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Psicologia da Educação

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Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof. Dr. Renan de Almeida Sargiani

Revisão Textual:Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento

Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

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• Introdução

• A Importância das Relações Humanas e o Desenvolvimento do Indivíduo e do Coletivo

• Um Desafio para os Professores: Educar na Perspectiva das Relações Pessoais

• As Relações Humanas na Escola, sob o Olhar de Grandes Pensadores

• As Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula: Sugestões

• Considerações Finais

· Discutir a importância das relações humanas e o desenvolvimento do indivíduo e do coletivo. Discutir a gestão de sala de aula, o planejamento do ensino e a avaliação da aprendizagem.

OBJETIVO DE APRENDIZADO

Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

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Orientações de estudoPara que o conteúdo desta Disciplina seja bem

aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Assim:Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.

Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Determine um horário fixo

para estudar.

Aproveite as indicações

de Material Complementar.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma

Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado.

Aproveite as

Conserve seu material e local de estudos sempre organizados.

Procure manter contato com seus colegas e tutores

para trocar ideias! Isso amplia a

aprendizagem.

Seja original! Nunca plagie

trabalhos.

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UNIDADE Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

IntroduçãoDando sequência e concluindo os conteúdos propostos na disciplina de Psicologia

da Educação, nessa unidade nós debateremos a importância das relações humanas na educação. Como já discutimos até agora, ensinar e aprender são dois processos cruciais em educação e obviamente envolvem pessoas. Portanto, as relações humanas são fundamentais para discutirmos os processos educativos.

Nós iremos discutir aqui em maior profundidade como grandes pensadores da Psicologia da Educação discorrem sobre a importância das relações humanas e o desenvolvimento individual e social na Educação. Nós buscaremos entender como as ideias desses diferentes autores podem nos ajudar a pensar em questões contemporâneas importantes para a gestão de sala de aula, o planejamento do ensino e a avaliação da aprendizagem.

A Importância das Relações Humanas e o Desenvolvimento do Indivíduo e do Coletivo

As pessoas convivem juntas em espaço e tempo, buscam no contexto conversar e interagir umas com as outras. Dependendo da qualidade das relações interpesso-ais, elas se afastam ou se aproximam. Pensando em educação, uma boa relação, qualitativa, pode levar o grupo/equipe escolar ao sucesso, caso contrário, teremos grandes conflitos, dificuldades de entendimento, antipatias e desmotivação para continuar nas relações.

Não é nada fácil elaborarmos, construirmos e mantermos relacionamentos, principalmente, se estivermos em ambientes com pessoas diversas e com histórias também diversas. Encontrarmos o ponto de intersecção e equilíbrio entre a maioria requer esforço, vontade e dedicação. Além disso, requer tolerância, paciência, cooperação e compreensão de que nas relações humanas estamos, ao mesmo tempo, lidando com os aspectos individuais e coletivos.

No individual, nos referimos a cada pessoa enquanto ela mesma, com suas habilidades, competências, saberes e tantos outros elementos pessoais e que representam a sua essência, identidade. Para o coletivo encontramos as variações, o nosso diferente elemento, às vezes, avessos ao que penso e sinto, que tem regras, padrões e condições das generalidades distintas. É o momento do sujeito e o mundo, nas práticas cotidianas, se encontrarem e se perceberem. É como se encontrássemos um enorme espelho que nos reflete, porém ao contrário. Com alguns, somos mais semelhantes, com outros, somos mais diferentes.

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Conflitos e reações adversas são esperados e tomados como movimento normal dos encontros e desencontros. No entanto, o gerenciamento e a negociação do processo devem ser levados a efeito no sentido de respeitar as individualidades no coletivo, apreendendo o que representa os padrões coletivos para a individualidade. A interação conflitante deve ser tomada como uma das bases para potencializar a interação entre sujeitos e mundos, possibilitando o avanço – desenvolvimento – de um e de outro reciprocamente.

A Psicologia da Educação contribui para isso quando enfatiza o compromisso social direcionado para a transformação da sociedade e oferece contribuições para o entendimento da relação entre o eu e o outro. Porque queremos uma sociedade justa e igualitária, em que todos possam ter acesso aos bens da cultura, da política, da economia e a inclusão onde todos possam viver com honestidade e dignidade.

Com relação ao contexto escolar e na sala de aula, desejamos o mesmo, porque a escola e a sala de aula representam a coletividade social formada de muitos indivíduos. É um contexto de interação entre pessoas que dependendo da qualidade das relações pode haver conflitos e o que já foi posto com o agravo de levar pessoas à desistência por desmotivação, sair da escola, da sala de aula, desistir de tentar e prosseguir evitando, assim, as antipatias (com colegas, professores e demais indivíduos envolvidos).

É necessário desenvolver no contexto escolar relações interpessoais que permitam uma integração das diversas áreas do conhecimento e das dife-rentes funções de cada membro da escola, reconhecendo a necessidade de superação da fragmentação do saber e dos fazeres [...] (PEDROSA, 2006. p.86).

A intenção é construir uma escola mais humana, em que o contexto seja orga-nizado considerando todas as vivências, possibilitando a contribuição de todos, e que todos participem e ajudem a transformação de si, dos outros e da sociedade como um todo. Lugar onde alunos, professores, funcionários, direção e comuni-dade, conscientes de suas competências percebam-se participantes e responsá-veis pela construção (pelas condições do transformar), de uma nova escola e uma nova sociedade.

Então, é preciso organizar a escola/sala de aula como um lugar de debates, de discussões críticas e diálogos fundamentados pela reflexão coletiva. Um lugar de falar, se expressar, de propor, criar e recriar, não simplesmente um lugar para ouvir e se calar com ausência de participação. Deve-se romper como a passividade e o imobilismo que não caracterizam o humano, mas sim o torna um ser receptor e reprodutor das relações hierárquicas determinadas e sem valor de significação para o nosso viver.

Temos como objetivo a formação de pessoas humanas capazes de pensar, falar e fazer de maneira crítica, questionador e propositor de alternativas de superação de si e dos objetos do mundo, em um ambiente histórico e social estimulando pluralidade de experiências e de ideias.

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UNIDADE Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

Propõe-se a formação de um ser livre e emancipado para compreender-se como necessário e importante em todos os setores da sociedade, culturalmente capaz e consciente de ser, reciprocamente, influenciar e ser influenciado, onde as dependências não aparecem como imposições e, sim como fator de estímulo para o contínuo movimento do vir a ser.

