Revista Marco Zero - Edição 01
-
Upload
diego-florenca -
Category
Documents
-
view
236 -
download
7
description
Transcript of Revista Marco Zero - Edição 01
EREPRESENTAÇÃO ATIVA
s reivindicações do setor ho-teleiro e de outros segmentos do mer-cado estão sendo fomentadas através de documentos que estreitam as respon-sabilidades entre o governo federal e diversas entidades representativas, um indício de que, mais uma vez, há uma mobilização para defender, fortalecer e aprimorar quem faz o turismo no Bra-sil. Todo esse cenário é abordado pelo empresário Alexandre Sampaio de Abreu, desde 2010, presidente da Federa-
MARCO ZERO NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO
A
ção Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS). Com larga experiência profissional e política – ocupou diversos cargos em entidades da hotelaria e do mercado de turismo –, ele enfrenta agora vários desafios, como desenvolver novas ações para qualificar e capacitar mão de obra; for-talecer os programas de atendimento ao cliente por meio de parcerias, como a celebrada com o Ministério do Turismo; e aproximar os 62 sindicatos em várias regiões do País. Além disso, está tra-balhando junto ao Poder Legislativo questões como o custo da mão de obra e a margem tributária do ICMS na alimentação, além dos direitos autorais do setor de hotéis, que atualmente está em discussão no governo.
Lígia Alem Marcondes
3
MZ – O que levou as entidades se unirem
para elaborar a Carta de Salvador e ratificá-
la no Conotel 2011, quando foi preparada a
Carta de São Paulo?
AS – A Carta de Salvador nasceu da im-
prescindível necessidade de organizarmos
em um documento dirigido ao empresaria-
do, à sociedade, ao legislativo e aos gover-
nos, urgências, problemas e demandas da
hotelaria, às vésperas dos grandes eventos
e em face de uma nova realidade de nosso
setor no contexto da economia nacional. O
texto de São Paulo resume e atualiza essas
informações e prioriza alguns itens mais
imediatos, como a questão da desoneração
da folha de pagamento. Essa ratificação
permitiu que partíssemos para resultados
práticos, como a inserção da hotelaria no
programa Brasil Maior.
MZ – Como as reivindicações dessas cartas
estão sendo conduzidas? Qual é o posi-
cionamento das entidades em relação às
proposições legislativas que impactam dire-
tamente a atividade hoteleira?
AS – A FBHA tem um assessor parlamentar
em Brasília que acompanha matérias de
nosso interesse e propostas em benefício
de nossa categoria, junto a parlamentares
afinados com nosso setor, nas duas casas
legislativas. Periodicamente nos reunimos
para avaliação da conjuntura e decisões de
posicionamento e encaminhamento.
MZ – E a desoneração e a diminuição dos
custos para o setor?
AS – Estamos convencidos de que, para
termos competitividade internacional e
atrairmos mais turistas estrangeiros, pre-
cisamos apresentar custos mais reduzidos
e oferecer diárias mais em conta inclusive
para o mercado nacional. A forma de fazer
isso é desonerar as altas tarifas de nosso
funcionamento e o reconhecimento do
mercado receptivo como exportador. São
elementos cruciais para evitarmos o alto
custo Brasil, que, infelizmente, acaba sendo
repassado ao consumidor.
MZ – Comente sobre a questão da terceiri-
zação de serviços.
AS – A substituição dos 20% da con-
tribuição patronal sobre a folha por 2% do
faturamento, prevista no plano Brasil Maior,
foi uma grande vitória de nosso segmento.
Ela beneficia mais de 95% da hotelaria em
lucro real ou presumido e, consequente-
mente, estimula a empregabilidade. Pre-
cisamos avançar agora para a implantação
do trabalho intermitente, sem perdas para
os trabalhadores, mas com redução sen-
sível de gastos pelo patronato.
MZ – Como estão os incentivos fiscais para
empresas que financiam programas de ca-
pacitação profissional?
AS – Na verdade, os benefícios para pro-
gramas de capacitação, previstos na
legislação recente, regrediram. Precisa-
mos discutir com o novo ministro do Tra-
balho contrapartidas fiscais para esse tipo
de investimento uma vez que a capaci-
tação é uma das grandes demandas do
nosso setor atualmente.
MZ – E os investimentos em infraestrutura,
urbanismo e segurança?
AS – Entendemos que prover infraestrutura
e segurança para nossos visitantes também
é parte essencial da nossa responsabilidade
enquanto destino. Temos acompanhado
com real interesse os investimentos em
infraestrutura do governo federal, principal-
mente pelo Ministério do Turismo, do PAC
da mobilidade, investimentos através do
Prodetur em parceria com o BID e as obras
relacionadas à Copa do Mundo. O Pronasce
para a área de segurança contempla uma
Marco Zero - Desde o anúncio da Carta
de Salvador, as entidades que represen-
tam o mercado hoteleiro do Brasil (FOHB,
ABIH Nacional, FBHA e Resorts Brasil) es-
tão unidas na defesa dos interesses do
setor junto ao governo federal. O senhor
foi nomeado, extra oficialmente, por es-
sas entidades e também pelo ministro
de Turismo, Gastão Dias Vieira, como
porta-voz do mercado. Como e por que
isso se deu e como se sente com essa
responsabilidade?
Alexandre Sampaio – A união dessas enti-
dades, na verdade, antecede a assinatura
da Carta de Salvador. Há algum tempo
procuramos trabalhar juntos em benefício do
setor. A Carta foi, sem dúvida, um marco
para comprovar os propósitos e objetivos
dessa união, assim como a inclusão da
hotelaria no programa Brasil Maior foi um
marco dos resultados que estamos con-
seguindo alcançar. Também não existe
essa personificação da interlocução em-
presarial na minha pessoa. As entidades
hoteleiras têm trabalhado juntas e, como
a Federação representa sindicalmente
todos os meios de hospedagem do País,
independente de serem associados, essa
vocalização vem acontecendo natural-
mente. O ministro Gastão Vieira identi-
fica na Confederação Nacional do Comé-
rcio, de Bens, de Serviços e de Turismo
(CNC) uma entidade verdadeiramente
representativa do segmento turístico
brasileiro. Como presidimos o Conselho
de Turismo da Confederação e coorde-
namos a Câmara Empresarial de Turis-
mo da CNC, essa comunicação torna-se
igualmente direta. Isso nos traz grande
responsabilidade, que procuramos partilhar,
ouvindo a todos, incentivando a unidade
de posicionamento e procurando manei-
ras de encaminhar propostas em prol de
toda a hotelaria.
MARCO ZERO NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO
4
vertente sensível para o turismo e também
tem apresentado bons resultados.
MZ – Além dessas cinco, existem outras
reivindicações do mercado nas cartas?
AS – Estão reunidas nos dois textos outras
demandas, que já obtiveram do governo
acenos positivos. Uma delas é relativa à
depreciação acelerada de bens imóveis e
de equipamentos de alto investimento
inerentes ao funcionamento do setor.
Também estamos propondo a implantação
do vale hospedagem, como incentivo ao
turismo social dos trabalhadores. Outro as-
pecto fundamental que estamos discutindo
neste momento, com os ministérios do Tu-
rismo e o de Minas e Energia, é a redução
do custo da energia elétrica, segundo item
de maior dispêndio na matriz de custeio da
maioria dos hotéis.
MZ – As entidades de outros setores do
mercado de turismo estão unidas às enti-
dades da hotelaria nessas ações e em
outras reivindicações?
AS – A Federação participa de outro grupo
de trabalho, o da alimentação fora do lar,
junto com a Abrasel, a ANR (Associação
Nacional de Restaurantes – representa os
grandes grupos de refeições de varejo) e a
ABF Alimentação, que são empresas fran-
queadoras na sua essência, principalmente
de serviços rápidos, presentes em shop-
pings e lojas de rua para lanches. Nesse
fórum discutimos assuntos mais específicos
do setor alimentício, como a substituição
tributária, a incidência de ICMS em regimes
especiais, entre outros. No âmbito da Câ-
mara Empresarial de Turismo da CNC,
outras entidades do patronato debatem
entre si seus problemas. Como a confederação
pode ajudar, acredito que a possibilidade
de contratarmos funcionários em regime
de rateio de custos trabalhistas por uma
série de empresas simultaneamente, respeitan-
do os direitos da CLT (regime já existente
no Brasil para a agricultura), esse seria o
assunto mais urgente a resolvermos, pois
beneficiaria praticamente a todos.
MZ – Há conflitos entre essas entidades
do setor hoteleiro na defesa de seus
interesses nesses assuntos específicos? Se
não há, existe a possibilidade de se unirem
definitivamente e se transformarem em
uma única entidade?
AS – Embora as entidades tenham in-
teresses afins e lutem por um mesmo setor
mais abrangente, o turismo nacional, elas
também possuem suas peculiaridades e
suas existências individualizadas garantem
que áreas e empreendimentos específicos
recebam um olhar mais atento. É o caso
dos 65 sindicatos de hotéis, bares e restau-
rantes e do próprio setor de alimentação,
representados pela FBHA, ou dos resorts
que recebem a atenção da Resorts Brasil.
Claro que, em alguns temas, podemos
não ter consenso. Especificamente no que
tange a matérias que envolvam operações
de flats, condo-hotéis ou aparts. Cada enti-
dade, dentro da sua própria organização,
pode ter circunstâncias que os vários as-
sociados apresentem visões e interesses
divergentes. Mas nada que não possa ser
discutido e resolvido. Em última análise, di-
vergências insuperáveis são resolvidas por
posição da maioria. Quanto à tão discutida
fusão, ela se mostrou inviável, justamente
por causa de nossas especificidades. Hoje,
discute-se a possibilidade de rateio de cus-
tos em escritórios únicos, como por exem-
plo, em São Paulo e Brasília.
MZ – A mídia brasileira e internacional está
noticiando sobre a falta de leitos no Brasil
para receber turistas durante os grandes
eventos que estão por vir. Além disso, o
NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
5
alto preço das diárias dos hotéis tem sido
alvo de muitas críticas, fazendo com que
o governo federal interviesse e ordenasse
a redução das mesmas já na Rio + 20. O
que o senhor tem a dizer sobre isso? Como
avalia a situação?
AS – Não haverá falta de quartos para a
Copa de 2014. O comitê organizador ace-
nou que a necessidade de quartos em
cada cidade-sede é de 30% da capacidade
de lotação do estádio daquela capital. Por-
tanto, somente Cuiabá e Manaus correriam
risco de não alcançar esse número. No en-
tanto, as construções de hotéis previstas e
em andamento, somadas à possibilidade
de hospedagem embarcada na capital ama-
zonense e a utilização de lodges pantanei-
ros, em Várzea Grande e no entorno da
principal cidade de Mato Grosso, garantem
número suficiente de acomodações.
Quanto à situação das diárias na Rio+20,
o problema teve início com os contratos
firmados entre o Itamaraty e a agência
Terramar. A licitação, que deveria ficar
circunscrita aos pernoites que o governo
federal iria pagar, extrapolou para a gestão
de todos os bloqueios do encontro. O resul-
tado é que a operadora licitada onerou em
25% as tarifas hoteleiras, inflacionando os
valores, além de somente vender em pa-
Que fique aqui
uma lição:
a hotelaria nacional
é suficientemente madura
e profissional para atender
qualquer grande evento
que venha para o Brasil,
tanto em qualidade
quanto em custos
cotes mínimos de noites. Mediante diálogos
e acordo entre as partes, chegou-se a uma
solução. Que fique aqui uma lição: a hote-
laria nacional é suficientemente madura e
profissional para atender qualquer grande
evento que venha para o Brasil, tanto em
qualidade quanto em custos, haja vista
que, desde agora, os contratos com os ho-
téis para a Copa do Mundo e a Olimpíada
já estão acordados e assinados.
MZ – Como fica a imagem do Brasil no
exterior com relação a esse episódio e a
outros problemas que, de certa forma, as-
sustam o turista, como falta de segurança
e violência?
AS – A imagem do Brasil, sem dúvida,
ficou prejudicada. Mas entendemos que
essa foi uma situação que a hotelaria
vem sinalizando há algum tempo sobre
as consequências dos custos elevados
e procurando trabalhar para reduzi-los.
Ainda assim, assumimos uma responsa-
bilidade que é do País como um todo.
