DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2015-08-27 · orientação do professor Vilson...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
AUTO-ESTIMA DOS PROFESSORES NA ATUALIDADE
Autor:
Joceana de Mello
Orientador:
Vilson Sergio de Carvalho
Niterói
Julho/2005
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS – GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
AUTO ESTIMA DOS PROFESSORES NA ATUALIDADE
Niterói Julho / 2005
Objetivo
Estudo apresentado como requisito de
conclusão no curso de Pós –
Graduação “LATO SENSU”, da
Universidade Candido Mendes, sob a
orientação do professor Vilson Sérgio
de Carvalho.
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AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me acompanhado, me dando coragem e fé ao
longo da minha vida.
Aos meus pais, pelo amor, carinho, sabedoria que me
transformaram num adulto responsável e consciente.
Aos meus irmãos, cunhadas, sobrinhos, amigos, colegas de
curso, em especial Hugo Rômuro, Juraciema, Lousiana, que
se fizeram presentes nos momentos de dúvidas.
Aos mestres que transmitiram seus conhecimentos,
experiências, carinho ao longo do curso.
E a todos que contribuíram para a realização desse sonho
muito obrigada.
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DEDICATÓRIA
“Cada um de nós vê nos outros quilo que carregamos em
nosso próprio coração”
(Emerson)
Dedico este trabalho aos meus pais, Abrelino e Gessi, que
amo muito.
Aos meus irmãos, Sandro, Renato e Volmir.
A minha família que sempre me apoiou, cunhadas,
sobrinhos.
A pessoa que deu sentido à minha vida, preenchendo os
espaços vazios com amor e carinho, transformando o meu
medo em segurança, Cleber , a você meu eterno amor.
Dedico a todas as pessoas que de alguma forma me
ajudaram com sua presença e amizade.
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EPÍGRAFE
“O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita
que é. Se insisto em repetir para mim mesmo que não posso
fazer uma determinada coisa, é possível que acabe me
tornando realmente incapaz de fazê-la. Ao contrário, se
tenho a convicção de que posso fazê-la, certamente
adquirirei a capacidade de realizá-la, mesmo que não a
tenha no começo”.
( Mahatma Grandhi )
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RESUMO
O presente estudo se configura em um trabalho monográfico, que
pretendeu perceber a relação entre a baixa auto-estima e a atuação profissional
dos professores. Esta pesquisa teve por objetivo identificar e compreender os
problemas concretos, dos professores com baixa auto-estima, para
posteriormente, propormos ações que ajudem na superação dos mesmos e
consequentemente a melhora da atuação profissional desses. Para alcançarmos
tal objetivo utilizamos como instrumento e coleta de dados leitura e análise
bibliográfica de vários autores. Após tais análises, percebemos que os
professores, assim como qualquer outro profissional, necessitam de estímulos
para melhorar o seu desempenho no trabalho que exerce, além de seu lado
pessoal influenciar no profissional e vice-versa. Enfim, vimos que o trabalho deve
servir para a realização profissional e consequentemente pessoal do indivíduo.
Sendo assim, todo profissional, neste trabalho em especial o professor, deve
saber lidar com as situações vivenciadas dentro e fora da sala de aula, para que
sua auto-estima não seja afetada negativamente, uma vez que esta é
indispensável para o desenvolvimento normal e saudável do indivíduo.
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METODOLOGIA
A presente pesquisa foi realizada através de leituras e analises
bibliográficas de vários autores.
Partindo do pressuposto que os professores com a sua auto-estima (em
baixa) têm dificuldades de relacionamento com o grupo docente, com os próprios
alunos, deixando seu lado profissional se tornar melancólico, dramático para tanto
abandonam sua profissão.
Diante desse quadro, identificar os problemas concretos, caracterizá-los em
seus aspectos, discutir alternativas e caminhos e implementar ações que levam à
superação dos mesmos, constitui uma tarefa importante e de urgência do sistema
educacional.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................9
CAPÍTULO...........................................................................................................12
AUTO-ESTIMA : BREVE ANÁLISE...............................................................12
1.1- ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE AUTO-ESTIMA...........................19
1.2 -A AUTO-ESTIMA E SUA FISIONOMIA ...............................................21
CAPÍTULO II ......................................................................................................23
AUTO-ESTIMA DO PROFESSOR – REFLEXO NAS SUA AULAS......23
2.1- O DESAFIO DO PROFESSOR NA SUPERAÇÃO DA AUTO –ESTIMA
BAIXA.....................................................................................................................28
CAPÍTULO III .....................................................................................................30
A IMPORTÃNCIA DO TRABALHO PARA A REALIZAÇÃO PESSOAL
................................................................................................................................30
CONCLUSÃO ....................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................34
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INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende sistematizar a investigação teórica realizada em
torno da auto-estima do professor , sendo ele o principal alvo de acusações, pois
é dado a ele a responsabilidade de formar cidadãos competentes.
Portanto este estudo limitou-se à literatura revidada em livros, consultas a
sites na internete, no que diz respeito à relação humana-afetiva, acerca da auto-
estima dos educadores, enquanto profissionais. A educação é o meio mais seguro
de se obter maiores êxitos almejados na vida de um cidadão. É nesse sentido que
o resgate da auto-estima dos profissionais da educação tem um papel relevante
na valorização educacional e socila. É necessário também que haja a valorização
moral e profissional dos educadores.
