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¹ Faculdades Cescage. Curso Superior de Nutrição. E-mail: [email protected]. ² Faculdades Cescage. Docente do Curso de Nutrição. E-mail: [email protected]. Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais CESCAGE http://www.cescage.edu.br/revistanutrir ISSN: 2358-2669 / 12ª Edição (JUL -DEZ) de 2019. CORREDORES DE RUA AMADORES DE PONTA GROSSA PR: PERCEPÇÃO E IMPORTÂNCIA DESTINADA À ALIMENTAÇÃO Marcia Teresinha Rauber Rockenbach ¹ Liz Elaine Sowek ² RESUMO: A nutrição adequada ao corredor de rua amador é fundamental para o seu desempenho, recuperação muscular e manutenção da saúde. Os nutricionistas esportivos notam que, muitas vezes, não existem condutas dietéticas saudáveis entre os esportistas devido à falta de interesse em conhecer mais sobre a nutrição esportiva, o que acarreta escolhas equivocadas de alimentos. Uma alimentação direcionada oferece os nutrientes necessários e a quantidade adequada ao corredor, equilibrando, assim, as suas necessidades energéticas antes, durante e após o evento. Este estudo teve como objetivo verificar se corredores de rua amadores de Ponta Grossa PR realizam estratégias alimentares para melhorar o desempenho e se recuperar satisfatoriamente das corridas de rua. A pesquisa foi aplicada através de um formulário com nove perguntas, sendo oito fechadas e uma aberta. Participaram trinta corredores de rua amadores adultos, de ambos os sexos, com idade entre vinte e cinquenta anos e que praticam corridas de rua regularmente, no mínimo duas vezes por semana, em percursos de 5 e 10 km na cidade de Ponta Grossa PR; foram entrevistados nos dias das corridas rotineiras e em um dia de competição. Os resultados apontaram que a frequência semanal é relativamente alta, pois mais da metade dos entrevistados correm mais de três vezes, o que soma um grande volume. A maioria acredita que a sua rotina alimentar esteja adequada à corrida, apesar de não haver procurado orientação de um nutricionista. Poucos corredores usam suplementos e, dentre os usuários, somente dois o fazem por orientação de um profissional habilitado. PALAVRAS-CHAVE: ALIMENTAÇÃO; CONDUTA; NUTRIÇÃO DESPORTIVA; DESEMPENHO; SAÚDE. AMATEUR STREET RUNNERS OF PONTA GROSSA-PR: PERCEPTION AND IMPORTANCE FOR FEEDING ABSTRACT: Proper nutrition to amateur street runner is crucial to their performance, to recovery muscles and health maintenance. Sports nutritionists note that, oftentimes, there are no healthy dietary ducts among athletes because of the lack of interest in learning more about sports nutrition, resulting in wrong eating choices. An oriented nutrition provides the necessary nutrientes in the appropriate amount to the runner, balancing its energy needs before, during and after the event. This study aimed to verify if amateur street runners of Ponta Grossa-PR execute eating strategies to improve performance and to recover satisfactorily of street run. The research was applied through a form with nine questions, with eight closed and one open questions.The research participants were thirty amateur street runners adults of both sexes, aged between 20 and 50 years and they practice street run regularly, at least twice a week, on 5 and 10 km routes in the city of Ponta Grossa-PR; were interviewed in the routine run days and on a day of competition. The results showed that the weekly frequency is relatively high, because more than half of interviewed run more than three times, which adds up to a large volume. Most runners believe

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¹ Faculdades Cescage. Curso Superior de Nutrição. E-mail: [email protected].

² Faculdades Cescage. Docente do Curso de Nutrição. E-mail: [email protected].

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ISSN: 2358-2669 / 12ª Edição (JUL -DEZ) de 2019.