Tributos, insumos de serviços públicos
e encargos trabalhistas têm tornado o
custo Brasil caro, mas não exorbitante. Os
empresários dos meios de hospedagem
estão providenciando um estudo com-
parativo de custos operacionais da hote-
laria brasileira com outros países, visando
desmistificar a ideia de que nossas diárias
estão entre as mais caras do mundo.
MZ – Qual é o papel da Comissão de Tu-
rismo e Desporto (CTD) e de que maneira o
órgão tem ajudado o mercado de turismo?
AS – O deputado José Rocha, presidente
da CTD, apesar de ser um político com
vivência no esporte, tem sido muito sen-
sível aos problemas do turismo brasileiro.
Com certeza a comissão, sob seu coman-
do, ajudará em muito o setor. Estivemos
reunidos no início deste ano em Salvador,
quando apresentamos ao deputado as
mais importantes demandas da hotelaria
no momento atual e ele mostrou-se fa-
vorável a nossas reivindicações, princi-
palmente às questões voltadas para de-
soneração do setor e inserção do turismo
como atividade exportadora.
MZ – Como está o relacionamento das enti-
dades com o Ministério do Turismo?
AS – A maioria das entidades entendeu as
circunstâncias vividas no ano passado pelo
Ministério do Turismo. Também compreen-
demos seu esforço para se reerguer po-
liticamente nesta gestão e, principalmente,
para se adaptar em relação ao orçamento
disponível, se reestruturar internamente,
alinhar as políticas do Planalto e definir
um planejamento estratégico de atuação,
face ao lançamento do Plano Nacional de
Turismo e seu novo foco no turista. Temos
novos tempos pela frente e é necessário
que os representantes do setor privado
compreendam essa mudança e haja uma
sinergia entre nós e o governo para desen-
volvermos produtivamente nossa atividade.
MZ – Em sua opinião, vale à pena, nesse
momento, ser empresário de turismo no
Brasil? Quais as dicas para quem deseja
abrir o seu negócio?
AS – Evidente que é um bom negócio
e vale à pena investir. A hotelaria, na
maioria de nossos destinos indutores e
capitais, tem experimentado crescimento
expressivo, assim como a gastronomia.
Nunca se viajou tanto neste País, os
eventos têm se materializado em expan-
são geométrica, assim como a locação de
carros, a aviação regional e a visitação
a parques temáticos. Entretanto, para
quem quer empreender, principalmente
o pequeno empresário, é fundamental
pesquisar, conhecer a área de interesse,
conversar com empresários estabelecidos,
ler muito a respeito do segmento e, fun-
damentalmente, se inteirar da tecnologia
da informação tocante ao nicho do ramo.
Isso pode fazer toda a diferença na con-
corrência e no sucesso da empreitada.
MZ – Aos novos empresários, o senhor
pode dizer qual a importância de participar
das entidades de classe do setor?
AS – Além do Sistema CNC, Sesc e Senac,
parceiros fundamentais na ajuda aos
empreendedores brasileiros, é muito im-
portante a participação dos empresários
de qualquer porte em sindicatos patro-
nais de classe. Eles são as estruturas no
município, em sua maioria, que podem
ajudar a dar voz às reivindicações locais,
personificando nossa força, representa-
tividade e importância estratégica para o
desenvolvimento de qualquer lugar. O pa-
tronato, através da propriedade privada, é
a força motriz desta nação e deve se fazer
ouvir em toda sua importância, visando
construir uma sociedade mais justa e
próspera para todos.
MARCO ZERO NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO
6
MZ
Nunca se viajou tanto neste País, os eventos
têm se materializado em expansão geométrica,
assim como a locação de carros, a aviação regional
e a visitação a parques temáticos
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
ENTREVISTA
POLÍTICA
3
10
Alexandre Sampaio de Abreu
Aliança em pauta
TURISMO SUSTENTÁVEL16
Xico Graziano
PARQUES17
Diversão em alta
MERCADO20
Fase de transição
CASE24
Grupo TX
VITRINE28
Boas compras
EVENTOS29
Aristides de La Plata
FRANQUIA32
Mercado promissor
TECNOLOGIA35
Fabiano Barros
OPINIÃO38
Ana Carolina Medeiros
As im
agen
s apli
cada
s são
ilustr
ativa
s de t
raba
lhos
prod
uzido
s pela
ArtS
im e
perte
ncem
aos a
utor
es de
dire
ito.
Consulte-nos sobre outras necessidades de sua empresa
# adesivos# adesivos de recorte# agendas# ampliações e reduções# apostilas# banners# blocos para rascunho# bordados# cadernos# calendários# cartões de visita# catálogos
# comandas de serviços# crachás# dados variáveis# digitalização# displays# encadernação# envelopes# folders# folhetos# imp. direto em PS 1mm# impressão digital# impressão PB e colorida
# impressos padronizados# jogo americano# jornais# livros# manuais# newsletters# papel timbrado# pastas# plotagem# pôsteres# revistas# sinalização
NOSSOS SERVIÇOS
IMPRIMA COM
ÓTIMAQUALIDADE
OS MATERIAIS
DE SUA EMPRESA
Rua José Gonçalves, 96 • Vila Andrade • 05727-250 • São Paulo • SP • Brasil
RÁPIDO ASSIM, SÓ NA ARTSIMA SUA NOVA GRÁFICACOM A SEGURANÇA QUE VOCÊ DESEJA!
Tel.: 11 2899.6363 | www.artsim.com.br
PALIANÇA EM PAUTA
bav/SP, Abracorp, Aviesp e Sindetur-SP se uniram
para que os mais de dois mil agentes de viagens asso-
ciados às quatro entidades tenham, agora, muito mais
vantagens. Cursos e treinamentos com maior objetivi-
dade e melhor aproveitamento, ministrados por renoma-
dos especialistas, estão entre as principais conquistas,
além de outros benefícios que essa parceria está tra-
zendo para o turismo paulista
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
A
10
viagens de negócios. Com 31 associadas,
foi responsável por quase 40% de toda a
movimentação financeira gerada no ano
passado no setor de viagens corporativas.
Semelhantes no ramo em que se
encontram, Abav/SP, Abracorp, Aviesp e
Sindetur-SP têm como meta defender a
profissão do agente de viagens, esteja ele
na capital ou no interior do Estado. E para
que esses profissionais sejam vistos com
bons olhos, a qualidade do trabalho con-
stitui em fator fundamental. Afinal, não
se pode negar que o surgimento dos sites
de compras coletivas traz inúmeras facili-
dades e falhas para o consumidor, apesar
de serem encarados como verdadeiros inimi-
gos pelos agentes.
Ações racionalizadas
Ao se unir forças, essas associações
decidiram firmar um acordo de cooper-
ação e passam a representar quase duas
mil agências associadas e, por conse-
quência, a repercussão de suas atividades
também sai vitoriosa. Hoje, as quatro de-
cidem coletivamente sobre capacitações e
treinamentos, já que o público-alvo é o
mesmo. Eventos como a Aviestur – Feira
de Turismo do Estado de São Paulo, têm
o apoio técnico das demais associações e
o resultado é o crescente e explícito apri-
moramento da feira a cada edição.
A Abav/SP, por sua vez, promove, em
média, oito cursos por mês. O que antes
era restrito aos associados da entidade,
hoje é aberto às agências credenciadas à
Aviesp, Abracorp e Sindetur-SP. Abordan-
do temas atuais e de interesse para os
agentes, essa é mais uma grande opor-
tunidade para manter o setor fortalecido
no País e que também conta com o aval
das parceiras. Os cursos são ministrados
na própria sede das associações, no cen-
tro da cidade de São Paulo, e têm apenas
especialistas como instrutores.
A promoção de seminários, congres-
sos, palestras e demais eventos voltados
à atualização dos profissionais do seg-
mento é realizada, atualmente, em co-
mum acordo, evitando, por conseguinte,
sobrecarregar agentes e fornecedores
com acontecimentos repetitivos.
A tomada de decisões também foi
facilitada: desde o ano passado, as qua-
tro estão localizadas no mesmo prédio
e três delas (Aviesp, Abracorp e Abav/
SP) dividem o mesmo andar. “O trabal-
ho desenvolvido pelas entidades não é
encarado como concorrente, mas, sim,
complementar à atuação de cada uma”,
afirma Périco.
Mesmo com a decisão de consolidar
esse acordo de cooperação, as entidades
continuam existindo individualmente,
cada uma com sua própria diretoria, agên-
cias associadas e diretrizes políticas. Ainda
assim, seus respectivos presidentes tam-
bém estão, de certa forma, interligados.
William Périco, à frente da Aviesp e da
Abav/SP, tem Edmar Bull, atual presidente
da Abracorp, como seu vice na Abav/SP.
Eduardo Nascimento, que preside o Sinde-
tur-SP, tem Périco e Bull como membros
da diretoria do sindicato, além de ocupar
Cada vez mais o Brasil se torna con-
hecido no exterior e é um destino dese-
jado por milhões de turistas. Muitas são
as associações nacionais que lutam para
que o País continue oferecendo produ-
tos e serviços turísticos de qualidade,
quesito que se torna possível a partir das
atividades desempenhadas por um profis-
sional de fundamental importância para o
setor: o agente de viagens.
Algumas das principais entidades
do segmento atuam em São Paulo. A
Associação das Agências de Viagens In-
dependentes do Interior do Estado de
São Paulo (Aviesp) representa quase 400
agências associadas e, como o nome in-
dica, tem sua força fora da capital pau-
lista. Sua trajetória, que se aproxima dos
30 anos de história, a transforma na voz
dos agentes do interior.
A Associação Brasileira de Agências
de Viagens de São Paulo (Abav/SP) tem
história similar, a começar por William Pé-
rico, presidente de ambas. Fundada após
a Segunda Guerra Mundial, reúne 580
agências associadas, 447 delas na capi-
tal. As duas entidades caminham juntas e
mantêm um objetivo em comum: estimu-
lar as atividades da categoria por meio
de congressos, exposições, seminários,
cursos, capacitações e feiras.
Fundado há quase 60 anos, o Sindica-
to das Empresas de Turismo no Estado de
São Paulo (Sindetur-SP), é constituído por
750 empresas. Presidido por Eduardo Vam-
pré do Nascimento, o órgão trabalha para
manter o alto padrão dos serviços ofereci-
dos no mercado de viagens e turismo.
Assim também é a rotina da Asso-
ciação Brasileira de Agências de Viagens
Corporativas (Abracorp), que atua em uma
área mais específica que as demais: as
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
11
“Passamos muito tempo
lutando separados e
pelos mesmos objetivos.
Entretanto, só agora
optamos por criar
essa aliança”
o cargo de vice-presidente de Marketing e
Eventos na Abav/SP.
“Passamos muito tempo lutando
separados e pelos mesmos objetivos. En-
tretanto, só agora optamos por criar essa
aliança, que muitos benefícios trará para
os agentes”, esclarece Bull. A redução de
custos, consequência natural da parceria
firmada entre as entidades, serviu como
estímulo extra. “Hoje, em vez de promover-
mos quatro cursos similares destinados
a um público comum a todas, reunimos
fundos e investimos em um mesmo work-
shop, buscando trazer temas e palestrantes
de qualidade para os agentes de via-
gens”, completa Nascimento.
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
12
Desafios a superar
Em uma era em que as redes sociais
e a Internet vêm ganhando destaque e
crescendo assustadoramente, já se falou
muito sobre a extinção da profissão do
agente de viagens. Não se pode negar
que a preferência das pessoas é, sim,
comprar passagens e programar passeios
inteiros sem ter de sair do conforto de
suas residências. “O cenário, aparente-
mente, é desolador. Porém, é como eu
sempre digo, apenas o mau agente de
viagens sairá prejudicado”, observa Périco.
Para ele, manter-se atualizado significa
muito mais do que estudar termos turís-
ticos específicos. “Precisamos incorporar
ao nosso cotidiano tudo aquilo que vem
se incorporando ao cotidiano de nossos
clientes, o que inclui Facebook, Twitter e
ferramentas similares”, ressalta.
Sabendo dessa realidade, cada vez
mais transparente aos olhos do consumi-
dor, as entidades aproveitam as palestras
Edmar Bull / Abracorp
William Périco / Aviesp / Abav/SP
e os cursos que disponibilizam para tratar
desses assuntos.
