamente seis milhões de pontos, ou seja, aproximadamente 3.000 pon-tos na horizontal por 2.000 na vertical. Como sabemos, uma imagem digital é composta de milhões de pixels - os megapixels - e quanto maior seu número, mais detalhada será a imagem, porém, conterá mais informações e, consequente-mente, maior será o tamanho do arquivo. Se você tirar uma foto com uma câmera de cinco megapixels e tirar a mesma foto com uma câmera de 10 megapixels ao im-primir as duas fotos em tamanho 10 x 15 cm verá pouca diferença. No entanto, se imprimir a mesma imagem em formato 28 x 36 cm, a impressão de cinco megapixels será de boa qualidade, mas a de 10 mega-pixels será melhor. Porém, como já vimos o tamanho do arquivo (em megabytes) será maior na foto de 10 megapixels.Outro aspecto da resolução, agora com vistas à impressão: se uma imagem possui 1.000 pixels x 1.000 pixels significa dizer que possui um milhão de pixels, ou 1M como é mais comum nas propagandas de máquinas digitais, mas isso não necessa-riamente quer dizer que está imagem é de alta qualidade, porque ainda falta a rela-ção com a quantidade de pixels por pole-gada (DPIs) da imagem.

Para uma razoável definição é preciso que a imagem tenha, no mínimo, 300 DPIs (dots per inch, ou, pontos por polegada), isso permite que se faça uma cópia de boa qualidade em papel fotográfico, o tama-nho desta cópia (10x15 ou 15x18) vai de-pender de quantos pixels a imagem possui na vertical e quantos na horizontal. Logo, se você quer imprimir (ou enviar para uma revista) uma foto deste tamanho, será uma boa idéia trabalhar com uma imagem maior que 1M e ajustar sua impressora ou o seu software de imagem para uma saída de no mínimo 300 DPIs sendo que o me-lhor seria 600 DPI (qualidade de impres-são de uma impressora LASER).

Não tenha problemas com a corQuanto ao sistema de cores: tipicamen-te, cada pixel de uma imagem digital é decomposto em valores numéricos que traduzem todos os atributos de uma cor específica, permitindo que ela seja recu-

perada e reproduzida em va-riados dispositivos. No mode-lo conhecido como RGB, por exemplo, a imagem é decom-posta nas cores vermelho, verde e azul, estabelecendo para cada um dessas cores um valor entre o máximo possível de reprodu-ção daquela cor e o mínimo, ou seja, a ausência total dela.A soma dos três valores forma a imagem final que é muito usa-da para exibição no monitor. O problema é que este sistema

não é bom para impressão, daí a maioria das revistas solicitarem que os arquivos sejam mandados em padrão CMYK que é a abreviação de Ciano, Magenta, Yellow e Black. Com um simples clique e o pro-grama certo, (por exemplo, Adobe, Pho-toshop®), podemos transformar a imagem de um, no outro padrão. (mas você não verá a diferença no monitor!)

Escolha corretamente o seu arquivoFinalmente você pode escolher o for-mato do arquivo no qual quer salvar a sua imagem, o que também é conhecido como “tipo de arquivo”. O mais comum atualmente é o JPG (Joint Photographic Experts Group). Não importa o progra-ma que utilize ou o tipo de computador que tem você pode visualizar suas fotos em JPG. Além dessa flexibilidade, esse formato permite vários graus de com-pressão diminuindo o tamanho dos arquivos sem perder muita qualidade.

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Page 40: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

42

A compressão JPG é econômica: você pode criar arquivos de foto muito com-pactos que são facilmente enviáveis por e-mail, carregados para a web ou arma-zenados em qualquer dispositivo per-mitindo criar imagens impressionantes com menor compressão que podem agradar até mesmo a profissionais. Entretanto, a maioria das câmeras digi-tais e dos softwares de edição de ima-gens também permite a escolha de ou-tros formatos, como TIF (Tagged Image File Format) entre outros. Qual formato é melhor? Depende para qual fim será usado. Guardar uma foto no PC, ou en-viar por email? Perfeito para JPG. Publi-car em revistas seus trabalhos? Escolha TIF. Quer fotos profissionais? Escolha RAW, mas pague o preço do tamanho e da complexidade (não é difícil ter fotos de 50 M neste formato, além de precisar de máquinas profissionais). Quer publi-car no seu site na Internet? Aposte no GIF (Graphics Interchange Format) que foi criado para ser usado extensivamente na web, suporta imagens animadas, mas apenas até 256 cores por frame ao con-

