2015.09.24 - Jornal "Publico"
-
Upload
dilarcascas -
Category
Documents
-
view
348 -
download
1
description
Transcript of 2015.09.24 - Jornal "Publico"
269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e
Meta do défi ce só é atingida se 2.º semestre for o melhor desde 1999Governo vem dizer que mantém objectivo de 2,7% para 2015, mas terá de garantir que nos últimos seis meses o défi ce não ultrapassa os 0,9%. A oposição diz que a austeridade não serviu para nada Destaque, 2 a 10
O clínico tem uma anomalia psíquica grave, revelou a Ordem dos Médicos p11
Historiadores especializados vão debater o assunto num colóquio com início hoje p30
O objectivo é dotar os refugiados de competências no ramo da hotelaria p14
Há menos colocados na 2.ª fase. No total, entraram mais de 50 mil alunos p12
Como falar de escravatura sem ser antiportuguês
Número de entradas no superior é o mais alto dos últimos anos
Médico internado por achar que pode curar o cancro
Inatel vai dar emprego e formaçãoa 100 refugiadosVISITA AOS EUA
PAPA NÃO QUER ADIAR LUTA CONTRA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICASMundo, 26
VINCENZO PINTO/AFP
PUBLICIDADE
QUI 24 SET 2015EDIÇÃO LISBOA
Ano XXVI | n.º 9293 | 1,15€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora de Arte: Sónia Matos
ISNN:0872-1548
PRÉMIOS 2014JORNAL EUROPEU DO ANOJORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL
HOJE Poderosos Heróis Marvel 10.º vol.Wolverine: Ilha da Morte Por + 8,90€
LEGISLATIVAS 2015 INQUÉRITO DIÁRIOPaF 38,9% PS 34,1% CDU 8,3% BE 4,8%
ESTRUTURAS DA JUSTIÇA RECUSAM CONVITE PARA REUNIR COM O PS
HÁ JOVENS NO ESTRANGEIRO QUE QUEREM VOTAR MAS O SISTEMA NÃO OS DEIXADestaque, 2 a 10
Presidente Obama cumprimenta o Papa Francisco na sua chegada à Casa Branca
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Acompanhe emwww.publico.pt/legislativas2015
LEGISLATIVAS 2015
Meta do déficesó é atingidase 2.º semestre for o melhor desde 1999
Um défice maior em 2014
por causa do Novo Banco
e uma primeira metade de
2015 com um saldo mais
negativo do que a meta do
Governo trouxeram ontem
as fi nanças públicas de novo para
o centro do debate na campanha.
A oposição viu os números como
prova de que a austeridade não
serviu para nada, o Governo fala
de “efeito estatístico” em 2014 e
reafi rma metas para este ano.
A primeira notícia dada pelo Ins-
tituto Nacional de Estatística (INE)
não surpreendeu, mas foi a que pro-
vocou mais debate. O défi ce público
do ano passado derrapou para 7,2%
do PIB, mais 2,7 pontos percentuais
do que os 4,5% estimados pelo pró-
prio INE em Abril.
A deterioração do saldo registado
em 2014 já era amplamente espe-
rada e deve-se à contabilização dos
4900 milhões de euros usados para
capitalizar o Novo Banco no cálculo
do défi ce.
Em relação à estimativa de há seis
meses, há ainda pequenos efeitos
positivos, da ordem dos 175 milhões
de euros, decorrentes da incorpora-
ção de dados revistos da Administra-
ção Local, do Serviço Nacional de
Saúde e da Informação Empresarial
Simplifi cada (IES).
Mas, feitas as contas, o défi ce de
2014 acabou por ser agravado em
4729,3 milhões de euros, face ao
que tinha sido estimado em Abril.
O valor da dívida pública em 2014
manteve-se inalterado, nos 130,2%
do PIB, uma subida de 1,2 pontos
percentuais face a 2013.
A inclusão nas contas públicas da
injecção de capital de 4900 milhões
de euros feita em 2014 pelo Fundo
de Resolução no Novo Banco é o re-
sultado da aplicação das regras con-
tabilísticas europeias. Já tinha fi cado
claro que, se o Novo Banco não fosse
reprivatizado no espaço de um ano,
as autoridades estatísticas teriam de
tomar este passo. Foi isso que o INE
agora fez, passados apenas alguns
dias após o anúncio pelo Banco de
Portugal do adiamento do processo
de venda.
Os próprios responsáveis do Go-
verno já tinham, nas últimas sema-
nas, antecipado este resultado, as-
sumindo que, perante o adiamento
da venda do Novo Banco, um im-
pacto negativo nas contas públicas
de 2014 era inevitável. No entanto,
têm garantido sempre que esse agra-
vamento do défi ce não terá conse-
quências ao nível da política orça-
mental a seguir.
A ministra das Finanças já tinha
defendido que uma subida do défi ce
por causa do Novo Banco seria “um
efeito meramente estatístico”, sem
consequências do ponto de vista da
adopção de novas medidas. Ontem,
Passos Coelho defendeu a mesma
ideia (ver texto ao lado).
Do lado das autoridades europeias
também já tinham surgido várias in-
dicações de que a derrapagem do
défi ce em 2014, sendo provocada
por uma injecção de capital de ca-
fi caria, de acordo com as mesmas
regras que levaram à derrapagem
do défi ce em 2014, um impacto ne-
gativo das contas no ano em que se
realizar essa injecção, seja em 2015
ou 2016.
A meta de um défi ce abaixo de 3%
este ano e consequente saída de Por-
tugal do procedimento por défi ces
excessivos poderia fi car então em
causa. Nesse caso, seria necessário
perceber se as autoridades euro-
peias estariam de novo disponíveis
para não levar em consideração o
impacto da operação de capitali-
zação.
É neste contexto de risco prove-
niente ainda do Novo Banco que o
INE divulgou também ontem outros
números: já durante a primeira me-
tade deste ano, o défi ce foi de 4,7%
do PIB.
É verdade que se verifi ca uma me-
lhoria de 1,5 pontos percentuais face
a igual período do ano anterior e
que o valor do segundo trimestre
(3,7%) foi melhor do que o do pri-
meiro (5,7%), mas os 4,7% registados
Em plena campanha, Governo vem dizer que mantém objectivo de 2,7% para 2015, mas terá de garantir que nos últimos seis meses o défi ce não ultrapassa os 0,9%
Sérgio Aníbal
O Novo Banco, cuja venda foi adiada, será submetido já em Novembro a testes de stress pelo Banco Central Europeu
rácter extraordinário, não resultará
na exigência de medidas adicionais
de correcção do desequilíbrio or-
çamental.
Riscos para 2015O risco para o futuro é que, com o
Novo Banco ainda nas mãos do Fun-
do de Resolução, qualquer nova ca-
pitalização que venha a ser feita na
instituição possa também conduzir
a um agravamento do défi ce público
registado em 2015 ou 2016.
O Banco Central Europeu prepa-
ra-se para divulgar em Novembro os
resultados dos testes de stress rea-
lizados ao Novo Banco. Se concluir
que os rácios de capital do banco
não são os adequados, haverá a ne-
cessidade de injectar mais fundos.
Estes poderiam vir de investido-
res privados, caso tal fi casse estabe-
lecido no processo de privatização
do Novo Banco. Mas se a venda a
privados não fi car entretanto con-
cluída, quem terá de garantir a ca-
pitalização é o seu actual accionista,
o Fundo de Resolução, o que signi-
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | DESTAQUE | 3
A perguntaVamos todos pagar o défice de 2014?
A frase“7,2% é o défice que todos vamos pagar”Mariana Mortágua, na sede do BE, em Lisboa, 23/9/2015
ContextoO INE anunciou que o défice de 2014 foi de 7,2% do PIB, bem acima dos 4,5% estimados em Abril, por causa da contabilização da injecção de 4900 milhões de euros de capital feita pelo Fundo de Resolução (que está no perímetro da Administração Pública) no Novo Banco. O Governo reagiu dizendo que o agravamento é “um efeito meramente contabilístico”. A oposição diz que vai ser um encargo para todos os portugueses.
Os factosA subida do défice para 7,2% não força, como noutras ocasiões, o Governo a tomar, no imediato, medidas de correcção para cumprir metas orçamentais. É relativo a um ano já passado e a Comissão Europeia já confirmou que não terá em consideração este agravamento na avaliação que faz ao desempenho orçamental português. O
problema é saber se o aumento da dívida das Administrações Públicas, que teve de ocorrer para fazer face a essa despesa, será ou não coberto por uma futura venda do Novo Banco ou por um pagamento dos bancos ao Estado do diferencial entre a capitalização e a venda. Há ainda muitas incertezas. O processo de venda foi adiado. E quanto ao pagamento do diferencial pelos bancos, o executivo garante que acontecerá, mas não está definido em quanto tempo, nem se substituirá contribuições que a banca já teria de fazer para o Fundo de Resolução. Também é possível que sejam necessárias novas operações de recapitalização no Novo Banco, o que significará mais despesas do Fundo de Resolução. E é muito difícil quantificar o custo do aumento das necessidades de financiamento do Estado que terão impedido, por exemplo, uma amortização mais rápida da dívida ao FMI.
Em resumoA derrapagem da meta do défice de 2014 não força o Governo a medidas imediatas para cumprir metas orçamentais. Subsistem vários factores de incerteza sobre o custo final para o Estado e os contribuintes, depois de uma eventual venda do Novo Banco e contribuição do sector bancário. Sérgio Aníbal
A derrapagem do défice de 2014 não força o Governo a medidas imediatas. Mas ainda não se sabe quanto é que a solução do Novo Banco custará ao Estado e contribuintes
PROVA DOS FACTOS
‘???
até Junho confi rmam a existência de
difi culdades para cumprir a meta
de 2,7% que o Governo tem para a
totalidade deste ano e que ontem
voltou a ser reafi rmada.
Durante o primeiro semestre, o
défi ce registado foi de 4093 milhões
de euros. Tendo em conta que o ob-
jectivo do Governo para o total do
ano é de 4860 milhões, apenas é
possível registar um saldo negativo
na segunda metade do ano de 767
milhões de euros, ou 0,9% do PIB.
Uma tarefa difícil, se verifi carmos
que a última vez que um valor des-
tes foi atingido num semestre foi na
primeira metade de 1999 e que, na
segunda metade do ano passado,
retirado o efeito dos 4900 milhões
injectados no Novo Banco, o défi ce
foi de 2,6%.
O Governo, que já tem vindo a
debater com instituições como a
Comissão Europeia e o Fundo Mo-
netário Internacional (FMI) as pro-
jecções para o défi ce deste ano,
continua a acreditar que é possível
alcançar esse objectivo.
RITA FRANÇA
A oposição de esquerda reagiu
em uníssono aos dados do
INE sobre o défi ce de 2014,
dizendo que este, ao fi car ao
nível numérico do défi ce de
2011, prova a “inutilidade”
das medidas de austeridade impostas
pelo actual governo PSD/CDS. Passos
Coelho preferiu vincar o efeito
meramente estatístico desse défi ce,
que deriva da injecção de capital no
Fundo de Resolução do BES.
“Os últimos números representam
o fracasso da governação de Passos
Coelho. É o seu maior lapso”, afi r-
mou Pedro Nuno Santos, economista
e cabeça de lista do PS por Aveiro. “O
défi ce está precisamente nos mesmos
níveis de 2011, Passos Coelho falhou
as metas orçamentais em todos os
anos”, disse, antes de desafi ar o líder
do PSD: “O que Passos Coelho tem de
explicar agora aos portugueses é para
que é que serviu a austeridade.”
Para Catarina Martins, porta-voz
do BE, ontem foi “o dia em que a
campanha eleitoral da direita mor-
reu”, porque, afi rmou, os dados do
INE põem a descoberto a “mentira”
de que os sacrifícios e a austeridade
dariam resultado. Acrescentou ainda
que é “mentira” dizer-se que, quando
é o sistema fi nanceiro a suportar os
prejuízos do BES, tal não conte para
as contas públicas ou para os contri-
buintes: “Conta.”
Também o secretário-geral do PCP
considera que o disparo do défi ce do
ano passado para 7,2% provam que
o país tem de se libertar das impo-
sições europeias sobre os limites da
dívida e tem de renegociar a dívida
no seu valor base e nos encargos. E
que a solução para o Novo Banco não
Oposição aponta para a “inutilidade” da austeridade
é vender, mas nacionalizar. Jerónimo
de Sousa também realçou que o dé-
fi ce de 2014 fi ca idêntico ao de 2011.
“E, pasme-se, a tal dívida que Passos
Coelho diz que anda a abater, afi nal
tem vindo a crescer oito milhões de
euros por dia”, segundo o Banco de
Portugal. “Os dois grandes argumen-
tos para chamar a troika eram a dívi-
da e o défi ce. Com estes dados, qual
é a grande lição a tirar? Este caminho
não resolve nada, antes pelo contrá-
rio, apenas afunda o país.”
Daí que, vincou, é mesmo preciso
que o país “se liberte” do Tratado Or-
çamental. Porque a continuar assim,
PS, PSD e CDS vão defender que é
preciso continuar a cortar salários
pensões e serviços públicos. “É por
aí que vamos? Seria uma dose refor-
çada com desfecho dramático para
o nosso país.”
Mas o primeiro a falar sobre os da-
dos do INE foi mesmo o líder da coli-
gação PSD/CDS e primeiro-ministro
para sustentar que a subida do défi -
ce “é apenas um reporte estatístico”,
que “não tem qualquer infl uência na
expectativa do défi ce deste ano, nem
impacto na dívida portuguesa”.
“Ele [esse cálculo] não tem ne-
nhum efeito na vida das pessoas
nem traz nenhuma medida adicio-
nal a não ser uma: como nós não
nacionalizamos o BES e emprestámos
dinheiro ao fundo de resolução para
criar o Novo Banco, o Estado já rece-
beu mais de 120 milhões de euros de
juros que emprestou, o que signifi ca
que quanto mais tarde esse dinheiro
regressar aos cofres do tesouro mais
dinheiro em juros o país acumulará”,
afi rmou Passos Coelho. Em jeito de
conclusão, rematou: “Não é dinheiro
que não está parado, é dinheiro que
está a render.”
Questionado sobre se os dados não
comprometem a expectativa do Go-
verno sobre a meta do défi ce para
este ano, o primeiro-ministro respon-
deu: “Não, justamente, reforçam-na.”
Antecipando que “são bastante po-
sitivas” as indicações dos resultados
da execução orçamental relativos a
Agosto, que serão conhecidos ama-
nhã, defendeu ser possível cumprir
a meta do défi ce deste ano. “A nossa
meta é 2,7% e estamos convencidos
de que vamos fi car claramente abaixo
dos 3%”, afi rmou.
Maria Lopes, Nuno Sá Lourenço, Sofia Rodrigues e Maria João Lopes
Passos Coelho diz que a subida do défice é um mero “reporte estatístico” devido ao BES
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Acompanhe emwww.publico.pt/legislativas2015
LEGISLATIVAS 2015
Inês Felizardo arruma por estes
dias o quarto onde viveu os seus
18 anos, tira as últimas selfi es
com os amigos e despede-se
de Lisboa. Esta semana ruma
a Cambridge, no Reino Unido,
onde vai estudar Direito, depois de
ter terminado o Liceu Camões com
uma classifi cação fi nal de 20 valores.
Volta a 4 de Outubro para votar nas
legislativas.
O regresso defi nitivo é que não
tem data marcada: “Adoro o meu
país, mas Portugal não me dá as
mesmas possibilidades de futuro
e de carreira”. É provável que Inês
se cruze no aeroporto com Simão
Valente, de 28 anos, docente de
Português em Oxford. Vem votar a
Portugal e regressa a Inglaterra no
mesmo dia. “O processo de altera-
ção da residência é mais complexo
do que deveria ser”, explica ao PÚ-
BLICO. “Parte ainda do princípio de
que quando as pessoas vão viver de
um sítio para outro, é para sempre.
O mundo de hoje não funciona as-
sim, e a emigração actual não é a dos
anos 60, excepto nos números”.
Nem nos números, na verdade.
Em 1966, auge da sangria migra-
tória dessa década, terão saído do
país 120.239 portugueses. Em 2014,
134.624 partiram para o exterior.
Mas é uma emigração de um novo ti-
po — sobretudo a jovem. O PÚBLICO
falou com vários portugueses com
menos de 35 anos que saíram do
país para estudar ou trabalhar. São
quase todos altamente qualifi cados,
nem todos saíram empurrados pela
crise e poucos admitem regressar
tão cedo. Perguntámos como estão
a acompanhar a campanha e se pre-
tendem votar. Todos querem partici-
par nas eleições, mas apontam para
inúmeros obstáculos.
Da Nova Zelândia chega um exem-
plo. A Rita Bento-Allpress, de 32
anos, doutorada em Psicologia, foi
dito em Agosto que para votar teria
de se deslocar à Austrália, a 2160
quilómetros e 340 euros de distân-
cia de Auckland. Isto, porque Rita
seria a única eleitora inscrita na No-
va Zelândia. Segundo informação
prestada por um cônsul honorário,
o voto por correspondência não se-
ria uma alternativa possível. Mas Ri-
ta acabou por receber na semana
passada o boletim de voto.
Já Carla Félix, com a mesma idade,
economista do Banco Africano para
o Desenvolvimento na Costa do Mar-
fi m, não recebeu resposta alguma
às perguntas que dirigiu à Embaixa-
da de Portugal em Dacar (Senegal),
responsável pela representação lusa
naquele país. Candidata pelo Livre/
Tempo de Avançar no círculo de Fo-
ra da Europa, continua recenseada
em Portugal, e é por cá que tentará
votar, se o trabalho o permitir.
Pela ordem do movimento dos ponteiros do relógio: André Soares, Mafalda Pratas, Simão Valente, Inês Felizardo, Vasco Figueira e Carla Félix
Pedro Guerreiro
Há jovens no estrangeiro que querem votar maso sistema não os deixaOs jovens portugueses no estrangeiro seguem atentamente a campanha eleitoral, mas queixam-se dos obstáculos ao exercício ao direito do voto, que surgem da Costa do Marfi mà Nova Zelândia. A CNE admite o problema
Em 1966, auge da sangria migratória dessa década, terão saído do país 120.239 portugueses. Em 2014, 134.624 partiram para o exterior
Pedro Manuel Mendes, de 30
anos, licenciado em Relações Inter-
nacionais e a viver em Lyon, Fran-
ça, também vem a Guimarães votar
por difi culdades no recenseamento.
Da Bélgica chegaram ao PÚBLICO
queixas sobre falhas informáticas
nos serviços consulares que, ao lon-
go de Julho e Agosto, difi cultaram os
processos de recenseamento.
Mafalda Pratas, de 21 anos, estu-
dante de Economia e Ciência Polí-
tica na Universidade do Illinois, nos
Estados Unidos, desistiu. “Não irei
votar, porque ainda não consegui
perceber como o posso fazer e vivo
muito longe de qualquer embaixada
e consulado”, lamenta, comparando
as difi culdades do sistema português
com a efi ciência do norte-americano
— Mafalda tem dupla nacionalidade
e também vota para a Casa Branca.
“Sinto-me um pouco desrespeitada
por tornarem o processo tão difícil.
Sinto que ninguém quer saber do
nosso voto”, lamenta.
André Escórcio Soares, de 32 anos,
professor de Recursos na Universida-
de de Coventry, em Inglaterra, tam-
bém não vai conseguir votar. “Seria
obrigado e deslocar-me cerca de 300
quilómetros para me ir registar e
mais 300 para ir e vir a Manchester
votar”, explica. “Não se percebe co-
mo é que ainda não é possível o voto
electrónico”, afi rma.
Contactada pelo PÚBLICO, a Co-
missão Nacional de Eleições admite
que “um número signifi cativo” dos
464 pedidos de informação de elei-
tores recebidos até segunda-feira
são de portugueses no estrangeiro,
mas sem quantifi car. Quanto às di-
fi culdades de recenseamento, Paulo
Madeira, secretário e coordenador
dos serviços da comissão, aponta o
facto de serem “poucos” e de “di-
outro prato da balança”, disse ao
PÚBLICO.
Ainda esta semana, o Ministério
da Administração Interna veio ad-
mitir que se esqueceu de colocar
“Portugal” no destino dos envelo-
pes disponibilizados para o envio
dos votos por correspondência. O
MNE e os CTT estão neste momento
a contactar serviços postais de to-
do o mundo, para garantir que os
votos provenientes do estrangeiro
cheguem a Portugal.
Economia a maisNem todos os jovens portugueses
poderão votar, mas não deixam de
mensão reduzida” os órgãos perma-
nentes da administração eleitoral
com funções dirigidas aos eleitores
no estrangeiro: a Comissão Organi-
zadora do Recenseamento Eleitoral
dos Portugueses no Estrangeiro (CO-
REPE), do Ministério dos Negócios
Estrangeiros (MNE), a área eleitoral
da secretaria-geral do Ministério da
Administração Interna) e a própria
CNE. “É uma opção que, como to-
das, tem vantagens e inconvenien-
tes: o seu baixo custo e a elevada
e diferenciada participação cidadã
são indiscutíveis vantagens; defi ci-
ências técnicas, de formação e de
informação podem colocar-se no
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | DESTAQUE | 5
FOTOS: DR
O Ministério da Administração Interna admitiu que se esqueceu de colocar “Portugal” no destino dos envelopes disponibilizados para o envio dos votos
acompanhar a campanha. A Inter-
net e as conversas com amigos e
familiares são fonte de informação
comum aos expatriados inquiridos
pelo PÚBLICO, tal como é o desa-
grado com o teor e o conteúdo dos
debates.
Inês critica o peso excessivo da
economia e das fi nanças e gostaria de
ver abordado o tema dos refugiados,
os direitos LGBT e a educação. Pedro
lamenta que o debate ande “ muito
à volta do que se passou até aqui e
muito pouco do que será o futuro”.
Carla Félix nota o silêncio sobre a di-
áspora, que “não tem tido a atenção,
o cuidado e o respeito que merece,
apesar do seu enorme potencial pa-
ra as soluções do país”. Carla Miran-
da, designer de 35 anos na Austrália,
pede propostas para “tirar partido”
do grande número de portugueses a
viver fora: captar poupanças e, por
essa via, preparar o seu regresso.
Simão gostaria de saber por que é
que há “um único deputado negro
no Parlamento” (Hélder Amaral, do
CDS-PP). “Basta-me sair à rua em
qualquer cidade do país para me
aperceber que o órgão máximo de
soberania não refl ecte a composição
demográfi ca do país. Portugal é um
país multicultural, mas não o é a sua
elite”, afi rma o lisboeta para quem
Não é análise política. A
solução pós-eleitoral
não ocupa esta
coluna. Em causa está
apenas um dado pela
mera observação das
reportagens televisivas. Os líderes
partidários recorrem a três tipos
de fundo, de cenário, nos seus
comícios e intervenções públicas
nas caravanas de campanha.
Desconhecemos o motivo,
embora em dois dos casos se
afi gure como óbvio. A terceira
solução de fundo remeterá,
sem dúvida, para uma resposta
subliminar. O mais comum
é discursar com o lema da
campanha como cenário. Efeito de
propaganda garantido, coerência
nas referências e martelar do
slogan. Foi assim que Pedro Passos
Coelho e Paulo Portas falaram do
estrado em Faro, tendo por fundo
a mensagem de Portugal à Frente.
Clássico, sem dúvida.
Já Jerónimo de
Sousa, em Samora
Correia, fez a
sua intervenção
garantindo pouca
perenidade à próxima legislatura
tendo atrás de si os candidatos a
deputados do círculo e dirigentes
locais da CDU. É sempre assim.
O que passa é o colectivo detrás
do líder, a equipa. O que obriga
os membros do colectivo a uma
contenção de gesto apenas
interrompida pelos inevitáveis
aplausos. Uma opção reveladora
de um estilo.
Em Viseu, António Costa tinha
um fundo jovem de rapazes e
raparigas. Solução que transmite
imagem de vitalidade e pretende
projectar uma mensagem de
futuro. Estas três modalidades
de cenário passaram,
sucessivamente, no Jornal da
Meia-Noite da SIC-Notícias de
terça-feira.
Os três cenários
Câmara ocultaNuno Ribeiro
“os documentários do Bruno Noguei-
ra sobre a música popular”, os dois
irmãos adolescentes e a aula que te-
ve sobre Aristides de Sousa Mendes
fazem disparar a saudade.
José Miguel Delgado, de 32 anos,
investigador na Universidade de Pots-
dam, na Alemanha, estranha que se
debata “se o ensino deve ser públi-
co e universal, se deve haver rendi-
mento mínimo garantido ou se deve
haver mais vagas em infantários pú-
blicos”. O académico defende que
“são condições absolutamente bá-
sicas que nenhum alemão ou alemã
discutiria”. Para Gil Henriques, que
aos 22 anos está a iniciar um doutora-
mento em Biologia em Vancôver, no
Canadá, a quebra do fi nanciamento
à ciência e ao ensino superior é um
tema prioritário. “Entristece-me que,
tendo sido feito esse investimento
colectivo e formada uma geração ex-
tremamente bem preparada, desper-
dicemos agora todo esse esforço”,
lamenta. O jovem cientista é exemplo
disso: “Não sou nem sufi cientemente
patriota nem sufi cientemente maso-
quista para voltar para Portugal neste
momento”.
Mafalda, a futura economista
luso-americana, quer ver debatido
outro tipo de “reforma do Estado” —
a institucional. “As falhas democráti-
cas e económicas de uma nação não
são culturais ou inevitáveis, mas sim
consequências de falhas institucio-
nais que podem ser corrigidas. Não
estamos condenados à corrupção
nem à chico-espertice”, afi rma. Vas-
co Figueira, engenheiro informático
de 33 anos em Londres, tem outra
visão do desenvolvimento. Quer ver
debatida de forma “séria” a “crença
no endividamento público como ge-
rador de crescimento”.
Outros jovens assumem uma die-
ta informativa. “Seguia as notícias
até me aperceber que me estava a
fazer fi sicamente mal à saúde ler
constantemente sobre a destruição
de valores importantes e do meu
país”, conta Carolina Henriques, de
22 anos, antropóloga de formação a
iniciar um doutoramento na Dina-
marca. Rita, a solitária eleitora por-
tuguesa na Nova Zelândia, está em
processo de “afastamento emocio-
nal” do turbilhão mediático. “Não
leio jornais, não sigo ninguém no
Facebook que partilhe notícias de
Portugal e, quando falo com a mi-
nha família ao fi m-de-semana, tento
sempre contornar qualquer tema
sócio-político que apareça”, conta.
Mas ambas vão votar. Como todos
os jovens inquiridos pelo PÚBLICO
votariam, caso pudessem.
Avaliação dos líderesQuatro especialistas avaliam semanalmente o comportamento dos líderes das quatro principais formações políticas candidatas às eleições de 4 de Outubro.Veja os resultados em www.publico.pt/legislativas2015Próxima avaliação sábado, 26 de Setembro
6 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Acompanhe emwww.publico.pt/legislativas2015
LEGISLATIVAS 2015
A coligação PSD-CDS/PP,
Portugal à Frente (PaF),
estancou nos 38,9%, o
mesmo valor de terça-feira,
depois de ter ultrapassado
a fasquia dos 40 pontos,
na tracking poll — inquérito — da
Intercampus para PÚBLICO, TVI e
TSF. O resultado das 1007 entrevistas
realizadas marcou a segunda descida
consecutiva do PS de António
Costa. Os socialistas caíram 1,6
pontos percentuais, aumentando a
diferença que os separa da PaF para
os 4,8, portanto acima da margem
de erro do estudo, que é de 3,1%. Ou
seja, ao terceiro inquérito diário, a
PaF desfez o empate técnico que
estava em vigor desde o início da
publicação destes estudos, ainda
que por uma pequena margem.
Por seu lado, a Coligação Demo-
crática Unitária (CDU), do PCP com
Os Verdes, registou a segunda subida
consecutiva. Aumentou novamente
um ponto, passando a uma projec-
ção de 8,3% dos votos. Do mesmo
modo, o Bloco de Esquerda experi-
mentou uma segunda subida con-
secutiva, de 0,4 pontos, alcançando
os 4,8%. A soma dos resultados de
PS, CDU e BE continuaria a garantir
uma teórica maioria de esquerda no
hemiciclo de São Bento.
Nesta terceira entrega da Inter-
campus, cujo trabalho de campo
decorreu entre os dias 19 e 22 des-
te mês — o primeiro em que foram
substituídos os primeiros 250 en-
trevistados em 18 de Setembro num
processo de rotatividade a partir de
agora diário das entrevistas, para
garantir a não-diluição da intenção
de voto —, a projecção de resultados
para os outros partidos baixou. É de
4%, equivalente a menos 0,9%. Fi-
nalmente, os brancos e nulos regis-
taram um aumento de 0,6 pontos,
para 9,9%.
A PaF e o PS mantêm as mesmas
tendências na distribuição de voto
por género e regiões. As candidatu-
ras de Passos e Portas continuam a
ser as preferidas pelo sexo mascu-
lino (34,4%) e a mensagem do so-
cialista António Costa ganha entre
o eleitorado feminino, com 25,9%,
Ao terceiro dia, a coligação de diredesce e CDU e BE mantêm tendên
Nuno Ribeiro
Tracking poll diária
Fonte: Intercampus
As intenções de voto
0
10
20
30
40
50
23 Set.22 Set.21 Set.
Percentagem
38,9
34,1
8,39,9
4,04,8
embora distante dos 29% registados
na véspera.
Do mesmo modo, na distribuição
regional não há alterações. No Nor-
te, centro e Algarve, a PaF continua
à frente. Em Lisboa, a coligação de
Passos e Portas mantém-se à frente
pelo segundo inquérito consecutivo.
No Alentejo, a liderança continua a
ser do PS, embora a CDU suba pelo
segundo dia consecutivo, mas a uma
diferença de mais de 20 pontos dos
socialistas. Se, em terras algarvias,
Passos leva primeiro banho de multidão em terra laranja
Em Arcos de Valdevez,
no ponto de partida
para o “contacto com
a população” — assim
constava no programa
da coligação PSD-CDS
—, Passos Coelho hesita em
entrar no carro e decide fazer
o percurso a pé. Baralhou a
caravana e a segurança até pelo
seu passo apressado. Ninguém da
comitiva sabia onde era o ponto
de encontro local. Depois de um
ziguezague pela rua, ainda voltou
ao carro, mas por poucos metros,
já que o trajecto a percorrer era
apenas pedonal.
Nesta vila laranja — o PSD
conquistou mais de metade dos
votos nas últimas legislativas
— era esperado por fervorosos
apoiantes, com muitas bandeiras
e lenços. Foi rodeado por eles,
avançou com difi culdade e foi
até levantado do chão. Pela rua
abaixo, foi formado um corredor
de pessoas que o queriam ver.
A ordem era “bandeiras ao
alto”. Mas a mancha que rodeava
o primeiro-ministro, entre
apoiantes locais e os jornalistas,
não deixava sequer que se visse
a sua cabeça. É a máquina PSD a
funcionar, criando um pequeno
banho de multidão.
Aqui, o discurso que a
coligação PSD-CDS tem vindo
a fazer sobre o PS cola no
eleitorado, mesmo junto dos
reformados. “Foram os socialistas
que botaram o país para o poço
e se eles vêm aí botam o país
no poço outra vez”, diz uma
reformada, que garantiu não ter
medo de cortes nas pensões. Era
uma de muitos apoiantes que
esperavam, no lancil do passeio,
por ver Passos Coelho. “E o Paulo
MIGUEL MANSO
Passos foi levado em ombros em Arcos de Valdevez
PSD mobiliza apoiantes em Arcos de Valdevez para receber calorosamente o líder da coligação
Reportagem Sofia Rodrigues
Em Arcos de Valdevez, Passos Coelho vê o primeiro sinal de mobilização da máquina partidária na campanha oficial, com uma recepção muito calorosa nas ruas. Já sem o líder do PSD, que rumou a Bruxelas, Paulo Portas foi a Viana do Castelo colher os louros da concessão dos estaleiros navais, que diz ter sido a opção certa
Partida: Faro
Acontecimento do dia:
Chegada: Vila Praia de Âncora
CONTA KM
1620 km
2187 km
Portas?”, perguntava outra. “Não
veio hoje, está de folga.” Foi
substituído por Mota Soares, vice-
presidente do CDS. À tarde será a
vez de Portas ser o protagonista,
já que Passos Coelho vai para
a cimeira europeia sobre os
refugiados.
Ao cimo da rua, ainda antes
de chegar ao ponto de encontro
combinado, Passos foi recebido
por três reformadas que lhe
ofereceram gerberas. Tinham
sido dadas pelo PSD local.
“Continuem a fazer o que está
bem feito”, desejou uma delas.
Não têm medo dos cortes nas
pensões que podem aí vir, porque
as reformas que recebem são
noutros países.
São emigrantes em França e
no Luxemburgo. “Só cá estamos
até domingo para votar nele”,
disseram ao PÚBLICO, minutos
depois de terem cumprimentado
Passos Coelho. Havia fl ores,
bandeiras, cachecóis e até
música de acordeão. Mas não
propaganda para distribuir.
“Não me deram nada, nem umas
canetinhas, nada”, queixou-se
uma mulher, quando a comitiva
se aproximava do outro lado da
rua.
A coligação desfez o empate técnico em vigor desde o início da publicação destes estudos, ainda que por uma pequena margem
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | DESTAQUE | 7
eita estanca, o PS ncia de subida
as cores laranja e azul da coligação
do PSD e do CDS-PP ainda dominam,
estão em segunda queda consecuti-
va: 34,1%, em contaste com os 38,7%
do primeiro inquérito.
Já na distribuição de voto por fai-
xa etária, a coligação governamental
passou a liderar nos três segmentos
considerados — 18 a 34, 35 a 54, e
55 e mais anos. O PS, que desde o
primeiro inquérito estava à frente
nas preferências dos eleitores mais
velhos, perdeu essa liderança.
A projecção dos votos nas for-
ças políticas sem representação
parlamentar, que aparece diluída
na classifi cação de outros partidos
com quatro pontos, é ainda pouco
elucidativa. A coligação do Partido
Trabalhista Português com o Agir
está à frente, seguida do Partido
Democrático Republicano, de Ma-
rinho e Pinto, do PCTP/MRPP, de
Garcia Pereira, e do Livre/Tempo
de Avançar. Com uma distribuição
entre sete, no máximo, e no mínimo
três votos, nada signifi cativa.
PÚBLICO
Sondagem realizada pela Intercampus para TVI e PÚBLICO com o objectivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre diversos temas da política nacional incluindo a intenção de voto para as próximas eleições legislativas de 2015. O universo é constituído pela população portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal continental. A amostra é constituída por 1005 entrevistas, recolhidas através de entrevista telefónica, através do sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing). Os lares foram seleccionados aleatoriamente a partir de uma matriz de estratificação que compreende a Região (NUTS II). Os respondentes foram seleccionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruzou as variáveis Sexo e Idade (3 grupos). Os trabalhos de campo decorreram entre 18 e 21 de Setembro de 2015. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de ± 3,1%. A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 56,4%.
FICHA TÉCNICA
Brancos/NulosOutros partidos
BECDU
PSPSD/CDS-PP
Costa quer subir à I divisão do campeonato do conhecimento
O dia da campanha
socialista começou
na escola secundária
Marques Castilho,
em Águeda, para que
António Costa pudesse
defender as propostas do PS na
área da Educação e Ciência. Mas
o momento da manhã revelou-
se quando um aluno convidou
Costa para “dar uns toques” numa
bola. O secretário-geral aceitou o
desafi o, puxando consigo o cabeça
de lista Pedro Nuno Santos. Não
houve malabarices, mas apenas
alguns passes, na maioria das
vezes falhados. Costa aproveitou
para fazer passar uma mensagem
política com os pés. “Pedro Nuno
Santos, vou passar-lhe a bola. Olhe
que isto tem signifi cado político”,
atirou com um sorriso.
Mais tarde, Costa haveria
de recorrer a uma metáfora
futebolista para justifi car a
aposta na Investigação e Ciência
no Instituto I3S (Porto) onde se
juntarão os Institutos ITAPIMUP
de Sobrinho Simões, o IBMC de
Alexandre Quintanilha e o INEB. O
futuro, defendeu, estava na criação
de condições para o fl orescimento
de investigadores qualifi cados.
“Não podemos perder
mais tempo a acreditar que
é empobrecendo, reduzindo
salários e direitos no mercado
de trabalho, que vamos voltar a
ser competitivos. Haverá sempre
um Vietname e um Bangladesh a
vencer-nos nesse campeonato. E
ainda bem que não é esse o nosso
campeonato”, disse, depois de
criticar os “1000 investigadores
que perderam as suas bolsas” à
conta dos cortes e do polémico
processo de avaliação do sector.
Os cortes foram também
abordados no cenário apresentado
pelo director da secundária de
Comitiva visitou escola, conservatório e instituto para defender investigacão, educação e conhecimento
Reportagem Nuno Sá Lourenço
António Costa atirou a bola ao cabeça de lista de Aveiro e brincou com a metáfora: “Pedro Nuno Santos, vou passar-lhe a bola. Olhe que isto tem um significado político”
Partida: Viseu
Acontecimento do dia:
Chegada: Vila do Conde
CONTA KM
1466km
1714 km
Águeda, Francisco Vitorino.
Apelidou-os de “brutais” no
ensino especial, cifrando-os nos
30%. O resultado era frustante
para Vitorino: “O que é que faz
meia-hora de acompanhamento
a cada aluno?” Foi a deixa para
Costa elencar as propostas do PS
para a Educação. “Formações
diferenciadas”, “reforço da escola
a tempo inteiro, ensino de línguas e
artistico” e “valorização dos cursos
profi ssionais a partir do 10º ano”.
PAULO PIMENTA
Costa deu uns toques na bola
Comício PúblicoUm blogue feito por dez políticos que vivem e acompanham por dentro o dia-a-dia da campanha eleitoral. Entre também e contribua para o debate de ideias!www.publico.pt/legislativas2015
Enquanto o PS e o seu secretá-
rio-geral acumulam quilóme-
tros de campanha no terreno,
um pequeno grupo de dirigen-
tes socialistas estão a reunir
em Lisboa com parceiros so-
ciais e entidades representativas dos
diferentes sectores da sociedade para
preparar o pós-eleições. Mas nem
tudo está a correr como o previsto.
Hoje mesmo deveriam decorrer, no
Largo do Rato, reuniões individuais
sobre Justiça, para as quais foram
convidados os conselhos superio-
res da magistratura e do ministério
público, a Associação Sindical dos
Juízes Portugueses e o Sindicado dos
Magistrados do Ministério Público.
Mas nenhuma das entidades convi-
dadas irá participar.
O objectivo das reuniões, segun-
do João Tiago Silveira, director do
Gabinete de Estudos do PS, é “pre-
parar um conjunto de documentos”
que suportem um “projecto de Or-
çamento para 2016” e desenhe “o
cenário para os primeiros seis me-
ses” de um futuro Governo liderado
por António Costa. E o calendário
estipulado é que tudo esteja “pronto
na altura em que o Governo do PS
iniciar funções”.
As reuniões já começaram e vão
continuar até às eleições. Silveira ga-
rante que as reuniões são “indepen-
dentes do calendário eleitoral”. No
entanto, há quem tenha estranhado
o convite.
A presidente da Associação Sin-
dical dos Juízes Portugueses, Maria
José Costeira, recusa a confi rmar se
recebeu o convite, mas garante que
se “recebesse nunca aceitaria”. A
juíza recusa fazer qualquer comen-
tário ao tema, argumenta que numa
altura de campanha eleitoral não fa-
rá qualquer declaração que “possa
ter leituras políticas”. O presidente
do Sindicato dos Magistrados do
Ministério Público, António Venti-
nhas, também não quis comentar a
iniciativa do PS. Em relação ao Con-
selho Superior do Ministério Pú-
blico, presidido pela procuradora-
geral da República, não foi possível
obter uma reacção em tempo útil.
Estruturas da Justiça recusam convite para reunir com o PS
Mariana Oliveirae Nuno Sá Lourenço
A porta-voz do Conselho Superior
da Magistratura, a juíza Ana Azeredo
Coelho, confi rmou ao PÚBLICO a
recepção do convite e adiantou que
será possível participar no encon-
tro. “O convite veio endereçado ao
senhor presidente que está numa
visita à Noruega e ao vice-presidente
que estará amanhã no Porto. Por is-
so, respondemos que não era possí-
vel estarmos presentes na reunião”,
precisa Ana Azeredo Coelho. A ma-
gistrada fez, contudo, questão de
salientar que o Conselho Superior
da magistratura “está sempre dispo-
nível para debater os problemas da
justiça com a sociedade civil”.
Questionado sobre estas recusas,
Silveira escusou-se a “entrar em as-
pectos concretos”, mas acrescentou,
ter já reunido, esta semana com um
conjunto de entidades para debater
as “tecnologias de informação na
Justiça para fazer face ao colapso do
CITIUS. A candidata Margarida Mar-
ques debateu já com organizações
representativas da Educação. E para
a próxima terça-feira está calenda-
rizada uma reunião, coordenada
por Jorge Lacão, sobre segurança
Interna.
A partir do Largo do Rato, veio a
explicação de que a intenção não
era tornar públicas estas reuniões
de trabalho. Mas admitiu-se que têm
existido reuniões “internas e exter-
nas” com as mais variadas organi-
zações. O director do Gabinete de
Estudos acrescentou que “um par-
tido que se prepara e estuda para
ser Governo faz o seu trabalho de
casa”.
Questionado sobre se estas inicia-
tivas tinham que ver com a percep-
ção, no interior do PS, de que pode-
ria vir a ser necessário avançar com
um Orçamento Rectifi cativo, Silveira
precisou que o alvo eram as “neces-
sidades orçamentais de 2016”, mas
admitiu que “as pessoas são livres
de dizer o que pensam”.
João Tiago Silveira, director do Gabinete de Estudos do PS, está a organizar diversas reuniões temáticas
8 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Acompanhe emwww.publico.pt/legislativas2015
LEGISLATIVAS 2015
Jogando à sueca em Lisboa e fazendo política por Jerónimo
Numa das ruas
emblemáticas da
hospitalidade e do
multiculturalismo lisboeta,
Jerónimo de Sousa teve
ontem uma companhia
pouco usual. Ricardo Nascimento
e Hussain Pereira tinham saído da
Escola Nuno Gonçalves, ao cimo da
Rua Morais Soares, quando deram
com a barafunda da comitiva da
CDU, ao som da charanga, que ia
descer até à Avenida Almirante
Reis. E não hesitaram.
Os miúdos de 11 anos colocam-
se ao seu lado, de sorriso largo
para as câmaras de televisão.
Jerónimo fala com eles, sem que se
consiga entender o que diz, tal é a
barulheira e a música dos bombos
e clarinetes. Durante muitos
metros os três não se largam. Há
outro jovem que se abeira para
tirar uma selfi e com Jerónimo, que
não se nega a nada na calçada da
esquerda, pois então. Pára aqui
e ali, distribui beijos, apertos
de mão, acenos às janelas ou a
quem está à porta da loja mas não
mostra entusiasmo nem abre o
sorriso. Sim, que Jerónimo não
força o contacto e percebe quando
o interlocutor quer (ou não) ser
cumprimentado.