Um de seus objetivos primordiais é
trabalhar na defesa das atividades de-
sempenhadas pelo agente. “É nosso pa-
pel orientar os profissionais, sejam eles
associados ou não, no que diz respeito à
virtualização do nosso trabalho. Se houve
queda no número de passageiros que
procuram uma agência para comprar um
pacote para o Nordeste, por exemplo, de-
vemos encontrar uma maneira de levar
o nosso serviço até ele de forma que o
atraia”, assinala Bull.
A partir do acordo estabelecido entre
Abav/SP, Abracorp, Aviesp e Sindetur-SP, o
setor é fortalecido como um todo, o que
pode significar mais segurança para os MZ
13
Eduardo Vampré do Nascimento / Sindetur - SP
agentes. “Mesmo assim, nossa sugestão é
que eles mesmos passem a valorizar mais
a profissão, encarando cada treinamento
e cada capacitação como um desafio. Afi-
nal, qual consumidor não tem interesse
em fazer uma boa viagem?”, questiona
Nascimento.
Não se pode dizer, ainda, se a
tendência é manter um único presi-
dente para representar as quatro as-
sociações. Tampouco é possível afirmar
que outras entidades do turismo se
juntarão ao grupo, acrescentando ain-
da mais força ao órgão. O que fica claro
é que, se depender do Estado de São
Paulo, os agentes de viagens se man-
terão entre os mais relevantes profis-
sionais do Brasil.
Foto
: Div
ulga
ção
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
No primeiro editorial da “nova” Marco Zero – Negócios & Oportunidades em Turismo resolvi
falar do tempo.
É... As reivindicações não mudaram tanto assim. Já a atitude dos empresários e profis-
sionais deram uma verdadeira guinada e, por isso, as perspectivas são muito promissoras.
A receita das atividades de turismo no Brasil (hotéis, agências de viagens, companhias
aéreas e serviços de transporte terrestre) foi equivalente a 3,6% do Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro em 2011 - resultado que impacta diretamente a oferta de emprego. Atual-
mente trabalham no setor 2,3 milhões de pessoas (2,9% dos empregos totais ofertados
no País).
O crescimento do negócio - e o de sua importância na economia - é visível. Entre outros
recordes, no ano passado registrou-se a entrada no Brasil de cerca de 5,5 milhões de tu-
ristas que deixaram aqui em torno de US$ 7 bilhões. E esse movimento precisa continuar,
pois a meta do Ministério do Turismo é elevar a participação no PIB aos 6% no final da
década, de forma que daqui a dez anos, em 2021, o setor esteja ocupando 3,5 milhões de
brasileiros, isto é, 26,1% a mais que atualmente.
Não há mais lugar para amadores neste mercado. E a profissionalização, a expansão,
naturalmente vão exigindo empenho crescente dos diversos segmentos em suas deman-
das no sentido de remover os obstáculos ao desenvolvimento.
Em apoio a essa nova etapa do turismo no Brasil, o trade precisa ter voz, especificamente
em uma área pouco divulgada: o negócio do turismo, as oportunidades de investimento,
as demandas ainda a atender. Esse é o papel que Marco Zero – Negócios & Oportuni-
dades em Turismo propõe desempenhar: transformar-se no canal de (e para) todos os
segmentos do setor divulgar para os governos, investidores e público suas realizações e
clarificar suas expectativas.
O tempo nos mostrou qual o melhor caminho. E estamos trilhando com todo o cuidado,
junto com profissionais e colunistas que, além de experts no que fazem, são amigos
verdadeiros, de longa data e estiveram presentes em cada etapa da “nova” Marco Zero.
No que diz respeito ao mercado, também estamos muito bem acompanhados. Recebe-
mos as chancelas da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) e do Skal
Internacional Brasil.
Aliás, o Skal e o Instituto Humanitare coordenaram a Reunião de Cúpula Mundial do Skal
sobre Economia Criativa e Turismo Verde, evento realizado dentro da Agenda Rio+20 &
Você, que mobilizou a participação da sociedade civil organizada no evento. O convite
para liderar a reunião ocorreu pelo fato de a entidade reunir profissionais do turismo, em
âmbito nacional e internacional, que representam os diferentes elos da cadeia produtiva
do setor. E, por ser o Skal nosso parceiro, esta edição tem várias matérias com enfoque em
sustentabilidade e circula como o veículo de comunicação oficial do mercado de turismo
na Rio + 20. Mais um motivo de orgulho para nós.
É muito bom retomar o convívio com pessoas que valem a pena. Estamos felizes e espera-
mos fazer uma publicação útil e agradável para o seu dia a dia.
Boa leitura!
Lígia Alem Marcondes
Diretora
O TEMPO E AS BOAS PERSPECTIVAS
Diretora
Lígia Alem Marcondes (MTb 1717167-44-SP)
Editor
Acácio Morais’d
Editor de fotografia
Inácio Teixeira
Editor de arte
Cecil Rowlands Filho
Editor de tecnologia
Diego Florença (JD10)
Colunistas
Aristides de La Plata Cury (Eventos),
Fabiano Barros (Tecnologia),
Xico Graziano (Sustentabilidade)
Walter Teixeira (Consultoria)
Colaboradores
Claudia Malinverni,
Deborah Rezende
Mauricio Mellone
Conselho editorial
Ana Carolina Medeiros,
Aristides de La Plata Cury,
Helen Mouço Morais,
Lígia Alem Marcondes
Walter Teixeira
Fale conosco:
Avenida João Carlos da Silva Borges, 322 – Vila Cruzeiro
CEP – 04726-000 - São Paulo - SP
Tel.: 11.2385-4935 (Redação e Administração)
11.3294.2440 (Marketing e Comercialização)
www.revistamarcozero.com.br
Marketing e comercialização
Celso Pinheiro
(Empresa Jornalística Economia Interativa)
A revista Marco Zero –
Negócios & Oportunidades em Turismo
é uma publicação bimestral da
Adventus Comunicação Integrada Ltda.
14
SUSTENTABILIDADESUSTENTABILIDADE
TURISMO SUSTENTÁVEL
16
Virou moda ser sustentável. Ainda mais agora com a realização, no
Brasil, da Conferência da ONU, a Rio+20, o tema esquentou de vez. Gover-
nos, empresas, entidades, cidadãos, todos querem ser ecologicamente
corretos. Isso é muito positivo.
Mas não se pode ficar apenas na palavra, ou na intenção. Nem
empreender ações superficiais, comuns hoje em dia. Muitas empresas
douram a pílula ajudando uma obra social na favela, plantando uma
árvore aqui outra ali, fazendo folhetos bonitos sem, entretanto, alterar
na profundidade a condução de seus negócios. O desenvolvimento sus-
tentável, para ser verdadeiro, exige mudanças profundas no modo de
produção e no consumo da sociedade, alter-
ações de fundo necessárias para se construir
a economia verde do futuro. Novas tecnolo-
gias precisam ser desenvolvidas, processos
inovadores se aguardam, serviços alternativos
devem evoluir. Senão, vira um faz-de-conta,
marketing enganoso.
Nada é fácil, nem simples, para ser con-
creto, na agenda da sustentabilidade. As
equações surgem complexas, com muitas
variáveis; precisa-se de planejamento estra-
tégico, duradouro; custa dinheiro, afeta inves-
timentos; prejudica o curto prazo, valoriza o
longo cenário. E nem sempre a obtenção de
resultados depende apenas de sua vontade,
sob seu alcance, mas implica mudanças dos
fornecedores, exige o esforço dos governos,
requer o envolvimento da sociedade.
Veja o setor do turismo, por exemplo.
Atividade integrada com os demais ramos da
economia, o turismo sustentável, para não se resumir à perfumaria – tipo
a reciclagem do lixo da hospedaria –, depende de o sistema de trans-
porte, público e privado, não ser poluidor, e do saneamento básico fun-
cionar tirando os esgotos a céu aberto, somente para citar dois assuntos
importantíssimos, mas que fogem do domínio direto dos empresários do
turismo. Não dá para ser individualmente sustentável se inserido num
ambiente hostil ao meio ambiente. Por isso, na agenda do turismo sus-
tentável a articulação institucional, isto é, o relacionamento externo, é
muito importante.
Indivíduos também carecem ter atitudes responsáveis. Os consumi-
dores dos serviços turísticos, hóspedes em geral, precisam ser educados,
ambientalmente falando, para contribuírem com sua parte. As lixeiras
ficam vazias quando ninguém atira dentro delas os detritos do consumo
diário. Para a inclusão social e participação dos empregados, aspecto
fundamental na sustentabilidade, a transparência da gestão se requer
dos administradores. Respeito para com a cidadania.
Ser sustentável, mais ainda, significa manter boa rentabilidade,
patamar suficiente para oferecer serviços de qualidade aos clientes, com
reflexos no entorno dos empreendimentos, nos municípios, nas locali-
dades. Não basta, para o turismo, ter atrativos naturais, praias ou flores-
tas, como nós temos de sobra no Brasil. Boas condições de infraestrutura,
especialmente o transporte aéreo e portuário, capacitação e qualificação
profissional dos agentes de turismo, formatação de produtos diferencia-
dos, informações e orientações de qualidade
são requisitos básicos para bem explorar o po-
tencial do turismo.
Todos esses assuntos da economia
verde, da ecologia, da educação ambiental, da
infraestrutura, dos processos de comunicação,
do poder público, serão tratados doravante
aqui nesta coluna sobre Turismo Sustentável.
Dentro de uma visão equilibrada entre produz-
ir e preservar, crescer sem destruir. Um com-
promisso ético para com o futuro da civilização
assumido pela revista Marco Zero.
Instrumento de desenvolvimento
econômico e social, infelizmente o turismo no
Brasil ainda não é encarado como estratégico,
um serviço capaz de integrar e estimular a
sociedade, de gerar empregos e renda ao
mesmo tempo em que valoriza a cultura e as
origens do nosso povo, fortalecendo as identi-
dades regionais conforme se comprova espe-
cialmente no Nordeste e na Amazônia legal. A marca Brasil merece ser
mais bem trabalhada no cenário mundial, exigindo políticas públicas que
estimulem o empreendedorismo setorial.
Por fim, todos percebem que o ecoturismo será a bola da
vez. Em todo o mundo, seu crescimento situa-se de 15% a 25%
ao ano, mais que o dobro do turismo convencional, que aumenta
bastante, mas na taxa anual de 7,5%. Particularmente os jovens
gostam de viajar em busca de atividades que divertem e, conjun-
tamente, valorizam os ambientes naturais, ajudam na conservação
dos territórios, promovem maior consciência ecológica. Sem dúvida
o patrimônio natural e cultural brasileiro oferece excelentes opor-
tunidades para os negócios ligados ao ecoturismo. Uma chance
que não pode ser desperdiçada.
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
*Xico Graziano
* Francisco Graziano Neto (Xico Graziano): engenheiro agrônomo, mestre em Economia Agrária e doutor em Administração. Foi professor da Unesp/Jaboticabal, ocupou vários cargos públicos e é chefe do gabinete pessoal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Escritor; conferencista; consultor em organização, marketing de agronegócios e sustentabili-dade; sócio-diretor da OIA/Certificação sócio ambiental; diretor-executivo do site Observador Político/iFHC.
PDIVERSÃO GARANTIDA
MARCO ZERO NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO
onsiderado o maior empreendimento turístico do mundo, o segmento
de parques temáticos gera lucros expressivos ao empreendedor. No Brasil,
com mais de 15 milhões de visitantes ao ano, esse segmento apresenta
imenso potencial de crescimento. Após 18 anos de isenção fiscal, as vanta-
gens de se investir em parques e atrações turísticas no País são favoráveis
C
Maurício Mellone
17
nos cinco anos seguintes, mais da metade
destinado à compra de equipamentos im-
portados. Mais de 10 parques novos foram
criados e os já existentes foram expan-
didos e renovados. Tudo isso representou
um crescimento de 300% no negócio. Hoje,
somente os parques e atrações turísticas
filiados ao Sindepat recebem mais de 15
milhões de visitantes ao ano, fazendo o
Brasil saltar no patamar de qualidade e
quantidade de parques profissionais.”
Para quem deseja abrir um parque
temático ou alguma atração turística o in-
vestimento inicial é alto, mas há vantagens
e o negócio é realmente promissor. Segun-
do Baldacci, a exigência de grande capital
inicial é compensada pelo fato de a ativi-
dade representar os maiores empreendi-
mentos turísticos do planeta, justamente
por atraírem milhões de visitantes de todas
as idades. “Após sua fase de maturação, o
empreendimento pode gerar lucros con-
sideráveis, já que sua característica principal
é a renovação constante do produto.