Somente nos últimas décadas é que a literatura psicológica retomou os
estudos voltados para as relações emocionais, reconhecendo a importãcia das
relações afetivas para o desenvolvimento do profissional.
Se o professor nâo mantém um relaçionamento adquado com seus
colegas de profissão, com os alunos nos quais se espelham não podem chegar a
sua própria realização. O profissional que carrega consigo baixa auto – estima,
que resulta na falta de interesse, no desãnimo, na falta de amor próprio, não
consegue crescer dentro da sua profissão, não consegue fazer das suas aulas
uma realização e muito menos passar para seus alunos o que eles esperam do
seu mestre. Ele por ser o elemento fundamemtal no processo ensino
aprendizagem a necessidade de se fazer um estudo de como ele está (sua auto-
estima ) em seu cotidiano . Educar é elevar, estimular a busca da perfeição, do
conhecimento, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser ,
quando isso não acontece, não se pode dizer que é uma educação, é um
prejuizo para aqueles que a recebem. Daí a importãncia do professor fazer uma
reflexão de si próprio, sobre sua prática educativa, se realmente está trazendo
bons resultados, bons relacionamentos em sala de aula, se a afetividade, a
transferência de sentimentos está sendo positiva para seus educadores, porque o
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professor consciente de suas possibilidades transformadoras é a chave que a
sociedade precisa para abrir as portas de mudanças, de seres pensantes, críticos,
evolutivos, criativos e indivíduos integrantes dessa sociedade em cada nova
geração.
Por auto- estima deve- se entender avaliação que a pessoa faz de si
mesmo e o que costuma alimentar a seu respeito. Essa avaliação expressa
aprovação ou desaprovação e determina em grande parte o gostar ou não gostar
de nós mesmos. As reflexões feitas após a leitura das obras de Branden, freire
etc.,ficou claro a importãncia de se trabalhar as emoções, o comportamento dos
nossos professores, assim podemos evitar abandono de profissão, de sala de
aula.
No Capítulo I - Auto-estima : Breve análise , dou ênfase no papel da auto-
estima, causas , consequências, superações. Um fator que ativa as necessidades
de estima, de segurança, necessidades fisiólogicas.A auto-estima está
relacionado com a racionalidade, realismo, intuição, criatividade, independência,
flexibilidade, capacidade de enfrentar desafios. Racionalismo – Funçao
integradora da consciência que leva a pessoa agir com bom senso. Realismo
– Respeito pelos fatos, reconhecer o que é , é. Intuição – relacionamento com a
emoção. Criatividade – Mente menos suberviente ao sistema de crenças
,valorizam seu próprio pensamento. Independência – Prática de pensar por si
próprio, prática de assumir toda responsabilidade pelo próprio existir. Flexibilidade
– Ser capaz de reagir as mudanças sem apego ao passado .Capacidade de
enfrentar desafios é uma consequência da flexibilidade .
Ter uma auto – estima elevada significa sentir – adquado à vida no sentido
de comprometimento consciente com fatores de competência. Auto estima como
diz Branden, expressa- se no rosto, nos modos, na maneira de falar e de se vestir
, enfim o comportamento é o reflexo de como anda sua auto-estima.
Capitulo II - Auto estima do professor – Reflexo nas suas aulas. Neste
capitulo menciono como de fato o professor leva para sala de aula o bom e ruim,
seu estado . A criança percebe, absorve as atitudes do seu mestre, podendo ser
de bons resultados como não , de como a criança é tratada na sua dignidade
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onde o professor tende não levar muito à sério as atitudes da criança. Justiça em
sala de aula , o professor precisa deixar claro que as regras são para todos. Auto
apreciação – onde o professor deve dar atenção aos pontos fortes da criança .
Atenção , necessidade que a criança tem para sentir-se valorizada. Disciplina,
lavar a consciência e o respeito uns pelos outros. O desafio do professor na
superação da auto-estima baixa está ligado diretamente a emoção, sentimento,
auto conhecimento, ele próprio pode solucionar essa questão, valorizando-se,
buscar querer mudar, aceitar as mudanças sem medo do novo.
Capitulo III – Importãncia do trabalho para a realização pessoal.
Deixo claro a importãncia do trabalho para sua realização, de se sentir útil
para a negação da baixo auto-estima, onde o entusiasmo que provém do trabalho
lhe projeta para uma outra área (Auto-estima elevada), deixando as dificuldades
de lado, passando acreditar mais em si próprio.
O trabalho produz a humanização – Educador como agente ativo na
construção da historia . O trabalho vem como ponto principal para a realização do
ser.
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CAPÍTULO I
AUTO-ESTIMA : BREVE ANÁLISE
Inicio este capítulo a partir de uma análise de várias conceituações de auto-
estima. Visto que o tema em questão é auto-estima, pretende-se aqui dar uma
visão geral do tema, o que darei um melhor embasamento para melhor
entendimento nas etapas do presente trabalho. Analisando o assunto subentende-
se que o ser humano expressa sua auto-estima ou baixa auto-estima através do
seu comportamento, das suas ações e do seu pensamento.
