PROJETO 7 SIGMA - WordPress.com · 2010-09-10 · 5 PROJETO 7 SIGMA Como Funciona a Sociedade?FASE...

1PROJETO 7 SIGMA

PROJETO7 SIGMA

2PROJETO 7 SIGMA

SOMATÓRIA DAS IDÉIAS

Fase 1 - Como Funciona a Sociedade?

NOSSO IMPULSO ....................................................................................................................... 4

UM CONVITE............................................................................................................................ 5

PUXANDO O FIO

– Do Indivíduo à Sociedade ................................................................................................. 6

– Números que contam a História ......................................................................................... 7

SOCIEDADE COMO ORGANISMO VIVO

– Vida em Sistema. ........................................................................................................... 9

– Mola Propulsora ........................................................................................................... 10

– Sistema Vivo ................................................................................................................ 11

SOCIEDADE EM MOVIMENTO

– Ações ......................................................................................................................... 13

– Estratégias ................................................................................................................. 15

– Valores de sustentação .................................................................................................. 18

QUE SOCIEDADE É ESSA? ............................................................................................................. 22

JOGANDO O JOGO .................................................................................................................... 24

UMA REFLEXÃO ........................................................................................................................ 25

Fase 2 - Como nossa Sociedade Deveria Funcionar?

BRASIL, BRASILEIRO .................................................................................................................. 27

ONDAS DE TRANSFORMAÇÃO ........................................................................................................ 31

RITOS DE PASSAGEM ................................................................................................................... 34

Fase 3 - Como Fazer Acontecer este Funcionamento Ideal?

JORNADA EM DIREÇÃO AOS SONHOS ............................................................................................... 37

-Educação e Cultura ........................................................................................................ 38

-Desenvolvimento Sustentável ........................................................................................... 42

-Economia ..................................................................................................................... 43

COLHEITA ............................................................................................................................... 45

SONHO MEU ............................................................................................................................ 47

AMANHÃ ................................................................................................................................. 48

FONTES DE INSPIRAÇÃO.............................................................................................................. 49

PARCEIROS DE CRIAÇÃO.............................................................................................................. 50

3PROJETO 7 SIGMA Como Funciona a Sociedade?FASE 1

Como Funcionaa Sociedade?


NOSSO IMPULSO

A Sociedade se apresenta, hoje, como algo aque nós, muitas vezes, não queremos outemos vergonha de pertencer.

A realidade caótica e a falta de umeixo condutor do Universo humanonos torna cada vez maisinsatisfeitos e inquietos, órfãosde um modelo de Mundo do qualdesejaríamos participar.

A busca latente por essemodelo de Sociedade,impulsionada por um projetocatalisador (Sete Sigma),propiciou um encontro natural eespontâneo com pares engajadosnos mesmos ideais, desejosos decompartilhar experiências e interagircriatividade, recuperando valores morais eéticos.

Acreditamos que essa proposta represente umaoportunidade de pensar a Sociedade de formainovadora, junto a pessoas com os mesmos anseios epropósitos, gerando uma força construtiva que pode fazerdiferença na projeção de uma nova ordem mundial.

Uma motivação fundamental na decisão de abraçar oProjeto deveu-se à credibilidade e confiança em tera Amana Key como fiadora e parceira nessaempreitada, certos de que esse Trabalhopossa ser materializado em prol dareorientação da Sociedade, eque possamos nos tornarparceiros Amana emprojetos vindouros.

Temos a firme convicção deque nosso esforço criativo sereverterá em ações num curtoprazo, propiciando resultadospráticos para nossa equipe, para aAmana e para nossa Sociedade.


O sol vai surgindo no leste, tingindo de rubro as montanhas aindaadormecidas.

A vida desperta no coração do gigante Brasil, o colorido e sua paisagemvão aparecendo aos pouquinhos, e logo uma aquarela viva vai se

fazendo presente.As árvores de suas florestas, imponentes em sua magnitude serena, e

os rios caudalosos, correm ligeiros sob o calor do sol.O gigante acordou!

Gigante rico, cuja própria natureza contém a maiorparte dos recursos naturais de todo um planeta,

cuja água dos rios e lagos, fonte límpida devida, equivale a 2/5 da água doce deste

planeta.Na alma do gigante estão aqueles que

também não demoram a despertar, elogo povoam as ruas, campos,

montanhas e praias. Apressados oucalmos, sorridentes ou

preocupados, amigáveis ouindiferentes.

Juntos com a natureza, essagente vai tecendo o dia.

46 milhões de famílias, cada um submerso nosseus sonhos e idéias, que ora os afoga, ora os

leva a velejar.No que é que essas pessoas pensam?

O que fazem?Como fazem e por que?

A alma do gigante é complexa e cativante...Rica e pobre...

Alegre e triste...Terra de contrastes...Terra de extremos...

Como funciona este gigante?Viaje conosco...

UM CONVITE


PUXANDO O FIO

DO INDIVÍDUO À SOCIEDADE

A família é o grupo social básico da nossasociedade. Inicialmente, é constituída por duas

pessoas que, através da união, dividem o mesmo espaçofísico e se organizam nele. Existe entre essas pessoas uma

"assumida" relação de amor, cooperação, fidelidade,lealdade, solidariedade e respeito. Além desses

sentimentos, a busca da felicidade, a luta pela sobrevivência e o "instinto" de perpetuação daespécie humana mantém a família unida.

As pessoas trabalham para se manter e suprir suas necessidades, adquirindo e acumulando bens.

Quando a família é ampliada, com o nascimento dos filhos, o casal passa a ser responsável poreles, garantindo-lhes, com o seu trabalho, o alimento e os cuidados necessários para a suasobrevivência e crescimento físico/emocional/social.

Ao pai, pela posição hierárquica ocupada na família, cabe, de forma mais acentuada, o papel de"provedor", enquanto a mãe, além de provedora, assume também a educação dos filhos e aadministração do lar, de forma mais direta. Os filhos ficam sob a tutela e autoridade dessas duaspessoas que decidem, até uma determinada idade dos filhos, "o que é bom para eles", comodevem portar-se, orientando-os para a vida em sociedade. Essa dinâmica familiar é caracterizadapela interdependência, busca de apoio e prosperidade dos seus membros.

As famílias se organizam em comunidades, que visam suprir as necessidades comuns a todos,tais como: alimentação, saúde, lazer, educação, vestuário e segurança.

As comunidades, por sua vez, formam um sistema social mais amplo que reproduz as relaçõessemelhantes às existentes no âmbito familiar e comunitário, na busca de assegurar o bem comuma todos os seus membros.

A organização da Sociedade é um modelo ampliado da família, que se utiliza de mecanismos deorientação, segurança, educação, controle e punição, definindo direitos e deveres dos indivíduosna busca do bem estar comum.

A relação de interdependência, como fator comum a todos os sistemas sociais , torna clara adimensão de cada ação individual interferindo na família, comunidade e sociedade, gerandotransformações no sistema maior onde a sociedade está inserida.

Diante dessa relação de interdependência, cabe-nos perguntar:

o que ocorre nesse sistema social, que numa análise "a priori" nos parece tão lógico e funcional,e que buscando o bem comum gera tanta miséria, violência e exclusão?

onde está o fator desencadeador da "doença" que existe hoje na sociedade que habita o PlanetaTerra?

em que sistema tem origem a "doença" ? No indivíduo, na família, nas comunidades ou nasociedade?

o que faz com que a sociedade brasileira viva hoje com tamanha miséria, violência, eacentuada concentração de renda?

- Os indivíduos formam famílias que formam comunidades que formam a sociedade.- A interdependência é um fator comum entre todos os sub-sistemas

- As ações individuais geram transformações não somente nos sub-sistemas mas também nosistema maior em que a sociedade está inserida


NÚMEROS QUE CONTAM HISTÓRIA

ALGUNS DADOS DA REALIDADE BRASILEIRA

População:170.000.000 de seres humanos

Composição:49% homens51% mulheres

Composição racial:54% brancos40% pardos5,5% negros

Divisão por Faixa Etária:Até 24 anos: 51%25 - 44 anos: 29%45 - 64 anos: 15%Maior de 64: 5%

Localização da População:81% Urbana19% Rural

Concentração de terra:1% da população detém 63% das terras

Concentração de renda:Renda dos 10% mais ricos = 47 vezes a renda dos 10% mais pobres1% da população controla 53% da riqueza do país1% da população detém 85% do patrimônio empresarial10% mais ricos aumentaram sua participação na renda nacional

(46,7% em 1970 para 47,6% em 1997)10% mais pobres diminuíram sua participação na renda nacional

(1,2% em 1970 para 1,1% em 1997)

Classe média:23% da população = 38,8% da renda nacional

Índices de Pobreza (Renda familiar per capita, em salários mínimos):Total de famílias : 46.306.000Renda até 0,5 SM : 20%Renda de 0,5 SM até 1 SM : 23%Renda de 1 SM até 2 SM : 23%

Educação(1):6% de analfabetos24% de jovens, paulistas, se matriculam em instituição de ensino superior60 % de jovens, países desenvolvidos, se matriculam no ensino superior3% de jovens, Campinas e região, se matriculam em instituições públicas *16% de jovens, Campinas e região, se matriculam em instituições privadas*(jovens de 18 a 22 anos em instituições estaduais e federais)

Trabalho:7% de desempregados em 19993,5 % de desempregados em 1986

PUXANDO O FIO


CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

A composição de nossa Sociedade mostra umaproporção entre homens e mulheres, e entregrupos étnicos (brancos e não brancos) que levaao equilíbrio quantitativo.

No entanto, devido a processos históricose culturais, o desequilíbrio qualitativo éclaramente observado pelos indicadoressociais, especialmente os de concentração derenda e índice de pobreza.

A predominância de uma população jovem(51%), aliada a uma alta concentração urbana, gerauma pressão sobre as perspectivas de trabalho einclusão social, aumentando a responsabilidade daparcela da população que hoje responde pelasdiretrizes a serem dadas no processo social.

A classe média, formadora de opinião e socialmentemais influente, corresponde a 23% da população, e aparcela na faixa etária de 45 a 64 anos é de 15% dototal. Portanto, o espectro da Sociedade diretamenteinfluente nas diretrizes do processo social deveestar na faixa de 3% a 5% da população,

Nos últimos 15 anos, apesar do crescimentodo PIB, aumentou a concentração de renda e A taxa de desemprego duplicou.

Podemos elencar algumas das principais características do desenvolvimento social :

Concentração em grandes cidades (melhores oportunidades de trabalho)

Migrações internas (choque de culturas regionais)

Aglomerados urbanos com ausência de condições básicas de subsistência

Descaracterização da cultura histórica / arquitetônica

Aversão ao cumprimento de regras (jeitinho brasileiro)

Cai por terra o mito "é preciso crescer para depois distribuir"

Educação seletiva (oportunidade para poucos)

Fonte dos dados: (1) Adunicamp / IBGE / IPEA

PUXANDO O FIO


SOCIEDADE COMO UM ORGANISMO VIVO

VIDA EM SISTEMA

Os problemas com os quais nos defrontamos hoje sãoresultantes das ações tomadas anteriormente. Não há atosisolados e estáticos. As conexões existem. Falta-nos percebê-las. Nada acontece por si só. Dependemos das relações e dasdiversas partes que se juntam para formar um todo interligado.Este todo interligado constitui um sistema.