Um Desafio para os Professores: Educar na Perspectiva das Relações Pessoais

As relações humanas na escola e em sala de aula têm um papel fundamental para contribuir com a formação e o aperfeiçoamento do ser. Para Wallon, não basta nascer humano temos que socializar, pela via do próprio humano, para que realmente o sejamos.

Ultimamente, é cada vez mais comum ver e ouvir relatos de que na escola estão pessoas totalmente desligadas, sem afetos positivos e egocêntricos. Basta lembrar-se de tantas atrocidades assistidas no interior das escolas e salas de aula, veiculadas pela mídia e pelas informações boca a boca: agressões entre os pares, entre alunos e professores, ausência de respeito com as coisas públicas (vandalismo) e o desrespeito a si mesmo como baixa estima e não acreditar na própria capacidade de ser e fazer.

O bullying é ação discutida em versos e prosa e ninguém consegue chegar a um denominador comum. Ora a culpa é do professor, ora do aluno, depois dos pais ou comunidade e até o sistema social como um todo.

Então nos perguntamos: será que não são as relações humanas que estão sendo negligenciadas pelo próprio humano? E a escola, que acolhe grupos de humanos; estará percebendo a sua dificuldade de trazer para o seu interior movimentos de humanização e cuidados com o incentivo aos relacionamentos cooperativos, amigáveis, respeitosos, comprometidos com o bem-estar comum?

E essa não é uma tarefa fácil e simples, pois exige, por parte dos responsáveis e preocupados com a educação, atenção, sensibilidade e esforços para compre-ender quais teorias temos para defender a importância das relações humanas na educação e na escola. Temos que, pelo menos tentar, por em prática o que sabe-mos e queremos.

Um filme que retrata essas questões e que vale a pena ser assistido é o filme “Entre os muros da escola”, produzido na França no ano de 2008.Ex

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Não podemos mais sustentar a formação de pessoas (professores e alunos) que são passivas, repetidoras e ingênuas quanto ao seu papel na transformação do mundo, o nosso mundo.

A educação não é neutra e traz ideologias (conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo) que supos-tamente alimentam uma política que não suporta os sujeitos críticos. Alega-se que vivemos em uma democracia, mas o que temos é o voto (e olhe lá!), sem participa-ção efetiva nas decisões da nação, da cidade, do bairro e da escola, como ficamos?

Alega-se que as pessoas não sabem participar, no entanto, não nos ensinam. Até quando? Precisamos mudar para entender que as pessoas são importantes em todos os setores da vida e que, como afirmou Piaget, somos egocêntricos (centrados em nós mesmos) em uma fase da vida, porém com ajuda (interação com outros) vamos construindo a nossa personalidade, entendendo a exata medida entre o eu e o outro. É assim, que a consciência ingênua passa a ser crítica. Não sozinhos, mas com outros capazes e carismáticos, históricos, com experiências para serem trocadas e compartilhadas.

“Elogios a uma resolução diferente de um problema de Matemática, a uma composição original, a um desenho bem explorado, são apenas uma pequena parte de forjar o novo. É imprescindível que adultos, professores ou não, constituam modelos e atuem como colaboradores, na tentativa de reconstruir o passado para transformá-lo. Para tanto, é preciso indicar como separar o secundário do central, discutir as respostas obtidas, orientar a formulação de novas hipóteses e apontar aquilo que é produção pessoal, diferenciando-a das já existentes.

Ao longo da interação adulto-criança, cabe ao primeiro mediar e ajudar os mais jovens a se introduzirem no universo central da sua sociedade, confiando na sua competência para ensinar e naquela das crianças para se apropriarem do conhecimento já elaborado. Isso requer uma atitude positiva frente à aprendizagem dos iniciantes. Se o adulto não manifestar compreensão e empatia face as dificuldades do processo de aprender, provavelmente minará a base que as gerações futuras necessitam para construírem novas formas de pensar e atuar sobre o mundo.” (DAVIS e OLIVEIRA, 1990, p. 88-89).

Pequenas atitudes podem render grandes efeitos, principalmente, quando nos reconhecemos humanos, trabalhando com humanos e na sua lapidação. Parece expressão comum quando se afirma, nas escolas, que o desejo é a formação de um ser crítico e transformador, porém, o que na maioria das vezes fica, é o discurso e (olhe lá!) a boa intenção. O problema parece estar quando não se tem entendimento e consciência do que seja na prática, levar o ser a se transformar em crítico e transformador.

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UNIDADE Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

No nosso ideário pedagógico parece que a confusão se faz quando crítico é o sujeito que fala mal de tudo e transformador quando afeta pessoas com a indisposição que deixou pela falta de elegância e pelo ataque impulsivo, e no geral, grosseiro e ingênuo. Tratemos de sinalizar que essas atitudes mencionadas refletem muito mais a alienação do que qualquer outro elemento da formação do comportamento humano.

Para a formação de um ser crítico, reflexivo e consciente é importante entender antes de tudo que para criticar é, primeiramente, preciso conhecer. Criticar por criticar é fazer “cristicismo” no pior sentido da palavra, sem valor real; criticismo que apenas reproduz discursos feitos, ignora as diferentes opiniões, os fatos e não promove mudanças. Para avançarmos na formação crítica dos alunos é necessário, então dar condições para que eles tenham conhecimentos de base e a possibilidade de refletir sobre eles, é criar condições que possibilite os alunos a realizarem comparações e análises minuciosas sobre algo com o objetivo de estabelecer um juízo a respeito e que não seja tendencioso ou enviesado por ideologias, mas sim pelo crivo da análise racional e crítica.

Nesse sentido, discutiremos a seguir algumas contribuições de grandes pensa-dores sobre a importância das relações humanas em sala de aula. Essas contribui-ções lançam luz sobre a importância do individual e do coletivo em educação e do papel dos professores.

As Relações Humanas na Escola, sob o Olhar de Grandes PensadoresAs Relações Humanas na Escola para Paulo Freire

Antes de apresentarmos as ideias de Paulo Freire devemos esclarecer que ele não é um autor da Psicologia da Educação e nunca trabalhou com Psicologia da Educação, mas as suas ideias são muito relevantes para a Educação Brasileira. Por esta razão iremos discuti-las aqui como uma forma de introduzir uma posição que é influente no Brasil e que se relaciona com autores da Psicologia como Vygotsky.