CORREDORES DE RUA AMADORES DE PONTA GROSSA – PR: PERCEPÇÃO E IMPORTÂNCIA DESTINADA À ALIMENTAÇÃO

Marcia Teresinha Rauber Rockenbach ¹ Liz Elaine Sowek ²

RESUMO: A nutrição adequada ao corredor de rua amador é fundamental para o seu desempenho, recuperação muscular e manutenção da saúde. Os nutricionistas esportivos notam que, muitas vezes, não existem condutas dietéticas saudáveis entre os esportistas devido à falta de interesse em conhecer mais sobre a nutrição esportiva, o que acarreta escolhas equivocadas de alimentos. Uma alimentação direcionada oferece os nutrientes necessários e a quantidade adequada ao corredor, equilibrando, assim, as suas necessidades energéticas antes, durante e após o evento. Este estudo teve como objetivo verificar se corredores de rua amadores de Ponta Grossa – PR realizam estratégias alimentares para melhorar o desempenho e se recuperar satisfatoriamente das corridas de rua. A pesquisa foi aplicada através de um formulário com nove perguntas, sendo oito fechadas e uma aberta. Participaram trinta corredores de rua amadores adultos, de ambos os sexos, com idade entre vinte e cinquenta anos e que praticam corridas de rua regularmente, no mínimo duas vezes por semana, em percursos de 5 e 10 km na cidade de Ponta Grossa – PR; foram entrevistados nos dias das corridas rotineiras e em um dia de competição. Os resultados apontaram que a frequência semanal é relativamente alta, pois mais da metade dos entrevistados correm mais de três vezes, o que soma um grande volume. A maioria acredita que a sua rotina alimentar esteja adequada à corrida, apesar de não haver procurado orientação de um nutricionista. Poucos corredores usam suplementos e, dentre os usuários, somente dois o fazem por orientação de um profissional habilitado.

PALAVRAS-CHAVE: ALIMENTAÇÃO; CONDUTA; NUTRIÇÃO DESPORTIVA; DESEMPENHO; SAÚDE.

AMATEUR STREET RUNNERS OF PONTA GROSSA-PR: PERCEPTION AND IMPORTANCE FOR FEEDING

ABSTRACT: Proper nutrition to amateur street runner is crucial to their performance, to recovery muscles and health maintenance. Sports nutritionists note that, oftentimes, there are no healthy dietary ducts among athletes because of the lack of interest in learning more about sports nutrition, resulting in wrong eating choices. An oriented nutrition provides the necessary nutrientes in the appropriate amount to the runner, balancing its energy needs before, during and after the event. This study aimed to verify if amateur street runners of Ponta Grossa-PR execute eating strategies to improve performance and to recover satisfactorily of street run. The research was applied through a form with nine questions, with eight closed and one open questions.The research participants were thirty amateur street runners adults of both sexes, aged between 20 and 50 years and they practice street run regularly, at least twice a week, on 5 and 10 km routes in the city of Ponta Grossa-PR; were interviewed in the routine run days and on a day of competition. The results showed that the weekly frequency is relatively high, because more than half of interviewed run more than three times, which adds up to a large volume. Most runners believe

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that their diet routine is adequate with running, although they don’t search for nutritionist advices. Few runners use supplements and, among the users, only two do this with the qualified professional orientation.

KEYWORDS: FEEDING; CONDUCT; SPORT NUTRITION; PERFORMANCE; HEALTH.

1 INTRODUÇÃO

A corrida a pé - na rua ou estrada - é a modalidade mais popular do atletismo: é denominada de pedestrianismo (TURCO, 2003). A Associação Internacional das Federações de Atletismo define como corrida de rua: competições em avenidas, estradas e circuitos em ruas com percursos oficiais, variando entre 5 e 100 km (FERREIRA; BENTO; SILVA, 2015).

De acordo com a Corpore (2015), as corridas de rua tiveram um crescimento significativo no país entre 1994 e 2014, tendo em vista os eventos com grande número de participantes em algumas cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Segundo a Federação Paulista de Atletismo (2016) - órgão que registra o crescimento de adeptos e eventos de corrida de rua no Estado de São Paulo, desde o ano de 2000 - analisando estatisticamente, é perceptível o aumento de atletas no esporte em estudo. No ano de 2004, houve a participação de 146.022 corredores, e 107 provas. Esses números aumentaram, atingindo, em 2016, um total de 906.930 participantes e 424 competições no Estado.

Normalmente, o exercício físico é associado ao bem-estar de quem o pratica, e a corrida de rua é uma das modalidades com grande número de pessoas que aderiram atualmente. Isso se deve à facilidade em sua prática, pois pode ser executado ao ar livre e sem o uso de acessórios com muita tecnologia,

também, por trazer vários benefícios à saúde física e psicológica (JAHNKE, 2011).