Ao receber isenção fiscal para a com-
pra de brinquedos e equipamentos, em
1984, o setor de parques e atrações turísti-
cas começou a florescer no Brasil. Até então
o crescimento do segmento esbarrava na
dificuldade de se importar equipamentos
de alta tecnologia não fabricados no País.
“A resposta foi imediata”, diz Alain Balda-
cci, presidente do Sistema Integrado de
Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) e
do parque Wet’n Wild. “Os investimentos
iniciados totalizariam cerca de US$ 1,2 bi
MARCO ZERO NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO
18
O setor de parques e atrações turísticas no Brasil recebem por ano mais de 15 milhões de visitantes
Foto
: Div
ulga
ção
NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
19
MZ
Dessa maneira, há um crescimento contínuo
ao longo do tempo. O maior e mais bem-suce-
dido exemplo de parque temático é a cadeia
Disney, que começou com um único parque,
em 1955 na Califórnia (Estados Unidos), e hoje
conta com mais de 14 empreendimentos em
diversos países, vendendo mais de 20 milhões
de ingressos por ano”, relata.
O presidente do Sindepat equipara a
administração de um parque à de uma
cidade, onde os lucros podem ser expres-
sivos e crescentes. “Porém, o empreende-
dor de parques precisa gostar de desafios
constantes, ter muita criatividade, apreciar
a satisfação dos milhares de clientes que
visitam suas atrações e ter sempre o es-
pírito renovador”, explica.
Segurança e manutenção
Seja qual for a sua dimensão, aci-
dentes em parques temáticos são sem-
pre desagradáveis, como o ocorrido re-
centemente no Hopi Hari, em Vinhedo
(SP), e que resultou na morte de uma
adolescente de 14 anos. Baldacci afirma
que visitar um parque temático de quali-
dade ainda é uma atividade das mais se-
guras. “Acidentes ocorrem, infelizmente,
em toda e qualquer atividade humana.
Porém, os índices anuais de ocorrências
em parques com administração profis-
sional são muito pequenos, quase in-
significantes em relação ao número de
frequentadores, se comparados aos aci-
dentes domésticos, de bicicleta”, explica
o empresário.
Como o objetivo principal de um
parque é gerar alegria e diversão, aci-
dentes ganham repercussões maiores, pois
confrontam fortemente com os propósi-
tos do empreendimento. “Por isso é que
os parques de qualidade internacional
investem muito em estruturas de segu-
rança, incluindo capacitação profissional,
manutenção e operação correta dos equi-
pamentos. Ainda assim, desafortunada-
mente, mesmo os melhores do mundo
sofrem a ocorrência de acidentes indese-
jados. Volto a repetir: como qualquer ativi-
dade humana, o importante é que esta-
tisticamente visitar um parque temático
de qualidade ainda é uma das atividades
mais seguras”, enfatiza.
Potencial de crescimento
O brasileiro gosta de frequentar
parques temáticos, tanto que um levanta-
mento recente os mostra como o segundo
maior grupo de visitantes estrangeiros aos
parques de Orlando (Estados Unidos): mais
de 550 mil no ano passado.
Em entrevista ao jornal mineiro Hoje
em Dia, o empresário Gary Sain, presidente
e chefe executivo do Orlando & Orange
County CVB — entidade responsável pelo
desenvolvimento do turismo na região —,
afirmou que o Brasil é o principal mercado
na América Latina e que todos os envolvi-
dos com a indústria do turismo nos Estados
Unidos sabem disso. Os brasileiros gastam
mais do que alemães e franceses.
De acordo com o empresário norte-
americano, antigamente 70% das entradas
de brasileiros em solo americano tinham os
negócios como motivo principal e os 30%
restantes eram turistas comuns. Em breve,
segundo ele, as viagens de lazer dos bra-
sileiros aos Estados Unidos vão responder
por 50% do total.
De olho nessa tendência e ciente da
atração que parques temáticos exercem
sobre as pessoas, Baldacci diz que o setor
está em franca evolução no Brasil. “Com-
parativamente com os Estados Unidos,
nosso País tem uma visitação a parques
temáticos e atrações turísticas de, aproxi-
madamente, 1/12 avos do mercado ameri-
cano, ou seja, temos um enorme poten-
cial de crescimento, considerando que o
público brasileiro gosta muito desse tipo
de atividade.”
Eventos esportivos
Com o advento dos megaeventos es-
portivos que o Brasil irá sediar (Copa do
Mundo e Olimpíada), o setor de parques
e atrações turísticas deve crescer muito
nos próximos anos. “Tenho absoluta con-
vicção que os parques temáticos no Brasil
responderão à altura a esses eventos es-
portivos. O setor investirá fortemente e,
consequentemente, verificaremos nova
onda de crescimento. Isso representaria um
grande benefício à estrutura turística do
Brasil, já que as competições esportivas são
de longa duração e os torcedores possuem
grande tempo ocioso. Assim, os parques
tornam-se opções ideais para entreter tu-
ristas”, finaliza Baldacci.
Alain Baldacci, presidente do Sindepat
Foto
: Div
ulga
ção
AGÊNCIAS DE VIAGENS
om tantas transformações
tecnológicas para beneficiar seus
usuários, seja empresa ou pes-
soa física, a Associação Brasileira
de Agências de Viagens (Abav
Nacional) continua inovando no
mercado e incentiva suas as-
sociadas a utilizar plataformas
digitais, como ferramenta para
viabilizar seu negócio
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
C
O mercado brasileiro das agências de
viagens vive uma fase de transição, na
qual cresce a valorização de seus serviços
graças à consolidação do processo de
profissionalização setorial. Nessa tran-
sição, a Associação Brasileira de Agências
de Viagens (Abav Nacional) investe na
ONLINE
20
da internet para procurar informações
sobre viagens, roteiros e destinos turís-
ticos. Desse percentual, 27% buscam as
mesmas informações com as agências
de viagens. Por outro lado, para a efe-
tivação da compra de pacotes de via-
gens, 56% dos turistas preferem com-
prar por meio de agências, enquanto
11% compram on-line, o que não sig-
nifica que abram mão da consultoria
da agência. As Online Travel Agencies
(OTAs) são uma realidade de sucesso
em nosso País, atestando que os turis-
tas pesquisam opções de viagens na
rede e a maioria absoluta compra com
a assistência de uma agência de via-
gens, de maneira presencial e virtual.
Dicas ao consumidor
Segundo Azevedo, antes comprar
pela Internet, o consumidor deve atender
a algumas recomendações para não cair
em golpes de empresas fraudulentas,
dispostas a atacar, principalmente, em
sites de compra coletiva. “De acordo com
os dados registrados no Sistema Nacional
de Informações de Defesa do Consumidor
(Sindec), em 2011 houve quase 9 mil atendi-
mentos realizados por 23 Procons em
todo Brasil, contabilizadas na categoria
viagens”, conta.
Do total dessas ocorrências, as mais
frequentes referem-se a problemas de
cobrança (28,72%), contrato (20,88%), de-
sistência do serviço (10,72%), serviços não
fornecidos ou não concluídos (8,50%),
problemas no SAC (4,47%), entre outros
(26,72%). Na pesquisa é possível observar,
ainda, que as cinco empresas que mais
receberam reclamações são companhias
aéreas, sites de compras coletivas e, em
menor quantidade, sites da OTA, ou seja,
as reclamações relacionadas com os
serviços prestados diretamente por agên-
cias de viagens são ínfimas no ranking
dos fornecedores mais demandados.
A Abav Nacional estima que a maio-
ria das reclamações dos quase 9 mil atendi-
mentos vem de pessoas que optaram
pela compra direta no site de fornece-
dores ou adquiriram pacotes ou outro tipo
de produto turístico sem recorrer à consul-
toria e a assistência de uma agência as-
sociada. “A compra online aparentemente
facilita muito a vida do consumidor, mas
abre espaço para possíveis fraudes e con-
fusões, decorrentes da falta de transparên-
cia quanto às regras tarifárias impostas
unilateralmente pelos próprios fornece-
dores. Nada substitui o contato com a
agência de viagens associada à Abav,
que está capacitada para orientar e in-
formar os clientes sobre roteiros plane-
jados, oferecendo as opções tarifárias mais
adequadas, de acordo com os seus gostos
e orçamento”, explica Azevedo.
Por medo dessas surpresas indese-
jáveis e que podem acabar com os pla-
nos de uma viagem, o consumidor tem
procurado, cada vez mais, os serviços
profissionais de uma agência de viagens.
No exterior, o comportamento não é
diferente. O estudo Travel Trends Report
2012 (ABTA), divulgado pela Associação
das Agências de Viagens do Reino Unido
(ABTA), aponta tendência de aumento
da procura por agências, inclusive entre
os consumidores mais jovens, de 15 a 24
anos de idade, teoricamente propensos
às “facilidades” das compras online, por
terem maior familiaridade com as novas
tecnologias. Segundo a pesquisa, além
de aspectos relacionados à segurança,
capacitação dos empresários e colabora-
dores, linha de frente com o consumidor
final, para viabilizar o negócio.
Para o presidente da Abav Nacional,
Antonio Azevedo, realizar importantes proje-
tos só traz benefícios para as agências de
viagens. “Durante o tempo em que estive a
frente do Instituto de Cursos e Certificação
– ICCABAV, muitos projetos foram concretiza-
dos e beneficiaram nossos associados, como
o Programa de Desenvolvimento Setorial
em Agenciamento e Operações Turísticas
(Proagência), em parceria com o Sebrae. Cer-
tamente que, em 2012 e 2013, esperamos
poder reeditar iniciativas tão bem-sucedidas
como essas, inclusive contemplando a mes-
ma capilaridade dos programas realizados,
que abrangeram todos os Estados brasileiros
e o Distrito Federal”, diz.
Por conta do processo de profissionali-
zação, a Abav Nacional tem discutido boas
práticas de incentivo ao uso de ferramen-
tas on-line por parte das agências, um
meio que deixou de ser uma tendência de
mercado para tornar-se um ajuda essencial
ao crescimento. “As agências de viagens
de menor porte representam a maioria es-
magadora da nossa classe. Por mais que
todas as agências, em maior ou menor
escala, utilizem os recursos da informática,
por muitas vezes, esses pequenos em-
presários não possuem muita habilidade
com as novas ferramentas digitais. Esse
assunto é tratado com prioridade em cada
Abav estadual. A tecnologia tem que deixar
de ser vista como vilã para ser aliada. Hoje,
todas as agências utilizam os recursos que
a informática oferece”, afirma Azevedo.
As estatísticas confirmam ser esse
o novo caminho percorrido pelas agên-
cias de viagens. Segundos dados da
entidade, 51% dos turistas se utilizam
21
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
os consumidores ingleses encontram nas
agências de viagens “inspirações alta-
mente personalizadas e ideias baseadas
nos seus gostos e orçamentos”. Independente
da faixa-etária, a compra de pacotes turís-
ticos em agências de viagens cresceu 8%
entre os britânicos em 2011.
Mesmo retratando a realidade euro-
peia, o estudo reitera a força da rede de
agenciamento de viagens no mercado
brasileiro. Várias tendências britânicas
constatadas na pesquisa também são
práticas recomendadas pela Abav no
Brasil, desde meados de 1980. “Os resulta-
dos apontados pelo estudo da ABTA rati-
ficam as ações empreendidas pela nossa
entidade que, desde o fim da década de
1980, motivam e embasam o agente de
viagens no Brasil a atuar como consultor e
investir forte na fidelização. Qualificando-
se para atender o novo viajante, disposto
a pagar por serviços dedicados a garantir
uma viagem perfeita, nos moldes por ele
imaginados e de acordo com o seu de-
sejo, as agências de viagens associadas
se tornaram cada vez mais competitivas”,
lembra Azevedo.
Dispositivos móveis
Seguindo a mesma proposta, a As-
sociação das Agências de Viagens dos
Estados Unidos (Asta), divulgou um novo
relatório que traça o perfil das agências
de viagens e comprova as tendências
levantadas pela ABTA. A entidade ameri-
cana também identificou crescimento no
número de agências de viagens que oferecem
itinerários e outros serviços a seus clientes
por meio de dispositivos móveis. O dado
aparece na sétima edição do Technology
and Web Usage Report, que afirma um
incremento substancial no número de
agentes de viagens que estão utilizando
a Web 2.0 para networking e como fer-
ramenta de marketing.