Maior do mundo A maior imagem digital do mundo foi criada pela empresa canadense Aperio, que criou uma fotografia digital com a qualidade de um Tera-pixel, ou seja, com um trilhão de pixels. O arquivo de imagem tem 143 GB e formato BigTIF, inventado pela companhia para a utilização em análises de exames médicos.

trário do JPG e TIF que suportam 16,7 milhões de cores. Confuso com tudo isso? Não se preocu-pe. A maioria das pessoas também fica. A solução é botar a mão na massa, pegar um software de edição de imagens que pode ser desde o Adobe, Photoshop ® até os mais simples, disponíveis na Internet gra-tuitamente, e praticar, praticar e praticar. No próximo artigo, veremos como modi-ficar imagens e transformá-las com ajuda de softwares de edição de imagem. Até lá!

Resolução de exibição

Caso a imagem seja exibida na tela do mo-nitor, a resolução será em pixels. Caso seja impressa, em DPI (dots per inch, ou, pon-tos por polegada). Ambas definem quantos “quadrados de cor” cabem em certo espaço. Num monitor, uma imagem de 1600x1200 tem 1600 pixels na horizontal e 1200 na ver-tical. Impressoras e scanners fornecem ape-nas a medida em DPI. Uma impressora de 300 DPI imprime 300x300 (90.000pontos) numa polegada quadrada (cerca de 6 cm2).

Fontes:Clube do Hardware (www.clubedohardware.com.br) Fórum Boadica (www.boadica.com.br)May, Alex, Como usar câmeras digitais, Publi-folha, 2001* Dr. Horus Antony Brasil é médico endoscopis-ta associado à SOBED.

Info

Page 41: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Revista O Médico & Você

AMB

Em outubro de 2008, a Associação Mé-

dica Brasileira (AMB) lançou a revis-

ta O Médico & Você. O lançamento

surgiu do entendimento que uma das missões da

entidade é informar a população sobre saúde de

forma criteriosa e baseada em evidências cien-

tíficas. Além disso, ser um contraponto a várias

publicações relacionadas ao assunto que não ex-

ploram a temática em profundidade.

O sonho da AMB de produzir um periódico

voltado ao público leigo é antigo. Para dar con-

tinuidade a esse projeto, a Associação procurou

uma agência com capacidade de atender a pro-

posta da entidade para a revista. O objetivo foi

desenvolver um veículo de comunicação que ex-

plorasse as pautas de saúde de forma abrangente

sem, porém, ser cansativo. Desse posicionamen-

to nasceu também o desejo de criar um conceito

de diagramação que facilitasse a leitura.

A programação é lançar um exemplar a cada

três meses. Alguns assuntos de saúde pública

terão um espaço fixo em todos os números,

porém um tema ficará em destaque a cada edi-

ção. O Conselho Editorial dará a orientação ne-

cessária para as matérias da revista. A primeira

edição teve tiragem de 500 mil exemplares. O

objetivo é distribuir, ao menos, um exemplar

para cada médico brasileiro que será convida-

do a repassá-la a seus pacientes. A expectativa

é atingir, em breve, 20 milhões de leitores.

Ainda será desenvolvido um portal como ex-

tensão dos assuntos discutidos na revista.

�A�n�u�n�c�i�o� �E�u�r�o�p�a�_�2�1�x�1�4�_�c�v

�q�u�i�n�t�a�-�f�e�i�r�a�,� �5� �d�e� �m�a�r� � �o� �d�e� �2�0�0�9� �1�7�:�1�9�:�4�9

Page 42: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

44 45

RadarAspirina x câncer de estômagoTomar aspirina ou um antiinflamatório da categoria do ibuprofeno pode reduzir os riscos de câncer no estômago, revela estudo publicado em fevereiro no “British Journal of Cancer”. Após sete anos de pesquisa com cerca de 300 mil pessoas, verificou-se que quanto mais se consumia o comprimido de aspirina, menor era a chance de ter câncer de estômago. De acordo com a pesquisa, quem fez uso da medicação pelo menos uma vez nos últimos 12 meses têm 36% menos chances de desenvolver a doença. O diretor de informações sobre o câncer do “Cancer Research UK”, Lesley Walker, alerta que apesar dos resultados ainda é precário recomendar às pessoas tomarem aspirina como método preventivo.

