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8/13/2019 Educao permanente de idosos
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1Educao permanente de idosos :da vulnerabilidade a autonomia
Continuing education of the elderly:vulnerability of autonomy
RESUMO
O trabalho discute a educao permanente comoestratgia de ateno e interveno junto
populao idosa no sentido de estimular oexerccio da cidadania, da autonomia eindependncia da pessoa idosa. Destaca que o
processo de envelhecimento tem mltiplasperdas, mas como todos os processos humanosnunca so unilaterais, tem tambm ganhos.Discute o conceito de vulnerabilidade comocaracterstica da condio humana, e o conceitode suscetibilidade que demanda a ateno maior aalgumas pessoas e grupos que podem estar emcondies de maior vulnerabilidade, o que podeser a condio na qual encontram-se os idosos,devido as perdas decorrentes do processo deenvelhecimento serem por vezes maisexpressivas do que os ganhos (especialmente
para determinadas pessoas ou grupos de idosos).
Prope a educao permanente como estratgiade ateno pessoa idosa, destacando-a em seuduplo aspecto de oportunidade e desafio aos
profissionais com ela envolvidos, tal qualtambm caracteriza a prpria velhice comoconquista/oportunidade e desafio a ser encarado
pelos idosos. Relata na ltima parte a experinciada FATI com a oferta de educao de idosos,destacando alguns caminhos ali encontrados paraauxiliar na superao da vulnerabilidade
promovendo atividades numa perspectiva
multidisciplinar, e buscando trabalhar cominstrumentos que atinjam o ser na sua mltiplaconstituio enquanto ser bio-scio-psiquico-eco-espiritual, visando promover a manutenoda autonomia e independncia da pessoa idosaque ali se achega.
Descritores: Educao continuada; Idoso;Vulnerabilidade.
ABSTRACT
This paper discusses the continuing education asa strategy of attention and intervention with theelderly population in order to encourage theirexercise of citizenship, autonomy andindependence. It emphasizes that the aging
process has multiple losses, but as humanprocesses are never unilateral, it has also gains. Itdiscusses the concept of vulnerability ascharacteristic of the human condition, and theconcept of susceptibility that demands greaterattention to some people and groups who may bein a position of greater vulnerability; which may
be the condition of the elderly, because the lossesarising from the aging process are often moreexpressive than the gains (especially for certain
people or groups of elderly people). This workproposes permanent education as a strategy ofattention to the elderly, highlighting its double
aspect of opportunity and challenge to theprofessionals involved in it, which alsocharacterizes the age as a conquest/opportunityand challenge to be faced by the elderly. It reportsin the last part the experience of FATI with the
provis ion of educat ion fo r the elderly,emphasizing some ways found there to cope withthe overcoming vulnerability by promotingactivities in a multidisciplinary perspective andseeking work with instruments which reach the
being in its multiple constitution while bio-socio-
psychic-eco-spiritual being, aiming at promotingthe maintenance of the autonomy andindependence of the elderly person who arrivesthere.
Keywords: Education, Continuing; Aged;Vulnerability.
2Flvia Diniz Roldo
1Este artigo foi apresentado e posteriormente encaminhado
para a publicao nos anais do II Congresso de Biotica doNEB/Curitiba, 2011.2Mestre em Psicologia Ps-graduada em Arteterapia
Graduada em Psicologia, Pedagogia e Teologia (FEPAR /FAE) professora.
Aprovado em: 16/05/2011Autor para correspondncia:Contato:aquarelavirtual@hotmail.com
Flvia Diniz Roldo
Revista Eletrnica da Faculdade Evanglica do Paran, Curitiba, v.1, n.1, p.84-91, abr./jun. 2011. 84
RELATOS DE EXPERINCIA PROFISSIONAL
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INTRODUO:
O anoitecer da vida
deve tambm possuir um significado
prprio e no pode ser,
apenas, um apndice lamentvel da(1:5)
manh da vida.