Para a Abav, o aumento no número
de agências de viagens americanas que
disponibilizam informações, itinerários e
outros serviços aos seus clientes por meio
de dispositivos móveis só ratifica a busca
constante das agências pela oferta de
serviços personalizados, one-to-one. Seja
na Europa, nos Estados Unidos, no Brasil
ou em qualquer outra região, a entidade
acredita que as agências de viagens de-
vem recorrer a recursos tecnológicos
Antonio Azevedo presidente da Abav Nacional
22
apropriados ao perfil dos seus clientes,
para assegurar o mais importante: a ex-
celência do atendimento às suas necessi-
dades e expectativas.
Mesmo com todas essas informações,
quem opta por comprar diretamente dos
sites pode colocar em cheque aquela
viagem que está planejada há alguns
meses e até anos. As companhias aéreas,
por exemplo, investem em propagandas
que destacam tarifas promocionais, de
baixo valor, anunciadas com chamadas
do tipo “a partir de”. Entretanto, essas
propagandas nunca informam qual é a
quantidade de lugares disponíveis no voo
com aquelas tarifas de baixo valor. Para
os especialistas, essa jogada de marketing
busca motivar o consumidor a visitar o
site da companhia e, sem encontrar a
tarifa anunciada, acabe comprando por
impulso, pagando tarifa de maior valor e,
mesmo assim, acredite que fez um ótimo
negócio.
Atualização profissional
Além de propiciar uma maior inter-
ação entre as agências de viagens e seus
clientes, ferramentas de plataforma digital
também podem ser utilizadas para aprox-
imar, informar e até capacitar os colabora-
dores dentro de um grupo especializado.
A Abav Nacional, por exemplo, criou uma
estrutura de serviços de apoio adminis-
trativo e técnico voltados para atender
as Abav’s estaduais e melhorar a comu-
nicação funcional. Um desses serviços é
o fornecimento de informações e mu-
danças jurídicas, que, frequentemente,
surgem com novidades de interesse
direto do agente de viagens e seus cli-
entes. Utilizando ferramentas de comu-
nicação online, as 27 Abav’s estaduais
e a do Distrito Federal, bem como suas
associadas, recebem orientações legais,
quase que imediatamente sobre algum
parecer legal.
“Essas e outras ações, voltadas à di-
fusão do conhecimento e que aprimoram
a interatividade, favorecem, certamente,
todas as associadas. Com foco em aspec-
tos legais, estratégias de marketing, rela-
cionamento com a mídia, incluindo uso
de redes sociais, por exemplo, os canais
de comunicação digital da Abav tendem
a gerar uma participação mais ativa na
mobilização dos agentes de viagens. To-
das essas ações e nos eventos propostos
pela entidade, como a Feira de Turismo
das Américas – Abav 2012, que será re-
alizada entre os dias 24 e 26 de outubro
próximo, no Rio de Janeiro, garantem
a qualificação e a competitividade dos
agentes de viagens profissionais”, de-
clara Azevedo. Além disso, está em es-
tudo a implantação de recursos de we-
bvídeo e de telefonia Voip no sistema
Abav de comunicação interna, permitin-
do, inclusive, a realização regular de tele
e videoconferências, que funcionarão
através da conexão com a Internet.
Regulamentação da atividade
No último mês de maio, a presidên-
cia da Câmara dos Deputados arquivou
do Projeto de Lei 5.120/2001, que trata da
regulamentação da atividade das agên-
cias de viagens, alegando, de maneira in-
fundada, que a Lei Geral do Turismo (Lei
nº 11.771) já seria suficiente na abordagem do
tema. Em contrapartida, Antonio Azevedo
entrou em contato com o deputado Alex
Canziani (PTB-PR) para que ele, autor do
projeto, encaminhe requerimento para
devida reconsideração. De acordo com o
Regimento Interno da Câmara dos Depu-
tados, o parlamentar é o único que pode
formalizar o encaminhamento, com o
intuito de retomar a mobilização em fa-
vor da inclusão do projeto na pauta de
votação. Todas as providencias foram
tomadas para que ocorra a revisão da
decisão tomada.
Azevedo recentemente enviara ofício
agradecendo o esforço das agências de
viagens associadas à Abav Paraíba pela
atitude do deputado federal Leonardo
Gadelha (PSC-PB), que requereu ao presi-
dente da Câmara a inclusão de votação
da pauta do PL 5120/2001. “A Abav Rio
Grande do Sul também demonstrou in-
teresse pelo assunto e nos informou que
está em contato com o senador Paulo
Paim (PT-RS), de Porto Alegre, que garan-
tiu apoio à causa e continuidade do pro-
cesso assim que for aprovado e chegar ao
senado”, afirma Azevedo.
Na última audiência em Brasília,
entre a diretoria da Abav Nacional e a
cúpula do Ministério do Turismo, o titular
da pasta, Gastão Vieira, declarou apoio
integral, junto ao Congresso Nacional,
para a aprovação do Projeto de Lei 5.120.
Há três anos, o PL que regulamenta a
atividade das agências de viagens pas-
sou por todas as comissões parlamen-
tares e aguarda na fila para ser votado
em plenário.
A despeito da morosidade nos
trâmites legislativos, a marca Abav passa
a ser percebida e valorizada pelos consu-
midores, sejam pessoas físicas ou jurídi-
cas, que buscam realizar viagens a lazer
ou a negócios, no Brasil ou Exterior, com o
selo de referência de qualidade.
23
MZ
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
CESPECIALISTA NO SEGMENTO DE VIAGENSGENS
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
Grupo TX especializou-se na gestão de informações, conciliação e
enriquecimento de dados para cartões de crédito corporativo na compra
de passagens aéreas e hotéis, além de prestar consultoria nos processos
de viagens em corporações, agências de viagens e outros. Desde 2009, o
grupo, comandado por Walter Teixeira, abriu uma nova divisão especializada
em outsourcing, serviços e processamento de atividades de back-office,
especialmente para TMC’s (Travel Management Companies), hotéis e for-
necedores de viagens, tornando-se o maior prestador de serviços desse
setor no Brasil. Tem dado certo. O crescimento de suas empresas em 2011
foi de 35% em relação ao ano anterior.
O
Por Ligia Marcondes
Walter Teixeira, comanda o Grupo TX
24
Desempenho e resultados
“Nossa matéria-prima e nossos resul-
tados provêm da mesma fonte: enriqueci-
mento de informações e gestão. E essas
iniciativas consolidam o Grupo TX, que
tem como clientes Bradesco Cartões, Citi-
bank, Santander e Carlson Wagonlit Turis-
mo, entre muitos outros”, afirma Teixeira.
A principal ferramenta para que as
empresas consigam administrar melhor
suas despesas de viagens são as infor-
mações. Os sistemas das agências de
viagens muitas vezes não se conectam
perfeitamente aos dos fornecedores,
às datas e dados de reservas e emis-
sões por vezes diferem das faturas dos
cartões corporativos, e assim por diante.
“Por isso, nos especializamos no trato das
informações, principalmente quando in-
tegradas aos meios de pagamentos. Nos-
sos sistemas e colaboradores entendem
essas dificuldades na coleta de dados e
controlam a qualidade, muitas vezes in-
teragindo com os fornecedores de forma
não automática”, explica Teixeira.
O mercado de viagens de negócios
é cada vez mais exigente. A evolução
do atendimento e comercialização de
viagens exige que os fornecedores de
serviços (TMC’s, companhias aéreas, ho-
téis, locadoras, meios de pagamento) se-
jam cada vez mais eficientes e operem
com custos reduzidos. Atividades que não
são o core business desses fornecedores,
normalmente trazem custos ocultos, con-
tribuindo para aumentar o custo geral da
operação.
Os Indicadores Econômicos de Via-
gens Corporativas (IEVC), divulgados pela
Associação Brasileira de Gestores de Via-
gens Corporativas, registram que as via-
de serviços aos clientes”, diz o presidente
do grupo.
A experiência e a percepção das
demandas dos clientes e do mercado
mostraram a necessidade de ampliar
os negócios, por isso, a partir de 2009
passaram a oferecer cartões virtuais
para pagamento de hotéis, que propor-
cionam redução de custo, ganho de
produtividade e rentabilidade. “Ingres-
samos nesse segmento por acreditar
na transformação do setor, cujo modelo
tradicional de faturamento deve migrar
para os meios eletrônicos de pagamen-
to. É uma alternativa que responde ao
cenário de transição”, diz Teixeira.
Naquele mesmo ano de 2009 entrou
em funcionamento o Portal TX Data, cujo
objetivo é agilizar e melhor integrar proces-
sos em favor do relacionamento cotidiano
entre empresas clientes, parceiros e for-
necedores. Ao oferecer suporte ao tráfego
de dados com as agências de viagens e
outros fornecedores, o portal minimiza a
possibilidade de erros no processamento
de informações, incorporando metodologia
e tecnologia próprias para a gestão dos pro-
cessos que envolvem recepção, checagem
e o tratamento de dados, de maneira in-
teiramente automatizada.
Reconhecida como uma das mais
modernas ferramentas de relacionamen-
to corporativo, a solução faz a gestão da
abertura e do encerramento dos protoco-
los de todas as ações realizadas, além
de oferecer o completo mapeamento
de processos e fluxos de compras de
viagem e sua integração operacional,
sistêmica e contábil, com o suporte de
treinamento de colaboradores internos
nas empresas-clientes, monitoramento e
avaliação de resultados.
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
25
A terceirização vem sendo adotada,
cada vez, mais por empresas dos mais vari-
ados segmentos e portes. No mercado de
viagens não poderia ser diferente. Cuidar
a atividade-fim do negócio requer muita
dedicação dos empreendedores, pois os
clientes sabem o que querem e exigem
de seus fornecedores serviços e produtos
de qualidade.
Criado por Walter Teixeira em 1999,
profissional com larga experiência no
setor de viagens e turismo no Brasil e
no exterior, o Grupo TX é especializado
na gestão de informações, conciliação e
enriquecimento de dados para cartões de
crédito corporativo na compra de passa-
gens aéreas e hotéis, e também presta
consultoria para melhoria de processos de
viagens em corporações, agências de via-
gens e outros fornecedores.
“Nossas empresas têm como objetivo
atender à necessidade do mercado de
turismo no que diz respeito à oferta de
serviços especializados de terceirização do
back office de agências de viagens cor-
porativas, redes hoteleiras e locadoras de
veículos. Na prática, operacionalizamos,
com a adoção das melhores práticas, a
gestão de todo o ciclo de faturamento, de-
sonerando clientes da preocupação com a
consolidação da informação e da pape-
lada, o que resulta em ganho de com-
petitividade”, explica Teixeira. E continua,
“quando começamos, como TX Consulto-
ria, a missão era difundir os meios de pa-
gamentos eletrônicos e foco no mercado
de viagens e turismo corporativo, medi-
ante soluções de qualidade e alto valor
agregado, percebidos pelos clientes. Tudo
isso suportado por tecnologia de ponta e
equipe operacional e comercial treinada
para garantir a excelência na prestação
gens a negócios alcançaram receita de
R$ 25,1 bilhões no ano passado e repre-
sentam 58,1% da movimentação total
do turismo, incluindo transporte aéreo,
locação de automóveis e hotéis. Em con-
trapartida, as estatísticas divulgadas pela
Associação Brasileira da Indústria de Ho-
téis (ABIH) mostram que a taxa de ocu-
pação média em 2011 alcançou 57,96%,
registrando queda de 3,1% no ano. Além
disso, um relatório divulgado pelo Fórum
de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB)
preocupa as empresas que compram via-
gens corporativas. O estudo registra um
aumento de 18,4% na diária média do ano
passado em relação a 2010. Em resumo,
os números mostram queda na procura
por hospedagem nos hotéis e aumento
do preço da diária, o que preocupa o seg-
mento corporativo.
Baseado nessas estatísticas e com-
parando com a prática de milhares de
empresas, o Grupo TX utiliza as melhores
práticas de empresas preocupadas em re-
duzir seus custos.