Comida caseiraPesquisa do Ministério da Saúde revelou que no período de 1999 até 2007, 114 mil brasileiros sofreram contaminações causa-das pela alimentação. O que realmente sur-preende nesse levantamento é o fato de o maior número de casos de contaminações ter ocorrido dentro de casa, não na rua.

Exposição Médicos Sem Fronteiras pelo Mundo

Esteve em exposição na estação Clíni-cas do metrô, em São Paulo, a mostra “Médicos Sem Fronteiras no Mundo”. Iniciativa da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) para retratar a realidade dos brasileiros que trabalham em missões

humanitárias. Além de uma exposição fotográfica, um espaço multisenso-rial permitiu ao visitante “atuar” como integrante da equipe do grupo MSF. Após passar por São Paulo, a exposição segue para outras cidades como Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Salvador. Acom-panhe a rota da exposição em www.msf.org.br.

Gastroenterologia Online No início deste ano, todo o sistema de ge-renciamento dos trabalhos enviados para a revista “Arquivos de Gastroenterologia” passou a ser feito via eletrônica, com ad-ministração da Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Segundo o editor executivo da publicação, Dr. Ricardo Guilherme Viebig, o processo promete estimular o número de submis-sões de novos trabalhos e resultar em um impacto positivo entre os profissionais que acompanham a publicação há anos, além de proporcionar maior acessibilidade. “Arquivos da Gastroenterologia” é a maior revista da especialidade da América Latina.

Cirurgiões deveriam seexercitar mais Um novo estudo conduzido por médicos do Arizona, EUA, sugere que os cirurgiões de-veriam seguir o exemplo de atletas e músicos e se aquecer antes de ir ao trabalho. Pesquisa-dores descobriram que quando os cirurgiões tomaram parte numa série de exercícios antes de operar, eles apresentaram melhores resultados em simulações de cirurgias. “Dançarinos, músicos, escultores e pintores têm usado, há séculos, a prática de curto prazo ou o aquecimento como métodos de se preparar para a tarefa da vez,” apontaram os pesquisadores num artigo na edição de fevereiro da publicação médica “The Journal of the American College of Surgeons”. O autor-chefe é Kanav Kahol, da Universidade Estadual do Arizona. O estudo descobriu que os exercícios eram úteis tanto para cirurgiões iniciando um novo dia e para aqueles cansados em plantão. Eles também descobriram que as melhorias pareciam se estender a tarefas cirúrgicas diferentes daquelas usadas no aquecimento.

Page 43: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

44 45

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

Afroamericanos sofrem mais de câncer colorretal

Regulamentação da profissão de médicoA Diretoria da Câmara dos Deputados deferiu o requerimento 3747/08, de autoria do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP) que solicita a inclusão da Comissão de Educação e Cultura na relação de comissões determi-nadas a deliberar sobre o PL 7703/2006. O projeto define a área de atuação, as ativi-dades e os cargos privativos dos médicos, resguardadas as competências próprias das diversas profissões ligadas à saúde. O documento justifica que as mudanças nas atribuições de cada área e as limitações profissionais estabelecidas pelo projeto poderão causar forte impacto no número de matrículas nas instituições de ensino superior que oferecem esses cursos, mas de acordo com a AMB/CFM, a decisão é um equívoco, pois não há interferência.