Durante muito tempo o processo de
envelhecimento esteve diretamente ligado a uma
percepo de perdas, degenerao, morte. Por
vezes o avano da idade era considerado algo
(2:15)negativo em si mesmo. Contudo, esta viso
unilateral vem mudando. Como tudo na vida, esta
fase de desenvolvimento humano tem os seus
ganhos e as suas perdas (ainda que eles possam no
ser equnimes). O ser humano um ser
multidimensional e multideterminado. Se na
velhice, na dimenso biolgica as perdas so
bastante reais pelo processo de desgaste do
organismo, na dimenso socio-cultural e espiritual,o idoso, como detentor de sabedoria, tem muito a
contribuir com a comunidade na qual est inserido
e com a sociedade em geral. Ocorre entretanto, que
quando a sociedade no valoriza essa contribuio
que pode ser oferecida pela pessoa idosa, o idoso
pode se ver negado a dar sua contribuio social
naquilo que ele tem de maior potencial a oferecer:
suas experincias acumuladas e histria de vida,
sua sabedoria.
Com os avanos das biotecnologias, o
declnio da natalidade e mortalidade, o domnio das
doenas infectocontagiosas e a melhoria do(3)
saneamento bsico, a longevidade hoje uma
realidade. Realidade nova e qual a sociedade tem
buscado adaptar-se de diversas maneiras. O
envelhecimento tem um impacto social de ampla
escala, atingindo as diversas reas da sociedade.
Como o perfil etrio populacional tem se
modificado nos ltimos tempos, conhecer a
composio etria da populao de um pas algo
muito importante, para o planejamento de polticas
pblicas, e tambm para os futuros profissionais;
atentar a essa mudana fundamental, a fim de
estabelecerem rotas para a sua atuao profissional.
Neste sentido, eles tambm precisam estar atentos
em seu processo de formao, para perceber se esto
se preparando adequadamente para as demandas
sociais, e s universidades, cabe questionarem
constantemente a formao que esto oferecendo.
Desde 1999, ano Internacional do Idoso, a
comunidade mundial tem dado destaque a esta etapa
do desenvolvimento humano, ganhando a pessoa
idosa grande visibilidade na mdia. Novas
mudanas culturais vo aos poucos se estabelecendo
nas sociedades, bem como novas tecnologias e
propostas de interveno e ateno pessoa idosa.
Contudo cabe lembrar, como bem destaca Garrido e(1 : 4 )
Menezes envelhecer em um pas em
desenvolvimento tarefa bastante rdua.
I D O S O , V U L N E R A B I L I D A D E E
AUTONOMIA:
A terceira idade (velhice), uma etapa do
desenvolvimento bastante ambgua, se por um lado
significa conquista (pois chegar a ser um idoso
sempre uma conquista pessoal), por outro
representa desafios (e os desafios podem ser de
vrias ordens diferentes: econmica, social,
familiar, etc). Como est bem explicitado no Projeto
de Poltica de Sade denominado Envelhecimento(4:15)
Ativo, a populao idosa no constitui um grupo
homogneo, antes pelo contrrio, a diversidade
entre os indivduos tende a aumentar com a idade.(3,5)
Conforme entende Almeida
staca o artigo 8 da Declarao Universal sobre(6)
Biotica e Direitos Humanos, a vulnerabilidade
uma caracterstica humana, dentro da sua condio
humana de ser finito, e da fragilidade da vida.
e tambm
de
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E como bem destaca esse documento, os
indivduos e grupos particularmente vulnerveis
devem ser protegidos, e devem ser respeitadas a(6)
integridade pessoal dos indivduos em causa.(3:540-1)
Lembra ainda Almeida, que:
numa sociedade
, portanto, o
ponto de partida para uma construo
que possibilita o encontro construtivocom o outro e as medidas necessrias
para superar as prprias fragilidades
perspectivada para o
sucesso a ocultao da vulnerabilidade
pode ser uma tentao, pela
dificuldade de se conviver com as
f rag i l idades . A ocu l tao da
vulnerabilidade ter uma incidncia
sobre o prprio sujeito que se imagina
autnomo. Ao contrrio, valorizando a
vulnerabilidade, o sujeito elabora as
suas decises tendo em conta os limites
e condicionamentos da sua prpria
liberdade. () O reconhecimento da
prpria vulnerabilidade
.