Como Carla Ferreira, que se lhe
dirigiu para contar a história lá de
casa. Tem cinco fi lhos, dois deles
desempregados e três a estudar, e
seu ordenado e do marido tem que
ser “bem esticado todos os meses”.
Quer saber o que pensa fazer sobre
ao abono de família e os manuais
escolares – uma dor de cabeça
todos os meses de Setembro. O
líder do PCP é directo: o abono de
família é um direito das crianças e
dos jovens, e não se entende que os
manuais tenham que ser pagos.
Mais acima, no jardim, sem
se levantar da mesa nem largar
Na acção de campanha na Rua Morais Soares, líder do PCP foi acompanhado por dois miúdos e disse-lhes que vai mudar o país
Reportagem Maria Lopes
Jerónimo de Sousa defende que deve ser o Governo a definir o número de refugiados que Portugal pode receber, e não uma entidade estrangeira que nem sequer conhece a realidade do país.
Partida: Samora Correia
Acontecimento do dia:
Chegada: Vila Franca de Xira
CONTA KM
1611 km
1702km
as cartas, quem grita pela CDU
é Olinda Tomás. Reformada e
organizadora de excursões, é
a líder incontestada da mesa
de jogatana das cartas. Cabelo
arranjado, unhas com verniz às
cores, dedos cheios de anéis, fala
mais alto que as companheiras da
sueca, responde sempre que é ela
quem está a ganhar o jogo e até
quem devia ganhar as eleições. É a
única mesa no feminino, no meio
da dezena ocupada por homens
com cartas ou dominó sob os
plátanos que estão a perder a folha.
As mulheres não se entendem
no trunfo da sueca – é ouros, é
espadas – nem em quem ganha.
Jerónimo, para Olinda – “nunca
roubou um tostão a ninguém, é
um homem sério, mas precisa
de mais gente à volta dele”;
Costa, para Idalina Dias – “tem
mais experiência e mais apoio”.
Maria Rodrigues é mais adepta
com a cara que lhe entrou pela
porta. Hussain conta que lhes terá
dito que ia mudar o país — e eles
acreditam, pois então.
Questionado sobre a questão
dos refugiados, defendeu que deve
haver uma “resposta imediata”,
defi nida pelo Governo português e
não por uma entidade estrangeira.
“Aquela gente está a fugir da morte,
da guerra e da fome e é necessário
tratá-los com dignidade”. Aos que
argumentam que em Portugal
nem sequer há trabalho para os
que cá estão, o líder comunista
contrapõe que é preciso “fazer o
que é possível tendo em conta a
situação social e económica”, mas
que isso não deve impedir que
mantenhamos a solidariedade e a
“tradição democrática de receber
e enquadrar” os estrangeiros
que procuram Portugal. A CDU
terminou o dia com um comício no
Ateneu de Vila Franca de Xira.
NUNO FERREIRA SANTOS
Jerónimo de Sousa andou por uma zona emblemática da multiculturalidade lisboeta e defendeu o acolhimento de refugiados
de “alianças”, tem pena que
o socialista “não se chegue à
esquerda” e que Jerónimo esteja
sempre a dizer mal do PS – “já
viu que os da direita nunca se
atacam?” Lembra que Passos
Coelho vai à frente nas sondagens.
“Coelho é para andar no monte”,
brinca Olinda; “só é bom no
tacho”, diz Idalina.
Numa esquina, Jerónimo
desata a correr pela Rua Heróis
de Quionga acima, no meio dos
dois garotos, com os fotógrafos
e operadores de câmara
desconcertados atrás ou ao lado.
Para os miúdos, que até jogam
futebol ali na Penha de França,
o exercício é fácil, mas Jerónimo
também não se mostra cansado.
Hussain contara-lhe que os pais
tinham ali uma loja de móveis e
restauro e ele lá foi entregá-los.
Foi o irmão mais velho de Hussain
que os recebeu e fi cou admirado
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | DESTAQUE | 9
Uma pergunta por dia
Os idosos votam mais à direita e os jovens mais à esquerda?
Para responder à questão é importante operacionalizar o conceito de jovem e de idoso, bem como
o conceito de esquerda e de direita. Para esta análise considerei como jovens os eleitores com idade inferior a 30 anos e idosos os eleitores com 65 ou mais anos. Relativamente à definição de esquerda e direita estabeleci como critério a votação nos partidos de esquerda (PS, CDU e BE) e os partidos de direita (PSD e CDS), respectivamente, nas últimas quatro eleições legislativas (2002, 2005, 2009 e 2011).
Para a análise política da questão, parece-me relevante distinguir três aspectos que estando interligados poderão ajudar na explicação da nossa decisão de voto: a proximidade partidária/identificação partidária; o posicionamento ideológico (no espectro esquerda-direita); e, por fim, a participação eleitoral.
Vamos, então, por partes. Constatamos, pela avaliação de estudos pós eleitorais, que os idosos se posicionam ligeiramente mais à direita do que os jovens. Por outro lado, os idosos apresentam níveis superiores de participação eleitoral. Facto que estará, naturalmente, relacionado com as suas vivências na mudança de regime e da valorização das mesmas. Nas eleições legislativas dentro do período de estudo (2002 e 2011), e vencidas pela direita, a probabilidade de os idosos votarem foi três vezes superior à dos jovens; consequentemente, foi nas eleições vencidas pela esquerda (2005 e 2009) que se verificou uma menor diferença na proporção de eleitores que exerceram o seu direito de voto, entre jovens e idosos. Ademais, é precisamente nas eleições vencidas pela esquerda que as divergências no voto esquerda-direita, entre
jovens e idosos, se acentuaram — nessas eleições, dois em cada três jovens votaram num dos partidos de esquerda e nos idosos os votos distribuíram-se de forma equitativa entre os partidos de esquerda e de direita. Contrariamente, foi no acto eleitoral de 2011 que se verificou uma menor votação à esquerda nestes dois grupos etários, porém a diferença na proporção de votantes à esquerda entre jovens e idosos foi similar à observada nas
eleições de 2002.
Com base nestas constatações podemos, genericamente, assumir que os idosos apresentam um posicionamento ideológico mais próximo da direita e dos partidos
que a representam; se abstêm menos; e que, quando votam, apresentam maior preferência, do que os jovens, pelos partidos de direita.
Apesar destas conclusões, gostaria de apontar algumas das limitações desta análise. Em primeiro lugar, saliento a notória subjectividade na definição e operacionalização do conceito de jovem e idoso. Em segundo lugar, é importante sublinhar que mesmo na esquerda encontramos efeitos da idade, isto é, o BE e a CDU seduzem diferentes eleitores, o que poderá introduzir alguma entropia na análise efectuada. Por fim, gostaria de relativizar a importância da idade/grupo etário e de outras variáveis de caracterização demográfica e socioeconómica na decisão de voto.Patrício CostaProfessor auxiliar da Faculdade de Psicologia da Universidade do PortoVice-presidente da DOMP
A crise dos refugiados chegou
à campanha eleitoral
na Madeira, depois de
o executivo regional ter
anunciado a disponibilidade
de a região autónoma
participar no esforço nacional de
acolhimento.
Nas redes sociais e caixas de co-
mentário dos sites da imprensa local,
as opiniões contrárias à ideia de a
Madeira receber refugiados multipli-
caram-se, levando a que Miguel Albu-
querque, durante um discurso ofi cial
no início do mês, admitisse estar “cho-
cado” com o que considerou serem
ideias “maldosas, xenófobas, egoís-
tas” e, principalmente, “imbecis”.
A frontalidade do chefe do execu-
tivo madeirense não foi bem acolhi-
da. Extremou opiniões, foi tema de
artigos de opinião nos jornais, e de
ameaças de perda de votos nas redes
sociais. Tudo, perante o silêncio dos
restantes partidos.
Só esta semana, já depois de o
Governo Regional fazer publicar
na imprensa um esclarecimento, e
pressionadas pela opinião pública
regional, é que outras forças políti-
cas, à esquerda e à direita, falaram
sobre o tema, para se aproximarem
da posição da Quinta Vigia, mas dis-
tanciando-se do vocabulário usado
por Albuquerque.
“Compreender o sofrimento dos
madeirenses é tão importante como
compreender o desespero do povo
sírio”, disse ao PÚBLICO o líder do
PS-Madeira, Carlos Pereira, subli-
nhando que a “solidariedade” faz
parte do “património” do partido
e como tal os socialistas estão dis-
poníveis para de forma “sincera” e
“genuína” a manifestar.
Pereira garante que os socialistas
não vão “fugir” a essa responsabili-
dade, mas ressalva que compreende
a “sincera preocupação” dos madei-
renses com o impacto que esta crise
poderá ter no arquipélago. “Muitos
deles são refugiados desta política do
Governo do PSD-Madeira e da coliga-
ção PSD/CDS que os obrigou a uma
fuga para fora da região”, argumenta
o também cabeça-de-lista dos socia-
listas no Funchal. “São pais preocu-
Acolhimento de refugiados agita campanha na Madeira
pados, são famílias sem emprego, são
milhares de jovens que continuam a
fugir às políticas erradas e incompe-
tentes destes governos”, reforçou.
O presidente do CDS-PP na Madei-
ra, José Manuel Rodrigues, também
“compreende” a preocupação de par-
te da população com o “receio” de
que entre os refugiados e migrantes
venham “extremistas e terroristas”
infi ltrados. “É um fenómeno com-
plexo que deve ser encarado com
tolerância”, acrescenta Rodrigues,
cabeça de lista do CDS na região.
É por isso que Edgar Silva, da CDU,
alerta para os perigos de “dividir” os
portugueses através de “clivagens”
desnecessárias e despropositadas,
responsabilizando as políticas de
Bruxelas para os refugiados.
Perante isto, e face às crescentes
críticas ao discurso de Albuquerque,
o governo madeirense optou por
uma abordagem mais “pedagógica”.
Reafi rmando que a Madeira vai mes-
mo acolher refugiados — o número
ainda não está defi nido —, o executi-
vo insular fez publicar na imprensa
escrita uma página de publicidade
para esclarecer a população.
No texto, os apelos de solidarieda-
de do Papa Francisco são evocados,
o peso que a emigração tem na Ma-
deira — estima-se que existam perto
de um milhão de madeirenses a viver
no estrangeiro — é lembrado, ao mes-
mo tempo que são dadas garantias de
que os refugiados serão integrados
sem qualquer processo de “assimila-
ção”, mas sempre com o respeito pe-
los valores da sociedade madeirense.
“Sempre vivemos, naturais e es-
trangeiros, em pleno clima de paz
social e sã convivência, e assim con-
tinuará”, lê-se no texto, que refere
que dos 5697 estrangeiros a viver no
arquipélago, 700 são muçulmanos.
A Madeira deverá receber cerca de
70 refugiados, em princípio famílias
que serão alojadas em zonas rurais e
com poucos habitantes.
Márcio Berenguer
Líder do CDS, -Madeira “compreende” receio de que haja terroristas entre os refugiados
Isso está no programa?
O PÚBLICO comparou os programas eleitorais e seleccionou algumas medidas que interessam a 10 perfis diferentes de eleitores
PSD/CDSPara as empresas, reforçar a utilização de mecanismos de troca de dívida por capitais próprios.
PSProibir as execuções fiscais de casas de residência familiar relativas a dívidas de valor inferior ao do bem executado e suspender a penhora da casa de morada de família nos restantes casos; reduzir a dependência de crédito bancário das empresas, reforçando o papel do mercado de capitais no financiamento das PME; instituição de um Banco Ético para minorar a situação de sobreendividamento das famílias, apoiando a renegociação estruturada com os credores.
CDUPolítica de resgates para as famílias e micro, pequenas e médias empresas altamente endividadas.
BERenegociação das dívidas privadas (spreads e maturidades), com um plano de carência até dois anos, sempre que a taxa de esforço para o cuprimento seja superior a 50% do rendimento disponível nas famílias pobres ou com desempregados.
Endividados
Miguel Albuquerque disse estar “chocado” com as ideias “maldosas, xenófobas, egoístas” e, principalmente, “imbecis” contra o acolhimento de refugiados
10 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Acompanhe emwww.publico.pt/legislativas2015
LEGISLATIVAS 2015
Já porosas em tempos
normais, as fronteiras
entre Estado, Governo
e partidos diluem-se
durante a campanha.
Segue-se um exemplo. Na
segunda-feira, e após protestos de
escolas, pais e alunos, o ministro
da Educação, Nuno Crato,
anunciou mais quatro milhões de
euros para o ensino artístico. A
comunidade educativa alertava
para o problema do fi nanciamento
dos conservatórios desde Agosto;
o Governo responde a duas
semanas das eleições.
Mais célere foi a utilização do
anúncio de Crato em material
de campanha da coligação nas
redes sociais. Às 18h do mesmo
dia já havia um post no Facebook
da Portugal à Frente: “Governo
aposta. Quatro milhões de euros
no ensino artístico especializado”,
com o selo da
coligação. Se
as campanhas
sempre fi zeram a
defesa do legado
dos incumbentes, a Internet
transformou o exercício num
jogo em tempo real no qual se
confunde a publicitação dos actos
governativos com a propaganda
partidária.
Pela positiva, o registo da
iniciativa da coligação de recolher
perguntas de eleitores, através
do Facebook, para Pedro Passos
Coelho e Paulo Portas. O líder
do PSD responde às quartas e
o presidente do CDS-PP fala às
quintas, em vídeo.
Nota fi nal para a reacção nas
redes à actualização do défi ce
de 2014: silêncio total à direita
e contenção relativa no campo
socialista, onde se assinala o
fracasso das metas orçamentais do
Governo, mas não se avança uma
solução alternativa para o dossier
Novo Banco.
Governar para o Facebook
Apanhados na redePedro Guerreiro
O BE anda de metro e defende os transportes contra privatizações e falsas promessas
No primeiro dia de Outono,
mas ainda com tempo
de Verão, a porta-voz
do Bloco de Esquerda,
Catarina Martins, chega a
Cacilhas e apanha o metro
em direcção a Corroios. Deve ser
a primeira vez nesta campanha
eleitoral que faz uma acção sentada
e não a calcorrear ruas e mercados.
Antes desta viagem, o tema
dos transportes tinha também
marcado a manhã em Miranda do
Corvo, distrito de Coimbra, onde
os bloquistas fi zeram questão
de lembrar a promessa, não
cumprida, que previa um metro
para aquela região.
A principal mensagem que
o BE quis passar ontem com a
viagem entre Cacilhas e Corroios
é a de oposição às privatizações e
parcerias público-privadas (PPP)
que, defendem, não benefi ciam
os utentes. O programa do Bloco
vai precisamente em sentido
contrário: lutar por um serviço
público de mobilidade, bilhetes
mais baratos, percursos maiores,
horários mais alargados.
No metro, Catarina Martins
segue acompanhada pela cabeça
de lista por Setúbal, Joana
Mortágua.
Aos jornalistas, a porta-voz
lembra que “o Metro Sul do Tejo
não tem as ligações todas que
foram prometidas e, por isso, tem
percursos muito mais curtos do
que o que era preciso para servir
as populações”. Além disso, diz,
quem vive na margem sul “está
farto de pagar PPP”: “Paga as
PPP aqui do metro, para a PPP da
Lusoponte ainda... Tem todos os
dias um encargo tão grande para
ir trabalhar e continua a não ter
as soluções de mobilidade de que
precisa, porque foi tudo pensado
em benefício do lucro de uns
poucos privados e nunca pensado
para o serviço das populações e
para o interesse público.” À saída
do metro e rodeada de sacos e de
malas, em mudanças de casa, está
Teresa Maria, de 49 anos, auxiliar
num lar. Vive no Laranjeiro e
trabalha em Pinhal dos Frades.
Apesar de fazer três viagens todos
os dias para ir de casa para o lar —
metro, comboio e autocarro — e de,
por elas, pagar 50 euros mensais,
não está insatisfeita. Só gostava é
que o percurso fosse mais extenso,
chegasse a mais sítios.
A questão dos transportes
marcou também a manhã
no distrito de Coimbra.
O desemprego, a falta de
acessibilidades e a emigração são
apenas algumas das difi culdades
identifi cadas pelo BE na passagem
por Miranda do Corvo. “Coimbra
é uma miniatura do país”, os
problemas na região são os
mesmos, diz o cabeça de lista por
este círculo eleitoral e professor
DANIEL ROCHA
Catarina Martins e a cabeça de lista por Setúbal, Joana Mortágua, no Metro Sul do Tejo
Catarina Martins andou de transportes públicos, mas foi sobre o aumento do défice de 2014 a sua frase do dia: “A campanha eleitoral da direita morreu”, vaticinou
Partida: Leiria
Acontecimento do dia:
Chegada: Lisboa
universitário, José Manuel Pureza.
Não está a pensar no Portugal dos
Pequenitos, o parque temático
daquela cidade, mas a metáfora
encaixa.
No mercado de Miranda do
Corvo, Catarina Martins ouviu
queixas sobre o facto de ter sido
prometido para este distrito
um metro de superfície que iria
ligar alguns concelhos, entre os
quais Miranda do Corvo. Trata-
se do antigo projecto do Metro
Mondego, que nunca chegou
a concretizar-se e que, pelo
caminho, deixou estas populações
sem o comboio que fazia a ligação
em causa.
Para a porta-voz, esta promessa
não cumprida é o retrato de
um país que “tem vindo a
ser enganado”. Não só para a
porta-voz, para Graça Jegundo,
vendedora de 75 anos, também.
Desiludida, garante que vai votar
Bloco: “Temos de ir um bocadinho
mais para a esquerda, este
Governo não serve, prejudicou-
nos muito em tudo.”
De manhã, Catarina Martins esteve no distrito de Coimbra, que “é uma miniatura do país” e tem os mesmos problemas
Reportagem Maria João Lopes
CONTA KM
993 km
1347 km
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | PORTUGAL | 11
Médico internado por acreditar que pode curar diabetes e cancro
ENRIC VIVES-RUBIO
Durante uma das perícias a que foi sujeito, o médico disse até acreditar que pode receber o Nobel pelos trabalhos junto dos seus pacientes
Os médicos também adoecem. E,
por vezes, a doença pode pôr em
risco os seus pacientes. Um tribunal
decidiu que um médico estrangeiro
que reside e trabalha no Algarve de-
ve ser internado compulsivamente
porque, entre muitas outras coisas,
acredita poder curar os doentes que
sofrem de diabetes, alegadamente
administrando-lhes doses elevadas
de insulina.
A história difi cilmente chegaria ao
conhecimento do público se o mé-
dico em causa não tivesse recorri-
do desta decisão. Os magistrados do
Tribunal da Relação de Évora não
lhe deram razão, argumentando
que a perícia psiquiátrica e as du-
as avaliações clínico-psiquiátricas a
que foi sujeito provaram que sofre
de anomalia psíquica grave e que o
seu estado pode constituir perigo
para terceiros. Um resumo deste
acórdão foi agora publicado no site
da Ordem dos Médicos (OM).
De nacionalidade alemã, o médi-
co contestou a privação temporária
de liberdade alegando que, para a
tomada de decisão, não foram ou-
vidas quatro das seis testemunhas
por si indicadas e também não
foi levado em conta um relatório
elaborado pelo Hospital de Psiquia-
tria, Psicoterapia e Psicossomática
da Alemanha, segundo o qual sofre
apenas de uma “síndrome de ansie-
dade e tensão” e de “alta reacção
aguda ao stress”.
Com uma cédula profi ssional emi-
tida pela Ordem dos Médicos e váli-
da até Dezembro de 2016, o clínico
alemão abriu um consultório numa
localidade algarvia em 2006 e foi ali
que pôs em prática os seus conhe-
cimentos de clínica geral e de “me-
dicina alternativa e complementar”
e utiliza “a força que aprendeu com
Deus”, lê-se no acórdão do Tribunal
da Relação, que tem data de Julho.
Os relatórios médicos citados
indicam que o médico (não iden-
tifi cado) apresenta uma “sintoma-
tologia de estado psicótico, fragil-
mente compensado” e “sofre de
perturbação paranóide de perso-
nalidade, com ideias delirantes”
e outras de “carácter megalóma-
no”, não tendo “a mínima consci-
ência da sua doença” e negando-
grave”, mas isto não basta para a
privação temporária de liberdade.
É necessário que desta anomalia re-
sulte uma situação de perigo para
terceiros. A decisão deve ser revista
ao fi m de dois meses.
Com base nos relatórios clínicos
e psiquiátricos, os magistrados do
Tribunal da Relação consideram que
estão reunidas as duas condições
e consideram que o seu estado de
saúde mental cria “situações de pe-
rigo” que decorrem da actividade
médica que exerce. “Deixá-lo assim,
sendo ele médico que ainda exerce
a medicina, constitui desde logo um
risco inaceitável para os pacientes
que o consultem, designadamente
os diabéticos, ou os cancerosos que
andarem enganados pelo exercício
dos seus poderes místicos”.
Por enquanto, a Ordem dos Mé-
dicos nada mais fez do que publi-
car um resumo do acórdão. O bas-
tonário da OM, José Manuel Silva,
alega que, com esta publicação, se
quis deixar “um aviso” aos outros
profi ssionais. É, acima de tudo, um
acto “pedagógico”. “A divulgação
leva a que os profi ssionais sejam
mais cautelosos”, sublinha o basto-
nário. Também os doentes devem
ter mais cuidado. “Esperamos que os
cidadãos percebam que não devem
acreditar em milagres, mas sim na
ciência”, diz José Manuel Silva, ob-
servando que “os médicos não estão,
infelizmente, inibidos de adoecer e
de sofrer de ideias delirantes”.
Desconhecendo se há ou não
queixas na OM remetidas por doen-
tes do médico alemão, José Manuel
Silva diz que alertou o Conselho Dis-
ciplinar Regional do Sul para que
abrisse um inquérito. Enquanto is-
so, pelo menos pelo lado da Ordem
dos Médicos, ele não está proibido
de exercer.
Ordem dos Médicos divulga decisão de tribunal que manda internar um médico com anomalia psíquica grave. Mas não sabe se há queixas dos doentes a quem terão sido administradas doses elevadas de insulina
JustiçaAlexandra Campos
perigo para a saúde” dos doentes.
Foi um dos quatro peritos médicos
que alertou em concreto para “os
perigos que correm” os seus pacien-
tes, “designadamente os que pade-
çam de diabetes, que o internando
revolucionariamente trata em dez
dias com doses maciças de insulina”.
Os psiquiatras advertem também
que ele pode constituir perigo para
si próprio. Numa avaliação realizada
a propósito de um processo-crime
em que esteve envolvido antes, ele
explicava que estava “a perder a sua
força, em virtude do excesso de equi-
pamento médico usado pelos colegas
portugueses”. O seu drama, ajuizam,
“é não só ele padecer do que pade-
ce”, mas também “estar convencido
de que de nada padece”.
O que diz a lei portuguesa sobre
o internamento compulsivo? A lei
de saúde mental exige que a pessoa
padeça de uma “anomalia psíquica
“Deixá-lo assim, sendo ele médico que ainda exerce a medicina, constitui desde logo um risco inaceitável para os pacientes”
se a receber tratamento médico.
Durante uma das perícias a que
foi sujeito, disse até acreditar que
pode receber o prémio Nobel “pelos
trabalhos junto dos seus pacientes
(cura do cancro, diabetes)”. Os psi-
quiatras que o avaliaram temem que
a aplicação do método que inven-
tou, e pelo qual crê “curar a diabetes
em dez dias, afi gura-se de extremo
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Há menos colocados na 2.ª fase mas as entradas no superior estão em alta
NELSON GARRIDO
Há ainda 5836 vagas por preencher no ensino superior
Menos vagas, menos candidatos,
menos colocados. São estes, em
resumo, os resultados da 2.ª fase
do concurso nacional de acesso ao
ensino superior de 2015, quando
comparados com os dos cinco anos
anteriores. Os resultados podem ser
consultados, a partir de hoje, no site
da Direcção-Geral do Ensino Supe-
rior (http://dges.mctes.pt).
Candidataram-se à 2.ª fase 18.250
estudantes para um total de 15.166
vagas. Foram colocados 9410, o nú-
mero mais baixo registado desde
2010, quando 11.412 estudantes con-
seguiram entrar no superior nesta
fase. Por comparação a 2014, foram
colocados menos 1082 alunos. Esta
quebra corresponde também a uma
diminuição do número de candida-
tos: houve menos 69 a concorrer à
2.ª fase do que há um ano atrás, um
número que sobe para 1804 quando
comparado com 2010, que foi tam-
bém o concurso destes últimos seis
anos com mais estudantes a entrar
no superior.
Mas apesar desta diminuição, o
resultado geral do concurso de 2015
aponta para uma retoma do fl uxo de
entradas no ensino superior. É o que
frisa o presidente da Comissão Na-
cional de Acesso ao Ensino Superior,
João Guerreiro, lembrando que, no
conjunto das duas fases, candidata-
ram-se 53.846 alunos, um valor que
classifi ca como “muito bom”, contra
os 49 mil de 2014. E que estão agora
já colocados mais de 50 mil, quando
no ano passado, por esta altura, este
número rondava os 48 mil. “Mostra
que há uma opção das famílias na
qualifi cação dos seus fi lhos, mesmo
neste cenário em que a emigração
continua a crescer”, adianta João
Guerreiro, lembrando, a propósito,
que as perspectivas dos que saem do
país “são bem mais alargadas quan-
do têm formação universitária”.
A 1.ª fase do concurso de acesso,
que é sempre a mais concorrida, foi
a que teve o maior número de can-
didatos e de colocados dos últimos
anos. Concorreram 48.271, tendo
sido colocados 42.060 alunos, que
foi o número mais elevado desde
2011, altura a partir da qual se re-
gistou uma tendência de decréscimo
da procura do ensino superior, que
também os estudantes que se candi-
dataram na primeira vaga, mas não
foram colocados. Aconteceu com
6203. Destes, 4366 voltaram a candi-
datar-se. Também podem concorrer
os estudantes que fi caram colocados
na 1.ª fase e, por não terem fi cado
satisfeitos com o lugar alcançado,
voltam a tentar a sorte. Foi o que
fi zeram 8074.
Na 1.ª fase apenas metade dos
candidatos tinha conseguido vaga
no primeiro curso que escolheram.
Os estudantes podem seleccionar
seis. Este foi o reverso da medalha
da subida de resultados nos exames
nacionais — embora tenha permiti-
do que mais estudantes entrassem
no superior, também levou a que as
médias dos cursos mais disputados
tivessem subido, o que tornou mais
difícil conseguir ali um lugar. Para
a 3.ª fase, que decorre entre 1 e 5
de Outubro, sobram para já 5836
vagas.
Os cursos que fi caram com mais
vagas por preencher foram os da
área das engenharias, como tem
sucedido nos últimos anos. No to-
po da lista encontra-se o curso de
Engenharia Civil da Universidade
de Coimbra, que tem ainda 81 lu-
gares disponíveis dos 105 que abriu
na 1.ª fase.
Mas é também na área das enge-
nharias que se registaram as maio-
res recuperações, com dois cursos a
liderar a lista dos que tiveram mais
colocados na 2.ª fase. São eles os
cursos de Engenharia Electrónica e
Telecomunicações e Computadores
e de Engenharia Mecânica, do Insti-
tuto Politécnico de Lisboa. Ambos
tinham 72 vagas. No primeiro caso
foram preenchidas 71 e no segundo
69. O curso de Engenharia Física, da
Universidade do Minho, foi o que
teve o colocado com nota mais ele-
vada: 19,3 valores. No pólo oposto
estão 30 cursos em que os últimos
colocados não chegaram a uma mé-
dia de 10.
Diminuição na 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior já era esperada. No conjunto das duas fases foram colocados mais de 50 mil alunos, o número mais alto dos últimos anos
EducaçãoClara Viana
2ª fase do concurso de acesso ao superior
Fonte: Direcção-Geral do Ensino Superior PÚBLICO
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Evolução do n.º de candidatos Evolução do n.º de vagas
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Sobrantespara a 3.ª fase
Ocupadas
5836
5204
8805
9076
11.648
9006
15.166
16.616
20.577
20.441
23.134
19.498
20.054
18.250
18.281
17.363
18.849
18.804
11.412
9410
10.492
11.486
11.365
11.772
CandidatosColocados
em 2015 começa a ser invertida.
Existirem mais lugares ocupados
na 1.ª fase signifi ca que há menos
alunos à procura de o conseguir na
segunda oportunidade de acesso ao
ensino superior. Foi o que aconte-
ceu e que já era esperado. À 2.ª fase
de acesso podem concorrer os alu-
nos que não o fi zeram na 1.ª. Este
ano houve 5810 novos candidatos
à segunda vaga de acesso.
Mas à 2.ª fase podem concorrer
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | PORTUGAL | 13
PUBLICIDADE
“Quero o telemóvel da minha fi lha
senão parto esta merda toda”. Foi
nestes termos que uma funcionária
hospitalar se dirigiu à professora que
havia confi scado o telefone à fi lha
quando este tocou na sala de aula.
O caso passou-se na Escola EB2/3
Frei Caetano Brandão, em Braga,
em 2013, e o Tribunal da Relação de
Guimarães confi rmou agora a conde-
nação inicial da progenitora.
Considerada uma pessoa habitu-
almente calma e educada, a mãe da
Foi à escola exigir telemóvelque foi confiscado à filha e acabou condenada em tribunal
aluna foi condenada, pelos crimes
de coacção e injúria agravadas, a
prestar 210 horas de trabalho comu-
nitário, a que se soma uma indem-
nização de 1500 euros à professora
e uma multa de 420 euros.
A arguida alegou que “apenas ba-
rafustou de uma forma tipicamente
minhota”, e que os palavrões tinham
como único objectivo conseguir a
devolução do aparelho. “Embora la-
mentável, a actuação da arguida não
se tra duziu no emprego de meios de
violência ou cariz extremos, como
armas”, argumentou a sua advoga-
da, que resumiu o episódio a um
certo “rubor emotivo, tão celta, tão
típico das pessoas do Norte, que
tantas vezes berram e berram, mas
nenhum mal querem fazer”.
A verdade é que foi preciso cha-
mar a polícia para que a progenitora
abandonasse a escola, enquanto a
docente, assustada, se refugiava na
JustiçaAna Henriques
Mãe da aluna ameaçou professora de escola de Braga para reaver aparelho. Juízes lamentam crise deautoridade no ensino
escolar e cívica dos educandos”.
A circunstância de os insultos te-
rem sido presenciados por funcio-
nários, professores e alunos, desig-
nadamente pela fi lha da arguida e
demais comunidade escolar, cau-
sou à professora em causa “forte
vexame e humilhação”, observam.
“Ficou afectada na sua dignidade e
honra, enquanto cidadã e professo-
ra, sentindo-se denegrida”, prosse-
guem. “Sentiu insegurança e medo,
temendo, nomeadamente, pela sua
integridade física”. O facto de a ví-
tima das intimidações ter sido uma
docente foi considerado especial-
mente censurável.
Com um salário de 600 euros e
uma renda de quase metade disso,
a funcionária hospitalar contestou,
sem sucesso, a multa e a indemniza-
ção. “A arguida e a fi lha vão comer
o quê durante meses?”, perguntou
a advogada aos juízes.
Breves
Porto
Desempregados enganados com falso trabalho fora do paísUm homem e uma mulher são suspeitos de terem enganado 230 pessoas com falsas promessas de emprego fora do país. Publicaram anúncios com promessas de ordenados não-inferiores a sete vezes o salário mínimo e pagamento de alojamento e viagens. Na maioria desempregados, os candidatos eram convencidos a dar início a um processo de contratação para o qual era necessário pagarem vistos de entrada em países estrangeiros.
sala de professores. “A fi lha da puta
não sabe do que sou capaz! Vai-se ar-
repender de se ter metido comigo!”,
gritava a mãe, gesticulando e baten-
do com as mãos uma na outra. “Aqui
o telemóvel, já, cara..., ou vai ver já o
que lhe acontece e não sabes o que
sou capaz!”. O alarido juntou gente.
Quando a conduziram à saída, fi cou
junto ao portão, à espera da profes-
sora. Ainda sem o telefone, que tinha
sido guardado por um auxiliar que já
não se encontrava no recinto escolar,
acabou por ser acompanhada a casa
por dois funcionários da escola de-
pois de chegar a PSP, e a fi lha foi pe-
nalizada com três dias de suspensão.
Na sentença de primeira instân-
cia, proferida este Verão, os juízes
lamentam que “atitudes destas
contribuam para a crise de auto-
ridade em contexto escolar que
grassa nos estabelecimentos de
ensino, impedindo a boa formação
14 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
OGNEN TEOFILOVSKI/REUTERS
Portugal deverá acolher 4500 refugiados
A Fundação Inatel está a colocar em
marcha um plano para dar formação
profi ssional e emprego a 100 refu-
giados nas suas unidades hoteleiras
espalhadas por todo o país. Enquan-
to a grande discussão pública se re-
mete actualmente à forma e locais
de acolhimento, a fundação dá um
passo em frente e pensa já na inte-
gração dos refugiados, conferindo-
lhes competências e uma oportu-
nidade de trabalho. Doze unidades
hoteleiras da Inatel deverão fi car
responsáveis, cada uma, pela for-
mação, de pelo menos uma família
de refugiados.
“A ideia surgiu há cerca de duas
semanas”, adiantou o presiden-
te da fundação, Fernando Ribeiro
Mendes, e resulta, em parte, do
“choque” criado pela publicação
nos jornais portugueses, nomeada-
mente no PÚBLICO, da fotografi a do
menino curdo Aylan, cujo corpo foi
encontrado numa praia depois do
barco em que seguia ter naufraga-
do entre a Turquia e a ilha grega de
Inatel prepara-se para dar formação e emprego a 100 refugiados
Kos. Por isso, a Inatel decidiu dar o
nome de Aylan ao programa de in-
tegração. “Há quem tenha criticado
a publicação dessas imagens, mas
foi uma chamada de atenção para
nós. Uma forma de assumirmos que
é possível fazer algo para mudar as
coisas”, sublinhou Fernando Ribeiro
Mendes.
O conselho de administração da
Inatel já aprovou o plano e a fun-
dação está em contacto com a Pla-
taforma de Apoio aos Refugiados e
Conselho Português para os Refugia-
dos. “Informamos o Governo, atra-
vés do Ministério da Administração
Interna, e a reacção ao plano foi a
melhor. Vamo-nos articular com as
entidades que acolherem, em ter-
mos de habitação, os refugiados
para depois prosseguir com a for-
mação e emprego”, acrescentou o
presidente da fundação.
“Não é caridadezinha”O plano é simples. A Inatel, que tem
actualmente cerca de 800 funcio-
nários distribuídos pela sua rede
de unidades em todo o país, con-
trata em média, de forma tempo-
rária, mais 200 trabalhadores para
responder às maiores necessidades
sazonais da época alta do Verão. No
Verão de 2016, Fernando Ribeiro
Mendes, conta já ter ao serviço da
Inatel refugiados como trabalhado-
res.
“Não estamos a falar de carida-
dezinha. Receberão formação espe-
cífi ca, turística, cultural, hoteleira
e também em idiomas e depois,
provando as competências adqui-
ridas, terão contratos de trabalho
nas mesmas condições que cá têm
os portugueses. Neste momento
há uma onda de generosidade para
lhes dar dormida e comida. Isso é
essencial agora, mas depois de isso
estar resolvido, o que farão? Pensa-
mos numa via solidária orientada
para a autonomização e indepen-
dência criando oportunidades de
trabalho”, ilustrou ainda Fernando
Ribeiro Mendes.
A Inatel usará ainda na dinami-
zação deste plano o seu contacto
privilegiado com algumas cadeias
de hotéis privados. “Vamos tentar
criar também emprego em alguns
hotéis com os quais trabalhamos”,
disse o presidente da fundação.
Com 16 unidades espalhadas pelo
país e com um total de 800 camas,
a fundação aproveitará os seus pró-
prios recursos, nomeadamente os
cursos internos de formação em ho-
telaria, para formar os refugiados
nesse âmbito. “Também arranjare-
mos formadores em língua portu-
guesa e inglesa”, apontou o respon-
sável que, para já, não consegue in-
dicar uma data concreta para iniciar
a formação já que tal depende ainda
das datas de chegada dos refugiados
a Portugal, que receberá cerca de
4500 pessoas.
AcolhimentoPedro Sales Dias
Programa Aylan inclui desenvolvimento de cursos profissionais em hotelaria para dotar refugiados de competências
Programa acabou com o “sofrimento emocional” das mulheres
As 31 mulheres que no último ano
participaram num programa expe-
rimental para pessoas com proble-
mas de ingestão alimentar compul-
siva conseguiram eliminar parcial
ou completamente aquele tipo de
episódios das suas vidas, mas não
perderam peso, revelaram investiga-
dores da Faculdade de Psicologia da
Universidade de Coimbra (UC).
Quando anunciaram que estavam
a recrutar voluntárias para partici-
par no programa a que chamaram
BeFree, em 2014, os investigadores
do Centro de Investigação do Núcleo
de Estudos e Intervenção Cognitivo-
Comportamental (CINEICC) propu-
nham-se trabalhar um conjunto de
competências para ajudar aquelas
pessoas a regular melhor as suas
emoções e a sua relação com a ali-
mentação, perdendo peso e aumen-
tando a sua qualidade de vida.
Para além de serem obesas ou
terem excesso de peso e episódios
regulares de ingestão compulsiva
e excessiva de alimentos, as 31 mu-
lheres seleccionadas apresentavam,
associado àqueles problemas, um
outro: o sofrimento emocional. “Di-
to de uma forma simplista, leiga, as
pessoas utilizavam a ingestão com-
pulsiva de alimentos (normalmente
com um alto teor de açúcar) como
estratégia para lidar com os afectos
Fim da ingestão compulsiva de alimentos não resulta em perda de peso imediata
negativos”, explicou um dos inves-
tigadores, Sérgio Carvalho.
As mulheres foram divididas em
pequenos grupos e participaram, ao
longo de 12 semanas, noutras tantas
sessões, nas quais trabalharam as
respectivas relações com a alimen-
tação e com as emoções. Segundo
Sérgio Carvalho, em relação aos
grupos de controlo a evolução foi
evidente: “As mulheres que benefi -
ciaram do BeFree apresentaram-se
menos deprimidas e a maior parte
não tinha, já, comportamentos de
ingestão alimentar compulsiva. Na
totalidade dos casos aqueles episó-
dios tinham, pelo menos, diminuído
para níveis subclínicos”, relatou o
investigador.
Não se verifi cou, contudo, qual-
quer alteração no peso, o que, se-
gundo Sérgio Carvalho, poderá
resultar do facto de “a obesidade
resultar sempre de uma multiplici-
dade de factores”.
A equipa aguarda pelo acom-
panhamento das participantes no
projecto aos seis meses após a inter-
venção (que acontece em momen-
tos diferentes, consoante os grupos)
para apurar os refl exos do programa
a longo prazo.
SaúdeGraça Barbosa Ribeiro
Programa melhorou qualidade de vida de 31 mulheres com problemas de obesidade, mas não resolveu o excesso de peso
PAULO PIMENTA
“As mulheres apresentaram-se menos deprimidas e a maior parte não tinha, já, comportamentos de ingestão compulsiva”
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | PORTUGAL | 15
DIREITO DE RESPOSTA
“A quem serve a destruição do Ensino Superior?” – resposta à Associação de Jardins--Escolas João de Deus*
O Decreto-Lei nº 74/2006, de 24
de Março, estabeleceu – n.° 2 do
Art.º 83º – que todos os ciclos de
estudos em funcionamento deviam
ser objecto de procedimento de
acreditação até ao fi nal do ano
lectivo 2010/11.
Face ao grande número de
cursos (mais de 5000), foi
necessário defi nir um sistema de
triagem (acreditação preliminar)
para detectar os casos que
evidenciavam maiores debilidades
e que, portanto, necessitavam de
uma atenção urgente, uma vez que
a acreditação completa do sistema
demoraria 5 a 6 anos.
Para isso foi solicitado às
instituições que indicassem
(abril de 2010) quais os cursos
que pretendiam manter em
funcionamento no futuro,
fornecendo um conjunto de
informações sobre cada um
deles. A partir desses dados
foram construídos indicadores
que, caso não fossem cumpridos,
sinalizariam a necessidade de uma
intervenção imediata.
Os cursos que não foram indicados
pelas instituições até à data limite
de abril deixaram de ter existência
legal e, portanto, deixaram de poder
admitir novos alunos.
Em Dezembro de 2010 verifi cou-
se que a Escola Superior de
Educação João de Deus (ESJD) não
tinha submetido à acreditação
quatro mestrados na área de
formação de docentes em
Educação Pré-escolar e Ensino
Básico. A ESJD justifi cou-se
dizendo que esses mestrados
não estavam em funcionamento.
Situação singular que nenhuma
outra instituição invocou e que
mais tarde se verifi cou não
corresponder à verdade (as
estatísticas do ministério mostram
que há alunos a concluir alguns
mestrados a partir de 2008/09).
Estando há muito esgotado o
prazo para a Escola apresentar
os cursos a acreditação
preliminar podia, no entanto,
se pretendesse no futuro voltar
a oferecer os cursos, submeter
propostas dos mestrados como
novos ciclos de estudos, o que
fez. A Comissão que avaliou as
propostas elaborou um relatório
preliminar recomendando a sua
não acreditação por a componente
de prática pedagógica não cumprir
a legislação. Os alunos devem
dar aulas acompanhados por um
professor com experiência na área
específi ca de ensino, o que não
acontecia.
A ESJD não apresentou
pronúncias sobre os relatórios
preliminares da Comissão dentro
dos prazos regulamentares, apesar
de avisada telefonicamente,
pelo que os relatórios passaram
a defi nitivos e o Conselho
de Administração recusou a
acreditação, facto que impedia a
admissão de alunos, não tendo
qualquer dos mestrados existência
legal. A ESJD, na impossibilidade
de apresentar as pronúncias no
sistema da A3ES, tentou mais tarde
enviar documentação por correio
que, evidentemente, não foi aceite
por estar fora de prazo. Recorreu,
depois, para o Conselho de
Revisão, pagando a taxa do 3000€
por processo, mas os recursos
não tiveram, naturalmente,
provimento.
Em vez de apresentar novas
propostas corrigindo os erros
apontados, a ESJD intentou uma
ação no Tribunal Administrativo
alegando, falsamente, que não
tinha recebido as comunicações
electrónicas da A3ES sobre os
processos.
Nunca a A3ES imaginou que
a ESJD não cumprisse a lei.
Não tendo havido acreditação
das propostas e não tendo
havido submissão de propostas
alternativas considerou-se o
assunto encerrado.
O processo só foi reaberto em
2013, quando a A3ES recebeu
informação de que os mestrados
estavam em funcionamento.