Cientista cria “boneca” com células vivas de câncer

Uma “boneca” de 5 mm de altura e 2 mm feita a partir de células vivas de câncer de fígado possibilitará a realização de testes de remédios e tratamentos em condições mais parecidas às do corpo humano do que quando feito em um grupo de células em um prato de laboratório. Cerca de 100 mil esferas de colágeno se-meadas com células cancerígenas hepáticas cobertas por um tipo de célula que libera

proteína e colágenos une as células e faz com que a estrutura da “boneca” possa ser movida sem se quebrar. Seu criador, Shoji Takeuchi, do Instituto de Ciência Industrial da Univer-sidade de Tóquio, no Japão, declarou à rede de notícias BBC Brasil que o próximo passo é criar sistemas mais complexos a partir da combinação de diferentes tipos de células.

Segundo relatório divulgado no final de 2008 pela American Cancer Society (ACS) os índices de morte por câncer colorretal entre os afroamericanos são maiores do que em outro grupo popula-cional americano. Ainda de acordo com os dados da pesquisa, a incidência de câncer em pessoas negras e a taxa de mortalidade são respectivamente 20% e 45% acima da média para americanos brancos.Além disso, enquanto recomenda-se exames para câncer colorretal a partir dos 50 anos, estudos indicam que afroameri-canos são frequentemente diagnosticados com uma idade menor. Anualmente esse tipo de câncer mata 50.000 pessoas. Mui-tas dessas mortes poderiam ser evitadas com exames preventivos.

Exames polêmicos ANS x quebra de plano de saúdeA Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS) divulgou nota, em 20 de fevereiro, sobre a determinação para que o plano de saúde Avimed (cujo registro na agência é Aviccena) transfira 215 mil usuários em razão de dificul-dades financeiras insolúveis. Segundo nota da ANS, a empresa, que opera em São Paulo, Grande São Paulo e Baixada Santista, “não foi capaz de se recuperar de graves problemas assisten-ciais e econômico-financeiros” e deverá ser liquidada. A Avimed tem 30 dias para conseguir um comprador para a carteira de cli-entes. Caso não encontre compradores, a própria agência poderá realizar uma oferta pública ao mercado. A decisão interessa principalmente aos cerca de 30 mil ex-integrantes do extinto plano Interclínicas, de São Paulo.

Pesquisadores alemães sugerem que exames simples para identificar traços de sangue em fezes são mais confiáveis do que a colonosco-pia para a identificação do câncer colorretal. Eles testaram o guaiac contra seis novos testes, chamados de exames fecais imuno-químicos, que usam anticorpos para detectar hemoglobina humana e que não podem ser falseados por dieta ou remédios. O estudo foi publicado em fevereiro desse ano no site do periódico científico “The Annals of Internal Medicine”.“O que este estudo mostra”, diz David Lie-berman, gastroenterologista da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, “é que os exa-mes podem detectar alguns pacientes com lesões precursoras do câncer, mas o melhor deles só pôde identificar cerca de um em cada quatro com as lesões mais avançadas.” Mas James E. Allison, professor-emérito de medicina na Universidade da Califórnia, em São Francisco, diz que “o exame fecal de sangue oculto é o único a comprovadamente reduzir a mortalidade pelo câncer colorretal.”

Page 44: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

46 47

Crônica

O poeta era um homem simples, porém sensível. Formado em História em 75 trabalhava no Arquivo Publico Munici-pal. Morava só com a Poesia, a quem muito se dedicava. Ti-

nha quatro livros publicados com vendagem tímida e já estava cansado de ser pobre, de não poder sequer trocar o velho carro, vestir-se melhor, viajar. E a culpada era a Poesia que o tornara um sonhador surrealista com os pés fora do chão. Queria cair na real, investir na iniciativa pri-vada, montar uma pequena empresa. Mas a qualquer tentativa de mu-dança se esbarrava na Poesia que lhe contava histórias de transcendência e lirismo fazendo-o desistir. Quando falava em fazer um up grade no velho computador, ela sugeria um retorno à velha esferográfica com a qual escrevera os primeiros versos nos guardanapos dos bares. Quando falava em globalização, ela sacudia rocks rurais ao modo Zé Rodrix com cabras pastando na beira de um riacho a devorarem celulares e pen drives. Quando citava Bill Gates ela rebatia com Manoel Bandeira. Quando falava de comunicação virtual, ela jogava Drumond “... já que ficou chato ser moderno, serei eterno”.Durante a discussão ele colocou suas posições de forma muito dura e Poesia argumentava docemente. Falava baixo e de forma carinhosa mostrando o que era melhor para os dois. Só que lá pras tantas a pobrezinha de tanto ouvir grosseria reagiu de forma mais firme. Ele disse Vinicius, ela respondeu Augusto dos Anjos. Ele a dirigiu Mozart, e ela reagiu com Beethoven em sua pesada 5ª Sinfonia. Foi a gota d’água; ela nunca fora tão petulante com o Poeta. O sol já dava sinais de vida quando ele bateu nela. Nunca