As possibilidades nestes casos, que em
reconhecendo a sua fragilidade, a pessoa (ou grupo
social) pode buscar superaes, e quando a negao
ocorre, no h porque fazer movimentos neste
sentido, ficando as pessoas (ou grupos) paralisadas
(os). O mesmo raciocnio aplica-se ao profissional
que trabalha com pessoas e/ou grupos ainda mais
suscetveis vulnerabilidade, ou cujas
s u s c e t i b i l i d a d e s s e j a m s o c i a l m e n t e( 7 : 1 3 5 )
configuradas. A conscincia des te
profissional, de seu papel como agente fomentador
de transformao atravs de sua prtica
profissional e de seu papel como ser social poltico,
fundamental no direcionamento de suas
atividades e enquanto agente social de mudana.
Almeida baseada em ideias de Kottow faz
uma diferenciao conceitual entre suscetibilidade e
vulnerabilidade, que pode ser aqui importante.
Escreve: A diferena entre suscetibilidade e
vulnerabilidade como processos existenciais
distintos considera vulnervel a pessoa intacta, mas
sob o risco intrnseco de ser ferida, e suscetvel
como a em situao na qual efetivamente sofre por
deficincia ou desvantagem, o que a predispe a
sofrer ainda dano suplementar. Os idosos devido
s mltiplas perdas normalmente acarretadas pelo
processo de envelhecimento, podem ser
considerados formando um grupo de pessoas
suscetveis a maior vulnerabilidade.
sociedade atual ainda bastante
preconceituosa e excludente no que tange sua
relao com as pessoas idosas em diversos(8,9)
aspectos. Da a importncia dos profissionais das
mais diferentes reas trabalharem a valorizao da(3:543)
velhice, como bem lembra Almeida ao alertar:
A vida frgil, e os seres humanos
vulnerveis, contudo, a velhice uma etapa da vida
que pode tornar as pessoas mais suscetveis a serem
feridas em diferentes aspectos da sua vida. Nem
todos os idosos encontram-se em situao
desfavorecida na sociedade. Atualmente a
sociedade composta por mltiplas formas de se
vivenciar a velhice, desde idosos que encontram-sedependentes (ou no) e que vivem em Instituies de
Longa Permanncia, at, por idosos completamente
ativos e integrados na sociedade, que por vontade e
opo prpria so alunos das vrias Universidades
Abertas da Terceira Idade, ou que ainda depois de
aposentados dedicam parte de seu tempo atuando
ativamente ofertando trabalho voluntrio em
instituies. Assim perceptvel as diferenas,
contradies e a heterogeneidade social no que
tange s vivncias do envelhecimento, observando
que alguns idosos esto em situao de maior
suscetibilidade a perda de autonomia, excluso e
marginalizao, do que outros.
Em geral, a
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Como, na maioria das vezes, a sociedade
desvaloriza o idoso associando-o a preconceito,
deve priorizar-se o trabalho de valorizao da
velhice. E da mesma forma importante
incentivar a incluso social e o exerccio da
cidadania pelas pessoas de mais idade.
Neste sentido tambm colabora a Poltica(4)
de Envelhecimento Ativo, proposta pela Unidade
de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS em
2002, que foi traduzida para a lngua portuguesa em
2005. Esta vem orientando aes na ateno ao
idoso, no sentido de destacar a importncia de
propostas de ateno ao envelhecimento baseadas
no reconhecimento dos direitos humanos,
princpios de independncia, participao,
dignidade, assistncia e autorrealizao, visando
auxiliar os idosos a manterem a autonomia e(4)
independncia ao envelhecer. O referido
documento destaca que apalavra 'ativo' refere-se
participao contnua nas questes sociais,
econmicas, culturais, espirituais e civis, e nosomente capacidade de estar fisicamente ativo ou
(4:14)de fazer parte da fora de trabalho.