O grande aumento da popularidade da corrida de rua se deve principalmente pela adesão de corredores não profissionais que buscam nesse exercício físico uma forma de se beneficiar: seja esteticamente, na manutenção da saúde e integração social ou redução de estresse (FERREIRA; BENTO; SILVA, 2015).

Atualmente, os estudos científicos apoiam a prática de exercícios físicos aliada a uma alimentação com nutrientes saudáveis que contribuam para a manutenção e a restauração de tecidos agredidos e danificados. A dieta para um praticante de corrida é análoga - em qualidade - a de um não praticante de exercício físico, mas poderá variar, principalmente, na quantidade de energia, de fluídos e de micronutrientes (CAPARROS et al., 2015).

Segundo Pessi e Fayh (2011), a alimentação orientada ao corredor é o principal fator a ser observado para ter conquistas positivas no desempenho do exercício físico de uma forma saudável, sem que o organismo sofra prejuízo. O conhecimento sobre hábitos alimentares adequados pelo praticante de corrida é fundamental na conduta nutricional; e sua aplicação resultará no rendimento desejado e na manutenção da saúde.

Ajustar a ingesta energética e nutricional é essencial para a manutenção da composição corporal e da saúde. Uma alimentação com nutrientes inadequados não irá suprir

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a necessidade energética necessária ao metabolismo, à reparação tecidual, ao sistema antioxidante e imunológico (PANZA et al., 2007).

Quando o planejamento dietético é bem executado, traz resultados imediatos e evidentes. Na nutrição dos esportes não é diferente: os princípios estão embasados nos estudos aprofundados da fisiologia e da bioquímica do exercício. Mesmo com esses efeitos benéficos, os nutricionistas esportivos percebem que a maioria dos atletas não seguem condutas dietéticas saudáveis para a manutenção da saúde ou do desempenho esportivo, nos níveis ideais. A falta de conhecimento a respeito da nutrição e da habilidade para escolher e preparar as refeições estão entre os fatores responsáveis por isso (MANN; TRUSWELL, 2011).

São determinantes no exercício físico: a frequência, o volume e a intensidade. Esses fatores são fundamentais porque desempenham um papel significativo nas respostas imunes a uma sobrecarga pelo esforço; e podem reduzir ou aumentar a imunidade. A regularidade do exercício e do treinamento físico - com moderada intensidade - contribui para ativar e melhorar os sistemas de defesa pela alta produção de leucócitos que estarão disponíveis para proteger e fortalecer o organismo, combatendo possíveis infecções. Em contrapartida, se a intensidade do exercício for alta, poderá ocorrer uma fragilidade do sistema imune, consequentemente, invasão de agentes patogênicos, tornando o corpo vulnerável e susceptível a infecções devido a essa imunossupressão. Esse aumento das funções corporais irá provocar uma elevação da produção de espécies reativas de oxigênio, também, o

estresse oxidativo (CARDOSO et al., 2012).

Desta forma, diante da importância da nutrição para o desempenho esportivo, o objetivo do presente estudo foi avaliar se o corredor de rua amador de Ponta Grossa – PR se preocupa em ter uma alimentação direcionada a essa prática.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa trata-se de um trabalho de natureza básica, classificada como transversal e exploratória com abordagem quantitativa. Este estudo respeita os preceitos éticos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Ponta Grossa, sob o parecer consubstanciado número 2.474.319 e CAAE número 82244117.6.0000.5689.

Os dados foram coletados entre os meses de fevereiro e março de 2018. Para serem avaliados, os entrevistados responderam a um formulário com uma questão aberta e oito fechadas, elaborado pela autora para este estudo. O questionário aborda algumas questões como: se há um planejamento alimentar direcionado para a corrida; se alguma vez procuraram um nutricionista e sentiram diferença; e se fazem o uso de suplementos sob o acompanhamento de um nutricionista ou não.

As pesquisas foram realizadas nos locais onde os corredores de rua amadores se reúnem semanalmente para a prática da corrida e também em uma competição, na cidade de Ponta Grossa-PR. Foram recrutados trinta participantes por convite pessoal do pesquisador, aleatoriamente, e a participação foi voluntária.

Os critérios de inclusão na pesquisa foram: adultos saudáveis,

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entre vinte e cinquenta e cinco anos, de ambos os sexos, praticantes de corrida de rua, duas, três ou mais vezes por semana, e que corram cinco, dez ou mais quilômetros por vez. Os participantes deveriam estar dispostos a colaborar com o trabalho, concordando com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos do estudo praticantes de corrida com frequência inferior a duas vezes semanais, com menos de cinco quilômetros e que não aceitaram participar de forma voluntária.