A auto-estima é uma poderosa necessidade humana, que contribui de uma
forma essencial para o processo da vida, é indispensável para o desenvolvimento
normal e saudável. Percebe-se que com a ausência de uma auto-estima positiva,
nosso crescimento psicológico fica prejudicado. Auto-estima é o fator que
fortalece, dá energia, motiva, nos inspira a obter bons resultados e nos permite
sentir prazer e satisfação diante das nossas realizações. Por esse motivo,
podemos dizer que ela é a base e o realce da vida. Como motivação representa a
ação de forças ativas e impulsionadoras às necessidades humanas.Para
WASLOW, em sua teoria as necessidades humanas estão organizadas em uma
hierarquia de necessidades que formam uma espécie de pirâmide:
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Que se divide em necessidades primárias (fisiológicas e de segurança) e
secundárias (sociais, de estima e de auto-realização). Essas necessidades
assumem formas que variam de uma pessoa para outra.
Auto-
Realização
Sociais
Segurança
Fisiológicas
Alimentação Repouso Abrigo Sexo
Segurança Proteção contra: Perigo, Incerteza, Doença, Desemprego, Roubo.
Relacionamento, Aceitação, Afeição, Amizade, Compreensão, Consideração.
Auto-realização, Auto-desenvolvi- mento, Auto-satisfação
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Já Nathaniel Branden, 1996, em seu livro “Auto-estima e seus seis pilares.”
assim afirma:
“A auto-estima elevada busca o desafio e o estímulo de
metas exigentes e valiosas. Alcançá-las alimenta uma boa
auto-estima. A baixa auto-estima busca a segurança do que
é conhecido e pouco exigente. Limitar-se ao que é conhecido
e pouco exigente serve para enfraquecer a auto-estima”
( Branden, 1996, p.24 )
Percebemos até então que a auto-estima ou falta desta pode afetar a vida do
ser humano, devido a estes fatores, vamos tratar da questão do que significa
exatamente “auto-estima”.
Braden, em sua obra “o Poder da Auto-estima” nos dá a seguinte definição:
“A auto é uma foça poderosa que existe no interior de cada
um de nós. Ela abrange muito mais do que o senso inato de
valor pessoal, e que presumivelmente é um direito humano
conquistado quando se nasce, uma centelha que nós,
psicoterapeutas ou professores buscamos atiçar naqueles
com que trabalhamos.”
( Branden, 1998, p.7 )
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E ainda complementa com a seguinte definição:
“A auto-estima é a vivência de sermos apropriados à vida e
as exigências que ela coloca. Mas especificamente, auto-
estima é: A confiança em nossa capacidade de pensar e
enfrentar os desafios básicos da vida. A confiança em nosso
direito de ser feliz, a sensação de que temos valor, de que
somos merecedores, de que temos o direito de expressar
nossas necessidades e desejos e desfrutar os resultados de
nossos esforços.”
( Id., 1998, p.8 )
Podemos dizer que auto-estima é uma vivência íntima; é o que pensamos e
sentimos a nosso próprio respeito e não o que alguém sente ou pensa de nós. Diz
respeito ao nosso valor próprio, ou seja: como nos vemos.
Neila Abranches na sua obra “Aumente sua Auto-estima e Transforme sua
Vida.” afirma: “Uma vez que se constrói a confiança em si, um estado positivo é
criado e abrange todas as áreas da atividade humana.” (Neila Abranches, 1999,
p.21)
A auto-estima saudável está relacionada com racionalidade, realismo,
intuição, criatividade, independência, flexibilidade, capacidade de enfrentar
desafios, disponibilidade para admitir (e corrigir) erros, benevolência e
cooperação. Para entendermos melhor o que é auto-estima precisamos entender
melhor esta correlação.
Racionalismo – É o exercício da função integradora da consciência que leva
a pessoa a agir com bom senso. O indivíduo racionalista busca respeitar os fatos.
Seu guia é a lei da não contradição - nada pode ser verdadeiro e não –
verdadeiro, ao mesmo tempo e relacionado com a mesma coisa. A pessoa que
exerce esta habilidade busca sempre a verdade dos fatos, refletindo sobre os
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mesmos, de modo a não cair em contradição, respeitando a integridade das
coisas. Está relacionado com realismo.
Realismo – Neste contexto, o termo significa simplesmente o respeito pelos
fatos, reconhecimento de que é é, e o que não é, não é. Pode-se dizer que
ninguém se sente competente para lidar com os desafios da vida se não levar a
sério a distinção entre o real e o irreal; ignorar essa distinção é prejudicial. A auto-
estima elevada é orientada pela realidade. Indivíduos com baixa auto-estima
tendem a subestimas ou superestimar suas capacidades.
Este mecanismo de subestimar ou superestimar a própria capacidade tem a
ver com os mecanismos psicológicos chamados de complexos de inferioridade e
superioridade que na realidade, são extremos de um mesmo processo. O
indivíduo tenta fugir da baixa auto-estima (inferioridade) superestimando a sua
capacidade, através de uma falsa auto-estima (superioridade).
Intuição – Está relacionada com a emoção. Integrações complexas e super-
rápidas podem ocorrer abaixo do limiar da percepção consciente e apresentar-se
como “intuição”. A mente pode, então, rastrear dados para sustentar as evidências
ou contrapor a elas.