Aquelas que adotam cartão de crédi-
to corporativo – físico ou virtual – regis-
tram boa economia, pois eliminam um
elo da cadeia de pagamento. Para faturar
uma despesa de hospedagem ou de pas-
sagem aérea, a agência de viagens deve
primeiro receber e tratar cada fatura de
cada fornecedor. A duplicação de proces-
sos não permite que a empresa tire todo
o proveito na negociação com seus prove-
dores de serviços. “Normalmente, essa du-
plicação de processos não fica aparente
para as empresas”, ressalta.
Ainda de acordo com o Grupo TX, a
utilização de uma agência de viagens
especializada no segmento corporativo é
importante, pois ela já tem grande escala
e relações com fornecedores, além de dis-
ponibilizar tecnologia que permite maior
fluidez nos processos de busca, reserva e
finalização da compra de viagens. “Deso-
brigadas de intermediar o faturamento e
assumir esse tipo de ônus operacional, as
agências de viagens concentram esforços
na qualidade do atendimento de seus
clientes corporativos, o que, na prática,
também resulta em ganhos para todos os
envolvidos”, diz o empresário.
Outra opção que as corporações po-
dem adotar é a contratação de empresas
terceirizadas, que se responsabilizam pelo
recolhimento e tratamento das documen-
tações referentes às viagens corporativas,
garantindo o controle e a checagem dos
recursos disponibilizados. “Essa também
é uma tendência que tem de ser consid-
erada, pois garante economia significativa
além de consolidar todas as informações
com despesas de viagens”, declara Teixeira.
TX Serviços
O Grupo TX desenvolveu o produto
TXDoc para recolhimento e tratamento de
documentos há aproximadamente dois
anos. Seus clientes terceirizam o controle
e a gestão dos documentos de suas via-
gens corporativas, recebendo informações
consolidadas em relatórios mensais, que
podem ser utilizados como business in-
telligence, para diminuir os custos finais.
Além disso, a contratação desse serviço
diminui a necessidade da mão de obra
interna das próprias empresas.
De altíssimo custo para os hotéis,
agentes de viagens e eterna fonte de
desgaste no relacionamento com os cli-
entes, o ir e vir de faturas entre eles pode
ser facilitado através da terceirização de
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
26
processos. Com tecnologia própria, apli-
cada aos meios de pagamento, a TX
Serviços é especialista nas áreas de back-
office de forma a que as agências de via-
gens e outros fornecedores, entre eles as
redes hoteleiras, possam se dedicar a seu
core business, deixando a papelada de
lado.
Diretor Geral do Grupo TX e à frente
da operação da TX Serviços, Avelino Alves,
garante que o fluxo de atividades poderia
ser muito reduzido, evitando erros e ajust-
es nas faturas. “Bastaria que as empresas,
ao enviarem seus colaboradores para as
viagens, lhes dessem acesso aos meios
eletrônicos de pagamento – os cartões
de crédito ou cartões virtuais – que au-
tomatizam as operações de faturamento,
trazendo maior transparência, rapidez,
segurança e economia na prestação de
contas de viagens”, explica Alves.
A maioria das empresas, porém, ain-
da opta pelo meio convencional – a fatu-
ra, repassada pelo hotel ao agente, que
deve conferir e faturar novamente para a
empresa. “Esse modelo simplesmente do-
bra os custos para toda a cadeia produtiva
e quem acaba pagando o pato, no final
das contas, são as empresas clientes”, ex-
plica o diretor da empresa, acrescentando
que “é comum ocorrer alguma distorção
por conta de uma cobrança indevida ou
até uma falha na hora da reserva. Se o
hóspede, por determinação de sua em-
presa, não tiver direito a extras e o hotel,
inadvertidamente, em vez de cobrar do
hóspede, faturar esse extra para a corpo-
ração, já estará criada a situação de dis-
torção, que sempre atrasa e encarece a
operação”.
Ao entrar no ramo de outsourcing
de serviços de back-office, quer seja de
de ocupações e tarifas dos hotéis e incre-
mento do fluxo de passageiros nos aero-
portos. Além disso, o fato das viagens es-
tarem entre os maiores investimentos de
uma corporação também contribuiu para
o nosso crescimento”, explica o presidente
do Grupo TX.
A atividade de consolidação de no-
tas fiscais, criada há apenas dois anos e,
atualmente, carro-chefe da empresa, é a
que mais cresce. Para 2013, por exemplo,
estima-se avanço de 200% neste segmen-
to. Isso porque as empresas entendem
que a contratação desse serviço propor-
ciona economia de tempo e recursos hu-
manos da empresa contratante, além da
isenção de processos burocráticos, preocu-
pação com prazos e validades e ainda a
permissão de utilizar os resultados anali-
sados de dados gerenciais, que objetiva o
aperfeiçoamento das políticas de viagens
corporativas.
Além disso, outro projeto audacioso
do grupo é crescer no segmento de ter-
ceirização de gestão de viagens corpo-
rativas. O foco desse serviço é oferecer
gestão qualificada para controlar con-
tratos, negociações e fornecedores de
viagens e eventos corporativos, entre
elas a Agencia de Viagens ou TMC, que
continua a desempenhar um papel
fundamental. “Isso permite à empresa
maior foco na política de viagens e seu
acompanhamento. Consequentemente,
elas terão mais tempo para focar em
seu negócio principal, dependendo do
ramo de atuação”, comenta Teixeira.
Normalmente, empresas que
optam por terceirizar esse serviço são
as que não possuem, dentro do seu
quadro de colaboradores, a figura do
gestor de viagens. Normalmente, nes-
tas empresas, este assunto é delegado
a uma secretária que não tem o tem-
po e tampouco a formação necessária
para administrar este importante item
de despesa. “Alem da especialização, o
custo também é um fator que influen-
cia nessa decisão, pois a contratação de
uma empresa especializada possibilita
redução de gastos, a manutenção da
qualidade e a utilização do processo
contínuo de business intelligence”, con-
clui Teixeira.
27
MZ
Walter Teixeira, fundou o Grupo TX após extensa carreira como executivo do setor de viagens e turismo no Brasil. Começou na aviação, onde permaneceu por 10 anos e formou uma solida rede de relacionamentos. Teixeira, ou simplesmente TX como o apelidaram seus amigos. ampliou seu network com sucessivas gestões em grandes agências de viagens (Wagonlit Turismo e Agaxtur) e na hotelaria (Caesar Park Hotels & Resorts), onde adquiriu também experiência em mercados internacionais. Na década de 90 entrou para o setor de meios de pagamentos e geriu a relação com os estabelecimentos de turismo na American Express e cartões corporativos, na Credicard e MasterCard. Desde o inicio atuou focado nas áreas de vendas e marketing, com partici-pação ativa em marketing promocional.Formado em Publicidade e Propaganda, tem cursos de extensão em Marketing na FBM e FGV e especialização em Internacional Management pela UCR – Universidade da Califórnia Riverside/CA, Teixeira é reconhecido como um líder da indústria de viagens no Brasil. Professor da Academia de Viagens Corporativas e Conselheiro da ABGEV (Associação Brasileira de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas), é também presidente do SKAL Internacional de São Paulo, entidade líder mundial do setor fundada há 86 anos e que congrega profissionais e dirigentes de turismo em cerca de 500 localidades em todo o mundo.
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
agências de viagens, quer seja de hotéis,
o Grupo TX aposta na gradual transfor-
mação do modelo tradicional de fatu-
ramento para pagamento com cartões.
“Como somos especializados na gestão
de informações de viagens, essa mudan-
ça trará uma grande redução de custos
para os nossos clientes de outsourcing no
futuro. E quem já for nosso cliente nessa
área, terá vantagens adicionais”, esclarece
o presidente do Grupo TX.
Balanço positivo e mais crescimento
A aceitação da nova linha de serviço
promete aumentar a demanda e para se
tornar apta a respondê-la, o Grupo TX
mudou sua sede para instalações que
ocupam área de 2.400 metros quadra-
dos, no bairro paulista da Barra Funda. “O
outsourcing de serviços aumentou nosso
faturamento em 35% no ano passado, em
relação ao ano anterior, e agora temos
140 colaboradores” afirma Teixeira.
“Foram muitas as mudanças no setor
de viagens em 2011. Entre elas, fusões
entre grandes TMC’s, aumento das taxas
V
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
28
FOTO E VÍDEO AO MESMO TEMPO
A Nikon apresenta sua nova linha de câmeras -
a Nikon 1 J1 e a Nikon 1 V1 - com total equilíbrio
entre alto desempenho, recursos avançados,
portabilidade e um novo sistema de lentes intercambiáveis. Compactas e portáteis,
geram imagens surpreendentes, registradas com um foco automático de alta capacidade
de resposta e velocidade de disparo muito rápida.
O melhor: permitem tirar fotos de alta resolução simultaneamente com a gravação de
vídeo em full HD de 1080 pixels. Os dois modelos são encontrados em várias cores.
REFRESCÂNCIA, LEVEZA E SABOR
Desenvolvida especialmente para o
Brasil chega ao mercado SMIRNOFF® MIX.
Bebida a base de SMIRNOFF®, levemente
gaseificada, com uma mistura
refrescante à base de frutas e pronta
para beber. Nos sabores maracujá com
limão, cranberry com limão e maçã com
canela, tem teor alcoólico de 5%.
GLASS TOUCHSCREEN DA TRAXON TECHNOLOGIES
Criar cenários inusitados com a mais moderna tecnologia
LED apenas com o acionamento de um botão. O painel de
controle para aplicações luminotécnicas permite diversas
opções de programação para projetos completos. Com design
elegante e navegação intuitiva, o dispositivo tem utilidade
em ambientes residenciais e comerciais, estandes em eventos
e até estúdios de filmagem. A tela é de 5.7’’, feita em LCD e
com função touch integrada, oferecendo resolução de 640
x 480 pixels. É o Glass Touchscreen, lançamento da Traxon
Technologies, uma empresa da OSRAM.
TABLETS COM ANDROID 4.0
A Samsung apresenta os dois novos modelos da linha de
Galaxy Tab 2: o Galaxy Tab 2 de 7 polegadas e o Galaxy Tab
2 de 10.1 polegadas. São os primeiros do mercado brasileiro
com o sistema Android 4.0, batizado de Ice Cream Sandwich.
O Galaxy Tab 2 de 7 polegadas é o dispositivo ideal para
mobilidade, enquanto o aparelho de 10.1” é mais adequado
para uso doméstico, familiar e para quem quer explorar ao
máximo as funcionalidades multimídia. As duas versões estão
disponíveis com as tecnologias 3G e WiFi. Além do design
diferenciado e da espessura de apenas 9.7mm, os dispositivos
são muito leves: o modelo 10.1” pesa 588g e a versão de 7
polegadas pesa apenas 345g.
Quando os atrativos são acidentes ge-
ográficos (praias, cachoeiras, florestas, cavernas,
montanhas e outros), precisam ser preserva-
dos ao longo do tempo, sob pena de, uma
vez afetada a razão da visitação, prejudica
ou até mesmo acaba com o negócio.
Um evento, então, qualquer que seja o
porte e a especificidade, deixa por legado a
preservação da natureza, mas carece de al-
guns cuidados para se verificar na plenitude.
A primeira delas costuma ser a com-
pensação de carbono, que consiste em
plantar o número de árvores necessárias
a compensar a queima de carbono conse-
quente do evento em si. A fundação SOS
A realização no Brasil da Copa do Mundo
de Futebol e da Olimpíada colocou em pauta
a questão do legado, que não se verifica
apenas nesses dois eventos. Além da dis-
cussão sobre as obras em estádios, metrô, e
outras benfeitorias urbanas, merece atenção
o desenvolvimento sustentável decorrente
dos eventos, o qual se apresenta em três
dimensões: ambiental, econômica e social. A
ambiental é mais conhecida, porque tem a
ver com a preservação da natureza.
O processo turístico, como definiu Josep
Chias, consiste em transformar atrativos em
produtos e depois, em ofertas turísticas, como
exposto no quadro 1.
TURISMO SUSTENTÁVEL POR NATUREZA: O PRINCIPAL LEGADO DOS EVENTOS
E29
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
* Aristides de La Plata Cury
Em cada uma das ocasiões, o turista con-
some naqueles empreendimentos segmen-
tados, movimentando a economia local, ger-
ando empregos e divisas, distribuindo renda.
No mundo todo, o turismo é entendido
como a atividade econômica que mais po-
tencializa esses fatores, a ponto de ensejar
frequentes pronunciamentos do ex-ministro
do Turismo Walfrido dos Mares Guia, apon-
tando esse fato, na maioria das vezes,
acompanhado do questionamento de
como o governo brasileiro demorou tanto
em priorizá-lo.