Vivemos no nosso dia a dia em processos sistêmicos.

Começando pelo nosso corpo, ele é composto de vários sistemas: endócrino, imunológico,nervoso autônomo, cortical, motor, nervoso periférico. Cada um deles é composto de umaquantidade enorme de partes ordenadas e inteligentes que se interelacionam.

A sociedade é composta por indivíduos, que são sistemas humanos, indo desde pequenos núcleoscomo a família, a escola, a equipe de trabalho, passando por inumeráveis intermediários deorganizações informais e formais, até unidades maiores, como nações, blocos de poder (mercadoscomuns, globalização) e sistemas transnacionais.

A terra é uma totalidade complexa de sistemas e o Universo também.

Então, o universo, a sociedade e o nosso corpo formam um conjunto de sistemas e sub-sistemasque interagem entre si e influenciam-se mutuamente.

Os sistemas são "auto-organizadores", e naturalmente procuram por equilíbrio e estabilidade.

Nós influenciamos e somos influenciados. Somos influenciados pelo efeito que nossas própriasações têm sobre os outros.

É impossível isolar completamente qualquer parte do sistema do seu todo.

A capacidade de absorver informação e de responder a ela é chamada de retro-alimentação.Essas interações formam um circuito de retro-alimentação.

Na sociedade os ambientes e os contextos mudam . A mesma ação pode não produzir o mesmoresultado. Para ser bem sucedido na adaptação e sobrevivência, um membro de um sistemanecessita de uma quantidade mínima de flexibilidade. Esta quantidade mínima de flexibilidadenecessita ser proporcional à variação do resto do sistema. Com os sistemas tornando-se maiscomplexos, mais flexibilidade torna-se necessária.

As relaçõescorpo/mente dosindivíduos tambémsão sistemas, eportantoinfluenciam-semutuamente.

Os processos que ocorrem entre um indivíduo, seu meio ambiente e a sociedade na qual eleestá inserido, são sistêmicos.

O indivíduo aparece como um elemento do sistema na imensa maquinaria da organização social.

Sistemas pressupõem conceito de estabilidade, inter-relações não se articulam no caos.Os sistema são auto-organizadores

A retro-alimentação é que torna o sistema um todoO todo é maior que a soma das partes

Adaptação e sobrevivência requerem flexibilidade


MOLA PROPULSORA

Vida é o movimento da matéria gerada pela energia.

Nossa sociedade tem como seu substrato, sua matéria, 46 milhões de núcleos familiares, cujoscomportamentos são norteados por algum tipo de propulsão, por alguma espécie de energia.

Vamos entender primeiro a que tipo de energia estamos nos referindo, e qual a diferença entrematéria e energia.

Energia é vibração, é força, é vigor. É a qualidade do sistema que dá sustentação ao movimento,à ação.

Podemos também pensar na Energia como vitalidade, entusiasmo. É o empurrão ou o puxão quesentimos.

Na natureza a energia está constantemente se modificando. No nosso dia a dia, tambémfrequentemente agimos sobre a nossa energiapara mudá-la, concentrá-la, liberá-la eredirecioná-la. Equivale a dizer que existe umfluxo continuo e aberto de energia que circulaatravés dos sistemas.

Toda energia se decompõe em outra forma deenergia, portanto tudo está em movimento ,em vibração constante.

Mas como funciona isto num indivíduo ou numa sociedade?

A mola propulsora de uma sociedade, sua energia, são seus valores, suas crenças. Estes podemser valores de expansão e de desenvolvimento, como também podem ser limitadores, inibidores.

Quando a sociedade passa por grandes reveses, ela sofre grande perda de energia. Por exemplo,situações de impeachment, de explosão de violência, tornam a sociedade doente, letárgica,retraída, desacreditada. A Sociedade recua, se fecha. A qualidade da energia afeta o seu livrefluxo.

Tudo no mundo está constantemente mudando. Se fizermos uma excursão pela nossa históriavamos observar que a evolução dos meios de sobrevivência e novos estilos de vida fizeram comque certos valores mudassem. A cadeia de sistemas de valores cresce e evolui à medida que osindivíduos se desenvolvem.

Os indivíduos e as sociedades, a que eles pertencem , mudam de valores de tempos em tempos.Entretanto o núcleo de valores, a essência, permanece ao longo do tempo.

SolidariedadeCooperaçãoHonestidadeIntegridadeLiberdade

RespeitoJustiça

Esses valores constituem uma ética maior, sem a qual a qualidade de ser (verbo) humano sedilui, sem a qual a sociedade se retraí.

Mas por que estamos caminhando em direção contrária a essa ética, sem a qual a sociedadenão se sustenta ?



SISTEMA VIVO

Ao pensar no funcionamento dasociedade como um sistema, estamosfocando os indivíduos, o conjuntoambiente - sócio - cultural destesindivíduos e as inter-relações existentes.Partindo deste princípio podemos dizer quea sociedade é uma tríade.

Indivíduo, o outro, e o sistema devalores e crenças (expressados no conjuntoambiente - sócio - cultural) sãomutuamente essenciais. Nenhum dos trêspode existir sem os demais.

Existe um relacionamento funcionaldefinido entre a vida do indivíduo e a dogrupo.

O comportamento de cada indivíduo é aceito pelos seus semelhantes, quando subordinado aparâmetros, denominados Valores e Crenças.

Estes determinam os acertos e equívocos das inter-relações criadas na sociedade.

As incongruências são normalmente resultado de conflito de valores.

Valores nos movem a ir ao encontro de......

Ou nos afastam de......

Valores são em grande parte inconscientes e, num nível profundo, norteiam a real intenção doindivíduo, enquanto ser humano. Os valores governam todos os comportamentos humanos.

Crenças estão ligadas a valores. Cada crença está ligada a um certo valor, que provavelmente éinconsciente. As crenças são mais conscientes que os valores e são generalizações de nossas ações,acerca do que estamos fazendo, ou do que precisamos fazer. São declarações internas de comoacreditamos que seja o mundo.

Um sistema de crenças é um conjunto de crenças organizadas em torno de um valor elevado.

As fontes formadoras de valores se originam de eventos significativos que ocorrem em váriosambientes:

Família, relações sociais, educação formal, religião, localização geográfica, situações deeconomia, eventos históricos significativos, mídia.

Cada indivíduo (corpo e mente) é um sistema vivo, complexo na sua definição e no seufuncionamento. E vivendo em relações de inter-dependencia com outros indivíduos, formam umasociedede, que também é um sistema orgânico.

Corpo = IndivíduosMente = Valores (Mola propulsora)

Podemos enxergar nossa sociedade como uma árvore. O tronco de uma árvore desenvolve-seorganicamente a partir de uma semente, crescendo com o suporte de uma rede oculta de raízesque mergulham profundamente no solo, provendo força e sustentação.

Existe uma outra rede de "raízes" que se orientam para a luz e para o ar provendo outro tipo denutrição que são os galhos e folhas. As raízes e os galhos tanto moldam como são moldados.



Nossa sociedade tem suporte em uma rede interna de raízes invisíveis:

Raiz principal sustenta um valor - ao redor de cada valor, raízes secundárias, que são as crenças.

nossos valores e crenças pessoais, culturais, sociais

NOSSA ENERGIA

Externamente (galhos e folhas) a sociedade se expressa através de:

indivíduos, famílias, relacionamentos profissionais, comunidades, instituições e o sistema global doqual somos membros.

NOSSA MATÉRIA

Compreendemos até aqui que:

a nossa sociedade está inserida num sistema global

indo de sistemas mais complexos para sistemasmais simples

ela é a expressão de seus indivíduos por meio de sistemade valores

existe um fluxo livre e contínuo de energia (nossosvalores)

este fluxo forma um sistema aberto

Podemos portanto inferir que este sistema vivo épassível de mudanças, pois é dinâmico. O sistema devalores é a base para alavancagem de mudanças. Ele é oque, antes da ação, nos motiva, e após É nossa referência.

Mas para podermos pensar em mudanças, precisamos entender ofuncionamento deste sistema - sociedade brasileira - para saber comoela está organizada e como as intermediações ocorrem.




AÇÕES

O funcionamento da Sociedade é resultado doscomportamentos e ações de todos os seus integrantes,

acrescido dos efeitos decorrentes da interligação einterdependência entre eles. Desta forma: o "todo" é sempre maior que a

"somatória" das partes.

Todo comportamento/ação individual tem estímulos que buscam satisfazer as necessidades ecarências de cada um.

O "estímulo" chuva desencadeia um comportamento de buscar um guarda-chuva ou uma capa,ficar embaixo de um teto ou sair para se molhar. De qualquer forma sempre um estímulo "motiva"o indivíduo para uma "ação".

Se considerarmos a "família" como o sistema social básico, identificaremos na sua dinâmicanormal, comportamentos/ações como: prover, proteger, desenvolver, estimular, trocar, etc., quesão decorrentes de papéis familiares e estão sempre relacionados com a satisfação dasnecessidades dos seus membros, tais como: alimentação, proteção, crescimento, educação,segurança, afeto, independência, perpetuação, etc.

Naturalmente, essas necessidades são diferentes entre os indivíduos e entre as famílias, porémseguem obrigatoriamente uma determinada hierarquia que vai desde as necessidades mais básicas(alimentação, proteção, segurança, etc.) até níveis mais sutis, como: reconhecimento, prestígio,transmissão de valores, auto-estima, etc.

A sociedade portanto é um sistema organizado, onde através da especialização de atividades eda divisão do trabalho, disponibiliza produtos e serviços aos seus integrantes de forma asatisfazê-los nas suas necessidades. Para tanto utiliza-se de um sistema de Comunicação onde adivulgação desses produtos/serviços mantém e fortalece a relação de Produtor e Consumidor.

Assim, encontramos na sociedade diferentes sistemas que, de uma forma mais produtiva,racional e eficiente, desempenham os papeis que originalmente eram de responsabilidadeexclusiva dos membros da família, tais como:


Na dinâmica da Sociedade (funcionamento dos sistemas),podemos observar ações que buscam assegurar os objetivospróprios dos sistemas e que, naturalmente, sãoinfluenciados pelas diferenças individuais dos seusintegrantes e de outros sistemas, formando assim uma"teia de relações" que numa análise de valores poderiaser classificada como positiva ou negativa.

Essas relações são observadas nas ações sociais de:

Cobrança, elogio, punição, controle, julgamento, inclusão,exclusão, premiação, manipulação, etc.

A sociedade, através dos diferentes sistemas, disponibiliza produtos e serviços criando a relação“Produtor” - “Consumidor”.



ESTRATÉGIAS

A Sociedade organiza os seus " sistemas sociais " procurando utilizar aespecialização dos seus integrantes (conhecimentos específicos adquiridos)e a capacidade destes em criarem produtos e serviços que atendam asnecessidades específicas dos seus membros.

