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Aula 7 Gestão organizacional na corporação do conhecimento: uma visão holística Carlos Luiz Alves

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Aula 7Gestão organizacional na corporação do conhecimento: uma visão holística

Carlos Luiz Alves

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Gerenciar uma organização em um ambiente em constante mutação é um grande desafio. Uma das possíveis saídas dos gestores é a correspondente mudança dos modelos mentais

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Gerenciar uma organização em um ambiente em constante mutação é um grande desafio. Uma das possíveis saídas dos gestores é a correspondente mudança dos modelos mentais

Na sociedade atual, o modelo newtoniano-cartesiano (mecanicista, fragmentário) está sendo substituído por um modelo mais holístico (centrado no todo). Neste contexto, compreender mudanças de atitudes e valores pode ser um dos fatores críticos de sucesso das organizações

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Questões para uma reflexão:

O que são paradigmas?

O que é uma administração holística?

Qual o papel das novas lideranças em organizações centradas no alto desempenho e na gestão do conhecimento?

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As mudanças estruturais que afetam a nossa sociedade, que são frutos do desenvolvimento econômico e do advento das novas tecnologias da informação e do conhecimento, afetam também as organizações.

Este fato faz com que os gestores mudem também de paradigmas e ou de modelos mentais

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As mudanças estruturais que afetam a nossa sociedade, que são frutos do desenvolvimento econômico e do advento das novas tecnologias da informação e do conhecimento, afetam também as organizações.

Este fato faz com que os gestores mudem também de paradigmas e ou de modelos mentais

Os gestores, agora como líderes, constituem fator de sucesso, pois terão de “desaprender” modelos antigos e arcaicos.

E “aprender a aprender”. Implementando um novo modelo de gestão, que é um importante passo para as mudanças pretendidas.

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Mudanças de paradigmas e um novo tempo

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Mudanças de paradigmas e um novo tempo

Os paradigmas nos envolvem, filtram nossas crenças, valores e percepções de mundo. Compreendê-los em suas dinâmicas é um importante passo para as mudanças que se esperam em nossas vidas e na vida das organizações.

São os paradigmas que estabelecem modelos, experimentações e fazem com que (mais ou menos) colocamos “uma ordem no mundo”, tornando-o mais compreensível e previsível.

Colocar ordem no caos é a primeira tentativa de dar sentido ao mundo e as nossas ações.

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Vivemos em uma sociedade “anômala” cheia de contrariedades e conflitos de diversas ordens, que nos afetam diretamente em nossas crenças e valores. Viver em uma sociedade como atual, é viver em conflito com nós mesmos.

O homem moderno é caracterizado por essa anomia, que o deixa estupefato diante dos acontecimentos, ocasionando muitas vezes imobilismo. É a sociedade do espetáculo, em que por meio das mídias nos tornamos indiferentes a dor humana, ao sofrimento alheio, quando diante da televisão assistimos a um país sendo invadido por um outro, ou um grupo radical que acaba decepando cabeças de jornalistas diante das câmeras de TV.

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O mundo parece desconcertado na fala de Camões. Tudo parece ilógico e sem razão aparente. Como dar sentido ao que não tem? Como dar razão ao que é irracional?

São questionamentos desta natureza que nos levam a repensar nossos modelos mentais e alinhá-los aos novos paradigmas emergentes.

Como mudar em um mundo que nos molda e nos fazem mudar? Onde está nossa natureza que nos fazem homens e mulheres?

Quem somos nós?

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A constituição dos paradigmas no mundo ocidental

Ao refletirmos sobre o mundo e sobre nós mesmos, fazemo-lo a partir de modelos que dão validade ao que achamos certo e com valor de verdade.

Quando falamos em paradigmas e mudanças de paradigmas, não estamos falando de um modelo que se torna obsoleto e que um outro começa a atuar. Estamos falando que, em cada época, em cada tempo, tais modelos serviram de base (ou como filtros) para a compreensão e resolução dos grandes problemas e acontecimentos que cercearam a humanidade.