Executivos de alto nível, às vezes creditam à intuição muitas das suas
realizações. A mente que aprendeu a confiar em si mesma tem mais probabilidade
de confiar nesse processo (e de empregá-lo com eficácia, testando-o de maneira
condizente com a realidade) do que aquela que não aprendeu.
A intuição é um fator importante de auto-estima apenas na medida em que
expressa uma alta sensibilidade aos sinais interiores e uma apropriada
consideração pelos mesmos. Está relacionada com um item que é a criatividade.
Criatividade – Pessoas criativas ouvem mais sinais interiores, as suas
intuições, e confiam mais do que a média. Têm a mente menos subserviente ao
sistema de crenças dos outros, pelo menos no que diz respeito à sua área de
criatividade. Podem aprender com os outros e inspirar-se nelas, valorizam os
próprios pensamentos e percepções mais que a média das pessoas. Elas
valorizam sua produção mental.
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As pessoas com baixa auto-estima tendem a desconsiderar o que sua
mente produz, elas não valorizam suas boas idéias, não as consideram
potencialmente importantes e, em geral, nem sequer se lembram delas por muito
tempo. Muitas vezes, têm a seguinte atitude: “Se a idéia é minha, como pode ser
boa?”
Independência – A prática de pensar por si mesmo deve ser natural - tanto
causa como conseqüência - da auto-estima saudável. Também o é a prática de
assumir toda responsabilidade pela própria existência – pela execução de seus
objetivos e pela conquista da felicidade.
Flexibilidade – Ser flexível é ser capaz de reagir às mudanças sem apegos
inadequados ao passado. O apego ao passado diante de circunstancias novas e
mutáveis é, em si, produto de insegurança. A pessoa que não confia em si própria
para lidar com o novo, ou dominar o desconhecido se tornou complacente ou até
mesmo relapsa. A flexibilidade em contraste é a conseqüência natural da auto-
estima.
A pessoa que confia em si mesma é capaz de reagir com rapidez ao novo
porque está disponível para enxergar.
Capacidade para enfrentar mudanças é uma conseqüência da flexibilidade.
A pessoa com uma boa auto-estima não considera a mudança algo assustador. A
auto-estima flui com a realidade; a indecisão íntima luta contra ela.
A auto-estima acelera o tempo de reação; a indecisão íntima retarda-o.
Disponibilidade para admitir erros é uma característica básica da auto-
estima saudável, é uma forte orientação pela realidade.
Se a autoconfiança estiver vinculada ao respeito pela realidade, corrigir um
erro será mais valorizado do que fingir que ele não foi cometido.
A pessoa com auto-estima saudável não se envergonha de dizer: “Eu
estava errado.” Negação e uma postura defensiva são características da
insegurança, da culpa, do sentimento de inadequação e da vergonha. É a baixa
auto-estima que vive a simples admissão de um erro como humilhação e até
mesmo como auto condenação.
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Benevolência e cooperação – Se uma pessoa está centrada em si mesma,
se está segura de seus limites, confiante em seu direito de dizer “sim e não”
quando quer, a benevolência será conseqüência natural. Não tem que Ter medo
da reação do outro, não precisa se proteger atrás de muralhas da hostilidade. Se
está segura do seu direito de existir, se não confia que pertence a si mesma, se
não se sente ameaçada pela certeza e pela autoconfiança dos outros, a
cooperação com elas para obter resultados comuns tenderá a ser desenvolvida
com espontaneidade.
É muito mais provável encontrarmos empatia e compaixão, tanto quanto
benevolência e cooperação, em pessoas com auto-estima elevada do que nas de
baixa auto-estima.
Nosso relacionamento com os outros tende a espelhar e refletir nosso
relacionamento conosco mesmo.
Branden coloca em sua obra “O poder da auto-estima” uma definição de
Stanley Coopers Mith que cabe aqui como conclusão da exposição acima:
“Por auto-estima entendemos a avaliação que a pessoa faz
de si mesma e que costumeiramente alimenta a seu respeito.
Essa avaliação expressa aprovação ou desaprovação e
indica o quanto ela se acredita capaz, significativamente,
bem sucedida e merecedora. Em resumo, auto-estima é um
julgamento pessoal de valor que se expressa nas atitudes
que a pessoa mantém em relação a si mesma.”
( Branden, 1998, p.15 )
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1.1. Algumas concepções sobre auto-estima.
É fundamental que nos que nos conhecemos para então compreender
aqueles que nos rodeiam. O psicólogo Nathaniel Branden afirma que “... de todos
os julgamentos que fazemos nenhum é tão importante quanto o que fazemos de
nós mesmos.”
Se o indivíduo se sente inadequado para enfrentar os desafios da vida, se
não tem uma autoconfiança básica, confiança em suas próprias idéias, se falta ao
indivíduo um senso básico de respeito por si mesmo, se ele não se valoriza e não
se acha merecedor de amor e respeito da parte dos outros, reconhecemos que
esse indivíduo está com sua auto-estima deficiente, baixa.
Muitas pessoas vêm de lares que não funcionam adequadamente, crescem
em ambientes conflitantes, por negação de realidade, por mentiras contadas pelos
pais e pela falta de respeito, etc. Branden afirma que a auto-estima é a soma da
autoconfiança e do auto-respeito, por refletir o julgamento implícito da nossa
capacidade de lidar com as questões da vida.