Portanto as ações observadas nestes sistemas tem obrigatoriamente um"foco orientado" para a busca da satisfação das necessidades dos integrantes

da sociedade.

Essas estratégias são orientadas sempre no sentido deidentificação dos membros da sociedade e das suas

necessidades, buscandoprodutos eserviços

que assatisfaçam.

Descreve-se a seguirestratégias de algunsSistemas Sociais:

Sistema de Segurança:os seus integrantes, no papel

de Representantes dos grupossociais (deputados, vereadores,

síndicos, diretores de escola, etc.)criam leis, normas e regulamentos

que visam o bem estar social e aintegridade físico/psíquico/emocional

dos seus representados.

Essas regras sociais criadaspodem ser absolutamente claras,

como nos casos de Leis eRegulamentos oficiais, bem como podem ser

implícitas nos "costumes" e "hábitos sociais" dosmembros da sociedade.

A proibição de ultrapassar um determinado limitede velocidade é muito clara no Código de Trânsito, mas igualmente "proibido" é entrar na casa dovizinho, no horário de refeição e se alimentar, mesmo estando com fome, sem ter sido convidado.(regra social não escrita)

A prática dessas regras define um "estilo/jeito" de viver da sociedade.

A sociedade, buscando complementar os sistemas de segurança existentes, tem criado sistemasparalelos gerando com isso formas diferentes de convívio social. Um exemplo desta situação é aforma de vida em Condomínios, onde um grupo de cidadãos decide assumir particularmente asresponsabilidades de segurança, que é papel do Poder Público. Esses agrupamentos sociais criamum jeito próprio de viver, com vantagens e desvantagens em comparação com o modelotradicional de vida em sociedade.



Sistemas de Produção e Comercialização: tem como principais responsabilidades oatendimento das necessidades da sociedade através do fornecimento de produtos e serviços.

Para tanto as regras do seu funcionamento passam obrigatoriamente por:

Identificação do Mercado (conhecer o cliente);

Definição e divulgação dos produtos e serviços demandados por esse mercado;

Estruturação racional da produção: dimensionamento de recursos necessários (máquinas,instalações, mão de obra, equipamentos, fornecedores de matéria prima, parceiros comerciais,etc.), definição de processos de fabricação, controle e avaliação de resultados;

Estruturação de um sistema de logística/distribuição;

Criação de formas de pagamento e cobrança;

Feed-back dos clientes para reavaliação da "qualidade" e adaptações necessárias.

Sistema Educacional: é responsável pela transmissão de conhecimentos e valores daSociedade. Para tanto, se utiliza de mecanismos Formais (Instituições Educacionais) e Informais(família, comunidade, Instituições religiosas, sindicatos, partidos políticos, empresas).

A definição do processo educativo e dos seus objetivos educacionais demandam a formação deprofessores, aquisição de recursos, organização de conteúdos e critérios avaliativos.

O acesso a esses mecanismos depende fundamentalmente dos recursos existentes na sociedade,das condições sócio-econômica dos seus membros e do interesse dos indivíduos na educação, quedecorre do próprio processo educacional.

Como forma de compensar as dificuldades próprias do sistema oficial de educação, a sociedadese organiza em trabalhos voluntários, através de Igrejas, Sindicatos, Comunidades, Associações, oque permite uma maior inclusão social dos membros/indivíduos.

Sistema de Comunicação: A comunicação tem como finalidade tornar comum umadeterminada mensagem. Ela se compõe portanto de três elementos básicos:

Trata-se de umrecurso utilizado portodos os demaissistemas, paraoperacio-nalização dassuas atividades.

Os meios decomunicação são"apropriados" às realidades específicas de cada sistema. (objetivo, público alvo, linguagemutilizada, recursos disponíveis, tempo desejado de resposta, etc.), o que gera diferentes formasde comunicação.

Os meios mais utilizados na nossa sociedade são:

Jornais, revistas, rádios, TVs, Internet, Out-doors, telefones e panfletos.

O sistema de comunicação, na maioria das vezes, restringe-se à informação de uma mensagemcuja reação/resposta do receptor (retro-alimentação) pode ocorrer imediatamente, a médio oulongo prazo, e numa intensidade que reflete o impacto dessa mensagem no seu processomotivacional.



Sistema Político: tem como finalidade garantir direitos e deveres aos seus cidadãos. ASociedade elege representantes políticos que elaboram leis, cobram a sua execução e estabelecemformas de punição para aqueles que as desrespeitam, constituindo assim os Poderes Legislativo,Executivo e Judiciário. Esses três poderes agem muitas vezes sem sintonia, e com pouca afinidadecom a sociedade que representa.

Na medida em que estes representantes conseguem transformar em ações os anseios dasociedade, eles estarão fortalecendo a sua representatividade e ampliando a sua base política.

Baseados nesse modelo, os demais sistemas sociais definem regras de convivência,reproduzindo em escala menor os três poderes citados.

Como exemplos desses sistemas temos os Sindicatos, Partidos Políticos, Condomínios,Associações, Clubes, Órgãos de Classe, etc.

À medida que os interesses individuais ou de grupos se sobrepõem aos interesses coletivos,surgem as distorções sociais tais como: exclusão, miséria, violência, fome, etc.

Os sistemas sociais buscam o atendimento das necessidades dos seus membrosUtilizam-se das especialização dos seus integrantes e da capacidade destes em criar produtos

e serviçosEm qualquer dos Sistemas Sociais, as distorções ocorrem à medida que os interesses

individuais/grupais se sobrepõe aos interesses coletivos.



VALORES DE SUSTENTAÇÃO

Como mola propulsora da sociedade, osvalores e princípios dão sustentação às leis,normas e regras que regulam a conduta dasociedade. Estas, por sua vez, são criadas pelosindivíduos que também pautam sua conduta no seupróprio sistema de valores. Os valores e crenças dasociedade constituem suas raízes. A não aplicação das leis,normas e regras tem sua origem na desvinculação dos valoresque a originaram.

Estamos vivendo uma clara fase de transição. A sociedadeatual é tão diversa da sociedade da segunda metade do século XXquanto esta se diferenciou da sociedade da primeira metade domesmo século.

Os valores que moldam a sociedade vão se alterando ao longodos tempos, a realidade muda. Nunca na história da humanidadehouve tantas transformações sociais radicais como no século XX .

A velocidade de mudanças é cada vez maior, nos últimos 5 anosa velocidade de mudanças foi maior que nos 50 anos anteriores.Com isso a conduta da sociedade vai se moldando frente a estaavalanche de mudanças, ora positivas, ora negativas.

Necessidades vão se alterando e também o critério de importância delas.

Vamos focar algumas paisagens deste cenário:

Na nossa sociedade, o valor econômico simboliza dogmas ecrenças fundamentais. A crença no progresso material ilimitado,o dogma do poder econômico na busca de acúmulo de riquezas e

bens materiais mostra que as satisfações econômicas por si sósão socialmente importantes e muito significativas.

O trabalho, atividade econômica, tomou proporções exacerbadas. O homem trabalha porposições, privilégios e direitos econômicos. Por esses valores travamos verdadeiras guerras,adoecemos e até morremos.

As mudanças econômicas no cenário internacional afetaram toda sociedade brasileira. A parcelada população que hoje responde pelas diretrizes econômicas precisou se adaptar a uma ferozconcorrência estrangeira. Isto gerou como valor a competição predatória. A regra explícita nestecaso é a supervalorização do bem material, e a regra implícita é o esforço desesperado para salvara classe média.

A classe média brasileira tem gosto pelo "Status". Um dos indicadores deste valor é número decarros/pessoas. Na década de 70, essa relação era de 1 para 30. Hoje esta relação aumentou: 1carro para 8 pessoas. Outro indicador é a compra de aparelhos eletro-domésticos, a classe médiaconsome 90% dos televisores comercializados no país. Somos incentivados a comprar muitosprodutos desnecessários.

Este valor está em mutação em função de novas realidades: instabilidade nas relações detrabalho, necessidade de investir na educação dos filhos e na nossa, descrença total em açõessociais do governo na área de saúde, previdência e segurança.



A turbulência gerada pela abertura da economia nacional,globalização, competição predatória e necessidade de

sobrevivência das empresas modificou o mercado de trabalho. Oque antes era natural passou a ser ameaça.

Hoje a ameaça do desemprego é permanente. Até mesmo os jovens vivem a ameaça de seremdescartados no momento de ingressar no mercado de trabalho. Instala-se, então, a crença de quena sociedade não há lugar para todos. Sentimemtos de isolamento, estar indefeso, ser impotente,começam a proliferar. Função e lugar são requisitos para que o indivíduo se sinta pertencente auma sociedade.

Paralelamente, nesta turbulência dois valores ressurgem como sustentação de sobrevivência nomercado de trabalho: empreendedorismo e educação contínua.

A Secretaria de Educação do Ministério da Educação e Cultura elaborou através de ampladiscussão, entre 1995 e 1998, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.Esta proposta tem como valor central a educação para a cidadania. E tem como valor colateralorientação e busca da coerência das políticas de melhoria da qualidade do ensino, na sociedadebrasileira como um todo, a partir da socialização das discussões, pesquisas e recomendações.Paralelamente, o projeto Parâmetros em Ação vem para impulsionar o desenvolvimento profissionalde professores estaduais e municipais. "Parâmetros em Ação" tem como valores: construçãocoletiva do conhecimento pedagógico, capacitação profissional do professor, aprendizagem emparceria e reflexão solidária.

Questões relacionadas a ética, trabalho, consumo, pluralidade cultural, meio-ambiente, saúde eorientação sexual foram incluidas nos Parâmetros Curriculares, visto que estes temas englobamdireitos e responsabilidades em relação à vida pessoal e coletiva.

A lei de Diretrizes e Bases (LDB) do Ensino Fundamental tem como propósito, e portanto comoregra explícita, identificar o que impede a criança de aprender e descobrir suas múltiplasinteligências, e como regra implícita diminuir a desistência escolar em função dos índices dereprovação.

Embora esses projetos do Ministério da Educação e Culturatenham introduzido significativas mudanças no sistema de ensino

fundamental, existem muitas lacunas, por exemplo a LDB nasescolas públicas está funcionando como "aprovação por decreto",

se desvinculou totalmente dos valores que a originaram. Alémdestas, muitas outras lacunas existem no sistema educacional

brasileiro, indo da alfabetização à pós-graduação.

A maior parte dos jovens que ingressam no ensino superior público-gratuito e de melhorqualidade estudou em escola particular. Em 16 anos de vestibular na UNICAMP, apenas em umaocasião (1998) o primeiro colocado veio de escola pública.

Vivemos a era da informação, do conhecimento. Passagem da manufatura (pago para fazer) paraa cerebro-fatura (pago para pensar). Grupo emergente dos "trabalhadores de conhecimento".

Conhecimento passa a ser valor, a ter inclusive valor monetário.Indivíduos passam a ser remunerados pelo conhecimento e nãopelo trabalho manual, independente de ser qualificado ou não.Esta mudança de valores nas organizações requer mudança de

valores nos indivíduos, a educação formal passa a ser exigência.