o fizera. Rasgou seus versos expondo sua pele clara que só ele afagara antes.- Eu vou-me embora.... - chorou a Poesia.Juntou seus poucos pertences, pegou o elevador e abandonou o lar.Naquela manhã de sábado saiu às ruas sem rumo. Uma Poesia sem teto e sem destino, sem razão para sê-la, sem um Poeta para torná-la real. Saiu perambulando até ir perdendo pouco a pouco as formas e se transformar tão somente na intenção etérea de um poema, feita de

uma matéria diáfana composta de li-rismo, sonhos e visões surrealistas.Em casa, o Poeta sucumbiu ao sono vitimado pelo álcool e pela avalan-che de emoções negativas que sobre ele se abatera. Acordou com o sol do meio-dia no rosto entrando pela vi-

draça rachada da janela junto à cama. Procurou a companheira como sempre fazia ao acordar, e não a encontrou! Foi aí que se deu conta da avalanche de enganos que havia cometido. Na segunda-feira decidiu levantar a cabeça. Resolveu pedir um dinheirinho ao banco estatal e, junto com seu amigo Silveirinha, montou uma microempresa de ser-viços gráficos (Gráfica Rápida).- Agora sim, terei a vida de um homem moderno sem essas piegui-ces poéticas. A Poesia vagava no éter em forma energética a espera de um artesão para materializá-la. Desde então o Poeta não conseguiu produzir um verso sequer. Não que não quisesse, pois se esforçava diariamente para escrever. Mas é que perdera a sua capacidade de criar. Mergulhava até o fundo coração procurando um alicerce para os versos, mas lá, havia apenas um vazio abismal. Sua vida perdera o

O fim e o começo de uma história de amor O Poeta brigou com a Poesia, e a coisa foi séria. Segundo os vizinhos começaram a discutir às 2 da manhã, hora que costumavam chegar da boemia, e só pararam por volta das cinco