Esta informação foi transmitida
à Inspeção (IGEC) que visitou
a ESJD tendo confi rmado os
factos, e facilmente descobriu as
mensagens da A3ES (que a ESJD
tinha declarado não ter recebido)
nos computadores dos serviços
administrativos da ESJD.
Nessa altura, a ESJD enviou
uma carta à A3ES reconhecendo
que as mensagens existiam
mas, em vez de assumir as suas
responsabilidades, preferiu
lançar as culpas da não resposta
atempada para uma funcionária
que não teria informado a direção
da existência das mensagens.
Entretanto, a IGEC verifi cou,
em outubro de 2013, que a ESJD
tinha reaberto inscrições e
inscrito alunos para 2013/14, o
que determinou um despacho do
SEES obrigando ao encerramento
das Inscrições e determinando
as outras medidas que são
conhecidas.
Em resumo, verifi cou-se que:
1. A Escola João de Deus prestou
falsas declarações ao dizer que
os ciclos de estudos não estavam
em funcionamento no período
de apresentação de candidaturas
à acreditação preliminar quando
os dados do Ministério apontam
para a existência de diplomados
por alguns dos mestrados em datas
incompatíveis com a declaração da
Escola.
2. A ESJD prestou falsas
declarações quando reclamou
com base na alegação de não ter
recebido as mensagens da A3ES.
3. A ESJD manteve em
funcionamento os mestrados
sabendo que não estavam
acreditados e, como tal, não
tinham existência legal e
desobedeceu reiteradamente às
determinações do MEC.
4. A Escola também não cumpriu
o que a legislação determina
no artigo 16º da Lei 38/2007, de
16 de agosto, ao não publicitar
na INTERNET os resultados da
acreditação, o que tornaria óbvio
para os alunos o funcionamento
irregular dos mestrados.
5. Do comportamento da Escola
podem resultar grandes prejuízos
para os alunos, uma vez que não
é passível de reconhecimento o
ensino ministrado em cursos cujo
funcionamento não foi autorizado
nos termos da lei e que os diplomas
não têm valor legal. Deste facto
cabe total responsabilidade à ESJD.
6. A ESJD, ao oferecer cursos não
acreditados e registados, incorreu
na sanção prevista no artigo 62° da
Lei 62/2007: impossibilidade de
durante dois anos proceder ao seu
registo.
7. Não há conhecimento de
que qualquer outra instituição,
pública ou privada, tivesse
comportamento idêntico ao
da ESJD oferecendo cursos não
acreditados. É lamentável que, em
vez de assumir os erros cometidos,
a ESJD queira apresentar-se como
vítima, atribuindo culpas a quem
apenas está a cumprir a lei.
O Presidente do Conselho de
Administração da A3ES
Alberto M. S. C. Amaral
* N.R.: O texto aqui referido, com o
título em epígrafe, foi publicado como
publicidade paga na página 19 da edição
do PÚBLICO de 17 de Setembro de 2015
PUBLICIDADE
Com o alto patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República. Organização: Universidade de Coimbra - Reitoria, CELGA - Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada da Universidade de Coimbra, CLP - Centro de Literatura Portuguesa. Parcerias: Câmara Municipal de Coimbra, UNESCO - Comissão Nacional da UNESCO Portugal, CAMÕES - Instituto da Cooperação e da Língua, IILP - Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, Ministério da Educação e Ciência - Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, Público, Leya.
16 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Se uma futura mãe não
se enganaria em al-
go tão simples como
escrever o nome do
fi lho, porque have-
ria de cometer o erro
básico de ingerir be-
bidas alcoólicas du-
rante a gravidez? A
pergunta do copywri-
ter Tiago Silva, 21 anos, e do desig-
ner Hugo Suíssas, 26, surgiu depois
de conhecerem o estudo O Consumo
de Álcool na Gravidez, desenvolvido
pelo Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas
Dependências (SICAD), que con-
cluiu que uma em cada cinco grávi-
das consome álcool mesmo depois
de ter conhecimento da gravidez. A
dupla partiu deste “dado preo-
cupante” e desenhou uma cam-
panha que saiu vencedora de
um concurso de criatividade
criado pelo próprio SICAD,
em parceria com o Clube de
Criativos de Portugal. Tiago e
Hugo ganharam um prémio
pecuniário de 1000 euros,
mas isso é o menos importante:
na próxima semana, os anúncios
deles começam a circular na im-
prensa e em Outubro chegam aos
outdoors.
Dezanove por cento de 1104 mu-
lheres grávidas, com uma idade
média de 31 anos, inquiridas nos
concelhos de Oeiras e Lisboa, ad-
mitiram ter continuado a beber be-
bidas alcoólicas depois de saberem
que estavam grávidas. É um “con-
sumo essencialmente esporádico”,
já que apenas 1% delas beberam até
fi carem “alegres” ou fi zeram con-
sumos “binge” (consumo ocasional
excessivo). Razão para desligar o
alarme? Não, respondem os autores
deste estudo piloto, defendendo a
urgência de divulgar “mensagens
claras, objectivas e coerentes” em
relação a este assunto: “Não é segu-
ro beber qualquer copo na gravidez.”
Na comunicação desta mensa-
gem, os profi ssionais de saúde e a
Internet “são identifi cados como
fontes de informação privilegiadas”
e a infl uência da “rede social direc-
ta” é grande, aponta o estudo: “A
representação de que familiares,
companheiro ou amigos discordam
totalmente do consumo moderado
de bebidas alcoólicas na gravidez e
um consumo de bebidas alcoólicas
igual ou inferior ao da mulher por
parte do companheiro diminuem a
probabilidade de consumir bebidas
alcoólicas na gravidez.”
A verdade é que “verifi ca-se um
certo consenso em torno da ideia de
que o consumo de bebidas alcoólicas
na gravidez tem efeitos negativos
no bebé”, mas há ainda “am-
biguidade quanto ao tipo de
consumo que é nocivo”. Por
isso, apontam os autores, é
preciso que a identifi cação
deste hábito se consolide co-
mo “prática generalizada no
acompanhamento à grávida e
à mulher que planeia engravidar” e,
no caso de existência de consumos,
“apoiar a grávida quanto ao abando-
no do mesmo” deve ser uma prio-
ridade.
Entre as mulheres consumidoras
de álcool antes da gravidez 74% dei-
xaram de o fazer durante o planea-
mento, ou já depois de saberem estar
grávidas, e das 26% que mantiveram
o consumo de bebidas alcoólicas,
metade (13%) delas reduziram esse
consumo. Comparativamente com
as restantes substâncias psicoactivas
analisadas, como drogas ilícitas e ta-
baco, a diminuição da prevalência
de consumo de bebidas alcoólicas é
mais signifi cativa.
O vinho é a bebida mais ingerida
por mulheres grávidas (43,2%), se-
guido da cerveja (26,4%), das bebidas
espirituosas (17,8%) e dos chamados
alcopops, as bebidas alcoólicas ser-
vidas em garrafas semelhantes a be-
bidas sem álcool e a refrigerantes,
(12,8%). Consumos que não parecem
Mariana Correia Pinto
Gravide
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | PORTUGAL | 17
Estudo revelou que uma em cada cinco mulheres grávidas consome bebidas alcoólicas. Tiago Silva e Hugo Suíssas venceram concurso sobre este tema e vão assinar campanha de sensibilização com anúncios na imprensa e outdoors
ter no desconhecimento a principal
alavanca, já que a esmagadora maio-
ria (93%) das participantes conside-
ram que o consumo de álcool tem
efeitos nocivos para o bebé e 73% sa-
bem mesmo que não é seguro beber
qualquer quantidade. Ainda assim,
defendem os autores do estudo, é “a
ideia de que não é seguro beber qual-
quer copo de uma bebida alcoólica
por semana na gravidez” a que, “de
forma mais transversal, contribui pa-
ra a diminuição da probabilidade de
consumir bebidas alcoólicas”.
Foi esse o repto de comunicação
agarrado por Tiago Silva e Hugo Su-
íssas. Quando decidiram encarar o
desafi o, lançado pelo SICAD a cria-
tivos com menos de 28 anos, pouco
sabiam sobre a matéria. Em modo
“esponja” conversaram com amigos
e conhecidos sobre o tema e perce-
beram que, tal como eles, muitos
tinham a ideia de que beber com
moderação não é prejudicial ao fe-
to. “Sabíamos das consequências em
caso de consumo excessivo, mas não
sabíamos que não se devia beber de
todo”, admitiu Tiago, numa conversa
telefónica com o PÚBLICO.
Com essa nova informação em
mente, a dupla há muito afi nada —
foram colegas de trabalho no primei-
ro emprego e continuam a sê-lo na
agência Excentric Grey — partiu para
o desafi o. “Numa altura em que toda
a gente é bombardeada com infor-
mação, passar a mensagem de forma
descomplicada é o mais efi caz.” As-
sim foi. Centraram-se na metáfora de
que “há coisas que fi cam para a vida”,
representada através de um pequeno
erro na escrita do nome dos bebés
(Rodirgo em vez de Rodrigo e Bear-
tiz no lugar de Beatriz), e criaram o
slogan: “Há erros que duram para a
vida. Não beba durante a gravidez.”
Em Portugal, o objectivo de dimi-
nuir a exposição ao álcool e as suas
consequências nefastas em crianças
por nascer estava já defi nido no Pla-
no Nacional para a Redução dos Pro-
blemas Ligados ao Álcool 2010-2012 e
foi reforçado no Plano Nacional para
a Redução dos Comportamentos
Aditivos e das Dependências 2013-
2020. Mas os números ainda são
preocupantes.
A exposição ao álcool no útero é
actualmente considerada a “prin-
cipal causa das perturbações do
desenvolvimento de etiologia co-
nhecida e passível de ser evitada”,
sendo a síndrome alcoólica fetal —
“caracterizada por alterações no
crescimento, no sistema nervoso
central e características faciais es-
pecífi cas” — a perturbação mais re-
conhecidamente associada a esta
exposição.
O organismo europeu para a
vigilância das anomalias congéni-
tas, o EUROCAT, estima que, entre
2006 e 2010, tenham ocorrido 222
casos de síndrome alcoólica fetal
por cada 10 mil nascimentos: 213
casos de crianças nascidas com esta
síndrome, três casos de morte fe-
tal ou nado morto às 20 semanas
e seis casos de interrupção volun-
tária da gravidez, associados a um
diagnóstico pré-natal da síndrome.
Neste período de tempo, Portugal
reportou ao EUROCAT apenas um
caso por 10 mil nascimentos.
As possíveis anomalias são, na
verdade, extensas. E foram essas
possíveis más formações, grava-
das para sempre, que a dupla quis
também representar com o erro
ortográfi co da campanha: depois
de bordado, não há volta a dar. O
trabalho do Tiago e do Hugo foi es-
sencialmente manual. Queriam ba-
betes e fraldas de tecido o mais “re-
alistas e familiares” possível. Numa
loja de artigos personalizados, cor-
reram todas as prateleiras em busca
do item perfeito. Convencer a cos-
tureira a bordar o nome do menino
e da menina com gralhas — Rodirgo
e Beartiz — foi a dor de cabeça se-
guinte, conta Tiago. “Achou estra-
nho. Insistia, perguntava se tinha
de ser mesmo assim...”
TIAGO SILVA E HUGO SUÍSSASTal como num bordado, dizem os autores da campanha, depois do erro feito não há volta a dar. A síndrome alcoólica fetal é a perturbação mais associada à exposição do útero ao álcoolez
Uma campanha contra os erros
Ver mais emhttp://p3.publico.pt/
18 | LOCAL | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Mini-hídrica acusada de ameaçar património do Sistelo foi chumbada
NELSON GARRIDO
O Sistelo tem sido divulgado como “o pequeno Tibete português” devido aos seus socalcos e património histórico
O secretário de Estado do Ambien-
te, Paulo Lemos, deu um parecer
desfavorável à construção de uma
central mini-hídrica no rio Vez,
abrangendo os concelhos de Arcos
de Valdevez e Monção. A decisão
baseia-se na convicção da Agência
Portuguesa do Ambiente (APA) de
que “os impactes negativos decor-
rentes da implantação do projecto
ultrapassam em muito os impactes
positivos”. Mas os promotores não
vão desistir.
Após a análise de mais de 100
pareceres de cidadãos, autarcas,
associações ambientalistas e ou-
tras entidades, a APA sustenta que
a “forte contestação” ao Aprovei-
tamento Hidro-eléctrico de Siste-
lo, um projecto de 20 milhões de
euros para a instalação de 10MW,
é “corroborada pelo facto de não
terem sido identifi cadas (...) mais-
valias signifi cativas que justifi cassem
os impactes negativos relevantes,
signifi cativos e irreversíveis” que a
central iria causar. Na Declaração
de Impacte Ambiental (DIA), a APA
conclui que “os impactes negativos
mais signifi cativos”, nomeadamente
em habitats e espécies de fauna e
fl ora protegidas, e também na “pai-
sagem cultural” e no turismo, “não
são passíveis de minimização”.
O projecto, proposto pela Hidro-
centrais Reunidas, uma empresa
com sede em Lisboa, mas que, des-
de 1991, está ligada ao grupo interna-
cional RP Global, já tem mais de 20
anos, mas o protesto da população,
da Câmara de Arcos de Valdevez e
dos ambientalistas adensou-se nos
últimos tempos. Os contestatários,
que se têm desdobrado em mani-
festações, caminhadas de protesto,
campanhas de informação nas redes
sociais e até uma petição online com
mais de 5000 subscritores, alegam
que a construção vai mudar para
sempre a paisagem da aldeia de Sis-
telo, onde moram 300 pessoas, inse-
rida na zona de Reserva da Biosfera
Transfronteiriça do Gerês-Xurês, na
Zona de Protecção Especial da Serra
do Gerês e no Sítio de Importância
Comunitária do Peneda-Gerês.
A população local, muito depen-
dente da agricultura, teme os impac-
tos deste aproveitamento hidroelé-
Valdevez (PSD). Esta, numa nota pu-
blicada na terça-feira, congratula-se
com a decisão do Governo.
“Nós tivemos tudo negociado
com a junta de freguesia [de Siste-
lo] e com o presidente da câmara,
a quem apertei a mão. Íamos dar
como contrapartida pela constru-
ção da central a comparticipação da
construção de um centro de dia para
aquela população”, diz Jorge Viegas.
“Mas depois houve contestação po-
lítica dentro da câmara, o que a le-
vou a recuar nos acordos que tinha
connosco”, acrescenta.
A RP Global não entende por que
é que o mesmo projecto que obteve
uma DIA favorável condicionada em
2006 é reprovado em 2015, “apesar
de ter melhorado do ponto de vis-
ta ambiental e sem que se tivessem
verifi cado alterações legislativas”. A
DIA emitida em 2006 caducou sem
que o projecto avançasse, devido
à acção judicial interposta pela Câ-
mara de Arcos de Valdevez contra
o Ministério do Ambiente. O juíz do
Tribunal Administrativo de Braga
deu razão ao ministério, mas, com
a DIA caducada, a empresa teve de
reiniciar o processo.
“Não vamos desistir, porque o pa-
ís precisa de boa energia”, afi rma
Jorge Viegas, sublinhando também
que a empresa já investiu muito di-
nheiro neste projecto, sobretudo
em estudos de impacto ambiental.
Uma vez que o parecer desfavorável
não pode ser contestado, a RP Glo-
bal tentará reformular e subdimen-
sionar o projecto, de forma a que a
central fi que localizada apenas no
concelho de Monção, que “nunca le-
vantou problemas”. O investimento
será menor, bem como a quantidade
de energia gerada (estava prevista
a produção de 24,7 GWh anuais de
energia).
Promotores não percebem por que é que o mesmo projecto aprovado em 2006 é agora reprovado. Câmara de Arcos de Valdevez congratula-se com a decisão do Ministério do Ambiente
AmbienteMarisa Soares
los, ultrapassaram as difíceis con-
dições orográfi cas para tornarem
estas terras produtivas, irrigando-as
através de levadas. Esta relação do
homem com a montanha e o rio le-
vou, em 2009, a que fosse proposta
a sua classifi cação como Paisagem
Cultural Evolutiva Viva. Mas os pro-
motores dizem não compreender
estes receios.
“A central mini-hídrica não vai re-
tirar água a ninguém nem estragar
a paisagem. Não é mais do que um
açude que mal fi ca fora de água, que
não turbina no Verão até porque te-
mos que deixar o caudal ecológico,
só turbina o excesso de água no In-
verno”, argumenta Jorge Viegas, da
RP Global. Este responsável, que pe-
diu uma reunião com Paulo Lemos
para contestar o parecer desfavorá-
vel, considera que este desfecho se
deve apenas à “contestação política”
ao projecto na Câmara de Arcos de
Os contestatários alegam que a construção do empreendimento iria mudar para sempre a paisagem da aldeia de Sistelo, no Gerês
trico sobre a rega, as consequências
da circulação de máquinas e cami-
ões nos caminhos lajeados da aldeia,
a possibilidade de poluição do rio
(considerado um dos mais limpos da
Europa) e o impacto no turismo — o
Sistelo tem sido divulgado como “o
pequeno Tibete português” devido
aos seus socalcos, exemplo da forma
como as populações, durante sécu-
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | 19
A Transportes de Lisboa, empresa
que agrega a Carris, o Metropolita-
no de Lisboa e a Transtejo, infor-
mou que a partir de segunda-feira
vai fi car temporariamente proibido
o transporte de bicicletas nas liga-
ções fl uviais do Montijo, Seixal e Ca-
cilhas. “Inconformidades legais e de
segurança detectadas na frota” são
as razões apontadas.
O transporte de bicicletas vai fi -
car restrito às ligações fl uviais entre
o Barreiro e o Terreiro do Paço e Tra-
faria e Belém (esta última ligação é
feita num ferry, passando por Porto-
Brandão). Neste sentido, a proibição
do transporte de bicicletas é feita
apenas na ligação do Montijo, Seixal
e Cacilhas com o Cais do Sodré.
A empresa está em contacto com
a Direcção-Geral de Recursos Natu-
rais, Segurança e Serviços Marítimos
para “solucionar a questão” e para
que a suspensão seja “o mais breve
possível”. Segundo a Transportes de
Lisboa, a medida “garante o trans-
porte efi ciente e seguro de passagei-
ros” e assegura, no futuro, “melhores
condições (técnicas, legais e de segu-
rança) de transporte de bicicletas em
toda a sua frota de navios”.
O transporte de bicicletas em Lis-
boa é diferente consoante o meio de
transporte. Não é proibido em horas
de ponta, contudo não é aconselhá-
vel. Nos Comboios de Portugal (CP),
o transporte de bicicletas é grátis e
pode ser feito a qualquer hora do dia,
tal como nos comboios da Fertagus.
Contudo, no comboio que faz a tra-
vessia do Tejo, bem como no Metro-
politano de Lisboa, são permitidas
apenas duas por carruagem e os
ciclistas devem evitar elevadores e
escadas rolantes.
Nos autocarros da Carris, o trans-
porte é também gratuito e pode ser
feito a qualquer hora, mas apenas
em carreiras específi cas, nomeada-
mente nos autocarros 708, 723, 724,
725 e 731.
A Federação Portuguesa de Ciclo-
turismo e Utilizadores de Bicicleta
(FPCUB) anunciou que se vai realizar
uma manifestação contra esta me-
dida amanhã, no Terreiro do Paço,
pelas 18h30. Texto editado por Ana Fernandes
Bicicletas vão ser proibidas em ligações fluviais
TransportesAna Rita Rogado
A medida é temporária e afecta as ligações do Montijo, Seixal e Cacilhas com Lisboa
As dúvidas e reclamações sobre as
481 propostas seleccionadas para
ir a votos no Orçamento Participa-
tivo (OP) de Lisboa 2015/2016 devem
ser enviadas à câmara municipal até
ao fi nal de sábado. Depois disso, os
lisboetas podem preparar-se para
votar, a partir de 5 de Outubro e até
15 de Novembro, nos projectos que
querem ver concretizados. Estão re-
servados 2,5 milhões de euros.
A lista disponível no site da câmara,
ainda provisória (pode sofrer altera-
ções consoante as reclamações apre-
sentadas), é dominada por projectos
na área de espaço público e espaços
verdes, infra-estruturas viárias, edu-
cação, juventude e desporto. Nestas,
e noutras áreas, há ideias para todos
os gostos: desde propostas mais tec-
nológicas a outras que apelam mais
à sensibilidade dos votantes.
Na edição deste ano propõe-se,
por exemplo, a realização de um
“fi lme de humor sobre Lisboa”, que
mostre a capital “através do olhar
de humoristas portugueses”, guar-
dando para isso 250 mil euros. Ou a
criação do Videotube Lisbon Space,
um “espaço criativo e tecnológico de
produção audiovisual e multimédia
aberto a todos os munícipes”, um in-
vestimento de 460 mil euros. Outra
ideia, cuja concretização custaria
90 mil euros, é a colocação de QR
codes (espécie de código de barras
utilizado nos smartphones) nos pas-
seios das ruas do antigo Sítio de Al-
valade (que seria uma zona piloto),
através dos quais os utilizadores dos
telemóveis poderiam ter acesso à
informação histórica e biográfi ca de
cada topónimo.
Também há quem proponha cam-
panhas de sensibilização nas escolas
para a “importância de uma educa-
ção para a empatia e a felicidade”,
com um custo de 150 mil euros. O
mesmo valor é proposto para a ins-
talação de um queimador de velas
na Igreja de Santo António, além da
realização de obras de benefi ciação
no Largo de Santo António da Sé.
Outros projectos correspondem a
reivindicações já antigas dos muníci-
pes. É o caso da proposta de substi-
tuição de dois elevadores na passa-
Já se conhece a lista dos candidatos ao OP de Lisboa
gem superior no Bairro de Santos ao
Rego, na freguesia das Avenidas No-
vas, com um custo estimado de 150
mil euros. Ou da criação de uma re-
de de casas de banho públicas, que
sirva, nomeadamente, os taxistas
da cidade, actualmente sem solu-
ção para esta necessidade. Da lista
consta também o desenvolvimen-
to de campanhas de sensibilização
para a problemática dos pombos,
ou mesmo a criação de um pombal
contraceptivo — uma solução pro-
posta recentemente pelos deputa-
dos municipais do partido Pessoas,
Animais, Natureza (PAN).
As 481 propostas incidem ainda
sobre a criação de parques de es-
tacionamento, a requalifi cação de
ruas e de jardins, a criação de es-
paços de coworking, a recuperação
de escolas, a instalação de sanitários
públicos, de passadeiras acessíveis e
até de quiosques de sumos naturais
ou de chocolate quente.
Após o período de apresentação
de propostas, de 7 de Abril a 7 de
Junho, a autarquia fez uma primeira
triagem dos projectos que se enqua-
dram nas regras do OP, tendo selec-
cionado 481 propostas e rejeitado
478. A 5 de Outubro será publicada
a lista fi nal e fi ca aberto o período
de votações, que têm aumentado
de ano para ano, desde a primeira
edição em 2008. No ano passado fo-
ram a votos cerca de 660 projectos
e mais de 36 mil pessoas votaram
no OP. Entre os vencedores esta-
vam, por exemplo, a promoção do
património da Igreja de São Cristó-
vão, com vista à sua reabilitação, e
a criação da Academia do Código,
uma iniciativa visa formar jovens li-
cenciados e desempregados na área
da programação.
Orçamento participativo Marisa Soares
Lista provisória pode ser consultada até sábado e no dia 5 de Outubro abrem as votações. Este ano vão a votos 481 propostas
Estão a votos ideias para todos os gostos
XUVENTUDE DE GALICIA CENTRO GALEGO DE LISBOASábado | 26 setembro 2015 | 14h00–19h30Rua Júlio de Andrade, nº 3 – 1150-206 Lisboa
Entrada gratuita
web: portugal.eunic-online.eu | twitter: #EDLangs
O CDU PROPÕE O IVA A 13%NA RESTAURAÇÃO
Isso está no programa?
LEGISLATIVAS 2015
SAIBA MAIS EM PUBLICO.PT/LEGISLATIVAS2015
O Público comparou as medidas que vão afectar os diferentes
grupos de eleitores
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Demissão de CEO da Volkswagenabre caminho para mais saídas
Após dois pedidos de desculpas, a
demissão. O presidente executivo
da Volkswagen, Martin Winterkorn,
despediu-se do cargo que ocupa-
va há oito anos, embora afi rmando
não ter feito nada de errado.
“Estou chocado pelos aconteci-
mentos dos últimos dias. Acima de
tudo, estou surpreendido que uma
falha de conduta nesta escala seja
possível no Grupo Volkswagen”,
escreveu Winterkorn num comu-
nicado em que explica ter pedido
a demissão ao comité executivo do
conselho de supervisão do grupo.
Antes do escândalo, o conselho ti-
nha agendada para esta semana a
renovação do contrato do executi-
vo, que recentemente tinha visto
reforçada a sua posição, depois de
uma luta de poder interna.
O grupo não comunicou um su-
cessor, remetendo novidades para
a reunião de amanhã do conselho
consultivo. As acções da empresa,
que já estavam em trajectória ascen-
dente desde o início do dia, fecha-
ram a sessão a valorizar-se 5%.
“Como CEO, aceito a responsabi-
lidade pelas irregularidades que fo-
ram encontradas nos motores a die-
sel”, afi rmou Winterkorn. “Estou a
fazer isto no interesse da empresa,
embora não reconheça qualquer
atitude errada da minha parte”.
Desde que foi tornado público, na
sexta-feira passada, que o fabrican-
te alemão tinha instalado software
em vários modelos para enganar
os testes de emissão de gases feitos
nos EUA, que surgiu especulação
sobre se o executivo (conhecido por
prestar atenção aos pormenores de
fabrico) estaria a par da fraude.
Num comunicado, o comité exe-
cutivo sublinha que Winterkorn
desconhecia a existência do sof-
tware que falseava os testes. “O
comité executivo nota que o pro-
fessor doutor Winterkorn não tinha
qualquer conhecimento da mani-
pulação de dados das emissões”,
lê-se na nota.
Winterkorn parece acreditar que
não deve ser o único a deixar o
Martin Winterkorn disse não ter tido “qualquer atitude errada”
Empresa diz que Martin Winterkorn não sabia da existência do software que falseava os testes de emissões e quer continuar a limpar a casa
EmpresasJoão Pedro Pereira
Como a Vokswagen enganou o software de teste
Fonte: Reuters PÚBLICO
Factores analisados Modo do veículo RESULTADO
O software no módulo de controlo electrónico do veículo (ECM) determina
onde decorre a condução (auto-estrada, estrada,
testes) através da análise de vários factores
SOFTWARE “SWITCH”
Posiçãodo volante
Velocidade
Duração defuncionamento do motor
Pressãobarométrica
Assume a "calibração para dinamómetro", quando o software reconhece que o veículo está em teste
Assume a "calibração para estrada", quando reconhece que o veículo está em condução normal
Compatível com os níveis-limite de
emissão produzidos exigidos pela EPA
Eficácia do sistema de controlo de
emissões reduzida, aumentando os níveis de óxido de nitrogénio entre dez a 40 vezes
acima do limite
Conduçãonormal
Em teste
grupo e que a sua saída deverá dar
início a esse processo. “A Volkswa-
gen precisa de um novo arranque
— também em termos de pessoal.
Estou a abrir caminho para esse
novo arranque com a minha de-
missão”.
Por seu lado, o comité executivo
adiantou que são esperadas “mais
consequências ao nível de pessoal
nos próximos dias”. As investiga-
ções internas “estão a decorrer a
grande velocidade” e “todos os par-
ticipantes nestes procedimentos de
que resultou um dano incomensu-
rável para a Volkswagen vão ser su-
jeitos a todas as consequências”.
O grupo já pôs de lado 6500 mi-
lhões de euros para fazer face a
custos relacionados com o caso.
O comité recomendou também a
criação de uma “comissão especial”
para continuar as averiguações que
a empresa está a fazer e “preparar
as necessárias consequências”.
A demissão acontece no mesmo
dia em que a justiça alemã avançou
com um inquérito preliminar pa-
ra apurar responsabilidades pela
fraude e um dia após a chanceler
alemã, Angela Merkel, ter exigido
“completa transparência” sobre o
assunto.
A actuação da Volkswagen tem
levado à intervenção pública de
governantes em vários países e as
preocupações em relação às emis-
sões de gases poluentes estão a
estender-se também ao resto dos
fabricantes.
Em França, onde o Estado subsi-
dia a compra de carros menos po-
luentes, as declarações têm sido
duras. Ontem, foi a vez da ministra
da Ecologia e da Energia, Ségolène
Royal, afi rmar que as autoridades
serão “extremamente severas” com
a empresa alemã (que concorre
com o grupo francês PSA, dono
das marcas Peugeot e Citroën). “As
vítimas são os trabalhadores cuja
situação se tornou mais precária,
os consumidores que foram enga-
nados e também o Estado, que paga
subsídios pela compra de veículos
limpos”, disse.
O Governo francês já tinha pe-
dido esta semana que fossem fei-
tos testes a todos os fabricantes,
incluindo aos franceses. Também
em Espanha, onde fi ca a sede da Se-
at (que é uma subsidiária do Grupo
Volkswagen), o Governo exigiu ex-
plicações à multinacional alemã.
Em Portugal, o grupo alemão é
dono da fábrica Autoeuropa, uma
das empresas mais exportadoras
do país, o que já motivou a preo-
cupação do Governo. “Estamos a
acompanhar com atenção os de-
senvolvimentos deste caso, porque
[a Autoeuropa] é uma unidade de
produção com muita importância”,
disse, citado pela agência Lusa, o
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | ECONOMIA | 21
NUNO FERREIRA SANTOS
Melhoria da confiança dos consumidores ajuda a reanimar o consumo
A capacidade de fi nanciamento das
famílias diminuiu no segundo trimes-
tre deste ano, baixando sobretudo
por causa da redução da poupança,
que caiu para um nível historicamen-
te baixo. A explicação está no facto
de a despesa de consumo ter tido um
aumento superior ao crescimento do
rendimento disponível.
As Contas Nacionais Trimestrais
divulgadas ontem pelo Instituto Na-
cional de Estatística (INE) mostram
que a capacidade de fi nanciamento
das famílias passou para um valor
equivalente a 2,1% do Produto Inter-
no Bruto (PIB) no ano acabado no
segundo trimestre, em vez dos 2,7%
registados no trimestre anterior.
A taxa de poupança das famílias,
Poupança das famíliascai para mínimos como aumento do consumo
que nos três primeiros meses do ano
correspondia a 5,8% do rendimento
disponível, passou para 5%, o valor
mais baixo desde pelo menos 1999, o
primeiro ano da série do INE.
Depois de uma recuperação a par-
tir de 2008, altura em que também
caiu para um valor historicamente
baixo (de 5,2%), a taxa atingiu um
pico de 10,5% no início de 2010. O
movimento seguinte tem sido irregu-
lar: em 2011 a taxa voltaria a baixar,
depois passou por uma trajectória de
recuperação, ao chegar aos 9% em
2013, mas desde então a tendência
é de novo descendente.
Foi sobretudo a redução da pou-
pança corrente que contribuiu, no
segundo trimestre deste ano, para
a quebra na capacidade de fi nancia-
mento, porque houve “um aumento
da despesa de consumo fi nal (taxa de
variação de 1%) superior ao aumento
do rendimento disponível (variação
de 0,1%)”.
Embora as remunerações rece-
bidas tenham crescido, esse efeito
foi contrabalançado por dois facto-
res: a diminuição dos rendimentos
de propriedade e um aumento das
contribuições sociais. Enquanto os
rendimentos de propriedade rece-
bidos pelas famílias baixaram 2,3%,
assistiu-se a um aumento do montan-
te das contribuições pagas de 1,1%.
Olhando para a composição do
rendimento disponível das famílias
— ou seja, o montante que os agrega-
dos familiares dispõem para gastar
nas suas despesas ou para afectar
à poupança —, vemos que perto de
dois terços (63,4%) correspondem
às remunerações recebidas pelos
trabalhadores. Ao mesmo tempo,
os impostos (que têm sempre um
efeito negativo no rendimento dis-
ponível) passaram a ter um peso
percentual de -11,1% (um ano antes
era de -11,4%).
Nos inquéritos de conjuntura aos
consumidores, um dos indicadores
utilizados pelo INE tem a ver com as
perspectivas de realização de pou-
pança nos 12 meses seguintes. Os da-
dos mais recentes, relativos a Agosto,
mostram uma ténue diminuição das
expectativas de evolução da poupan-
ça, ainda que as opiniões sobre a
compra de bens duradouros tenham
recuperado e o mesmo aconteça re-
lativamente à avaliação da situação
económica e do desemprego.
Rui Bernardes Serra, economis-
ta-chefe do Montepio, sublinha que
“o consumo está a ser apoiado pela
melhoria da confi ança, pela redução
do desemprego, pela melhoria dos
rendimentos e pela recuperação do
crédito”, que está a crescer tanto
por razões do lado da oferta como
da procura. A recuperação, lembra
o economista, acontece depois de
um período de recessão em que os
bancos adoptaram “critérios de con-
cessão de crédito mais restritivos” e
os consumidores passaram a ter uma
“postura mais cautelosa, nomeada-
mente receando perder o seu posto
de trabalho ou os seus níveis de ren-
dimento”.
Os dados do INE mostram ainda
que a economia no seu conjunto di-
minuiu a sua capacidade de fi nancia-
mento. O excedente passou a equiva-
ler a 1,3% do PIB no segundo trimes-
tre, menos 0,6 pontos percentuais
em relação ao trimestre anterior.
Segundo o INE, “este compor-
tamento refl ectiu a diminuição da
poupança corrente da economia”,
que, por sua vez, se deve ao facto
de o crescimento do rendimento dis-
ponível ter sido inferior ao aumento
do consumo. O investimento total
aumentou 1,9%, enquanto a taxa de
investimento das empresas (socieda-
des não fi nanceiras) estabilizou em
20,4% do PIB.
ConjunturaPedro Crisóstomo
A capacidade de financiamento das famílias diminuiu no segundo trimestre. Taxa de poupança passou para 5%
Poupança das famílias baixa para 5%
Fonte: INE PÚBLICO
Contas Nacionais – 2.º trimestre de 2015 (soma acumulada de 4 trimestres, taxa em %)
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
02468
1012
-1,5-1,0-0,500,51,01,5
Variação do consumo final Variação do rendimento disponível Poupança
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II
A Ford foi condenada a pagar uma
multa no valor de 150 mil euros pela
Autoridade da Concorrência (AdC)
devido a prestação de informações
falsas, inexactas ou incompletas no
âmbito de um processo de supervi-
são em curso no sector automóvel.
O comunicado publicado pela AdC
no seu site dá conta de que o proces-
so por informações falsas foi aberto
em Abril, sendo que a nota de licitu-
de (comunicação de acusações) foi
emitida no dia 8 do mesmo mês.
Segundo o regulador, a empresa
respondeu a 12 de Maio, tendo a res-
posta sido “devidamente ponderada
na decisão fi nal”. A Ford pode recor-
rer para o Tribunal da Concorrência.
No fi nal de Junho, a responsável pela
Peugeot em Portugal foi a primeira
a ter de pagar uma coima (também
de 150 mil euros) devido a prestação
de informações falsas, inexactas ou
incompletas nos termos da nova Lei
da Concorrência.
A AdC sublinha que “o forneci-
mento pelas empresas, na sequência
de pedidos da Autoridade, de toda a
informação que se encontre ao seu
dispor, de forma rigorosa, exacta e
completa, é crucial ao exercício cabal
das actividades sancionatória e de su-
pervisão”. Esta é a terceira multa do
género aplicada pela AdC em 2015,
depois da entrada em vigor da nova
lei. Fora do sector automóvel, a CP
Carga viu ser-lhe aplicada uma multa
de 100 mil euros da qual recorreu.
A autoridade realça que “a pres-
tação por uma empresa, de modo
doloso ou meramente negligente,
de informação que venha a revelar-
se enganosa ou de alguma forma
incompleta, pode permitir ocultar
problemas de concorrência no mer-
cado”. Na semana passada, a AdC de-
liberou que a Ford está obrigada a
cumprir os compromissos assumidos
em Julho, após ter sido alvo de um
processo de contra-ordenação. A in-
vestigação da AdC concluiu que, nos
contratos de extensão de garantia, a
Ford incluía uma cláusula que impe-
dia os consumidores de recorrer a
ofi cinas independentes, “sob pena
de perderem o direito à garantia do
fabricante”.
Concorrência aplica multa de 150 mil euros à Ford
EmpresasCamilo Soldado
Em causa está a prestação de informações falsas, inexactas ou incompletas. Peugeot já tinha sido alvo de processo semelhante
KAI PFAFFENBACH/REUTERS
ministro dos Negócios Estrangeiros,
Rui Machete, numa conferência de
imprensa em Berlim. A Autoeuropa
não produz nenhum dos modelos
em foi instalado o software que está
na origem do escândalo.
A Associação Europeia de Fabri-
cantes de Automóveis saiu já em
defesa do sector e disse não haver
“indicações de que este seja um
problema que atravessa a indús-
tria”. A associação lembrou tam-
bém que, em breve, as normas eu-
ropeias exigirão que os testes aos
veículos sejam feitos também em
condições reais de condução e não
apenas em laboratório, como acon-
tece hoje.
As regras da União Europeia são
substancialmente diferentes das
dos EUA, onde o caso da Volkswa-
gen foi descoberto. Naquele país,
os fabricantes fazem testes aos ve-
ículos, cujos resultados são depois
comparados com testes feitos pelas
autoridades. Numa terceira fase,
uma pequena amostra de compra-
dores é convidada a apresentar vo-
luntariamente o seu veículo para
análise. Os limites legais para as
emissões de gases poluentes são
também inferiores aos da fasquia
europeia.
22 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2015
PSI 20 0,39 5030,45 191744345 5020,47 5074,03 4981,17 -0,03 4,82ALTRI 1,44 3,67 395314 3,61 3,74 3,59 2,96 47,72BANIF 0 0,00 22990682 0,00 0,00 0,00 -2,50 -31,58BPI 0 0,91 3487997 0,91 0,93 0,89 6,93 -11,31BCP -0,41 0,05 136405878 0,05 0,05 0,05 -1,22 -26,18CTT -1,37 9,97 538173 10,11 10,13 9,90 4,69 24,37EDP 1,02 3,06 7239098 3,02 3,09 3,02 1,30 -4,91EDP RENOV. -0,22 5,83 360046 5,83 5,92 5,82 0,05 7,88GALP ENERGIA 0,67 8,92 1369858 8,80 9,03 8,76 -0,18 5,80IMPRESA -1,17 0,67 35602 0,67 0,68 0,67 -2,44 -14,59J. MARTINS 0,67 11,97 1079620 11,95 12,06 11,85 -3,25 43,61MOTA-ENGIL 0,15 2,02 546335 2,01 2,07 2,01 -1,57 -24,28NOS -0,3 7,08 958365 7,08 7,16 7,05 -1,46 35,29PHAROL 1,12 0,27 9021792 0,27 0,28 0,27 -5,30 -68,63PORTUCEL 2,66 3,17 744932 3,09 3,18 3,05 0,36 2,63REN 0,19 2,65 337178 2,65 2,68 2,63 2,60 10,27SEMAPA 3,22 11,54 52596 11,33 11,64 11,20 -6,29 15,06TEIXEIRA DUARTE 1,36 0,45 95889 0,43 0,45 0,43 -0,23 -36,99SONAE 1,69 1,09 6084990 1,07 1,10 1,07 1,14 6,05
O DIA NOS MERCADOS
Acções
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 136.405.878Banif 22.990.682Pharol 9.021.792EDP 7.239.098Sonae 6.084.990
Semapa 3,22%Portucel 2,66%Sonae 1,69%
CTT -1,37%Impresa -1,17%BCP -0,41%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
1,120,73
134,334,605
1,09
-0,039%0,034%
48,181131,41
0,40%2,61%
PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
2800
3050
3300
3550
3800
4500
5000
5500
6000
6500
0,000
0,035
0,070
0,105
0,140
0,39%0,13%
-0,19%
Já está assinado aquele que é “um
dos maiores contratos de transporte
urbano na União Europeia”. Quem
o classifi ca é o grupo ADO-Avanza,
após a assinatura das subconcessões
da Carris e do metro de Lisboa, numa
cerimónia que decorreu à porta fe-
chada, logo, sem direito a questões.
As informações chegaram via co-
municados ofi ciais, nos quais ora o
Governo dá conta do compromisso
do grupo espanhol em usar a opera-
ção em Portugal como base para o
desenvolvimento das suas activida-
des na Europa, ora o grupo privado
afi rma estar, com estes contratos, a
posicionar-se “como um dos líderes
em gestão global de mobilidade”,
querendo fazer de Lisboa “uma re-
ferência europeia”.
Este compromisso surge num me-
morando de entendimento criado
pelo Governo e que terá sido assina-
do em conjunto com os contratos de
subconcessão, que vão dar lugar a
pagamentos, por parte do Estado,
de 1075 milhões de euros durante os
oito anos que dura a subconcessão
do metro de Lisboa e da Carris. Este
valor (625 milhões pela Carris e 450
milhões pelo metro de Lisboa) repre-
senta, segundo o Governo, uma pou-
pança de 215 milhões face aos custos
actualmente suportados pelos cofres
públicos. O grupo ADO-Avanza, de
origem mexicana, responsabiliza-se
pelo investimento na renovação da
frota da Carris (tem 622 autocarros
que formam 70 linhas e servem 153
milhões de passageiros) e garante
que os tarifários não poderão ter
aumentos acima da infl ação.
Estes contratos deverão agora ser
remetidos para o Tribunal de Contas
(TC) para a concessão do necessário
visto prévio. O papel do TC é funda-
mental na formalização destes con-
tratos, já que só com a autorização
deste, assinalada com a concessão
de um visto, é que pode haver exe-
cuções fi nanceiras. E basta lembrar
que foram as sucessivas perguntas
do Tribunal de Contas que levaram
à retirada do contrato de subconces-
são do metro do Porto (que chegou
a ser assinado com um consórcio
integrado pelo metro de Barcelo-
Avanza compromete-se a usar Portugal como base de expansão europeia
TransportesLuísa Pinto
Empresa afirma a intenção de tornar Lisboa uma referência europeia. Contrato segue para visto do Tribunal de Contas
na) e um lançamento de um novo
concurso, feito por ajuste directo.
Apesar da pressa em deixar os
dossiers fechados — e a decisão de
avançar para um concurso directo
de alguma maneira comprova-o —, o
actual executivo entendeu imprimir
uma inusitada discrição na assina-
tura destes contratos. O Ministério
da Economia, que tem a tutela dos
transportes, remeteu sempre para as
Finanças a defi nição do calendário
da assinatura, bem como o formalis-
mo da sua execução. Questionado
pelo PÚBLICO acerca das razões que
levaram a esta opção, fonte ofi cial do
Ministério das Finanças limitou-se a
explicar que estas assinaturas são fei-
tas à porta fechada, “sem a presença
da comunicação social, à semelhança
de muitos actos da mesma natureza
que decorrem no ministério”.