Paulo Freire (1979, 1985) defende a educação para orientar o sujeito a passar de uma “consciência ingênua” para uma “consciência crítica” a respeito das suas relações com o mundo. Assim, defende que pelo exercício de reflexão, sobre aspectos vivenciados na realidade social, essa mesma realidade torna-se conhecida e passível de ser compreendida enquanto condição própria e, assim, com maior significado. Nesse sentido, Freire propõe que a educação e a escola devem exercer papel fundamental na conscientização dos indivíduos, desde que haja planejamento comprometido com esse movimento e que se promova o diálogo entre os indivíduos envolvidos no mesmo contexto de realidade. Assim:

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O processo de alfabetização política – como processo linguístico – pode ser prática para a domesticação dos homens ou para sua libertação. No primeiro caso, a prática de conscientização não é possível em absoluto, enquanto no segundo caso o processo é, em si mesmo, conscientização. (FREIRE, 1979, p.27).

Percebemos que o processo educacional é extremamente viável para provocar reflexões para o processo de elaboração da consciência crítica, colocando os sujeitos em questionamento contínuo sobre o que enfrenta na sua realidade social, centrado no diálogo e na troca de experiências entre alunos e professores na sala de aula.

Cabe mencionar que, a escola por ser um espaço de relações humanas, pode se constituir para orientar os sujeitos rumo à consciência crítica pela via do diálogo e, também, por seleção de conteúdos que facilitem o refletir sobre as diversidades da realidade social.

Nesse contexto, o papel do professor é fundamental para o exercício contínuo do diálogo, bem como para inserir os variados conteúdos da cultura geral. Ele é o animador dos debates e das reflexões, primando por relações saudáveis que sejam marcadas pelo respeito, cooperação, tolerância, fraternidade e outros tantos valores ideários para a formação do ser em humano.

Em considerando o exposto, o diálogo passa a ser considerado como estratégia básica para a construção e a manutenção das relações humanas na escola e na sala de aula para abordar todas as situações vivenciadas e, principalmente, as conflituosas e não compreendidas da realidade como um todo.

Dialogar é a expressão máxima das relações humanas na educação e permite que, nas trocas constantes, os sujeitos, ao se comunicarem, promovam as interações sociais, potencializem a formação de pensamentos, criem, busquem e, vivam em harmonia percebendo-se como necessários e importantes para a cultura e história.

As Relações Humanas na Escola para Lev Vygotsky

Para Vygotsky, não há desenvolvimento humano sem as interações sociais his-toricamente demarcadas. Eu e o outro/outros temos uma significação fundamen-tal para que o sujeito e o mundo possam avançar. É nas relações humanas que o ser se torna verdadeiramente humano.

São as relações humanas que permitem que o mundo seja uma construção dos próprios homens e que tenham suas marcas e sentidos; superando as imposições e os determinismos característicos do mundo animal.

Homem e mundo estão continuamente em trocas contínuas em que um se faz importante para a constituição significativa do outro. Nesse sentido, a linguagem e as suas relações com o pensar são lugar central na obra de Vygotsky. Para ele, a linguagem tem como funções básicas o intercâmbio social e a organização da realidade no processo de pensamento.

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UNIDADE Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

No intercâmbio social, a linguagem é instrumento necessário para a comunicação entre os homens. Sem ela, não teríamos condições de interiorizar o que temos como recursos do meio ambiente e da sociedade como um todo nas suas estruturas social, política e cultural.

É a linguagem que traz o material existente em nossa cultura quando nos relacionamos com outras pessoas de nossa existência. A própria linguagem é que possibilita a elaboração da linguagem. Isto é, se não interagíssemos com outros não conseguiríamos aprender a língua que marca a nossa cultura. Aprendemos a dizer “mãe”, porque esse é o termo que identifica a nossa progenitora; se fosse, em inglês ou japonês a palavra seria outra. Não só aprender a palavra, mas principalmente, apreender o seu significado (conceito); mãe não somente aquela que nos deu à luz, o termo traduz sentidos tais como aquela que cuida, que é protetora, “que padece no paraíso” etc.

Percebemos que na teoria vygotskyana põe-se em evidencia o papel da lingua-gem como elemento fundamental para a interiorização do meu universo de vida e que a linguagem é própria das relações entre os seres humanos.

Também, a linguagem, que é o instrumento de comunicação/interação com os outros, possibilita que os pensamentos sejam formados e organizados em uma lógica em que, na medida em que me comunico, internalizo o que recebo enquanto informação e necessito organizar e significar o que recebi para planejar a reação ou a resposta. Há o despertar do funcionamento da nossa mente para que internamente processe o recebido e processo a devolução do mesmo. Porém, de maneira lógica e organizada pela via da minha linguagem, que fará com que o outro passe pelo mesmo processo; isso em um movimento contínuo, obrigando a mudança da linguagem e a mudança de pensamentos.

Ora, não somos estáticos, estamos em pleno movimento de transformação indi-vidual e coletiva – interação pela via das relações humanas.

[...] a relação entre o pensamento e a palavra não é uma coisa, mas um processo, um movimento contínuo de vaivém do pensamento para a palavra, e vice-versa. Nesse processo, a relação entre o pensamento e a palavra passa por transformações que, em si mesmas, podem ser consideradas um desenvolvimento no sentido funcional. O pensamento não é simplesmente expresso em palavras; é por meio delas que ele passa a existir. Cada pensamento tende a relacionar uma coisa com a outra, a estabelecer uma relação entre as coisas. Cada pensamento se move, amadurece e se desenvolve. Desempenha uma função, soluciona um pro-blema. Esse fluxo de pensamento corre como movimento interior através de uma série de planos [...]. Vygotsky (1989, p.108).

Como é possível constatar pelo exposto, as relações humanas são fundamentais para o pensar e para o falar e vice-versa. Se o homem fosse isolado, muito provavelmente, não teria a capacidade de se comunicar e tampouco de pensar sobre a sua realidade e sobre si mesmo.

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Desta forma, primar pela comunicação, pelas trocas pela via da linguagem é fundamental para o desenvolvimento e transformação recíproca homem e mundo (outros homens) e mundo (outros homens) e o homem.

Para Vygotsky, o papel do professor é fundamental para garantir as interações linguísticas em sala de aula e na escola, porque ele passa a ser um discurso de suporte, não para julgar ou estabelecer correções ou incorreções, mas para orientar o aluno a um novo modo de olhar, observar, categorizar e conceituar os objetos trazidos para a discussão via linguagem e expressão do seu pensar.