Os dados foram analisados por meio de porcentagens e gráficos utilizando-se o programa Microsoft

Office Excel 2010 ®.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os corredores de rua amadores que participaram dessa pesquisa enxergam nesse exercício físico uma forma de socializar, além de considerar que proporciona qualidade de vida, um exercício versátil e de baixo custo. A popularização desse esporte se deve à influência significativa de grupos de corrida, que também têm conquistado mais espaço entre os praticantes. Ponta Grossa tem, hoje, pelo menos, cinco grandes grupos que organizam treinos, incentivam atletas, divulgam provas, organizam excursões para provas em outras cidades e auxiliam iniciantes na modalidade. A presença de homens e mulheres nesses grupos é bastante equilibrada, impulsionada pelo aumento da ala feminina no esporte (NOTÍCIAS UNIMED, 2016).

Para esta pesquisa, do total de trinta corredores de rua amadores entrevistados, da cidade de Ponta Grossa – PR, com idade entre

dezoito e cinquenta e cinco anos, 66,67% são do gênero feminino.

Resultados similares foram encontrados no estudo de Rolim et al. (2016), desenvolvido em Uruguaiana (RS) durante a 7°Rústica de 8 km e 3km, dos quais 52% dos participantes eram do sexo feminino e 48% eram do sexo masculino. Goellner (2006), relata em sua pesquisa que, com o passar dos anos, as mulheres ganharam espaço para sua inclusão nos esportes, tanto em maratonas e olimpíadas quanto em atividades de lazer como a corrida de rua, práticas estas, que eram mais comuns em homens no passado.

Em contrapartida, o estudo de Rangel e Farias (2016), realizado em Criciúma–SC verificou a incidência de lesões em praticantes de corrida de rua, assim como outros fatores associados, descreve que a maior parte dos participantes da pesquisa é do sexo masculino, totalizando 79%; e o sexo feminino com 21%.

No presente estudo, a autora identificou que houve 43,33% dos praticantes com frequência semanal de duas corridas e 56,67% com três corridas ou mais. Resultados distintos foram encontrados na pesquisa de Rangel e Farias (2016), onde observaram que 8% dos indivíduos treinavam 2 vezes na semana, 18% praticavam 4 vezes, e 14% mais de 4 vezes semanalmente.

O volume semanal de corridas é um fator muito importante a ser observado por interferir diretamente em vários pontos, como saúde e rendimento do praticante. Nesse contexto, viu-se a necessidade de saber dos pesquisados qual era a frequência semanal das atividades. Foi visto que a quantidade de pessoas que correm semanalmente a distância de 5 km é de 46,66%, 26,67% dos praticantes costumam

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correr 10 km, e 26,67% tem o hábito de correr mais de 10 km.

Rios et al. (2017) avaliou 123 corredores e identificou que 71% deles correm 5 km e 29% correm 10 km semanalmente. Estes resultados

são semelhantes aos encontrados nesse estudo, com as suas devidas proporções.

A Tabela 1 demonstra a frequência e as distâncias percorridas semanalmente.

Tabela 1 – Frequências e distâncias percorridas semanalmente.

Variáveis Porcentagem (%)

Frequência semanal 2 vezes 43,33

Mais de 2 vezes 56,67

5 km 46,66

Distância diária

10 km 26,67

Mais de 10 km 26,67

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Percebe-se nos dados da Tabela 1 que tanto a frequência semanal como as distâncias são bem significativas. Este fato sugere desgaste físico que, se não for considerado, pode provocar sérias lesões – tanto fisiológicas como articulares.

Pelo constante avanço das tecnologias, vem se descartando a hipótese de que os corredores se lesionam por utilizar calçado inadequado, reforçando a ideia que as variáveis de intensidade, treinamento, distâncias e volume, sejam as principais causadoras de lesões (RANGEL; FARIAS, 2016).

Pesquisa realizada por Araújo et al. (2015), mostra que a prática de corrida pode desenvolver lesões, principalmente, em joelhos, tornozelos e pés\ em até 83% dos atletas amadores, prejudicando assim, a qualidade de vida. Atletas que correm duas, três e cinco vezes na semana relataram um ou mais tipos de lesões decorrentes do esporte, como atrito do pé com o calçado, torção e quedas.