Cabe lembrar que h diversas estratgias
sociais que podem ser encaminhadas no intuito da
promoo de um envelhecimento ativo visando a
autonomia e independncia do idoso. Em trabalhos
anteriores j apontamos a educao contnua do
adulto idoso como algo de suma importncia para
uma velhice bem sucedida e com uma boa(10)
qualidade de vida. A educao permanente ser
apresentada aqui como uma destas estratgias
possveis neste sentido. Como bem destaca(11)
Freitag ao realizar consideraes sobre a obra de
Maria do Rosrio Knechtel sobre a Educao
Permanente, publicada em 1994, a educao
permanente um dos vrios instrumentos
pedaggicos e polticos, capaz de promover junto
aos cidados adultos uma melhor compreenso do
exerccio da cidadania num trplice registro: o
econmico, o poltico e o tcnico profissional (),
compreendida amplamente como busca da
cidadania, da liberdade e do respeito mtuo entre
uma populao adulta de uma sociedade moderna.(11:85)
Esta estratgia j vem sendo cada vez mais
empregada na sociedade brasileira, como veremos a
seguir.
A EDUCAO PERMANENTE COMO
ESTRATGIA DE ATENO AO IDOSO
Uma das estratgias sociais de ateno aos
idosos que tem proliferado bastante nos ltimos
anos, so as Faculdades Abertas da Terceira Idade.(2:15)
Conforme Cachioni :
Tendo como pressuposto a noo de que
a atividade promove a sade, o bem
estar psicolgico e social e a cidadania,
dessa clientela genericamente chamada
de terceira idade, esses programasoferecem oportunidades para a
participao em atividades intelectuais,
fsicas e sociais.
Esta autora destaca que:
Foi na dcada de 90 que a extenso
universitria voltada para a terceira
idade conheceu seu apogeu com a
multiplicao de programas voltados
para adultos maduros e idosos nas
universidades brasileiras. Com
denominaes, formas de organizaes
diversas, porm com propsitos
comuns, como o de rever os esteretipos
e preconceitos com relao velhice;
promover a autoestima e o resgate da
cidadania; incentivar a autonomia, a
integrao social e a auto expresso, e
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promover uma velhice bem sucedida
em indivduos e grupos, essas
instituies hoje se espalham por todo
o pas (). Segundo Martins de S
(2000), entre 1990 e 1999 esses
programas cresceram de seis para cerca
de 140, localizaram-se em 18 estados
brasileiros, mas principalmente em
So Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais, Paran, Santa Catarina, Rio de
Janeiro e Bahia. As instituies do
ensino superior particulares so as que
mais tm investido nesta rea,(2:53-4)
seguidas das estaduais e federais.
Os dados anteriormente apresentados
chamam a ateno para o fato de que j h mais de
dez anos, esta estratgia, da educao permanente
de idosos no contexto do ensino superior, tem sido
uma realidade. Contudo entende-se que ainda so
muitos os desafios a serem superados para que cadavez um maior contingente de pessoas possa ser
atrado a participar destas propostas. Tambm
torna-se importante considerar a heterogeneidade
dos grupos que se formam muitas vezes nestas
propostas. Basta refletir sobre as acentuadas
contradies que marcaram a sociedade h 50 anos
atrs. Alguns dos idosos de hoje, foram muitas das
vezes adultos com baixa escolaridade por falta de
possibilidades de acesso educao superior. Mas
esta no a situao de todos os idosos, pois outros,
em experincia oposta a esta, tiveram acesso a
estudo e uma formao profissional. O ambiente
escolar acaba sempre refletindo as desigualdades
manifestas na sociedade como um todo, e assim, o
pblico que chega para a participao nestes
programas pode acabar constituindo turmas
bastante heterogneas em sua composio, seja no
que tange escolaridade, renda e poder econmico,
cultura, etc.