Os contratos só podem ser reme-
tidos ao Tribunal de Contas quando
assinados e, apesar de eles andarem
a ser discutidos na praça pública há
largos meses (e agora, também, na
campanha eleitoral), a verdade é
que a entidade que fi scaliza as con-
tas do Estado, e que terá sobre eles
uma palavra fi nal, ainda não se pode
pronunciar sobre nenhum dos mais
polémicos.
O contrato assinado na passada
segunda-feira, que assinalou a ven-
da da CP-Carga ao grupo MSC, ain-
da não foi remetido ao Tribunal de
Contas, como confi rmou o PÚBLICO
junto de fonte ofi cial deste organis-
mo. Só quando der entrada é que a
instituição presidida por Guilherme
d’Oliveira Martins pode verifi car se o
contrato está sujeito a visto e começa
a contar o prazo de 30 dias úteis que
tem para se pronunciar. Os prazos
são interrompidos a cada pedido de
esclarecimento, pelo que é muito
provável que a decisão seja conhe-
cida já com um novo executivo.
Ainda sem data marcada, mas com
todas as informações a apontarem
para a decisão de não fazer uma ce-
rimónia pública, os contratos para a
entrega da Metro do Porto à Trans-
dev e da STCP à Alsa devem ser assi-
nados na próxima semana.
VASCO NEVES
Contrato de concessão da Carris e do metro vai durar oito anos
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | ECONOMIA | 23
O resultado dos dois concursos pú-
blicos para a concessão de um total
de 14 Pousadas da Juventude, deixou
nove unidades por concessionar. A
gestão das cinco restantes será en-
tregue a privados (nomeadamente
empresas e federações desportivas),
numa operação que permitiu um en-
caixe de 250 mil euros à Movijovem,
a entidade pública que gere a rede
nacional e é detida em 80% pelo Ins-
tituto Português da Juventude e em
20% pela Associação de Utentes das
Pousadas da Juventude. Prevê-se que
o investimento adicional feito pelos
vencedores dos concursos ultrapasse
os 500 mil euros.
Emídio Guerreiro, secretário de
Estado do Desporto e da Juventude,
faz um balanço positivo dos concur-
sos, tendo em conta que esta foi uma
experiência inédita na história das
pousadas, que surgiram em Portu-
gal em 1958 e se confrontavam com
sérias difi culdades fi nanceiras.
Além das cinco concessionadas
através de concurso público — loca-
lizadas em Aljezur, Penhas da Saú-
de, São Pedro do Sul, Vilarinho das
Furnas e Viseu —, outras quatro vão
passar a ser geridas por câmaras mu-
nicipais (Setúbal, Braga, Oeiras, Vila
Real). Há ainda uma nova pousada a
inaugurar em Novembro em Celorico
de Basto e que é o primeiro caso de
cedência de marca. O edifício, uma
antiga estação de comboios, será re-
abilitado e gerido pela autarquia e
abrirá em Novembro, integrado na
rede de Pousadas da Juventude.
“Sendo uma coisa nova, faço um
balanço positivo. Da actual rede de
41 pousadas [incluindo a de Celori-
co], dez estão já com o novo mode-
lo: cinco com gestão privada e cinco
com gestão pública, de autarquias.
Tínhamos estimado no Verão de 2015
termos 20% a 25% da rede conces-
sionada e conseguimos. Agora é
preciso que os agentes económicos
ganhem confi ança no modelo. Estas
dez são já uma boa resposta e uma
boa oportunidade para podermos
fazer afi nações, se necessário”, disse
ao PÚBLICO.
As dez pousadas concessionadas
vão manter-se na rede nacional e
Maioria das Pousadas da Juventude ficoupor concessionar
continuam membros da Hostelling
International, tendo que prestar ser-
viço público de alojamento apoian-
do, por exemplo, visitas de estudo
das escolas. As entidades que agora
vão passar a gerir as unidades vão
pagar à Movijovem uma renda equi-
valente a 15% do valor da facturação
bruta obtida com a venda das dormi-
das. A falta de pagamento obriga o
concessionário a pagar o dobro da
prestação em dívida. O acesso man-
tém-se como até aqui: qualquer pes-
soa, independentemente da idade,
pode usar a pousada. As reservas das
dormidas têm de ser feitas no siste-
ma informático disponibilizado pela
Movijovem e os preços terão de res-
peitar os valores máximos estipula-
dos pela entidade pública.
Emídio Guerreiro recorda que, das
cinco pousadas que vão ser geridas
por entidades privadas, três apresen-
taram prejuízo em 2014. É o caso da
das Penhas da Saúde, que passa para
as mãos da Federação de Desportos
de Inverno de Portugal, ou da de
São Pedro do Sul, que será gerida
pela Inatel. O secretário de Estado
destaca o investimento adicional na
remodelação dos edifícios de, pelo
menos, meio milhão de euros, defen-
dendo que “há um ganho fi nanceiro
efectivo associado ao investimento
que era necessário fazer”. “Gostaria
que tivéssemos concessionado mais,
mas era importante começar e ver
o modelo a funcionar para que os
investidores sintam” que são activos
com interesse. Não fossem as elei-
ções legislativas marcadas para 4 de
Outubro, o passo seguinte era repetir
novo concurso público, adianta.
Com um passivo de 9,7 milhões
de euros, as Pousadas da Juventude
passaram de prejuízos de mais de
1,7 milhões, em 2008, para lucros
de 200.878 euros em 2014, devido
a um profundo corte na despesa,
sobretudo, com trabalhadores. Os
gastos com pessoal reduziram de 5,7
milhões (2009) para 3,9 milhões de
euros em 2014. Das 40 unidades a
funcionar em Portugal, 31 dão pre-
juízo, apresentam baixas taxas de
ocupação e algumas precisam de
obras urgentes.
TurismoAna Rute Silva
Das 14 pousadas que foram a concurso, cinco serão entregues a privados. Movijovem encaixa 250 mil euros com a operação
RUI GAUDÊNCIO
Capacidade de alojamento e a qualidade das infra-estruturas para o evento foram factores de decisão
Lisboa venceu a candidatura para
organizar as edições de 2016, 2017 e
2018 da Web Summit, uma das mais
importantes conferências de tecnolo-
gia e empreendedorismo da Europa.
O anúncio foi feito ontem pelo Gover-
no, numa cerimónia em Lisboa com o
vice-primeiro-ministro, Paulo Portas,
e o fundador do evento, o irlandês
Paddy Cosgrave.
Cosgrave (de T-shirt e calças de
ganga, a contrastar com as gravatas
dos representantes das instituições
portuguesas) elogiou “a comunidade
de startups” de Lisboa. “Os investido-
res na Europa começaram a capita-
lizar as rendas baixas e o talento” da
cidade, afi rmou.
O apoio público ao evento, expli-
cou por seu lado Paulo Portas, é de
1,3 milhões de euros. “É uma gran-
de oportunidade para melhorarmos
muito mais o ecossistema tecnoló-
gico português”, disse o governan-
te. Aquele dinheiro será usado para
melhorar os sistemas de ligação à
Internet na Feira Internacional de
Lisboa e no Meo Arena (onde a con-
Lisboa vai acolherum dos maiores eventos de tecnologia da Europa
ferência vai decorrer), para apoiar a
cobertura de imprensa internacional
e para ajudar empresas mais peque-
nas a participar, exemplifi cou pouco
depois o secretário de Estado da Eco-
nomia, Leonardo Mathias.
A capital portuguesa disputou a
organização com cidades como Pa-
ris e Amesterdão. Entre os factores
analisados para decidir o local de
uma edição estão a capacidade de
alojamento, a qualidade das infra-
estruturas para o evento e a ligação
da cidade ao ecossistema de empre-
endedorismo. Nos anos recentes, têm
surgido em Lisboa várias iniciativas
à criação de empresas na área das
tecnologias digitais, incluindo pro-
gramas de aceleração, conferências
e incubadoras de startups.
A Web Summit realiza-se desde
2010 na capital irlandesa e tornou-
se um evento de grande dimensão
no circuito mundial de conferências
de tecnologia. Na edição deste ano,
que decorre de 3 a 5 de Novembro,
são esperadas 4500 startups, 12 das
quais portuguesas, e 30 mil partici-
pantes. Vão participar o presidente
dos estúdios de animação Pixar, Ed
Catmull; o director de tecnologia do
Facebook, Mike Schroepfer; e um dos
fundadores do Instagram, Mike Krie-
ge. A agência Bloomberg chama ao
evento “Davos para geeks”.
Ao PÚBLICO, Cosgrave explicou
que Dublin não tem estruturas para
organizar uma conferência de gran-
des dimensões e que começou, por
isso, à procura de uma cidade para
acolher a Web Summit durante três
anos, pelo menos. Para além do elo-
gio às características da capital por-
tuguesa, o responsável pelo evento
disse ainda ter fi cado surpreendido
com o entusiasmo mostrado nas re-
des sociais ante a possibilidade de Lis-
boa acolher as próximas edições.
Os milhares de participantes da
conferência terão um peso signifi ca-
tivo no sector turístico da cidade. No
ano passado, a conferência reuniu
22 mil pessoas na capital irlandesa.
Por comparação, em Julho, o sector
hoteleiro da área metropolitana de
Lisboa registou uma média de 42
mil dormidas diárias, segundo da-
dos do INE. Para além de palestras e
debates, o evento inclui um concur-
so de startups. Em 2014, a Codacy,
uma empresa criada em Portugal, foi
uma das vencedoras. Desenvolve e
comercializa um serviço que analisa
automaticamente código informático
em busca de falhas.
A Web Summit tem também uma
aplicação que indica a cada partici-
pante quais as pessoas que este terá
mais interesse em conhecer. “Tipi-
camente, é por isso que se vai a uma
conferência”, observou Paddy Cos-
grave, que explicou que o softwa-
re analisa a informação cedida por
cada utilizador (o que pode incluir
a presença nas redes sociais) para
relacionar pessoas, de uma forma
semelhante ao que fazem o Twitter
e o Facebook, por exemplo.
Empreendedorismo João Pedro Pereira
Web Summit reuniu 22 mil pessoas em Dublinno ano passado. Será feita em Portugal nos próximos três anos
500As entidades que ficaram com as cinco pousadas em concurso público vão desembolsar, pelo menos, 500 mil euros em obras de remodelação
24 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
UE evita confronto sobre quotas de refugiados e aprova acções “externas”
THIERRY CHARLIER/AFP
Juncker apelou à união, deixando claro que não estava “com disposição para criticar agora os que não se juntaram à solução”
Os líderes da União Europeia pre-
paravam-se para aprovar, a noite
passada, medidas para responder
à crise migratória que se transfor-
mou num drama humanitário. Num
esforço para mostrarem união, dei-
xaram de parte conversas sobre o
sistema de quotas na redistribuição
de refugiados que tanto tem dividi-
do os estados-membros.
Os representantes dos estados-
membros concordaram em aumen-
tar o fi nanciamento para programas
internacionais e fundos, com o ob-
jectivo de diminuir os impactos da
crise migratória, que se deve prin-
cipalmente ao êxodo imparável de
refugiados sírios que fogem da guer-
ra e tentam chegar à Europa. Países
vizinhos da Síria, como o Líbano e
a Turquia, onde se acumulam mi-
lhões de refugiados sírios, vão re-
ceber apoios reforçados.
No entanto, esperava-se que na
declaração conjunta dos líderes eu-
ropeus não fosse referido o sistema
de quotas que tem colocado em con-
fronto os países do Leste com o resto
a Europa. À hora de fecho deste jor-
nal a reunião ainda decorria, tendo
sido divulgado antecipadamente um
documento-base com as decisões
fi nais da cimeira.
Na véspera, os ministros do Inte-
rior decidiram distribuir 120 mil re-
fugiados por vários países da União
Europeia. A medida foi aprovada
por maioria absoluta e não por una-
nimidade, como é habitual que se-
ja em questões relacionadas com a
soberania de cada Estado-membro.
A urgência da situação humanitária
e a intransigência de alguns países
terá justifi cado a “excepção à re-
gra”.
Quatro estados-membros — Hun-
gria, Eslováquia, Roménia e Repúbli-
ca Checa — mostraram-se particular-
mente contra esta ideia. Ainda an-
tes do início da Cimeira de Líderes,
Jean-Claude Juncker tinha apelado
à união dos 28, deixando claro que
não estava “com disposição para
criticar agora aqueles que não se
juntaram à solução”. O presidente
da Comissão Europeia insistiu ainda
que a decisão da redistribuição dos
refugiados estava tomada e agora
tem que ser respeitada.
euros para o fundo de segurança
interna.
Bruxelas quer ainda aumentar o
número de pessoas a trabalhar para
as três agências que lidam com os
refugiados. A Frontex receberá mais
60 pessoas, a Europol mais 30 e a
EASO (gabinete de apoio ao asilo)
mais 30.
“Isto não é apenas sobre dinhei-
ro. Nós também precisamos de pes-
soas competentes que possam ser
movimentadas dentro dos nossos
estados-membros para ajudar”,
acrescentou a vice-presidente da
Comissão Europeia, Kristalina Ge-
orgieva.
Estas iniciativas terão um impacto
fi scal no orçamento europeu deste
ano, mas há ainda outras medidas
que afectarão o orçamento do pró-
ximo ano. A Comissão quer que os
dois fundos relacionados com os
refugiados recebam 600 milhões
de euros em 2016 e haja ainda um
aumento de 300 milhões de euros
para ajuda humanitária.
De acordo com as propostas
aprovadas, os estados-membros,
sobretudo aqueles sob maior pres-
são, terão de fi nalizar os seus pla-
nos de distribuição de refugiados e
colocá-los em prática nos próximos
dias. Foi pedido a cada país que vai
receber refugiados que estabeleça
um sistema nacional de contacto,
através do qual os refugiados se-
rão identifi cados e distribuídos. Os
estados-membros deverão enviar
equipas para a Itália e Grécia de mo-
do a ajudarem à selecção dos que
irão depois ser distribuídos pelos
vários países.
São esperadas ainda mais medi-
das para combater a crise dos refu-
giados nos próximos meses, nome-
adamente o anúncio da criação de
uma guarda costeira europeia.
Mais dinheiro para o ACNUR e outras agências humanitárias, mais apoios para os vizinhos da Síria, mais verbas para as agências europeias que estão na linha da frente da crise dos refugiados
Crise humanitária Sílvia Amaro, Bruxelas
dente do Conselho Europeu, Donald
Tusk, avisou que, sem fi m à vista
para a guerra na Síria, “estamos a
falar de milhões de potenciais refu-
giados que tentam chegar a Europa
e não apenas milhares”.
Na reunião de ontem, os líderes
europeus concordaram em dispo-
nibilizar pelo menos mil milhões de
euros para o Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados,
para o Programa Mundial Alimentar
e ainda para outras agências huma-
nitárias.
Acelerar distribuiçãoA Comissão Europeia pediu também
um aumento substancial do fi nan-
ciamento de projectos para respon-
der à crise migratória. Entre as pro-
postas de Juncker está um aumento
de 80 milhões de euros para o fundo
de emergência de asilo, integração
e migração e ainda 20 milhões de
O número de refugiados a chegar
à Europa tem atingido números até
agora nunca registados. De acordo
com o Eurostat, no segundo trimes-
tre de 2015 a Europa recebeu 85%
mais pedidos de asilo em compa-
ração com o ano anterior. O presi-
“Estamos a falar de milhões de potenciais refugiados que tentam chegar à Europa, não de milhares”, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | MUNDO | 25
Dos quatro países que votaram contra o plano de distribuição de refugiados pela União
Europeia, apenas a Eslováquia insiste em não aceitar a quota de 802 pessoas que lhe foi atribuída. O primeiro-ministro eslovaco disse ontem que não só vai ignorar o sistema de quotas como vai apresentar uma queixa ao Tribunal de Justiça da União Europeia, no Luxemburgo, por considerar que a soberania do seu país não foi respeitada.
“Vamos seguir em duas direcções: a primeira, apresentar uma queixa no tribunal de Luxemburgo… a segunda, não aplicar o acordo dos ministros do Interior”, disse Robert Fico em Bruxelas, antes da Cimeira de Líderes destinada a validar a distribuição de refugiados aprovada pela maioria dos ministros da UE na terça-feira.
Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, respondeu que os tratados europeus têm de ser cumpridos. “Uma decisão é uma decisão, independentemente da maneira como se votou”, disse, num alerta ao desafio eslovaco. “A decisão é legal, é válida e vinculativa para todos os membros.”
Os quatro países que votaram contra o sistema de quotas insistiram numa decisão unânime, como acontece habitualmente com as políticas europeias que interferem na soberania dos Estados-membros. Mas à entrada da reunião de anteontem o ministro espanhol do Interior, Jorge Fernández Díaz, já tinha avisado que aquele seria um dia de decisão, com ou sem unanimidade. Foi o que aconteceu. A Eslováquia é, de entre os quatro votos contrários, o que menos refugiados tem de acolher no sistema de quotas. A República Checa recebe 1591; a Hungria, 1294; a Roménia, 2475; e a Eslováquia, 802.
Eslováquia leva UEa tribunal
Fizeram-se à estrada pela Europa
adentro em fuga da guerra e so-
nham com a Suécia, Noruega, Fin-
lândia ou Alemanha: os migrantes
que a AFP encontrou no caminho
querem prioritariamente chegar
aos países do Norte, reputados co-
mo calmos e prósperos.
Suécia, Noruega, Finlândia: o eldoradoOs países escandinavos estão apro-
vados, excepção feita à Dinamarca,
cujas posições fechadas chegaram
aos caminhos e estradas da Europa.
“Ouvi dizer que na Suécia a vida é
verdadeiramente agradável, que os
salários são bons e que há trabalho.
Lá vamos fi car em segurança”, re-
sume Hassan Torkmani, um perfu-
mista sírio de 29 anos, com quem
o repórter da AFP se cruzou em Ni-
ckelsdorf, na Áustria.
“A Suécia é boa para os sírios mas
não para os iraquianos. Li isso no
Facebook”, diz um requerente de
asilo iraquiano em Helsínquia, na
Finlândia.
Em vez da Suécia, os iraquianos
preferem os países vizinhos, como
a Finlândia que, no primeiro semes-
tre de 2015, aceitou 54% dos pedidos
de asilo de iraquianos (a Suécia só
aceitou 33%). Em Bergana, na fron-
teira entre a Croácia e a Eslovénia,
Omar Khaldi, recém-diplomado em
Arquitectura, originário de Bassorá
(Iraque), tem como objectivo chegar
à Noruega. “Estive a ver antes de
partir e li que os prazos para con-
seguir os papéis são muito curtos.
Poucas pessoas querem ir para lá,
e isso pode ajudar.”
O sistema educativo escandinavo
alimenta também as esperanças do
estudante Mahmud Haji, 23 anos,
que gostava de terminar na Noruega
o seu curso de Psicologia, deixado
a meio na Síria.
Mas o afl uxo de refugiados susci-
ta crispações. A Finlândia reforçou
os controlos da sua fronteira com a
Suécia para travar as entradas e no
passado fi m-de-semana realizaram-
se manifestações anti-imigração em
várias cidades.
A Alemanha, próxima e familiar“Quando tu perguntas aos sírios e
aos afegãos para onde é que eles
vão, eles dizem ‘Alemanha, Alema-
O Sul da Europa não entra nos sonhos de Mahmud e Omar
nha, Alemanha’. Está gravado nas
suas cabeças que é preciso ir para
a Alemanha”, explica Yasin Hatami,
um afegão de 29 anos, na gare de
Viena. O seu objectivo é juntar-se
muito em breve à mulher e aos fi -
lhos, que já estão em Munique.
Muitos têm família ou amigos na
Alemanha. “Espero chegar rapida-
mente porque já gastei todo o meu
dinheiro”, ou seja, 2000 euros, diz
Mohamed, estudante de Ciências
Políticas em Damasco.
A Áustria generosa, a França pouco hospitaleiraAs imagens do acolhimento caloro-
so nas estações de comboio da Áus-
tria seduziram. Em Bergana, Ahmad
hesita entre a Holanda e a Áustria,
mas o seu coração balança para os
Alpes. “Vi na televisão que são um
povo generoso. Eles dizem ‘em cada
casa há um lugar para um sírio’”,
conta este barbeiro de 22 anos.
A França, “pátria dos direitos hu-
manos”, paradoxalmente não goza
dessa fama. Se François Hollande
anunciou estar disponível para re-
ceber 24 mil pessoas em dois anos,
raros são os migrantes que querem
chegar a terras gaulesas. “A França
não nos vai aceitar”, afi rmam ca-
tegóricos. Todos têm familiares ou
conhecidos que viram os seus pedi-
dos de asilo rejeitados.
Aqueles que querem ir para Fran-
ça têm uma relação particular com
o país, como o antigo funcionário
dos supermercados Carrefour em
Damasco que a AFP encontrou em
Gevgelija (fronteira entre a Mace-
dónia e a Grécia) ou o músico sírio
que está em trânsito em Bergana e
que diz que “é um belo sítio para os
artistas”. Mas, acrescenta, “também
dizem que há zonas perigosas e su-
jas em Paris. Isso é verdade?”
O Reino Unido, tentador mas complicadoO Reino Unido é conhecido pelas
suas atractivas oportunidades eco-
nómicas. “Lá há trabalho, pode-se
facilmente montar um negócio”, re-
sume um afegão, apesar de reconhe-
cer as difi culdades de acesso à ilha,
da longa espera nem sempre recom-
pensada em Calais e das prioridades
dadas a certas nacionalidades.
David Cameron anunciou fi nal-
mente que está disposto a receber
ao longo dos próximos cinco anos
20 mil refugiados sírios. Hassan, o
perfumista sírio, e a sua família gos-
tariam muito de ir para lá, mas “é
demasiado complicado, demasiado
longe”.
Na Europa do Sul, um futuro económico sem perspectivasNenhum dos migrantes e refugia-
dos com quem os jornalistas da
AFP falaram disse querer ir para
um país do Sul da Europa. A Espa-
nha declarou-se disposta a acolher
12.931 refugiados, o terceiro maior
contingente depois da Alemanha e
da França.
“As pessoas são pobres em Espa-
nha, eles não podem acolher-nos
como a Alemanha ou a Noruega”,
diz Mahmud Haji, o estudante sí-
rio.
“A Itália é um belo país mas eles
não têm uma boa situação econó-
mica”, explica o iraquiano Omar
Khaldi. “Talvez eu vá lá, mas não
já, talvez mais tarde.” AFPLEONHARD FOEGER/REUTERS
Coluna de migrantes e refugiados ainda na Hungria a caminho da fronteira com a Áustria
“A decisão é legal, é válida e vinculativa para todos os membros”Frans TimmermansVice-presidente da Comissão Europeia
26 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Papa não quer deixar luta às alterações climáticas para as gerações futuras
VINCENZO PINTO/AFP
Num ambiente de cumplicidade, Obama agradeceu o “apoio precioso” do líder católico na reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba
Obama gostou de ouvir e estará gra-
to pelo apoio de peso ao seu plano
de combate às alterações climáticas,
que tem a oposição dos sectores re-
publicanos mais conservadores. O
Papa Francisco defendeu ontem a
necessidade de uma luta comum
contra um problema que, disse,
“não pode ser deixado para as ge-
rações futuras”. Mais tarde, num
encontro com bispos, pediu que os
“crimes” de pedofi lia que abalaram
a Igreja Católica dos EUA “não se
repitam nunca mais”.
Vivemos um “momento crítico da
nossa história”, declarou Francisco,
referindo-se ao problema ambiental,
na cerimónia de boas-vindas com
que, pomposamente, foi recebido
nos jardins da Casa Branca.
A posição do Papa, que está em
visita aos Estados Unidos, em na-
da surpreendeu. Na sua encíclica
Laudato Si’, que citou, apela a uma
revolução energética, que permita
a reconversão das energias fósseis
em energias renováveis. Mas a for-
ma directa como falou do assunto,
dirigindo-se a Obama, não deixou
dúvidas sobre de que lado está, nu-
ma matéria que separa o Presidente
dos republicanos.
“Senhor Presidente, considero
encorajador que esteja a promover
uma iniciativa para a redução da po-
luição atmosférica. Aceitando essa
urgência, também me parece claro
que as alterações climáticas são um
problema que não pode ser deixado
para as gerações futuras.”
No discurso de boas-vindas, nu-
ma cerimónia para a qual foram
convidadas mais de 10 mil pesso-
as, Obama — que na terça-feira foi
receber o visitante à Base Aérea de
Andrews — não escondeu a admi-
ração que tem pelo primeiro Papa
oriundo do continente americano.
“Penso que o entusiasmo à volta
da sua visita deve ser atribuído não
apenas ao seu papel de Papa, mas
também às suas qualidades únicas
enquanto pessoa.”
“Como fi lho de uma família de
imigrantes, estou feliz por ser rece-
bido neste país, que foi em grande
parte construído por famílias de imi-
grantes”, respondeu Francisco, o
terceiro Papa a visitar a Casa Branca,
soal entre ambos, depois de terem
conversado em 2014 no Vaticano.
Ao deixar a Casa Branca, no Papa-
móvel, foi saudado por milhares de
pessoas nas ruas de Washington.
Mais tarde reuniu-se com os bis-
pos dos Estados Unidos, na Catedral
de São Mateus, e presidiu a uma mis-
sa de canonização do beato Junipe-
ro Serra, no Santuário Nacional da
Imaculada Conceição, também em
Washington. Foi no encontro com
os bispos que, numa breve passa-
gem de um longo discurso, falou da
pedofi lia e da necessidade de traba-
lhar para que “esses crimes não se
repitam nunca mais”.
Hoje, num dos momentos mais
aguardados de uma viagem rotulada
de “política” — desde logo porque
Francisco visita dois países que vi-
veram de costas voltadas durante
mais de meio século — o Papa dis-
cursa no Congresso dos Estados Uni-
dos, dominado pelos republicanos,
de quem depende o levantamento
do embargo a Cuba, instituído em
1961.
Mas o líder católico não deverá
tocar, pelo menos directamente,
no assunto. Na terça-feira, a bordo
do avião que o levou de Santiago
de Cuba para Washington, disse,
segundo o site da Santa Sé, que o
assunto “faz parte das negociações
entre os dois países” e manifestou o
desejo de que “se chegue a um bom
resultado”.
Lembrou que “os Papas anterio-
res falaram, e não só deste caso mas
também de outros casos” de embar-
go — condenando-o — e em, resposta
a uma jornalista, disse que no dis-
curso que fará aos congressistas não
deverá falar nesse “ponto concreto”.
“Se bem recordo — mas não quero
errar — não é mencionado; quase de
certeza que não...”
Recebido por Obama, Francisco deixou claro o apoio à política ambiental do Presidente. Foi aclamado nas ruas de Washington. E pediu aos bispos que os “crimes” de pedofi lia “não se repitam nunca mais”
EUAJoão Manuel Rocha
para preservar o nosso mundo para
as gerações futuras”, disse.
Num ambiente de cumplicidade,
Obama agradeceu o “apoio precio-
so” do líder católico na reaproxima-
ção entre os Estados Unidos e Cuba
e homenageou a sua “mensagem de
“esperança”, que é “fonte de inspi-
ração para tantas pessoas no mun-
do”. Manifestou também gratidão
pelo apelo do Papa às nações para
“resistirem às sirenes da guerra e a
que resolvam os diferendos por via
diplomática”
No seu discurso, o Papa reclamou
um modelo de “desenvolvimento
duradouro e integral” que exige
que — de “modo sério e responsá-
vel” — sejam tomados em conta os
“milhões de pessoas que vivem num
sistema que os marginaliza”. Depois
da cerimónia de boas-vindas, Oba-
ma e Francisco reuniram-se na Sa-
la Oval — no segundo encontro pes-
O Papa Francisco “lembra-nos que temos uma obrigação sagrada de proteger o nosso planeta”, disse Obama
depois de Jimmy Carter ter recebido
João Paulo II, em 1979, e de George
W. Bush ter aberto as portas a Bento
XVI, em 2008.
Quanto ao dossier ambiental,
o Presidente disse que Francisco
“nos lembra que temos uma obri-
gação sagrada de proteger o nosso
planeta”. “Apoiamos o seu apelo
aos dirigentes para que apoiem as
comunidades mais vulneráveis face
às alterações climáticas e a unir-se
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | MUNDO | 27
ISAAC URRUTIA/REUTERS
Ao todo, Caracas declarou interditos 1400 dos 2200 quilómetros da fronteira com a Colômbia
O Presidente venezuelano decretou
o estado de excepção nos municí-
pios do estado do Amazonas que
fazem fronteira com a Colômbia,
colocando sob jurisdição militar o
único troço da linha divisória entre
os dois países que não foi encerrado.
O anúncio foi feito 24 horas depois
de Caracas e Bogotá se terem com-
prometido a encerrar a crise que se
arrasta há um mês e que levou já
20 mil colombianos a abandonar a
Venezuela.
Nicolás Maduro assegura que não
há nenhuma incongruência entre as
duas decisões, dizendo que, ape-
sar de ter fi cado decidida a “nor-
malização gradual da situação na
fronteira”, isso só acontecerá me-
diante acções que os dois países
venham a adoptar para combater
o contrabando de mercadorias, o
tráfi co de drogas e a presença de
grupos armados. Algo que, subli-
nha, não deverá demorar menos de
seis meses e que estará condicio-
nado à situação no terreno. “Até lá
não vacilaremos nem um minuto.
Venezuela estende controlo militar à totalidade da fronteira com a Colômbia
É preciso cerrar punhos contra o
crime, os delinquentes e os parami-
litares”, disse o líder bolivariano no
seu programa semanal na televisão
venezuelana.
O estado de excepção prevê a
mobilização das Forças Armadas e
a limitação das liberdades constitu-
cionais, proibindo, entre outros, o
direito à manifestação — um factor
importante tendo em conta que as
legislativas venezuelanas estão mar-
cadas para Dezembro, adianta o jor-
nal espanhol El País, acrescentando
que oito dos 23 municípios fronteiri-
ços onde a medida está já em vigor
são governados pela oposição.
Ao todo, Caracas declarou inter-
ditos 1400 dos 2200 quilómetros da
fronteira comum, uma região que
tem sido alvo de frequentes tensões
entre os dois países e que é uma au-
to-estrada para actividades ilegais,
do tráfi co de droga ao contraban-
do, adianta a Reuters. Do petróleo
(o mais barato do mundo) à comida,
são milhares as mercadorias que se
podem comprar a preços subsidia-
dos na Venezuela para vender com
enormes margens de lucro na Co-
lômbia. O negócio é antigo, mas a
penúria de bens essenciais no pa-
ís levou o Governo venezuelano a
apertar o cerco, que se transformou
em guerra depois de, a 19 de Agosto,
três militares colombianos terem si-
do feridos num ataque que Caracas
atribuiu a paramilitares e contraban-
distas colombianos.
Além do fecho das fronteiras e
do estado de excepção, a Venezue-
la expulsou 1500 colombianos que
disse estarem em situação irregular.
Outros 18 mil deixaram às pressas o
país por medo de represálias, segun-
do números recolhidos pela ONU. A
tensão atingiu o pico quando, uma
semana depois do ataque, Caracas
e Bogotá chamaram os respectivos
embaixadores, e o Governo colom-
biano acusou o país vizinho de in-
cursões aéreas no seu território.
O desanuviamento começou a ser
desenhado durante um encontro,
na segunda-feira no Equador, entre
Maduro e o homólogo colombiano,
Juan Manuel Santos, em que fi cou
decidido o regresso imediato dos
embaixadores e a criação de um
grupo ministerial para melhorar a
cooperação fronteiriça. Santos su-
blinhou que os dois governos devem
“agir juntos” apesar das divergên-
cias ideológicas e exigiu respeito
pelos direitos dos colombianos que
vivem no país vizinho.
Na Venezuela, a oposição acusa
Maduro de usar o confl ito frontei-
riço para, em vésperas de eleições,
desviar as atenções da derrocada
económica. Acusações que podem
ganhar fôlego face às denúncias da
Guiana sobre a “extraordinária esca-
lada da actividade militar da Vene-
zuela” desde o início do mês numa
zona marítima que os dois países re-
clamam e onde a Exxon Mobil está a
fazer prospecções petrolíferas.
América LatinaAna Fonseca Pereira
Medida anunciada um dia depois de os dois países terem decidido reatar relações diplomáticas, após um mês de crise fronteiriça
O segundo Governo do primeiro-
ministro grego, Alex Tsipras, pres-
tou juramento ontem de manhã em
Atenas, com um caderno de encar-
gos bastante carregado, seja para
pôr em marcha o plano de ajuda
fi nanceira ao país seja para tentar
resolver a crise humanitária dos
refugiados.
O novo Governo de Tsipras é qua-
se uma cópia do que estava em fun-
ções em Agosto, antes de o primei-
ro-ministro convocar eleições ante-
cipadas, após ter chegado a acordo
com os credores para um terceiro
resgate à Grécia.
O líder do Syriza manteve a coliga-
ção com os Gregos Independentes e
manteve o professor de Economia
Euclides Tsakalotos como ministro
das Finanças. O cargo de ministro
adjunto das Finanças vai ser ocu-
pado por Georges Chouliarakis, o
principal negociador da Grécia para
a aplicação do terceiro programa de
resgate e ministro das Finanças ces-
sante do governo provisório.
O líder dos Gregos Independentes,
Panos Kammenos, mantém-se como
ministro da Defesa, a única pasta
nas mãos do partido nacionalista.
O novo executivo integra vários
ministros que transitam do anterior
Governo, nomeadamente Georges
Stathakis (Economia e Desenvol-
vimento), Nikos Kotzias (Negócios
Estrangeiros) — o mesmo acontece
com o economista Yannis Draga-
sakis, que se mantém como vice-
primeiro-ministro. Ao todo, o novo
Governo de Tsipras inclui 16 minis-
tros e 30 ministros adjuntos e secre-
tários de Estado.
Para o jornal conservador Kathi-
merini, Tsipras formou “um gover-
no equilibrado”, ao mesmo tempo
que “recompensou aqueles que fi -
caram ao seu lado durante a crise
da negociação do plano de ajuda
fi nanceira”.
A única nota negativa vai para Di-
mitris Kammenos, homónimo do
ministro da Defesa e, como ele, tam-
bém do partido Gregos Independen-
te, que foi nomeado secretário de
Estado das Infra-Estruturas e que é
conhecido pelas suas posições anti-
semitas e homofóbicas.
Cercados pelo Exército na capital,
os autores do golpe de Estado de há
uma semana no Burkina Faso aceita-
ram entregar o poder ao Presidente
interino, Michel Kafando, e regressar
aos seus centros de comando. O acor-
do foi assinado na noite de terça-feira
entre a Guarda Presidencial, respon-
sável pelo golpe de quinta-feira, e os
militares leais ao Governo, que já ha-
viam retomado o controlo de grande
parte de Ouagadougou.
Terça-feira foi um dia de tensões
altas. O líder do golpe, Gilbert Dien-
déré, general e antigo braço-direito
do ex-Presidente Blaise Campaoré,
não aceitou o ultimato do Exército,
que se manteve fi el ao Governo de-
posto. Diendéré tinha até ao fi nal
da manhã para abandonar o poder
e aceitar as condições de um acordo
de paz negociado durante o fi m-de-
semana com a Comunidade de Esta-
dos da África Ocidental (CEDEAO).
“Não queremos lutar, mas pode-
mos eventualmente defender-nos”,
dizia o general Diendéré ao fi nal da
tarde, citado pela AFP. Na capital ni-
geriana, os líderes da CEDEAO reu-
niam-se de emergência e, em Ouaga-
dougou, o Exército lealista afi rmava
ter meios para atacar as posições da
Guarda Presidencial, que, numa de-
monstração de boa vontade, liber-
tara o primeiro-ministro interino
durante a manhã.
À noite, porém, Diendéré capitu-
lou e aceitou cumprir as exigências
da comunidade africana: fazer os
cerca de 1300 homens da Guarda
Presidencial voltar às suas barracas
e devolver as armas ao Exército nas
próximas 72 horas. “É uma decisão
da CEDEAO, não podemos fazer na-
da”, afi rmou o general. De acordo
com o que foi negociado, Diendéré
e os seus homens receberão amnistia
pelo golpe de Estado.
Michel Kafando, que governava
um executivo interino depois da
queda do antigo homem forte Blaise
Campaoré, em Outubro de 2014, foi
ontem reconduzido ao poder. Terá
o apoio de vários líderes da CEDE-
AO, que foram a Ouagadougou pa-
ra apoiar o processo de transição e
negociar um acordo defi nitivo para
restabelecer a paz no país.
Novo Governo de Tsipras sem surpresas
Golpistas devolvem poder no Burkina Faso
Grécia África
O executivo grego tomou posse ontem e tem pela frente os credores financeiros e a crise dos refugiados
Dia de tensões altas na capital acabou com a capitulação da Guarda Presidencial, ligada ao ex-Presidente Blaise Campaoré
EXISTE UM LIVRO QUE OS RESUME.Vol. 3: A Guerra na Ucrânia.Celebre os 50 anos das publicações D. Quixote com uma edição inéditade 8 livros com os mais marcantes temas da actualidade internacional.Descubra tudo sobre grave crise política que se instalou entre a Ucrâniae a Rússia que resultou na anexação russa da península da Crimeia. Um tema analisado ao pormenor para lhe dar o essencial.
Existembiliões de websites
que falam sobrea guerra na Ucrânia.
Col
eção
de
8 Li
vros
. PV
P u
nit
ário
: 4,9
5€. P
reço
tota
l da
cole
ção:
39,
60€
. Per
iod
icid
ade
sem
anal
ao
sáb
ado.
De
12 d
e Se
tem
bro
a 3
1 d
e O
utu
bro
de
2015
. Lim
itad
o ao
sto
ck e
xist
ente
. A c
omp
ra d
o p
rod
uto
imp
lica
a aq
uis
ição
do
jorn
al.
cadernos d. quixoteo essencial sobre a actualidade internacional
SÁBADO, 26 SETCOM O PÚBLICO
+4,95€
Col
ecçã
o d
e 8
Livr
os. P
VP
un
itár
io: 4
,95€
. Pre
ço to
tal d
a co
lecç
ão: 3
9,60
€. P
erio
dic
idad
e se
man
al a
o sá
bad
o. D
e 12
de
Sete
mb
ro a
31
de
Ou
tub
ro d
e 20
15. L
imit
ado
ao s
tock
exi
sten
te. A
com
pra
do
pro
du
to im
plic
a a
aqu
isiç
ão d
o jo
rnal
.
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | CIÊNCIA | 29
Esmalte surgiu na pele dos peixes há mais de 400 milhões de anos
RUI GAUDÊNCIO
O aparato que produz o esmalte foi originalmente usado para protecção dos peixes primitivos
O esmalte dentário é o tecido mais
rijo que os humanos produzem. Feito
quase totalmente à base de fosfato de
cálcio, que se deposita numa matriz
orgânica, este é o material que re-
veste os dentes, cobrindo a dentina.
Apesar de ser perfeito para mastigar
os alimentos, as suas origens pode-
rão ser surpreendentes. De acordo
com um novo estudo, este tecido e
o aparato genético necessário para o
produzir têm mais de 400 milhões
de anos. O esmalte dentário surgiu
nos peixes, só que não revestia os
dentes daqueles animais, aparecia
antes na sua pele.
Ao longo de milhões de anos, este
tecido foi revestindo a cabeça dos
peixes e finalmente passou tam-
bém a cobrir os dentes, sugere um
artigo publicado ontem na Nature.
Hoje, anfíbios, répteis e mamíferos
têm esmalte dentário, mas não apre-
sentam qualquer vestígio da produ-
ção de esmalte na pele, mostrando
que o uso do aparato genético para
a produção deste tecido se alterou
completamente.
Nos humanos, os primeiros dentes
de leite começam a formar-se ainda
durante a gestação, às 14 semanas. A
deposição do esmalte dentário é feita
numa matriz proteica constituída por
amelogenina, enamelina e amelina.
Estas três proteínas são produzidas
por células chamadas ameloblastos
e formam uma matriz que vai sendo
substituída depois por cristais de fos-
fato de cálcio.
Certos peixes têm na pele estrutu-
ras rijas com uma composição seme-
lhante à dos dentes dos vertebrados.
O famoso celacanto é um desses ca-
sos. Este fóssil vivo é importante para
esta história. O celacanto descende
de uma linhagem com 400 milhões.
Nessa altura, os celacantos eram pró-
ximos do antepassado dos tetrápo-
des (o animal que saiu da água há
cerca de 375 milhões de anos e colo-
nizou os continentes dando origem
aos vertebrados terrestres). Tal como
os tetrápodes, os celacantos têm es-
malte nos dentes.
Só que se assumia que o esmalte
dos dentes e a estrutura rija no corpo
do celacanto tinham surgido e evolu-
ído separadamente. “Nos humanos,
o esmalte só se encontra nos dentes,
A equipa foi analisar no Lepisos-
teus oculatus os genes equivalentes
aos genes nos humanos que dão as
instruções para a produção da ma-
triz proteica, onde se deposita o es-
malte. Descobriram que estes genes
estavam activos na pele do peixe, e
que aquela substância era, de facto,
semelhante ao esmalte. O que mostra
uma relação evolutiva.
Depois, os investigadores foram
olhar para o passado, analisando as
escamas de fósseis de duas espécies
de peixes que viveram durante o pe-
ríodo silúrico, o Andreolepis (de há
425 milhões de anos, encontrado na
Suécia) e o Psarolepis (de há 418 mi-
lhões de anos, descoberto na China).
O primeiro tinha uma fi na camada de
esmalte nas escamas do corpo, mas
não tinha na cabeça nem nos dentes.
O segundo tinha esmalte nas escamas
do corpo e na cabeça, mas também
não tinha esmalte nos dentes.
“O Psarolepis e o Andreolepis estão
entre os mais antigos peixes ósseos
[o grande grupo de peixes que é di-
ferente dos cartilagíneos, como os
tubarões e as raias que não produ-
zem esmalte]”, explica Per Erik Ahl-
berg, citado num comunicado da sua
universidade. “Por isso, acreditamos
que a falta de esmalte nos dentes é
devido a serem primitivos. Parece
que o esmalte teve origem na pele e
só depois colonizou os dentes.”
A partir deste conjunto de dados,
os cientistas propuseram uma hipó-
tese sobre o surgimento e a evolução
do esmalte. Primeiro, o tecido surgiu
nas escamas do corpo, como mostra o
Andreolepis, depois passou para o crâ-
nio — o Psarolepis é o exemplo desta
fase — e, fi nalmente, o tecido avançou
até aos dentes, veja-se o celacanto.
De alguma forma, na evolução dos
tetrápodes, o esmalte deixou de ser
produzido na pele, mantendo-se
apenas nos dentes. Já na evolução
dos actinopterígeos, o esmalte nun-
ca chegou a surgir nos dentes e foi
desaparecendo da pele dos peixes
mais modernos deste grupo.
Olhando para o passado, o uso do
esmalte mostra como a evolução é
dinâmica, com características que se
perdem ou que ganham novas fun-
ções. Como diz Qingming Qu, outro
autor do estudo: “Apesar de este teci-
do nos nossos dentes ser usado para
morder ou rasgar, originalmente foi
usado como um tecido de protecção,
como nos peixes primitivos.”