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1- Visão orgânica.

Na Idade Média (de 450 a 1400 d.C.) prevaleceu um modelo orgânico, em que tudo que existia no mundo girava em torno da imagem de Deus, ou seja, cada acontecimento que surgia era da “Vontade de Deus”, como a peste bubônica, que fora uma praga que dizimou mais da metade da população europeia, que acabou sendo vista, na época, como uma punição pelo pecado da humanidade. Quando alguém adoecia era a vontade de Deus. Quando chovia era benção de Deus e não um fenômeno natural.

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2- Visão cartesiana

Neste paradigma, que vai de encontro com as leis morais da Igreja, o mundo é visto como uma máquina, em que cada parte deve ser vista e analisada. É a chamada visão mecanicista ou cartesiano-newtoniana, em homenagem a René Descartes (filósofo) e Isaac Newton (cientista).

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2- Visão cartesiana

Neste paradigma, que vai de encontro com as leis morais da Igreja, o mundo é visto como uma máquina, em que cada parte deve ser vista e analisada. É a chamada visão mecanicista ou cartesiano-newtoniana, em homenagem a René Descartes (filósofo) e Isaac Newton (cientista).

Esses conhecimentos, provenientes dos trabalhos de Galileu Galilei, que formulou a “lei dos corpos em queda”, que fora matematizada por Isaac Newton (lei da gravidade universal) deram um grande impulso ao desenvolvimento tecnológico e industrial.

René Descartes escreveu o “Discurso do Método” que propõe descartar tudo que não pode ser provado.

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3 – Visão positivista

No século XIX, os homens abandonaram a concepção cartesiana de que o mundo era uma grande máquina perfeita criado por Deus.

Isso acontece, pelo avanço da Ciência e mais precisamente sobre os trabalhos de Charles Darwin que propõe que os animais, inclusive o homem, são produtos de um processo de evolução das espécies, em que formas mais simples, à medida em que evoluem, tornam-se mais complexas.

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4 – Visão sistêmica e quântica

É no século XX, com os trabalhos de Albert Einsten, Max Planck, Heisemberg e Niels Bohr, que o paradigma anterior, conhecido como dominante (uma vez que ele explicava todos os fenômenos do universo e que poderiam ser medidos e controlados) fora colocado em xeque.

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4 – Visão sistêmica e quântica

É no século XX, com os trabalhos de Albert Einsten, Max Planck, Heisemberg e Niels Bohr, que o paradigma anterior, conhecido como dominante (uma vez que ele explicava todos os fenômenos do universo e que poderiam ser medidos e controlados) fora colocado em xeque.

Einstein mudou a concepção de espaço e tempo proposta inicialmente por Newton. Para este, espaço e tempo eram planos, previsíveis, para aquele eram relativos e curvos. Com o surgimento da mecânica quântica, ondas e partículas são de mesma natureza e que o olhar do observador modifica o estado da matéria. Não se pode medir a velocidade da onda e da partícula ao mesmo tempo (este é o grande paradoxo). A ciência entra no campo da probabilidade e da incerteza.

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Fritjof Capra, em Ponto de Mutação, propõe uma visão sistêmica de mundo, a partir das teorias da mecânica quântica, em que tudo gira em torno de fluxos de matéria e energia. São as relações entre os seres e as coisas que estabelecem efeitos de verdade.

Para compreendermos algo é necessário compreender o contexto em que este algo atua ou existe. São, portanto, as conexões, as relações, as teias, os movimentos, fluxos de energia que caracterizam ou criam a realidade.

Para se compreender um fenômeno é necessária uma nova abordagem que as visões anteriores não podem fornecer. Nesta nova maneira de ver ou enxergar o mundo, há necessidade de amplo e novos conhecimentos, que a ciência em si mesma não pode mais propor.

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Gestão organizacional na corporação do conhecimento: uma visão holística.

Vimos como se caracteriza o modelo newtoniano- cartesiano.

Percebemos também que ele não é mais vigente ou dominante. O que nos sobra então?