As intervenções dos professores nas relações humanas, via linguagem, serão o de buscar entender o que o aluno discursou e ressignificar, a mesma fala, dentro de uma lógica linguística diferente, porém, ampliada e mais rica de significados para que o discurso individual seja compartilhado pelo coletivo sem qualquer caráter reprodutivo. Esse discurso de suporte é uma forma de esclarecimento, pistas e fornecimento de tantas outras informações que una o grupo em uma verdadeira equipe pensante e falante (cf. BAQUERO,1998).

Importante salientar que Vygotsky defende que quanto mais há trocas de influ-ência entre o pensamento e a linguagem, nas relações humanas, mas resulta em desenvolvimento intelectual, ou seja, nas relações que a linguagem tem papel basi-lar em que mais inteligente fica a pessoa.

Portanto, que a escola possa organizar seus trabalhos pela via da troca linguística e favorecer aos sujeitos muito mais oportunidades de expressar seus pensamentos, sempre primando pelo discurso de suporte que é, nada mais, que o respeito e a tolerância para com todos, respeitando capacidades e formas de criar entendimentos sem perder o foco da construção do sujeito pela via social e histórica.

As Relações Humanas na Escola para Henry Wallon

Henry Wallon defende que a relação que a pessoa mantém como o seu meio é de extrema importância para a formação de sua personalidade, ou seja, ajuda a organizar o modo como o indivíduo vai se posicionar frente à sociedade, determinando papéis e lugares a serem desempenhados no conjunto/coletivo.

Conviver e se relacionar em grupos, segundo Wallon, dá ao homem ferramentas para tornar-se um ser da humanidade. É nessa situação que a pessoa poderá vivenciar diferentes realidades e histórias, alargando sentidos para perceber a diferença entre si e os demais membros do seu meio físico e social.

Nas relações humanas postas nos grupos de interação, o sujeito, as diferenças percebidas e as diversidades de organização histórica fornecem possibilidades para que se aprenda assumir e dividir responsabilidades, apreendendo regras, trabalhando conflitos, compreendendo a necessidade de estar vinculado aos outros, num eterno aprender a conviver, com tolerância suficiente para perceber que as diferenças acrescentam na formação da personalidade.

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UNIDADE Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

Nas relações humanas grupais, o sujeito poderá ter acesso aos bens da cultura e trocar constantemente informações e saberes, modificando-se e modificando o seu entorno.

É nas relações humanas que a pessoa se aperfeiçoa de forma integral nos seus diferentes aspectos que não só garantem a sobrevivência física como, principalmente, a social e psíquica. Para se relacionar, a pessoa necessita desenvolver elementos do pensamento (cognição), das expressões corpóreas (motricidade) e fazer vínculos (interação) afetivos que afetam a si e outros no sentido transformador.

Portanto, a plenitude do ser é possível quando está junto (relacionamento) aos seus; isolado não existiria a capacidade de ser e de sobreviver.

Para acompanhar a leitura feita por Wallon é preciso um esforço para escapar de um raciocínio dicotômico, que fragmenta a pessoa (ou motor ou afetivo; ou afetivo ou cognitivo) na direção de um raciocínio que apreenda a pessoa como resultado da integração dessas dimensões (motora-afetiva-cognitiva). Essas dimensões estão vinculadas entre si, e suas interações em constante movimento; a cada configuração resultante, temos a totalidade que se expressa na pessoa.

Cada configuração cria novas possibilidades, novos recursos motores, afetivos cognitivos que se revelam em atividades que, ao mesmo tempo que convivem com atividades adquiridas anteriormente, predominam e preparam a mudança para o estágio seguinte. (MAHONEY e ALMEIDA, 2000, p. 11-12)

Avançar para a integralidade do ser humano necessita da consideração e da importância do pertencer, ou seja, fazer parte de um grupo cujas relações se deem como fator primordial. As relações humanas não são condições quaisquer e, sim, instrumentos para o ser nas suas variadas dimensões.

Importante ressaltar que é pelas relações humanas que a emoção, o afeto, os sentidos se organizam e se orientam. O humano se faz humano na medida em que constrói pensamentos e ações refletidas e lógicas para conscientizar-se do como afeta e é afetado nas suas relações. A afetividade, ou seja, os vínculos pensados criticamente, não nasce com a pessoa; é elaborada conforme as respostas dos grupos da qual pertencemos.

Aprimoramos pensamentos e ações na medida em que garantimos afetos posi-tivos e qualitativos. Quanto a isso, Wallon é categórico: a escola é o lugar de exce-lência para a formação integral do sujeito quando nos variados grupos. Primando pelas relações humanas, o aluno poderá vivenciar papéis e regras diferentes, tam-bém ser socializado quanto à tolerância às diversidades culturais e históricas.

As crianças devem frequentar a escola para se instruírem e para ficar familiarizada com um novo tipo de disciplina e de relações interpessoais. (MAHONEY e ALMEIDA, 2000, p. 79).

Neste contexto, o papel do professor é fundamental, defende Wallon. É ele que, como coordenador de grupos humanos, observa a dinâmica do grupo (em suas

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relações) e intervém, apoiando e orientando o grupo para que encontrem o caminho do equilíbrio. Não é apenas um transmissor de conteúdos, é um representante legítimo da cultura que, ao selecionar o melhor dos saberes, faz a aproximação do aluno com o que é próprio da sua realidade imediata e mediata – aguça afetos que sejam positivos para o indivíduo e para o grupo.

Tanto a seleção dos saberes como sua transposição didática aos alunos depende do compromisso e da competência do professor. O aluno está à mercê dele! E quando o professor transmite uma informação está construindo a inteligência e desenvolvendo a personalidade de seu aluno.

A interação com o outro e a interação com a cultura ampliam o conceito de socialização: a criança e o jovem tanto podem socializar-se, relacionando-se com os membros da família, da vizinhança, do grupo da escola, como também lendo um livro, ouvindo uma música, apreciando uma pintura.

Wallon ressalta que é dever da escola oferecer às crianças, sem discrimina-ção, o que há de melhor na cultura. (MAHONEY e ALMEIDA, 2000, p. 81).

A escola não pode prescindir de se reconhecer como um contexto de relações humanas, cujo objetivo é o desenvolvimento integral do ser e do seu coletivo. A interação entre pessoas deve ser orientada para fortalecer personalidades, a autoestima, a confiança em si e nos outros, respeitando a si e aos outros e sendo solidário e cooperativo nas variadas relações.