Ter uma auto-estima elevada significa sentir-se adequado à vida no sentido
de comprometimento consciente com fatores da competência e do merecimento
pessoal. Ter uma auto-estima baixa é sentir-se inadequado à vida, desvalorizado
por si próprio. Ter uma auto-estima média é flutuar entre essas duas realidades,
manifestando a incerteza no comportamento, agindo às vezes com sabedoria, às
vezes com insegurança.
Desenvolver a auto-estima é aprimorar nossa capacidade de ser feliz. Não
precisamos nos odiar enquanto vivemos às imperfeições que ainda nos
caracterizam. Não é preciso nos sentirmos inferiores para que nos vejam no direito
de adquirirmos confiança. Não precisamos nos sentir pequenos e miseráveis para
que se expanda em nós a capacidade de alegria. Uma visão otimista da vida não
se pode fundamentar em formas negativas de enfrentar desafios.
A auto-estima positiva é um fato importantíssimo para que sejamos
criaturas centradas e decisivamente esperançosas, motivadas para
desenvolvermos nosso papel na vida profissional, emocional, social, etc.
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Branden ainda nos coloca o seguinte:
“Quando é baixa a auto-estima, nossa resiliência diante da
vida e suas adversidade diminui. Ficamos aos pedaços
diante de vicissitudes que uma percepção mais forte de si
mesmo poderia superar. Nesse caso, tendemos a ser mais
influenciados pelo desejo de evitar a dor do que de vivenciar
o prazer. Fatores negativos têm sobre nós mais poder do que
os positivos.
Quando nos viciamos em álcool, drogas ou em relações
destrutivas, a intenção inconsciente é invariavelmente
amenizar a ansiedade e a dor.”
( Branden, 1998. P. 28 )
Doença cada vez mais comum, observada quando se verifica que a pessoa
não consegue enfrentar os problemas sozinha, evitando tudo e todos, fugindo de
situações, com desculpas e transferindo sua responsabilidade para os outros.
A auto-estima baixa faz com que a pessoa , de forma inconsciente, se
julgue incompetente por não saber administrar a sua capacidade, o seu poder
interno.
Branden considera alguns exemplos de comportamentos no ambiente de
trabalho inspirados por baixa auto-estima.
“O presidente de uma empresa de médio porte conceituou-
me porque, segundo ele, embora tivesse alcançado muito
sucesso nos negócios, sentia-se deprimido, infeliz, e não
entendia por quê. Descobrimos que ele sempre tinha querido
ser um cientista pesquisador, mas abandonara esse desejo
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em deferência a seus pais que o empurraram para uma
carreira nos negócios. A razão não foi difícil de identificar. A
respeito da questão mais importante de sua vida, esse
homem tinha desistido de suas idéias e de seus valores e
submetera-se aos desejos dos outros, movido pela
necessidade de ser ‘amado’ e de ‘pertencer’. É nítido que um
problema mais antigo de auto-estima motivara tal
capitulação.”
( Branden, 1998, p. 67 )
Ao analisar este texto, conclui que a auto-estima influencia os diversos
aspectos da vida do ser humano. Podemos dizer que auto-estima realmente é
uma necessidade e que tem participação essencial no processo de corrigir na
nossa vida, no desenvolvimento normal, saudável, tem valor de sobrevivência.
Dependemos para criarmos nossa personalidade própria
1.2. A auto-estima e sua fisionomia.
Inicio com as observações de Branden que diz:
“A auto-estima expressa-se no rosto, nos modos, na maneira
de falar e de mover que projetam o prazer que a pessoa
sente por estar viva.
Expressa-se na tranqüilidade em falar das próprias
conquistas ou dos seus defeitos de maneira direta e sincera,
pois a pessoa tem uma relação amistosa com os fatos.
Expressa-se no conforto que a pessoa experimenta ao fazer
e receber elogios, expressar afeto, apreciação, ou algo
semelhante.”
( Branden, 1996, p.69 )
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Observamos que Ter uma boa auto-estima, não pressupõe ser perfeito,
mas saber aceitar as críticas com tranqüilidade. Observa-se harmonia entre o que
se fez e o que se diz.
A auto-estima expressa-se na capacidade de conservar a serenidade e
dignidade mesmo em condições extremamente estressantes.
A pessoa com auto-estima elevada, tem como conseqüência a auto-estima
dos outros, elevar, contaminar o outro. A auto-estima é a mesma coisa que auto-
amor, estima, amor por si mesmo. A prática da auto-estima produz um sentimento
de satisfação, de completitude, de prazer interior.
A auto-estima faz com que a pessoa tenha prazer, satisfação, pelo que faz
e no que faz, entrega sua tarefa com a certeza de realização interior e de
conquista, quer contagiar os outros com suas analogias ao fracasso.
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CAPÍTULO II
A AUTO-ESTIMA DO PROFESSOR – REFLEXO NAS SUAS
AULAS
De fato algumas pesquisas sugerem que é muito mais fácil para o professor
inspirar-se nos seus alunos do que ele próprio ser o modelo de um senso de self
saudável e afirmativo.