LUIZ PAULO REIS GALVÃO

O sol já dava sinais de vida quando ele bateu nela. Nunca o fizera

Page 45: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

46 47

Sobed - No 4 - Jan/Mar - 2009

sentido sem a companheira. Até o pranto que sempre lhe vinha tão fácil também secou no nascedouro. Tentou desobstruir sua veia po-ética, imergindo nas obras de Drummond, Guimarães Rosa, Manoel Bandeira e outros, mas voltou das profundezas de mãos vazias.A vida de funcionário público/empresário estava complexa. Silveiri-nha, seu sócio era um “porra-louca” sonhador pior que ele. Saía da gráfica às 17h para os bares e no dia seguinte ia trabalhar às 10h da manhã ressacado. Começaram a juntar duplicatas vencidas, impostos, COFINS, “Semfins” etc. Daí para atraso do aluguel, fuga da clientela, atraso no carnê das máquinas, cartas cobrança dos fornecedores, cor-te da linha telefônica, descrédito na praça, foi rápido.Mas seu problema maior era a falta que sentia de sua companheira, a Poesia.- Onde estaria agora aquela doçura?... - pensavaCom lágrimas nos olhos tomou algumas decisões - iria procurá-la e abra-çá-la onde estivesse. Romperia a sociedade com Silveirinha e iria ao banco negociar. Começou então pelo último item. Na frente do gerente se sentiu um verme. Falavam dialetos diferentes. Disse das dificuldades, ele pediu a identidade. Falou de um problema real, ele cancelou seu cheque espe-cial. Pediu que entendesse a emoção, confiscou-lhe o cartão. Falou-lhe de poesias, ele pediu garantias. O gerente vomitava um discurso já pronto, ornado de cifras, percentuais e taxas, intitulado: “Ode aos Inadimplentes”. Enfim, precisava de 20 mil para pagar as contas, e fechar a firma. - Está difícil, você não tem garantias - decretou o “homem cifra”E foi lhe jogando na cara todas as farpas na sua condição de cidadão brasileiro de formação universitária, mas pobre e enforcado por sa-lários baixos, impostos, taxas, e com muito mais deveres do que di-reitos. Saiu pelas ruas do velho Centro da cidade com a cabeça baixa e sem forças. Chuviscava. Sentiu que ainda tinha algum sentimento quando viu que uma lágrima isolada lhe escorria pelo rosto. Pegou o velho carro e se dirigiu para fora da cidade, zona rural. Havia um descampado de relva baixa, um riachinho raso com pedrinhas e um roseiral. Era fim de tarde. O sol já se recolhia por trás dos montes. Viu um pé de rosas brancas onde cantava um passarinho magro de asas amarelas. Sentiu seu corpo se energizar de forma estranha e sem pen-sar muito sacudiu Vinicius de Moraes: “De tudo, ao meu amor serei atento/Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto/Que mesmo em face do maior encanto/Dele se encante mais meu pensamento...” Foi o bastan-te. Olhou na contraluz do sol se pondo e viu a silhueta da Poesia surgir por traz do roseiral Se abraçaram, choraram e se amaram como dois adolescentes, tendo o barulho do riacho como contraponto. Voltaram ao modesto lar e ela cuidou das feridas de sua alma. E aí, armados até os dentes com seus versos enfrentaram a crise a golpes de fé, lágrimas e sentimento. Tiveram quatro filhos, Estrofe, Rima, Verso e Soneto.

Page 46: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

48 49

Oficinas 2009

O Centro de Treinamento da Sociedade Brasileira de Endosco-pia Digestiva (SOBED) no Hospital Ipiranga, em parceria com a Olympus, realizou ano passado, o I Curso Continuado de Endos-copia Digestiva. Foram 4 módulos: esôfago, estômago, cólon, e vias biliares, com curso teórico às sextas-feiras e exames “ao vivo” no sábado. O resultado foi tão positivo que as discussões, mais tarde, dariam origem ao projeto hoje chamado de “Oficinas” - es-pécie de treinamento e atualização profissional promovido pela Sociedade que, em abril, terá sua primeira edição. O coordenador da comissão de título de especialista e sua atu-alização da SOBED, Dr. Jairo Silva Alves, explica que a ideia nasceu do bom resultado promovido pelo I Curso, em que es-pecialistas atualizados foram convidados para proferir as aulas e selecionar os casos mais interessantes para discutir o melhor diagnóstico, conduta terapêutica e seguimento desse paciente na área. “Durante o curso, foram recebidas críticas, elogios, sugestões e, dentre todas, as que mais chamaram a atenção foi o interesse dos participantes em realizar procedimentos e não apenas observá-los e discuti-los”, conta. Com base na avaliação, a SOBED enviou um convite a todos os chefes dos Centros de Treinamento de Endoscopia na ci-dade de São Paulo, além de promover reuniões para discutir uma nova opção de Curso. Em comum acordo, foi decidido realizar as “Oficinas” a serem organizadas para que colegas endoscopistas com pouca experiência e que pouco realizam procedimentos terapêuticos pudessem executá-los. “Entre os