Assim, a sala de aula transforma-se em um ambiente de construção de convivên-cias e o professor um mediador das relações, lúcido e consciente que, querendo ou não, é um modelo relacional a ser seguido.

Wallon ressalta muito a importância de que nós consideremos a pessoa como resultado da integração das dimensões motora, afetiva e cognitiva. Contudo na maioria de nossas escolas, a dimensão cognitiva acaba sendo mais valorizada do que a afetiva e a motora, salvo as aulas de educação física. Como poderíamos pensar em propostas educacionais mais integradoras que unifi quem essas diferentes dimensões? O que poderia ser revisto em nossas práticas de ensino e políticas públicas de educação nesse sentido?

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As Relações Humanas na Escola para Jean Piaget

As relações humanas para Piaget são fundamentais quando partimos da discus-são de que ele defende a teoria de que os sujeitos são, no princípio do seu desen-volvimento egocentristas.

O que significa isso? Piaget empregava o termo para explicar o nascimento do pensamento da criança no seu estado mais primitivo, ou seja, sem a socialização, a criança tende a apresentar conceitos e explicações que são particulares e pesso-ais, sem ligação com a lógica do que é aceito na cultura como condição geral. Para a criança, o objeto ganha significados e conotações que, na maioria das vezes, só ela entende.

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UNIDADE Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula

O egocentrismo também se caracteriza quando o sujeito não consegue distinguir entre si mesmo e o seu meio externo; é uma espécie de indiferenciação – não há diferenças entre eu e o outro. A consciência do eu, ou de si mesmo, aparece a partir de uma crescente distinção entre as próprias perspectivas e a dos outros e em uma ascendente ordenação cognitiva destas mesmas perspectivas. “Distinguir e coordenar perspectivas são duas atividades mentais que engendram o processo de descentração.” (LEITE, 1993, p. 42).

Importante ressaltar que, esta fase do pensamento da criança é natural e normal. No entanto, sem que haja a intervenção do grupo social, sozinha ela não poderá superar esta fase.

Piaget ressalta que o processo de descentração surge nas interações entre a criança com adultos e outras crianças. Assim, as relações humanas são de grande importância para que haja a distinção do ponto de vista próprio e dos outros e a coordenação destas diferenças.

Nesse exato ponto, Piaget integra aos seus trabalhos os conceitos de coopera-ção, como um conjunto de ações entre os variados membros de um grupo para superação do egocentrismo e a possibilidade do sujeito seguir para a transformação necessária que é ser um sujeito social e de relações.

Desta forma, a escola e a educação (como um todo) têm um papel importante, ao promover situações que provoquem no sujeito maneiras de conflitar o seu ponto de vista com outros tantos, de forma que sejam primadas a construção progressiva de novas noções e ações frente a si e ao mundo. As novas possibilidades não são a negação das anteriores, tudo funciona em sistema integrado em que posições anteriores são bases para as posteriores, em um contínuo de aperfeiçoamento homem-mundo e vice-versa.

A escola, para Piaget, não é lugar para impor verdades absolutas, mas um lugar em que pessoas se encontrem para trocar impressões individuais (segundo sua his-tória de vida) com outras tantas pessoas que têm o mesmo cabedal de elaborações. É no grupo, pela via das relações humanas que os sujeitos vão se percebendo e per-cebendo aos outros, ampliando a forma de ver a si e ao mundo. Nesse contexto:

A educação pode ser considerada igualmente como um processo de socialização (que implica equilíbrio nas relações interindividuais e ausência de um regulador externo/ordens externas), ou seja, um processo de “democratização das relações”. Socializar nesse sentido, implica criar-se condições de cooperação. A aquisição individual das operações pressupõe necessariamente a cooperação, colaboração, trocas e intercâmbio entre as pessoas. A socialização implica criação de condições que possibilitem a superação da coação dos adultos sobre o comportamento das crianças. O sistema escolar, por sua vez, deveria possibilitar a autonomia, circunstância necessária para que os alunos pratiquem e vivam a democracia. A atividade em grupo deveria ser implementada e incentivada, pois a própria atividade grupal tem um aspecto integrador, visto que cada membro apresenta uma faceta da realidade. (MIZUKAMI, 1996, p.71)

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Podemos perceber, pelo exposto, que uma educação escolar, assim concebida, procurará investir nas relações humanas entre os pares, provocando os alunos para a constante busca de novas estratégias de pensamento, cooperativamente, para a sua inclusão na realidade social.

É o próprio sujeito que, observando as suas relações humanas, vai se autorregu-lando constituindo respeito e compromisso social sem que haja imposições exter-nas, o que levaria o mesmo sujeito apenas a cumprir por reprodução ou recusar-se a fazer por não compreender o sentido e o significado das ordens dos outros.

O professor, no contexto, tem papel fundamental, reconhecendo-se como um dos polos da relação, criando situações que propiciem condições para a reciprocidade de cooperação ao mesmo tempo moral e lógica.

O professor deve conviver com os seus alunos, observando, dialogando com eles para auxiliar seus desenvolvimentos e aprendizagens, respeitando proposições e histórias de vida. Cabe a orientação necessária para que o aluno transcenda do egocentrismo para a socialização cooperativa, comprometida e respeitosa às diversidades que auxiliam na ampliação de saberes e percepções de realidade.

As Relações Humanas na Escola para B.F. Skinner

As propostas de Skinner para a Educação são muito importantes e foram muito influentes principalmente até a década de 1980 no Brasil. Contudo, mais recen-temente as suas propostas tem sido criticadas (muitas vezes indevidamente) como se fossem puramente mecânicas e desconsiderassem a importância das relações humanas. Cabe-nos, portanto, dirimir essas dúvidas explicitando as propostas de Skinner e recomendando que se deva ler a sua obra antes de apenas fazer críticas infundadas.

Primeiramente devemos destacar que para Skinner a maior parte de nosso comportamento é aprendido por meio do condicionamento operante, ou seja, pelas consequências de nossas respostas aos estímulos do ambiente. Quando Skinner fala em ambiente, ele está se referindo não apenas ao meio físico em que vivemos, mas também às pessoas e à cultura.