Para permanecer no mercado de trabalho, como empregado, empregador ou autônomo, o brasileiroprecisa da educação formal. Na década de 70, cursos de pós-graduação eram somente para aquelesque optavam por carreira acadêmica; hoje conhecimento vale muito, portanto formação vale muito.



Esta sociedade que valoriza tanto o conhecimento, a informação, tem duas faces:

uma que torna conhecimento acessível e espera que todos possam se aperfeiçoar, a face dasregras explícitas.

outra que produz distorções, leva as pessoas ao tecnostress (stress decorrente da relaçãoinformação/tecnologia/rapidez), ao isolamento, à depressão, ao alcoolismo e à agressão.

A sociedade do conhecimento é dotada de mobilidade, nela as pessoas não mais permanecemonde nasceram, seja geograficamente ou em termos de posição e status social. Este jeito defuncionar faz com que a pessoas percam suas raízes, tanto geográficas e ocupacionais, comorelacionais (grupos de associação).

Surge então a necessidade de ressuscitar um outro valor: vida emcomunidade, principalmente para aqueles que vivem nas grandescidades. Na sociedade do conhecimento não se pode contar mais

com família, vilas, pequenas comunidades. Somos seresbiológicos, temos necessidade de afiliação.

Quem enfrenta os desafios da sociedade do conhecimento?

Um setor social novo e independente vem progressivamente crescendo na sociedade brasileira -o 3º SETOR - Este tem como mola mestra a cidadania. Aí os indivíduos podem contribuir, terresponsabilidade, participar significativamente, ser "voluntário". Esses voluntários não são maisajudantes, são parceiros. Cada vez mais , as organizações sem fins lucrativos empregamexecutivos em tempo integral e o restante da equipe é composta por voluntários. O valor intrínseconeste caso é a busca de comunidade, compromisso e contribuição.

A nossa sociedade está complexa, ampla e difusa. Não é maispossível exercer a cidadania, a participação responsável. O que

nos resta fazer como cidadão é votar e pagar impostos. Semcidadania não pode existir o compromisso responsável que cria o

cidadão e consolida a sociedade.

Em relação à justiça, os valores de sustentação, as regras explícitas, são igualdade e eqüidade,e as regras não tão claras são os privilégios de um em detrimento de outros. As leis criminais,originadas por legisladores representantes da nossa sociedade, estabelecem punições para casosespecíficos, conforme sua gravidade. No entanto, vemos criminosos, conhecidos como tal pelasociedade, agindo em liberdade com a conivência e proteção de parcela dessa mesma sociedade,muitas vezes amparada pelo próprio sistema legal.

A segurança pública e pessoal tem como regra explícita a proteção, e muitas e muitas outrasnão claras e não compreensíveis.

A criminalidade vem crescendo assustadoramente e o desempenho da segurança pública estámuito abaixo do necessário e desejado.

As distorções deste sistema tem criado um ramo novo de negócios a serviço do medo: consultoriasespecializadas em segurança a grandes empresários e órgãos do governo, empresas privadas desegurança, proliferarão de condomínios residenciais, que criam verdadeiras bolhas sociais.

O sistema de valores da sociedade brasileira inclui a diversidade de raças, credos, culturas,tradições e pluralidade partidária.



Podemos dizer que a sociedade brasileira está se tornando acomodada.

A família está se tornando mais importante. Independente do grande número de divórcios,separações, lares desestruturados, pais que por razões profissionais não viram seus filhoscrescerem, a família está realmente se tornando mais importante para os indivíduos, maisimportante como vínculo voluntário, não por necessidade. Podemos observar que nossos jovens,passada a fase da rebeldia, da adolescência, sentem uma vontade muito maior de estar perto dospais e irmãos do que os jovens da geração de 40/ 50 anos atrás. Hoje a classe média tem maiorescondições de sustentar seus jovens por mais tempo em casa, custeando inclusive a educaçãocontinuada.

O Instituto Vox Populi aponta que a sociedade brasileira tem buscado fazer opções de compra ede voto que não promovam uma revolução em suas vidas. Sondagem realizada pela ConfederaçãoNacional da Industria (CNI), mostra que quem ameaçar com o caos não ganha eleição. O sistemaestá procurando por estabilidade, está buscando a auto-organização.

Pesquisa quantitativa e horizontal - avaliação de todas as classes sociais - realizada pela CNI/IBOPE, sobre o grau de satisfação do brasileiro com a vida, revela um fato interessante:

Até 1994: PIB aumentava Satisfação aumentava

PIB diminuía Satisfação diminuía

A partir de 1995: PIB diminuía Satisfação se mantinha ou aumentava

* PIB = conjunto da produção econômica brasileira

Isto reflete uma transição de valores. Na 1ª situação, fatores econômicos preponderavam. Na 2ª,valores como: estar bem consigo mesmo, melhor educação, mais saúde, relações afetivasfamiliares e outras, passaram a ter maior impacto no grau de satisfação com a vida do brasileiro.

Segundo esta pesquisa, setores como telefonia, tecnologia, educação, transporte, saúde eagricultura melhoraram.

Violência, corrupção e segurança pública pioraram.

Isto nos leva a crer que a nossa mídia, principalmente a mídia televisiva, vai mal, está doente,não apanha toda a realidade, está desvinculada de seu propósito maior: fidelidade e abrangênciadas informações, sem filtros.

A pesquisa acima nos permite inferir que a sociedade brasileira, inserida num cenário deterremoto internacional, está buscando mudar rumos na área social, sem grandes revoltas contra oEstado.



QUE SOCIEDADE É ESSA

Encontramos atualmente narealidade Brasileira uma sociedadeque se apresenta com grandediversidade de condições sociais,que vão desde uma concentraçãode renda e propriedadeextremamente acentuada, até oslimites considerados inferiores àlinha de pobreza.

É uma sociedade que secaracteriza pela polaridadeconstante entre:

O esforço de uma parcela da população na busca da solidariedade (ONGs, Comunidades, ajudafamiliar, etc.) e o egoísmo acentuado de uma grande maioria buscando vantagens pessoais.

O desenvolvimento científico/ tecnológico e o analfabetismo, com precárias condições de vida(mortalidade infantil, fome, falta de moradia, doenças contagiosas, etc.).

O desenvolvimento econômico gerador de riquezas (grandes fortunas, 8a.economia mundial,tecnologia de ponta, etc.) e a miséria.

Assim, num enfoque mais acentuado das características preponderantes da nossa sociedadepoderíamos identifica-la como;

Egoísta: centrada em valores individuais, em detrimento do bem coletivo.

Submissa: seguidora das normas de um mundo globalizado, aceitando regras que muitas vezesnão atendem aos interesses nacionais.

Materialista: valorização do ter em detrimento do ser, fortalecendo as diferenças sociais edistanciando cada vez mais as pessoas em função do seu poder aquisitivo.

Imediatista: busca resultados a curto prazo, independentemente dos meios utilizados. Perde-seportanto a visão de um futuro, gerando uma ansiedade nas pessoas para o “aqui e agora”, epouca atenção para valores mais “sutis” (reconhecimento, auto-estima, etc.).

Calculista: só se interessa por resultados quantificáveis, colocando em plano secundáriocuidados com ecologia, educação/formação , saúde, entre outros.

Competitiva: utiliza-se da deslealdade no alcance do sucesso, criando e permitindo propagandasenganosas nos sistemas produtivo/comercial, educacional e político.

Seletiva: exclui e inclui conforme suas conveniências, causando uma valorização dos jovens,pelo potencial de consumo, e pessoas economicamente ativas, ao mesmo tempo que exclui osvelhos , desempregados e aqueles sem poder aquisitivo para o consumo.

Insegura: falta de confiança generalizada entre as pessoas (indústria do medo), onde começama aparecer verdadeiras “inversões” de papéis, como por exemplo o sistema de proteção nasfavelas que é garantido por alguns “marginais” da sociedade.

Apesar das características “negativas” aparecerem com maior intensidade, observa-se também queem muitas situações ela se apresenta como;

Solidária: ajuda mútua, ONGs, comunidades sociais, campanhas beneficentes, etc. Existe umfortalecimento do “terceiro setor” que representa uma terceirização do papel da Sociedade noque se refere às suas responsabilidades sociais.


Otimista: alimentada por uma esperança de melhores condições de vida. O pai deseja um futuromelhor que o seu para os filhos. Estes, por sua vez, se esforçam para conciliar trabalho e estudono sentido de uma melhoria social. As comunidades criam trabalhos para os seus membros(mutirões para construção de casas, associações para trabalhos artesanais, etc.) visando ocrescimento profissional, social e pessoal dos seus integrantes.

Trabalhadora: não mede esforços para sobreviver, através de um forte “empreendedorismo”,que representa muitas vezes assumir riscos em jornadas longas e até dupla jornada de trabalho.

Criativa: encontra meios de sobrevivência num mercado que se torna cada vez mais informal,utilizando-se dos escassos recursos existentes para criação/improvisação de “negócios” queajudem na sobrevivência.

Índole Pacífica: Facilidade em administrar crises, boas relações internacionais, boa aceitaçãode diferentes culturas e etnias, capacidade de adaptação às migrações internas.

Religiosa: possui um sincretismo religioso que alimenta a esperança e fortalece a“solidariedade” entre as pessoas, reduzindo significativamente as dificuldades geradas pelomodelo social.

A Sociedade Brasileira assemelha-se a um terreno, onde é possível encontrar pântano,poças de água limpa, parte arenosa, diversas vegetações e tipos de terra, mas que carece de

cuidados como: estudos do solo, adubação da terra, canais que permitam o acesso da água àspartes arenosas, ampliação da vegetação, cuidados com irrigação, colheita, replante, etc.

O importante é não perder de vista o grande potencial existente no terreno.

QUE SOCIEDADE É ESSA


JOGANDO O JOGO

Jogar o jogo SOCIEDADE pressupõe entender que a vida,pessoal e coletiva, acontece em processos sistêmicos,múltiplos, simultâneos e complexos. Significacompreender que a vida acontece além das jogadas que

atendam aos nossos anseios de sobrevivência.

As regras deste jogo são dinâmicas, se alteram constante e rapidamente. Com isso, nossos anseios,aspirações e resultados também mudam. Ganhar este jogo significa ir além das jogadas que atendamaos nossos anseios de sobrevivência, significa extrapolar limites.

A sociedade brasileira está atenta às mazelas de seus jogadores: (instituições e instituídos), eao mesmo tempo está carente de jogadas alternativas capazes de resolver o impasse generalizadode diversos setores sociais, principalmente os públicos: saúde, segurança, previdência, educação.Está carente também de alternativas para variáveis como corrupção, desemprego, concentração derenda, dentre outros.

O processo de globalização, aliada à evolução das comunicações em tempo real, oestabelecimento da sociedade do conhecimento, do mercado de capitais, dos serviços, serviu paradespertar a consciência de cidadania. Embora estejamos no despertar desta consciência, ela já serevelou forte o bastante para motivar diversas iniciativas da sociedade civil pela conquista de umavida digna e saudável, e pelo direito à inserção socio-cultural de todos os brasileiros, tanto localcomo globalmente. Esta é uma esperança real para se ganhar o jogo.