Em outro estudo semelhante, 52,6% dos entrevistados apresentaram maior incidência de lesões nos joelhos, seguido de dores lombares; inflamação na coxa; tendão calcâneo; nervo ciático; pés; pescoço e entorse no tornozelo (RANGEL; FARIAS, 2016).

Outro fator relevante no que diz respeito à frequência de corrida e distâncias percorridas é a formação de radicais livres. O nível de exaustão e a intensidade do exercício do indivíduo podem ser fatores relevantes na avaliação da formação do estresse oxidativo, que ocorre pelo desequilíbrio entre os compostos oxidantes e antioxidantes da excessiva formação de radicais livres e que pode levar a perda das funções biológicas (PEDROSO; VICENZI; ZANETTE, 2015). De acordo com os estudos desenvolvidos por Tureck et al. (2017), os percentuais de inadequação demonstram preocupação com o comprometimento da ação dos minerais antioxidantes, uma vez que estes relacionam-se com o desenvolvimento de diversas

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doenças. Observou-se que os maiores percentuais da ingestão insuficiente de nutrientes antioxidantes eram: vitamina E na população total; vitaminas A e C e cobre nas mulheres adultas; a vitamina C, o manganês e o cobre nos adolescentes de ambos os sexos. Estes percentuais podem ser atribuídos possivelmente às escolhas alimentares desses indivíduos.

Cruz et al. (2017), nos diz que a ingestão de antioxidantes é indicada aos praticantes de atividade física intensa, pois irão atuar no combate aos radicais livres produzidos em excesso em consequência do aumento da oxigenação, durante o exercício físico. Diz ainda que o sistema de defesa oxidante pode ser obtido através da alimentação, representado pelas vitaminas E e C, pelos minerais zinco e selênio e os carotenoides. Óleo de girassol, azeite de oliva, amêndoas, castanhas, acerola, limão, morango, ovo, cenoura, carne, frango e abóbora são alguns exemplos de alimentos que contém substâncias antioxidantes e que devem fazer parte da rotina alimentar do corredor de rua.

Paschoal e Naves (2015), corroboram com este estudo quando falam que o consumo de alimentos

de cor verde-escuro e oleaginosas é excelente fonte de minerais antioxidantes. Os peixes de água profunda e linhaça - que oferecem ômega-3 - são fundamentais para combater o excesso de radicais livres, bem como o suco de uva integral e o chá verde.

A recomendação em relação a antioxidantes e exercícios é de uma dieta balanceada, rica em antioxidantes naturais e fitoquímicos. O consumo regular de várias frutas e vegetais frescos, cereais integrais, leguminosas e feijões, brotos e sementes é uma maneira eficaz e segura de atender a todas as exigências antioxidantes em pessoas fisicamente ativas e atletas (YAVARI, 2015).

Quando questionados se acreditam que a sua rotina alimentar está adequada para a corrida, 66,67% responderam que sim, e 33,33% responderam que não.

Em relação à pergunta sobre a procura de um nutricionista para orientá-los, 36,67% responderam que sim e 63,33% responderam que não.

A Figura 1 demonstra a relação entre quem considera que sua rotina alimentar está adequada e quem já buscou auxílio de um nutricionista.

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Figura 1 – Relação entre quem se considera com rotina alimentar adequada e quem buscou

auxílio de orientação nutricional.

Rotinas alimentares com e sem orientação

80,00%

70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00% Sim

Não

Rotina alimentar adequada

Auxílio de orientação nutricional

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

Há um contrassenso nas duas respostas acima: quando afirmam que a sua rotina alimentar está adequada à prática da corrida e quando dizem que nunca consultaram um nutricionista para fazer uma prescrição alimentar. Como não foi feito uma avaliação dietética não dá para saber como se alimentam e o perfil nutricional, mas, pode-se dizer que somente o nutricionista é capaz de fazer essa prescrição, e então, poderemos afirmar se a rotina alimentar está adequada com a prática da corrida.

Os nutricionistas dos esportes notam que muitos atletas não seguem práticas alimentares saudáveis para a manutenção da saúde ou para desempenho esportivo, em níveis ideais. A falta de conhecimento sobre nutrição é um dos fatores responsáveis pela escolha equivocada de alimentos, além da inabilidade na preparação de

refeições (MANN; TRUSWELL, 2011).