Durante a evolução, o esmalte dos dentes surgiu primeiro na pele dos peixes primitivos, foi passando para a região do crânio e fi nalmente acabou a ser produzido nos dentes, como acontece nos vertebrados terrestres
BiologiaNicolau Ferreira
e é muito importante para a sua fun-
ção, por isso é natural assumir-se que
evoluiu aí”, explica o paleontólogo
Per Erik Ahlberg, da Universidade
de Uppsala, na Suécia, e um dos au-
tores do artigo, citado pela agência
Reuters. A descoberta agora feita “é
importante porque é inesperada”,
diz o cientista. A equipa partiu da ge-
nética e da paleontologia para tentar
desvendar a origem do esmalte.
Os investigadores foram analisar o
genoma do Lepisosteus oculatus, um
peixe que pertence aos actinopteríge-
os — um dos mais importantes grupos
de peixes, distante dos celacantos. O
Lepisosteus oculatus é considerado
um peixe primitivo dentro dos ac-
tinopterígeos. Não tem esmalte nos
dentes, mas tem na pele do corpo e
na cabeça o tecido que se assemelha
ao esmalte. Os peixes actinopterígeos
mais modernos, como o peixe-zebra,
já não têm essa substância.
30 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Como falar de escravaturasem ser antiportuguês
COLECÇÃO PRIVADA DE FILIPA VICENTE
Postal com comerciantes portugueses no Dondo, Angola, no início do século, editado por Eduardo Osório, Luanda
A escravatura em África não é uma
invenção levada nas caravelas quan-
do o navegador português Diogo Cão
chega à foz do rio Zaire, em fi nais
do século XV. Esse já era o destino
dado aos numerosos prisioneiros de
guerra que decorriam das disputas
tribais. Mas havia regras, e são essas
regras que vão ser ignoradas.
“Até à chegada dos portugueses,
a coerência étnica é forte: o africa-
no não escraviza membros do seu
grupo sócio-étnico-político. Mas isso
muda com estes incentivos vindos
do Atlântico”, diz José Carlos Curto,
historiador especializado no estudo
da escravatura em Angola.
Este professor, luso-canadiano, da
York University, em Toronto, é um
dos historiadores que vão apresentar
as suas investigações sobre escrava-
tura no Atlântico Sul num colóquio
que tem lugar hoje e amanhã na Bi-
blioteca Nacional, em Lisboa. Em
termos de estudos historiográfi cos,
Angola tem sido sobretudo abordada
enquanto ponto de abastecimento de
escravos para o tráfi co transatlânti-
co — entre 1710 e 1830, cerca de 1,2
milhões de pessoas terão sido “ex-
portadas” de Luanda —, ao passo que
a presença de escravatura no que é
hoje o território angolano é uma pro-
blemática mais negligenciada; José
Curto fala mesmo de “um silêncio
estranho”.
“É muito mais fácil trabalhar ques-
tões relacionadas com o comércio de
escravos no Atlântico Sul: as fontes
são mais numerosas, de mais fácil
acesso, etc.”, diz ao PÚBLICO.
Além disso, existem poucos histo-
riadores que se dedicam a esse perío-
do da História de Angola. Os que exis-
tem “são praticamente todos estran-
geiros”, nota José Curto. Os escassos
historiadores angolanos “ainda não
têm interesse pelo período pré-colo-
nial”, anterior à Conferência de Ber-
lim em 1885, na qual as potências eu-
ropeias acordaram entre si a divisão
e ocupação do continente africano.
O atraso historiográfi co não é uma
exclusividade angolana. Como nota o
organizador do colóquio, Diogo Ra-
mada Curto, historiador e professor
na Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade Nova de
Lisboa (e colaborador do PÚBLICO),
acredita que o facto de o colóquio
contar com o apoio e colaboração
de “tantas instituições” — o Instituto
Português de Relações Internacio-
nais (IPRI) da Universidade Nova de
Lisboa, a Fundação para a Ciência e
Tecnologia, o Instituto Diplomático
do Ministério dos Negócios Estrangei-
ros e a Biblioteca Nacional — é “um
sinal de que as coisas estão a mudar
positivamente”.
A crescente visibilidade que o de-
bate sobre a escravatura, associado à
temática do racismo, tem adquirido
no plano internacional poderá estar
a exercer uma espécie de pressão so-
bre as instituições, conscientes de
que a indiferença resultará em irre-
levância.
“A profusão de estudos sobre a
história da escravatura nos dias de
hoje do ponto de vista internacional
é muito grande e Portugal não po-
de fi car alheio a esse movimento”,
explica o organizador do colóquio.
Os arquivos portugueses, que “estão
cheios de informação por explorar”,
podem contribuir “extraordinaria-
mente” para a historiografi a inter-
nacional.
“A história é uma forma de nos li-
bertarmos do passado, não é uma
forma de retirar lições do passado
do ponto de vista moral, do ponto
de vista de uma divisão entre bons
e maus”, defende Diogo Ramada
Curto.
Um historiador não julga. Quando
se pergunta a José Curto o que é que
a sua investigação permite concluir
sobre a responsabilidade africana
na experiência da escravatura, ele
responde: “Somos todos humanos.
Tudo depende das circunstâncias.”
Escravizar ou ser escravizado, por
exemplo. “Se existe uma possibilida-
de de ganhar dinheiro em escravizar
outros africanos, então é isso que se
faz. Essa problemática — escravizar o
outro — não se levanta naquele tem-
po em termos morais. Isso é uma
coisa mais recente.”
Durante muito tempo, foi um tabu falar de escravatura em Portugal. Um colóquio de historiadores especializados no tema realiza-se hoje e amanhã na Biblioteca Nacional, em Lisboa
HistóriaKathleen Gomes
de justifi cação do colonialismo. Em
muitos casos, o contributo de uma
ideologia luso-tropical, que pensa-
va o império português como uma
excepção relativamente aos outros
— um império mais doce, menos
violento e menos racista —, fez com
que se fugisse ao tratamento destes
mesmos assuntos. Eles surgem espo-
radicamente, de uma forma extrema-
mente defensiva, em declarações e
manifestos, muitos deles com reper-
cussão internacional, onde se procu-
ra vincar que Portugal também foi
pioneiro na abolição da escravatura.
Embora a prática de trabalho forçado
nas colónias portuguesas tenha dura-
do até ao início da década de 1970.”
Durante muito tempo, foi um tabu
falar de escravatura em Portugal, e
quem o fazia no interior da própria
academia era marginalizado, conclui
o historiador. Mas Diogo Ramada
Curto, que em 2010 criou a primei-
ra cadeira de História da Escravatu-
ra numa universidade portuguesa,
existem “algumas resistências” e
“preconceito” em Portugal contra
o tratamento da questão da escra-
vatura. “Existiu uma guerra cultural
que, nalguns círculos, perdura até
hoje. Nem todos os círculos aceitam
debater o envolvimento do império
português na escravatura”, sob o ris-
co de isso ser confundido com um
discurso antiportuguês.
Ideologia luso-tropicalEsse preconceito não é detectável na
investigação historiográfi ca de outros
países europeus que estiveram envol-
vidos no tráfi co esclavagista?
“O facto de Portugal ter tido até tão
recentemente um império e esse im-
pério ter estado ligado a novas formas
de escravatura — formas de trabalho
forçado, formas de trabalho a contra-
to que escondiam formas de escra-
vatura — fez com que o preconceito
eventualmente pudesse fi car mais en-
raizado”, nota Diogo Ramada Curto.
“Houve uma necessidade política
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | CULTURA | 31
É provavelmente a canção em inglês
mais popular de sempre, e certa-
mente a mais cantada. Seja na vida
quotidiana — faça alguém anos —,
seja na fi cção. Mas sabia que Ha-
ppy Birthday to You, o original de
Parabéns a Você, tinha até agora di-
reitos de autor? Direitos, esses, que
renderão anualmente cerca de 1,5
milhões de euros à Warner Chappell
Music?
Há dois anos, uma realizadora
opôs-se a este pagamento e levou
o caso a tribunal, que agora deci-
diu que a canção é do domínio pú-
blico e não existem direitos a ser
cobrados.
Depois de anos de controvérsia, o
Tribunal Federal de Los Angeles re-
velou agora a sua sentença: a edito-
ra Warner Chappell Music não tem
documentação válida que justifi que
a posse dos direitos de autor da mú-
sica que todos sabemos de cor.
Segundo o juiz George H. King,
os direitos originalmente registados
pela Clayton F. Summy Co. em 1935
apenas se aplicam a um arranjo es-
pecífi co da música e não à melodia.
A Clayton F. Summy Co. nunca ad-
quiriu os direitos da letra da canção,
defendeu o juiz para quem a defesa
dos acusados foi “inverosímil e ir-
racional”.
O processo que agora chega ao
fi m deu entrada no tribunal há dois
anos, quando a realizadora Jenni-
fer Nelson contestou o facto de a
Warner Chappell Music deter o co-
pyright de Happy Birthday to You,
alegando que a música devia ser de
todos. Jennifer Nelson, cuja produ-
tora é detida pela Warner Chappell
Music, teve de pagar cerca de 1200
euros à editora por usar Happy Bir-
thday no seu documentário homó-
nimo, que traça a história da pró-
pria música.
“É uma canção criada pelo pú-
blico, pertence ao público e tem de
lhe ser devolvida”, defendia então
o advogado da realizadora, Mark
C. Rifkin.
Esta não é a primeira vez que os
direitos de autor de Happy Birthday
são objecto de debate — a história da
canção não é clara, existindo várias
Happy Birthday, a música do Parabéns a Você é de todos e os direitos não existem
MúsicaCláudia Lima Carvalho
Tribunal decidiu que a popular canção em língua inglesa é do domínio público e por isso nãose podem cobrar direitos
Neil Simon, para muitos, é um es-
pelho norte-americano do britânico
Noël Coward. Foi Coward, aliás, re-
velaria Simon em entrevista, o gran-
de responsável pelo súbito sucesso
da sua primeira obra, Come Blow
Your Horn, ao elogiá-la junto de um
colunista nova-iorquino no início
da década de 60. Depois, os dois
haviam de trocar correspondência
e aproximar-se. Em 1968, após a es-
treia de Plaza Suite, Coward escreve-
ria uma nova entrada no seu diário,
assinada com um típico humor áci-
do: “Mas que grande ideia, ter dife-
rentes peças todas a decorrer numa
suite de hotel. Pergunto-me como é
que o Neil Simon se terá lembrado
disto.” O próprio Coward, três anos
antes, estreara Suite in Three Keys,
peça que explora precisamente esse
dispositivo.
Plaza Suite, no Teatro Tivoli, Lis-
boa, até 25 de Outubro, coloca três
casais em diferentes estados da sua
relação, de visita ao quarto 719 do
Plaza Hotel, em Nova Iorque. E foi
Já não há grande amor para os lados do Tivoli
TeatroGonçalo Frota
Diogo Infante e Alexandra Lencastre no Teatro Tivoli, em Lisboa, interpretam dois casais em avançado desgaste conjugal
a agilidade com que Simon “passa
do melodrama para a comédia hila-
riante num ápice”, justifi ca Adriano
Luz ao PÚBLICO, que levou o ence-
nador a querer apresentar esta peça
há cerca de dez anos. “Na altura”,
lembra, “a Luísa Costa Gomes fez
a adaptação, mas como não houve
entendimento com o representante
dos direitos de autor acabámos por
não a levar à cena. Passados estes
anos, o espectáculo veio outra vez
ter comigo.” E apareceu por suges-
tão de Diogo Infante, que fez che-
gar a proposta à Força de Produção.
Adriano Luz foi, então, a escolha ób-
via para dirigir Infante e Alexandra
Lencastre (a comemorar 30 anos de
carreira) desdobrando-se nos papéis
de dois (e não três, mas já lá vamos)
casais: não só tentara já apresentar
a peça, não apenas tinha consigo a
tradução de Luísa Costa Gomes, mas
também fora sua a encenação, em
2012, no mesmo Teatro Tivoli de Os
Reis da Comédia, um outro texto de
Neil Simon.
Já há muito, portanto, que Adria-
no Luz se encanta com este “autor
comercial, abrangente” no qual
encontra uma forma exemplar de
“fazer comédias com que as pessoas
se divertem, mas em que também
se identifi cam com as personagens,
que estão sempre muito perto de
nós”. Na primeira abordagem (abor-
tada) ao texto, dada a duração pre-
visível de três horas de espectáculo,
Adriano Luz tinha optado por pedir
a Luísa Costa Gomes que adaptasse
e reduzisse cada um dos três actos,
completamente autónomos. Agora,
decidiu-se por uma forma de encur-
tar a peça, reduzindo de três para
dois actos a criação de Neil Simon.
A escolha dos dois actos deste Pla-
za Suite refl ecte assim uma preocu-
pação em conseguir “dois registos
de representação, narrativos e dra-
máticos completamente distintos”.
Daí que encontremos, primeiro,
Infante e Lencastre enquanto casal
a “celebrar” o 24.º (ou será 23.º?,
nem eles sabem bem) aniversário
de um matrimónio claramente a
ruir, desfazendo-se à medida que a
acção avança e as solicitações do tra-
balho dele (em que se incluem uma
insinuante secretária) se impõem a
qualquer tentativa de salvação; em
seguida, envelhecidos uns 15 a 20
anos, os mesmos actores transfor-
mam-se em “patos bravos” de rápi-
da ascensão social, sem perderem,
no entanto, alguma boçalidade com
que comentam a vida da fi lha, pres-
tes a casar-se, mas trancada na casa
de banho.
Em ambos os actos, o amor sur-
ge desgastado, vítima indefesa da
passagem do tempo. Emprestando-
lhe uma visão algo cínica, Simon
faz com que o amor morra quando
tenta manter-se vivo, e que seja to-
lerável quando se torna uma coisa
pequena, desenxabida e indolor.
DR
Alexandra Lencastre e Diogo Infante são Karen e Sam Nash no primeiro acto
dúvidas sobre a legalidade de a War-
ner Chappell Music cobrar por cada
vez que o tema é usado em fi lmes
ou, segundo a lei dos EUA, quando é
cantada a clientes num restaurante
pelos seus empregados.
A origem da música remonta a
1893, quando as irmãs Mildred e
Patty Smith Hill, educadoras de
infância do Kentucky, escreveram
a pauta de Good Morning to all. A
melodia fi cou, tendo sido fi rmados
vários direitos de autor entre o fi nal
do século XIX e o início do século
XX, sob a alçada da editora Birch
Tree Hill.
A letra actual, de origem inde-
fi nida, começou a surgir no início
do século XX nos livros de música,
sempre com a melodia de Good Mor-
ning to all. Em 1935, é a Clayton F.
Summy Co. que regista os direitos,
depois comprados pela Warner nos
anos 1980.
Numa entrevista em 1989 ao New
York Times, Jay Morgenstern, então
vice-presidente executivo da War-
ner Chappell Music, contava como
a compra dos direitos tinha sido um
bom negócio para a editora. Mor-
genstern garantia mesmo que tinha
sido “um grande investimento”.
Não fosse a decisão do tribunal
desta terça-feira e a editora conti-
nuaria a amealhar sempre que se
cantassem os parabéns, pelo me-
nos até 2030, nos Estados Unidos,
e até 2017, na Europa, conforme a
legislação em vigor.
“Happy Birthday está fi nalmente
livre, depois de 80 anos”, reagiu,
citado pelo The Guardian, Randall
Newman, um dos advogados dos
queixosos.
“Finalmente, a charada acabou.
Inacreditável.”
Marilyn tem uma interpretação famosa do Happy Birthday
32 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
Turandot ou a repugnância extrema pelo sexo masculino
DIOGO BAPTISTA
Pedro Frias (à direita) é o príncipe Calaf, que quer “casar ou morrer com Turandot”
Conhecemos a personagem princi-
palmente pela ópera homónima de
Puccini e, ao que parece, a peça de
teatro que esteve na sua origem, es-
crita em 1762 por Carlo Gozzi, não
chegara ainda aos palcos do teatro
português. Até esta quinta-feira.
Turandot estreia-se hoje no Teatro
Nacional São João, com encenação
de João Cardoso, numa co-produção
com a Assédio, Teatro do Bolhão e
uma companhia nova do Porto, Nu-
ma Norma.
Do imaginário da ópera de Puccini
— que contém uma das mais belas e
famosas árias da história do bel can-
to, Nessun Dorma —, a presente pro-
dução traz-nos apenas os fi gurinos de
época, numa mistura da commedia
dell’arte italiana do século XVIII com
o imaginário ancestral da China im-
perial. Mas enquadrados num cená-
rio cru e minimalista, quase sempre
sobre um fundo negro.
“Na Assédio, uma companhia
principalmente virada para as dra-
maturgias contemporâneas, temos
um entendimento plástico dos cená-
rios muito depurados”, diz João Car-
doso ao PÚBLICO, antes de um dos
últimos ensaios gerais anteriores à
estreia. O encenador acrescenta que
esse contraste entre os cenários e os
fi gurinos lhe permite “estabelecer
também um paralelo com as contra-
dições do próprio texto e da colagem
que Carlo Gozzi [1720-1806] faz das fi -
guras da commedia dell’arte com uma
história trágica situada na China”.
Mas vamos ao essencial dessa his-
tória: Turandot — personagem alega-
damente inspirada numa fi gura real
do século XIII/XIV, Khutulun, trineta
de Ghenghis Khan — é a fi lha do impe-
rador que, na sequência de um acon-
tecimento traumático observado na
infância, ganhou uma repugnância
extrema pelo sexo masculino. Por
essa razão, recusa-se a casar, como
lhe pede o pai. E consegue mesmo
que este promulgue um édito que
obriga todos os seus pretendentes
a sujeitarem-se a resolver três enig-
mas. Quem não acertar na resposta,
é decapitado.
Num cenário com um fundo ver-
melho vivo, a evocar o sangue já
derramado por um número indeter-
minado de pretendentes, a intransi-
com a morte da rival da princesa, en-
quanto “o texto de teatro tem quase
um happy end”. “É precisamente es-
se frente-a-frente da paixão real da
rival da Turandot com a leviandade
desta que me interessa pôr em con-
fronto, e deixar a questão em aberto
para o espectador”, nota.
A actriz que interpreta Turandot é
Joana Carvalho, que tem aqui a sua
terceira experiência de trabalho com
a Assédio e João Cardoso, depois de
no ano passado ter participado em
Fly me to the Moon, de Marie Jones, e
O Feio, de Marius von Mayenburg.
Turandot aparece pela primeira
vez em palco enquadrada num trono
de luz: “Príncipe, deveis desistir des-
ta empresa fatal. Deus sabe que a mi-
nha afamada crueldade não é verda-
deira. É a repugnância extrema que
sinto pelo sexo masculino que me
obriga a resistir, como sei e posso:
quero viver longe de um sexo a que
sou adversa”, declara. Mas progres-
sivamente vai cedendo... ao amor.
“O grande interesse desta perso-
nagem está no confl ito que ela vai
vivendo ao longo da peça, entre es-
se fervor por ser livre e dona do seu
destino, não se querendo ligar a ne-
nhum homem, e depois, quando vê
o príncipe, sentir-se a enfraquecer e
a apaixonar-se”, diz Joana Carvalho,
acrescentando que a principal difi cul-
dade na construção da personagem
foi libertar-se “da géstica mais quoti-
diana, para tentar chegar à natureza
mais fria e mais dura” de Turandot.
Turandot vai fi car em cena no Tea-
tro São João até 11 de Outubro. Duran-
te este tempo, alguns elementos da
equipa, como o actor Paulo Calatré,
ou o artista plástico Cristóvão Neto,
vão orientar ofi cinas de construção
e de trabalho com máscaras, como
aquelas do mundo da commedia
dell’arte que pontuam a peça.
O Teatro Nacional São João acolhe primeira encenação teatral em Portugal da peça de Carlo Gozzi que deu origem à famosa ópera de Puccini. Uma co-produção da Assédio, com encenação de João Cardoso
TeatroSérgio C. Andrade
de”, acrescenta o encenador, do TNSJ.
Este episódico regresso da Assédio
ao teatro clássico permitiu a João Car-
doso — que além de encenador inter-
preta também o papel do imperador,
Altum — trabalhar uma abordagem
que lhe agrada especialmente. “O
Carlo Gozzi põe em confronto perso-
nagens trágicas com outras eminen-
temente cómicas, como as máscaras
italianas da commedia dell’arte. É um
confronto complicado, sempre no
fi o da navalha, mas foi isso mesmo
que mais me seduziu”, diz o ence-
nador.
Paixão e rivalidadeSobre a relação com o imaginário
da ópera inevitavelmente colado à
personagem da Turandot, João Car-
doso lembra que a versão de Puccini,
feita a partir de uma adaptação de
Schiller, “tem uma componente mais
trágica”, que praticamente termina
gência de Turandot é fi nalmente de-
safi ada pela coragem e atrevimento
de Calaf — “Quero morrer ou casar
com Turandot”, diz —, um príncipe
desconhecido perante quem a prin-
cesa irá vacilar.
A encenação teatral do texto de
Carlo Gozzi é um projecto que João
Cardoso acalentava desde há quase
três décadas, quando, em 1988, co-
mo actor fundador d’Os Comedian-
tes, tinha entrado no elenco de ou-
tra peça do dramaturgo veneziano,
O Pássaro Verde, encenação de João
Paulo Costa, após uma outra aven-
tura com o teatro do século XVIII,
O Jogo do Amor e do Acaso, de Mari-
vaux (1986).
As difi culdades por que passou a
cena teatral portuense ao longo da
década de 90 impediram a concreti-
zação do projecto. Algo que agora foi
tornado possível sob a chancela da As-
sédio, com o apoio, “e a cumplicida-
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | CULTURA | 33
DR
Piquenique no Cemitério é a peça-filme dos The Folga Gaang Project
Um piquenique no cemitério e a mú-
sica que ele inspira; uma mancha
de tinta que se mistura com vinho e
desenha uma paisagem: os artistas
macaenses The Folga Gaang Project,
(músicos) e Cindy Ng (artista plásti-
ca) vão apresentar os seus trabalhos
pela primeira vez em Portugal.
A exposição So Far So Close (pin-
tura e vídeo), de Cindy Ng, tem ho-
je estreia, às 18h30, no Museu do
Oriente, em Lisboa, com uma per-
formance da artista, que vai pintar
ao vivo, acompanhada pelos The
Folga Gaang (música e projecção
de fi lmes).
No sábado, estes apresentam,
também no Museu do Oriente, o
concerto Picnic in the Cemetery, ini-
ciando uma tour que os levará ao
bar Maus Hábitos, no Porto (dia 29,
22h), à Casa das Artes, em Famalicão
(1 de Outubro, 21h30), e a Vila Real
(dias 2 e 3), onde farão dois concer-
tos intimistas, para 50 pessoas, no
restaurante Cais da Villa.
Em 2013, Cindy Ng esteve no Dou-
ro para uma residência artística nas
quintas da Covela e Boavista, a con-
vite da empresa de animação turís-
tica Greengrape e do produtor de
vinhos Lima Smith. A exposição que
agora apresenta — e que seguirá de-
pois, a 2 de Outubro, para o Teatro
de Vila Real — é o resultado dessa
experiência. “Antes de viajar para
Portugal, vi na Internet imagens
do Douro, mas não esperava nada
assim”, conta a artista ao PÚBLICO
numa breve conversa telefónica. A
paisagem da vinha no Douro fez-lhe
lembrar “as plantações de chá do
Sul da China”.
Apanhou a época das vindimas,
aprendeu como se faz vinho e a par-
tir desse território criou paisagens
efémeras desenhadas com materiais
de pintura que mistura com outros
líquidos — neste caso, com vinho do
Douro e vinhos verdes — num “mo-
vimento fl uido, sem subordinação
ao pincel ou ao imperativo da re-
presentatividade”, e que lembra o
“dissipar do nevoeiro ao longo das
montanhas que acompanham o rio
Douro”, como explica o texto de
apresentação da exposição.
Douro, vinho e cemitérios,um universo macaenseno Museu do Oriente
Hong Lat U e o violoncelista portu-
guês Ricardo Januário.
The Folga Gaang é uma expressão
que junta a palavra portuguesa “fol-
ga” com a expressão macaense “ga-
ang”, que signifi ca um turno extra de
trabalho que é atribuído ao pessoal
das forças de segurança no dia em
que estariam de folga. É uma brinca-
deira que surgiu porque Kie aprovei-
tava os seus dias de folga no Canadá
para viajar até Macau e aí trabalhar
com outros músicos neste projecto.
ArtesAlexandra Prado Coelho
The Folga Gaang Project e a artista plástica Cindy Ng apresentam hoje concerto-performance em Lisboa. Depois vão ao Douro
Chamou à peça que agora apre-
sentam Piquenique no Cemitério por
uma razão muito simples: “Gosto de
ir fazer piqueniques num dos cemi-
térios de Toronto. É muito agradá-
vel. Pode-se levar chá e biscoitos e
apreciar o dia”. E a música refl ecte
essa ideia de “algo que não é dema-
siado sério. como um piquenique”.
Para descrever o seu trabalho socor-
re-se do que o público lhe tem dito
noutros espectáculos. “As pessoas
acham que parece uma banda sono-
ra, que é uma música que traz ima-
gens à cabeça. É minimalista, mas
ao mesmo tempo sou muito ligado à
melodia. Eu diria que é uma música
romântica e melancólica.”
Kie conheceu Cindy há uns anos,
noutro projecto, e já compôs música
para alguns dos vídeos da artista,
além de ter feito improvisações para
uma das suas performances. No Mu-
seu do Oriente, Kie imagina que será
mais Cindy a segui-los e a reagir à
música do que o contrário. “O traba-
lho dela é, em certos aspectos, mais
abstracto do que a música.” Assim,
com o vinho do Douro e a memória
das vinhas, os movimentos de Cin-
dy vão desenhar novas paisagens ao
som de uma composição que cele-
bra a vida num cemitério.
“Antes de viajar para Portugal, vi na Internet imagens do Douro, mas não esperava nada assim”, diz a artista plástica Cindy Ng, a quem a paisagem da vinha no Douro fez lembrar “as plantações de chá do Sul da China”
A ligação entre Cindy Ng e os Folga
Gaang faz-se através da Greengrape
e da Point View Art Association, uma
associação liderada por Erik Kuong
que envolve artistas de várias áreas
oriundos de Macau, China, Taiwan
e Hong Kong. Mas o líder dos Folga
Gaang, Njo Kong Kie — natural de
Macau, mas radicado em Toronto e
director musical da companhia de
dança moderna La La La Human
Steps, de Montréal —, já tinha uma
relação anterior com Portugal, on-
de estudou. E é em português que
nos explica como começou o pro-
jecto que vai apresentar no Museu
do Oriente.
“Há uns anos, quando andava
em tour, escrevi algumas músicas
por piada, para tocar com os ami-
gos. Quando chegámos ao fi nal, eu
tinha muitas músicas que tinham
sido criadas dessa forma descon-
traída, sem o stress do trabalho”,
explica. Mais tarde, decidiu que
valia a pena editar em álbum esse
trabalho — que foi apresentado pela
primeira vez em 2013 no Festival de
Artes de Macau —, e desde então es-
tas músicas (18 originais) “têm sido
usadas por vários coreógrafos nos
seus espectáculos”. Com Kie, tocam
em Portugal o violinista macaense
O Museu de Serralves anunciou a
intenção de contratar um gestor da
colecção de arte contemporânea, um
cargo que até agora não existia no
seu organograma. Os interessados
deverão candidatar-se até ao próxi-
mo dia 4 de Outubro e, segundo o
anúncio publicado pela fundação,
prevê-se que o período de entrevistas
decorra até ao fi nal desse mês.
A proximidade temporal da po-
lémica em torno da Colecção SEC,
parte da qual está depositada em Ser-
ralves e era disputada pelo Museu
do Chiado, poderia levar a crer que
a decisão de contratar alguém para
gerir a colecção estaria directamente
relacionada com as especifi cidades
institucionais deste núcleo de cerca
de 500 peças, mas a directora-geral
de Serralves, Odete Patrício, garantiu
ao PÚBLICO que não existe qualquer
relação entre os dois factos.
Lembrando que a colecção de Ser-
ralves tem mais de quatro mil peças,
e que o núcleo da Colecção SEC não
é objecto de uma gestão autónoma,
Odete Patrício explica que a decisão
de recrutar este gestor corresponde
apenas a institucionalizar uma função
que já vinha sendo assegurada inter-
namente de forma mais intermitente.
“Já em 1999 recrutámos três pessoas
para tarefas mais técnicas, como a
conservação ou as entradas e saídas
de obras, e temos uma especialista,
Catarina Rosendo, que está há um
ano a trabalhar a colecção a um nível
mais conceptual, de investigação.”
Após um período em que Serral-
ves apostou em grandes exposições
temporárias que ajudaram a conso-
lidar a reputação do museu, como as
dedicadas a Andy Warhol ou Francis
Bacon, a direcção artística de Suzan-
ne Cotter tem apostado mais na co-
lecção, diz Odete Patrício, o que vem
tornar mais necessário, argumenta,
encontrar “uma pessoa que se dedi-
que exclusivamente à colecção, que
a possa pensar sem estar presa na
pressão das exposições”. Segundo o
anúncio, os candidatos ao cargo de-
verão ter, entre outras habilitações,
um “mínimo de cinco anos de experi-
ência em gestão de uma colecção, de
preferência em contexto de museu”,
e formação académica em Artes.
Serralves quer um gestor para a colecção
Museu
Odete Patrício diz que a decisão nada tem que ver com a polémica em torno das obras da Colecção SEC depositadas em Serralves
34 PÚBLICO, QUI 24 SET 2015CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H
Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa
Mensagens
MARIA ANAFERNANDES HOMEM
LEAL DE FARIA
A sua família participa que será celebrada Missa de 7.º Dia do seu falecimento, na Basílica da Estrela, amanhã, dia 25 de Se-tembro às 19 horas.
Agência Funerária BarataServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
ANNE THERAPY -Consultório de massa-gens terapêuticas derelaxamento. "Agora em novo espaço".Tel.: 918 047 456
CENTRO10 MASSAGISTAS -Prof. e sensuais.Av. Berna, C. Peq.www.relax-corpo.comTelm.: 960 347 948
ANÚNCIONos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia doze de Outubro de dois mil e quinze, pelas catorze horas, na Comarca de Faro - Silves - Inst. Cen-tral - 2.ª Secção de Execução - J1 para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues na 2.ª Secção de Execução - J1, pelos interessados na compra do seguinte bem:Fracção autónoma designada pela letra O, correspondente à cave/rés-do-chão (Apartamento B), destinada a habitação, do prédio urbano sito em Vale Arão, Lote J, Núcleo IV, freguesia de Mexilhoeira Grande, concelho de Portimão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Portimão sob o n.º 1085 da referida freguesia e inscrito na matriz sob o artigo 3842.O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer.Valor a anunciar para a venda: 128.040,73 Euros (Cento e Vinte e Oito mil e Qua-renta Euros e Setenta e Três Cêntimos).São fi éis depositários os Executados, João Carlos Correia Duarte e Maria Lucília Afonso do Rio Duarte, obrigados a mostrar o bem a quem pretenda examiná-lo, mas podem fi xar as horas em que, durante o dia, facultarão a inspeção, tornando-as conhecidas do público por qualquer meio.Adverte-se ainda que junto com a proposta a apresentar deverá ser junto cheque visado, com 5% do valor anunciado para a venda.21/09/2015
O Agente de Execução - Luís Filipe CarvalhoRua Braamcamp, 52, 7.º - 1250-051 Lisboa
Tel. 213807430/9 Fax 213872129 - Email: [email protected]
Público, 24/09/2015 - 1.ª Pub.
COMARCA DE FAROSilves - Inst. Central - 2.ª Secção de Execução - J1
LUÍS FILIPECARVALHO
Agente de ExecuçãoCédula 2486
Processo: 4454/12.4TBPTMExequentes: BANIF - Banco Internacional do Funchal,
S.A. e outro(s)Executados: João Carlos Correia Duarte e outros
Data: 21/09/2015 - Documento: xwDM8DViBIrReferência Interna do processo: PE/2982/2012
ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
Administrador de Insolvência: Dr. António Seixas SoaresProcesso n.º 2546/13.1TBGDM - Secção Comércio San-to Tirso - J2Insolvente: Alberto Luís Ferreira SilvaNos autos acima identifi cados, nos termos do artigo 164.º do CIRE, procede-se à venda por negociação particular do imóvel apreendido no âmbito dos processos acima identifi cados e que constam da relação de bens integra-dos na massa insolvente que abaixo se descreve:• Fração autónoma designada pela letra “BS” destinada a habitação no quinto andar esquerdo, com entrada pelo n.º 94, da Rua Manuel Serra, do prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de Gondomar, sob o n.º 6124, da freguesia de Rio Tinto, e inscrito na respec-tiva matriz sob o artigo 16027.O valor mínimo de venda dos bens é de € 39.100,00.As propostas deverão ser formuladas por escrito, via postal registado ao “Exmo. Sr. Administrador Judicial Dr. António Seixas Soares”, Pct. D. Nuno Álvares Pereira, n.º 20, 1.º AF, 4450-218 Matosinhos, até ao dia 09 de Outu-bro de 2015 e deverão conter a identifi cação completa do proponente, acompanhadas de fotocópias do bilhete de identidade e cartão de contribuinte fi scal e/ou certi-dão comercial da empresa.As propostas serão abertas na semana seguinte.Nos termos do artigo 812.º do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta como caução, um cheque visado à ordem da massa insolvente de Alberto Luís Fer-reira Silva, no montante correspondente a 20% do valor de venda imediata dos bens, ou garantia bancária do mesmo valor.Contactos ou informações pelo telefone 936 260 000.
O Administrador de InsolvênciaAntónio Seixas Soares
Público, 24/09/2015
ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
Administrador de Insolvência: Dr. António Seixas SoaresProcesso n.º 1133/14.1TBFLG - Secção Comércio Amaran-te - J1Insolvente: António José Babo Mendes e Susana da Concei-ção Mendes AbreuNos autos acima identifi cados, nos termos do artigo 164.º do CIRE, procede-se à venda por negociação particular do imó-vel apreendido no âmbito dos processos acima identifi cados e que constam da relação de bens integrados na massa in-solvente que abaixo se descreve:• Fracção autónoma designada pela letra “G”, correspon-dente a um apartamento situado no 1.º andar destinado a habitação e lugar de garagem na cave, integrado no prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua Cimo de Vila - Blc. A, freguesia de Caramos, concelho de Felgueiras, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 855-G, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Felguei-ras sob o n.º 592.O valor mínimo de venda dos bens é de € 59.864,00.As propostas deverão ser formuladas por escrito, via postal registado ao “Exmo. Sr. Administrador Judicial Dr. António Seixas Soares”, Pct. D. Nuno Álvares Pereira, n.º 20, 1.º AF, 4450-218 Matosinhos, até ao dia 09 de Outubro de 2015 e de-verão conter a identifi cação completa do proponente, acom-panhadas de fotocópias do bilhete de identidade e cartão de contribuinte fi scal e/ou certidão comercial da empresa.As propostas serão abertas na semana seguinte.Nos termos do artigo 812.º do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta como caução, um cheque visado à ordem da massa insolvente de António José Babo Mendes e Susana da Conceição Mendes Abreu, no montante corres-pondente a 20% do valor de venda imediata dos bens, ou garantia bancária do mesmo valor.Contactos ou informações pelo telefone 936 260 000.
O Administrador de InsolvênciaAntónio Seixas Soares
Público, 24/09/2015
ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
Administrador de Insolvência: Dr. António Seixas SoaresProcesso n.º 4125/10.6TBBRR - Secção Comércio Barreiro - J4Insolventes: Luís do Rosário CandeiasProcesso n.º 3964/10.2TBBRR - Secção Comércio Barreiro - J1Insolvente: Anabela Gomes dos SantosNos autos acima identifi cados, nos termos do artigo 164.º do CIRE, procede-se à venda por negociação particular do imóvel apreendido no âmbito dos processos acima identifi cados e que constam da relação de bens integrados na massa insolvente que abaixo se descreve:• Fracção autónoma “B”, correspondente ao rés-do-chão fren-te, sito na Rua Américo da Silva Marinho, n.º 2, na freguesia de Lavradio, concelho do Barreiro, descrito na Conservatória do Re-gisto Predial do Barreiro sob o número 653 e inscrito na matriz urbana sob o artigo 2044 da dita freguesia.O valor mínimo de venda dos bens é de € 57.400,00.• Fracção “N”, correspondente ao terceiro andar direito do prédio urbano sito na Rua Francisco Miguel, 14 e Rua Rodrigues Lapa, 18, na freguesia da Baixa da Banheira, concelho da Moita, des-crita na Conservatória do Registo Predial de Moita sob o número 490, da freguesia da Baixa da Banheira, e inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2980.O valor mínimo de venda dos bens é de € 28.600,00.As propostas serão abertas na semana seguinte.As propostas deverão ser formuladas por escrito, por via postal registada ao “Exmo. Sr. Administrador Judicial Dr. António Sei-xas Soares”, Pct. D. Nuno Álvares Pereira, 20, 1.º AF, 4450-218 Matosinhos, até ao dia 09 de Outubro de 2015 e deverão conter a identifi cação completa do proponente, acompanhadas de foto-cópias do bilhete de identidade e cartão de contribuinte fi scal e/ou certidão comercial da empresa.Nos termos do artigo 812.º do CPC, os proponentes devem jun-tar à sua proposta como caução, um cheque visado à ordem da massa insolvente de Luís do Rosário Candeias e Anabela Gomes dos Santos, no montante correspondente a 20% (10% para cada massa) do valor de venda imediata dos bens, ou garantia bancá-ria do mesmo valor.Contactos ou informações pelo telefone 936 260 000.
O Administrador de InsolvênciaAntónio Seixas Soares
Público, 24/09/2015
ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
Administrador de Insolvência: Dr. António Seixas SoaresProcesso n.º 2562/15.9T8STS - Secção Comércio Santo Tirso-J4Insolvente: Renascente - Comércio de Vestuário, LdaNos autos acima identifi cados, nos termos do artigo 164.º do CIRE, procede-se à venda por negociação particular dos bens móveis apreendidos no âmbito do processo acima identifi cado e que consta da relação de bens inte-grados na massa insolvente que abaixo se descreve:• Lote constituído por cerca de 500 pçs. de roupa ho-mem e senhora, calças, blusas, camisas, saias, fatos de homem e senhora, vestidos, 1 computador de caixa c/ impressora marca “EPSON”,sacos personalizados com marca “RENASCENTE”, diversos manequins de homem e senhora de corpo inteiro, diversos manequins de meio corpo, com o valor mínimo de venda de €5.000,00.Os bens são vendidos no estado em que se encontram.As propostas deverão ser formuladas por escrito, via postal registada ao “Exmo. Sr. Administrador Judicial Dr. António Seixas Soares”, Pct. D. Nuno Álvares Pereira, 20, 1.º AF, 4450-218 Matosinhos, até ao dia 09 de Outubro de 2015 e deverão conter a identifi cação completa do proponente, acompanhadas de fotocópias do bilhete de identidade e cartão de contribuinte fi scal e/ou certidão comercial da empresa.As propostas serão abertas na semana seguinte.Nos termos do artigo 812.º do CPC, os proponentes de-vem juntar à sua proposta como caução, um cheque vi-sado à ordem da massa insolvente de Renascente - Co-mércio de Vestuário, Lda, no montante correspondente a 20% do valor de venda imediata dos bens, ou garantia bancária do mesmo valor.Contactos ou informações pelo telefone 936 260 000.
O Administrador de InsolvênciaAntónio Seixas Soares
Público, 24/09/2015
ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
Administrador de Insolvência: Dr. António Seixas SoaresProcesso n.º 3482/15.2T8SNT - Secção Comércio Sin-tra - J2Insolvente: Luís Manuel Pateiro FigueiredoNos autos acima identifi cados, nos termos do artigo 164.º do CIRE, procede-se à venda por negociação particular do imóvel apreendido no âmbito dos processos acima identifi cados e que constam da relação de bens integra-dos na massa insolvente que abaixo se descreve:• Fracção Autónoma designada pela letra “BE”, corres-pondente a habitação com arrecadação e sótão, no se-gundo andar C, do prédio urbano sito na Rua da Eirinha, n.º 25, na freguesia de Algueirão - Mem Martins e conce-lho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Pre-dial de Sintra sob o n.º 4102-BE e inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 10077 da dita freguesia.O valor mínimo de venda dos bens é de € 63.537,50.As propostas deverão ser formuladas por escrito, via postal registado ao “Exmo. Sr. Administrador Judicial Dr. António Seixas Soares”, Pct. D. Nuno Álvares Pereira, n.º 20, 1.º AF, 4450-218 Matosinhos, até ao dia 09 de Outu-bro de 2015 e deverão conter a identifi cação completa do proponente, acompanhadas de fotocópias do bilhete de identidade e cartão de contribuinte fi scal e/ou certi-dão comercial da empresa.As propostas serão abertas na semana seguinte.Nos termos do artigo 812.º do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta como caução, um cheque visado à ordem da massa insolvente de Luís Manuel Pa-teiro Figueiredo, no montante correspondente a 20% do valor de venda imediata dos bens, ou garantia bancária do mesmo valor.Contactos ou informações pelo telefone 936 260 000.
O Administrador de InsolvênciaAntónio Seixas Soares
Público, 24/09/2015
COMARCA DE LISBOA OESTEAmadora - Inst. Local
- Secção Cível - J1Processo: 1234/15.9T8AMD
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Lídia Mariete Aparício Gomes dos SantosFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Lídia Mariete Aparício Gomes dos Santos, com residência em domicílio: Complexo Social - Lar Sagrada Família, Av. da República, Buraca, 2700-000 Amadora, para efeito de ser decretada a sua interdição.
N/ Referência: 92592705
Amadora, 17-09-2015.
O Juiz de DireitoDr. Fernando Vitalino
Marques BastosO Ofi cial de Justiça
Nelson Alexandre Joaquim
Público, 24/09/2015
COMARCA DE LISBOA OESTE
Sintra - Inst. Local- Secção Cível - J1
Processo: 20422/15.1T8SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr.ª Sara Louro da Cruz, de Sintra - Inst. Local - Secção Cível - J1 - Comarca de Lisboa Oeste:Faz saber que foi distribuída, neste tribunal, a ação de Inter-dição / Inabilitação em que é requerida:Laurinda Teresa Primo Colaço Rodrigues, fi lha de Joaquim da Rosa Colaço e de Maria Teresa Primo, nascida em 10-07-1941, natural do concelho de Portel, freguesia de Vera Cruz (Portel), nacional de Portugal, domicílio: Bairro da Tabaqueira, 28, R/c Dt.º, Albarraque, 2635-088 Rio de Mouro, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.N/ Referência: 92551693Sintra, 16-09-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Sara Louro da Cruz
O Escrivão-AdjuntoNuno Sá
Público, 24/09/2015
COMARCA DE LISBOA OESTE
Mafra - Inst. Local- Secção Cível - J1
Processo: 257/15.2T8MFR
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Ernestina Carmo DiasA Juíza de Direito da Instância Local Cível de Mafra deste Tri-bunal da Comarca de Lisboa Oeste, faz saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requerida Ernestina Carmo Dias, nascida a 12.05.1928, fi lha de Manuel de Sousa Matias e de Ernesti-na Maria Alves, com residência na Rua do Moleiro 5, Longo da Vila, 2640-433 Mafra, para efei-to de ser decretada a sua inter-dição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 92558405
Mafra, 16-09-2015.