procedimentos estão: gastrostomia endoscópica, ligadura elás-tica, esclerose de varizes, dilatações, polipectomia, mucosec-tomia, enteroscopia, e também um curso mais avançado em eco-endoscopia, vias biliares e NBI”, enumera Alves.Essas “oficinas” serão realizadas em dois dias, sendo que no 1º dia, durante o período da tarde, haverá um curso teórico-prático em bonecos (hands on), para que no dia seguinte o participante possa realizar o procedimento no paciente, sempre supervisiona-do por preceptores. A primeira oficina terá a supervisão já con-firmada de Ângelo Ferrari, Claudio Hashimoto, Eduardo Gui-marães H. de Moura, Fabio Marioni, José Celso Ardengh, Marco Aurélio D’Assunção, Renato Luz de Carvalho, Ricardo Sobreira, Thiago Festa Secchi, e a coordenação de Artur Adolfo Parada, Carlos Alberto Cappellanes e Ricardo Anuar Dib. O primeiro módulo será realizado nos dias 29 e 30 de abril, com o tema - Ligadura Elástica e se desen-volverá no Hospital Ipiranga, na Av. Nazaré, 28 - Ipiranga, São Paulo, SP. As “Oficinas” con-tarão com 15 vagas, somente para os Associados Titulares quites com a Sociedade e o valor da inscrição é de R$800,00, podendo ser feita por meio do site www.sobed.org.br até 15 de abril de 2009. O horário da “ofici-na” no dia 29 será das 13 às 18 horas e no dia 30 das 08 às 18 horas. As datas das próximas “Oficinas” ainda não foram definidas.

Iniciativa nasceu de discussões com chefes de centro de treinamento em Endoscopia de São Paulo. Primeira edição será realizada entre 29 e 30 de abril

SOBED dá início ao projeto “Oficinas”

Page 47: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

48 49

Confira, na relação abaixo, os principais eventos nacionais e internacionais ligados à gastroenterologia e à endoscopia digestiva a serem realizados nos próximos meses

O 3º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva promete ser marcante para a especialidade neste ano de 2009. São esperados aproximadamente 200 participantes. Entre os palestrantes, há 20 convidados nacionais e dois internacionais. As inscrições estão

abertas e seguem até o dia 10 de abril pelo site da SOBED www.sobed.org.br. Mais informações sobre o evento também pelo site.

Agenda SOBED

Intergastro 2009Data: de 3 a 5 de abrilLocal: Salão Imperial - The Royal Palm Plaza Hotel & Resort Av. Royal Palm Plaza, nº 277 - Jd. Nova Califórnia -Campinas - SPSite: www.intergastro.com.brTelefone: (19) 2117-8000

Encontro Paulista de Cirurgia do fígado, pâncreas e vias biliaresData: de 14 de maio a 16 de maioLocal: Centro de Convenções Ribeirão Preto - Divisão de Ciru-rgia Digestiva do Depto. de Cirurgia e Anatomia do HC FMRP/USP – Ribeirão Preto - SPSite: www.vsfutura.com.br/encontrocirurgia2009E-mail: [email protected] Telefone: (16) 3623-9399

3º Simpósio Internacional de Endoscopia DigestivaData: de 1º a 2 de maioLocal: FECOMERCIO - São Paulo - SP Site: www.sobed.org.br

DDW 2009Data: de 30 de maio a 4 de junhoLocal: Venue McCormick Place - Chicago, Illinois - EUASite: www.ddw.orgE-mail: [email protected]: +1-(0)301-272 0022/ +1-(0)301-654-3978

7º Workshop Internacional de Endoscopia Digestiva Inst. Alfa de Gastroenterologia HC/UFMGData: 18 a 20 de junhoLocal: Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Alfredo Balena, 110 - 2º andar - Belo Horizonte - MGSite: www.hc.ufmg.br/iag/endoeco/E-mail: [email protected]: (31) 3409-9249

VIII Congresso Norte e Nordeste de GastroenterologiaData: de 24 a 26 de junhoLocal: Centro de Convenções de Natal, Natal - RNSite: www.fbg.org.brE-mail: [email protected]

VII Simpósio Brasileiro Sobre Motilidade Digestiva Data: de 12 a 14 de junhoLocal: Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo - SPSite: www.sbmd.org.brE-mail: [email protected] Telefone: (11) 3865-5354