Na pesquisa realizada por Santos et al. (2016) - no que se refere ao acompanhamento nutricional dos corredores - foi observado que 29,1% estavam sendo orientados por nutricionista e que 40,7% já passaram por acompanhamento em determinado período.

Outro estudo de Lima et al. (2007), avaliando corredores de rua amadores, observaram que a maior parte, (65,1%), não recebia orientação nutricional, fato semelhante ao discutido neste trabalho; e dos que recebiam, pouco mais de 50% eram acompanhados por profissional nutricionista.

Nunes et al. (2012) apontou que a ausência do acompanhamento nutricional favoreceu o consumo inadequado de alimentos em refeições habituais e pré-competição de corredores, podendo interferir diretamente no desempenho do

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atleta. Com o objetivo de preservar a saúde e melhorar o desempenho, destaca-se a importância do acompanhamento de um nutricionista junto aos praticantes de exercícios físicos.

Segundo estudos de Ferreira, Bento e Silva (2015), foi verificado um percentual elevado de praticantes de corrida de rua de ambos os gêneros que ingerem carboidratos em quantidade inferior à recomendação. Este fato pode ser considerado importante e preocupante, considerando a importância desse nutriente no fornecimento de energia, preservação da massa magra, manutenção da glicemia durante o exercício e reposição do glicogênio muscular. Lima-Silva et al. (2013), demonstraram que dietas com baixo teor de carboidratos estão relacionados a acontecimentos de exaustão precoce e queda no rendimento durante o exercício

aeróbio..

Para pessoas que participam de uma atividade física regular, os carboidratos devem fornecer cerca de 60% (400-600 g) das calorias diárias totais, predominante na forma de frutas, grãos e vegetais não refinados, ricos em fibras (Mc ARDLE; KATCH; KATCH, 2014). A ingestão adequada de carboidrato favorece os estoques de glicogênio e reduz a fadiga, tornando-se um fator determinante no melhor desempenho durante o exercício prolongado (CHAGAS, 2016).

No mesmo estudo de Chagas et al. (2016), observou-se que a quantidade de proteínas ingerida pelos corredores excedeu as recomendações. Segundo Mc Ardle, Katch e Katch (2014), a recomendação diária de proteínas para atletas que treinam

extensamente é de 1,2 e 1,8 g por kg de massa corporal, sem a necessidade de ter de consumir proteína suplementar. Todas as proteínas contribuem para as estruturas teciduais ou existem como componentes importantes dos sistemas metabólicos, de transporte e hormonal.

Relacionado à questão anterior, foi perguntado se sentiram diferença quando seguiram uma prescrição alimentar feita por um nutricionista. Dos que seguiram as orientações de um nutricionista, 6,66% responderam que não perceberam nenhuma modificação, tanto no desempenho, como no rendimento e lesões. Dos corredores que já procuraram um nutricionista, 56,66% afirmaram que perceberam mudanças significativas em vários aspectos, como redução da fadiga, melhora no rendimento e diminuição de dores nos membros inferiores.

De acordo com a pesquisa de Oliveira et al. (2008), metade da amostra afirmou ser ou já ter sido acompanhada por nutricionista, onde, 76% destes obtiveram o resultado esperado. Dos praticantes, 94% pensam que a orientação fornecida por nutricionista é importante para quem pratica exercício físico, promovendo assim, resultados positivos. Schneider et al. (2014), em uma pesquisa desenvolvida com educadores físicos, questionou se eles já realizaram ou se fizeram acompanhamento com nutricionistas e 50% responderam que sim. Dentre eles, 67% estavam satisfeitos e 33% estavam insatisfeitos, pois alegaram que não se adaptaram à dieta proposta.

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As necessidades nutricionais de atletas e praticantes de exercício físico para fins competitivos são maiores. Muitas vezes, pela dificuldade que há em conseguir adequar a alimentação, alguns atletas recorrem ao uso de suplementos alimentares. Nesse contexto, percebeu-se a relevância de saber se os corredores de rua amadores usam essa estratégia ergogênica na sua rotina de alimentação; e o que foi verificado é que 76,67% dos pesquisados não usam e 23,33% usam suplementos.