Na vida como ela é, vivemos prioritariamente sob a hegemonia de um modelo dedesenvolvimento baseado em relações econômicas que privilegiam o mercado e usam a natureza eos seres humanos como recursos e fonte de renda. Este jeito de funcionar traz como marcaregistrada a exploração da natureza, desconsiderando os sinistros custos sociais decorrentes, eignora a preservação de nosso patrimônio ecológico.

Nesta jogada, os que apostaram que o crescimento econômico, por si só, melhoraria ascondições de vida da sociedade como um todo, perderam.

O item “Números que Contam a História” confirma esta afirmação. Fazer a distribuição derenda de forma mais justa é uma jogada difícil, demanda tempo e a participação de instituiçõespúblicas e privadas.

Existe um conflito de crenças entre a supremacia da esfera econômica com relação às deinclusão social, desenvolvimento sustentável, sentido do trabalho e oportunidades iguais paratodos os jogadores da sociedade brasileira.

A tensão entre competição e desigualdade de oportunidades faz com que, neste jogo, muitasregras não dêem a cada jogador os meios para conciliar a competição saudável com a cooperaçãoque reforça a solidariedade e une todos os jogadores.

Na sociedade do conhecimento, o excesso de informação num contexto instantâneo faz com que elase concentre nos problemas imediatos, perdendo a capacidade de criar estratégias de longo prazo.

É preciso buscar um eixo flexível e harmonioso em torno do qual tantas contradições e extremospossam se integrar.

Reinventar a maneira de "jogar": legislar, executar, administrar e fazer negócios, para o bem dosistema que sustenta a todos nós.

Esta visão nos obriga a realizar uma profunda correção de rumos e uma conseqüente revisão emnossos rítmos.

Não desistir...

Há lugar para todos nós....

A MISSÃO é POSSÍVEL....


P.R.Sarkar,Janeiro de 1975

Apesar do seu advento nessa terra há milhares de anos atrás, ahumanidade ainda não está capacitada a construir uma sociedade bem

integrada e universal. Isso não é de modo algum indicativo da glória dointelecto e da erudição humanas. Vocês que compreendem o apuro, que

realizam a urgência, que viram a dança desnuda do mal e ouviram arouca gargalhada das forças desagregadoras, devem se atirar nessa

nobre tarefa sem mais demora. Quando os fins são justos e nobres, osucesso é inevitável.

UMA REFLEXÃO

26PROJETO 7 SIGMA Como Nossa Sociedade Deveria Funcionar?FASE 2

Como nossaSociedadeDeveria

Funcionar?


BRASIL, BRASILEIRO...

Terra de samba e pandeiro...

Isto é muito bom, mas queremos transcenderpara muito além disto.

Queremos inserir o Brasil num contextodiferente do atual. Estamos tendo a coragem einiciativa de buscar alternativas que possam nos

levar a uma redescoberta do nosso Brasil, para queele realmente seja nosso e seja um Brasil Cidadão.

Esta nova realidade se apresenta ao mesmo tempo comodesafio e mistério.

Os desafios terão que ser respondidos por uma conjugação deesforços dos diversos setores sociais, numa proposta sistêmica e não

apenas com a vontade individual. É preciso acreditar e avançar, énecessário ousar.

Se olharmos para um passado recente, os últimos trinta anos de nossahistória, poderemos constatar que a consciência ambiental entre nós cresceu

bastante. Se olharmos para o presente, qualquer observador atento reconhece aocorrência cada vez mais freqüente de desastres ecológicos causados pela ação humana.

Fazendo uma projeção para o futuro, é seguro dizer que o cenário é de acelerada degradaçãoambiental, e que os impactos econômicos, sociais e culturais estão apenas começando.

Para que a sociedade seja “ecológica” é imperativo que façamos profundas reavaliaçõesde valores, metas, visões sociais e planos econômicos.

Para que possa existir responsabilidade ambiental, temos que ser portadores de novosvalores e novos paradigmas. Um dos critérios de evolução e meta da sociedade deve serdefesa ambiental, qualidade de vida e bem-estar, em oposição a crescimento do PIB,progresso a qualquer custo e avanço tecnológico não contextualizado.

Outro elemento a considerar na arquitetura da sociedade ideal é a questão tecnológica. Nãoqueremos e nem podemos desprezar os avanços tecnológicos, mas civilizá-los em seus excessos,discipliná-los, contextualizá-los, colocar limites entre o endeusamento da tecnologia, que gera asociedade mecanicista, e os princípios universais e humanos.

Nós adotamos um modelo de desenvolvimento espelhado na cultura do Hemisfério Norte, modeloesse que absorve a tecnologia gerada por aquele povo. Neste modelo, pressupõe-se estar trocandotecnologia por acesso a desenvolvimento, conforto material e qualidade de vida.

Para satisfazer seu desejo de poder e supremacia, os países do 1º mundo empregam sua forçapolítica, econômica e intelectual de maneira imprópria, forçando as sociedades subdesenvolvidas eem desenvolvimento a se tornarem dependentes. Nós nem sempre temos a consciência de queestamos sendo explorados, por isso os exploradores mantêm sua dominação por tanto tempo.

Este modelo traz também a importação de padrões culturais e comportamentais que, além deterem valores diferentes dos nossos, são uniformizadores, massificam a vontade nacional ecolocam a nossa criatividade em dependência externa.

Além disso, este modelo importado se pauta no uso intensivo de energia: eletricidade, petróleo,gás, madeira, carvão, energia atômica. A aplicação deste modelo exige sempre grandes somas decapital, de empréstimos externos, ampliando a nossa dependência a esses povos.


Para se construir a sociedade ideal, precisamos despertar a confiança em nós mesmos,tendo em mente a certeza de nosso enorme potencial humano e de recursos naturais,conscientizando-nos e valorizando nossa cultura com sua imensa diversidade e anseiosregionais.

Devemos buscar soluções ao alcance das comunidades (Estados, cidades), soluçõessimples e de baixo custo, realizadas em pequena escala e que utilizem a mão de obraofertada abundantemente.

É necessária a preparação para se libertar da escravidão do capital internacional, passandoa utilizar com eficiência as possibilidades de recursos existentes no Brasil.

Por exemplo: energia eólica, abundância de energia solar, navegação fluvial (para tirar aeconomia brasileira de cima do caminhão!).

Esta sociedade do consumo e da cultura industrial, que estamos vivendo hoje, não vai nos levara um futuro próspero e saudável. Ela é fundamentalmente insustentável e vai nos levar a umcolapso, que pode acontecer daqui a cinco, dez, vinte ou trinta anos, isto não temos como precisar.Melhor dizendo, há uma série de colapsos que já começaram a acontecer. Esta sociedade não sesustenta, porque está centrada no consumo de capital - nós estamos consumindo nossas maioresriquezas: naturais, culturais e humanas.

A sociedade ideal, para se sustentar, deverá viver do desfrute de seus recursos, e não doseu consumo indiscriminado. Temos que mudar de pensamento, resignificar o que éprogresso e desenvolvimento tecnológico.

Progresso e tecnologia significam movimentar mais máquinas, ter mais bens para seremconsumidos, ou significam mais qualidade de vida, bem-estar e felicidade para um maiornúmero de pessoas?

Nossa sociedade está comprometida com o capitalismo exploratório. Este sistema nos faz cairnum círculo vicioso onde a Educação promove a formação do Homem Competitivo, educado paradar respostas ao aqui e agora, educado para ser capaz de dar respostas à sociedade tal como elaestá funcionando. Forma-se então a retroalimentação: Educação / Formação, reforçando o modelovigente, e este ditando parâmetros para a Educação. Ao longo do séc. XX crescemoshorizontalmente: princípios norteadores da educação reforçando a sociedade capitalista, formaçãoprioritariamente desenvolvida para o conhecimento científico-tecnológico.

Não podemos deixar de considerar que várias escolas da rede particular de ensino têm, comopostulado ideológico, a teoria do “Construtivismo”, embasada pelos fundamentos psicopedagógicosde * Piaget e Vygostsky.

Sem sombra de dúvida, esta filosofia de educação permite uma contribuição valiosa ediferenciada para a formação do Homem, mas ainda assim se apóia no binômio QI e QE (quocienteintelectual e emocional), e é uma gota d’água no oceano do sistema educacional brasileiro.

Na busca de projetar o ideal entendemos que a Educação deva contemplar a formação doHomem Integral, onde o QI e QE sejam somados ao QS (quociente espiritual). Esta trilogiapromoveria o desenvolvimento harmonioso e integral do Homem, não apenas na esferamaterial, como ser social e biológico, mas transcendendo-o.

A vertente QS tem como princípio norteador o desenvolvimento da autonomia moral eética, e o desabrochar de valores humanos.

Tal proposta vai além da preparação para o trabalho, sustento e mercado, formando oindivíduo moral e espiritualmente para os desafios da vida. Educação é para transformar, aoinvés de informar.



Esta integração QI + QE + QS permitirá o desenvolvimento de uma sociedade mais justa,solidária, de convivência pacífica, que respeita a diversidade de cor, credo, raça,sociocultural e ideológica.

Nossa evolução estaria voltada para o sentido vertical da vida, contemplando a essênciaespiritual que somos, evolução essa que seria evidenciada através da harmonização dosanseios materiais com as aspirações espirituais, tornando possível assim a constituição deuma vida mais digna e feliz para todos. Uma sociedade equilibrada e alinhada por princípiosoferecerá maior sentido e valor à vida.

Esta sociedade seria coerente e mais conectada, ou seja, pensamentos, palavras e atossão os mesmos, o que se pensa se fala, o que se fala se faz. Esta sociedade seria equilibradae alinhada por princípios, oferecendo maior sentido e valor à vida.

Para se ter uma sociedade equilibrada teremos que ter oportunidades iguais para cada ume para todos. É impróprio que qualquer segmento da sociedade tenha predominância sobreo outro, quer seja predominância do capital ou do trabalho. A predominância de um implicana inevitável exploração dos demais. Uma vez que existam oportunidades iguais, a unidadeé mantida ao mesmo tempo que a liberdade e sua conseqüente diversidade.

Na sociedade ideal, a cada indivíduo deverá ser garantido certos requisitos mínimos.Disponibilidade de comida, vestuário, assistência médica, educação e habitação deve serassegurada. A energia empregada na busca da sobrevivência poderá, então, ser transportadapara buscas mais sutis. Mas estas garantias deverão ser asseguradas através de um suficientepoder de compra e não pelo assistencialismo, a fim de se evitar a acomodação e aindolência. Um infindável esforço de ajustamento econômico deverá ser buscado.

Sabemos que para a manutenção de qualquer sistema vivo (o corpo humano, por exemplo)precisa haver uma íntima cooperação entre as partes componentes. Na sociedade isto éigualmente válido. As relações dependem de cooperação, mas de cooperação coordenada enão subordinada. Ou seja, de um sistema econômico cooperativo.