Agende-se

Page 48: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

50

CalendárioFEVEREIRO

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

D S T Q Q S SJANEIRO

1 2 3

11 12 13 14 15 16 17

18 19 20 21 22 23 24

25 26 27 28 29 30 31

D S T Q Q S S

4 5 6 7 8 9 10

MARÇO

1 2 3 4 5 6 7

22 23 24 25 26 27 28

29 30 31

D S T Q Q S S

15 16 17 18 19 20 21

8 9 10 11 12 13 14

MAIO JUNHO

1 2 3 4 5 6

7 8 9 10 11 12 13

21 22 23 24 25 26 27

D S T Q Q S S

14 15 16 17 18 19 20

28 29 30

Rondônia4 - Criação do Estado

Piauí13 - Dia da Batalha do JenipapoAmapá/Ceará19 - Dia de São José

Espírito Santo23 - Colonização do solo espírito-santense

Distrito Federal21 - Fundação de BrasíliaMinas Gerais21 - Data Magna do Estado

Acre15 - Aniversário do estadoRondônia18 - Dia do evangélico

Rio Grande do Norte29 - Dia de São Pedro

Agende-se

ABRIL

12 13 14 15 16 17 18

26 27 28 29 30

D S T Q Q S S

19 20 21 22 23 24 25

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

3 4 5 6 7 8 9

D S T Q Q S S

24/31

17 18 19 20 21 22 23

1 2

10 11 12 13 14 15 16

25 26 27 28 29 30

Feriados estaduais Eventos (ver página 49)

Page 49: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04

Nova regra Antes Agora

Alfabeto passa a ter 26 letrasAlfabeto de 23 letras, mais as

chamadas especiais K,W, YK, W, Y são integradas

Trema é eliminado Conseqüência, lingüiça Consequência, linguiça

Obs: O trema permanece em nomes estrangeiros e derivados: mülleriano, Müller.

Não se acentuam os ditongos abertos

–ei e –oi nas palavras paroxítonasPlatéia, idéia, paranóico Plateia, ideia, paranoico

Não se acentuam o –i e –u tônicos

das palavras paroxítonas quando

precedidas de ditongo

Baiúca, feiúra, saiínha Baiuca, feiura, saiinha

Não se acentua o –u tônico nas

formas verbais rizotônicas (acento na

raiz) quando precedido de –g ou –q

e seguido de –e ou –i

Apazigúe, argúi, obliqúe Apazigue, argui, oblique

Não se acentua o hiato -oo Enjôo, vôo, perdôo Enjoo, voo, perdoo

Não se acentua o hiato –ee dos verbos

crer, dar, ler e ver e seus derivadosCrêem, dêem, lêem, vêem Creem, deem, leem, veem

Cai o acento diferencial Pára (verbo), pêlo (subst.) Para (verbo), pelo (subst.)

Obs: Permanece nos homógrafos pode/ pôde; e também em pôr/ por

Não se emprega o hífen nos

compostos terminados em vogal,

nos quais o segundo elemento começa

com r ou s, consoantes que,

nesse caso, devem ser duplicadas

auto-sugestão, contra-senso,

extra-seco, infra-som, supra-renal

autossugestão, contrassenso,

extrasseco, infrassom, suprarrenal

Obs: Permanece nos compostos com prefixos super, hiper, inter, que combinam com elementos que comecem por r: super-realista, hiper-requisitado, inter-regional

Não se emprega o hífen nos

compostos em que o prefixo termina

em vogal e o segundo elemento

começa por vogal diferente

Auto-ajuda, infra-estrutura,

semi-árido, auto-escola

Autoajuda, infraestrutura,

semiárido, autoescola

Ganham hífen os compostos em que o

prefixo termina em vogal e o segundo

elemento começa com mesma letra

Antiimperialista, microondas Anti-imperialista, micro-ondas

Obs: No caso do prefixo co- não se usa hífen: cooperação

Não se emprega o hífen em

compostos em que se perdeu, em

certa medida, a noção de composição

Manda-chuva, pára-quedas Mandachuva, paraquedas

Obs: Permanece nas palavras compostas que não contêm um elemento de ligação, mantendo acento próprio, e também na-queles que designam espécies botânicas e zoológicas: médico-cirugião, ano-luz, guarda-chuva, erva-doce, bem-te-vi

Não se emprega o hífen nas locuções

de qualquer tipo.Pão-de-mel, cor-de-vinho Pão de mel, cor de vinho

Obs: São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: cor-de-rosa, pé-de-meia

Tome notaA Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) passou a adotar as regras do novo acordo ortográfico na Revista SOBED

Page 50: Revista SOBED 2009 - Edição nº 04