A Juíza de DireitoPaula Ferreira PintoO Ofi cial de Justiça
Alberto Ribeiro
Público, 24/09/2015
COMARCA DE LISBOA OESTE
Sintra - Inst. Local- Secção Cível - J5
Processo: 20438/15.8T8SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoO Mm.º Juiz de Direito Dr. Pedro Miguel Ferreira Lopes, do(a) Sintra - Inst. Local - Sec-ção Cível - J5 - Comarca de Lisboa Oeste:Faz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requerido António Viriato Pereira Nunes, nascido a 6 de Fevereiro de 1954, fi lho de António Viriato da Conceição Nunes e de Ma-ria Rosa Pereira, residente no Lar Origens sito na Rua do Ou-teiro, n.º 12, Almornos, Almar-gem do Bispo, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.N/ Referência: 92579055Sintra, 17-09-2015.
O Juiz de DireitoDr. Pedro MiguelFerreira Lopes
A Escrivã-AdjuntaAlina Maria Baunites Lima
Público, 24/09/2015
COMARCA DE PORTALEGREFronteira - Inst. Local- Sec. Comp. Gen. - J1
Processo: 262/15.9T8FTR
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Inês Cruz MenaFaz-se saber que foi distribuí-da neste tribunal, a ação de In-terdição / Inabilitação em que é requerida Inês Cruz Mena, com residência na Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide, Rua Infante de Sagres N.º 4B, 7460-032 Cabeço de Vide, para efeito de ser de-cretada a sua interdição por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi xa-dos.
N/ Referência: 26422110
Fronteira, 22-09-2015.
A Juíza de DireitoJoana Filipa de Sousa Gomes
O Ofi cial de JustiçaLuís Oliveira
Público, 24/09/2015
ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
Administrador de Insolvência: Dr. António Seixas SoaresProcesso n.º 5206/15.5T8CBR - Secção Comércio de Coimbra - J3Insolvente: Placoferragens - Derivados de Carpintaria e Marcenaria, LdaNos autos acima identifi cados, nos termos do artigo 164.º do CIRE, pro-pede-se à venda por negociação particular dos bens móveis apreendi-dos no âmbito do processo acima identifi cado e que consta da relação de bens integrados na massa insolvente que abaixo se descreve:• Lote constituído por portas de armário, em mogno, faia, carvalho, e pinho, apoios de prateleiras em várias cores, com o valor mínimo de venda de €105,00;• Lote constituído por folhinha de várias medidas e espessuras, em mogno, castanho, carvalho, wengué, tola, cerejeira, mutene, mukali, e diversos PVCs, com o valor mínimo de venda de €350,00;• Lote constituído por chapas laminadas de várias espessuras e cores, MDF, folhas cor preta, com o valor mínimo de venda de € 245,00;• Lote constituído por contraplacado folheado de várias espessuras, decoratex, lamelados, com o valor mínimo de venda de €280,00;• Lote constituído por laterais de gavetas, com o valor mínimo de venda de €70,00;• Lote constituído por guarnições, e cimalha, com o valor mínimo de venda de €175,00;• Lote constituído por tampos de cozinha revestidos em imitações, ma-deira de rodapé em Sapel, com o valor mínimo de venda de €126,00;• Lote constituído por calhas em plástico de diversos tipos, pelucias, restos de fl utuante e balaustres, com o valor mínimo de venda de €210,00;• Lote constituído por soalho em pinho e castanho, forro, pçs. em MDF, com o valor mínimo de venda de €350,00;• Lote constituído por: aglomerados e laminados de várias medidas, contraplacado, platex cor cinza, frentes de porta de armário, com o va-lor mínimo de venda de €210,00;• Lote constituído por pernas de aros em mogno, contraplacado de carvalho c/ guarnição, cimalhas e forro em pinho natural, calhas de rou-peiro em ferro anodizado, dobradiças de armário, com o valor mínimo de venda de €700,00;• Lote constituído por portas de vários estilos e medidas, lisas, em mog-no, carvalho, faia, tola, pinho, perfi s de transição de fl utuante, com o valor mínimo de venda de €700,00;• Lote constituído por: cavilhas em madeira, rodas, calhas, agrafos, betume de cera, puxadores diversos modelos em madeira, balaustres, dobradiças, perfi s, suportes de roupeiro, esquadros, lixas, baldes do lixo, rodas de cadeira, batentes, tapa-parafusos, máquina de abrir ras-gos para as dobradiças, máscaras, buchas e parafusos de vários tipos e medidas, com o valor mínimo de venda de €175,00;• Lote constituído por vigas em casquinha, cambala escura, branca, lameladas, cerejeira, faia, com o valor mínimo de venda de €700,00.Os bens são vendidos no estado em que se encontram.As propostas deverão ser formuladas por escrito, via postal, registada, ao “Exmo. Sr. Administrador Judicial Dr. António Seixas Soares”, Pct. D. Nuno Álvares Pereira, 20, 1.º AF, 4450-218 Matosinhos, até ao dia 09 de Outubro de 2015 e deverão conter a identifi cação completa do propo-nente, acompanhadas de fotocópias do bilhete de identidade e cartão de contribuinte fi scal e/ou certidão comercial da empresa.As propostas serão abertas na semana seguinte.Nos termos do artigo 812.º do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta como caução, um cheque visado à ordem da massa insolven-te de Placoferragens - Derivados de Carpintaria e Mercenaria, Lda, no montante correspondente a 20% do valor de venda imediata dos bens, ou garantia bancária do mesmo valor.Contactos ou informações pelo telefone 936 260 000.
O Administrador de InsolvênciaAntónio Seixas Soares
Público, 24/09/2015
ANA MASSAGISTADIPLOM. - Massag. relax , body,tantra, lingam. C/muita sensualidadeTelm.: 926 798 759
MASSAGEM RELAXTântra, prost., lingam,sensuais e eróticasVenha disfrutar .Telm.: 965 297 341
MARIA PAULA FIGUEIRA DIAS DA SILVA CALISTO
FALECEU
Sua Família participa o seu falecimento e que será
celebrada Missa de Corpo Presente hoje, dia 24,
às 14.30 horas, nas Capelas Exequiais São João
de Deus.
Agência Funerária Magno - AlvaladeServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 HorasMAIS INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010
EDIFÍCIO DIOGO CÃODOCA DE ALCÂNTARA NORTE, LISBOA(JUNTO AO MUSEU DO ORIENTE)HORÁRIO: 2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H SÁBADO: 11H – 17H
35PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 CLASSIFICADOS
JÓIASOURO
PRATASANTIGAS E MODERNASMOEDAS•NOTAS•RELÓGIOS DE BOLSO
Relógios de pulso antigosRelógios de pulso antigosou modernos de boas marcasou modernos de boas marcas
COMPRAMOS/VENDEMOSCOMPRAMOS/VENDEMOS
Rua de S. Nicolau, 113 loja - 1100-548 LisboaTel. 21 346 99 50 - Fax 21 343 00 65 - Tm: 925 005 709
Email: [email protected] Baixa Chiado. Saída pela Rua do Crucifi xo.
www.dobrao.pt
✧✧ANTIGUIDADESANTIGUIDADES✧✧
www dobrao pt
AVALIADOR OFICIAL CREDENCIADOAVALIADOR OFICIAL CREDENCIADOPELA CASA DA MOEDA (INCM)PELA CASA DA MOEDA (INCM)
LISBOA 10 E 11 OUTUBRO 2015 - 15 HSALÃO IMOBILIÁRIO DE PORTUGAL FIL - PARQUE DAS NAÇÕES - LISBOA
PORTO 10 DE OUTUBRO 2015 - 15 HHOTEL IPANEMA PARKRUA DE SERRALVES, 124 - PORTO
VALOR DO SINAL do contrato de promessa a partir de 2.000 €
AMI : 1827CONTACTOS WEB
LISBOA 21 382 84 60
PORTO 22 608 18 24
ALGARVE 289 54 21 67
www.euroestates.pt
www.facebook.com/EuroEstates
193 IMÓVEIS DE NORTE A SUL DO PAÍS
O P O RT U N I D A D E S Ú N I C A SE M E X C L U S I V I D A D E
L E I L Ã OIMOBILIÁRIO
IMÓVEIS A PARTIR DE 14.000€*
* ESTE VALOR REFERE-SE AO LEILÃO DE LISBOA
INCLUI IMÓVEIS NO ALGARVE
OA
H
AMI : 1827
VE
SOLUÇÕES DEFINANCIAMENTO CGD(Disponibilidade sujeita
à decisão de Crédito)
Pelo Edital n.º 856/2015, publicado no Diário da República n.º 184, II Série, de 21.09.2015, encontra-se aberto pelo prazo de 10 (dez) dias úteis, concurso para um lugar de Técnico Superior, na área de Serviços Académicos, para o Instituto Politécnico de Portalegre.
22.09.2015
O AdministradorJosé Manuel Gomes
INSTITUTO
POLITÉCNICO
DE PORTALEGRE
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOE CIÊNCIA
DIREÇÃO DE SERVIÇOS DA REGIÃO NORTEAGRUPAMENTO DE ESCOLAS EMÍDIO GARCIA
CÓDIGO 151816Publicitação de Oferta de Trabalho
Tipo de oferta 9 (nove) contratos de trabalho a termo resolutivo certo a tempo parcial - 6 contratos de 3/h dia; 3 contratos 2/h dia (m/f)
Nível orgânico Direção de Serviços da Região Norte
Serviço Escolas e Jardins de Infância que integram o Agrupamento de Escolas Emídio Garcia
Função Assistente Operacional - funções de serviço de limpeza e apoio geral correspondentes à cate-goria de assistente operacional
Requisitos habilitacionais Os defi nidos no aviso n.º 10801/2015, publicado no Diário da República, 2.ª Série, de 23 de setembro de 2015.
Método de seleção Os defi nidos no aviso n.º 10801/2015, publicado no Diário da República, 2.ª Série, de 23 de setembro de 2015.
Remuneração ilíquida/hora Correspondente ao valor proporcional da hora, referente à 1.ª posição remuneratória, 1.º nível remuneratório, de acordo com a tabela única remuneratória.
Duração do contrato Até ao fi nal do ano escolar
Enquadramento legal Lei n.º 35/2014, de 20 de junho e Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril
Apresentação e formaliza-ção da candidatura
Mediante impresso próprio que será fornecido aos candidatos nos Serviços de Administração Escolar do estabelecimento de ensino acima identifi cado durante o período de atendimento ao público. Pode também ser descarregado da página internet do Agrupamento de Escolas Emídio Garcia
Documentos a apresentar com a candidatura
Os defi nidos no aviso n.º 10801/2015, publicado no Diário da República, 2.ª Série, de 23 de setembro de 2015.
Prazo de candidatura Dez dias úteis a contar da data da publicação do Aviso do Diário da República (diário de 23/9/2015).
Bragança, 23 de setembro de 2015
O Diretor, Eduardo Manuel dos Santos
MUNICÍPIO DE ALMADACâmara Municipal
AVISOLicenciamento da alteração de uso do Lote 22 D de habitação para serviços, proprie-dade sita na Av. Afonso Henriques na Aroeira, na União das Freguesias da Charneca de Caparica e Sobreda.Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, na redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 136/2014 de 09 setembro e do artigo 6.º do Regulamento Urbanístico do Município de Almada- RUMA, publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 93 de 14 de maio de 2008, AVISA-SE E TORNA-SE PÚBLICO, que através do Edital n.º 32/15 afi xado em 2015/09/11, foi aberto o período de discussão pública, pelo prazo de 10 (dez) dias úteis, a contar decorridos que sejam 8 (oito) dias sobre a data da afi xação do Edital mencionado, relativa ao pedido de alteração à licença de loteamento n.º 397/85, do lote 22 D que tem por objeto a alteração de uso de habitação para serviços, possuindo o propósito de instalação de espaço complementar ao ensino, não existindo alteração aos restantes parâmetros urbanísticos. Deverá contu-do, ser garantido no interior do lote a dotação de estacionamento prevista no art.º 129.º do Regulamento do Plano Diretor Municipal de Almada (2L/100 m2 ou fração), verifi cado aquando da entrega do pedido de comunicação prévia.Todos os interessados poder-se-ão pronunciar, por escrito, no prazo supra identifi cado, mediante requerimento dirigido ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Almada, e a remeter ou entregar no Departamento de Administração Urbanística, sito na Av.ª D. Nuno Álvares Pereira n.º 67, 2800-181 Almada.Não há inconvenientes na pretensão apresentada, considerando-se enquadrada no dis-posto nos n.ºs 1 e 2 do Art.º 27 do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua atual redação.Informa-se, por último, que o processo administrativo poderá ser objeto de consulta, no Departamento de Administração Urbanística, na morada supra, no seguinte horário, das 8.30 h às 15.00 h.Por delegação de competência ao abrigo do n.º 2 do art.º 36 da Lei n.º 75/13 de 12 de setembro e despacho do Sr. Presidente n.º 27/2013-217 de 19 de outubro de 2013.Almada, 16 de setembro de 2015.
A Vereadora das Obras, Planeamento, Administração do Território,Desenvolvimento Económico e Arte Contemporânea
Maria Amélia de Jesus Pardal
COMARCA DE LISBOA OESTE
Sintra - Inst. Local- Secção Cível - J5
Processo: 20336/15.5T8SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoO Mm.º Juiz de Direito Dr. Pedro Miguel Ferreira Lopes, do(a) Sintra - Inst. Local - Sec-ção Cível - J5 - Comarca de Lisboa Oeste:- Faz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requerida Maria Adelaide Carvalho Fer-reira Joaquim, BI n.º 1734814, NIF 161165702, nascida a 24 de Março de 1942, na freguesia de Cabril, fi lha de Francisco Fer-reira da Calçada e de Antónia Luísa Alves, com residência em Rua da Ilha de Taipa, N.º 6, R/c Dt.º, Mem Martins, 2725-330 Mem Martins, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.N/ Referência: 92578520Sintra, 17-09-2015.
O Juiz de DireitoDr. Pedro MiguelFerreira Lopes
A Escrivã-AdjuntaAlina Maria Baunites Lima
Público, 24/09/2015
INSOLVÊNCIA DE“FERNANDO RAMOS SANTOS”
Comarca de Lisboa Oeste SintraInstância Central - Secção do Comércio - J3
Processo sob o n.º 3934/14.1T8SNTConforme deliberado pela Assembleia de Credores, vai a Exma. Sra. Administradora da Insolvência, no supra-identifi -cado processo de insolvência, proceder à venda nos termos abaixo indicados, do seguinte imóvel no estado físico e jurí-dico em que se encontra:- Metade indivisa da fracção autónoma designada pela letra “Z”, correspondente ao décimo andar esquerdo, destinada a habitação do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Praceta das Comunidades Lusíadas, n.º 10, Praceta Armada das Índias, n.º 4 e 4-A, Av. dos Bons Amigos, n.º 28, freguesia de Agualva, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Predial de Agualva-Cacém sob o n.º 660 da dita freguesia e inscrito na matriz da União das freguesias de Agualva e Mira-Sintra sob o art.º 2057.º;Valor mínimo: €18.500,00Qualquer interessado que pretenda visitar o identifi cado imóvel poderá contactar, para o efeito, a Sra. Administrado-ra da Insolvência, telf. 21 446 70 77/8. As propostas deve-rão ser formuladas por escrito, em carta registada dirigida a “Fernando Ramos Santos”, Rua Quinta das Palmeiras, n.º 28, 2780-145 Oeiras, até ao dia 5 de Outubro 2015 e deve-rão conter a identifi cação completa do proponente, acom-panhadas de fotocópias do bilhete de identidade, cartão de contribuinte fi scal e/ou certidão comercial da empresa, bem como cheque caução no valor de 10% da proposta efectuada.A Exma. Sra. Administradora da Insolvência e o credor hi-potecário, no dia 6 de Outubro de 2015, pelas 15 horas e na indicada morada, apreciarão as ofertas apresentadas, reservando-se o direito de não aceitar as propostas recebi-das que não atinjam o indicado valor mínimo. Caso existam propostas de igual valor será aberta licitação entre os pro-ponentes.Público, 24/09/2015
INFO: 210 111 010
CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H
COMARCA DE LISBOA OESTE
Cascais - Inst. Local- Secção Cível - J2
Processo: 2806/15.7T8CSC
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerido: Rafael de Moura ArnaudFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Rafael de Moura Arnaud, fi lho de Jean Phillipe Arnaud e de Maria Luísa Costa Moura, nascido em 08-02-1989, concelho de Lisboa, freguesia de São Francisco Xavier (Lis-boa), domicílio: Rua Cidade de Santarém, n.º 48 - 3.º F, Zam-bujal, 2785-690 São Domingos de Rana, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 92759674
Cascais, 23-09-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Maria Guerreiro Afonso
O Ofi cial de JustiçaJorge Manuel Salvador Santos
Público, 24/09/2015
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE NISA
AVISO DE ABERTURA DE PROCEDIMENTOCONCURSAL PARA DIRETOR
1 - Nos termos do disposto no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 137/2012, de 02 de julho, torna-se público que, de dia vinte e três de setembro até ao dia seis de outubro de 2015, se encontra aberto o procedimento concursal prévio de recrutamento para o lugar de Diretor do Agrupamento de Escolas de Nisa, pelo prazo de 10 dias úteis, a contar do dia seguinte ao da publica-ção do Aviso n.º 10737/2015, publicado no Diário da Repúbli-ca, 2.ª Série, n.º 185 de 22 de setembro 2015.
2 - O Regulamento do Procedimento Concursal e o Requeri-mento/Formulário de Candidatura são disponibilizados na pá-gina eletrónica do Agrupamento (www.escolasdenisa.org.pt) e nos serviços administrativos da escola sede do Agrupamen-to de Escolas de Nisa (Rua Prof. João Porto, 6050-344 Nisa).
Nisa, 22 de setembro de 2015
A Presidente do Conselho Geral Maria de Lurdes dos Reis Duarte Bento
36 | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
SAIR
CINEMALisboa @CinemaAv. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752Evereste M12. 15h30, 18h20, 21h30 Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040O Pátio das Cantigas M12. 15h30, 17h40; Dior e Eu M12. 13h40; Homem Irracional M12. 13h30, 15h25, 17h30, 19h40, 21h35; Alda e Maria, Por Aqui Tudo Bem 19h50; Missão Impossível: Nação Secreta M12. 21h40; As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 21h50; Ricki e os Flash M12. 13h20, 15h20, 17h20; O Presidente 19h20; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 13h25, 16h, 18h30, 21h30 Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 13h30; Homem Irracional M12. 18h05; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 15h45, 19h45, 22h CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Hitman: Agente 47 13h35, 00h30; Evereste M12. 15h35, 18h35, 21h35, 00h05 (2D), 13h30, 16h, 19h30, 22h, 00h30 (3D); A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h35, 15h30, 17h30, 19h35 (V.P.); Homem Irracional M12. 13h40, 15h45, 17h40, 19h40, 21h40, 23h45, ; A Família Bélier M12. 15h40, 17h45; Ricki e os Flash M12. 13h40, 19h50; Maze Runner: Provas de Fogo 13h25, 16h10, 17h20, 18h50, 21h30, 21h50, 00h10 ; O Pátio das Cantigas M12. 15h10; O Agente da U.N.C.L.E. M12. 21h45, 00h15; American Ultra - Agentes Improváveis M12. 20h; A Visita M16. 13h15, 21h55, 24h; O Nosso Último Verão na Escócia M12. 13h55, 15h50, 17h50, 19h45, 21h50, 23h55Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Missão Impossível: Nação Secreta M12. 17h, 21h10; Sem Saída 16h, 18h30, 21h20; Maze Runner: Provas de Fogo 15h50, 18h40, 21h30; Evereste M12. 16h10, 21h40 (2D); A Família Bélier M12. 16h35, 19h, 21h55; Evereste M12. 18h50 (3D); A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h30, 17h40 (V.P.); Transporter: Potência Máxima M12. 20h45; Homem Irracional M12. 16h20, 18h35, 21h40; Sininho e a Lenda do Monstro da Terra do Nunca M6. 15h20 (V.P.); O Agente da U.N.C.L.E. M12. 17h20, 21h35; A Visita M16. 16h50, 19h10, 21h25; Uma Noite Fora do Palácio M12. 16h30, 19h20, 21h50; Mínimos M6. 15h40 (V.P.); O Pátio das Cantigas M12. 16h15, 21h; Férias M12. 18h45; Hitman: Agente 47 17h50, 21h45 Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Ricki e os Flash M12. 13h20, 16h, 21h40, 00h10; Homem Irracional M12. 12h50, 15h20, 18h, 21h20, 23h50; Life M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h, 23h40; Masaan M12. 14h10, 17h; O Rosto da Inocência M16. 20h50, 23h30; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h50, 16h30 (V.P.); A Visita M16. 18h50, 21h50, 00h15; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 13h10, 16h10, 21h10, 24h; O Nosso Último Verão na Escócia M12. 13h30, 15h50, 18h30, 21h30, 23h55 Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h10, 15h20, 17h25, 19h40 (V.P.); Homem Irracional M12. 21h50, 00h15; A Visita M16. 13h20, 15h45, 21h, 23h45 ; Uma Noite Fora do Palácio M12. 13h30, 15h50, 18h15, 21h45, 00h10 ; O Outro
Lado do Sexo 18h10; Evereste M12. 12h45, 15h30, 18h20, 21h10, 24h (2D); Evereste M12. Sala IMAX ? 13h15, 16h, 18h50, 21h40, 00h35; O Agente da U.N.C.L.E. M12. 18h40, 00h05; Maze Runner: Provas de Fogo 12h50, 15h40, 18h35, 21h30, 00h30 ; Sem Saída 12h55, 16h10, 21h25; Transporter: Potência Máxima M12. 13h, 15h35, 18h, 21h05, 23h50 Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h20, 15h30 (V.Port.); A Visita M16. 13h40, 15h50, 21h40, 23h50; Transporter: Potência Máxima M12. 12h50, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h20; Homem Irracional M12. 18h20; Sem Saída 18h10, 21h10, 23h40; Maze Runner: Provas de Fogo 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 00h30; Evereste M12. 13h, 15h40, 18h30 (2D), 21h20, 00h10 (3D); Life M12. 13h30, 16h10, 18h40, 21h30, 24h Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Zero em Comportamento + Les Mistons 19h; Le Sang d’ un Poète M12. 15h30; 1974, une Partie de Campagne + Jules 21h30; O Homem de Akutte 18h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 21h30; O Gosto do Saké M12. 13h; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 15h, 17h25, 19h50, 21h30; As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 17h, 19h30, 22h; A Visita M16. 15h; O Rosto da Inocência M16. 13h; Homem Irracional M12. 11h30, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 22h15 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Playtime - Vida Moderna M12. 14h, 16h30, 19h, 21h30; São JorgeAv. da Liberdade, 175. T. 213103402Queer Lisboa - Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Arcade Fire - The Reflektor Tapes 21h30; O Pátio das Cantigas M12. 14h15, 16h40, 21h55; O Agente da U.N.C.L.E. M12. 19h20, 00h20; Missão Impossível: Nação Secreta M12. 13h50, 16h35, 21h45, 00h30; Sexo, Amor e Terapia M12. 19h25; As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 18h55; Ricki e os Flash M12. 14h10, 16h35, 21h30, 23h55; Sem Saída 13h50, 16h10, 18h45, 21h25, 23h50; A Família Bélier M12. 13h55, 21h40, 00h10; Maze Runner: Provas de Fogo 14h30, 18h, 21h30, 00h20; Perdido em Marte 17h45; Rio Perdido M12. 14h, 16h15, 19h20, 22h, 00h05; A Visita M16. 16h25; O Rosto da Inocência M16. 14h05, 18h50, 00h20; Evereste M12. 13h45, 16h30, 21h45 (2D), 19h10, 00h30 (3D); O Nosso Último Verão na Escócia M12. 14h20, 16h50, 19h, 21h40,23h45; Life M12. 14h10, 16h40, 19h05, 21h30, 00h10; Homem Irracional M12. 14h, 16h30, 19h, 21h35, 24h; Uma Noite Fora do Palácio M12. 13h55, 16h50, 19h15, 21h35, 00h10; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 13h40, 16h25, 19h10, 21h50, 00h30
Almada Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 16996Maze Runner: Provas de Fogo 12h30, 15h25, 18h25, 21h25, 00h25; Evereste M12. 12h40, 15h30, 18h15, 21h05, 23h55 (2D), 13h, 15h55, 18h45, 21h35, 00h20 (3D); A Visita M16. 13h30, 16h10, 18h55, 21h45, 00h05; Sem Saída 13h10, 15h45, 18h35, 21h15, 23h45; Missão Impossível: Nação Secreta M12. 21h20, 00h15; Mínimos M6. 13h20, 15h40,
LifeDe Anton Corbijn. Com Robert Pattinson, Peter Lucas, Lauren Gallagher, Dane DeHaan. Austrália/CAN/ALE. 2015. 111m. Drama. M12. Considerado um dos mais
importantes fotógrafos da
segunda metade do século XX,
Dennis Stock fez quase toda a
sua carreira na agência Magnum,
captando algumas das mais
emblemáticas fi guras norte-
americanas da época. No coração
de todo o seu trabalho haveriam
de fi car os célebres retratos feitos
com James Dean, meses antes
da morte deste. Em 1955, Stock
acompanhou o então pouco
conhecido actor numa viagem de
Los Angeles a Nova Iorque. É esta
viagem, e a amizade que nasceu
entre eles, que está no centro do
fi lme de Corbijn.
Alda e Maria, Por Aqui Tudo BemDe Maria Esperança Pascoal. Com Cheila Lima, Ciomara Morais. POR. 2011. 94m. Drama. Verão de 1980. Alda e Maria - de
16 e 17 anos, respectivamente
- chegam a Lisboa fugidas da
Guerra Civil de Angola. Cheias de
esperança no futuro, instalam-
se numa velha pensão, onde
esperam pela mãe. Porém, o
tempo vai passando sem que ela
dê notícias... Com o dinheiro
e o alento a esgotar-se a cada
dia, as duas adolescentes têm
de encontrar um modo de
sobreviver numa cidade onde
tudo lhes parece aterrador.
As Mil e Uma Noites: Volume 2, O DesoladoDe Miguel Gomes. Com Crista Alfaiate, João Pedro Bénard, Isabel Muñoz Cardoso. POR. 2015. 131m. Drama. M12. Encadeando histórias que vão
das manifestações de rua ao
silêncio dos estaleiros de Viana
do Castelo, passando pelo
desespero de um desempregado,
pelas manobras do político
euro(s)centrado, pelos incêndios
de Verão ou mesmo pelo
tradicional banho de Ano Novo,
o realizador Miguel Gomes traça
um retrato do Portugal real que
pulsa sob o jugo da austeridade.
“O Desolado“ é o segundo tomo
de uma trilogia que começou
com o “O Inquieto“ e termina
com “O Encantado“.
EveresteDe Baltasar Kormakur. Com Elizabeth Debicki, Jake Gyllenhaal, Keira Knightley. EUA/Islândia/GB. 2015. 121m. Drama. M12. O alpinista Rob Hall prepara-
se para subir mais uma vez ao
Monte Evereste. Apesar dos
riscos e obstáculos, ele e o
seu grupo chegam ao cume,
em triunfo. Mas, quando
uma tempestade de enormes
dimensões ameaça atingi-
los, percebem que lhes resta
pouco tempo para a descida
e dão início a uma tentativa
desesperada de regresso à base.
Combatendo os elementos e
sem oxigénio de reserva, Rob
e a sua equipa são levados ao
extremo das suas forças...
O Nosso Último Verão na EscóciaDe Andy Hamilton, Guy Jenkin. Com Rosamund Pike, David Tennant, Billy Connolly. GB. 2014. 95m. Comédia Dramática. M12. Doug e Abi decidem viajar até
às planícies da Escócia com
os três fi lhos pequenos, para
comemorar o 75.º aniversário
de Gordie, o pai de Doug,
que se encontra doente. Mas
há um porém: eles estão
a braços com um divórcio
litigioso. A ideia inicial seria
não sobrecarregar Gordie com
preocupações e manter as
aparências durante a estadia.
Mas guardar segredos desta
importância com três crianças
por perto não se vai revelar
tarefa fácil...
Uma Noite Fora do PalácioDe Julian Jarrold. Com Emily Watson, Bel Powley, Sarah Gadon. GB. 2015. 97m. Drama, Thriller. M12. Data formal da derrota
da Alemanha nazi pelos
Aliados, o dia 8 de Maio de
1945 é marcado por grandes
celebrações. A princesa Isabel
(futura rainha Isabel II) e a
princesa Margarida, a irmã
mais nova, são autorizadas
a juntar-se aos festejos, sob
anonimato. Com pouca
experiência, as raparigas
misturam-se com a multidão
em euforia, numa experiência
que as vai marcar para o resto
das suas vidas...
Em [email protected]@publico.pt
18h20 (V.P.); Life M12. 12h40, 15h15, 17h50, 20h50, 23h35; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h25, 00h25; Hitman: Agente 47 21h10, 24h; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h30, 16h, 18h40 (V.P.); O Agente da U.N.C.L.E. M12. 18h55; Transporter: Potência Máxima M12. 13h20, 15h45, 21h40, 00h10; Férias M12. 18h45; Homem Irracional M12. 13h05, 16h20, 21h40, 00h05; Uma Noite Fora do Palácio M12. 13h, 15h25, 17h55, 21h20, 23h55; O Pátio das Cantigas M12. 13h15, 15h50, 21h25, 00h05; O Outro Lado do Sexo 19h; O Nosso Último Verão na Escócia M12. 13h15, 15h40, 18h05, 21h10, 23h40
Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996O Agente da U.N.C.L.E. M12. 18h30; A Visita M16. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20;Transporter: Potência Máxima M12. 13h10, 15h40, 21h05, 23h30; Sem Saída 12h40, 15h10, 18h, 21h40, 00h10; Maze Runner: Provas de Fogo 12h50, 15h30, 18h20, 21h10, 24h; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h20, 15h45 (V.P.); Homem Irracional M12. 17h50, 20h50, 23h20; Uma Noite Fora do Palácio M12. 12h45, 15h, 18h50, 21h20, 23h40; Evereste M12. 12h30, 15h20, 18h10 (2D), 21h, 23h50 (3D)
Sintra Cinema City BelouraBeloura Shopping, R. Matos Cruzadas, EN 9, Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643Homem Irracional M12. 15h40, 17h45, 19h40, 21h45; Evereste M12. 15h35, 18h35, 21h35 (2D); Evereste M12. 16h, 19h30, 22h (3D); Maze Runner: Provas de Fogo 16h10, 18h50, 21h30; O Nosso Último Verão na Escócia M12. 15h45, 17h50, 21h40; Missão Impossível: Nação Secreta M12. 19h10, 21h50; Absolutely Anything - Uma Comédia Intergaláctica M12. 19h45; A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h20, 17h15 (V.P.); A Família Bélier M12. 17h40, 21h55; Upsss! Lá Se Foi a Arca... M6. 15h45 (V.P.); O Agente da U.N.C.L.E. M12. 21h35; Ricki e os Flash M12. 15h30, 17h30, 19h50; Transporter: Potência Máxima M12. 19h50Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789O Nosso Último Verão na Escócia M12. 15h15, 17h15, 19h15, 21h40; Maze Runner: Provas de Fogo 15h40, 18h30, 21h20; Transporter: Potência Máxima M12. 15h30, 17h30, 19h30, 21h50; Evereste M12. 15h50, 21h30 (2D), 18h40 (3D); Hitman: Agente 47 19h; A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h, 17h (V.P.); O Outro Lado do Sexo 21h10; O Agente da U.N.C.L.E. M12. 17h05; Vontade de Vencer M12. 19h25; Homem Irracional M12. 15h20, 21h45; O Pátio das Cantigas M12. 15h35, 18h50, 21h15
Montijo Cinemas Nos Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Maze Runner: Provas de Fogo 13h, 15h50, 18h40, 21h30; Sem Saída 13h40, 16h10, 18h50, 21h40; Evereste M12. 12h50, 15h30, 18h20 (2D), 21h10 (3D); A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h15, 15h20, 17h30, 19h40 (V.P.); Transporter: Potência Máxima M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h20; O Pátio das Cantigas M12. 13h10, 15h40, 18h10, 21h; A Visita M16. 21h45
Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996A Visita M16. 00h30; Maze Runner: Provas
Life
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | 37
A s AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Bando de Raparigas mmmmm mmmmm mmmmm
Evereste mmmmm – mmmmm
Homem Irracional mmmmm mmmmm –Life mmmmm – –Jackie & Ryan – mmmmm –As Mil e uma Noites: O Desolado mmmmm mmmmm mmmmm
O Presidente mmmmm mmmmm mmmmm
Por Aqui Tudo Bem mmmmm mmmmm mmmmm
O Rosto da Inocência – mmmmm –A Visita mmmmm mmmmm –
de Fogo 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 12h40, 15h35, 18h35, 21h35; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h05, 15h20 (V.P.); Life M12. 13h, 15h40, 18h25, 21h20, 24h; Evereste M12. 12h35, 15h25, 18h15 (2D), 21h15, 00h15 (3D); Homem Irracional M12. 13h20, 15h45, 18h10, 21h35, 00h05; Sem Saída 18h05, 21h10, 23h50; O Nosso Último Verão na Escócia M12. 13h30, 15h55, 18h20, 21h40, 00h10
Torres Vedras Cinemas Nos Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996O Pátio das Cantigas M12. 16h15, 18h50, 21h40; Maze Runner: Provas de Fogo 15h40, 18h40, 21h30; Sem Saída 16h, 18h30, 21h; A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h10, 17h20, 19h30 (V.P.); Transporter: Potência Máxima M12. 21h50; Evereste M12. 15h30, 18h20, 21h15
Setúbal Cinema City Alegro SetúbalC. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853Transporter: Potência Máxima M12. 17h30, 22h05, 24h; Maze Runner: Provas de Fogo 13h25, 16h10, 17h35, 18h50, 19h25, 21h30, 00h10; Mínimos M6. 13h35, 17h40 (V.P.); Missão Impossível: Nação Secreta M12. 21h45; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h45, 15h45, 17h45, 19h45 (V.P.); Insidious: Capítulo 3 M16. 23h50; O Pátio das Cantigas M12. 17h30, 19h40; Upsss! Lá Se Foi a Arca... M6. 13h25, 15h25 (V.P.); O Agente da U.N.C.L.E. M12. 23h45; Ricki e os Flash M12. 21h50; A Visita M16. 15h40, 20h15, 22h10, 00h15; Homem Irracional M12. 15h35, 19h45, 21h40; Hitman: Agente 47 13h45, 15h30; Vontade de Vencer M12. 13h20, 00h25; Evereste M12. 13h30, 16h, 17h20, 19h30, 22h, 00h30 (2D), 15h35, 18h35, 21h35, 00h05 (3D)
Faro Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h, 15h10, 17h15, 19h20 (V.P.); Transporter: Potência Máxima M12. 13h10, 15h45, 18h05, 21h, 23h35; Life M12. 13h20, 15h55, 18h35, 21h40, 23h55 ; Homem Irracional M12. 21h30, 23h45; Maze Runner: Provas de Fogo 12h35, 15h25, 18h15, 21h10, 24h; Evereste M12. 12h50, 15h35, 18h25 (2D), 21h20, 00h05 (3D);
TEATROLisboa@ RibeiraR. Ribeira Nova, 44 - Cais Sodré. T. 915341974 Ró-Ró, Passadas, Eu Não De Samuel Beckett. Grupo: Teatro Língua. Enc. Miguel Sopas. De 16/9 a 27/9. 4ª a Dom às 22h. M/12. Duração: 60m. Casino LisboaAlameda dos Oceanos Lote 1.03.01 - Parque das Nações. T. 218929000 Nome Próprio Enc. Fernando Gomes. De 9/9 a 11/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h (no Auditório dos Oceanos). M/12. Espaço KarnartAvenida da Índia, 168 (Belém). T. 213466411 Hermaphrodita De Eugénio de Castro (a partir). Comp.: Karnat. De 7/9 a 30/9. 2ª a 6ª às 16h. Sáb e Dom às 16h e 19h. Hospital Júlio de MatosAv. Brasil, 53. T. 217917000 E Morreram Felizes para Sempre De Nuno Moreira. Enc. Ana Padrão. De 11/9 a 17/10. 4ª,
5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 22h. M/18. Duração: 90m. Ler Devagar (LX Factory)Rua Rodrigues Faria, 103 - LX Factory. T. 213259992 Brigadas Revolucionárias (1968-1974) Grupo: Fatias de Cá. Enc. Carlos Antunes, Carlos Carvalheiro. Dia 24/9 às 20h20. Duração: 142m. Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 As Raposas De Lillian Hellman. Enc. João Lourenço. A partir de 11/9. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Sala Azul). M/12. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Jogadores De Pau Miró. Comp.: Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 23/9 a 24/10. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/12. Teatro da TrindadeLargo da Trindade, 7A. T. 213420000 Édipo Comp.: Companhia do Chapitô. Enc. Criação colectiva. Dia 24/9 às 21h30. M/12. Duração: 50m. Sete Pecados Mortais ou As Técnicas de Legítima Defesa - bloqueios, retenções e alavancas De Miguel Castro Caldas. Comp.: Gato que Ladra. Enc. Rute Rocha. De 10/9 a 4/10. 4ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h (na Sala Estúdio). M/12. Duração: 60m. Teatro do BairroR. Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Se Eu não Fechar os Olhos Enc. Miguel Graça. De 23/9 a 27/9. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 19h. M/16. Teatro MeridionalR. Açúcar, 64 (Poço do Bispo). T. 218689245 António e Maria De António Lobo Antunes. Comp.: Teatro Meridional. Enc. Miguel Seabra. De 9/9 a 27/9. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Duração: 75m. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Agamémnon Enc. Tiago Rodrigues. De 23/9 a 27/9. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h (na Sala Garret). Teatro PoliteamaR. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 A República das Bananas De Filipe La Féria. Maestro Mário Rui, Telmo Lopes. Enc. Filipe La Féria. A partir de 23/9. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Plaza Suite Enc. Adriano Luz. De 24/9 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Duração: 100m.
Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Commedia à la Carte De Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. De 10/9 a 29/11. 5ª a Dom às 21h30. M/16. Duração: 90m. Teatro-Estúdio Mário ViegasLargo do Picadeiro. T. 213257650 O Contrabaixo De Patrick Süskind. Grupo: O Teatro/Conservatório de Música de Coimbra. Enc. António Mercado. De 17/9 a 27/9. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30. M/12. Duração: 60m.
AmadoraCineteatro D. João VLargo da Igreja. T. 0 As Noivas de Travolta De Andrea Tulipano. Comp.: Dramax - Centro de Artes Dramáticas de Oeiras. Enc. Celso Cleto. De 24/9 a 27/9. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. De 2/10 a 3/10. 6ª e Sáb às 21h30. De 10/10 a 18/10. Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16. Informações e reservas: 937081517 ou [email protected].
CacémAuditório Municipal António SilvaRua Coração de Maria, 1 - Shopping do Cacém. T. 219145446 Carne Viva Comp.: Teatro Estúdio Fontenova. Enc. Lucianno Maza. Dia 24/9 às 21h (Muscarium #1 - Festival de Artes Performativas). M/16. Duração: 60m.
EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 A Noite das Mil Estrelas De Filipe La Féria. Maestro Telmo Lopes. Enc. Filipe La Féria. Coreog. Marco Mercier. De 9/4 a 31/10. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h (no Salão Preto e Prata). M/12. Broadway Baby - A História do Musical Americano De Henrique Feist. Com Nuno Feist (piano). Enc. Henrique Feist. Com Henrique Feist. De 24/9 a 27/9. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). Musical. M/12. Duração: 90m.
Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Cabaret Lola Comp.: Internacional de Teatro de Repertório Arte Livre. De 10/9 a 27/9. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/16. Duração: 80m.
Santarém
Teatro Municipal Sá da BandeiraRua João Afonso, 7. T. 243309460 O Reflexo no Espelho Comp.: Arawake Theatre. Dia 24/9 às 10h30 e 14h10 (FITIJ - Festival Internacional de Teatro para a Infância e Juventude). M/6. Duração: 55m.
SilvesTeatro Mascarenhas GregórioRua Cândido dos Reis. T. 282440800 Sabina Grupo: Al Teatro. Enc. Pedro Ramos. De 24/9 a 4/10. 5ª a Dom às 22h. M/12. Duração: 80m.
SintraQuinta da RegaleiraRua Barbosa du Bocage. T. 219106650 Vampíria Comp.: bYfurcação. Enc. Paulo Cintrão. De 4/6 a 25/9. 5ª e 6ª às 21h30 (nos Jardins, excepto dias 11/12 de Junho e 3 de Julho). M/12. Reservas: 938109644 ou [email protected].
