Ergonomia e Acessibilidade Aplicada à Habitação de Interesse Social - Antropometria

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Ergonomia

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ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE

Aplicada à Habitação de Interesse Social

Aula 03

Antropometria Prof. Mario S. Ferreira

Junho, 2013

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Curso de Especialização em Arquitetura da Habitação de Interesse Social

Medicina

Física e

Engenharia

Anatomia e

Fisiologia Psicologia

Experimental

ERGONOMIA

1o. Tratado Completo

sobre medidas humanas:

Vitrúvio/Roma

I AC: O Homem-Norma

2o. Trabalho

Cennino Cennini

Itália sec. XV

Renascimento

Leonardo da Vinci:

Desenho

da escala humana

com base em Vitrúvio

Século XX

Le Corbusier:

O Modulor

(2000 anos

após Vitrúvio)

A

A:10

A

A Estudos "Ergonômicos"

(antropométricos)

ao longo da História

1a.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

(~1850)

1881 F.W.TAYLOR

TIME STUDY

EFICIÊNCIA

DO TRABALHADOR

1900 F.GILBRETH

MOTION STUDY

DESEMPENHO

DO OPERÁRIO

TREINADO

TRABALHO FÍSICO

AINDA

CONSIDERÁVEL ~1900 TEMPOS

& MOVIMENTOS

MELHORIA

DE MÉTODOS

E PROCESSOS

PRODUTIVOS

Estudos "Ergonômicos"

Dados Referenciais:

DIMENSIONAMENTO

& ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

JOHANN SIGISMUND ELSHOLTZ

(médico alemão,1654, Pádova, IT):

primeiro a utilizar o termo em título

de tese de graduação

Origem grega:

ANTROPO – Homem

METRII - Medida”,

Iida e Henry (1973)

“parte do domínio da Antropologia

Física que estuda as dimensões

lineares, diâmetros e pesos do corpo

humano”.

ANTROPOMETRIA

Aplicações

de Dados

Antropométricos •Postos/Estações de Trabalho

•Comandos e Controles

•Mobiliário Doméstico e Profissional

•Superfícies de Assentos

•Mobiliário Urbano

•Transporte Coletivo e Individual

•Instalações Elétricas

•Equipamentos e Dispositivos de Segurança

•Vestuário

•Espaços Públicos

•Circulações / Acessos

•Comunicação Visual / Sinalização

•Equipamentos Médicos / Fisioterapia

•Produtos, Artefatos e Utilidades

Envelope Humano

Objeto

Objeto

Ambiente Construido

Ambiente

Construido

Aplicações

de Dados

Antropométricos

DO NASCIMENTO À IDADE ADULTA

Estatura: aumento em 3,5 vezes;

Superfície da pele: aumento em sete vezes;

Peso: aumento de 20 vezes.

Estatura

1o. Ano - 4 cabeças,

4 anos - 5 cabeças,

9 anos - 6 cabeças,

16 anos - 7 cabeças;

Idade adulta - 7,5 cabeças.

2 anos: metade da estatura de um adulto.

PADRÃO DE CRESCIMENTO HUMANO

Dimensões físicas do corpo parado.

Emprego dos dados

nos Meios de Produção

projetos de assentos, mesas,

passagens, equipamentos pessoais

(capacetes, máscaras, botas,

ferramentas

manuais)

Antropometria

Estática

Dimensões e limites de

movimentação

Emprego dos dados

no Modo de Produção

Painéis, displays, superfícies de

trabalho, Organização do trabalho,

dimensionamento de espaços e

ambientes,

sequência

de operações

numa tarefa.

Antropometria

Dinâmica

Antropometria

Estática

Antropometria

Estática Human Scale (Dreyfuss, 2005)

A partir de 1920: taxa de 1cm

mais altos por década

Antropometria

Estática

Human Scale (Dreyfuss, 1974)

Medidas Antropométricas

Ingleses Adultos 19-65 anos

Medidas Antropométricas

Norte-Americanos Adultos 19-65 anos

Antropometria

Estática

Antropometria

Estática

Antropometria

Estática

Antropometria

Estática

limites de movimentação da cabeça,

olhos, coluna vertebral, membros

inferiores e superiores, pés e mãos.

hiperextensão,

rotação, flexão,

inclinação lateral.

(PANERO; ZELNICK, 2002).

Inclinação Lateral

Rotação

Flexão

Hiperextensão

35o

35o

70o

40o

30o

Antropometria

Dinâmica Importância

da antropometria dinâmica

• Execução de operações

sequenciais e/ou simultâneas;

• Ações interdependentes dos

membros do corpo;

• Complemento da biomecânica:

alcance, força e velocidade de

movimento.