Nesta economia de esforços cooperativos, os resultados serão alavancados pelos avançoscientíficos, com o conseqüente incremento da produtividade.

Neste sistema, a descentralização econômica é uma necessidade.

O uso adequado da ciência e da tecnologia sob um sistema econômico de cooperaçãoresultará em bem estar para os indivíduos. Trabalho mais racionalizado, mais mecanizado,mais produtivo, mais distribuído e com menor número de horas trabalhadas, portanto maistempo livre para lazer, família, esporte, atividades humanitárias, espirituais.

Construir e manter a sociedade ideal é, e será, um esforço incessante. Pelas leis da física,todo movimento, neste universo, se depara com forças iguais e contrárias. O resultadodeste esforço, desta luta, será o progresso. Cada indivíduo terá que conhecer edesempenhar o seu papel.

Neste cenário de construir e manter a sociedade ideal, a mídia exerce um papel vital,dado sua penetração e alcance.



Os meios de comunicação atuais, e muito especialmente os audiovisuais, seduzem e anestesiama consciência. A televisão produz um efeito hipnótico.

A mundialização da economia trouxe também a globalização do medo, da insegurança, daviolência. Não só a violência física como também formas mais sutis de violência sãoquotidianamente propagadas. Por exemplo, quando se cria ilusões a ponto de “obrigar” as pessoasa fazerem coisas que não precisam ou desejam (consumismo).

O que predomina na tela seja nos informativos ou na ficção, é o direito dos mais fortes, não osideais democráticos de igualdade e dignidade humanas.

Na nossa sociedade ideal, a mídia seria capaz de contemplar toda a complexidade dossistemas vivos, valendo-se de uma comunicação viva, presente, real, isenta, sem estimular aviolência sistêmica, e resgatando o verdadeiro sentido da comunicação.

Este modelo não pretende ser um modelo fechado, uma receita, muito pelo contrário,pretende ser um sistema aberto, com livre fluxo de energia, onde cada um possadesenvolver suas potencialidades em prol de um mundo melhor.

O ponto de interrogação: “Qual é a sociedade ideal?” Está em nossas mentes e corações.Estamos convictos de que nossas escolhas para a arquitetura deste ideal é uma pequenaparte do vasto e complexo sistema que compõe toda a sociedade e todo o nosso planeta.

As escolhas que fizemos poderão estar incompletas, mas mesmo assim definirão caminhos.Estaremos satisfeitos se estes caminhos cruzarem com os caminhos dos demaisparticipantes do 7 Sigma, contribuindo assim para a teia de construção de uma sociedademais justa, honesta, harmônica e unida.

A utopia está no horizonte.Aproximo-me dois passos.Ela se afasta dois passos.

Caminho dez passos e oHorizonte corre dez passos.

Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei.

Para que serve a utopia?Para caminhar



ONDAS DE TRANSFORMAÇÃO

Dissemos anteriormente que a mola propulsora da sociedade são seus valores.

São eles que moldam a sociedade e determinam sua conduta.

Para que a nossa sociedade ideal crie raízes, é preciso encontrar outras premissas, diferentesdas atuais, que nos levem a diferentes resultados, e isto será atingido se embasarmos nossasações em valores humanistas e universais.

Precisamos questionar nossas certezas convencionadas e cristalizadas e caminhar rumo aoresgate do nosso sistema de valores. Quando mudam os paradigmas, a sociedade muda também epassa a orientar o seu olhar em novas direções. Dentro de um novo paradigma, conceitos eexperiências antigas estabelecem novas relações entre si.

Esses valores universais podem ser compreendidos como um conjunto de qualidades que compõea essência do indivíduo. Independente de ideologia, crença, credo, condição social, religião ou cor.São as ferramentas para que possamos entrar em sintonia com a nossa verdadeira identidade, coma natureza e com o universo, enfim, manter todo o sistema: indivíduo - sociedade - planeta, emharmonia.

Esses valores não são novos, pelo contrário, são seculares e fazem parte da história do homem,em todas as épocas. Eles emergem dado a urgência de recuperação de “ingredientes” preciosospara manutenção da vida e sustentação da sociedade. Os valores nos definem e traçam nossodestino, definem propósitos e fins. Quando conscientizados, estabelecem uma linha limítrofe paranossas ações. Para vivermos em harmonia é preciso encontrar o ponto de equilíbrio entre forçaspositivas e negativas, entre oportunidades e ameaças.

Se os valores humanos estão presentes em todos os seres humanos, despertá-los e vivenciá-losvai gerar transformações em vários níveis, transformações essas que vão avivar nossodiscernimento e otimizar a qualidade de nossas ações e relacionamentos. A sobrevivência dassociedades depende da força viva de valores humanistas pautando nossa conduta. A ética e aespiritualidade unidas na vivência de valores vão permitir que vivamos aquilo que realmenteacreditamos, e não aquilo que gostaríamos de acreditar e/ou viver.

Valores Sistêmicos

Não se faz necessário descobrir valores novos, apenas perceber, resgatar e praticar os valoresuniversais e sistêmicos.

Existe uma estreita inter-relação entre esses valores e a repercussão destes em nossas vidaspessoais e na sociedade. A vivência destes valores cria uma rede de conexões que se estabeleceem níveis que nos integram a nós mesmos, ao nosso ambiente de ação e à consciência darepercussão da nossa atuação.


Valores, e particularmente os referidos acima , não podem ser adquiridos num mercado, nemfornecidos por alguma empresa, nem ser recebido de presente.

Precisam vir de atitudes naturais e espontâneas.

Não basta saber, ter consciência de quais são os valores; é preciso acreditar neles e agir movidopelo que se acredita.



Níveis de atuação :

Descoberta: Contato consigo mesmo, autoconhecimento, identificação de potencialidades,valores e crenças

Ação: O exercício, a aplicação das potencialidades no ambiente de ação individual, de formatransformadora

Consciência: A repercussão da sua ação transformadora numa perspectiva local e global.

O potencial humano é individual, a ação é local e a repercussão planetária. A ação não é um fatoisolado, é sistêmica. O que fazemos aqui tem repercussões que se estendem no eixo do tempo eespaço.

A vivência em valores humanos é o cerne da transformação do comportamento social. Quandopassarmos a vivenciar estes valores na íntegra, os direitos humanos vão estar implícitos, auto-regulados.

Os valores universais promovem a socialização amorosa e incentivam transformações a partir doindivíduo, sendo este capaz de questionar positivamente o estabelecido, criar novos caminhos,oferecer o seu melhor, despertar o melhor do outro e contribuir para a criação e manutenção deuma sociedade onde as diferenças são tratadas com compreensão, complementaridade eintegração.

Toda trilha é superadaTodo caminho uma descoberta

Se o sentido da busca é o coraçãoE o coração não tem fronteiras...



RITOS DE PASSAGEM

Em relação ao sistema maior de valores - o sistema universal - existemsub-sistemas que são as habilidades através das quais podemos agir parapôr em prática a conscientização e aplicação desses valores humanosuniversais.

Para que possamos expressar os valores universais, certas habilidadesprecisam existir ou serem desenvolvidas, a fim de que os comportamentosdesejados sejam traduzidos em ações. De outra forma, os valoresfuncionam como direcionamento de intenções e força normativa decomportamento responsável, através das capacidades que temos de poderescolher criteriosamente nossa motivação para agir desta ou daquelamaneira, e também das capacidades de avaliar pressões internas (emoçõese sentimentos) e pressões externas (imposições do ambiente social).

Se pudermos funcionar com estas competências, e conseqüentemente enraizarmos nossas açõesem valores humanos universais, seguramente mudanças espirituais, sociais, políticas, econômicase tecnológicas ocorrerão, e a responsabilidade universal será então adquirida.

Só razão, ciência, construçãodo conhecimento edesenvolvimento econômico nãobastam para mudar os rumos dasociedade. Admitir a hipótese deque cada ser humano traz em sipotencialidades a seremdesenvolvidas é admitir a idéiade permanente transformação, éfalar de mudança.

Mostrar possíveis trajetóriasatravés

· da educação,

· da utilização adequada eecológica das nossasriquezas naturais ehumanas,

· de sistemas de relaçõesentre trabalho e produçãopautados nacomplementaridade, norespeito à diversidade e naintegração entre forças efraquezas,

é alimentar a crença napossibilidade de elaborar umaatuação que realmente nosconduza a outros resultados ecriar oportunidades para todos,porém a opção de caminhar ouficar estancado a beira docaminho é responsabilidade decada um.


Não é vale tudo mas

Fazer tudo valer

RITOS DE PASSAGEM

36PROJETO 7 SIGMA Como Fazer Acontecer este Funcionamento Ideal?FASE 3

Como FazerAcontecer esteFuncionamento

Ideal?


JORNADA EM DIREÇÃO AOS SONHOS

A jornada em direção a um objetivo é umprocesso que pressupõe a coordenação de três

sub-processos: o sonho, o planejamento e acrítica. Sonho sem planejamento não consegue

transformar idéias em expressões tangíveis. Crítica esonho sem planejamento geram conflitos permanentes.Sonho e planejamento podem transformar idéias, mastalvez não cheguem a um alto nível de qualidade sem acrítica. Para a jornada ser criativamente sucedida, sonho

- planejamento - crítica devem acontecer de formaharmônica.

Somos grandes críticos e planejadores. O plano é algolinear: pensamos isso, para depois acontecer aquilo eaquilo outro. O pensamento crítico ferrenho anula o sonho.

O sonho é múltiplo. Nele cabe muita coisa ao mesmo tempo.É assim que a vida acontece. Tudo ao mesmo tempo,

sistemicamente acontecendo, sem que a nossa ordem particular possa interferir com mais força doque a ordem às vezes caótica dos acontecimentos.

A sociedade ideal é sonho. Não percamos então a nossa capacidade de sonhar.

Dentro desta multiplicidade, podemos incluir os vários sistemas da sociedade a seremrepensados para uma nova forma de funcionar . Propor ações e avaliar os efeitos para todo osistema é de abrangência tal que foge das condições atuais deste projeto. Escolhemos, portanto,propor ações para três sistemas que acreditamos serem nucleares, ou seja, uma vez modificadosirradiam mudanças com efeitos colaterais positivos para os demais.

Educação e Cultura

Desenvolvimento Sustentável

Economia

Somos responsáveis pela vida que vivemos,Pelos sonhos que sonhamos,

Pelos sonhos dos quais desistimos e porAqueles que levamos em frente, com

Coragem e determinação


Educação e Cultura

A educação, colocada como um dos pilares de sustentação na transformação da sociedade atual,deverá ter como princípio norteador o fortalecimento de valores éticos, morais e espirituais quepossam garantir a qualquer ser humano a compreensão do real significado da vida, com toda a suadiversidade e similaridade, e também a compreensão de que ela (a vida) não é apartada de umarealidade muito mais ampla que podemos chamar de “cosmo”.

Esse princípio, enfatizado na Educação Ambiental, nos dá consciência de que somos parte da“natureza”, vivendo com ela numa relação de troca necessária no respeito aos seres vivos e ao seu“habitat”.