Esta heterogeneidade do pblico a ser
atingido, coloca tambm grandes desafios aos
professores que iro desenvolver com eles as
atividades. O impacto social amplo e sistmico das
mudanas causadas pelo envelhecimento
populacional, e as mudanas sociais que vo
ocorrendo buscando dar respostas aos novos
desafios colocados, mostra-se aqui mais uma vez.
Assim, categorias como criatividade, flexibilidade,
abertura a mudanas, vo cada vez mais ganhando
espao e mostrando sua importncia na reflexes e
propostas prticas de ao nas questes de ateno
velhice. Se auxiliar na manuteno da autonomia eindependncia do idoso so objetivos claros nos
documentos e polticas para a terceira idade, j os
caminhos a serem percorridos visando alcanar
estas metas no esto dados de forma pronta, e
precisam ser criativamente construdos pelos
profissionais na atualidade, havendo muitas(7:137)
possibilidades. Neste sentido Ayres, chama a
ateno para o fato de que
(...) No plano especfico da produo do
c o n h e c i m e n t o , o q u a d r o d a
vulnerabilidade tambm parece abrir
perspectivas interessantes. Porque
permitem e reclamam contribuies
oriundas de diversas disciplinas e o
dilogo entre elas, estudos de
v u l n e r a b i l i d a d e o f e r e c e mo p o r t u n i d a d e s d e d i l o g o s
interdisciplinares que so um constante
norte da sade coletiva.
Assim, o envelhecimento representa
conquista e desafio, oportunidade e perigo (que
podem paralisar ou instigar a superao), no apenas
para os idosos, mas tambm para os profissionais da
atualidade e do futuro que podero propor novas
tecnologias de ateno e interveno junto a esta
populao.
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A EXPERINCIA DA FACULDADE ABERTA
DA TERCEIRA IDADE (FATI): uma
contribuio social para a autonomia do idoso
curitibano
A FATI nasceu em 2009 como uma
continuao e expanso do Programa de Ateno
Integral ao Idoso, proposto pela professora Denise
Machado (coordenadora de atividades de extenso
da FEPAR), iniciado em 2005, ambos ofertados
pelo Departamento de Extenso da Faculdade
Evanglica do Paran (FEPAR). Tiveram por
objetivo desde o seu incio, disponibilizar
comunidade idosa, atividades interdisciplinares
que promovam a sade e que colaborem na
preveno de doenas, maximizando suas(12)
potencialidades e minimizando suas limitaes.
O pblico-alvo da FATI so idosos ativos
que buscam dar continuidade s suas atividades
intelectuais e educacionais, mantendo-se
informados e atualizados com os avanos sociaisocorridos nos ltimos anos, especialmente nas
reas de sade, cultura geral (especialmente artes
plsticas, filosofia e msica), e tecnologias
(especificamente na rea da informtica). Oferece
desta forma uma atuao social que pode ser
entendida como profiltica. Sua estratgia de ao
multidisciplinar, oferecendo aulas e oficinas
trabalhadas por profissionais das mais diversas
reas (fisioterapia, teologia, pedagogia, nutrio,
psicologia, musicoterapia, enfermagem, dentre
outros), e oferece oportunidades de trocas de
experincias intergeracionais na medida em que os
alunos idosos e pessoas de meia-idade, convivem
com professores e estudantes de graduao (de
diversas idades), que acompanham alguns dos
professores nas ministraes das disciplinas e
oficinas.
A s e s t r a t g i a s p e d a g g i c a s d e
aprendizagem utilizadas desde o incio das
atividades em 2005 foram diversas, indo desde aulas
expositivas dialogadas e rodas de conversas,
realizao de atividades fsicas, at apreciao e
discusso de filmes, aulas de informtica, canto,
dana e execuo de pequenas peas musicais com
sinos.