O legado econômico dos eventos pode
ser potencializado considerando que o
visitante pode aumentar sua permanência
para atividades de lazer, se não na própria
viagem, em outra ocasião. É o que se es-
pera dos torcedores que virão ao Brasil no
ano de 2014, por causa da Copa do Mundo.
As estimativas oficiais apontam para 600 mil
visitantes estrangeiros, que se bem atendi-
dos, se tornarão potenciais turistas de lazer.
Dimensão social
Cada vez mais, em tendência mundi-
al irreversível, os turistas estão se tornan-
do consumidores exigentes, a demandar
das localidades serviços de qualidade,
privados e públicos, valorizando nestes
últimos, os ligados a segurança, limpeza
urbana e transporte coletivo.
Ninguém se desloca voluntariamente
para uma cidade, sujeito a se expor a con-
dições nocivas à saúde, por exemplo.
Mata Atlântica (www.sosmatatlantica.org.
br) dispõe de programas usuais, mas já há
casos em que promotoras de eventos e cen-
tros de convenções e hotéis desenvolveram
seus próprios projetos de compensação de
carbono.
Dimensão econômica
A segunda dimensão é a econômica,
do próprio negócio e além deste, da região
onde ocorre a visitação.
Segundo a Organização Mundial do
Turismo (OMT), no destino o turista conjuga
quatro verbos, dormir, comer, comprar e visi-
tar, em entretenimentos das mais diversas
motivações, conforme esquematizado no
quadro 2.
TURISMO SUSTENTÁVEL DIMENSÃO ECONÔMICA
O TURISTA CONJUGA QUATRO VERBOS
DORMIR
COMER
COMPRAR
VISITAR
AO SE DESLOCAR PELO DESTINO, DISTRIBUI RENDA, GERA EMPREGOS E DIVISAS
“O TURISMO É A ATIVIDADE ECONOMICA QUE MAIS GERA EMPREGO E RENDA”WALFRIDO DOS MARES GUIA (Ministro do Turismo)
Quadro 2
30
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
TURISMO SUSTENTÁVEL DIMENSÃO AMBIENTAL
ATRATIVOTURÍSTICO
AÇÕES DE MARKETINGPREÇO
DISTRIBUIÇÃOPROPAGANDA
SERVIÇOS
INFRAESTRUTURAACESSIBILIDADESANEAMENTOELETRIFICAÇÃOOBRAS CIVIS
ATRATIVO PRESERVADO ATRATIVO PRESERVADO
A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL FAZ PARTE DO NEGÓCIO
PRODUTOTURÍSTICO
OFERTATURÍSTICA
Quadro I - Baseado em Josep Chias. Turismo – O Negócio da Felicidade (SENAC Editora)
tanejos em determinada região, quando foi
inquirido por uma participante se não falaria
sobre a preservação da natureza contra o
desmatamento da Amazônia. De pronto, re-
spondeu para aplausos de todos: “Onde nem
a natureza humana é preservada, nenhuma
outra o será.” MZ
TURISMO SUSTENTÁVEL DIMENSÃO SOCIAL
TURISTA+HABITANTE TEMPORÁRIO
RESIDENTE+HABITANTE PERMANENTE
TURISTA QUER QUALIDADE DE VIDA
“UMA CIDADE QUE É BOA PARA O TURISTA, É ÓTIMA PARA QUEM NELA RESIDE.” CAIO LUIZ DE CARVALHO (Ministro do Esporte e Turismo)
Quadro 3
31
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
Aristides de La Plata Cury - Engenheiro politécnico, com pós graduação em Marketing e Turismo na USP. Foi diretor de Marketing da Embratur e superintendente do São Paulo
Convention & Visitors Bureau, onde se especializou em marketing de destinos e captação de eventos. É consultor da Adetur Amazônia - Agência de Desenvolvimento do Turismo
da Macrorregião Norte, Ubrafe – União Brasileira dos Promotores de Feiras, Aprecesp – Associação das Prefeituras Estâncias do Estado de São Paulo, e diretor da Prisma Business,
empresa especializada em produtos e serviços para destinos turísticos.
Todos os anos, brasileiros invadem a
Argentina no mês de julho, ainda mais es-
timulados pela situação do câmbio favorável,
muitos em busca das belezas de Bariloche.
Em 2009, aquela estação de inverno viveu
uma das piores temporadas de sua história,
por conta de uma suspeita incontrolável de
gripe Suína generalizada.
A constatação de o turista ser um
habitante temporário, leva à conclusão de
que as benfeitorias e serviços públicos, im-
prescindíveis à exploração turística em um
cenário globalizado e competitivo como o
atual, são um legado a toda população, os
habitantes permanentes, como esque-
maticamente exposto no quadro 3.
Caio Luiz de Carvalho, ex-ministro do Es-
porte e Turismo, defendia esse conceito com
a seguinte expressão: “Uma cidade que é boa
para o turista é ótima para o habitante que
nela reside.”
O legado
Enfim, o turismo é, por natureza, eco-
logicamente correto, economicamente viável
e socialmente justo, sendo este desenvolvi-
mento sustentável o principal legado dos
eventos, inclusive da Copa do Mundo e da
Olimpíada.
Das três dimensões, ambiental, econômi-
ca e social, qual é a mais importante?
Frei Xavier Plassat, é um frade domini-
cano francês que vive em uma casa simples
em Araguaína, no Estado do Tocantins.
Destaca-se pela atuação na Comissão
Pastoral da Terra e na luta contra o trabalho
escravo no Brasil. Seu trabalho rendeu-lhe o
Prêmio Nacional de Direitos Humanos em
2008 e o Chico Mendes em 2006. Certa
feita, em seminário sobre sustentabilidade,
Frei Xavier fazia extenso relato sobre a con-
dição de semi-escravidão em que viviam ser-
FMERCADO
rescendo mais de 15% ao ano, tanto em faturamento quanto
em frota, o setor de locação de veículos garante ótimas
oportunidades de negócios a franqueadores e franqueados. Essa
é a opinião do presidente-executivo da Associação Brasileira
das Locadoras de Automóveis (ABLA), João Claudio Bourg, que
fala com exclusividade sobre o mercado e as perspectivas de
negócios no País
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
C
32
ACELERADOMaurício Mellone
O presidente-executivo da Abla, João
Claudio Bourg, otimista com esse pano-
rama econômico favorável, acredita que o
crescimento do setor deve perdurar. “A ativi-
dade de locação de veículos automotores
reserva boas perspectivas e oportunidades
para aqueles que estiverem bem prepara-
dos. O modelo de franquia traz benefícios
para quem deseja iniciar no ramo, especial-
mente para aqueles que desejam agregar
o valor de uma marca já estabelecida ao
serviço e, ainda, fazer parte de uma rede.
É importante ressaltar que o negócio de
locação precisa de uma administração
próxima e presente e, também, adquirir
know-how”, diz.
Representatividade
Ao lado da evolução nos negócios de
locação de automóveis, há algumas di-
ficuldades a serem enfrentadas. “No Brasil,
uma série de fatores interferem, direta ou
indiretamente, no setor, afetando custos e,
consequentemente, preços. Aqui, os juros
são muito altos; a carga tributária e os en-
cargos de mão de obra são mais pesados
do que nos países desenvolvidos; e o custo
de proteção dos veículos é mais elevado”,
argumenta Bourg.
Em contraposição a esses entraves, o
custo nacional das diárias de locação no
Brasil é convidativo. “Se compararmos em
dólar com outros países, nossas diárias
continuam sendo as mais baixas do mun-
do. E temos de considerar ainda o preço
pago pelo automóvel zero quilômetro, bem
diferente do que no exterior. Para crescer
diante desses e de outros obstáculos, os
empresários já estabelecidos se aprimoraram
e detêm padrões técnicos e qualitativos
equivalentes, se não melhores, àqueles
verificados em outros países”, comenta.
Para as locadoras independentes, fran-
queadas e franqueadoras, associar-se ao
órgão que as representa só traz benefícios.
“A Abla tem conquistado posições impor-
tantes em prol das locadoras que atuam no
Brasil. De forma proativa, nossa entidade tem
se manifestado junto aos órgãos e autori-
dades competentes em relação a assuntos
de interesse do setor, tais como a diminuição
da carga tributária, capacitação profissional,
educação no trânsito, apoio e presença em
eventos do turismo e da indústria automo-
bilística”, afirma o executivo. “Paralelamente,
a entidade defende os direitos do mercado
em relação às multas de trânsito, responsa-
bilidade dos condutores em acidentes, faz
análises setoriais, estimula a terceirização de
frota, integração do trade e o fortalecimento
dos fóruns de turismo”.
Segundo Bourg, há vantagens em ser
um associado da Abla, que está presente em
todo o País. “Nossa atuação fortalece as em-
presas locadoras de automóveis, auxiliando
na profissionalização e no aperfeiçoamento
contínuo de suas atividades. Por meio da
entidade, as locadoras mantêm um bom ca-
De acordo com dados do Censo
Abla/2010, o Brasil possui 2.008 empresas
de locação de automóveis atuantes – in-
cluindo independentes, franqueadoras e
franqueadas –, que têm um faturamen-
to anual de mais de R$ 5 bilhões, com
evolução constante. De 2009 para 2010 o
crescimento foi da ordem de 17% (quadro 1).
A frota de veículos das empresas vem
mantendo a mesma margem de cresci-
mento, ou seja, de 2009 para 2010 o au-
mento foi de 14% (quadro 2).
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO MARCO ZERO
33
2010 414.340 veículos
2009 363.456 veículos
2008 318.865 veículos
2007 283.562 veículos
2006 250.204 veículos
Quadro 2 – Evolução da frota
Fonte: Censo Abla/2010
2010 R$ 5,11 bilhões
2009 R$ 4,37 bilhões
2008 R$ 3,99 bilhões
2007 R$ 3,49 bilhões
2006 R$ 3,17 bilhões
Quadro 1 – Evolução do faturamento
Fonte: Censo Abla/2010
nal de diálogo com o setor governamental e
podem também conquistar parcerias fortes e
duradouras com os fornecedores de produtos
e serviços voltados para as locadoras, como,
por exemplo, as montadoras e importadoras
de automóveis que atuam no Brasil. Asso-
ciar-se significa se fortalecer. Fazemos girar
uma cadeia produtiva grande, importante e,
sem dúvida, significativa. Tudo isso se com-
pleta com a atuação dos diretores regionais,
que cobrem todos os Estados, propiciando às
locadoras o direito de se fazer ouvir em cada
região. É assim que entendemos a Abla,
uma associação cada vez mais forte”, argu-
menta Bourg.
Terceirização de frotas
Normalmente o conceito de locadoras de
veículos está ligado à prestação de serviços
junto ao turismo. Entretanto, a terceirização
de frotas é uma vertente dentro do setor
que vem apresentando intensa evolução,
oportunidade esta que o empreendedor
de franquia deve ficar muito atento. “Além
de alugarmos automóveis para turistas, em
viagem de lazer ou de negócios, nosso setor
presta um serviço importantíssimo para o
desenvolvimento das empresas e da eco-
nomia. Trata-se da terceirização frotas, que
implica no aluguel de frotas inteiras para
empresas”, observa Bourg.
“A empresa que recorre à locadora para
terceirizar a frota de veículos, pode se dedicar
com mais afinco à sua atividade-fim, pois tira
a responsabilidade da empresa sobre licen-
ciamento, emplacamentos e impostos dos
veículos, custos com seguro e manutenção,
além de despesas que nem sempre estão
previstas no orçamento, como reposição de
peças e custo financeiro da ociosidade de
cada veículo. Tudo isso passa a ser de respon-
sabilidade da locadora e acaba se tornando
uma grande vantagem competitiva para as
empresas contratantes”, explica o presidente-
executivo da Abla, que completa dizendo
que as grandes corporações já utilizam em
larga escala a terceirização e, em breve, de-
verá atrair também para as pequenas e mé-
dias empresas.