Quando aprendemos a falar, a ler, a escrever, a contar, a dirigir, enfim quando aprendemos comportamentos operantes, nós dependemos em grande parte de nossas interações com os outros que nos ajudam a selecionar as respostas mais apropriadas até que cheguemos nas respostas adequadas, isso é o que Skinner chama de modelagem.

Em outras palavras, um bebê que está aprendendo a falar, o faz porque observa que quando a mãe lhe dá água, comida, ou interage com ele usa padrões sonoros semelhantes, ou seja, usa palavras. Aos poucos a criança também tenta usar essas palavras e vai desde pronúncias rudimentares como o balbucio até a emissão de palavras e frases. A mãe aceita cada uma dessas etapas atendendo (reforçando) o comportamento da criança no sentido de que inicialmente pode aceitar “aaa”

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para água, mas aos poucos vai exigindo que a palavra água seja dita até que será solicitado “Mamãe, por favor, me dá um copo de água”, ou seja grande parte do que aprendemos depende dos outros que vão nos auxiliando na seleção de nossos comportamentos.

Na escola não é diferente, o professor deve ser aquele que organiza as situações de aprendizagem, considerando o que os alunos já sabem (seu repertório inicial) e os modos de se chegar até aquilo que se deseja (a resposta apropriada, conheci-mento). O professor é responsável por possibilitar que as crianças que trazem seus conhecimentos próprios se apropriem também dos conhecimentos dos outros, os conhecimentos culturalmente construídos.

Isso fica ainda mais claro na proposta de Skinner (2007) de que existem três níveis da seleção dos comportamentos: filogênese, ontogênese e cultura. O primeiro são os comportamentos de origem filogenética, como por exemplo, a dilatação da pupila diante da luz, e se tratam de comportamentos que fazem parte da evolução da espécie, foram selecionados naturalmente por beneficiarem a sobrevivência das espécies. Tratam-se dos comportamentos reflexos que podem ser modificados pelo condicionamento respondente (emparelhamento com estímulos neutros). O segundo nível engloba aquilo que cada indivíduo aprende no curso de sua própria vida, como, por exemplo, a falar um idioma, a cantar ou uma profissão. O condicionamento operante possibilita que novas respostas possam ser fortalecidas (reforçadas) pelos eventos que imediatamente as seguem, de modo que um professor pode modificar os comportamentos (ensinar) criando condições (contingências) apropriadas de ensino.

Devido ao condicionamento operante é que as espécies dependem cada vez menos do que é inato e podem aprender cada vez mais com a interação com o ambiente (físico e social). Todavia, Skinner ressalta que o que nos permitiu ir além enquanto espécie humana foi justamente o desenvolvimento do comportamento verbal, a fala ou linguagem, que por sua vez possibilitou o desenvolvimento da cultura. Essa é a nossa origem social, que nos torna tão diferentes de outras espécies. Nós aprendemos algo e podemos transmitir esse conhecimento de forma fácil e precisa ser por meio de palavras, criando outros elementos de cultura que poderão modificar as aprendizagens possíveis a nível ontogenético. A cultura permite que nós nos beneficiemos a nível de indivíduos e de coletivos. O que sabemos culturalmente permite avanços em todos os níveis e a escola é o local por excelência de transmissão de cultura (SKINNER, 2007).

Podemos dizer assim que as relações humanas são fundamentais na perspectiva de Skinner, à medida que elas são parte inerente do terceiro nível de seleção de comportamentos que é a cultura. Comportamentos que são parte da cultura são por exemplo, as festividades, costumes e crenças. Acreditar que é preciso cuidar da infância das crianças é parte de uma cultura e ajuda a melhorar a qualidade de vida das crianças e, por conseguinte dos adultos e de toda a sociedade. Comportamentos operantes no nível da cultura são mais complexos, pois envolvem mais de um indivíduo e são selecionados ao longo da história de vida do grupo e passados verbalmente de um indivíduo a outro (SKINNER, 2007).

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Nas escolas as crianças interagem umas com as outras, interagem com profes-sores e os demais membros da equipe escolar. Essas relações humanas permitem a seleção de comportamentos que são mais apropriados para a cultura, ou seja, per-mitem que as crianças aprendam a nossa cultura. De modo que o que se aprende nas escolas interage sempre entre aquilo que já é do individuo (de sua ontogênese), aquilo que é igual a seus outros colegas ou professores (filogênese) e aquilo que é da sociedade (cultura). A interação entre esses fatores é constante na escola, o que enfatiza a importância das relações humanas na escola para Skinner.

Considerando a importância dos professores nos processos educativos, Segun-do Moroz (1993), Skinner defende que, para ser eficaz, o ensino precisa ser uma ação planejada, tanto em termos de definição de comportamentos a serem esta-belecidos, quanto em termos das condições necessárias ao seu estabelecimento. É preciso que tenhamos objetivos claros em educação para que possamos escolher os melhores meios de atingi-los.

Dessa forma, Skinner considera o professor como um dos principais elementos para que ocorra a aprendizagem escolar. Segundo ele “ensinar é o ato de facilitar a aprendizagem; quem é ensinado aprende mais rapidamente do que quem nã o é ” (SKINNER, 1972, p. 4). Assim, podemos destacar a importância que Skinner dá a função dos professores, ao enfatizar que eles são indispensáveis para que se possa criar condições para uma boa aprendizagem.

Skinner ainda avança mais na discussão da importância do professor ao propor que o seu papel é o de criar contingências (a probabilidade de que um evento possa ser afetado ou causado por outros eventos) de reforço. Em outras palavras, o professor deve criar condições que permitam sinalizar aos estudantes o que deve ser observado ou adquirido nas experiências, de modo que o aprendiz possa emitir e/ou exercitar os comportamentos que se pretende ensinar.

Assim, um bom professor deve sempre avaliar as características das crianças, seu conhecimento de base (repertório inicial) para criar condições ideais em um ambiente que estimule e propicie o aluno a compreender e executar os comporta-mentos que se pretende ensinar. Skinner, considera importante essa relação entre o que é do indivíduo e aquilo que ele deve aprender, o que é externo a ele. Dessa forma pode-se também avaliar o quanto cada aprendiz mudou no decorrer do seu processo de aprendizagem.

Um professor deve considerar também a forma de apresentação dos reforçadores nas situações de aprendizagem. Os alunos podem receber reforços por seu progresso na aprendizagem de forma imediata (como elogios e correções) que seguem uma resposta dada, ou podem receber reforços intermitentes em certas ocasiões (como as notas no final de bimestres ou semestres). Também é necessário que os alunos encontrem reforçadores intrínsecos, como por exemplo, o prazer de escutar uma história ou de realizar uma atividade física, tudo isso deve ser considerado no planejamento de aulas (SKINNER, 1972).