Professores com baixa auto-estima tendem a ser mais punitivos,
impacientes e autoritários. Tendem a dar atenção ao ponto baixo da criança em
vez dos fortes.
Professores com baixa auto-estima são tipicamente infelizes e tendem a ser
super-dependentes da aprovação alheia. Tendem a achar que os outros são a
inspiração para sua auto-estima. Portanto, dificilmente estarão capacitados para
ensinar. Tendem a usar a própria aprovação e desaprovação para levar os alunos
à obedecerem e conformarem-se, pois é essa a abordagem que funciona em seu
caso. Professores infelizes jamais levarão sua classe ao sucesso na
aprendizagem, na elaboração de suas próprias idéias e críticas.
As crianças observam seus professores em parte para aprender o
comportamento adulto apropriado. Se vêem humilhação e sarcasmo, aprendem a
utilizar-se deles. Se ouvem uma linguagem desrespeitosa, às vezes cruel, tendem
a exibi-las em suas respostas verbais. Se observam um professor com a auto-
estima elevada tendem a adquiri-la porque acreditam que vale a pena.
Branden cita um texto de Reasoner.
“Os professores com elevada auto-estima, estão mais aptos
a ajudar as crianças a desenvolverem estratégias de
resolução de problemas, em vez de aconselhá-las ou negar a
importância do que elas percebem como problemas. Tais
professores constróem um senso de confiança em seus
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alunos. Baseam o controle da classe na compreensão, na
cooperação recíproca e no envolvimento de todos,
resolvendo os problemas através do carinho e do respeito
mutuo. Esse relacionamento positivo permite que as crianças
aprendam a desenvolver a confiança e a capacidade de agir
independentemente. O que um bom professor, um bom pai,
um psicoterapeuta e um bom treinador têm em comum é a
profunda confiança no petencial da pessoa com a qual estão
lidando _ a convicção a respeito daquilo que ela é capaz de
ser e fazer além da capacidade de transmitir essa convicção
em suas interações.”
( Branden, 1996, p. 259 )
Diante do texto, podemos observar que professores que não acreditam em
si mesmos não são capazes de inspirar seus alunos. Só os professores com boa
auto-estima podem fazer seus alunos acreditarem que podem aprender ainda
mais. O professor precisa Ter claro em sua mente que o seu aluno é capaz de
muito mais que ele próprio imagina e levá-lo a adquirir esta compreensão.
Dentre vários fatores que influenciam a auto-estima da criança podemos
destacar o ambiente em sala de aula como um dos principais, e onde se chega a
percepção de que a atitude do professor reflete nas suas aulas, nos seus alunos.
Refere-se na maneira como a criança é tratada pelo professor.
Branden o organizou-o em itens da seguinte forma:
1.A dignidade da criança:
Um dos fatores mais dolorosos da infância de uma criança é a tendência
que os adultos têm de não levá-la a serio. E ainda diz:
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“Então o professor que trata seus alunos com cortesia e
respeito transmite um sinal à classe : agora vocês estão em
um lugar onde as regras são diferentes[...] Aqui contem a
dignidade e os sentimentos de cada um.”
( Branden, 1996, p.261 )
Dessa forma o professor pode começar a criar ambientes que sustenta a
auto-estima da criança.
2.Justiça em sala de aula:
As crianças são extremamente sensíveis quando se trata de justiça. Elas
precisam sentir que as regras são aplicadas para todos, que o professor trata o
branco, negro, a menina, o menino com o mesmo carinho, elas sentem-se seguras
e protegidas deixando sua criatividade fluir. Por outro lado o que pode envenenar
um ambiente escolar e favoritismo ou desfavoritismo por parte do professor
Branden reconhece a dificuldade do professor em lidar com esses sentimentos
quando afirma:
“O professor não pode evitar gostar mais de um aluno que de
outro, mas os bons profissionais sabem administrar os
próprios sentimentos. Eles se mantêm fieis a padrões
objetivos de comportamento.”
( Branden, 1996, p.262 )
O professor com problemas de auto-estima não conseguem perceber que na
classe prevalece a justiça, a igualdade para que a criança sinta-se motivada a dar
o menor de si.
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3.Auto-apreciação:
O professor que dá atenção aos pontos fortes das crianças, incentiva a auto-
apreciação.
Às vezes as preferências de um aluno não são respeitadas e são até tratadas
de uma forma que fere a sua auto-estima, criando dentro delas o sentimento de
inferioridade, já que o professor é o espelho para o aluno, ele precisa ser um
profissional animado, coerente, apto as percepções do que o aluno está querendo
ouvir do seu mestre.
4.Atenção:
Toda criança precisa, necessita de atenção, umas mais, outras menos. Existe
o aluno que faz muito bem suas lições, mas é tímido, envergonhado e muito
quieto, é o tipo de aluno que precisa de mais atenção para “vir para fora” e mostrar
sua eficiência com outras crianças, e é aí que o professor é o fator importante, sua
sensibilidade, sua emoção deve estar viva para ajudar os alunos.
5.Disciplina:
Toda sala precisa de regras. E o professor precisa estar preparado, de bem
consigo mesmo para motivá-los, para que eles sejam compreensivos a respeitar
uns aos outros.