Dentre os 7 que usam, 2 seguem a prescrição de nutricionista; 2 usam por indicação própria; 1 é orientado por nutrólogo; 1 segue as dicas de amigos ou grupo de corrida e 1 seguiu a indicação do funcionário da loja de suplementos. Importante salientar que dos 30 praticantes, somente 7 usam suplementos, desses, apenas 2 seguiam a prescrição de nutricionista.

A Figura 2 mostra o uso de suplementos pelos corredores de rua amadores.

Figura 2 – Gráfico demonstrativo do uso de suplementos em percentual.

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

A Figura 3 demonstra quem fez a indicação do uso de suplementos.

Figura 3 – Gráfico demonstrativo da indicação de uso de suplementos.

Indicação de uso de suplemento

volu

ntá

rio

s

3

2

2

de 1

mer

o

1

0 Nutricionista Iniciativa Nutrólogo Dicas de Funcionário da própria amigos loja

Quem indicou o uso

Fonte: Elaborada pelo autor (2018).

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Analisando os dados acima, percebe-se que a quantidade de corredores que usam suplementos é baixa, mas, mesmo assim, é um assunto que necessita ser tratado com cautela pelo fato de alguns usarem suplementos sem a orientação de um nutricionista.

Em vários estudos diferentes - realizados através de uma revisão bibliográfica de Nabuco, Rodrigues e Coelho (2016) - destacam-se 14 estudos que investigaram a fonte de indicação para o uso de suplementos alimentares. Nesses achados, reunindo e somando todos os resultados, constatou-se que os técnicos e ou treinadores somam 93%, família 64% e médico 43%. Estes resultados reforçam uma observação na qual os técnicos são as grandes fontes de informações, possivelmente, devido à relação de confiança entre eles e o atleta. Pesquisa realizada por Lopes et al. (2015), mostrou que 54% dos participantes relataram fazer o uso de pelo menos um suplemento alimentar - diariamente, sendo que os homens apresentaram frequência de consumo maior que as mulheres.

Nos estudos de Salgado (2016), o resultado foi semelhante ao da presente pesquisa. Os que afirmaram serem consumidores de suplementos representaram 28,3% e os que não são consumidores representaram 71,7% da amostra. Dos entrevistados, foi verificado que 27,3% seguiam orientação dos técnicos ou professores de Educação Física. Neste mesmo estudo, evidenciou-se maior frequência de consumidores entre os sujeitos que treinavam maior quilometragem por semana, e também os que apresentavam mais tempo de treino. Este fato pode estar relacionado a grande necessidade energética pelos altos volumes de treino.

Crivelin et al. (2018), concluiu em sua pesquisa que a maior parte dos suplementos consumidos foi indicada pelo próprio vendedor da loja (42,1%), seguida do instrutor da academia

(24,7%), enquanto, nutricionistas ficaram em terceiro lugar (14,9%).

Goston e Correia (2009), realizaram uma pesquisa bibliográfica na qual constataram que entre os frequentadores de academia, de 24 a 40% usavam suplementos sem indicação médica ou de nutricionista, mas com indicação de amigos, vendedores e propagandas. Relatos de usuários confirmaram que recebiam indicações dos professores de Educação Física; esta atitude que foi considerada antiética pelos autores da pesquisa, uma vez que esses profissionais estariam exercendo prática irregular por não possuírem habilitação técnica para tal função. No mesmo levantamento Moreira e Rodrigues (2014), afirmam que quase metade das pessoas entrevistadas relataram que a indicação de uso de suplementos foi feita por professores de Educação Física, seguido por auto indicação.

Segundo estudos de Santos e Pereira (2017), a maioria dos entrevistados, usuários e não usuários de suplementos alimentares relataram saber que é o profissional nutricionista quem deve prescrever suplemento. Resultado semelhante ao estudo de Almeida et al. (2009), no qual 67% da amostra concordam que o nutricionista é o profissional mais apto para prescrever suplementos alimentares. Por outro lado, Pereira e Cabral (2007), mostram que 50% dos usuários de suplementos pesquisados em seu estudo receberam orientação para o uso, indicados por professores de Educação Física e apenas 10% de um nutricionista. Brito e Liberali (2012), observaram que nutricionistas e educadores físicos representaram as segundas maiores fontes de indicação de suplementos, alcançando o percentual de 33% e 26,2%, respectivamente. Em Vargas, Fernandes e Lupion (2015), a indicação para uso de suplemento alimentar se deu por iniciativa própria (41,93%), ou seja, a auto prescrição, seguida da

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indicação por profissionais de Educação Física (9,67%). Segundo Pedrosa et al. (2010), somente 20% da indicação para consumo de suplemento tem indicação do nutricionista. Visto que essa responsabilidade cabe somente ao nutricionista, esta prática vai contra a Resolução nº 056/2003, presente no Conselho Federal de Educação Física (2013), referente ao Código de Ética dos Profissionais de Educação Física, que diz que este profissional deve: “zelar pela sua competência exclusiva na prestação dos serviços a seu encargo”, deixando claro que a prescrição de suplementos alimentares não faz parte de sua atividade profissional.