Capacitação
Assim como os outros setores da
economia brasileira, o de locação de au-
tomóveis prevê que aumentará seus negó-
cios com os eventos esportivos programa-
dos para o Brasil, como a Copa do Mundo
de Futebol, em 2014, e a Olimpíada, em
2016. Para atender essa demanda, a Abla
vem se preparando há alguns anos. “Está-
vamos em descompasso com o advento do
Brasil como destino internacional, com a
modernização e o aumento da competitivi-
dade dos serviços em toda a cadeia produ-
tiva do turismo. Por isso, a entidade vem
promovendo programas de capacitação
profissional desde 2008, quando foi desen-
volvido o Programa de Capacitação e Quali-
ficação, que aplicou 4.597 capacitações em
cursos ministrados à distância ou por meio
de seminários ou palestras”, explica Bourg.
Para ele, esses programas contem-
plaram profissionais que atuam na linha de
frente, além dos empresários, gestores e lí-
deres do setor de locação. “Nossa entidade
promoveu, em conjunto com a Fundação
de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos
(Fepese), da Universidade Federal de Santa
Catarina, cinco cursos à distância nos quais
foram matriculados 2.024 profissionais de
locadoras. Os participantes realizaram até
dois cursos simultaneamente, totalizando
3.107 capacitações em dois eixos, o de quali-
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
34
dade, com conteúdo focado em atendimen-
to operacional e qualidade em vendas, e o
de gestão empresarial, que aborda mercado
e marketing, gestão de frotas e gestão ad-
ministrativa e financeira. Além disso, execu-
tamos ações de qualificação nos núcleos
do conhecimento, que aconteceram parale-
lamente ao salão e fórum da Abla, maior
evento nacional voltado para as locadoras.
Os seminários e palestras atraíram mais de
1.490 participantes. As metas traçadas para
esse programa já foram atingidas, mas pre-
tendemos dar continuidade ao processo
para ampliar a visão estratégica das empre-
sas e a qualidade dos serviços prestados.”
Para Bourg, a Copa e a Olimpíada
ajudarão incrementar o trabalho desen-
volvido pela Abla, de disseminar a cultura
da locação de veículos e o consequente
fortalecimento da atividade, “um dos três
pilares, junto com o transporte aéreo e
a hotelaria, para o sucesso de qualquer
megaevento”, comemora.MZ
João Claudio Bourg, presidente da Abla
Foto
: Div
ulga
ção
TSMARTPHONES E TABLETS
s dispositivos móveis vieram para ficar. A quantidade de modelos
e opções no mercado aumenta a cada dia. Utilizar bem essa tecnologia
pode incrementar receitas, participação no mercado e impulsionar os
negócios nos mais variados segmentos. E com turismo não é diferente
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
O
35
Para se ter a dimensão do alcance
desse mercado, o Brasil atingiu em 2012,
segundo a Associação Brasileira de Teleco-
municações, a marca de 250 milhões de
celulares e, hoje, 85% das cidades brasilei-
ras possuem rede de dados 3G.
O declínio nas vendas de PCs e Note-
books e o aumento na de Tablets e Smart-
phones são outros indicadores de que
esse é um caminho sem volta. A expec-
tativa é de que sejam vendidos somente
este ano, em todo o mundo, aproximada-
mente 118 milhões de Tablets, segundo a
empresa de consultoria Gartner Group.
Por isso, o termo mobilidade é cada vez
mais frequente. Ela permite que as pessoas
possam acessar a Internet, se comunicar,
transportar e acessar suas informações para
onde forem. Na prática, as pessoas estão
conectadas cada vez mais e carregam seus
Fabiano Barros*
Para aqueles que já praticam as dicas
e querem explorar ainda mais os Tablets
e dispositivos móveis, o próximo passo é
ter seu próprio aplicativo ou integrar-se a
um existente.
Os aplicativos
Aplicativos são programas especí-
ficos que o usuário baixa e instala em
seu dispositivo móvel, seja Tablet ou
Smartphone. Comumente, são acessados
através da loja dos fabricantes, sendo as
maiores Apple Store, para dispositivos
como iPhone e iPad, e Google Play, para
os dispositivos da plataforma Android,
como o Samsung Galaxy Tab, por exem-
plo. Eles podem ou não ser pagos para
download. Aqueles que vendem serviços
ou institucionais são gratuitos e os de
entretenimento e ferramentas pessoais,
como jogos e organizadores, são pagos.
Os aplicativos têm uma infinidade
de utilizações. São desenvolvidos por em-
presas de software especializadas e dis-
ponibilizados aos usuários para download.
Destaco algumas dessas utilizações como
a compra de passagens aéreas, reserva
de hotéis e carros, check-in de tickets, veri-
ficação de situação de vôos, clima e dicas
de viagem. Na área de aplicativos, o limite
é a criatividade. Todos os dias surgem
novos serviços que podem ser realizados
a poucos cliques e de qualquer lugar.
É preciso ter muito cuidado ao explorar
esse universo nos dispositvos móveis. A
mesma velocidade que pode impulsionar
seu negócio, também pode manchar sua
imagem, pois a informação trafega em alta
velocidade, para o mal e para o bem. Por
isso, se propor a disponibilizar um serviço
e não ter condições de fazê-lo, seja por
problemas de acesso dos usuários, infraes-
trutura, lentidão ou mesmo falta de feed-
back, pode se tornar um grande problema
e gerar rejeição de sua marca.
Disponibilizar um serviço em que o
usuário possa enviar uma mensagem a
computadores dentro de seus bolsos e pas-
tas por todos os lugares, gerando um oceano
de oportunidades de negócio.
Para aproveitar tais oportunidades, é
necessário entender de comportamento.
O ser humano, por natureza, tem algu-
mas necessidades básicas e entre elas
está comunicar-se e socializar-se. A tecno-
logia tornou possíveis esses dois anseios
para que pudessem ser explorados cada
vez mais por um número maior de pes-
soas de forma assustadoramente rápida.
Hoje, a partir de um celular, é possível
publicar matérias que podem ser lidas em
qualquer lugar do mundo, por exemplo.
Dentro desse perfil, os usuários
de dispositivos móveis utilizam, em
sua grande maioria, os aparelhos para
duas coisas: navegar pela Internet e
ler e-mails. Sendo assim, se você quer
que sua empresa comece a ter visibi-
lidade junto a esse público que cresce
a cada dia, algumas dicas básicas pre-
cisam ser seguidas (vide box).
36
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
SEJA SIMPLES EM SUAS CAMPANHAS DE MARKETING:
Devido ao tamanho das telas, seus e-mails de marketing devem ter poucas figuras e possuir textos bem objetivos para facilitar
tanto o carregamento quanto a visualização nos aparelhos menores. Um e-mail marketing que demora a carregar é geralmente
descartado pelos usuários.
MANTENHA SUA PÁGINA COM FÁCIL LOCALIZAÇÃO NOS BUSCADORES:
Os viajantes costumam fazer pesquisas durante seu deslocamento e tempo livre, portanto, estar bem classificado nos sites de
consultas como Google e Bing ajuda a ter mais acessos e, consequentemente, mais consumidores em potencial. Também é
importante deixar fácil o acesso a seus dados para contato e localização no site.
GARANTA QUE SEU SITE SEJA LEVE E BEM VISUALIZADO EM TABLETS:
Atualmente, 40% da navegação na Internet brasileira realizada por dispositivos diferentes de computadores é realizada através
de Tablets, segundo dados da consultoria comScore, divulgados em dezembro de 2011. Por isso é fundamental que seu site seja
bem visualizado nesses aparelhos. Não é necessariamente obrigatório ter uma versão exclusiva dos sites para Tablets. Basta que a
navegação do seu site fique boa nele, eliminando animações desnecessárias e imagens pesadas.
MZ
* Fabiano Barros é graduado em Tecnologia de Informação pela PUC-Campinas, MBA em Gestão de Tecnologia de Informação pela FGV-SP e PMP pelo Project Management Institute. Empreendedor e consultor, atua como profissional de TI desde 1999.
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
partir do Smartphone para seu estabeleci-
mento exige que você tenha agilidade
para responder. Atente sempre para o
tamanho das informações e disposição
das mesmas, pois os Smartphones pos-
suem tela reduzida e, por isso, os cliques
precisam ser fáceis, as letras legíveis e
apenas a informação necessária deve
aparecer. A oportunidade é única para
acertar com o usuário. Se ele não gostar,
dificilmente irá voltar. É fundamental ter
a exata noção de qual experiência seu
aplicativo irá proporcionar.
Os consumidores e clientes hoje que-
rem cada vez mais recursos para seus dis-
positivos móveis. Em pesquisa divulgada
pelo Sabre Travel Network no final do
ano passado com usuários de dispostivos
móveis que viajam a negócio, aferiu que
63% gostariam de receber ofertas especí-
ficas em seus destinos de negócio.
Já imaginou poder enviar um alerta
com uma promoção de hospedagem
para um cliente que esteja próximo ao
seu estabelecimento? Ou enviar dicas de
gastronomia e entretenimento para os
Smartphones de seus hóspedes? Possi-
bilitar uma visualização 360 graus de sua
pousada em um Tablet? Os dispositivos
móveis estão aí para ajudá-lo.
É um mercado embrionário com po-
tencial extraordinário. Saber explorá-lo
significa oportunidade de bons negócios.
No futuro, certamente será pré-requisito
de qualquer empresa e não tê-lo poderá
decretar o fim de muitos negócios.
37
38
MZ
Network e sustentabilidade são palavras-chave que vejo com
frequência no noticiário revelando aumento da sensibilidade com
os problemas relacionados à natureza, indissociáveis da qualidade
de vida de todos. Valores como saúde, amizade, longa vida e felici-
dade, vivenciados no âmbito do Skal, o maior network do setor de
viagens e turismo, também estão presentes nas ações de inúmeras
empresas, mobilizando nações a seguirem o mesmo exemplo.
O Skal Internacional do Brasil não só se une a essas corpo-
rações como vem estimulando e realizando projetos ecologica-
mente corretos. E isso lhe rendeu o papel de articulador setorial na
mobilização e participação dos profissionais de turismo na agenda
Rio+20 e Você, Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvi-
mento sustentável.
Com a presença de mais de 120 chefes de Estado é o palco
ideal para avançarmos. Momento histórico, onde autoridades públi-
cas e lideranças da sociedade civil podem renovar e ampliar com-
promissos voltados ao aprimoramento das práticas sustentáveis.
Uma das principais contribuições é renovar o interesse coletivo
e, em especial do trade turístico, pelas questões afetas ao desen-
volvimento sustentável, compreendido em suas três dimensões
distintas e complementares: ambiental, social e econômica.
Posicionado entre os 15 principais setores da economia criativa
mundial, o turismo ocupa um papel de grande importância para a
abordagem de dois temas: “A economia verde no contexto do de-
senvolvimento sustentável” e “A extinção da pobreza e a estrutura
institucional para o desenvolvimento sustentável”. Devemos estar
atentos às riquezas turísticas naturais e culturais presentes nos
diversos ecossistemas do nosso planeta. Tampouco devemos nos
esquecer de que a matriz econômica do turismo impacta, direta e
indiretamente, 52 setores, o que torna a atividade líder mundial na
geração de empregos.
Durante o 42oºCongresso Nacional do Skal Internacional do
Brasil, ocorrido entre os dias 30 de maio e 3 de junho, em São Luís
(MA), abordamos temas atuais sobre sustentabilidade no trade de
turismo por meio de palestras e debates.
Passaram-se 20 anos desde a última conferência e a capital
fluminense foi eleita novamente como sede de um evento onde
será possível definir as futuras diretrizes a serem adotadas em todo
o mundo. Nossa participação na agenda Rio+20 e Você será uma
ótima maneira de demonstrar a importância que o Brasil dá a te-
mas atuais e de tamanha relevância. A troca de informações que
ocorre como rotina entre os skalegas há de inspirar todos os elos da
cadeia produtiva a ter determinação para trabalhar em benefício da
coletividade mundial.
Um bom exemplo é o prêmio “Desenvolvimento Sustentável
no Turismo”, criado em 2002 pelo Skal e que surgiu como uma
maneira de incentivar ações de conservação ambiental e estimular,
ainda mais, o desenvolvimento do turismo ecológico no Brasil.
São 30 projetos sendo apresentados em 18 países pelos skale-
gas, frequentes promoções e discussões relacionadas ao tema da
preservação da natureza e do patrimônio cultural, bem como um
intenso envolvimento que mantemos com a comunidade, fomen-
tando recursos educacionais e viabilidade de negócios.
MARCO ZERO NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES EM TURISMO
Ana Carolina Medeiros,presidente do Skal Internacional do Brasil
SKAL MOBILIZA TRADE POR DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL