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O PAPÁ GIGANTE DE BENJAMIM Era uma vez um menino que tinha um papá gigante. A sua mamã era como todas as mamãs, o seu avô como todos os avôs, a sua avó como todas as avós… mas o seu papá era gigante. Um verdadeiro gigante, cinco vezes maior do que um ser humano! Esta situação era muito inconveniente para toda a família. Viam-se obrigados a morar numa casa feita por medida, alta como um arranha-céus, a ter um carro especial maior do que um camião… e quando iam às compras, era necessário comprar quantidades excepcionais de comida. Felizmente, o papá gigante ganhava muito dinheiro: trabalhava num circo ao qual vinham pessoas do mundo inteiro para o ver. À entrada do circo, um senhor com um megafone anunciava: “Venham ver, Senhoras e Senhores, venham ver o Gigantone, capaz de levantar um autocarro cheio de pessoas, capaz de comer dois cavalos e deixar apenas os cascos, capaz de derrubar um muro com um só pontapé… Entrem, Senhoras e Senhores!” E não era brincadeira: tudo aquilo que diziam do seu pai era verdade. Era um gigante realmente surpreendente, com uma força extraordinária. O menino, que se chamava Benjamim, por vezes sentia-se muito orgulhoso; por exemplo, quando se apercebia que ninguém se metia com ele na escola! Mas, a maior parte do tempo, tinha vergonha e sentia-se infeliz por ser filho de um gigante. Antes de mais, achava que a sua casa era muito grande, grande demais. Imaginem só! As paredes eram tão altas que, quando se falava, o tecto fazia eco, exactamente como acontece nas montanhas. Atelier de Filosofia Para Crianças, Facilitadora: Laurinda Silva; ESLA, 4º ano; Março2011

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Textos de Apoio - Filosofia para Crianças - O Papá Gigante de Benjamim

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O PAPÁ GIGANTE DE BENJAMIM

Era uma vez um menino que tinha um papá gigante. A sua mamã era como todas as

mamãs, o seu avô como todos os avôs, a sua avó como todas as avós… mas o seu papá

era gigante. Um verdadeiro gigante, cinco vezes maior do que um ser humano!

Esta situação era muito inconveniente para toda a família. Viam-se obrigados a morar

numa casa feita por medida, alta como um arranha-céus, a ter um carro especial maior

do que um camião… e quando iam às compras, era necessário comprar quantidades

excepcionais de comida.

Felizmente, o papá gigante ganhava muito dinheiro: trabalhava num circo ao qual

vinham pessoas do mundo inteiro para o ver. À entrada do circo, um senhor com um

megafone anunciava:

“Venham ver, Senhoras e Senhores, venham ver o Gigantone, capaz de levantar um

autocarro cheio de pessoas, capaz de comer dois cavalos e deixar apenas os cascos,

capaz de derrubar um muro com um só pontapé… Entrem, Senhoras e Senhores!”

E não era brincadeira: tudo aquilo que diziam do seu pai era verdade. Era um gigante

realmente surpreendente, com uma força extraordinária.

O menino, que se chamava Benjamim, por vezes sentia-se muito orgulhoso; por

exemplo, quando se apercebia que ninguém se metia com ele na escola!

Mas, a maior parte do tempo, tinha vergonha e sentia-se infeliz por ser filho de um

gigante.

Antes de mais, achava que a sua casa era muito grande, grande demais. Imaginem só!

As paredes eram tão altas que, quando se falava, o tecto fazia eco, exactamente como

acontece nas montanhas.

Além disso, nunca ninguém vinha brincar com ele. Os pais tinham medo que o Gigantone

esmagasse os seus filhos sem querer. E a verdade é que os amigos de Benjamim

também não faziam propriamente fila para entrar na casa de um gigante…

Atelier de Filosofia Para Crianças, Facilitadora: Laurinda Silva; ESLA, 4º ano; Março2011