ZONAS DE ALCANCE

Possibilidades de Acesso Vertical e Horizontal

Zona de Alcance

MAXIMAL

(55-65cm)

Zona de Alcance

PROXIMAL

(35-40cm) BOM NÍVEL DE

ACESSIBILIDADE

DO ANTEBRAÇO

Braço ~Vertical

NÍVEL DE

ACESSO ACEITÁVEL

Braço + Antebraço

Extendidos

Conforto

Postural

Zonas de Alcance +

Ângulos Visuais

Antropometria

Dinâmica

TAREFAS COM ACOMPANHAMENTO VISUAL CONTÍNUO

(Dul e Weerdmeester, 1995),

Leituras e inspeções de qualidade:

Superfícies inclinadas para aproximação dos olhos.

Evitar inclinar a cabeça e o tronco para frente.

Leitura: 45 graus Escrita: 15 graus

Inclinações maiores: sem apoio para braços e deposição de objetos

A postura em tarefas que exigem acompanhamento visual.

ALCANCE DOS BRAÇOS E MÃOS (Dul e Weerdmeester, 1995).

Operações mais importantes:

dentro de um raio de 50 cm

a partir da articulação entre os braços e os

ombros

Alcances dos braços sobre a superfície de

trabalho, para frente e para os lados:

limitados para evitar a inclinação

ou rotação do corpo.

Ferramentas, peças

e controles de uso freqüente:

em frente e perto do corpo,

dentro do campo tridimensional

de giro e movimentação;

Economia de energia

Movimentos de braços e mãos

confinados às áreas proximal e maximal,

nos planos horizontal e vertical;

Área Máximal de Trabalho

Plano Horizontal

• Todo o braço é girado em torno do ombro

• Alcances: 0,61 m de profundidade/1,22 m

de largura (Kazarian, 1989).

MAXIMAL

Mão

Esquerda

PROXIMAL

Mão

Esquerda

PROXIMAL

Mão

Direita

MAXIMAL

Mão

Esquerda

Área Proximal de Trabalho

Plano Horizontal

• Arco descrito pelo giro do antebraço

em torno do cotovelo

• Raio de 35,6 cm a 40,6 cm, para a

maioria das pessoas.

• Área do arco descrito por cada mão:

área normal de trabalho

• Área normal de trabalho para tarefas

executadas pelas duas mãos:

interseção com os dois arcos

(Robertson,1991; Kazarian,1989).

• Uso das mãos e antebraço sem uso

da parte superior do braço ou corpo

(Robertson,1991).

Área Proximal de Trabalho:

Plano Vertical

arco com o antebraço e mão

(Robertson, 1991).

Área Máximal de Trabalho

Plano Vertical

• Uso do braço estendido.

• A partir do ombro, um circulo de fácil

alcance para cima e para baixo,

• Itens de uso menos freqüente e de

mais baixo peso.

• Fadiga em decorrência do esforço

para alcançar objetos (peso e

repetição)

MOVIMENTAÇÃO DA CABEÇA

Localização de painéis de controle e distribuição dos mostradores.

Conveniente para o operador abranger todo o painel com movimentos

simples e suaves da cabeça, sem assumir posição forçada.

MOVIMENTAÇÃO DAS MÃOS

Acionamento e controle de máquinas e equipamentos;

Utilização de ferramentas e instrumentos;

Localização de comandos e controles,

Desenho de ferramentas e instrumentos: considerar características

e limitações dos movimentos da mão, movimentos simples;

MOVIMENTAÇÃO DOS BRAÇOS

Localização dos controles e comandos permitindo alcance dos braços no

seu raio normal de ação;

Evitar a necessidade de deslocamento do corpo pelo operador: maior

fadiga e mais tempo na execução de uma tarefa.

MOVIMENTAÇÃO DOS ANTEBRAÇOS

Evitar movimentação dos antebraços, mínimo de movimentos,

menor fadiga e maior rendimento.

MOVIMENTAÇÃO DAS PERNAS

Possibilidade de maior esforço com as pernas do que com os braços;

Necessidade de liberar as mãos para outras ações;

Conhecimento das limitações para uma movimentação natural das pernas.

Antropometria

Dinâmica

Antropometria

Dinâmica

Antropometria

Dinâmica

Antropometria

Dinâmica

Antropometria

Dinâmica

FATORES DE MOVIMENTO

• Utilização de combinações de

contrações musculares para

determinado movimento;

• Cada contração com

diferentes características de

velocidade, precisão e

movimento;

• Combinação de músculos:

características e custos

energéticos diferentes.

• Trabalhador com experiência:

menos fadiga

pela combinação

mais eficiente com economia

de energia.

FATORES DE MOVIMENTO

Precisão

• Movimentos com as pontas dos dedos;

• Utilização sucessiva de movimentos do punho,

cotovelo e ombro: aumento da força e perda da

precisão (operações manuais altamente

repetitivas);

Ritmo

• Movimentos suaves, curvos e rítmicos.

• Fadiga: acelerações bruscas, ou rápidas mudanças

de direção (maiores contrações musculares);

Movimentos Retos

• Corpo (alavancas em torno de articulações):

tendência natural para movimentos curvos;

• Dificuldade e imprecisão para movimentos retos

(necessidade de complexa integração de

movimentos);

Terminações

• Exigências de posicionamentos precisos, com

acompanhamento visual, Movimentos terminados

com um posicionamento mecânico: mão batendo

contra um anteparo/ teclas e alavancas com

posições discretas de parada.