A Educação, na Sociedade Ideal, deverá ter como prioridade, a formação do Indivíduo autônomo.Essa autonomia significa a capacidade de ação de forma independente e pressupõe algumas etapasque têm início no auto-conhecimento e culminam com prazer de construir uma cultura elaborada,passando por :

• crescimento da auto-estima

• sentimento de “ser único”

• não isolamento

• conhecimento e relacionamento com o meio em que vive

• aceitação das diferenças individuais

• vida em comunidade

• respeito aos seres vivos e meio ambiente

• solidariedade e cooperação

• transcendência

• vivendo “no” e “para” o presente



O Objetivo da Educação na Sociedade Ideal, desde as séries iniciais, é proporcionar de formavivencial condições de aprendizagem para analisar as situações e propor soluções para problemascoletivos, tendo em vista o bem comum da sociedade. Esse aprendizado deverá ser reforçado,através da Educação informal, na família e na comunidade, desenvolvendo assim desde cedo aresponsabilidade social no indivíduo.

No processo formal de educação superior, deverá fazer parte integrante do Curriculum, aapresentação pelo aluno de um projeto social com propostas alternativas para melhoria dascondições apresentadas.

Portanto, a Educação, na Sociedade Ideal, deverá focar a construção do conhecimento comoparte da formação integral do ser humano em qualquer situação de aprendizagem, quer seja naEducação formal como também na informal.

Para tanto, torna-se necessário uma ação integrada da sociedade envolvendo não somente osÓrgãos oficiais de ensino, mas também da sociedade como um todo, através das famílias,comunidades, etc.

A Escola que Sonhamos para esse processo Educativo:

Características Principais:

Atendimento às necessidades específicas de cada comunidade.A Escola deverá representar um modelo “singular”, construído junto com a comunidade, de

forma não discriminatória, através do respeito aos seus saberes, peculiaridades e diferençasindividuais, para que a agregação de novos conhecimentos seja significativa.

“Oficinas” com diferentes alternativas profissionais serão elementos esclarecedores paraajudar os alunos na escolha da sua futura profissão.

Parceria Escola - Família - ComunidadeA responsabilidade pela educação deverá ser compartilhada com a família e a comunidade,

através da participação efetiva na identificação das necessidades e na construção de soluçõesalternativas para a gestão do processo.

Essa integração viabiliza a socialização de conhecimentos e o fortalecimento dos valores básicosde: solidariedade, cooperação, honestidade, integridade, liberdade, respeito e justiça, dentreoutros.

Descentralização e Delimitação de número de alunos por escolaO respeito às peculiaridades regionais demanda “unidades escolares” descentralizadas, em

função do tamanho da Comunidade, viabilizando assim o atendimento das necessidadesespecíficas.

Essas unidades deverão atender um número limitado de alunos, de forma a garantir a nãomassificação do ensino e um tratamento mais individualizado.



Educação Continuada e Valorização do ProfessorA importância do papel do professor nesse processo demanda uma qualificação e atualização

contínua, para que ele possa contribuir na construção das estratégias, instrumentos e meiosadequados.

A atuação do professor é conseqüência do seu estado motivacional, que por sua vezdepende também do respeito, reconhecimento e valorização que lhe são atribuídos.

Essas características demandam uma mudança na Educação atual, que não pode acontecer deforma direta e imediata. Ela deve ser resultado de um trabalho paralelo, complementar etemporário, no que diz respeito à transição da situação atual para o “Modelo Ideal”.

AÇÕES NECESSÁRIAS

O foco de todo o processo educativo é a “criança“, porém, como vimos, a efetividade daformação educacional deve ocorrer através dos profissionais da educação, dos pais e dacomunidade.

Como etapa transitória da situação atual para a proposta ideal, e enquanto essas atitudes ecomportamentos não estiverem totalmente incorporados, torna-se necessário um trabalhotemporário de complementação da capacitação dos professores para essa transição, bem como dospais e da comunidade para um maior engajamento no processo educacional.

O QUE FAZER:

1a. Etapa:

Criação de Centros de Vivência Educacional (para Profissionais da Educação e Pais), com oobjetivo principal de resgatar e fortalecer:

-auto-estima (conexão consigo mesmo, valorização do próprio trabalho, aceitação dasdiferenças, etc.)

-valores e atitudes (ética, espiritualidade, inclusão social, civismo, etc)

-responsabilidade social. (solidariedade, cooperação, etc.)

Esses Centros de Vivência deveriam funcionar em Instalações Paroquiais, Centros Comunitáriosou Espaços Privados disponíveis, contando com o trabalho voluntário de pessoal vinculado àsempresas e/ou de profissionais especializados na área, que seriam remunerados pelas ONGsligadas à Educação.

Esses profissionais ligados às áreas como: Psicologia, Teatro, Dança, Música, Artes Plásticas,entre outras, desenvolveriam projetos voltados ao objetivo principal constante dessa proposta.



2a.Etapa:

Em continuidade ao trabalho realizado na primeira etapa, haverá uma transformação da Escola,como meio educativo, saindo da situação atual (Conteudista, Informativa, reprodutora do atualsistema, desvinculada do cotidiano, etc.) para uma escola de caráter formativo, integrada àcomunidade, com maior participação dos pais e que busque a construção do conhecimento de umaforma vivenciada e direcionada aos interesses da sociedade.

Uma vez assimiladas as mudanças propostas pelo processo educacional, os Centros de Vivênciateriam o papel de reciclagem no processo de formação e passariam a servir também como espaçointegrativo, no desenvolvimento artístico e cultural da comunidade.

Campanhas de apoio.

Para assegurar o sucesso dessa transformação, torna-se imprescindível à conscientização maciçada sociedade através da Mídia, quanto à importância da participação de todos em todas as fasesdo processo.

• Formação dos Centros de Vivência Educacional

• Reciclagem na formação de professores e pais

• Valorização do Professor

• Responsabilidade pelo patrimônio escolar

• Trabalho voluntário

• Promoção da arte e da cultura.

Educação é para transformarao invés de informar

Educação é para desenvolvero homem completo: espiritual,

moral, intelectual, artístico,físico e vocacional.



DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A prática dodesenvolvimento

sustentável écondição necessária na

dinâmica de uma sociedade ideal,na medida em que garante as necessidades das gerações atuais sem comprometer o potencial derealização das gerações futuras.

Política Urbanística: promover a volta aos fortes laços da Vida Comunitária, com seusvalores de cooperação, solidariedade e cidadania exercidos plenamente.

• Limitação da população das cidades à faixa de 80.000 a 100.000 habitantes, comdescentralização de sua administração de modo a permitir o respeito à cultura e tradições desuas Comunidades / Bairros, assim como suas características administrativas próprias e perfilsócio-econômico.

• Cidades integradas à natureza, com abundante área verde, poucos estacionamentos, ruasmais estreitas para dificultar o trânsito de automóveis, calçadas mais largas para as pessoascaminharem com mais segurança.

• Acessos através de vias para pedestres e ciclistas, interligando os Bairros / Comunidades aoCentro das cidades, de tal modo que este pudesse ser alcançado facilmente.

• Readequação das leis de zoneamento, reaproximando residências e negócios. O Centro dascidades não teria somente repartições e escritórios, mas também muitas atividades culturais,sociais e religiosas, escolas e lojas, com suas instalações localizadas estrategicamente paraaumentar a interação dos cidadãos, facilitando a interligação entre os Bairros e suas culturas eparticularidades.

• Bolsões industriais localizados na periferia das cidades, respeitando rigidamente às leisambientais de preservação, que delimitassem as atividades possíveis, devido à proximidaderesidencial.

Política Ambiental: estabelecer critérios de utilização dos recursos naturais baseados emparâmetros de disponibilidade e racionalidade regionais, com sua aplicação acompanhadapela sociedade civil.

• Análise e aprovação de instalações de novas unidades produtivas por Órgãos da PolíticaRegional Ambiental.

• Manutenção e expansão das áreas verdes das cidades através das contribuições das unidadesprodutivas, utilizadoras dos recursos naturais.

• Obrigatoriedade do Projeto de Reutilização de resíduos, na implantação das unidadesprodutivas.

• Implantação dos Centros Integrados de Monitoramento Ambiental, mantidos pelo setorprodutivo, compostos por membros da Comunidade e Órgãos Técnicos, com a finalidade devisitar periodicamente as empresas do setor produtivo no acompanhamento de suas políticasambientais.


ECONOMIA

O sistema econômico, na sociedade ideal, fundamenta-se nos princípios operacionais e éticos davida humana.

Suas bases são a livre iniciativa, utilização racional dos recursos, descentralização, autonomia,auto-organização e cooperação.

A complementaridade e os sentimentos comunitários prevalecem, e os padrões e uniformidadessão substituídos pelo reconhecimento e estímulos à diversidade de todos os sistemas vivos.

Regionalização, e não Globalização• Políticas econômicas regionais, com aproveitamento de riquezas / mão de obra locais,desestimulando as migrações internas. Essas unidades sócio-econômicas possuem legadohistórico comum e costumes próprios.

• Incentivo à produção local de bens e produtos a serem consumidos pela Comunidade /Região, gerando um autocontrole de “vizinhança” sobre a política econômica e suaaplicação.

Impulso e desenvolvimento pelo lucro privado, e não em planos do Governo• Órgãos da Sociedade Civil e Iniciativa Privada seriam responsáveis pelos Planos deDesenvolvimento Regionais e sua implementação.

• Políticas Comerciais estabelecidas a partir de uma Lei maior, porém respeitando asdesigualdades regionais.

Papel do Governo limitado constitucionalmente:• Garantir proteção aos Direitos de Propriedade;

• Assegurar a validade dos contratos e acordos, e garantir a aplicação dos Planos e PolíticasRegionais;

• Tratar a todos igualmente perante a Lei vigente;

• Reduzir a inflação ao mínimo, assegurando estabilidade econômica (Política Monetária)

• Manter baixos os impostos, eliminando gradualmente os de cunho social, mantendoapenas os reguladores da atividade econômica (Política Tributária)

• Coordenar as várias políticas sociais regionalizadas, através de mecanismos de medição eaferição dos indicadores sociais, indicando correções e ajustes aos órgãos da SociedadeCivil.

Política de Trabalho Regionalizada :• Criação de riqueza na economia de subsistência, com a livre operação das forças demercado, vai requerer pleno uso da liberdade de escolha e de ação pelas pessoas, adquiridasatravés da Educação Formal e Formação Profissional.

• Baixa Carga de Tributos, para transformar toda a chamada Economia Informal emEconomia Legal de Pequena Escala, abrangendo todos os pequenos produtores / artesãos /manufaturas (inclusão sócio-econômica)

• Nova modalidade de trabalho (Trabalho Social), a ser realizado junto à Comunidade, poraqueles temporariamente fora do chamado Trabalho Produtivo, substituindo o “seguro-desemprego” assistencialista e impessoal pelo seguro-emprego, socialmente justo eindividualizado, e garantindo o pleno emprego.