EXPOSIÇÕESLisboaA MontraCalçada da Estrela, 132. T. 213954401 Inland View/ Vista para o Interior De Sérgio Carronha. De 12/9 a 11/10. Todos os dias 24h. Escultura, Instalação. Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 (Ante) Câmara - Negativo Cromogéneo De 3/8 a 30/9. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia, Objectos. (Ante) Câmara - Processo Cromogéneo De 3/8 a 30/9. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia, Documental. Barbado GalleryRua Ferreira Borges, 109A. T. 910717676 A Place In The Sun - Martin Parr’’s Beach Photos 1985-2015 De 12/9 a 11/11. 3ª a Sáb das 10h às 13h e das 14h às 20h. Fotografia. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Da Inquietude à Transgressão: eis Bocage... De 17/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Joaquim Veríssimo Serrão: Uma Vida ao Serviço da História De 10/7 a 2/10. 2ª a 6ª das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Onde os nossos Livros se Acabam, ali Começam os seus... De 16/7 a 15/10. 2ª a 6ª das 09h30 às 17h30. Objectos, Documental. Café do ImpérioAv. Almirante Reis, 205 A/B/C. T. 218476052 Diálogos a Carvão De Luís Dourdil. De 8/11 a 30/9. Todos os dias das 12h às 00h. Desenho. Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 20.º Ciclo de Exposições De Bruno Vilela, Daniela Krtsch, David Oliveira, Luísa Jacinto, Paula Scamparini, Pedro Palma, Pedro Pires, João Dias. De 19/9 a 18/12. 4ª a Sáb das 13h às 19h. Pintura, Instalação, Outros. Casa dos BicosRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos A partir de 14/7. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Documental. Casa Fernando PessoaRua Coelho da Rocha, 16 - Campo de Ourique. T. 213913270 Os Testamentos de Orpheu De Pedro
Proença. De 26/3 a 26/9. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Desenho, Pintura. Centro de Arte ModernaR.Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Tensão e Liberdade De Bruce Nauman, Antoni Muntadas, Martin Kippenberger, Asier Mendizabal, Roni Horn, Ana Hatherly, Ângela Ferreira, entre outros. De 19/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Escultura, Fotografia, Vídeo. X de Charrua De António Charrua. De 19/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Pintura. Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8 - Edifício Sede da Mundial-Confiança. T. 213237335 Ângela Ferreira e Fernanda Fragateiro De 24/7 a 30/10. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Escultura. Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 Vicente 15. Sagrado, Corpo e Imagem De Alessandro Lupi, Gabriele Seifert, Rochus Aust. De 5/9 a 25/10. 3ª a 6ª das 11h às 13h e das 14h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Instalação, Escultura. Estação Roma-AreeiroAvenida Frey Miguel Contreiras. T. 0 A Ponte Que nos Liga De 4/9 a 30/9. 2ª a 6ª das 05h às 01h30. Sáb, Dom e feriados das 05h30 às 00h50. Fotografia. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 António Cruz De 15/7 a 19/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Pintura. Lourdes Castro. Todos os Livros De 9/7 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Objectos, Documental. Meeting Point: Fantin-Latour/Manuel Botelho De 25/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Fotografia, Pintura. Olhos nos Olhos: O Retrato na Colecção do CAM De Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, José Escada, Ana Hatherly, António Dacosta, Júlio Pomar, Paula Rego, entre outros. De 22/7 a 19/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Pintura. Fundação José SaramagoRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 José Saramago: a Semente e os Frutos A partir de 13/6. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 10h às 14h. Documental, Biográfico, Outros. Galeria Torreão Nascenteda Cordoaria NacionalAvenida da Índia - Edifício da Cordoaria Nacional. T. 213646128 A ONU em Imagens - 70 Anos de História De 4/9 a 27/9. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Fotografia. Jardim Botânico de LisboaRua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 As Plantas do Tempo dos Dinossáurios A partir de 23/11. Todos os dias das 09h às 20h (Horário de Verão), das 09h às 18h (Horário de Inverno). Botânica. Jardim Botânico Tropical Largo dos Jerónimos - Belém . T. 213637023 Pato Mudo A partir de 25/10. Todos os dias 24h. Instalação, Azulejo. Kunsthalle LissabonR. José Sobral Cid, 9E. T. 912045650 Beauty Codes (order/disorder/chaos): Act II De Lili Reynaud-Dewar, Haris Epaminonda, Luca Francesconi, Jacopo Miliani, André Romão, Daniel Steegmann Mangrané. De 27/7 a 26/9. 5ª a Sáb das 15h às 19h (Encerra feriados). Escultura, Outros. Largo do IntendenteLargo do Intendente. Flâneur By Lisboa De Augusto Brázio, Martina Cleary. De 11/9 a 5/10. Todos os dias 24h. Fotografia. Kit Garden De Joana Vasconcelos. A partir de 5/10. Todos os dias. Escultura, Instalação.
Que riscos advêm da partilha de informação online? De que mecanismos dispõem os cidadãos para a salvaguarda dos seus dados pessoais? Até que ponto podem esses dados ser cruzados e usados por terceiros? Paulo Veríssimo (na foto), especialista português de renome mundial em cibersegurança, procura responder a estas e outras perguntas na
conferência Ciência Viva marcada para hoje, às 19h30, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A entrada é livre, mas sujeita a inscrição prévia em www.cienciaviva.pt. O título da palestra faz referência a Edward Snowden, o analista informático que, em 2013, fez revelações sobre programas de espionagem da Agência de Segurança Nacional norte-americana.
Privacidade na era SnowdenDR
38 | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
A canadiana Diana Krall leva ao Meo Arena Wallflower, um álbum de versões de baladas pop
DR
SAIRLisboa Story CentreTerreiro Paço - Torreão Nascente. T. 916440827 Memórias da Cidade A partir de 11/9. Todos os dias das 10h às 20h (última admissão às 19h). Documental, Interactivo, Outros. LX FactoryRua Rodrigues Faria, 103. T. 213143399 Oxalá. Antes e Depois do Samba De Elisabete Maisão. De 17/9 a 1/10. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e Dom das 15h às 19h Na studioteambox. Fotografia. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Hotel Globo De Mónica de Miranda. De 4/7 a 27/9. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h30). Instalação, Vídeo. Narrativa de uma Colecção - Arte Portuguesa na Colecção da Secretaria de Estado da Cultura (1960-1990) De vários autores. De 15/7 a 12/6. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h30). Pintura. Sousa Lopes 1879-1944. Efeitos de Luz De Adriano Sousa Lopes. De 18/7 a 8/11. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h30). Pintura. Museu Colecção BerardoPraça do Império - Centro Cultural de Belém. T. 213612878 O Olhar do Coleccionador De vários autores. De 20/5 a 27/9. 3ª a Dom das 10h às 19h (Última entrada 18h30). Pintura, Escultura, Fotografia. Your Body Is My Body. O Teu Corpo É o Meu Corpo. Colecção de Cartazes de Ernesto de Sousa De 17/4 a 27/9. 3ª a Dom das 10h às 19h (Última entrada 18h30). Obra Gráfica, Design, Outros. Museu de CiênciaRua da Escola Politécnica, 56. T. 213921808 Jogos Matemáticos Através dos Tempos A partir de 24/4. 3ª a 6ª das 10h às 17h (encerra 1 de Janeiro, Dom de Páscoa, 1 de Maio, 24 e 25 de Dezembro). Sáb e Dom das 11h às 18h (encerra 1 de Janeiro, Dom de Páscoa, 1 de Maio, 24 e 25 de Dezembro). Exposição Interactiva. Museu de Lisboa – Santo AntónioLgo Santo António da Sé, 22. T. 808203232 Núcleo de Santo António do Museu de Lisboa A partir de 18/7. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (Encerra feriados, excepto 13 de Junho). Objectos, Outros. Museu do OrienteAv. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200
Cacém
Auditório Municipal António SilvaRua Coração de Maria, 1 - Shopping do Cacém. T. 219145446 Muscarium #1 - Festival de Artes Performa-tivas De 24/9 a 26/9. 5ª a Sáb às 21h.
LeiriaTeatro Miguel Franco (C. Cultural Leiria)Largo de Santana. T. 244839680 20.º Acaso - Festival de Teatro Dia 24/9 às 21h30. Informações: 917839147.
SantarémSantarémFITIJ - Festival Internacional de Teatro para a Infância e Juventude De 18/9 a 27/9. Todos os dias (em vários espaços). Informações: 914658455, 919898408 ou [email protected].
DANÇALisboaCasino LisboaAlameda dos Oceanos Lote 1.03.01 - Parque das Nações. T. 218929000 Senses Comp.: Academia de Pole Dance. Dia 24/9 às 22h (no Arena Lounge). Espectáculo Pole Dance.
FaroTeatro das FigurasHorta das Figuras (Estrada Nacional 125). T. 289888110 Ponto Zero Com Carolina Cantinho e Margarida Cantinho. Coreog. Carolina Cantinho e Margarida Cantinho. Dia 24/9
às 21h30 (Festival Dance, Dance, Dance). Duração: 45m.
LeiriaTeatro Miguel Franco (Centro Cultural de Leiria)Largo de Santana. T. 244839680 Falling Light in Liminal Spaces Com Kay Crook e Ajeesh Balakrishnan. Comp.: Chhaya Colletive. Coreog. Kay Crook e Ajeesh Balakrishnan. Dia 24/9 às 22h (20.º Acaso - Festival de Teatro). M/6.
VilamouraCasino de VilamouraPraça Casino de Vilamoura. T. 289310000 Kings & Queens Coreog. Regina Alencar. De 2/9 a 30/9. 4ª e 5ª às 20h30 (jantar) e 22h30 (espectáculo).
FESTAS E FEIRASLisboaMartim MonizLargo Martim Moniz. Mercado de Fusão do Martim Moniz A partir de 1/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e Dom das 10h às 22h (food court). 6ª e Sáb das 10h às 00h (food court). Sáb e Dom das 10h às 19h (Feira/Mercado Fusão). Mais informações: [email protected] e [email protected]
Santa CruzSanta CruzTorres Vedras. Onda de Verão 2015 De 1/7 a 30/9. Todos os dias.
SetúbalJardim do Quebedo Mercado Agrobio de Setúbal A partir de 4/10. 5ª das 14h às 18h.
TaviraTavira Verão em Tavira 2015 De 1/7 a 30/9. Todos os dias.
SAIRNamban De Luís Cohen Fusé. De 3/7 a 27/9. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Pintura, Escultura. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (gratuito das 18h às 22h). Encerra 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. Objectos, Outros. Museu Nacional de História Natural e da CiênciaR. Escola Politécnica, 58/60. T. 213921800 Draperies De João Castro Silva. De 3/9 a 27/9. 3ª a 6ª das 10h às 17h Na Sala do Veado. Sáb e Dom das 11h às 18h. Instalação. Primário #2 De Nuno Delmas. De 10/9 a 27/9. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Outros. Museu Nacional do Teatro e da DançaEstrada do Lumiar, 10. T. 217567410 Tempos de Dança. Evocação do Estúdio-Escola de Dança Clássica de Anna Mascolo De 29/4 a 30/9. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h30). Documental, Objectos, Fotografia. Documental, Desenho. Pavilhão de PortugalAlameda dos Oceanos - Parque das Nações. T. 218919898 A Cidade Imaginada De 28/5 a 30/9. Todos os dias das 10h às 18h. Documental, Arquitectura. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Música no D. Maria II - A Colecção de Partituras De 11/9 a 30/12. 3ª a Sáb das 15h às 18h 4ª e Dom. 30 min antes do início dos espectáculos da Sala Garrett. Documental, Objectos. até 24/10. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação.
MÚSICALisboaCulturgestR. Arco Cego - Edif. Sede CGD. T. 217905155 Camané ESGOTADO De 24/9 a 25/9. 5ª e 6ª às 21h30 (no Grande Auditório). Apresentação de “Infinito Presente”. Galeria Zé dos BoisR. Barroca, 59 - Bairro Alto. T. 213430205 Cured Pink + F ingers Dia 24/9 às 22h.
Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 César Cardoso Quarteto Com César Cardoso (saxofone), Bruno Santos (guitarra), Demian Cabaud (contrabaixo), André Sousa Machado (bateria). De 24/9 a 26/9. 5ª a Sáb às 22h30 e 24h. Lux FrágilAv. Infante D. Henrique - Armazém A (Cais da Pedra a Santa Apolónia). T. 218820890 Rocky Marsiano + Meu Kamba Soundsystem + Djeff Afrozila Dia 24/9 às 23h. Meo ArenaRossio dos Olivais, Lote 2.13.01A (Parque das Nações). T. 218918409 Diana Krall Dia 24/9 às 21h30 (M/6). Apresentação de “Wallflower”. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24 - Cais do Sodré. T. 213430107 Simply Rockers Soundsystem feat. I-Van Warrior e Delmighty Sounds Dia 24/9 às 23h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Dope Body + Acid Acid + David Polido & Tiago Castro Dia 24/9 às 22h30.
EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 New Chapter Dia 24/9 às 23h (Lounge D).
FESTIVAISLisboaGoethe-InstitutCp. Mártires Pátria, 37. T. 218824510 Festival Cantabile 2015 - A Arte da Música de Câmara De 22/9 a 27/9. 3ª a Dom. 6.ª edição.
FARMÁCIAS
Lisboa/Serviço PermanenteBastos Andrade (Castelo) - Calçada de Stº. André, 107 - Tel. 218860450 Benfica (Benfica - Portas de Benfica) - Estrada de Benfica, 678-E - Tel. 217602532 Falcão (Chelas - Liceu D. Dinis) - Rua Rui Sousa, Lote 65 - A Lj. B - Tel. 218596565 Grijó (Beato) - Rua do Grilo, 25 - Tel. 218685264 Lisbonense (Santo Amaro - Calvário) - Rua Leão de Oliveira, 2 - B - Tel. 213637020 Sanex (Alvalade) - Av. da Igreja, 31 - C - Tel. 218497505
Outras Localidades/Serviço PermanenteAbrantes - Silva Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça - Epifânio Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Varela Aljustrel - Dias Almada - Castro Rodrigues, Lazarim (Lazarim) Almeirim - Central Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge),
Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Carlos, Gaspar Pote Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Miranda, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Moderna Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Oliveira Suc. Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Batista, Central (Samora Correia) Bombarral - Hipodermia Borba - Central Cadaval - Misericórdia, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Central Cartaxo - Pereira Suc. Cascais - Alvide (Alvide), Vilar (Carcavelos), Primavera (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Reis Castelo de Vide - Roque
Castro Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Misericórdia Covilhã - da Alameda Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Costa Évora - Branco Faro - Montepio Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Costa Coelho Fundão - Taborda Gavião - Gavião, Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - Telo Leiria - Antunes (Guimarota) Loulé - Nobre Passos (Almancil), Martins Loures - De Frielas, Cortes (Sacavém) Lourinhã - Marteleirense, Ribamar (Ribamar) Mação - Saldanha Mafra - Caré (Ericeira), Ferreira (Malveira) Marinha Grande - Guardiano
Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Aliança (Baixa da Banheira) Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montijo - Diogo Marques Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Central Nazaré - Ascenso, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Gonçalves, Universo (Caneças) Oeiras - Godinho Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Nobre Sousa Ourém - Fátima Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Central Pombal - Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portel - Misericordia Portimão - Carvalho Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Reguengos de Monsaraz - Martins Rio Maior - Ferraria Paulino
Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - São Nicolau Santiago do Cacém - Barradas Sardoal - Passarinho Seixal - Nova Amorense (Amora) Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Leão Setúbal - Bocagiana, Leão Soromenho Silves - Dias Neves, Sousa Coelho Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Central (Cacém), Domus Massamá (Massamá), Tereza Garcia Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Central Tomar - Torres Pinheiro Torres Novas - Nicolau Torres Vedras - Espadanal Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Madragoa, Simões Dias (Bom Sucesso), César Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Montemor-o-Novo - Sepúlveda Ourém - Avenida
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | 39
FICAR
SÉRIEThe BrinkTV Séries, 22h00Estreia. Jack Black, Tim Robbins
e Pablo Schreiber são as caras
desta nova comédia sobre os
bastidores do poder político
norte-americano. A série conta
a história de Walter Larson,
secretário de estado da Defesa;
Alex Talbot, funcionário
do gabinete de Negócios
Estrangeiros; e Zeke Tilson,
piloto de caças da Marinha. Os
três tentam evitar uma crise
geopolítica e, por conseguinte,
salvar o mundo de uma Terceira
Guerra Mundial. Na primeira
temporada, lidam com a situação
no Paquistão, vista como a maior
dor de cabeça do Governo de
Washington.
CINEMA
Soldados do Universo [Starship Troopers]Hollywood, 23h10Eleito como fi lme de culto nos
circuitos alternativos, Soldados
do Universo trouxe ao holandês
Paul Verhoeven acusações de
simpatias nazis. É um facto que
brinca explicitamente com essa
imagética, para além de fazer
uma brilhante desconstrução do
universo televisivo... A história é
a de um grupo de combatentes
humanos que luta contra uma
invasão de extraterrestres
semelhantes a enormes insectos.
Reds [Reds]TVC2, 23h20Um drama biográfi co, assinado
e protagonizado por Warren
Beatty, que retrata a vida do
jornalista e romancista norte-
-americano John Reed (1887-1920),
comunista e autor de Dez Dias
Que Abalaram o Mundo. Reed
passou grande parte da sua vida
a viajar e participou em diversos
momentos-chave revolucionários:
esteve ao lado dos zapatistas
no México (1910) e presenciou
a Revolução Bolchevique na
Rússia (1917). Casaria com a
feminista Louise Bryant (Diane
Keaton). Nos EUA, participou em
diversos movimentos de luta pela
organização dos trabalhadores.
A Barreira Invisível [The Thin Red Line]Fox Movies, 00h03Em Guadalcanal, uma ilha do
Pacífi co, uma série de batalhas e
choques navais e terrestres entre
os norte-americanos e o Japão,
durante a II Guerra Mundial, serve
de cenário à acção, que se centra
nas emoções das personagens.
O realizador Terrence Malick
foge aqui ao patriotismo norte-
americano e mostra os horrores
da guerra e os traumas que ela
provocou aos jovens soldados
de ambos os lados. O inferno
dissolve-se num paraíso perdido
no meio do oceano, onde
os homens vagueiam, entre
monólogos alucinados e a beleza
da natureza.
DOCUMENTÁRIO
Os Últimos Dias dos NazisHistória, 18h30Série documental sobre o fi m
da II Guerra Mundial, em que os
acontecimentos são apresentados
a partir da perspectiva alemã.
A série tem início em 1945 e
conta a história com uma ordem
cronológica inversa, ou seja, da
queda à ascensão. Início Negro,
o primeiro episódio da série,
segue os interrogatórios dos
Aliados a ofi ciais do partido nazi e
criminosos de guerra, em especial
a cinco fi guras próximas de Hitler.
O Lobo de Wall Street, TVC1, 21.30
RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 A Praça - Directo 13.00 Jornal da Tarde 14.19 Os Nossos Dias 15.02 Agora Nós - Directo 18.00 Portugal em Directo 19.00 Campanha Eleitoral - Legislativas 2015 19.22 O Preço Certo 20.00 Telejornal 20.50 As Palavras e os Actos 21.33 Factura da Sorte 21.44 Bem-vindos a Beirais 22.39 Quem Quer Ser Milionário - Alta Pressão 23.44 Portugueses pelo Mundo - Lyon (França) 00.38 Sob Suspeita 1.26 Os Seguidores 2.14 Jikulumessu
RTP 27.00 Zig Zag 11.02 Desalinhado 13.03 Nas Ilhas das Especiarias 14.00 Sociedade Civil 15.04 A Fé dos Homens 15.36 Euronews 16.10 Zig Zag 20.35 Dois Homens e Meio 21.00 Jornal 2 21.41 Campanha Eleitoral - Legislativas 2015 22.00 Fortitude 22.56 Mundo dos Sentidos - Saborear 23.25 ART21 00.23 Janela Indiscreta 00.55 Um Crime, Um Castigo 1.49 Universidade Aberta 2.13 Euronews
SIC6.15 Violetta 7.00 Edição da Manhã 8.30 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.45 Duas Caras 15.45 Grande Tarde 18.40 Babilónia 19.00 Tempo de Antena 19.30 Alto Astral 20.00 Jornal da Noite 21.30 Coração d´Ouro 22.25 Poderosas 23.20 A Regra do Jogo - Estreia 00.15 Império 1.00 Investigação Criminal 2.00 Cartaz Cultural 2.50 Podia Acabar o Mundo
TVI6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.45 Mundo Meu 15.13 Feitiço de Amor 16.00 A Tarde é Sua 19.00 Campanha Eleitoral 19.27 Cristina 20.00 Jornal das 8 21.27 A Única Mulher 22.28 Jardins Proibidos
23.25 Fascínios 1.00 Ora Acerta 2.00 Autores V 3.00 Dr. House 3.46 Rainhas de Nova Iorque 4.31 Batanetes
TVC110.00 A Temporada do Rinoceronte 11.40 A Emigrante 13.40 Jimmy P. - Realidade e Sonho 15.40 Grace de Mónaco 17.25 O Homem Mais Procurado 19.30 A Emigrante 21.30 O Lobo de Wall Street 00.25 Grace de Mónaco 2.10 Horizon 3.30 Niko e o Pequeno Traquinas 4.50 O Lobo de Wall Street
FOX MOVIES10.22 O Dilema 12.08 A Pantera Cor-de-Rosa 2 13.42 Johnny English 15.08 O Último a Cair 16.47 Ágora 18.46 Haverá Sangue 21.15 O Bom Pastor 00.03 A Barreira Invisível 2.48 Sinais 4.28 Os Miseráveis
HOLLYWOOD9.20 Caçadores na Noite 11.10 A Melodia do Adeus 12.55 Coyote Bar 14.35 O Último Samurai 17.10 Bad Boys 2 19.40 Noite de Medo 21.30 A Caverna 23.10 Soldados do Universo 1.25 RocknRolla - A Quadrilha 3.15 Império - Um Choque Entre Dois Mundos 4.55 Compromisso de Honra
AXN13.51 Arrow 15.27 Forever 16.57 C.S.I. 18.39 Arrow 20.19 Forever 22.15 Crossing Lines 00.00 Mentes Criminosas 00.54 C.S.I. 2.36 Mentes Criminosas 4.07 Arrow 5.33 Crossing Lines
AXN BLACK13.11 Sobrenatural 13.57 Filme: Rapto Brutal 15.24 Filme: Fomos Soldados... 17.40 Sobrenatural 19.58 Filme: Rapto Brutal 21.25 Filme: Fomos Soldados... 23.44 Filme: Babel 2.01 Ruas de Sangue
3.40 A Rainha das Sombras 4.26 Sangue Fresco 5.19 Crossing Lines
AXN WHITE14.17 Traição 15.04 Pequenas Mentirosas 15.52 Filme: Amar-te-ei Até Te Matar 17.30 Criadas e Malvadas 19.04 Gossip Girl 20.40 Criadas e Malvadas 21.30 Filme: Amar-te-ei Até Te Matar 23.08 Filme: O Fantasma da Ópera de Andrew Lloyd Webber 1.20 Criadas e Malvadas 2.07 Gossip Girl 2.54 Mágoas de Grandeza 4.26 Trocadas à Nascença 5.12 Traição 5.58 Gossip Girl
FOX13.12 Os Simpsons 13.59 Investigação Criminal: Los Angeles 15.31 Hawai Força Especial 16.16 17.03 Sob Suspeita 18.43 Hawai Força Especial 20.29 Investigação Criminal: Los Angeles 21.21 Investigação Criminal: Los Angeles 22.15 Tyrant 00.06 Investigação Criminal: Los Angeles 00.56 Hawai Força Especial 1.47 Sob Suspeita
FOX LIFE13.15 Em Contacto 14.01 Filme: Nora Roberts: Inocência Perdida 15.39 A Patologista 17.16 Filme: Nora Roberts: Tributo 18.52 Rizzoli & Isles 19.42 Em Contacto 21.26 Rizzoli & Isles 22.20 No Limite 23.28 Empire 1.16 Filme: Nora Roberts: O Pântano da Meia Noite 2.54 My Kitchen Rules 4.31 A Patologista
HISTÓRIA17.03 O Preço da História 17.46 Alienígenas 18.30 Os Últimos Dias dos Nazis 19.14 Restauradores 21.17 O Preço da História 22.00 Loucos por Carros 23.26 Alienígenas 1.40 O Preço da História 2.23 Caça Tesouros 3.50 Alienígenas 4.35 Os Últimos Dias dos Nazis
PUBLICIDADE
Lobo deWall Street,
VC1, 21.30
Os mais vistos da TVTerça-feira, 22
FONTE: CAEM
SICTVISICTVITVI
14,814,612,1
12,011,8
Aud.% Share
29,929,426,1
26,029,8
RTP1
RTP2
SICTVI
Cabo
14,1%%
2,1
21,7
23,5
28,5
Coração d’OuroA Única MulherJornal da NoiteJornal das 8Jardins Proíbidos
NOVA TEMPORADA. NOVOS DETETIVES
ESTREIA T3 HOJE ÀS 22H15axn.pt
40 | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
JOGOSCRUZADAS 9294
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
22º
Viana do Castelo
Braga12º 29º
Porto14º 26º
Vila Real13º 28º
11º 25º
Bragança10º 26º
Guarda11º 25º
Penhas Douradas11º 22º
Viseu15º 28º
Aveiro15º 24º
Coimbra14º 28º
Leiria13º 26º
Santarém14º 31º
Portalegre18º 30º
Lisboa17º 29º
Setúbal13º 32º Évora
13º 32º
Beja14º 31º
Castelo Branco17º 31º
Sines14º 23º
Sagres17º 24º
Faro18º 26º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
18º 23º
18º 23º
Flores
Terceira17º 23º
21º 25º
22º 27º
17º 23º
22º
19º
07h26
Cheia
19h31
03h5028 Set.
0,5-1m
1-2m
23º
1-2m
25º0,5-1m
24º1,5-2m
12h35 3,001h10* 3,0
18h56 1,007h17* 0,9
12h10 3,100h46* 3,0
18h32 1,106h52* 1,1
12h16 3,000h48* 3,0
18h29 1,006h48* 0,9
1-2m
1-2m
3m
17º
18º
*de amanhã
Horizontais: 1. Não ferida. Capital da República Checa. 2. Anomalia que ca-racteriza os anões. Vaso de pedra para líquidos. 3. Permanece. Decidir-se por. 4. Discursar. Irritar. 5. O tio dos america-nos. Dinheiro (Bras.). 6. Gostei muito de. Outra pessoa. 7. Erva-doce. Germânio (s.q.). Redução das formas linguísticas “em” e “o” numa só. 8. Nome comum a todas as moedas de metal ou papel. 9. Serve-se de. Orçamento do Estado. Duro. 10. Preposição que designa posse. Prefixo (afastamento). Prover. 11. Porção de ovos muito batidos que se fritam, enrolando-os em forma de travesseiro. Argola.
Verticais: 1. Vaso para líquidos, com uma asa lateral. A totalidade. 2. Pequeno poema da Idade Média, narrativo ou líri-co, em versos octossilábicos. Mulher que cria uma criança alheia. Preposição designativa de falta. 3. Incumbência. 4. Fechar as asas (a ave) para descer mais rapidamente. O número 3 em nu-meração romana. Outra coisa (ant.). 5. Elas. Prata (s.q.). Presunçoso. 6. Monte de pouca altura. Hélio (s.q.). 7. Popular (abrev.). Apogeu. Redução das for-mas linguísticas “de” e “a” numa só. 8. Recipiente em que se deita a tinta de escrever ou de imprimir. 9. Cortar as beiras de. Nome feminino. 10. Anda à roda. Causar nojo a. 11. Autores (abrev.). Destino. Prefixo (montanha).
Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (6 pala-vras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Éden. Afiar. 2. Melar. Assam. 3. Arear. Tia. 4. Lb. Ri. Sarar. 5. Oira. Dama. 6. Dorme. Algo. 7. CÉU. Abar. Em. 8. Pó. ALGUM. 9. Ama. Simular. 10. Pi. Puxar. Do. 11. Aldeão. Aval.Verticais: 1. Émulo. Chapa. 2. DE. Bidé. Mil. 3. Ela. Roupa. 4. Narrar. PE. 5. Rei. Ma. Suã. 6. DEBAIXO. 7. Farsa. Alma. 8. Is. Amargura. 9. Astral. Ul. 10. Raia. Gemada. 11. Marrom. Rol.Título da obra: Debaixo de Algum Céu.
Oeste Norte Este Sul passo 1STpasso 2 ♥ X XXpasso 3 ♥ passo 3 ♠passo 4 ♠ Todos passam
Leilão: Equipas ou partida livre.
Carteio: Saída: 3 ♥. Qual a melhor linha de jogo?
Solução: Sobre o dobre do transfer, garantiu uma mão máxima com três cartas de fit com o redobre. O parceiro aproveitou para repor o transfer com a voz de 3 copas e, de seguida, concluiu em partida.Com nove vazas garantidas, o seu ob-jetivo é simplesmente o de encontrar a décima vaza. Vendo o 2 de copas no morto, pode de-duzir facilmente que o 3 é certamente um singleton e, por isso, que as seis co-pas que restam se encontram na mão de Este, que dobrou 2 copas.Prende o Rei de copas com o Ás, na va-za inicial, e para proteger a Dama de copas de um corte, extrai os trunfos em
Dador: EsteVul: EO
Problema 6360 Dificuldade: Fácil
Problema 6361 Dificuldade: Difícil
Solução do problema 6358
Solução do problema 6359
NORTE♠ AQ963♥ 92♦ 9752♣ A5
SUL♠ KJ4♥ AQ75♦ K3♣ K964
OESTE♠ 1072♥ 3♦ AQ64♣ Q10872
ESTE♠ 85♥ KJ10864♦ J108♣ J3
João Fanha/Pedro Morbey([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
três voltas. Nesta altura, poderia ten-tar um ouro para o Rei esperando o Ás colocado, mas não conte com muito em Este, pois ele não abriu em 2 fraco. Imagine sim esse Ás em Oeste. Para for-çar este último a lhe livrar o Rei, proce-da a um jogo de eliminação: jogue Ás e Rei de paus e corte um pau, reentre na mão através da Dama de copas e apre-sente o quarto pau. Se Oeste assistir, deixe-o fazer a vaza baldando um ouro do morto! Assim terá a décima vaza ga-rantida.Se Oeste não assistir, então nada mais lhe resta do que esperar que o Ás de ouros esteja em Este…
Considere o seguinte leilão:
Oeste Norte Este Sul 1STpasso 2 ♣ 2 ♦ ?
O que marca em Sul, com cada uma das seguintes mãos?1. ♠ AJ8 ♥ K5 ♦ AQ54 ♣ K9822. ♠ KJ72 ♥ KQ62 ♦ 74 ♣ AQJ23. ♠ AJ10 ♥ K92 ♦ QJ87 ♣ AJ9
4. ♠ K107 ♥ AJ4 ♦ 107 ♣ AKJ102
Respostas:
1. 2ST – A voz de 2ST nega a presença de quatro cartas em qualquer rico, mas garante uma boa defesa a ouros.2. 3 ♦– Com ambos os ricos o cue-bid é a voz indicada.3. X – Com quatro bons ouros dobre, punitivo pois claro.4. 3 ♣ – Um bom naipe de cinco cartas, sem boa defesa a ouros.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | DESPORTO | 41
Keylor Navas perdeu o recordemas o Real Madrid ganhou a liderança
Piqué e a defesa do Barcelona tiveram uma noite desastrada em Vigo
De virtualmente vendido ao Man-
chester United a titular indiscutível
e à beira de um recorde de invencibi-
lidade, com um pedido de desculpas
presidenciais pelo meio. Assim tem
sido o início de época vertiginoso de
Keylor Navas na baliza do Real Ma-
drid. Ontem, o guarda-redes da Costa
Rica sofreu o seu primeiro golo da
temporada na Liga espanhola, mas
isso não impediu a equipa “meren-
gue” de triunfar no San Mamés por
2-1 sobre o Athletic Bilbau e assegu-
rar a liderança do campeonato, em
parceria com o Villarreal e o Celta
de Vigo, que goleou em casa o Bar-
celona por 4-1.
Ainda não foi desta que Cristiano
Ronaldo apanhou Raúl González
na lista dos melhores marcadores
“blancos”. O português precisava de
apenas um golo para chegar aos 323
do avançado do New York Cosmos,
mas fi cou em branco. Sem CR7 de
pontaria afi nada, foi o francês Karim
Benzema a assumir o protagonismo,
marcando os dois golos da equipa de
Rafa Benítez no País Basco.
O Real Madrid colocou-se em van-
tagem aos 19’, mas teve de suportar
a excelente reacção dos bascos, que
conseguiram o empate já na segunda
parte, por Merino, aos 67’. A reac-
ção do Real foi quase imediata, com
Benzema a repor a vantagem aos
70’, após cruzamento de Isco, mas,
depois, foi Navas a manter a vanta-
gem do Real com uma série de boas
defesas. O costa-riquenho acabaria
por fi car a apenas quatro minutos do
recorde de imbatibilidade para um
guarda-redes “merengue” em início
de época — Miguel Angel, em 1975,
fi cou 471’ sem sofrer golos, Navas
fi cou-se pelos 467’.
Este triunfo fez com que o Real
assumisse a liderança pela primeira
vez na época, mas não está sozinho
no topo porque o Villarreal venceu
em Málaga (0-1, com um autogolo de
Fernando Tissone) e o Celta de Vigo
destruiu o Barcelona em casa, com
uma goleada por 4-1, interrompendo
uma campanha catalã que estava até
agora a ser perfeita.
Aos 26’, o ex-benfi quista Nolito
aproveitou o espaço que lhe deram
na área catalã e fez um chapéu perfei-
to ao mal posicionado Ter Stegen. Es-
te foi o primeiro de uma colecção de
erros defensivos do Barça e de lances
de apurado sentido de oportunida-
de do Celta. Iago Aspas foi o grande
protagonista, ao marcar dois golos
(30’ e 56’), um deles um chapéu per-
feito sobre o guarda-redes alemão.
As “estrelas” catalãs ainda picaram o
ponto, com Neymar a marcar aos 80’
após passe de Messi, mas, aos 83’, o
sueco John Guidetti fi xou o resultado
fi nal em 4-1.
Dortmund atrasa-seSó o Bayern Munique é que continua
perfeito na Bundesliga, depois de o
Borussia de Dortmund ter perdido os
seus primeiros pontos da época com
um empate (1-1) no terreno do Hoff e-
nheim, em jogo da 6.ª jornada. De-
pois da inspiração goleadora de Ro-
bert Lewandowski, com cinco golos
em nove minutos na goleada bávara
ao Wolfsburgo, o Dortmund tinha de
responder à letra, mas não foi capaz.
Sebastian Rudy colocou a equipa da
casa em vantagem aos 42’, e tudo o
que a formação de Thomas Tuchel
conseguiu foi o empate, através do
gabonês Aubameyang, aos 55’.
Em Itália, o novato Frosinone con-
seguiu o seu primeiro ponto na Sé-
rie A, ao arrancar um empate (1-1)
em casa da campeã Juventus, na 5.ª
jornada, a confi rmar o mau arran-
que de campeonato da formação de
Turim. Zaza ainda colocou a “Juve”
em vantagem aos 50’, mas Leonardo
Blanchard fez o golo do empate já
em tempo de compensação, naque-
le que foi apenas o segundo golo do
Frosinone no principal escalão do
futebol italiano.
Com mais este empate, a Juventus
ocupa um discreto 13.º lugar, com
apenas cinco pontos, bem longe do
líder Inter de Milão, que continua
perfeito, com cinco vitórias em cinco
jogos, a última das quais alcançada
ontem, por 1-0, sobre o Verona.
Em Inglaterra, foi dia de Taça da
Liga, com o Arsenal a bater o Totte-
nham no derby londrino por 2-1, com
os dois golos dos “gunners” a serem
marcados por Flamini. Em Liverpool,
não esteve longe de acontecer uma
enorme surpresa. O Carlisle United,
da quarta divisão inglesa, conseguiu
segurar um empate em Anfi eld até
aos 120’ (1-1), e a equipa de Brendan
Rodgers só obteve a qualifi cação para
os oitavos-de-fi nal nas grandes pe-
nalidades.
“Merengues” venceram no País Basco e chegam à liderança da Liga espanhola, partilhada com o Celta de Vigo, que destruiu o Barcelona em casa, e com o Villarreal. Em Itália, a Juventus continua a marcar passo
CLASSIFICAÇÕES
ESPANHA ITÁLIA ALEMANHAJornada 5Atlético de Madrid-Getafe 2-0Espanyol-Valência 1-0Granada-Real Sociedad 0-3Celta de Vigo-Barcelona 4-1Levante-Eibar 2-2Rayo Vallecano-Sp. Gijón 2-1Athletic Bilbau-Real Madrid 1-2Las Palmas-Sevilha 2-0Málaga-Villarreal 0-1Betis-Deportivo Corunha hoje, 21h, SP-TV2
Jornada 5Udinese-AC Milan 2-3Carpi-Nápoles 0-0Chievo-Torino 1-0Fiorentina-Bolonha 2-0Sampdoria-Roma 2-1Inter Milão-Verona 1-0Lazio-Génova 2-0Juventus-Frosinone 1-1Palermo-Sassuolo 0-1Empoli-Atalanta hoje, 19h45
Jornada 6Bayern Munique-Wolfsburgo 5-1Darmstadt-Werder Bremen 2-1Hertha Berlim-Colónia 2-0Ingolstadt-Hamburgo 0-1Bayer Leverkusen-Mainz 1-0Borussia Monchengladbach-Augsburgo 4-2Hanôver-Estugarda 1-3Hoffenheim-Borussia Dortmund 1-1Schalke 04-Eintracht Frankfurt 2-0
J V E D M-S P J V E D M-S P J V E D M-S PReal Madrid 5 4 1 0 14-1 13Celta Vigo 5 4 1 0 14-6 13Villarreal 5 4 1 0 11-4 13Barcelona 5 4 0 1 9-6 12Atlético de Madrid 5 4 0 1 9-2 12Espanyol 5 3 0 2 6-11 9Eibar 5 2 2 1 7-5 8Rayo Vallecano 5 2 1 2 4-7 7Valência 5 1 3 1 2-2 6Deportivo Corunha 4 1 2 1 6-5 5Betis 4 1 2 1 2-6 5Real Sociedad 5 1 2 2 5-4 5Las Palmas 5 1 2 2 5-5 5Sporting Gijón 5 1 2 2 4-5 5Levante 5 0 3 2 5-9 3Athletic Bilbau 5 1 0 4 5-9 3Granada 5 1 0 4 4-11 3Getafe 5 1 0 4 3-8 3Málaga 5 0 2 3 0-3 2Sevilha 5 0 2 3 2-8 2
Inter Milão 5 5 0 0 6-1 15Fiorentina 5 4 0 1 7-3 12Sassuolo 5 3 2 0 8-5 11Sampdoria 5 3 1 1 11-7 10Chievo 5 3 1 1 9-3 10Torino 5 3 1 1 9-5 10AC Milan 5 3 0 2 8-8 9Lazio 5 3 0 2 6-10 9Roma 5 2 2 1 8-6 8Palermo 5 2 1 2 6-6 7Nápoles 5 1 3 1 10-6 6Atalanta 4 1 2 1 5-4 5Juventus 5 1 2 2 5-5 5Empoli 4 1 1 2 6-8 4Verona 5 0 3 2 4-7 3Génova 5 1 0 4 2-6 3Bolonha 5 1 0 4 2-7 3Udinese 5 1 0 4 4-8 3Carpi 5 0 2 3 5-10 2Frosinone 5 0 1 4 2-8 1
Bayern Munique 6 6 0 0 20-3 18Borussia Dortmund 6 5 1 0 19-4 16Schalke 04 6 4 1 1 9-5 13Wolfsburgo 6 3 2 1 9-7 11Hertha Berlim 6 3 1 2 7-7 10Hamburgo 6 3 1 2 8-9 10Colónia 6 3 1 2 9-11 10Ingolstadt 6 3 1 2 3-5 10Mainz 6 3 0 3 9-6 9Darmstadt 6 2 3 1 6-7 9Bayer Leverkusen 6 3 0 3 4-8 9Eintracht Frankfurt 6 2 2 2 12-8 8Werder Bremen 6 2 1 3 7-9 7Augsburgo 6 1 1 4 6-9 4Estugarda 6 1 0 5 8-14 3B. Mönchengladbach 6 1 0 5 6-14 3Hoffenheim 6 0 2 4 5-11 2Hanôver 6 0 1 5 5-15 1
MIGUEL RIOPA/AFP
Futebol internacionalMarco Vaza
42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
PUBLICIDADE
Três dias depois de ter conseguido
o ponto da vitória de Portugal sobre
a Bielorrússia, João Sousa somou
mais um triunfo, já no seu regres-
so ao ATP World Tour. Na primeira
ronda do torneio de St. Petersburg
Open, na Rússia, o número um por-
tuguês não acusou a mudança dos
courts de terra batida de Viana do
Castelo para os hardcourts da Si-
bur Arena e derrotou o moldavo
Radu Albot, pelos parciais de 3-6,
7-5 e 6-4.
João Sousa venceno regresso ao Tour
Sousa, nesta semana no 53.º lu-
gar do ranking ATP, reagiu bem à
perda do set inicial e liderou o se-
gundo por 3-0, antes de o adversá-
rio, mais rodado nestas condições
por vir do qualifying, ganhar cinco
dos seis jogos seguintes e preparar-
se para fechar o encontro. Mas o
tenista luso voltou a não baixar os
braços e foi capaz de ganhar três
jogos consecutivos para forçar um
terceiro set.
Na partida decisiva, Sousa este-
ve sempre no comando até servir a
5-3, momento em que Albot (99.º),
que já tinha derrotado o vimara-
nense numa eliminatória da Taça
Davis, há exactamente dois anos —
11-9 no quinto set —, lhe quebrou o
serviço. Só que o sétimo jogador
mais cotado da prova respondeu
ao mesmo nível e devolveu o break,
para fi nalizar ao fi m de duas horas
e 11 minutos.
Ténis Pedro Keul
Português superou a primeira ronda em São Petersburgo, na Rússia. Hoje vai medir forças com o espanhol Marcel Granollers
Hoje à tarde, na segunda ronda
deste torneio ATP 250, Sousa vai
defrontar o espanhol Marcel Gra-
nollers (81.º), vencedor do austra-
liano Thanasi Kokkinakis (70.º),
com um duplo 6-3. O espanhol de
29 anos (mais três do que o portu-
guês) conhece bem o adversário,
pois já se treinaram muitas vezes
juntos. No ATP World Tour, encon-
traram-se por duas vezes, ambas
em terra batida: em 2012, Granol-
lers venceu em Roland Garros e, no
ano passado, Sousa levou a melhor
no torneio do Rio de Janeiro.
Os melhores tenistas do St. Peters-
burg Open, o checo Tomas Berdych
(5.º), o canadiano Milos Raonic (9.º),
o austríaco Dominic Thiem (21.º) e
o espanhol Roberto Bautista Agut
(23.º), fi caram isentos da ronda ini-
cial e só se estreiam hoje na compe-
tição que tem um prize money de 167
mil euros para o vencedor.
João Sousa bateu ontem o moldavo Radu Albot
Breve
Andebol
FC Porto junta-se na frente a Sporting e BenficaO campeão nacional FC Porto derrotou o ABC, por 32-27, em jogo antecipado da quinta jornada do campeonato de andebol, e manteve o currículo 100 por cento vitorioso, igualando Sporting e Benfica no topo da classificação, com 12 pontos em quatro encontros. Por sua vez, o clube bracarense, que tinha derrotado no mês passado os portistas na Supertaça, tropeçou pela primeira vez e ocupa a quarta posição, com dez pontos.
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | DESPORTO | 43
BRYN LENNON/AFP
Aos 34 anos, Kiryienka tornou-se no segundo mais velho a ganhar a medalha de ouro nos Mundiais
A insistência de Vasil Kiryienka deu
frutos em Richmond, nos Estados
Unidos. Aos 34 anos, e na décima
tentativa, o bielorrusso sagrou-se
campeão do mundo de contra-
relógio, um triunfo garantido por
apenas nove segundos de diferen-
ça para o italiano Adriano Malori e
26 para o francês Jérôme Coppel.
Nelson Oliveira, o único represen-
tante nacional, voltou a obter uma
posição de respeito (13.º), mas não
conseguiu melhorar o desempenho
do ano passado, quando se tornou
no primeiro ciclista português a
classifi car-se no top 10 (7.º).