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Skinner (1972) também ressalta que os exercícios e atividades que permitam as crianças reproduzirem o que aprenderem e em situações análogas são importantes, para que assim se possibilitem que os alunos possam de fato fixar a aprendizagem e utilizá-la em situações futuras. Nesse contexto é que a proposta das “máquinas de ensinar” de Skinner ajudariam ao auxiliar na execução de exercícios nos quais o aprendiz pode ser imediatamente reforçado por suas tentativas. O avanço na aprendizagem nas maquinas de ensinar depende não do reforçador dos professores, mas sim do próprio empenho do aluno em progredir em sua aprendizagem. Os professores, assim, seriam responsáveis apenas por programar sequências de exercícios individuais que fossem apropriados para cada aluno e apresentados em uma ordem crescente de dificuldade (modelagem).

O uso de máquinas de ensinar foi pensado por Skinner (1972) também para permitir que os professores deixassem a aprendizagem mecânica (como a memorização de conceitos) mais para as máquinas, enquanto eles próprios pudessem se ocupar de questões interpessoais e do desenvolvimento de outras aprendizagens necessárias. Para ele as máquinas podiam se ocupar da tarefa de discriminar as repostas certas das erradas, enquanto eles poderiam executar tarefas mais importantes como o desenvolvimento de habilidades de reflexão.

“Certo, nove e seis são quinze; não, não, nove e sete não são dezoito”- está abaixo da dignidade de qualquer pessoa inteligente. Há trabalho mais importante a ser feito, no qual as relações da professora com o aluno não podem ser duplicadas por um aparelho mecânico. Os recursos instrumentais só virão melhorar estas relações insubstituíveis (SKINNER, 1972, p. 25).

Neste parágrafo fica claro que Skinner vê que a educação não deve se limitar ao ensino mecânico de conteúdos científicos, mas que vá além e forneça uma formação mais completa com subsídios para que os alunos consigam se adaptar a vida cotidiana em seu meio social. Os professores podem e devem organizar as contingências do que será aprendido na escola para que se assemelhem mais as contingências sob as quais o comportamento será mais propício e útil. Ou seja, não basta programar que vai ensinar algo, mas sim que esse conteúdo tenha uma real utilidade para que seja de fato uma aprendizagem útil.

“Deixar o aluno “à deriva” poderá resultar em o aluno aprender a tentar; no entanto, isto não garante que ele tenha aprendido a pensar. Assim, fazer pelo aluno ou dizer a ele o que e quando fazer algo não é desenvolver nele um comportamento independente e muito menos ensiná-lo a pensar; por outro lado, desconsiderar a produção cultural e deixar o aluno “à solta” não é uma prática que garanta isso. Sendo assim, o professor tem um papel essencial já que a ele cabe auxiliar o aluno; no entanto, o professor deve atentar para o tipo de auxílio que fornece. Ao defender a importância do professor no ensino e ao afirmar que o professor “Deve induzir o aluno a agir, mas deve ser cuidadoso em como fazê-lo” porque “Fazê-lo agir em uma dada ocasião pode interferir na probabilidade de que aja da mesma maneira no futuro” (1972, p. 136), Skinner coloca o professor frente à necessidade de ele próprio, ficar sob controle do que ocorre na sala de aula (MOROZ, 1993, p 39-40).

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Dessa forma, como se pode notar muitas das críticas que se faz a obra de Skinner com relação a Educação, não passam de críticas infundadas e dá leitura de trabalhos de segunda ordem que por vezes oferecem interpretações erradas. Recomenda-se sempre que se consulte os trabalhos originais dos autores, antes que se faça críticas indevidas que acabam por criar barreiras ao invés de criar pontes.

As Relações Humanas na Escola e na Sala de Aula: Sugestões

Sugerimos a seguir algumas ações que podem contribuir para o fazer diferente na escola e na sala de aula, forjando o novo, conforme Davis e Oliveira (1990).

• Primar pelas interações em sala de aula/escola: Contribuir para que as atividades sejam dadas em termos das discussões compartilhadas, em que um seja o suporte do outro, em um movimento em que o professor será o discurso de suporte ajudando e incentivando trocas, orientando para que haja o complemento das proposições com inserção ao pensar e não ao contestar.

• Procedimento de ensino: O professor não é o único a falar na sala de aula. Sem diálogo o professor está sujeito ao fracasso de sua exposição impositiva. O professor deve ser um mediador – animador – de debates e das trocas, incentivando os alunos a se relacionarem e se perceberem como complementares nas suas suposições e hipóteses. O professor deve ajudar na superação de pensamentos egoístas e baseados em falsas crenças, buscando significações mais amplas e criativas. O conteúdo tem que ser o melhor da cultura e ser compatível para conscientizar do que é real. O professor deve encorajar e valorizar o que é construído e trazido para a discussão em aula.

• Uso da linguagem: Seja verbal ou não verbal, a linguagem tem importância fundamental na comunicação de fatos e fenômenos em sala de aula. Segundo Davis e Oliveira, a linguagem deve ser pensada e lógica para transmitir o que se deseja objetivamente partindo do que se sabe para noções mais desenvolvidas e ampliadas com o objetivo de ampliação e clarificação de conceitos e conteúdos.

• O trabalho com os erros: Para Piaget, o erro está carregado de mensagens, principalmente, com a possibilidade de entender como o sujeito elaborou aquele tipo de resposta, ou seja, como a pessoa pensou sobre o que foi proposto. Para o interacionismo, o que vale é compreender o processo de aprendizagem e não o seu produto. O professor competente faz uso do erro do aluno para investir na reestruturação do que foi ensinado e ampliar os saberes sobre o conceito ou conteúdo.

• O trabalho em grupo: Como dizem, não serve para um fazer e os outros aproveitarem. O professor deve acompanhar e orientar as relações estabe-lecidas no conjunto, supervisionando para que as pessoas se tornem mais atentas, ouvintes, cooperativas conscientes de si em suas proposições e que

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aprendam a incorporar críticas feitas as suas sugestões, defendendo ideias e revendo posições. É possível que no grupo um dos participantes alcance a compreensão não alcançada anteriormente, devido a estar em pares tro-cando dentro de vivencias compartilhadas. É facilitação para humanizar pela compreensão das diversidades.