Alm da disseminao de informao, e o
trabalho educacional de construo de
conhecimentos, priorizam-se em determinadas
aulas e nos momentos de intervalos e ocasies
festivas, oportunidades de trocas de experincias e o
estabelecimentos de vnculos de amizades entre as
participantes, bem como, entre estes e os
professores. Neste sentido, alguns estudos vm
mostrando a importncia do fato de que
o afeto, o carinho, a considerao e a
so l idar iedade dos p rofessores
favorecem aceitao [dos idosos] no
grupo e ajudam, significativamente, no
desenvolvimento dos trabalhos e naelevao da auto estima dos idosos; os
idosos, quando valorizados, so
altamente produtivos e criativos; as
pessoas mais aceitas aprendem a se auto
v a l o r i z a r e m a n i f e s t a m
comportamentos que expressam
felicidade, sade mental e adequao
social () vivendo plenamente as(2:33-4)
tarefas prprias de sua etapa vital.
A estratgia de trabalho multi e
interdisciplinar na FATI, segue a tendncia
pedaggica atual, conforme bem explicitada por(2:21)
Cachione em seus estudos, ao destacar que a
interdisciplinariedade deve ser a base da educao
permanente, fundamento ideal da educao dirigida
aos idosos. Os professores que trabalham no
programa advm dos vrios cursos oferecidos na
Faculdade. Oferecem ao idoso a oportunidade de
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informao e atualizao em diferentes aspectos de
sua vida, obtendo estes aulas com enfermeiros,
fisioterapeutas, nutricionistas, telogos,
psiclogos, musicoterapeutas, o que possibilita que
seja abordada uma gama grande de assuntos das
reas de sade, cultura, filosofia e educao (fsica,
musical, tecnolgica, etc). Oferece-se assim
estratgias voltadas manuteno da autonomia e
independncia em amplo aspecto, um trabalho
contnuo de desenvolvimento pessoal e
interpessoal (atravs de disciplinas como Relaes
Interpessoais e Habilidades Sociais, Filosofia,
Autoestima), e estmulo ao exerccio da cidadania e
integrao social, alm do trabalho realizado nas
diferentes reas de sade (rea de maior
concentrao dos cursos ofertados pela FEPAR).
Atravs da apresentao da proposta
anterior que vem sendo desenvolvida na FATI,
procurou-se destacar as contribuies que o
Programa tem buscado oferecer ao idoso curitibano
que tem se achegado at ele. Contudo, h que sedestacar tambm que vrios so os desafios
colocados s instituies e aos educadores que se
propem a trabalhar com idosos, pois, apesar do
nmero de ofertas destes programas estarem
aumentando cada vez mais no pas, como j
anteriormente destacado, como bem colocou(2)
Cachioni j em 2003, e entendemos que o fato
ainda continua sendo realidade:
em nosso pas, a despeito do sensvel
aumento na oferta de programas
educacionais para adultos maduros e
idosos verificado nos ltimos 20 anos,
ainda no h um ponto de vista e nem
um conjunto de prticas institudas
para a seleo, a formao e o
acompanhamento do trabalho dos
professores envolvidos com essa
c l i e n t e l a ; n e m s e d i s c u t e m
sistematicamente os fundamentos e as
prticas mais apropriadas para ela.
A titulo de consideraes finais, como
educadora atuante na educao de idosos desde
2002 (e professora da FATI desde 2006), a autora
deste trabalho considera que possvel perceber a
importncia das contribuies colocadas
disposio da populao idosa, por estes programas
de educao de idosos ofertados pelas
universidades, bem como, possvel destacar que a
receptividade e procura por estes programas vai
paulatinamente aumentando. Contudo, ainda so
grandes os desafios a serem enfrentados no
cotidiano ao se lidar com essa oferta de trabalho.
Entretanto, entende-se aqui, que a oferta de
oportunidade para uma educao permanente da
pessoa idosa, uma das estratgias sociais possveis
que contribui para a manuteno da autonomia do
idoso contemplada em mltiplos aspectos: social,
psicolgico, cultural, relacional/interpessoal, etc,que possibilita a realizao de um caminho que pode
estimular a realizao de um percurso que visa
contribuir para afastar as pessoas idosas da
suscetibilidade vulnerabilidade e aproxim-las de
uma maior autonomia.
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