Definição de posturas de trabalho (Couto, 1995)

Fonte: http://www.digitador.com.br/ergonomia/

Dimensionamento de Posturas

POSTURAS DE TRABALHO

Postura de pé

• Necessidade de movimentação e apoio

eventual;

• Inércia de movimento (constrangimento

numa posição constante)

• Fator de fadiga e doenças profissionais.

Atitude postural adequada quando:

• ocorre a necessidade de manuseio de objetos de

peso superior a 3,0 kg;

• ocorre a necessidade de deslocamento para frente

ou para os lados, no ato de pegar e manipular

componentes, ferramentas e dispositivos;

• a tarefa exige operações físicas distintas e requer

movimentação frequente no posto e entre postos de

trabalho;

POSTURAS DE TRABALHO

Postura de pé

Superfícies de trabalho baixas

(Kazarian,1989)

• altura da superfície de trabalho de acordo

com o tipo de tarefa.

• Tarefas que envolvem objeto pequenos, de

baixo peso: altura em torno de 5 cm abaixo

da altura do cotovelo.

Limite da Superfície mais baixa

• ponto onde o punho se dobra quando os

braços estão estendidos em cada lado.

• Possibilidade de uso dos músculos dos

ombros e das costas no manejo de

materiais mais pesados.

Altura da superfície de trabalho

tarefas leves

• 94 cm a 99,1 cm para mulheres,

• 99,1 cm a 104,1 cm para homens.

Altura da superfície de trabalho

tarefas pesadas

• 86,4 cm a 91,4 cm.

• Possibilidade de ajuste/regulagem de alturas

Fon

te: D

e La

ura

e K

onz

(199

6), a

pud

Rys

e K

onz

(199

4).

Fon

te: D

ul e

Wee

rdm

eest

er (

1995

).

Espaço para os pés.

Espaço mínimo para as pernas e

pés, na postura em pé.

POSTURAS DE TRABALHO

Postura de pé

Espaços para as Pernas e Pés

• espaço livre sob a bancada ou máquina para

acomodar as pernas e pés.

• Possibilidade de aproximação da superfície de

trabalho, sem a necessidade de curvar o tronco,

• Possibilidade de mudanças frequentes de posturas,

• Possibilidade de movimentando as pernas e pés

Espaço para os pés (Kansas, USA)

• Homens: 15,7 cm de profundidade; 14,1 cm de altura e

46,5 cm de largura

• Mulheres: 11,2 cm de profundidade; 12,5 cm de altura

e 38,7 cm de largura.

Para outras populações

• 15 cm de profundidade; 15 cm de altura e 50 cm da

largura.

POSTURAS DE TRABALHO

Postura de Cócoras

• Postura escolhida pelo indivíduo para alcance da

superfície de trabalho com as mãos

• Permanência de tempo significativo no mesmo

local.

• Favorece o alongamento da musculatura dorsal,

contribui para a redução da incidência de dores

lombares e dorsais.

Contra-indicação

• Possibilidade de ruptura dos ligamentos do joelho

pela mudança de posição sem alteração de

postura;

• Necessidade de levantar para assumir uma nova

posição de cócoras ( para evitar lesões).

POSTURAS DE TRABALHO

Postura Sentada

• tarefa com requisitos de precisão, manejo fino;

• manipulação de cargas leves.

• posto de trabalho fixo

• dimensionamento para acomodar os membros inferiores.

• dimensionamento inadequado do posto e de pausas:

incidência de dores musculares nas costas, pescoço, braços

pernas.

• Altura da superfície de trabalho em relação à altura do

cotovelo.

• Altura do cotovelo acima do assento : 18 a 27 cm,

• Superfície de trabalho em torno de 18 a 20 cm acima do

assento.

• Vão ≥ 20 cm entre o assento e face inferior da superfície de

trabalho

• alturas da superfície de trabalho para a posição sentada: 71 a

76 cm,.

Dul

e W

eerd

mee

ster

(19

95).

POSTURAS DE TRABALHO

Postura Sentada

Espaço para as pernas

• espaço sob a superfície de trabalho para postura

adequada, sem inclinação do corpo para frente.

• largura ≥60 cm

• profundidade ≥ 40 cm na parte superior/ ≥ 100 cm

na parte inferior;

• necessidade de esticar as pernas para mudança

de postura

Strank (1971)

• distância horizontal mínima: 30 cm, a partir da

borda da mesa (joelhos)

• 45 cm ao nível do chão para para os pés.

POSTURAS DE TRABALHO

Postura Sentada

Nota Técnica 060/2001, MTE/

Vantagens da posição sentada

• baixa solicitação da musculatura

dos membros inferiores,

reduzindo assim a sensação de

desconforto e cansaço;

• possibilidade de evitar posições

forçadas do corpo;

• menor consumo de energia;

• facilitação da circulação

sanguínea pelos membros

inferiores.

NBR 13962