Praticantes de corrida - cujos treinos são de relevante duração diária e semanal - podem se beneficiar do uso de suplementos e podem ser usados como adicionais de uma dieta adequada, levando em conta que os corredores necessitam consumir energia suficiente para o treinamento. A baixa ingestão de alimentos pode provocar perda de massa muscular, lesões musculares, aumento do risco de fadiga redução da densidade óssea e outros (BECHER et al., 2016).

Segundo Mahan, Stump- e Raymond (2012), muitos atletas utilizam esses produtos como um meio conveniente de melhorar a dieta, entretanto, se utilizarem regularmente para substituir alimentos integrais, poderão se privar de uma dieta bem balanceada.

A utilização incorreta de suplementação, devido à má informação, pode acarretar danos à saúde e prejuízos no desempenho físico dos atletas. É importante conhecer a legislação vigente, avaliar as características dos produtos e fatores associados a seu consumo, pois o mercado dispõe de grande quantidade destes produtos, o que dificulta o entendimento e conhecimento adequado dos reais benefícios, e sobre os produtos

mais indicados para cada situação (JÚNIOR, 2012).

Conforme Nabuco, Rodrigues e Coelho (2016), os suplementos mais consumidos de acordo com os estudos revisados apresentou grande variação, porém, em 70% deles, as vitaminas estavam sempre entre os três suplementos mais citados, seguido de proteínas, aminoácidos, multivitamínicos e bebidas esportivas.

A prescrição alimentar individualizada é recomendada por nutricionista com o objetivo de consumir refeições adequadas e equilibradas, salientando que a necessidade de utilização dos suplementos alimentar também deve ser avaliada por um profissional especializado (MOREIRA; RODRIGUES, 2014).

Os praticantes de corrida devem buscar orientação de especialistas a respeito de suplementos para verificar se seu esporte/exercício justifica a experimentação desses produtos ou se, através de práticas alimentares adequadas, conseguem atingir as necessidades diárias (MANN; TRUSWELL, 2011).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compreensão dos fatores associados à alimentação e corrida de rua é de suma importância para que as medidas preventivas possam ser propostas de forma mais efetiva.

Os resultados deste estudo demonstraram que o corredor de rua amador, de Ponta Grossa – PR, tem uma alta frequência semanal, pois a maioria deles corre mais de duas vezes por semana por 5 km ou mais.

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Esse volume da prática de

corrida semanal é um fator muito importante a ser observado, por interferir diretamente em alguns pontos, como a manutenção da saúde e rendimento do praticante. O uso de suplementos na população pesquisada é relativamente baixo, mas somente dois o fizeram sob a orientação de um nutricionista, este fato demonstra o pouco conhecimento que possuem sobre os prejuízos que podem vir a ter com o uso inadequado desses suplementos.

Pelos achados deste estudo, pode-se indicar que os corredores não têm o devido cuidado com a alimentação; há uma necessidade crescente de orientação e educação em nutrição esportiva para auxiliar os esportistas a melhorar seus hábitos alimentares, otimizando, assim, o seu desempenho.

Diante do grande número de pessoas que buscam a corrida de rua como prática esportiva, mais estudos serão necessários para que se consiga saber quais são os prejuízos decorrentes da ausência de um programa alimentar prescrito por um nutricionista. Estas futuras pesquisas são necessárias para investigar o perfil antropométrico e a qualidade dos alimentos ingeridos, através de um registro alimentar, com a finalidade de identificar possíveis deficiências ou excessos na sua alimentação.

Realizar um trabalho em parceria com os educadores físicos que treinam os corredores é também um ponto a ser considerado, por entender que os profissionais destas duas áreas irão contribuir significativamente para a qualidade de vida e rendimento dos praticantes dessa modalidade de exercício físico.

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