O sucesso do corredor da Sky tem
tanto de persistente como de con-
sistente. A sua estreia nesta espe-
cialidade nos Mundiais de Estrada
aconteceu em 2005 e desde então só
falhou a presença em 2010. Em 2012,
assegurou o bronze e não mais saiu
do top 4. Nos dois anos seguintes,
terminou na 4.ª posição para agora
subir ao lugar mais alto do pódio,
garantindo a camisola arco-íris.
Kiryienka cumpriu os 53,5 quiló-
A perseverança de Kiryienka compensou na décima tentativa
metros do percurso em 1h02m29s,
a uma média de 51,368 km/h, para
se tornar o segundo mais velho a
ganhar a medalha de ouro. O bielor-
russo sucedeu no palmarés a Brad-
ley Wiggins, que tinha mais alguns
meses do que Kiryienka quando ga-
nhou há um ano.
Concentrado no ciclismo de pis-
ta, o britânico não compareceu ao
Mundial de Richmond. Outra baixa
de vulto foi a do recordista de triun-
fos Fabian Cancellara, lesionado.
Apesar da ausência destes dois no-
mes, não havia falta de grandes es-
pecialistas à partida, mas Kiryienka,
que nesta época venceu também o
contra-relógio dos Jogos Europeus,
da Volta a Itália e do seu campeona-
to nacional, foi o único dos favoritos
que terminou no pódio.
O grande derrotado foi Tony Mar-
tin. O alemão não conseguiu igualar
as quatro vitórias de Cancellara e foi
apenas 7.º (a 1m16s), terminando
uma série de seis presenças segui-
das no pódio. Terceiro há um ano, o
holandês Tom Dumoulin, a grande
surpresa da Volta a Espanha, desceu
para 5.º (a 1m01s), enquanto o aus-
traliano Rohan Dennis, atrasado por
uma avaria, foi 6.º (a 1m07s).
O campeão italiano Adriano Ma-
lori, com uma grande performan-
ce, falhou por muito pouco a sexta
vitória do ano num contra-relógio
e imitou a prata do compatriota An-
drea Chiurato em 1994. O transal-
pino subiu sempre na hierarquia:
24.º em 2011, depois 10.º, 8.º, 6.º
e agora 2.º. Mais surpreendente foi
o terceiro lugar de Jérôme Coppel.
O campeão francês ofereceu ao seu
país a primeira medalha na especia-
lidade desde o êxito de Laurent Ja-
labert, em 1997.
Quanto a Nelson Oliveira, fi cou
longe da meta de fazer melhor do
que o sétimo posto conseguido há
um ano, acabando por concluir a
prova com mais 1m52s do que Ki-
ryienka, no 13.º lugar. “Tentei re-
gular o esforço na primeira parte,
pensando que poderia recuperar na
fase fi nal. Acabei por pagar o desgas-
te da Vuelta e não cumpri o objecti-
vo. Estava muito vento e as subidas
não eram sufi cientes para quebrar o
ritmo aos roladores”, disse Oliveira,
citado pela Federação de Ciclismo.
CiclismoManuel Assunção
Nelson Oliveira foi 13.º no contra-relógio do Mundial que decorre nos Estados Unidos
Quatro dias depois de alcançar uma
vitória histórica sobre a África do Sul,
o Japão durou 48 minutos contra a
Escócia. Os japoneses voltaram a es-
tar em muito bom nível na primeira
parte do segundo jogo que fi zeram
no Campeonato do Mundo de râgue-
bi, em Inglaterra, mas a saída por le-
são do “8” Amanaki Mafi coincidiu
com o eclipse japonês: nos últimos 32
minutos, a Escócia marcou cinco en-
saios e garantiu uma vitória inequívo-
ca, por 45-10. Tal como os escoceses,
a Austrália e a França também con-
fi rmaram o favoritismo e venceram,
mas com exibições medíocres.
A proeza conseguida pela selecção
comandada por Eddie Jones contra
os Springboks criou uma enorme
expectativa para o segundo jogo do
Japão no Mundial, mas desta vez os
Brave Blossoms depararam-se com
um rival que mostrou que terá que
ser levado muito a sério pela concor-
rência. Bem trabalhados pelo neo-
zelandês Vern Cotter, os escoceses
mostraram sangue frio e rigor táctico
enquanto duraram as forças dos asiá-
ticos e, na segunda parte, com cinis-
mo q.b., fi zeram o KO ao rival.
Depois de um 12-7 ao intervalo fa-
vorável aos britânicos, o Japão ainda
reduziu para 12-10, mas esse acabou
por ser o princípio do fi m dos nipó-
nicos, que perderam nessa altura o
seu infl uente “8”, Amanaki Mafi , que
tinha marcado o único ensaio na pri-
meira parte. Dois minutos depois da
saída por lesão de Mafi , John Hardie
fez o primeiro ensaio da Escócia (17-
10) e o jogo mudou por completo.
A acusarem o desgaste do intenso
duelo contra os sul-africanos, os ja-
poneses começaram a cometer erros
e a abrir espaço aos escoceses, que
marcariam mais quatro ensaios (Ma-
rk Bennett, aos 56’ e 69’; Tommy Sey-
mour, aos 64’; Finn Russell, aos 74’).
Com esta vitória com bónus ofensi-
vo (45-10), a Escócia deu um enorme
passo rumo aos “quartos”.
Nas outras partidas disputadas on-
tem, os favoritos ganharam, mas tan-
to a Austrália, como a França mostra-
ram muito pouco. Com uma exibição
assim-assim e apenas três ensaios
marcados, a Austrália não somou o
ponto de bónus ofensivo, o que per-
mitiria igualar a Inglaterra no topo
do Grupo A, com cinco pontos. Os
Wallabies fi caram-se pelo objectivo
mínimo na estreia do Mundial 2015:
vitória sobre as Fiji, por 28-13.
A fechar o quarto dia de compe-
tição, a França conseguiu um resul-
tado bem melhor do que a exibição.
No Olympic Stadium, em Londres,
os franceses, na estreia da Roménia
no Mundial, realizaram 80 minutos
de fraquíssima qualidade e o 38-11
favorável aos gauleses é claramente
exagerado.
RâguebiDavid Andrade
Depois de conseguir uma surpreendente vitória sobre a África do Sul, o Japão cedeu perante os competentes escoceses
Haraquiri japonês frente à Escócia, Austrália e França com exibições cinzentas
A Escócia mostrou grande rigor táctico frente ao Japão
EDDIE KEOGH/REUTERS
RESULTADOS
ONTEM
HOJE
Escócia-Japão (Grupo B) 45-10Austrália-Fiji (Grupo A) 28-13França-Roménia (Grupo D) 38-11
Nova Zelândia-Namíbia (Grupo C) 20h
CLASSIFICAÇÃO
1.º Vasil Kiryienka (Bielorrússia) 1h02m29s2.º Adriano Malori (Itália) a 9s3.º Jérôme Coppel (França) a 26s4.º Jonathan Castroviejo (Espanha) a 29s5.º Tom Dumoulin (Holanda) a 1m01s6.º Rohan Dennis (Austrália) a 1m07s7.º Tony Martin (Alemanha) a 1m16s8.º Maciej Bodnar (Polónia) a 1m17s9.º Marcin Bialoblocki (Polónia) a 1m22s10.º Moreno Moser (Itália) a 1m04s11.º Jan Barta (República Checa) a 1m34s12.º Taylor Phinney (EUA) a 1m36s13.º Nelson Oliveira (Portugal) a 1m52s14.º Stephen Cummings (Grã-Bretanha) a 1m58s15.º Michael Hepburn (Austrália) a 1m59s
44 | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
CARTAS À DIRECTORA
Nem tanto ao défice nem tanto à dívida
Dois americanos num tempo em mudança
Discutir assuntos tecnicamente
complexos em ambiente de campanha
eleitoral normalmente não dá bons
resultados. O tema está a ser tratado
com superfi cialidade e demagogia,
com o objectivo de passar ao eleitorado uma
mensagem que não é a mais correcta.
As regras de contabilidade exigiam que o
dinheiro injectado pelo Fundo de Resolução
no Novo Banco fosse contabilizado para
efeitos do défi ce e da dívida, caso a venda
não fosse concretizada no período de um
ano. Como tal, o défi ce do ano passado,
altura em que se deu a injecção de capital,
aumentou de 4,5% para 7,2%.
Não se passa nada, diz o Governo. É uma
desgraça, diz a oposição. Nem tanto ao
mar nem tanto à terra. Tal como explicou
ontem Pedro Passos Coelho, estamos a falar
A contabilização do Novo Banco no défice entrou pela campanha eleitoral adentro
de uma operação contabilística que não
exige um esforço adicional aos portugueses
para equilibrar as contas públicas e que
em nada compromete as metas para este
ano. Mas daí até dizer, como insinuou o
primeiro-ministro, que é um bom negócio
para o Estado vai uma grande distância.
Sendo verdade que o dinheiro não está
parado e que o Estado recebe juros pelos
3,9 mil milhões de euros que investiu
no Novo Banco, também é verdade que
a probabilidade de receber o dinheiro
emprestado de volta nos próximos anos é
quase nula.
Do lado da oposição, Pedro Nuno Santos,
do PS, exigia: “O que Pedro Passos Coelho
tem de explicar agora aos portugueses é
para que é que serviu a austeridade.” É caso
para dizer que uma coisa não tem nada que
ver com a outra. Se assim fosse, o próprio
PS teria de rever o seu programa eleitoral,
já que a necessidade de consolidar as contas
públicas seria maior do que o esperado.
E mesmo criticando a solução (e as
consequências) da resolução adoptada pelo
Governo para o BES, nunca se percebeu
bem o que os socialistas fariam de diferente
e que custasse menos aos cofres públicos.
Foi a cantora norte-americana Patti
Smith quem disse, há dias, numa
entrevista (no suplemento Ípsilon do
PÚBLICO), que “o Papa Francisco é
muito mais revolucionário do que
Barack Obama”. Porque o actual Papa
confrontaria mais poderes, a partir do
Vaticano (onde a sua decisão é soberana,
convém notar), do que o Presidente dos
EUA a partir da Casa Branca (onde tem
de lidar com a oposição republicana,
por saudável imposição do sistema
democrático). Onde se uniram estes dois
americanos, um do Norte e outro do Sul?
Nas alterações climáticas, que Francisco
inscreveu na Laudato Si’ e que Obama tem
vindo a brandir como derradeira arma no
seu adeus ao poder. De visita a Washington,
o Papa apoiou as posições de Obama e este
naturalmente retribuiu. Uma convergência
esperada num tempo em mudança, quando
ainda é cedo para avaliar as marcas que
estes dois homens vão deixar na história.
Sendo certo que a marcarão.
Indecisos e voto útil
O PS e a coligação PSD-CDS
andam, desde novembro de
2014, praticamente empatados.
Quer se queira quer não, no dia
4 de Outubro será o voto útil no
Partido Socialista a vencer as
eleições. Nunca o povo português
desejou tanto umas eleições, pois
ao longo destes quatro anos só
teve austeridade, desemprego,
agravamento da carga fi scal,
e sobretudo, dia após dia,
um grande empobrecimento.
Reformados e pensionistas, desde
que os senhores Pedro e Paulo
estão à frente deste Governo,
nunca mais tiveram um euro de
aumento. Há quatro anos, o então
candidato a primeiro-ministro
Pedro Passos Coelho mentiu aos
eleitores, prometendo não cortar
salários, pensões e não aumentar
impostos. Quem é que no seu juízo
prefeito levará a sério, novamente,
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
Pedro Passos Coelho? E lhe voltará
a dar o seu voto? De certeza
absoluta, ninguém. Encobrir o
erro é errar outra vez!
Tomaz Albuquerque, Lisboa
Dei comigo a...
Dei comigo a ouvir na rádio
que os muitos milhares de
emigrantes portugueses estão
a encontrar muitos obstáculos
para se inscreverem nos cadernos
eleitorais para as próximas
eleições de 4/10. Já que muitos
deles foram empurrados
porta fora, será que também
os mentores por tal êxodo
migratório não querem que eles
votem pensando que o voto não
ia para si/eles? Dei comigo a
pensar qual será a razão por que
a região da Catalunha quer ser
independente de Espanha. Então,
quer fragmentar ainda mais a já
desunida Europa? E aumentando
os nacionalismos? Ou pensará
apenas em si e nos seus? E quem
terá razão? Os que defendem uma
Europa escancarada? E já não
existem traidores, ou passaram
todos a ser bons rapazes?
José Amaral, VNGaia
A expectativa
A expectativa das eleições do
outono começam a desenvolver a
esperança de que os portugueses
precisam para promoverem a
ilusão. A ilusão que tudo se altere;
que se altere mesmo o país. Às
tantas até o país se pode alterar.
Basta acontecer as eleições.
Temos as inequívocas propostas
do PS em contraponto com as
realidades da coligação PSD-CDS.
Uns prometem-nos o paraíso
perdido, os outros iludem-nos
com uma realidade que apenas
a eles pertence. Não nos digam
que estávamos falidos. Não nos
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
digam que não há dinheiro. Não
nos digam para nos resignarmos
às evidências. Nós, portugueses,
queremos é viver com dignidade.
Nós, portugueses, que sempre
trabalhámos, temos o direito de
usufruir desse fruto. O fruto do
nosso trabalho. Podem vender-nos
a ilusão que quiserem. Só compra
quem quer.
Gens Ramos, Porto
O PÚBLICO ERROU
Na notícia “Ângela Ferreira vence
Novo Banco Photo 2015” da
edição de 23.09.2015 refere-se o
Museu de Etnografi a, quando se
deveria referir o Museu Nacional
de Etnologia. E quando se
escreve “vídeos captados pelo
casal Jorge e Margot Dias” deveria
escrever-se “excertos de vídeos
compilados por Luís Beja e vídeos
captados por Margot Dias.”
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | 45
BARTOON LUÍS AFONSO
Os programas eleitorais do desporto
Organizado pela Confederação
do Desporto de Portugal,
decorreu no dia 15 de
Setembro um debate no
Museu do Desporto sobre
os programas dos partidos
com assento parlamentar
evidenciando uma suave
convergência democrática sem
risco, com lugares-comuns e
estereótipos desportivos, qb.
Houve poucos discursos fulcrais e houve
mais o apontar de fi guras de estilo que
se indicam de seguida. Joana Silva, d’Os
Verdes, e Rita Rato, do PCP, afi rmam os
princípios constitucionais e os defi nidos na
lei de bases e a leitura dos seus programas.
Joana Silva acrescenta a massifi cação da
prática desportiva e a necessidade do
fi nanciamento do Estado. Rita Rato enfatiza
a perda da importância da educação
física escolar e uma melhor fi scalidade
no interesse do desporto. Raul Almeida,
do CDS, trata o programa da coligação,
discorre sobre o trabalho feito no desporto
escolar, na Assembleia da República, a
importância económica do desporto e a
Carta Desportiva Nacional. Pedro Pimpão,
do PSD, escusa-se com a difi culdade de
obter resultados no longo prazo, realça a
importância económica do desporto e o
entendimento na feitura das leis por parte
dos parceiros parlamentares. Laurentino
Dias, do PS, discursa solto, notando
o período de 40 anos e a necessidade
actual de encontrar soluções, apontando
para o trabalho das escolas e clubes e a
possível difi culdade de fi nanciamento
futuro se o entusiasmo popular for grande
para as novas apostas da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, retirando dinheiros
ao desporto, como aconteceu no início
do Euromilhões. Por fi m, Carlos Rocha,
do Bloco de Esquerda, estabelece uma
nova fronteira, ao referir uma estratégia
de desenvolvimento humano, e depois
fecha-lhe a porta, afi rmando que já está
tudo estudado, sem notar a pertinência e a
contradição do que afi rmara.
É interessante o BE assumir o conceito
da direita do “deixem-me trabalhar” e
a incompreensão do que são os limites
humanos, onde se trabalha em grande
parte do desporto moderno. Não me
apercebi se algum dos palestrantes falou
em ciência, afi rmando-se antes a existência
de estabilidade (um conceito que é
simultaneamente uma quimera e um saco
de gatos) de fi nanciamento e de produção
legislativa no desporto português, falando-
se do Eurobarómetro como instrumento
de medição da prática desportiva da
população, do decréscimo das fi liações
federadas, do desacerto das estatísticas
evidenciadas, da carta desportiva nacional
e da reforma fi scal
como projecto
adiado.
Quando Mariano
Gago assumiu a
pasta da Ciência
atribuída por
António Guterres, o
conhecimento mais
avançado e mais
bem estruturado foi
colocado à frente
do sector e esse
facto estará na base
do seu sucesso
reconhecido no
último 10 de Junho.
No desporto, a
ciência estará
arredada como
se observou
em diferentes
sound bites dos
palestrantes
parlamentares,
referindo a
normalidade do
fi nanciamento e do processo legislativo
no desporto, certo erro dos números
esgrimidos, encimado pela máxima dos
estudos estarem todos feitos. No passado,
o desporto teve sumidades, uma liderança
universitária e o máximo conseguido foram
comportamentos corporativos nulos de
benefícios sociais.
O desporto é também o gume da navalha
do desenvolvimento humano, ainda mais
do que o conceito de Carlos Rocha, do BE. A
jovem economista e emigrante em Londres
Sara Paço cantou My boss is a dick head no
programa inglês X-Factor e convenceu o júri
da sua excelência. Patrícia Resende, fi lha de
Carlos Resende, campeão de andebol, é a
coqueluche da Universidade do Porto, com
os 20 valores de ingresso. Patrícia Resende
não se atrapalha por ser andebolista de
alto rendimento e, tal como muitos pais,
sabe que o desporto é fundamental para o
melhor desenvolvimento dos seus fi lhos.
Todas as escolas e todas as universidades
lidam com crianças maravilhosas em
todo o seu ser, mas o desporto servido
No desporto, é pertinente suscitar-se a dúvida em relação à fasquia dos critérios de decisão de nomeação política
Miguel Esteves Cardoso interrompe a sua crónica durante o mês de Setembro, para férias, voltando ao espaço habitual em Outubro
Debate LegislativasFernando Tenreiro
tantas vezes é mitigado e aquém do
nível de desenvolvimento europeu que
Portugal deveria ter e das exigências de
desenvolvimento pleno dessas crianças...
Apesar disso, os bons treinadores e
dirigentes desportivos sabem que os
melhores alunos são os que também nunca
faltam aos treinos, são os mais aplicados
e tantas vezes os melhores desportistas. O
desporto é um sector fulcral e sensível e
tratá-lo com ligeireza é um pecado mortal
apenas justifi cado pela iliteracia desportiva
nacional que diminui orçamentos,
desestrutura organizações desportivas
das suas missões, nomeia desajustados
para funções de liderança das instituições
públicas e privadas e trabalha pouco os
princípios e a largueza de perspectivas.
Não será por demais sugerir que as nossas
crianças são perfeitas e, quando tropeçam,
fazem-no porque o país, as suas instituições
e quem as lidera se estatelaram antes.
No desporto, é pertinente suscitar-se a
dúvida em relação à fasquia dos critérios de
decisão de nomeação política. As próximas
eleições sugerem que as crianças nacionais
e o desporto português necessitam de
líderes e equipas políticas, no mínimo,
extraordinárias e que esse valor é a
responsabilidade atribuída ao vencedor
das eleições. Importará pouco o pacote de
promessas se os nomeados para governar
o desporto forem inferiores à excelência e
responsabilidade da juventude desportiva
portuguesa, quando se lhes pede para
ganharem campeonatos da europa, do
mundo e os Jogos Olímpicos, e se essas
personalidades não demonstrarem ter
capacidade profi ssional, anímica, ética, de
vida, perspicácia, independência, civilidade,
presença e assunção dos riscos para
responder ao desafi o do desenvolvimento
sustentado do desporto português neste
novo início para o século XXI.
Oxalá a rima da canção de Sara Paço
apenas se aplique ao seu patrão britânico.
Economista
REUTERS
46 | PÚBLICO, QUI 24 SET 2015
AXEL SCHMIDT/REUTERS
Excelência, diz a FCT
Carta aberta à presidente da
Fundação para a Ciência e a
Tecnologia, Professora Doutora
Maria Arménia Carrondo:
Celebra-se este ano o
centenário da Relatividade
Geral, a teoria física-
matemática que Albert
Einstein concebeu para
descrever as Leis da
Gravitação e apresentou em 1915,
universalmente reconhecida como um dos
maiores feitos do pensamento humano.
Ao longo destes 100 anos, a Relatividade
Geral tem tido um impacto incrível no
entendimento do Universo. Para além
disso, a sua natureza conceptual, alicerçada
em perspectivas revolucionárias de
espaço e tempo, tratando situações físicas
enigmáticas como os buracos negros ou
o “Big Bang”, tem inspirado a literatura, o
cinema, a arte, e alavancado a tecnologia
(sendo o exemplo mais notório o GPS, que
seria impossível sem a correta aplicação da
física relativista).
Mistérios como a natureza da matéria e
energia escuras, que constituem mais de
¾ do Cosmos, bem como interrogações
sobre que tipo de incríveis objectos existem
no centro de quase todas as galáxias e
originam as maiores luminosidades do
Universo, são alguns dos exemplos que têm
levado a comunidade internacional a tentar
entender profundamente as complexas
equações da Relatividade Geral. Deste
empreendimento global têm resultado
excitantes desenvolvimentos teóricos,
que avançam em paralelo com enormes
esforços experimentais para obter novos
e mais precisos dados observacionais.
Estes são alguns dos problemas científi cos
mais importantes da actualidade,
cuidadosamente discutidos nos últimos
relatórios da NASA e da ESA.
Enquadrada neste esforço internacional,
a ciência feita em Portugal tem conseguido
destaque e liderança. Eis exemplos
concretos:
— Duas bolsas do European Research
Council (ERC) foram dadas a um grupo
baseado em Portugal nesta área. É
(provavelmente) caso único na Europa;
— Duas bolsas da União Europeia para
intercâmbio de investigadores entre
Portugal, Espanha, Inglaterra, França,
Itália, Brasil, EUA, Japão e Canadá.
— De acordo com um estudo recente da
Scientifi c American, o artigo original mais
citado dos 2435 artigos colocados online
em Gravitação e Cosmologia, em 2014, é
uma investigação integralmente feita numa
Universidade portuguesa.
Vários estudos mostram que a Física e
as Ciências do Espaço são das disciplinas
científi cas mais
desenvolvidas em
Portugal, situando-
se até em patamares
superiores à
média europeia.
Parcialmente
motivada por esta
crescente relevância
internacional da
ciência feita em
Portugal nesta
área, a comunidade
de relativistas
portugueses formou
recentemente
a “Sociedade
Portuguesa de
Relatividade Geral e
Gravitação”.
Apesar desta
inequívoca
excelência segundo os padrões
internacionais, para nosso grande
desalento, constatámos que a FCT decidiu
desapoiar a investigação em ciência
fundamental teórica, em particular
nesta área. Em concreto, das dezenas de
Francisco Assis interrompe a sua crónica durante a campanha eleitoral
candidaturas submetidas ao concurso de
Projectos de IC&DT em todos os Domínios
Científi cos 2014 em física teórica, e cujos
resultados foram divulgados durante o mês
de Agosto de 2015, nenhum foi aprovado.
Esta situação contrasta marcadamente com
o apoio da FCT a outras áreas científi cas,
onde se constata, por exemplo, que uma
instituição (privada) [1] na área das ciências
biomédicas em Portugal teve mais de 70%
dos seus projectos submetidos aprovados
no mesmo concurso.
Será que afi nal a física teórica em
Portugal não é excelente? Bom, o veredicto
depende dos avaliadores, e claro está, do
orçamento que a FCT destina a cada área.
Dado que dezenas de avaliadores da área
(incluindo, por exemplo, prémios Dirac e
Nobel) já a carimbaram como excelente em
várias avaliações (repetimos, duas ERC para
física teórica, duas bolsas europeias IRSES
e RISE, etc), o resultado da física teórica no
concurso da FCT e em particular da área da
Gravitação, pode apenas ser interpretado
como sendo consequente ou de uma
opção política da FCT — não assumida nem
divulgada — ou de uma falta de cuidado na
condução dos concursos.
Constatámos, por exemplo, que, no
concurso de Projectos de IC&DT em todos
os Domínios Científi cos 2014, o painel de
avaliação na área da Física não tinha
qualquer membro com background
teórico, nem em gravitação/astrofísica
ou cosmologia, nem em física de altas
energias. Constatámos também que na área
da astrofísica apenas uma instituição teve
projectos aprovados. Isto não é normal. E
sobretudo não é normal, nem tão-pouco
ético, que, coincidentalmente, um dos
membros do painel de avaliação (o único
vagamente relacionado com a área) tenha
sido durante anos membro conselheiro
dessa mesma instituição. Constatámos
ainda que as próprias directivas da FCT
continham explicitamente na avaliação
um item designado a auferir o potencial
económico da proposta. Em áreas como a
física teórica ou a matemática é perverso e
vai contra toda a história da ciência ter que
mostrar um potencial económico. Obrigar
a ciência a guiar-se por uma perspectiva
economicista é amordaçá-la. Essa visão
fará sentido na tecnologia, mas não na
ciência. Por trás dos avanços tecnológicos
está a ciência pura e desinteressada. Foi a
busca da constituição do átomo, sem fi m
económico aparente, que nos deu o CERN
e eventualmente a Internet. E foi também
a lei da gravitação que permitiu que o
homem fosse à Lua, o que nos deu fi ltros
de água, implantes auditivos, bombas de
insulina...
Como noticiado pelo PÚBLICO em
12 de Setembro de 2015 a propósito do
concurso referido, “nunca tanto dinheiro
foi distribuído por tão poucos projectos
científi cos”. Pois é. Os supostos excelentes
Debate Investigação científicaVítor Cardoso, Carlos A. R. Herdeiro
recebem tudo e os outros nada. Uma
política sensata quando existe um claro
diferencial de qualidade entre uns e
outros, mas injusta e insensata quando
esse diferencial é obviamente inexistente
e a ordenação é, no mínimo, discutível. Na
prática, o que se verifi ca é que depois da
assumida pose pública da FCT enfatizando
o mérito e a excelência, equipas com nítida
excelência viram recusadas as propostas de
(modesto) fi nanciamento.
Gostaríamos de recordar a V. Exa.
que os benefícios de investir em ciência
fundamental, sem retorno imediato —
seja ele fi nanceiro ou tecnológico —,
são sobejamente conhecidos. Sem esse
investimento, a inovação deixa de existir.
O relatório do comité de acompanhamento
da presidência Obama no Estados Unidos
chama a atenção para que (citamos
livremente o relatório) “a Ciência, a
Tecnologia, a Engenharia e a Matemática
são fundamentais para determinar as
nações líderes nos desafi os em áreas como
a energia, a saúde, a protecção ambiental,
a segurança nacional, entre muitos
outros. Um bom investimento em ciência
garante que o país continue a realizar
descobertas fundamentais que aprofundem
o conhecimento de nós mesmos, do nosso
planeta e do nosso Universo. O ensino da
ciência fornece as ferramentas técnicas e
a literacia necessária para um indivíduo
tomar decisões informadas sobre si próprio,
sobre a família e sobre a comunidade. E
fortalece ainda a democracia, preparando
todos para tomarem decisões informadas
num mundo cada vez mais tecnológico.”
Como coordenadores de dois dos
maiores grupos de gravitação do país,
vimos desta forma apelar à presidente
da FCT para que não deixe morrer a
investigação em ciência fundamental, e
em particular nesta área da gravitação,
no momento em que celebramos o seu
centenário. Pedimos que a FCT institua
uma política científi ca e de excelência na
elaboração do orçamento, na distribuição
do orçamento, na constituição dos painéis
de avaliação e no Conselho da própria FCT.
É o nosso desejo que a que FCT institua, no
seu seio, a política de excelência que diz
exigir à comunidade que serve.
[1] A fundação pública para a ciência “doou”,
neste momento de crise, uma fracção do seu
orçamento para instituições privadas milionárias.
Instituto Superior Técnico, coordenador do Grit, Grupo de Gravitação do Instituto Superior Técnico; coordenador do Gr@v, Grupo de Gravitação da Universidade de Aveiro
Gostaríamos de recordar que os benefícios de investir em ciência fundamental, sem retorno imediato, são sobejamente conhecidos
PÚBLICO, QUI 24 SET 2015 | 47
NFACTOS / FERNANDO VELUDO
A Uber e os táxis
No dia 8 de Setembro, assistimos
a uma enorme manifestação
de taxistas numa contestação à
operação da Uber em Portugal.
Já ouvimos várias vezes a
Uber dizer que é apenas uma
plataforma electrónica que liga
passageiros a motoristas e é
relevante tentarmos perceber
o porquê de esta empresa
não usar táxis devidamente licenciados,
nomeadamente no seu serviço Uber X, para
entregar o serviço que angaria.
Ninguém tem dúvidas de que a actividade
da Uber seria absolutamente legal nessa
situação, competindo com outras apps
que funcionam de forma idêntica, como o
Meo Táxi ou a 99 Táxis, mas que entregam
o serviço a táxis devidamente licenciados
pelos municípios. Repare-se que a
requisição e adjudicação em tempo real
de um transporte em carro é exactamente
o que caracteriza a actividade dos táxis,
requerendo uma infra-estrutura que facilite
tal actividade, nomeadamente com um
conjunto de praças de táxi distribuídas
pelas cidades de forma a poderem satisfazer
tais pedidos efi cientemente. No Porto, onde
vivo, e como os carros Uber X não têm
tais praças, vejo-os muitas vezes parados
em segunda fi la enquanto esperam pelo
próximo serviço, numa ilegalidade óbvia
e inevitável numa operação de transporte
de passageiros que não se articulou
previamente com as entidades que regulam
e organizam a rede rodoviária urbana.
É relevante tentarmos perceber
o porquê de a Uber não usar táxis
devidamente licenciados pelos municípios,
nomeadamente no seu serviço Uber X.
Repare-se que não é pela questão da
qualidade dos carros, pois entre os mais
de 12.000 táxis existentes em Portugal
existem inúmeros carros que circulam
rigorosamente impecáveis diariamente.
Também não é pela educação dos
motoristas, pois existem igualmente
inúmeros motoristas de táxi que são
cordiais com os seus clientes, falam
várias línguas e executam o seu trabalho
com profi ssionalismo e efi ciência. O
argumento da Uber de que traz alternativas
para o transporte urbano em Portugal é
particularmente estranho num contexto
em que há 10.000 empresas diferentes
a prestar tal serviço, muitas delas com
carteiras de clientes fi éis, que preferem
chamar um táxi específi co ao invés de pedir
um táxi para uma central de táxis.
Na minha opinião, existem duas razões
principais para o facto de a Uber não
usar táxis para executar o serviço que
angaria com a sua app: uma técnica e uma
comercial. A razão técnica prende-se com
o facto de ter que cobrar o valor indicado
no taxímetro se operar com táxis. Fazer
o seu próprio taxímetro na app, com
base no relógio e GPS dos smartphones,
é tecnicamente muito mais simples do
que ler o valor do taxímetro. Torna a
experiência do passageiro mais confortável
e o fi m da viagem bem mais expedito,
comparativamente
com as outras apps
que operam com
táxis e que esperam
pela introdução
pelo motorista do
valor do taxímetro.
Com o seu próprio
taxímetro feito na
app, a Uber pode
fl exibilizar as tarifas
como bem entende,
variando os valores
em função da oferta
e da procura. É
uma vantagem
importante
comparativamente
com as apps que
operam com táxis,
mas que torna
incompatível a
utilização de táxis
sujeitos à tarifação
de um taxímetro por
parte da Uber. Sobre
os valores cobrados
pela Uber, e que
se baseiam nos
mesmos princípios
dos taxímetros
dos táxis, com
uma componente
de distância e
uma componente
temporal, temos
ouvido diversas
vezes que o valor
de um carro Uber X
será alegadamente
É sempre possível arranjar exemplos particulares onde a diferença de preço pode ser significativa a favor de um carro Uber X, mas no cômputo geral desengane-se quem advoga que a tarifa Uber X é mais barata que a tarifa dos táxis
inferior ao cobrado por um táxi. O valor
da tarifa inicial, do quilómetro e do
minuto são totalmente diferentes num
Uber X e num táxi, tornando difícil uma
comparação objectiva, que só é possível
usando viagens concretas, com trajectos
e durações concretas. Sendo eu co-
fundador da empresa Geolink, que faz
a expedição electrónica de algumas das
maiores centrais de táxi em Portugal,
foi-me relativamente fácil pedir uma
análise objectiva que permitisse uma
comparação clara de ambas as tarifas.
Para isso a Geolink utilizou um ano inteiro
dos trajectos dos 442 táxis da Raditáxis do
Porto, a central mais antiga do país, que
totalizaram mais de um milhão de serviços.
Estes trajectos têm informação temporal
e espacial, permitindo ainda determinar a
tarifa usada na viagem, nomeadamente na
parte urbana e suburbana de tal viagem. O
resultado para um ano inteiro de serviços
deu uma diferença de apenas 5% menos na
tarifa aplicada pela Uber, usando sempre
o seu valor-base mais barato e que pode
variar em função da oferta e da procura.
Mais relevante nesta comparação é ainda
o facto de usarmos a mobilidade dos
táxis nos trajectos analisados e que será
necessariamente diferente da mobilidade
dos carros Uber X, uma vez que estes
não podem circular nas faixas bus. Esta
diferença de mobilidade, para além de
tornar menos efi ciente o transporte
num Uber X comparativamente com
um táxi, também teria implicações na
componente temporal da tarifa aplicada
pela Uber (0,10 EUR por minuto), que
provavelmente anulariam a diferença
positiva para os carros Uber X no total de
viagens executadas pelos táxis da Raditáxis
do Porto. É claro que é sempre possível
arranjar exemplos particulares onde a
diferença de preço pode ser signifi cativa a
favor de um carro Uber X, mas no cômputo
geral desengane-se quem advoga que a
tarifa Uber X é mais barata que a tarifa dos
táxis.
Debate MobilidadeMichel Ferreira
A razão comercial para o facto de a Uber
não usar táxis para executar o serviço que
a sua app angaria prende-se, na minha
opinião, com o facto de ser muito difícil
convencer os taxistas a aceitarem pagar a
comissão de 20% que é cobrada em cada
serviço. As apps que angariam serviço
e o despacham através de táxis, como a
Meo Táxi ou a 99 Táxis, cobram menos de
metade da comissão da Uber. Ao recorrer a
carros que não teriam acesso a fazer serviço
de táxi de outra forma, é natural que seja
mais fácil tornar aceitável uma comissão de
20%. E ao ser a única empresa a aventurar-
se na ilegalidade de atribuir serviço de
táxi a carros que não estão licenciados
para o serviço de táxi, a Uber consegue
uma visibilidade extraordinária gerada
pela contestação e polémica sobre a sua
operação.
Note-se que o transporte rodoviário
acontece numa infra-estrutura pública
de estradas, pagas com os impostos de
todos nós. Se a Uber construísse a sua
própria rede de estradas, seguramente que
ninguém poria em causa a sua operação.
A liberalização das farmácias, que ocupam
espaços privados, não é comparável à
liberalização do transporte rodoviário que a
Uber quer impor. Muitos de nós regressam
agora de férias nas inúmeras praias de
Portugal, onde fomos provavelmente
clientes de um bar de praia concessionado.
Agora imagine-se que, ao lado desse bar de
praia, alguém construía um outro bar de
praia sem se preocupar em obter qualquer
autorização, argumentando apenas que
aquela praia precisava de alternativas de
restauração, que os empregados do bar
concessionado eram mal-educados e pouco
apresentáveis, queixando-se sempre que
alguém pedia apenas um café. Seguramente
que se, nada fosse feito, surgiriam outros
bares idênticos na mesma praia, ocupando
o areal até ao limite da rentabilidade gerada
pelo espaço deixado para os veraneantes
estenderem as suas toalhas. Não sei se é isto
que queremos para as nossas praias, mas
seguramente que não é isto que queremos
para as nossas estradas.
O espaço público da estrada é muito
mais sério do que o espaço público das
praias. Os acidentes rodoviários são a
oitava causa de morte a nível mundial,
e a mortalidade que daí resulta é
profundamente amplifi cada quando é
medida em anos de vida perdidos. Não
passa pela cabeça de ninguém ter uma
desregulação total da rede rodoviária e
do transporte rodoviário. Porque também
será mais efi ciente para uma empresa
que opere no transporte rodoviário e que
não obedeça às regras vigentes deixar de
cumprir limites de velocidade ou regras de
prioridade em cruzamentos.
Professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e
PUBLICIDADE
ESCRITO NA PEDRA
“Se estou condenado, então estou não só condenado a morrer mas também condenado a lutar até morrer” Franz Kafka (1883-1924), escritor checo
QUI 24 SET 2015
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Urbanos Press – Rua 1.º de Maio, Centro Empresarial da Granja, Junqueira, 2625-717 Vialonga, Telef.: 211544200 Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Agosto 35.268 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
O consumo teve um aumento superior ao crescimento do rendimento disponível p21
Há grávidas que consomem álcool. Vem aí uma campanha de sensibilização p16/17
Medidas “externas” incluem mais dinheiro para o ACNUR e outras agências p24/25
Poupança das famílias cai para mínimos históricos
Gravidez: uma campanha contra os erros
UE evita confronto sobre quotasde refugiados
Totoloto
2 3 8 41 43 12
15.900.000€1.º Prémio
SOBE E DESCE
Fundação Inatel
Com a Europa em dificuldades para decidir o que fazer
com a chegada de tantos refugiados, a Fundação Inatel dá o exemplo ao criar um plano meritório para dar formação profissional e emprego a 100 refugiados nas suas unidades hoteleiras. A Inatel pretende dar a esses refugiados, concluído o processo de formação, contratos de trabalho semelhantes aos que têm os portugueses, pretendendo ainda envolver outras unidades hoteleiras privadas com as quais trabalha. (Pág. 14)
Luis Enrique
A primeira derrota do Barcelona na Liga espanhola, a
poucos dias de umas eleições importantíssimas na Catalunha,
não podia ter sido mais estrondosa. Num estádio onde o Benfica já foi muito infeliz, o Celta de Vigo
goleou a equipa treinada por Luis Enrique por 4-1. O campeão espanhol perdeu a liderança do campeonato para o Real Madrid (vencedor em Bilbao) e para o Celta, e desceu ao quarto lugar da prova. (Pág. 41)
Ford
A Autoridade da Concorrência multou o fabricante de carros em
150 mil euros por ter prestado informações falsas, inexactas ou incompletas. Uma multa semelhante à que aplicou à Peugeot. Segundo o regulador português, a Ford incluía nos contratos de extensão de garantia uma cláusula que impedia os consumidores de recorrer a oficinas independentes. Se o fizessem, podiam perder o direito à garantia da Ford, que ainda pode recorrer da decisão. (Pág. 21)
Martin Winterkorn
Já rolou a primeira cabeça no grupo Wolkswagen, na
sequência do escândalo nos EUA, onde se ficou a saber que o fabricante alemão instalou software em vários modelos para enganar os testes de emissão de gases. O presidente executivo demitiu-se, mas a empresa diz que Winterkorn não sabia de nada. A dimensão do escândalo e as enormes perdas em bolsa das acções não podiam passar sem consequências. (Págs. 20/21)Jornalista
O RESPEITINHO NÃO É BONITO
Pedro e António: unidos pela barriga
Esta campanha eleitoral
está a ser curiosa, porque
Pedro Passos Coelho e
António Costa parecem dois
alcoólicos em reabilitação
deixados à solta numa
adega. Por “alcoólico” entenda-se
o político viciado em prometer
muito mais do que cumpre.
Por “reabilitação” entenda-
se o esforço — real — para se ser
mais sério do que antes, dada a
intolerância do eleitorado para a
aldrabice. E por “adega” entenda-
se o actual tempo de campanha,
onde a tentação do populismo
bacoco e da promessa desvairada
é irresistível.
Pedro e António estão a sofrer
com o abismo que se cavou
entre a sua natureza política e
partidária (prometer o que não
podem) e a actual situação política
e económica, que exige uma
contenção única na nossa história
democrática. Curiosamente, PSD
e PS encontraram soluções muito
diferentes para enfrentar este
dilema. O PSD optou por compor
um programa eleitoral cheio
de verbos que não dizem nada,
tipo “valorizar”, “promover” ou
“aprofundar”, desculpando-se
que os seus números já tinham
João Miguel Tavares
sido entregues em Abril, via
Programa de Estabilidade e
Crescimento. O PS foi mais
ambicioso: apresentou uma bela
colectânea de mapas compilada
por Centeno & companhia,
atitude bem mais séria do que a
do PSD, mas muito mais atreita
a escorregadelas durante a
campanha eleitoral — pela simples
razão de que as promessas de
António Costa tendem a não bater
certo com os números de Mário
Centeno.
Foi assim que o líder do PS
foi apanhado na curva dos mil
milhões de cortes nas prestações
sociais, não necessariamente
por se ter esquecido dessa parte
do programa (embora toda a
gente tenha fi cado a achar que
sim), mas porque o programa
é muitíssimo vago, falando
apenas (perdoem o deplorável
português) em “reavaliar e
reforçar a coerência do modelo
de aplicação da condição de
recursos nas prestações sociais
de natureza não contributiva”.
Ou seja, se o PSD verbalizou sem
quantifi car, o PS quantifi cou sem
verbalizar. Daí a necessidade
posterior de piruetas semânticas,
como esta de António Costa: “não
são cortes, são poupanças”, que
é assim como dizer que Joana
Amaral Dias não estava nua, mas
apenas sem roupa.
Nesse sentido, Costa foi vítima
da sua própria seriedade pré-
campanha, que não é compatível
com a falta de seriedade da
campanha propriamente dita. E
o problema de colocar números
sérios nos programas eleitorais
torna-se ainda mais óbvio num
dia como o de ontem: anúncio de
défi ce de 7,2% em 2014, 4,7% no
primeiro semestre, necessidade
de um milagre para atingir o
défi ce previsto de 2,7% em 2015,
e possibilidade real de ele trepar
muito acima disso devido às
necessidades de fi nanciamento do
Novo Banco.
Esta notícia teria tudo para ser
um desastre para o Governo, não
fosse ser ela também um desastre
para o PS. Repare-se como, desta
vez, não só Passos Coelho achou
que devia acalmar os portugueses
em relação ao estado do país
como António Costa achou que
devia acalmar os portugueses em
relação ao programa do PS. “O
nosso programa mantém-se sólido
e credível”, garantiu ele, atacando
o défi ce de 7,2%. Infelizmente
para António Costa, a primeira e
a segunda parte da frase não são
compatíveis. Por muito menos,
o PS já sentiu necessidade de
rever (três vezes) o seu programa
macroeconómico. Um aumento
signifi cativo do défi ce dá cabo
das contas socialistas — a partir
do momento que há números e
cenários, as más notícias para o
Governo também são más notícias
para o PS. Pedro e António estão
ligados pela barriga.
SAIBA TUDO EM publico.pt/legislativas2015/sondagens
LEGISLATIVAS 2015 TRACKING POLLA evolução diária das intenções de voto dos eleitores
269E4C10-67AF-4367-B303-EC0E11CAE31E