• Construção de regras coletivas: Quando uma regra é imposta pelo professor ou autoridade qualquer, a tendência é que ela seja quebrada e não seguida pela maioria. Se há cumprimento, talvez estejamos falando do medo da punição, porém, na essência, regras são desagradáveis e não convincentes. No entanto, cabe lembrar que aquilo que é vindo de fora não nos é próprio; é de outro; e não temos o mesmo nível de compreensão daquele que impõe a regra.

• Ainda sobre regras: A regra pode ser boa para quem a criou e não para aqueles que serão submetidos a ela. Portanto, a boa regra é aquela construída no grupo, cujo valor é compartilhado pelas pessoas que a assumirão e, mais especificamente, é possível a negociação das normas e a estabelecer significação para a sobrevivência do próprio grupo. As regras quando discutidas e construídas nas relações humanas passam a ter um valor e percebidas como o sentido para orientar as ações do contexto. O processo que permite a elaboração e a compreensão de regras é longo e envolve fatores afetivos e morais difíceis de serem tratadas pelo teor sensível da proposição. Assim, regras de conduta são importantes para a manutenção de grupos (sociais, da escola, a sala de aula), porém é necessário que o professor utilize recursos que supervisionem e organizem toda a discussão proposta.

• O uso da ludicidade: O lúdico refere-se a ambientes e ações que promovam o prazer e a vontade de empenhar-se no que está sendo proposto. Leva as pessoas a um clima amistoso e acolhedor em que tudo inspira harmonia e equilíbrio. Não só os jogos, os brinquedos, a dramatização são elementos lúdicos, mas, principalmente, as atitudes que elevam e estimulam, garantindo aos sujeitos confiança em si e nos outros. Um grupo lúdico é aquele que afeta os sujeitos de maneira positiva e potencializa os laços de amizade e companheirismo, no caminhar solidário e corajoso. Esse tipo de atuação docente é de vital importância para garantir a continuidade e a permanência das pessoas no grupo e firmarem-se nas relações, verdadeiramente humanas, em que um se perceba nos outros, sem deixar de ser individuo. É importante ressaltar que quando falamos em ludicidade na educação não estamos falando em brincadeiras livres, mas sim em jogos e brincadeiras que sejam prazerosas, mas também sejam estruturadas e por isso são recursos pedagógicos para que se possa ensinar algo. Em outras palavras, crianças na Educação Infantil podem participar de várias brincadeiras lúdicas, mas a escolha de cada uma delas deve ser intencional por parte do professor, com objetivos claros de desenvolvimento sejam eles motores, cognitivos, sociais, ou afetivos.

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Considerações FinaisCom isso posto, concluímos essa unidade e a disciplina de modo geral. Espe-

ramos que você tenha compreendido que a Psicologia da Educação, como uma disciplina-ponte entre a Psicologia e a Educação possibilita um diálogo entre a ciên-cia e as práticas educativas de modo que nenhuma área se sobrepõe a outra, mas ambas cooperam para a melhoria da qualidade de ensino. Educar é sem dúvidas, uma forma importante de relação entre humanos e quando tratamos de educação precisamos nos lembrar disso. Como humanos somos falhos e não há verdades absolutas. As teorias que vimos aqui nos mostram diferentes perspectivas, mas não são verdades absolutas também, elas possuem um contexto (muitas vezes diferentes do nosso contexto brasileiro do século XXI) e precisam ser analisadas em termos de contribuições, possibilidades e limites. Desenvolver o pensamento crítico é um dos nossos principais objetivos e para isso você precisa aprender a criticar também essas proposições, como já dissemos antes, não dá para criticar sem conhecer de fato o que se está criticando e por isso que enfatizamos a necessidade de que você complemente e amplie seus estudos em Psicologia da Educação, buscando mais informações sobre os autores que você gostou e mais informações ainda sobre aqueles que não gostou. Pode ser que você se surpreenda com o que vai descobrir e até passe a gostar. Esperamos também que você tenha se beneficiado desse co-nhecimento para melhorar sua própria aprendizagem e suas práticas profissionais.

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Material ComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

LivrosVygotsky: Aprendizagem e DesenvolvimentoOLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizagem e desenvolvimento. Um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

Psicologia e PedagogiaPIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1988.

VídeosCafé Filosófico - Educação e LimitesPara complementar seus estudos, sugerimos que você assista a entrevista do Psicanalista Joel Briman e do Psicoterapeuta Ivan Capelatto para o programa “Café Filosófico” da TV Cultura. A entrevista esta dividida em 6 partes, destacamos as partes 3 e 6. Os trechos estão nos sites relacionados a seguir na ordem crescente. Assistindo à entrevista, você poderá refletir com mais conhecimento de causa a respeito do papel do professor, do aluno e da família nas relações humanas na escola. Assista à entrevista e boas reflexões sobre o tema:

Parte 01https://youtu.be/y14V1HeFX9Q

Parte 02https://youtu.be/6R1lBpBL8es

Parte 03https://youtu.be/8_A2lHAk0NU

Parte 04https://youtu.be/FbZFrKb7XcE

Parte 05https://youtu.be/9Vqaw51Tz9U

Parte 06https://youtu.be/XgHBPFY0sUM

LeituraRelações Interpessoais: Abordagem PsicológicaBRASIL. Ministério da Educação. Relações interpessoais: abordagem psicológica. [Re-gina Lúcia Sucupira Pedroza]. – Brasília: Universidadede Brasília, Centro de Educação a Distância, 2006.https://goo.gl/qaerNq

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ReferênciasBAQUERO, R. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médi-cas. 1998.

DAVIS, C. e OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. São Paulo: Cortez, 1990.

FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação. Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 1979.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

LEITE, L. B. As interações sociais na perspectiva piagetiana. In: Construtivismo em revista. São Paulo: FDE, 1993, p. 41 – 47.

MAHONEY, A. A. e ALMEIDA, L. R. (org.) Henry Wallon. Psicologia e Educação. São Paulo: Loyola, 2000.

MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U., 1996.

SKINNER, B.F. (1972). Tecnologia do Ensino. São Paulo: E. P. U (Tradução de Rodolpho Azzi / Edição original de 1968).

MOROZ, M. Educação e autonomia: relação presente na visão de B.E Skinner. Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, p. 31-40, ago. 1993.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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