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Gestão organizacional na corporação do conhecimento: uma visão holística.

Vimos como se caracteriza o modelo newtoniano- cartesiano.

Percebemos também que ele não é mais vigente ou dominante. O que nos sobra então?

Apostar em um modelo holístico, em uma gestão holística.

Mas afinal, o que é gestão holística? Qual a vantagem deste modelo? Que mudanças são esperadas a partir da adoção deste novo modelo?

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O modelo newtoniano-cartesiano é reducionista e se tornou ultrapassado, uma vez que não mais explica todos os fenômenos que se apresentam na modernidade. Ele também limita a nossa capacidade de inovação e criatividade. Neste modelo não existem possibilidades! É mecanicista.

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Na visão holística, o todo é mais do que a soma das partes. É uma visão de sistema, em que tudo está ligado e interconectado. Quando observamos as organizações, não podemos vê-las apenas em partes, mas como um todo que vive e interage com o meio em que está inserido.

Nesta nova abordagem, as organizações são como sistemas abertos que influenciam e sofrem influência de seu meio. Há trocas de energias! Para se compreender esta visão holística, é necessário que mudemos nossas percepções de universo. A organização é tratada como subsistemas desse universo.

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Paradigma Cartesiano Paradigma HolísticoHabilidadesRazão/ objetividadeÉtica da vantagemIntelectualRotinaPartesProblemas entendidos isoladamenteOrganograma vertical/ cargoIndependenteChefeCompetição

ValoresIntuição/SubjetividadeÉtica de valoresEmoçãoCriatividade e inovaçãoTodoInterligação dos problemas Organograma horizontal/ funçãoInterdependenteLíderColaboração/cooperação

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Três elementos são indispensáveis para a transformação de um paradigma reducionista para um holístico. São eles: criatividade, inovação e flexibilidade.

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Três elementos são indispensáveis para a transformação de um paradigma reducionista para um holístico. São eles: criatividade, inovação e flexibilidade.

Neste modelo holístico, é mais racional investir nas pessoas, pois são elas que farão as mudanças propostas. Também são elas que constituem a maior parte do Capital Intelectual das organizações.

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O que podemos observar em uma organização holística ou organização do conhecimento?

- Há funções e não cargos.

- A hierarquia é horizontal.

- A respeito a individualidade das pessoas.

- Há o profissional especialista-generalista, ou seja, aquele que conhece não apenas seu setor ou departamento, mas que interage e contribui com todos os outros setores e ou departamentos da empresa. Ele é polivalente.

- Espírito empreendedor.

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- Há estimulo à iniciativa, à criatividade e à inovação.

- As tomadas de decisão é no conjunto da equipe.

- Não há necessariamente chefes ou gerentes, mas líderes.

- Há uma comunicação constante e feedbacks entre os líderes e seus colaboradores.

- Os colaboradores são de fato colaboradores, contribuem para o sucesso da organização.

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- Saber lidar com pessoas, é uma habilidade essencial para os novos líderes.

- A empresa contrata “cérebros” e não mão de obra.

- As pessoas são vistas como investimentos e não como custos.

- As equipes são heterogêneas e multidisciplinares.

- As reuniões são frequentes e todos participam.

- Interações, parcerias e trabalhos em equipe devem fazer parte da cultura organizacional.

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CONCLUSÃO

Vimos que os paradigmas influenciam nossas decisões e percepções de mundo. Compreendê-los passa a ser a chave-mestra para as mudanças que se esperam das pessoas e das organizações. Nestes novos paradigmas, conhecidos como emergentes, ser criativo, inovador, flexível e aberto à aprendizagem, tornaram-se fatores críticos de sucesso, tanto por parte das pessoas como por parte das organizações. Neste mundo, resistir as mudanças pode ser um grande equívoco.

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REFERÊNCIAS

ANGELONI, M. T. (Org.) Organizações do Conhecimento: infraestrutura, pessoas e tecnologia, 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.

SVEIBY, Karl Erick. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.