Numa entrevista à Revista do Professor sobre o estabelecimento de limites, a
psicóloga Simone Müller, 1998, esclarece o seguinte:
“Deve-se pensar que o conceito de autoridade é diferente do
conceito de autoritarismo. Enquanto a autoridade é
indispensável para que a criança perceba seus pais e
professores como figuras fortes de apoio e identificação,
internalizando-os de forma positiva, como adultos capazes
de auxiliá-la a controlar seus impulsos destrutivos sem se
sentir humilhada e com baixa auto-estima, o autoritarismo
27
usa de promessas e ameaças para impor, à força, um tipo de
comportamento à criança.”
( Müller, 1998, p.46 )
Mais uma vez percebemos a importância de termos profissionais
responsáveis, com sua auto-estima elevada para lidar com coerência diante da
classe.
Segundo Branden, é na medida em que temos segurança na eficiência de
nossa mente, em que confiamos em nossa capacidade de pensar, aprender e
compreender, que começamos a conhecer o poder da auto-estima.
A auto-estima é o valor que atribuímos a nós mesmos e esse valor indica o
quanto acreditamos ser capazes.
A finalidade da educação é melhorar sempre o ser humano, conforme
Branden esclarece:
“Evoluir é a principal tarefa humana. É também o principal
desafio, porque o sucesso não é garantido. Em qualquer
ponto do caminho, o processo pode ser interrompido,
frustrado, bloqueado, ou desviado, deixando o indivíduo
fragmentado, dividido e alienado, estacionado num nível ou
outro de sua maturidade emocional ou intelectual.”
( Branden, 1996, p.215 )
Isso nos leva a observar que muitas pessoas encalham em algum ponto da
sua evolução. E, concordamos com Branden de que estamos diante de um grande
desafio, o problema na aprendizagem daqueles que se superpõem ao baixo nível
intelectual, não permitindo ao sujeito aproveitar suas possibilidades e também
aqueles surgidos na instituição escolar. Estes podem se manifestar na resistência
28
às normas disciplinares, na má integração ao grupo, na desqualificação do
professor. É preciso que esses fatores sejam conhecidos pela instituição para que
a correção bem aplicada ao profissional e que o profissional possa se opor diante
dela.
Segundo os autores Vitor da Fonseca e Nelson Mendes, as dificuldades de
aprendizagem podem ser atribuídas em grande parte ao adulto, à escola e à
sociedade. E muitos dos problemas enfrentados pelo professor se dá a sua
instituição ao desmerecimento, ao descaso pelo seu problema. Os fatores que
envolvem a escola recebem influência do sistema pedagógico, que fala na “teoria
do dom”, onde o fracasso escolar estaria relacionado a ausência de características
individuais no bom aproveitamento dos ensinamentos escolares. A influencia dos
ensinamentos escolares. A influencia dessa teoria determinou uma nova forma de
realização pedagógica, com a divisão de classes mais ou menos homogêneas;
sendo o critério discriminatório.
2.1. O desafio do professor na superação auto-estima baixa.
O campo das emoções é um dos maiores enigmas para compreendermos o
comportamento do ser humano e suas potencialidades, pode-se observar isso nos
mais diversos meios do convívio social, principalmente no âmbito profissional onde
as pessoas se relacionam com mais freqüência e de maneira mais observável.
Para Antunes, “...o meu eu tem o tamanho dos meus problemas. (Antunes,
1998, p.07)
Observa-se com isso que a causa das reclamações da maioria dos
profissionais da educação é a mesma: falta de valorização profissional, junto à
desvalorização do seu trabalho vem também a baixa auto-estima. O eu dos
professores necessita de estímulos para que ele melhore o seu desempenho no
trabalho que exerce, não só estímulos de ordem financeira, mas principalmente de
reconhecimento da importância do seu valor enquanto profissional. Hoje o
professor se encontra encurralado diante das exigências do mundo atual que
29
muito lhe cobra, mas pouco lhe oferece. A velocidade das descobertas, as
mudanças tecnológicas, a facilidade de pesquisas cientificas nas diversas áreas, o
uso do computador, o acesso a internet faz com que a educação passe por um
momento de transição e grandes mudanças. Transformações estas, para as quais
os professores não foi oportunizado a preparação, uma vez que a política adotada
pelos nossos governantes não favoreceu e nem sem interesse, pois o professor
politizado não irá contribuir para a reprodução de tantas injustiças sociais como a
escola vem reproduzindo em favor da classe dominante.
O professor precisa quebrar as inúmeras barreiras impostas pelo sistema,
para exercer seu papel de educador com plenitude.
30
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PARA A REALIZAÇÃO
PESSOAL
O trabalho deve servir para promover a realização profissional e,
consequentemente, pessoal, pois é do trabalho que cada pessoa constrói seus
outros desejos materiais, espirituais, etc. O mundo capitalista exige que o ser
humano doe-se ao máximo para promover sua auto-valorização, assim, para um
profissional ser reconhecido tornou-se necessário muito mais do que simples
competência.
A sala de aula está constantemente tomada por proibições, negativismos e
gritos do professor contra o aluno e vice-versa.