• Atuação, no Trabalho Social, de todos os trabalhadores da Economia Produtiva, medianteum incentivo compulsório dado pelas Empresas e Entidades Produtivas, em um primeiromomento, durante um período definido, com ressarcimento às empresas através dediminuição dos encargos sociais. Num segundo momento, esse movimento compulsóriopassaria a ter um caráter de incentivo ao voluntariado, baseado no engajamento daspessoas despertadas para a Responsabilidade Social e seu comprometimento, sendoreconhecidas pela Empresa e a Comunidade.


• Passagem gradual, para as Comunidades, das políticas de implementação do Trabalho Social,hoje nas mãos do Estado, com a organização da Sociedade Civil através de Órgãos de Gestão eImplementação autônomos, ligados à realidade de cada Comunidade e mantidos diretamentepor parte das contribuições sociais das empresas do setor produtivo da região.

• Extinção da política assistencialista do Estado para as regiões mais pobres, com a criação dasComunidades Produtivas, implicando na alocação de recursos das contribuições sociais dasregiões mais favorecidas para a implantação de Pólos Produtivos, através da exploração dasriquezas regionais, fixação do homem em sua região e programas de formação e capacitaçãoprofissional e empreendedora.

Política empresarial :

• Desenvolvimento das empresas em pequenos pólos industriais, ao redor das cidades, com aparticipação dos empresários na vida e cultura da comunidade, favorecendo uma perfeitaintegração de princípios e valores (complementaridade);

• Colocação dos lucros empresariais em comum, visando uma partilha percentual que contempleas necessidades estabelecidas pela Comunidade e pelas Empresas;

• Auxílio às Empresas em dificuldades econômicas, destinando a elas uma parte dos lucros.Essas empresas-membro da Comunidade Empresarial compartilham suas necessidades com osoutros membros, não sendo consideradas apenas beneficiadas ou assistidas filantrópicamentepor alguns, mas participantes de uma cultura da partilha, numa relação de reciprocidadesubstancial;

• Valorização dos empregados, informando-os e envolvendo-os na gestão das Empresas e nopróprio Capital Social das mesmas;

• Estabelecimento de uma linha de conduta da Empresa inspirada na “cultura da Ética”,estabelecendo relacionamentos leais, respeitosos e de colaboração com os clientes,fornecedores, poder público e comunidade.

A Sociedade ideal deve conjugar, semobjeções ideológicas, o intercâmbio das

idéias, a autoridade baseada no consensodemocrático e a livre associação civil.

ECONOMIA


COLHEITA

Se queremos melhorias para nós, para os outros epara a natureza, temos que melhorar nossa forma de

pensar, pois ela é a semente de tudo. Esta sementetem que ser enxertada com outras duas: o sentir e o

fazer para que a colheita seja fértil.

A superação de nossas iniqüidades sociais, e a nossaintegração com outras culturas, estão diretamente ligadas àharmonia interna dos que atuam nestes universos:

São as consciências individuais e coletivas atuando,interagindo e se expandindo, criando idéias, sentimentos eações, dando uma nova forma à nossa sociedade e ao mundoem que vivemos. É importante conhecer e perceber o queocorre conosco e com nosso sistema de atuação, pois estastransformações atingem as nossas vidas, os nossosrelacionamentos, nossa família, nossa comunidade, nossopaís e nosso planeta. Uma estrutura de conexões que nosintegra a nós mesmos, aos demais sistemas e à repercussãode nossa atuação num sistema maior, este é o mecanismo

da co-criação de uma nova realidade. O ajustamento domundo objetivo com metas subjetivas.

Nem indivíduos, nem nações, podem resolverproblemas sozinhos, precisamos uns dos outros,

precisamos da cooperação mútua. Os atos de uma única pessoa podem não terimpacto significativo no desenvolvimento sustentável, mas o efeito combinado dos atos

de milhões de pessoas (alinhadas no pensar, sentir, fazer) certamente exerce.

Neste contexto, poderemos buscar soluções não violentas para nossos conflitos, dentro de umespírito conciliador.

Nenhuma história permanece para sempre a mesma. Existe um ponto de mutação.

Temos que buscar respostas aos nossos anseios de sobrevivência, mas não podemos relegarnossos anseios de transcendência, de evolução da consciência. É essencial buscar odesenvolvimento de uma consciência integrada, sob o ponto de vista individual, social, ecológico,espiritual e planetário.

Para fazer uma sociedade nova, é imprescindível Homens Novos, com visão ampliada econsciência expandida. Por isso, a educação foi considerada um dos eixos de nossa proposta.Proposta que integra aspectos positivos de várias correntes pedagógicas, gerando um novo agirpedagógico. Um trabalho conjunto de alunos, pais, educadores, comunidade. O aluno está nocentro do processo, o educador também aprende e tem um perfil desejado. A preocupação do“como se ensina” migra para “como se aprende”. Aí as respostas transitam pelas artes, ciência,filosofia e tradições. Conteúdos e forma de abordagem se modificam. Introdução explícita dequestões de ética, valores, atitudes, educação para a saúde, meio-ambiente e novasmanifestações artísticas e de criatividade. Como resultado desta educação integral, formamosindivíduos de caráter, íntegros, cientes de suas potencialidades e responsabilidades sociais, eportanto prontos para lançar mão de conhecimentos científicos e tecnologias que construam umanova realidade ética e sólida.

A sustentabilidade do desenvolvimento se apoia na formação de comunidades orgânicas que sefundamentam na plena utilização do potencial humano, na ética comum, no legado cultural e nasmesmas características ambientais, gerando desenvolvimento através de recursos, poupança,mão-de-obra, iniciativas e mercados locais. Estas comunidades orgânica e democraticamenteconstituídas atuariam como pontes de transformação econômica da sociedade atual.


COLHEITA

Nessas comunidades, meio ambiente não seria uma coisa distante. Empresas e comunidadescooperativamente se responsabilizariam pela proteção da natureza.

Cidadania e conservação ambiental seriam perenes, auto reguladas pelo consumo consciente epela produção de bens e serviços responsáveis (orientação de consumo, reconhecimento do ciclodos produtos e oportunidades de crescimento sustentável).

Uma teia de comunidades teria força criativa, legitimidade política e organizacional para operartransformações econômicas, éticas, culturais e de conhecimento.

Teríamos força interna. Sendo forte internamente, não haveria porque temer sermos colonizadospolítica, econômica e culturalmente por algum processo de globalização, por mais ambicioso queseja e por mais poderoso que aparente ser.

Diminuiríamos assim a tensão entre o local e o global.

Dentre as ações apresentadas, algumas são de curto prazo e outras de médio a longo prazo.Consideramos soluções mais imediatas, e também vislumbramos estratégias e repercussões delongo prazo. As Educacionais são de longo prazo, as Econômicas de mais curto prazo, e as deDesenvolvimento Sustentável de médio prazo.

Para construirmos a sociedade mais justa, democrática e ecologicamente equilibrada, estamoscolocando a responsabilidade da iniciativa nas mãos da Sociedade Civil. Devido ao vazio davontade política, dos gastos indiscriminados de nossos recursos humanos, naturais e econômicospelo Estado, e por este de certa forma aplicar mal o que arrecada.

Ao Estado competem normatizações, controles, fornecimento de informações,...

Governo e sociedade civil devem trabalhar em sistema de cooperação e complementaridade,através de diálogos transparentes e profícuos contando com a participação de ONG atuantes.

Para sairmos do estado atual e chegarmos ao estado desejado há que se fazer um esforçoincessante. Neste esforço não há mais espaço para observadores apartados da nossa realidade.Ninguém pode se abster de participar, como recurso necessário à realização. Ninguém pode seabster de ser co-criador de uma nova sociedade que cria oportunidades de todos adquiriremcapacidades, e incentiva a utilização dessas capacidades de maneira produtiva.

O Brasil tem tudo para reverter sua história : conhece bem sua pobreza e desigualdades sociais,tem amplas, abrangentes e “polpudas” políticas sociais. Tem grande parte dos recursos naturaisdeste planeta. Grandes extensão de terras e vantagem competitiva na área agrícola.Empreendedores capazes, ágeis, flexíveis e criativos.

O Brasil tem tudo para ser uma sociedade líder no mundo, vamos usar nosso potencial de formainovadora e criativa. Vamos usar a força das idéias, e nossa capacidade de empregá-las. Mas nãobasta ter idéias, precisamos acima de tudo acreditar nelas.

Não temos todas as perguntas, nem sabemos todas as respostas. Ainda é cedo paravisualizarmos todos os componentes da nova sociedade, que certamente terá uma nova forma defazer política, a velha está se esgotando. Não sabemos qual será, mas uma coisa é certa, nela osindivíduos não serão meros espectadores, mas sim atores efetivos.

É muito fácil descobrir quantassementes existem dentro de uma maçã,

Mas impossível descobrir quantasmaçãs existem de


SONHO MEU...

Hoje ouvi alguém dizer,Que mais uma estrela nasceu.E foi nos confins do universo,

Onde isso aconteceu.

Se isso é mesmo verdade,Eu estou aqui pensando:

O mundo não está pronto,Ele está só começando.

Porque li uma vez em um livroChamado Torre de Babel,Que Deus fez o universo

Começando pelo céu.

E, se tem estrela nascendo,Só pode ser por uma razão:Deus ainda está enfeitando

Toda essa imensidão.

Se o céu já é bonitoDo jeito que está agora,Vai ser mais lindo ainda

Com tudo pronto lá fora.

Quem sabe amanhã,Quando tudo estiver arrumado,

O mundo possa sonharEm viver em paz, sossegado?

E, agora, fiquei mais contente,Porque estou a imaginar:

Se o mundo não está pronto,Ele pode melhorar!

Sem guerras, violência e medo,Sem fome, sem discriminação

Até acho que a gente podiaIr ajudando na transformação...


AmanhãSerá um lindo dia

Da mais louca alegriaQue se possa imaginar

AmanhãRedobrada força

Pra cimaQue não cessa

Há de vingarAmanhã

Mais nenhum mistérioAcima do ilusório

O astro-rei vai brilharAmanhã

A luminosidadeAlheia a qualquer vontade

Há de imperarAmanhã

Está toda a esperançaPor menor que pareçaExiste e é para vicejar

AmanhãApesar de hoje

Será a estrada que surgePra se trilhar

AmanhãMesmo que uns não queiramSerá de outros que esperam

Ver o dia raiarAmanhã

Ódios aplacadosTemores abrandados

Será pleno

Guilherme Arantes

AMANHÃ


FONTES DE INSPIRAÇÃO

Este trabalho surgiu como fruto do conhecimento adquirido por cada umdos integrantes da equipe, ao longo de suas vidas pessoal e profissional,fruto de encontros semanais de discussão e transpiração.

Esta equipe funcionando sistemicamente trouxe como "input" para cadanovo encontro informações e visões resultantes de uma busca individual,através de leituras de artigos,livros e pesquisas.


PARCEIROS DE CRIAÇÃO

Eduardo W. Martinez

José Roberto Andrade dos Santos

Luiz José Maria Irias

Mariângela de Abreu Lima

Maria Regina Jatobá Gomes

Sonia Aparecida Rodrigues dos Santos

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