O entusiasmo é fundamental para lidar com o ser humano. A sala de aula
sem o entusiasmo é desanimada, não tem poesia, não tem teatro, nem música,
nem cores, e só uma sala. Enquanto que a sala entusiasmada, é povoada de
indivíduos livres, cheios de arte, de alegria, de encanto, tanto que através das
paredes dessa sala se pode ler as identidades que ali habitam. O entusiasmo
deixa suas marcas por onde ela passa e por si próprio promove o sucesso.
A palavra entusiasmo vem do grego e significa ter um Deus dentro de si.
Segundo os gregos só pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os
desafios do cotidiano. A pessoa entusiasmada é a pessoa que acredita em si,
acredita nos outros, acredita na força que as pessoas têm de transformar o mundo
e a própria realidade.
Somente com entusiasmo não se resolve as dificuldades, porém, se torna
muito mais fácil enfrentar os desafios da vida.
O trabalho produz a humanização ou desumanização do ser humano,
conforme é entendido pelo profissional que deve ser vivido no dia-a-dia. Por isso o
educador mais do que antes, precisa atuar como agente ativo na construção da
história da humanidade. Para tanto é necessário que este profissional saiba
31
cumprir seus deveres, mas principalmente, saiba exigir melhores condições de
trabalho.
Nuno Cobra, 2003 diz o seguinte:
“Todos tem todas as possibilidades. O que cerceia a pessoa
é a sua própria cabeça, anulada por uma sociedade
castradora, que tenta tirar-lhe a confiança e o acreditar.”
( Nuno Cobra, 2003 , P.42 )
Pensando no que diz Nuno Cobra, devemos seguir nossos próprios
objetivos, seguir aquilo que acreditamos desenvolver nosso trabalho de acordo
com o que acreditamos, nos realizando.
32
CONCLUSÃO
Após a realização dessa pesquisa, através das leituras e análise
bibliográfica feitas para realização da mesma, pude concluir que auto-estima é
uma necessidade básica dos seres humanos, uma espécie de força interior que
quando abalada prejudica toda a ação do homem, algo que influi, interfere nossos
pensamentos e atitudes, logo, é através deles que percebemos se a auto-estima
se encontra em um nível baixo ou alto. É indispensável ao desenvolvimento do
homem, com sua ausência o crescimento psicológico fica prejudicado.
É a auto-estima que nos dá vontade, energia e estímulo para irmos em
busca do que queremos, e quando não conseguimos alcançar tal objetivo, é ela
que nos dá força para entendermos e superarmos este obstáculo e seguirmos em
frente, em busca de novas conquistas. Quando temos uma boa alto-estima nos
sentimos encorajados, capazes de tomar certas atitudes, o que não acontece
quando a mesma se encontra em um nível baixo, neste caso a pessoa se sente
reprimida, incapaz, se subestima aos outros.
Podemos definir bem a diferença entre uma alta e uma baixa auto-estima, a
primeira encoraja e incentiva o ser humano à novas conquista, já a segunda tem
um papel de “limitadora” . Uma pessoa com baixa auto-estima se sente temida,
sem coragem, incapaz de resolver problemas, alcançar metas, etc. Prefere se
esconder de seus problemas e medos, enquanto uma pessoa com uma auto-
estima alta os enfrenta com braveza e vigor.
A auto-estima é fruto de como nos vemos, da nossa auto-avaliação.
Uma pessoa com uma auto-estima saudável toma atitudes confiantes, age
com bom senso, respeitando a verdade, não entra em contradição, é sempre
coerente, sabe o que é fato e o que não é, acredita em si, na sua consciência, no
que é capaz, sempre acredita que é capaz “disso ou daquilo”, é independente,
arcando com as conseqüências e realizações que tal atitude lhe causou. É segura
pois não se apega ao passado, quando se depara com uma mudança age
naturalmente por confiar em si, em sua potencialidade. Sabe e assume quando
errou, e corrigir um erro é mais valioso que fingir que ele não existe.
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Quando um indivíduo se subestima, não confia em si mesmo, se lhe falta
respeito por si mesmo, se acha incapaz de realizar algo, de ser valorizado, de ser
reconhecido pelo outro indica que este está com sua auto-estima baixa.
O ambiente influencia muito na auto-estima. Se a pessoa vive em um
ambiente de brigas, falta de respeito, mentiras e negação da realidade, terá a
auto-estima afetada pois a auto-estima é a soma da autoconfiança e do auto-
respeito, é a capacidade de resolver os problemas da vida.
Uma auto-estima elevada é fator primordial para sermos corretos,
coerentes, decididos e corajosos ao lidar com os problemas do dia-a-dia.
Levando isso para a sala de aula, no deparamos com professores infelizes’,
rudes, severos, impacientes, que descontam sua infelicidade em seus alunos.
Sempre dão mais valor ao ruim que ao bom, dão muito valor ao lado fraco do
aluno.
Isso é muito prejudicial ao aluno, uma vez que esse toma o professor como
exemplo. Se tem um professor ignorante, severo, grosso, será uma criança com
essas mesmas características.
Com isso concluímos que para termos um bom profissional em sala de
aula, este deve estar com sua auto-estima elevada, ou seja, deve se valorizar,
reconhecer-se merecedor, reconhecer seu valor e capacidade de superar suas
dificuldades e de seus alunos.
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BIBLIOGRAFIA
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35
RIBEIRO, Nuno Cobre. A Semente da Vitória. São Paulo: SENAC. São Paulo.
2003.